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Abordagens de (Língua)gem

na Linguística Aplicada
Prof. Fidel Armando Cañas Chávez
Primeiras
ideias
• Imaginem uma
conversação entre duas
brasileiras falando em
inglês.
• Como vocês analisariam
o amistoso diálogo?
E se
transcrevermos
a conversação?
• Incluir a entonação das palavras?
• Analisariam os gestos, as pausas
expressões faciais?
• Da transcrição, como saber no que
focar, o que procurar, que aspectos
contextuais interessariam, se lhes
são relevantes?
• A relação entre as falantes e o
propósito da interação seriam
relevantes para vocês na análise?
• Cada uma dessas escolhas
representa uma forma de observar
a linguagem.
• Essas abordagens permitem que
vejamos a língua partindo de
diferentes perspectivas.
• Cada perspectiva salienta alguns
aspectos e não considera outros:
isso implica uma atenta observação
e diferentes tipos de respostas para
diversos tipos de problemas.
• A escolha da abordagem vem por
uma necessidade de respostas do
professor/pesquisador.
• O que essa abordagem pode me
mostrar que as outras não? O que
poderei ver?
Quais são as principais perspectivas que a LA
usa para compreender a linguagem?

Vejamos características de algumas abordagens


Como a LA comuns para compreender a linguagem.

vê a Veja qual conversa mais com seus princípios,


linguagem? qual se alinha mais com a sua perspectiva?

Podemos pensar, no final, em vantagens das


outras abordagens para responder a certas
perguntas ou problemas?
Abordagens
Estruturais
• Quando vemos disciplinas como Sintaxe, Morfossintaxe,
Fonética, estamos familiarizados com essa perspectiva.
• Essas abordagens focam nos padrões do material
linguístico. Ex: como as sílabas, frases, sentenças são
formadas e embutidas de formas sistemáticas e
hierarquizadas.
• Foca em como sentenças gramaticalmente adequadas
independentes do contexto ou significado.
• Exemplo Chomskyano: Colorless green ideas sleep furiously.
• Segue a estrutura gramatical do inglês, embora não faça
sentido.
• Sintaticamente, segue a mesma estrutura de frases como:
Adorable little kittens play happily, e Fundamental
disciplinary concepts vary widely.
Geralmente, essas abordagens são usadas nas teorias linguísticas, como a Sintaxe
Gerativa.

Padrões em estruturas podem ser úteis na LA. Podemos observar como


aprendizes desenvolvem frases adequadas e complexas no tempo, sendo na L1
ou outra língua aprendida na fase adulta.

Permitem extrair padrões na estrutura da língua independente do contexto ou do


significado (útil para programas computacionais de identificação de categorias
linguísticas).
Abordagens
Funcionais
• Foca nas maneiras em como as estruturas
linguísticas se relacionam com o contexto e
significado.
• Exemplo: que diferenças existem entre a escrita
de um trabalho acadêmico e uma conversa
informal entre amigles? Quais são as marcas da
formalidade e da informalidade?
• A conversação é interativa e produzida
oralmente de maneira espontânea,
frequentemente com uma alta carga de
informação compartilhada.
• Escrita acadêmica, por outro lado, deve
transparecer que não é espontâneo, o que
requer de maior revisão. A carga de informação
compartilhada é muito menor.
• O texto acadêmico é um monólogo que pode ser lido e relido. Podem ser usados
alguns recursos, como fazer perguntas para engajar quem lê.
• A referenciação deve ser mais frequente no artigo científico, afim de ser mais
compreendido pela pessoa que lê.
• Permite-nos entender não só quais estruturas estão presentes, mas por que
estão presentes em um determinado contexto ou por que pareceriam
inadequadas em outros contextos, embora gramaticalmente adequados.
• Por exemplo: a preferência de uso de pronomes ou substantivos é mais comum
em qual contexto?
• Abordagens funcionais podem nos ajudar a ver os efeitos particulares da
combinação de determinadas estruturas linguísticas e a relação com as
necessidades de comunicação.
Abordagens Cognitivas
• Como a linguagem é processada no cérebro ou a
linguagem como ferramenta para conceitualização na
mente.
• Cérebro: observa processos biológicos
• Mente: imagens ou processos/pensamentos evocados.
• Ex: observar processos químicos cerebrais ao escutar
certo tipo de palavras, frases adequadas ou
inadequadas. Isso pode contribuir para observar afasias
(distúrbios de linguagem) ou ver como o humano
processa a linguagem.
• Linguística cognitiva: foca mais na mente. Ex: uso de metáforas
conceituais, ou seja, associações mentais evocadas por meio da
linguagem.
• Por exemplo: podemos pensar que “debater é uma guerra”. Assim,
descrevemos e falamos frases como: Maria jantou João; O político X
destruiu o adversário; Maria defendeu seu ponto de vista; João foi
atacado por Maria.
• Essas expressões relacionam a imagem de um argumento como uma
batalha, o que leva a outras associações, como de pensar que deve
haver um ganhador e um perdedor.
• Embora essas associações
sejam naturais no nosso
contexto, pensemos na
possibilidade de observar o
debate como uma dança
(LAKOFF e JOHNSON, 1980).
Em vez de adversários,
teríamos parceiros, e a meta
não seria derrotar o
oponente, mas trabalhar
juntos para criar um
entendimento maior e mais
sofisticado do assunto.
• Linguagem: ferramenta de
conceitualização da mente
que nos permite
compreender o mundo à
nossa volta.
Abordagens Sociais
• Mostram como a linguagem
gerencia interações e sinaliza
relações e identidades, dando à
LA ferramentas para compreender
como percebemos os demais e
como somos percebidos também.
• Ex: discussão de MDs que ajudam
os discentes a entender e apreciar
variedades do inglês associados a
comunidades marginalizadas
economica e socialmente.
• Como a língua marca identidades, e muitos prejuízos que as pessoas
expressam por meio da maneira de falar de certos grupos tem mais a
ver com preconceitos do que com características linguísticas em si.
(por exemplo, que tal maneira de falar mostra preguiça ou falta de
escolarização).
• Por exemplo: desmerecer o depoimento de uma pessoa do interior,
sem escolarização pelas escolhas lexicais, ou seja, questionar a
competência e caráter de uma pessoa baseada na maneira em que
fala.
Abordagens
Multimodais
• Amplia o escopo da linguagem para abraçar
não só palavras e gramática, mas também a
forma em como as pessoas se comunicam
em outros recursos para criar significados.
• Ex: como a linguagem escrita e oral é
limitada para dar conta da abrangência de
sistemas simbólicos que os aprendizes
adultos precisam na hora de usar
plataformas digitais.
• Texto, layout, imagens, sons, recursos
visuais, tamanho e cor da fonte: tudo
significa num site.
O que
significam
esses
ícones?
As abordagens multimodais
reconhecem esses tipos de Considera todos os recursos de
recursos, como gestos, música e criação de significados, verbais
objetos como parte de um e não-verbais, como
grande conjunto de recursos potencialmente relevantes para
semióticos que usamos para a análise linguística.
comunicar sentidos.
Abordagens Translíngues
• Vai um passo além das abordagens multimodais.

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