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OAQUIM GERVASIO DE FIGUEIREDO 33.° DICIONARIO DE MACONARIA seus mistérios seus ritos sua filosofia sua hist6ria EDITORA PENSAMENTO ee Steak PREFACIO Este Diciondrio é fruto de quase meio século de modesta mili- tancia no campo macgénico, e de longas lucubragées e pesquisas em torno desse tema, & que sempre sentimos na Maconaria algo mais importante do que uma simples continuagio tradicional dos chamados grémios operativos medievais, e muito menos uma asso- ciagio utilitarista de “clubes para entretenimentos sociais, pollti- cos e comerciais", como alguns a tém tachado. Bem ao contrario, sempre sentimos na verdadeira Maconaria uma testemunha muito antiga de organizagdes culturais, morais, filoséficas e espirituais, cujas raizes remontam a civilizacdes pré-histéricas, que pompea: ram gloriosas num passado tdo longinquo que hoje se nos afiguram brumas cadticas. Algo semelhante ocorre com as grandes e milenares religides: quanto mais se aprofundam suas pesquisas, tanto mais esplen- dem as suas doutrinas fundamentais e brilham as suas fontes ori- ginais. Dai o paralelismo que se evidencia entre as linhas mes- tras das religides ¢ as da Ordem macénica, ¢ mesmo identidade de suas origens e finalidades, No entanto, no tocante & idade cro, noldgica, ha uma nitida diferencga entre as religiédes e a Macona- ria: é que, se 4s primeiras é possivel determinar-se a época e até o dia de seu nascimento, o mesmo nfo acontece com a segunda. Quanto mais se investiga a origem da tradicfio magénica, tanto mais ela recua no tempo e se perde nas dobras dos séculos, pois ha profundas pegadas suas em paises antiquissimos como a India, Egito, Pérsia, Assiria, Babilénia, Grécia, Italia, México, etc. Evi- dentemente ali nfo teve a mesma denominacdéo, uma porque as linguas foram outras, e outra porque, ao longo dos séculos, ela adotou diferentes denominagdes, ou para adaptar-se ao espirito da época e de seu povo, ou para escapar as perseguicdes fand- ticas de que foi vitima. O préprio vocdbulo macon, “pedreiro”, é relativamente recente, pois data do antigo francés medieval, e foi adotado para despistar as perseguicdes da Inquisicdo e de seus comparsas. Para testemunhar a antiguidade da tradic&o magénica, permi- ta-se-nos citar aqui apenas dois dos investigadores mais recentes. 8 Prefacio O primeiro foi Sir Arthur Evans, que descobriu, em 1900, em Creta, as ruinas do paldcio do legenddrio rei Minos, um dos gre- g0s pelasgos perdidos nos tempos pré-histéricos. No interior des- Se palécio Evans encontrou muitos simbolos, posigées, emblemas e alegorias nitidamente magénicos (Leadbeater, Pequena Histéria da Magonaria, pags, 68-72 et seq., Ed, Pensamento), O outro pesquisador, o famoso jornalista e escritor Paul Brunton, em seu livro recente, O Egito Secreto, relata o que descobriu no Egito, especialmente em suas pirdmides e nos fabulosos templos de Abi- dos, Karnak, Denderah (que tanta admiracgdo causou a Napoleio Bonaparte). Sobre o que viu em Abidos declarou o autor: “O Polido trono ctbico (de Osiris) indicava o dominio da natureza anima! do homem. Seus Angulos retos mostravam que os iniciados devem sempre comportar-se com retiddo, donde vem a frase na Franco-magonaria, pela conduta reta, A Franco-magonaria pos- sui a tradic&io ancestral mais antiga do que o supéem os préprios Magons ... Abidos, a primeira sede da religifio de Osiris, foi também a primeira Grande Loja dos ritos secretos daquela reli- gio; isto é, dos Mistérios, os progenitores da primitiva Franco- -magonaria.” E mais adiante: “... ainda hoje os Macons conser- vam alguns restos dessas antigas instituicgdes (dos Mistérios), cujas raizes remontam ao Egito. Os membros da Magonaria mencionam Pitdgoras como um exemplo desta antiga instituicg&éo — sabem eles que Pitdgoras foi iniclado no Egito? Os que ins- titulram os graus na Maconaria adotaram varios dos simbolos significativos dos Mistérios egipcios.". Em outro trecho comenta © mesmo autor: “Eu creio com Plutarco, que diz: “N&o hi deuses di- ferentes nos diferentes povos, quer sejam bdrbaros, pois mesmo o sol, a lua, o céu, a terra e o mar, que sio propriedades comuns de todos os homens, sfio designados de modo diverso nos diferen- tes paises.” (op. cit., 2." ed. pp. 151, 153, 154 e 175; Ed. Pen- samento.) Entre os modernos autores magénicos, o erudito Irmo Jules Boucher chega a dizer: “Coloca-se, em certas Lojas, a Biblia aberta na primeira pé- gina do Evangelho de S. Jodo, freqlientemente considerado o “Evan- gelho do Espirito". Sabe-se que, segundo certos autores, Sdio Pedro simbolizaria a igreja “exterior” e Sdo Joo a igreja “inte- rior”, Também se tem querido ver no vocdbulo de Sfio Joao uti- lizado pela Maconaria a prova evidente de sua ligacdo & Gnose, considerada como a doutrina secreta e interior da Igreja.” (La Simbolique Maconnique, p. 84.) Prefacio 9 A propésito, cabe também aduzir que as festividades solsti- ciais (ou dos dois Sao Jof&o), tradicionalmente celebradas no Cristianismo e na Maconaria, como, igualmente, as equinociais da primavera e outono, provém de eras pré-cristfis, sendo encon- tradas nos antiquissimos cultos egipcios, gregos, latinos, judai- cos, etc, Mais um testemunho de que todos esses cultos sfo ra- mificagSes diversas de um tronco comum, a atestar a sua unidade fundamental. Em suma, encontramo-nos no ocaso do século vinte, em que as ciéncias e a cultura geral galgaram altissimo nivel e Ambito mun- dial. Acham-se amplamente democratizadas e popularizadas, e abrangem vidas, concepgdes e classes sociais, politicas e religio- Sas completamente diversas das que imperavam, por exemplo, hi trés séculos atrés. Tio prodigioso progresso nfo atingiu ainda o seu apogeu; nfo se pode prever até onde ird, e nenhuma forca podera deté-lo em sua ascensfo, para felicidade do homem. Por- tanto, nfo se pode mais permanecer raciocinando impenitente- mente nos estreitos padrées mentais dominantes no século dezessete, quando se tornou mais agudo o sentimento da neces- sidade da transformag&o da Maconaria operativa em especulativa, para adaptd-la ao espirito da época. E apesar dos recalcitrantes, tal transformagiio se concretizou em Londres a 24 de junho de 1717, quando os idealistas reformadores nfo podiam ainda contar com o8 recursos culturais hoje postos A nossa disposicgio, e que a nenhum Macom auténtico é licito ignorar nem recusar, Ademais, nossa Real Ordem no é um simples relicdrio guar- dando e perpetuando tradigdes e lendas mortas do passado. £ an- tes um organismo palpitante de vida, esperancgas e ideais para o presente e para o futuro; por isso ali tudo tem um significado, uma filosofia e uma histéria. Sua missio precipua é servir o Grande Arquiteto do Universo, para uns, e A Humanidade, para outros, porém de qualquer modo servir. O Grande Arquiteto tem um Plano para o Seu Universo; esse Plano se chama Evolugdo, e por isso dizia Salomfio, um dos patronos lendérios da Ordem: “A Sabedoria Divina dirige suave e poderosamente todas as coisas.” Assim, se a Real Ordem foi gloriosa no passado nebuloso, sé-lo- muito mais no futuro radioso, que ja se aproxima. Tais sio as diretrizes que nortearam a feitura deste léxico. Longe de estar perfeito, esperamos, no entanto, que seja ttil a todos os Magons e que eles possam também melhora-lo com suas sugestdes, encaminhando-as A Editora Pensamento, JOAQUIM GERVASIO DE FIGUEIREDO Can. cf. Cop. Crén. . QWoL.. der. dim. . Ezeq. fem. fee as Gén. ABREVIATURAS E SINAIS USADOS NESTE LIVRO heb. H., P. B. antes de Cristo d@rabe arimico Anno Lucis Apocalipse caldeu Cintico Confronte-se Copto Crénicas Charles Webster Leadbeater, 33.9 derivagao de diminutivo depois de Cristo La Doctrina Secreta de H. P. Blavatsky, Edito rial Glem, Buenos Aires, 1946 Idem. edigio brasileira, Ed. Pensamento egipcio escandinavo Ezequiel feminino francés Génese gndstico grego hebrew Hinner Life (Vida Interna de C, W. L Helena Petrowna Blavatsky inglés islandés latino plural, procedente de, pronuncia-se. provavelmente. DO) dsccccessaes quov vide (lat.) “que veja-se” = “veja-se es- ta palavra” q.v.c. Blo De cssccoeeee The Secret Doctrina de H. P. B., ed. The Theosophical Publishing House, Londres, 1893. Veja-se. Verbete, W. W. Wescott, secretério geral da Socieda- de Rosa-Cruz e autoridade em Cabala, muito citada por H-P.B. iS ‘évcasdpesaeys Substitui, nas frases, a palavra a que se aplica, igual a. mais. A A. i — Primeira letra do alfabeto magdnico, indicada por um Angulo reto, & pag. 16. 2 — Seguida de trés pontos indicando os vértices de um triangulo eqililatero (A. - .), 6a abreviatura de Arquiteto, 3—No Rito Escocés Antigo e Aceito, constitul a jOia do grau 24." ¢ usa-se pendente do colar da Ordem. 4 — Na jéia do grau 12.° do Rito de Ménfis, figura no centro de um triangulo e é iniclal da palavra sagrada Adonai. 5 — No grau 40." do Rito de Misraim, aparece entre outras letras no qua- dro da chave magénica e é inicial da palavra sagrada Aben- dago. 6 — No tridngulo bordado na abeta do avental usado no grau 8° do Rito Escocés Antigo e Aceito (Jntendentes dos Edificios) ¢ no mesmo grau do Rito de Ménfis (Mestre de Israel), figuram as letras B, A. J.. em que A. @ inicial de Achar (pron. akar), 7 — Na manga do machado tomado por j6ia dos Cuvaleiros Real Machado ¢ dos Cavaleiros Prin- cipes do Libano, tem o A. trés significados diferentes: Ab- da, Adoniram e Ananias, (Ver A.*. A.*. C.*.D.+. X.*. Z.*. A.*.) 8 — Tanto na banda como em ambos os lados da jéia dos Grandes Pontifices ou Sublimes Escoceses, cha- mados da Jerusalém Celeste, vem bordado um A em cima da letra grega omega, significando, respectivamente, o principio e o fim, ou Deus em linguagem simbdlica. 9 — No chapéu dos Cavaleiros Kadosh, grau 30.° do Rito Escocés Antigo e Aceito, brilha um sol entre as letras N e A, iniciais de Nekam e Adonai, palavras sagradas desse grau. 10 — Na jéia dos Perfeitos Arquitetos, grau 28." do Rito de Misraim, apare- cem enlagadas as letras A e J no centro do circulo inscri- to no triangulo de ouro, como iniciais das palavras sagradas, correspondendo A a Adonai. Idéntico significado represen- ta esta letra entre as doze iniciais constantes do triplo triangulo que se vé no simbolismo deste grau. 11 — Ao re- dor do talar que vestem as Mestras egipcias, grau 3." da Maconaria de Adocio de Cagliostro, figuram as sete letras iniciais dos anjos que presidem os sete planetas; o primeiro 14 Aor, Ko. Coe. De XZ. Au, A corresponde a Anael, que preside o Sol, e o ultimo a Anochiel, que preside Saturno,. (Ver A.-. M.°. R.*,G.". V.*. Z.-. A.*.) 12 — No acampamento idealizado pelo rei da Prussia, Frederico I, cuja explicag&o corresponde ao grau 32.° do Rito Escocés Antigo e Aceito, a letra A repre- senta a tenda chamada Zorobabel, verde-clara, dos Cavalei- ros do Oriente ou da Espada. Av, Ast. Co, Dit, XK.+. Zs, A+. Letras gravadas no cabo do machado de ouro, que a jéia do grau 2° do Rito Escocts Antigo e Aceito, Séo as’ iniciais dos nomes Abda, Adoniram, Ciro, Dario, Xerxes, Zorobabel e Ananias. AARAO (heb.), “Iluminado”. Irm&o mais velho de Moisés, da tribo de Levi, é o primeiro iniciado do legislador he- breu, e como tal, figura A testa da linha ou hierarquia dos iniciados Nabim ou videntes, tendo morrido sobre o monte Hor. Fol declarado e sagrado Sumo Pontifice, fun- des que ficaram vinculadas A sua familia. Seu nome, per- sonalidade e fungSes aparecem nos Ritos ¢ tradigées da Maconaria, dado que esta tomou grande parte de seus sim- bolos da histéria do povo israelita. AARONITAS. Sf&o os descendentes de Aario (I Crén, 27:17). AB. Denominagio do undécimo més mag6nico, tirade do ca- lendrio hebreu. ABACO, derivado do fenicio abak: terra, p6. 1 — Entre os antigos era uma tabuinha quadrada, sobre a qual se traca- vam planos, figuras, bem como caracteres para ensinar a ler as criangas. Alguns macons sup6em, por isso, derivar daf a sua prancha de tragar. @ — Bastfio de mando que usa- va o Grio-Mestre dos Templdrios. ABADDON. 1 — Nome hebreu dado ao Anjo do Abismo, ou Anjo do Inferno, que em grego se denomina Apollyon (Apo- calipse 9:11), #2 — Palavra dada como senha geral no grau 17." do Rito Escocés Antigo e Aceito, e no mesmo grau do Rito de Ménfis. 3 — £ também palavra sagrada nesse mes- mo grau, em ambos os Ritos e do grau 47.* do Rito de Mén fis. (Cf. Appolyon.) ABANDONO. Antes de ser introduzido na cimara de refle- x6es, o aspirante As provas de iniciacio tem de se desprender de todas as jélas, armas, metais, dinheiro e qualquer ou- tro objeto de valor que leve consigo. Entrega-os, por is- 80, ao irm&o Terrivel, o Preparador; este, por sua vez, os leva ao Venerdvel, que os deposita sobre o Trono, & vis- ta de todos os membros da Loja. Simboliza esse ato o Abibaa) b abandono ou o desprendimento que deve caracterizar o fi- Iésofo e o macom, j& que estes s6 devem ter por aspira- cio o seu préprio aperfeigoamento. Conseguem-no abando- nando todos os prazeres e paixSes e nfo se preocupando com os bens terrenos, que so, na maioria das vezes, a causa de qualquer valor ou metal, por descuido ou nfo do candida- to, durante a ceriménia macOnica, invalida a Iniciagfo, sendo necessério repeti-la desde o comeco, em dia que for designado. ABARIM, heb., pl. de ébher ou eber, “aquele que atravessou”. Palavra sagrada dos graus 33." e 34." do Rito de Ménfis, cujos membros séo chamados Sublimes Cavaleiros Escolhidos. (Cf. Gabarim; Num, 27:12). ABATER COLUNAS. Suspender os trabalhos ativos; fechar ou dissolver tempordria ou definitivamente uma Loja. (Cf. Reatar os Trabalhos). ABDA. Um dos nomes indicados pelas iniciais contidas no cabo do machado de ouro, simbolo do grau 22° do Rito Es- cocés Antigo e Aceito. (Cf. J Reis 4:6). ABDAMON ou ABDOM. Personagem biblico, representado no grau 14.° do Rito Escocés Antigo e Aceito pelo oltavo ofi- cial da Loja, o Grande Orador, que se coloca ao Sul, préximo ao altar dos perfumes. ABECEDARIO. Ordem ou série de letras, cifras hierdgli- fos e outros sinais convencionais empregados na escrita magOnica, (V. pagina 16), (Cf. Nove). ABEL (heb.), “passageiro” ou “sopro”. 1 — Segundo filho de Adio, morto por Caim (Gén. 4:1-16). 2 — Figura em al- guns Ritos macénicos como simbolo de bondade e inocéncia, ao dade. (Cf. Caim), ABENDAGO. Palavra sagrada do grau 40.° do Rito de Mis- raim, ali representada pela letra A do quadro da chave ma- gonica. ABERDEEN. Povoacio da Escécia, para a qual, em 1361, fol transferida a residéncia de Pedro de Aumont, Grio-Mestre da Ordem denominada Estrita Observancia, que chegou a constituir um ramo da Franco-maconaria. (V. Estrita Obser- vdncia). ABERTURA. A ceriménia inicial dos trabalhos das Lojas, de acordo com os seus rituais, ABIBAAL (heb.). 1 — Palavra de passe dos Eleitos dos No- ve, grau 4.° do Rito Moderno Francés. 2 — Nome atribuido aneae i ae ae “HUHL LS OHCE WANA ' Pirv. — Anjo. A.*. Or. >. — Anno Ordinis (No ano da Ordem). Ap. *. ou Apr. *. — Aprendiz. A.*. Y.*. M. +, — Ancient York Masons (Antigos Macons de Torque). B. +. — Bruder em alemio ou Brother em inglés (Irmio). Bin. +. Brn. +. BBr.*. Brr.~. — Plural de Bruder ou Brother, C. + , — Companheiro; Compasso. Cc. Ds. T. O.*. V.". MM.>. — Chefe de todos os verdadeiros Macons. Cav. *. — Cavaleiro, c. *. — Capitao de Guardas ou da Guarda. D. * . — Didcono. D.:.D.+.G.*. M.*. — District Deputy Grand Master (Grande Mestre Deputado do Distrito). D.:. G.*. M.+. P.+. — Deputado Grande Mestre Pro- vincial. E.*. A.>. — Entered Apprendice (Aprendiz, em inglés) . — Excelente Companheiro. *. €.*,. — Eminente Grande Comandante. — Companheiro, em inglés. Pr. A? Se, — Free and Accepted Mason (Magom Li- vree Aceito, em inglés). G.*. A.*. — Grande Arquivista, Abrevicturas 2) » *, C.*. — Grilo-Copto, ou Conde Cagliostro. *, Cap. +. — Grio-Capelfio, » D.*. — Gr&o-Didcono. — Grande Diretor de Ceriménias. + — Guarda Externo do Templo. +. — Guarda Interno do Templo. *. — Grande Loja. + — Grio-Mestre, *, ©. *, — Grande Mestre de Ceriménias, . O.*. — Grande Oriente ou Grande Organista. *, P. +. — Grande Precursor. . S.*. — Grande Secretério. . T.*. — Grande Tesoureiro, A.*. B.*. — Hiram Abiff. - P.+, M.*. — Imediate Past Master, em inglés. J.*,. — Juramento. L. +. Loja. — Mestre. + — Macom ou Maconaria. M.*. C.*. — Middle Chamber (Camara do Meio ou do 2° Grau); ou Mestre de Ceriménias. M.*. D.:. S. >. — Mestre da Sabedoria, M.:. M.*. — Mestre Macom. MM. -. ou MMag. -. — Macons, M.*. R.*. — Mui Respeitavel. M.*. V.*. M.*. — Mui Venerdvel Mestre. - ou O.*. — Oriente ou orador. D.*. — Primeiro Didcono. P.:. G.*.M.*. — Past Grand Master (Ex-Griio-Mestre), Pro G.*. M.*. — Pro Grand Master (Vice-Grao-Mestre) « G+. M.+. — Past Provincial Grand Master. .*. = Primeiro Vigilante. R.*. C. +. — Rosa-cruz. R.+, L.+. — Respeltdvel Loja. R.*. M.*. — Respeitdvel Mestre. R. +. W. >. M. +. — Right Worshipful Master (Mui Vene- ravel Mestre). ee — Segundo Didcono. S.°. V.-. — Segundo Vigilante. Vv. L.-. — Veneravel Loja. Vv. +. Mi +. — Venerdvel Mestre. 22 Acécia ACACIA. 1 — Arvore de muitas espécies, disseminada no Egito, Arabia e Palestina, que provia os hebreus da sagrada e aromitica madeira Shittim ou Sitim (Bxodo 30:24 e Ese. 27:22), muito empregada na construcfo do taberndculo e seus acessérios. 2 — Planta consagrada nas ceriménias, graus e espirito da Franco-maconaria, como simbolo da ino- céncia, iniciagio e imortalidade da alma. 3 — Na lenda do 3.” grau, o ramo de acécia indica o lugar onde os trés com- panheiros homicidas haviam ocultado 0 corpo do Mestre Hi- ram Abiff, por eles assassinado no Templo de Salomio. 4 — £ a palavra de passe do grau 5.° dos Ritos Escocés An- tigo e Aceito, e de Ménfis. ACACIA ME £ CONHECIDA, A. Frase magénicu que signi- fica que quem a profere tem o filtimo grau inicidtico do sim- bolismo macénico, isto é, o de Mestre (3.9). ACACIA, Ramo da. Simbolo de imortalidade nos emblemas magénicos. £& também dada como recompensa de assiduidade, ACADEMIA DOS VERDADEIROS MACONS. Pertence ao Rito de Pernety. Um Venerdvel da Loja-Mater do Condado de Venassin (Inglaterra) a instituiu em Montpeller no ano de 1787, ACADEMIA ESCOCESA, Denominacio designativa do grau 34,° do Rito de Ménfis. ACADEMIA MAGONICA DE LETRAS. Sociedade civil literdria de Macons, de Ambito nacional, constitulda sobre bases demo- créticas, com a finalidade de incentivar a cultura e letras ma- gonicas. Sua sede proviséria é no Rio de Janeiro, GB, onde fot fundada em 21 de abril de 1972 e instalada em 24 de junho do mesmo ano, em solenidade presidida pelo ilustre Presiden- te da Academia Brasileira de Letras, o Académico Austre- gésilo de Athayde. Consta a Academia de quarenta membros vitalicios e de nimero ilimitado de membros correspondentes, tanto no pais como no estrangeiro, dos mais ilustres e destaca- dos nas letras e atividades magénicas, sendo seu presidente fundador 0 culto genera) Morivalde Calvet Fagundes, Nao faz nenhuma distinc&o discriminatéria entre Macons e Ritos ma- génicos, mas franquia seus portais a todos os Irmios (e dedu- zimos também Irm4s) maconicos animados de sadio idealismo e desejosos de enriquecé-la com a sua leal cooperacio. ACADEMIA RUSSO-SUECA. Titulo adotado pela Academia dos Verdadeiros Macons, ACAMPAMENTO. 1 — Denominachio de algumas disposigdes do local em que os irmfos de certos graus elevados realizam Aclamagéo 23 suas reunides. 2 —- Na Franco-maconaria é o ideado por Frederico If da Prussia, ao reorganizar a Ordem em que se baseia o grau 32.* do Rito Escocés Antigo e Aceito. ACANTO. Planta, de cujas folhas se adornam os capitéis de duas colunas laterais, colocadas no pértico da parte ocidental das Lojas magénicas, ACEITO. Equivale a admitido, iniciado ou adepto, na Fran- co-maconaria. Ao Rito Escocés se aplica a palavra Aceito pela razio seguinte: Em 1739 varios irmaos recalcitrantes separaram-se da Grande Loja de Londres; uniram-se aos re- manescentes de algumas corporacées de pedreiros constru- tores, e formaram uma Grande Loja, sob a constituigio da Brande corporac&o de Obreiros de lorque. Depois, os dissiden- tes aplicaram & Grande Loja da Inglaterra o titulo de Rito Moderno e adotaram para si o de Grande Loja do Regime Escocés Antiyo, Tendo posteriormente conseguido seu reco- nhecimento pelas Grandes Lojas da Escécia e da Irlanda, acres- centaram ao seu titulo e Aceifo. Dai a origem da denomi- nagio "Rito Escocés Antigo ¢ Accito”. ACHA. Arma antiga, do fettio de uma machada. (Ver Ma- chado.) ACHAR heb.). Os deuses sobre os quais Jeovi € 0 Deus (segundo os judeus). Pronuncia-se acompanhada do sinal de admiragfo, que faz parte da liturgia do grau 8." dos Ritos Escocés e de Ménfis. (Cf. B.*. A.*. Je *.) ACHIRAB, Também grafado Hachirab. Veja-se o correto, que € Achitob, ACHITOB, do hebreu Ahitud, “irm&io da bondade", 1 — Pai de Ahimelech, sumo-sacerdote de Saul (J. Sam, 22:12) ¢ provavelmente de Zadoc, sumo-sacerdote de Salomio (J. Cré. 18:16). 2 — Palavra sagrada da Mestra Perfeita grau 14. da Maconaria de Adocao, em lugar de Sigé. (Ver esta pal.) ACHIZAR. Gr&o-Mestre da Camara do rei Salomfo. Segun- do a lenda do grau 10.° do Rito Escocés, o rei lhe ordenou que encerrasse na torre que leva a sua denominacio, os dois as- sassinos de Hiram Abiff, chamados Jubella Gibs e Jubello Grabelot, ACLAMACAO. 1 -—~ Palavras ou frases que os membros de determinadas Lojas pronunciam em voz alta, acompanhadas de baterias, gestos ou sinais, varidvels segundo os graus dos diferentes Ritos, sendo as mais em voga: I — Liberdade, 24 Ago Igualdade, Fraternidade, que comecaram a ser usadas no fim do século dezoito, e também servem de divisa ou lema. Tanto no Rito Escocés como no Francés as pronunciam com © brago direito estendido horizontalmente para a frente, de- pois de soada a bateria de abertura dos trabalhos. II — Huzza! Huzza! Huzza! © uma velha aclamacio escocesa, com o sig- nificado de Viva o rei! Corresponde ao moderno Hurra! Es- Sa palavra talvez tenha se originado do hebreu Oza, “forga”. TIT — Vivat, Vivat, Semper Vivat. Uma aclamac&o que foi muito tempo usada nas Lojas francesas, antes da adocio da formula “Liberté, Sgalité, Fraternité”. 2 — Processo pd- blico e unanime de eleicéo, quando se dispensa a votaciio por escrutinio secreto. AGO. Simbolo de fortaleza em diversos graus. (Cf. Abébada de ago). A COBERTO. Frase magOnica indicativa de que um Irmfo nada deve A Oficina a que pertence. (Ver Estar a Coberto.) ACOLADA. CerimOnia derivada, segundo alguns autores, da antiga Ordem da Cavalaria, e que tem lugar na admissio, recepcio e constituicio de um novo magom da Ordem, ou em sua elevagio a um grau superior. Consiste em trés golpes dados com a espada em ambos os ombros e na cabeca do recipienddrio, seguidos, depois, de um triplo abraco e do ésculo de paz com que se saddam os Irmios macons. O ésculo da paz remonta aos primitivos cristfos, pois todas as epistolas de Sio Paulo terminavam com esta férmula: Salu- tate invicem in osculo sancto (Saudai-vos uns aos outros com um santo ésculo), porém caiu praticamente em desuso como costume propriamente macénico. (Cf. Osculo). ACROMATICO. Qualificagio com que se distinguem og trata- dos de matérias sublimes e ocultas, ACTA LATOMORUM (lat.). Titulo de uma das mais impor- tantes obras publicadas sobre a histéria, leis e praticas da Franco-maconaria, e em que muitos escritores macénicos tém baseado as suas produgdes, Foi editada por Thorry em 1815. ADAGA. Arma branca, mais larga e maior que o punhal, que em algumas Lojas simb6licas é utilizada pelo Cobridor Interno, particularmente nas ceriménias de Iniciagio, em lugar da espada. (Cf. Espada.) ADAO. 1 — Nome que no Génese, Cap. I, significa “o primei- ro vario-fémea", ou andrégino, e na Cabala, “o nico engen- Adjunto 25 drado", e “terra vermelha”, e nessa acepcéo tem sido intro- duzido na Maconaria. 2 — No grau 28." do Rito Escocés é 0 Presidente do Conselho dos Cavaleiros do Sol, representando © pai de todos os homens. ADAR (heb.), “Deus do Fogo”. 1 — No calendadrio judaico € 0 duodécimo més do ano eclesidstico que se inicia em mar- 0, no Equinécio da Primavera, e o sexto ano civil que se inicia em setembro, no Equinécio do Outono, O més de Adar marca a época de algumas ceriménias de varios Ritos. & — Palavra sagrada do grau de Principe de Jerusalém, grau 16.° do Rito Escocés Antigo e Aceito. A.*. Dep.*. Abreviatura de Anno Depositations, usada nos documentos em que se emprega o cilculo que os magons ingleses denominam year of the Deposit (ano do Depésito). ADEPTO DA AGUIA E DO SOL. Titulo do grau 13.° do Rito Escocés Filoséfico da Loja-Mie Escocesa de Marselha, fun- dada em 1750, com 18 graus. ADEPTO DA LOJA-MAE. Titulo do grau 6.° do Rito Filo- séfico da Loja-Mie Escocesa de Marselha. ADEPTO ROSA-CRUZ. £ o grau 19.° da Universidade, tam- bém denominado Irmdo da Rosa-Cruz. ADEPTO DO ORIENTE. Titulo do grau 4.° da Ordem dos Templarios. ADEPTO PERFEITO DO PELICANO, ou Postulante da Ordem. Titulo do grau 6.° da Ordem dos Templarios. ADEPTUS EXEMPTUS. Titulo do grau 7.° dos Irmiios da Ro- sa-Cruz. ADEPTUS JUNIOR. Titulo do grau 5.° dos Irm&os da Rosa-Cruz. ADEPTUS MAJOR. Titulo do grau 6.° dos Irmfos da Rosa- Cruz, ADINGTON, Dignitério cuja assinatura aparece como Gran- de Chanceler na colegio de Regras, Balatstres e Estatutos da Alta Maconaria, recopilados em Bordéus em 1762. ADJUNTO. Sub-oficial da Loja, eleito para substituir o titu- lar efetivo, em caso de sua falta ou auséncia tempordria. Em quase todos os Ritos, os oficiais que tém adjuntos sio o Orador, o Secretdrio, o Tesoureiro, o Experto, o Arquiteto e o Hospitaleiro ou Esmoler. O Experto pode ter até cin- co Adjuntos para exercer as funcgdes de Cobridor, Prepara- dor, Terrivel e Sacrificador. © Adjunto do Arquiteto tem @ seu cargo as funcdes de Bibliotecdrio. 26 AdministracGo ADMINISTRACAO. E o poder atribuido legalmente aos cor- pos da Maconaria para fazer cumprir os Ritos, Regulamen- tos e praticas da Ordem. Segundo as diversas esferas e ju- risdigdes, esse poder compete aos Conselhos, Capitulos e de- mais corpos chamados superiores, bem como 4s Lojas. Pode subdividir-se em: Administragdo Politica, que corresponde & autoridade suprema da poténcia magénica de um pais ou es- tudo; Administragdo Judicidria, pertencente as Oficinas de que facga parte o irmfo cuja conduta deva ser submetida a julgamento; Administragdo Liturgica, que trata das cerimé- nias e ritos das oficinas; Administragdo Econdmica, relacio- nada com a geréncia dos fundos. ADMIRACAO. Acido acompanhada de gestos e sinais, pra- ticada em diversos graus da Ordem no sentido de testemu- nhar admiragdo, ADMISSAO. Ato de acolher ou aprovar uma proposigfio nas deliberagdes, ou de aceitar um candidato nos quadros da Or- dem. As Lojas exclusivamente cabe decidir quanto A admis- sio de determinada pessoa em seu quadro, embora isso de- penda também da aquiescéncia de sua autoridade superior. A decisio é geralmente tomada por escrutinio secreto, (Cf. Aprovacd2; Aprovagdo, Sinal de; Aviso; Cundidato; Iniciagdo; Profane; Proponente; Proposigdo, Voz de Boa Referéncia.) ADMOESTAGAO. Ligeira penalidade ou corretivo que uma Lo- ja pode aplicar a seus membros, por faltas leves. Geralmen- te a aplica o Venerdvel. Se tem lugar em plenos trabalhos, faz-se colocar, antes, o infrator entre colunas, Se acompa- nhada de alguma multa, o produto desta reverteraé em bene- ficio da caixa assistencial da Loja. ADOCGAO. Ceriménia, também impropriamente chamada ba- tismo, pela qual uma Loja magénica adota solenemente os Lowtons, filhos de membros do quadro, ou um _ anciio. No primeiro caso, cabe-Ihe atender aos gastos de sua edu- cagio, e no segundo, aos de sua subsisténcia. Com este nome também se designa a Magonaria de Mulheres, criada em 1774 pelo Grande Oriente da Franca. (Cf. Batismo; Lowtons; Ma- gonaria de Adocédo.) ADOCAO DE CAGLIOSTRO. Rito de adogao fundado em 1762, em Paris, por Cagliostro. A Loja tomou o nome de Loja Mater de Adogio da Alta Maconaria Egipcia, e foi precedida pela esposa de Cagliostro, Serafina Feliciana. Compunha-se de trés graus: Apren- diz, Companheira ¢ Mestra. Seu fundador usaya 0 titulo de Grao- Copto. Adro 27 ADOLESCENTE. Titulo de 1.° grau do Rito da Unido Alema, de seis graus. ADOMA (anagrama de Amado). Um dos titulos usados pe- los Cavaleiros da Aguia Negra. ADONAI (heb.). 1 — O mesmo que Addénis. £ comumente traduzido por “Senhor"; astronomicamente, € 0 Sol. Quan- do, na leitura, um hebreu deparava com o nome IHVH, cha- mado Jeovd, fazia uma pausa e substituia-o pela palavra “Adonai” (Adni); porém, quando estava escrita com os pon- tos de Alhim, o chamava Elohim. 2 — Um dos nomes, 0 sexto, que se léem nos arcos da Loja grau 13.° do Rito Es- cocés. 3 — Nome que esta no meio do triangulo que osten- ta na metade de seu centro a dguia negra dos Cavaleiros Kadosh, 4 — Palavra de passe e sagrada de varios graus. (Cf. letra A.) ADONIRAM. 1 — Segundo a lenda, personagem acolhido pelo rel Salomfo, por ele instruido no conhecimento dos mistérios e nomeado intendente na edificagio de seu tem- plo. 2 — & representado pelo Presidente da Loja do grau 5.° do Rito Escocés Antigo e Aceito, porém como filho de Abda, da tribo de Dan, e pelo Segundo Vigilante da Loja do grau 8" do mesmo Rito. 3 — Significa, segundo alguns, O Consagra- do pelo Senhor, (Cf. I Reis IV:6, e V:14.) ADONIRAMITA ou Adonhiramita. Franco-maconaria cujo Rito reconhece Adoniram como chefe dos operdrios que Salomio empregou na construg&o de seu templo. (Cf. Hiramitas.) ADORAGAO. Certos sinais e agdes de adoragho praticados nas ceriménias do grau 13." dos Ritos Escocés e de Ménfis, especialmente, e em outros Ritos, ADORAM. Contragio de Adoniram. (Cf. I Crén. 10:8.) ADORMECER. £ 0 mesmo que abater colunas. ADORMECIDO. Diz-se de um macgom ou Loja que cessou suas atividades, ADORNOS. Sio as alfaias magénicas: o avental, a faixa e as jéias do grau, Seu uso é obrigatério nas sessdes magnas, porém o avental, tendo cariiter de vestimenta, é indispens&- vel em todas as sess6es, salvo nos altos graus em que seja regularmente substituido por outra insignia. (Cf. Ornamentos.) ADRO, lat. atrium: pdtio, alpendre. PAtio em frente ou ao redor de uma igreja. Entre os judeus, designava o terreiro cireundando o taberndculo; entre os magons, compreende o terreiro ou espaco em frente ao Templo. (Cf. Atrio.) 28 Adyvogado AD UNIVERSI TERRARUM ORBIS SUMMI ARCHITECTI GLORIAM. Timbre dos documentos outorgados e expedidos pelos Soberanos Grandes Inspetores Gerais ou Supremos Con- selhos do grau 33.* do Rito Escocés Antigo e Aceito. Signi- fica: A gléria do Sumo Arquiteto da Terra e de Todo o Uni- verso. ADVOGADO. Chama-se Advogado dos acusados, no Rito de Ménfis, um dos onze membros do Supremo Grande Tribunal dos Patriarcas Defensores da Ordem. £ o terceiro em ca~- tegoria e tem o titulo de Patriarca da Ordem, AFRICA. 1 — Também existem Lojas magénicas no continen- te africano, tendo sido fundada a primeira em 1736, na Cos- ta do Cabo. Posteriormente se criaram outras no Cabo da Boa Esperancga, Tinis, Argélia, Marrocos, Morbom, Cairo e Alexandria, bem como nas Dhas Mauricio, Madagascar, Ca- nérias, Santa Helena e Ascensio. 2 — Lado sul da Loja de Adogio. AFRICANOS. Denominacgio dada aos magons do Rito dos Irmfios Africanos, ou, também, Ordem dos Arquitetos da Africa, A.*. G.*, Iniciais que figuram nos atributos dos graus 7.° e 12” do Rito Escocés. Simbolizam que foi Deus o Grande Arquiteto do Templo de Salomio. AGAPAR-MELETAM (“exercitar-se em amar"). Palavra de admissio ao grau de Adelfa, ou seja, ao grau 1.* da Ordem de Palddio ou Soberano Conselho da Sabedoria. & uma das palavras de reconhecimento, que tem de ser acompanhada do sinal correspondente e acrescida da frase: Eu O reconheco porque descendo d’Ele. AGAPES (gr.). Refeicgio em que os cristios primitivos se reu- niam para comemorar a ultima ceia de Jesus Cristo com seus discipulos, e davam-se mutuamente o ésculo de paz e fra- ternidade. Estava associada A Eucaristia. Ambas essas ceri- ménias foram depois separadas, e por Ultimo os agapes fo- ram suprimidos pela Igreja, alegando pritica de abusos. A Magonaria o conserva nos graus capitulares. (Ver Banguete.) AGARRA DO LEAO ou AGARRA DO MESTRE MACOM. Ce- riménia usada no grau 3.° simbdélico (Mestre Magom), alusi- va & terceira e bem sucedida tentativa que, segundo a lenda, fizeram os Mestres, apés duas anteriormente fracassadas, pa- ra erguer o caddver de Hiram Abiff, vilmente assassinado e sepultado. Misticamente simboliza a invencivel e infalivel as- sisténcia que, no final das cruciantes provas do Iniciado per- Agua 2 severante, lhe presta o Altissimo ou o poderoso Mestre dos Mestres, simbolizado no leJo. Tal é o que, em relacio a Cris- to, ilustra o seu Evangelho (Marc. 15:34; Apoc, 4:10-12; 5:5), e tal é o significado esotérico da “poderosa agarra da pata do lefio da tribo de Judi" entre duas mios. Como diz o irmdo W. L. Wilmshurst: “A alma deve, voluntdria e cons- cientemente, passar por um estado de extrema desvalidez, do qua! nenhuma terrena mio pode tird-la, e do qual, ao ten- té-lo, se revelara escorregadia. Até que, afinal, do Trono desce a Ajuda Divina, que, com a “agarra do lefo” de oni- potente poder, ergue a ficl e¢ regenerada alma & unido Consi- go, num amplexo de reconciliagdo apés a expiac&o dos pe- cados” (The Meaning of Masonry, p. 43). (Cf. Década, 8; To- que do Mestre.) AGATA ou Agatha. 1 — Pedra preciosa, assim denominada por ter sido encontrada num rio da Sicilia com 0 mesmo no- me. 2 — Figura simbolicamente nas lendas magOnicas, mor- mente na lenda saloménica. AGATOFILOS, Nome de dois oficiais dentre dez dos subal- ternos que integram a Ordem ou Rito Sagrado dos Sofisios. Substitui, quando necessirio, o oficial superior chamado Agatos. AGATOS. Um dos sete oficiais superiores do Rito Sagrado dos Sofisios. (Ver Agatdfilos.) A.". G.*. D.*. G.", A.*. D.*. U.*, Iniciais usadas pelos macons e que na lingua portuguésa correspondem & saudacio 4 Gloria do Grande Arquiteto do Universo. AGENDA DOS TRABALHOS. Temério de uma reunifo, para discussio ou redacio do processo verbal. AGGEU (heb.), “festival do Senhor". 1 — Um dos profetas menores do século VI a. C. £2 — Resposta dada no grau 32." todas as quintas-feiras ao ouvir-se o nome correlativo dos pro- tetores da Ordem. AGNUS-DEI, lat., cordeiro de Deus. Pedaco de cera com a ima- gem de um cordeiro, bento pelos Papas no primeciro ano do seu pontificado, e depois, de sete em sete anos. AGUA. 1 — Um dos quatro elementos purificadores nas ceri- monias de iniciagio ou elevacgio do candidato; os outros trés so: a terra, o fogoe o ar. 2 — £ o sinal da dgua nos graus 20.* e 29.* do Rito Escocés Antigo e Aceito e no mesmo grau No Rito de Ménfis. (Cf. Ablucdo.) 30 Agua Lustrol AGUA LUSTRAL. Emblema da purificagio de um templo ma- gOnico. AGUA SECA. Nome simbélico do sal nos banquetes do Rito de Adogao. AGUIA. Esta ave figura simbdlicamente em quase todos os graus da Maconaria, conhecido pelo nome de Filosdficos ou Altos Graus. E emblema da audacia, perspicdcia ¢ génio com que se deve contemplar, serena ¢ fixamente, a deslumbrante luz da Verdade, bem como a Vitoria. AGUIA BICEFALA. Distintivo dos mais elevados graus da Maconaria Filos6fica e Administrativa, e emblema do grau 33.* dos Ritos Escocés e de Ménfis. Figura nos simbolos dos Ca- valeiros Kadosh, Principes do Real Segredo e Soberanos Gran- des Inspetores Gerais. AGUIA NEGRA. Aguia bicéfala que simboliza especialmente o grau e os nomes dos Cavaleiros Eleitos Kadosh. AGUIAS, As Duns Sociedade Magdnica do sistema de Zin- nendorf, que, fundindo-se com outras, constitul desde o ano de 1787 a Academia Swedenborguiana, que posteriormente se tornou publica sob a denominacio de Os Iluminados de Avinhdo, AHCHUA (Frater Domini, Lat. “Irmfio do Senhor"), Um dos seis porteiros do Templo de Salomfo, segundo o Ritual dos Principes de Jerusalém, grau 8° e grau 1.° do segundo Tem- plo de Escocismo Reformado. AHDIR ou Adir, Adirim. Palavra dnica do Supremo Conse- lho, grau 89.", e palavra segunda do Supremo Conselho, grau 90.", ambos do Rito de Misraim. AHIMAAS (heb.). £ — Filho e sucessor do sumo sacerdote Zadoc, no tempo de Salomio (J. Reis 6:8). 2 — Um dos 12 Principes de Ameth que Salom4o nomeou governadores de Isracl e chefes das tribos (1. Reis 4:15). 3 — Nome repre- sentado no grau 11.° do Rito Escocés por uma das doze luzes que iluminam o Capitulo dos Sublimes Cavaleiros Eleitos. AHIMAN-REZON. Vocdibulo composto de trés vozes hebrai- cas: ahim, irm&o; manah, preparar; ratzon, lei. Portanto, literalmente significa @ lei dos irmdos preparados. Na ter- minologia magénica se d& este nome ao livro que retine todas as regras e regulamentos da Fraternidade, atinentes as obri- gacdes e direitos dos membros e. oficiais de uma Loja. Ex- Alcorao 31 plica pormenorizadamente as ceriménias a empregar em todos os atos dos Ritos, e condensa uma resenha completa dos prin- eipios fundamentais da Maconaria. Uma obra destas pos- sui quase todas as jurisdigSes magénicas, como comple- mento As Constituigées e Regulamentos das Grandes Lojas. AHOLIAB, V. Ooliab, A.*. J.*. Segundo Casard, abreviatura da palayra sagrada do grau 3." da Magonaria de Adocao. AKAR (heb.). Um dos trés nomes gravados sobre o fuste de uma das colunas que figuram na caverna do terceiro departa- mento, nas recepgdes dos Cavaleiros Rosa-Cruz de Kilwinning e de Heredom. (Cf. Achar.) ALAMBORT. Um dos Nove Mestres Eleitos mandados por Sa- lomao em busca do assassino de Hiram, segundo o Rito dos Grandes Arquietos de Heredom, grau 6." do Escocismo Re- formado, ALARMA. 1 — Sindnimo do Irmo Terrivel nas recepgdes dos Cayaleiros Rosa-Cruz de Kilwinning, grau 46° do Rito de Misraim. 2 — Toque ou sinal de perigo iminente ou apro- ximagho de profanos. ALAVANCA. Um dos instrumentos simbdlicos do Companhei- ro, alusivo & Perseveranga e Forga moral. Segundo Mme. A, Gedalge, “simboliza a forga irresistivel da vontade, secunda- da pela inteligéncia e pela bondade... Mas a régua deve sempre acompanhar a alavanca, pois toda aco, nio submis- sa ao dever, A eqilidade, seria prejudicial”. ALBA. 1 — Em alguns graus, a hora simbélica em que se abrem os trabalhos ou sessées. 2 — Vestimenta sacerdotal com que se adornam os Grandes Pontifices do Santo Real Arco, 3 — Grau 4." e Gltimo da Magonaria do Real Arco ou de Torque. ALCANTARA, Cavaleiro de. Um dos titulos que os magons ingleses possuem com o distintivo de chevaleries, e que as Grandes Lojas nio reconhecem mas toleram. ALCORAO (Ar. Qur'an, “leitura"). Livro sagrado dos maometa- nos, escrito no mais puro drabe e hoje traduzido em cerca de 40 linguas, segundo autores mucgulmanos. Conforme a doutrina ortodoxa maometana, contém esse livro as revelagdes feitas por etapas pelo Arcanjo Gabriel a Maomé, as quais foram escritas e editadas por seus discipulos depois de sua 32 Aleluia morte. Constitui o padrfio de fé e conduta, e a fonte dnica do direito, moral, civilizacio e administragio do povo islamita, e figura como o Volume do Conhecimento Sagrado em suas Lojas macgOnicas. ALELUIA. CAntico de louvor e alegria pronunciado em mui- tos graus e diversos Ritos, nos sinais e toques, sob a forma de palavras de passe ou palavra sagrada, ALESIA. Antiga praca forte ao Oriente da Gilia, hoje conhe- cida como Alise St. Reine, da Costa de Ouro, situada na con- fluéncia dos rios Ose e Oserain, cuja rendigao a Julio César marcou a conquista final da Gilia, A seu respeito diz Ragon em sua Ortodoria Macénica, p. 22: “A antiga metrépole, tumba da iniciagio druidica e da liberdade das Galias." (Cf. Mistérios Druidicos; Mistérios na Europa, Desaparecimento dos.) ALETHE (gr.). Uma das palavras sagradas do dltimo grau do Rito de Adocio, com o significado de Verdade, ALETHEIA e¢ SIGE, gr. “Verdade e siléncio". Palavra mestra e de passe das Soberanas Ilustres Escocesas, grau 5.” do Rito de Adogio, Alguns tratados consignam erroneamente Aletida, ALETOPHILOTA, “Amigo da Verdade". Titulo dado ao Mes- tre dos Sagrados Egipcios, no grau 8. dos Arquitetos da Africa. . ALEXANDRE, Primeira palavra da Ordem do exército das quartas-feiras, no grau dos Principes do Grande Segredo, grau 32." do Rito Escocés Antigo e Acecito. Alude a Alexan- dre Magno, que foi discipulo de Aristételes. ALEXANDRE GILBERT. Notdvel macom construtor, que fir- mou a célebre Carta da Escécia, em 1439, da qual querem alguns escritores deduzir a origem das leis da Ordem. ALEXANDRIA. Famosa cidade do baixo Egito, na qual se introduziu a Ordem macénica em 1810, por influéncia dos exér- citos franceses, segundo alguns autores. ALFA — Veja-se Alpha. ALFABETO ANGELICO. Talvez alusfio 4 linguagem alegéri- ca dos deuses ou A lingua sagrada de algumas religides ou povos. © Rito Escocés, principalmente o seu grau 4.°, faz referencia a este alfabeto, ALFABETO MACONICO. Como as demais instituigdes inicid- ticas, a Maconaria adota varios alfabetos convencionais, cujo Alta Masonaria 33 uso, no entanto, parece cada vez mais restrito A interpreta- gio de grifos magénicos. No quadro 2." 1, & pagina 16, se encon- tram os sistemas hieroglificos alemio, inglés ¢ da Idade Média, com as chaves respectivas. ALFAIAS. Sio os méveis, adornos, jéias e distintivos da Ofi- cina e oficiais, que nos Ritos e ceriménias em geral servem para caracterizar virtudes, preceitos, dignidades e fungées, (Cf, Adornos; Jéias; Moveis.) ALFAIATES, Grémwo dos. Um dos antigos ramos do Com- panheirismo, que tinha uma iniciacio particular, em que o aspirante passuva simbolicamente pelas paixdes do Cristo, fi- gurado por ele. ALIANGA. 1 — Primeira palavra que se pronuncia ao dar- “se © segundo toque dos Sublimes Escoceses de Heredom. 2 — No Rito de Adogio, grau de Mestras Perfeitas (4."), cada irmé admitida é distinguida com uma alianga de ouro, contendo a palavra sagrada. ALICATES. { — Simbolicamente, séo as tesouras. 2 — Nos banquetes do Kito de Adoc&o, sio os garfos, (Cf. Espeques. Tenazes,) ALINHAR OS CANHOES. Dispor os copos e as garrafas so- bre uma linha marcada por uma fita da cor do Rito, nos tra- balhos de banquete. ALNWICK, Manuscrito de. Um livro de atas magénicas mais antigo, que se conserva e que remonta ao ano de 1793, e do qual em 1871 Guilherme J. Hughan publicou uma ccoia. ALOVAN. Nome que até 1789 ocultou a Ordem do Santo Sepulcro. ALPH« e OMEGA. Primeira e tiltima letras do alfabeto gre- Bo, bordadas, respectivamente, em cima ¢ embaixo de um lis- tro carmesim usado pelos Grandes Pontifices ou Sublimes Escoceses, grau 19." do Rito Escocés Antigo e Aceito. Alu- dem a Deus como principio e fim de todas as coisas. ALQUIMISTAS. Uma classe de macons herméticos, que as- sim se denominavam e que no grau Rosa-Cruz usavam as ini- ciais <.N.R.1, alusivo a este aforismo da Alquimia: “Jgne nitrum ro.is invenitur.” (Cf. LN.RL) ALSIMPHOS. Palavra de passe do “Fildsofo Sublime” do grau 53.° do Rito de Micraim. (Repete-se trés vezes esta palavra.) ALTA MACONARIA. 1 — Assim se denomina o grupo dos seis graus maig elevados no Rito dos Filaletes ou Buscadores da 34 Alita Observancia Verdade. 2 — Idéntica denominac&o se da A parte de legis- lag&o, organizacio e principios. franco-macénicos relativos aos Ultimos graus do Rito Escocés, de Kadosh em diante. ALTA OBSERVANCIA. Desmembramento do Rito da Estrita Observancia; em seus trabalhos e reuniées se ocupava de al- quimia, magia, cabala, evocacdes, ete. (Cf. Estrita; Exata, e Lata Observancia.) ALTAR. Espécie de mesa em que os antigos egitos e outros povos ofereciam sacrificios a suas divindades. Depois da erecio do Taberndculo, entre os hebreus apareceram duas espécies de altares: o dos sacrificios e © do incenso, Pode- -se considerar o altar macénico como a representacio de am- bas essas formas, Deste altar se eleva constantemente ao Supremo Arquiteto ou ao Grande Eu Sou, o grato incenso do amor, consolo e verdade fraternais, enquanto que sobre ele s&o sacrificados os apetites mundanos ¢ as indominadas pai- xdes dos irmiios, em holocausto ¢ ao génio de sua Ordem. A forma adequada de um altar macénico 6 um cubo de 0.99 m de aresta, com quatro cornos, um em cada Angulo, Sobre esse altar se colocam a Biblia, o esquadro e o compasso; ¢ ao seu redor, em disposicfo triangular e devidamente colo- cadas, quando o Ritual nfo determine outras posicdes — repre- sentando o Venerdvel, o Sol (1.° V.) e a Lua (2.° V.) — estdo as trés Luzes Menores. Nas Lojas MacOnicas h4 no altar, ou préxi- mo, ou acima dele, pendente no centro do quadrado oriental, uma luzinha acesa, com um tubinho de cristal de cor de rubi, que simboliza o reflexo da Divindade na matéria e corresponde exatamente A lampada que nas Igrejas catdlicas arde per- petuamente diante do sacrério onde estd guardada a Héstia. ALTAR DO FOGO. Usa-se no grau 4.° do Rito de Adogilo, co- locado num dos Angulos da Loja. ALTAR DOS HOLOCAUSTOS, £ o que Se emprega no grau 23.° do Rito Escocés, que também usa o Altar dos Perfumes. ALTAR DOS JURAMENTOS. Existe em todos os Ritos, para esse fim, exceto no Rito Moderno ou Francés. ALTAR DOS SACRIFICIOS. £ o que se coloca no Norte, nas ceriménias do grau 5.° do Rito Moderno ou Francés. ALTAR OCTOGONAL. £ 0 que se emprega nas Lojas do 1° grau da Maconaria de Adocio. ALTO CORPO REGULAR. Grande Oriente, Grande Loja ou Supremo Conselho,

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