Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
O poema é romântico, embora Bilac se definisse como parnasiano.
Nem sempre manteve-se tipicamente parnasiano. Sendo um dos maiores
poetas líricos, as poesias de amor e sensualidade ganham versos vibrantes, plenos de emoção.
Além de poemas líricos, e o poeta escreveu crônicas, livros didáticos, textos
publicitários e deixou fama como autor humorístico. Sob o disfarce de mais de cinquenta pseudônimos, colaborou intensamente na imprensa da época.
No livro “Alma Inquieta” surgem poemas em que predomina o tom meditativo e
melancólico, que também é a tônica de seu livro “Tarde” (1919), no qual é constante a preocupação com a morte e sentido da vida.