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TCC Projeto Modelo Sala Do Cinema Brasileiro
TCC Projeto Modelo Sala Do Cinema Brasileiro
TCC Projeto Modelo Sala Do Cinema Brasileiro
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
ILAN IGLESIAS
LARISSA MARTINA MATEUS PINTO
Salvador – Bahia
2008
1
Ilan Iglesias
Larissa Martina Mateus Pinto
Salvador – Bahia
2008
2
Agradecimentos
semestres nos quais construímos este TCC; a Edyala Yglesias pela ajuda prática; a
Sampaio pela pronta colaboração; aos nossos colegas pelas sugestões iniciais e finais; e,
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Resumo
projeto cultural modelo “Sala do Cinema Brasileiro”, que prevê a criação de salas de
4
Índice
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Memória
Ilan Iglesias
6
APRESENTAÇÃO
Bahia e tem como objetivo principal a graduação neste. Sobre esta base, o projeto aqui
Produção Cultural e tem como foco a criação de um produto, um projeto modelo para
uma sala de cinema voltada exclusivamente para filmas nacionais, como proposta do
A escolha por fazer um projeto voltado para a área cinematográfica se deu por
escrever projetos culturais, pondo em pratica aquilo que foi aprendido no curso, e
outros dois formavam o “Três Histórias da Bahia”. Senti orgulho de ver toda a euforia
do lançamento no Multiplex do Iguatemi, embora ainda não compreendesse que ali era
um caso isolado e que momentos como aqueles são raros na cena cultural do cinema no
estado da Bahia.
surgiu de uma inquietação própria dos jovens sonhadores que não conseguem
ufanista, queria ver mais e mais filmes de amigos, parentes, vizinhos, colegas chegando
ao cinema, então expus a idéia a minha parceira de tantos trabalhos Larissa Martina, que
7
EMBASAMENTO TEÓRICO
levantamento histórico dos incentivos para o mercado exibidor nacional e das leis de
Brasil. Ela era chamada de “Salão de Paris no Rio”, uma vez que trazia ao Rio de
“vistas animadas”. Mas foi somente a partir de 1907 que se pôde ver uma articulação
Já entre 1912 e 1922 o que se viu foi o crescimento de salas itinerantes que
rentabilidade dos filmes produzidos no Brasil na época fizeram com que a sua
distribuição fosse feita por agentes isolados, à base de comissão, em regiões pobres e
distantes, longe das grandes agencias de distribuição e dos olhos da fiscalização. O que
se viu, portanto, foi uma exagerada falsificação de números, roubo de cópias e bilhetes
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Por outro lado, após a primeira guerra, o sistema exibidor no Brasil ganha
impulso e sofisticação, e as salas que precisavam de uma reforma desde 1910, ganham
enquanto que o movimento cinematográfico nacional ainda não consegue ver o filme
como um produto realizado para um mercado, e perde cada vez mais espaço a partir da
invenção do filme falado por conta da falta generalizada de verbas para adquirir os
porte foram forçados a fechar suas portas por conta do alto custo de equipamento e
manutenção que os filmes falados tinham trazido, mas ao mesmo tempo foi percebida
defesa da indústria nacional. É dessa época a primeira política de quota de telas, que
genuinamente brasileiro por ano (sete dias de exibição 1); a criação do “complemento
Propaganda, que servia como uma espécie de censura e que chegou a proibir, por
1
AMÂNCIO (2000, pp. 57).
9
Ainda nesse setor, mas em 1946, com o presidente Dutra, a lei de quotas é
modificada e passa a exigir que durante o ano três filmes brasileiros de longa-metragem
fossem exibidos pelos cinemas, sendo que esses filmes teriam de ser declarados como
perceberam que não bastaria que o cinema brasileiro fosse economicamente viável, com
O período que se segue ficou conhecido como Cinema Novo e trouxe grandes
propostas pelos cinemanovistas, o grupo criou a Difilm que permitia que seus filmes
fossem postos no mercado exibidor de forma menos onerosa. Eles haviam percebido
que um esquema industrial era vital para a manutenção de uma produção regular e de
sua apresentação ao público, uma vez que estava clara a preocupação do grupo em
atingir a audiência.
promover uma maior presença do filme nacional em seu próprio mercado. Após a sua
10
ano, ao longo de uma década, e foi criada a “lei da dobra” um mecanismo que permitia
responsável por grande parte da produção brasileira nos anos 60 e 70, e na década
pornochanchadas evoluem para filmes de sexo explícito que, além de não levarem
pretensão apareceram em São Paulo enquanto que no Rio o que se percebeu foi uma
Já na década de 90, com o presidente Fernando Collor no poder, o que se viu foi
11
das leis de incentivo ao cinema, e da Embrafilme, empresa produtora e distribuidora de
filmes. Collor criou então uma Secretária da Cultura, atrelada diretamente à presidência
que, na contramão das outras medidas, promulgou a Lei n° 8.401/92 que buscava em
1991, também chamada de Lei Rouanet. Foi através dessa lei que o PRONAC foi
instituído com a finalidade de captar e distribuir recursos para o setor cultural brasileiro,
Mas a lei de mais importância para o setor cinematográfico e que também foi
cujos resultados mais expressivos começam a ser constatados a partir de 1995, como
desde esse ano que surgiu o concurso para curtas-metragens, premiando 40 projetos.
217 milhões de reais em três anos, permitindo que o cinema saísse do estado de letargia
ano, entre 1995 e 2000 mais de 200 longas foram realizados e lançados, os expectadores
12
Outra medida interessante tomada nos anos 90, mais precisamente em 1992, foi
criação a distribuidora comercializou até o ano de 2007, 164 títulos inéditos, sendo que
50% do total de filmes nacionais distribuídos. A RioFilme ocupa uma posição singular
na gestão dos negócios do cinema, embora seu patamar de filmes comercializados, que
precisa encontrar novas distribuidoras e soluções para colocar seus filmes no mercado.
Foi ainda nessa década que se viu a chamada retomada do cinema nacional.
eixo principal em sua produção. Vemos também uma reformulação estética que vai
de qualidade. Entretanto esses esforços não se fazem sentir no setor de exibição, que em
pouco tempo foi tomado pelo capital estrangeiro, com a entrada dos multiplex, as
na seara do audiovisual nacional, deixando que ficasse sobre o poder do capital privado
estrangeiro, o que culminou na extinção dos cinemas de bairro e populares. Além disso,
com o surgimento das salas multiplex, grande parte da população, sobretudo grupos de
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baixa renda, deixou de freqüentar os cinemas por não possuírem renda suficiente para
maior parte dos espectadores. Aos filmes brasileiros restou buscar espaço nas salas
alternativas e de arte, além de festivais do gênero, que vão a lugares onde não há salas
nacionais
um todo.
Atualmente o Governo financia diversos filmes através das leis de incentivo, contudo,
esse investimento é feito a fundo perdido, não obrigando que os produtores e diretores
para cada diretor se cria uma produtora nova, reforçando a falta de núcleos produtores
produtiva, visto que grande parte dos filmes não chega sequer a ser exibido em uma sala
de cinema. Isso se deve ao fato da baixa rentabilidade dos filmes brasileiros, como
afirmam os empresários das grandes redes exibidoras, que reclamam das cotas de telas
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para filmes nacionais, que hoje é de 28 dias para salas individuais e 63 dias para
multiplex, alegando que são obrigados a manter salas vazias com os filmes brasileiros2.
Por outro lado essa falta de interesse do público pode ser reflexo
estética dos filmes hollywoodianos de divertimento, a maior parte dos expectadores não
se lembra da importância do filme nacional por que o nosso passado não é de fácil
Todavia, o impacto que o filme nacional causa no espectador é muito maior que o
“(...) Um cinema nacional é para o público, uma experiência única, pois é visto
com olhos bem diferentes daqueles com que é visto o cinema estrangeiro. A produção
estrangeira de rotina não passa, para a platéia, de divertimento. Filmes mais ambiciosos
oferecem-se aos amadores da arte como objetos que solicitam um bom funcionamento
de sua sensibilidade e de seu gosto. Raros são o casos em que o filme estrangeiro
conjunto de sua pessoa. O filme nacional tem outro efeito. Ele é oriundo da própria
realidade social, humana, geográfica, etc., em que vive o espectador;é um reflexo, uma
interpretação dessa realidade (Boa ou má, consciente ou não, isso é outro problema).
Em decorrência, o filme nacional tem sobre o público um impacto que o estrangeiro não
costuma ter. há quase sempre num filme nacional, independente de sua qualidade, uma
provocação que não pode deixar de exigir uma reação do público. Tal reação não resulta
somente de uma provocação estética (pode sê-lo também), por que o filme nacional
implica o conjunto do espectador, porque aquilo que está acontecendo na tela é ele ou
ou não. Essa interpretação, consciente ou inconsciente, ele não pode deixar de aceitar ou
rejeitar. Esse compromisso diante de um filme nacional, do espectador para com sua
2
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u356493.shtml . Acesso em 12/11/2008
15
própria realidade, é uma situação à qual não se pode furtar. (...)” (BERNADET, 1967,
pp.15-16)
disso é o “Projeta Brasil” realizado pela rede Cinemark, que todo ano, no dia 5 de
brasileiros, com uma política de preços populares. No ano de 2007, Salvador participou
pela primeira vez do projeto, e o que se pode perceber foram salas cheias, mesmo as
segundas-feira.
como obra, não só como valor comercial, mas acima de tudo como um fenômeno
destinatário final, o público, empregando assim, o gosto por um cinema brasileiro que a
cinematográfica nacional.
historia. Essas trocas são frutos, principalmente, dos avanços tecnológicos e das
necessidades mercadológicas.
16
Desde suas origens, a técnica empregada para a construção das imagens em
própria película. A segunda grande mudança foi a transição do filme em preto e branco
e exibição, ou seja, na substituição das tecnologias analógicas até hoje empregadas por
por tanto, cada setor apresenta vantagens e desvantagens específicas no que se refere a
sua transição.
Embora o cinema digital ainda não tenha uma qualidade superior ao cinema
optamos por utilizar equipamentos digitais na Sala do Cinema Brasileiro pela sua
sem a necessidade de uma longa operação na troca dos filmes, tornado a programação
operacional. Com a projeção digital a figura do projetista é reformulada, não sendo mais
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necessário a permanência dele na cabina, podendo as seções ser administradas de
dvd. O aumento da qualidade da imagem projetada com uma maior gama de cores,
contraste e brilho mais fortes. E por fim, a maior resistência do suporte que mesmo após
para os de projeção.
THX, desenvolvido por George Lucas em 1982, com o intuito de promover uma
18
PROJETO CULTURAL
Características
objetivo ou destino a qual se propõe. Ele pode variar a sua apresentação a depender do
Umbelino Brasil, um projeto cultural deve ser entendido como um plano prospectivo de
Importância
formatação escrita. Ela está presente desde a criação das idéias e propostas que fazem
deste profissional, que através de sugestões e ações efetivas promova produtos que
Partimos para a formulação das idéias que norteariam a criação de uma sala
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fisicamente aqui na cidade do Salvador e em seguida depois de muita discussão interna
decidimos que seria mais interessante neste momento propor um projeto cultural
modelo, que pudesse ser implantado em qualquer região do país, principalmente nas
definisse a “brasilidade” dos filmes, então neste momento recorremos a Ancine e nos
Um fator importante que decidimos estabelecer para o projeto foi seu caráter de
preços compatíveis com o salário mínimo vigente (quatro reais o preço do ingresso)
como forma de acesso a camadas de baixa renda da população baiana. Esse tipo de
iniciativa permite que pessoas que não tem condições e não costumam freqüentar
Brasileiro” teria essa iniciativa como uma das suas características principais, com o
intuito de resgatar parte da população que hoje é exclusa dos cinemas devido aos altos
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preços do ingresso. O preço do ingresso a ser cobrado será de o equivalente a 1% do
programação, e seu objetivo é criar o gosto no espectador, tanto adultos quanto jovens,
sua historia.
nacional.
mostras ou festivais, tornam-se raras as vezes que esse tipo de filme consegue ser
Decidimos por vez que a programação básica deveria passar tanto filmes de
longa, como curtas e médias-metragens. A sessão pode ser dividida de acordo com a
duração dos filmes, podendo ser um curta e um longa, três curtas, um curta e um média-
metragem, etc.
21
Projeto Cultural - Metodologia
orientações básicas.
comunicação, plano de cotas (patrocinador), avaliação dos resultados, ficha técnica, etc.
atividade e ação que será desenvolvida, quando e onde acontecerá, como surgiu a idéia,
realizado. Quais as razões para desenvolvê-lo, o que o diferencia dos demais, quais seus
principais atributos positivos, qual a contribuição que ele traz para a comunidade. Deve
público informações como local onde o projeto vai acontecer, ação ou atividade cultural
3
Disponível para download em www.funceb.ba.gov.br
22
desenvolvida, proposta cultural do projeto. É importante também que se faça uma
estimativa de público.
objetivos listados.
precisa detalhar o valor unitário de cada item, a quantidade necessária e o valor total
este deve ser financiado com recursos públicos. Deve conter ações ou atividades que
impactos e resultados da ação cultural. Essa avaliação pode ser feita segundo diferentes
outros.
(patrocinador), etc., não foram utilizados por se tratar de um projeto modelo. Estes
23
CONCLUSÃO
muito mais do que uma boa idéia. É preciso uma grande habilidade de gestor para
do objetivo do projeto.
com a realização deste projeto que conseguimos por em prática atividades essenciais
Com tudo isso, devo ressaltar que a construção deste TCC foi bastante
recompensante mesmo apresentando alguns obstáculos pelo caminho, e que este será o
embrião do projeto que desejamos enviar para a ANCINE e apostar na estruturação real
REFERÊNCIAS
24
<http://www.ancine.gov.br/media/Relatorio_de_Acompanhamento_Financeiro_2006-
atualizado_em_10052007.pdf>. Acesso em: 8 maio 2007.
OLIVEIRA, Gleise de. et. al. Análise de públicos dos cinemas de Salvador: dados
gerais. 2007. Trabalho solicitado pela disciplina obrigatória Oficina de Análise de
25
Públicos e Mercados Culturais/COM 134 – Curso de Produção em Comunicação e
Cultura, UFBA. Salvador, 2007. 1 CD-ROM. Produzido pelos alunos.
26
Memória
Larissa Martina Mateus Pinto
27
Apresentação
produtor, que deve saber como adequar sua criatividade a interesses públicos, no caso
Mais tarde, na Oficina de Gestão Cultural, pude analisar outra faceta importante
específico sobre seu núcleo de trabalho, seja ele do mundo das artes ou não.
Cinema descobri para além de um interesse na área, uma grande curiosidade quanto aos
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filmes que eram produzidos em nosso país. Embora nenhuma dessas matérias tenha me
dado informações específicas sobre o cinema que era e é feito no Brasil, foram elas que
construção deste TCC seja permeado por análises desse tipo. Estagiei, inclusive, na
nos últimos seis meses, extrair ensinamentos que também me guiam no momento de
construir esse TCC. Meu trabalho tem me dado grandes demonstrações de como
que isso, tenho notado que projetos culturais que promovem a implantação de bases
sólidas para o consumo cultural são de enorme importância para qualquer setor da
formação profissional, afinal são eles que estabelecem decisivamente as bases para a
Assim, quando fui convidada pelo meu colega e sócio Ilan Iglesias para escrever
em tal trabalho todo o conhecimento que conseguimos reunir durante quatro anos,
dentro da faculdade e fora dela, podendo por a prova não só nossas habilidades de
29
A Idéia
XX, e que foi utilizada como ponto de partida deste TCC, é fato que o governo
estabelecer bases sólidas para um mercado exibidor forte para os filmes aqui
produzidos.
número mínimo de dias que devem ser reservados à exibição de títulos nacionais dentro
fiscalização, e de incentivos para sua aplicação. A lei ainda demonstra uma velha rusga
segundos exigem uma diminuição do número de dias dedicados às obras nacionais por
conta dos prejuízos que vêm sofrendo em conseqüência da pouca audiência que tais
filmes despertam.
Uma nova iniciativa, no entanto, traz alguma esperança para o setor. Com a
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de bens e serviços necessários para abrigar uma ou mais salas de exibição destinadas à
elaborada.
Assim, ficou claro que a criação das bases para um mercado exibidor sólido para
os filmes nacionais deva traçar outros rumos. É justamente a partir desta constatação
que surge a idéia de elaborar o projeto “Sala do Cinema Brasileiro” aqui apresentado,
tomando como base as leis já existentes no país que possam beneficiar o setor
O Projeto
culturais divulgadas pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, FUNCEB, que através
31
Orientações para Elaboração de Projetos Culturais – FUNCEB:
De acordo com esse documento, um projeto cultural deve apresentar dez tópicos
deixando claro ao leitor do que ele se trata, onde e quando ele será realizado, quem são
os envolvidos e qual o seu público alvo. Para a elaboração desse primeiro tópico, foi
usada toda a pesquisa realizada ao longo dos três semestres que tivemos para
desenvolver o projeto, ou seja, desde a vasta bibliografia utilizada como base teórica
desse trabalho e que conta com informações sobre o mercado de vídeo e cinema em
nosso país, até informações de caráter prático coletadas a partir de relatórios sobre
Cinema Brasileiro”.
projeto. Deve ser mostrado aqui, por exemplo, o seu diferencial e o que o torna
importante no contexto em que ele se insere. Para fundamentação desse tópico foram
cinema brasileiro; um estudo de caso, cujo tema central foi a cidade de Salvador,
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projeção digital; e estudos sobre a importância do cinema nacional para a formação
ao mesmo tempo em que mais diretas dos objetivos, do público alvo do projeto e dos
resultados previstos, já citados nos dois tópicos anteriores, e que, portanto, demandaram
metas interessantes que poderão ser atingidas ao longo do processo. O público alvo
assim como alguns dados quantitativos sobre o público geral de cinema no Brasil e sua
forma clara e objetiva os resultados numéricos que se pretende atingir. Para auxiliar a
elaboração desse tópico foi tomado como exemplo o perfil de público do Grupo Sala de
Arte traçado pela própria empresa, e que revela parâmetros com os quais se pode traçar
dividido em duas etapas, foi demonstrado o organograma que será utilizado e a função
manual para elaboração de projetos culturais da Funceb, mas é fundamental para que o
projeto em questão se torne mais completo, e mais explicativo. Assim, para sua
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confecção foram pesquisados sistemas já utilizados no Brasil e que possam garantir
foram escolhidos por estar presente nas melhores salas de exibição ao redor do mundo.
dependências da sala de cinema. Para confecção deste tópico, foi necessária a ajuda de
Aline Sodré.
A seguir aparece o ponto “retorno de interesse público”, que deve apontar com
O que foi realizado, portanto, neste tópico, foi um detalhamento sobre dois dos
cinema, que atendem não só a “Sala do Cinema Brasileiro” mas podem beneficiar todo
o circuito comercial de exibição, assim como colaborar para a formação cultural dos
espectadores.
serão utilizados como balizas para a verificação das metas atingidas ou não pelo projeto,
uma vez que esteja em andamento. Nesse caso a sua formatação também foi baseada no
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que dizem sobre o assunto, as leis de incentivo em que o projeto terá suas duas etapas,
Optou-se então por não formatar o que seria a parte seguinte, o cronograma. Isso
porque, sendo o produto deste TCC um projeto modelo, em cada situação de sua real
execução terá de ser elaborado um cronograma diferente e específico, que deverá levar
Assim a parte que se segue, o financiamento, foi aqui criada como complemento
pleiteados pelo projeto, e explica de que forma esse incentivo pode ocorrer. O último
foi formulado, inclusive, um questionário, a ser aplicado na Sala de Arte - UFBA, com
mesmo depois de inúmeros contatos, o questionário não foi respondido pela instituição
citada, fazendo com que uma pesquisa teórica sobre o assunto tivesse de ser realizada.
podem ser adicionadas ao corpo escrito do projeto. São eles, por exemplo, plano de
comunicação e ficha técnica, mas que não serão aqui apresentados, por conta do caráter
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projetos de infra-estrutura técnica para segmento de salas de exibição, algumas
características devem ser incorporada ao corpo do projeto a ser apresentado. Para fins de
execução deste TCC, no entanto, foram levadas em consideração somente algumas das
complexo de exibição, fazendo com que a cada “Sala do Cinema Brasileiro” que
pretenda ser implantada seja inscrito um projeto diferente. Em segundo lugar, também
por conta do caráter de modelo do projeto em questão, a cada nova “filial”, a série de
de exibição e fruição de obras audiovisuais pelo público, não podendo apresentar, por
necessidades especiais;
Fontes Complementares:
de filme nacional. Após muitas discussões internas sobre o que poderia ser classificado
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tal rótulo, decidimos nos guiar seguindo as diretrizes da Agência Nacional de Cinema
(ANCINE).
Para a ANCINE4:
mesmos.
4
Trecho extraído do inciso V da Medida provisória de nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, disponível
no sítio da ANCINE (www.ancine.gov.br).
5
§ 1o Para os fins do inciso V deste artigo, entende-se por empresa brasileira aquela constituída sob as
leis brasileiras, com sede e administração no País, cuja maioria do capital total e votante seja de
titularidade direta ou indireta, de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, os quais
devem exercer de fato e de direito o poder decisório da empresa. Idem.
37
2. Leis de Incentivo.
e pequenas produções, além de que seu alcance atingisse a qualquer área da cultura,
compreendendo entre outros, segmentos como: teatro, dança, circo, ópera, mímica e
custo zero aos patrocinadores, temos hoje, por exemplo, uma nova e dinâmica fase de
parceria entre Estado e empresas. Só no ano passado (em 1999), gastamos 650 milhões
de dólares importando filmes. Gastamos, por ano, menos de 1% disso para incentivas o
pesquisa sobre as leis federais viáveis através das quais tanto a implantação da sala,
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quanto sua manutenção pudessem ser beneficiadas. Segue aqui, portanto, um breve
• Lei Rouanet
jurídicas são direcionadas aos projetos aprovados pela Comissão Nacional de Incentivo
39
A aplicação dos recursos captados por projetos beneficiados pelo PRONAC é
projetos culturais.
• Lei do Audiovisual
permite à pessoa física deduzir do Imposto de Renda 3% do imposto devido com gastos
pessoas jurídicas, sendo que o limite máximo de aporte de recursos por projeto é de três
milhões de Reais.
produções cinematográficas foram criadas por meio dessa lei. Pelo menos uma delas é
empresa brasileira de capital nacional, poderão, pela primeira vez, ser credenciados
A ação desta lei veio a somar-se aos mecanismos previstos na Lei Rouanet,
mesmo tempo, como pleiteia o produto deste trabalho, desde que para financiar
despesas distintas.
40
3. Cinema Digital.
“Sala do Cinema Brasileiro” foi a discussão sobre o cinema digital. A escolha por
do mercado exibidor.
película, o grão básico do suporte cromático não pode se reduzir abaixo de seu tamanho
atual, ou seja, a textura da imagem já está perto de seu nível máximo. Em segundo
lugar, a luminosidade dos projetores não pode aumentar indefinidamente, uma vez que a
dos riscos. Os espectadores não podem perceber deterioração alguma, nem sequer
perfeitamente estável já que não entra em jogo nenhuma peça mecânica. Com a
tecnologia digital, é possível ainda projetar imagens em telas maiores que 15 metros de
41
Mas além dos benefícios técnicos que ela traz, uma de suas maiores vantagens
reside na possibilidade de não somente exibir filmes com imagem digital, dispensando,
importante, inclusive, dizer que somente nos EUA já existem 4,6 mil salas operando no
contratos que atinjam 22 mil salas, o que significa que até o fim do ano que vem cerca
de 70% do circuito exibidor americano poderá estar operando com projeção digital.
Além disso, os padrões de projeção digital adotados para exibição de filmes, foram
estabelecido através do Digital Cinema Initiative, um comitê criado pelos sete grandes
Sony) detentores de grande fatia do mercado mundial e que, portanto, influenciam nos
42
4. Projetos e Políticas Culturais
Umbelino Brasil, um projeto cultural deve ser entendido como um plano prospectivo de
idéias para a gestão da cultura atendendo tantos aos anseios por novos espaços, políticas
cultural criativa. Isso implica criar e atrair novas audiências, aprofundar o conhecimento
43
condicionado à articulação de várias ações que acompanham o trajeto de um bem
exige uma mudança de foco fundamental, ou seja, não se trata de colocar a cultura ao
(2001)6:
“Em primeiro lugar, nenhuma política que tenha como lema a democratização do acesso
pesquisas demonstram claramente que o sistema escolar, embora não sendo o único
fundamental deve ser trazido à reflexão: as pesquisas francesas indicam que uma
impostas pela origem social, tem de ser pensada em longo prazo, no espaço de pelo
menos duas ou três gerações, pois a construção de um capital cultural requer tempo para
Cinema Brasileiro” uma política de formação de platéia, nesse caso para o cinema
6
Disponível em :
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010288392001000200011&script=sci_arttext&tlng=en>
44
capacidade de abstração mínima, conseguida através da exploração de um trabalho
dialético, da criação de condições para que o espectador dialogue com a obra, e não
Conclusão
apareceu bem no início do processo e diz respeito a pouca confiança que alguns
depositaram na realização deste trabalho. Acredito que agora, mais do que nunca, tenho
plena certeza de que por mais simples que a construção de um projeto cultural pareça, é
uma tarefa exaustiva e complicada para ser realizada somente por uma pessoa,
projeto de forma que ele pudesse atender a todas as exigências descritas na instrução
normativa nº. 61, como era nosso primeiro desejo. Inúmeros documentos não puderam
ser anexados a este TCC, e alguns dos planos técnicos solicitados demandariam mais
45
desta instituição. Pudemos, meu parceiro e eu, realizar inúmeras pesquisas tanto de base
funcionamento administrativo e técnico que cerca uma sala de exibição no Brasil, e re-
graduação.
nutrimos a esperança de, em pouco tempo, conseguir formata-lo de forma completa para
que seja enviado a ANCINE e a “Sala do Cinema Brasileiro” possa sair do papel e se
tornar realidade.
Referências
46
Cinema Nacional - PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de Financiamento da
Indústria Cinematográfica Nacional - FUNCINES, altera a legislação sobre a
Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional e dá
outras providências. Brasília, DF, 2001. Disponível em:
<http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=5631&sid=67>. Acesso
em: 08.12.2007.
OLIVEIRA, Gleise de. et. al. Análise de públicos dos cinemas de Salvador: dados
gerais. 2007. Trabalho solicitado pela disciplina obrigatória Oficina de Análise de
Públicos e Mercados Culturais/COM 134 – Curso de Produção em Comunicação e
Cultura, UFBA. Salvador, 2007. 1 CD-ROM. Produzido pelos alunos.
XAVIER, Ismail. Cinema Brasileiro Moderno. São Paulo: Terra e Paz, 2001.
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Projeto Modelo “Sala do Cinema Brasileiro”
48
Apresentação
O projeto “Sala do Cinema Brasileiro”, aqui proposto, prevê a criação de uma
sala de cinema com tecnologia digital cujas exibições serão restritas a produtos
audiovisuais atestados como brasileiros, de acordo com o definido pelo inciso V da
Medida Provisória de nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001 (ver anexo I). A sala será
implantada em Salvador, Bahia, em caráter de primeira experiência, uma vez que o
projeto deve servir como modelo para outras cidades, principalmente do interior, e
outros estados.
Para tanto, o espaço físico necessário deve ser de aproximadamente 1200m² e
será ocupado por uma sala de exibição com capacidade para um total de 135 lugares,
sendo 131 deles fixos (1 para pessoas com mobilidade reduzida, 1 para pessoa obesa e
129 poltronas convencionais) e 4 para cadeirantes, um hall de entrada com bilheteria e
um café. Para o funcionamento dos espaços da sala serão necessários 10 funcionários,
além da equipe de trabalho do café.
Será criada uma grade de exibição baseada em uma programação básica e 3
sessões complementares que integram o projeto de formação de platéia: a sessão escola,
a sessão infantil e a sessão clássica. É de interesse do projeto, portanto, que a sala de
cinema aglutine tanto atividades de formação de platéia, voltadas para um público mais
jovem, quanto políticas de democratização de acesso à produtos culturais, através, por
exemplo, de preços baixos, com ingressos custando o equivalente a 1% do salário
mínimo ou apenas 1 (um) real e ate mesmo sessões gratuitas, política essa voltada para
um público mais amplo. Além disso, a programação deverá ser composta tanto por
filmes de grande apelo comercial, quanto por aqueles de menor apelo, e mesmo por
filmes antigos, apresentando ao grande público obras essenciais para a cinematografia
brasileira, alem de curtas e medias metragens
Para a projeção será utilizado o Casablanca Digital System, um sistema digital
original, desenvolvido no Brasil, que possibilita qualidade total de som e imagem, com
a projeção do filme sem o uso da película, o que permite maior flexibilidade de
distribuição e programação (conteúdos alternativos, programação on demand etc). Já os
equipamentos sonoros serão escolhidos conforme o estabelecido pelo certificado THX,
um moderno sistema criado nos EUA, que possibilita ao exibidor excelência de áudio
com fidelidade absoluta, além de disponibilizar profissionais para inspeção e
manutanção dos equipamentos.
49
E, por fim, a sala pretende utilizar para sua reforma e implantação incentivos
instituídos pela Lei nº. 8.685, de 20 de julho de 1993, conhecida como Lei do
Audiovisual (ver anexo II) e pela Lei nº. 10.179, de 06 de fevereiro de 2001 (ver anexo
III), e para seu funcionamento e manutenção serão pleiteados recursos através da Lei nº
8.313, de 23 de dezembro de 1991, conhecida como Lei Rouanet (ver anexo IV).
Justificativa
Apesar de não pairarem dúvidas acerca da força e originalidade da matriz
cultural do cinema brasileiro, existem, ainda hoje, grandes incertezas no que diz respeito
ao seu estabelecimento enquanto indústria. Além de certa heterogeneidade em termos de
qualidade e quantidade da produção cinematográfica nacional, e da falta de estruturação
de base tecnológica e operacional que se constata nas empresas do setor, o que de fato
tem atrapalhado o percurso dos filmes brasileiros tem sido seu pouco controle de
mercado e sua falta de competitividade internacional.
Segundo dados da Ancine, de 2002 para 2003 houve um aumento de salas de
1.635 para 1.817 em todo o Brasil, sendo que a produção nacional ficou estacionada em
30 filmes por ano. No entanto, constatou-se, na execução de auditoria realizada pelo
Tribunal de Contas de União, grande volume de obras concluídas, porém sem
veiculação (mais de 30% - cerca de R$ 12 milhões captados), demonstrando que a
expansão do circuito comercial não beneficia necessariamente um incremento no
número de filmes nacionais a serem exibidos. Em âmbito local a situação não é
diferente. Em rápida pesquisa realizada na semana entre os dias 07 a 13 de novembro de
2008, constatou-se que das 34 salas de cinema instaladas em Salvador, haviam somente
10 filmes nacionais em cartaz, enquanto que o total de filmes estrangeiros exibidos
somou 19 filmes, ou seja, 65% do total de obras apresentadas.
Não se pretende aqui, no entanto, considerar as dificuldades do cinema brasileiro
como simples reflexo do poderio econômico e outros países na área de cinema, mas, ao
mesmo tempo, não se pode minimizar o potencial de competição nem a importância e o
impacto de sua concorrência no mercado interno. Deve-se levar em consideração, além
disso, o advento da internet e o desenvolvimento cada vez maior das novas tecnologias
de produção e consumo de imagens, fazendo com que o aparato cinematográfico
brasileiro necessite repensar o seu papel nessa nova conjuntura, e favoreça a criação de
espaços de exibição que vão além das salas tradicionais de cinema, oferecendo uma
programação segmentada, por exemplo, acompanhada de reflexão teórica e crítica.
50
Existem, assim, dois pontos fundamentais que diferenciam essa sala modelo de
qualquer outra existente no país. Primeiro seu caráter de fomento à exibição
cinematográfica brasileira, estabelecendo eficazmente um canal de apresentação e
reflexão crítica sobre a produção cinematográfica brasileira, dando uma maior
visibilidade não somente aos longas, mas também aos curtas e medias metragens, e
permitindo também a circulação de produções regionais, restritas em grande parte aos
festivais de cinema, fazendo com que possam chegar ao seu destinatário final, o público,
sem que suas exibições tenham de ser sazonais e descontinuadas. Nesse sentido, o
critério do tratamento temático também poderá ser adotado na formulação da
programação, possibilitando que o espectador possa fazer um paralelo entre as visões
que as diferentes regiões do país possuem sobre determinado tema. O segundo ponto
abarca seu plano de formação de platéia e de democratização de acesso, que privilegiam
camadas C e D da população que, hoje, não possuem condições de freqüentar as salas
de cinema convencionais por conta, principalmente, do alto preço dos ingressos.
Em pesquisa de público7 realizada na cidade de Salvador entre 14 de setembro e
11 de outubro de 2007, tendo como referência os Cines Ponto Alto I e II, Cinema
Multiplex Iguatemi, Sala Walter da Silveira e Cinema do Museu, foi constatado que a
maior parte do público possui renda pessoal de até quatro salários mínimos, e que o
segundo maior impedimento para uma maior freqüência ao cinema é o preço do
ingresso, ficando atrás somente da opção falta de tempo, e revelando o caráter
abrangente da “Sala do Cinema Brasileiro”. Em nível nacional, segundo dados do
Ministério da Cultura, é possível afirmar que o intenso aumento no preço dos ingressos,
principalmente entre os anos 80, 90 e 2000, vem excluindo uma parcela significativa da
população de baixa renda (notadamente os grupos de renda D/E) de freqüentar o
cinema, fato ainda ressaltado com a elevação de status pelo qual o cinema passa,
instalando-se em grandes galerias e shopping centers.
Buscando, portanto, resgatar essa parcela da audiência e, conseqüentemente, um
incremento de público não só para suas exibições, mas para o mercado brasileiro como
um todo, a sala modelo deverá ser incentivada pelo governo, e configurar, juntamente
com outras medidas complementares - a exemplo da campanha “Mês do Filme
7
Pesquisa realizada pela disciplina obrigatória da Faculdade de comunicação da Universidade Federal da
Bahia: Oficina de Análise de Públicos e Mercados Culturais/COM 134 do curso de Produção Cultural,
apresentada em 05 de dezembro de 2007.
51
Nacional” 8, como meio de criação de bases sólidas para o desenvolvimento de uma
indústria cinematográfica brasileira. De fato, somente a criação de diversas “Salas do
Cinema Brasileiro” não daria conta de resolver os problemas do setor de exibição no
país, mas, sem dúvida, sua criação beneficiará o panorama atual, propondo uma fórmula
que não deixa os agentes econômicos que atuam na área do cinema brasileiro à mercê
de decisões políticas do momento e sim, que tenha a garantia de que haverá
durabilidade nas políticas existentes de forma a trazer segurança ao mercado, dando ao
público condições reais de consumo das linguagens estéticas e narrativas presentes na
produção nacional.
Além disso, uma sala de cinema que privilegia filmes e vídeos brasileiros reforça
a construção da identidade imagética do país. Afinal, um cinema nacional possui
indiscutível importância sob o aspecto cultural, e tem no público um poder de impacto,
que o estrangeiro não costuma ter. Isso porque o filme nacional apresenta ao espectador
aspectos dele mesmo, suas esperanças, inquietações, pensamentos e modos de vida,
mesmo que deformados, deparando-o com sua própria realidade, e exigindo dele uma
reação.
Outro ponto importante e que talvez não seja notado pelos governantes é que a
indústria de audiovisuais também tem tido papel fundamental na disseminação de
informações, consequentemente influenciando na arquitetura das decisões da economia
mundial. As inovações nos processos de produção, distribuição e consumo de
audiovisuais encontram-se, atualmente, no centro das revoluções tecnológicas da
eletrônica, informática e telecomunicações e, portanto, uma área em expansão e que
pode influenciar bastante na geração de emprego e renda, trazendo durante esse
processo transformações culturais profundas para as mais diversas sociedades.
Nesse contexto, uma tendência que existe, ainda que de forma incipiente, mas
que pode afetar a atividade cinematográfica no futuro é a expansão dos filmes e cinemas
digitais, restando ao cinema brasileiro, portanto, se antecipar e se preparar para disputar
o mercado doméstico e internacional com as novas tecnologias disponíveis. Assim
estabeleceu-se à opção por utilizar equipamento de projeção digital, e não analógico.
A “Sala do Cinema Brasileiro” será voltada exclusivamente para este tipo de
tecnologia por apresentar vantagens na dinamização da exibição, permitindo que obras
8
Campanha realizada pela Ancine durante todo o mês de novembro, em 20 Estados brasileiros, na qual de
segunda a quinta-feira as redes de cinema participantes disponibilizarão ingressos a partir de R$ 4,00 para
27 filmes brasileiros, entre longas de ficção e documentários. In: http://201.94.126.21/principal.aspx
acesso em 10 de novembro de 2008.
52
vídeofonograficas, por exemplo, possam também ter sua exibição assegurada, e também
por apresentar imagem natural, sem oscilação, com foco perfeito e alto contraste que
não apresenta falhas nem riscos. A imagem preenche toda a tela, tem brilho consistente
e alta qualidade. Desde a estréia de um filme até a sua milésima exibição, a imagem
continua perfeita, sem as deteriorações geradas pelo contato físico com partes móveis
ou engrenagens, ou por conta do calor, como acontece nos projetores analógiocos.
Além disso, embora o valor de aquisição de tal tecnologia seja um pouco mais
alto, os custos relativos a cada exibição, e os custos de manutenção dos equipamentos
digitais chegam a ser até três vezes mais baratos do que o montante gasto com
equipamentos de projeção analógica de 35mm, transporte e armazenamento dos rolos,
fazendo com que o orçamento anual desta sala de cinema seja mais baixo do que os que
se veem em algumas salas do circuito comercial. É ainda importante ressaltar que com a
tecnologia digital, a distribuição dos filmes se torna mais fácil e barata, permitindo aos
estudios a disponibilização de maior número de cópias a uma grande variedade de redes
exibidoras, contribuindo para que mais localidades possam ter acesso simultâneo aos
lançamentos cinematográficos.
Finalmente devem ser levados em conta argumentos sobre a localização9 dessa
primeira “Sala do Cinema Brasileiro”. A escolha de Salvador é baseada primeiramente
na tentativa de descentralizar os incentivos do Estado no setor cinematográfico, que
concentra mais de 80% de seus recursos na região Sudeste do país. Salvador apresenta
ainda um grande potencial de expansão para o mercado exibidor, além de bem-
sucedidos exemplos de pequenas salas fora de galerias ou shoppings, a exemplo do
Grupo Sala de Arte, que consegue acumular bom público mensal para sua programação,
em uma média de 1200 espectadores. Finalmente há ainda um aspecto histórico em tal
escolha, devido à importância do Estado da Bahia no cenário da produção brasileira,
sendo responsável pelo surgimento de importantes ciclos de produção como o Cinema
Novo.
9
De acordo com o instituído pela IN 61 de 07 de Maio de 2007, deverá ser resguardada uma distância
mínima, medida em linha reta, entre o local de implantação de complexo de exibição proposto no projeto
e o complexo de exibição mais próximo, de 3.200 (três mil e duzentos) metros em município com
população maior do que 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e menor ou igual a 3.000.000
(três milhões) de habitantes, como no caso de Salvador.
53
Objetivos
Geral:
Criação de uma “Sala do Cinema Brasileiro” modelo, sediada na cidade de
Salvador, que tenha como principio a exibição de obras videofonográficas e
cinematográficas atestadas enquanto produto brasileiro.
Específicos:
• Formação de platéia para o audiovisual nacional;
• Democratização de acesso à produtos culturais para grupos de baixa
renda;
• Fomentação da produção audiovisual regional;
• Concessão de maior espaço de exibição para filmes nacionais, através de
reserva de mercado.
• Favorecimento da construção de identidades regional e nacional.
• Elaboração de sessões de cinema para público segmentado como, por
exemplo: vestibulandos, professores, ecologistas, etc.
• Ampliação de discussões a cerca do cinema brasileiro através da criação
de mostras e sessões paralelas.
• Ampliação do acesso de curta e media-metragens a um circuito de
exibição regular.
• Favorecimento da ampliação do mercado brasileiro de Cinema Digital.
Público-alvo
O projeto “Sala de Cinema Brasileiro” pretende alcançar com sua Programação
Básica e Sessão Clássica um público muito amplo, de faixas-etárias diversas, sobretudo
pessoas com renda familiar de até três salários mínimos. Com a Sessão Infantil e
Escola, o público-alvo que pretende ser alcançado tem faixa-etária entre três e 16 anos e
renda familiar pouco definida, uma vez que mesmo escolas particulares podem
requisitar participação em alguma sessão escola.
54
Metas a atingir / Resultados previstos
(estimativa em ano de 52 semanas)
• Apresentação de até 200 novos filmes, entre curta, media e longa-
metragens, com público esperado de 98 mil espectadores (lotação de
aproximadamente 50%);
• Exibição de 12 filmes clássicos da cinematografia brasileira, divididos
em sessão mensal, com público estimado de 1200 espectadores (lotação
de aproximadamente 80%);
• Apresentação de até 12 filmes infantis, em sessões mensais diurnas, a
preços mais baixos, com estimativa de 1200 espectadores (lotação de
aproximadamente 80%);
• Realização de exibições fechadas e agendadas, semanalmente, para uma
média de 36 escolas e instituições de ensino, com público de 4850
alunos, aproximadamente (lotação de 100% durante os 9 meses letivos).
• Público total esperado: 105.250 espectadores.
55
Grade de exibição (ver anexo VI)
A grade de exibição será composta pelas seguintes sessões abaixo
descriminadas: programação, sessão clássica, sessão infantil e sessão escola.
• Programação Básica:
A sala funcionará de segunda a segunda e será dividida em quatro
sessões diárias. Levando-se em consideração um tempo médio de duas
horas por sessão, se deverá ter filmes a partir das 14hs, e próximas
exibições as 16hs, 18hs e 20hs, podendo haver pequenas modificações
no horário caso haja necessidade de mais tempo por sessão. Cada
exibição será composta de até dois ou três filmes, dispostos nas
seguintes combinações: um curta e um longa; dois médias; ou três
curtas. O ingresso terá valor aproximado correspondente a 1% do salário
mínimo vigente, como iniciativa para democratização de acesso da
população a produtos culturais nacionais, principalmente para grupos de
baixa renda.
• Sessão Clássica:
Uma vez a cada mês, as quintas-feiras, será exibido um filme clássico da
cinematografia brasileira em sessão noturna das 20hs, ou horário
compatível de acordo com a programação normal. Serão obras de
diretores importantes, adaptações significativas da literatura nacional,
documentários representativos da identidade brasileira, ou simplesmente
filmes interessantes por seus aspectos técnicos ou sensibilidade narrativa.
A Sessão Clássica se encaixa como parte integrante do projeto de
formação de platéia, e terá ingresso promocional.
• Sessão Infantil:
Mensalmente, as 10hs dos domingos, ocorrerá uma sessão voltada para
crianças com apresentação de obras brasileiras de temática infantil, de
curta, média, ou longa-metragem, novas ou antigas. A Sessão Infantil
também é componente do projeto de formação de platéia a ser aplicado e,
portanto, terá ingresso promocional.
• Sessão Escola:
Esta sessão abrirá espaço para que escolas ou instituições de ensino
agendem exibições exclusivas para seus alunos. As exibições ocorrerão
56
semanalmente, às 9hs das terças-feiras, e terão como público prioritário
crianças e adolescentes de 3 a 16 anos (maternal a ensino médio). A
instituição poderá escolher o filme apresentado na sessão desde que este
faça parte da programação normal exibida naquela semana. A Sessão
Escola é mais um integrante do projeto de formação de platéia e será
gratuita.
Equipamentos
Sonorização
O sistema de áudio que será utilizado é o THX criado por George Lucas em
1983. Com uma combinação única de alto-falantes integrados e acústica de sala de
cinema específica, o THX proporciona resposta regular em toda gama de freqüências e
cobertura uniforme do auditório.
Seu conjunto de equipamentos é composto por formações surround nas laterais
esquerda e direita da platéia, bem como uma formação central no fundo da sala. Além
disso, é instalada, atrás da tela, uma parede baffle que controla o som, projetando uma
experiência acústica homogênea para a audiência, e na qual se dá a disposição dos alto-
falantes da direita, esquerda e centro, além dos subwoofer.
• Formações Surround (ver anexo VI):
Nove caixas JBL 8330A arranjadas em grupos de três e localizadas nas
laterais e no fundo da sala de projeção, e nove brackets JBL 2516 de fácil
montagem e ângulo ajustável para suporte das caixas surround.
• 3-way System (ver anexo VII):
Três unidades JBL 3631-T para localização atrás da tela de projeção.
• Subwoofer (ver anexo VIII):
Uma caixa JBL 4642A localizada no fundo da tela de projeção.
• Sistema Integrado (ver anexo X):
Quatro amplificadores Crown DSi 1000 com DSP integrado para
crossover e equalização dos alto-falantes.
• Sistema para Medida Acústica (ver anexo XI):
Um AcoustX D2 Acoustical Mesurement System para análise e
calibragem de som.
57
Projeção
Já o sistema de projeção a ser utilizado pela “Sala do Cinema Brasileiro” baseia-
se no Casablanca Digital System, que integra os diferentes componentes da projeção
digital de última geração, incluindo entre outros: servidores Cinestore da EVS (líder no
segmento de servidores para broadcasting), projetores da Christie Digital (líder mundial
em projeção de alta performance), os conversores da Teranex (responsáveis pelas
conversões entre vários sistemas de resolução, alta ou standard) e transmissão através de
satélite via Star One (empresa do grupo Embratel).
• Servidor Cinestore da EVS (ver anexo XII):
Sistema que permite a administração das exibições. É composto por três
partes: o Solo G3, um servidor digital hibrido que recebe e roda os
arquivos em JPEG 2000 e MPEG-2; o Audi, um conversor
digital/analógico para áudio; e o Plaza, uma combinação de hardware e
software que possibilita a automação das projeções e da biblioteca de
títulos.
• Projetor Christie Digital (ver anexo XIII):
Será utilizado o projetor CP2000-M, o mais compacto projetor para
cinema digital do mundo, que projeta com até 12.000 lumens de potência
e lente de zoom 1.3-1.75. Esse equipamento é ideal para pequenas salas
de exibição, apresentando maior durabilidade e menor custo com
eletricidade.
• Conversor Teranex (ver anexo XIV):
O modelo a ser usado é o VC100, um conversor universal HD/SD que
diminui ruídos de vídeo que possam existir, e que também proporciona
sincronia de frames capaz de diminuir o tamanho dos arquivos enquanto
maximiza o processamento das imagens.
• Transmissão via Star One:
A Embratel disponibiliza através da Star One um serviço de broadcasting
por satélite, que distribui o conteúdo a ser exibidos para salas de Cinema
Digital como a “Sala do Cinema Brasileiro” pretende ser.
58
Projeto Arquitetônico.
O projeto arquitetônico aqui apresentado em planta baixa (ver anexo XV) e com
demonstrações em 3D (ver anexo XVI), apresenta um total de quase 1200m², mas
poderá ser trabalhado de acordo com o terreno no qual será implantado, seja em
Salvador, ou em qualquer outra cidade do país. Todo o ambiente é climatizado e
adaptado para portadores de deficiência, respeitando as regras da ABNT no que dizem
respeito à: quantidade de espaços para pessoas em cadeiras de rodas e assentos para
pessoas com mobilidade reduzida e para obesos em locais de reunião; dimensões do
módulo de referência para pessoas em cadeira de rodas (0,80 x 1,20m); largura para
deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas (1,50m); e área para
manobra de cadeira de rodas sem deslocamento (1,50m de diâmetro).
A sala de exibição foi projetada respeitando o ângulo de 36° entre a última
fileira e a tela, ideal para projeções até em Cinemascope. Os degraus construídos para
aumentar a visão do espectador têm altura de 16 cm e sua plataforma possui 1,20m de
largura, e disponibiliza 16 lugares como o recomendado. Para maior comodidade foi
respeitado também o ângulo mínimo de visão de 30º para espectadores sentados na
primeira fileira de assentos.
A distância entre a tela e o chão é de 1,20m, assim como seu afastamento em
relação à parede, permitindo a instalação das caixas de som integrantes do sistema de
áudio. A sala receberá tratamento acústico ideal para cinemas, de classificação “B”
auto-extingível, composto placas Sonique Classic 30C e portas de isolamento de 40db.
Além disso, completando o tratamento, parede de fechamento, atrás da última fileira de
espectadores, deverá receber tratamento superficial contra a formação de eco.
A sala de projeção obedece ao espaço mínimo recomendado (distância livre de
1m atrás da bancada para equipamentos, assim como das laterais e 2,80m de altura). O
projetor será instalado a uma distância de aproximadamente 12m em relação à tela,
sendo que o ponto médio do raio de projeção não deverá afastar-se, vertical ou
horizontalmente, mais do que 5º do meio da tela.
59
cinematográficas nacionais. Dessa forma, a implementação de três das sessões citadas
anteriormente se encaixam em um projeto de formação de platéia.
A sessão clássica procura através da exibição de obras fundamentais da
cinematografia nacional, transmitir ao público um conhecimento mais global sobre os
modos de produção e ciclos estéticos desenvolvidos na história do cinema brasileiro,
aumentando o repertório da audiência, e contribuindo para fruição de novas obras
lançadas.
O interesse da sessão infantil é trabalhar as crianças como público potencial,
estimulando-as a irem ao cinema de forma regular, através da apresentação de obras
cujos temas lhes sejam direcionados. Ao se incentivar o gosto pelo cinema brasileiro em
indivíduos de pouca idade, aumentam-se as chances que essa criança se torne um adulto
freqüentador de exibições nacionais.
Ainda com o mesmo intuito, a sessão escola também tem como público-alvo as
crianças e adolescentes. No entanto, além do simples incentivo ao gosto por obras
nacionais, com essas sessões procurar-se-á mostrar o potencial de diálogo de tais filmes
com elementos simbólicos e traços do caráter nacional, permitindo que o público se
reconheça na tela do cinema.
Projeto de democratização de acesso:
A política de democratização de acesso a produtos culturais se baseia na
instituição de preços acessíveis a camadas da população de menor poder econômico.
Sendo o público principal deste projeto pessoas que possuem renda familiar de até três
salários mínimos, é possível afirmar que mediante sua implantação na cidade de
Salvador, segundo dados do Censo do ano 2000, cerca de 78% da população encontrar-
se-á privilegiada pela política de democratização de acesso da “Sala do Cinema
Brasileiro”.
Dessa forma, o preço a ser cobrado em sessões da programação básica será
compatível, aproximadamente, a 1% do salário mínimo vigente, que nesse momento,
outubro de 2008, representa cerca de R$ 4,00. Para duas das sessões inclusas no projeto
de formação de platéia, o ingresso terá valor promocional de R$ 1,00, representando,
portanto, cerca de 0,25% do salário mínimo atual. Para a sessão escola o acesso à
exibição será gratuito.
60
Avaliação dos resultados
Como medidas de avaliação serão realizadas: relatórios, mensais e anuais, com a
finalidade de esquematizar dados sobre o alcance das sessões de formação de platéia e
do desempenho dos filmes exibidos nas sessões de programação básica; pesquisa de
público, também mensal, com amostragens de 100 espectadores, com o intuito de
alinhar a programação da “Sala de Cinema Brasileiro” com as expectativas de sua
audiência; e, por fim, pesquisa com as instituições de ensino participantes da sessão
escola, com o intuito de avaliar a funcionalidade das exibições para estas entidades.
De acordo com a Lei Rounet, fonte de investimento pleiteada aqui para a
manutenção e funcionamento da “Sala do Cinema Brasileiro” deverá ainda, a cargo de
prestação de contas, ser realizada uma avaliação final da aplicação correta dos recursos
recebidos, no primeiro semestre de cada ano.
Financiamento
O projeto aqui apresentado almeja utilizar, para aquisição de equipamentos e sua
instalação, incentivos instituídos pela Lei nº. 8.685, de 20 de julho de 1993 e pela Lei nº.
10.179, de 06 de fevereiro de 2001. Fica estabelecido, portanto, através da Lei do
Audiovisual um mecanismo específico de incentivo fiscal para a atividade audiovisual,
permitindo à pessoa jurídica deduzir do imposto de renda até 3% do imposto devido
com gastos (ou investimentos) em cultura. Através da Lei nº. 10.179 fica o Poder
Executivo autorizado a emitir títulos da dívida pública para troca por títulos emitidos
em decorrência de acordos de reestruturação da dívida externa para utilização em
projetos voltados inclusive para exibição no Brasil de obra audiovisual brasileira.
Além disso, para seu funcionamento, serão pleiteados recursos disponíveis
através do Programa Nacional de Apoio à Cultura pela Lei nº 8.313, de 23 de dezembro
de 1991. Esse financiamento ocorre por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura
(PRONAC) que dispõe do FICART (Fundos de Investimento Cultural e Artístico), do
Mecenato e do FNC (Fundo Nacional de Cultura). O FNC destina recursos a projetos
culturais por meio de empréstimos reembolsáveis ou cessão a fundo perdido, e o
FICART possibilita a criação de fundos de investimentos culturais e artísticos. Já o
Mecenato disponibiliza benefícios fiscais para investidores que apóiam projetos
culturais sob forma de doação ou patrocínio. Empresas e pessoas físicas podem utilizar
a isenção de até 100% do valor no Imposto de Renda e investir em projetos culturais.
61
Orçamento
62
63
ANEXO I
Trecho extraído do inciso V da Medida provisória de nº 2.228-1,
de 6 de setembro de 2001.
10
§ 1o Para os fins do inciso V deste artigo, entende-se por empresa brasileira aquela constituída sob as
leis brasileiras, com sede e administração no País, cuja maioria do capital total e votante seja de
titularidade direta ou indireta, de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, os quais
devem exercer de fato e de direito o poder decisório da empresa. Idem.
64
ANEXO II
Lei do Audiovisual
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
§ 2º A dedução prevista neste artigo está limitada a três por cento do imposto devido
pelas pessoas físicas e a um por cento do imposto devido pelas pessoas jurídicas.
1. as pessoas jurídicas que, tendo optado pelo recolhimento do imposto por estimativa,
apuram o lucro real anual;
2. as pessoas físicas.
................................................
65
Art. 2º O art. 13 do Decreto-Lei nº 1.089, de 2 de março de 1970, alterado pelo art. 1º
do Decreto-Lei nº 1.741, de 27 de dezembro de 1979, passa a vigorar com a seguinte
redação:
................................................
Art. 4º O contribuinte que optar pelo uso dos incentivos previstos nos arts. 1º e 3º
depositará, dentro do prazo legal fixado para o recolhimento do imposto, o valor
correspondente ao abatimento em conta de aplicação financeira especial, no Banco do
Brasil S.A., cuja movimentação sujeitar-se-á à prévia comprovação junto ao Ministério
da Cultura de que se destina a investimentos em projetos de produção de obras
audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção independente.
b) limite do aporte de recursos objeto dos incentivos de 1.700.000 Ufir por projeto;
d) viabilidade comercial;
66
Art. 5º Os valores não aplicados na forma do artigo anterior, no prazo de 180 dias
contados da data do depósito, serão aplicados em projetos de produção de filmes de
curta, média e longa metragem e programas de apoio à produção cinematográfica a
serem desenvolvidos através do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, mediante
convênio com a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual do Ministério da
Cultura, conforme dispuser o regulamento.
Art. 13. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias.
................................................
ITAMAR FRANCO
67
ANEXO III
Lei nº. 10.179
................................................
................................................
68
Parágrafo único. Além dos títulos referidos neste artigo, poderão ser emitidos
certificados, qualificados no ato da emissão, preferencialmente para operações com
finalidades específicas definidas em lei.
................................................
Art. 5º A emissão dos títulos a que se refere esta Lei processar-se-á exclusivamente sob
a forma escritural, mediante registro dos respectivos direitos creditórios, bem assim das
cessões desses direitos, em sistema centralizado de liquidação e custódia, por
intermédio do qual serão também creditados os resgates do principal e os rendimentos.
................................................
................................................
................................................
69
ANEXO IV
Lei Rouanet
O Presidente da República,
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o
pleno exercício dos direitos culturais;
70
I - Fundo Nacional da Cultura - FNC;
................................................
Art. 3º Para cumprimento das finalidades expressas no artigo 1º desta Lei, os projetos
culturais em cujo favor serão captados e canalizados os recursos do PRONAC
atenderão, pelo menos, a um dos seguintes objetivos:
................................................
................................................
CAPÍTULO II
Art. 4º Fica ratificado o Fundo de Promoção Cultural, criado pela Lei nº 7.505 5, de 2 de
julho de 1986, que passará a denominar-se Fundo Nacional da Cultura - FNC, com o
objetivo de captar e destinar recursos para projetos culturais compatíveis com as
finalidades do PRONAC e de:
71
II - favorecer a visão interestadual, estimulando projetos que explorem propostas
culturais conjuntas, de enfoque regional;
................................................
III - legados;
VIII – três por cento da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias
federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se
este valor do montante destinado aos prêmios10;
72
X - resultado das aplicações em títulos públicos federais, obedecida a legislação vigente
sobre a matéria;
................................................
CAPÍTULO III
III - a edição comercial de obras relativas às ciências, às letras e às artes, bem como de
obras de referência e outras de cunho cultural;
................................................
CAPÍTULO IV
73
apresentados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas de natureza cultural, como
através de contribuições ao FNC, nos termos do artigo 5°, inciso II desta Lei, desde que
os projetos atendam aos critérios estabelecidos no artigo 1º desta Lei22.
a) doações; e,
b) patrocínios.
§ 2° As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real não poderão deduzir o valor
da doação e/ou do patrocínio como despesa operacional.
a) artes cênicas;
................................................
................................................
74
§ 2º As transferências definidas neste artigo não estão sujeitas ao recolhimento do
Imposto sobre a Renda na Fonte.
Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se a doações, nos termos do
regulamento:
b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos e respectivos orçamentos de execução das
obras;
c) posterior certificação, pelo referido órgão, das despesas efetivamente realizadas e das
circunstâncias de terem sido as obras executadas de acordo com os projetos aprovados.
................................................
I - no caso das pessoas físicas, oitenta por cento das doações e sessenta por cento dos
patrocínios;
II - no caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, quarenta por cento
das doações e trinta por cento dos patrocínios.
§ 1º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá abater as doações e
patrocínios como despesa operacional.
................................................
CAPÍTULO V
75
................................................
Art. 41. O Poder Executivo, no prazo de sessenta dias, regulamentará a presente Lei47.
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
1
Esta Lei foi alterada origináriamente pela Medida Provisória n° 1.589, de 24 de setembro de 1997, que após sucessivas
reedições foi transformada na Lei nº 9.874, de 23 de novembro de 1999.
2
Ver Instrução Normativa CVM n° 186, de 17 de março de 1992.
3
Ver Instrução Normativa Conjunta nº 1, de 13 de junho de 1995, da Secretaria Executiva do Ministério da Cultura e
Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
5
Revogada. A Lei 8.034, de 12 de abril de 1990, revogou os incentivos às pessoas jurídicas previstos nessa lei. A Lei n°
8.313/91 restabeleceu seus princípios e incentivos a partir do exercício de 1991.
9
"Altera a legislação do Imposto sobre a Renda relativa a incentivos fiscais, estabelece novas condições operacionais dos
Fundos de Investimentos Regionais, e dá outras providências".
10
Com a redação dada pela Lei nº 9.999, de 30 de agosto de 2000. Vide também PORTARIA Nº 1.285, DE 19 DE
DEZEMBRO DE 1997, do Ministério da Justiça e Decreto n° 2.290, de 4 de agosto de 1997.
11
Leia-se: Ministério da Fazenda. O Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, por transformação (art. 20 da Lei nº
8.490, de 19 de novembro de 1992, alterada pela Medida Provisória n° 1.549-34, de 11 de setembro de 1997) passou para
Ministério da Fazenda. Ver Portaria MF n° 202, de 19 de agosto de 1996, e Portaria MinC n° 184, de 25 de novembro de
1996.
12
Na área cinematográfica ver também o art. 6° do Decreto n° 575, de 23 de junho de 1992.
13
Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999.
14
Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999.
22
Com a redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999.
23
O art. 25 da Lei n° 8.313/91 relaciona os segmentos culturais beneficiados pelo incentivo fiscal previsto no art. 26 da
mesma lei, não são excepcionados por este parágrafo, portanto, prevalecem na sua forma original.
24
Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001.
25
Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001.
26
Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001.
27
Com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.228, de 6 de setembro de 2001.
35
A denominação Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC foi alterada para Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional - IPHAN pela Medida Provisória nº 752, de 6 de dezembro de 1994, que é convalidada mensalmente,
sendo a última a Medida Provisória n° 1.549-34, de 11 de setembro de 1997.
47
Ver Decreto nº 1.494, de 17 de maio de 1995.
76
ANEXO V
Organograma
77
ANEXO VI
Programação Mensal Ilustrativa
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T
9hs SE SE SE SE SE
10hs SI
14hs P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
16hs P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
18hs P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P
20hs P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P SC P P P P P
LEGENDAS
78
ANEXO VII
Formações Surround
8330A
Three-Way Cinema
Surround System
The 8330A cinema surround speaker system offers high power handling, high
sensitivity, and extended bass response in a very compact enclosure.
Features : Specifications :
• Tight-cluster design of components for
uniform horizontal and vertical Low Frequency : 203 mm (8 in)
Driver
dispersion. High Frequency : Mid: 130 mm (5 in) High: 25
Driver mm (1 in)
• Convenient mounting design uses JBL High Frequency : N/A
QuickMount™, Omnimount® or APC Horn
Frequency Range : 40 Hz - 20 kHz (-10 dB)
Multimount brackets.
Power Capacity : 100 W
(Continuous Pink
• Special cabinet shape incorporates Noise)
Power Capacity : 200 W
20° angled front baffle. (Continuous
Program)
Sensitivity
: 91 dB SPL (1 W, 1 m, 3.3
• SMPTE / ISO2969 Curve X high
frequency de-emphasis. ft.)
Crossover : 650 Hz, 3.1 kHz
Frequencies
• Lightweight, rigid molded enclosure. Horizontal : 110° Nominal
Beamwidth
Nominal : 8 Ohms
• Input terminals located on top of Impedance
Dimensions (H x : 457 x 457 x 260 mm
cabinet for quick access. W x D) (18 x 18 x 10.25 in)
Net Weight : 8.6 kg (19 lb)
• Approved by Lucasfilm, Ltd. for THX®
installations.
79
ANEXO VIII
3-way System
3631
Three-Way
Bi-Amplified Screen Array
Loudspeaker System
Features : Specifications :
• Three-way Screen Array® design for
maximum output, optimal coverage, Frequency Range : 30 Hz - 20 kHz
and minimum distortion Frequency : 40 Hz - 16 kHz
Response
System Sensitivity : 104 dB, 2.83V
• One 380 mm (15") Vented Gap Cooled @ 1m (3.3 ft)
(VGC™) LF Transducer Rated Maxium : 126 dB @ 1m (3.3 ft), 132
SPL dB peak
System Input : LF: 600 watts, M/HF: 150
• Available for Bi-amplified operation Power Rating watts [HF: 50 watts]
(Model 3631) or Tri-amplified Hor. Coverage : 90°
operation (Model 3631-T) Angle (-6 dB)
Vert. Coverage : 20° up, 30° down
Angle (-6 dB)
• Approved for THX® certified Directivity Factor : 10.0
applications (3631-T) (Q)
Directivity Index : 10 dB
(DI)
• M/HF ships fully assembled Crossover : 350 Hz [1.2 kHz]
Frequencies
80
• Second Generation Optimized (HxWxD) mm (63 in x 30 in x 17.75
Aperture Waveguide technology for in)
ultra-low distortion, and extremely Net Weight : 68.6 kg (151 lbs)
uniform frequency response Shipping Weight : 80.8 kg (178 lbs)
81
ANEXO IX
Subwoofer
4642A
4642A Dual 460 mm (18 in.)
Subwoofer System
Features : Specifications :
• 1200 Watts Continuous Pink Noise,
2400 Watts Continuous Program Power Rated Impedance : 4 ohms
Handling Minimum : 3.2 ohms
Impedance
Power Handling : -
• Usable response to 22 Hz (-10 dB, no Capability
Continuous Pink : 1200 Watts
EQ), flat to 22 Hz (-3 dB) with External Noise
EQ Continuous : 2400 Watts
Program
Peak Power : 4800 Watts
• 2241H VGCTM Vented Gap Cooled Output Capability: -
Drivers – High Sensitivity – Low Power Axial Sensitivity
: 50 Hz to 500 Hz; 101 dB,
Compression – High Maximum-SPL
1W @ 1m
Capability – Low 2nd and 3rd Harmonic
40 Hz to 100 Hz; 100 dB,
– Distortion – Symmetrical Field
1W @ 1m
Geometry SFGTM – Magnet Structure – Net Weight : 98 kg (216 lbs.)
Long Excursion Capability Dimensions H x W : 762 mm x 1219 mm x 610
xD mm
• proved by Lucasfilm, Ltd. for THX® 30 in x 48 in x 24 in
installations
82
ANEXO X
Sistema Integrado
83
84
85
ANEXO XI
Sistema para Medida Acústica
86
87
88
ANEXO XII
Servidor CineStore EVS
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
ANEXO XIII
Projetor Christie Digital
The Christie CP2000-M is the most compact DLP Digital Cinema® projector in the world.
Purposebuilt for long term reliability, it delivers up to 12,000 lumens of output power, specifically designed
to maintain DCI luminance requirements on smaller screens up to 35 feet wide. At less than 100 pounds,
the projector can be transported and installed by only two people.
Based on .98” DLP Digital Cinema® technology, the CP2000-M uses new high efficiency CDXL-20SD
2000 watt Xenon lamps, while the competition requires larger, 3000 watt lamps for the same light output -
a clear Christie advantage on cost of ownership and lumens per watt.
A robust and reliable addition, the Christie CP2000-M features a new motorized lensing solution and a
selection of 8 new zoom lenses to guarantee the right lens solution for virtually any auditorium with
absolutely no need for resizing or scaling.
Features
Cinema/exhibition
Post-production
Digital film mastering
Multi-media theatrical productions
Digital intermediate
Contrast Ratio 2000:1 full field on/off
104
Brightness Uniformity 80% when displaying full white screen
Input Line Voltage Single phase 200-240 VAC (nominal) power from the
theatre - with the option of running processing electronics
from a separate 120-240V line line for use with UPS
systems
Digital Video Input Two (2) SMPTE 292M; selectable dual or single
Safety Interlocks Lamp Access Door and fire alarm interlocks for safe
operation
105
ANEXO XIV
Conversor Teranex
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
ANEXO XV
Projeto Arquitetônico em Planta Baixa
117
118
ANEXO XVI
Demonstrações em 3D
3D Fachada
3D Circulação #1
119
3D Circulação #2
3D Circulação #3
120
3D Circulação #4
3D Circulação #5
121
3D Sala de Projeção
3D Sala de Cinema #1
122
3D Sala de Cinema #2
3D Sala de Cinema #3
123
124