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INSS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL

Técnico do Seguro Social

EDITAL Nº 1 - INSS,
DE 12 DE SETEMBRO
DE 2022

CÓD:SL-096ST-22
7908433226710
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos.Tipologia textual........................................................................................................... 9
2. Ortografia oficial. ........................................................................................................... ............................................................ 25
3. Acentuação gráfica. ........................................................................................................... ........................................................ 26
4. Emprego das classes de palavras. ........................................................................................................... ................................... 27
5. Emprego do sinal indicativo de crase. ......................................................................................................................................... 31
6. Sintaxe da oração e do período. .................................................................................................................................................. 32
7. Pontuação. ................................................................................................................................................................................. 34
8. Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................................................. 35
9. Regências nominal e verbal ........................................................................................................................................................ 36
10. Significação das palavras. ............................................................................................................................................................ 36
11. Redação de correspondências oficiais (conforme Manual de Redação da Presidência da República). ...................................... 37

Ética no serviço público


1. Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal: Decreto nº 1.171/1994.................................. 53
2. Decreto nº 6.029/2007 e suas alterações. ...................................................................................................................................... 55

Noções de direito constitucional


1. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias constitucionais individuais; garantias dos
direitos coletivos, sociais e políticos............................................................................................................................................. 61
2. Administração pública (artigos de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal de 1988)............................................................... 72

Noções de direito administrativo


1. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. .............. 79
2. Direito administrativo: conceito, fontes e princípios. .................................................................................................................. 82
3. Organização administrativa da União; administração direta e indireta. ....................................................................................... 85
4. Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; Regime
Jurídico Único (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações): provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos
e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa. .................................................................... 89
5. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. .. 99
6. Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classificação, espécies e exteriorização;
vinculação e discricionariedade. .................................................................................................................................................. 106
7. Serviços Públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão,
permissão, autorização. ............................................................................................................................................................... 116
8. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; ....................... 127
9. Responsabilidade civil do Estado. ................................................................................................................................................ 131
10. Lei nº 8.429/1992 e suas alterações. ........................................................................................................................................... 135
11. Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo). .................................................................................................................... 143

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ÍNDICE

Noções de informática
1. Conceitos de Internet e intranet ................................................................................................................................................ 153
2. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática................ 156
3. Conceitos e modos de utilização de aplicativos para a edição de textos, planilhas e apresentações com a suíte de escritório
LibreOffice ................................................................................................................................................................................. 157
4. Conceitos e modos de utilização de sistemas operacionais Windows 7 e 10.............................................................................. 185
5. Noções básicas de ferramentas e aplicativos de navegação e correio eletrônico....................................................................... 199
6. Noções básicas de segurança e proteção: vírus, worms e derivados........................................................................................... 203

Raciocínio lógico-matemático
1. Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições; valores lógicos das proposições; sentenças abertas; número de linhas da
tabela verdade; conectivos; proposições simples; proposições compostas. Tautologia................................................................ 211
2. Operação com conjuntos .............................................................................................................................................................. 233
3. Cálculos com porcentagens ......................................................................................................................................................... 237

Conhecimentos específicos
Técnico do Seguro Social
1. Seguridade Social. Origem e evolução legislativa no Brasil. Conceituação. Organização e princípios constitucionais................. 247
2. Regime Geral de Previdência Social. Segurados obrigatórios, Filiação e inscrição. Conceito, características e abrangência:
empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. Segurado facultativo:
conceito, características, filiação e inscrição. Trabalhadores excluídos do Regime Geral............................................................. 257
3. Empresa e empregador doméstico: conceito previdenciário ...................................................................................................... 264
4. Financiamento da Seguridade Social. Receitas da União. Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do
empregador doméstico, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos,
receitas de outras fontes. Salário de contribuição. Conceito. Parcelas integrantes e parcelas não integrantes. Limites mínimo
e máximo. Contribuições inferiores ao salário mínimo e complementação de contribuições. Reajustamento. Arrecadação e
recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social. Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do
Brasil. Obrigações da empresa e demais contribuintes. Prazo de recolhimento. Recolhimento fora do prazo: juros, multa e
atualização monetária ................................................................................................................................................................ 264
5. Decadência e prescrição.............................................................................................................................................................. 272
6. Crimes contra a seguridade social................................................................................................................................................ 274
7. Recurso das decisões administrativas.......................................................................................................................................... 278
8. Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de prestações, benefícios, disposições gerais e específicas,
períodos de carência, salário de benefício, renda mensal do benefício, reajustamento do valor dos benefícios....................... 280
9. Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de prestações, benefícios, disposições gerais e específicas,
períodos de carência, salário de benefício, renda mensal do benefício, reajustamento do valor dos benefícios........................ 285
10. Serviços Previdenciários. Serviço social. Reabilitação profissional.............................................................................................. 287
11. Benefícios decorrentes de legislações especiais. Pensão especial - Síndrome de Talidomida - Lei nº 7.070/1982 e suas
alterações.................................................................................................................................................................................... 287
12. Pensão especial dos seringueiros - Lei nº 7.986/1989 e suas alterações ..................................................................................... 288
13. Pensão especial de ex-combatente - Lei nº 8.059/1990 .............................................................................................................. 288
14. Pensão especial às vítimas de hemodiálise de Caruaru - Lei nº 9.422/1996 ............................................................................... 290
15. Pensão vitalícia às vítimas do CÉSIO 137 - Lei nº 9.425/1996 ..................................................................................................... 290
16. Aposentadoria e pensão excepcional ao anistiado político - Lei nº 10.559/2002 e suas alterações............................................ 291

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17. Pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase - Lei nº 11.520/2007............................................................................... 293
18. Pensão especial destinada a crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus - Lei nº 13.985/2020.......................................... 294
19. Seguro desemprego pescador artesanal - Seguro defeso - Lei nº 10.779/2003........................................................................... 295
20. Decreto nº 8.424/2015 e suas alterações.................................................................................................................................... 296
21. Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. Lei nº 8.742/1993 e suas alterações.......................................................................... 298
22. Benefício de prestação continuada - BPC/LOAS. Decreto nº 6.214/2007..................................................................................... 308
23. Auxílio-Inclusão. Lei nº 14.176/2021 e suas alterações................................................................................................................ 318
24. Regimes Próprios de Previdência Social (União, estados, Distrito Federal e municípios)............................................................ 320
25. Certidão de Tempo de Contribuição............................................................................................................................................. 321
26. Contagem recíproca .................................................................................................................................................................... 322
27. Compensação previdenciária. Lei nº 9.796/1999 e suas alterações ........................................................................................... 323
28. Decreto nº 10.188/2019 e suas alterações .................................................................................................................................. 325
29. Emenda Constitucional nº 103/2019 .......................................................................................................................................... 329
30. Lei Complementar nº 142/2013................................................................................................................................................... 340
31. Lei nº 8.212/1991 e suas alterações ............................................................................................................................................ 341
32. Lei nº 8.213/1991 e suas alterações............................................................................................................................................ 360
33. Decreto nº 3.048/1999 e suas alterações .................................................................................................................................... 383
34. Instrução Normativa PRES/INSS nº 128/2022 (publicada no Diário Oficial da União de 29/3/2022, Edição: 60, Seção: 1,
Página: 132) ................................................................................................................................................................................ 384
35. O servidor público como agente de desenvolvimento social ...................................................................................................... 384
36. Saúde e qualidade de vida no serviço público ............................................................................................................................. 385

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LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.


TIPOLOGIA TEXTUAL • Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
ou que faça com que você realize inferências. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
tável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
picos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de As informações que se relacionam com o tema chamamos de
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias capaz de identificar o tema do texto!
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
prova. -secundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele.

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LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
novo sentido, gerando um efeito de humor. da narrativa.
Exemplo: Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
apreensão do conteúdo exposto. tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
citadas ou apresentando novos conceitos. curto.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. como horas ou mesmo minutos.

Importância da interpretação Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-


A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos imagens.
específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, vencer o leitor a concordar com ele.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não de destaque sobre algum assunto de interesse.
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que berdade para quem recebe a informação.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Fato
Diferença entre compreensão e interpretação O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No sas, previmos suas consequências.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
dárias. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente ças sejam detectáveis.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Exemplos de interpretação:
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
encaminham-se diretamente para um desfecho. tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.

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Opinião Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
que fazemos do fato. pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
anteriores: odo, e o tópico que o antecede.
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão para a clareza do texto.
do que com a filha. Ela foi egoísta. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- sem coerência.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
mos expressando nosso julgamento. Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando mais direto.
analisamos um texto dissertativo.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando Definição de linguagem
com o sofrimento da filha. Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
e o do leitor. incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
Parágrafo e caem em desuso.
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- Língua escrita e língua falada
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
sentada na introdução. ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Linguagem popular e linguagem culta
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
prova. o diálogo é usado para representar a língua falada.

Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Linguagem Popular ou Coloquial


ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
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que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular • Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, • Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
expressão dos esta dos emocionais etc.
Exemplo:
A Linguagem Culta ou Padrão Era uma casa muito engraçada
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que Não tinha teto, não tinha nada
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Ninguém podia entrar nela, não
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Porque na casa não tinha chão
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Ninguém podia dormir na rede
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Porque na casa não tinha parede
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Ninguém podia fazer pipi
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Porque penico não tinha ali
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
Gíria (Vinícius de Moraes)
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comportamentos, nas leis jurídicas.
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode Características principais:
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
de pequenos grupos ou cair em desuso. bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
“mina”, “tipo assim”. • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco Exemplo:
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
comida”. na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Linguagem regional que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- perior para formação de oficiais.
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. Tipo textual expositivo
Tipos e genêros textuais A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e pode ser expositiva ou argumentativa.
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
exemplos e as principais características de cada um deles. Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
Tipo textual descritivo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo mar.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
um movimento etc. de ponto de vista.
Características principais: • Apresenta linguagem clara e imparcial.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função Exemplo:
caracterizadora. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
meração. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• A noção temporal é normalmente estática. terminado tema.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
ção. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
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Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- Nelson S. Oliveira
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre-
ais/4835684
Tipo textual dissertativo-argumentativo
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- GÊNEROS TEXTUAIS
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
(leitor ou ouvinte). funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
Características principais: do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- ais que neles predominam.
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
gestão/solução). Descritivo Diário
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Relatos (viagens, históricos, etc.)
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Biografia e autobiografia
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Notícia
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Currículo
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Lista de compras
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Cardápio
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Anúncios de classificados
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Injuntivo Receita culinária
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Bula de remédio
Manual de instruções
Exemplo: Regulamento
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Textos prescritivos
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
administração política (tese), porque a força governamental certa- Expositivo Seminários
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Palestras
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Conferências
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Entrevistas
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Trabalhos acadêmicos
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Enciclopédia
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Verbetes de dicionários
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Carta de opinião
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Resenha
cobrança efetiva (conclusão). Artigo
Ensaio
Tipo textual narrativo Monografia, dissertação de
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta mestrado e tese de doutorado
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
Narrativo Romance
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Novela
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Crônica
Contos de Fada
Características principais:
Fábula
• O tempo verbal predominante é o passado.
Lendas
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente). Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
prosa, não em verso. nitos e mudam de acordo com a demanda social.

Exemplo: INTERTEXTUALIDADE
Solidão A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. ambos: forma e conteúdo.

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Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
provérbios, charges, dentre outros. mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
Tipos de Intertextualidade domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- enunciador está propondo.
ticos. Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
significa a “repetição de uma sentença”. admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha mento de premissas e conclusões.
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) A é igual a B.
e “graphé” (escrita). A é igual a C.
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção Então: C é igual a A.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- que C é igual a A.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Outro exemplo:
“citação” (citare) significa convocar. Todo ruminante é um mamífero.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros A vaca é um ruminante.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Logo, a vaca é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
propõe. instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
vista defendidos. pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas der bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
sos de linguagem. na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
escolher entre duas ou mais coisas”. não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
zado numa dada cultura.

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ARGUMENTAÇÃO Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
também será verdadeira.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
propõe. banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de outro fundado há dois ou três anos.
vista defendidos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse der bem como eles funcionam.
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
sos de linguagem.
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
escolher entre duas ou mais coisas”. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zado numa dada cultura.
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- Tipos de Argumento
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer mento. Exemplo:
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. Argumento de Autoridade
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
enunciador está propondo. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de dadeira. Exemplo:
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
mento de premissas e conclusões.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
A é igual a B. ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
A é igual a C. cimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto.
Então: C é igual a B.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
que C é igual a A.
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
Outro exemplo: o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Todo ruminante é um mamífero. um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
A vaca é um ruminante. acreditar que é verdade.
Logo, a vaca é um mamífero.

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Argumento de Quantidade Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
largo uso do argumento de quantidade. dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
Argumento do Consenso de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não por bem determinar o internamento do governador pelo período
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- tal por três dias.
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases
carentes de qualquer base científica. Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
Argumento de Existência ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas texto tem sempre uma orientação argumentativa.
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
do que dois voando”. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa outras, etc. Veja:
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela vam abraços afetuosos.”
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
vios, etc., ganhava credibilidade.
Argumento quase lógico O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do injustiça, corrupção).
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
indevidas. o argumento.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con-
Argumento do Atributo texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
que é mais grosseiro, etc. uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce- outros à sua dependência política e econômica”.
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
de.
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A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
o assunto, etc). não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
dades não se prometem, manifestam-se na ação. verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu da verdade:
comportamento. - evidência;
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- - divisão ou análise;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - ordem ou dedução;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - enumeração.
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
mica e até o choro. encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse caracteriza a universalidade.
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu- verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. o efeito. Exemplo:
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- Fulano é homem (premissa menor = particular)
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
ver as seguintes habilidades: se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
mente contrária; dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O calor dilata o ferro (particular)
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta- O calor dilata o bronze (particular)
ria contra a argumentação proposta; O calor dilata o cobre (particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos- O ferro, o bronze, o cobre são metais
ta. Logo, o calor dilata metais (geral, universal)

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Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de lha dos elementos que farão parte do texto.
sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal)
análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular)
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Indução classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
cular) empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
– conclusão falsa) integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.

Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- sabiá, torradeira.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
ados nos sentimentos não ditados pela razão. Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
pesquisa.
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
(Garcia, 1973, p. 302304.)
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina- adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, de vista sobre ele.
o relógio estaria reconstruído. A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con- ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo- cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
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Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- o termo a ser definido; reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- o gênero ou espécie; sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
- a diferença específica. são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
ma espécie. Exemplo: cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
Elemento especie diferença se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
a ser definidoespecífica relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é virtude de, em vista de, por motivo de.
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
ou instalação”; entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito assim, desse ponto de vista.
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
dida;d
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
diferenças). ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que que, melhor que, pior que.
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
vra e seus significados. o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
mentação coerente e adequada. uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
caráter confirmatório que comprobatório.
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Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
caso, incluem-se (rever tipos de argumentação);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
mortal, aspira à imortalidade); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
dos e axiomas); ência);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão argumento básico;
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
parece absurdo). argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
mento básico;
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
cretos, estatísticos ou documentais. partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se menos a seguinte:
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. Introdução
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - função social da ciência e da tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - definições de ciência e tecnologia;
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex-
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Desenvolvimento
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- vimento tecnológico;
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
gumentação: condições de vida no mundo atual;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; desenvolvidos;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
dadeira; sado; apontar semelhanças e diferenças;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- banos;
dade da afirmação; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- mais a sociedade.
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
ridade que contrariam a afirmação apresentada; Conclusão
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se ências maléficas;
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados apresentados.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- ção: é um dos possíveis.
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
que gera o controle demográfico”. entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
elaboração de um Plano de Redação. é inserida.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
tecnológica Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos- cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
ta, justificar, criando um argumento básico; escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro.
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A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos termo “citação” (citare) significa convocar.
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
mencionar um provérbio conhecido. textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- Pastiche é uma recorrência a um gênero.
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
zá-lo ou ao compará-lo com outros. A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum a recriação de um texto.
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- produtor e ao receptor de textos.
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
Tipos de Intertextualidade daquela citação ou alusão em questão.
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
dade. ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá- A intertextualidade explícita:
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as – é facilmente identificada pelos leitores;
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – não exige que haja dedução por parte do leitor;
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- – apenas apela à compreensão do conteúdos.
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
outras palavras o que já foi dito. A intertextualidade implícita:
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – não é facilmente identificada pelos leitores;
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica te dos leitores;
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca a compreensão do conteúdo.
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- PONTO DE VISTA
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
demagogia praticada pela classe dominante. vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” servador e o narrador-personagem.
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A Primeira pessoa
cultura é o melhor conforto para a velhice”. Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
só descobrimos ao decorrer da história.
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Segunda pessoa - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá- componentes do texto;
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
quase como outro personagem que participa da história.

Terceira pessoa Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece


Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi- é inserida.
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
leitura não fique confuso. a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
Coerência escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. textos caracterizada por um citar o outro.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
outra”). fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
elementos formativos de um texto. mencionar um provérbio conhecido.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
elementos textuais. tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
zá-lo ou ao compará-lo com outros.
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
imediato a coerência de um discurso.
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
A coerência:
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
tual;
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. Tipos de Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
Coesão plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, dade.
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
tem-se a coesão lexical. um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala- logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
nentes do texto. Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical, é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir outras palavras o que já foi dito.
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
A coesão:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
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A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto te dos leitores;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada a co
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces-
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca ORTOGRAFIA OFICIAL
mpreensão do conteúdo.
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da ORTOGRAFIA OFICIAL
demagogia praticada pela classe dominante. • Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein-
troduzidas as letras k, w e y.
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- PQRSTUVWXYZ
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- • Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” gui, que, qui.
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A Regras de acentuação
cultura é o melhor conforto para a velhice”. – Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro- sílaba)
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro Como era Como fica
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o alcatéia alcateia
termo “citação” (citare) significa convocar. apóia apoia
apóio apoio
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Pastiche é uma recorrência a um gênero.
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
a recriação de um texto.
Como era Como fica
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
baiúca baiuca
mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
produtor e ao receptor de textos. bocaiúva bocaiuva
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
daquela citação ou alusão em questão.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita e ôo(s).
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, Como era Como fica
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
abençôo abençoo
A intertextualidade explícita: crêem creem
– é facilmente identificada pelos leitores;
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; – Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
– não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos. Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
A intertextualidade implícita: • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
– não é facilmente identificada pelos leitores; • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

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• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as As palavras podem ser:
palavras forma/fôrma. – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
Uso de hífen – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
Regra básica: sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho- – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
mem. (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)

Outros casos As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:


1. Prefixo terminado em vogal: • São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
semicírculo. R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
mo, antissocial, ultrassom. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on- E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
das. dói, coronéis...)
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
2. Prefixo terminado em consoante: (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário. Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su- nar e fixar as regras.
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Observações:
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala- com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano. indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, Vejamos um por um:
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
rar, cooperação, cooptar, coocupante. Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- aberto.
mirante. Já cursei a Faculdade de História.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, fechado.
pontapé, paraquedas, paraquedista. Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, caso afundo mais à frente).
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. Sou leal à mulher da minha vida.

Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando As palavras podem ser:
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
vamos passar para mais um ponto importante. -já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons sa-bo-ne-te, ré-gua...)
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Vejamos um por um:
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre • São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
aberto. íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
Já cursei a Faculdade de História. • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
fechado. fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
Meu avô e meus três tios ainda são vivos. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
caso afundo mais à frente). dói, coronéis...)
Sou leal à mulher da minha vida.
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)

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Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- Flexão dos Substantivos
nar e fixar as regras. • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
CLASSES DE PALAVRAS – Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
Substantivo epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.  macho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
Classificação dos substantivos que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
sua estrutura. macaco/João/sabão o/a estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
são formados por mais de um porta-voz/ – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
radical em sua estrutura. pé-de-moleque
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
são os que dão origem a mundo/ diminutivo.
outras palavras, ou seja, ela é população – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
a primeira. /formiga – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
são formados por outros populacional/formigueiro
radicais da língua. Adjetivo
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
designa determinado ser /Brasil vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo
espécie. São sempre iniciados Liberdade por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um ad-
por letra maiúscula. jetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
vespertino).
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
Flexão do Adjetivos
uma mesma espécie.
• Gênero:
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas no: homem feliz, mulher feliz.
própria. Esses seres podem /lobisomem – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
reais ou imaginários. japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
nomeiam ações, estados, bondade/ • Número:
qualidades e sentimentos que confiança/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
não tem existência própria, ou lembrança/ número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
seja, só existem em função de amor/ res, japonês/ japoneses.
um ser. alegria – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/ • Grau:
de seres da mesma espécie, buquê (de flores) – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
mesmo quando empregado rioso (do) que o seu.
no singular e constituem um – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
substantivo comum. rioso (do) que o seu.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
QUE NÃO ESTÃO AQUI! quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
mo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
moso.
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– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

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• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

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• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

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• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome de-
monstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)

• Devemos usar crase:


– Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
O Governo visa à resolução do problema.

– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”


Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substantivos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase. Mas...
há crase, sim!
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.

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– Expressões fixas • Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da pre-
crase: posição.
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à • Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transi-
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- tivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de
didas, à medida que, à proporção que. preposição. 
• NUNCA devemos usar crase: Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
– Antes de substantivos masculinos: João gosta de beterraba.
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a • Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime
pé. determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica
um verbo, adjetivo ou advérbio.
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
plural) usado em sentido generalizador: Vamos sair do mar.
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. • Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem prati-
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- ca a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
mem. Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um subs-
– Antes de artigo indefinido “uma” tantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação
Iremos a uma reunião muito importante no domingo. de um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu pré-
– Antes de pronomes dio.
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. • Complemento Nominal: Termo da oração que completa no-
mes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicio-
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela. nado.
A quem vocês se reportaram no Plenário? A realização do torneio teve a aprovação de todos.
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. • Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao su-
jeito da oração.
– Antes de verbos no infinitivo A especulação imobiliária me parece um problema.
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. • Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao
objeto direto ou indireto da oração.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou
identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equi-
valentes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo • Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a
da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita quem se dirige a palavra.
coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al- Senhora, peço aguardar mais um pouco.
gumas questões importantes:
Tipos de orações
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen- As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça,
tido completo.  não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, mo-
Os jornais publicaram a notícia. leza. Vamos comigo!!!
Silêncio!  Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações
de um período são independentes (não dependem uma da outra
• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma para construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as ora-
locução verbal. ções de um período são dependentes (dependem uma da outra
Este filme causou grande impacto entre o público. para construir sentido completo).
A inflação deve continuar sob controle. As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas
uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam
• Período Simples: formado por uma única oração. da conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).
O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.


Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
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Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular . • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
lanchamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante,  portanto  não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de
oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve
espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.
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Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. verbo e o adjunto.

Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem


Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- ção.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- serem observadas na redação oficial.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de • Separa aposto.
um diálogo, com ou sem aspas. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] • Separa termos repetidos.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico Aquele aluno era esforçado, esforçado.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- efeito, digo.
rem uma nova inserção. O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- ou seja, de fácil compreensão.
vernador)
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
Aspas ( “ ” ) tos).
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- • Separa orações coordenadas assindéticas.
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. ideias na cabeça...

Vírgula • Isola o nome do lugar nas datas.


São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
vírgula: forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
mos” o momento certo de fazer uso dela. mações comprovam, etc.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o nizar o problema.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?! CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- Concordância Nominal
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
Maria foi à padaria ontem. referem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
sa.

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Casos Especiais de Concordância Nominal Regência de algumas palavras
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Esta palavra combina com Esta preposição
alerta.
Acessível a
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Apto a, para
ção de palavras compostas:
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Atencioso com, para com
Coerente com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
Conforme a, com
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Dúvida acerca de, de, em, sobre
Empenho de, em, por
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan- Fácil a, de, para,
do advérbios: Junto a, de
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou
meia dúzia de ovos. Pendente de
Preferível a
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Próximo a, de
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Respeito a, com, de, para com, por
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Situado a, em, entre
substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Ajudar (a fazer algo) a
Aludir (referir-se) a
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Aspirar (desejar, pretender) a
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Assistir (dar assistência) Não usa preposição
mes. Deparar (encontrar) com
Concordância ideológica ou silepse Implicar (consequência) Não usa preposição
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Lembrar Não usa preposição
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
contexto. Pagar (pagar a alguém) a
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Precisar (necessitar) de
Blumenau estava repleta de turistas.
Proceder (realizar) a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Responder a
texto. Visar ( ter como objetivo a
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- pretender)
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
soa gramatical que está subentendida no contexto. QUE NÃO ESTÃO AQUI!
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
líticos.
] SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL

Significação de palavras
• Regência Nominal  As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
mento é estabelecida por uma preposição. que compõem este estudo.

• Regência Verbal Antônimo e Sinônimo


A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o Começaremos por esses dois, que já são famosos.
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
Isto pertence a todos. O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
homem que é antônimo de mulher.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS (CONFORME MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA)

O que é Redação Oficial1


Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Inte-
ressa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto
de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
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e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che-
atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normati- fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
vo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que difi- que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
culte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, neces- duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
sariamente, clareza e concisão. Além de atender à disposição cons- concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
titucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa soal;
história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabele- c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
cida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano. qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de
oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser
estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão,
nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as comu- a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
nicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas co- alcançada a necessária impessoalidade.
municações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes
dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
instituições tratados de forma homogênea (o público). A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca-
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei-
se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação
informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial
dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
análise pormenorizada de cada uma delas. ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
A Impessoalidade ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
a) alguém que comunique, mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
b) algo a ser comunicado, e estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
c) alguém que receba essa comunicação. dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci-
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
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modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de-
por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
os cidadãos. que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua- estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações concorrem:
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for- que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre restrita, como a gíria e o jargão;
sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre- c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso cindível uniformidade dos textos;
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo- d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento ticos que nada lhe acrescentam.
por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros É pela correta observação dessas características que se redige
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis- texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
Formalidade e Padronização deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- As comunicações oficiais
nual, exige que se atente para todas as características da redação A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
normas específicas para cada tipo de expediente. a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
Concisão e Clareza do signatário.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máxi- Pronomes de Tratamento
mo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija
com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conheci- Breve História dos Pronomes de Tratamento
mento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
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eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede-
vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de ral.
tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes
de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de- As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em seguido do cargo respectivo:
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes Senhor Senador,
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida- Senhor Juiz,
des civis, militares e eclesiásticas. Senhor Ministro,
Senhor Governador,
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni- A Sua Excelência o Senhor
cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo Fulano de Tal
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo Ministro de Estado da Justiça
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên- 70.064-900 – Brasília. DF
cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes- A Sua Excelência o Senhor
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos- Senador Fulano de Tal
so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero Senado Federal
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e 70.165-900 – Brasília. DF
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in-
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa- A Sua Excelência o Senhor
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Fulano de Tal
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Rua ABC, no 123
Emprego dos Pronomes de Tratamento 01.010-000 – São Paulo. SP
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece
a secular tradição. São de uso consagrado: Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
sendo desnecessária sua repetida evocação.
a) do Poder Executivo;
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Presidente da República;
para particulares. O vocativo adequado é:
Vice-Presidente da República;
Senhor Fulano de Tal,
Ministros de Estado;
(...)
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe-
deral;
No envelope, deve constar do endereçamento:
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Ao Senhor
Embaixadores; Fulano de Tal
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de Rua ABC, nº 123
cargos de natureza especial; 70.123 – Curitiba. PR
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais. Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em-
prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
b) do Poder Legislativo: o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
Deputados Federais e Senadores; uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
Ministro do Tribunal de Contas da União; não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
Deputados Estaduais e Distritais; indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
c) do Poder Judiciário: Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
Ministros dos Tribunais Superiores; jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
Membros de Tribunais; Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
Juízes; nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
Auditores da Justiça Militar. vocativo:

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Magnífico Reitor,


Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec- (...)
tivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, hierarquia eclesiástica, são:
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Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca- Partes do documento no Padrão Ofício
tivo correspondente é: O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
Santíssimo Padre, partes:
(...) a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
o expede:
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- Exemplos:
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
(...) mento à direita:
Exemplo:
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações 13
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se- Brasília, 15 de março de 1991.
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos c) assunto: resumo do teor do documento
e demais religiosos. Exemplos:
Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Fechos para Comunicações Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze dereço.
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
das as modalidades de comunicação oficial: de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
pública: na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
Respeitosamente, uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- -me informar que”, empregue a forma direta;
ferior: – Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
Atenciosamente, contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au- – Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de- tada a posição recomendada sobre o assunto.
vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das
Relações Exteriores. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
Identificação do Signatário Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú- a estrutura é a seguinte:
blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e – Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina- solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte: sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
(espaço para assinatura) do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
NOME sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República segundo a seguinte fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca-
(espaço para assinatura) minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
NOME tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi-
Ministro de Estado da Justiça dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
nos a última frase anterior ao fecho. – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
O Padrão Ofício rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com encaminhamento.
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única,
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
lhanças. g) assinatura do autor da comunicação; e

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa- Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
tário). tes informações do remetente:
– Nome do órgão ou setor;
Forma de diagramação – Endereço postal;
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte – telefone E endereço de correio eletrônico.
forma de apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo Memorando
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po- — Definição e Finalidade
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
da página; mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
espelho”); determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
cia da margem esquerda; pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
mo, 3,0 cm de largura; cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não memorando.
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, — Forma e Estrutura
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-
documento;
nado pelo cargo que ocupa.
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
Exemplos:
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche-
e ilustrações;
fe para Assuntos Jurídicos
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
Exposição de Motivos
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem — Definição e Finalidade
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da
veitamento de trechos para casos análogos; República ou ao Vice-Presidente para:
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem a) informá-lo de determinado assunto;
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do b) propor alguma medida; ou
documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
produtividade ano 2002”
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
Aviso e Ofício República por um Ministro de Estado.
— Definição e Finalidade Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica- nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe- Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de nisterial.
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de — Forma e Estrutura
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
no caso do ofício, também com particulares. padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a
exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente
— Forma e Estrutura projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex-
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
Exemplos: medida ou submeta projeto de ato normativo.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen-
Senhora Ministra te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
Senhor Chefe de Gabinete sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, cutivo (v. 10.4.3.).
apontar: c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
medida ou do ato normativo proposto; Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
de 2002.
o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pes-
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação,
ou órgão equivalente) nº de 200.
reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção,
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên- exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria),
cias não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à ex-
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na posição de motivos.
medida proposta Ressalte-se que:
3. Alternativas existentes às medidas propostas – A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
Mencionar: não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; – O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- Outras possibilidades de resolução do problema. comentários a serem ali incluídos.

4. Custos Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que


Mencionar: a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci-
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
especial ou suplementar; República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
- Valor a ser despendido em moeda corrente; encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente parte.
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva
tramitar em regime de urgência) Mensagem
Mencionar:
- Se o problema configura calamidade pública; — Definição e Finalidade
- Por que é indispensável a vigência imediata; É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
nham sido previstos;
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
prevista.
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi- matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
da proposta possa vir a tê-lo) veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
7. Alterações propostas de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa-
8. Síntese do parecer do órgão jurídico gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re-
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro- pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens
posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar- guintes finalidades:
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen-
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são
exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos,
resolver; a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é
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a solução para o seu concurso!
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encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianu- Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
al, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros forma de livro.
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o ção.
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange i) comunicação de veto.
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União. vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem j) outras mensagens.
de encaminhamento ao Congresso. Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
b) encaminhamento de medida provisória. mensagens com:
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada ções e prestações interestaduais e de exportação
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. (Constituição, art. 155, § 2o, IV);
c) indicação de autoridades. – Proposta de fixação de limites globais para o montante da
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos – Pedido de autorização para operações financeiras externas
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do (Constituição, art. 52, V); e outros.
Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di- Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci-
ção, art. 57, § 6o);
sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
– Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado,
República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
devidamente assinado, acompanha a mensagem.
– Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-
– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
(Constituição, art. 84, XX);
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada – Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. tituição, art. 137);
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de – Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII – Proposta de modificação de projetos de leis financeiras
do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a (Constituição, art. 166, § 5o);
outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso – Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga § 8o);
ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo – Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi-
administrativo. cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc.
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a — Forma e Estrutura
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as As mensagens contêm:
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui- talmente, no início da margem esquerda:
ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a Mensagem no
tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci- b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
plinado no art. 215 do seu Regimento Interno. do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
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c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; — Forma e Estrutura
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
da República, não traz identificação de seu signatário. vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
Telegrama eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
— Definição e Finalidade Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra- dido de confirmação de recebimento.
ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam- —Valor documental
bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza). correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser
aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
— Forma e Estrutura gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura em lei.
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
na Internet. QUESTÕES

Fax

— Definição e Finalidade 1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é


a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for-
se fundamenta em intertextualidade é:
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
há muito tempo.”
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do mete onde não é chamada.”
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário mesmo!”
o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida- tudo bem.”
mente. (E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”

— Forma e Estrutura 2. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alterna-


Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura tiva em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o (A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário (B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor- (C) “sérios”, “potência”, “após”.
me exemplo a seguir: (D) “Goiás”, “já”, “vários”.
(E) “solidária”, “área”, “após”.
Correio Eletrônico
3. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
— Definição e finalidade TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
transformou-se na principal forma de comunicação para transmis- objetivo é a seguinte:
são de documentos. (A) pôr.
(B) ilhéu.
(C) sábio.
(D) também.
(E) lâmpada.

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LÍNGUA PORTUGUESA
4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série 8. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- pontuação em:
-vermelho. (A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
fra-assinado. (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. teiramente pela porta?
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con- (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
trarregra. tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
-mencionado. to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
pregadas e grafadas. cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po-
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de 9. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
qualquer excesso e violência. mente correta a pontuação do seguinte período:
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
isso, num modo de intervenção específico. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol- providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
ta que ambos possam suscitar. importância, ditam o rumo de toda a história.
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po- (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
corpo dos supliciados. providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um sem importância, ditam o rumo de toda a história.
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con- (D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
organização em delinqüência. providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
importância, ditam o rumo de toda a história.
6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR – (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
extraordinária de imitar vários estilos musicais. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
mentos pessoais por meio de sua música. 10. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
composições do músico na cultura ocidental. mesmo processo de formação é:
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo- (A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona- (B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
gens. (C) deslealdade, colunista, incrível;
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se (D) anoitecer, festeiro, infeliz;
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. (E) reeducação, dignidade, enriquecer.

7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser 11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa- 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
drão na seguinte sentença: cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente. utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho. palavra primitiva foi formada respectivamente é:
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe. (A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião. tica (en + trist + ecer);
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso. (B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(en + triste + cer);
(C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
tética (en + trist + ecer);
(D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
xal (des + entristecer);
(E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
ca (des + entristecer).

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL – 17. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012)
2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações
formada por derivação: de concordância no texto abaixo.
(A) parassintética; O bom desempenho do lado real da economia proporcionou
(B) prefixal; um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra-
(C) sufixal; tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo-
(D) imprópria; ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de-
(E) regressiva. flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição
13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan-
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de
(A) pronome; salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa
(B) adjetivo; Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência
(C) advérbio; social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital,
(D) substantivo; responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF.
(E) preposição. (A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de
plural em “deflacionados”.
14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). em “Elevaram-se”.
(A) Pronome demonstrativo. (C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
(B) Pronome relativo. regras de concordância com “economia”.
(C) Pronome possessivo. (D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de
(D) Pronome pessoal. singular em “fez aumentar”.
(E) Pronome indefinido. (E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
com “relevantes”.

15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na 18. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba- – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli- te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
nhados classificam-se, respectivamente, em (A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(D) Ele gosta de bife à cavalo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
19. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
“Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
reta. marcada com o acento, EXCETO em:
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. (A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. (B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que eleitorado pelo resultado final.
35% deles fosse despejado em aterros. (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. (D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta vel.
de lixo. (E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis-
tema.

20. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração


e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
(a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
americanas, entre na fila.”
(A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
subordinadas.
(B) Período, composto por três orações.
(C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) Período, pois é composto por frases e orações.

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21. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS – 26. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perí-
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor- odo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um
miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
oração. história.”, a oração sublinhada é classificada como:
(A) Oração coordenada assindética aditiva. (A) coordenada assindética;
(B) Oração coordenada sindética aditiva. (B) subordinada substantiva completiva nominal;
(C) Oração coordenada sindética adversativa. (C) subordinada substantiva objetiva indireta;
(D) Oração coordenada sindética explicativa. (D) subordinada substantiva apositiva.
(E) Oração coordenada sindética alternativa.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
22. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia A lama que ainda suja o Brasil
a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas
orações. A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
sativa. ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva. um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi- Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
tiva. peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu- pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
tiva. anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
bial consecutiva. que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
23. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana- coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
lise sintaticamente a oração em destaque: sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen- se tornou uma bomba relógio na região.”
sados” (Machado de Assis). Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun-
(B) oração subordinada adverbial causal. do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida. barragens de mineração em todo o País apresentam condições de
(D) oração coordenada sindética conclusiva. insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór-
(E) oração coordenada sindética explicativa. gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do
24. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar-
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori-
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
(A) subordinada substantiva predicativa; o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
(B) subordinada adjetiva restritiva; FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
(C) subordinada substantiva subjetiva; QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
(D) subordinada substantiva objetiva direta;
(E) subordinada adjetiva explicativa. 27. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
25. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No fato.
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: gênero textual editorial.
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
mas nunca à custa de nossos filhos...” que se trata de uma reportagem.
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin- IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
dética adversativa; se trata de um editorial.
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex-
plicativa; Analise as assertivas e responda:
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver- (A) Somente a I é correta.
bial concessiva; (B) Somente a II é incorreta.
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada (C) Somente a III é correta
sindética adversativa; (D) A III e IV são corretas.
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con-
cessiva.

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28. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
ainda suja o Brasil”: agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
no desenvolvimento do assunto. ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
blemas no uso de conjunções e preposições. c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
de palavras e da ordem sintática. que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
temática e bom uso dos recursos coesivos. a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da
Analise as assertivas e responda: bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
(A) Somente a I é correta. alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
(B) Somente a II é incorreta. perguntou-lhe:
(C) Somente a III é correta. — Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(D) Somente a IV é correta. baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Leia o texto abaixo para responder as questões.
Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca-
UM APÓLOGO
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
Machado de Assis.
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam,
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- fico.
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
— Deixe-me, senhora. se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está muita linha ordinária!
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
der na cabeça. 29. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
outros. elementos dos textos:
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto… (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en- e mando...” (L.14-15)
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
isto uma cor poética. E dizia a agulha: abaixo e acima.” (L.25-26)
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
e acima… Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
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30. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros 34. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008)
valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade, Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que (A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de
os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi- crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe-
nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de: cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a
(A) dimensão e pejoratividade; maior taxa registrada na última década.
(B) afetividade e intensidade; (B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que
(C) afetividade e dimensão; serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a
(D) intensidade e dimensão; conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
(E) pejoratividade e afetividade. (C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento
em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em
31. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co- que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am-
mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna- pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de
tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi- novas fontes de petróleo.
vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado. (D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente,
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí-
ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11) da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina.
Agulha não tem cabeça.” (L.06) (E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia,
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13) da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi- um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do
nária!” (L.43) que o do Brasil.
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25) 35. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
32. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo o seguinte par de palavras:
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente (A) estrondo – ruído;
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre- (B) pescador – trabalhador;
sente no texto: (C) pista – aeroporto;
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação (D) piloto – comissário;
equânime em ambientes coletivos de trabalho; (E) aeronave – jatinho.
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho; 36. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
cada sujeito possui atribuições próprias. questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é sus-
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole- tentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque tem
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do como antônimo:
sujeito. (A) fortuna;
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, (B) opulência;
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais. (C) riqueza;
(D) escassez;
33. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- (E) abundância.
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase 37. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –  IF-BA –
acima, na ordem dada, as expressões: 2019)
(A) a que – de que; Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
(B) de que – com que; afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
(C) a cujas – de cujos; nado ao presidente do Congresso Nacional é
(D) à que – em que; (A) Senhor Presidente.
(E) em que – aos quais. (B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente.
(D) Excelentíssimo Presidente.
(E) Excelentíssimo Senhor.

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38. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR 2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 ) Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi- 3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação de desferir os golpes.
que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
se quer dizer. INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
(A) Dois-pontos. da vírgula em cada frase.
(B) Ponto-e-vírgula. ( ) Para destacar deslocamento de termos.
(C) Ponto-de-interrogação. ( ) Para separar adjuntos adverbiais.
(D) Ponto-de-exclamação. ( ) Para indicar um aposto.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
39. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS- (A) 1 – 2 – 3.
AOCP – 2018)  (B) 2 – 1 – 3.
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder (C) 3 – 1 – 2.
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda- (D) 3 – 2 – 1.
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
os itens a seguir.
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos GABARITO
são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto 1 E
é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
2 A
natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros 3 A
Poderes da União. 4 D
( ) Certo
5 B
( ) Errado
6 C
40. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 ) 7 B
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con-
forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em 8 E
2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras grafa- 9 A
das conforme o Acordo.
10 A
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador. 11 A
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di- 12 D
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
13 A
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário. 14 E
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação, 15 B
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
-Geral. 16 E
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró- 17 A
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria- 18 A
-Executiva, tenente-coronel.
19 D
Assinale a alternativa CORRETA: 20 B
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
21 C
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas. 22 C
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas. 23 E
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
24 A
41. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018) 25 D
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua. 26 B
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
mentem esses usos. 27 C
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3: 28 D
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
29 E
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.

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30 D ______________________________________________________

31 D ______________________________________________________
32 D ______________________________________________________
33 A
______________________________________________________
34 D
35 E ______________________________________________________
36 D ______________________________________________________
37 B
______________________________________________________
38 B
______________________________________________________
39 A
40 E ______________________________________________________
41 C ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
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ÉTICA NO SERVIÇO
PÚBLICO

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLI- II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
CO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL: DECRETO Nº ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
1.171/1994 legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°,
da Constituição Federal.
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 III - A moralidade da Administração Pública não se limita à dis-
tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
do Poder Executivo Federal. finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar
a moralidade do ato administrativo.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
8.429, de 2 de junho de 1992, aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em
fator de legalidade.
DECRETA: V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional
direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
vida funcional.
permanente.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações poli-
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co-
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da ciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública,
República, com a indicação dos respectivos membros titulares e su- a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso,
plentes. nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° a negar.
da República. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode
ITAMAR FRANCO omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
ANEXO pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Po- do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes-
der Executivo Federal mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
CAPÍTULO I IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica-
Seção I dos ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar
Das Regras Deontológicas mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o,
princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser- por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao
vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser- esperanças e seus esforços para construí-los.
vação da honra e da tradição dos serviços públicos.

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solu- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
ção que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na ção;
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali-
usuários dos serviços públicos. zação do bem comum;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, exercício da função;
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
pública. superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possí-
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra- vel, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase boa ordem.
sempre conduz à desordem nas relações humanas. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or- direito;
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris-
da Nação. dicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
Seção II ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes-
Dos Principais Deveres do Servidor Público mo que observando as formalidades legais e não cometendo qual-
quer violação expressa à lei;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
emprego público de que seja titular; cumprimento.
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen-
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações Seção III
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer ou- Das Vedações ao Servidor Público
tra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; XV - E vedado ao servidor público;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, po-
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de sição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; para outrem;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu res ou de cidadãos que deles dependam;
cargo; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
do o processo de comunicação e contato com o público; de sua profissão;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú-
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
blicos;
ou material;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res-
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al-
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usu-
cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
ários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie-
dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re- rarquicamente superiores ou inferiores;
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu- g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
ra em que se funda o Poder Estatal; de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa- para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servi-
vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações dor para o mesmo fim;
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami-
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe- nhar para providências;
cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten-
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua dimento em serviços públicos;
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa- j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti-
mente em todo o sistema; cular;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual- l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi- do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
dências cabíveis; público;
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito in- II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo
terno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos a transparência e o acesso à informação como instrumentos funda-
ou de terceiros; mentais para o exercício de gestão da ética pública;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual- III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a com-
mente; patibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra gestão relativos à ética pública;
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedi-
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a mentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na
empreendimentos de cunho duvidoso. gestão da ética pública do Estado brasileiro.
Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Execu-
CAPÍTULO II tivo Federal:
DAS COMISSÕES DE ÉTICA I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de
26 de maio de 1999;
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer 22 de junho de 1994; e
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de e órgãos do Poder Executivo Federal.
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra- Art. 3o A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham
tamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin- os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória ex-
do-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento periência em administração pública, designados pelo Presidente da
susceptível de censura. República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) uma única recondução.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos § 1o A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remu-
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os neração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda- considerados prestação de relevante serviço público.
mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios § 2o O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações
da carreira do servidor público. da Comissão.
XIX-(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) § 3o Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) três anos, estabelecidos no decreto de designação.
XXI -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) Art. 4o À CEP compete:
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de I - atuar como instância consultiva do Presidente da República
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo e Ministros de Estado em matéria de ética pública;
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do fal- II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Admi-
toso. nistração Federal, devendo:
XXIII -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) a) submeter ao Presidente da República medidas para seu apri-
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en- moramento;
tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas,
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza deliberando sobre casos omissos;
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desa-
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór- cordo com as normas nele previstas, quando praticadas pelas auto-
gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, ridades a ele submetidas;
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
do Estado. Federal de que trata o Decreto no 1.171, de 1994;
XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da
Ética Pública do Poder Executivo Federal;
DECRETO Nº 6.029/2007 E SUAS ALTERAÇÕES V - aprovar o seu regimento interno; e
VI - escolher o seu Presidente.
Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-Executiva,
vinculada à Casa Civil da Presidência da República, à qual competirá
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007. prestar o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão.
Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171,
Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Fede- de 1994, será integrada por três membros titulares e três suplentes,
ral, e dá outras providências. escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro perma-
nente, e designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe ou órgão, para mandatos não coincidentes de três anos.
confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, Art. 6o É dever do titular de entidade ou órgão da Administra-
DECRETA: ção Pública Federal, direta e indireta:
Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder I - assegurar as condições de trabalho para que as Comissões
Executivo Federal com a finalidade de promover atividades que dis- de Ética cumpram suas funções, inclusive para que do exercício das
põem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, com- atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo
petindo-lhe: ou dano;
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética con-
ética pública; forme processo coordenado pela Comissão de Ética Pública.
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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins
II e III do art. 2o: deste Decreto, todo aquele que, por força de lei, contrato ou qual-
I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no quer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, tempo-
âmbito de seu respectivo órgão ou entidade; rária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financei-
II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público ra, a órgão ou entidade da administração pública federal, direta e
Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de indireta.
1994, devendo: Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desres-
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu peito ao preceituado no Código de Conduta da Alta Administração
aperfeiçoamento; Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e do Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício ou em razão
deliberar sobre casos omissos; de denúncia fundamentada, respeitando-se, sempre, as garantias
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desa- do contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública
cordo com as normas éticas pertinentes; e ou Comissões de Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, con-
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou forme o caso, que notificará o investigado para manifestar-se, por
entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações ob- escrito, no prazo de dez dias.
jetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as nor- § 1o O investigado poderá produzir prova documental neces-
mas de ética e disciplina; sária à sua defesa.
III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Éti- § 2o As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos
ca do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e que entenderem necessários à instrução probatória e, também,
IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta promover diligências e solicitar parecer de especialista.
Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam § 3o Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação,
configurar descumprimento de suas normas.
após a manifestação referida no caput deste artigo, novos elemen-
§ 1o Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Exe-
tos de prova, o investigado será notificado para nova manifestação,
cutiva, vinculada administrativamente à instância máxima da enti-
no prazo de dez dias.
dade ou órgão, para cumprir plano de trabalho por ela aprovado e
§ 4o Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética
prover o apoio técnico e material necessário ao cumprimento das
proferirão decisão conclusiva e fundamentada.
suas atribuições.
§ 5o Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das
§ 2o As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão
providências previstas no Código de Conduta da Alta Administração
chefiadas por servidor ou empregado do quadro permanente da
Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com
Poder Executivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguin-
sua estrutura, alocado sem aumento de despesas.
Art. 8o Compete às instâncias superiores dos órgãos e entida- tes providências, no que couber:
des do Poder Executivo Federal, abrangendo a administração direta I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou
e indireta: função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou de-
I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina; volução ao órgão de origem, conforme o caso;
II - constituir Comissão de Ética; II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-
III - garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para -Geral da União ou unidade específica do Sistema de Correição do
que a Comissão cumpra com suas atribuições; e Poder Executivo Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de
IV - atender com prioridade às solicitações da CEP. junho de 2005, para exame de eventuais transgressões disciplina-
Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Fe- res; e
deral, integrada pelos representantes das Comissões de Ética de III - recomendação de abertura de procedimento administrati-
que tratam os incisos I, II e III do art. 2o, com o objetivo de promo- vo, se a gravidade da conduta assim o exigir.
ver a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética. Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que
Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão esteja concluído, qualquer procedimento instaurado para apuração
sob a coordenação da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma de prática em desrespeito às normas éticas.
vez por ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as § 1o Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou
ações para a promoção da ética na administração pública. da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do procedi-
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética mento deixarão de ser reservados.
devem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguin- § 2o Na hipótese de os autos estarem instruídos com documen-
tes princípios: to acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; somente será permitido a quem detiver igual direito perante o ór-
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser man- gão ou entidade originariamente encarregado da sua guarda.
tida sob reserva, se este assim o desejar; e § 3o Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apu- ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de concluído o proces-
ração dos fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto. so de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de desentranhados dos autos, lacrados e acautelados.
direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é as-
a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de segurado o direito de saber o que lhe está sendo imputado, de co-
infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico nhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das
de ente estatal. Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificada da
existência do procedimento investigatório.
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de
obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo englo-
celebração de contrato de trabalho, dos agentes públicos referidos ba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos menciona-
no parágrafo único do art. 11, deverá ser acompanhado da presta- dos no parágrafo único do art. 11 deste Decreto.
ção de compromisso solene de acatamento e observância das re- Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tra-
gras estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta Administração tam os incisos II e III do art. 2o atuarão como elementos de ligação
Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil com a CEP, que disporá em Resolução própria sobre as atividades
do Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou en- que deverão desenvolver para o cumprimento desse mister.
tidade, conforme o caso. Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Administra-
Parágrafo único . A posse em cargo ou função pública que sub- ção Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
meta a autoridade às normas do Código de Conduta da Alta Admi- do Poder Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou enti-
nistração Federal deve ser precedida de consulta da autoridade à dade aplicam-se, no que couber, às autoridades e agentes públicos
Comissão de Ética Pública, acerca de situação que possa suscitar neles referidos, mesmo quando em gozo de licença.
conflito de interesses. Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de pro- do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
ferir decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho
de 1994, os arts. 2o e 3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que
do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de
cria a Comissão de Ética Pública, e os Decretos de 30 de agosto de
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fede-
2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a Comissão de
ral ou do Código de Ética do órgão ou entidade, que, se existente,
Ética Pública.
será suprida pela analogia e invocação aos princípios da legalidade, Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186o da Independência e
competente deverá ouvir previamente a área jurídica do órgão ou 119o da República.
entidade.
§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos
que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pelos
órgãos e entidades que integram o Executivo Federal, bem como QUESTÕES
pelos cidadãos e servidores que venham a ser indicados para ocu-
par cargo ou função abrangida pelo Código de Conduta da Alta Ad-
ministração Federal. 1. Analise as afirmativas a seguir sobre as normas do Código de
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a pos- Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fede-
sível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade adminis- ral e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
trativa ou de infração disciplinar, encaminharão cópia dos autos às (   ) É vedado ao servidor público prejudicar deliberadamente
autoridades competentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles depen-
das medidas de sua competência. dam.
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qual- (   ) É dever do servidor público manter limpo e em perfeita
quer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à
serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos inves- sua organização e distribuição.
tigados, divulgadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas (   ) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética
à Comissão de Ética Pública. é a de suspensão e sua fundamentação constará do respectivo pare-
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam os cer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
incisos II e III do art. 2o são considerados relevantes e têm priori- (   ) À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos en-
dade sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus membros, carregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda-
quando estes não atuarem com exclusividade na Comissão.
mentar promoções.
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe-
(   ) Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra-
deral darão tratamento prioritário às solicitações de documentos
balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase
necessários à instrução dos procedimentos de investigação instau-
sempre conduz à desordem nas relações humanas.
rados pelas Comissões de Ética . Assinale a sequência correta.
§ 1o Na hipótese de haver inobservância do dever funcional (A) V V F V V
previsto no caput, a Comissão de Ética adotará as providências pre- (B) F V F V F
vistas no inciso III do § 5o do art. 12. (C) V V F F F
§ 2o As autoridades competentes não poderão alegar sigilo (D) F F V V V
para deixar de prestar informação solicitada pelas Comissões de (E) V F V F F
Ética.
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro de
Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o será
apurada pela Comissão de Ética Pública.
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados
de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam os
incisos II e III do art. 2o e de suas próprias sanções, para fins de con-
sulta pelos órgãos ou entidades da administração pública federal,
em casos de nomeação para cargo em comissão ou de alta relevân-
cia pública.
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
2. Sobre o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 5. Segundo o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, que
do Poder Executivo Federal, assinale a alternativa correta: aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
(A) É vedado ao servidor público deixar de utilizar os avanços Poder Executivo Federal, é INCORRETO afirmar:
técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento (A) A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
para atendimento do seu mister. tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele pró-
(B) É dever do servidor público ser probo, reto, leal e justo, de- prio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
monstrando toda a integridade do seu caráter, podendo, toda- administrativa se integre no Direito, como elemento indissociá-
via, quando estiver diante de duas opções legítimas, escolher a vel de sua aplicação e de sua finalidade.
que melhor facilite o seu trabalho. (B) A função pública deve ser tida como exercício profissional
(C) Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública e, portanto, não se integra na vida particular de cada servidor
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qual- público. Assim, os fatos e os atos verificados na conduta do dia
quer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo a dia na vida privada não poderão acrescer ou diminuir o bom
poder público, poderá ser criada uma Comissão de Ética, en- conceito na vida funcional.
carregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional (C) A ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho
do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sem-
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputa- pre conduz à desordem nas relações humanas.
ção ou de procedimento susceptível de censura. (D) O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
(D) A Comissão de Ética manterá registros sobre a conduta éti- comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu pró-
ca de cada servidor, os quais serão considerados, para todos prio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade,
os fins, documentos sigilosos, não podendo ser utilizados por o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior
outros órgãos nem para finalidades distintas das competências patrimônio.
da própria Comissão. (E) O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or-
(E) As penas aplicáveis ao servidor público, pela Comissão de ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, co-
Ética, em conformidade com a gravidade da conduta censurá- labora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade
vel são: advertência, suspensão, cassação de aposentadoria ou pública é a grande oportunidade para o crescimento e o en-
disponibilidade; destituição de cargo em comissão; destituição grandecimento da nação.
de função comissionada ou demissão, devendo a respectiva
fundamentação e enquadramento constar do respectivo pa- 6. Em atenção ao Código de Ética Profissional do Servidor Públi-
recer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do co Civil do Poder Executivo Federal, previsto no Decreto n° 1.171/94,
faltoso. assinale a alternativa que traz a (s) penalidade (s) que pode (m) ser
aplicada (s) aos servidores pela Comissão de Ética.
3. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Po- (A) Advertência e suspensão por até 15 dias.
der Executivo Federal apresenta uma série de eixos deontológicos (B) Censura e advertência.
para nortear a conduta dos agentes públicos, dentre os quais, que (C) Apenas censura.
(A) as ausências injustificadas ao trabalho desmoralizam o ser- (D) Censura, advertência e suspensão.
viço público e desordenam as relações humanas, quase sem- (E) Apenas advertência.
pre.
(B) o servidor público deve decidir fundamentalmente acerca 7. Em atenção ao Código de Ética Profissional do Servidor Públi-
do que for legal ou ilegal, evitando cogitações de outras ordens co Civil do Poder Executivo Federal, previsto no Decreto n° 1.171/94,
inexistentes na lei, tais como justiça ou injustiça. assinale a alternativa que traz a (s) penalidade (s) que pode (m) ser
(C) a remuneração do servidor público é custeada pelos tri- aplicada (s) aos servidores pela Comissão de Ética.
butos pagos direta ou indiretamente por todos, e não por ele (A) Advertência e suspensão por até 15 dias.
próprio. (B) Censura e advertência.
(D) a função pública não se integra na vida particular de cada (C) Apenas censura.
servidor. (D) Censura, advertência e suspensão.
(E) nem todos os servidores gozam do direito à verdade. (E) Apenas advertência.

4. Segundo o Código de Ética do Servidor Público (Decreto Fe- 8. Baseado no decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, que
deral 1.171/94), são deveres fundamentais do servidor público, de aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público, é INCOR-
acordo com o expresso textualmente no inciso XIV, o listado nas RETO afirmar:
alternativas a seguir, À EXCEÇÃO DE UMA. Assinale-a. (A) A remuneração do servidor público é custeada diretamente
(A) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integrida- pela Presidência da República, independentemente do recolhi-
de do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante mento de tributos pelos cidadãos.
de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem co- (B) O servidor público não deve deixar qualquer pessoa à espe-
mum ra de solução que compete aos setores onde exerça sua função.
(B) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências es- (C) A moralidade da Administração Pública não se limita à dis-
pecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva tinção entre o bem e o mal.
(C) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais (D) O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamen- ético de sua conduta.
te aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e (E) O servidor público deve justificar sua ausência ao local de
dos jurisdicionados administrativos trabalho.
(D) utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou
do seu conhecimento para atendimento do seu mister

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
9. No Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, a 13. Considerando os Decretos nº. 1.171/94 e nº. 6.029/2007,
Comissão de Ética Pública: os quais dispõem sobre a Ética Profissional do Servidor Público Civil
(A) será integrada por sete brasileiros que preencham os requi- do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir.
sitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória expe- I - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais
riência em administração pública, designados pelo Presidente de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e,
da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
permitida uma única recondução. e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
(B) contará com uma Secretaria Executiva, não vinculada à Casa caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função
Civil da Presidência da República, à qual competirá prestar o pública.
apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão. II - É vedado ao servidor público exercer atividade profissional
(C) delegará a servidor público ou pessoa jurídica de direito pri- aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
vado a apuração da infração ética imputada a agente público, III - Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a coorde-
órgão ou setor específico de ente estatal. nação da Comissão de Ética Pública, pelo menos 02 (duas) vez por
(D) atuará como instância judicial do Presidente da República e ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a
Ministros de Estado em matéria de ética pública. promoção da ética na administração pública.
(E) estará impedida de requisitar documento, promover dili- IV - A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegura-
gências, bem como solicitar parecer de especialista. do o direito de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o
teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões
10. De acordo com o Decreto nº 6.029 de 01 de fevereiro de de Ética, desde que tenha sido previamente notificada da existência
2007, compete ao Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo do procedimento investigatório.
Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem so- V - As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para
bre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal: deixar de prestar informação solicitada pelas Comissões de Ética.
(A) Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compa- A quantidade de itens CORRETOS é igual a:
tibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de (A) 1.
gestão relativos à ética pública. (B) 2.
(B) Contribuir para a implementação de políticas públicas ten- (C) 3.
do a transparência e o acesso à informação como instrumentos (D) 4.
acessórios para o exercício de gestão da ética pública. (E) 5.
(C) Promover, obrigatoriamente com o Supremo Tribunal Fede-
ral e o Senado Federal, a compatibilização de normas, proce- 14. Para apurar a prática de infração ética imputada a agente
dimentos técnicos e de gestão relativos à ética como um todo. público, poderá(ão) suscitar a atuação da comissão de ética pública
(D) Articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedi- qualquer
mentos de incentivo e incremento ao desempenho institucio- I cidadão.
nal na gestão da ética pública em alguns estados brasileiros. II estrangeiro em passagem pelo país.
(E) Segregar os órgãos, programas e ações relacionadas com a III agente público.
ética pública. IV associação de classe.
Assinale a opção correta.
11. NÃO compete às instâncias superiores dos órgãos e entida- (A) Apenas o item I está certo.
des do Poder Executivo Federal, abrangendo a administração direta (B) Apenas os itens I e III estão certos.
e indireta, nos termos do artigo 8º do Decreto 6.029/2007, (C) Apenas os itens II, III e IV estão certos.
(A) constituir a Rede de Ética do Poder Executivo Federal. (D) Apenas os itens I, III e IV estão certos.
(B) constituir Comissão de Ética. (E) Todos os itens estão certos.
(C) atender com prioridade às solicitações da CEP.
(D) observar e fazer observar as normas de ética e disciplina. 15. A Comissão de Ética Pública (CEP) integra o Sistema de Ges-
(E) garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para tão da Ética do Poder Executivo Federal e, segundo o Decreto n.º
que a Comissão cumpra com suas atribuições. 6.029/2007,
(A) ela é a instância deliberativa do presidente da República e
12. O Decreto 6.029/07 define em seu artigo 3º que a Comissão dos ministros de Estado.
de Ética Pública será integrada por____brasileiros. Qual a quantida- (B) o presidente da comissão tem voto de qualidade nas deli-
de de membros que preenche corretamente a lacuna? berações da CEP.
(A) dezenove. (C) o mandato de seus integrantes é de três anos, sem direito
(B) quinze. à recondução.
(C) treze. (D) seus integrantes são designados pelo chefe da Casa Civil da
(D) sete. Presidência da República.
(E) vinte e dois. (E) os mandatos de seus integrantes devem ser coincidentes.

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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GABARITO
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1 A ______________________________________________________
2 A
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3 A
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4 D
5 B ______________________________________________________
6 C ______________________________________________________
7 C
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8 A
9 A ______________________________________________________
10 A ______________________________________________________
11 A
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12 D
13 C ______________________________________________________
14 D ______________________________________________________
15 B
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE DIREITO
CONSTITUCIONAL

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIREITOS E Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano-


DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DIREITO À VIDA, À nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu-
LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIE- lação de ideias e práticas prejudiciais:
DADE; DIREITOS SOCIAIS; NACIONALIDADE; CIDADANIA; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS; GARAN- nimato;
TIAS DOS DIREITOS COLETIVOS, SOCIAIS E POLÍTICOS A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a ma-
nifestação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é abso-
luta não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem.
Daí, a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais
sem identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apura-
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak): ção de crimes de denúncia anônima.
• Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade in-
dividual – direitos civis e políticos; Direito de resposta e indenização:
• Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
direitos sociais e econômicos; além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
• Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-
ou solidariedade – direitos transindividuais, difusos e coletivos. soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
— Direitos e deveres individuais e coletivos por dano moral ou material.
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem Liberdade religiosa e de consciência:
alguns dos direitos e garantias fundamentais. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos prestação alternativa, fixada em lei;
termos desta Constituição; O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di- mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
reitos e deveres entre homens e mulheres. a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
ção de direitos em razão da crença pessoal.
Princípio da legalidade e liberdade de ação: A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
coisa senão em virtude de lei; nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
não fazer algo que esteja previsto em lei. prestação alternativa, fixada em lei.

Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de- Liberdade de expressão e proibição de censura:
sumano e degradante: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
mano ou degradante; Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo de pressão e a vedação da censura.
tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade huma-
na, por qualquer autoridade e também entre os próprios cidadãos. Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Constituição e X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
ainda crime inafiançável na legislação penal brasileira. imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;
Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá-
vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando
o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Proteção do domicílio do indivíduo: No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter-
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri-
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares
por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência). (milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com
fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas.
Proteção do sigilo das comunicações:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações Direito de propriedade e sua função social:
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- XXII - é garantido o direito de propriedade;
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es- XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996). privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou
A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co- causando prejuízo aos demais.
municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo
telefônico só pode se dar por ordem judicial. Intervenção do Estado na propriedade:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
Liberdade de profissão: por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis- diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; previstos nesta Constituição;
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão. Essa li- XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
berdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às qualifica- petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
ções profissionais que a lei estabelece. prietário indenização ulterior, se houver dano;

Acesso à informação: O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do


XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti-
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; da a intervenção do Estado na propriedade.
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga-
rantido o sigilo da fonte. Pequena propriedade rural:
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir: de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
cer ou dele sair com seus bens; A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
ritório nacional em tempos de paz. Direitos autorais:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
Direito de reunião: publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- ros pelo tempo que a lei fixar;
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
petente; desportivas;
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
Liberdade de associação: vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
a de caráter paramilitar; e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
estatal em seu funcionamento; ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
necer associado; propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral
extrajudicialmente; busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca
conter a concorrência desleal.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direito de herança: Tribunal de exceção:
XXX - é garantido o direito de herança; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva-
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
do “de cujus”; tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento
O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências
do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do pré-fixadas.
falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens
e direitos aos seus sucessores. Tribunal do Júri:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
Direito do consumidor: que lhe der a lei, assegurados:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- a) a plenitude de defesa;
sumidor; b) o sigilo das votações;
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina c) a soberania dos veredictos;
as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação a vida;
jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis- O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi-
lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a
responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que vida.
atuam na proteção do consumidor.
Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto da lei penal:
aos órgãos públicos: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- sem prévia cominação legal;
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe-
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011). não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con-
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for
mento de taxas: mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu.
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Princípio da não discriminação:
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; tos e liberdades fundamentais;
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem Decorre do princípio da igualdade.
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi- Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
dades, salvo necessidade de sigilo. e anistia:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
trole jurisdicional: XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
ou ameaça a direito; tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
Segurança jurídica: grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico o Estado Democrático.
perfeito e a coisa julgada; • Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. crático;
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi- • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- mes hediondos.
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo,
portanto, ser modificada. Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fian-
ça, ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu
processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante pa-
gamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento de
determinadas obrigações;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po- Extradição:
dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente- LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
mente da data em que foram cometidos; em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per- comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin- gas afins, na forma da lei;
ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade, LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime
ainda que parcial (graça). político ou de opinião;
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que
Princípio da intranscendência da pena: consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusado ou
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- condenada pela prática de um ou mais crimes em território estran-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de geiro, ao país que o reclama. A Constituição determina que não ha-
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles verá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipótese, e o natu-
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; ralizado somente nas exceções previstas.
A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser
cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado. Direito ao julgamento pela autoridade competente
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
Individualização da pena: toridade competente;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes: Devido Processo Legal:
a) privação ou restrição da liberdade; LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
b) perda de bens; devido processo legal;
c) multa;
d) prestação social alternativa; Contraditório e a ampla defesa:
e) suspensão ou interdição de direitos; LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas, com os meios e recursos a ela inerentes;
observado o histórico pessoal a atuação individual, de modo que Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido pro-
cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida. cesso legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulidade ab-
soluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transita-
Proibição de penas: da em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
XLVII – não haverá penas: autoridade judiciária competente.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
art. 84, XIX; Provas ilícitas:
b) de caráter perpétuo; LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
c) de trabalhos forçados; meios ilícitos;
d) de banimento; Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulen-
e) cruéis. to, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito, motivo
pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pes-
soa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de morte, Presunção de inocência:
pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis. LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
Estabelecimentos para cumprimento de pena: gado de sentença penal condenatória;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o con-
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; trário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Identificação criminal:
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos: LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
e moral; A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita
da validade e veracidade dos documentos cíveis apresentados ou
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela pre- quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identifi-
sidiária mulher: cada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- Ação Privada Subsidiária da Pública:
ção; LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Cons- esta não for intentada no prazo legal;
tituição Federal de 1988 determina que as penas sejam cumpridas
em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos ca-
e natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se sos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
sua integridade física e moral, garantindo ainda à apenada mulher, pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério
o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de Público, titular da ação penal, permanece inerte e não apresenta a
amamenta-los. denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofen-
dido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a
ação penal privada subsidiária da pública.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça: São remédios constitucionais em casos de violação de:
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processu- - Liberdade: Habeas Corpus
ais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; - Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança
Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se- - Informações: Habeas data
gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da - Preceito constitucional que necessite de norma regulamenta-
causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses dora: Mandado de Injunção
de menor, interesse social ou demanda de grande repercussão etc.,
ou a requerimento justificado das partes do processo. Habeas corpus:
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
Legalidade da prisão: ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- Mandado de Segurança:
litar, definidos em lei; LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devidamente data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
fundamentada. autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
buições do Poder Público;
Comunicabilidade da prisão: LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre por:
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família a) partido político com representação no Congresso Nacional;
do preso ou à pessoa por ele indicada; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
Informação ao preso: defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- Mandado de Injunção:
lia e de advogado; LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
Identificação dos responsáveis pela prisão: liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por lidade, à soberania e à cidadania;
sua prisão ou por seu interrogatório policial;
Habeas data:
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de LXXII – conceder-se-á habeas data:
sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo com- a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
petente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
por sua prisão e interrogatório. de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
Relaxamento da prisão ilegal: por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
dade judiciária; Ação Popular:
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no ato de sua popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
prisão. entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
Garantia da liberdade provisória: autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a da sucumbência;
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a validade de
acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do pro- atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade ad-
cesso criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal con- ministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
denatória, mediante o estabelecimento ou não de determinadas
condições e a colaboração com as investigações. Assistência Judiciária:
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
Prisão civil: aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do respon- Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias
sável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para se ter o
alimentícia e a do depositário infiel; acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão
civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão ali- Indenização por erro judiciário:
mentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Gratuidade de serviços públicos: O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de
ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho
a) o registro civil de nascimento; de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a
b) a certidão de óbito; esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas punir autores de crimes contra a humanidade.
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidada-
nia (Regulamento). — Direitos sociais
A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratui- Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir
dade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de certidão qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi-
de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economica- mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
mente hipossuficientes. lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF.

Princípio da Celeridade Processual: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação dada
nº 45, de 2004). pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de
forma a evitar que direitos se percam no transcorrer processual Do direito ao trabalho
pela demora do Judiciário. Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas or-
dens:
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen- - Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
tais: - Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen- 11, CF.
tais têm aplicação imediata.
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda- Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles destina-
mentais são autoaplicáveis. dos a proteger a relação de trabalho contra uma profunda desigual-
dade, de modo a compatibilizar a função laboral com a dignidade e
Rol é exemplificativo: o bem-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente da relação
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não trabalhista.
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati- Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
va do Brasil seja parte. outros que visem à melhoria de sua condição social:
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo,
mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa:
excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio- ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
nais. Assim, os direitos fundamentais podem ser esparsos, consubs- indenização compensatória, dentre outros direitos;
tanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional. Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indetermi-
nado e a legislação protege a continuidade das relações laborais
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos contra dispensa imotivada.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, Seguro-Desemprego:
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem- II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assis-
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma tência financeira temporária, que tenha prestado serviços laborais
deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis
de 2015, DEC 9.522, de 2018). meses. Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o be-
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de nefício será concedido ao trabalhador desempregado, por período
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re- máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus que deu origem à última habilitação, nos seguintes critérios:
membros em dois turnos de votação.
SEGURO DESEMPREGO
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter- 1ª Solicitação:
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Parcelas Tempo de trabalho
Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
2ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

3 (três) 9 a 11 meses Remuneração superior por trabalho noturno:


IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
4 (quatro) 12 a 23 meses Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer
5 (cinco) 24 meses ou mais a saúde, o trabalho noturno tem remuneração superior em 20% a
mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos
3ª Solicitação: e 25%, para os trabalhadores rurais.
Parcelas Tempo de trabalho Considera-se trabalho noturno:
– entre às 22h de um dia até às 5h do dia seguinte para traba-
3 (três) 6 a 11 meses
lhadores urbanos;
4 (quatro) 12 a 23 meses – entre às 21h de um dia e às 5h do dia seguinte, para os traba-
5 (cinco) 24 meses ou mais lhadores rurais da agricultura; e
– entre às 20h de um dia e às 4h do dia seguinte, para os traba-
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): lhadores rurais pecuária.
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança Proteção do salário contra retenção dolosa:
compulsória do trabalhador, gerida pela Caixa Econômica Federal X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve retenção dolosa;
depositar nas contas vinculadas de seus funcionários o valor cor- É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas
respondente a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador. os descontos salariais autorizados em Lei.

Salário mínimo: Participação nos lucros:


IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, sa, conforme definido em lei;
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos A Participação nos Lucros e Resultados da empresa correspon-
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação de a uma recompensa pelo reconhecimento do bom desempenho
para qualquer fim; e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada em-
O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44 presa sobre o lucro excedente de determinado período de suas ati-
horas semanais, podendo ser proporcional, em caso de jornada in- vidades.
ferior.
Salário-família:
Piso salarial: XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
trabalho; Constitucional nº 20, de 1998).
O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada O salário-família é um benefício da previdência social corres-
categoria profissional pode receber pela sua jornada de trabalho, pondente ao valor pago ao empregado de baixa renda, que receba
considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido salário no valor de até R$ 1.655,98, inclusive ao doméstico e ao tra-
e devendo ser sempre superior ao salário-mínimo nacional. balhador avulso, e possua filhos menores de 14 anos de idade ou
portadores de deficiência, sem limite de idade.
Irredutibilidadade do salário:
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção Jornada de Trabalho:
ou acordo coletivo; XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
a ter o seu salário reduzido arbitrariamente pelo empregador, du- horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
rante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à es- coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
tabilidade econômica do trabalhador. A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de tra-
balho não superior a oito horas diárias ou quarenta e quatro horas
Proteção aos que percebem remuneração variável: semanais, facultada a compensação e a redução.
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
percebem remuneração variável; Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento:
Os empregados que recebem salários com valores variáveis, XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
como comissões sobre vendas etc, nunca devem receber salário in- ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
ferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele
corresponde a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de traba-
mínima aqui estipulada terá como parâmetro o salário mínimo-ho- lho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas
ra. que funcionam em tempo integral, sem pausas. A jornada do traba-
Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina: lhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas diárias.
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração inte- Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR):
gral ou no valor da aposentadoria; XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário inte- mingos;
gral (ou proporcional ao período trabalhado, se for o caso) por oca- O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado corresponde a
sião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores, um dia de folga semanal remunerado ao trabalhador a ser concedi-
aposentados e pensionistas do INSS. do preferencialmente aos domingos.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Pagamentos de horas extras: Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunica-
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí- ção da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empre-
nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 gador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência
§ 1º). mínima de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indeniza-
O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remunera- do, quando concedido por qualquer uma das partes.
ção superior em, no mínimo, 50% das horas trabalhadas, além da
jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o Redução dos riscos do trabalho:
excedente em apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
10 horas diárias trabalhadas, salvo condições excepcionais. É lici- normas de saúde, higiene e segurança;
ta também a compensação de jornada (banco de horas), quando É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às ati-
ao invés de receber o acréscimo salarial que lhe é devido, o tra- vidades desempenhadas por seus colaboradores, através do cum-
balhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas primento de todas as normas regulamentadoras de saúde, higiene
excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o e segurança, bem como do fornecimento de equipamentos de pro-
cumprimento de alguns requisitos legais pela empregadora. teção individual e da exigência da execução de todas as normas da
empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa.
Férias remuneradas:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas:
terço a mais do que o salário normal; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas,
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo insalubres ou perigosas, na forma da lei;
trabalhador passa a ter direito a um período de até 30 dias para O trabalho penoso é aquele considerado extremamente des-
descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido gastante para a pessoa humana, em que o trabalhador depreende
um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades.
de 1/3 constitucional. As férias são concedidas a critério do empre-
Não há regulamentação de um adicional.
gador, que após o término do período aquisitivo, tem até um ano
O trabalho insalubre é aquele em que o empregado, no exer-
para concedê-las (período concessivo).
cício de suas atividades, expõe-se a qualquer agente físico, químico
ou biológico, nocivo à saúde, e que com o passar do tempo podem
Licença à gestante: ocasionar uma doença ocupacional. O adicional de insalubridade
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salá- pode variar entre:
rio, com a duração de cento e vinte dias; - 10% (dez por cento) em grau mínimo;
Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao - 20% (vinte por cento) em grau médio;
período em que a mulher está prestes a ter um filho, acabou de - 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, cal-
ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mu- culado sob o salário mínimo, nos termos da lei.
lher tem direito a permanecer afastada do seu trabalho e receber o
salário maternidade, benefício previdenciário pago à pessoa nessas São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profis-
condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo sionais da saúde, radiologistas, mineradores, entre outros.
ser ampliado para 180 dias, nos casos em que a empregadora for E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante
aderente ao Programa Empresa Cidadã. risco à integridade física do trabalhador. Como exemplos, temos as
atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétri-
Licença-paternidade: ca, segurança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta,
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; entre outros. O adicional de periculosidade é correspondente a
A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no 30% (trinta por cento) sobre o salário-base.
primeiro dia útil após o nascimento da criança em que o pai tem A insalubridade é diferente da periculosidade e os adicionais
direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu não são cumulativos!
salário. Nos casos em que a empresa esteja cadastrada no progra-
ma Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido por mais 15 dias, Aposentadoria:
totalizando 20 dias. XXIV – aposentadoria;
A aposentadoria é o benefício concedido pela Previdência So-
Proteção da mulher no mercado de trabalho: cial ao trabalhador segurado da previdência que preencher os re-
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante quisitos legais para sua concessão, consistente na prestação pecu-
incentivos específicos, nos termos da lei; niária recebida mensalmente pelo aposentado, calculada conforme
suas contribuições à previdência ao longo de toda a sua vida laboral.
A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública,
com vias a garantir a isonomia de condições laborais. Assim, são
Assistência aos filhos pequenos:
vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da ati-
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
vidade, pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferen-
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
ciações em razão do gênero para fins de remuneração, formação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez, A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos
proibição de revistas íntimas ou práticas que venham a ferir a digni- genitores de filhos e dependentes pequenos, garante assistência
dade feminina são alguns dos exemplos de medidas de proteção do gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo,
mercado de trabalho da mulher. ainda depende de regulamentação para o seu pleno exercício.

Aviso Prévio:
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de tra- Igualdade ao trabalhador avulso:
balho: XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de empregatício permanente e o trabalhador avulso.
trabalho; O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma em-
Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as conven- presa de maneira eventual e que, apesar de não possuir vínculo
ções e acordos coletivos como instrumentos com força de lei entre empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com
as partes, desde que conformes com o texto constitucional. vínculo e a sua prestação de serviços deve obrigatoriamente ser in-
termediada por um sindicato de sua categoria.
Proteção em face da automação:
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; Empregados domésticos:
A proteção em face da automação consiste em proteger a Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalha-
classe trabalhadora do desemprego pela automação abusiva, bem dores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
como em garantir de forma efetiva a saúde e a segurança no meio XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
ambiente de trabalho automatizado. e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
Seguro contra acidentes de trabalho: acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando a sua integração à previdência social (Redação dada pela Emenda
incorrer em dolo ou culpa; Constitucional nº 72, de 2013).
O seguro contra acidentes de trabalho é uma garantia ao em-
pregado, às expensas do empregador, que assume os riscos da ativi- Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exerci-
dade laboral, mediante pagamento de um adicional sobre folha de dos pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de uma co-
salários de seus empregados, com administração atribuída à Previ- letividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem:
dência Social. Tal seguro tem função de seguridade por ser destina-
do a beneficiários atingidos por doença ou acidente, que estejam Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa
associados ao sistema previdenciário. O Seguro contra acidentes de dos trabalhadores para defesa de seus interesses profissionais e
trabalho está regulamentado pela Lei 8.212/91. econômicos.
Ação trabalhista nos prazos prescricionais: Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de do trabalho, de modo organizado para defesa de interesses dos
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do essenciais e inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados to-
contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional talmente para o exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017)
nº 28, de 2000). entende que servidores que atuam diretamente na área de segu-
A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclama-
rança pública não podem entrar em greve em nenhuma hipótese.
tória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro dos prazos processuais
legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02
Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos
anos, a partir da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
para que o trabalhador possa ingressar com a Ação Trabalhista. O
em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Consti-
discussão.
tuição, refere-se ao período cujos direitos podem ser questionados,
ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos corres-
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11,
pondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados.
CF: nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada
Não discriminação: a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun- promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil; — Direitos de nacionalidade
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; pode participar dos atos pertinentes à nação. A atribuição da nacio-
nalidade se dá por dois critérios:
Proibição de distinção do trabalho: Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território na-
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e cional;
intelectual ou entre os profissionais respectivos; Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo
nascido no exterior.
Trabalho do menor: O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por cri-
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a térios do jus sanguinis. O art. 12 da Constituição Federal elenca os
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re- grupos: os brasileiros natos e os naturalizados.
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
- De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz. Art. 12 São brasileiros:
- De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno, I - natos:
perigoso ou insalubre. a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
- A partir de 18 anos: Trabalho normal. pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei- a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa- trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
tiva do Brasil; 1994).
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com- brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 54, de 2007). Extradição, repatriação, deportação e expulsão
II - naturalizados: A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, do Estado soberano para enviar uma pessoa que se encontra refu-
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- giada em seu território a outro Estado estrangeiro.
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pes-
pública Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e soa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra- a reclama. Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não
sileira (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
de 1994). opinião.
Repatriação é medida administrativa consistente no processo
Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF) de devolução voluntária de uma pessoa ao seu local de origem ou
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: de cidadania, por estar impedida de permanecer em território bra-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; sileiro após determinado período.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta-
III - de Presidente do Senado Federal; da irregular de estrangeiros no território nacional e a repatriação
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território
V - da carreira diplomática; nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira.
VI - de oficial das Forças Armadas. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada com-
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda pulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada
Constitucional nº 23, de 1999). com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configu-
rado pela prática de crimes em território brasileiro.
Naturalização O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento
A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária no exterior, prática comum na época da ditadura militar, é vedado
da nacionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apátrida pela Constituição.
que preencher determinados requisitos.
Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não — Direitos políticos
possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida é aquele que tem Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão
mais de uma nacionalidade. na vida política e estrutural de seu Estado, garantindo-lhe o acesso
A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer ci-
diversas questões acerca da nacionalidade e do processo de natu- dadão tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma
ralização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou elegendo repre-
natos e naturalizados. sentantes junto aos poderes públicos.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacio-
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. nal é diferente de cidadão. A condição de nacional é um pressupos-
to para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de
Portugueses: nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar
Aos portugueses com residência permanente no país serão do processo governamental, sobretudo pelo voto.
atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, desde que haja re- Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania po-
ciprocidade. pular é exercida pelo sufrágio (voto) universal, direto e secreto, com
valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumen-
Art. 12 tos de participação semidireta pelo povo.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os acerca de uma determinada questão. Assim, em termos práticos, é
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons- feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia
tituição (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº à elaboração da lei.
3, de 1994). Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou
rejeita uma atitude governamental, normalmente uma lei ou proje-
Perda da Nacionalidade: to de lei já existente.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1%
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação usar deste instrumento em nível estadual e municipal.
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos): Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos:
Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e re- § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con-
ferendo, subscrever projeto de lei de iniciativa popular e de propor dições:
ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
para os maiores de dezoito anos e facultativo para os maiores de da atividade;
dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
res de setenta anos. autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço da diplomação, para a inatividade.
militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alistaram no exército e
foram convocados a prestar serviço militar. O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos): Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí-
Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
votado, ou seja, na elegibilidade que é a capacidade eleitoral passi- fraude;
va consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que preenchi- de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
dos os devidos requisitos. manifesta má-fé.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: Suspensão e Perda dos Direitos Políticos
I - a nacionalidade brasileira;
A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar,
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
respectivamente, de forma definitiva ou temporária. Ocorrerá a
III - o alistamento eleitoral;
perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
transitada em julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a
V - a filiação partidária; Regulamento.
VI - a idade mínima de: todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá
Senador; enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, enquanto não re-
b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis- toma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos sus-
trito Federal; pensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão.
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distri- Também são passíveis de suspensão os condenados criminalmente
tal, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; (com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui-
d) 18 anos para Vereador. rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a
suspensão será, da mesma forma, temporária.
Inelegibilidades:
A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
de inelegibilidade, apenas fixa algumas. Em regra: ou suspensão só se dará nos casos de:
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado;
Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do pa- II - incapacidade civil absoluta;
rentesco com o Presidente da República, com os Governadores de III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os durarem seus efeitos;
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito. IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o côn- alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
juge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja — Partidos Políticos
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e in-
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. teresses comuns, com a finalidade de exercer o poder a partir da
vontade popular, determinando o governo e a orientação política
Quanto à reeleição e desincompatibilização, a Emenda Consti-
nacional. Juridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurí-
tucional nº 16 trouxe a possibilidade de reeleição para o chefe dos
dicas de direito privado, constituídas na forma da lei civil, perante
Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao con-
o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e
trário do sistema americano de reeleição, que permite apenas a re-
condução por um período somente, no Brasil, após o período de um autonomia para gerir sua organização interna.
mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto. No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú-
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do blica, e diferente de outras nações aqui não foi instituído o dualis-
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi- mo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos
tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único políticos têm liberdade de organização partidária, sendo livres a
período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional criação, fusão, incorporação e a sua extinção, observados o caráter
nº 16, de 1997). nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú- financeiros de entidades ou governo estrangeiros, a vedação da uti-
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos lização de organização paramilitar, além do dever de prestar contas
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com
pleito. a lei.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
permitidas. brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e re- como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emen-
gistrados no TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e aces- da Constitucional nº 19, de 1998);
so gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral.
— Servidores públicos

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ARTIGOS DE 37 A 41, CAPÍTU- Concurso Público:


LO VII, CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988) A investidura em cargo ou emprego público só se pode dar por
meio de concurso público. Enquanto não há a posse, os aprovados
têm apenas uma expectativa de direito. Não há direito adquirido
em relação ao cargo pela simples aprovação em concurso público.
— Disposições gerais
A administração pública consiste no conjunto de meios institu- Art. 37.
cionais, materiais, financeiros e humanos do Estado, preordenado II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
coletivas. títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
A função administrativa é institucionalmente imputada a diver- emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
sas entidades governamentais autônomas, expressas no art. 37 da cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
Constituição Federal. ração (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
Administração Pública Direta e Indireta anos, prorrogável uma vez, por igual período;
A administração direta é a administração centralizada, defini-
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
da como o conjunto de órgãos administrativos subordinados dire-
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
tamente ao Poder Executivo de cada entidade. Ex.: Ministérios, as
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
Forças Armadas, a Receita Federal, os próprios Poderes Executivo,
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
Legislativo, Judiciário etc.
Por sua vez, a administração indireta é a descentralizada, com- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
posta por entidades personalizadas de prestação de serviço ou ex- vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
ploração de atividades econômicas, mas vinculadas aos Poderes rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
Executivos da entidade pública. Ex.: Autarquias: Agência Nacional percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
de Aviação Civil – ANAC, Instituto Nacional de Colonização e Refor- buições de direção, chefia e assessoramento (Redação dada pela
ma Agrária – INCRA e outras agências reguladoras, Universidade Fe- Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
deral de Alfenas – UNIFAL-MG e outras universidades federais, Cen- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
tros e Institutos Federais de Educação Tecnológica, Banco Central ciação sindical;
do Brasil – BACEN; Conselho Federal de Medicina e outros Conse- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
lhos Profissionais etc; Empresas Públicas: BNDES, Caixa Econômica definidos em lei específica (Redação dada pela Emenda Constitucio-
Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos etc; Sociedades nal nº 19, de 1998);
de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil etc; Fundações pú- VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
blicas: Funai, Funasa, IBGE etc. para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão;
Princípios Específicos da Administração Pública IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Legalidade: todo o ato administrativo deve ser antecedido de terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
lei; interesse público;
Impessoalidade: todos atos e provimentos administrativos não
são imputáveis ao agente político que o realiza, mas sim ao órgão O art. 37 da Constituição Federal estabelece ainda as regras
ou entidade pública em nome da qual atuou. quanto a valores, limitações e formas de recebimento de remunera-
Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que ela tem de ção e subsídios dos servidores públicos, bem como condições sobre
formal, mas como na sua teleologia. Não bastará ao administrador acúmulo de cargos e funções:
o estrito cumprimento da legalidade, devendo ele, no exercício de
sua função pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade Art. 37.
e justiça.
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Publicidade: todos os atos administrativos devem ser públicos,
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
vedado o sigilo e o segredo, salvo em hipóteses restritas que envol-
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
vam a segurança nacional.
rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19, este prin-
cípio estabelece que os atos administrativos devem cumprir os seus índices (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
propósitos de forma eficaz. (Regulamento);
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na- Art. 37.
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe- todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre- obrigações (Regulamento).
mo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos O referido art. 37, CF dispõe ainda sobre as informações na Ad-
Defensores Públicos (Redação dada pela Emenda Constitucional nº ministração Pública:
41, 19.12.2003); XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
tivo; terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (In-
serviço público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, cluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);
de 1998); § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
nº 19, de 1998);
ridades ou servidores públicos.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); da lei.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em administração pública direta e indireta, regulando especialmente
qualquer caso o disposto no inciso XI (Redação dada pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
Constitucional nº 19, de 1998): I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Constitucional nº 19, de 1998); ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico dos serviços (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen- XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
da Constitucional nº 34, de 2001); Lei nº 12.527, de 2011);
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
ou indiretamente, pelo poder público (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998); XVIII - a administração fazendária e Improbidade Administrativa
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência A improbidade administrativa é espécie de ilegalidade pratica-
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, da pelo servidor, qualificada pela finalidade de atribuir situação de
na forma da lei; vantagem a si ou a outrem. A Lei nº 8.429/92, chamada de Lei de
Improbidade Administrativa, disciplina este dispositivo constitucio-
E também a criação de autarquias e instituição de empresas nal, previsto no art. 37, §4º.
públicas, fundações e sociedades de economia mista:
Art. 37.
Art. 37.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi-
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Constitucional nº 19, de 1998); § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
Todas as obras, serviços e compras da Administração, nos ter- seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
mos do que preceitua o art. 37 da Constituição, deverão ser contra- direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
tadas por meio de licitação pública.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante Regime Jurídico dos Servidores Públicos
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi- O regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de prin-
bilite o acesso a informações privilegiadas (Incluído pela Emenda cípios e regras destinadas à regulação das relações funcionais da
Constitucional nº 19, de 1998). administração pública e seus agentes. Pode ser geral, aplicável a
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos todos os servidores de uma determinada pessoa política (da Admi-
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser nistração Pública Federal, Estadual, Municipal, por exemplo) ou es-
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- pecífico, como é o caso de algumas carreiras, como a Magistratura,
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de Ministério Público etc.
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre O Regime Jurídico dos Servidores Públicos da União é estatu-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamen- tário e regido pela Lei nº 8.112 de 1990. Nas esferas distrital, es-
to) (Vigência) : taduais e municipais podem ser adotados estatutos próprios, des-
I - o prazo de duração do contrato (Incluído pela Emenda Cons- de compatíveis com os preceitos da Constituição Federal e da Lei
titucional nº 19, de 1998) 8.112/90.
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di- No regime estatutário não há relação contratual empregatícia.
reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes (Incluído pela A Constituição Federal prevê todo o regime jurídico dos Servi-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998); dores Públicos, com sistema remuneratório, regime previdenciário
III - a remuneração do pessoal (Incluído pela Emenda Constitu- e regra geral de aposentadoria, nos termos do art. 40, CF.
cional nº 19, de 1998); A estabilidade é uma das garantias do serviço público, prevista
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às constitucionalmente. É adquirida pelo funcionário concursado após
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem três anos de efetivo exercício da função pública e impede que ele
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municí- seja desvinculado do serviço público arbitrariamente, a não ser por
pios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral sentença transitada em julgado ou decisão administrativa em que
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). lhe foi dado amplo direito de defesa, aposentadoria compulsória,
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- exoneração a pedido ou morte:
sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exo- concurso público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
neração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide de 1998).
Emenda Constitucional nº 20, de 1998); § 1º O servidor público estável só perderá o cargo (Redação
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera- dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado (Inclu-
caráter indenizatório previstas em lei (Incluído pela Emenda Consti- ído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
tucional nº 47, de 2005). II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, rada ampla defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, 1998);
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respecti- penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa
vo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores (In- tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
cluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005). aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser re- muneração proporcional ao tempo de serviço (Redação dada pela
adaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabili- Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
dades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- outro cargo (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
gem (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). 1998);
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- para essa finalidade (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (In- 1998).
cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servi-
dores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não
seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
5. (VUNESP – 2021) É um dos direitos constitucionais dos traba-
QUESTÕES lhadores urbanos e rurais:
(A) relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
com ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que
1. (CESPE / CEBRASPE – 2021) A respeito dos direitos e deve- preverá indenização compensatória.
res individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (B) participação nos lucros, ou resultados, vinculada à última
(CF), julgue o item a seguir. remuneração do trabalhador.
São inafiançáveis e imprescritíveis os crimes de racismo e terro- (C) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas-
rismo, bem como a ação de grupos armados contra a ordem consti- cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas.
tucional e o Estado democrático. (D) jornada de oito horas para o trabalho realizado em turnos
( ) CERTO ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.
( ) ERRADO (E) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de 180 (cento e oitenta) dias.
2. (OBJETIVA – 2021) De acordo com a Constituição Federal,
todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 6. (FGV – 2021) Ingrid nasceu no território da Bélgica à época
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a em que seu pai, brasileiro, ali atuava em uma indústria privada de
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran- conectores eletrônicos. Sua mãe era belga. Considerando que In-
ça e à propriedade, nos seguintes termos, entre outros: grid foi registrada apenas perante o órgão competente belga, não
I. É vedada a expressão da atividade intelectual, artística, cien- perante uma repartição brasileira, ela é considerada:
tífica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. (A) estrangeira, somente lhe restando a opção de se naturalizar
II. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o brasileira, na forma da lei;
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. (B) brasileira nata, já que seu pai era brasileiro e se encontrava
III. É relativo o caráter de inviolabilidade do sigilo da corres- em território belga a trabalho;
pondência e das comunicações telefônicas, uma vez que, poderá (C) brasileira nata, pois a ordem constitucional brasileira adota,
ser mitigado por ordem judicial para fins de instrução processual em caráter conjunto, os modelos do jus soli e do jus sanguinis;
penal e, nos casos de investigação criminal, por determinação do (D) estrangeira, mas, caso venha a residir no território brasilei-
delegado responsável pela investigação. ro e opte, a qualquer tempo, após atingir a maioridade, pela
Está(ão) CORRETO(S): nacionalidade brasileira, adquiri-la-á em caráter nato;
(A) Somente o item I. (E) estrangeira, mas pode adquirir a nacionalidade brasileira,
(B) Somente o item II. em caráter nato, caso o requeira, em território belga, perante
(C) Somente os itens I e III. repartição consular brasileira, no ano seguinte à maioridade.
(D) Somente os itens II e III.
(E) Todos os itens. 7. (VUNESP – 2021) É um cargo público privativo de brasileiro
nato:
3. (FUNDATEC – 2021) Conforme o Art. 5º da Constituição da (A) de Procurador Geral da República.
República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa IN- (B) de Ministro do Tribunal de Contas da União.
CORRETA. (C) de Presidente da Câmara dos Deputados.
(A) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- (D) de Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
nimato. (E) de Senador da República.
(B) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem. 8. (CESPE / CEBRASPE – 2021) Com base no disposto na Cons-
(C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, tituição Federal, julgue os seguintes itens, relativos a direitos políti-
independentemente das qualificações profissionais que a lei cos e partidos políticos.
estabelecer. I Direito político passivo corresponde ao direito do eleitor de
(D) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência votar.
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. II O cancelamento da naturalização por sentença transitada em
(E) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a julgado implica perda dos direitos políticos.
de caráter paramilitar. III Em se tratando de eleições proporcionais, o mandato per-
tence ao candidato eleito, e não ao partido político sob cuja legen-
4. (FGV – 2021) Conforme disposto na Constituição Federal é da o candidato disputou o processo eleitoral.
direito dos trabalhadores urbanos e rurais o décimo terceiro salário, Assinale a opção correta.
que será baseado: (A) Apenas o item I está certo.
(A) na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. (B) Apenas o item II está certo.
(B) no valor suplementar do bônus de participação do lucro. (C) Apenas os itens I e III estão certos.
(C) na alíquota de encargos previdenciários do período vigente. (D) Apenas os itens II e III estão certos.
(D) no maior salário mínimo do país ou conforme for estipulado (E) Todos os itens estão certos.
no estatuto da empresa.
(E) no salário completo ou no valor pago de imposto sobre a
renda retido na fonte.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
9. (FUNDATEC – 2021) Em relação aos princípios constitucionais 12. (QUADRIX – 2021) Relativamente às normas de conduta
que regem a administração pública(conforme artigo 37 da Consti- dos servidores públicos, julgue o item.
tuição Federal vigente), analise as assertivas a seguir: Na hipótese de um agente público causar dano a qualquer bem
• O Princípio da __________ exige que a atividade administra- pertencente ao patrimônio público, por descuido ou má vontade,
tiva seja desenvolvida de modo leal e que assegure a toda a comu- não constitui apenas uma ofensa à Administração Pública, mas a
nidade a obtenção de vantagens justas. todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência,
• As ações do administrador público são plenamente vincula- seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-lo.
das ao que estabelecem as normas vigentes, ou seja, ele somente ( ) CERTO
pode fazer o que a lei autoriza ou determina. Diferente do gestor ( ) ERRADO
privado, que pode fazer tudo o que a lei não proíbe. Esse é o Prin-
cípio da __________. 13. (FGV – 2021) A Constituição da República de 1988
• O Princípio da __________ exige que os atos estatais sejam (CRFB/1988) é reconhecida pelo seu caráter democrático e proteti-
levados ao conhecimento de todos, ressalvadas hipóteses em que vo, e promoveu ampliação no rol de direitos e garantias individuais
se justificar o sigilo. e sociais. Em termos de reforma administrativa, contudo, a doutrina
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- especializada aponta a ocorrência de retrocessos, tornando a admi-
te, as lacunas dos trechos acima. nistração pública mais burocrática.
(A) Eficiência – Impessoalidade – Transparência Nesse sentido, é exemplo de retrocesso trazido pela CRFB/1988:
(B) Eficiência – Legalidade – Transparência (A) o incentivo à descentralização político-administrativa;
(C) Moralidade – Impessoalidade – Publicidade (B) o apoio ao clientelismo e ao fisiologismo como política de
(D) Moralidade – Impessoalidade – Transparência Estado;
(E) Moralidade – Legalidade – Publicidade (C) a institucionalização de mecanismos de democracia direta,
favorecendo o controle social e a accountability;
10. (UFPel-CES – 2021) De acordo com o art. 41 da Constituição (D) a extensão às entidades da administração indireta de proce-
Federal, são estáveis após três anos de exercício, os servidores no- dimentos e mecanismos de controle aplicáveis à administração
meados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso direta;
público, sendo (E) a criação do Departamento Administrativo do Serviço Públi-
(A) condição para a aquisição da estabilidade a avaliação es- co (DASP), para comandar as reformas administrativas e imple-
pecial de desempenho por comissão instituída para essa fina- mentar as políticas de governo.
lidade.
(B) vedada a invalidação da demissão de servidor estável por 14. (VUNESP – 2021) No tocante às disposições constitucionais,
sentença judicial, pois não pode o Poder Judiciário intervir em que tratam do tema dos servidores públicos, é correto afirmar que
ato da administração pública. (A) o tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou mu-
(C) que em caso de extinção do cargo, o servidor estável será nicipal e o tempo de serviço público correspondente serão con-
demitido. tados para fins de disponibilidade e aposentadoria do servidor.
(D) inadmissível que o servidor conteste o resultado da avalia- (B) aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
ção periódica de desempenho. cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
(E) o processo administrativo meio inviável para proceder a de- neração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
missão de servidor público estável. o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores.
(C) por motivos de segurança, é expressamente vedado aos Po-
11. (FGV – 2021) Maria, Promotora de Justiça, que ingressara deres Executivo, Legislativo e Judiciário divulgar ou publicar os
na carreira do Ministério Público do Estado Alfa há cinco anos, em valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos
razão de sua elevada expertise na área dos direitos humanos, foi públicos dos seus respectivos servidores.
convidada pelo Governador do Estado a ocupar o cargo de Secretá- (D) o membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Mi-
ria Estadual de Direitos Humanos. nistros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
À luz da sistemática constitucional, Maria: remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela
(A) não pode exercer qualquer outra função pública, incluindo única, que poderá ser acrescido de gratificação, adicional, abo-
a de Secretária de Estado, salvo uma de magistério; no, prêmio e verba de representação.
(B) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde que (E) é vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
haja aquiescência expressa do Procurador-Geral de Justiça; rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
(C) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, independen- cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.
temente da aquiescência de qualquer órgão do Ministério Pú-
blico;
(D) não pode exercer outra função pública, incluindo a de Se-
cretária de Estado, salvo se for temporariamente afastada do
cargo de Promotora de Justiça;
(E) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde que
haja compatibilidade de horários com o cargo de Promotora de
Justiça e a soma das remunerações não ultrapasse o teto.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
15. (VUNESP – 2021) Nos moldes da Constituição Federal, o ______________________________________________________
servidor público titular de cargo efetivo, que tenha sofrido limitação
em sua capacidade física ou mental, poderá, atendidas as demais ______________________________________________________
exigências, ser readaptado,
(A) para exercício de novo cargo compatível com a sua limita- ______________________________________________________
ção, devendo receber pelo menos 70% (setenta por cento) da ______________________________________________________
remuneração do cargo de origem.
(B) para exercício do mesmo cargo, com os necessários ajustes ______________________________________________________
à sua limitação, garantida a mesma remuneração do cargo.
(C) para exercício de novo cargo compatível com a sua limita- ______________________________________________________
ção, podendo o servidor optar entre a remuneração do cargo
de origem e a do cargo de destino. ______________________________________________________
(D) para exercício de novo cargo compatível com a sua limita-
ção, mantida a remuneração do cargo de origem. ______________________________________________________
(E) para exercício de novo cargo compatível com a sua limita-
______________________________________________________
ção, devendo receber a remuneração do cargo de destino
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GABARITO
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1 ERRADO
2 B ______________________________________________________
3 C ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 D
7 C ______________________________________________________
8 B ______________________________________________________
9 E
______________________________________________________
10 A
11 A ______________________________________________________
12 CERTO ______________________________________________________
13 D
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14 E
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15 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE DIREITO
ADMINISTRATIVO

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEI- TERRITÓRIO: pode ser conceituado como a área na qual o Esta-
TOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO; NATUREZA, do exerce sua soberania. Trata-se da base física ou geográfica de um
FINS E PRINCÍPIOS determinado Estado, seu elemento constitutivo, base delimitada de
autoridade, instrumento de poder com vistas a dirigir o grupo so-
cial, com tal delimitação que se pode assegurar à eficácia do poder
e a estabilidade da ordem.
Estado O território é delimitado pelas fronteiras, que por sua vez, po-
Conceito, Elementos e Princípios dem ser naturais ou convencionais. O território como elemento do
Adentrando ao contexto histórico, o conceito de Estado veio a Estado, possui duas funções, sendo uma negativa limitante de fron-
surgir por intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega teiras com a competência da autoridade política, e outra positiva,
e da civitas romana. Em meados do século XVI o vocábulo Estado que fornece ao Estado a base correta de recursos materiais para
passou a ser utilizado com o significado moderno de força, poder ação.
e direito.
O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de direi- Por traçar os limites do poder soberanamente exercido, o terri-
tos, que possui como elementos: o povo, o território e a soberania. tório é elemento essencial à existência do Estado, sendo, desta for-
Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 13), ma, pleno objeto de direitos do Estado, o qual se encontra a serviço
“Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos ele- do povo e pode usar e dispor dele com poder absoluto e exclusivo,
mentos povo, território e governo soberano”. desde que estejam presentes as características essenciais das rela-
O Estado como ente, é plenamente capacitado para adquirir di- ções de domínio. O território é formado pelo solo, subsolo, espaço
reitos e obrigações. Ademais, possui personalidade jurídica própria, aéreo, águas territoriais e plataforma continental, prolongamento
tanto no âmbito interno, perante os agentes públicos e os cidadãos, do solo coberto pelo mar.
quanto no âmbito internacional, perante outros Estados.
Vejamos alguns conceitos acerca dos três elementos que com- A Constituição Brasileira atribui ao Conselho de Defesa Nacio-
põem o Estado: nal, órgão de consulta do presidente da República, competência
para “propor os critérios e condições de utilização de áreas indis-
POVO: Elemento legitima a existência do Estado. Isso ocorre pensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
por que é do povo que origina todo o poder representado pelo Es- efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
tado, conforme dispões expressamente art. 1º, parágrafo único, da com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual-
Constituição Federal: quer tipo”. (Artigo 91, §1º, III,CFB/88).
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais
Constituição. próprias da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre,
O povo se refere ao conjunto de indivíduos que se vincula juri- projetada desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção
dicamente ao Estado, de forma estabilizada. territorial e suas projeções adquiram significado político e jurídico,
Entretanto, isso não ocorre com estrangeiros e apátridas, dife- é preciso considerá-las como um local de assentamento do grupo
rentemente da população, que tem sentido demográfico e quanti- humano que integra o Estado, como campo de ação do poder polí-
tativo, agregando, por sua vez, todos os que se encontrem sob sua tico e como âmbito de validade das normas jurídicas.
jurisdição territorial, sendo desnecessário haver quaisquer tipos de
vínculo jurídico do indivíduo com o poder do Estado. SOBERANIA: Trata-se do poder do Estado de se auto adminis-
trar. Por meio da soberania, o Estado detém o poder de regular o
Com vários sentidos, o termo pode ser usado pela doutrina seu funcionamento, as relações privadas dos cidadãos, bem como
como sinônimo de nação e, ainda, no sentido de subordinação a
as funções econômicas e sociais do povo que o integra. Por meio
uma mesma autoridade política.
desse elemento, o Estado edita leis aplicáveis ao seu território, sem
No entanto, a titularidade dos direitos políticos é determinada
estar sujeito a qualquer tipo de interferência ou dependência de
pela nacionalidade, que nada mais é que o vínculo jurídico estabe-
outros Estados.
lecido pela Constituição entre os cidadãos e o Estado.
Em sua origem, no sentido de legitimação, a soberania está
O Direito nos concede o conceito de povo como sendo o con-
ligada à força e ao poder. Se antes, o direito era dado, agora é ar-
junto de pessoas que detém o poder, a soberania, conforme já foi
quitetado, anteriormente era pensado na justiça robusta, agora é
explicitado por meio do art. 1º. Parágrafo único da CFB/88 dispondo
que “Todo poder emana do povo, que exerce por meio de repre- engendrado na adequação aos objetivos e na racionalidade técnica
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. necessária. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana
do povo. Além disso, todos os Poderes são partes de um todo que
é a atividade do Estado.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Como fundamento do Estado Democrático de Direito, nos pa- O Brasil adota a República como forma de Governo e o fede-
râmetros do art.1º, I, da CFB/88), a soberania é elemento essencial ralismo como forma de Estado. Em sua obra Direito Administrativo
e fundamental à existência da República Federativa do Brasil. da Série Advocacia Pública, o renomado jurista Leandro Zannoni,
A lei se tornou de forma essencial o principal instrumento de assegura que governo é elemento do Estado e o explana como “a
organização da sociedade. Isso, por que a exigência de justiça e de atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricio-
proteção aos direitos individuais, sempre se faz presente na vida nariedade, sob responsabilidade constitucional e política” (p. 71).
do povo. Por conseguinte, por intermédio da Constituição escrita, É possível complementar esse conceito de Zannoni com a afir-
desde a época da revolução democrática, foi colocada uma trava mação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a
jurídica à soberania, proclamando, assim, os direitos invioláveis do expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos
cidadão. do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto,
O direito incorpora a teoria da soberania e tenta compatibilizá- tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos
-la aos problemas de hoje, e remetem ao povo, aos cidadãos e à sua sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o
participação no exercício do poder, o direito sempre tende a preser- critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores.
var a vontade coletiva de seu povo, através de seu ordenamento, a No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um
soberania sempre existirá no campo jurídico, pois o termo designa conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e
igualmente o fenômeno político de decisão, de deliberação, sendo em sentido operacional sob a forma de condução política.
incorporada à soberania pela Constituição. O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos
A Constituição Federal é documento jurídico hierarquicamente com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessida-
superior do nosso sistema, se ocupando com a organização do po- des coletivas. O Governo pratica uma função política que implica
der, a definição de direitos, dentre outros fatores. Nesse diapasão, uma atividade de ordem mediata e superior com referência à dire-
a soberania ganha particular interesse junto ao Direito Constitu- ção soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins
cional. Nesse sentido, a soberania surge novamente em discussão, da ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções
procurando resolver ou atribuir o poder originário e seus limites, e buscando sempre a unidade da soberania estatal.
entrando em voga o poder constituinte originário, o poder cons-
tituinte derivado, a soberania popular, do parlamento e do povo
como um todo. Depreende-se que o fundo desta problemática está Administração pública
entranhado na discussão acerca da positivação do Direito em deter- Conceito
minado Estado e seu respectivo exercício. Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida-
Assim sendo, em síntese, já verificados o conceito de Estado e de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos
os seus elementos. Temos, portanto: interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e
agentes públicos.
ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como
Obs. Os elementos (povo + território + soberania) do Estado “a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re-
não devem ser confundidos com suas funções estatais que normal- gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos
mente são denominadas “Poderes do Estado” e, por sua vez, são interesses coletivos”.
divididas em: legislativa, executiva e judiciária Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a
Em relação aos princípios do Estado Brasileiro, é fácil encontra- Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e
-los no disposto no art. 1º, da CFB/88. Vejamos: órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo,
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- em sentido objetivo.
tui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em
I - a soberania; órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções
II - a cidadania; administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também
III - a dignidade da pessoa humana; na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Em suma, temos:
V - o pluralismo político.
SENTIDO Sentido amplo {órgãos governamentais e
Ressalta-se que os conceitos de soberania, cidadania e pluralis- SUBJETIVO órgãos administrativos}.
mo político são os que mais são aceitos como princípios do Estado.
No condizente à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais SENTIDO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos e
do trabalho e da livre inciativa, pondera-se que estes constituem as SUBJETIVO agentes públicos}.
finalidades que o Estado busca alcançar. Já os conceitos de sobera- SENTIDO Sentido amplo {função política e adminis-
nia, cidadania e pluralismo político, podem ser plenamente relacio- OBJETIVO trativa}.
nados com o sentido de organização do Estado sob forma política,
SENTIDO Sentido estrito {atividade exercida por
e, os conceitos de dignidade da pessoa humana e os valores sociais
OBJETIVO esses entes}.
do trabalho e da livre iniciativa, implicam na ideia do alcance de
objetivos morais e éticos.
Existem funções na Administração Pública que são exercidas
Governo pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são
Conceito subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser-
Governo é a expressão política de comando, de iniciativa públi- viço público.
ca com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada
jurídica contemporânea e atuante. uma das funções. Vejamos:

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de- Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e in-
senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida- tegrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos
de ou de interesse público. legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo,
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati- dando-lhe unicidade e coerência.
va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais
em prol do interesse coletivo. Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi- expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não po-
nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis- sitivados e não escritos na lei de forma expressa.
fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime
jurídico e com predominância pública. O serviço público também — Observação importante:
regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con- Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implíci-
cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati- tos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios que
va de políticas de governo. dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente im-
A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de plícitos.
governo e desempenhar a função administrativa em favor do in-
teresse público, dentre outros atributos essenciais ao bom anda- Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os prin-
mento da Administração Pública como um todo com o incentivo das cípios e demais dispositivos legais que formam o Direito Adminis-
atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse trativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios
público. centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do Interesse Pú-
A Administração Pública também possui elementos que a com- blico e a Indisponibilidade do Interesse Público.
põe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
função administrativa estatal. Conclama a necessidade da sobreposi-
SUPREMACIA DO
— Observação importante: ção dos interesses da coletividade sobre
INTERESSE PÚBLICO
Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais aco- os individuais.
pladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato da Sua principal função é orientar a
coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem INDISPONIBILIDA-
atuação dos agentes públicos para que
a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas na- DE DO INTERESSE
atuem em nome e em prol dos interes-
ções estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos inter- PÚBLICO
ses da Administração Pública.
nacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
No direito público interno encontra-se, no âmbito da adminis- Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas
tração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União, Estados, Dis- de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a in-
trito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
disponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais
No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses pri-
da administração indireta, as autarquias e associações públicas (art.
vados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no cam-
41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídi-
po de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação
cas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC,
em concurso público para o provimento dos cargos públicos.
pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar ao con-
sórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados,
Princípios Administrativos
Municípios e Distrito Federal).
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Ad-
Princípios da administração pública ministração Pública deverá obedecer aos princípios da Legalidade,
De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017), Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de Vejamos:
um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento – Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administra-
jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpre- tivo, apresenta um significado diverso do que apresenta no Direito
tes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo
de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da or- que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária à lei, é
dem jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrativo,
pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica. significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador deva
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade atuar somente no instante e da forma que a lei permitir.
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa. — Observação importante: O princípio da legalidade considera
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamen- toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
te responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais parâmetros art. 59 da Constituição Federal.
legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tute-
la dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez, – Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais óticas:
observadas em matérias específicas ou diante das particularidades
que permeiam a aplicação das normas aos casos existentes. a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
na objetividade.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo primeiro
do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter ca-
ráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’

– Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na Administração Pública.

O princípio da moralidade exige que o administrador tenha conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons costumes
e com a honestidade. O ato administrativo terá que obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o agente atua. Entre-
tanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade.

– Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A publicidade está
associada à prestação de satisfação e informação da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação da Administração seja
pública, tornando assim, possível o controle da sociedade sobre os seus atos.
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas em
lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e intimidade,
honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá ser afastado.

Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que os mesmos não
poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados.

– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e economi-
cidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a EC n.
19/1998.

São decorrentes do princípio da eficiência:

a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades administrativas,
desde que haja a celebração de contrato de gestão.

b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do art.
41, § 4º da CFB/88.

DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS

Conceito
De início, convém ressaltar que o estudo desse ramo do Direito, denota a distinção entre o Direito Administrativo, bem como entre as
normas e princípios que nele se inserem.
No entanto, o Direito Administrativo, como sistema jurídico de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do Estado
de Direito, no momento em que o Poder criador do direito passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com os movimen-
tos constitucionalistas, cujo início se deu no final do século XVIII. Por meio do novo sistema, o Estado passou a ter órgãos específicos para
o exercício da Administração Pública e, por isso, foi necessário a desenvoltura do quadro normativo disciplinante das relações internas da
Administração, bem como das relações entre esta e os administrados. Assim sendo, pode considerar-se que foi a partir do século XIX que
o mundo jurídico abriu os olhos para a existência do Direito Administrativo.
Destaca-se ainda, que o Direito Administrativo foi formado a partir da teoria da separação dos poderes desenvolvida por Montes-
quieu, L’Espirit des Lois, 1748, e acolhida de forma universal pelos Estados de Direito. Até esse momento, o absolutismo reinante e a junção
de todos os poderes governamentais nas mãos do Soberano não permitiam o desenvolvimento de quaisquer teorias que visassem a reco-
nhecer direitos aos súditos, e que se opusessem às ordens do Príncipe. Prevalecia o domínio operante da vontade onipotente do Monarca.
Conceituar com precisão o Direito Administrativo é tarefa difícil, uma vez que o mesmo é marcado por divergências doutrinárias, o
que ocorre pelo fato de cada autor evidenciar os critérios que considera essenciais para a construção da definição mais apropriada para o
termo jurídico apropriado.
De antemão, ao entrar no fundamento de algumas definições do Direito Administrativo,
Considera-se importante denotar que o Estado desempenha três funções essenciais. São elas: Legislativa, Administrativa e Jurisdicio-
nal.
Pondera-se que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes, porém, em tese, harmônicos entre si. Os poderes
foram criados para desempenhar as funções do Estado. Desta forma, verifica-se o seguinte:

Funções do Estado
> Legislativa
>> Administrativa
>>> Jurisdicional
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes criados para desenvolver as funções do estado
> Legislativo
>> Executivo
>>> Judiciário

Infere-se que cada poder exerce, de forma fundamental, uma das funções de Estado, é o que denominamos de FUNÇÃO TÍPICA.

PODER LEGISLATIVO PODER EXECUTIVO PODER JUDICIÁRIO


FUNÇÃO TÍPICA Legislar Administrativa Judiciária
Redigir e organizar o regramento Administração e gestão Julgar e solucionar conflitos por intermé-
ATRIBUIÇÃO
jurídico do Estado estatal dio da interpretação e aplicação das leis.

Além do exercício da função típica, cada poder pode ainda exercer as funções destinadas a outro poder, é o que denominamos de
exercício de FUNÇÃO ATÍPICA. Vejamos:

PODER LEGISLATIVO PODER EXERCUTIVO PODER JUDICIÁRIO


Tem-se por função atípica desse
Tem-se como função atípica desse Tem-se por função atípica desse
poder, por ser típica do Poder
poder, por ser típica do Poder poder, por ser típica do Poder
Executivo: Fazer licitação para
FUNÇÃO ATÍPICA Judiciário: O julgamento do Presi- Legislativo: A edição de Medida
realizar a aquisição de equipa-
dente da República por crime de Provisória pelo Chefe do Execu-
mentos utilizados em regime
responsabilidade. tivo.
interno.

Diante da difícil tarefa de conceituar o Direito Administrativo, uma vez que diversos são os conceitos utilizados pelos autores modernos
de Direito Administrativo, sendo que, alguns consideram apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que outros, optam
por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado, abordaremos alguns dos principais posicionamentos de diferentes e importantes autores.
No entendimento de Carvalho Filho (2010), “o Direito Administrativo, com a evolução que o vem impulsionando contemporaneamen-
te, há de focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas, sendo, uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas adminis-
trativas e entre os órgãos que as compõem e, a outra, de caráter externo, que se forma entre o Estado e a coletividade em geral.” (2010,
Carvalho Filho, p. 26).
Como regra geral, o Direito Administrativo é conceituado como o ramo do direito público que cuida de princípios e regras que discipli-
nam a função administrativa abrangendo entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução
do interesse público.
Vale lembrar que, como leciona DIEZ, o Direito Administrativo apresenta, ainda, três características principais:

1 – constitui um direito novo, já que se trata de disciplina recente com sistematização científica;
2 – espelha um direito mutável, porque ainda se encontra em contínua transformação;
3 – é um direito em formação, não se tendo, até o momento, concluído todo o seu ciclo de abrangência.

Entretanto, o Direito Administrativo também pode ser conceituado sob os aspectos de diferentes óticas, as quais, no deslindar desse
estudo, iremos abordar as principais e mais importantes para estudo, conhecimento e aplicação.
• Ótica Objetiva: Segundo os parâmetros da ótica objetiva, o Direito Administrativo é conceituado como o acoplado de normas que
regulamentam a atividade da Administração Pública de atendimento ao interesse público.
• Ótica Subjetiva: Sob o ângulo da ótica subjetiva, o Direito Administrativo é conceituado como um conjunto de normas que coman-
dam as relações internas da Administração Pública e as relações externas que são encadeadas entre elas e os administrados.
Nos moldes do conceito objetivo, o Direito Administrativo é tido como o objeto da relação jurídica travada, não levando em conta os
autores da relação.
O conceito de Direito Administrativo surge também como elemento próprio em um regime jurídico diferenciado, isso ocorre por que
em regra, as relações encadeadas pela Administração Pública ilustram evidente falta de equilíbrio entre as partes.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Fernando Correia, o Direito Administrativo é o sistema de nor-
mas jurídicas, diferenciadas das normas do direito privado, que regulam o funcionamento e a organização da Administração Pública, bem
como a função ou atividade administrativa dos órgãos administrativos.
Correia, o intitula como um corpo de normas de Direito Público, no qual os princípios, conceitos e institutos distanciam-se do Direito
Privado, posto que, as peculiaridades das normas de Direito Administrativo são manifestadas no reconhecimento à Administração Pública
de prerrogativas sem equivalente nas relações jurídico-privadas e na imposição, em decorrência do princípio da legalidade, de limitações
de atuação mais exatas do que as que auferem os negócios particulares.
Entende o renomado professor, que apenas com o aparecimento do Estado de Direito acoplado ao acolhimento do princípio da sepa-
ração dos poderes, é que seria possível se falar em Direito Administrativo.
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello aduz, em seu conceito analítico, que o Direito Administrativo juridicamente falando, ordena a
atividade do Estado quanto à organização, bem como quanto aos modos e aos meios da sua ação, quanto à forma da sua própria ação, ou
seja, legislativa e executiva, por intermédio de atos jurídicos normativos ou concretos, na consecução do seu fim de criação de utilidade
pública, na qual participa de forma direta e imediata, e, ainda como das pessoas de direito que façam as vezes do Estado.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
— Observação importante: Note que os conceitos classificam o Destaca-se na França, o sistema do contencioso administrativo com
Direito Administrativo como Ramo do Direito Público fazendo sem- matéria de teor administrativo, sendo decidido no tribunal admi-
pre referência ao interesse público, ao inverso do Direito Privado, nistrativo e transitando em julgado nesse mesmo tribunal. Definir o
que cuida do regulamento das relações jurídicas entre particulares, objeto do Direito Administrativo é importante no sentido de com-
o Direito Público, tem por foco regular os interesses da sociedade, preender quais matérias serão julgadas pelo tribunal administrati-
trabalhando em prol do interesse público. vo, e não pelo Tribunal de Justiça.
Depreende-se que com o passar do tempo, o objeto de estu-
Por fim, depreende-se que a busca por um conceito comple- do do Direito Administrativo sofreu significativa e grande evolução,
to de Direito Administrativo não é recente. Entretanto, a Adminis- desde o momento em que era visto como um simples estudo das
tração Pública deve buscar a satisfação do interesse público como normas administrativas, passando pelo período do serviço público,
um todo, uma vez que a sua natureza resta amparada a partir do da disciplina do bem público, até os dias contemporâneos, quando
momento que deixa de existir como fim em si mesmo, passando a se ocupa em estudar e gerenciar os sujeitos e situações que exer-
existir como instrumento de realização do bem comum, visando o cem e sofrem com a atividade do Estado, assim como das funções
interesse público, independentemente do conceito de Direito Ad- e atividades desempenhadas pela Administração Pública, fato que
ministrativo escolhido. leva a compreender que o seu objeto de estudo é evolutivo e dinâ-
mico acoplado com a atividade administrativa e o desenvolvimento
Objeto do Estado. Destarte, em suma, seu objeto principal é o desempe-
De acordo com a ilibada autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a nho da função administrativa.
formação do Direito Administrativo como ramo autônomo, fadado
de princípios e objeto próprios, teve início a partir do instante em Fontes
que o conceito de Estado de Direito começou a ser desenvolvido, Fonte significa origem. Neste tópico, iremos estudar a origem
com ampla estrutura sobre o princípio da legalidade e sobre o prin- das regras que regem o Direito Administrativo.
cípio da separação de poderes. O Direito Administrativo Brasileiro Segundo Alexandre Sanches Cunha, “o termo fonte provém do
não surgiu antes do Direito Romano, do Germânico, do Francês e latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água. En-
do Italiano. Diversos direitos contribuíram para a formação do Di- tende-se por fonte tudo o que dá origem, o início de tudo. Fonte do
reito Brasileiro, tais como: o francês, o inglês, o italiano, o alemão Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes históri-
e outros. Isso, de certa forma, contribuiu para que o nosso Direito cas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte formal),
pudesse captar os traços positivos desses direitos e reproduzi-los ou seja, o processo de produção das normas. São fontes do direito:
de acordo com a nossa realidade histórica. as leis, costumes, jurisprudência, doutrina, analogia, princípio geral
Atualmente, predomina, na definição do objeto do Direito Ad- do direito e equidade.” (CUNHA, 2012, p. 43).
ministrativo, o critério funcional, como sendo o ramo do direito que
estuda a disciplina normativa da função administrativa, indepen- Fontes do Direito Administrativo:
dentemente de quem esteja encarregado de exercê-la: Executivo,
Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delegação estatal”, A) Lei
(MAZZA, 2013, p. 33). A lei se estende desde a constituição e é a fonte primária e prin-
Sendo o Direito Administrativo um ramo do Direito Público, o cipal do Direito Administrativo e se estende desde a Constituição
entendimento que predomina no Brasil e na América Latina, ainda Federal em seus artigos 37 a 41, alcançando os atos administrativos
que incompleto, é que o objeto de estudo do Direito Administrati- normativos inferiores. Desta forma, a lei como fonte do Direito Ad-
vo é a Administração Pública atuante como função administrativa ministrativo significa a lei em sentido amplo, ou seja, a lei confec-
ou organização administrativa, pessoas jurídicas, ou, ainda, como cionada pelo Parlamento, bem como os atos normativos expedidos
órgãos públicos. pela Administração, tais como: decretos, resoluções,
De maneira geral, o Direito é um conjunto de normas, princí- Incluindo tratados internacionais.
pios e regras, compostas de coercibilidade disciplinantes da vida Desta maneira, sendo a Lei a fonte primária, formal e primor-
social como um todo. Enquanto ramo do Direito Público, o Direito dial do Direito Administrativo, acaba por prevalecer sobre as de-
Administrativo, nada mais é que, um conjunto de princípios e regras mais fontes. E isso, prevalece como regra geral, posto que as demais
que disciplina a função administrativa, as pessoas e os órgãos que a fontes que estudaremos a seguir, são consideradas fontes secundá-
exercem. Desta forma, considera-se como seu objeto, toda a estru- rias, acessórias ou informais.
tura administrativa, a qual deverá ser voltada para a satisfação dos A Lei pode ser subdividida da seguinte forma:
interesses públicos.
São leis específicas do Direito Administrativo a Lei n. 8.666/1993 — Lei em sentido amplo
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, insti- Refere-se a todas as fontes com conteúdo normativo, tais
tui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá como: a Constituição Federal, lei ordinária, lei complementar, me-
outras providências; a Lei n. 8.112/1990, que dispõe sobre o regime dida provisória, tratados internacionais, e atos administrativos nor-
jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das mativos (decretos, resoluções, regimentos etc.).
fundações públicas federais; a Lei n. 8.409/1992 que estima a recei-
ta e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 1992 e a — Lei em sentido estrito
Lei n. 9.784/1999 que regula o processo administrativo no âmbito Refere-se à Lei feita pelo Parlamento, pelo Poder Legislativo
da Administração Pública Federal. por meio de lei ordinária e lei complementar. Engloba também, ou-
O Direito Administrativo tem importante papel na identificação tras normas no mesmo nível como, por exemplo, a medida provisó-
do seu objeto e o seu próprio conceito e significado foi de grande ria que possui o mesmo nível da lei ordinária. Pondera-se que todos
importância à época do entendimento do Estado francês em dividir mencionados são reputados como fonte primária (a lei) do Direito
as ações administrativas e as ações envolvendo o poder judiciário. Administrativo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
B) Doutrina Exemplo:
Tem alto poder de influência como teses doutrinadoras nas Ao determinar a CFB/1988 que um concurso terá validade de
decisões administrativas, como no próprio Direito Administrativo. até 2 anos, não pode um órgão, de forma alguma, atribuir por efei-
A Doutrina visa indicar a melhor interpretação possível da norma to de costume, prazo de até 10 anos, porque estaria contrariando
administrativa, indicando ainda, as possíveis soluções para casos disposição expressa na Carta Magna, nossa Lei Maior e Soberana.
determinados e concretos. Auxilia muito o viver diário da Adminis- Ressalta-se, com veemente importância, que os costumes
tração Pública, posto que, muitas vezes é ela que conceitua, inter- podem gerar direitos para os administrados, em decorrência dos
preta e explica os dispositivos da lei. princípios da lealdade, boa-fé, moralidade administrativa, dentre
outros, uma vez que um certo comportamento repetitivo da Ad-
Exemplo: ministração Pública gera uma expectativa em sentido geral de que
A Lei n. 9.784/1999, aduz que provas protelatórias podem ser essa prática deverá ser seguida nas demais situações parecidas
recusadas no processo administrativo. Desta forma, a doutrina ex-
plicará o que é prova protelatória, e a Administração Pública poderá — Observação importante: Existe divergência doutrinária em
usar o conceito doutrinário para recusar uma prova no processo relação à aceitação dos costumes como fonte do Direito Adminis-
administrativo. trativo. No entanto, para concursos, e estudos correlatos, via de
regra, deve ser compreendida como correta a tese no sentido de
C) Jurisprudência que o costume é fonte secundária, acessória, indireta e imediata
Trata-se de decisões de um tribunal que estão na mesma dire- do Direito Administrativo, tendo em vista que a fonte primária e
ção, além de ser a reiteração de julgamentos no mesmo sentido. mediata é a Lei.

Exemplo: Nota - Sobre Súmulas Vinculantes


O Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui determinada juris- Nos termos do art. 103 - A da Constituição Federal, ‘‘o Supremo
prudência que afirma que candidato aprovado dentro do número Tribunal Federal poderá, de ofício ou mediante provocação, por de-
de vagas previsto no edital tem direito à nomeação, aduzindo que cisão de dois terços de seus membros, após decisões reiteradas que
existem diversas decisões desse órgão ou tribunal com o mesmo versam sobre matéria constitucional, aprovar súmulas que terão
entendimento final. efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta”.
— Observação importante: Por tratar-se de uma orientação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, a ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; ADMINIS-
jurisprudência não é de seguimento obrigatório. Entretanto, com as TRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
alterações promovidas desde a CFB/1988, esse sistema orientador
da jurisprudência tem deixado de ser a regra.

Exemplo: Administração direta e indireta


Os efeitos vinculantes das decisões proferidas pelo Supremo A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon-
Tribunal Federal na ação direta de inconstitucionalidade (ADI), na dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas
ação declaratória constitucionalidade (ADC) e na arguição de des- que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
cumprimento de preceito fundamental, e, em especial, com as sú- vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
mulas vinculantes, a partir da Emenda Constitucional nº. 45/2004. compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
Nesses ocorridos, as decisões do STF acabaram por vincular e obri- os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
gar a Administração Pública direta e indireta dos Poderes da União,
administrativa de maneira centralizada.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos dis-
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
postos no art. 103-A da CF/1988.
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi-
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de
D) Costumes
maneira descentralizada.
Costumes são condutas reiteradas. Assim sendo, cada país,
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer-
Estado, cidade, povoado, comunidade, tribo ou população tem os
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona-
seus costumes, que via de regra, são diferentes em diversos aspec-
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu-
tos, porém, em se tratando do ordenamento jurídico, não poderão lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público
ultrapassar e ferir as leis soberanas da Carta Magna que regem o ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda
Estado como um todo. opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi-
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução
Como fontes secundárias e atuantes no Direito Administrati- especializado de certas atividades, são consideradas como sendo
vo, os costumes administrativos são práticas reiteradas que devem manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica,
ser observadas pelos agentes públicos diante de determinadas si- de modo geral.
tuações. Os costumes podem exercer influência no Direito Admi-
nistrativo em decorrência da carência da legislação, consumando Desconcentração e Descentralização
o sistema normativo, costume praeter legem, ou nas situações em Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in-
que seria impossível legislar sobre todas as situações. terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim
Os costumes não podem se opor à lei (contra legem), pois ela sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído
é a fonte primordial do Direito Administrativo, devendo somente entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre
auxiliar à exata compreensão e incidência do sistema normativo. de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- funções para as quais foram criadas de forma correta.
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União,
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em Pessoas políticas
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons-
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político.
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven-
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas çadas na Constituição Federal.
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su- ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos
bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi- entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas
nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia. leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte-
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado rística que se encontra presente somente no âmbito da República
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati-
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. vos.
Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin-
do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser- Autarquias
viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
que transfere e a que acolhe as atribuições. criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias,
Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar
Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia-
e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei lização.
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan-
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma
e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au- mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a
mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo.
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público
(art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço
tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em
por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser-
ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo
Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles,
o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe-
gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação
ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
a que estão vinculadas.
regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri-
de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do
órgão. Vejamos: ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica-
ÓRGÃO — é criado por meio de lei. mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re-
ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des- gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais
de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no
ou a extinção de outros órgãos. âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na
ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga-
controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu- toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo
nal de Contas da União. Poder.

Pessoas administrativas Empresas Públicas


Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad- Sociedades de Economia Mista
ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias, São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di-
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de
mista. empresas estatais.
De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia
reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas
e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan-
existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in- tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos
direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido, dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco-
uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os nomia mista.
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Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado- Fundações e outras entidades privadas delegatárias
ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu- Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida duas características que se encontram presentes de forma contun-
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988
exclusiva e prioritária pelo direito público. conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe-
Observação importante: todas as empresas estatais, sejam deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco- de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza-
nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso
das autarquias.
O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida- Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun-
de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei
é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi-
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público, to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina Autárquica.
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
Observação importante: a autarquia é definida como serviço
a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu-
econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado
corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
a uma finalidade específica de interesse social.
reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
tuição Federal, que assim determina:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a Vejamos como o Código Civil determina:
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per- Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...)
mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda- No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis-
de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado.
econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta- O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações
ção de serviços, dispondo sobre: da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela Administração Pública.
sociedade; No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva- por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so-
das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra- mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se
balhistas e tributários; que o foro de ambas é na Justiça Federal.
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
nações, observados os princípios da Administração Pública; Delegação Social
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi- Organizações sociais
nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; As organizações sociais são entidades privadas que recebem
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili- o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas
dade dos administradores por particulares sob a forma de associação ou fundação que de-
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao
Vejamos em síntese, algumas características em comum das passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma
empresas públicas e das sociedades de economia mista: ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do
• Devem realizar concurso público para admissão de seus em- Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com
pregados;
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos
• Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá
constitucional;
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito
• Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam
bem como ao controle do Poder Legislativo;
• Não estão sujeitas à falência; dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec-
• Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis- nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
trativo no que se refere às suas atividades-meio; saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades
• Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali-
constitucionalmente; ficação de OSs.
• Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis- Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os
lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores. serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza-
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo,
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior-
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para
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que seja feita a qualificação da entidade como organização social é Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi-
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili- cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido
zação de bens públicos e servidores públicos. constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me-
nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n.
Organizações da sociedade civil de interesse público 13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades
sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu- da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de
tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De
Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999,
do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es-
o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos: tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos,
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res- consultorias, cooperação técnica e assessoria.
pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos Entidades de utilidade pública
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em
I – promoção da assistência social; seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o
histórico e artístico; setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro
complementar de participação das organizações de que trata esta Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública,
Lei; os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem-
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com- plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil
plementar de participação das organizações de que trata esta Lei; de interesse público (OSCIP).
V – promoção da segurança alimentar e nutricional; É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda-
promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo- de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da
luntariado; subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga-
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com- nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos.
bate à pobreza; Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de-
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro- mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não
dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa
e crédito; maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici-
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos ência da sociedade.
direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu- Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos
manos, da democracia e de outros valores universais; estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al- a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor
ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos
técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es-
neste artigo. tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um
A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que
receber a qualificação. Vejamos: instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações civil de interesse público.
da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de O termo publicização também é atribuído a um segundo sen-
qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei: tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde
I – as sociedades comerciais; à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação fins lucrativos.
de categoria profissional; No que condizente às características das entidades que com-
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten-
de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles:
IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações; 1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te-
V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar nham sido autorizadas por lei;
bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; 2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú-
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú- blico (serviços sociais não exclusivos do Estado);
de e assemelhados; 3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público;
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas 4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por
mantenedoras; isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi-
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra- nistração
tuito e suas mantenedoras; 5. Pública e ao Tribunal de Contas;
IX – as Organizações Sociais; 6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga-
X – as cooperativas; do parcialmente por normas direito público;
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Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públi-
não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam- cos em civis e militares. Pelo fato de termos adotado a classificação
bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi- aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores
reta. militares como sendo uma categoria à parte, designando-os apenas
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor de militares, e, por conseguinte, usando a expressão servidores pú-
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, blicos para se referir somente aos servidores públicos civis.
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri- De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos, os
vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de servidores públicos civis podem ser subdivididos da seguinte ma-
algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá- neira:
veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a
conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en- Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos
tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo pelo regime estatutário.
ser modificado de maneira parcial por normas de direito público. Servidores ou empregados públicos: são os servidores contra-
tados sob o regime da CLT e ocupantes de empregos públicos.
Servidores temporários: são os contratados por determinado
AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO; PO- período de tempo com o objetivo de atender à necessidade tempo-
DERES, DEVERES E PRERROGATIVAS; CARGO, EMPREGO rária de excepcional interesse público. Exercem funções públicas,
E FUNÇÃO PÚBLICOS; REGIME JURÍDICO ÚNICO (LEI Nº mas não ocupam cargo ou emprego público. São regidos por regime
8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES): PROVIMENTO, VACÂN- jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade federativa.
CIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO; DIREI-
TOS E VANTAGENS; REGIME DISCIPLINAR; RESPONSA- Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os mi-
BILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA litares eram tratados como “servidores militares”. Militares são
aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha,
o Exército e a Aeronáutica, às Polícias Militares ou aos Corpos de
Conceito Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios,
A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo, que estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pe-
várias regras de organização do Estado brasileiro, dentre elas, as los cofres públicos. Por estarem submetidos a um regime jurídico
concernentes à Administração Pública e seus agentes como um estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submeti-
todo. A designação “agente público” tem sentido amplo e serve dos à regras jurídicas diferentes das aplicadas aos servidores civis
para conceituar qualquer pessoa física exercente de função pública,
estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma
de forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou adminis-
categoria propícia de agentes públicos.
trativa, com investidura definitiva ou transitória.
Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares
Espécies (classificação)
alguns direitos sociais conferidos aos trabalhadores de forma geral,
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as ca-
são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas
tegorias de agentes públicos: agentes políticos, servidores públicos
com acréscimo ao menos um terço da remuneração normal; licença
civis, militares e particulares em colaboração com o serviço público.
à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade e assis-
Vejamos cada classificação detalhadamente: tência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o nascimen-
to até cinco anos de idade em creches e pré-escolas.
Agentes políticos Ademais, os servidores militares estão submetidos por força da
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbên- Constituição Federal a determinadas regras próprias dos servidores
cia de propor ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos. públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório, irredutibili-
Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal, dade de vencimentos, dentre outras peculiaridades.
estadual e municipal e de seus auxiliares diretos, quais sejam, os Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas algu-
Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder Legisla- mas vedações que constituem direito dos demais agentes públicos,
tivo como Senadores, Deputados e Vereadores. como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como da greve
De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo, e, quando estiverem em serviço ativo, da filiação a partidos políti-
com exceção dos Ministros e Secretários que são ocupantes de car- cos.
gos comissionados, de livre nomeação e exoneração.
Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar de Cargo, Emprego e Função Pública
forma ampla a categoria de agentes políticos, de forma a transpare- Para que haja melhor organização na Administração Pública, os
cer que os demais agentes que exercem, com alto grau de autono- servidores públicos são amparados e organizados a partir de qua-
mia, categorias da soberania do Estado em decorrência de previsão dros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, empre-
constitucional, como é o caso dos membros do Ministério Público, gos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma pessoa
da Magistratura e dos Tribunais de Contas. jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos internos.

Servidores Públicos Civis Cargo


De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei
que prestadoras de serviços às entidades federativas ou as pessoas 8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribui-
jurídicas da Administração Indireta em função da relação de traba- ções e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
lho que ocupam e com remuneração ou subsídio pagos pelos co- devem ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos consi-
fres públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas derar o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional
jurídicas. da Administração Pública a ser preenchido por um servidor público.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, trans- a restauração da redação originária do caput do art. 39 da CF/1988
formados e extinguidos por força de lei. (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado é o esta-
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do Po- tutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência entre o re-
der Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção de gime estatutário e o celetista relativo aos entes que, anteriormente
cargos, empregos e funções públicas. à concessão da medida cautelar mencionada, tenham realizado
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não contratações e admissões no regime de emprego público. No to-
depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que mes- cante às pessoas de Direito Privado da Administração Indireta como
mo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou veto do as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que são leis públicas de direito privado, infere-se que somente é possível a exis-
sem sanção. tência de empregados públicos, nos termos legais.

A despeito da criação de cargos, vejamos: Função Pública


a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe Função pública também é uma espécie de ocupação de agen-
desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). te público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos
b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do existem determinadas atribuições que também são exercidas por
Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respec- servidores públicos, mas no entanto, essas funções não compõem
tivos Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego público,
de cargos para o Ministério Público. como por exemplo, das funções exercidas por servidores contrata-
c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou dos temporariamente, em razão de excepcional interesse público,
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder com base no art. 37, IX, da CFB/88.
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora. Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias, desempe-
nhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego público.
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se Além disso, existem funções de chefia, direção e assessoramento
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por para as quais o legislador não cria o cargo respectivo, já que serão
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver exercidas com exclusividade por ocupantes de cargos efetivos, nos
ocupado, só poderá ser extinto por lei. termos do art. 37, V, da CFB/88.

Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve- Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da
jamos: CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão,
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de dire-
podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em ção, chefia e assessoramento.
razão do regime de progressão do servidor na carreira.
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus Regimente Jurídico
titulares. Provimento
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo ser-
Em relação às garantias e características especiais que lhe são vidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do qual
conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos; ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo as
e comissionados. Vejamos: funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa.
Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per- cargos públicos em dois grupos. São eles:
manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es-
ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público. Provimento originário: é ato administrativo que designa um
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores
37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri- daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública.
buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma- O provimento originário é a única forma de nomeação reco-
neira temporária, em função da confiança depositada pela autori- nhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, ressal-
dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende te-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público de
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei, a or-
ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade dem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque-se que o
nomeante. momento da nomeação configura discricionariedade do adminis-
trador, na qual devem ser respeitados os prazos do concurso públi-
Emprego co, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90, devendo, por
Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito dos requisitos
de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que para a ocupação do cargo.
também chamados de celetistas ou empregados públicos. Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este
A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas a
que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne servidor
empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do ser- público, o particular deverá assinar o termo de posse, se submeten-
vidor titular de cargo público é de natureza estatutária. do a todas as normas estatuárias da instituição.
No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a inves-
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas au- tidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da Lei
tarquias e fundações públicas de direito público, levando em conta 8.112/90.
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De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse é Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível
de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de pro- assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por exem-
vimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a devi- plo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o cargo
da comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por meio de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que tal
de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° da lei situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem a
8.112/90. realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi
Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o ser- abolida pela Constituição Federal de 1988.
vidor público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para
iniciar a exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1° Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação dis-
do Estatuto dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das posta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor
Fundações Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por
respeitado este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos: este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese,
o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo,
Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será tor- no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que sofreu
nado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta limita-
se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, ob- ção mediante a apresentação de laudo laboral expedido por junta
servado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente a impos-
10.12.97). sibilidade de o agente se manter no exercício de suas atividades de
trabalho.
Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de ven-
posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração, cimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido pelo
tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de ser- servidor em virtude da readaptação.
vidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo
a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação. Observação importante: esta modalidade de provimento deri-
vado independe da existência de cargo vago na carreira, porque ain-
da que este não exista, o servidor sempre terá direito de ser readap-
Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a
tado e poderá exercer suas funções no novo cargo como excedente.
um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administra-
Caso não haja nenhum cargo na carreira, com funções compatíveis,
ção Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em
o servidor poderá ser aposentado por invalidez. Para que haja rea-
que pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento de- daptação, não há necessidade de a limitação ter ocorrido por causa
rivado somente será possível de ser concretizado, se o agente pro- do exercício do labor ou da função. A princípio, independentemen-
vier de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento te de culpa, o servidor tem direito a ser readaptado.
originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra
carreira. Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servi-
Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público dor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções de cargo
de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento específico e retorna às suas atividades. Esse provimento pode ocor-
originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira rer de quatro formas. São elas:
por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia
e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retor-
defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula vincu- no do servidor público aposentado ao exercício do cargo público.
lante nº 43 do Supremo Tribunal Federal A reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez,
quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de
Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade de pro- laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que
vimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram
em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do ser-
não integra a carreira na qual anteriormente investido. vidor ao cargo.

Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado de
permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas característi- forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos dispostos
cas específicas. Vejamos: em lei, a legislação ordena que havendo interesse da Administração
Pública, que o servidor tenha requerido a reversão, que a aposenta-
Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira ense- doria tenha sido de forma voluntária, que o agente público já tives-
jando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais altos, na se, antes, adquirido estabilidade quando no exercício da atividade,
que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos anteriores à so-
carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade e mereci-
licitação e também que haja cargo vago, no momento da petição
mento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha ingressado,
de reversão.
mediante aprovação em concurso público no serviço público, bem
como mediante assunção de cargo escalonado em carreira.
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer o
Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava anterior-
deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de mente, em decorrência da anulação do ato de demissão.
forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento. Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a demis-
são do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, pon-
derando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por tudo
que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal.
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c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, tra- Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do servi-
ta-se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente dor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo se
ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses: restará desfeito e o cargo vago.
• Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro car-
go: quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor co-
já havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do meter infração funcional, prevista em lei e será punível com a perda
serviço público. do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90 em for-
• Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação ex- ma de sanção aplicada ao servidor que cometer.
posta, na situação prática apresentada anteriormente, através da Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que são configu-
qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é poste- radas como condutas consideradas graves. Em determinados casos,
riormente reintegrado. definidos pelo legislador, a demissão proporá de forma automática
a indisponibilidade dos bens do servidor até que esse faça os de-
Observação importante: A recondução não gera direito à per- vidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando de situações mais
cepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim, o extremas, o legislador vedará por completo a o retorno do servidor
servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a remu- ao serviço público.
neração deste cargo. A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo
disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla
d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se en- defesa.
contra em disponibilidade, para assumir cargo com funções com-
patíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto o c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de
cargo que antes ocupava. atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a ex- tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada em
tinção ou declaração de desnecessidade de determinado cargo pú- inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do ór-
blico, o servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser gão competente.
demitido ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilida- O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde
de. Nesses casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá
temporária, mantendo o vínculo com a administração pública. retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação
ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância
Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilida- de outro, acopladas num só ato.
de, porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo
cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público,
será obrigatório. por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir
cargo mais elevado na carreira de ingresso.
Observação importante: o aproveitamento é obrigatório tan-
to para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre porque e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servi-
a Administração Pública não pode deixar de executar o aproveita- dor tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova,
mento para nomear novos candidatos, da mesma forma que o ser- mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas
vidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo a recu- e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o
sar o aproveitamento. primeiro.
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida pela
Vacância Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, será
As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não fazen-
cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo pú- do o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, por
blico vago. É um fato administrativo que informa que o cargo públi- conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da lei,
co não está provido e poderá preenchido por novo agente. processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da penali-
A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas: dade de demissão do servidor.

a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado Efetividade


pela Administração Pública, o servidor público passa para a inati- A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo
vidade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14,
aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente ou que garante a permanência no serviço público outorgada ao servi-
por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas para dor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo de
que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas seguintes provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio proba-
maneiras: tório e aprovado numa avaliação específica e especial de desempe-
nho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor que ocupa
• Falecimento cargo de provimento efetivo.
Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse do Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser
servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente inviá- titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende
vel a ocupação do cargo. explicitamente da aprovação em concurso público.
Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo de
• Exoneração provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo. Entretan-
Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder to, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua permanên-
público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dan- cia no serviço público, a estabilidade, depois de três anos de exercí-
do fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse. cio, desde que seja aprovado no estágio probatório.
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Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun- Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções
ções públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretan-
Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados, to, a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art.
transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder 84, VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da
Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, dis- República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de
por sobre a criação, transformação e extinção de cargos, empregos decreto, quando estes se encontrarem vagos.
e funções públicas. O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria, a
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, o processo de consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver seme-
criação não depende apenas de lei, mas sim de uma norma que lhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou Leis Or-
mesmo apesar de possuir a mesma hierarquia de lei, não está na gânicas, também podem extinguir por decreto funções ou cargos
dependência de deliberação executiva com sanção ou veto do chefe públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
do Executivo. Referidas normas, em geral, são chamadas de Reso- Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções pú-
luções. blicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei
Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo
denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
cargos públicos, nos termos da lei. não se admite a edição de decreto com essa finalidade.
Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria,
extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos, ve- Remuneração
jamos: A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art.
37, a seguinte redação:
Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do Minis- por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, as-
tério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respectivos segurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distin-
Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação de ção de índices;
cargos para o Ministério Público.
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse dispo-
sitivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica para
Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em sentido
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que cada alte-
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
ração de remuneração de cargo público deverá ser feita através da
edição de lei ordinária específica para tratar desse assunto.
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 7 men-
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver ciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso ordenamento
ocupado, só poderá ser extinto por lei. jurídico através da EC 19/1998, que é de medida obrigatória para
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve- alguns cargos e facultativa para outros.
jamos: Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal,
o subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acrésci-
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes mo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse
razão do regime de progressão do servidor na carreira. paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie remu-
neração em sentido amplo.
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha usado
titulares. o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com frequ-
ência para indicar a remuneração dos servidores estatutários que
Em relação às garantias e características especiais que lhe são não percebem subsídio.
conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos; Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados
e comissionados. Vejamos: um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens pecu-
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per- niárias estabelecidas em lei.
manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es- Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao deter-
ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público. minar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”, está,
em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, vencimen-
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. tos e subsídios que os servidores públicos estatutários podem re-
37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri- ceber.
buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma- Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo cita-
neira temporária, em função da confiança depositada pela autori- do dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para o pa-
dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende gamento ou quitação de serviços profissionais prestados em uma
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime traba-
ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade lhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das Leis
nomeante. do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados públicos
recebem salário.
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Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege, Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que
para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as re- o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada
munerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com a mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as re-
Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis estruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais,
que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, pode- pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação
mos resumir das seguintes formas: com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral,
de forma adversa das reestruturações de carreiras, tem o condão
A iniciativa é privativa do de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os
CARGO DO PODER Poderes da Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a
Presidente da República
EXECUTIVO FEDERAL cada ano.
(CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”);
CARGOS DA CÂMARA a iniciativa é privativa dessa Casa Registre-se que a remuneração do servidor público é submeti-
DOS DEPUTADOS (CFB, art. 51, IV); da aos valores mínimo e máximo.
CARGOS DO SENADO a iniciativa é privativa dessa Casa (CF, Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos ser-
FEDERAL art. 52, XIII); vidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores
em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser
Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total
Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Le- da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base.
gislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante
dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio 16.
de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores, Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo não
onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ). foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o STF,
Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais, a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao forne-
dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e cimento das condições materiais para a correta prestação do ser-
dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso viço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, denota-se
Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presiden- que os militares são enquadrados em um sistema que não se con-
te da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão funde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez que estes
constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é reali- têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios (RE
zada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto Legislativo 570177/MG).
do Congresso Nacional. Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema Cor-
Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribu- te editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que “não
nal Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao
anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”.
ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder
Executivo de cada Federação. Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto remune-
O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final, ratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC 41/2003.
garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos Vejamos:
“servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de
índices. XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
A Constituição da República em seu texto original, usava os ter-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
mos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No entanto,
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões deixaram
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
de existir e o texto constitucional passou a se referir aos servidores
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores militares,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
apenas como “militares.
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
Também em seu texto original e primitivo, a Constituição Fe-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
deral de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices de
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis e
para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”, o Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser apli- âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
cado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais como Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
espécie do gênero “servidores públicos”. tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
19/1998. aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o nal nº 41, 19.12.2003).
fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor, O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto ao
devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o subsídio
de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis-
um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
“aumento impróprio”. dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
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políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, Indenizações
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pesso- Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de despe-
ais ou de qualquer outra natureza. Referente às parcelas de caráter sas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. São
indenizatório, estas não serão computadas para efeito de cálculo do previstos por determinação legal, os seguintes tipos de indeniza-
teto remuneratório. ções a serem pagas ao servidor federal:
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de
Perceba que a regra do teto remuneratório também e plena- instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do ser-
mente aplicável às empresas públicas e às sociedades de economia viço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança de
mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da União, dos domicílio em caráter permanente.
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não
despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF).No sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão,
entanto, se essas entidades não vierem a receber recursos públicos com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida
para a quitação de despesas de custeio e de pessoal, seus empre- ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se
gados não estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo.
art. 37, XI, da CF. O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a remune-
Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se existen- ração do servidor, e não pode exceder a importância corresponden-
te um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a todos os Po- te a três meses de remuneração.
deres da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo este, Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado
o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo,
referente a esse teto geral, existem tetos específicos aplicáveis aos passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companhei-
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. ro, não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma
Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que a segunda ajuda de custo.
remuneração dos servidores públicos não podem exceder o subsí- Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as
dio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode ultra- despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser
passar os limites a seguir: arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem,
Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador; bagagem e bens pessoais.
Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Es- Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família,
taduais e Distritais; por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte
Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargado- para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado
res do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do subsídio dos do óbito.
Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é nos termos da Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina
Lei, aplicável aos membros do Ministério Público, aos Procuradores que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando,
e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não integrem o Poder sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30
Judiciário. dias.
Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna, no
art. 37, § 12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a cada Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo
um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório local somente é devida aos servidores que, no interesse da Administra-
único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do res- ção, forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, pará-
pectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio dos grafo único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção
Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem ado- ocorrer em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda
tar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de emenda de custo não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público
às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei Orgânica do passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em
Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a Constituição Fe- caráter permanente, por meio de processo seletivo de remoção,
deral, o limite local único não deve ser aplicado aos subsídios dos não terá direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. REsp 1.531.494/SC).
Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração dos
agentes públicos não poder exceder o teto geral e também não Diárias
pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto mu- São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em
nicipal. caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacio-
Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em seu nal ou para o Exterior, que também fará jus a passagens destinadas
bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder Legislati- a indenizar as despesas extraordinárias com pousada, alimentação
vo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo e locomoção urbana.
Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta norma tem As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos
sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo genérico, ao eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se
contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88, que explici- o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo
tamente estabelece limites precisos para os tetos remuneratórios. (art. 58, § 2º).
Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da
Direitos e deveres mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes pú- constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
blicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
e das fundações públicas federais, é importante explanar que além brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
do vencimento - base, a lei prevê que o servidor federal poderá re- da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
ceber vantagens pecuniárias, sendo elas: para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
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A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida Gratificações
pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de esti-
sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas pêndio, que acopladas ao vencimento constituem a remuneração
extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, § 1º). do servidor público.
Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se
se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas
prazo de cinco dias. aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações
Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do pre- e adicionais:
visto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas em a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
excesso no prazo de cinco dias. sessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
exercício de serviço de interesse público realizar despesas com a exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição será fixado por lei es-
utilização de meio próprio de locomoção para a execução de servi- pecífica.
ços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art. 60 da b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador
Lei 8.112/90). da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 da
remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por
b) Auxílio - moradia: é o ressarcimento das despesas devida- mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento da
mente comprovadas e realizadas pelo servidor público com aluguel gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de exercí-
de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem devidamen- cio será considerada como mês integral.
te administrado por empresa hoteleira, no decurso do prazo de um c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
mês após a comprovação da despesa pelo servidor. ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo-
Para fazer jus ao recebimento do auxílio - moradia, o servidor cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe-
deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art. riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
60-B). Vejamos: habitualmente colocam em risco a sua vida.
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio - moradia ao servidor se aten- d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel trabalho.
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). (art. 73). No entanto, somente será permitido serviço extraor-
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te- dinário para atender a situações excepcionais e temporárias, res-
peitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74).
nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi-
e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en-
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo,
tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno,
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra-
Lei nº 11.355, de 2006).
balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e
auxílio - moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
trinta segundos (art. 75).
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocu-
f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e
par cargo em comissão ou função de confiança do Grupo - Direção disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Es- de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
pecial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das
11.355, de 2006). férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em re- gem será considerada no cálculo do adicional de férias.
lação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito
Lei nº 11.355, de 2006). assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in- instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
ferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
11.355, de 2006). curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº candidatos; participar da logística de preparação e de realização de
11.355, de 2006). concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde-
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. nação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições permanentes
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame ves-
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o tibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contem-
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). plava o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto,
o dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
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Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos servido- to ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais de atividade
res que à época da revogação restavam munidos de direito adquiri- profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a acumulação
do à sua percepção. desses períodos (art. 79).

Adicionais Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta


Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à saúde de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º).
dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar a exposi-
ção aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público, podemos É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de
resumi-los da seguinte forma: férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º); a partir
a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício.
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores Infere-se que o gozo do período de férias é decisão exclusiva-
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo- mente discricionária da administração, que só o fará se compreen-
cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe- der que o pedido atende ao interesse público.
riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha No condizente à remuneração das férias, depreende-se que
habitualmente colocam em risco a sua vida. esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente
b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de
exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor. férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois
dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78).
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor
remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro
trabalho.
período (art. 78, § 5º).
No entanto, somente será permitido serviço extraordinário
Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em comis-
para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o são, terá o direito de receber indenização relativa ao período das
limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74. férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata pro-
c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en- porção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda de
tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso, a
exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno, indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês
cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra- em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, § 4º).
balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma
hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e Observação importante: o STJ vem aplicando de forma pacífica
trinta segundos (art. 75). o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse em outro
d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e dis- cargo inacumulável, sem solução de continuidade no tempo de
ciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente de serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem indenizadas
solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, um transfere-se para o novo cargo, ainda que este último tenha remu-
adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das neração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/DF, Rel. Min.
férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe 20.10.2008).
assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
gem será considerada no cálculo do adicional de férias. Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser goza-
e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores das sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como exceção,
que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou a lei estabelece dispositivo que determina que as férias somente
em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80 da Lei
condições e limites fixados em regulamento (art. 71). 8112/90:
a) calamidade pública;
Observação importante: O direito ao adicional de insalubrida- b) comoção interna;
de ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, § 2º). d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-
ma do órgão ou entidade.
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não
Licenças
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º).
São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
Férias com o tipo de licença.
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. I - por motivo de doença em pessoa da família;
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários III - para o serviço militar;
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990. IV - para atividade política;
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada V - para capacitação;
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de dois VI - para tratar de interesses particulares;
períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, com VII - para desempenho de mandato classista;
exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. 77). VIII - para tratamento de saúde;
Entretanto, o servidor que opera direta em permanência constante IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, terá direi- X - Licença à Gestante (art. 207);
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XI - Licença à Adotante (art. 210); § 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia se-
XII – Licença Paternidade (art. 208). guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte expla- vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
nação: Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras- cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas para participar de curso de capacitação profissional.
e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
por perícia médica oficial. servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamen- prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
te com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
na forma do disposto no inciso II do art. 44. tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
condições: deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
remuneração do servidor; ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi-
neração. ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser-
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. vados os seguintes limites:
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois)
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em servidores;
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e mil) associados, 4 (quatro) servidores;
II do § 2º. III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, 8 (oito) servidores.
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
condições: cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des-
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a de que cadastradas no órgão competente.
remuneração do servidor; § 2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- renovada, no caso de reeleição.
neração. Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. prejuízo da remuneração a que fizer jus.
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § § 1º . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
II do § 2º. § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro partir do parto.
também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Po- § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis- reassumirá o exercício.
tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
exercício de atividade compatível com o seu cargo. terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con- Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
cífica. Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car- balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
go. períodos de meia hora.
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de licença remunerada.
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, artigo será de 30 (trinta) dias.
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a acidentado em serviço.
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Observação importante: a licença-prêmio não faz mais parte De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá re-
do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida pela Lei curso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de re-
9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor, encerrado consideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse gozar, como prê- terpostos.
mio pela assiduidade de três meses de licença, com a remuneração Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade
do cargo efetivo. A legislação vigente à época facultava ao servidor imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
gozar a licença ou contar em dobro o período da licença para efeito decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais auto-
de aposentadoria (o que atualmente não é mais possível, já que ridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade a que
a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo de contribuição fictí- estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando continui-
cio para aposentadoria). Entretanto, em análise ao caso específico dade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo
daqueles que adquiriram legitimamente o direito antes da supres- da autoridade competente e em caso de provimento do pedido de
são legal, o STJ entende pacificamente que “o servidor aposentado reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à
tem direito à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109, parágrafo úni-
e contada em dobro, sob pena de enriquecimento sem causa da co da Lei 8112/90.
Administração Pública” (AgRg no AREsp 270.708/RN). O prazo para interposição de recurso ou de pedido de recon-
sideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
Concessões interessado, da decisão recorrida (art. 108).
Três são as espécies de concessão: Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110, em
a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se au- cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposen-
sentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas tadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e
seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue; créditos resultantes das relações de trabalho; em 120 dias, nos de-
por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecuti- mais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei.
vos em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companhei-
ro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda Em relação à prescrição, merece também destaque:
ou tutela e irmãos. Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser re-
b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão de levada pela administração; o pedido de reconsideração e o recurso,
horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor estu- quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111); o prazo de
dante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário es- prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado
colar e o da repartição, sendo exigida a compensação de horário; ao ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publi-
servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessida- cado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
de por junta médica oficial, independentemente de compensação
de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER HIERÁRQUICO; PO-
oficial, independentemente da compensação de horário; ao servi- DER DISCIPLINAR; PODER REGULAMENTAR; PODER DE PO-
dor que atue como instrutor em curso instituído no âmbito da ad- LÍCIA; USO E ABUSO DO PODER
ministração pública federal ou que participe de banca examinadora
de concursos, vinculado à compensação de horário a ser efetivada
no prazo de até um ano.
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados Poder Hierárquico
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servi- Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
dor estudante que mudar de sede no interesse da administração é administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de seus
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordi-
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, nação entre os servidores que estiverem sob a sua hierarquia.
independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse benefí- A estrutura de organização da Administração Pública é baseada
cio se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de com-
enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos petências e a hierarquia.
menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art. 99, pará- Em decorrência da amplitude das competências e das res-
grafo único). ponsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda a
função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou
Direito de petição agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do servi- dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e agen-
dor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de direi- tes integrantes da Administração Pública.
to ou interesse legítimo. Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de ma-
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de neira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso. em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que se
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido à auto- encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir ordens
ridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subor-
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente dinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, como o
(art. 105). dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o imedia-
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de reconsi- to superior avocar atribuições, bem como a atribuição de rever os
deração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou profe- atos dos agentes subordinados.
rido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências do
não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e tem-
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII, porário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e im-
da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional de re- preterivelmente justificados.
presentar contra o seu superior caso este venha a agir com ilegali- O superior também pode rever os atos dos seus subordinados,
dade, omissão ou abuso de poder. como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los,
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das mani- convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação do
festações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir a interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato adminis-
outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte dos trativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido o ato vi-
atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely Lopes ciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se
Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a algu- que pode ocorrer de duas formas:
mas regras, sendo elas: a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato
A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um Po- válido se tornar inconveniente ou inoportuna;
der a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto da b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios.
Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, que No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre po-
ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a dele- derá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos
gar ao Chefe do Executivo a edição de lei. atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a
B) É impossível a delegação de atos de natureza política. Exem- revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se
plos: o veto e a sanção de lei; tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determina- sido criado o direito subjetivo para o particular.
da autoridade, não podem ser delegadas;
D) O subordinado não pode recusar a delegação; Observação importante: “revisão” do ato administrativo não
E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A revisão de
autorização do delegante. ato é condizente à avaliação por parte da autoridade superior em
Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da dele- relação à manutenção ou não de ato que foi praticado por seu su-
gação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece os bordinado, no qual o fundamento é o exercício do poder hierárqui-
ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as seguin- co. Já na reconsideração, a apreciação relativa à manutenção do
tes regras relacionadas a esse assunto: ato administrativo é realizada pela própria autoridade que confec-
• A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser cionou o ato, não existindo, desta forma, manifestação do poder
delegada se não houver impedimento legal; hierárquico.
• A delegação de competência é sempre exercida de forma par-
cial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular não Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente
detém o poder de delegar todas as suas atribuições; à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes do
• A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de suas fun-
ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e, ções típicas constitucionais. No entanto, os membros dos Poderes
a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos Judiciário e Legislativo também estão submetidos à relação de hie-
e agentes não subordinados à hierarquia. rarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas ou adminis-
trativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é legalmente
Não podem ser objeto de delegação: obrigado a adotar o posicionamento do Presidente do Tribunal no
• A edição de atos de caráter normativo; julgamento de um processo de sua competência, porém, encontra-
• A decisão de recursos administrativos; -se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens daquela autorida-
• As matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida- de quando versarem a respeito do horário de funcionamento dos
de; serviços administrativos da sua Vara.
Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação
Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua revo- não se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordi-
gação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da lei. nação decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da
Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os po- mesma pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de super-
deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e visão ou do poder de tutela que a Administração Direta detém so-
os objetivos da delegação e também o recurso devidamente cabível bre as entidades da Administração Indireta.
à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da atribuição Esquematizando, temos:
delegada.
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pela
autoridade delegante como forma de transferência não definitiva
de atribuições, devendo as decisões adotadas por delegação, men-
cionar de forma clara esta qualidade, que deverá ser considerada
como editada pelo delegado.
No condizente à avocação, afirma-se que se trata de procedi-
mento contrário ao da delegação de competência, vindo a ocor-
rer quando o superior assume ou passa a desenvolver as funções
que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina, a norma
geral, é a possibilidade de avocação pelo superior hierárquico de
qualquer competência do subordinado, ressaltando-se que nesses
casos, a competência a ser avocada não poderá ser privativa do ór-
gão subordinado.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Poder conferido à autoridade admi- 2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém
nistrativa para distribuir e dirimir funções do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam
PODER em escala de seus órgãos, que estabelece às regulamentações de polícia administrativa.
HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordina- 3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder ge-
ção entre os servidores que estiverem sob ral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem
a sua hierarquia. crimes ou contravenções penais.
Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o
A edição de atos de caráter normativo poder disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação
NÃO PODEM SER deve ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance
A decisão de recursos administrativos como um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina adminis-
OBJETO
DE DELEGAÇÃO As matérias de competência exclusiva trativa cometer infração, a única opção que restará ao gestor será
do órgão ou autoridade aplicar á situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a
Por revogação: quando a manutenção aplicação da pena é ato vinculado. Quando existente, a discriciona-
do ato válido se tornar inconveniente ou riedade refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das
DESFAZIMENTO
inoportuna sanções legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito adminis-
DO ATO
trativo não é predominável o princípio da pena específica que se re-
ADMINISTRATIVO Por anulação: quando o ator apresen- fere à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional
tar vícios e da exata sanção cabível.
Em resumo, temos:
Poder Disciplinar
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder de Poder Disciplinar
autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades aos • Apura infrações e aplica penalidades;
servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à discipli- • Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é
na administrativa em decorrência de determinado vínculo específi- preciso que possua vínculo funcional com a administração;
co. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o agente que • A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de
possuir vínculo certo e preciso com a Administração, não importan- processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao
do que esse vínculo seja de natureza funcional ou contratual. contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar é seja aplicada a penalidade disciplinar cabível;
decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de distri- • Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre
buição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a uma mes- sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação.
ma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico determinar o
cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for subordinado, Poder regulamentar
o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado às determi- Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste
nações do seu superior ou descumprindo o dever funcional, o seu o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do Po-
chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas no estatuto fun- der Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas
cional. destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder de e eficaz execução.
alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com o Po- A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão po-
der Público, a exemplo daqueles contratados para prestar serviços der regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, asseme-
à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe relação de lhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta expres-
hierarquia entre o particular e a Administração, o pressuposto para são somente para se referirem à faculdade de editar regulamentos
a aplicação de sanções de forma direta não é o poder hierárqui- conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam com
co, mas sim o princípio da supremacia do interesse público sobre conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abstra-
o particular. tos que são emitidos por outras autoridades, tais como: resoluções,
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas. Há
punir crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo ainda uma corrente que entende essas providências gerais e abs-
instituto e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado tratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o fulcro
somente àqueles que possuem vínculo específico com a Adminis- de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações do
tração de forma funcional ou contratual, o segundo é exercido so- poder normativo.
mente sobre qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes. No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar, utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente à
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deve- competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para editar
rão ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtor- regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder normati-
nos ou pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, vo” para os demais atos normativos emitidos por outras espécies de
denota-se que o vínculo entre a Administração Pública e o adminis- autoridades da Administração Direta e Indireta, como por exemplo,
trado é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros.
do poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação Registra-se que os regulamentos são publicados através de
funcional ou contratual com a Administração. decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados
Em suma, temos: pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser
1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda,
do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem vín- a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta
culo específico com a Administração Pública. última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de
determinado nome a um prédio público.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em razão de os regulamentos serem editados sob forma con- servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base
dizente de decreto, é comum serem chamados de decretos regu- em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições e
lamentares, decretos de execução ou regulamentos de execução. privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de regula-
Podemos classificar os regulamentos em três espécies diferen- mentação dos requisitos de promoção, como demonstra o próprio
tes: estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art. 10, pará-
A) Regulamento executivo; grafo único da Lei 8.112/1990.
B) Regulamento independente ou autônomo; Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto
c) Regulamento autorizado. 8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos e es-
Vejamos a composição de cada em deles: tabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais Rodoviá-
rios Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de “resultado
Regulamento Executivo satisfatório na avaliação de desempenho no interstício considerado
Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da mesma forma,
suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por um re- a expressão “resultado satisfatório” também é eivada de subjetivi-
gulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, qualquer dade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo dispositivo regulamentar
lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, até mes- designou que para o efeito de promoção, seria considerado satisfa-
mo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. Para isso, tório o alcance de oitenta por cento das metas estipuladas em ato
suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda conveniente do dirigente máximo do órgão.
detalhar a sua execução. Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do dirigente
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. Sen- máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é o estabe-
lecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no condizente
do geral pelo fato de não possuir destinatários determinados ou
à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores para o
determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam nas
efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, diante da
situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre hipóteses
regulamentação, erigiu a existência de vinculação da autoridade ad-
que, se e no momento em que forem verificadas no mundo con-
ministrativa referente ao percentual considerado satisfatório para
creto, passarão a gerar as consequências abstratamente previstas. o efeito de promoção dos servidores, critério que inclusive já foi
Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui conteúdo uniformizado.
material de lei, porém, com ela não se confunde sob o aspecto for- Embora exista uma enorme importância em termos de pratici-
mal. dade, denota-se que os regulamentos de execução gozam de hie-
O ato de regulamento executivo é constituído por importantes rarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem jurídica,
funções. São elas: criando direitos ou obrigações, nem contrariando, ampliando ou
restringindo as disposições da lei regulamentada. São, em resumo,
1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa atos normativos considerados secundários que são editados pelo
Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade quan- Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a execução dos atos
do a lei confere ao agente público determinada quantidade de li- normativos primários elaborados pelas leis.
berdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade e Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos à
margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso Na-
de um regulamento executivo que estipula regras de observância cional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos parâme-
obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem tros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama de “veto
proceder no fiel cumprimento da lei. legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o Chefe do Exe-
Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento o exer- cutivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo Parlamento.
cício da discricionariedade administrativa, o Chefe do Poder Exe- Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações,
cutivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a estabelecer uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer
autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o espaço para em função de o Presidente da República entender que o projeto
a discussão de casos e fatos sem importância para a administração de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria
pública. o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria
o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer por
2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre jurídico.
É interpretada no contexto da primeira, posto que o regula- Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento venha a
sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário ao inte-
mento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente cum-
resse público, uma vez que tal norma somente deve detalhar como
prida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, fato
a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será indubitavelmen-
que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei aplicada.
te cumprida. Destarte, se o Parlamento entende que o decreto edi-
Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores na car-
tado dentro do poder regulamentar é contrário ao interesse públi-
reira de Policial Rodoviário Federal. co, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que lhe dá o sustento.
Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao
9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidu- controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da
ra no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser
único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder
pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe Executivo no exercício da autotutela.
subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º.
A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos Regulamento independente ou autônomo
para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto, Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, tam-
o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que bém adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento exe-
abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos cutivo, esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
o poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucio-
lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado nalidade indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta
ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adá-
diretamente da Constituição. gio: ‘muita jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-
A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a fi- 0/DF, Rel. Min. Marco Aurélio).
gura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar
a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a de-
inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88. legação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção a
Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutri- essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece
na é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser ob-
que o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispo- jeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da
sitivo constitucional, que estabelece a competência do Presidente República e ao Advogado
da República para dispor, mediante decreto, sobre organização e Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único
funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar do art. 84 da Constituição Federal.
em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos
Regulamento autorizado ou delegado
públicos.
Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento
Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista
apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também men-
na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o Presi-
ciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou dele-
dente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos públi-
gado.
cos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo. Cuida-se De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário
de uma xucra hipótese de abandono do princípio do paralelismo não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de
das formas. Isso por que em decorrência do princípio da hierarquia forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo,
das normas, se um instituto jurídico for criado por intermédio de aos órgãos administrativos.
determinada espécie normativa, sua extinção apenas poderá ser Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades
veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de superior técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja
hierarquia. controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a dou-
Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos pa- trina maior tem aceitado que as competências para regular deter-
râmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia extingui- minadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio legislador
-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, deixando para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do fenômeno da
de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado permitiu deslegalização, por meio do qual a normatização sai da esfera da lei
que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça por decreto. para a esfera do regulamento autorizado.
Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto autônomo, mas No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limita-
nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo fato de tal de- do somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade,
creto não gozar de generalidade e abstração, não regulamentando ele busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas téc-
determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de um ato de efeitos nicas não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expres-
concretos, amplamente desprovido de natureza regulamentar. sa determinação legal.
De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser
executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei, desta- confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque,
ca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, en- ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição,
contra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que justifica aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida
a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um decreto na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução por-
regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a configurar que, embora seja um ato normativo secundário que retira sua força
ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto é inconsti- jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao contrá-
rio do que ocorre com este último no qual sua destinação é apenas
tucional porque exorbitou do poder regulamentar. Assim, havendo
a de detalhar a lei para que seja fielmente executada.
agressão direta à Constituição, a lei, com certeza pode ser conside-
Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de regu-
rada inconstitucional, mas não o decreto que a regulamenta. Agora,
lamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo disso
em se tratando do decreto autônomo, infere-se que este é norma
é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo em vista
primária, vindo a fundamentar-se no próprio texto constitucional, que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo fato de
de forma a ser possível uma agressão direta à Constituição Federal estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
de 1988, legitimando desta maneira, a instauração de processo de Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa de-
controle de constitucionalidade. Assim sendo, podemos citar a lição terminação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido
do Supremo Tribunal Federal: admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei
Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limi-
Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição, tes da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso sido adotados com frequência para a fixação de normas técnicas,
o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, como por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agên-
por conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tri- cias reguladoras.
bunal Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucio-
nalidade reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
em ADI porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível
opção. Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e
isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle os regulamentos administrativos ou de organização.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação
regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que de execução da administração pública federal relativa a crédito não
passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação
com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos em vigor, desde que devidamente contados da constituição defini-
regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que es- tiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com sua
tes estabelecem normas sobre a organização administrativa ou que redação incluída pela Lei 11.941/2009.
se relacionam aos particulares que possuem um vínculo específico Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibi-
com o Estado, como por exemplo, os concessionários de serviços lidade de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no
públicos ou que possuem um contrato com a Administração. curso do processo, quando o procedimento administrativo vir a fi-
De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece car paralisado por mais de três anos, desde que pendente de des-
destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos, pacho ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados
é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que
liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação especí- haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorren-
fica com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor te da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º.
grau de discricionariedade em relação aos regulamentos adminis- Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação
trativos. punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso
Esquematicamente, temos: das seguintes hipóteses:
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por
ESPÉCIES DE Regulamentos jurídicos ou normativos meio de edital;
REGULAMENTO B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do
QUANTO AOS Regulamentos administrativos ou de fato; pela decisão condenatória recorrível;
DESTINATÁRIOS organização C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da
Administração Pública Federal.
Poder de Polícia
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de em
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado
determinadas situações específicas, quando o interessado inter-
para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício
romper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a suspensão
de direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o inte-
do prazo prescricional para aplicação das sanções de polícia, nos
resse público.
parâmetros do art. 3.º.
Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei
Limites
9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim
processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do
como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está
art. 5.º.
eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos
fins, aos motivos ou ao objeto.
Atributos
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de po-
Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder de
lícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação de pro-
polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilida-
porcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim sendo, a
de. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas características
medida de polícia não poderá ir além do necessário com o fito de
estão presentes de forma simultânea em todos os atos de polícia.
atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos por exem-
Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada atri-
plo, a hipótese de um estabelecimento comercial que somente pos-
buto:
suía licença do poder público para atuar como revenda de roupas,
mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier de costura.
Discricionariedade
Caso os fiscais competentes, na constatação do fato, viessem a in-
Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em re-
terditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal medida seria
lação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de polí-
desproporcional, tendo em vista que, para por fim à irregularidade,
cia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de polícia
seria suficiente somente interditar a parte da revenda de roupas.
seja a regra, em determinadas situações o exercício do poder de
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que este-
polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que a autori-
jam eivados de vícios de legalidade ou que se demostrem despro-
dade responsável possa executar qualquer tipo de opção.
porcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo Poder Judici-
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, compare-
ário por meio do controle judicial, ou, pela própria administração
mos os atos de concessão de alvará de licença e de autorização,
no exercício da autotutela.
respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença, de-
preende-se que o ato é vinculado, significando que a licença não
Prescrição
poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública Fe-
requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso
deral, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação pu-
ocorre com a licença para dirigir, para construir bem como para
nitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de polícia,
exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo. Re-
desde que contados da data da prática do ato ou, em se tratando de
ferente à hipótese de alvará de autorização, mesmo o requerente
infração de forma permanente ou continuada, do dia em que tiver
atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou
cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da ação punitiva da
não conceder a autorização, posto que esse ato é de natureza dis-
Administração também for considerado crime, a prescrição deverá
cricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e oportunidade
se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu art. 1.º, § 2.º.
da autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma
autorização para porte de arma, bem como para a produção de ma-
terial bélico.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Autoexecutoriedade Poder de polícia originário e poder de polícia delegado
Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da auto- Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é
executoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo
e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem como fundamento a própria repartição de competências materiais
intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento comer- e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988.
cial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz
poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito pú-
desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre, também, que blico da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser
tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder
excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário de polícia originário.
para fazer cessar o ato de polícia abusivo. Como uma das mais claras manifestações do princípio segun-
Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia do o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no
são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações
que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sen- e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilida-
do elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo de envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara ma-
não estando prevista expressamente em lei, se houver situação de nifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão pre-
urgência que demande a execução direta da medida. O que infere sentes características ínsitas ao regime jurídico de direito público,
que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato de po- o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de
lícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exem- delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado,
plo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade, como ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias. Nesse Esquematizando, temos:
caso específico, se o poder público tiver a pretensão de cobrar o
mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta, sendo ne- ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
cessário que promova a execução judicial da dívida.
DISCRICIONARIEDADE AUTOEXECUTORIEDADE COERCIBILIDADE
A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma
que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade em Liberdade de Faculdade de a
dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a execu- escolha da autori- Administração deci- Faz com que
toriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibili- dade pública em dir e executar dire- o ato seja imposto
dade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar decisões relação à conveni- tamente sua decisão ao particular, con-
executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a ência e oportunida- por seus próprios cordando este, ou
concordância destes, e a executoriedade, que consiste na faculdade de do exercício do meios, sem interven- não.
de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a poder de polícia. ção do Judiciário.
necessidade de intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando
for preciso, do emprego direto da força pública. Imaginemos como Uso e abuso de poder
exemplo, um depósito antigo de carros que esteja ameaçado de De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece
desabar. Nessa situação específica, a Administração pode ordenar de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
que o proprietário promova a sua demolição (exigibilidade). E não desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em
sendo a ordem cumprida, a própria Administração possui o poder atendimento à consecução dos fins públicos.
de mandar seus servidores demolirem o imóvel (executoriedade). No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder,
Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para
a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios fins diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se
indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilida- que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocor-
de de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as mul- re tanto por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa
tas de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por
meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, meio do qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
da apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
da demolição de prédio.
Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente • Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a au-
em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade, toridade atua extrapolando os limites da sua competência.
que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou • Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a
em situações de urgência. autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
Coercibilidade ao interesse público como um todo.
É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder
imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos, pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por
o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle ju-
consignado à dependência da concordância do particular para que dicial.
tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indisso-
ciável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoe-
xecutável pelo fato de ser dotado de força coercitiva.
Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida
como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do
desdobramento do atributo da autoexecutoriedade.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ATO ADMINISTRATIVO: VALIDADE, EFICÁCIA; ATRIBUTOS; Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre-
EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA; CLASSIFICA- sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão
ÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO; VINCULAÇÃO E DIS- jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos
CRICIONARIEDADE que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro-
veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara-
das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi-
co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle
Conceito judicial específico.
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo Em suma, temos:
“toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res- proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am-
guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito
obrigações aos administrados ou a si própria”. público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con-
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a trole judicial específico.
declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”. ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, Atos de Direito Privado
explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas: Atos materiais
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
regulamentos. Atos políticos
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
Contratos
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um Atos normativos
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen-
tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de Requisitos
legitimidade por órgão jurisdicional”. A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência
B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência,
anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for- finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos- falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
exemplo, bem como os atos abstratos.
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan-
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da
do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei-
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda-
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
De antemão, é importante observar que, embora o exercício
pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe-
fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in-
cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. competente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no- Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú-
mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação
legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e
todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci- liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o
da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da
exclusiva do Poder Executivo. Polícia Federal.
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú- o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico o desempenho de suas atividades.
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a A competência possui como fundamento do seu instituto a di-
emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi- visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con-
dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
privado e não público. buição de competências possibilita a organização administrativa
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que política, órgão ou agente.
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem Relativo à competência com aplicação de multa por infração à
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser- é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam-
viços públicos. bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em
relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que
é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na- Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri-
cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas buição da autoridade delegante, que continua competente para o
penalidades. exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi
delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de
Em relação às fontes, temos as competências primária e secun- atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre
dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo: em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos.
a) Competência primária: quando a competência é estabeleci- Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
da pela lei ou pela Constituição Federal. cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode-
b) Competência Secundária: a competência vem expressa em rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen-
normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri- te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de
mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer
agente que possui competência primária. impedimentos legais vigentes.

Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma É importante conhecer a respeito da delegação de competên-
aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan- cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo
do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal,
hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis-
matéria, é a criação do Ministério da Saúde. pondo em seus arts. 11 a 14:
Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re-
delegação e avocação legalmente admitidos.
ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver-
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
na combinação dos critérios da matéria e do tempo. tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
A competência possui como características: mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
vez que se trata de um poder-dever de ambos. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta- delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez presidentes.
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo: Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e I - a edição de atos de caráter normativo;
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá II - a decisão de recursos administrativos;
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
a crimes considerados menos graves. dade.
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa. cados no meio oficial.
Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe- § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter- transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a de exercício da atribuição delegada.
delegação. § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, autoridade delegante.
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
estas normas poderão alterá-la. explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que legado.
não tenha sido utilizada por muito tempo.
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so-
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo
cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua
prática. delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega-
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in-
termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público Importante ressaltar:
delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí-
parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior. rança ou a medida judicial.
No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi-
cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie-
rárquica.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen- c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato
to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública
poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada. ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo
Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada, de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento.
todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve- Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem
rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada. toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta
Seguindo temos: deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e Em suma, temos:
se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si
de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio-
res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
gação:

• Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e


temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
autoridade avocante.
• Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên-
cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega- Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma
ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão,
cunho de mão própria. a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou
prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor-
Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer- tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi-
cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo
também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez de ato administrativo.
que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan- Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode de finalidade pública. São elas:
avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi-
competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu- co considerado de forma geral.
ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es- b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre-
tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para ato.
presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
competência é exclusiva dos titulares desses cargos. lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem
mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei- Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali-
tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio
com a competência do agente que o pratica que se subdivide em: de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado.
ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra-
das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra- fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri-
ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po- fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa- praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. de finalidade.
O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve-
rifica em duas hipóteses. São elas:
a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
de punição.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a Motivo
finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte- O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que
resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse- estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo.
guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse Quando a autoridade administrativa não tem margem para de-
público. cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao
Em resumo, temos: ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá-
Específica ou Imediata e tica do ato.
FINALIDADE PÚBLICA
Geral ou Mediata
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se
Ato praticado com finalidade trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
diversa da prevista em Lei. verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática
e do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo
DESVIO DE FINALIDADE
Ato praticado formalmente empírico da situação prevista em lei.
OU DESVIO DE PODER
com finalidade prevista em Lei, po- Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis-
rém, visando a atender a fins pes- trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi-
soais de autoridade. to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de
previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que
Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis- se integre à tal previsão.
tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas: De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor-
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o rer nas seguintes situações:
modo de exteriorização do ato administrativo. a) quando o motivo é inexistente.
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no b) quando o motivo é falso.
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem c) quando o motivo é inadequado.
como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa-
das no seu curso de formação. É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se motivação. Vejamos:
simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
• Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do
que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati-
exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for-
vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti-
mação do ato administrativo.
mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
• Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen-
Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo-
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é
tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos,
o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves-
tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi- de forma, e não de motivo.
lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou, processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se-
ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien- guinte:
tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra, II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis- III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação pública;
não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
requisito primordial à validade do ato. tatório;
Devemos explanar também que a motivação declarada e escri- V - decidam recursos administrativos;
ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de VI - decorram de reexame de ofício;
caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira, VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for- ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
ma, mas não vício de motivo. VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au- ção de ato administrativo.
toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
elemento motivo. ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor-
mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte-
grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva-
ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
sendo admitida no direito brasileiro.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A motivação dos atos administrativos a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen-
É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res- são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi- evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo.
gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de
validade se os motivos declarados forem verdadeiros. dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au-
Exemplo toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro.
A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser- d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes-
vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho
ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto
venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida- é tido como imoral.
de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o Atributos do Ato Administrativo
interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua- Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito
lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos
ser anulada. são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri-
É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes vados.
pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente
aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado. ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
Em suma, temos: bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado
• Motivo do ato administrativo pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
— Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos
edição do ato administrativo. atos administrativos são:
— Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs-
trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo. • Presunção de legitimidade
— Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca- atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
racterizando o motivo de direito. administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
Inexistente os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
Falso com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
Inadequado
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
• Teoria dos motivos determinantes presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
— O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti- presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida-
vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi-
— Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. das pela administração são verdadeiras.
— STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
está adequado à realidade fática”. entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
Objeto contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub-
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala- metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como
vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não
da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas,
a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos.
objeto é a punição do transgressor. Denota-se que a principal consequência da presunção de vera-
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa- que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar
drões aceitos como éticos e justos. é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu-
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen- do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de
tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá
seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: ser punido.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
• Imperatividade Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio
Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar
impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o
concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien- atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da
te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda-
editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos
para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado inominados.
em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se
possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran-
expressa concordância. do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida- impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a
de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu-
obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender
administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem- tanto ao interesse público como ao interesse particular.
plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan-
do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado Classificação dos Atos Administrativos
ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade. A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
• Autoexecutoriedade motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica-
Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe- ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção abordagem nas provas de concursos públicos.
prévia do Poder Judiciário.
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte- a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os
resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter-
acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de
rapidez e eficiência. No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que
a autoexecutoriedade somente é possível quando estiver expressa- correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula-
mente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que
mento do Imposto de Renda.
não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo
maior ao interesse público.
• Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será
Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter-
minados em si.
Demolição de edifício em situação de risco
Internação de pessoa com doença contagiosa Exemplo:
Dissolução de reunião que ameace a segurança O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por
outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres- de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti-
tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS
considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa
livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem
dos seus direitos. ser atos vinculados e discricionários.
• Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
Tipicidade Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com-
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória,
a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção
fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis- de imóvel.
tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de • Já os discricionários são aqueles em que a Administração
que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de- com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de-
veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca- conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra-
ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi-
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl- nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente.
via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi- • Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim sendo, usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
em consonância com esse atributo, para cada finalidade que a Ad- ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
ministração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato pre- mentos comerciais.
viamente definido na lei.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais Espécies
a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove- O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos
nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi- administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos
nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e
particulares. atos punitivos.
Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos. • Atos normativos
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es-
Exemplo: miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução
Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for- da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos. versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.
• Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im-
pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po-
sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e dem ser:
papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos. a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
Exemplo: geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
devidas análises”. Casas Legislativas.
O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti-
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
simples, complexos e compostos. classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
• O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór- gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli-
gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada Imposto de Renda”.
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi-
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole- ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação
giado. produz de imediato, efeitos concretos.
• O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os Exemplo:
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado. para fim de desapropriação.
É importante não confundir ato complexo com procedimento Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re-
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com- gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina
plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não
um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra- permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da-
ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção queles do que é permitido por Lei.
de um ato final e principal”. Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon-
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001,
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem que predispõe a competência privativa do Presidente da República
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen-
um principal e outro acessório. to da administração federal, quando não incorrer em aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei-
relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da • Atos ordinatórios
vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em- ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis-
bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa- ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare-
minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú- mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e
do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto os despachos.
o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili- autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru-
administrativo composto”. ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna
na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni-
camente por particular.
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan-
to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre- do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
latos aos respectivos Ministérios. específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
Portarias: são atos administrativos respectivamente editados o particular preencha devidamente os requisitos legais
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do
Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de- • Atos enunciativos
terminando a instauração de processo disciplinar específico. São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain-
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena- da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou-
dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais. trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres,
Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi- as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
ca. a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res- a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé-
informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio
cies de pareceres. São eles:
de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú-
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
de.
para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó-
rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi- vincula a autoridade competente;
nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar, 2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria-
é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu- mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
nhas. opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa-
• Atos negociais recer de forma motivada;
Também chamados de atos receptícios, são atos administrati- 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de
vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis-
o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a trativa com o dever de acatá-lo.
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
Vejamos: administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po-
a) Licença: possui algumas características. São elas: rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
— Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li- consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
cença; no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen-
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi- dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em
nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
como um todo; situações de interesse pessoal”.
— Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do- de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas
tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú-
ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico.
públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
A permissão é dotada de características essenciais. São elas:
tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad-
ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada, Administração Pública.
bem como da utilização de bem público por particulares;
— Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve- o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
niência e à oportunidade do ato administrativo; pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
— Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape- contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
nas de direito subjetivo ao ato. de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
c) Autorização: é detentora de características iguais às da per-
missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis- • Atos punitivos
sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou, Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per- são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in-
missão, a autorização possui como características: o ato de consen- teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição Cassação
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te- É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
da legalidade. continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
Podemos dividir as sanções em dois grupos: do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe- sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu- execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
lares em geral. Exemplo: multa de trânsito. de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti-
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em- tuição.
basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais
pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra- Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
contratada pela Administração. lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
espécie: fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
aos administrados. extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen- a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
sivos do exercício de atividades diversas. trativo.
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser
população em risco. proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen-
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si- acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo- dados públicas.
mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi- Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé- vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior. para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio- que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos ocorreu na formação do ato.
e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a
Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação Anulação
ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi- É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
cometido falta grave. e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei- ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse-
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados. guinte, revogá-lo, e não o anular.
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen-
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis- te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato
denominadas sanções internas. de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legalida-
de.
Extinção do ato administrativo Em relação à competência, a anulação do ato administrativo
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de Poder Judiciário.
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au-
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito, totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF:
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be- PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
neficiário.
A Administração Pública pode declarar
SÚMULA 346
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por a nulidade dos seus próprios atos.
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
situações:
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A Administração pode anular seus pró- b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
prios atos, quando eivados de vícios retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
que os tornam ilegais, porque deles próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
não se originam direitos; ou revogá- transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
oportunidade, respeitados os direitos c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o
adquiridos, e ressalvada, em todos os praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori-
casos, a apreciação judicial. dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou
deixou de ser competente para revogá-lo;
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in- votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade, lei;
bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni- e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
dade. novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
provocação do interessado. adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer-
cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi- Convalidação
nistrativo havendo pedido do interessado. É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu-
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal- sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora.
mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez
de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos
uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio os efeitos.
da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
o exercício da autotutela. razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, anuláveis.
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi-
lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis,
Revogação levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes-
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró- se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada
pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per- esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná-
feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração ria vigente.
pública poderá suprimi-lo por meio da revogação. Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru-
A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu- dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina-
nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra- das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do
ção que o editou. princípio da segurança jurídica.
É fundamental compreender que a revogação somente pode
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que Decadência Administrativa
quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá- O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi-
tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma- no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des- Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
feito pela revogação. sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin- única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual- o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con-
quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis-
Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos: posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú-
a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná- blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
lise de conveniência e oportunidade; vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi- Critério subjetivo
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários Aduz que o serviço público se trata de serviço prestado pelo
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, Estado de forma direta.
salvo comprovada má-fé.
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de Critério material
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. Sob esse crivo, serviço público é a atividade que possui como
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- objetivo satisfazer as necessidades coletivas.
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
dade do ato.” Critério formal
O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai Segundo esse critério, serviço público é o labor exercido sob
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati- o regime jurídico de direito público denegridor e desmesurado do
cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per- direito comum.
manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo
que o beneficia. Passando o tempo, denota-se que o Estado foi se distanciando
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad- dos princípios liberais, passando a desenvolver também atividades
ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida- comerciais e industriais, que, diga se de passagem, anteriormente
das contando com a proteção da segurança jurídica. eram reservadas somente à iniciativa privada. De outro ângulo, foi
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do verificado em determinadas situações, que a estrutura de organiza-
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento ção do Estado não se encontrava adequada à execução de todos os
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu: serviços públicos. Por esse motivo, o Poder Público veio a delegar
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante a particulares com o intuito de responsabilidade, a prestação de al-
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente guns serviços públicos. Em outro momento, tais serviços públicos
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração também passaram a ter sua prestação delegada a outras pessoas
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não jurídicas, que por sua vez, eram criadas pelo próprio Estado para
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que esse fim específico. Eram as empresas públicas e sociedades de
estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca- economia mista, que possuem regime jurídico de direito privado,
dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do cujo serviço era mais eficaz para que fossem executados os serviços
Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da comerciais e industriais.
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático Esses acontecimentos acabaram por prejudicar os critérios uti-
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, lizados pela doutrina para definir serviço público como um todo.
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, Denota-se que o elemento subjetivo foi afetado pelo fato de as pes-
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável soas jurídicas de direito público terem deixado de ser as únicas a
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa prestar tais serviços, posto que esta incumbência também passou
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de- a ser delegada aos particulares, como é o caso das concessionárias,
curso do tempo.” permissionárias e autorizatárias. Já o elemento material foi atingido
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe em decorrência de algumas atividades que outrora não eram tidas
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux como de interesse público, mas que passaram a ser exercidas pelo
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e Estado, 8como por exemplo, como se deu com o serviço de loterias.
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de O elemento formal, por sua vez, também foi bastante atingido, na
usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis- forma que aduz que nem todos os serviços públicos são prestados
trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes- sob regime de exclusividade pública, como por exemplo, a aplica-
sadas. ção de algumas normas de direito do consumidor e de direito civil
Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota- a contratos feitos entre os particulares e a entidade prestadora de
do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo, serviço público de forma geral.
propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta- Assim sendo, em razão dessas inovações, os autores passaram,
gem do prazo decadencial. por sua vez, a comentar em crise na noção de serviço público. Ho-
diernamente, os critérios anteriormente mencionados continuam
SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGU- sendo utilizados para definir serviço público, porém, não é exigido
LAMENTAÇÃO E CONTROLE; FORMA, MEIOS E REQUISI- que os três elementos se façam presentes ao mesmo tempo para
TOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZA- que o serviço possa ser considerado de utilidade pública, passan-
ÇÃO do a existir no campo doutrinário diversas definições, advindas do
uso isolado de um dos elementos ou da combinação existente entre
eles.
Registra-se, que além da enorme variedade de definições ad-
Conceito vindas da combinação dos critérios subjetivo, material e formal, é
De modo geral, não havendo a existência de um conceito legal de suma importância compreendermos que o vocábulo “serviço
ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou de público” pode ser considerado sob dois pontos de vista, sendo um
buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que foi re- subjetivo e outro objetivo. Façamos um breve estudo de cada um
alizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem como deles:
em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos critérios
subjetivo, material e formal. Vejamos a definição conceitual de cada Sentido objetivo
em deles: Infere-se que tal expressão é usada para fazer alusão ao sujeito
responsável pela execução da atividade. Exemplo: determinada au-
tarquia com o dever de prestar de serviços para a área da educação.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Sentido objetivo ou material Finalmente, em relação ao critério formal, nos tempos moder-
Nesse sentido, a administração pública está coligada à diversas nos, infere-se que não é mais necessário que o regime jurídico ao
atividades que são exercidas pelo Estado, por intermédio de seus qual está submetido o serviço público seja realizado de maneira in-
agentes, órgãos e entidades na diligência eficaz da função adminis- tegral de direito público, sendo que em algumas situações, acaba
trativa estatal. existindo um sistema híbrido que é formado por regras e normas
Destaque-se, por oportuno, que o vocábulo serviço público de direito público e privado, principalmente em se tratando de caso
sempre está se referindo a uma atividade, ou, ainda, a um conjunto de serviços públicos nos quais sua prestação tenha sido delegada a
de atividades a serem exercidas, sem levar em conta qual o órgão terceiros.
ou a entidade que as exerce.
Mesmo com os aspectos expostos, boa parte da doutrina ain- Observação importante: Com o entendimento acima mencio-
da usa de definições de caráter amplo e restrito do vocábulo ser- nado, a ilustre Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro acaba por
viço público. Para alguns, tal vocábulo se presta a designar todas definir serviço público como sendo toda a atividade material que a
as funções do Estado, tendo em vista que nesse rol estão inclusas lei atribui ao Estado, para que este a exerça de forma direta ou por
as funções administrativa, legislativa e judiciária. Já outra corrente intermédio de seus delegados, com o condão de satisfazer de forma
doutrinária, utiliza-se de um conceito com menor amplitude, vindo concreta as necessidades da coletividade, sob regime jurídico total
a incluir somente as funções administrativas e excluindo, por sua ou parcialmente público.
vez, as funções legislativa e judiciária. Destarte, infere-se que den-
tre aquelas doutrinas que adotam um sentido mais restrito, existem Elementos Constitutivos
ainda as que excluem do conceito atividades importantes advindas Os elementos do serviço público podem ser classificados sob os
do exercício do poder de polícia, de intervenção e de fomento. seguintes aspectos:
Denota-se com grande importância, que o direito brasileiro Subjetivo: Por meio do qual o serviço público está sempre sob
acaba por diferenciar de forma expressa o serviço público e o poder a total responsabilidade do Estado. No entanto, registra-se que ao
de polícia. Em campo tributário, por exemplo, no disposto em seus Estado como um todo, é permitido delegar determinados serviços
arts. 77 e 78, o Código Tributário Nacional dispõe do ensino e deter- públicos, desde que sempre por intermediação dos parâmetros da
minação de duas atuações como fatos geradores diversos do tribu- lei e sob regime de concessão ou permissão, bem como por meio de
to de nome taxa. Nesse diapasão de linha diferenciadora, a ESAF, na licitação. Denota-se que nesse caso, é o próprio Estado que escolhe
aplicação da prova para Procurador do Distrito Federal/2007, veio os serviços que são considerados serviços públicos. Como exem-
a considerar como incorreta a afirmação: “o exercício da atividade plo, podemos citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica,
estatal de polícia administrativa constitui a prestação de um serviço dentre outros serviços pertinentes à Administração Pública. Esse
público ao administrado”. elemento determina que o serviço público deve ser prestado pelo
De forma geral, a doutrina entende que os elementos subjetivo, Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas jurídi-
material e formal tradicionalmente utilizados para definir serviço cas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a terceiros
público, continuam de forma ampla a servir a esse propósito, desde para que possam prestá-lo.
que estejam combinados e harmonizados com o fito de acoplar de
forma correta, as contemporâneas figuras jurídicas que vêm sendo Formal: A princípio, o regime jurídico é de Direito Público, ou
inseridas e determinadas pelo legislador com força de lei, com o parcialmente público, sob o manto do qual o serviço público deverá
fulcro de oferecer conveniência e utilidades, bem como de atender ser prestado. No entanto, quando particulares prestam seus servi-
as constantes necessidades da população que sempre acontecem ços em conjunto com o Poder Público, ressalta-se que o regime ju-
de forma mutante, a exemplo das parcerias público-privadas, das rídico é considerado como híbrido. Isso por que nesse caso, poderá
OSCIPs e organizações sociais. haver a permanência do Direito Público ou do Direito Privado nos
Nesse sentido, com o objetivo de reinterpretar o elemento ditames da lei. Porém, em ambas as situações, a responsabilidade
subjetivo em consonância com o atual estágio de evolução do di- será sempre objetiva.
reito administrativo, podemos afirmar que a caracterização de um
serviço como público, em tempos contemporâneos passou a não Material: Por intermédio desse elemento, o serviço público de-
exigir mais que a prestação seja realizada pelo Estado, mas apenas verá sempre prestar serviços condizentes a uma atividade de inte-
que ele passe a deter, nos termos legais dispostos na Constituição resse público como um todo. Denota-se que por meio da aplicação
Federal de 1988, a titularidade de tal serviço. Em relação a esse desse elemento, o objetivo do serviço público será sempre o de sa-
aspecto, destacamos a importância de não vir a confundir a expres- tisfazer de forma concreta as necessidades da coletividade.
siva titularidade do serviço com sua efetiva prestação. Registe-se
que o titular do serviço, trata-se do sujeito que detém a atribuição
legal constitucional para vir a prestá-lo. Via de regra, aquele que de-
tém a titularidade do serviço não se encontra obrigado a prestá-lo
de forma direta através de seus órgãos, mas tem o dever legal de
promover-lhe a prestação, de forma direta por meio de seu aparato
administrativo, ou, ainda, mediante a legal delegação a particulares
realizada por meio de concessão, permissão ou autorização.
De maneira igual, contemporaneamente, o critério material
considerado de forma isolada não é suficiente para definir um ser-
viço como público. Isso ocorre pelo fato de existirem determinadas
atividades relativas aos direitos sociais como saúde e educação, por
exemplo, que apenas podem ser enquadradas no conceito quando
forem devidamente prestadas pelo Estado, levando em conta que
a execução desses serviços por particulares deve ser denominada
como serviço privado.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Esquematizando, temos: Havendo descumprimento de quaisquer dos requisitos retro
mencionados, afirma-se que o usuário do serviço terá em suas mãos
Elementos constitutivos dos serviços públicos o direito pleno de recorrer ao Poder Judiciário para exigir a correta
prestação desses serviços. Neste mesmo sentido, destaca-se que a
Subjetivo - determina que o serviço público deve ser presta- greve de servidores públicos, não poderá jamais ultrapassar o direi-
do pelo Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pesso- to dos usuários dos serviços essenciais, que se tratam daqueles que
as jurídicas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a por decorrência de sua natureza, colocam a sobrevivência, a vida e
terceiros para que possam prestá-lo. a segurança da sociedade em risco se estiverem ausentes.

Formal - o regime jurídico é de Direito Público, ou parcial- Formas de prestação e meios de execução
mente público, sob o manto do qual o serviço público deverá ser O art. 175 da Constituição Federal de 1988 determina, que
prestado. compete ao Poder Público, nos parâmetros legais, de forma direta
ou sob regime de concessão ou permissão a prestação de serviços
Material - o serviço público deverá sempre prestar serviços públicos de forma geral. De acordo com esse mesmo dispositivo, as
condizentes a uma atividade de interesse público como um todo. concessões e permissões de serviços públicos deverão ser sempre
precedidas de licitação.
Subjetivo - é o próprio Estado que escolhe os serviços que Entretanto, o parágrafo único do art. 175 da Carta Magna dis-
são considerados serviços públicos. Como exemplo, podemos ci- põe a implementação de lei para regulamentar as seguintes refe-
tar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica, dentre outros rências:
serviços pertinentes à Administração Pública. I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
Formal - poderá haver a permanência do Direito Público ou prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
do Direito Privado nos ditames da lei. Porém, em ambas as situa- rescisão da concessão ou permissão;
ções, a responsabilidade será sempre objetiva. II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
Material - por meio da aplicação desse elemento, o objetivo IV – a obrigação de manter serviço adequado.
do serviço público será sempre o de satisfazer de forma concreta Considera-se que a Lei Federal 8.987/1995, em obediência ao
as necessidades da coletividade. mandamento constitucional foi editada estabelecendo normas ge-
neralizadas como um todo em matéria de concessão e permissão
de serviços públicos, devendo tais normas, ser aplicáveis à União,
Regulamentação e Controle
Estados, Distrito Federal e Municípios, da mesma forma que a Lei
Tanto a regulamentação quanto o controle do serviço público
Federal 9.074/1995, que, embora tenha o condão de estipular re-
são realizados de maneira regular pelo Poder Público. Isso ocorre
gras especificamente voltadas a serviços de competência da União,
em qualquer sentido, ainda que o serviço esteja delegado por con-
trouxe também em seu bojo, pouquíssimas regras gerais que po-
cessão, permissão ou autorização, uma vez que nestas situações,
dem ser aplicadas a todos os entes federados.
deverá o Estado manter sua titularidade e, ainda que haja situações
Em relação à forma de prestação dos serviços públicos, depre-
adversas e problemas durante a prestação, poderá o Poder Público
ende-se que estes podem ser prestados de forma centralizada ou
interferir para que haja a regularização do seu funcionamento, com
descentralizada, sendo a primeira forma caracterizada quando o
fundamento sempre na preservação do interesse público.
serviço público for prestado pela própria pessoa jurídica federativa
Ressalta-se que esses serviços são controlados e também fisca-
que detém a sua titularidade e a segunda forma, quando, em várias
lizados pelo Poder Público, que deve intervir em caso de má pres-
situações, o ente político titular de determinado serviço público,
tação, sendo que isso é uma obrigação que lhe compete segundo
embora continue mantendo a sua titularidade, termina por transfe-
parâmetros legais.
rir a pessoas diferentes e desconhecida à sua estrutura administra-
A esse respeito, dispõe a Lei 8997 de 1995 em seus arts. 3º e
tiva, a responsabilidade pela prestação.
32, respectivamente:
Lembremos que o ente político, mesmo ao transferir a respon-
Art. 3º. As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização
sabilidade pela prestação de serviços públicos a terceiros, sempre
pelo poder concedente responsável pela delegação, com a coopera-
poderá conservar a sua titularidade, fato que lhe garante a manu-
ção dos usuários.
tenção da competência para regular e controlar a prestação dos
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com
serviços delegados a outrem.
o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como
A descentralização dos serviços públicos pode ocorrer de duas
o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e le-
maneiras:
gais pertinentes.
1. Por meio de outorga ou delegação legal: por meio da qual o
Deve-se registrar também, que outro aspecto que deve ser en-
Estado cria uma entidade que poderá ser autarquia, fundação pú-
fatizado com destaque em relação à regulamentação e ao contro-
blica sociedade de economia mista ou empresa pública, transferin-
le dos serviços públicos, são os requisitos do serviço e direito dos
do-lhe, por meios legais a execução de um serviço público.
usuários, sendo que o primeiro deles é a permanência, que possui
2. Por meio de delegação ou delegação negocial: por intermé-
como atributo, impor a continuidade do serviço. Logo após, temos
dio da qual, o Poder Público detém o poder de transferir por contra-
o requisito da generalidade, por meio do qual, os serviços devem
to ou ato unilateral a execução ampla do serviço, desde que o ente
ser prestados de maneira uniforme para toda a coletividade. Em se-
delegado preste o serviço em nome próprio e por sua conta e risco,
guida, surge o requisito da eficiência, por intermédio do qual é exi-
sob o controle do Estado e dentro da mesma pessoa jurídica.
gida a eficaz atualização do serviço público. Em continuidade, vem
a modicidade, por meio da qual, infere-se que as tarifas que são co-
bradas dos usuários devem ser eivadas de valor razoável e por fim,
a cortesia, que por seu intermédio, entende-se que o tratamento
com o usuário público em geral, deverá ser oferecido com presteza.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Esclarece-se ainda, a título de conhecimento, que a delegação A concessão comum de serviço público é uma modalidade de
negocial admite a titularidade exclusiva do ente delegante sobre contrato administrativo por intermédio do qual a Administração Pú-
o serviço a ser delegado. Em se tratando de serviços nos quais a blica transfere delegação a pessoa jurídica ou, ainda, a consórcio de
titularidade não for exclusiva do Poder Público, como educação e empresas a execução de certo serviço público pertencente à sua
saúde, por exemplo, o particular que tiver a pretensão de exercê-lo titularidade, na qual o concessionário é obrigado, por meio de con-
não estará dependente de delegação do Estado, uma vez que tais tratos legais a executar o serviço delegado em nome próprio, por
atos de exercício de educação e saúde, quando forem prestados por sua conta e risco, sendo sujeito a controle e fiscalização do poder
particulares, não serão mais considerados como serviços públicos, concedente e remunerado através de tarifa paga pelo usuário ou
mas sim como atividade econômica da iniciativa privada. outra modalidade de remuneração advinda da exploração do ser-
Em outras palavras, os serviços públicos podem ser executados viço. Exemplo: as receitas adquiridas por empresas de transporte
nas formas: coletivo que cobram por comerciais constantes na parte traseira
Direta: Quando é prestado pela própria administração pública dos ônibus.
por intermédio de seus próprios órgãos e agentes. Conforme mencionado, existem duas modalidades de conces-
Indireta: Quando o serviço público é prestado por intermé- são comum, quais sejam: a concessão de serviço público, também
dio de entidades da Administração Pública indireta ou, ainda, de conhecida como concessão simples e a concessão de serviço públi-
particulares, por meio de delegação, concessão, permissão e au- co antecedida de execução por meio de obra pública.
torização. Esta forma de prestação de serviço, deverá ser sempre A concessão de serviço público ou concessão simples, pode ser
sobrepujada de licitação, formalizada por meio de contrato admi- definida pela lei como a “delegação da prestação de serviço público,
nistrativo, seguida de adesão com prazo previamente estipulado
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
e que por ato bilateral, buscando somente transferir a execução,
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que de-
porém, jamais a titularidade que deverá sempre permanecer com
monstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
o poder outorgante.
por prazo determinado” (art. 2º, II).
Em resumo, temos:
Já a concessão de serviço público antecedida de execução de
obra pública pode ser como “a construção, total ou parcial, conser-
vação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de
interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licita-
ção, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por
sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária
seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço
ou da obra por prazo determinado” (art. 2º, III). Como hipótese de
exemplo, citamos a concessão a particular, vitorioso de processo
licitatório por construção e conservação de rodovia, com o conse-
quente pagamento realizado mediante a cobrança de pedágio aos
Transferência da execução do
DESCENTRALIZAÇÃO serviço para outra pessoa física ou particulares que vierem a utilizar da via.
jurídica. Pondera-se que a diferença entre as duas modalidades de con-
cessão comum está apenas no objeto. Perceba que na concessão
Divisão interna do serviço com simples, o objeto do contrato é somente a execução de atividade
DESCONCENTRAÇÃO outros órgãos da mesma pessoa ju- que foi caracterizada como sendo serviço público, ao passo que na
rídica. concessão de serviço público antecedida da execução de obra pú-
blica existe uma duplicidade de objeto, sendo que o primeiro deles
Delegação se refere ao ajuste existente entre o poder concedente e o conces-
Concessão
sionário para que certa obra pública seja executada. Em relação ao
Ocorre a delegação negocial de serviços públicos mediante:
segundo, a prestação do serviço público existe na exploração am-
concessão, permissão ou autorização.
plamente econômica do serviço ou da obra.
Nesse tópico, não esgotaremos todas as formas de concessões
existentes e suas formas de aplicação e execução nos serviços públi-
cos, porém destacaremos as mais importantes e mais cobradas em • Direitos e obrigações dos usuários
provas de concursos públicos e áreas afins. Nos ditames do art. 7º da Lei 8.987/1995, os direitos e obriga-
Conforme o Ordenamento Jurídico Brasileiro, as concessões de ções dos usuários dos serviços públicos delegados são os seguintes:
serviços públicos podem ser divididas em duas espécies: a) Receber serviço adequado;
1ª) Concessões comuns, que estão sob a égide das leis b) Receber do poder concedente e da concessionária informa-
8.987/1995 e 9.074/1995 e 2ª, que subdividem em: concessão de ções para a defesa de interesses individuais ou coletivos;
serviços públicos e concessão de serviço público precedida da exe- c) Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre
cução de obra pública. vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as
2ª) Concessões especiais, que são as parcerias público-privadas normas do poder concedente;
previstas na Lei 11.079/2004, sujeitas a alguns dispositivos da Lei d) Levar ao conhecimento do poder público e da concessioná-
8.987/1995. Se subdividindo em duas categorias: concessão patro- ria as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao
cinada e concessão administrativa. serviço prestado;
e) Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos prati-
cados pela concessionária na prestação do serviço;
f) Contribuir para a permanência das boas condições dos bens
públicos pelos quais lhes são prestados os serviços.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Ademais, as concessionárias de serviços públicos, de direito tória regulada pela Lei de Licitações e Contratos, Lei 8.666/1993, e
público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são legalmente tema dos próximos tópicos de estudo, mais adiante, detalharemos
obrigadas a dispor ao consumidor e ao usuário, desde que dentro com maior aprofundamento sobre este importante tema.
do mês de vencimento, o mínimo de seis datas como opção para
escolherem os dias de vencimento de seus débitos a serem adim- Passemos a abordar a respeito do prazo que a Administração
plidos, nos termos do art. 7º-A, da Lei 8.987/1995. Pública permite à concessão na execução dos serviços públicos
1. Serviço adequado como um todo. A Lei 8.987/1995 estabelece que a concessão sim-
Os usuários detêm o direito de receber um serviço público ples de serviço público ou a concessão de serviço público prece-
adequado. Esse direito encontra-se regulamentado pelo seguinte dida de obra pública deverá ser realizada por prazo determinado,
dispositivo: mas não define quais seriam os limites desse prazo. Assim sendo,
caberá à lei reguladora específica de cada serviço público, devida-
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação mente editada pelo ente federado detentor de competência para
de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, confor- prestá-lo, aditar definindo qual o prazo de duração do contrato de
me estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo concessão. Caso o legislador competente não estabeleça qualquer
contrato. prazo, deverá, por conseguinte, o poder concedente fixá-lo no ato
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regula- da minuta do contrato de concessão, que se encontra afixado como
ridade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalida- anexo no edital da licitação. Denota-se que o prazo deve ser razo-
de, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. ável, de forma a permitir o abatimento dos investimentos a serem
realizados pelo concessionário.
Denota-se que além do conhecimento da previsão no citado Referente às concessões advindas de parceria público-priva-
dispositivo, é importante compreendermos o significado prático de da, infere-se que a vigência de tais contratos deverá ser sempre
cada condição citada, com o objetivo de garantir que cada exigência compatível com o abatimento dos investimentos realizados, não
legal seja cumprida para a qualificação do serviço como adequado. podendo ser sendo inferior a 5 e nem superior a 35 anos, já restan-
Desta forma, temos: do-se incluído nesse prazo eventual prorrogação nos termos da Lei
1 – Regularidade: exige que os serviços públicos sejam presta- 11.079/2004, art. 5º, I.
dos de forma a garantir a estabilidade e a manutenção dos requi-
Cláusulas do contrato de concessão
sitos essenciais, sendo prestados em perfeita harmonia com a lei e
Nos ditames dos arts. 23 e 23-A da Lei 8.987/1995, as cláusu-
com o regulamento que disciplina a matéria.
las do contrato de concessão tratam de modo geral sobre o modo,
2 – Continuidade: impõe que o serviço público, uma vez insti-
a forma e as condições de prestação dos serviços; os direitos e as
tuído, seja prestado de forma permanente e sem interrupção, com obrigações do concedente, do concessionário e dos usuários; os po-
exceção de situações de emergência, bem como a que advém de deres de fiscalização do concedente; a obrigação do concessionário
razões de ordem técnica ou de segurança das instalações elétricas, de prestar contas; ou e disciplinam aspectos relativos à extinção da
por exemplo. concessão.
3 – Eficiência: refere-se à obtenção de resultados eficazes na Infere-se que as cláusulas podem ser divididas em: cláusulas
prestação do serviço público, exigindo que o serviço seja realiza- essenciais obrigatórias em qualquer contrato de concessão, quer
do de acordo com uma adequada relação de custo/benefício, para, seja concessão simples, quer seja concessão de serviço público pre-
com isso, evitar desperdícios. cedida de obra pública, cláusulas obrigatórias apenas nos contratos
4 – Segurança: deverão os serviços públicos respeitar padrões, de concessão de serviço público precedida da execução de obra pú-
bem como normas de segurança, de forma a preservar a integri- blica e cláusulas facultativas. Vejamos, em síntese:
dade da população de modo geral e dos equipamentos utilizados.
5 – Atualidade: possui como foco o impedimento de que o (São obrigatórias nas concessões):
prestador se encontre alheio às inovações tecnológicas, suprimindo I – objeto, área e prazo da concessão;
o investimento em termos de disponibilização aos usuários das me- II – modo, forma e condições de prestação do serviço;
lhorias de qualidade e amplitude do serviço. III – critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores
6 – Generalidade: deve oferecer a garantia de que o serviço da qualidade do serviço;
seja ofertado da forma mais abrangente possível. IV – preço do serviço, critérios e procedimentos para o reajuste
7 – Cortesia: o prestador do serviço deverá tratar o usuário de e a revisão das tarifas;
forma educada e gentil. V – direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da
8 – Modicidade das tarifas: aduz que o valora a ser pago pela concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessida-
prestação dos serviços, deverá, nos parâmetros legais, ser estabe- des de futura alteração e expansão do serviço e consequente mo-
lecido de acordo com os padrões de razoabilidade, buscando evitar dernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das
que os prestadores de serviços venham o obter lucros extraordiná- instalações;
rios causando prejuízo aos usuários econômico-financeiros do con- VI – direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização
do serviço;
trato firmado com a administração.
VII – forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos,
dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a indi-
Observação importante: A celebração de qualquer espécie de
cação dos órgãos competentes para exercê-la; simples e nas con-
contrato de concessão ou permissão de serviço público deve ser
cessões de serviço público precedida da execução de obra pública
realizada mediante licitação, conforme previsto no art. 175 da Cons- (art. 23,caput);
tituição Federal. Concernente às concessões, a Lei 8.987/1995 de- VIII – penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita
terminou que a delegação dependerá da realização de prévio pro- a concessionária e sua forma de aplicação;
cedimento licitatório para que seja escolhido o concessionário, na IX – casos de extinção da concessão;
modalidade obrigatória da concorrência. Sendo a modalidade licita- X – bens reversíveis;
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XI – critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indeni- Pondera-se que além das causas anteriores, previstas na legis-
zações devidas à concessionária, quando for o caso; lação e adotadas pela doutrina, a extinção da concessão de serviço
XII – condições para prorrogação do contrato; público também pode ocorrer por: desafetação do serviço; distrato;
XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de ou renúncia da concessionária.
contas da concessionária ao poder concedente; Vejamos:
XIV – exigência da publicação de demonstrações financeiras
periódicas da concessionária; e 1 – Encampação (ou resgate)
XV – o foro e o modo amigável de solução das divergências con- Consiste na extinção da concessão em decorrência da retoma-
tratuais. da do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,
por motivos de interesse público.
Cláusulas obrigatórias somente nas concessões de serviços
públicos precedidas de obras públicas (art. 23, parágrafo único) 2 – Caducidade (ou decadência)
I – estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das Consiste na extinção do contrato de concessão de serviço pú-
obras vinculadas à concessão; e blico em decorrência de inexecução total ou parcial do contrato,
II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, por razões que devem ser imputadas à concessionária. Poderá ser
das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão. declarada pelo poder concedente pelas seguintes maneiras, nos
termos do art. 38, § 1º, I a VII:
Cláusulas facultativas (art. 23-A) A) O serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou
I – o contrato de concessão poderá prever o emprego de meca- deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ-
nismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacio- metros definidores da qualidade do serviço;
nadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil B) A concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo-
e em língua portuguesa, nos termos da Lei 9.307, de 23.09.1996; sições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
II – qualquer outra que não seja obrigatória. C) A concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan-
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força
É importante, demonstrar que o contrato de concessão é firma- maior;
do tendo em vista, não apenas oferecimento da melhor proposta, D) A concessionária perder as condições econômicas, técnicas
mas incluindo também as características referentes à pessoa con- ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço con-
tratada, devendo o concessionário demonstrar capacidade técnica cedido; a concessionária não cumprir as penalidades impostas por
e econômico-financeira que faça haver a presunção de que haverá infrações, nos devidos prazos;
a perfeita execução do serviço. A esse aspecto, a doutrina deno- E) A concessionária não atender a intimação do poder conce-
mina de contrato firmado intuitu personae, que se trata da prática dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
de eventual transferência da concessão para outra pessoa jurídica, F) A concessionária não atender a intimação do poder conce-
bem como do controle societário da concessionária, sem prévia avi- dente para, em 180 dias, apresentar a documentação relativa à re-
so ou autorização do poder concedente, vindo a implicar a caduci- gularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei
dade que nada mais é do que a extinção da concessão. 8.666, de 21.06.1993.

Intervenção na concessão 3 – Rescisão


A intervenção na concessão encontra-se submetida a um pro- De acordo com a Lei 8.987/1995 a rescisão é a forma de ex-
tinção da concessão, por iniciativa da respectiva concessionária,
cedimento formal. De antemão, o poder concedente, por meio de
quando esta se encontrar motivada pelo descumprimento de nor-
ato do Chefe do Poder Executivo, ao tomar conhecimento da falta
mas contratuais advindas do poder concedente, nos ditames do art.
de adequação da prestação do serviço ou do descumprimento pela
39. Nesta hipótese, sendo a autoexecutoriedade privilégio aplicável
concessionária das normas pertinentes, edita o decreto de inter-
somente à Administração Pública, para que o concessionário possa
venção que deverá conter a designação do interventor, o prazo da
rescindir o contrato de concessão, deverá fazê-lo por intermédio de
intervenção e os objetivos e limites da medida nos ditames do le-
ação judicial, sendo que os serviços prestados pela concessionária
gais pertinentes.
não deverão ser interrompidos e nem mesmo paralisados em hi-
Declarada a intervenção por intermédio de decreto, o poder
pótese alguma, até que a decisão judicial que determine a rescisão
concedente deverá, no prazo de até 30 dias, realizar a instauração
transite em julgado.
de procedimento administrativo com o fito de comprovar as causas
determinadas na medida e apurar as responsabilidades. Esse proce- 4 – Anulação
dimento administrativo deverá ser concluído em até 180 dias, sob Trata-se de hipótese de extinção do contrato de concessão em
pena de ser considerada inválida a intervenção, nos termos do art. decorrência de vício de legalidade, que pode, via de regra, ser de-
33, § 2º da Lei 8987/95. clarado por via administrativa ou judicial.
Extinção da concessão 5 – Falência ou extinção da empresa concessionária e faleci-
A concessão pode ser extinta por várias causas, colocando mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual
fim à prestação dos serviços pelo concessionário. O art. 35 da Lei A Lei 8.987/1995, embora a Lei 8.987/95 mencione esse tópico
8.987/1995, prevê de forma expressa algumas causas de extinção como formas de extinção da concessão no art. 35, VI, nada dispõe
da concessão. Sendo elas: o advento do termo contratual; a encam- em relação aos efeitos dessas hipóteses de extinção. No entendi-
pação; a caducidade; a rescisão; a anulação; e a falência ou extinção mento de José dos Santos Carvalho Filho, tais fatos acabam por
da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titu- provocar a extinção de pleno direito do contrato, pelo fato de que
lar, em se tratando de empresa individual. tornam inviável a execução do serviço público objeto do ajuste.

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6 – Desafetação do serviço público Proveniente do exposto, podemos expor com destaque as prin-
A Lei 8.987/1995 não se refere e nem minucia a desafetação cipais características da permissão de serviço público. São elas:
de serviço público como causa de extinção da concessão. Entretan- a) É uma forma de delegação de serviços públicos;
to, no entender de Diógenes Gasparini, a desafetação do serviço b) Deve ser precedida de licitação pública, mas a Lei não de-
público em decorrência de lei também é hipótese de extinção da termina a modalidade licitatória a ser seguida (diferencia-se da
concessão, tendo em vista que a desafetação ocorre no momento concessão de serviço público que exige a licitação na modalidade
em que uma lei torna público um serviço. concorrência);
c) É formalizada por meio de um contrato de adesão, de natu-
7 – Distrato (acordo) reza precária, uma vez que a lei prevê que pode ser revogado de
Mesmo não havendo referência legal à extinção da concessão maneira unilateral pelo poder concedente (diferencia-se das con-
por intermédio de acordo ou distrato entre o poder concedente e cessões de serviço público que não possuem natureza precária); e
a concessionária, esta hipótese não foi vedada pela legislação. Por d) Os permissionários podem ser pessoas físicas ou jurídicas
esse motivo, boa parte da doutrina vem admitindo a extinção an- (diferencia-se das concessões de serviço público em razão de os
tecipada da concessão de forma amigável e também consensual. concessionários somente poderem ser pessoa jurídica ou consórcio
de empresas).
8 – Renúncia da concessionária Por motivos importantes relacionados às características ante-
riores, destacamos algumas observações.
Nesse caso, a lei também não menciona essa hipótese como
Relativo a primeira, aduz-se que todo contrato administrativo
maneira de extinção da concessão. Porém, o ilustre Diogo de Figuei-
é um contrato de adesão, posto que a minuta do contrato deve ser
redo Moreira Neto, a renúncia da concessionária será aceita como
redigida pela Administração, bem como integra todos os anexos do
forma de extinção da concessão, a partir do momento em que hou-
edital de licitação apresentado. Desta maneira, aquele que vence a
ver previsão contratual nesse sentido vindo a disciplinar-lhe as de- licitação e, por sua vez, assina o contrato, passa a aderir somente ao
vidas consequências. que foi estipulado pela Administração Pública, não podendo haver
discussões sobre as cláusulas contratuais. Assim ocorrendo, tanto a
Nota importante acerca da concessão: concessão quanto a permissão de serviço público estarão se cons-
• Outro efeito da extinção da concessão é a assunção imediata tituindo em contrato de adesão, sendo que essa circunstância, não
do serviço pelo poder concedente, ficando este autorizado a ocupar serve para diferenciar os dois institutos.
as instalações e a utilizar todos os bens reversíveis, tendo em vista a Direcionado à segunda observação a ser feita, trata-se de uma
necessidade de dar continuidade à prestação do serviço público nos relação à precariedade do vínculo, que de antemão, pode vir a ser
parâmetros do art. 35, §§ 2º e 3º. extinto a qualquer tempo, havendo ou não indenização. Registra-
• Independente da causa da extinção da concessão, os bens re- se que o texto da lei acabou por usar designação imprópria de re-
versíveis que ainda não se encontrem amortizados ou depreciados vogação do contrato, tendo em vista que este não é revogado, é
deverão ser indenizados ao concessionário, sob pena de, se não o rescindido, o que se dá de forma contrária do ato administrativo
fizer, haver enriquecimento sem causa do poder concedente. que é sujeito à revogação. De qualquer maneira, a precariedade do
vínculo encontra-se relacionada à possibilidade de extinção sem o
Permissão pagamento de indenização.
O art. 175 da Constituição Federal Brasileira determina que Pondera-se que todo e qualquer tipo de contrato administra-
“incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob tivo, desde que esteja justificado pelo interesse público, pode ser
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a rescindido de forma unilateral pela Administração Pública, não con-
prestação de serviços públicos”. figurando esse aspecto apenas uma particularidade do contrato de
Passível de observação, o ditado dispositivo constitucional não permissão de serviços públicos.
faz nenhum tipo de referência relativa à autorização de serviços pú- Infere-se que quando a rescisão do contrato de concessão não
blicos. Entretanto, denota-se que existe a admissão da delegação for causada pelo concessionário, acarretará em direito a percepção
de serviços públicos por intermédio de autorização com fulcro nos de indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que a concessão é
art. 21, XI e XII, e art. 223 da Constituição Federal. Desta forma, impreterivelmente celebrada por prazo certo. No tocante à permis-
são, existem contradições, pois existem doutrinadores que enten-
infere-se que a delegação de serviços públicos pode ser realizada
dem que a permissão sempre ocorre, via de regra, por prazo certo
por meio de concessão, permissão ou autorização. Tratada anterior-
e determinado, ao passo que outros doutrinadores defendem que
mente, passemos a explorar os demais institutos.
a permissão ocorre, de antemão, por prazo indeterminado, porém,
Infere-se que a Lei 8.987/1995 não traz em seu bojo muitos
também admitem que ocorre prazo determinado, desde que tal
dispositivos relacionados à permissão de serviços públicos, vindo dispositivo esteja fixado no edital da correspondente licitação. Essa
a limitar-se a estabelecer o seu conceito. A permissão de serviço última posição, é a que a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro
público, nos ditames da lei, pode ser conceituada como “a delega- defende, para quem a fixação de prazo de vigência da permissão faz
ção, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços com que desapareçam as diferenças existentes entre os institutos
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que da permissão e da concessão. Por conseguinte, em se tratando da
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris- permissão por prazo determinado, ressalta-se que não existe a pre-
co” (art. 2º, IV). Já o art. 40 da mesma Lei dispõe: cariedade do vínculo, vindo, desta forma, o permissionário obter o
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada me- direito de indenização quando não der causa à rescisão deste.
diante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das
demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto
à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em síntese, vejamos as principais características da concessão a) Serviços públicos propriamente ditos (essenciais) e serviços
e da permissão de serviços públicos: de utilidade pública (não essenciais)
Em relação aos serviços públicos propriamente ditos, afirma-
PERMISSÃO DE CONCESSÃO DE -se que são serviços classificados como essenciais à sobrevivência
SERVIÇO PÚBLICO SERVIÇO PÚBLICO da sociedade e do próprio Estado. Como exemplo, podemos citar
o serviço de Polícia Judiciária e Administrativa. Tendo em vista que
• Forma de delegação de tais serviços exigem a prática de atos de império relacionados aos
serviço público; • Forma de delegação de administrados, denota-se que os mesmos só podem ser prestados
• Depende de licitação, serviço público;
de forma direta pelo Estado, sem a necessidade de delegação a ter-
mas a lei não • Depende de licitação na
ceiros. Concernente aos serviços de utilidade pública, aduz-se que
• Predetermina a modali- modalidade obrigatória da con-
são aqueles cuja prestação é de bom proveito à coletividade, tendo
dade licitatória; corrência;
em vista que, mesmo que estes visem a facilitação da vida do indiví-
• Possui natureza precária, • Não possui natureza pre-
duo na sociedade como um todo, não são considerados essenciais,
havendo controvérsias na dou- cária;
podendo, por esse motivo, ser executados de forma direta pelo Es-
trina; • Os concessionários só
tado ou ter sua prestação delegada a particulares. Exemplo: a água
• Os permissionários po- podem ser pessoa jurídica ou
dem ser pessoa física ou pessoa consórcio de empresas. tratada, o transporte coletivo, dentre outros.
jurídica.
b) Serviços próprios e impróprios
Autorização A classificação de serviços públicos próprios e impróprios é
apresentada com variações de sentido na doutrina.
De acordo com o entendimento da doutrina, a autorização se
No entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a doutri-
constitui em ato administrativo unilateral, discricionário e precário
na clássica classifica como serviços públicos próprios aqueles que,
por intermédio do qual, o poder público detém o poder de delegar
em decorrência de sua importância, o Estado passa a assumir como
a execução de um serviço público de sua titularidade, possibilitando
seus e os coloca em execução de forma direta por intermédio de
que o particular o realize em seu próprio benefício. Nos ditames
seus agentes, ou, ainda, indireta que ocorre mediante delegação
de Hely Lopes Meirelles, “serviços autorizados são aqueles que o
a terceiros concessionários ou permissionários. Referente aos ser-
Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente
viços públicos impróprios, são aqueles que, embora atendam às
na sua execução por particular para atender a interesses coletivos
necessidades coletivas, não estão sendo executados pelo Estado,
instáveis ou emergência transitória”. nas suas formas direta ou indireta, mas estão autorizados, regula-
mentados e fiscalizados pelo Poder Público. Exemplo: as institui-
Depreende-se que a autorização de serviço público não é de- ções financeiras, de seguro e previdência privada, dentre outros.
pendente de licitação, posto que esta somente é exigível para a rea- Entretanto, a própria autora explica que os serviços considerados
lização de contrato. Sendo a autorização ato administrativo, enten- impróprios pela retro mencionado corrente doutrinária, em sentido
de- se que não deverá ser precedida de procedimento licitatório. jurídico, sequer poderiam ser considerados serviços públicos, tendo
Entretanto, se houver uma quantidade limitada de autorizações a em vista que a lei não atribui a sua prestação ao Estado.
serem fornecidas e existindo determinada pluralidade de possíveis Hely Lopes Meirelles ensina que serviços próprios do Estado
interessados, em atendimento ao princípio da isonomia, é neces- “são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do
sário que se faça um processo seletivo para facilitar a escolha dos Poder Público, como: segurança, polícia, higiene e saúde públicos
entes que serão autorizados pelo Poder Público. etc., sendo que para a execução destes, a Administração utiliza de
Caso o ato de autorização seja precário, pode de antemão, ser seu poder de hierarquia sobre os administrados. Por esse motivo,
revogado a qualquer tempo, desde que seja por motivo de interesse infere-se que só devem ser prestados por órgãos ou entidades pú-
público, suprimindo o direito à indenização por parte do eventual blicas, sem delegação a particulares”. Por sua vez, os serviços im-
prejudicado. No entanto, a exemplo de exceção, existindo estabele- próprios do Estado “são os que não afetam substancialmente as ne-
cimento de prazo para a autorização, ressalta-se que o vínculo aca- cessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de
ba por perder a precariedade, passando a ser cabível o direito de seus membros, e, por isso, a Administração os presta remunerada-
indenização em se tratando de caso de revogação da autorização. mente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (autarquias,
Demonstramos, por fim, que embora seja tradição se definir a empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações go-
autorização como ato administrativo discricionário, a Lei Geral de vernamentais), ou delega sua prestação a concessionários, permis-
Telecomunicações determina que a autorização de serviço de te- sionários ou autorizatários”.
lecomunicações é ato administrativo vinculado, nos parâmetros da
Lei 9.472/1997, art. 131, § 1º, de forma a não existir possibilidade c) Serviços administrativos, econômicos (comerciais ou indus-
de a administração denegar a prática da atividade para os particu- triais) e sociais
lares que vierem a preencher devidamente as condições objetivas e São constituídos por atividades promovidas pelo Poder Público
subjetivas necessárias com o fulcro de atender às necessidades internas requeridas pela
Administração. Também podem preparar outros serviços que deve-
Classificação rão ser prestados ao público, como por exemplo, as estações expe-
Existem vários critérios adotados para classificar os serviços, rimentais e a imprensa oficial.
dentre os quais, vale à pena destacar os seguintes: Nos ditames da lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o serviço
comercial ou industrial é aquele que a Administração Pública exe-
cuta, direta ou indiretamente, com o objetivo de atender às neces-
sidades coletivas de ordem econômica, tendo como supedâneo no
art. 175 da Constituição Federal, a exemplo dos serviços de teleco-
municações, dentre outros.
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Já o serviço público social, cuida-se daquele que atende a ne- Já a segunda classificação, acaba por levar em conta a menção
cessidades coletivas, em áreas cuja atuação do Estado é considera- expressa ou implícita dos princípios em seus textos normativos. São
da de caráter essencial, a exemplo dos serviços de educação, saúde eles:
e previdência. De acordo com a doutrina dominante, tais serviços, a) Princípios expressos: são os que se encontram expressa-
quando são prestados pela iniciativa privada não são considerados mente mencionados no texto da norma. Exemplos: princípios da
como serviços públicos, mas sim como serviços de natureza priva- Administração Pública que são elencados no art. 37 da CRFB);
da. b) Princípios implícitos: são os reconhecidos pela doutrina e
pela jurisprudência advindo da interpretação sistemática do orde-
d) Serviços uti singuli (singulares) e uti universi (coletivos) namento jurídico. Exemplos: princípios da razoabilidade e da pro-
Também chamados de serviços singulares ou individuais, os porcionalidade, da segurança jurídica.
serviços uti singuli são aqueles cuja finalidade é a satisfação indivi- Em relação ao processo administrativo, denota-se que estes
dual e direta das necessidades do indivíduo. Esses serviços têm usu- são regulados por leis infraconstitucionais e que também elencam
ários determinados, sendo, por esse motivo, possível a mensuração outros princípios do Direito Administrativo. A nível federal, registra-
de forma individualizada da utilização de cada usuário. São incluí- -se que o art. 2. ° da Lei 9.784/1999 cita a existência dos seguintes
dos nessa categoria os serviços de fornecimento de água, energia princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, propor-
elétrica, telefone, etc. que podem ser remunerados por intermédio cionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
de taxa ou tarifa. jurídica, interesse público e eficiência.
Os serviços uti universi, também conhecidos como serviços uni-
versais, coletivos ou gerais, são os serviços prestados à coletividade, Sem qualquer tipo de dependência da quantidade de princípios
porém, são usufruídos somente de forma indireta pelos indivíduos. elencados pelo ordenamento e pela doutrina, podemos destacar,
Exemplos: serviço de iluminação pública, defesa nacional, dentre para fins de estudo os principais princípios do Direito Administrati-
outros. Denota-se que os serviços uti universi, de modo geral são vo: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,
prestados a usuários indeterminados e indetermináveis, não sendo razoabilidade, proporcionalidade, finalidade pública (supremacia
por esse motivo, passíveis de ter seu uso individualizado. Além disso do interesse público sobre o interesse privado), continuidade, auto-
são custeados através de impostos ou contribuições especiais. Por tutela, consensualidade/participação, segurança jurídica, confiança
esse motivo, o STF editou a Súmula 670 (posteriormente convertida legítima e boa-fé.
na Súmula Vinculante 41), na qual predomina o entendimento de Vejamos a definição e a importância de cada um deles:
que “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado me-
diante taxa”, uma vez que se trata de serviço uti universi. Princípio da legalidade
Previsto no art. 37 da CRFB/1988, é conceituado como um pro-
Por fim, ressalta-se que há uma correlação entre a conceitua- duto do Liberalismo, que pregava a superioridade do Poder Legisla-
ção do serviço como uti universi ou uti singuli e o seu custeio, pois, tivo na qual a legalidade se divide em dois importantes desdobra-
quando o serviço é uti singuli, é possível identificar o usuário e men- mentos:
cionar a utilização da expressão a “conta” deve ser paga pelo pró- a) supremacia da lei: a lei acaba por prevalecer e tem preferên-
prio usuário, mediante o implemento de taxa, preço ou tarifa. Em se cia sobre os atos da Administração;
tratando de serviço uti universi, quando não é possível saber quem b) reserva de lei: o tratamento de determinadas matérias deve
são os usuários de forma individualizada, pois, o usuário é a “coleti- ser formalizado pela legislação, excluindo o uso de outros atos com
vidade”, nem quantificar o uso, a “conta” é paga pela coletividade, caráter normativo.
mediante o recolhimento de impostos ou contribuições especiais. Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o
principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis-
Princípios trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só
Os princípios jurídicos solidificam os valores fundamentais da poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos,
ordem jurídica. Em razão de sua fundamentalidade e abertura lin- agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o
guística, os princípios se espalham sobre todo o sistema jurídico, princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen-
vindo a garantindo-lhe harmonia e coerência. tos legais é ilícito.
Os princípios jurídicos são classificados a partir de dois crité-
rios. Partindo da amplitude de aplicação no sistema normativo, os Princípio da impessoalidade
princípios podem ser divididos em três espécies: Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
a) Princípios fundamentais: são princípios que representam duas interpretações possíveis:
as decisões políticas de estrutura do Estado, servindo de base para a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública
todas as demais normas constitucionais, como por exemplo: prin- deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos
cípios republicanos, federativo, da separação de poderes, dentre particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas a
outros; discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da
b) Princípios gerais: via de regra, se referem a importantes es- CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata-
pecificações dos princípios fundamentais, embora possuam menor mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em
grau de abstração e acabam por se espalhar sobre todo o ordena- posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
mento jurídico. Exemplos: os princípios da isonomia e da legalidade; material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
c) Princípios setoriais ou especiais: se destinam à aplicação de 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
certo tema, capítulo ou título da Constituição. Exemplos: princípios portadores de deficiência.
da Administração Pública dispostos no art. 37 da CRFB: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

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b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di-
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art. da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
37, § 1.°, da CRFB : “dela não podendo constar nomes, símbolos Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará-
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra-
servidores públicos” . ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para,
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of
Princípio da moralidade law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua- abusos do Estado).
ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia- Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da
administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons-
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo: trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos
a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13 direitos fundamentais dispostos na legislação pátria.
do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te-
súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento
parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho-
um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política. do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em
Princípio da publicidade que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor-
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art. de Direito.
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di-
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro-
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin- porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi-
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di- excessos cometidos pelo Poder Público.
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por subprincípios:
lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ- a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo- adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
tivação dos atos administrativos. pretendido.
b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
Princípio da eficiência do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio-
mentais.
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das
c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma tí-
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo:
pica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita-
atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004),
a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art.
da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998).
que será efetivado.
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que
garantem sua eficiência:
Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes-
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio- se privado (princípio da finalidade pública)
rar a situação de outrem. É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas de tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número de categorias:
pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”). a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as- outros.
pectos.

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b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró- Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida-
prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se de e da participação, a administração termina por voltar-se para a
ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple- coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
mentado através de atividades administrativas instrumentais que da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
são necessárias ao atendimento do interesse público primário. resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o
público e ao patrimônio público. ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola-
Princípio da continuidade boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do
Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que consenso e da participação.
tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma-
ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos
satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação. jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con-
Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú- selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa
blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen- mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do
tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação
às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu-
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não NETO, 2006, p. 337-338).
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio-
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
prestado sempre na medida em que a necessidade da população -políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne- seus institutos participativos e consensuais.
cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne- Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem- boa-fé
plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou- Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
tros. boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.

Princípio da autotutela O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti-


Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- dos:
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. Subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas relacio-
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, nadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. Objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos par-
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que ticulares;
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante Subjetiva: está ligada à relação com o caráter psicológico da-
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- quele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteriza-
culares de modo geral. ção da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
Princípios da consensualidade e da participação atuação do Estado.
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios nam por surpreender os seus receptores.
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
tutela da Administração Pública. ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:

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a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia, pois
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos: esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores controlar
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente; os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em resumo, o
confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi- controle interno que venha a depender da existência de hierarquia
ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas chefias so-
que as suas expectativas são razoáveis; bre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de controle in-
b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi- terno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as atribuições,
nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien- não dependendo de hierarquia para o exercício de suas prerroga-
tam o cidadão a adotar determinada conduta; tivas.
c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa- • Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutu-
ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio ra do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos,
jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável; quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con- as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to-
lerância da Administração); e Controle Judicial
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga- Registremos, a princípio, que o controle judicial da Administra-
ções no caso. ção Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder Judiciário, quan-
do em exercício de função jurisdicional, sobre os atos administra-
tivos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do próprio Poder
CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO:
Judiciário. O controle judicial é aquele por meio do qual, o Poder
CONTROLE ADMINISTRATIVO; CONTROLE JUDICIAL; CON-
Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional, aprecia a juridicida-
TROLE LEGISLATIVO
de que engloba a regularidade, a legalidade e a constitucionalidade
da conduta administrativa.
Denota-se que o controle externo da Administração por meio
Controle exercido pela Administração Pública (controle inter-
do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição
no)
Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle,
A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes
como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado
possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo
de injunção e o habeas data.
certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os direi-
O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade de
tos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do Poder
jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de juris-
tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja sujei-
dição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Judiciário
ta a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo.
possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a inferir que
Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria
somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em sentido pró-
dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos
possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando prio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de serem modi-
as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles ficadas.
tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob vi- Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida pela
gilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem ser Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo en-
vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu veto contram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário.
derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não concor- É importante registrar que o fundamento da adoção do siste-
dando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a entender ma de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se encontra
que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder de incumbir inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual ficou es-
a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir o conflito, tabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da Repúbli- lesão ou ameaça a direito”.
ca. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF), que são Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o sistema
indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente da Repú- de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso administrati-
blica, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das Casas do vo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a função juris-
Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma espécie de dicional é exercida por duas estruturas orgânicas que são regidas
controle prévio. de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária e a Justiça
Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de Di- Administrativa, posto que cada uma profere decisão com força de
reito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos que coisa julgada no âmbito de suas competências.
possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais instru- Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema
mentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se mantenha de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais
sempre consolidada com o direito, visando ao interesse público e administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver
mantendo o respeito aos direitos dos administrados. litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça Ad-
Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que ministrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do Poder
pode ser interno ou externo. Vejamos: Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade confli-
• Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder sobre- tos que envolvam somente particulares.
pondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo Poder, Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via
ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Administração de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade do
indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa jurídi- ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os Magis-
ca da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador encon- trados não apreciam o mérito do ato administrativo, não analisando
tra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser controlada. a conveniência e a oportunidade da prática do ato.
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Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou Levando em conta o princípio da simetria de organização, as
de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, a regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que lhes cou-
decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato admi- ber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal e distrital,
nistrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não é cabível desde que realizadas as devidas adaptações, principalmente aque-
no exercício da função jurisdicional a revogação do ato administra- las que advém do fato de nos planos estadual, municipal e distrital a
tivo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do mérito do ato. organização do Poder Legislativo serem do tipo unicameral.
É de suma importância destacar que o controle judicial possui Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislati-
abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos dis- vo também possui o poder de exercer o controle interno sobre os
cricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de seus próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma, estará realizando um controle administrativo interno. Esse é o mo-
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto os tivo pelo qual quando falamos no controle parlamentar, estamos
discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou ilegiti- abordando somente o controle externo exercido pelo Poder Legis-
midade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados pelo lativo.
Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle jurisdicio- Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém sobre
nal. a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses previs-
Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo tas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque caso con-
geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa trário, haveria inferiorização do princípio da separação dos poderes.
de alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pes- Acontece que em razão disso, não podem leis ordinárias, comple-
soa que tenha a pretensão de provocar o controle da administração mentares ou Constituições Estaduais predispor outras modalidades
pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a de controle diversas das que são previstas na Constituição Federal,
ação cabível para o alcance desse objetivo. sob risco de ferir o mesmo princípio.
Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies de De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle le-
ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou ame- gislativo: o político e o financeiro.
aça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: o habeas O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais de
corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A relação das contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade e de
ações que dão possibilidade ao controle judicial da Administração mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo, con-
será sempre a título de exemplificação, tendo em vista que o con- forme o caso.
trole pode ser exercido, inclusive, por intermédio de ação judicial
ordinária sem denominação especial ou específica. Formas de controle político:
1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art.
Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no di- 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter-
reito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar
por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes tem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamen-
editadas pela Corte Suprema. te, ressalvados os casos previstos em lei complementar; autorizar
o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do
Controle Legislativo País, quando a ausência exceder a quinze dias; aprovar o estado de
O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legisla- defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou sus-
tivo sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como pender qualquer uma dessas medidas; sustar os atos normativos
ocorre por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo limites de delegação legislativa; julgar anualmente as contas pres-
exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas. tadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
O controle legislativo, também denominado de controle parla- execução dos planos de governo; fiscalizar e controlar, diretamente,
mentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce poder ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluí-
sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder Judi- dos os da administração indireta; apreciar os atos de concessão e
ciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; aprovar
da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; au-
um controle externo sobre os demais Poderes. torizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar,
ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federa- previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
do, posto que não somente o princípio da simetria, como também superior a dois mil e quinhentos hectares.
as regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os
âmbitos federal, estadual, municipal e distrital. 2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52):
Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o bicamera- processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República
lismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal composto por nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Esta-
duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta por represen- do e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
tantes do povo e o Senado Federal que é composto por represen- nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; processar e
tantes dos Estados-membros e do Distrito Federal. julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do
De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamen- Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
tar pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora do União nos crimes de responsabilidade; autorizar operações exter-
Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do Con- nas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
gresso Nacional ou de cada Casa. Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por propos-
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ta do Presidente da República, limites globais para o montante da • realizar as diligências que entender necessárias;
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos • convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir tes-
Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as opera- temunhas sob compromisso e ouvir indiciados;
ções de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito • requisitar de órgãos públicos informações e documentos de
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades qualquer natureza;
controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre limites e con- • requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de ins-
dições para a concessão de garantia da União em operações de cré- peções e auditorias que entender necessárias.
dito externo e interno; estabelecer limites globais e condições para Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a
o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre
dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal,
término de seu mandato; aprovar previamente, por voto secreto, bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ).
após arguição pública, a escolha de: Em esquema básico, temos:
• Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
• Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre- Financeiro: é exercido com o auxílio dos
sidente da República; tribunais de contas.
• Governador de Território; CONTROLE
• Presidente e diretores do Banco Central; LEGISLATIVO Político: alcança aspectos de legalidade
• Procurador-Geral da República; ESPÉCIES e de mérito, vindo a ser preventivo, concomi-
• Titulares de outros cargos que a lei determinar. tante ou repressivo.
• Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca- Controle pelos Tribunais de Contas
ráter permanente; Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são
órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução
do exercício do controle externo da Administração Pública. São ór-
3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF, gãos especializados e não integram a estrutura administrativa do
art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer es-
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e pécie de relação hierárquica.
os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presiden- Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura
te da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos
do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos
4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos Depu- tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais.
tados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o TCU
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire- (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais de
tamente subordinados à Presidência da República para prestarem, Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal de Con-
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determina- tas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, percebe-se
do, importando crime de responsabilidade a ausência sem justifi- a organização dos tribunais de contas não ocorre de maneira uni-
cação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado forme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter criado até a
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Mi- CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função de prestar auxí-
nistros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente lio ao Poder Legislativo municipal no exercício do controle externo é
subordinados à Presidência da República, importando em crime de normalmente repassada ao Tribunal de Contas do respectivo Estado
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trin- que é dotado de atribuições de controle ao das administrações es-
ta dias, bem como a prestação de informações falsas. tadual e municipal.
Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe espe- Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os
cial destaque referente ao controle exercido pelas comissões parla- Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal
mentares de inquérito (CPIs). próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo
As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Tri-
certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções bunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros,
típicas do Parlamento que é a função de fiscalização. número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal
De acordo com a Constituição Federal, as comissões parlamen- de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco
tares de inquérito possuem poderes de investigação que são pró- conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele
prios das autoridades judiciais, além de outros poderes que estão Município. Embora, não obstante a existência dos chamados “tribu-
previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são criadas nais” de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em conjun- em sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o ca-
to ou de forma separada mediante pugnação de um terço de seus ráter de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anu-
membros, com o objetivo de apurar fato determinado e por prazo ladas pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o
certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso, serão en- fito de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo
caminhadas ao Ministério Público, para que este órgão promova a de natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta
responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos termos dispos- forma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Judici-
tos no art. 58, § 3º da CFB/1988. ário em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com o fulcro
Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação, de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante o órgão
a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização jurisdicional competente com o objetivo de anular o mencionado
judicial para: julgado.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um sessenta dias a contar de seu recebimento;
controle externo associada a um controle interno executado por B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
cada órgão sobre seus agentes e seus atos. por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de con- direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
trolar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange de erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, opera- de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
cional e patrimonial, levando em conta os aspectos da legalidade, e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
de receitas. comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos contá- e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
beis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, é veri- fundamento legal do ato concessório;
ficado o verdadeiro ingresso das receitas, através de comprovantes C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
de depósito ou transferência de recursos, bem como a realização de Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os seus tradicionais auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio-
estágios de licitação, empenho, liquidação e pagamento. Por sua nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legis-
lativo, Executivo e
vez, o controle orçamentário é aquele que acompanha a execução
Judiciário, e demais entidades referidas na letra b;
do orçamento, que é a legislação em que se encontram as receitas
D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
previstas e também as despesas fixadas. Em referência ao controle
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
operacional, ressaltamos que o mesmo trata de diversos aspectos
nos termos do tratado constitutivo;
do desempenho da atividade administrativa, como por exemplo, E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
numa auditoria operacional, pode ser computado o tempo médio União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
que o usuário usa esperando por atendimento médico em uma uni- congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
dade do sistema público de saúde. Finalmente, temos o controle F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,
patrimonial, que cuida da fiscalização do patrimônio público. por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comis-
Analisando a legalidade do controle externo, observamos que sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as cional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
diversas normas jurídicas. realizadas;
O controle de legitimidade atua complementando o controle G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além da ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que es-
adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse diapa- tabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
são, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade do ato causado ao erário;
e a obediência aos princípios constitucionais como a moralidade H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
administrativa, por exemplo. vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à uti- ilegalidade;
lização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele, pre- I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comu-
tende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos da nicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
melhor relação custo-benefício. J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
Destaca-se que o controle externo também investiga se hou- abusos apurados.
ve a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de
transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir Observação: As normas retro mencionadas acima relativas ao
despesas de custeio das entidades beneficiadas. Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organi-
As subvenções podem ser de duas espécies. São elas: subven- zação, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Es-
ções sociais e subvenções econômicas. tados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos
de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da
A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de institui-
CFB/1988.
ções públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que
não possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964,
Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de
art. 12, § 3º, I.
Contas
B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e
empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrí- “julgar contas”.
cola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II. Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribu-
Registra-se, que o controle externo também se incumbe de nais de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a
apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários mecanis- emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo
mos que tornam possível a renúncia de receita, como por exemplo: de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é
a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da alíquota ou da competência do Poder
base de cálculo de tributo que implique sua redução.
Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o
controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas
da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta ma- 6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de van-
neira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas pelo tagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba por
Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos Go- submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em que
vernadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; a do ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a admi-
Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do Distrito nistração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras muni-
cipais.
Existe uma particularidade em relação ao parecer que o tri- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
bunal de contas do Estado ou do município emite a respeito das
contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos termos
do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio, emitido Evolução histórica
pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito deve anual- De início, adentraremos esse módulo respaldando sobre o con-
mente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços ceito de responsabilidade civil do Estado. Consiste esse instituto
dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo, é por essa razão na obrigação estatal de indenizar os danos patrimoniais, morais ou
que grande parte da doutrina afirma que nessa hipótese, o parecer
estéticos que os seus agentes, agindo nessa qualidade, causarem a
prévio é relativamente vinculante, não sendo absolutamente vin-
terceiros. A responsabilidade civil do Estado pode ser dividida em
culante pelo fato de poder ser superado, porém, como a superação
dois grupos: a contratual, que advém da ausência de cumprimento
depende de quórum qualificado, tem-se uma vinculação relativa.
de cláusulas inclusas em contratos administrativos, e a extracontra-
Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só
deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer di- tual ou aquiliana, que alcança as demais situações.
zer que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produ- Em relação à evolução histórica, de acordo com o Professor Cel-
zir efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em so Antônio Bandeira de Mello, a tese da responsabilidade civil do
caso do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer Estado sempre foi aceita em forma de princípio amplo. Isso ocorreu
do Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo mesmo no período em que não existia dispositivo de norma espe-
possui natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegi- cífica. Para o mencionado autor, desde os primórdios, predominou
bilidade do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcor- no Brasil a tese da responsabilidade do Estado com base na teo-
rido o julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores ria da culpa civil. Logo após, houve o avanço para que houvesse a
(RE 729.744/MG e RE 848.826/DF). admissão da culpa pela ausência de serviço. Por fim, chegou-se à
De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte de aprovação da responsabilidade objetiva do Estado.
Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais dos Prefei- Nos tempos imperiais, a Constituição de 1824 vigente à épo-
tos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou inconstitucio- ca, previa somente a responsabilidade pessoal do agente público,
nal dispositivo de constituição estadual que permitia às Câmaras conforme disposto no art. 179, XXIX: “Os empregados públicos são
Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas pelos prefeitos, estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no
independentemente do parecer do Tribunal de Contas do Estado, exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente respon-
quando este não fosse oferecido no prazo de 180 dias. (ADI 3.077/ sáveis aos seus subalternos”.
SE). Ressalta-se, que nesse período, mesmo não existindo previsão
Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para jul- constitucional a respeito da responsabilidade do Estado, a doutrina
gar as contas dos administradores e demais responsáveis por verba e a jurisprudência compreendiam que existia solidariedade do Esta-
pública, bens e valores públicos da administração direta e indireta, do em alusão aos atos de seus agentes.
inclusive das fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo No art. 82 da Constituição Federal de 1891, no seu art. 82, car-
Poder Público, e ainda, as contas dos entes que ensejarem e de- regou e trouxe em seu bojo, dispositivo semelhante ao da Consti-
rem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte tuição de 1824.
prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no art. 71, III da Em âmbito civilista, o Código Civil de 1916, em seu art. 15, dis-
CFB/1988.
pôs: “As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente respon-
Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que ao
sáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem
julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que cau-
danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou fal-
sarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
tando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os
imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas causadores do dano”. Para a doutrina, o entendimento é de que o
que imputam débito ou multa terão validade de título executivo referido dispositivo legal consagrava a responsabilidade subjetiva
nos termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a do Estado tanto no sentido de culpa civil, quanto por ausência de
quem foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a refe- serviço.
rida importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer Referente à Constituição de 1934, depreende-se que esta man-
a cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de teve a responsabilidade civil subjetiva do Estado, determinando no
uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma art. 171, o seguinte: “Os funcionários públicos são responsáveis so-
ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de lidariamente com a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, por
decisão da corte de contas. quaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou abuso
Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas que no exercício dos seus cargos”.
imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de títu- A Carta Magna de 1937, por sua vez, reiterou no art. 158 o mes-
lo executivo, sua execução independe da inscrição em dívida ati- mo dispositivo da Constituição de 1934.
va. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever to- No condizente à Constituição de 1946, aduz-se que esta repre-
dos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que sentou uma importante e grande inovação no assunto ao introduzir,
ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição dá por sua vez, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, con-
possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na Lei forme ditado no dispositivo a seguir:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 194. As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são ci- • A teoria da irresponsabilidade civil do Estado nunca foi aceita
vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa no direito brasileiro.
qualidade, causem a terceiros. • A evolução legislativa mostra que o ordenamento jurídico pá-
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcio- trio previu de início a responsabilidade civil do Estado com base na
nários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes. culpa civil, vindo a evoluir para a responsabilidade pela ausência de
trabalho até chegar à responsabilidade objetiva.
A Constituição de 1967, acoplada à Emenda 1, de 1969, foi • A responsabilidade objetiva do Estado foi inserida no ordena-
audaz e manteve a responsabilidade objetiva do Estado, fazendo o mento jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de 1946.
acréscimo referente de que a ação regressiva contra o funcionário • A Constituição Federal de 1988, veio a ampliar a responsabi-
ocorreria também nos casos de dolo, e não somente nos casos de lidade objetiva do Estado, vindo a responsabilizar objetivamente as
culpa, como era disposto na Constituição de 1946. pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
Em âmbito contemporâneo, a Constituição Federal de 1988, no • A Constituição Federal de 1988 consagrou a responsabilidade
art. 37, § 6º, determina: “As pessoas jurídicas de Direito Público e por danos morais ou extrapatrimoniais.
as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão • A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Carta
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- Magna de 1988, segue a teoria do risco administrativo, sendo que a
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos ca- teoria do risco integral foi acolhida apenas em situações e hipóteses
sos de dolo ou culpa”. excepcionais.
O referido dispositivo constitucional em alusão, trouxe infor- • Divergindo da Constituição Federal de 1988, pelo fato de não
mação inovadora ao ampliar a responsabilidade civil objetiva do haver feito referência à responsabilidade objetiva das pessoas jurí-
Estado, que por sua vez, passou também a alcançar as pessoas jurí- dicas que prestam serviços ao poder público, o Código Civil de 2002,
dicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como por prevê também a responsabilidade objetiva do Estado.
exemplo: as fundações governamentais de direito privado, as em-
presas públicas, sociedades de economia mista, e, ainda qualquer Responsabilidade por ato comissivo do Estado
pessoa jurídica de direito privado, desde que estejam devidamente De antemão, convém respaldar que responsabilidade civil do
paramentadas sob delegação do Poder Público e a qualquer título Estado é passível de advir de atos comissivos ou omissivos pratica-
para a prestação de serviços públicos. dos por seus agentes.
Em consonância com o estudo em questão, aduz-se que atos
Esclarece-se, nesse sentido, que a regra da responsabilidade
comissivos são aqueles por meio dos quais o agente público atua de
civil objetiva não pode ser aplicada aos atos das empresas públicas
forma positiva causando danos a um terceiro. Exemplo: um condu-
e das sociedades de economia mista exploradoras de atividade eco-
tor de veículo automotor e servidor do Estado, embriagado e sob o
nômica, tendo em vista que o art. 173, § 1º, da CF/1988, determina
efeito de drogas, dirigindo a serviço, atropela um pedestre.
de forma expressa que elas sejam regidas pelas mesmas normas
Cumpre ressaltar que a teoria adotada em relação à responsa-
aplicáveis às empresas privadas. Por consequência, tais entidades
bilidade civil do Estado por prática de conduta omissa, não é a mes-
estão sujeitas à responsabilidade subjetiva, sendo controladas pe-
ma a ser aplicada à responsabilização por atos comissivos. Infere-se
las normas comuns pertinentes ao Direito Civil.
que o artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 é de aplicação
Aduz-se que a aglutinação do art. 37, § 6º, com o art. 5º, X, am- restrita em relação aos atos comissivos, sendo, assim, incorreta a
bos da CF/1988, leva à conclusão de que a responsabilização estatal sua invocação nos casos específicos de responsabilidade por omis-
tem ampla abrangência tanto no condizente ao dano material como são estatal.
o dano moral. Entretanto, a jurisprudência achou por bem ampliar
as espécies de danos indenizáveis, passando a determinar que o Para melhor entendimento do raciocínio, o artigo 37, § 6º, da
dano estético se constituiria em uma espécie de dano autônomo Constituição Federal, em relação à responsabilidade civil do Estado,
no qual a indenização poderia ser expressamente cumulada com a dispõe:
reparação pelos danos materiais e morais.
Ressalta-se que a responsabilidade objetiva do Estado deve se- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
guir a teoria do risco administrativo, conforme previsto na CF/1988 vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
e a teoria do risco integral jamais recebeu acolhimento como nor- seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
ma ou regra em nenhuma das constituições brasileiras. direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
No entanto, no ordenamento jurídico brasileiro algumas hipó-
teses em que se aplica a teoria do risco integral foram inseridas. O mencionado dispositivo, sob plena concordância unânime da
A título de exemplo disso, temos os casos de danos causados por doutrina e jurisprudência, consagra de forma expressa a responsa-
acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”, disciplinado pela Lei bilidade civil objetiva do Estado. No entendimento desse parâmetro
6.453/1977), e, ainda, de danos decorrentes de atentados terroris- Constitucional, a vítima se encontra de forma ampla, dispensada do
tas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasilei- ônus da prova da culpa da Administração, tendo a incumbindo-lhe
ras (Leis 10.309/2001 e 10.744/2003). somente comprovar o nexo causal entre o ato desta e o prejuízo
Finalmente, após inúmeras delongas ao longo da história, che- sofrido.
ga-se ao Código Civil de 2002 que, em seu art. 43, reitera a mesma Contudo, ressalta-se que o dispositivo se reporta apenas aos
orientação inserida na Constituição Federal de 1988, suprimindo, danos causados pelos agentes das pessoas jurídicas de direito pú-
no entanto, a alusão à responsabilidade das pessoas jurídicas de blico ou, ainda, das pessoas jurídicas de direito privado que pres-
direito privado prestadoras de serviço público. Entretanto, ressal- tam serviço público, não tendo qualquer espécie de alcance às si-
ta-se que a omissão, nesse caso, não impede a responsabilização tuações nas quais o dano tenha decorrido de ato de terceiro ou de
objetiva dessas pessoas jurídicas, posto que está prevista no texto fatos advindos de caso fortuito ou força maior.
constitucional. Assim sendo, afirma-se que o artigo 37, § 6º, Constituição Fe-
Ante o exposto, aduz-se que as conclusões a respeito da maté- deral de 1988, não enseja ao alcance das hipóteses de omissão es-
ria podem ser resumidas da seguinte maneira: tatal, posto que, nestas situações, o dano não decorre, exatamente
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da ação de um agente do Estado, mas sim da atitude de um terceiro, Em alusão ao retro ensinamento, afirma-se que a teoria apli-
denotando que a omissão do Estado apenas contribui para o resul- cada não poderia ser a objetiva, isso porque tal teoria admite a co-
tado. brança de responsabilização até mesmo quando o dano é advindo
Adverte-se que a conduta omissa do Estado não é o que causa de atuação lícita do Estado.
diretamente o dano, uma vez que este é proveniente de ato de ter- Nos casos relacionados à omissão estatal, o Estado não é o ver-
ceiro, razão pela qual pode-se afirmar que o dano à vítima não foi dadeiro autor do dano, uma vez este o advém de atividade de ter-
consequência de forma direta da conduta omissa do agente do Es- ceiro. Assim sendo, sua responsabilidade somente poderá ser invo-
tado, o que faz inaplicável o artigo 37, § 6º, da CFB/88 às hipóteses cada caso esteja obrigado a agir com o fulcro de impedir que o dano
de omissão do Estado, restando incabível a teoria da responsabili- ocorra, isso, em havendo ilegalidade na sua omissão. Resta registrar
dade objetiva com base no risco administrativo. também, inclusive, que a responsabilidade estatal não poderá ser
invocada quando existir a impossibilidade real de impedimento do
Responsabilidade por omissão do Estado dano mediante atuação aplicadora do Estado.
Atos omissivos são aqueles por meio dos quais o agente pú- Por fim, devido ao fato de a responsabilização estatal ocorrer
blico deixa de agir e sua omissão, ainda que não venha a causar apenas quando sua omissão for caracterizada por uma atitude ilíci-
diretamente o dano, possibilita sua ocorrência. ta, a Administração não será responsabilizada se houver utilizado e
Quando o Estado é omisso no seu dever de agir de acordo com esgotado suas possibilidades e formas de amparo no limite máximo
os parâmetros legais, terá o dever de reparar o prejuízo causado. e, mesmo desta forma, não tiver conseguido impedir o dano, posto
No entanto, a responsabilidade será aplicada na forma subjetiva, que a Administração Pública somente poderá ser responsabilizada
posto que deverá ser demonstrada a culpa do Estado, ou seja, a por danos que estava obrigada a impedir.
omissão estatal.
Prevalece entre os doutrinadores, apesar de não haver pacifi- Requisitos para a demonstração da responsabilidade do es-
cidade doutrinária e nem tampouco nos tribunais, o entendimento tado
de que a redação do art. 37, § 6º, da CFB/88, só consagra a respon- Os requisitos que compõem a estrutura e demarcam o perfil da
sabilidade objetiva nos atos comissivos. responsabilidade civil objetiva do Poder Público, são: a alteridade
Destaque-se que não é qualquer ato omissivo praticado por do dano; a causalidade material entre o eventus damni e o com-
agente público que intitula a responsabilidade civil do Estado. A portamento positivo por ação, ou negativo por omissão do agen-
responsabilização estatal em função de omissivos, ocorre somente te público; a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a
quando o agente público omisso possui o dever legal de praticar um agente público que tenha, nessa condição de servidor, incidido em
determinado ato, e deixa de fazê-lo. Exemplo: em situação hipoté- conduta comissiva ou omissiva, isso, independentemente da licitu-
tica, um agente salva-vidas que ao se deparar diante de situação na de, ou não, do comportamento funcional e a inexistência de causa
qual um banhista está se afogando, permanece inerte, permitindo excludente da responsabilidade do Estado.
que o banhista venha a falecer sem ser socorrido. Nesta situação, Em suma, os requisitos para a demonstração da responsabi-
o Estado explicitamente será responsabilizado pelo ato de omis- lidade do Estado são necessariamente a conduta a ser praticada
são do agente público, tendo em vista que este tinha o dever legal pelo agente que poderá ser lícita ou ilícita. Veja-se por exemplo,
de agir, ao menos tentando salvar a vida do banhista e não o fez. no caso de odontologista que realiza cirurgia pertinente à sua área
Em outro ângulo, aproveitando o mesmo exemplo, se, ao invés do de atuação em hospital público e venha a cometer algum erro, ca-
guarda salva-vidas, a mencionada omissão fosse praticada por um racterizado como ato ilícito, ou em campanha de aplicação de flúor
Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de algum Estado da Fede- contra cáries, quando a substância vem a causar situação adversa
ração, o Estado não poderia ser responsabilizado, tendo em vista irreversível caracterizada como ato lícito, são atos que acabam por
que ao Analista, não era incumbido o dever legal de tentar salvar gerar danos passíveis de reparação, na forma objetiva.
o banhista. Para que a responsabilidade objetiva estatal seja configurada,
Não obstante, afirma-se que é inaplicável o uso do artigo 37, deve haver um dano, tendo em vista que indenizar é “suprimir o
§ 6º da Constituição Federal de 1988, bem como da teoria do ris- dano” por meio do adimplemento de uma contraprestação de na-
co administrativo às lides de responsabilidade civil por omissão do tureza pecuniária. Isso pode ser tanto dano de efeito moral como a
Estado. violação à dignidade e à honra, por exemplo, quanto dano material
Registre-se ainda, que a responsabilidade civil por omissão que cause prejuízo financeiro a outrem.
estatal é subjetiva. Isso ocorre, também, devido à inaplicabilidade Assegura-se ainda, que quando houver mera possibilidade de
do artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que é a instituidora da dano, esta não será passível de indenização. Exemplo: a constru-
responsabilidade objetiva aos casos de omissão estatal, o que ense- ção de um presídio perto de pré-escola. Isso é fato que pode vir a
ja ao entendimento de que a responsabilização do mesmo apenas causar danos irreparáveis tanto aos alunos, como às suas famílias.
poderá ser invocada se sua ausência de ação houver sido culposa. Pondera-se também que deve haver o nexo causal, que se trata da
Em outras palavras, aduz-se que a responsabilidade civil do necessária e importante relação de causa e efeito entre a conduta
estatal por conduta omissa é subjetiva. Ressalte-se que tal posicio- praticada pelo agente e o dano causado. Não existindo o nexo cau-
namento já foi referendado por muitos de nossos mais renomados sal, ou for disseminado por algum fator, estará afastada a responsa-
e importantes administrativistas. Ótimos exemplos disso, são Hely bilidade do Estado.
Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, sendo desse úl- No contexto acima, compreende-se que é insuficiente a de-
timo, o esclarecedor ensinamento de que a partir do momento em monstração somente do dano e da conduta do Estado. É necessário
que o dano foi constatado em decorrência de uma omissão do Esta- e devido também que se prove o nexo causal.
do, sendo pelo serviço que não funcionou, ou, funcionou de forma
ineficientemente ou tardia, aduz-se que caberá a aplicabilidade da
teoria da responsabilidade subjetiva. Entretanto, se o Estado não
agiu, não será, por conseguinte, ser ele o autor do dano. E, não sen-
do ele o autor, só será responsabilizado se caso estivesse obrigado
a impedir o dano.
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Observação importante: O STF tem entendido que, havendo Pondera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tri-
fuga de preso na qual o detento se encontre há muito tempo fo- bunal de Justiça tem atribuído aos eventos extraordinários, im-
ragido e venha a cometer algum crime, com a geração de dano a previsíveis e de força irresistível, ocorridos de forma externa à
particular, não existe a responsabilidade do Estado, pelo fato de não administração pública com causídico de danos aos administrados,
haver mais nexo causal, interrompido pelo prolongado período de a especificidade de excludentes do nexo causal ocorridas entre a
fuga. Entende o STF que o longo período do tempo entre a fuga e atuação administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a
o crime faz com que o nexo causal deixe de existir, não sendo mais responsabilização estatal pelos prejuízos causados.
possível imputar ao Estado o dano causado. O tempo que o STF en- Desta maneira, nos julgados de ambos os Tribunais, não exis-
tende como longo, pondera-se que não existe uma tabela de prazos te a preocupação em diferenciar caso fortuito de força maior, mas
que regule tal entendimento. O que a Suprema Corte faz é a análise somente a tentativa de averiguar a presença deles em cada caso
de casos concretos e específicos. específico do objeto de exame.
Nesse entendimento, o STJ já validou que “somente se afas-
Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade do Es- ta a responsabilidade se o evento danoso resultar de caso fortuito
tado ou força maior, ou decorrer de culpa da vítima” (REsp 721.439/RJ),
Dentro do instituto da responsabilidade civil do Estado existem enquanto o STF asseverou que “o princípio da responsabilidade ob-
algumas causas que excluem ou atenuam a sua obrigação de acatar jetiva não se reveste de caráter absoluto, eis que admite o abran-
ou não com tais prerrogativas. Pondera-se que a única circunstân- damento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil
cia que explicitamente atenua ou diminui a responsabilidade civil do Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de situações
estatal é a existência de culpa concorrente da vítima, comprovan- liberatórias – como o caso fortuito e a força maior – ou evidenciado-
do assim a inexistência de culpa exclusiva do Estado. Desta forma, ras de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima” (RE109.615/
na situação hipotética de colisão entre veículo que pertence a ente RJ).
público e a um particular, na qual tenha ocorrido imprudência de
ambos os condutores, o Estado não responde pela integralidade do Esquematizando, temos:
dano, o que faz por força de lei, com que os prejuízos deverão ser
rateados na proporção da culpa de cada responsável pelo ato. CULPA OU DOLO
Em relação às circunstâncias excludentes da responsabilidade CASO FORTUITO
EXCLUSIVO DA VÍTIMA
do Estado, a doutrina e a jurisprudência consideram as seguintes: E FORÇA MAIOR
OU DE TERCEIROS
culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e
força maior. O STF e o STJ tem atribuído
aos eventos extraordinários, im-
Vejamos: previsíveis e de força irresistível,
ocorridos de forma externa à ad-
É excludente da respon-
Culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros ministração pública com causídi-
sabilidade do Estado, uma
É excludente da responsabilidade do Estado, uma vez que afas- co de danos aos administrados,
vez que afastam o nexo cau-
ta o nexo causal entre a conduta do agente público e o dano exis- a especificidade de excludentes
sal entre a conduta do agen-
tente. A esse respeito, é de suma importância ressaltarmos que não do nexo causal ocorridas entre a
te público e o dano existente
é cabível a invocação de culpa ou de dolo exclusiva da vítima na atuação administrativa e o evento
hipótese de suicídio de detento. Isso ocorre pelo fato do preso se danoso, de modo a impedir a res-
encontrar sob a custódia do Estado que tem o dever de manter-lhe ponsabilização estatal pelos preju-
a integridade física e moral, buscando sua total proteção, inclusive ízos causados.
do suicídio. Nesse sentido, o STF entende que o suicídio de detento
é motivo de omissão ilegítima, que por sua vez, gera responsabili- Infere-se que o Código Civil brasileiro, no parágrafo único do
dade civil objetiva do Estado, que passará a ter o dever de indenizar art. 393, determina que “O caso fortuito ou de força maior verifica-
por meio de danos morais os familiares do falecido. -se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impe-
Em algumas situações ocorrem no mundo dos fatos eventos dir.” Percebe-se que, à semelhança das decisões do STF e do STJ, a
imprevisíveis, extraordinários e de força irresistível, externos à ad- referência é a “caso fortuito ou de força maior”, com as expressões
ministração pública e que causam danos aos administrados. Tendo objeto de tanta discussão acadêmica citadas em conjunto, separa-
em vista a inexistência de qualquer nexo de causalidade entre a atu- das apenas pela partícula “ou”, como que querendo demonstrar
ação administrativa e o prejuízo sofrido pelo terceiro, ter-se-á por que, se as consequências são semelhantes, estando regidas pelo
excluída a responsabilidade civil do Estado, não lhe sendo imputado mesmo regime jurídico, não há relevância na tentativa de diferen-
qualquer dever de indenizar. ciação.

Caso fortuito e força maior Reparação do dano


Boa parte dos doutrinadores denominam consideram esta ex- Em sentido geral, a reparação do dano pode ser viabilizada na
cludente como sendo os eventos naturais, a exemplo das tempes- esfera administrativa por meio de acordo administrativo, ou na via
tades, dos furacões, dos raios, dentre outros, vindo a reservar a ex- judicial.
pressão “caso fortuito” para os acontecimentos humanos, como os O agente estatal, na qualidade de agente público, em se tra-
arrastões, as guerras, as greves, etc., ao passo que outros possuem tando de caso de dolo ou culpa, pode causar danos ao Estado ou
conceitos opostos, designando a “força maior” para os eventos que a terceiros.
podem ser imputados aos homens e o “caso fortuito” para os even- Na primeira situação, a responsabilidade deverá ser apurada
tos naturais. por intermédio de processo administrativo, garantidos a ampla de-
fesa e o contraditório. Comprovada a responsabilidade subjetiva do
agente, o adimplemento poderá ser feito de forma espontânea ou,
caso contrário, por medida judicial.

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No entanto, ressalte-se, que é ilegal usar com imposição o des- Sobre o assunto, é importante destacar alguns pontos:
conto em folha de pagamento dos agentes públicos de valores re- A) A ação de responsabilização do agente público deduz que o
ferentes ao ressarcimento ao erário, exceto se houver autorização Poder Público tenha indenizado o particular, tanto em virtude de
prévia do agente ou procedimento administrativo com a aplicação acordo com o reconhecimento da responsabilidade civil estatal,
da ampla defesa e do contraditório. como em decorrência de condenação em ação ajuizada pelo lesado.
Na segunda situação, o terceiro, como vítima do dano, pode- B) Em ação regressiva, a responsabilidade do agente público é
rá ajuizar ação em face do Estado, aplicando a responsabilidade de natureza subjetiva, às expensas da comprovação de que ele agiu
objetiva, ou do próprio agente público, se valendo nesse caso da com culpa ou dolo. Desta forma, é possível que o Estado venha a
responsabilidade subjetiva, exceto nos casos em que houver a ado- indenizar o particular e não reconheça o direito de ser ressarcido
ção da teoria da dupla garantia, por meio da qual, a única medida pelo servidor responsável. Para isso, basta que não seja comprova-
cabível seria o direcionamento da pugnação de reparação em face do dolo ou culpa advinda desse agente público.
do Estado. C) A parte final do § 5º do art. 37 da CFB/88, pode levar ao
De qualquer maneira, o Estado, ao indenizar a vítima, deterá o entendimento precípuo de que quaisquer e todos as espécies de
dever de cobrar, de forma regressiva, o valor desembolsado perante ações de ressarcimento movidas pelo Poder Público são imprescri-
o agente público que causou o dano efetivo e que agiu com dolo ou tíveis. Entretanto, o STF, no julgamento do RE 669.069/MG, decidiu,
culpa. com repercussão geral, que “é prescritível a ação de reparação de
Entende-se que o direito de regresso do Estado em face do
danos à fazenda pública decorrentes de ilícito civil.
agente público nasce com o pagamento da indenização à vítima.
D)É transmitida aos herdeiros a qualquer tempo, a obrigação
Assim sendo, não basta o que ocorra o trânsito em julgado da sen-
de ressarcir o Estado, respeitada, sem dúvidas, a possibilidade de
tença que condena o Estado na ação indenizatória, posto que o in-
prescrição na hipótese de danos decorrentes de ilícito civil, ten-
teresse jurídico para propor a ação regressiva depende em grande
parte do efetivo desfalque nos cofres públicos. Denota-se que caso do como limite o valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV, da
ocorra a propositura da ação regressiva antes do pagamento, pode- CF/1988). Entretanto, ocorrendo a prescrição da ação regressiva,
ria denotar e ensejar o enriquecimento sem causa do Estado. beneficiará também aos herdeiros, que não poderão mais ser de-
Pondera-se que em fase inicial, a cobrança regressiva em face mandados pelos danos advindos pelo falecido.
do agente público deve ocorrer na esfera administrativa. Em se E) O servidor responde pelos seus atos, inclusive após a extin-
tratando de caso de acordo administrativo, o agente deverá, nos ção de seu vínculo com a Administração Pública, desde a ação re-
trâmites legais, providenciar o ressarcimento aos cofres públicos. gressiva não esteja prescrita. Desta forma, o agente que foi exone-
Restando ausente o acordo, o Poder Público terá o dever de propor rado ou demitido, pode, nos trâmites legais, ser obrigado a ressarcir
a ação regressiva contra o agente público culpado. os prejuízos causados ao ente público.
Apesar de grande parte da doutrina e jurisprudência compre-
ender que a ação de ressarcimento proposta pelo Poder Público Nota – Sobre Súmulas Vinculantes
em face de seus agentes é definitivamente imprescritível, à vista do Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do transpor-
disposto na parte final do § 5.° do art. 37 da Constituição Federal, tador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de
o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, acabou terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
por decidir que é prescritível nos trâmites do art. 206, § 3.°, V, do Súmula 188, STF: O segurador tem ação regressiva contra o
Código Civil, no prazo de três anos, a ação de reparação de danos à causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite pre-
Fazenda Pública advinda de ilícito civil e de origem de acidente de visto no contrato de seguro.
trânsito, o que não alcança à primeira vista, os ilícitos relacionados
às infrações ao direito público, como por exemplo, os de natureza
penal e os atos de improbidade. LEI Nº 8.429/1992 E SUAS ALTERAÇÕES

Direito de regresso
O parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal Brasileira pre- LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
nuncia a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de di-
reito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualida-
atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
de, causarem a terceiros. Assegura ainda ao Estado ou a seus pres-
da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
tadores de serviços públicos, o direito de regresso contra o agente
pela Lei nº 14.230, de 2021)
responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa.
Levando em conta os princípios constitucionais da ampla defe-
sa e do contraditório, o direito de regresso deve ser desempenhado O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
e exercido sob o manuseio de ação própria e regressiva, não admi- cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
tindo ao Estado efetuar de forma direta o desconto nos subsídios do
servidor, sem o consentimento deste. CAPÍTULO I
Existe ainda, a possível hipótese de o servidor reconhecer a DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
sua responsabilidade vindo a optar por recolher espontaneamente
a quantia devida aos cofres públicos e até mesmo autorizar que o Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
valor venha a ser descontado de seus vencimentos, desde que res- administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no
peitados os percentuais máximos previstos em lei para essa espécie exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
de desconto. do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
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§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con- § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica,
dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona-
tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº
2021) 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan- 2021)
çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe- Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade
tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe-
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona- de 2021)
dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza- erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à
ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa-
patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
pela Lei nº 14.230, de 2021)
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara-
pela Lei nº 14.230, de 2021) ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi-
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica- decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão
dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à 14.230, de 2021)
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO II
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain- SEÇÃO I
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR-
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
nº 14.230, de 2021)
agente público;
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021) a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de preço superior ao valor de mercado;
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela mercado;
Lei nº 14.230, de 2021) IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, ou serviço por preço superior ao de mercado;
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- VI - realizar operação financeira sem observância das normas
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta nea;
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-
co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado- pécie;
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo-
to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô- das em lei ou regulamento;
nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda,
agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
Lei nº 14.230, de 2021) co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te- pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou gular;
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
atividade; queça ilicitamente;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
ção a que esteja obrigado; empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
tidades mencionadas no art. 1° desta lei;
nº 11.107, de 2005)
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
art. 1° desta lei.
dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
SEÇÃO II
ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
PREJUÍZO AO ERÁRIO
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades pela administração pública a entidade privada mediante celebração
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
Lei nº 14.230, de 2021) mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida (Vigência)
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vigência)
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis pela Lei nº 14.230, de 2021)
à espécie; XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades pela Lei nº 13.204, de 2015)
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº
por preço inferior ao de mercado; 14.230, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica-
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do
pela Lei nº 14.230, de 2021) agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô- si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro- de 2021)
vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos
14.230, de 2021) de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
SEÇÃO III trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATEN- § 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
TAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão Lei nº 14.230, de 2021)
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021)
CAPÍTULO III
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
DAS PENAS
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
14.230, de 2021) patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, 14.230, de 2021)
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
blica com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei
2014) (Vigência) nº 14.230, de 2021)
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com- pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
Lei nº 14.230, de 2021)
pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur-
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º
diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
o poder público na época do cometimento da infração, podendo (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
Lei nº 14.230, de 2021) prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- pela Lei nº 14.230, de 2021)
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei CAPÍTULO V
nº 14.230, de 2021) DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDI-
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- CIAL
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo
a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
14.230, de 2021) ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida- tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, conhecimento.
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
de 2021)
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute-
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
Lei nº 14.230, de 2021) te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) probidade.
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº acompanhar o procedimento administrativo.
14.230, de 2021) Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo-
pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique-
observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen- § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a
são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter- que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o
CAPÍTULO IV
caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração
DA DECLARAÇÃO DE BENS
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re-
sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili-
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-
dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda-
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser- § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a
viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com-
2021) provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores § 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado Lei nº 14.230, de 2021)
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, de 2021)
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a II - será instruída com documentos ou justificação que con-
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi-
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da
no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem 14.230, de 2021)
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí-
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao do pela Lei nº 14.230, de 2021)
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre- tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº nº 13.964, de 2019)
14.230, de 2021)
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a
família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van-
instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi-
Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu-
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) § 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230,
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro-
proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar- de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste- 2021)
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na
mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
2021) desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte- 14.230, de 2021)
ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In- § 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju- 2021)
rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135, I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu-
14.230, de 2021) reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re-
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con-
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in-
de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades
de 2021) e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis- favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu-
trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a § 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o
decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen- de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do
to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita- conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento.
das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí-
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) do pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Lei nº 14.230, de 2021)

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III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor § 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar-
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu- contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí-
do pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021)
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei
ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021)
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua-
Lei nº 14.230, de 2021) renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi-
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
Lei nº 14.230, de 2021) imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
2021) sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
Lei nº 14.230, de 2021) seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais de 2021)
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
14.230, de 2021) e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual- CAPÍTULO VI
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
da denúncia o sabe inocente.
de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su-
seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente imagem que houver provocado.
e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle denatória.
de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes § 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o
públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego
danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou- necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática
tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba- de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90
e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median-
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con- quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con- III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as nº 14.230, de 2021)
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita-
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações
nº 14.230, de 2021)
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não
2021)
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela
CAPÍTULO VII
Lei nº 14.230, de 2021)
DA PRESCRIÇÃO
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des-
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230,
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
de 2021)
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato § 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per- caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada
manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri-
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re-
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis- responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de
trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o 1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso CAPÍTULO VIII
não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri- Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun- 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
damentado submetido à revisão da instância competente do órgão em contrário.
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021) LEI Nº 9.784/1999 (LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO)
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de-
verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter- Processo administrativo
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) O Processo Administrativo Disciplinar tem como objetivo apu-
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa; rar possíveis infrações disciplinares e, conforme o caso, aplicar a
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) penalidade cabível.
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
As regras disciplinares são de competência de cada ente fede- *Diante de uma denuncia anônima é preciso instaurar o PAD? A
rativo, que irão regular os devidos procedimentos disciplinares de Lei 8.112/90 de a entender que a denuncia anônima está vedada de
seus respectivos servidores públicos. maneira geral para evitar o chamado denuncismo. Uma vez que, a
Na esfera federal, temos o nosso estudo baseado na Lei Lei fala que a denúncia deve ser clara, demonstrando seu endereço,
8.112/90, sendo o estatuto dos servidores públicos. Vale destacar, nome, ou seja, você tem que ser responsável pela sua denúncia –
que as regras estatutárias não podem desrespeitar os princípios e assumir a responsabilidade. Ocorre que, nessa situação, ao exigir
as regras constitucionais. que a denúncia seja sempre clara, pode estar evitando que certas
Dentro da Lei 8.112/90 existem três modalidades de Processo denúncias cheguem à Administração Pública. Assim, conclui-se que
Administrativo Disciplinar, logo nas três hipóteses, por se tratar de a denúncia anônima não deve ser desconsiderada de fato, sendo
processo administrativo disciplinar é possível à existência de uma necessário analisar a presença de elementos concretos na denúncia
penalidade ao final. São modalidades do PAD: anônima.
I. Processo Administrativo Disciplinar Simplificado/ Sindicância De modo que, ao receber a denúncia anônima a Autoridade
(Art. 145 da Lei 8.112/90): possui como objetivo a apuração das competente não pode abrir um PAD de prontidão. Mas, caso a Au-
condutas que em tese são de menor potencial ofensivo, pressupõe toridade verifique elementos concretos nesta denúncia anônima,
então que os tipos de penalidade a serem aplicadas aqui possuem instaura-se um PAD de sindicância investigatório, se neste proces-
natureza leve. so for confirmado os elementos instaura-se um PAD propriamente
Caso ao dar início a esta modalidade de PAD e, verifica-se a não dito, para apurar a fundo as infrações e aplicar as penalidades ne-
existência do fato, o PAD é arquivado, uma vez que está ausente de cessárias.
provas/ elementos probatórios. O PAD Propriamente Dito pode ser instaurado de prontidão
Por outro lado, caso o PAD simplificado seja confirmado, apli- caso verifique-se uma conduta gravíssima, de uma denúncia clara
ca-se uma advertência, ou então, uma suspensão de até 30 dias ao (pessoa assumi a responsabilidade), desta forma percebe-se que a
sindicância não é pré-requisito para a instauração do PAD, desde
servidor público.
que a denúncia seja clara.
Assim, a punição para condutas do servidor público de natu-
Um dos elementos da Portaria que instaura o PAD é o afasta-
reza leve é de advertência ou suspensão de até 30 dias. Nota-se
mento preventivo da servidor público (Ato Administrativo – Porta-
que caso conclua-se, diante da apuração do PAD simplificado, que a ria). Esse afastamento ocorre, pois muitas vezes, os demais servi-
infração é gravíssima, finaliza-se o PAD simplificado e instaura-se o dores não se sentem confortáveis em testemunharem algo com o
PAD propriamente dito. acusado ainda ocupando o cargo, pois ele poderia utilizar sua in-
Ex. Ocorre uma denuncia de um servidor, que está vendendo fluência – por exemplo, se vocês testemunharem acontecerá algo.
pão de mel dentro da administração pública, as pessoas sabem que Assim, o afastamento é utilizado como um acautelamento do Admi-
este servidor não sabe cozinhar. A autoridade recebe a informação. nistrador Público em relação ao processo administrativo disciplinar.
Sabe-se que essa conduta não é gravíssima, assim abre-se um PAD Vale ressaltar que o afastamento temporário não é uma puni-
simplificado para apurar a situação, mas com a informação de que ção, tendo em vista que ainda não houve PAD. Sendo assim, neste
a pessoa não sabe cozinhar, ao abrir o PAD simplificado ele não se afastamento é razoável que o servidor público continue recebendo
confirma, assim arquiva-se. No caso de confirmação, por exemplo, a sua remuneração. O prazo de afastamento temporário do servidor
não era pão de mel, mas cocada, aqui não se arquiva o processo, público é de no máximo 60 dias, prorrogáveis, desde que justificá-
mas aplica-se uma advertência. vel, por mais 60 dias (Art. 147 da Lei 8.112/90).
Obs. Cuidado com o termo sindicância, na doutrina do Direito Caso passe o período total de 120 dias (60 + 60 prorrogáveis), e
Administrativo em Geral (Processo Administrativo – Lei 9.784/99), a Autoridade necessite de mais tempo para a investigação, não tem
existe o termo sindicância, no sentido investigativo-inquisitório e como aumentar o prazo e o servidor continuar afastado, assim o
acusatória- punitivo. Assim, dentro do Processo Administrativo Ge- servidor retorna para o seu cargo e o PAD continua.
ral, existem duas modalidades de sindicância. O Ato Administrativo que instaura o PAD indica o nome de três
O PAD simplificado possui uma sindicância punitiva/acusatória, servidores públicos para compor uma Comissão Processante. Ou
uma vez que ao final ela apresenta uma penalidade. Esta distinção seja, uma autoridade instaura o PAD, sendo somente os Ministros
ocorre, pois, caso esteja-se diante de uma sindicância investigati- que possuem competência para tanto, entretanto não são os Minis-
va/ inquisitória, não é necessário fornecer a ninguém o direito de tros que tocam o Processo Administrativo Disciplinar, mas sim uma
ampla defesa e contraditório, uma vez que não se está acusando Comissão Processante.
ninguém, mas apenas investigando. Dentro do ato de instauração o Ministro já indica os servido-
Não existe muitas regras sobre o processo administrativo dis- res públicos, sendo a regra geral que a Comissão Processante seja
composta por três Servidores Estáveis (estabilidade é um requisito
ciplinar simplificado, de modo que, de maneira geral, utiliza-se o
– Artigo 149 da Lei 8.112/90). Um desses três Servidores será Presi-
procedimento do propriamente dito como margem.
dente da Comissão, este tem que ter o cargo superior ou similar ao
O prazo para a conclusão de um PAD simplificado é de 30 dias,
do servidor púbico acusado.
ou seja, após o início da sindicância tem-se 30 dias para encerrar,
A regra geral prevê a estabilidade, pois esta funciona como
podendo ser prorrogados por mais 30 dias. uma garantia do servidor público que compõe a comissão, de modo
a garantir que este não pode ser retirado/ perder o cargo a não ser
II. Processo Administrativo Disciplinar Propriamente Dito: utili- nas hipóteses do artigo 41 da CF, ou seja, não sofro o risco de ser
zado nos casos de infrações gravíssimas. Este processo administra- ameaça a ser mandada embora. (Obs. Não pode estar este Servidor
tivo disciplinar possui três fases, sendo elas: Público somente no cargo de comissão, uma vez que cargos em co-
* Primeira Fase: Compreende a instauração do processo. Para a missão não possuem a estabilidade).
instauração do processo é necessário que o Administrador Público Obs. É muito comum na jurisprudência quando se anula um
tome conhecimento de uma conduta indisciplinar, assim, é preciso processo administrativo, anula-se a comissão processante em um
conhecer a conduta, para depois instaurar um PAD. sentido geral. Assim qual é o ato que a autoridade competente tem
que fazer? Instaurar um novo PAD, com a nomeação de novas pes-
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
soas para compor a comissão processante, uma vez que a anterior Durante a Instrução do Processo serão tomadas todas as me-
foi desfeita, pois não garantiu a ampla defesa e o contraditório. didas necessárias como, por exemplo: oitiva de testemunhas, pe-
Caso anteriormente tenha ocorrido alguma nulidade que tenha ge- rícias, acareações, sempre com a possibilidade de o servidor pú-
rado o desfazimento da comissão processante, pode esta mesma blico causado intervir no procedimento, ou seja, apresentar seus
comissão ser escolhida novamente. Assim, a Comissão Processante próprios laudos, testemunhas.
só não pode ser a mesma caso esta não garanta o contraditório e a Nota-se que caso ocorra à violação ao contraditório e a ampla
ampla defesa. defesa, o PAD deverá ser arquivado.
A Suspensão e Advertência podem ser aplicadas no PAD, no Obs. É possível emprestar provas produzidas em processos ju-
momento em que o Servidor Público é suspenso ou advertido, dicias em andamento? Sim, desde que esta prova emprestada seja
começa a correr um prazo para o cancelamento desse registro de lícita.
penalidades na sua ficha de servidor público. De modo que, após Obs. É necessário que se dê a possibilidade de participação de
3 (para o caso de advertência) ou 5 (para a suspensão) anos o servi- advogado, não podendo ser vedada a sua participação no PAD.
dor cometa outro ilícito/ não sofra nenhuma outra sanção, ele não Esta situação do Advogado gerou a Súmula Vinculante nº 5 do
será considerado como reincidente. Assim, aqui não se cancela os STF, que prevê que a falta de defesa técnica, ou seja, de advoga-
efeitos da suspensão e da advertência, mas o Registro de Penalida- do em um PAD não ofende a Constituição Federal. Entretanto o STJ
des em sua ficha. acredita que é necessária a presença do advogado no PAD. O que
Prazo de Prescrição do PAD: o Servidor Público no exercício da vale, neste caso, é a posição do STF na Súmula Vinculante nº 5.
sua atividade, pratica uma conduta em que a penalidade típica é - Defesa
demissão, assim, o poder público / administração pública, tem o - Relatório
prazo de 5 anos, a partir do conhecimento do fato da conduta pela
autoridade competente para abrir um PAD, sob pena de prescrição. * Terceira Fase: Julgamento
Caso a conduta leve a suspensão do servidor, a Administração
Pública tem dois anos, a partir do conhecimento da conduta, para LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
abrir o PAD sob pena de prescrição.
Por outro lado, caso a conduta leve a advertência ao servidor, Regula o processo administrativo no âmbito da Administração
a Administração Pública tem 180 dias, a partir do conhecimento da Pública Federal.
conduta, para abrir o PAD, sob pena de prescrição.
Vale ressaltar, que nos três casos acima (demissão, suspen- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
são e advertência), caso a Autoridade competente, tome conheci- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
mento da conduta e não instaure o PAD ela sofre as sanções da Lei CAPÍTULO I
8.112/90, ou seja, assume a responsabilidade. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Ademais, importante ressaltar que no momento em que o PAD
é aberto, o prazo prescricional do mesmo se interrompe até a de- Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad-
cisão da autoridade competente (Art. 142, § 3º da Lei 8.112/90). ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta,
Entretanto existem discussões acerca da razoabilidade desse tempo visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
de decisão da autoridade competente, de modo que a previsão le- ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
gal diverge da jurisprudencial. § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
A lei entende que a Autoridade tem o tempo necessário para Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
se chegar a uma decisão, já a jurisprudência, entende que, uma vez de função administrativa.
interrompido o prazo prescricional do PAD, após 140 dias, diante § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
da ausência de uma decisão pela autoridade competente, o pra- I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
zo prescricional volta a correr. Isto é, uma vez instaurado o PAD, a ministração direta e da estrutura da Administração indireta;
autoridade competente tem 140 dias para concluí-lo, uma vez que II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
o PAD normalmente deve durar 60 dias, prorrogáveis por mais 60, jurídica;
após isso a autoridade competente tem 20 dias para julgá-lo – to- III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
talizando 140 dias. de decisão.
* Segunda Fase: esta se subdivide em: Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
- Inquérito Administrativo: é tocado pela Comissão Processan- princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro-
te, composta por três servidores públicos que possuem estabilida- porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran-
de. ça jurídica, interesse público e eficiência.
- Instrução do Processo: nesta fase mantem-se a regra funda- Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa-
mental inserida no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal. Em dos, entre outros, os critérios de:
que, toda fase de Processo Administrativo Disciplinar será acom- I - atuação conforme a lei e o Direito;
panhada pelo Servidor acusado, uma vez que, caso não tenha este II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to-
acompanhamento não existirá a possibilidade do contraditório e tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
nem da ampla defesa. III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada
Outro princípio que rege esta fase é o Princípio da Oficialidade, a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
no sentido de que a Comissão Processante ao tocar o inquérito ad- IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
ministrativo age de ofício, não sendo necessário que a Autoridade boa-fé;
Administrativa de comandos para a Comissão Processante. V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
Nesta fase também é necessário buscar a verdade material/ hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
real, ou seja, a verdade mais próxima do que realmente aconteceu, VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri-
nesse sentido, pode se falar que o PAD é muito parecido com o pro- gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-
cesso penal. mente necessárias ao atendimento do interesse público;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter- Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada
minarem a decisão; de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o in-
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos teressado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
direitos dos administrados; Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade- modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- pretensões equivalentes.
nistrados; Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale- tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
gações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
litígio; CAPÍTULO V
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas DOS INTERESSADOS
as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem preju- Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi-
ízo da atuação dos interessados; nistrativo:
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que me- I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
lhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re-
aplicação retroativa de nova interpretação. presentação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
CAPÍTULO II ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS III - as organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos;
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad- IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: to a direitos ou interesses difusos.
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor-
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
mativo próprio.
suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
CAPÍTULO VI
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter có-
DA COMPETÊNCIA
pias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe-
ridas; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci- administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; delegação e avocação legalmente admitidos.
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
quando obrigatória a representação, por força de lei. houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
CAPÍTULO III mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: presidentes.
I - expor os fatos conforme a verdade; Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; I - a edição de atos de caráter normativo;
III - não agir de modo temerário; II - a decisão de recursos administrativos;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
rar para o esclarecimento dos fatos. dade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
CAPÍTULO IV cados no meio oficial.
DO INÍCIO DO PROCESSO § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
pedido de interessado. de exercício da atribuição delegada.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au-
toridade delegante.
que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex-
conter os seguintes dados:
plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo dele-
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
gado.
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
municações; competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
fundamentos; camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade ad-
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor ministrativa;
grau hierárquico para decidir. II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
CAPÍTULO VII IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO representar;
V - informação da continuidade do processo independente-
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o ser- mente do seu comparecimento;
vidor ou autoridade que: VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias
II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste- úteis quanto à data de comparecimento.
munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte- que assegure a certeza da ciência do interessado.
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro. § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se meio de publicação oficial.
de atuar. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi- das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-
mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. pre sua falta ou irregularidade.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco-
que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos inte- nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
ressados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes administrado.
e afins até o terceiro grau. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garanti-
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser do direito de ampla defesa ao interessado.
objeto de recurso, sem efeito suspensivo. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus,
CAPÍTULO VIII sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO de outra natureza, de seu interesse.

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de CAPÍTULO X


forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. DA INSTRUÇÃO
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
autoridade responsável. comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces-
será exigido quando houver dúvida de autenticidade. so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá probatórias.
ser feita pelo órgão administrativo. § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au-
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial- tos os dados necessários à decisão do processo.
mente e rubricadas. § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas
o processo. obtidas por meios ilícitos.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro- interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
cedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele a parte interessada.
participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo mo- § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
tivo de força maior. pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale-
até o dobro, mediante comprovada justificação. gações escritas.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial- § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si,
mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for a condição de interessado do processo, mas confere o direito de
o local de realização. obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
CAPÍTULO IX Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-
blica para debates sobre a matéria do processo.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de
de decisão ou a efetivação de diligências. administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa-
§ 1o A intimação deverá conter: ções legalmente reconhecidas.
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Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de ou- Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob-
tros meios de participação de administrados deverão ser apresen- ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
tados com a indicação do procedimento adotado. o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote-
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiên- gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser reali- Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emi-
zada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre- tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci-
ser juntada aos autos. são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori-
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- dade competente.
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. CAPÍTULO XI
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão DO DEVER DE DECIDIR
registrados em documentos existentes na própria Administração
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór- Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir
gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla-
documentos ou das respectivas cópias. mações, em matéria de sua competência.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad-
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili- ministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorro-
gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria gação por igual período expressamente motivada.
objeto do processo.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na CAPÍTULO XI-A
motivação do relatório e da decisão. DA DECISÃO COORDENADA
(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as de-
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
cisões administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou
setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante deci-
a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão são coordenada, sempre que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei
forma e condições de atendimento. nº 14.210, de 2021)
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o ór- II - houver discordância que prejudique a celeridade do proces-
gão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a so administrativo decisório. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
omissão, não se eximindo de proferir a decisão. § 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao a instância de natureza interinstitucional ou intersetorial que atua
interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o proces-
não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec- so administrativo mediante participação concomitante de todas as
tiva apresentação implicará arquivamento do processo. autoridades e agentes decisórios e dos responsáveis pela instrução
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilida-
ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionan- de do procedimento e de sua formalização com a legislação perti-
do-se data, hora e local de realização. nente. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quin- § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
ze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior § 4º A decisão coordenada não exclui a responsabilidade origi-
prazo. nária de cada órgão ou autoridade envolvida. (Incluído pela Lei nº
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti- 14.210, de 2021)
do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva § 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legali-
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. dade, da eficiência e da transparência, com utilização, sempre que
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser necessário, da simplificação do procedimento e da concentração
emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e das instâncias decisórias. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade § 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos admi-
de quem se omitiu no atendimento. nistrativos: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser
II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluído pela Lei nº
previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e
14.210, de 2021)
estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res-
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distin-
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór-
tos. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coorde-
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de nada, na qualidade de ouvintes, os interessados de que trata o art.
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
legalmente fixado. Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública direito a voz, será deferida por decisão irrecorrível da autoridade
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a responsável pela convocação da decisão coordenada. (Incluído pela
prévia manifestação do interessado. Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po-
intimados na forma do art. 26 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos
de 2021) de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável neste caso, serão parte integrante do ato.
pela elaboração de documento específico sobre o tema atinente à § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode
respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
o processo da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte-
2021) ressados.
Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-
abordará a questão objeto da decisão coordenada e eventuais pre- sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
cedentes. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) escrito.
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão
coordenada deverá ser manifestado durante as reuniões, de forma CAPÍTULO XIII
fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alte- DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
ração necessárias para a resolução da questão. (Incluído pela Lei nº DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
14.210, de 2021)
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
objeto da convocação. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada nunciar a direitos disponíveis.
será consolidada em ata, que conterá as seguintes informações: (In- § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
atinge somente quem a tenha formulado.
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei nº 14.210,
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
de 2021)
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei nº
considerar que o interesse público assim o exige.
14.210, de 2021)
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (In- Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021) so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
propostas de atos governamentais relativos ao objeto da convoca-
ção; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) CAPÍTULO XIV
V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atu- DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
ação governamental em matéria idêntica ou similar; e (Incluído pela
Lei nº 14.210, de 2021) Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujei- do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
ta à sua competência. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fun- Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis-
damentação da decisão da autoridade ou do agente a respeito de trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
matéria de competência do órgão ou da entidade representada. (In- decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021) salvo comprovada má-fé.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de-
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
do qual deverão constar, além do registro referido no inciso IV do § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
e o órgão e o local em que se encontra a ata em seu inteiro teor, dade do ato.
para conhecimento dos interessados. (Incluído pela Lei nº 14.210,
de 2021) Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresen-
CAPÍTULO XII tarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Ad-
DA MOTIVAÇÃO ministração.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
CAPÍTULO XV
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
pública; razões de legalidade e de mérito.
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici- § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão,
tatório; a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará
V - decidam recursos administrativos; à autoridade superior.
VI - decorram de reexame de ofício; § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra-
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão tivo independe de caução.
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
ção de ato administrativo.
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149
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3oSe o recorrente alegar que a decisão administrativa contra- Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili- veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
Lei nº 11.417, de 2006).Vigência agravamento da sanção.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. CAPÍTULO XVI
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: DOS PRAZOS
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
cesso; Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin-
afetados pela decisão recorrida; do-se o do vencimento.
III - as organizações e associações representativas, no tocante a § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
direitos e interesses coletivos; guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses ou este for encerrado antes da hora normal.
difusos. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ci- data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque-
ência ou divulgação oficial da decisão recorrida. le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir os prazos processuais não se suspendem.
do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser CAPÍTULO XVII
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. DAS SANÇÕES
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree- Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe-
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fa-
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem zer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou CAPÍTULO XVIII
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
efeito suspensivo ao recurso. Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo os preceitos desta Lei.
de cinco dias úteis, apresentem alegações. Art. 69-A.Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como
I - fora do prazo; parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
II - perante órgão incompetente; I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In-
III - por quem não seja legitimado; cluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
IV - após exaurida a esfera administrativa. II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto- pela Lei nº 12.008, de 2009).
ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administra- IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
administrativa. te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui-
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá con- losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci- doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
são recorrida, se a matéria for de sua competência. síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave,
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi- doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído
cado para que formule suas alegações antes da decisão. pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 64-A.Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú- § 1oA pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando
mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici- prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, con- tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri-
forme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência das. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 64-B.Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação § 2oDeferida a prioridade, os autos receberão identificação pró-
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á pria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela
ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julga- Lei nº 12.008, de 2009).
mento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões admi- § 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
nistrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização § 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
nº 11.417, de 2006). Vigência
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
8. (CESPE- 2012-TJ-RR- TÉCNICO JUDICIÁRIO) No que se refe-
QUESTÕES re à classificação e às espécies de agentes públicos, julgue os itens
seguintes.
Os empregados públicos, embora sujeitos à legislação traba-
lhista, submetem-se às normas constitucionais referentes a concur-
1. No Brasil, o Direito Administrativo, como sistema jurídico so público e à acumulação remunerada de cargos públicos.
de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do ( ) Certo
Estado de Direito no momento em que o Poder criador do direito ( ) Errado.
passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com os
movimentos comunistas, cujo início se deu no final do século XVIII. 9. (CESPE-2012-TRE-RJ-TÉCNICO JUDICIÁRIO) Aos servidores
( ) Certo públicos civis da União são assegurados alguns dos direitos sociais
( ) Errado garantidos aos trabalhadores em geral, como a licença paternidade.
( ) Certo.
2. O conceito utilizado pelos autores modernos de Direito Ad- ( ) Errado.
ministrativo é único e intransponível, sendo que, alguns consideram
apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que 10. Ocorre o desvio de poder ou desvio de finalidade quando
outros, optam por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado. a autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
( ) Certo rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
( ) Errado ao interesse público como um todo.
( ) Certo.
3. No contexto histórico, o conceito de Estado veio a surgir por ( ) Errado.
intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega e da civitas
romana. Em meados do século XXI o vocábulo Estado passou a ser 11. (CESPE- 2013-CNJ -ANALISTA JUDICIÁRIO -ÁREA JUDICIÁ-
utilizado com o significado moderno de força, poder e soberania. RIA) A decisão do Tribunal de Contas da União que, dentro de suas
( ) Certo. atribuições constitucionais, julga ilegal a concessão de aposentado-
( ) Errado. ria, negando-lhe o registro, possui caráter impositivo e vinculante
para a administração.
4. O Governo pratica uma função política que implica uma ati- ( ) Certo.
vidade de ordem mediata e superior com referência à direção so- ( ) Errado.
berana e limitada do Estado, com o fulcro de determinar os fins da
ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções e 12. (CESPE- 2013 -INPI-ANALISTA- FORMAÇÃO: DIREITO) Os
buscando sempre a unidade da soberania municipal. requisitos dos atos administrativos são a competência, o objeto, a
( ) Certo. forma, o motivo e a finalidade, sendo o motivo e o objeto requisitos
( ) Errado. discricionários; e a competência, a forma e a finalidade, vinculados.
( ) Certo.
5. A administração Pública é considerada por Di Pietro (2009, p. ( ) Errado.
57), como “a atividade concreta e imediata que o Estado desenvol-
ve, sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a conse- 13. De modo geral, não havendo a existência de um conceito
cução dos interesses coletivos”. legal ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou
( ) Certo. de buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que
( ) Errado. foi realizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem
como em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos crité-
6. A Administração Direta é correspondente aos órgãos que rios subjetivo, material e formal.
compõem a estrutura das pessoas federativas que executam a ati- ( ) Certo.
vidade administrativa de maneira centralizada. O vocábulo “Admi- ( ) Errado.
nistração Direta” possui sentido abrangente vindo a compreender
todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto os que fazem 14. Controle interno é aquele realizado por órgãos de um Poder
parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciá- sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo
rio, que são os responsáveis por praticar a atividade administrativa Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Adminis-
de maneira centralizada. tração indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa
( ) Certo. jurídica da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador
( ) Errado. encontra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser con-
trolada.
7. Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser ( ) Certo.
exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com per- ( ) Errado.
sonalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a
particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito
público ou de direito privado para esta finalidade.
( ) Certo.
( ) Errado.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
15. Responsabilidade civil do Estado é a obrigação estatal de ______________________________________________________
indenizar os danos patrimoniais, morais ou estéticos que os seus
agentes, agindo nessa qualidade, causarem a terceiros. A responsa- ______________________________________________________
bilidade civil do Estado pode ser dividida em dois grupos: a contra-
tual, que advém da ausência de cumprimento de cláusulas inclusas ______________________________________________________
em contratos administrativos, e a extracontratual ou aquiliana, que
______________________________________________________
alcança as demais situações.
( ) Certo. ______________________________________________________
( ) Errado.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 ERRADO
______________________________________________________
2 ERRADO
3 ERRADO ______________________________________________________
4 ERRADO
______________________________________________________
5 CERTO
______________________________________________________
6 CERTO
7 CERTO ______________________________________________________
8 CERTO ______________________________________________________
9 CERTO
______________________________________________________
10 CERTO
11 CERTO ______________________________________________________
12 CERTO ______________________________________________________
13 CERTO
______________________________________________________
14 CERTO
15 CERTO ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das


CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
Internet.
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
Internet para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- externo.
bos submarinos, canais de satélite, etc1. Ela nasceu em 1969, nos
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa TCP / IP
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas nas literaturas como sendo:
instituições possuíam internet. - O protocolo principal da Internet;
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada - O protocolo padrão da Internet;
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- ao funcionamento da Internet e seus serviços.
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
Conectando-se à Internet sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma porte dos pacotes).
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- Domínio
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
World Wide Web – 74.125.234.180.
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de http://www.empresa.com.br, em que:
forma simples e fácil de acessar. www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da reço pertence à web.
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples viço.
e agradável. com: indica que é comercial.
br: indica que o endereço é no Brasil.
Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- URL
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como ou uma rede corporativa, uma intranet.
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- minho/recurso.
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
computador de origem. HTTP
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
1 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E-
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
7ado.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Hipertexto – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
Navegadores – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
ções da internet na tela do computador do usuário. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
Além de também serem conhecidos como browser ou web novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- outros.
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
tados à internet. navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo no navegador.
internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
página ou site na rede. vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com virtual da Internet.
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que Internet Explorer
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave- Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
gador e os servidores. substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
Funcionalidades de um Navegador de Internet algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o atualizadas no Edge.
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados. Principais recursos do Internet Explorer:
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
página. manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: através de ícones.
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- – Gerenciador de downloads integrado.
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar – Mais estabilidade e segurança.
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
página na web. navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos implementados nos sites mais modernos.
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- oferecem funcionalidades adicionais.
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- vra-chave digitando-a na barra de endereços.
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura Microsoft Edge
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer2.
para mostrar as atualizações. O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
apagado, caso o usuário queira.
2 https://bit.ly/2WITu4N
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con- Principais recursos do Google Chrome:
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura. – Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
TPS).
– Disponível em desktop e mobile.

Outras características do Edge são: Opera


– Experiência de navegação com alto desempenho. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- luindo como um dos melhores navegadores de internet.
quer lugar conectado à internet. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. de da experiência do usuário.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.

Firefox
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.
Outros pontos de destaques do Opera são:
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
gia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
Algumas características de destaque do Firefox são: funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. – Disponível em desktop e mobile.
– Não exige um hardware poderoso para rodar.
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- Safari
sos. O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
vacidade. confiáveis para usar.
– Disponível em desktop e mobile.

Google Chorme
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada.
O Safari também se destaca em:
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
tivo Apple (iOS).
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
pos de informação.
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja
da Apple (Windows e Linux).
– Disponível em desktops e mobile.
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Intranet .mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de .mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, .zip, .rar, .7z, ... Compactadores
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
internos3.
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à .exe Executável
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para .msl, ... Instalador
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255. Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, ar-
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem quivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as que dependem de um programa específico como os arquivos do
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identifi-
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso. camos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor- letras que ficam no final do nome do arquivo.
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos, Exemplos:
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo .txt: arquivo de texto sem formatação.
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição .html: texto da internet.
de informações. .rtf: arquivo do WordPad.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, .doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este- É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documen-
jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre to do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto
a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho do LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não
significativo em termos de segurança. são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNO- Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no
LOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres
DE INFORMÁTICA (letras, números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \
| > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.
Bibliotecas
Pasta Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tama- um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um
nhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras só.
pastas (subpastas)4. Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os
quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
fica o tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
3 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-ferramen-
tas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/
4 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-ma-
nipulacao-de-arquivos-e-pastas
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Explorer • Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas cli-
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arqui- cando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o
vos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Mi- arquivo e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e
crosoft5. selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computa- no botão direito do mouse e selecionar colar.
dor e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Ex-
plorer. Localizando Arquivos e Pastas
Possui uma interface fácil e intuitiva. No Windows Explorer tem duas:
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de ar- Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo
quivo ou Explorador de arquivos. ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pes-
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe quisar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão sua busca.
Iniciar > Programas > Acessórios.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema.
Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alte-
ração, poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a mui- Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.
tas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear,
excluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras
funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS
arquivo. PARA A EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTA-
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que ÇÕES COM A SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE
você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são
as de Download, documentos e imagens.
WORD
Operações básicas com arquivos do Windows Explorer Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e
• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. mentos de maneira fácil e prática6.
Você pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mes- tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
ma pasta um arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanece- quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
rá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o
local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do
mouse e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou
clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por
exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista
com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na
mesma barra do lado direito.
5 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-
-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/ 6 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Novidades no Word 2016 – Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da
– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter- Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela
mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que do programa e lista todas as entradas na internet relacionadas com
procurar. a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível
ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o
dedo ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhe-
cer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico


para conferir uma lista completa de alterações feitas a um docu-
mento e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar
para compartilhar seu documento com outras pessoas no Share-
Point, no OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um
– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.
usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere for-


mas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapida-
Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha- mente o visual desejado.
rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou – Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão
Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout7.
documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli-
que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
em tempo real.

7 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.8

Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 20169.

Área de trabalho do Word 2016.

8 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
9 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido
Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela fica-
rá toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente esti-
ver sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados
diferentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabe-
la e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

MICROSOFT EXCEL

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como10:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

10 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

Tela Inicial do Excel 2016.

Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas11.

11 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As cinco principais funções do Excel são12: Guia de Planilhas
– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e anali- Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos
sar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráfi-
gráfico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como cos, tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada
retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar for- item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
matos pré-definidos em tabelas. Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por pa-
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e adminis- drão encontramos apenas uma planilha.
trar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual
seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramen-
tas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade. Guia de Planilhas.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem
ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias – Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As co-
macros. lunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem
Planilha Eletrônica no total de 16.384 colunas em cada planilha.
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma – Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As
de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos linhas de uma planilha são representadas em números, formam um
de cálculos matemáticos, simples ou complexos. total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical es-
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que cal- querda da planilha.
culam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a dei-
xar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de
impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.
Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figu-


ra abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um en-
dereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B,
então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula poden-
do conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos Células.
melhor a sua utilidade.
Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)
Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções
está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anterio-
res ao MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma repre-
Barra de Fórmulas. senta tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados
reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir
informações ou um menu.

12 http://www.prolinfo.com.br
Editora
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166
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.

Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:


Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Criando uma fórmula
Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

POWERPOINT
O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresentações eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos de
formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos ainda,
desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações para pa-
lestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utilizando recursos de áudio e vídeo.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides, porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tarefas13:
– Edita imagens de forma bem simples;
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio slide;
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.

Novos Recursos do MS PowerPoint


Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

13 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de Slides.


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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.

Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar14.

14 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido15
Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de
comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra
de um dos dois locais possíveis.

Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

Botões de Comando da Janela

Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organiza-
dos em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição de uma página.
Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem
somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos16.

Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

15 http://www.professorcarlosmuniz.com.br
16 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Status preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre outra apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e
elas: o número de slides; tema e idioma. em seguida Novo Slide.

Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir,
agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O Power- Layout
Point 2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exi- O layout é o formato que o slide terá na apresentação como
bição: títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode esco-
– Normal, lher entre os vários tipos de layout.
– Classificação de Slides, Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte proce-
– Anotações, dimento:
– Modo de exibição de leitura, 1. Clique em Página Inicial;
– Slide Mestre, 2. Após clique em Layout;
– Folheto Mestre, 3. Em seguida, escolha a opção.
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde


você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações Então basta começar a digitar.


Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 englo-
ba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; Formatar texto
escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para
o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
e criar efeitos, como transições de slides animados. sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o bo-
é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar tão esquerdo.
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
Fonte: altera o tipo de fonte.
Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser Transição de Slides
acionado através do comando Ctrl+N. A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferen-
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser tes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher
acionado através do comando Ctrl+I. a transição de slide desejada.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecio-
nado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre
caracteres. Exibir apresentação
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/ 1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresen-
minúsculas. tação de Slides.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte. 2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
pode ser acionado através do comando Ctrl+Q. 3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultanea-
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado mente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do
através do comando Ctrl+E. slide atual.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode
ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicio-
nando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, pro-
movendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita
da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas ca-
racterísticas para toda a apresentação. Ele armazena informações
como plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de tran-
sição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por
exemplo, na imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power
Excluir slide View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado. a numeração da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mes-
Salvar Arquivo tre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, layout de slide seja configurado de maneira diferente, todos os
salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B. layouts que estão associados a um determinado slide mestre con-
têm o mesmo tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Inserir Figuras Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em em Slide Mestre.
um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompa-
nham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos,
setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comuni-
car informações visualmente. Esses elementos gráficos variam des-
de listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais com-
plexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
LibreOffice - Ferramentas de desenho incluídas;
O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com - Documentos mestre para agrupar uma coleção de documen-
os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece tos em um único documento;
todas as funções esperadas de uma suíte profissional: editor de tex- - Controle de alterações durante as revisões;
tos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados17. - Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados bi-
Ele é uma das mais populares suítes de escritório multiplataforma bliográficos;
e de código aberto. - Exportação para PDF, incluindo marcadores.

Principais Barras de Ferramentas

O LibreOffice é um pacote de escritório assim como o MS Of-


fice18. Embora seja um software livre, pode ser instalado em vários
sistemas operacionais, como o MS Windows, Mac OS X, Linux e
Unix. Ao longo dos anos, passou por várias modificações em seu 19

projeto, mudando até mesmo de nome, mas mantendo os mesmos


aplicativos. – Barra de Títulos: exibe o nome do documento. Se o usuário
não fornecer nome algum, o Writer sugere o nome Sem título 1.
Aplicativos do LibreOffice – Barra de Menu: dá acesso a todas as funcionalidades do Wri-
Writer: editor de textos. ter, categorizando por temas de funcionalidades.
Exatensão: .odt – Barra de ferramentas padrão: está presente em todos os
Calc: planilhas eletrônicas. aplicativos do LibreOffice e é igual para todos eles, por isso tem
Extensão: .ods esse nome “padrão”.
Impress: apresentação de slides. – Barra de ferramentas de formatação: essa barra apresenta
Extensão: .odp as principais funcionalidades de formatação de fonte e parágrafo.
Draw: edição gráfica de imagens e figuras. – Barra de Status: oferece informações sobre o documento e
Extensão: .odg atalhos convenientes para rapidamente alterar alguns recursos.
Base: Banco de dados.
Extensão: .odb Principais Menus
Math: fórmulas matemáticas. Os menus organizam o acesso às funcionalidades do aplicativo.
Extensão: .odf Eles são praticamente os mesmos em todos os aplicativos, mas suas
funcionalidades variam de um para outro.
ODF (Open Document Format)
Os arquivos do LibreOffice são arquivos de formato aberto e, Arquivo
por isso, pertencem à família de documentos abertos ODF, ou seja, Esse menu trabalha com as funcionalidades de arquivo, tais
ODF não é uma extensão, mas sim, uma família de documentos es- como:
truturada internamente pela linguagem XML. – Novo: essa funcionalidade cria um novo arquivo do Writer ou
de qualquer outro dos aplicativos do LibreOffice;
LibreOffice Writer – Abrir: abre um arquivo do disco local ou removível ou da rede
Writer é o editor de textos do LibreOffice. Além dos recursos local existente do Writer;
usuais de um processador de textos (verificação ortográfica, dicio- – Abrir Arquivo Remoto: abre um arquivo existente da nuvem,
nário de sinônimos, hifenização, autocorreção, localizar e substituir, sincronizando todas as alterações remotamente;
geração automática de sumários e índices, mala direta e outros), o – Salvar: salva as alterações do arquivo local desde o último
Writer fornece importantes características: salvamento;
- Modelos e estilos; – Salvar Arquivo Remoto: sincroniza as últimas alterações não
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas e salvas no arquivo lá na nuvem;
tabelas;
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros ob-
jetos;
17 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
18 FRANCESCHINI, M. LibreOffice – Parte I. 19 https://bit.ly/3jRIUme
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Salvar como: cria uma cópia do arquivo atual com as altera- – Localizar: localiza um termo no documento;
ções realizadas desde o último salvamento; – Localizar e Substituir: localiza e substitui um termo do docu-
mento por outro fornecido;
Para salvar um documento como um arquivo Microsoft Word20: – Ir para a página: permite navegar para uma página do docu-
1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo usado mento.
pelo LibreOffice (.odt).
Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a última Exibir
vez em que se salvou o documento, somente aparecerá na versão Esse outro menu define as várias formas que o documento é
Microsoft Word do documento. exibido na tela do computador. Principais funcionalidades:
2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Salvar como. – Normal: modo de exibição padrão como o documento será
3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar como exibido em uma página;
tipo), selecione o tipo de formato Word que se precisa. Clique em – Web: exibe o documento como se fosse uma página web
Salvar. num navegador;
A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se aplicarão – Marcas de Formatação: exibe os caracteres não imprimíveis,
somente ao documento como os de quebra de linha, de parágrafo, de seção, tabulação e es-
Microsoft Word. Desde feito, a alterado o nome do documento. paço. Tais caracteres são exibidos apenas na tela, não são impressas
Se desejar voltar a trabalhar com a versão LibreOffice do documen- no papel (CTRL+F10);
to, deverá voltar a abri-lo. – Navegador: permite navegar nos vários objetos existentes no
documento, como tabelas, links, notas de rodapé, imagens etc.

(F5);

– Galeria: exibe imagens e figuras que podem ser inseridas no


documento;
– Tela Inteira: suprime as barras de ferramenta e menus (CTR-
L+SHIFT+J).

Inserir
Nesse menu, é possível inserir inúmeros objetos ao texto, tais
como:
– Quebra de página: insere uma quebra de página e o cursor é
posicionado no início da próxima página a partir daquele ponto em
que a quebra foi inserida;
– Quebra manual: permite inserir uma quebra de linha, de co-
luna e de página;
– Figura: insere uma imagem de um arquivo;
Salvando um arquivo no formato Microsoft Word. – Multimídia: insere uma imagem da galeria LibreOffice, uma
imagem digitalizada de um scanner ou vídeo;
– Exportar como PDF: exporta o arquivo atual no formato PDF. – Gráfico: cria um gráfico do Calc, com planilha de dados em-
Permite definir restrições de edição, inclusive com senha; butida no Writer;
– Enviar: permite enviar o arquivo atual por e-mail no formato. – Objeto: insere vários tipos de arquivos, como do Impress e do
odt,.docx,.pdf. Também permite compartilhar o arquivo por blue- Calc dentre outros;
tooth; – Forma: cria uma forma geométrica, tipo círculo, retângulo,
– Imprimir: permite imprimir o documento em uma impresso- losango etc.;
ra local ou da rede; – Caixa de Texto: insere uma caixa de texto ao documento;
– Assinaturas digitais: assina digitalmente o documento, ga- – Anotação: insere comentários em balões laterais;
rantindo sua integridade e autenticidade. Qualquer alteração no – Hiperlink: insere hiperlink ou link para um endereço da in-
documento assinado viola a assinatura, sendo necessário assinar ternet ou um servidor FTP, para um endereço de e-mail, para um
novamente. documento existente ou para um novo documento (CTRL+K);
– Indicador: insere um marcador ao documento para rápida
Editar localização posteriormente;
Esse menu possui funcionalidades de edição de conteúdo, tais – Seção: insere uma quebra de seção, dividindo o documento
como: em partes separadas com formatações independentes;
– Desfazer: desfaz a(s) última(s) ação(ões); – Referências: insere referência a indicadores, capítulos, títu-
– Refazer: refaz a última ação desfeita; los, parágrafos numerados do documento atual;
– Repetir: repete a última ação; – Caractere Especial: insere aqueles caracteres que você não
– Copiar: copia o item selecionado para a área de transferência; encontra no teclado do computador, tais como ©, ≥, ∞;
– Recortar: recorta ou move o item selecionado para a área de – Número de Página: insere numeração nas páginas na posição
transferência; atual do cursor;
– Colar: cola o item da área de transferência; – Campo: insere campos de numeração de página, data, hora,
– Colar Especial: cola o item da área de transferência permitin- título, autor, assunto;
do escolher o formado de destino do conteúdo colado; – Cabeçalho e Rodapé: insere cabeçalho e rodapé ao docu-
– Selecionar Tudo: seleciona todo o documento; mento;
20 http://coral.ufsm.br/unitilince/images/Tutoriais/manual_libreoffice.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatar
Esse menu trabalha com a formatação de fonte, parágrafo, página, formas e figuras;
– Texto: formata a fonte do texto;
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando os botões da barra de ferramentas Formatação.

Barra de Formatação, mostrando ícones para formatação de caracteres.

– Espaçamento: formata o espaçamento entre as linhas, entre os parágrafos e também o recuo do parágrafo. A
– Alinhar: alinha o parágrafo uniformemente em relação às margens.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos usando os botões na barra de ferramentas Formatação.

Ícones para formatação de parágrafos.

– Listas: transforma os parágrafos em estrutura de tópicos com marcadores ou numeração.


– Clonar Formatação: essa ferramenta é chamada de “pincel de formatação” no MS Word e faz a mesma função, ou seja, clona a
formatação de um item selecionado e a aplica a outro ;

– Limpar Formatação Direta: limpa a formatação do texto selecionado, deixando a formatação original do modelo do documento;
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, su-
blinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, aplicar
realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Caractere...: diferentemente do MS Word, o Write chama a fonte de caractere.
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, su-
blinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, aplicar
realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Parágrafo...: abre a caixa de diálogo de formatação de parágrafo.
– Marcadores e Numeração: abre a caixa de diálogo de formatação de marcadores e de numeração numa mesma janela. Perceba
que a mesma função de formatação já foi vista por meio dos botões de formatação. Essa mesma formatação é encontrada aqui na caixa
de diálogo de marcadores e numeração;
– Página...: abre a caixa de diálogo de formatação de páginas. Aqui, encontramos a orientação do papel, que é se o papel é horizontal
(paisagem) ou vertical (retrato);
– Figura: formata figuras inseridas ao texto;
– Caixa de Texto e Forma: formata caixas de texto e formas inseridas no documento;
– Disposição do Texto: define a disposição que os objetos como imagens, formas e figuras ficarão em relação ao texto.
– Estilos: esse menu trabalha com estilos do texto. Estilos são o conjunto de formatação de fonte, parágrafo, bordas, alinhamento,
numeração e marcadores aplicados em conjunto. Existem estilos predefinidos, mas é possível também criar estilos e nomeá-los. Também
é possível editar os estilos existentes. Os estilos são usados na criação dos sumários automáticos.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tabelas CTRL+S: salvar o documento (save).
Esse menu trabalha com tabelas. As tabelas são inseridas por CTRL+T: sem ação.
aqui, no menu Tabelas. As seguintes funcionalidades são encontra- CTRL+U: sublinhar.
das nesse menu: CTRL+V: colar.
– Inserir Tabela: insere uma tabela ao texto; CTRL+X: recortar.
– Inserir: insere linha, coluna e célula à tabela existente; CTRL+W: fechar o arquivo.
– Excluir: exclui linha, coluna e tabela; CTRL+Y: refazer última ação.
– Selecionar: seleciona célula, linha, coluna e tabela; CTRL+Z: desfazer última ação.
– Mesclar: mescla as células adjacentes de uma tabela, trans-
formando-as em uma única tabela. Atenção! O conteúdo de todas LibreOffice Calc
as células é preservado; O Calc é o aplicativo de planilhas eletrônicas do LibreOffice. As-
– Converter: converte texto em tabela ou tabela em texto; sim como o MS Excel, ele trabalha com células e fórmulas.
– Fórmulas: insere fórmulas matemáticas na célula da tabela, Outras funcionalidades oferecidas pelo Calc incluem21:
tais como soma, multiplicação, média, contagem etc. – Funções, que podem ser utilizadas para criar fórmulas para
executar cálculos complexos;
Ferramentas – Funções de banco de dados, para organizar, armazenas e fil-
Esse menu trabalha com diversas ferramentas, tais como: trar dados;
– Ortografia e Gramática: essa ferramenta aciona o corretor – Gráficos dinâmicos; um grande número de opções de gráficos
ortográfico para fazer a verificação de ocorrências de erros em todo em 2D e 3D;
o documento. Ela corrige por alguma sugestão do dicionário, permi- – Macros, para a gravação e execução de tarefas repetitivas; as
te inserir novos termos ao dicionário ou apenas ignora as ocorrên- linguagens de script suportadas incluem LibreOffice Basic, Python,
cias daquele erro (F7); BeanShell, e JavaScript;
– Capacidade de abrir, editar e salvar planilhas no formato Mi-
– Verificação Ortográfica Automática: marca automaticamen- crosoft Excel;
te com um sublinhado ondulado vermelho as palavras que possuem – Importação e exportação de planilhas em vários formatos,
erros ortográficos ou que não pertencem ao dicionário (SHIF- incluindo HTML, CSV, PDF e PostScript.
T+F7);
– Dicionário de Sinônimos: apresenta sinônimos e antônimos Planilhas e células
da palavra selecionada; O Calc trabalha como elementos chamados de planilhas. Um
– Idioma: define o idioma do corretor ortográfico; arquivo de planilha consiste em várias planilhas individuais, cada
– Contagem de palavras: faz uma estatística do documento, uma delas contendo células em linhas e colunas. Uma célula parti-
contando a quantidade de caracteres, palavras, linhas, parágrafos cular é identificada pela letra da sua coluna e pelo número da sua
e páginas; linha.
– Autocorreção: substitui automaticamente uma palavra ou As células guardam elementos individuais – texto, números,
termo do texto por outra. O usuário define quais termos serão subs- fórmulas, e assim por diante – que mascaram os dados que exibem
tituídos; e manipulam.
– Autotexto: insere automaticamente um texto por meio de Cada arquivo de planilha pode ter muitas planilhas, e cada uma
atalhos, por exemplo, um tipo de saudação ou finalização do do- delas pode conter muitas células individuais. No Calc, cada planilha
cumento; pode conter um máximo de 1.048.576 linhas e 1024 colunas.
– Mala Direta: cria uma mala direta, que é uma correspondên-
cia endereçada a vários destinatários. É formada por uma corres- Janela principal
pondência (carta, mensagem de e-mail, envelope ou etiqueta) e Quando o Calc é aberto, a janela principal abre. As partes dessa
por uma lista de destinatários (tabela, planilha, banco de dados ou janela estão descritas a seguir.
catálogo de endereços contendo os dados dos destinatários).

Principais teclas de atalho


CTRL+A: selecionar todo o documento (all).
CTR+B: negritar (bold).
CTRL+C: copiar.
CTRL+D: sublinhar.
CTRL+E: centralizar alinhamento.
CTRL+F: localizar texto (find).
CTRL+G: sem ação.
CTRL+H: localizar e substituir.
CTRL+I: itálico.
CTRL+J: justificar.
CTRL+K: adicionar hiperlink.
CTRL+L: alinhar à esquerda (left).
CTRL+M: limpar formatação.
CTRL+N: novo documento (new).
CTRL+ O: abrir documento existente (open). Janela principal do Calc e suas partes, sem a Barra lateral.
CTRL+P: imprimir (print).
CTRL+Q: fechar o aplicativo Writer.
21 WEBER, J. H., SCHOFIELD, P., MICHEL, D., RUSSMAN, H., JR, R. F., SAFFRON,
CTRL+R: alinhar à direita (right).
M., SMITH, J. A. Introdução ao Calc. Planilhas de Cálculo no LibreOffice
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Principais Botões de Comandos

Assistente de Função: auxilia o usuário na criação de uma função. Organiza as funções por categoria.

Autossoma: insere a função soma automaticamente na célula.

Formatação de porcentagem: multiplica o número por 100 e coloca o sinal de porcentagem ao final dele.

Formatação de número: separa os milhares e acrescenta casas decimais (CTRL+SHIFT+1).

Formatação de data: formata a célula em formato de data (CTRL+SHIFT+3).

Adiciona casas decimais.

Diminui casas decimais.

Filtro: exibe apenas as linhas que satisfazem o critério do filtro da coluna.

Insere gráfico para ilustrar o comportamento dos dados tabulados.

Ordena as linhas em ordem crescente ou decrescente. Pode ser aplicada em várias colunas.

Mesclar e centralizar células: transforma duas ou mais células adjacentes em uma única célula.

Alinhar em cima: alinha o conteúdo da célula na parte superior dela.

Centralizar verticalmente: alinha o conteúdo da célula ao centro verticalmente.

Alinhar embaixo: alinha o conteúdo da célula na parte inferior dela.

Congelar linhas e colunas: fixa a exibição da primeira linha ou da primeira coluna ou ainda permite congelar as linhas
acima e as colunas à esquerda da célula selecionada. Não é proteção de células, pois o conteúdo das mesmas ainda pode ser
alterado.

Insere linha acima da linha atual.

Insere linha abaixo da linha atual.

Exclui linhas selecionadas.

Insere coluna à esquerda.

Insere coluna à direita.

Exclui colunas selecionadas.

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de título Células, Página, Estilos e formatação, Alinhamento e assim por
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da diante.
planilha atual. Quando a planilha for recém-criada, seu nome é Sem – Ferramentas: contém várias funções que auxiliam a verificar
título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela pri- e personalizar a planilha, por exemplo, Ortografia, Compartilhar do-
meira vez, você é solicitado a dar um nome de sua escolha. cumento, Macros e assim por diante.
– Dados: contém comandos para manipulação de dados em
Barra de Menu sua planilha; por exemplo, Definir intervalo, Selecionar intervalo,
A Barra de menu é onde você seleciona um dos menus e apare- Classificar, Consolidar e assim por diante.
cem vários submenus com mais opções. – Janela: contém comandos para exibição da janela; por exem-
– Arquivo: contém os comandos que se aplicam a todo o docu- plo, Nova janela, Dividir e assim por diante.
mento, como Abrir, Salvar, Assistentes, Exportar como PDF, Impri- – Ajuda: contém links para o sistema de ajuda incluído com o
mir, Assinaturas Digitais e assim por diante. software e outras funções; por exemplo, Ajuda do LibreOffice, In-
– Editar: contém os comandos para a edição do documento, formações da licença, Verificar por atualizações e assim por diante.
tais como Desfazer, Copiar, Registrar alterações, Preencher, Plug-in
e assim por diante. Barra de ferramentas
– Exibir: contém comandos para modificar a aparência da in- A configuração padrão, ao abrir o Calc, exibe as barras de fer-
terface do usuário no Calc, por exemplo Barra de ferramentas, Ca- ramentas Padrão e Formatação encaixadas no topo do espaço de
beçalhos de linhas e colunas, Tela Inteira, Zoom e assim por diante. trabalho.
– Inserir: contém comandos para inserção de elementos em Barras de ferramentas do Calc também podem ser encaixadas
uma planilha; por exemplo, Células, Linhas, Colunas, Planilha, Figu- e fixadas no lugar, ou flutuante, permitindo que você mova para a
ras e assim por diante. posição mais conveniente em seu espaço de trabalho.

Inserir novas planilhas Barra de fórmulas


Clique no ícone Adicionar planilha para inserir uma nova pla- A Barra de fórmulas está localizada no topo da planilha no Calc.
nilha após a última sem abrir a caixa de diálogo Inserir planilha. Os A Barra de fórmulas está encaixada permanentemente nesta po-
seguintes métodos abrem a caixa de diálogo Inserir planilha onde sição e não pode ser usada como uma barra flutuante. Se a Barra
é possível posicionar a nova planilha, criar mais que uma planilha, de fórmulas não estiver visível, vá para Exibir no Menu e selecione
definir o nome da nova planilha, ou selecionar a planilha de um Barra de fórmulas.
arquivo.
– Selecione a planilha onde deseja inserir uma nova e vá no
menu Inserir > Planilha; ou
– Clique com o botão direito do mouse na aba da planilha onde
você deseja inserir uma nova e selecione Inserir planilha no menu Barra de fórmulas.
de contexto; ou
– Clique no espaço vazio no final das abas das planilhas; ou Indo da esquerda para a direita, a Barra de Fórmulas consiste
– Clique com o botão direito do mouse no espaço vazio no fi- do seguinte:
nal das abas das planilhas e selecione Inserir planilha no menu de – Caixa de Nome: mostra a célula ativa através de uma refe-
contexto. rência formada pela combinação de letras e números, por exemplo,
A1. A letra indica a coluna e o número indica a linha da célula sele-
cionada.
– Assistente de funções : abre uma caixa de diálogo, na
qual você pode realizar uma busca através da lista de funções dis-
poníveis. Isto pode ser muito útil porque também mostra como as
funções são formadas.

– Soma : clicando no ícone Soma, totaliza os números nas


células acima da célula e então coloca o total na célula selecionada.
Se não houver números acima da célula selecionada, a soma será
feita pelos valores das células à esquerda.
– Função : clicar no ícone Função insere um sinal de (=) na
célula selecionada, de maneira que seja inserida uma fórmula na
Linha de entrada.
– Linha de entrada: exibe o conteúdo da célula selecionada
(dados, fórmula, ou função) e permite que você edite o conteúdo
da célula. Você pode editar o conteúdo da célula diretamente, cli-
cando duas vezes nela. Quando você digita novos dados numa célu-
la, os ícones de Soma e de Função mudam para os botões Cancelar
e Aceitar .
Caixa de diálogo Inserir planilha.

– Formatar: contém comandos para modificar o leiaute de uma


planilha; por exemplo,

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Operadores aritméticos A condição é uma expressão lógica e dá como resultado VER-
DADEIRO ou FALSO. O resultado1 é escolhido se a condição for ver-
dadeira; o resultado2 é escolhido se a condição for falsa. Os resulta-
dos podem ser: “texto” (entre aspas sempre), número, célula (não
pode intervalo, apenas uma única célula), fórmula.
A melhor forma de ler essa função é a seguinte: substitua o
primeiro “;” por “Então” e o segundo “;” por “Senão”. Fica assim:
se a condição for VERDADEIRA, ENTÃO escolha resultado1; SENÃO
Operadores aritméticos. escolha resultado2.
=PROCV(): a função PROCV serve para procurar valores em um
intervalo vertical de uma matriz e devolve para o usuário um valor
de outra coluna dessa mesma matriz, mas da mesma linha do valor
encontrado.

Operadores aritméticos.
Essa é a estrutura do PROCV, na qual “valor” é o valor usado na
Operadores comparativos pesquisa; “matriz” é todo o conjunto de células envolvidas; “colu-
na_resultado” é o número da coluna dessa matriz onde o resultado
se encontra; “valor_aproximado” diz se a comparação do valor da
pesquisa será apenas aproximada ou terá que ser exatamente igual
ao procurado. O valor usado na pesquisa tem que estar na primeira
coluna da matriz, sempre! Ou seja, ela procurará o valor pesquisado
na primeira coluna da matriz.

Entendendo funções
Calc inclui mais de 350 funções para analisar e referenciar da-
dos22. Muitas destas funções são para usar com números, mas mui-
Operadores comparativos. tos outros são usados com datas e hora, ou até mesmo texto.
Uma função pode ser tão simples quanto adicionar dois núme-
• Principais fórmulas ros, ou encontrar a média de uma lista de números. Alternativa-
=HOJE(): insere a data atual do sistema operacional na célula. mente, pode ser tão complexo como o cálculo do desvio-padrão de
Essa data sempre será atualizada toda vez que o arquivo for aberto. uma amostra, ou a tangente hiperbólica de um número.
Existe uma tecla de atalho que também insere a data atual do sis- Algumas funções básicas são semelhantes aos operadores.
tema, mas não como função, apenas a data como se fosse digitada Exemplos:
pelo usuário. Essa tecla de atalho é CTRL+;. + Este operador adiciona dois números juntos para um resulta-
=AGORA(): insere a data e a hora atuais do sistema operacio- do. SOMA(), por outro lado adiciona grupos de intervalos contíguos
nal. Veja como é seu resultado após digitada na célula. de números juntos.
* Este operador multiplica dois números juntos para um resul-
tado. MULT() faz o mesmo para multiplicar que SOMA() faz para
adicionar

=SOMA(): apenas soma os argumentos que estão dentro dos Estrutura de funções
parênteses. Todas as funções têm uma estrutura similar.
=POTÊNCIA(): essa função é uma potência, que eleva o primei- A estrutura de uma função para encontrar células que corres-
ro argumento, que é a base, ao segundo argumento, que é o expo- pondam a entrada de critérios é:
ente. =BDCONTAR(Base_de_dados;Campo_de_Base_de_dados;Cri-
=MÁXIMO(): essa função escolhe o maior valor do argumento. tériosdeProcura)
=MÍNIMO(): essa função faz exatamente o contrário da ante- Uma vez que uma função não pode existir por conta própria,
rior, ou seja, escolhe o menor valor do argumento. deve sempre fazer parte de uma fórmula. Consequentemente, mes-
=MÉDIA(): essa função calcula a média aritmética ou média mo que a função represente a fórmula inteira, deve haver um sinal
simples do argumento, que é a soma dos valores dividida pela sua = no começo da fórmula. Independentemente de onde na fórmula
quantidade. está a função, a função começará com seu nome, como BDCONTAR
Atenção! Essa função será sempre a média aritmética. Essa fun- no exemplo acima. Após o nome da função vem os seus argumen-
ção considera apenas valores numéricos e não vazios. tos. Todos os argumentos são necessários, a menos que especifi-
=CONT.SE(): essa função é formada por dois argumentos: o pri- cados como opcional. Argumentos são adicionados dentro de pa-
meiro é o intervalo de células que serão consideradas na operação; rênteses e são separados por ponto e vírgula, sem espaço entre os
o segundo é o critério. argumentos e o ponto e vírgula.
=SE(): essa função testa valores, permitindo escolher um den-
tre dois valores possíveis. A sua estrutura é a seguinte:

22 Duprey, B.; Silva, R. P.; Parker, H.; Vigliazzi, D. Douglas. Guia do Calc, Capítulo
7. Usando Formulas e Funções.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
LibreOffice Impress
O Impress é o aplicativo de apresentação de slides do LibreOffice. Com ele é possível criar slides que contenham vários elementos
diferentes, incluindo texto, listas com marcadores e numeração, tabelas, gráficos e uma vasta gama de objetos gráficos tais como clipart,
desenhos e fotografias23.
O Impress também é compatível com o MS PowerPoint, permitindo criar, abrir, editar e salvar arquivos no formato.PPTX.

Janela principal do Impress


A janela principal do Impress tem três partes: o Painel de slides, Área de trabalho, e Painel lateral. Além disso, várias barras de ferra-
mentas podem ser exibidas ou ocultas durante a criação de uma apresentação.

Área de trabalho
A Área de trabalho (normalmente no centro da janela principal) tem cinco abas: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e Clas-
sificador de slides. Estas cinco abas são chamadas de botões de visualização A área de trabalho abaixo da visualização de botões muda
dependendo da visualização escolhida. Os pontos de vista de espaço de trabalho são descritos em “Visualização da Área de trabalho”’.

Janela principal do Impress; ovais indicam os marcadores Ocultar/Exibir.

Painel de slides
O Painel de slides contém imagens em miniaturas dos slides em sua apresentação, na ordem em que serão mostradas, a menos que
você altere a ordem de apresentação de slides. Clicando em um slide neste painel, este é selecionado e colocado na Área e trabalho. Quan-
do um slide está na Área de trabalho, você pode fazer alterações nele.
Várias operações adicionais podem ser realizadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
– Adicionar novos slides para a apresentação.
– Marcar um slide como oculto para que ele não seja exibido como parte da apresentação.
– Excluir um slide da apresentação se ele não for mais necessário.
– Renomear um slide.
– Duplicar um slide (copiar e colar)

Também é possível realizar as seguintes operações, embora existam métodos mais eficientes do que usar o Painel de slides:
– Alterar a transição de slides seguindo o slide selecionado ou após cada slide em um grupo de slides.
– Alterar o design de slide.

23 SCHOFIELD, P.; WEBER, J. H.; RUSSMAN, H.; O’BRIEN, K.; JR, R. F. Introdução ao Impress. Apresentação no LibreOffice
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra lateral
O Barra lateral tem cinco seções. Para expandir uma seção que você deseja usar, clique no ícone ou clique no pequeno triângulo na
parte superior dos ícones e selecione uma seção da lista suspensa. Somente uma seção de cada vez pode ser aberta.

PROPRIEDADES

Mostra os layouts incluídos no Impress. Você pode escolher o que você quer e usá-lo como ele é, ou modificá-lo para atender às
suas necessidades. No entanto, não é possível salvar layouts personalizados.

PÁGINAS MESTRE

Aqui você define o estilo de página (slide) para sua apresentação. O Impress inclui vários modelos de páginas mestras (slide mes-
tre). Um deles – Padrão – é branco, e o restante tem um plano de fundo e estilo de texto.

ANIMAÇÃO PERSONALIZADA

Uma variedade de animações podem ser usadas para realçar ou melhorar diferentes elementos de cada slide. A seção Animação
personalizada fornece uma maneira fácil para adicionar, alterar, ou remover animações.

TRANSIÇÃO DE SLIDES

Fornece acesso a um número de opções de transição de slides. O padrão é definido como Sem transição, em que o slide seguinte
substitui o existente. No entanto, muitas transições adicionais estão disponíveis. Você também pode especificar a velocidade de tran-
sição (Lenta, Média, Rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher quanto tempo o slide selecionado será
mostrado (somente transição automática).

ESTILOS E FORMATAÇÃO

Aqui você pode editar e aplicar estilos gráficos e criar estilos novos, mas você só pode editar os estilos de apresentação existentes.
Quando você edita um estilo, as alterações são aplicadas automaticamente a todos os elementos formatados com este estilo em sua
apresentação. Se você quiser garantir que os estilos em um slide específico não sejam atualizados, crie uma nova página mestra para o
slide.

GALERIA

Abre a galeria Impress, onde você pode inserir um objeto em sua apresentação, quer seja como uma cópia ou como um link. Uma
cópia de um objeto é independente do objeto original. Alterações para o objeto original não têm efeito sobre a cópia. Uma ligação
permanece dependente do objeto original. Alterações no objeto original também são refletidas no link.

NAVEGADOR

Abre o navegador Impress, no qual você pode mover rapidamente para outro slide ou selecionar um objeto em um slide. Reco-
menda-se dar nomes significativos aos slides e objetos em sua apresentação para que você possa identificá-los facilmente quando
utilizar a navegação.

• Principais Funcionalidades e Comandos

Inicia a apresentação do primeiro slide (F5).

Inicia a apresentação do slide atual (SHIFT+F5).

Insere áudio e vídeo ao slide.

Insere caixa de texto ao slide.

Insere novo slide, permitindo escolher o leiaute do slide que será inserido.

Exclui o slide selecionado.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Altera o leiaute do slide atual.

Cria um slide mestre.

Oculta o slide no modo de apresentação.

Cronometra o tempo das animações e transições dos slides no modo de apresentação para posterior exibição automática usan-
do o tempo cronometrado.

Configura as transições dos slides, ou seja, o efeito de passagem de um para o outro.

Configura a animação dos conteúdos dos slides, colocando efeitos de entrada, ênfase, saída e trajetória.

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E 10

WINDOWS 7
O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft24.
Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do
Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.25

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows
7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de
trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.
24 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf
25 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ati-
vo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas
ou entre programas.

Alternar entre janelas.26

– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acumulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de ta-
refas.

Pré-visualização de janela.27

26 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
27 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-windows-7.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Botão Iniciar

Botão Iniciar28

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que,
por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Menu Iniciar.29

Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir.
Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows
e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organiza-
da do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.

28 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril
29 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e mo- Bloco de Notas
vê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de
também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponi- formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utili-
biliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados zado normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo
gravados. sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto
que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arqui-
vos com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente
no formato ASCII (somente texto).

30

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por pa- Bloco de Notas.
drão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus
arquivos e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de WordPad
músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter ima-
para que você organize da forma como desejar. gens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se compa-
rado com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF.
Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a
extensão DOC entre outras.

Bibliotecas no Windows 7.31

Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São
ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferra-
mentas para melhorar o desempenho do computador, calculadora
e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão
Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
e no submenu, que aparece, escolha Acessórios.
WordPad.32

30 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-
-clover-2.html
31 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows- 32 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-
-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm -life
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.33

• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

33 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Painel de Controle Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas ad- OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque
ministrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para na tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de jane-
configurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel las e a interação com aplicativos.
de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas vir-
comuns (por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar tuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e
hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário tam- mais simples de ser configurado e usado.
bém podem inserir ícones no Painel de controle. Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas
mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração
de perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes va-
riados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que
ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele fi-
cou com realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento
de screens atualizadas.

WINDOWS 10
Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a
proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma
única plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão
equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console
Xbox One e produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de
realidade aumentada HoloLens35.

Versões do Windows 10
– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada
para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e no-
tebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para
PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home,
Painel de Controle.34 os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em peque-
nas empresas, apresentando recursos para segurança digital, su-
Novidades do Windows 7 porte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápi- – Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro,
do e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo.
bordas pré-definidas e o sistema a ajustará às grades. Os alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte,
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em
e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital e produ-
que ficam ocultadas pela janela principal. tividade.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que – Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10
está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item mini- Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessida-
mizado. des do meio escolar.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do – Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os
Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
de ícones em determinado local, a reorganização de ícones para fa- como smartphones e tablets
cilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria – Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smar-
barra. tphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as como objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores
gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o que usam esses dispositivos para trabalho.
usuário redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não – Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas ele-
dependendo de grades determinadas. trônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem para o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10
compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do su- Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
porte a TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também – Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e
conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas lo- desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
cais, o TurboScroll. Microsoft.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, – Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Win-
o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a dows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os profissional mais avançado em máquinas poderosas com vários
programas e configurações. processadores e grande quantidade de RAM.

34 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/co- 35 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDe-


mo-mudar-o-idioma-do-windows-7.html mo-4147.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Área de Trabalho (pacote aero)
Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.36

Aero Glass (Efeito Vidro)


Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.37

36 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
37 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Flip (Alt+Tab)
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)


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192
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.38

Nova Central de Ações


A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.39

38 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
39 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.40

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.

40 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.41

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.42

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
41 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
42 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.43

43 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas ex- NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE
cluídos das unidades internas do computador (c:\). NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira. Microsoft Edge versão 91
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir. Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D. ções da internet na tela do computador do usuário. São conhecidos
como browser ou web browser, e funcionam em computadores,
Arquivos apagados permanentemente: notebooks, dispositivos móveis, aparelhos portáteis, videogames e
- Arquivos de unidades de rede. televisores conectados à internet.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...). Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mos- e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
trado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho internauta.
do HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT. — Barra de Endereço: É o espaço em branco que fica localiza-
- Desabilitar a lixeira (Propriedades). do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
área de trabalho do Windows 10. página na web.
— Botões de Início, Voltar e Avançar: Botões clicáveis básicos
Outros Acessórios do Windows 10 que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
mas os relacionados a seguir são os mais populares: — Favoritos: É a aba que armazena as URLs de preferência do
– Alarmes e relógio. usuário.
– Assistência Rápida. — Atualizar: Botão básico que recarrega a página aberta na-
– Bloco de Notas. quele momento, atualizando o conteúdo nela mostrado.
– Calculadora. — Histórico: Opção que mostra o histórico de navegação do
– Calendário. usuário usando determinado navegador. É muito útil para recuperar
– Clima. links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser apa-
– E-mail. gado, caso o usuário queira.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí- — Gerenciador de Downloads: Permite administrar os down-
sicos). loads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pau-
– Ferramenta de Captura. sar por tempo indeterminado.
– Gravador de passos. — Extensões: Já é padrão dos navegadores de internet terem
– Internet Explorer. um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
– Mapas. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plugins com
– Mapa de Caracteres. novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
– Paint. outros.
– Windows Explorer. — Central de Ajuda: Espaço para verificar a versão instalada do
– WordPad. navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
– Xbox. tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
no navegador.
Principais teclas de atalho
CTRL + F4: fechar o documento ativo. • As Funcionalidades de um Navegador de Internet
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o usuá-
CTRL + Y: refazer. rio uma tela de exibição através de uma janela do navegador. Ele
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar. decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de códi-
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas. gos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
WIN + A: central de ações. O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
WIN + C: cortana. linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
WIN + E: explorador de arquivos. pretado pelos navegadores.
WIN + H: compartilhar. Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF, ima-
WIN + I: configurações. gens e outros tipos de dados.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas. • Microsoft Edge versão 91
WIN + R: executar. O Edge é o navegador padrão do Windows 10, que é desen-
WIN + S: pesquisar. volvido pela Microsoft usando o mesmo motor do Chrome. Ele é
WIN + “,”: aero peek. a evolução natural do antigo Explorer. Além disso, a ferramenta
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas. otimiza a experiência do usuário convertendo sites complexos em
WIN + TAB: task view (visão de tarefas). páginas mais amigáveis para leitura.
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
F1: ajuda.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Outras características do Edge são:
- Experiência de navegação com alto desempenho;
- Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qualquer lugar conectado à internet;
- Funciona com a assistente de navegação Cortana;
- Disponível em desktops e mobile com Windows 10;
- Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.

A versão estável de número 91 do programa, além de trazer funções melhoradas, é a versão mais rápida de seu navegador desenvol-
vida até hoje para Windows 10.

• Principais ferramentas da versão 91

— Mais opções de personalização


Suporte para temas, mas agora é possível personalizá-lo ainda mais. Na opção “Aparência” encontrada em suas “Configurações”, o
próprio Edge passou a trazer mais opções temas coloridos para mudar a sua interface.

— Auto-play de vídeos bloqueados por padrão


Ao acessar alguns sites da internet, não é incomum que os usuários se deparem com vídeos rodando sem a sua intervenção. Para
evitar estes possíveis incômodos, o Edge agora bloqueia que vídeos sejam executados sem seus usuários pedirem.

— Modo leitura otimizado para a Wikipédia


O Edge já tinha um modo para isso, mas agora foi otimizado para funcionar melhor com os conteúdos vistos na Wikipédia.

— Melhorias no leitor de PDF


Além de servirem para navegar na internet, a maioria dos browsers também vem com o suporte para abrir documentos no formato
PDF. Já a versão 91 do Edge melhorou diversos aspectos referentes a esta funcionalidade.
Além do mais ficou mais fácil selecionar o texto ou conteúdo de um documento e também conferir sua autenticidade. Não somente
isso, a Microsoft também suavizou a rolagem dos documentos, ou seja, ficará mais agradável fazer a leitura de artigos grandes.

— Outras melhorias do Microsoft Edge


A Microsoft também melhorou o reconhecimento de comandos por voz, que podem ser dados, por exemplo, para fazer uma busca
no Google.

Mozilla Firefox versão 78 ESR


O Firefox é um dos navegadores de internet mais popular, também é conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da mé-
dia. A ferramenta também não exige o armazenamento de dados do usuário e nem os vende para terceiros, justamente por sua origem
não ter fins lucrativos (ele é de código-aberto).

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Algumas características de destaque do Firefox são: e recebimento de mensagens45. Estas mensagens são armazenadas
— Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente; no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas
— Não exige um hardware poderoso para rodar; por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos
— Grande quantidade de extensões para adicionar novos e extração de cópias das mensagens.
recursos;
— Interface simplificada facilita o entendimento do usuário; Funcionamento básico de correio eletrônico
— Atualizações frequentes para melhorias de segurança e Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
privacidade; gramas funcionando em uma máquina servidora:
— Disponível em desktop e mobile. – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
Versão 78.0esr, oferecida pela primeira vez aos usuários do sagens.
canal ESR em 30 de junho de 2020. O Firefox 78 ESR inclui todos – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
os aprimoramentos desde o Firefox 68, juntamente com muitos ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
novos recursos para tornar suas implantações corporativas mais correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
fáceis e ainda mais flexíveis. gens.

Alguns dos destaques da nova Versão de Suporte Estendido Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
são: e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
— Modo quiosque; e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
— Certificados de cliente; mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
— As APIs service Worker e Push estão agora habilitadas; sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
— O recurso Block Autoplay está ativado; de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
— Suporte de imagem na imagem; o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
— Exibir e gerenciar certificados web em cerca de certificado. nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
Além do mais ele adiciona a capacidade de abrir documentos enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
PDF baixados diretamente no Firefox através de uma nova opção natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
que aparecerá em novos downloads de PDF. Há várias melhorias de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
no mecanismo Gecko, a capacidade de definir a posição da janela o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
na linha de comando e uma Visualização do Leitor renovada que dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
corresponde à interface do usuário do Photon. SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
O Firefox agora pode restaurar várias abas fechadas através da naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
opção Desfazer abas fechadas após uma operação de várias abas, ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
permite que os usuários desativem os Top Sites em foco por meio e-mail do destinatário.
de uma nova opção em about:preferences e adiciona suporte ao
recurso link rel=”preload”recurso de desempenho da web. Ações no correio eletrônico
Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
CORREIO ELETRÔNICO eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
– Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
E-mail recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
sagem atualmente44. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
e-mail, não importando a distância ou a localização. lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
O resultado é algo como: de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
existentes.
maria@apostilassolucao.com.br – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário de destino separados por ponto-e-vírgula.
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
to de regras para o uso desses serviços. samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
Correio Eletrônico – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
44 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E- 45 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-webmail-
7ado.pdf -e-mozilla-thunderbird/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

46

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.

46 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

47

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E DERIVADOS

Códigos maliciosos (Malware)


Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador48. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas
Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações em
nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens financeiras,
a coleta de informações confidenciais, o desejo de autopromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são muitas vezes usa-
dos como intermediários e possibilitam a prática de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais detalhes nos Capítulos
Golpes na Internet, Ataques na Internet e Spam, respectivamente).
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos maliciosos existentes.

Vírus
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mesmo
e se tornando parte de outros programas e arquivos.
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é preciso que um programa já infectado seja executado.
47 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
48 https://cartilha.cert.br/malware/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
pelo uso de pen-drives. por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- de informações de um grande número de computadores, envio de
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem xies instalados nos zumbis).
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são: Spyware
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane- Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
este arquivo, fazendo com que seja executado. Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
escrito em formato HTML. – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que autorizado.
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros). – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. Alguns tipos específicos de programas spyware são:
– Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
Worm pelo usuário no teclado do computador.
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
computador. que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- mouse é clicado.
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- gandas.
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em
computadores. Backdoor
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem- criados ou modificados para este fim.
penho de redes e a utilização de computadores. Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes,
Bot e botnet que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação no computador para invadi-lo.
com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente. Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu-
Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces-
seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne- sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova-
rabilidades existentes em programas instalados em computadores. mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção
A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo e, na maioria dos casos, sem que seja notado.
bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar Cavalo de troia (Trojan)
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des- Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que,
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam. além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje-
Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e
zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente, sem o conhecimento do usuário.
sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém
spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani-
de e-mails e o utiliza para o envio de spam. mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros.
Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com- Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne-
putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados
executadas pelos bots. no computador.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após Filtro anti-spam
invadirem um computador, alteram programas já existentes para Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, tados, que geralmente são enviados para um grande número de
também executem ações maliciosas. pessoas.
Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
Rootkit comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
malicioso em um computador comprometido. de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou anonimato que tanto os protege.
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- Anti-malwares
mos de proteção. Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Ransomware dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- de ferramentas deste tipo.
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para
restabelecer o acesso ao usuário49. QUESTÕES

O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.


Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns 1. (EMATER-MG - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO II - GESTÃO
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que CONCURSO/2018) O teclado é um dos componentes do compu-
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades tador com que o usuário tem mais contato. Existem diversos
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de padrões, a exemplo dos teclados QWERTY (assim chamados por
segurança. causa da disposição das letras no teclado). A configuração para
esse tipo de teclado é diferenciada, para atender a necessidades
Antivírus específicas de linguagem.
O antivírus é um software de proteção do computador que eli- Qual é a configuração brasileira para atender as necessi-
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi- dades específicas da língua portuguesa no sistema operacional
car o computador. Windows XP?
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- (A) PT/BR.
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados. (B) Multimídia.
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa- (C) Internacional.
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em (D) ABNT ou ABNT2.
algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro- 2. (PREFEITURA DE CUIABÁ/MT - TÉCNICO EM ADMINIS-
vidência. TRAÇÃO ESCOLAR E MULTIMEIOS DIDÁTICOS – SELECON/2018)
O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro- Um usuário do Windows XP está acessando o Windows Explorer
cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos e executou os seguintes procedimentos:
os dias são criados vírus novos. (I) selecionou a pasta MT no disco C: e nessa pasta selecio-
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do nou o arquivo CUIABÁ.XLS.
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail (II) executou o atalho de teclado Ctrl + X.
ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou (III) selecionou a pasta CONTRATOS no mesmo disco C.
mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma (IV) executou o atalho de teclado Ctrl + V.
contaminação. (V) na barra demonstrada a seguir,
Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
gas. Entre as principais estão: clicou em para classificar os arquivos
– Avast; da pasta CONTRATOS por data.
– AVG;
– Norton; Com relação ao arquivo CUIABÁ.XLS, ao realizar os procedi-
– Avira; mentos descritos, esse usuário executou a seguinte ação:
– Kaspersky; (A) substituir
– McAffe. (B) deletar
(C) mover
(D) copiar
49 https://cartilha.cert.br/ransomware/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
3. (CRO/RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - INAZ DO PARÁ A sequência CORRETA das afirmações é
ÓRGÃO) O Windows XP é uma família de sistemas operacionais (A) F, V, F, V, F.
de 32 e 64 bits produzidos pela Microsoft. Neste sistema opera- (B) V, F, F, V, V.
cional qual é a opção do painel de controle que permite a confi- (C) F, V, V, V, F.
guração de variáveis de ambiente do sistema? (D) F, V, F, F, V.
(A) Opções de acessibilidade.
(B) Programas e recursos. 8. (PREFEITURA DE SANTA LUZIA/MG - ARQUIVISTA -
(C) Sistema. IBGP/2018) Sobre as operações de manipulação de pastas e ar-
(D) Opções da internet. quivos no Windows 7, assinale V para afirmativas verdadeiras e
(E) Gerenciador de tarefas. F para as falsas.
( ) A operação “mover pasta para” equivale à sequência de
4. (PREFEITURA DE ITANHANDU - MG - AUXILIAR ADMI- operações “copiar” e “colar”.
NISTRATIVO I – RBO) Sobre a instalação do sistema operacional ( ) A sequência de operações “recortar” e “colar” transfere
Microsoft Windows XP e sobre a instalação de softwares para um arquivo de pasta.
este sistema operacional é correto afirmar: ( ) A sequência de operações “copiar” e “colar” duplica um
(A) Não é possível instalar outro browser para, como por arquivo em outra pasta.
exemplo, o “Firefox”.
(B) Ao instalar o sistema operacional Windows XP a instala- Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
ção do programa Outlook Express (cliente de e-mail), é au- (A) F F F.
tomática. (B) F V V.
(C) Após a instalação do sistema operacional Windows XP é (C) V F V.
permitido a desinstalação do browser Internet Explorer. (D) V V F.
(D) O Windows XP traz em seu pacote-padrão de instalação
o antivírus AVAST. 9. (CÂMARA DE PERDIZES/MG - ADVOGADO - IBGP/2019)
Um usuário, utilizando o Windows 10, versão português, selecio-
5. (CÂMARA DE MARABÁ/PA - TÉCNICO EM CONTABILI- na um arquivo do tipo txt, cujo nome é Currículo. Nesse momento,
DADE - FADESP) São exemplos de programas pertencentes ao esse usuário copia o arquivo e o cola várias vezes na mesma pasta.
Windows XP padrão, exceto: Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o
(A) Bloco de Notas. nome dado a esse arquivo para a primeira cópia.
(B) Calculadora. (A) Currículo - Copia (1).txt
(C) Wordpad. (B) Copia - Currículo.txt
(D) Paint. (C) Currículo - Copia.txt
(E) SQL Lite. (D) Copia - Currículo (1).txt

6. (PREFEITURA DE EDÉIA/GO - TÉCNICO DE ENFERMAGEM 10. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTI-


- ITAME/2020) Em relação a arquivos e pastas no sistema opera- CA - GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet:
cional Windows é correto afirmar: (A) Acesso restrito e Rede Local (LAN).
(A) a extensão da Pasta no Windows é .EXE; (B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras.
(B) arquivos com extensão .xlsx são próprio do Power Point; (C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados.
(C) a estrutura de uma Pasta pode ser composta com Pastas (D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.
e Subpastas;
(D) arquivos com extensão .docx podem ser abertos pelo 11. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE AD-
software PAINT. MINISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide
Web (WWW) são frequentemente usados como sinônimos na
7. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO linguagem corrente, e não são porque
AMBIENTAL - COTEC/2020) Acerca do Windows Explorer, analise (A) a internet é uma coleção de documentos interligados
as seguintes afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para (páginas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um
as falsas. serviço de acesso a um computador.
( ) - A partir da versão do Windows 10 em diante, a ferra- (B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co-
menta Windows Explorer passou a se chamar Navegador de Ar- nexão de vários computadores, enquanto WWW é um servi-
quivos. ço especial de acesso ao Google.
( ) - É considerada uma das ferramentas mais importantes do (C) a internet é uma rede mundial de computadores espe-
Sistema Operacional Windows. cial, enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que
( ) - Existem basicamente três formas de acessá-lo: no Menu funcionam dentro da internet.
Iniciar, acionando as teclas do Windows + a letra E ou clicando (D) a internet possibilita uma comunicação entre vários
no ícone com o desenho de uma pasta, localizada na Barra de computadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço
Tarefas. eletrônico.
( ) - Tem recebido novos incrementos a cada nova versão, (E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, en-
passando a oferecer também suporte a novos recursos, como quanto a WWW é uma rede mundial de computadores com
reprodução de áudio e vídeo. acesso especial ao Google.
( ) - Trata-se de uma espécie de pasta utilizada somente para
movimentar os arquivos do computador.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
12. (PREFEITURA DE PINTO BANDEIRA/RS - AUXILIAR DE 17. (PREFEITURA DE SÃO JOAQUIM DO/PE - AUDITOR DE
SERVIÇOS GERAIS - OBJETIVA/2019) Sobre a navegação na in- CONTROLE INTERNO - ADM&TEC/2018) Leia as afirmativas a se-
ternet, analisar a sentença abaixo: guir:
Os acessos a sites de pesquisa e de notícias são geralmente I. As funções “OU” e “SE”, no Microsoft Excel, são funções
realizados pelo protocolo HTTP, onde as informações trafegam lógicas.
com o uso de criptografia (1ª parte). O protocolo HTTP não II. A dinâmica de transmissão de informação na internet
garante que os dados não possam ser interceptados (2ª parte). não permite que as ações se sucedam concomitantemente.
A sentença está:
(A) Totalmente correta. Marque a alternativa CORRETA:
(B) Correta somente em sua 1ª parte. (A) As duas afirmativas são verdadeiras.
(C) Correta somente em sua 2ª parte. (B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(D) Totalmente incorreta. (C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(D) As duas afirmativas são falsas.
13. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CEN-
TER - IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de 18. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) Toda função do Excel
diversas formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quan- deverá ser iniciada com o seguinte sinal:
to às funções dos navegadores, assinale a alternativa correta. (A) Igual.
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navega- (B) Soma.
dor Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome. (C) Média.
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vanta- (D) Menor.
gens do navegador Firefox.
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas 19. (GHC/RS - CONTADOR -: MS CONCURSOS/2018) O Excel
quando uma página é fechada incorretamente. possui a utilização de macros. Dentre as alternativas, assinale a
(D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona que corretamente explica o que vem a ser “macro”.
na intranet. (A) Uma sequência de comandos utilizados em linguagem de
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores máquina que corrigem as células.
quando estão em uma rede da internet. (B) Uma programação cuja função é gerenciar os recursos
do sistema Excel, fornecendo uma interface entre o compu-
14. (PREFEITURA DE JAHU/SP - AUXILIAR DE DESENVOLVI- tador e o usuário.
MENTO INFANTIL - OBJETIVA/2019) Considerando-se o Word (C) Um programa do Excel que tem por objetivo ajudar o
2007, analisar os itens abaixo: seu usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral
I. O botão “Formatar Pincel”, na guia “Início”, copia a for- ligada à editoração dos dados.
matação de um local para aplicá-lo a outro. (D) Um programa que executa o cruzamento de uma linha
II. Na guia “Exibição”, além da opção “Régua”, são opções com uma coluna e nela são inseridas as informações neces-
que podem ser habilitadas: “Linhas de Grade”, “Mapa do Docu- sárias do seu documento.
mento”, “Miniaturas”. (E) Uma sequência de comandos, que podem ser cliques, to-
III. O botão “Dividir”, na guia “Exibição”, exibe dois docu- ques no teclado ou até mesmo pequenas linhas de códigos
mentos distintos do Word lado a lado para poder comparar os com funções mais avançadas. Essas sequências são gravadas
respectivos conteúdos. em um módulo VBA e são executadas sempre que forem ne-
cessárias.
Estão CORRETOS:
(A) Somente os itens I e II. 20. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETI-
(B) Somente os itens I e III. VA/2019) Para que a segurança da informação seja efetiva, é
(C) Somente os itens II e III. necessário que os serviços disponibilizados e as comunicações
(D) Todos os itens. realizadas garantam alguns requisitos básicos de segurança. So-
15. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2018) A tecla de atalho Ctrl+I, bre esses requisitos, assinalar a alternativa CORRETA:
no Word 2007, serve para aplicar: (A) Repúdio de ações realizadas, integridade, monitoramen-
(A) Subscrito. to e irretratabilidade.
(B) Itálico (B) Protocolos abertos, publicidade de informação, inciden-
(C) Sobrescrito. tes e segurança física.
(D) Tachado. (C) Confidencialidade, integridade, disponibilidade e auten-
ticação.
16. (PREFEITURA DE ARUANÃ/GO - PROFESSOR - ITA- (D) Indisponibilidade, acessibilidade, repúdio de ações reali-
ME/2018) A opção de salvar o documento é algo comum para zadas e planejamento.
quem trabalha com o pacote Office. Podemos executar atalhos
via teclado para facilitar a utilização do software. Em relação ao
Microsoft Word 2007, qual atalho abaixo é utilizado para salvar
o documento:
(A) CRTL + S
(B) CRTL + B
(C) CRTL + A
(D) CRTL + E

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
21. (PREFEITURA DE JAHU/SP - MONITOR DE ALUNOS COM IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS - OBJETIVA/2019) Em economizando despesas com telefone e evitando problemas
conformidade com a Cartilha de Segurança para Internet, quan- com fuso horário.
to a alguns cuidados que se deve tomar ao usar redes, indepen- V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas,
dentemente da tecnologia, analisar os itens abaixo: permitindo-se fazer consultas posteriores.
I. Manter o computador atualizado, com as versões mais
recentes e com todas as atualizações aplicadas. São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em
II. Utilizar e manter atualizados mecanismos de segurança, apenas:
como programa antimalware e firewall pessoal. (A) I, IV e V.
III. Ser cuidadoso ao elaborar e ao usar suas senhas. (B) I, III e IV.
(C) II, III e V.
Estão CORRETOS: (D) II, IV e V.
(A) Somente os itens I e II. (E) III, IV e V.
(B) Somente os itens I e III.
(C) Somente os itens II e III. 25. (FITO - TÉCNICO EM GESTÃO - VUNESP/2020) Um usuá-
(D) Todos os itens. rio, ao preparar um e-mail e não enviá-lo imediatamente, pode,
para não perder o trabalho feito, salvar o e-mail para envio
22. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - UNI- posteriormente.
FIL/2020) Devido aos riscos e a sua importância, a segurança da O recurso que permite salvar um e-mail ainda não enviado
informação é um tópico que se tornou um objetivo constante para é
as organizações. Contudo, para que ele possa ser reforçado nas em- (A) Favorito.
presas, é preciso atenção aos três pilares que sustentam a segurança (B) Lembrete.
das informações em um ambiente informatizado. Assinale a alterna- (C) Acompanhamento.
tiva que não representa um dos pilares de segurança da informação. (D) Rascunho.
(A) Confidencialidade. (E) Marcas.
(B) Integridade.
(C) Disponibilidade. 26. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM
(D) Imparcialidade. INFORMÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são co-
mumente utilizados para proteger os sistemas de ameaças e
23. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE potenciais softwares malintencionados (conhecidos por mal-
ADMINISTRATIVO - COTEC/2020) Em observação aos conceitos wares). Alguns usuários de computadores chegam a instalar
e componentes de e-mail, faça a relação da denominação de mais de um antivírus na mesma máquina para sua proteção.
item, presente na 1.ª coluna, com a sua definição, na 2.ª colu- Verifique o que pode ocorrer no caso da instalação de mais de
na. um antivírus:
Item I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como
1- Spam sendo uma possível ameaça.
2- IMAP II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na
3- Cabeçalho CPU do computador.
4- Gmail III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do
nível de segurança.
Definição IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com
( ) Protocolo de gerenciamento de correio eletrônico. que vulnerabilidades se apresentem.
( ) Um serviço gratuito de webmail.
( ) Mensagens de e-mail não desejadas e enviadas em mas- Estão CORRETAS as afirmativas:
sa para múltiplas pessoas. (A) I, II e IV, apenas.
( ) Uma das duas seções principais das mensagens de (B) I, III e IV, apenas.
e-mail. (C) II e III, apenas.
(D) II e IV, apenas.
A alternativa CORRETA para a correspondência entre colu- (E) II, III e IV, apenas.
nas é:
(A) 1, 2, 3, 4. 27. (PREFEITURA DE TOLEDO/PR - ASSISTENTE EM ADMI-
(B) 3, 1, 2, 4. NISTRAÇÃO - PREFEITURA DE TOLEDO/PR/2020) Programas an-
(C) 2, 1, 4, 3. tivírus tem uma importância um tanto quanto fundamental para
(D) 2, 4, 1, 3. os usuários. As principais funções dessa ferramenta são, EXCETO:
(E) 1, 3, 4, 2. (A) Atuar para identificação e eliminação da maior quantida-
de de vírus possível.
24. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEI- (B) Verificar continuamente os discos rígidos, HDs externos
RO AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir: e mídias removíveis.
I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem. (C) Trabalhar sincronizado com outro antivírus para aumen-
II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não tar o nível de segurança.
acumular. (D) Ao encontrar um problema o software em questão avisa
III - Não indicado para assuntos confidenciais. o usuário.
(E) A utilização de uma versão paga oferece ao usuário mais
segurança.
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208
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
28. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
SOS/2018) Um vírus de computador é um software malicioso
ANOTAÇÕES
que é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulo-
sos. Tal como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, ______________________________________________________
faz cópias de si e tenta se espalhar para outros computadores e
dispositivos de informática. ______________________________________________________
As alternativas a seguir apresentam exemplos de vírus de
computador, exceto o que se apresenta na alternativa: ______________________________________________________
(A) Vírus de boot.
(B) Crackers. ______________________________________________________
(C) Cavalo de troia.
______________________________________________________
(D) Time Bomb.
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 D ______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 C
4 B ______________________________________________________
5 E ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 C
8 B ______________________________________________________
9 C ______________________________________________________
10 B
______________________________________________________
11 C
12 C ______________________________________________________
13 A ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 B
16 B ______________________________________________________
17 B ______________________________________________________
18 A
______________________________________________________
19 E
20 C ______________________________________________________
21 D _____________________________________________________
22 D
_____________________________________________________
23 D
24 A ______________________________________________________
25 D ______________________________________________________
26 A
______________________________________________________
27 C
28 B ______________________________________________________

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICO

B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-


CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO: PRO- formações ou opiniões contidas no trecho)
POSIÇÕES; VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES; C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
SENTENÇAS ABERTAS; NÚMERO DE LINHAS DA TABE- verdadeira ou falsa sem mais informações)
LA VERDADE; CONECTIVOS; PROPOSIÇÕES SIMPLES;
PROPOSIÇÕES COMPOSTAS. TAUTOLOGIA ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposi-
ções. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual po-
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO demos atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), por-
consiste nos seguintes conteúdos: tanto, não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças
- Operação com conjuntos. abertas:
- Cálculos com porcentagens. - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- – Fez Sol ontem?
tricos e matriciais. - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Geometria básica. - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
- Álgebra básica e sistemas lineares. televisão.
- Calendários. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
- Numeração. bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
- Razões Especiais. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica. • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Proposições simples e compostas
Argumentação. • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo. • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol- lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais pro-
vam os conteúdos: posições simples. As proposições compostas são designadas pelas
- Lógica sequencial letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras pro-
- Calendários posicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas


RACIOCÍNIO VERBAL
por duas proposições simples.
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
conclusões lógicas. Proposições Compostas – Conectivos
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha- As proposições compostas são formadas por proposições sim-
bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma ples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico.
vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
formações ou opiniões contidas no trecho)

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aa solução
solução para
para oo seu
seu concurso!
concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Que podemos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

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Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas.

Assinale a alternativa que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.


(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado
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Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

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ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

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Conectivo “ou” (v) Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
proposições poderá ser verdadeira tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
quer questão referente ao assunto.
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi-
vo”(considera apenas um dos casos) Ordem de precedência dos conectivos:
O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
Exemplo: ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
R: Paulo é professor ou administrador mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das Em resumo:
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia). Exemplo:
Temos então sua tabela verdade: (PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa. conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
Conectivo “Se e somente se” (↔)

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ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma Observe:
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- - Toda proposição implica uma Tautologia:
da pelo símbolo (→).

Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a - Somente uma contradição implica uma contradição:
sua tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é: Propriedades
(A) uma tautologia. • Reflexiva:
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(C) uma contradição. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção. • Transitiva:
– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Resolução: Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
Montando a tabela teremos que: P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
P ~p ~p ^p
Regras de Inferência
V F F • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
V F F de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em
outras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de
F V F proposições verdadeiras já existentes.
F V F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição


Q(p,q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verda-
deira. Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolica-
mente temos:
• Silogismo Disjuntivo
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente


distintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um
conectivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação
lógica que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:
• Modus Ponens

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• Modus Tollens Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.

– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição


categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
Tautologias e Implicação Lógica ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,-
q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido


no conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é
também elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente
de “Todo B é A”.
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógi- • Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
ca p ^ ~p ⇒ q Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o
sição q. mesmo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a diagrama (A ∩ B = ø):
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam pro-
posições com quantificadores. Numa proposição categórica, é
importante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma
coerente e que a proposição faça sentido, não importando se é
verdadeira ou falsa.

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• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B” Em síntese:
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da
“A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. afirmação anterior é:
Contudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem
todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três não miam alto.
representações possíveis:
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, se-
guindo o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou
nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por:
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Todo A é não B.
que Algum B não é A. Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.

• Negação das Proposições Categóricas Resposta: C


Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar
as seguintes convenções de equivalência: (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos a afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto
uma proposição categórica particular. de vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verda-
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma propo- deira
sição categórica particular geramos uma proposição categórica (A) Todos os não psicólogos são professores.
universal. (B) Nenhum professor é psicólogo.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (C) Nenhum psicólogo é professor.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
uma proposição de natureza afirmativa.
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a ne-
gação de um quantificador universal categórico afirmativo se faz
através de um quantificador existencial negativo. Logo teremos:
Pelo menos um professor não é psicólogo.

Resposta: E
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• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo
na resolução de questões.
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
NENHUM
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual E
a cinco”? AéB
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco. pertence a A, então não pertence a B, e
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. vice-versa.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pe-
de-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com
Todos e Nenhum, que também são universais.
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.

Podemos ainda representar das seguin-


tes formas:

ALGUM
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).

Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários pro-
blemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envol-
vam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumen-
to podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

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- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Segundo as afirmativas temos:
Perceba-se que, nesta sentença, a aten- (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o últi-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que mo diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
não são B (enquanto que, no “Algum A é pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).

Temos também no segundo caso, a dife-


rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros. (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
(B) existe teatro que não é casa de cultura. mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Erra-
(D) existe casa de cultura que não é cinema. do, a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. nos afirma isso
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.
- Existem teatros que não são cinemas
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224
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença


Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto
bem construído), quando a sua conclusão é uma consequência em comum.
obrigatória do seu conjunto de premissas. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-


TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência neces-
sária das premissas? Claro que sim! Observemos que o conjunto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do conjunto
dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argu-
mento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre
quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na
construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem
de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilida-
de do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos
o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- C = Cláudio fica em casa
ções simples? D = Faz frio
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o E = Fernando está estudando
2º método. F = É noite
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
ção simples ou uma conjunção? Lembramos a tabela verdade da condicional:
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclu- A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
são verdadeira. Teremos: utilizando isso temos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernan-
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, do estava estudando. // B → ~E
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma Iniciando temos:
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
ambas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar tem que ser F.
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
argumento é ou NÃO VÁLIDO. // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
vai ao cinema tem que ser V.
Resolução pelo 4º Método 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
mos: sai de casa tem que ser F.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
deiro! // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas ser V ou F.
verdadeiras! Teremos: 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são
verdadeiros, então a primeira parte da condicional acima também Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi
é verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois
Logo: r é verdadeiro. temos dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é Resposta: Errado
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi!
(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência fada, então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então
simultânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Triste-
que o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! za é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
Exemplos: (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
seguintes proposições sejam verdadeiras. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Resolução:
• Quando Fernando está estudando, não chove. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não
• Durante a noite, faz frio. é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclu-
são o valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
→V
item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
( ) Certo
(F) → V
( ) Errado
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bru-
Resolução: xa(F) → V
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
A = Chove Logo:
B = Maria vai ao cinema Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única
que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N

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Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclu-
sões:
Luiz N N 1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.

Mariana N N S N A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.


Paulo N N A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão
(∀ (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclu-
− Luiz não viajou para Fortaleza. são de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicio-
nal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Aplicando temos:
Luiz N N N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Arnaldo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos
x + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadei-
Mariana N N S N ra?
Paulo N N A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Agora, completando o restante: julgar, logo, é uma proposição lógica.
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
• Quantificador existencial (∃)
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S Exemplo:
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
Resposta: B é:

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os
quantificadores são utilizados para transformar uma sentença
aberta ou proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA


O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
Tipos de quantificadores A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica:
• Quantificador universal (∀) (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x)
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal
que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a
sentença será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
Exemplo: a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Todo homem é mortal. julgar, logo, é uma proposição lógica.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal. ATENÇÃO:
Na representação do diagrama lógico, seria: – A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é
B” é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho- Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).
mem.

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232
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplos: - Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces-
Todo cavalo é um animal. Logo, sor (número que vem antes do número dado).
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. a) O antecessor do número m é m-1.
(C) Todo animal é cavalo. b) O antecessor de 2 é 1.
(D) Nenhum animal é cavalo. c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9.
Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- Expressões Numéricas
sões:
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul-
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal. tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda for- zamos alguns procedimentos:
ma de conclusão).
Resposta: B Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro.
Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números Exemplo 1
reais (R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos 10 + 12 – 6 + 7
reais (R) tal que x + y = x. 22 – 6 + 7
– 1º passo: observar os quantificadores. 16 + 7
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos 23
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. Exemplo 2
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos 40 – 9 x 4 + 23
x e y. 40 – 36 + 23
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. 4 + 23
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. 27
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x? Exemplo 3
Existe sim! y = 0. 25-(50-30)+4x5
X + 0 = X. 25-20+20=25
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor
de x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está Números Inteiros
correto. Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
Resposta: CERTO naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:
OPERAÇÃO COM CONJUNTOS

Números Naturais
Os números naturais são o modelo matemático necessário Subconjuntos do conjunto :
para efetuar uma contagem. 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, obte-
mos o conjunto infinito dos números naturais {...-2, -1, 1, 2, ...}

2) Conjuntos dos números inteiros não negativos

- Todo número natural dado tem um sucessor {0, 1, 2, ...}


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
c) O sucessor de 19 é 20.
{...-3, -2, -1}
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
{1,2,3,4,5,6... . } presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
São exemplos de números racionais: Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
-12/51 Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
-3 de x, ou seja
X=0,333...
-(-3)
-2,333... Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por 10.
10x=3,333...
As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
portanto são consideradas números racionais. E então subtraímos:
Como representar esses números? 10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
Representação Decimal das Frações X=3/9
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais X=1/3

1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de- Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.
cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas Números Irracionais
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- Identificação de números irracionais
nal – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todos os números inteiros são racionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que – Todas as frações ordinárias são números racionais.
trataremos mais a frente. – Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

Representação Fracionária dos Números Decimais – O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o ro racional.
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
– O produto de dois números irracionais, pode ser um número
racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Editora
234
234
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Números Reais Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

Fonte: www.estudokids.com.br Intervalo:]-∞,b[


Conjunto:{x ϵ R|x<b}
Representação na reta
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores
ou iguais a A.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
Intervalos limitados
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
e menores do que b ou iguais a b. que a.

Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b} Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x>a}
Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
b. Potenciação
Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8
Casos
Intervalo:]a,b[ 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Conjunto:{xϵR|a<x<b}
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou
iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Editora
235
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos
elevar separados.
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.

Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal
para positivo e inverter o número que está na base.

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
expoente, o resultado será igual a zero.
Veja:

64 2
32 2

Propriedades 16 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma 8 2
base, repete-se a base e soma os expoentes. 4 2
Exemplos: 2 2
24 . 23 = 24+3= 27 1
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um


e multiplica.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

Exemplos: Observe:
96 : 92 = 96-2 = 94
1 1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

De modo geral, se
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
os expoentes.
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 Então:

n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é


4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. cando.
(4.3)²=4².3²

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236
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Raiz quadrada de frações ordinárias Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com
1 1 radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
2 2 2 2 2
2 radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
Observe: =  = 1 = 1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
3 3 3
32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: =
n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
Raiz quadrada números decimais

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de


quadrados no denominador:
Operações

CÁLCULOS COM PORCENTAGENS

Operações
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
Multiplicação nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
cular, etc.
Exemplo
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
muito na resolução do exercício.

Acréscimo
Divisão Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
Exemplo abaixo:

ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


Adição e subtração 10% 1,10
15% 1,15
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
20% 1,20
8 2 20 2 47% 1,47
4 2 10 2 67% 1,67
2 2 5 5 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
1 1

10 x 1,10 = R$ 11,00

Caso tenha: Desconto


No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:

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237
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


QUESTÕES
10% 0,90
25% 0,75
1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL
34% 0,66
SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can-
60% 0,40 didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio.
90% 0,10 Sabe-se que:
• dentre os candidatos, 82 são homens;
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: • o número de candidatos homens de nível superior é igual ao
de mulheres de nível médio;
10 X 0,90 = R$ 9,00 • dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
O número de candidatos homens de nível médio é
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e (A) 42.
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. (B) 45.
Lucro=preço de venda -preço de custo (C) 48.
(D) 50.
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas (E) 52.
formas:
2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José
foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados
6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria
Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni
fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo-
cação, é correto afirmar que o vencedor foi:
Exemplo (A) José
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula (B) Isabella
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x% (C) Maria Eduarda
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
(D) Raoni
para x é igual a
(A) 8.
3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
(B) 15.
(C) 10. CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
(D) 6. (A) 0,2222...
(E) 12. (B) 0,6666...
(C) 0,1616...
Resolução (D) 0,8888...
45------100%
X-------60% 4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017)
X=27 Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10,
sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to- (A) 131.
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão. (B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

5. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) As expressões


Resposta: C. numéricas abaixo apresentam resultados que seguem um padrão
específico:

1ª expressão: 1 x 9 + 2
2ª expressão: 12 x 9 + 3
3ª expressão: 123 x 9 + 4
...
7ª expressão: █ x 9 + ▲

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238
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Seguindo esse padrão e colocando os números adequados no 9. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVISOR
lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª expressão será – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .

(A) 1 111 111. Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:


(B) 11 111. (A) 1;
(C) 1 111. (B) 2;
(D) 111 111. (C) 3;
(E) 11 111 111. (D) 4;
(E) 6.
6. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Durante um trei- 10. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-
namento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio comercial SOR – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de determinada
informou que, nos cinquenta anos de existência do prédio, nunca empresa tem o mesmo número de mulheres e de homens. Certa
houve um incêndio, mas existiram muitas situações de risco, feliz- manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens dessa equipe saíram
mente controladas a tempo. Segundo ele, 1/13 dessas situações para um atendimento externo.
deveu-se a ações criminosas, enquanto as demais situações haviam
sido geradas por diferentes tipos de displicência. Dentre as situa- Desses que foram para o atendimento externo, a fração de mu-
ções de risco geradas por displicência, lheres é:
(A) 3/4;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inadequada- (B) 8/9;
mente; (C) 5/7;
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas; (D) 8/13;
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e; (E) 9/17.
− As demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.

De acordo com esses dados, ao longo da existência desse pré- 11. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ-
dio comercial, a fração do total de situações de risco de incêndio RIOS- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40 m de
geradas por descuidos ao cozinhar corresponde à largura por 60 m de comprimento, foi dividido em três lotes, con-
(A) 3/20. forme mostra a figura.
(B) 1/4.
(C) 13/60.
(D) 1/5.
(E) 1/60.

7. (ITAIPU BINACIONAL - PROFISSIONAL NÍVEL TÉCNICO I


- TÉCNICO EM ELETRÔNICA – NCUFPR/2017) Assinale a alterna-
tiva que apresenta o valor da expressão

(A) 1. Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é 864 m², o


(B) 2. perímetro do lote 2 é
(C) 4. (A) 100 m.
(D) 8. (B) 108 m.
(E) 16. (C) 112 m.
(D) 116 m.
8. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- (E) 120 m.
GO/2017)
12. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Conside-
Qual o resultado de ? re um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e 5m. Um segun-
do triângulo retângulo, semelhante ao primeiro, cuja área é o dobro
(A) 3 da área do primeiro, terá como medidas dos catetos, em metros:
(B) 3/2 (A) 3 e 10.
(C) 5 (B) 3√2 e 5√2 .
(D) 5/2 (C) 3√2 e 10√2 .
(D)5 e 6.
(E) 6 e 10.

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239
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na figura A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é
abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada passando em (A) 25√5.
torno de três discos de mesmo diâmetro e tangentes entre si. (B) 50√2.
(C) 50√5.
(D)100√2 .
(E) 100√5.

16. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-


CONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a seguir, de vértices
A, B e C, representa uma praça de uma cidade. Qual é a área dessa
praça?

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o comprimen-


to da cinta acima representada é
(A) 8/3 π + 8 .
(B) 8/3 π + 24.
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24. (A) 120 m²
(E) 16π + 24. (B)90 m²
(C) 60 m²
14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na figura (D) 30 m²
abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H são pontos
médios dos lados do quadrado ABCD e são os centros de quatro 17. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
círculos tangentes entre si. NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centímetros,
mostra um painel informativo ABCD, de formato retangular, no qual
se destaca a região retangular R, onde x > y.

A área da região sombreada, da figura acima apresentada, é


(A)100 - 5π .
(B) 100 - 10π .
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados correspon-
(C) 100 - 15π .
dentes do retângulo ABCD e da região R é igual a 5/2 , é correto
(D)100 - 20π .
afirmar que as medidas, em centímetros, dos lados da região R, in-
(E)100 - 25π .
dicadas por x e y na figura, são, respectivamente,
(A) 80 e 64.
15. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No cubo
(B) 80 e 62.
de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se representado um plano
(C) 62 e 80.
passando pelos vértices B e C e pelos pontos P e Q, pontos médios,
(D) 60 e 80.
respectivamente, das arestas EF e HG, gerando o quadrilátero BCQP.
(E) 60 e 78.

18. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de comprimento,
foi totalmente coberto por 108 placas quadradas de porcelanato,
todas inteiras. Sabe-se que quatro placas desse porcelanato cobrem
exatamente 1 m2 de piso.

Editora
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240
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro desse piso 22. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA –
é, em metros, igual a MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para cercar
(A) 20. um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C. Considerando
(B) 21. que ele dará duas voltas com o arame no terreno e que não terá per-
(C) 24. das, quantos metros ele irá gastar? (considere √3 =1,7; sen30º=0,5;
(D) 27. cos30º=0,85; tg30º=0,57).
(E) 30.

19. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-


SOR – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular resolveu
cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de madeira. Colocou uma
estaca em cada um dos quatro cantos do terreno e as demais igual-
mente espaçadas, de 3 em 3 metros, ao longo dos quatro lados do
terreno. (A) 64,2 m
O número de estacas em cada um dos lados maiores do terre- (B) 46,2 m
no, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do número de estacas (C)92,4 m
em cada um dos lados menores, também incluindo os dois dos can- (D) 128,4 m
tos.

A área do terreno em metros quadrados é: 23. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCI-


(A) 240; ÁRIOS- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote de
100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que imprime 5000
(B) 256;
folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20 minutos de funciona-
(C) 324;
mento, a máquina A quebra e o serviço restante passa a ser fei-
(D) 330;
to pela máquina B, que imprime 4500 folhetos em 48 minutos. O
(E) 372.
tempo que a máquina B levará para imprimir o restante do lote de
folhetos é
20. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO- VU- (A) 14 horas e 10 minutos.
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em (B) 14 horas e 05 minutos.
metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com formato de triângu- (C) 13 horas e 45 minutos.
los retângulos, situadas em uma praça e destinadas a atividades de (D) 13 horas e 30 minutos.
recreação infantil para faixas etárias distintas. (E) 13 horas e 20 minutos.

24. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-


NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma clínica. Ela
saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela ficou
durante uma hora e meia na clínica, então o tempo gasto no trânsi-
to, no trajeto de ida e volta, foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em metros, (E) 1 1/2h.
igual a
(A) 54. 25. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
(B) 48. NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros de
(C) 36. suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diária é dis-
(D) 40. tribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada
(E) 42. uma. Nessas condições, é correto afirmar que a cada cinco dias a
indústria utiliza uma quantidade de caixinhas P igual a
21. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA – (A) 25000.
MSCONCURSOS/2017) (B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
Seja a expressão definida em 0< x < π/2 . (E) 20500.
Ao simplificá-la, obteremos:
(A) 1
(B) sen²x
(C)cos²x
(D)0

Editora
241
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
26. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- 31. (ANP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRAN-
GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 litros de RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abasteci-
uma substância líquida em recipientes de 72 cm3 cada um. Sabe-se mento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório. Parte
que cada recipiente, depois de cheio, tem 80 gramas. A quantidade dessa gasolina é transferida para dois tanques de armazenamento,
de toneladas que representa todos os recipientes cheios com essa enchendo-os completamente. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o
substância é de outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 16 Após a transferência, quantos litros de gasolina restaram no
(B) 160 caminhão-tanque?
(C) 1600 (A) 35.722,00
(D) 16000 (B) 8.200,00
(C) 3.577,20
27. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) (D) 357,72
João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem (E) 332,20
duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se
que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir-
32. (DPE/RR – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FCC/2015)
mar que o término das aulas de João se dá às:
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45 m. Ele
(A) 22h30min
precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem 40 cm de com-
(B) 22h40min
(C) 22h50min primento cada um. Ele cortou as duas cordas em pedaços de 40 cm
(D) 23h de comprimento e assim conseguiu obter
(E) Nenhuma das anteriores (A) 6 pedaços.
(B) 8 pedaços.
28. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO- (C) 9 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em (D) 5 pedaços.
1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min. (E) 7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: GABARITO
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos;
(C) 5 minutos;
(D) 3 minutos; 1. Resposta: B.
(E) 2 minutos. 150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
29. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO- nível médio.
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horário de Portanto, há 37 homens de nível superior.
trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem trânsito intenso, 82-37=45 homens de nível médio.
Lucas foi de carro para o trabalho a uma velocidade média 20km/h
maior do que no dia de trânsito intenso e gastou 48min. 2. Resposta: D.
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.
(A) 36;
(B) 40; 3. Resposta: B.
(C) 48; Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
(D) 50; X=0,4444....
(E) 60. 10x=4,444...
9x=4
30. (EMDEC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR – IBFC/2016)
Carlos almoçou em certo dia no horário das 12:45 às 13:12. O total
de segundos que representa o tempo que Carlos almoçou nesse dia
é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120

4. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 que
é igua o quociente.
11x11=121+10=131

5. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

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242
242
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
6. Resposta: D. 11. Resposta: D

Gerado por descuidos ao cozinhar:

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-1/13)

7. Resposta: C.

96h=1728
8. Resposta: D. H=18

Como I é um triângulo:
60-36=24
X²=24²+18²
X²=576+324
X²=900
9. Resposta: C. X=30
2-2(1-2N)=12 Como h=18 e AD é 40, EG=22
2-2+4N=12
4N=12 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116
N=3
12. Resposta: B
10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:

Dos homens que saíram:

Saíram no total

Lado=3√2
Outro lado =5√2

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13. Resposta: D 16. Resposta: C
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente a mesma Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
medida da parte reta da cinta.
17²=x²+8²
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado esticado 289=x²+64
tem 8x3=24 m X²=225
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, como são X=15
três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π 17. Resposta: A
Portanto, a cinta tem 8π+24

14. Resposta: E
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
5y=320
Y=64

5x=400
X=80

18. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O lado AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o ponto Médio
X²=5²+5² O perímetro seria
X²=25+25
X²=50
X=5√2
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, temos
2 círculos inteiros. 19. Resposta: C
Número de estacas: x
A área de um círculo é X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contando duas ve-
zes o canto
6x=30
X=5

Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas a cada 3m


4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²
A sombreada=100-25π
20. Resposta: B
15. Resposta: C
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5 9x=108
X=12

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Para encontrar o perímetro do triângulo R2: 13 horas e 1/3 hora
13h e 20 minutos

24. Resposta: C.
Y²=16²+12² Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida e volta
Y²=256+144=400 demorou 1 hora.
Y=20
25. Resposta: A.
Perímetro: 16+12+20=48 4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
21. Resposta: C 1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

26. Resposta: A.
14400litros=14400000 ml
1-cos²x=sen²x

22. Resposta: D 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

27. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
tervalo=4horas
18:40+4h=22h:40

28. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos
15km-------105
1--------------x
X=7 minutos
1h20min=60+20=80min
X=6 8km----80
1-------x
X=10minutos
A diferença é de 3 minutos

29. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversamente)
Y=10,2
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

23. Resposta: E.
3h 20 minutos-200 minutos 80v=48V+960
5000-----40 32V=960
x----------200 V=30km/h
x=1000000/40=25000 30km----60 min
x-----------80
Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
4500-------48
75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
60x=2400
800/60=13,33h
X=40km
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30 Resposta: B. ______________________________________________________
12:45 até 13:12 são 27 minutos
27x60=1620 segundos ______________________________________________________

______________________________________________________
31. Resposta: B.
1m³=1000litros ______________________________________________________
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros ______________________________________________________

32.Resposta: E. ______________________________________________________
1,7m=170cm
1,45m=145 cm ______________________________________________________
170/40=4 resta 10
______________________________________________________
145/40=3 resta 25
4+3=7 ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
ESPECÍFICOS
Técnico do Seguro Social
lidez aos servidores públicos como um todo, fato que demonstrava
SEGURIDADE SOCIAL. ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA que o Brasil, apesar de se encontrar como principiante em tal tare-
NO BRASIL. CONCEITUAÇÃO. ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS fa, estaria começando a se preocupar com os infortúnios sociais dos
CONSTITUCIONAIS trabalhadores que se encontravam sob sua proteção.
Registra-se que sob a suprema égide da Constituição de 1.891,
foi editada a Lei Eloy Chaves por meio do Decreto-Legislativo nº.
Origem e Evolução Legislativa no Brasil 4.682, de 24/01/1923, que criou importantes caixas de aposenta-
De antemão, ressalta-se que o direito à proteção social do ser dorias e pensões para os trabalhadores ferroviários que concediam
humano advinda do Estado, possui sua origem relacionada ao de- aos empregados a aposentadoria por invalidez, a validez da pensão
senvolvimento da sua estrutura, bem como acerca da discussão his- por morte e, ainda, a aposentadoria ordinária. Entretanto, o Estado
tórica sobre quais deveriam ser as suas funções. não custeava e nem tampouco administrava essas caixas, uma vez
Na seara histórica, ressalta-se que a seguridade social teve iní- que eram as empresas que administravam e os trabalhadores que
cio na Inglaterra no ano de 1.601, com a denominada Poor Law, contribuíam.
que significava a “Lei dos Pobres”, ou seja, tratava-se de uma lei No decorrer do tempo, outras empresas passaram a criar suas
que buscava amparar de forma contundente aos menos favoreci- próprias caixas de aposentadoria, fato que definiu e marcou a déca-
dos. Naquele período, a Inglaterra passava por uma grande trans- da de 20 pela criação de caixas de aposentadoria e pensão, mesmo
formação na sociedade, uma vez que ela se encontrava em plena sem a intervenção do Estado, situação por intermeio da qual, as
revolução industrial, por meio da qual os trabalhadores migravam caixas continuaram sendo administradas pelas empresas.
da zona rural, vindo a habitar nas cidades com o fito de trabalhar Pondera-se que a Lei Eloy Chaves, embora não seja considera-
nas indústrias. Tendo em vista que as condições de trabalho des- da o primeiro diploma legal em vigor sobre o assunto securitário,
ses trabalhadores não eram boas, muitos se tornavam incapazes e uma vez que já existia o Decreto-Legislativo nº 3.724/19, dispon-
inválidos para o trabalho, ficando à mercê da própria sorte em de- do a respeito do seguro obrigatório de acidentes do trabalho com
corrência do desamparo total do Estado, fatos que acarretava-lhes vínculo ao Ministério do Trabalho, em razão do desenvolvimento
a ausência de condições para prover o próprio sustento, bem como ulterior da previdência, bem como da estrutura interna da Lei Eloy
de suas famílias, e, fez com que muitos passassem a ter óbito pre- Chaves, esta Lei ficou conhecida como o marco inicial da Previdên-
maturo, vindo os seus dependentes também a ficar sem qualquer cia Social no Brasil.
recurso para sobreviver. Desde o período do Império, no Brasil, já se encontravam em
Em virtude da intensa pressão social, no ano de 1.601, a Ingla- vigor alguns mecanismos de propensão previdenciária. No entan-
terra editou a Poor Law, ou, “Lei dos Pobres”, legislação eivada de to, registra-se que apenas a partir de 1923, com a aprovação da
normas e direitos que possuíam como objetivo, fornecer, de modo Lei Eloy Chaves por meio do Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de
geral, um seguro ao trabalhador, momento histórico por meio do janeiro de 1923, o Brasil passou a obter um marco jurídico compe-
qual, a doutrina considera que iniciou-se a criação da Seguridade tente para a aplicação e a atuação do Sistema Previdenciário, que
Social, nascendo com ela, os indícios primordiais de preocupação à época se compunha das Caixas de Aposentadorias e Pensões, as
do Estado para com o trabalhador. Naquele período, a maior e mais chamadas CAPs.
marcante preocupação era com os trabalhadores, bem como com Importante: A Lei Eloy Chaves tratava de forma exclusiva e es-
os infortúnios sociais que estes sofriam. pecífica das CAPs das empresas ferroviárias. Isso ocorria pelo fato
Ressalta-se que no Estado contemporâneo, a maior função da de seus sindicatos serem eivados de maior organização, além de
Previdência Social era a de dar amparo e apoio ao trabalhador em possuírem maior poder de pressão política. As CAPs possuíam como
situações de infortúnios sociais, como por exemplo, a incapacidade objetivo inicial, o apoio aos trabalhadores ferroviários durante o pe-
laborativa, a idade avançada, bem como a ocorrência de óbito ou ríodo de inatividade (INSS 2.017).
morte, deixando pensão para a sobrevivência de seus dependentes.
A doutrina majoritária afirma que a Inglaterra e a Alemanha Extremamente marcada pela criação dos IAPs (Instituto de
são os países pioneiros da Previdência Social, posto que por inter- Aposentadoria e Pensão), ressalta-se que na década de 30, estas
médio de Otto Von Bismarck, foi criado um seguro de assistência classes atendiam categorias de trabalhadores, como por exemplo,
social. o IAP dos marítimos por meio do Decreto nº 22.872 de 29.06.1933
Em relação ao Brasil, no ano de 1.824, a Primeira Constituição (IAPM). Assim sendo, os IAPs permaneceram no cenário nacional
do Império, buscou tratar desse assunto por meio dos denomina- até a metade da década de 50.
dos “Socorros Públicos”, por intermédio dos quais, o Sistema Estatal Destaque-se com grande importância, o fato da Constituição
ainda não se comprometia e nem se preocupava com o trabalhador de 1934 ter sido a primeira a estabelecer a forma tríplice da fonte
de forma eficaz e contundente, embora mencionasse em seu texto de custeio do Sistema Previdenciária àquele período com contribui-
alguma espécie de proteção. ções do Estado, do empregador e do empregado.
Já em 1.891, a Constituição da República trouxe em seu bojo a
inovação da possibilidade da concessão da aposentadoria por inva-
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Em síntese temos: liberalização que vinham sendo tomadas em outros países nesse
período. Entretanto, a Carta Magna passou por algumas reformas
que mudaram os detalhes do seu funcionamento. É o que veremos
no deslindar desse estudo.
Em evolução histórica, na data de 27 de junho de 1.990 foi cria-
do o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, durante a gestão do
presidente Fernando Collor de Melo, por intermédio do Decreto n°
99.350, isso, a partir da incorporação do Instituto de Administração
Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS com o Insti-
Importante: No Brasil, a Constituição de 1.946 foi a primeira tuto Nacional de Previdência Social – INPS, como autarquia dotada
Carta Magna a valer-se do uso da expressão “Previdência Social”, de vínculo ao Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS.
que veio em substituição à expressão “Seguridade Social”. (INSS, 2017).
Ainda na vigência do governo Collor de Melo, em 1991, ocorreu
Reproduzida e aprovada no ano de 1.960, a Lei nº 3.807/1.960 a primeira mudança no INSS. Trata-se de medida com a previsão de
unificou toda a legislação securitária e por esse motivo acabou sen- que os benefícios levassem em conta a correção monetária, uma
do taxada e reconhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social vez que naquele momento, a economia brasileira sofria com a in-
(LOPS). flação. Em 1.998, com a vigência do governo Fernando Henrique,
Três anos após, em 1.963, criou-se o Fundo de Assistência e ocorreram maiores mudanças, posto que foi a partir daquele mo-
Previdência do Trabalhador Rural, o denominado FUNRURAL com mento que não seria mais considerado o tempo de serviço do tra-
suas normas estabelecidas e determinadas pelo diploma legal da balhador, mas, sim, o de contribuição para o INSS que foi definido
Lei nº 4.214/1.963. como 30 anos para mulheres e 35 para homens. Ademais, a reforma
Já em 1.966, os já retro mencionados Institutos de Aposenta- também criou a implantação do fator previdenciário, cálculo que
dorias e Pensões (IAPs), por intermédio do Decreto-Lei nº 72/1.966, seria usado para definir o valor do benefício recebido após a apo-
foram declarados unificados ao Instituto Nacional da Previdência sentadoria do trabalhador.
Social (INPS). Em 2.003, com o governo Lula, as mudanças tiveram como foco
Criada no ano de 1.967, a Lei nº 5.316, passou a integrar de o funcionalismo público. Assim, a reforma criou um teto para os
forma contundente o seguro de acidentes de trabalho à previdência servidores federais e passou a instituir a cobrança da contribuição
social, vindo, desta forma, fazer com que desaparecesse este segu- para pensionistas e inativos, bem como também, alterou o valor do
ro como ramo à parte. benefício para estes servidores.
Em evolução histórica, partindo para a década de 1.970, a co- Ocorre que em meados do ano de 2.010, houve uma crescente
bertura previdenciária sofreu grande expansão com a concentração preocupação com a necessidade preeminente de uma Reforma da
de recursos no Governo Federal, principalmente em razão da apro- Previdência Brasileira. Isso ocorreu pelo fato de haver crise na segu-
vação das seguintes medidas: ridade social, tendo naquele momento como argumento principal,
1. No ano de 1.972, a inclusão dos empregados domésticos; a razão de não existirem mais recursos totalmente suficientes para
2. No ano de 1.973, houve a regulamentação da inscrição de sustentar as despesas futuras, caso não houvessem significativas
autônomos em regime de compulsoriedade; regras de aposentadoria e pensão.
3. No ano de 1.974, ocorreu a instituição do amparo previden- Na gestão da Presidente Dilma Rousseff, em 2015, o congresso
ciário aos maiores de 70 anos de idade, bem como aos inválidos aprovou uma mudança que buscava alterar a idade de acesso à apo-
não-segurados, (idade que posteriormente foi significativamente sentadoria integral. Isso fez com que a denominada “regra de pon-
alterada); tos”, conhecida como 85/95, que levava em consideração a soma da
4. No ano de 1.976, ocorreu a extensão dos benefícios de pre- idade acoplada ao tempo de contribuição. Desta forma, para as mu-
vidência e assistência social destinada aos empregadores rurais e lheres, esta soma deveria resultar em 85 anos, e, para os homens,
aos seus dependentes. em 95 anos de idade, para que os trabalhadores passassem a ter o
Explicita-se que na década de 1.970, ocorreram importantes direito de receber o benefício integral como um todo.
inovações na legislação previdenciária brasileira que foram legal- Entre os anos de 2.016 e 2.018, sob a gestão do Governo Te-
mente disciplinadas por diversos diplomas legais, fato que fez surgir mer, prevaleceu a tentativa de aprovação de uma reforma da Pre-
a necessidade de unificação que ocorreu com a CLPS (Consolidação vidência mais radical. Entretanto, a conjuntura nacional colocou
das Leis da Previdência Social), no período de 24/01/1976 através inúmeras dificuldades à tramitação da proposta na Câmara dos De-
do Decreto nº 77.077/1.976, vindo a ser criado no ano posterior, o putados, motivo pelo qual, em 2.019, o governo do Presidente Jair
Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS). Bolsonaro decidiu ter como prioridade, levar adiante a Reforma da
Com o advento histórico da criação e aprovação da Constitui- Previdência no país.
ção Federal Brasileira de 1.988, foi criado o conceito de “Segurida- Aprovada na data de 23 de outubro de 2.019 pela Câmara dos
de Social”. A seguridade social se encontrava composta pelas áreas Deputados e pelo Senado Federal, de forma separada, aprovada
da Saúde, Assistência e Previdência Social. Assim sendo, é nesse em dois turnos de votação em cada Casa, a Emenda Constitucio-
contexto de importante momento que se estabelece a previdência nal número 103, conhecida como Nova Previdência, trouxe consigo
como conhecemos atualmente, que mantém sua compleição de ar- inúmeras e significativas modificações ao Sistema Previdenciário
recadação entre empregadores e empregados, porém, sempre de- Brasileiro. Vejamos a respeito desta importante Emenda e suas ino-
legando ao Estado o papel de organizar e distribuir os recursos de vações:
acordo com a legislação vigente como um todo.
Devido ao fato de incluir pontos importantes para a garantia da A Emenda Constitucional 103, de 2019
proteção social, a Previdência descrita na Constituição Federal Bra- Breve histórico
sileira de 1.988 se destaca por ter conseguido incluir importantes Tramitando no Congresso Nacional no ano de 2.019, a PEC nº.
pontos para a garantia da proteção social, além de ser vista como 6/2019, alterou novamente e de forma significativa tanto o RGPS
uma ação eivada de progresso quando comparada às medidas de (Regime Geral de Previdência Social), quanto o RPPS (Regime Pró-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
prio de Previdência Social) da União. Pondera-se que os regimes — Sobre o período básico de cálculo (PBC): Nos trâmites do
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não foram tão afe- art. 26 da Reforma, para o cálculo dos benefícios, será utilizada a
tados, uma vez que foram criados tratamentos diferenciados para média aritmética de forma simples dos salários de contribuição e
servidores federais, quando comparados com os demais ocupantes das remunerações adotadas como base para contribuições ao RPPS
de cargos efetivos dos outros entes Federativos. e ao RGPS, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
Por meio da mencionada PEC, pode-se destacar com ênfase, contributivo, desde a competência de julho de 1.994, ou, ainda,
a criação de idade mínima para as aposentadorias voluntárias do desde o início da contribuição, caso seja posterior a julho de 1.994,
RGPS, inclusive a aposentadoria “especial”; a alteração do crité- até a última contribuição efetuada.
rio de carência para novos filiados ao RGPS do sexo masculino, de
15 para 20 anos; a mudança na apuração do salário de benefício, Importante: Antes da Reforma, utilizava-se a média dos 80%
que passa a ser igual à média de todos os salários de contribuição maiores salários de contribuição desde 1994, e, eram dispensados
desde julho de 1994; o critério de cálculo da renda mensal inicial os outros 20% menores.
das aposentadorias, inclusive a por invalidez, salvo a acidentária;
a alteração no direito à pensão por morte, auxílio-reclusão e sa- — Da pensão por morte: Foram feitas alterações estabelecen-
lário-família; a previsão de aposentadoria de empregados públicos do-se percentuais de cota familiar para o recebimento da pensão
com cessação do vínculo de emprego, inclusive por atingimento da por morte a partir da entrada em vigor da Emenda 103, resguarda-
idade “compulsória” aplicada a ocupantes de cargos; e regras mais do, desta forma, o direito adquirido aos segurados antes da entra-
restritivas de acumulação de benefícios, especialmente de aposen- da em vigor dos termos determinados pelo art. 24, §4º da Emenda
tadoria e pensão, entre outras regras incluídas. Constitucional 103/2019. Assim, a partir da reforma, a pensionista
Registra-se que a Reforma da Previdência Social, por meio da irá receber somente 50% do valor da aposentadoria recebida pelo
Emenda Constitucional 103/2.019 trouxe diversas mudanças relati- segurado ou servidor, ou, ainda, daquela a que teria direito, caso
vas à concessão dos benefícios, no tempo de contribuição, no perío- fosse aposentado por incapacidade permanente, que era a antiga
do básico de cálculo (PBC), nas alíquotas de contribuição, na pensão aposentadoria por invalidez na data do óbito, com o acréscimo de
por morte , na idade mínima mesmo para aqueles que adquirissem 10% por dependente, até o máximo de 100%.
o direito à aposentar-se por tempo de contribuição, dentre outras Importante: Antes da Reforma, a Lei 13.135/2.015 havia esta-
significativas alterações, dentre as quais podem-se destacar: belecido dentre seus pré-requisitos, condições diferenciadas aos
cônjuges beneficiários da pensão por morte a partir de 2015. Com
— Sobre a idade mínima para aposentadoria: Com a aprova- isso, a partir desta data, o cônjuge beneficiário terá direito a um
ção da Emenda Constitucional 103/2019 da Reforma da Previdên- período de forma parcial para o recebimento da pensão, isso, de-
cia, que alterou de forma significativa o art. 201, § 7º da CFB, a apo- pendendo do tempo de contribuição do segurado que faleceu, do
sentadoria por idade aos segurados do Regime Geral da Previdência tempo de casamento ou do tempo de convivência conjugal, bem
Social (RGPS), será devida ao segurado ao cumprir o tempo de ca- como da idade do beneficiário.
rência, quando este completar: 65 anos de idade, se homem; e 62
anos de idade, se mulher. — Dos professores: Nos trâmites do art. 19, §1º, II da Emenda
Constitucional 103/2019, a carência para a aposentadoria por idade
Importante: Os servidores públicos que se encontrem segura- para o professor que comprove 25 anos de exclusiva contribuição
dos pertencentes ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
via de regra, também se aposentarão com a mesma idade dos ser- e no ensino fundamental e médio será de 57 anos de idade, se mu-
vidores do RGPS. lher; e 60 anos de idade, se homem.

— Quanto ao tempo de Contribuição: Com a promulgação da Importante: Em relação aos professores servidores, além da
EC 103/2019, o tempo mínimo de contribuição para requerer a apo- idade exigida acima, estes terão que ter 10 anos de efetivo exercício
sentadoria por idade, passou a ser de 15 anos para mulheres e 20 de serviço público, acrescidos de 5 anos no cargo efetivo em que for
anos para homens, desde que tenham começado a contribuir para concedida a aposentadoria para ambos os sexos.
a Previdência Social após a promulgação da Emenda Constitucional
103/2.019. — Sobre as alíquotas de contribuição: Dispõe, em suma, a
nova Portaria nº 477, de 12 de janeiro de 2.021 da SECRETARIA
Importante: Antes da Reforma, o tempo mínimo de contribui- ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO, (SEPRT): a) os benefícios
ção tanto para a mulher quanto para o homem, era de 15 anos. En- pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS serão reajus-
tretanto, para os homens que já estão no mercado antes da emen- tados, a partir de 1º de janeiro de 2021, em 5,45% (cinco inteiros
da começar a vigorar, o tempo de contribuição permanece sendo e quarenta e cinco décimos por cento); partir de 1º de janeiro de
de 15 anos 2021, o salário de benefício e o salário de contribuição não poderão
ser inferiores a R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), nem superiores a
— Sobre o valor do salário-de-benefício: Nos trâmites do art. R$ 6.433,57 (seis mil quatrocentos e trinta e três reais e cinquenta
26, § 2º da Reforma da Previdência (RPREV), o valor do benefício de e sete centavos); b) os valores dos benefícios concedidos ao pesca-
aposentadoria corresponderá a: 60% da média aritmética corres- dor, ao mestre de rede e ao patrão de pesca com as vantagens da
pondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde Lei 1.756/1952, deverão corresponder, respectivamente, a 1 (uma),
a competência julho de 1994 em diante; e acréscimo de 2 pontos 2 (duas) e 3 (três) vezes o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais),
percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo acrescidos de 20% (vinte por cento); c) o valor da cota do salário-fa-
de 20 anos de contribuição, se homem; e, acréscimo de 2 pontos mília por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quator-
percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de ze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de
15 anos de contribuição, se mulher. janeiro de 2021, é de R$ 51,27 (cinquenta e um reais e vinte e sete
centavos) para o segurado com remuneração mensal não superior
a R$ 1.503,25 (um mil quinhentos e três reais e vinte e cinco cen-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tavos); d) o auxílio-reclusão, a partir de 1º de janeiro de 2021, será quando forem preenchidos, de forma concomitante os seguintes
devido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à requisitos:
prisão em regime fechado que não receber remuneração da empre-
sa e nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, • Mulher: 30 anos de contribuição + idade em 2019, de forma
pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono que a soma totalize 86 pontos;
de permanência em serviço que, no mês de recolhimento à prisão • Homem: 35 anos de contribuição + idade em 2019, de forma
tenha renda igual ou inferior a R$ 1.503,25 (um mil quinhentos e que a soma totalize 96 pontos;
três reais e vinte e cinco centavos), independentemente da quanti- Entretanto, a partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação aci-
dade de contratos e de atividades exercidas, observado o valor de ma foi acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, até atingir o limite de:
R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), a partir de 1º de janeiro de 2021; 100 pontos, se mulher; 105 pontos, se for homem.
dentre outros dispositivos contidos na referida Portaria. 2) Idade Mínima + Tempo de Contribuição: Nos trâmites do
Fator de reajuste dos benefícios concedidos de acordo com art. 16 da EC 103/2019, ao segurado filiado ao RGPS até a data da
as respectivas datas de início, aplicável a partir de janeiro de 2021 entrada em vigor da referida emenda, estaria assegurado o direito
à aposentadoria quando se preenchesse, de forma cumulativa, os
DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO REAJUSTE (%) seguintes requisitos:
Até janeiro de 2020 5,45 • Mulher: 30 anos de contribuição e 56 anos idade em 2019;
Em fevereiro de 2020 5,25 • Homem: 35 anos de contribuição e 61 anos idade em 2019.
Em março de 2020 5,07 Entretanto, a retro mencionada regra de transição, estabeleceu
Em abril de 2020 4,88 que a partir de 1º de janeiro de 2020, passaria a valer a aplicação
Em maio de 2020 5,12 de uma tabela progressiva de aumento de idade, mas, sempre man-
Em junho de 2020 5,39 tendo o tempo mínimo de contribuição e acrescentando 6 (seis)
Em julho de 2020 5,07 meses a cada ano.
Em agosto de 2020 4,61
Em setembro de 2020 4,23 3) Tempo de Contribuição com Pedágio de 50%: Criada para
Em outubro de 2020 3,34 atender aos segurados que com menos de 2 anos, estavam prestes
Em novembro de 2020 2,42 a se aposentar por tempo de contribuição, pelas regras anteriores
Em dezembro de 2020 1,46 à reforma. Da mesma forma como as outras, esta regra só pode
1
ser aplicada aos segurados que já se encontram filiados na data da
Reforma.
Tabela de contribuição dos segurados empregado, emprega-
Nos parâmetros do art. 17 da Emenda Constitucional 103/2019,
do doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remune-
ao segurado que se encontre filiado ao RGPS até a data da entrada
ração a partir de 1º de Janeiro de 2021
em vigor da Emenda Constitucional 103/2019, fica assegurado o
direito à aposentadoria por tempo de contribuição quando preen-
ALÍQUOTA PROGRESSIVA cher, de forma concomitante, os seguintes requisitos:
SALÁRIO-DE-
PARA FINS DE • Mulher: 28 anos de contribuição, ou seja, faltando 2 anos
CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS para completar 30 anos;
até 1.100,00 7,5% • Homem: 33 anos de contribuição, ou seja, faltando 2 anos
de 1.100,01 até 2.203,48 9% para completar 35 anos.
de 2.203,49 até 3.305,22 12 %
de 3.305,23 até 6.433,57 14% Importante: Tendo em vista que a ambos os segurados faltam
2
somente 2 anos para completar o período mínimo que falta para o
tempo de contribuição, ambos terão que contribuir os 2 anos que
Importante: As alíquotas devidas pelo segurado empregado,
ainda faltam, acrescidos de mais 50% (pedágio) deste período. Ve-
inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, serão de: até 1
jamos:
salário-mínimo = 7,5%; acima de 1 salário-mínimo até R$ 2.000,00
= 9%; de R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00 = 12%; e de R$ 3.000,01 até o
• Mulher: 3 anos de contribuição (2 anos que faltam + 50% =
limite do salário de contribuição= 14%.
3 anos);
• Homem: 3 anos de contribuição (2 anos que faltam + 50% =
— Sobre as regras de transição: Possuem como finalidade, o
3 anos).
estabelecimento de um período de adaptação ao segurado que ain-
da não possuía o direito adquirido de se aposentar antes da Refor-
4) Do tempo de contribuição com pedágio de 100%: Da mes-
ma da Previdência, mas que se encontrava em posição de expecta-
ma forma que na terceira regra, (pedágio de 50%), nesse pedágio,
tiva do alcance desse direito num curto espaço de tempo.
o pagamento do mesmo consiste basicamente na obrigação do se-
gurado em contribuir mais 100% do número de meses que faltava
A respeito das regras de transição, a Reforma da Previdência
para se aposentar, isso sem levar em consideração, a idade do se-
trouxe cinco regras para fins de aposentadoria. Vejamos:
gurado.
Nos ditames do art. 20 da EC 103/2019, ao segurado ou servi-
1) Aposentadoria por Pontos: Conforme o art. 15 da EC
dor público filiado ao RGPS, ou ingressado no serviço público em
103/2.019, ao segurado filiado ao RGPS até a data da entrada em
cargo efetivo, até a data da entrada em vigor da Emenda Consti-
vigor da referida emenda, fica assegurado o direito à aposentadoria
tucional 103/2019, fica assegurado o direito à aposentar-se por
tempo de contribuição quando preencher, de maneira cumulada,
1 https://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/contribuico-
os seguintes requisitos:
es-previdenciarias-pj
2 https://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/contribuico-
es-previdenciarias-pj
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Mulher: 57 anos de idade e 30 anos de contribuição; Vejamos:
• Homem: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição; Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
• Servidores: 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, ob-
anos de cargos efetivo em que se der a aposentadoria; servados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial,
• Pedágio de 100% ao período adicional de contribuição corres- e atenderá, nos termos da lei, a:
pondente a 100% do tempo que falta para se aposentar na data da I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade
entrada em vigor da EC/2.019. avançada;
5) Aposentadoria por idade com 15 Anos de contribuição: II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
Pondera-se que antes da Reforma esta regra já era existente, en- III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego invo-
tretanto, houve alteração em relação à idade mínima estabelecida luntário;
para mulher (62 anos), vindo a manter a idade mínima para o ho- IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos
mem (65 anos). segurados de baixa renda;
De acordo com o determinado no art. 18 da EC 103/2019, ao V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao côn-
segurado filiado ao RGPS até a data da entrada em vigor da referida juge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
emenda, fica assegurado por lei, o direito à aposentadoria quando Machado, conceitua de forma doutrinária, a seguridade social
preencher, de forma cumulativa, os requisitos a seguir: ou segurança social como sendo um conjunto de políticas sociais
cujo fim é amparar e assistir ao cidadão e à sua família em situações
• Mulher: 60 anos de idade e 15 anos de contribuição; como a velhice, a doença e o desemprego, e cujo princípio funda-
• Homem: 65 anos de idade e 15 anos de contribuição. mental é a solidariedade (MACHADO, 2019).
Por fim, cabe registrar que recentemente, por intermédio da
Importante: Frise-se que esta regra de transição estabelece de Medida Provisória nº. 870/2.019, depois de 56 anos de existência,
forma clara que, a partir de 1º de janeiro de 2020, seria aplicada o Ministério da Previdência Social deixou de existir no país, sendo
uma tabela progressiva de aumento de idade somente para as mu- que as suas funções foram delegadas ao Ministério da Economia,
lheres, sendo acrescentado 6 meses a cada ano, até que venham a conforme determina o art. 31 em seus incisos X e XI do referido
atingir 62 anos de idade. diploma legal.

Conceituação Organização e Princípios Constitucionais


Nos parâmetros legais, a definição de Seguridade Social forne- Organização
cida pela Constituição Federal Brasileira de 1.998 em seu art. 194, No sentido de organização, a Seguridade Social engloba um
é a seguinte: conceito amplo e com abrangência universal, destinado a todos
Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto inte- aqueles que dela venham a precisar, desde que haja previsão legal
grado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, a respeito de evento especifico a ser coberto. A seguridade social
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência é o gênero por meio do qual são considerados como espécies: a
e à assistência social. Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.
A Carta Magna também adverte no mesmo diploma legal, em De forma sucinta, entende-se que a Previdência Social vai
seu parágrafo único: abranger, em suma, a cobertura de riscos decorrentes de morte,
Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, doença, velhice, invalidez, desemprego e proteção à maternidade,
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: mediante contribuição pecuniária com a concessão de pensões e
I - universalidade da cobertura e do atendimento; aposentadorias, dentre outros fatores pertinentes à matéria em
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às po- questão.
pulações urbanas e rurais; Denota-se que a Assistência Social se encontra encarregada de
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios atender aos hipossuficientes, vindo, desta forma, a destinar benefí-
e serviços; cios para pessoas que nunca contribuíram para o sistema previden-
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; ciário, como no caso da renda mensal vitalícia, por exemplo.
V - eqüidade na forma de participação no custeio; Em relação à saúde, verifica-se que esta pretende ofertar uma
VI - diversidade da base de financiamento; política social e econômica com destino à redução de riscos de do-
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão adminis- ença e outros infortúnios, vindo a proporcionar ações e serviços
trativa, com a participação da comunidade, em especial de traba- próprios para que haja a proteção e a recuperação do cidadão que
lhadores, empresários e aposentados. esteja necessitando.
Percebe-se, que determinou ainda a Constituição Federal, que Registra-se, como marco histórico no Brasil, que as mudanças
a seguridade deverá ser financiada por toda a sociedade, tanto de na estrutura administrativa realizadas por meio do governo do Pre-
maneira direta como indireta, nos parâmetros da lei, mediante re- sidente Michel Temer, em 2016 a Previdência Social veio a perder o
cursos advindos dos orçamentos da União, dos Estados, do Distri- status de Ministério. Por esta razão, nos termos do disposto na Lei
to Federal e dos Municípios, bem como das contribuições sociais n. 13.341/2;016 e alterações posteriores, o INSS passou a integrar
pagas pelo empregador, pela empresa e, ainda, da entidade a ela o Ministério do Desenvolvimento Social. Criou-se ainda uma Secre-
comparada na forma da lei, sendo incidentes sobre a folha de pa- taria de Previdência vinculada ao até então denominado Ministério
gamentos de salários e de outros rendimentos do trabalho pagos da Fazenda com a incumbência de promover uma reforma signifi-
ou creditados a qualquer título relativo à pessoa física que venha cativa nas regras de concessão de benefícios do RGPS e também
a lhe prestar serviços, mesmo que não exista vínculo empregatício. dos RPPS. Contemporaneamente, existe uma Secretaria Especial
Acrescenta-se também a esse mencionado rol acima, a receita ou o de Previdência e Trabalho, que integra o Ministério da Economia,
faturamento, o lucro percebido tanto pelo trabalhador quanto pe- Ministério este, que veio a ser o responsável pelas atribuições que
los demais assegurados da Previdência Social, não vindo a incidir antes eram delegadas ao extinto Ministério da Previdência Social
contribuição sobre a aposentadoria e à pensão concedidas pelo Re- no Brasil.
gime Geral de Previdência Social que dispõe o art. 201 da CF/1.988.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Registra-se, ainda, que o INSS, autarquia que atualmente se en- Art. 194. [...] Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos
contra vinculada ao Ministério da Economia, por meio do Decreto termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
n.º 9.746, de 08.04.2019, é organizado de acordo com a seguinte objetivos:
estrutura: I – universalidade da cobertura e do atendimento;
I – órgãos de assistência direta e imediata ao Presidente do Ins- II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às po-
tituto Nacional do Seguro Social: pulações urbanas e rurais;
a) Gabinete; III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios
b) Assessoria de Comunicação Social; e e serviços;
c) Coordenação-Geral de Projetos Estratégicos e Inovação; IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
II – órgãos seccionais: V – eqüidade na forma de participação no custeio;
a) Procuradoria Federal Especializada; VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se,
b) Auditoria-Geral; em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as
c) Corregedoria-Geral; despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência so-
d) Diretoria de Gestão de Pessoas e Administração; cial, preservado o caráter contributivo da previdência social;
e) Diretoria de Tecnologia da Informação e Inovação; e VII – caráter democrático e descentralizado da administração,
f) Diretoria de Integridade, Governança e Gerenciamento de mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado-
Riscos; res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
III – órgãos específicos singulares: colegiados.
a) Diretoria de Benefícios; e Antes de adentrarmos aos princípios, vale à pena registrar de
b) Diretoria de Atendimento; e forma sucinta a existência do princípio da Solidariedade, que embo-
IV – unidades descentralizadas: Superintendências Regionais. ra não se encontre no rol do art. 194 da CFB/1.998, é tema bastante
Por fim, no que condiz à organização da Seguridade Social, a Lei cobrado em provas de concurso e áreas afins.
dispõe da seguinte forma:
1) Sistema Nacional de Seguridade Social Princípio da Solidariedade
2) Instituto Nacional do Seguro Social – INSS A solidariedade é um princípio que a doutrina previdenciária
3) Gestão descentralizada reconhece como uma espécie de “princípio geral”, ou, comum a
4) Conselho Nacional de Previdência – CNP todos. Além disso, a solidariedade constitui-se em um objetivo fun-
5) Conselhos de Previdência Social – CPS damental da República Federativa do Brasil que marca presença no
6) Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS art. 3º, I da CFB/1.998. Vejamos:
7) Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
8) Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS rativa do Brasil:
9) Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Ante o estudado, passemos, pois, à uma importante e essen- Na seara da seguridade social, a solidariedade está implícita no
cial análise de cada um dos princípios constitucionais da Seguridade teor do caput do art. 195 da CFB/1.998. Analisemos:
Social. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socie-
dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recur-
Princípios Constitucionais sos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
O jurista Miguel Reale, em sua doutrina “Lições Preliminares de Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
Direito”, trabalha essa classe sob o ponto de ótica lógico, na forma I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada
de enunciados admitidos como condição ou como base de validade na forma da lei, incidentes sobre:
das demais asseverações que fazem parte da composição dada ao a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos
campo do saber. Desta forma, entende-se que as regras ordinárias, ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste ser-
portanto, devem se encontrar dotadas destes princípios, sob pena viço, mesmo sem vínculo empregatício;
de acabarem se tornando letra sem valor legal e, ainda, de serem b) a receita ou o faturamento;
excluídas do ordenamento jurídico. Assim, como exemplo, pode-se c) o lucro;
citar a fixação de uma norma legal que possua o condão de isentar II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência so-
todos os trabalhadores da obrigação legal que estes possuem de cial, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão con-
contribuir para a Seguridade Social, uma vez que tal norma não fa- cedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art.
ria sentido algum, posto que se existe um princípio determinador 201;
da diversidade da base de financiamento legal, e outro, que, por sua III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
vez, impõe a lisura no custeio da Seguridade Social. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
De forma geral, boa parte da doutrina entende que os prin- a lei a ele equiparar.
cípios não deixam de ser normas jurídicas. Autores como Robert Para um melhor entendimento, vejamos o esquema represen-
Alexy e Daniel Machado da Rocha, afirmam que as normas jurídicas tativo:
são subdivididas em princípios e regras, posto que a diferença entre
estas duas espécies, aduz-se na ideia de que os princípios são for- PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE
mas de mandados de otimização, ao passo que as regras, por sua
vez, são imposições feitas de forma definitiva, vindo a se basear nos Art.3º, CFB/1.988>>> Art. 195, CFB/1.988>>>
princípios guiadores do sistema, vindo, por esse motivo, os princí- Constituem objetivos A seguridade social será finan-
pios a serem elevados à espécie e categoria de normas bem mais fundamentais da República ciada por toda a sociedade.
relevantes do ordenamento jurídico. Federativa do Brasil: Cons- >>>União; Estados e o DF;
Os princípios constitucionais da Seguridade Social se en- truir uma sociedade justa, Municípios.
contram dispostos no já estudado parágrafo único do art. 194 da livre e solidária.
CFB/1.988. Vejamos:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regista-se que o conceito de financiamento por intermédio de alcançar e contemplar as camadas sociais que mais necessitarem da
toda a sociedade, é bastante amplo. Assim sendo, podemos citar proteção e auxílio do Estado.
como exemplo clássico: as empresas de modo geral quando con- Em relação à distributividade, explica-se que ela se encontra
tribuem por intermédio da cota patronal e demais contribuições diretamente relacionada à distribuição de renda, tendo em vista
pertinentes. que a atuação do sistema de proteção deve ser distribuída da ma-
Conceituada como característica importante de um sistema neira mais ampla possível, além de ser direcionada e levada para as
previdenciário de repartição, como o do Brasil, denota-se que a so- pessoas dotadas com maior necessidade, nos trâmites da previsão
lidariedade faz com que sejam ativados os benefícios da geração legal vigente, por se tratar de instrumento de justiça social e direito
anterior, posto que quando vierem a se aposentar, terão assegura- de todos os que do auxílio do Estado necessitarem.
dos o direito de ver seus benefícios serem custeados pelas contri-
buições feitas anteriormente pelos mais jovens, vindo, desta forma, Irredutibilidade do valor dos benefícios
a se consolidar a relação. Esse princípio visa garantir aos assegurados que os benefícios
Adentrando ao tema dos princípios expressos no art. 194, pará- por estes percebidos não podem ter seu valor diminuído, fazendo
grafo único, da Constituição Federal, temos: referência apenas aos benefícios e não englobando, entretanto, as
prestações e nem mesmo os serviços.
Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento Pondera-se que existem duas correntes doutrinárias a respeito
Por meio desse princípio, entende-se que a seguridade social da imposição do princípio da irredutibilidade da valor dos benefí-
deverá por dispositivo legal, ser organizada de forma que possua cios. A primeira, afirma que a restrição determinada por esse prin-
total abrangência de todos os riscos ou infortúnios sociais possí- cípio, diz respeito ao valor nominal. Já a segunda corrente, aduz que
veis, que se traduz na universalidade da cobertura, que, por sua vez, o valor real do benefício não pode ser diminuído. Como exemplo,
deve ser destinada a todos os cidadãos que possuam domicílio no pode-se citar o caso específico de um indivíduo que tenha se apo-
território nacional, que trata-se da universalidade do atendimento. sentado com rendimentos iniciais de R$1.580,00 e, mesmo com o
Denota-se que a existência do princípio da universalidade da lapso de tempo de 2 anos, ele ainda continua recebendo o mesmo
cobertura e do atendimento não se compõe de medida plausível valor. Nesse período, tudo teve considerável aumento de preços,
que possa justificar a distribuição de todos os pilares da Seguridade além da inflação ter aumentado. Assim sendo, verifica-se que o va-
a todos os cidadãos, porém, todos os que possuem domicílio no lor nominal do benefício não sofreu redução, tendo permanecido
território nacional, possuem direito a alguma das diversas formas com o seu valor pecuniário inicial. Entretanto, registre-se de passa-
de proteção da seguridade como um todo. gem, que é inegável que o valor real com o poder de compra desse
indivíduo foi amplamente diminuído. Nesse caso, a resposta para
Uniformidade e Equivalência de Benefícios e Serviços às Popu- ser dada a esse impasse, irá depender de forma total da corrente
lações Urbanas e Rurais doutrinária aplicada, uma vez que poderá ser positiva ou negativa.
De antemão, afirma-se que esse importante princípio foi criado
com o fito de corrigir determinada discriminação histórica, posto Equidade na Forma de Participação no Custeio
que a proteção social dada aos trabalhadores rurais sempre foi, em Trata-se esse princípio de uma variação previdenciária do prin-
partes, inferior à proteção gozada pelos urbanos. Denota-se que cípio da capacidade contributiva.
bem antes da promulgação da Constituição Federal de 1.988, o tra- A lei Orgânica da Seguridade Social de nº. 8.212/1991, que re-
balhador rural já se encontrava sujeito a receber valor inferior ao gulamenta o custeio da Seguridade Social, possui em seu bojo, va-
salário mínimo ao se aposentar. riadas e diversas fontes de arrecadação, tais como: as contribuições
Consagrado pelo art. 5º da CFB/1.988, o princípio da isonomia, dos empregados, dos empregados domésticos, dos empregadores
contribuiu para que o legislador julgasse oportuno aplicá-lo tam- e também das empresas. Ademais, verifica-se que as contribuições
bém em relação à seguridade social. Nesse sentido, por isonomia dos empregados são dotadas de diferentes valores pecuniários de
e uniformidade compreende-se que o plano de proteção social acordo com a renda de cada um deles sendo fixadas, conforme
como um todo, deverá ser o mesmo tanto para os trabalhadores já visto em 7,5%, 9%, 12% ou 14%; já a contribuição patronal do
urbanos, quanto para os rurais, tendo esses últimos, os mesmos empregador doméstico é de 8%; com referência à contribuição pa-
direitos previdenciários que os primeiros. No que condiz à questão tronal das empresas sobre a folha de salários, verifica-se que está
de equivalência, afirma-se que esta assegura que os benefícios con- firmada em um percentual de 20%.
cedidos às populações urbanas e rurais não sejam necessariamente Desta forma, pelo exposto acima, nota-se a aplicação do princí-
equivalentes em valor. Isso ocorre devido à sistemática de cálculo pio da capacidade contributiva de maneira contundente, por meio
que é aplicado para ambas as categorias, posto que quanto maior da qual, quem pode mais, paga mais. Ressalte-se, que força desse
for o tempo de contribuição, automaticamente, maior será o valor princípio, o legislador deve levar em consideração, além da capa-
da aposentadoria e, quanto mais alto for o valor das contribuições cidade financeira do contribuinte, a atividade laborativa que ele
do segurado, maior será a sua aposentadoria, dentre outros fatores exerce no momento de estabelecer as fontes e formas de custeio
coerentes a serem avaliados em cada caso específico. da seguridade.

Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Diversidade da Base de Financiamento


Serviços Por meio desse princípio, depreende-se que toda a sociedade é
Por meio desse princípio, entende-se de forma explícita que responsável pelo financiamento da seguridade social.
nem todos os cidadãos terão direito a todos os benefícios e serviços O Diploma legal que ampara esse princípio se encontra regis-
oferecidos pela seguridade social. Porém, todos terão direito a pelo trado no art. 195 da Constituição Federal Brasileira de 1.988, e de-
menos um benefício ou serviço advindo da seguridade social. termina de forma clara que a seguridade social deverá ser financia-
Por intermédio desse princípio, depreende-se que o legislador da por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos parâmetros
deverá estar apto a identificar os riscos e eventualidades geradores estabelecidos por lei, mediante recursos advindos dos orçamentos
de maior necessidade de proteção da seguridade social, bem como da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e, ainda
trabalhar no estabelecimento de critérios de forma objetiva para de contribuições sociais.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desta forma, entende-se que o financiamento da segurida- Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
de social deverá advir de diversas fontes, com o fito de garantir a gislar concorrentemente sobre:
solvência do sistema, com o objetivo de evitar que as crises que XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
ocorrem em determinados setores venha a comprometer de forma Ressalta-se que a União trata das normas gerais, já os Estados,
prejudicial a arrecadação, o que deve ser feito com a participação o Distrito Federal e os Munícipios podem legislar sobre a matéria,
de toda a sociedade, seja de forma direta ou indireta. desde que obedeçam as normas de regras gerais. No concernente
Caráter democrático e descentralizado da Administração aos Estados, denota-se que esses entes federativos criaram o seu
Edmilson de Almeida Barros Júnior, conceitua esse princípio próprio regime de Previdência com o fito de amparar seus servido-
afirmando que “a Seguridade Social tem administração com cará- res detentores de cargos efetivos. Assim sendo, o Estado está legis-
ter democrático e descentralizado mediante gestão quadripartite, lando sobre a matéria como um todo. Entretanto, estará o Estado
ou seja, com participação nos órgãos colegiados dos trabalhadores, obedecendo ao que está disposto na Constituição Federal de 1.988,
dos empregadores, dos aposentados e do governo.” bem como da Lei de Regimes Gerais de Regimes Próprios de Previ-
Como exemplo da aplicação desse princípio, pode-se citar o dência, Lei nº 9717/1988.
fato de existirem representantes da União, dos trabalhadores e das
empresas, formando uma espécie de colegiado nas Juntas de Re- Fontes
cursos da Previdência Social, que julgam de maneira definitiva as O Direito Previdenciário possui sua base firmada na Constitui-
questões previdenciárias na seara administrativa, tanto no custeio, ção Federal Brasileira de 1.988. No vocábulo do ilustre Miguel Re-
quanto na área de benefícios. ale: “Por fonte do direito, designamos os processos ou meios em
O jurista Fabio Camacho Dell`Amore Torres, subdivide o princí- virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força
pio do caráter democrático e descentralizado da administração em obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma es-
duas categorias. São elas: trutura normativa”. Assim, entende-se que existe um processo de
a) Caráter democrático da gestão administrativa: Possui como nítida concretização destas fontes, seja ele de cunho legislativo, ju-
foco a aproximação dos cidadãos, quando representados pelos tra- risdicional ou social.
balhadores, aposentados e empregadores às organizações e pro- Um dado importante no deslinde do estudo desse tema, en-
cessos de decisão dos quais dependem seus direitos. Como exem- contra-se disposto no art. 193 da CFB/1.988, que dispõe:
plo, podemos citar a participação dos trabalhadores, aposentados Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho
e empregadores no Conselho Nacional da Previdência Social, para e como objetivo o bem-estar e a justiça social.
que estes possam sugerir projetos acerca da Previdência Social. Cuida-se o referido artigo, de fonte de lei, bem como de fonte
b) Caráter descentralizado da gestão administrativa: É tido filosófica inspiradora de todo o sistema de proteção social organiza-
como um conceito de direito administrativo, por meio do qual o do pela Constituição Federal Brasileira. Pondera-se que esta fonte
serviço público descentralizado possui o condão de criar uma pes- inserida no art. 193, é usada de forma significativa como critério de
soa jurídica de direito público ou privado, vindo a atribuir a ela a interpretação do Direito Previdenciário. Isso significa que as normas
titularidade e a execução de determinado serviço público. do Direito Previdenciário possuem o dever de subordinar-se a este
Por fim, vale a pena registrar que esse princípio se encontra foco básico, que se compõe no alcance do bem-estar e da justiça
dotado de caráter democrático, e, isso, o coloca num patamar que social.
busca atingir a justiça como um fim social acessível a todos os ci-
dadãos. De modo geral, a doutrina divide e conceitua as fontes do Direi-
to Previdenciário como primárias e secundárias. Entende-se como
fontes primárias, aquelas cujo conteúdo é o suficiente para gerar
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CONTEÚDO, FONTES, AU- a regra jurídica, como a Constituição, as Leis ordinárias, leis com-
TONOMIA. APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS. plementares, leis delegadas, bem como os demais atos com força
VIGÊNCIA, HIERARQUIA, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO de lei. Já como fontes secundárias, afirma-se que são aquelas por
meio das quais não existe a geração de regra jurídica, porém, estas
fontes a interpretam e a aplicam. Exemplos: doutrinas, jurisprudên-
cia, decretos, portarias, instruções normativas e a jurisprudência.
Conceito, fontes, autonomia
Conceito Considerando que as fontes do Direito Previdenciário são di-
Podemos conceituar Legislação Previdenciária como sendo um versas, de forma sucinta, pode se considerar que esse ramo do di-
acoplado de normas e atos administrativos que se referem ao bom reito é composto pelas seguintes fontes: a Constituição, as leis e os
funcionamento do sistema securitário como um todo, onde se alo- demais atos normativos a pertinentes. Vejamos:
jam a Constituição, as leis complementares, as leis ordinárias, as
medidas provisórias, os decretos e atos administrativos (instruções Fontes Primárias:
normativas, resoluções e portarias) concernentes à seguridade so- 1) Constituição: Trata-se de fonte primária do Direito Previden-
cial. ciário, uma vez que ela é a base de todo o Direito Previdenciário
no país. Com supedâneo no art. 194 da CFB/1.988, esse dispositivo
Ressalta-se que o art. 22, inc. XXIII da Constituição Federal Bra- legal inaugura o Capítulo II da Carta Magna, que dispõe de forma
sileira, delega competência privativa à União para que esta possa explícita sobre a seguridade social no território nacional em suas
legislar sobre o sistema securitário. Porém, esse mesmo diploma três vertentes: a saúde, a previdência social e a assistência social.
legal dá permissão para que lei complementar possa autorizar aos 2) Leis: Englobam um rol extenso. Pondera-se que na atuali-
Estados, bem como o Distrito Federal a legislar sobre o assunto. dade, na seara do Direito Previdenciário, além da CFB/1.988, são
Já no condizente à Previdência Social, a competência legislativa fontes primárias do Direito Previdenciário: a Lei complementar nº
se mostra de forma concorrente. É o que afirma o art. 24, inc. XII, da 108/2001, que dispõe sobre os planos de benefícios e entidades de
CFB/1.988. Vejamos o diploma legal: Previdência Complementar; a Lei complementar nº 109/2001, que
dispõe sobre o regime de Previdência Complementar; a Lei Orgâni-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ca da Seguridade Social (Lei nº 8.212/91), que dispõe sobre a orga- to do Trabalho como um todo.
nização da Seguridade Social; a Lei Orgânica de Benefícios Previden- Divergências doutrinárias à parte, o que prevalece, no entanto
ciários (Lei nº 8.213/91), que dispõe sobre os planos de benefícios é o entendimento de que o Direito Previdenciário Brasileiro é au-
da Previdência Social; tônomo com fulcro na teoria dualista que foi inserida no diploma
legal da Constituição Federal de 1.988 em seu art. 201, que separou
Fontes Secundárias: o módulo do tema Trabalho do módulo do tema Seguridade Social,
1) Doutrinas: são o acoplado de estudos elaborados por juris- e se encontra em uso na atualidade. Desta forma, o Direito Previ-
tas e demais doutrinadores e aplicadores do Direito, que possuem a denciário Brasileiro é considerado autônomo.
finalidade de classificar, conceituar, fundamentar ou influenciam as
decisões jurídicas no Ordenamento Jurídico Brasileiro. Aplicação das normas previdenciárias
2) Decretos: São ordens advindas de autoridades superiores ou Vigência
órgãos, que possuem o condão de determinar o cumprimento de Considera-se vigência, o período contado a partir do momento
uma ou mais resoluções. em que a norma entra em vigor, até o momento em que esta norma
3) Costumes: Tratam-se de atos reiterados da sociedade. Pon- passa pelo processo de revogação, ou, ainda, em que se acaba o
dera-se que a ocorrência de um ato social que passa a ser usado de prazo prescrito para sua duração.
forma constante e uniforme, mesmo que não se encontre descrito O art. 1º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasilei-
de maneira formal nos diplomas legais, poderá influenciar de forma ro, LINDB, Decreto-Lei nº. 4.657/42, aduz que uma lei começa a ter
contundente a elaboração de normas jurídicas. vigência em todo o país 45 dias depois de publicada, salvo se a lei
4) Portarias: São documentos de ato administrativo advindos dispuser de outro modo.
de autoridades públicas, que se encontram dotados de instruções a Considera-se vacatio legis, o período compreendido entre a
respeito da aplicação e vigência de leis ou regulamentos, bem como data da publicação da lei até sua entrada em vigor. Ressalta-se que
de recomendações de ordem geral, normas de execução de serviço, durante o vacatio legis, a norma já se encontra eivada de validade
ou, ainda qualquer outra determinação que seja da sua competên- e também já pertence ao ordenamento jurídico, porém, ainda não
cia. possui vigência.
5) Instruções normativas: São documentos de organização Denota-se que validade e vigência não podem ser confundidas,
e ordenamento administrativo interno usados com o objetivo de posto que deve se levar em consideração que uma norma pode ter
estabelecer diretrizes, criar normas de métodos e procedimentos. eficácia de validade sem estar vigente, embora, de qualquer modo,
Possuem ainda, a função de regulamentar matéria específica usada a norma vigente seja sempre válida.
anteriormente, com o fito de coordenar e orientar servidores na De modo geral, via de regra, a norma vigente é sempre eficaz
maior excelência possível no desempenho de suas atribuições. e apta a produzir efeitos. Entretanto, nem sempre isso acontece,
6) Jurisprudência: Trata-se de um acoplado de decisões e inter- como é o caso do contido no art. 196 em seu parágrafo único que
pretações reiteradas das leis realizado por intermédio dos Tribunais dispõe que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
superiores com abrangência no território nacional brasileiro. mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do ris-
co de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
Autonomia às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
A conceito de autonomia surgiu a partir do acoplado de princí- É importante salientar que a eficácia da norma jurídica pode ser
pios jurídicos próprios deste ramo, bem como do complexo de nor- subdividida em relação ao tempo e ao espaço da seguinte forma:
mas e regras que podem ser aplicada a ele. • Eficácia no Tempo: Refere-se à entrada da lei em vigor. De
De forma didática, com relação à autonomia, pode-se dividir-se modo geral, as disposições securitárias costumam entrar em vigor
o Direito Previdenciário em duas teorias. Vejamos: na data da publicação da lei e com eficácia imediata. Entretanto,
1 ) Teoria monista: Trata o Direito Previdenciário como se esse determinados dispositivos contidos no Plano de Custeio e no de Be-
fosse uma simples ramificação do Direito do Trabalho. De caráter nefícios, precisam ser complementados pelo regulamento, fato que
histórico, esta teoria surgiu quando o Direito Previdenciário era tra- acarreta a possibilidade de que apenas a partir da existência deste
tado como parte do Direito do Trabalho. Porém, na atualidade, esse regulamento é que poderão ter plena eficácia. Um exemplo clássico
conceito não se encontra mais em vigor. disso, é o fato de no momento de edição das Leis 8.212 e 8.213/91,
2) Teoria Dualista: Considera o Direito Previdenciário como ter acontecido de muitos de seus dispositivos só terem entrado em
ramo autônomo, e que não se confunde mais com o Direito do Tra- vigor com a edição de suas regulamentações por intermédio dos
balho. Esta teoria foi inserida no diploma legal da Constituição Fe- Decretos 356 e 357 somente no ano de 1.991.
deral de 1.988, que tratou de separar o módulo do tema Trabalho Merece destaque o fato do parágrafo 6º do artigo 195 da Cons-
do módulo do tema Seguridade Social, e se encontra em uso na tituição Federal de 1.988, estabelecer em seu bojo, que as contri-
atualidade. Assim sendo, o Direito Previdenciário Brasileiro é consi- buições sociais com destino ao custeio da Seguridade Social, apenas
derado autônomo. entram em vigor após 90 dias da data da publicação da lei que as
Mesmo com a Constituição Federal tendo adotado a teoria au- houver instituído ou modificado.
tônoma em seu texto, a autonomia do Direito Previdenciário ain- • Eficácia no Espaço: Esse dispositivo faz referência ao terri-
da não encontrou pacificidade entre os doutrinadores, posto que tório em que a norma será aplicada. Aqui, vale registrar que em
alguns adotam o entendimento de que o surgimento do Direito consonância com as regras determinadas pelo Plano de Custeio e
Previdenciário ocorreu a partir da segmentação do Direito Admi- Benefícios e outras especificações referentes à matéria, a lei de Se-
nistrativo, devido à organização estatal da proteção social. Outros, guridade Social é aplicada em todo o território brasileiro e possui
já consideram o Direito Previdenciário como sendo uma evolução eficácia tanto para os cidadãos nacionais quanto para os estrangei-
do Direito do Trabalho. Além disso, registra-se que existe, também, ros que nele habitam.
a linha de doutrinadores que tratam o Direito Previdenciário como
ramo autônomo, desde o seu surgimento, tendo em vista que des- Hierarquia
de os tempos antigos, os conceitos e princípios previdenciários são Ocorrerá a hierarquia entre as normas, apenas quando a vali-
conhecidos, sendo alguns até de criação anteriores ao próprio Direi- dade de norma específica depender de outra norma superior, na
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
qual a primeira irá depender de forma completa da maneira de cria- terpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o objetivo
ção da norma superior como um todo. aspirado pelo legislador;
Pondera-se que a Constituição é hierarquicamente superior às 4) Forma sistemática: Aqui, a interpretação será dada ao dis-
demais normas, tendo em vista que o processo de validade destas positivo legal em consonância com a análise dos sistemas no qual
se encontra regulado pela primeira, no caso, a Constituição. Assim, está inserido, dando interpretação ao conjunto e não apenas a um
logo abaixo da Constituição Federal, encontram-se os demais pre- dispositivo de forma isolada;
ceitos legais com campos diversos, como: leis complementares, leis 5) Forma extensiva ou ampliativa: Atribui-se um sentido mais
ordinárias, decretos-lei, medidas provisórias, leis delegadas, decre- amplo para a norma que será interpretada de forma mais abrangen-
tos legislativos e também as resoluções. Vejamos o gráfico explica- te do que ele normalmente teria;
tivo: 6) Forma restritiva ou limitativa: Atribui-se um sentido mais
restrito e limitado à interpretação da norma jurídica;
7) Forma histórica: Aqui, o Direito advém de um processo evo-
lutivo por meio do qual existe a necessidade de analisar a evolução
histórica dos fatos com o pensamento do legislador à época da edi-
ção da lei, levando em conta sua exposição de mensagens, motivos,
dentre outros aspectos;
8) Forma autêntica: É executada pelo órgão que editou a nor-
ma e que irá declarar o seu real sentido, o seu alcance e o seu con-
teúdo por intermédio de outra norma jurídica. É também denomi-
nada interpretação legal ou legislativa.
Por fim, registra-se que no Direito da Seguridade Social, vigora
a aplicação da norma mais favorável ao segurado na interpretação
do texto do diploma legal, uma vez que esta aplicação na maioria
das vezes, é disciplinada pela própria lei.

Integração
Integração na Legislação Previdenciária, significa que o intér-
prete se encontra autorizado a agir de forma que possa suprir as
Assim sendo, infere-se que a norma superior é o fundamento lacunas existentes na norma jurídica através do uso sistemático de
de validade da norma imediatamente inferior, vindo a norma su- técnicas jurídicas. Estas técnicas são a analogia e a equidade, lem-
perior prevalecer sobre a norma inferior, conforme se demonstra brando que também podem ser utilizados os princípios gerais de
abaixo: Direito e a Doutrina de maneira geral. Vejamos as técnicas:
1º) Constituição Federal e emendas constitucionais; 1)Técnica da analogia: É aplicada a lei que possui o condão de
2º) Lei Complementar, lei ordinária, medida provisória, lei de- regular um caso semelhante, como por exemplo, o disposto no art.
legada, decretos legislativos, resoluções do Senado e tratados in- 40, § 4º da CFB/1.998 que dispõe:
ternacionais; § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-
3º) Decretos (são editados pelo Presidente da República); dos para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime
4º) Portarias (são expedidas pelo Ministro da Previdência ou de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
da Fazenda); complementares, os casos de servidores
5º) Outras normas internas da administração. Exemplos: ins- I - portadores de deficiência;
truções normativas, ordens de serviço, dentre outras. II - que exerçam atividades de risco;
Importante: III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
• Os tratados internacionais, via de regra, possuem status de que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
lei ordinária.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu- 2) Técnica da equidade: É utilizada tanto para amenizar quanto
manos aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois para humanizar o direito. O juiz, ou, outra autoridade equivalen-
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão te, quando autorizados a decidir por meio da equidade, aplicarão
equivalentes às emendas constitucionais (CFB/1.988, art. 5º, § 3º). a norma que estabeleceriam como se fossem o legislador da lei
• Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de em questão. A equidade relativa ao Direito Previdenciário pode ser
que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam exemplificada por meio do parágrafo único, inciso VI do art. 194
partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpre- da CFB/1.988, que dispõe que compete ao Poder Público, nos ter-
tados como lei especial. (Art. 85-A da Lei 8.212/91). mos da lei, organizar a seguridade social, com base em objetivos
específicos, sendo um deles a equidade na forma de participação
Interpretação no custeio.
Esta espécie de aplicação da norma previdenciária decorre da
análise da norma jurídica que irá ser aplicada aos casos concretos
de forma geral. São formas de interpretação da norma jurídica:
1) Forma gramatical ou literal (verba legis): Trata-se de norma
verificadora do sentido do texto gramatical da norma jurídica a ser
aplicada, por meio da qual, analisa-se o alcance das palavras obs-
truídas ou encerradas no texto da lei;
2) Forma lógica (mens legis): Estabelecedora de uma conexão
entre os vários textos legais que serão interpretados;
3) Forma teleológica ou finalística: Esta forma explica que a in-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do aos estrangeiros que tenham domicílio fixo no Brasil o ingresso
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. SEGURADOS a esse direito, desde que o trabalho tenha sido desenvolvido no
OBRIGATÓRIOS, FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO. CONCEITO, CA- Brasil, ou, ainda em repartições diplomáticas brasileiras no exterior.
RACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPRE-
GADO DOMÉSTICO, CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRA- Registra-se, que existe também a possibilidade de a pessoa físi-
BALHADOR AVULSO E SEGURADO ESPECIAL. SEGURADO ca ser reconhecida como segurado obrigatório do RGPS, caso exer-
FACULTATIVO: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, FILIAÇÃO E ça atividade trabalhista no exterior e a contratação seja realizada
INSCRIÇÃO. TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO REGIME em território brasileiro, ou, ainda em decorrência de tratados ou
GERAL acordos internacionais firmados pelo Brasil. É o que a Lei brasileira
chama de critério da extraterritorialidade em face da aplicação do
princípio da universalidade do atendimento àqueles que necessi-
Nos parâmetros do art. 12 e seus parágrafos da Lei n. 8.212, de tam de seguridade social.
1.991, e art. 11 e parágrafos da Lei n. 8.213, de 1991, é segurado Em relação ao disposto no art. 12 da Lei 8.212/1.991 e do art.
da Previdência Social de forma obrigatória, a pessoa física deten- 11 da Lei 8.213/1.991, afirma-se que são considerados segurados
tora do exercício de atividade remunerada, efetiva ou eventual, de obrigatórios da Previdência Social:
natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, seja a
título precário ou não, e, também aquele que a lei define como tal, Lei 8.212/1.991:
observadas, caso seja preciso, as exceções previstas no texto legal, Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as se-
ou, ainda, aquele que exerceu alguma das atividades retro mencio- guintes pessoas físicas:
nadas no período imediatamente anterior ao chamado “período de I - como empregado:
graça”. a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à em-
Além disso, considera-se também como segurado, o indivíduo presa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante
que, embora não exerça atividade remunerada, opta por se filiar de remuneração, inclusive como diretor empregado;
forma facultativa e espontânea à Previdência Social, vindo a contri- b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporá-
buir para o custeio das prestações sem se encontrar vinculado de rio, definida em legislação específica, presta serviço para atender
maneira obrigatória ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e per-
ou a qualquer outro regime previdenciário, nos parâmetros do art. manente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras em-
14 da Lei de Custeio e do art. 13 da Lei de Benefícios. presas;
Assim sendo, pondera-se que existem duas espécies de segura- c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
dos: os obrigatórios e os facultativos. para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empre-
sa nacional no exterior;
Segurados obrigatórios d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou
Pode-se conceituar como segurados obrigatórios, aqueles que a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subor-
possuem o dever de contribuir de forma compulsória para a Seguri- dinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o
dade Social e que possuem como direito, os benefícios pecuniários não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
que a lei assegura para a sua categoria. São exemplos de benefícios amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva mis-
desta categoria: as pensões, as aposentadorias, os auxílios, o salá- são diplomática ou repartição consular;
rio-família e o salário-maternidade, bem como os serviços de rea- e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em
bilitação profissional e serviço social, estando esses dois últimos, a organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil
encargo da Previdência Social. seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo
Ressalta-se que o requisito básico para que uma pessoa tenha se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
a condição de segurado do RGPS, nos termos do disposto no art. f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
12 da Lei n. 8º212/1.991 e do art. 11 da Lei n. 8.213/1.991, é o de para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exte-
ser pessoa física, tendo em vista que é inaceitável a existência de rior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira
segurado como pessoa jurídica. Ademais, o segundo requisito para de capital nacional;
ser segurado obrigatório é a prática do exercício de uma atividade g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vín-
laborativa, remunerada e lícita, posto que o exercício de atividade culo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial,
com objeto ilícito, não encontra respaldo ou proteção no Ordena- e Fundações Públicas Federais;
mento Jurídico Brasileiro.
Pondera-se que o segurado obrigatório deverá exercer pelo Lei 8.213/1991:
menos uma atividade remunerada, seja ela com vínculo emprega- Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as se-
tício, urbano, rural ou doméstico, e, também, que esta atividade guintes pessoas físicas:
esteja sob regime jurídico público estatutário, seja como trabalha- I - como empregado:
dor autônomo ou outro trabalho que possa ser a este equiparado, a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à em-
como trabalhador avulso, empresário ou segurado especial. Com presa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante
relação à atividade exercida, registra-se que ela pode tanto de na- remuneração, inclusive como diretor empregado;
tureza urbana como rural. b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporá-
É importante salientar que mesmo que o segurado exerça suas rio, definida em legislação específica, presta serviço para atender
atividades em outro país, nas condições acima, estará amparado à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e per-
pela Previdência Social, nas condições previstas em lei. manente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras em-
presas;
Importante: Independente da nacionalidade do indivíduo, este c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no
encontra amparo para a filiação ao RGPS, bem como pode se en- Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de
quadrar como segurado obrigatório, tendo em vista que é permiti- empresa nacional no exterior;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou Assim sendo, todo aquele que esteja exercendo de maneira si-
a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas su- multânea, mais de uma atividade remunerada que se encontre su-
bordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos jeita ao RGPS, é filiado de forma obrigatória em relação a cada uma
o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro desta atividades. Entretanto, uma exceção à filiação obrigatória que
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva mis- se trata da filiação do segurado facultativo, uma vez que ela não é
são diplomática ou repartição consular; advinda do exercício de atividade remunerada, levando em conta
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em que em regra, o segurado facultativo não é praticante do exercício
organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil de atividade remunerada. Assim, a filiação não ocorrerá de forma
seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo automática e o interessado deverá se manifestar para que possa se
se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; filiar. É o que afirma o art. 11, § 3º do RPS:
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil Art. 11. [...] § 3º. A filiação na qualidade de segurado facul-
para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exte- tativo representa ato volitivo, gerando efeito somente a partir da
rior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não
de capital nacional; permitindo o pagamento de contribuições relativas a competências
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vín- anteriores à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.
culo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, É a partir da filiação que o indivíduo pode ser considerado se-
e Fundações Públicas Federais. (Incluída pela Lei nº 8.647, de 1993) gurado e passa a ter direitos à proteção previdenciária, bem como
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou munici- a ter a obrigação de contribuir para o RGPS. No entanto, para isso,
pal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; existem alguns pré-requisitos básicos que merecem destaque. Ve-
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangei- jamos:
ro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime • 16 (dezesseis) anos, como regra geral;
próprio de previdência social; • 14 (quatorze) anos, desde que na condição de menor apren-
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou munici- diz (Constituição Federal art. 7º, XXXII e Decreto n. 3.048/1999, art.
pal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; 18, § 2º); e 18 (dezoito) anos para filiação como empregado do-
II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de méstico.
natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, Obs. importante>>> É vedada a contratação de menor de 18
em atividades sem fins lucrativos; (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico, nos parâ-
metros do disposto na Convenção no 182, de 1999, da Organização
Por fim, explicita-se que o reconhecimento do indivíduo como Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de
segurado do Regime de Previdência Social é uma condição funda- junho de 2008.
mental para que este possa usufruir dos direitos advindos de tal Porém, a idade mínima para filiação ao RGPS, sem especificar a
natureza. Entretanto, em se tratando das relações informais de tra- categoria de segurado é de 16 anos, exceto como menor aprendiz.
balho, nem sempre o trabalhador consegue demonstrar de forma Assim, caso não seja trabalhador doméstico, a idade mínima para se
eficaz e inequívoca tal qualidade. No entanto, nas situações por filiar, é de 16 anos, e, sendo doméstico, 18 anos de idade.
meio das quais o indivíduo necessitar comprovar sua condição de
trabalhador mediante os procedimentos administrativos ou judi- No condizente à inscrição do segurado, afirma-se que se trata
ciais pertinentes, tais situações não são aceitas como impedimen- de um ato formal por intermédio do qual o segurado é cadastrado
to para que este requeira seus benefícios, sendo inadmissível que no RGPS, vindo a ocorrer após a filiação, salvo quanto ao segura-
o cidadão seja impedido de ter acesso às prestações, ou seja, de do facultativo, posto que para este, a inscrição ocorre de maneira
forma permanente, por não possuir condições de demonstrar de anterior à filiação. O art. 18 do RPS, é claro em relação ao assunto.
forma imediata, ou apresentar sua carteira de trabalho assinada, Vejamos:
como acontece sempre com frequência. Por isso, terá o indivíduo, Art. 18. Considera-se inscrição de segurado para os efeitos da
o direito de requerer o que entender de direito, tendo garantido o previdência social o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS,
direito de provar sua condição de segurado, caso seja preciso. por meio da comprovação dos dados pessoais, da seguinte forma:
I – empregado – pelo empregador, por meio da formalização do
Filiação e inscrição contrato de trabalho e, a partir da obrigatoriedade do uso do Siste-
Conceitua-se filiação, o início da relação jurídica que existe ma de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias
entre o segurado e o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). e Trabalhistas – eSocial, instituído pelo Decreto n. 8.373, de 11 de
Afirma-se que de modo geral e, via de regra, a filiação é uma de- dezembro de 2014, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio
corrência automática do exercício de atividade remunerada do tra- do registro contratual eletrônico realizado nesse Sistema;
balhador. Assim, denota-se que a filiação acontece no momento no II – trabalhador avulso – pelo cadastramento e pelo registro
qual o empregador faz o registro na CTPS do empregado por meio no órgão gestor de mão de obra, no caso de trabalhador portuário,
do contrato de trabalho pactuado entre ambos. ou no sindicato, no caso de trabalhador não portuário, e a partir
Registra-se que a filiação não é dependente de manifestação da obrigatoriedade do uso do e Social, ou do sistema que venha
de vontade, tendo em vista que o segurado obrigatório não possui o a substituí-lo, por meio do cadastramento e do registro eletrônico
direito de optar ou não por ser filiado à Previdência Social, uma vez realizado nesse Sistema;
que ela ocorre de forma compulsória, como ordena o caput do art. III – empregado doméstico – pelo empregador, por meio do re-
201 da Constituição Federal Brasileira de 1.988. Vejamos: gistro contratual eletrônico realizado no e Social;
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do IV – contribuinte individual:
Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de fi- a) por ato próprio, por meio do cadastramento de informações
liação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio para identificação e reconhecimento da atividade, hipótese em que
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei a [...]. o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderá solicitar a apre-
sentação de documento que comprove o exercício da atividade de-
clarada;
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b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica a quem Outra característica marcante da Previdência Social, é o fato de
preste serviço, no caso de cooperados ou contratados, respectiva- esta, ao inverso do que acontece com a saúde e a assistência social,
mente, se ainda não inscritos no RGPS; e adotar sistema de caráter contributivo e obrigatório, motivo pelo
c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal do Empre- qual, somente quem para ela contribui e atende às condições pre-
endedor; vistas em lei pode auferir dos benefícios previstos.
V – segurado especial – preferencialmente, pelo titular do gru- A Previdência Social, abrange, dentre outros fatores, aos se-
po familiar que se enquadre em uma das condições previstas no in- guintes benefícios concedidos ao trabalhador:
ciso VII do caput do art. 9º, hipótese em que o INSS poderá solicitar 1. Salário-maternidade: É direito de quem dá à luz ou adota
a apresentação de documento que comprove o exercício da ativida- uma criança. Em se tratando das trabalhadoras de empresas priva-
de declarada, observado o disposto no art. 19-D; e das, o valor deverá ser pelo empregador, por se tratar de direito tra-
VI – segurado facultativo – por ato próprio, por meio do cadas- balhista. O INSS, porém, fica responsável pelo pagamento de MEIs
tramento de informações pessoais que permitam a sua identifica- para as empregadas domésticas e outros contribuintes que adotam.
ção, desde que não exerça atividade que o enquadre na categoria 2. Auxílio-doença: É atribuído ao contribuinte que se encontrar
de segurado obrigatório. temporariamente incapacitado para o trabalho por motivos de do-
§ 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de ença ou por acidente. Para que receba esse benefício, o contribuin-
uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência te deverá por perícia médica, e, caso se comprove a necessidade
Social será obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma delas. do benefício, o empregador deverá arcar com os primeiros 15 dias
[...] de afastamento, ficando o INSS responsável pelo restante do paga-
§ 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscri- mento.
ção post mortem do segurado especial. 3. Auxílio-reclusão: Fornece suporte para a família do contri-
§ 5º-B Não será admitida a inscrição post mortem de segurado buinte que se encontrar privado de sua liberdade. Para fazer jus ao
contribuinte individual e nem de segurado facultativo. auxílio, é necessário que o preso seja contribuinte do INSS e com-
§ 6º A comprovação dos dados pessoais e de outros elementos provar sua última renda com um valor pecuniário igual ou inferior
necessários e úteis à caracterização do segurado poderá ser exigida ao estabelecido pela previdência. Quem recebe o valor são os seus
pelo INSS, a qualquer tempo, para fins de atualização cadastral, in- dependentes, sendo que o tempo de sua duração pode variar de
clusive para a concessão de benefício. acordo com a idade do indivíduo, bem com o tempo total de contri-
buição feito por ele.
Ante o exposto, depreende-se que a inscrição ocorre median- 4. Pensão por morte: é concedida aos dependentes do segura-
te o registro contratual eletrônico realizado no sistema, sendo por do que vier a óbito. Estão aptos, segundo a lei para receber esse be-
isso, um ato formal que ocorre após a filiação. A filiação ocorre no nefício: o cônjuge ou companheiro; os filhos e enteados com menos
momento do ato da assinatura da CTPS, já a inscrição, ocorre com o de 21 anos; os pais com dependência econômica; e os irmãos com
registro do contrato no sistema. menos de 21 anos e economicamente dependentes.
5. Benefícios assistenciais: São benefícios definidos por legis-
Importante: caso o segurado seja exercente de mais de uma lações específicas, como o benefício assistencial ao idoso ou à pes-
atividade remunerada, ele será inscrito em relação a ambas, tendo soa com deficiência. Existe ainda, a pensão especial em virtude de
o dever de contribuir sobre os rendimentos de ambas. O mesmo hanseníase, o seguro para pescador artesanal, a pensão especial da
vale para a filiação, conforme previsão do art. 11, § 2º da LBPS. síndrome da Talidomida, etc.
E, mais: Via de regra, a inscrição deverá ocorrerá após a filia- Pondera-se que os segurados obrigatórios podem ser classifi-
ção, salvo para o segurado facultativo, cuja filiação requer a inscri- cados em:
ção e o pagamento da primeira contribuição previdenciária.
Empregado
Conceito, características e abrangência: empregado, emprega- Nos ditames do art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho,
do doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segura- (CLT), empregado é a pessoa física que presta serviços de natureza
do especial não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante o
Conceito, Características e abrangência recebimento de salário.
De antemão, podemos conceituar a previdência social, ou Re- Porém, em se tratando do conceito de empregado adotado
gime Geral de Previdência Social (RGPS), como sendo um seguro pela Legislação do RGPS, pondera-se que alcança ao trabalhador
público que garante renda para os trabalhadores na aposentadoria urbano e ao rural que se encontrem submetidos a contrato de tra-
para a manutenção de sua subsistência, ou de seus dependentes. balho, cujos requisitos são: ser pessoa física e realizar o trabalho de
A Previdência Social possui como função, substituir a renda do forma personalíssima; prestar serviço de natureza não eventual; ter
segurado quando ele não se encontra mais capacitado para traba- o objetivo de receber salário pelo serviço prestado; trabalhar sob
lhar, tanto em situações de doença quanto por idade avançada, ma- subordinação do empregador.
ternidade, ou, nos casos de riscos sociais como acidente e prisão. Na relação de emprego, conforme os parâmetros legais, o tra-
A Previdência Social pode ser caracterizada principalmente balhador possui o acesso a todos os direitos trabalhistas, tais como
pela contribuição mensal a que se encontra o segurado incumbido por exemplo, a anotação do registro na Carteira do Trabalho, FGTS,
de realizar mensalmente para ter direito à proteção, sendo desta 13° salário e férias, dentre outros.
forma o segurado obrigado a contribuir é contribuir mensalmente Registra-se que para ser reconhecido como serviço prestado,
com o INSS, sendo que o valor será descontado em folha de pa- não é preciso que as atividades diárias do empregado sejam prati-
gamento para os segurados assalariados. Já em relação aos segu- cadas de forma diária, tendo em vista que a prestação de serviços
rados facultativos, eles não precisam recolher o INSS, mas podem em caráter eventual também possui vínculo com o empregador,
recolher de maneira facultativa para preservar os direitos previden- bastando, para isso que haja a configuração da relação de emprego,
ciários que lhes são pertinentes, como pensões, aposentadorias e bem como que a relação trabalhista não tenha sido eventual.
auxílio-doença. Movimentando um conflito relativo à ótica previdenciária, a Lei
nº. 13.467/2.017, prevê o “trabalho intermitente”, justamente por
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haver a preservação da qualidade de segurado desses trabalhado- subordinação e relação entre patrão e empregado. Assim, a simples
res como um todo. Entretanto, com previsão legal nos arts. 443 e prestação de favor, não encontra respaldo legal de vínculo domés-
452-A da referida lei, existe a hipótese conceituada no § 3° do art. tico.
443. Vejamos: Dado o conceito disposto pela Lei Complementar n. 150/2.015,
[...] §3º - Considera-se como intermitente e o contrato de tra- adotado pelo RGPS, registra-se por fim, que permanecem em vigor
balho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é os dispositivos da LBPS ou LOCSS que definem de forma clara essa
contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de categoria de segurados. Assim, desde que sejam preenchidos os re-
serviços e inatividade, determinados em horas, dias ou meses, inde- quisitos supra mencionados, aduz-se que podem ser empregados
pendentemente do tipo de atividade do empregado e do emprega- domésticos, além dos faxineiros, os jardineiros, os cozinheiros, os
dor, exceto para aeronautas, regidos por legislação própria. motoristas e os caseiros.
Vale ressaltar com grande importância, que a Constituição Fe-
deral Brasileira de 1.988 trouxe em seu bojo, a equiparação dos Contribuinte individual
direitos trabalhistas e previdenciários de trabalhadores rurais aos Esse tipo de segurado, se refere à pessoa que trabalha na pres-
dos urbanos, sendo que entre eles, se destacou a extensão do FGTS tação de serviços de natureza eventual para empresas, sem possuir
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Entretanto, houve, nesse com estas vínculo empregatício, ou seja, trabalha por conta própria,
período, lapso do prazo prescricional que só passou por equipara- vindo desta maneira a recolher de modo individual suas contribui-
ção após a aprovação da Emenda Constitucional 28/2000. ções.
Por fim, com ressalva às igualdades trazidas pela Constituição, Em tempos remotos, esta categoria de segurados era conhe-
deve-se aplicar ao trabalhador rural os dispositivos legais contidos cida como trabalhador autônomo, porém, na contemporaneidade,
da Lei 5.889/1.973 e do Decreto 73.626/1974, que foram criados seguindo a análise do art. 11 da Lei nº 8.213 /1.991, é conhecida
para regulamentar as relações individuais e coletivas de trabalho como contribuinte individual. Vejamos o que dispõe o art. 11 da
rural, nas particularidades relativas ao trabalho executado por esse referida lei:
trabalhador. Art. 11 - São segurados obrigatórios da Previdência Social as
seguintes pessoas físicas:
Empregado Doméstico [...] V – como contribuinte individual:
Dispõe o inciso II do art. 11 da LBPS: a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as se- agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou tempo-
guintes pessoas físicas: [...] rário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em
II – como empregado doméstico: aquele que presta serviço de área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pes-
natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, queira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos;
em atividades sem fins lucrativos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9º e 10 deste artigo;
Desta forma, em entendimento ao dispositivo citado acima, o b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade
trabalho deve se dar na residência do empregador e em atividade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente ou tempo-
sem fins lucrativos. rário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o
O conceito de empregado doméstico abrange diversos requi- auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de
sitos, tais como: serviço de natureza contínua, por meio do qual é forma não contínua;
preciso que o trabalho seja habitual e frequente. Desta forma, uma c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de
faxineira que é contratada sem os requisitos mencionados acima, vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;
não é considerada empregada doméstica. d) (Revogado pela Lei n. 9.876, de 26.11.1999);
Em relação à diarista, o judiciário firmou o entendimento de e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo ofi-
que o trabalho executado por ela, se for prestado com habituali- cial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá
dade a partir de três dias por semana, configura relação e vínculo domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio
empregatício, o que faria da diarista, uma empregada doméstica. de previdência social;
Importante: Se uma diarista atender em uma mesma residên- f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não
cia até dois dias por semana, ela não é considerada doméstica. empregado e o membro de conselho de administração de sociedade
Porém, se atender a partir de três dias, é considerada empregada anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o
doméstica. sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho
Com o objetivo de regulamentar a PEC das Domésticas, a Lei em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de
Complementar nº 150/2.015 trouxe em seu art. 1º uma definição direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer na-
mais detalhada dessa figura. Vejamos o que determina o art. 1º tureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito
desta lei: para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam
Art. 1º - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele remuneração;
que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pes- De antemão, em suma, merecem destaque alguns pontos im-
soal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito portantes das alíneas citadas acima. Sendo que com fulcro na re-
residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se dação da alínea “a”, depreende-se que são requisitos importantes
o disposto nesta Lei. Parágrafo único. É vedada a contratação de para a classificação como contribuinte individual, a extensão da
menor de 18 (dezoito)anos para desempenho de trabalho domés- propriedade rural e o auxílio de empregados/prepostos. Ressalta-se
tico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da Organização também, que o cônjuge ou companheiro mencionado do produtor
Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de rural a que se refere a alínea, também é classificado como segurado
junho de 2008. obrigatório como contribuinte individual, desde que mantenha sua
Compreende-se em interpretação ao art. 1º, que se encon- participação na atividade rural.
tram presentes os requisitos de serviço contínuo, sem finalidade Merece destaque também, a alínea “e”, que afirma que se o
lucrativa, no âmbito residencial de pessoa ou família. Entretanto, o segurado trabalhar para organismo oficial internacional, será con-
legislador complementar acrescentou a esse rol, a necessidade de siderado contribuinte individual. Porém, se trabalhar para a União
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em organismo oficial internacional, será considerado empregado. 10. o classificador, o movimentador e o empacotador de mer-
Assim, entende-se que aquele que trabalha para a União e não pos- cadorias em portos; e
sui amparo por regime próprio de previdência, é considerado como b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral,
segurado do RGPS como empregado. nos termos do disposto na Lei n. 12.023, de 27 de agosto de 2009,
Abaixo, com o objetivo de melhor fixação e entendimento, com em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, com inter-
base na alínea “e”, vejamos uma das hipóteses de enquadramento mediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo
como segurado empregado: ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de:
1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados,
e) o brasileiro civil que trabalha costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto,
para a União, no exterior, em organis- posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação de car-
mos oficiais brasileiros ou internacionais ga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamen-
EMPREGADO dos quais o Brasil seja membro efetivo, to, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de va-
ainda que lá domiciliado e contratado, gões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha
salvo se segurado na forma da legislação em secadores e caldeiras;
vigente do país do domicílio; 2. operação de equipamentos de carga e descarga; e
3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou
e) o brasileiro civil que trabalha no à sua continuidade.
exterior para organismo oficial interna- Ante a exposição de lei acima, aduz-se que existem diferenças
CONTRIBUINTE cional do qual o Brasil é membro efetivo, entre o contribuinte individual e avulso, que se trata da necessidade
INDIVIDUAL ainda que lá domiciliado e contratado, de intermediação do órgão gestor de mão de obra, ou do sindicato
salvo quando coberto por regime pró- específico da categoria e, caso não haja esta intermediação, resul-
prio de previdência social; taria em um contribuinte individual. Ressalta-se, ainda, que o fato
de não existir vínculo empregatício, também se faz indispensável,
Trabalhador avulso tendo em vista que caso haja contrato de trabalho, teremos o que
É considerado trabalhador avulso, seja ele sindicalizado, ou caracteriza um empregado.
não, aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural para di-
versas empresas, ou, entes equiparados, desde que não haja víncu- Segurado especial
lo empregatício, mas que haja intermediação de forma obrigatória Estabelecida a partir da redação do art. 195, § 8º, da Consti-
do órgão gestor de mão de obra, nos parâmetros do determinado tuição Federal Brasileira, esta categoria enseja a determinação ao
na Lei n. 12.815/2.013, ou, ainda, do sindicato da categoria espe- legislador para que aplique tratamento diferenciado para os traba-
cífica. lhadores que, laborando por conta própria em sistema de economia
O inciso VI do art. 11 da LBPS, aduz que: familiar, consigam retirar seu sustento por meio das pequenas pro-
Art. 11 - São segurados obrigatórios da Previdência Social as duções de trabalho.
seguintes pessoas físicas: [...] Registra-se que o retro mencionado dispositivo constitucional,
VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empre- ordena que a base de cálculo das contribuições à Seguridade Social
sas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural do segurado especial seja o produto da comercialização daquilo que
definidos no Regulamento; ele produziu, vindo a criar, desta forma, uma regra diferente para a
Em interpretação ao retro mencionado inciso, entende-se que participação no custeio como um todo. Isso acontece pelo fato des-
a prestação de serviços sem a existência de vínculo empregatício ses segurados realizarem atividades instáveis durante o ano, como
é uma atividade que possui o condão de identificar o contribuinte nos períodos de temporadas de pesca, colheitas de safras, dentre
individual, desde que sejam definidos no Regulamento, fato que fa- outros aspectos.
cilita para que se defina se o trabalhador é avulso, ou não. De acordo com a nova redação conferida ao art. 11, VII da Lei n.
Já o art. 9º da LBPS, dispõe: 8.213/1991 considera-se segurado especial:
Art. 9º - São segurados obrigatórios da previdência social as Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as se-
seguintes pessoas físicas: [...] guintes pessoas físicas: [...]
VI – como trabalhador avulso – aquele que: a) sindicalizado ou VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imó-
não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas empre- vel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, indi-
sas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação vidualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o
obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto auxílio eventual de terceiros, na condição de:
na Lei n. 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do sindicato da catego- a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assen-
ria, assim considerados: tado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário
1. o trabalhador que exerça atividade portuária de capatazia, rurais, que explore atividade:
estiva, conferência e conserto de carga e vigilância de embarcação
e bloco; 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer nature- 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas ativi-
za, inclusive carvão e minério; dades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei n. 9.985,
3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e des- de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio
carga de navios); de vida;
4. o amarrador de embarcação; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pes-
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares; ca profissão habitual ou principal meio de vida; e
6. o trabalhador na indústria de extração de sal; c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (de-
7. o carregador de bagagem em porto; zesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que
8. o prático de barra em porto; tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, tra-
9. o guindasteiro; e balhem com o grupo familiar respectivo.
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São consideradas similares as atividades a de pescador artesa- Vejamos:
nal, o caranguejeiro, o mariscador, o pescador de tartarugas, dentre Súmula 41 - “A circunstância de um dos integrantes do núcleo
outras pertinentes. familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a
descaracterização do trabalhador rural como segurado especial,
Ressalta-se que em consonância com as definições das conco- condição que deve ser analisada no caso concreto”.
mitantes Instruções Normativas expedidas pelo INSS em questão Segurado facultativo: conceito, características, filiação e ins-
de procedimentos nas linhas de Benefícios e Arrecadação, são con- crição
siderados: Conceito e características
I – produtor: aquele que, proprietário ou não, desenvolve ati- Trata-se o segurado facultativo da pessoa que se encontrando
vidade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, por conta própria, em situação que a lei a desconsiderar como segurado obrigatório,
individualmente ou em regime de economia familiar; optar por contribuir para a Previdência Social. Pondera-se que de-
II – parceiro: aquele que, comprovadamente, tem contrato de verá ter mais de 16 anos, conforme exige o Decreto n. 3.048/99,
parceria com o proprietário da terra ou detentor da posse e desen- bem como que não poderá estar filiado ou inscrito a nenhum outro
volve atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando regime de Previdência, segundo a determinação do art. 11, § 2º do
o lucro conforme o ajuste; Regulamento.
III – meeiro: aquele que, comprovadamente, tem contrato com Vejamos o que dispõe o art. 11 do Decreto nº. 3.048/1.999,
o proprietário da terra ou detentor da posse e da mesma forma que aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras pro-
exerce atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, dividindo vidências:
os rendimentos auferidos; Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de
IV – arrendatário: aquele que, comprovadamente, utiliza a ter- idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante
ra, mediante pagamento de aluguel, em espécie ou in natura, ao contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo
proprietário do imóvel rural, para desenvolver atividade agrícola, atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório
pastoril ou hortifrutigranjeira, individualmente ou em regime de da previdência social.
economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada de Assim, percebe-se que a filiação ao RGPS somente é permitida
qualquer espécie; a partir dos 16 anos, com exceção do menor aprendiz, que possui a
V – comodatário: aquele que, comprovadamente, explora a ter- opção de ser filiado a partir dos 14 anos de idade.
ra pertencente a outra pessoa, por empréstimo gratuito, por tempo Dispõe o art. 11 do Decreto nº 3.048/1.999:
determinado ou não, para desenvolver atividade agrícola, pastoril Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de
ou hortifrutigranjeira; idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante
VI – condômino: aquele que se qualifica individualmente como contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo
explorador de áreas de propriedades definidas em percentuais; atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório
VII – pescador artesanal ou assemelhado: aquele que, indivi- da previdência social.
dualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua § 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros:
profissão habitual ou meio principal de vida, desde que: I - aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho domés-
a) não utilize embarcação; tico no âmbito de sua residência; (Redação dada pelo Decreto nº
b) utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bru- 10.410, de 2020).
ta, ainda que com auxílio de parceiro; II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;
c) na condição, exclusiva, de parceiro outorgado, utilize embar- III - o estudante;
cação de até dez toneladas de arqueação bruta; IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no
VIII – mariscador: aquele que, sem utilizar embarcação pes- exterior;
queira, exerce atividade de captura ou de extração de elementos V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdên-
animais ou vegetais que tenham na água seu meio normal ou mais cia social;
frequente de vida, na beira do mar, no rio ou na lagoa; VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da
IX – índios em via de integração ou isolado: aqueles que, não Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a
podendo exercer diretamente seus direitos, são tutelados pelo ór- qualquer regime de previdência social;
gão regional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). VII - o estagiário que preste serviços a empresa nos termos do
Importante: Em decorrência da decisão proferida nos autos da disposto na Lei nº 11.788, de 2008; (Redação dada pelo Decreto nº
Ação Civil Pública n. 2008.71.00.024546-2/RS14, o INSS passou a 10.410, de 2020).
considerar como segurado especial o índio devidamente reconhe- VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa,
cido pela FUNAI, bem como o artesão que utilize matéria-prima ad- curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado,
vinda de extrativismo vegetal, não importando a localidade onde no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer
morem ou realizem suas atividades, se tornando sem relevância a regime de previdência social;
definição de indígena aldeado, índio isolado ou índio integrado, ín- IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem es-
dio em vias de integração, dentre outras pertinências, desde que teja vinculado a qualquer regime de previdência social; (Redação
estes estejam exercendo suas atividades rurais em sistema de eco- dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009)
nomia familiar, vindo a comprovar que essas atividades são o seu X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior; (Redação
principal meio de sustento próprio e de seus dependentes. dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou se-
Por fim, é importante destacar também, que serão considera- mi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da
dos segurados especiais aqueles que integram a entidade familiar unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermedia-
que exerçam a atividade rural, porém, o motivo de algum dos in- ção da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce ati-
tegrantes não realizar o trabalho em sistema de economia familiar, vidade artesanal por conta própria. (Incluído pelo Decreto nº 7.054,
não descaracteriza a condição dos demais familiares. É o que dispõe de 2009)
Súmula nº 41 da TNU (Turma Nacional de Uniformização). XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado a regime
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próprio de previdência social ou não enquadrado em uma das hi- sem emprego, podendo ser efetivada após a inscrição e o recolhi-
póteses previstas no art. 9º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de mento da primeira contribuição.
2020).
Importantes: A dona de casa que não contribui para o INSS não Em relação à inscrição, poderão se inscrever, cidadãos que não
é considerada uma segurada facultativa. Mas, caso opte por iniciar exerçam atividade remunerada, como desempregados, donas de
suas contribuições, poderá vir a ser. casa, estudantes, dentre outras categorias. A inscrição deverá ser
— O estudante não praticante de qualquer atividade de vin- feita na Previdência Social na categoria de segurado facultativo. Re-
culação obrigatória, caso venha a se inscrever como facultativo e alizada a inscrição, mediante contribuição, o segurado terá por lei,
iniciar as suas contribuições, passará a ser considerado facultativo. garantidos alguns direitos, como o auxílio-doença, o salário-mater-
Entretanto, se ele exercer atividade remunerada, será um contri- nidade, aposentadoria, dentre outros.
buinte individual. Pondera-se que segurado facultativo poderá contribuir de duas
— Aquele que se encontra preso e que não exerce atividade maneiras, sendo que a primeira, seria pelo plano normal, que con-
remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdên- cede direito a todos os benefícios previdenciários; e, a segunda,
cia social, poderá se inscrever como segurado facultativo. seria por meio da contribuição pelo Plano Simplificado, por meio
da qual, o segurado possuirá o direito a todos os benefícios da Pre-
Filiação e inscrição vidência Social, salvo à aposentadoria por tempo de contribuição.
Admite-se a filiação na qualidade de segurado facultativo das Importantes: Art. 11 do Decreto-lei nº. 3.048/1.999:
pessoas físicas que não exerçam nenhum tipo de atividade remu- § 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social,
nerada, desde que não sejam participantes de regime próprio de na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de
previdência social, dentre outros: regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afasta-
a) da dona de casa; mento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição,
b) do síndico de condomínio, desde que não remunerado; contribuição ao respectivo regime próprio.
c) do estudante; § 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo represen-
d) do brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no ta ato volitivo, gerando efeito somente a partir da inscrição e do
exterior; primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o
e) daquele que deixou de ser segurado obrigatório da Previdên- pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à
cia Social; data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.
f) do membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei § 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá
nº 8.069, de 1990, quando não remunerado e desde que não esteja recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda
vinculado a qualquer regime de Previdência Social; da qualidade de segurado, conforme o disposto no inciso VI do art.
g) do bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, de 13.
acordo com a Lei nº 11.788, de 2008;
h) do bolsista que se dedica em tempo integral à pesquisa, cur- Trabalhadores excluídos do Regime Geral
so de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Se encaixam nesta categoria, os cidadãos que não exercem ati-
Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer re- vidade remunerada que faz com que sejam segurados obrigatórios,
gime de Previdência Social; e optaram por não efetuar recolhimentos como segurados faculta-
i) do presidiário que não exerce atividade remunerada nem es- tivos. Pondera-se que esta categoria não foi excluída do RGPS, po-
teja vinculado a qualquer regime de Previdência Social; rém, optou por não participar dele.
j) do brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se fi- Assim sendo, registra-se que excluídos do RGPS e impedidos
liado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha de nele ingressar, são os servidores públicos civis da União, dos Es-
acordo internacional; tados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que participam
k) do segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semia- de regime próprio de previdência, incluindo nesta categoria, os mi-
berto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unida- litares.
de penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da Desta forma, vejamos o que determina o art. 12 da LBPS:
organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar
artesanal por conta própria; e da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem
l) do beneficiário de auxílio-acidente ou de auxílio suplementar, como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do
desde que simultaneamente não esteja exercendo atividade que o Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, des-
filie obrigatoriamente ao RGPS. de que amparados por regime próprio de previdência social.
Registra-se que o segurado afastado temporariamente de suas § 1º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitan-
atividades, poderá fazer contribuição como segurado facultativo, temente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de
desde que não esteja recebendo remuneração no período de afas- Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação
tamento e não esteja exercendo outra atividade que o torne vin- a essas atividades.
culado ao RGPS ou a regime próprio. Um exemplo disso, é o caso § 2º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime pró-
de um empregado que esteja com o contrato de trabalho para a prio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou
realização de curso de capacitação profissional, como por exemplo, entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa
os professores que fazem cursos de mestrado ou doutorado no país condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedeci-
ou até mesmo foram do território nacional. das as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição.
Importantes: Na condição de segurado facultativo em ato vo- Por fim, aduz-se que essa exclusão ocorre em relação ao exer-
litivo, filiação é um ato que gera efeitos após realizada a inscrição e cício do cargo público civil ou militar. Assim, caso o servidor público
o primeiro recolhimento, ato que não permite retroagir e também civil ou militar venha a exercer outra atividade que o encaixe como
não permite o pagamento de contribuições relacionadas a compe- segurado obrigatório, ele deverá participar do RGPS em virtude des-
tências anteriores à data da inscrição. se trabalho, nos parâmetros art. 12, § 1º da LBPS.
— A filiação facultativa é permitida aos maiores de 16 anos e
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVI- Assim sendo, em resumo, temos:
DENCIÁRIO
SÃO EQUIPARADOS A EMPRESA
O contribuinte individual e a pessoa física na condição de
Quando se fala na expressão “empresa”, a primeira ideia que proprietário ou dono de obra de construção civil, em relação a
se tem, é em relação ao conceito na seara cível. De acordo com o segurado que lhe presta serviços.
ilustre civilista Fábio Ulhôa Coelho, empresa é uma atividade eco- A cooperativa, a associação ou a entidade eivada de qual-
nômica organizada para a produção ou circulação de bens ou servi- quer natureza ou finalidade, estando inclusa a missão diplomáti-
ços. Entretanto, na seara previdenciária, o conceito de empresa se ca e a Repartição Consular de carreiras estrangeiras.
mostra um pouco mais amplo.
Obs. Todos esses entes acima citados, se encontram sujeitos
A lei de Planos de Benefícios da Previdência Social, Lei nº.
às mesmas obrigações previdenciárias das empresas de modo
8.213/1.991, (LBPS), regula a matéria pertinente ao assunto, bem
geral.
como dispõe sobre outras providências, incluindo o conceito de
empregador doméstico como um todo. Vejamos o disposto no art.
Ante o exposto, pode-se citar como exemplo, um mestre-de-o-
15 do referido diploma legal:
bras que trabalha por conta própria como contribuinte individual,
Art. 15 . Consideram-se:
sendo que nesse caso, será considerado, como uma empresa no
I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco
que condiz aos fins previdenciários, em relação ao auxiliar de pe-
de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não,
dreiro, sendo que as respostas e consequências dessa regra se en-
bem como os órgãos e entidades da administração pública direta,
contram relacionadas com a parte de custeio previdenciário.
indireta ou fundacional;
II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a
seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. RECEITAS DA
UNIÃO. RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS SE-
Percebe-se que no âmbito do Direito Previdenciário, o conceito GURADOS, DAS EMPRESAS, DO EMPREGADOR DOMÉS-
de empresa abrange, além da questão de ser uma firma ou uma so- TICO, DO PRODUTOR RURAL, DO CLUBE DE FUTEBOL
ciedade que assume o risco de atividade econômica, o alcance aos PROFISSIONAL, SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE
órgãos e entidades da Administração Pública direta, indireta bem PROGNÓSTICOS, RECEITAS DE OUTRAS FONTES. SALÁRIO
como da fundacional. DE CONTRIBUIÇÃO. CONCEITO. PARCELAS INTEGRANTES E
Em relação ao empregador doméstico, registra-se que este PARCELAS NÃO INTEGRANTES. LIMITES MÍNIMO E MÁXI-
possui como atributo principal e marcante a não existência de finali- MO. CONTRIBUIÇÕES INFERIORES AO SALÁRIO MÍNIMO E
dade lucrativa. Vejamos o conceito legal devidamente paramentado COMPLEMENTAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES. REAJUSTAMEN-
pelo art. 15 da LOCSS da Lei n. 8.212/1991: TO. ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUI-
Art. 15. Considera-se: ÇÕES DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL. COMPETÊN-
I – empresa – a firma individual ou sociedade que assume o CIA DO INSS E DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO
risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos BRASIL. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA E DEMAIS CONTRI-
ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública BUINTES. PRAZO DE RECOLHIMENTO. RECOLHIMEN-
direta, indireta e fundacional; TO FORA DO PRAZO: JUROS, MULTA E ATUALIZA-
II – empregador doméstico – a pessoa ou família que admite a ÇÃO MONETÁRIA
seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos
desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física na condição de
Com previsão no art. 195 da CFB/1.988, o financiamento da
proprietário ou dono de obra de construção civil, em relação a segu-
Seguridade Social é conceituado como um dever de modo geral,
rado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação
imposto à toda a sociedade, seja de maneira direta ou indireta, me-
ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplo-
diante recursos advindos dos orçamentos da União, dos Estados, do
mática e a repartição consular de carreira estrangeiras. (Redação
Distrito Federal, dos Municípios e também das contribuições sociais
dada pela Lei nº 13.202, de 2015).
de forma geral.
Ressalta-se que o disposto por lei, trata-se da regra geral. En-
Ressalta-se, que o estilo de financiamento da Seguridade So-
tretanto, pondera-se que existe a situação daqueles que são equi-
cial disposto na Constituição Federal foi feito com base no sistema
parados à empresa, que são o contribuinte individual e a pessoa
contributivo, tendo por esse motivo, o Poder Público marcante par-
física na condição de proprietário ou dono de obra de construção
ticipação no orçamento da Seguridade, sob a preeminente entrega
civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, a cooperativa,
de recursos advindos dos orçamentos tanto da União, quanto dos
a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a
demais entes da Federação, com o fito de cobrir eventuais insufi-
missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.
ciências do sistema, e, de ainda, fazer frente às diversas despesas
Deve-se, no entanto, levar em conta que todos esses entes se en-
decorrentes de seus próprios encargos previdenciários, recursos
contram sujeitos às mesmas obrigações previdenciárias das empre-
humanos e também dos materiais empregados como um todo.
sas de modo geral no território pátrio.
Com receita própria, pondera-se que o orçamento da Seguri-
dade Social não se confunde com a receita tributária federal, que
se trata daquela que possui destino unicamente para as prestações
da Seguridade Social nas searas da Saúde Pública, da Previdência
Social e da Assistência Social, com as devidas obediências à LDO (Lei
de Diretrizes Orçamentárias). Por esse motivo, deverá o orçamento
ser objeto de deliberação conjunta entre os órgãos competentes

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
que são os seguintes: Conselho Nacional de Previdência Social, Con- normas especiais relacionadas às contribuições para a Seguridade
selho Nacional de Assistência Social e Conselho Nacional de Saúde. Social Brasileira.
A título de conhecimento, prevaleceu na doutrina e na jurispru-
Importante: A gestão dos recursos é descentralizada por área dência tributárias a teoria da tripartição, por meio da qual os tribu-
de atuação. tos eram divididos em impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Na contemporaneidade, esta teoria ainda é defendida por parte da
Receita da União doutrina, mas, atualmente a maior parte da doutrina adota a teoria
De antemão, registra-se que a Seguridade Social deverá ser fi- pentapartida, que se divide os tributos: em impostos empréstimos
nanciada por meio de toda a sociedade, nos termos do art. 195, compulsórios (art. 148 da CFB/1.988), taxas, contribuições de me-
caput da CFB/1.988, devendo tal financiamento ocorrer de forma lhoria (art. 145 da Constituição) e contribuições especiais (artigos
direta e indireta, nos termos legais, com recursos advindos dos or- 149 e 149-A da CFB/1.988). Além disso a teoria pentapartida tam-
çamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- bém se trata da teoria adotada pelo STF (Supremo Tribunal Fede-
pios, bem como das contribuições sociais de modo geral. ral), que tem decidido de maneira concomitante que os impostos
Registra-se que existe regra adequada, nos conformes do art. compulsórios e as contribuições especiais são considerados espé-
165, § 5º, III, da CFB/1.988, por meio da qual, a lei orçamentária cies tributárias autônomas.
anual compreenderá “o orçamento da seguridade social, abrangen- A respeito das contribuições especiais, denota-se que possuem
do todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração como fulcro o custeamento das atividades sociais do Estado, como
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e a saúde, a educação, a previdência social, dentre outros. Em rela-
mantidos pelo Poder Público”. ção às contribuições sociais, no termos do art. 149 da CFB/1.988,
O que ocorre na realidade, é que a União não possui, uma con- afirma-se que elas são tributos cobrados da população, cabendo à
tribuição social efetiva. Isso ocorre pelo fato de ela participar com União instituir as contribuições especiais, tendo em vista que os Es-
atribuição de dotações do seu orçamento diretamente para a Se- tados, o DF e os Municípios só possuem permissão da Constituição
guridade Social, orçamentos esses que são fixados de forma obri- para instituir contribuições cobradas de seus servidores, com de-
gatória na Lei Orçamentária anual. Ademais, a União é a autêntica signação ao custeio de seus regimes próprios de Previdência Social.
responsável pela cobertura de eventuais faltas de recursos da Se- Também é da União a competência de instituir as contribuições so-
guridade em decorrência do pagamento de benefícios advindos de ciais, bem como a competência para fazer arrecadações, sendo que
prestação continuada pela previdência social, nos termos do art. 16 quem faz é a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
da Lei n. 8.212/1991. Importante: A regra de a Secretaria da Receita Federal do Bra-
Pondera-se que não existe um percentual mínimo definido a sil fazer arrecadações por delegação da União, foi aplicada desde
ser designado à Seguridade Social, da maneira como ocorre com 2.007, posto que nesse ano, a Lei nº. 11.457/2.007 fez a fusão da
a educação, nos conformes do art. 212 da CFB/1.988, levando em Secretaria da Receita Previdenciária e da Secretaria da Receita Fe-
conta que esse percentual se constitui em uma parcela aleatória de deral.
modo geral. Antes da aprovação da referida lei, era o INSS que fazia a arre-
O jurista Wladimir Novaes Martinez, aduz que ficar o Estado cadação exercida pelos Auditores Fiscais da Previdência Social, que
e particularmente a União, na retaguarda das obrigações assumi- com a unificação desses órgãos, passaram a ser integrados aos Au-
das pela Previdência Social, ou seja, deixando a sociedade como ditores Fiscais da Receita Federal.
última garantia dos recursos financeiros essenciais às prestações, Dos segurados
é uma tomada de posição de índole filosófica, posto que a União Segurados obrigatórios são todos os trabalhadores que exer-
garante a Previdência Social. Assim sendo, tem-na socializada e sob cem alguma espécie de atividade remunerada.
sua administração, lesionando a ideia de o seguro social ser um em- Assim sendo, eles se encontram obrigados a contribuir para a
preendimento dos trabalhadores de modo geral. Na realidade, caso Previdência Social, pelo fato de receberem remuneração pelo tra-
aconteça de os recursos obtidos pelas contribuições não serem su- balho executado.
ficientes, a sociedade poderá ser chamada por intermédio do orça- Nesta categoria, temos diversos tipos de trabalhadores. Veja-
mento da União, a contribuir um pouco mais. mos:
Entretanto, visto por outro ângulo, a União pode também vir • Empregados registrados na CLT;
a se socorrer-se dos benefícios da Seguridade Social para adim- • Empregados domésticos;
plir com seus encargos previdenciários. Para isso, denote-se que • Trabalhadores avulsos;
a União se encontra autorizada a utilizar-se dos recursos advindos • Segurados especiais;
das contribuições que incidem sobre o faturamento e o lucro, nos • Contribuintes individuais, incluindo nesta subcategoria os mi-
parâmetros do art. 17 da Lei nº. 8.212/1.991, sob a redação da Lei croempreendedores individuais, os chamados MEI.
nº. 9.711/1998.
Por fim, registre-se que os recursos da Seguridade Social tam- Ressalta-se que a contribuição destes trabalhadores não ocorre
bém podem ser usados para custear despesas com o pessoal e a de forma igual para toda a categoria, sendo que para os emprega-
administração geral do INSS, exceto os advindos da arrecadação da dos CLT, empregados domésticos e trabalhadores avulsos, a contri-
contribuição sobre concursos de prognósticos, uma vez que o des- buição é cobrada de forma direta, tendo como base o salário que
tino destes é apenas para o custeio dos benefícios e serviços que esses trabalhadores recebem, sendo que o desconto previdenciário
são prestados pela Seguridade Social, nos ditames do art. 18 da Lei incide de forma direta na folha de pagamento e pelo próprio em-
n. 8.212/1991. pregador.
No que condiz aos contribuintes individuais, afirma-se que es-
Receita das contribuições sociais tes contribuem com uma alíquota no valor de 20% sobre um valor
A princípio, infere-se que a CFB/1.988 dispôs sobre as contri- entre o salário-mínimo, (R$ 1.100,00 em 2.021) e o Teto segundo o
buições sociais no capítulo reservado ao Sistema Tributário Nacio- INSS, (R$ 6.433,57 em 2021).
nal, determinando de forma expressa no art. 149, normas gerais Denota-se que existe a possibilidade desta categoria contribuir
a respeito da Instituição, e, por conseguinte, no art. 195, sobre as com uma alíquota de 11% em cima do mínimo também. Entretanto,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
esses trabalhadores terão direito apenas a uma aposentadoria no Entretanto, não existe apenas esta forma de contribuição no
valor do salário-mínimo. que condiz às empresas, posto que em decorrência do princípio da
Em relação aos MEIs, ressalta-se que esta classe, também aca- Equidade na Forma de Participação no Custeio contido na Constitui-
ba contribuindo em cima do valor do mínimo, porém, com alíquota ção Federal, por meio do qual, quem pode mais, paga mais e quem
diferente no percentual de 5%, havendo, ainda, a possibilidade de- pode menos, deverá o legislador garantir a aplicabilidade desse
les poderem complementar a alíquota para no máximo 20%, caso dispositivo. Assim, em decorrência desse princípio, existem regras
optem por buscar a obtenção de uma aposentadoria melhor. variadas, bases de cálculo distintas e alíquotas diferentes. Vejamos
A contribuição dos segurados especiais é realizada sobre o va- em síntese:
lor de sua receita bruta da produção rural. 1. Da Contribuição da Empresa sobre a Remuneração dos Se-
No caso dos segurados facultativos, pelo fato de não exercerem gurados Empregado e Avulso: O recolhimento pela empresa deverá
nenhuma atividade remunerada, porém, caso desejem ser cobertos ser de 20% sobre o total das remunerações devendo, nos ditames
pelos benefícios da Previdência Social, é necessário que façam o legais do art. 22, inc. I da LOCSS, ser pagas, devidas ou creditadas
recolhimento previdenciário de forma voluntária. Exemplos: os de- a esses segurados, no decorrer do mês, lembrando que em decor-
sempregados e os estudantes. rência da EFPC, a contribuição patronal não poderá sofrer limitação
No condizente aos segurados facultativos, aduz-se que esta ao teto.
categoria não pode ser segurada de um Regime Próprio de Previ- 2. Sobre a contribuição da empresa sobre a remuneração
dência Social, porém, suas contribuições podem ser feitas de ma- dos segurados contribuintes individuais prestadores de serviço: A
neira igual à dos contribuintes individuais que em geral é de 20% empresa deverá nos moldes do art. 22, inc. III da LOCSS, recolher
sobre um valor declarado pelo próprio segurado, desde que seja 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas aos con-
em quantia que varie entre o salário-mínimo e o Teto do INSS. No tribuintes individuais que lhe prestem serviços. Registre-se que a
entanto, existe ainda, a possibilidade do facultativo contribuir com cooperativa de trabalho, nos moldes do art. 201, § 19 do RPS não se
uma alíquota de 11% sobre o salário mínimo. encontra sujeita a essa contribuição, tendo em vista que ela paga de
Importante: Há alguns tipos de segurados que por se encaixa- forma distribuída ou creditada aos seus cooperados, sob a forma de
rem no conceito de baixa-renda, poderão contribui com uma alí- título de remuneração ou retribuição pelos serviços os segurados
quota de 5% sobre o valor do salário mínimo. tenham por seu intermédio, prestado a empresas.
3. Sobre a contribuição destinada ao Financiamento da Apo-
Das empresas sentadoria Especial e dos Benefícios Acidentários: Com determi-
Por força de determinação do art. 195 da CFB/1.988, as empre- nação legal expressa no art. 22, II, da LOCSS é bastante conhecida
sas são grandes financiadoras da Seguridade Social. Assim sendo, pelas siglas SAT do Seguro de Acidentes do Trabalho, RAT dos Riscos
vale a pena rever esse artigo. Vejamos: Ambientais do Trabalho ou GILRAT (Grau de incidência de Incapa-
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socie- cidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho).
dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recur- Assim, a contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade
sos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Social, além do disposto no art. 23, é de: a) 1% (um por cento) para
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as
na forma da lei, incidentes sobre: empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja conside-
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos rado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja ativi-
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste ser- dade preponderante esse risco seja considerado grave. O benefício
viço, mesmo sem vínculo empregatício; previsto nos artigos 57 e 58 é o da aposentadoria especial.
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro; Importante: A empresa só recolhe essa contribuição adicional
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência so- sobre o total das remunerações pagas a segurados empregados
cial, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão con- e avulsos, tendo em vista que a contribuição adicional não incide
cedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. sobre a remuneração dos contribuintes individuais que estejam a
201; serviço da empresa, porque eles não possuem direito a benefícios
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. acidentários.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
a lei a ele equiparar. A respeito da atividade preponderante, o Regime de Previ-
Ressalta-se que o trabalho executado pelos segurados cria para dência Social em seu art. 202, § 3º, aduz que esta categoria que se
a empresa, a obrigação de remunerá-los, bem como é sobre o valor considera preponderante em relação à atividade que ocupa na em-
dessa remuneração que incide a contribuição patronal, vindo, as- presa que possui maior número de segurados empregados e traba-
sim, a gerar a base de cálculo de contribuição desses segurados. O lhadores avulsos. Assim, deverá a empresa fazer o enquadramento
recolhimento da contribuição dos segurados deverá ser executado com fulcro na relação de atividades preponderantes, que se encon-
até o dia 20 do mês seguinte ao que se refere a remuneração, ou, tra disposto no Anexo V do RPS no art. 202 em seu parágrafo 4º,
ainda, um dia antes, se o dia 20 não tiver expediente bancário. que poderá ser revisionado a qualquer tempo pela Receita Federal.
Importante: Sobre o mencionado no retro parágrafo, ponde- Sobre os motivos da atividade preponderante ser aferida, por
ra-se que não é no mês seguinte ao pagamento da remuneração. força de lei, em cada estabelecimento da entidade empresarial,
Assim, caso o segurado tenha laborado em abril, a contribuição da desde que estas empresas possuam CNPJ distintos, é firme a posi-
empresa deve se dar até o dia 20 de maio, não importando se o ção do STJ com a edição da súmula 351 do STJ, editada no ano de
salário foi pago em abril ou no início de maio, tendo em vista que o 2008. Vejamos:
que importa é a prestação do serviço com o exercício da atividade STJ – Súmula 351 – “A alíquota de contribuição para o Seguro
remunerada. de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvol-
vido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau
de risco da atividade preponderante quando houver apenas um
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
registro. Essa contribuição segue a regra geral dos recolhimentos Em relação ao recolhimento de alíquotas, dentre outros tribu-
empresariais, o que significa que deve ser paga até o dia 20 do mês tos, a Lei Complementar n. 150 trouxe ao ordenamento jurídico,
seguinte ao da competência, antecipando-se para o dia útil imedia- a regulamentação da PEC das Domésticas por meio da qual criou-
tamente anterior, se não houver expediente bancário no dia 20”. -se o “simples doméstico”, que trata de um sistema de pagamento
Registra-se que em relação à análise do FAP (Fator Acidentário único de diversas contribuições que dizem respeito ao empregado
de Prevenção), esse fator foi implantado a partir do ano de 2007, doméstico. Assim sendo, vejamos como a mencionada lei regula-
com a função de auxiliar as empresas que são buscadoras da redu- menta esta questão em seus arts. 34 e 35:
ção dos acidentes de trabalho, bem como a pressionar, mediante Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o recolhimento men-
o aumento da contribuição, aquelas empresas que pouco ou nada sal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes va-
fazem nesse sentido, e nem, tampouco se preocupam com a segu- lores: [...]
rança do trabalhador. Com previsão legal no artigo 202-A do Regime II – 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária
de Previdência social, trata-se o FAP de um multiplicador eivado de para a seguridade social, a cargo do empregador doméstico, nos
variáveis entre o índice de 0,5 e 2,0, atribuído pelo Ministério da termos do art. 24 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;
Economia por empresa. O FAP possui incidência sobre as alíquotas III – 0,8% (oito décimos por cento) de contribuição social para
de 1, 2 ou 3%, podendo reduzi-las em até 50%, ou as aumentando financiamento do seguro contra acidentes do trabalho;
em até 100%, em decorrência do desempenho da empresa no con- IV – 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS;
dizente à sua respectiva atividade. V – 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), na forma do
Importante: O FAP é calculado com base nos índices de gravi- art. 22 desta Lei;
dade como: e VI – imposto sobre a renda retido na fonte de que trata o
• Morte, incapacidade permanente ou temporária; inciso I do art. 7º da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se in-
• De frequência pela quantidade de ocorrências; e cidente. [...] § 2º A contribuição e o imposto previstos nos incisos I e
• De custo (valor e duração dos benefícios acidentários) dos VI do caput deste artigo serão descontados da remuneração do em-
acidentes de trabalho da empresa. pregado pelo empregador, que é responsável por seu recolhimento.
§ 7º O recolhimento mensal, mediante documento único de arreca-
Prevista no art. 57 da LBPS, existe a contribuição adicional ao dação, e a exigência das contribuições, dos depósitos e do imposto,
SAT (Seguro de Acidente do Trabalho), que se predispõe de forma nos valores definidos nos incisos I a VI do caput, somente serão de-
específica ao custeio da aposentadoria especial. Denota-se que esta vidos após 120 (cento e vinte) dias da data de publicação desta Lei.
contribuição será devida, uma vez cumprida a carência exigida por Art. 35. O empregador doméstico é obrigado a pagar a remu-
lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais neração devida ao empregado doméstico e a arrecadar e a recolher
que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quin- a contribuição prevista no inciso I do art. 34, assim como a arreca-
ze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos. dar e a recolher as contribuições, os depósitos e o imposto a seu
Em atenção ao parágrafo 6º do art. 57 da LBPS, aduz-se que cargo discriminados nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 34,
o SAT, benefício previsto no artigo 57, será financiado com os re- até o dia 7 do mês seguinte ao da competência.
cursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. Ante o exposto, entende-se que o empregador doméstico con-
22 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão tribui com alíquota no valor total de 20%. E, ainda, que a cota patro-
acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a nal e o GILRAT, por sua vez, incidem sobre o salário de contribuição
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa, permitindo percebido pelo empregado doméstico, já o FGTS e a multa do FGTS,
a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e incidem sobre a remuneração.
cinco anos de contribuição, respectivamente. Posto que o parágrafo Importante: De acordo com o inc. VIII do art. 216 do RPS, du-
7º do referido artigo, trata exclusivamente sobre a incidência da re- rante o período da licença-maternidade da empregada doméstica,
muneração do segurado sujeito às condições especiais referidas no o INSS é o responsável pelo adimplemento do salário-maternidade.
caput do art. 57 retro mencionadas. No entanto, o empregador doméstico permanece responsável, nes-
Desta forma, ao passo que a alíquota SAT – ou RAT, ou GILRAT – se período, pelo recolhimento das contribuições que estão sob o
encontra incidência sobre a folha de salários da empresa de forma seu encargo, como a cota patronal, o GILRAT, o FGTS e a Multa do
total, essa contribuição adicional incide de maneira exclusiva sobre FGTS.
a remuneração dos segurados que se encontram sujeitos ao traba-
lho sob condições especiais. Do produtor rural
Denota-se, de antemão, que os trabalhadores rurais não são
Do empregador doméstico detentores de rendimentos com prazos regulares, tendo em vista
Nos ditames do art. 15, II da LOCSS, empregador doméstico é a que são dependentes dos períodos de plantio, das variações climá-
pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrati- ticas e também das safras que planejam. Por esse motivo, a lei os
va, empregado doméstico. Por outro ângulo, sob a ótica da LOCSSS, desobriga de terrem que contribuir mensalmente. Desta maneira,
em seu art. 12, II, empregado doméstico é aquele que presta servi- apenas serão devidas as contribuições no instante da venda da pro-
ço de natureza contínua à pessoa ou família, no âmbito residencial dução agrícola.
desta, em atividades sem fins lucrativos. Entretanto, após ser realizada a venda da safra, as alíquotas
Registra-se, que com base nos conceitos de empregador e em- devidas pelo trabalhador rural serão as seguintes:
pregado domésticos, pode ser encontrada a principal diferença ad- • 1,2% da receita bruta da comercialização da produção, com
vinda da Legislação previdenciária entre os empregados domésticos destino à previdência social, posto que esta alíquota, veio em subs-
e os demais segurados empregados. tituição à contribuição incidente sobre a remuneração dos empre-
Nesse sentido, pelo fato dos empregadores domésticos não au- gados que em regra é de 20%;
ferirem nenhum tipo de retorno financeiro por meio do trabalho • 0,1% para o SAT/RAT/GILRAT, que veio em substituição às
daqueles que lhes prestam serviços domésticos, se torna inviável alíquotas de 1, 2 ou 3% devidas pelas demais empresas como um
cobrar dos empregadores domésticos as mesmas contribuições que todo.
são exigíveis das empresas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Registra-se, que pelo fato do empregador rural pessoa física, Por fim, pondera-se que a Lei n. 13.756 fixa alíquotas diversas
ser encaixado como contribuinte individual dentro dos parâmetros que variam de 0,25% a 17,32%, a depender do tipo de loteria.
da LOCSS, no art. 25, § 2º, é facultado-lhe vir a contribuir da mesma
maneira que as empresas em geral, sendo a cota catronal de 20%, Receitas de outras fontes
acoplada à GILRAT de 1, 2 ou 3%, devendo manifestar sua opção Sobre esta categoria, dispõe de forma clara o art. 27 da LOCSS:
anualmente, demonstrando e fazendo o recolhimento sobre a folha Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social:
de salários de janeiro, ou, ainda, sobre a folha do primeiro mês de I – as multas, a atualização monetária e os juros moratórios;
trabalho no ano do início de seu exercício de labor. II – a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fisca-
lização e cobrança prestados a terceiros;
Do clube de futebol profissional III – as receitas provenientes de prestação de outros serviços e
Trata-se esta categoria da contribuição da associação desporti- de fornecimento ou arrendamento de bens;
va que mantém equipe de time de futebol profissional. Esta contri- IV – as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;
buição possui como função, tratar dos assuntos de substituição da V – as doações, legados, subvenções e outras receitas eventu-
cota patronal e da GILRAT. Desta forma, esta categoria deixará de ais;
contribuir com 20% sobre a folha de salários, mais 1, 2 ou 3%, sendo VI – 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados
que a associação desportiva que mantém equipe de futebol profis- na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal;
sional deverá recolher, por sua vez, uma única contribuição, de 5%
relativo à receita bruta advinda dos espetáculos desportivos de que Salário de contribuição
participe em todo o país e em qualquer tipo de modalidade despor- Conceito
tiva, inclusive em jogos internacionais, quaisquer formas de patrocí- Trata-se do valor usado como base de cálculo para a incidência
nio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, das alíquotas das contribuições previdenciárias dos segurados, ex-
de propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos, nos ceto a do segurado especial.
termos do art. 22, §6º da LOCSS. Denota-se que a citada contribui- O salário de contribuição constitui-se em um dos elementos
ção, constitui motivo de cláusula substitutiva da cota patronal que de cálculo da contribuição previdenciária, com especial medida do
incide sobre a remuneração de empregados, bem como de avulsos valor por meio da qual é aplicada a alíquota de contribuição, vindo,
e também do GILRAT. Assim, caso a associação desportiva venha a desta forma, a obter-se o montante da contribuição de todos os
contratar os serviços de um contribuinte individual, terá o dever tipos de segurados empregados.
de recolher 20% sobre a remuneração paga com o tempo de prazo Registra-se que no sistema utilizado pelo ordenamento jurídico
de recolhimento de no máximo dois dias úteis após a realização do brasileiro, não é viável se ater apenas à finalidade arrecadatória das
evento, cabendo à associação desportiva prestar as devidas infor- contribuições, para fazer frente às despesas públicas, posto que,
mações pertinentes de forma minuciosa à entidade promotora a ao ser realizada a contribuição conforme manda a lei, sua base de
respeito de todas as receitas auferidas no evento. cálculo deverá ser avaliada e considerada também para fins de cál-
Em relação à contribuição com incidência sobre as receitas culo do benefício, de acordo com o previsto no art. 201, § 11, da
adquiridas com patrocínio, licenciamento de uso de marcas e sím- CFB/1.988. Vejamos:
bolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos des- §11 – Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título,
portivos, pondera-se que deverá ser recolhida pela empresa ou en- serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previden-
tidade pagadora. Nessa hipótese, o recolhimento deverá ser pela ciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na for-
regra geral de todas as empresas até o dia 20 do mês seguinte ao ma da lei.
da competência, ou, ainda, no dia útil imediatamente anterior, caso Assim sendo, considera-se de suma importância, fixar com pre-
não haja expediente bancário no dia 20. cisão, não somente o salário de contribuição, mas também que seja
Com a intenção de adequar a contribuição previdenciária dos levado em conta a época em que esse salário foi, ou deveria ter
clubes de futebol, a Previdência Social realizou algumas mudanças sido pago pelo tomador do serviço do segurado, de forma que este
na legislação. Vejamos: consiga receber o valor que lhe é devido a título de benefício previ-
• Sendo associação desportiva com equipe de futebol amador, denciário de modo correto.
deverá seguir a regra geral das empresas. Ressalta-se que o limite mínimo do salário de contribuição para
• Caso seja associação desportiva com equipe de basquetebol os segurados contribuinte individual e facultativo, é corresponden-
profissional, deverá seguir a regra geral das empresas. te ao valor do salário mínimo. Já para os segurados empregados,
• Sendo associação desportiva com equipe de futebol profis- incluindo nesta classe, o doméstico e também o trabalhador avul-
sional e de outros esportes, poderá se beneficiar da contribuição so, corresponde ao piso salarial legal ou ao normativo da categoria,
diferenciada. e, caso não exista este, corresponderá ao valor do salário mínimo,
tomado seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado
Sobre a receita de concursos de prognósticos e o tempo de trabalho efetivo no decorrer do mês, nos termos do
Concursos de prognósticos são concursos de sorteios de núme- disposto no § 3º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991.
ros, aposta e de loterias. Pode-se incluir nesse rol, as apostas reali-
zadas em reuniões hípicas de âmbito federal, estadual, do Distrito Ponto bastante importante nesse estudo e que merece desta-
Federal e também dos municípios. que, é o referente à A EC 103/2019 e o limite mínimo do salário
Pondera-se que essa contribuição é constituída a partir da re- de contribuição, tendo em vista que em relação à necessidade de
ceita auferida nos concursos de prognósticos, sorteios e loterias, observância do limite mínimo do salário de contribuição, a EC n.
sendo multiplicada pela alíquota fixada pelos parâmetros legais. 103/2019 determinou no art. 195, § 14, norma que aduz que o se-
Essa contribuição encontra-se prevista art. 195, III, da CFB/1.988 e é gurado apenas terá reconhecida como tempo de contribuição ao
regulada pelos artigos 26 da LOCSS e 212 do RPS. Entretanto, infor- RGPS a competência cuja contribuição ocorra de tempo igual ou de
ma-se nesse estudo que o RPS se encontra fora de atualização neste lapso superior à contribuição mínima mensal que a lei exige para a
ponto, pelo fato de não terem sido incorporadas nele as alterações sua categoria, tendo por esse motivo, assegurado para si o acopla-
que a Lei n. 13.756/2018 determinou por meio do art. 26 da LOCSS. mento de contribuições. Ocorre que tal regra se encontra dotada de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
violação à Constituição Federal em seu art.194, § único, posto que Reajustamento
ao ferir o princípio da equidade da participação no custeio, passa a Sobre o reajustamento do salário-de-contribuição, dispõe o
exigir contribuição maior aos que auferem menor rendimento. art. art. 20 § 1º do Decreto-Lei 3.048/99:
§ 1º. Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados,
Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e
Parcelas integrantes são as os valores pecuniários sobre os com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de
quais deverá incidir a alíquota de contribuição previdenciária de prestação continuada da Previdência Social.
forma geral. Já as parcelas não-integrantes, podem ser considera- Dispõe ainda art. 40:
dos os valores pecuniários sobre os quais não são incidentes a con- Art. 40. É assegurado o reajustamento dos benefícios para
tribuição previdenciária. preserva-lhes, em caráter permanente, o valor real da data de sua
De modo geral, compõem as parcelas integrantes as que são concessão.
de natureza remuneratória, que se referem aos pagamentos que se § 1º Os valores dos benefícios em manutenção serão reajusta-
destinam à retribuição do labor como um todo. dos, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro
No tocante às parcelas não-integrantes, ressalta-se que a ideia rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último re-
segundo a qual, as verbas indenizatórias ou de ressarcimento não ajustamento, com base no índice Nacional de Preços ao Consumidor
são integrantes do sistema de alíquotas de contribuição previden- – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
ciária, tem prevalecido como regra geral. Entretanto, existem algu- Estatística – IBGE. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
mas ressalvas que se encontram previstas na lei e também reconhe- Desta forma, com as devidas atualizações anuais, temos:
cidas nos Tribunais pertinentes.
Importante: Pondera-se que a remuneração que é tida como
base de cálculo da contribuição da empresa não é totalizante, pos-
to que as mesmas verbas que não são passíveis de incidência da
contribuição do empregado, também não poderão ser objeto de
contribuição da empresa.

Limites máximo e mínimo


O Salário de contribuição se encontra dividido dentro de um
limite mínimo e de um limite máximo.
Nos ditames do art. 28, § 3º, da Lei n. 8.212/91, o limite mí-
nimo do salário de contribuição é correspondente ao piso salarial, Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à
legal ou normativo, da categoria ou, caso este não exista, ao salário seguridade social
mínimo, sendo que será tomado no seu valor mensal, diário ou por Ocorre a arrecadação no momento em que o contribuinte
horas, de acordo com o que foi ajustado, bem como o tempo de segurado cumpre o seu adimplemento com a contribuição social
trabalho efetivado durante o decorrer do mês. Assim, o limite máxi- devida junto ao Estado. Em relação ao recolhimento, infere-se que
mo se encontra correspondente ao teto da previdência social que é ocorre quando o agente arrecadador transfere os valores arrecada-
reajustado pelo INPC de forma anual. do para o Tesouro Nacional.
Proporcionalidade
Sobre a proporcionalidade, vejamos o que dispõe o art. 214, Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Bra-
§1º do Decreto-Lei 3.048/99: sil
§ 1ª Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta Em tempos remotos, o órgão responsável por controlar a arre-
do empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o cadação das contribuições previdenciárias, bem como sua cobrança
salário-se-contribuição será proporcional ao número de dias efe- era o INSS, que também se responsabilizava pela concessão e pela
tivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo manutenção dos benefícios previdenciários. Entretanto, em 2007, a
instituto Nacional do Seguro Social. Lei nº. 11.457/2.007 tratou de unificar a Secretaria da Receita Fe-
É importante frisar que na atualidade, em relação às alíquotas deral e a Secretaria da Receita Previdenciária, vindo a criar, desta
de contribuição do INSS, estas passaram por um reajuste que tam- forma, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). A partir da
bém teve reflexo na tabela de contribuição dos trabalhadores para promulgação da referida lei, passou a RFB a ser a responsável por
o INSS. Assim sendo, entende-se que a contribuição dos segurados planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à
empregados, do trabalhador avulso e do trabalhador doméstico, no tributação, à arrecadação, à fiscalização, à cobrança e ao recolhi-
que condiz aos fatos geradores ocorridos a partir da competência mento das contribuições sociais com destino ao financiamento da
janeiro de 2.021, deverá ser calculada de forma proporcional ao sa- Seguridade Social, das contribuições que são incidentes a título de
lário recebido pelo trabalhador, com a aplicação da correspondente substituição, bem como das devidas a outras entidades e fundos de
alíquota sobre o salário de contribuição percebido mensalmente, modo geral.
porém, de forma progressiva, conforme os dados dispostos abaixo: Assim sendo, infere-se que é função da RFB, por meio dos Au-
ditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB), realizar o devi-
do exame da contabilidade das empresas de modo geral. Por esse
motivo, as empresas, os segurados da Previdência Social de modo
geral, bem como outros se encontram obrigados por força de Lei,
a demonstrar todos os documentos e livros relacionados com as
contribuições destinadas à Seguridade Social, que estejam sem eu
poder, e, ainda, prestar todos os esclarecimentos e informações so-
licitados por esse órgão, sob pena de caso haja recusa ou sonegação
de qualquer documento ou informação, ou, ainda a sua apresenta-
ção de forma deteriorada, a RFB poderá, sem prejuízo da
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida, nos trâ- os critérios da incidência, sobre seu salário de contribuição, das alí-
mites legais. quotas progressivas dispostas no art. 198 do Regulamento da Previ-
Havendo ausência de provas formalizadas pelo sujeito passi- dência Social, sob o Decreto n. 3.048/19990.
vo, ressalta-se que o montante dos salários pagos pela execução
de obra de construção civil, por exemplo, poderá ser adquirido Dando continuidade ao nosso estudo, infere-se que a empresa
pela RFB, mediante cálculo da mão de obra que ali foi empregada, adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são res-
proporcional à área construída, de acordo com critérios estabeleci- pectivamente, obrigadas a recolher a contribuição que incide sobre
dos pela RFB, cabendo, nos trâmites legais, ao proprietário, dono a comercialização da produção do produtor rural como pessoa física
da obra, condômino da unidade imobiliária ou, ainda, da empresa e do segurado especial, até o dia 20 (vinte) do mês subsequente
corresponsável pela construção, o ônus da prova em contrário, nos ao da operação de venda ou consignação da produção, não impor-
termos da lei. tando se essas operações foram realizadas de forma direta com o
Desta maneira, observa-se que após a promulgação da referida produtor ou, também, com o intermediário pessoa física.
lei, restou ao INSS, tratar sobre a concessão e a manutenção de Já o produtor rural como pessoa jurídica, se encontra obrigado
benefícios previdenciários, vindo, desta forma, a se tornar esta, a a recolher as contribuições que incidirem sobre o montante total
sua principal atividade. Além disso, o art. 5º da lei nº. 11.457/2007, da receita bruta advinda da comercialização da sua produção rural,
atribuiu ao INSS outras responsabilidades. Vejamos: até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da operação de venda
Art. 5º. Além das demais competências estabelecidas na legis- da sua produção.
lação que lhe é aplicável, cabe ao INSS: Registra-se que a entidade sindical remuneradora dirigente
I – emitir certidão relativa a tempo de contribuição; que mantém a qualidade de segurado contribuinte individual, se
II – gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência Social; encontra, nos termos da Lei, obrigada a recolher a contribuição re-
III – calcular o montante das contribuições referidas no art. 2º lativa a esse segurado individual, e, ainda, as parcelas a seu cargo,
desta Lei e emitir o correspondente documento de arrecadação, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência vigente.
com vistas no atendimento conclusivo para concessão ou revisão de No tocante à entidade sindical remuneradora do dirigente que
benefício requerido. mantém a qualidade de segurado empregado, de trabalhador avul-
Em alusão ao texto do inciso III, quanto às contribuições a que so, ou de licenciado da empresa, aduz-se, que esta é obrigada a
se referem, tratam-se daquelas que chamamos de forma exclusiva recolher a contribuição desses agentes acrescidas das parcelas a
de contribuições previdenciárias. seu cargo, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência
vigente.
Obrigações da Empresa e demais contribuintes Relativo à empresa remuneradora de empregado licenciado
A respeito das obrigações da empresa, assim dispõe o art. 30 para exercer mandato de dirigente sindical, a lei diz que ela é obri-
da Lei 8.212/1.991: gada a recolher a contribuição desse empregado e as parcelas a seu
Art 30. A empresa é obrigada a: cargo, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência vi-
a) Arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu gente.
serviço, descontando-as da respectiva remuneração, e recolher es- Por fim, em alusão à empresa contratadora de serviços execu-
ses valores até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência; tados com cessão de mão de obra, incluindo os empregados con-
b) Arrecadar as contribuições dos segurados trabalhadores tratados em regime de trabalho temporário, afirma-se que ela se
avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração, encontra obrigada a reter 11% do valor bruto da nota fiscal ou da
e recolher esses valores até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da fatura de prestação de serviços, recolhendo, ainda, em nome da
competência; empresa que cedeu a mão de obra, a importância que foi retida até
c) Arrecadar as contribuições dos segurados contribuintes indi- o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da nota fiscal
viduais a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração, ou do documento correspondente, ou até o dia útil imediatamente
e recolher esses valores até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da anterior, caso não haja expediente bancário naquela data.
competência; Em relação aos demais contribuintes, registra-se que o segu-
d) Recolher as contribuições a seu cargo incidentes sobre as rado contribuinte individual, ao exercer atividade econômica por
remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos conta própria, ou trabalhar como prestador de serviços à pessoa
segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes in- física ou a outro contribuinte individual, seja produtor rural pessoa
dividuais a seu serviço até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da física, ou, ainda, quando referir a brasileiro civil que executa labor
competência; no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja
e) Recolher o Programa de Integração Social e o Programa de membro efetivo, seja em missão diplomática ou repartição consular
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), a Con- de carreira estrangeiras, e, por último o facultativo, se encontram
tribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a obrigados a fazer o recolhimento da sua contribuição por vias de
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), na forma e nos pra- iniciativa própria, respeitando o prazo de até o dia quinze do mês
zos definidos pela legislação tributária federal vigente. seguinte àquele segundo o qual, as contribuições se referirem, vin-
Em atenção às alíneas c e d, vejamos o entendimento: do a prorrogar o vencimento para o dia útil subsequente, no caso de
• Em relação à alínea C, entende-se que a expressão “mês não existir expediente bancário no dia quinze.
seguinte ao da competência” significa que o pagamento se refere
ao mês antecedente. Desta forma, aduz-se que a contribuição in- Importante: Faculta-se aos contribuintes individual e faculta-
cidente sobre o valor que foi adimplido pelos serviços prestados tivo, cujos sistemas de contribuição sejam iguais ao salário mínimo
na vigência do mês de janeiro deverá ser recolhida até o dia 20 de vigente, optar pelo recolhimento de forma trimestral das contribui-
fevereiro. ções previdenciárias, com a data de vencimento para o dia quinze
• Já em relação à alínea D, trata-se do recolhimento da cota do mês seguinte ao de cada trimestre civil, vindo a prorrogar o ven-
patronal que são os 20% que encontram a cargo da empresa. Pon- cimento para o pagamento para o dia útil subsequente, em caso de
derando que a previsão anterior se incumbia da arrecadação e re- não ter expediente bancário no dia quinze
colhimento da contribuição dos segurados, e que era apurada sob
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Dando continuidade ao nosso estudo, verifica-se que o produ- E, por último, temos:
tor rural como pessoa física e o segurado especial, se encontram • Prazo para pagamento até o dia 20 de dezembro, podendo
por força de lei, obrigados a recolher a contribuição que incide so- antecipar-se o vencimento para o primeiro dia útil anterior, caso
bre a receita bruta do comércio de sua produção rural até o dia 20 não haja atendimento bancário no dia 20.
(vinte) do mês subsequente ao da operação de venda da safra, caso • Prazo para a contribuição das empresas com incidência sobre
a sua produção seja comercializada como adquirente domiciliado o 13º salário, sempre até o dia 20, nos termos do art. 216, § 1º do
no exterior, de forma direta, no varejo, para consumidor pessoa fí- RPS, pois o pagamento se dá sempre até o dia 20 do mês de dezem-
sica, ou, a outro produtor rural pessoa física e, ainda, a outro segu- bro, podendo antecipar-se o vencimento para o dia útil imediata-
rado especial. mente anterior, caso não exista atendimento bancário no dia vinte.
Em alusão ao segurado especial, segundo os ditames do art. 12, • Prazo para pagamento até o dia 07 do mês seguinte ao da
§ 8º da LOCSS, que venha a contratar trabalhador temporário ou competência, sendo esta contribuição adequada ao segurado
contribuinte individual, esse tipo de segurado se encontra obrigado especial que, nos parâmetros do art. 12, § 8º da LOCSS, venha a
a recolher as contribuições preditas acima, sobre a receita bruta, contratar empregado temporário ou contribuinte individual, com
e mais a contribuição que incidir sobre a remuneração dos traba- incidência sobre a receita bruta da comercialização da produção,
lhadores que estejam a seu serviço, acrescidos do FGTS e também acrescida da contribuição sobre a receita de forma bruta do comér-
dos encargos trabalhistas até o dia 07 (sete) do mês seguinte ao da cio de artigos de artesanato, atividade artística, dentre outros itens,
competência vigente. com o acréscimo da contribuição que incide sobre a remuneração
A pessoa física que não seja produtor rural, mas que obtém dos trabalhadores que estejam a seu serviço, bem como dos valores
produção de segurado especial ou produtor rural pessoa física para do FGTS e dos demais encargos trabalhistas.
a execução de venda, no varejo e a consumidor pessoa física, ain- • Prazo para a contribuição do empregador doméstico, nos ter-
da que de modo temporário, é obrigada a recolher a contribuição mos da LC nº. 150/2015: cota patronal, acrescida da contribuição
sobre a receita bruta advinda da comercialização da produção rural do empregado doméstico, do FGTS e da GILRAT e também da reser-
até o dia 20 (vinte) do mês seguinte. va para a multa do pagamento do FGTS. Em relação à contribuição
Por fim, em relação ao empregador doméstico, afirma-se que do 13º salário, afirma-se que é paga no dia 07 do mês subsequente,
se encontra obrigado, por força de lei a arrecadar a contribuição do sendo no dia 07 de janeiro.
segurado empregado que esteja a seu serviço e a fazer o seu reco- • Prazo para pagamento até 2 dias úteis depois do aconteci-
lhimento, recolhê-la, bem como da parcela que esteja a seu cargo, o mento de eventos em geral, deve-se contribuir com 5% sobre a
FGTS, a GILRAT e a reserva para a multa do pagamento do FGTS até receita bruta advinda da realização de espetáculos desportivos de
o dia sete do mês seguinte ao da competência, e, ainda, recolher, associações desportivas que mantém equipes de futebol profissio-
durante a vigência do período de licença-maternidade da emprega- nal em geral.
da doméstica que se encontre a seu serviço, todas as contribuições
mencionadas acima, com ressalva à contribuição do empregado, Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização mone-
posto que esta é descontada pelo INSS durante o ato do pagamento tária
do benefício. O art. 35 da Lei 8.212/1.991, determina que os débitos com a
União advindos das contribuições sociais previdenciárias, das con-
Prazo de recolhimento tribuições instituídas a título de substituição e das contribuições
Para cada espécie de contribuinte, existe um prazo determina- devidas a terceiros, não pagos nos prazos previstos em legislação,
do por lei para que sejam feitos os recolhimentos previdenciários. deverão ser acrescidos de multa de mora e juros de mora.
Pondera-se que a legislação estabelece prazos diferenciados o para Prevê ainda, a referida Lei, que a respeito das contribuições so-
recolhimento das contribuições previdenciárias. Passemos a uma ciais previdenciárias que se encontrarem em atraso, incidirão juros
breve análise desses prazos. de mora, com cálculos com base na taxa Selic, acumulada mensal-
Em uma primeira acepção, temos: mente, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimen-
• Prazo para o pagamento até o dia 15 do mês seguinte ao da to do prazo até o mês anterior ao do pagamento, fato que caso o
competência, com prorrogação do vencimento para o primeiro dia pagamento seja feito no mesmo mês do vencimento, não haverá a
útil seguinte, caso não exista atendimento bancário no dia 15. incidência de juros de mora.
Em uma segunda acepção, temos: Registra-se que no Brasil, utiliza-se a taxa SELIC que se trata da
• Prazo para a Contribuição do facultativo, com opção para pa- taxa média ajustada dos financiamentos de modo diário e que são
gamento até o dia 20 do mês posterior ao da competência, vindo apurados através do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
a adiantar o vencimento para o primeiro dia útil anterior, caso não (SELIC) para os títulos federais.
haja atendimento bancário no dia 20. A SELIC é adquirida mediante o cálculo da taxa média pondera-
• Prazo para a contribuição da empresa incidente sobre a folha da com o ajuste das operações de financiamento por um dia, posto
de salários. que a taxa SELIC caracteriza a remuneração das instituições finan-
• Prazo sobre a contribuição da receita bruta da comercializa- ceiras nas operações realizadas com títulos públicos. Normalmente
ção da produção por meio de todas as vias rurais, sendo: a SELIC também é usada como uma espécie de índice por meio da
• A do produtor rural pessoa física, da empresa adquirente, qual as taxas de juros no Brasil se delimitam. Trata-se de importante
do segurado especial, da pessoa física que adquire produção rural um instrumento de política monetária usado pelo bastante comen-
para venda no varejo, dentre outros, contribuição de 11% do valor tado COPOM (Comitê de Política Monetária) com a finalidade de
bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços realiza- controlar os juros no país.
dos mediante cessão de mão de obra; contribuição de 5% sobre a De encontro ao art. 61 da Lei nº. 9.430/1996, percebe-se em
receita de forma bruta de patrocínios, licenciamentos, publicidade, estudo ao caput, que os débitos para com a União advindos de tri-
propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos de asso- butos e contribuições administrados pela RFB que não são pagos
ciação desportiva que mantém equipe de futebol profissional de nos prazos determinados na legislação específica, deverão ser pa-
forma geral. gos com o acréscimo de multa de mora, calculada sobre a base da
taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso. A refe-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
rida multa deverá ser será calculada a partir do primeiro dia subse-
quente ao do vencimento do prazo, até o dia em que ocorrer o seu DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
pagamento. Assim sendo, ocorre que ela fica limitada a 20%.
Obs. importante: Deixando o contribuinte de realizar o paga-
mento do seu débito de forma espontânea, caberá à fiscalização re- A decadência e a prescrição são institutos que representam a
alizar o lançamento de ofício, por meio do qual, cobra-se o tributo, perda de direitos pela ausência de utilização por parte de seu titular
com o acréscimo de multa de 75% do montante devido, nos termos por um período de tempo definido por lei.
da Lei n. 9.430/1996, art. 44, I. Lembrando que esse percentual po- Podemos definir a prescrição como sendo a perda de determi-
derá ser duplicado para 150%, caso seja comprovada sonegação, nada pretensão motivada por razão do decurso temporal, ou seja, o
fraude ou conluio nos ditames do art. 44, § 1º da referida lei. agente vem a perder a pretensão de reivindicar um direito legítimo
Deixando o sujeito passivo de atender, no prazo determinado através da ação judicial cabível.
por Lei, à intimação de autoridade competente, com o fito de pres- Em relação à decadência, trata-se da extinção do direito em si,
tar esclarecimentos, apresentar a documentação técnica, dentre que ocorre em razão do prazo transcorrido, vindo o direito a decair
outras ordens, aduz-se que os percentuais serão aumentados em e por conseguinte, extinguir.
50%, vindo a totalizar 112,5% ou 225%, segundo o art. 44, § 2º, Assim, temos:
sendo que nesse caso específico, não será cobrada a multa de mora. Prescrição: Trata-se da perda de uma pretensão.
Em alusão à multa de mora, registra-se que se trata de uma Decadência: Trata-se da extinção do direito.
multa um pouco menos severa que a multa de ofício, posto que
pode ser aplicada nos casos de pagamento de forma espontânea do Sobre a decadência e prescrição no custeio
débito pelo contribuinte. Registra-se que na seara do Direito Previdenciário, a doutrina
Ressalta-se caso o contribuinte adimpla em dias com o seu dé- clássica divide o estudo da decadência e prescrição em custeio e em
bito, ou venha a requerer compensação ou parcelamento, existem benefícios, com o fito de que haja maior facilidade de entendimen-
algumas reduções em razão do prazo, que estão dispostas no art. 6º to e aplicação desses institutos.
da Lei 8.218/1.991: No condizente ao custeio, ressalta-se que as normas de deca-
Art. 6 - Será concedida redução da multa de lançamento de ofí- dência e prescrição deverão ser aplicadas de forma contundente e
cio nos seguintes percentuais: relacionadas aos prazos dispostos para recolhimento, estando esses
I – 50% (cinquenta por cento), se for efetuado o pagamento ou efeitos acoplados aos requisitos necessários para a Administração
a compensação no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em Pública, em relação à demora para cobrar um crédito previdenci-
que o sujeito passivo foi notificado do lançamento; ário.
II – 40% (quarenta por cento), se o sujeito passivo requerer o
parcelamento no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que Sendo a decadência a extinção de um direito em decorrência
foi notificado do lançamento; de decurso de tempo, ao mencionar-se a decadência no custeio
III – 30% (trinta por cento), se for efetuado o pagamento ou a previdenciário, denota-se se encontra passível de extinção, o direito
compensação no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que relativo à constituição do crédito previdenciário, ato que a autori-
o sujeito passivo foi notificado da decisão administrativa de primei- dade fiscal competente poderá realizar através de uma prerrogativa
ra instância; chamada lançamento. Desta forma, tendo sido constituído o cré-
IV – 20% (vinte por cento), se o sujeito passivo requerer o parce- dito através do lançamento, por conseguinte, começará a correr o
lamento no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que foi no- prazo de prescricional.
tificado da decisão administrativa de primeira instância. Se a auto- E, mais, caso, caso o sujeito passivo deixe de adimplir com a
ridade julgadora de primeira instância recorrer à segunda instância contribuição lançada, deverá o sujeito passivo ajuizar o procedi-
administrativa e seu recurso for provido, vale a previsão de redução mento competente por meio de ação judicial para cobrança, ato
de 30% para pagamento/compensação e 20% para parcelamento. que caso o sujeito passivo deixe de realizar dentro do prazo estabe-
Denota-se que há casos em que o contribuinte pugna pelo lecido por lei, acarretará o evento de prescrição da ação.
parcelamento do débito, porém, não adimple com o pagamento. Em relação aos prazos decadenciais, ressalta-se que na vigência
Nesses casos, poderá haver a rescisão do parcelamento, motivada dos arts. 45 e 46 da Lei º. 8.212/1.991, eram entendidos e aplicados
pelo descumprimento das regras que o regulam, vindo desta forma, da seguinte forma:
a implicar com o restabelecimento do montante da multa que se Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus
encontra proporcional ao valor da receita não adimplida e que vier créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados: (Revogado pela
a exceder o valor alcançado com a garantia apresentada. Lei Complementar n. 128, de 2008)
Importante: As reduções se encontram em ordem decrescen- I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédi-
te, vejamos: to poderia ter sido constituído; (Revogado pela Lei Complementar
• Nos 30 dias do lançamento, haverá o percentual com acrésci- n. 128, de 2008);
mo de 50% para pagar e 40% para parcelar o débito. II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
• Nos 30 dias da decisão de primeira instância, haverá o per- anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente
centual com acréscimo de 30% para pagar e 20% para parcelar o efetuada. (Revogado pela Lei Complementar n. 128, de 2008) [...]
débito. Art. 46. O direito de cobrar os créditos da Seguridade Social,
constituídos na forma do artigo anterior, prescreve em 10 (dez)
anos. (Revogado pela Lei Complementar n. 128, de 2008) [...]

Entretanto, o Supremo Tribunal Federal declarou esses artigos


inconstitucionais, criando, inclusive, a súmula 08 no ano de 2.009
dispondo sobre o assunto. Vejamos:
STF – Súmula Vinculante 08 – São inconstitucionais o parágra-
fo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº. 1.569/1.977 e os
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
artigos 45 e 46 da Lei nº. 8.212/1.991 que tratam de prescri- adentrar com recurso, pois, se houver pendências de discussões no
ção e decadência de crédito tributário. campo administrativo, o prazo prescricional não poderá ser encer-
Ressalta-se que O STF veio a declarar a inconstitucionalidade rado.
dos mencionados artigos relativos à decadência e à prescrição, pos- Por fim, afirma-se ainda, que o prazo prescricional para a ação
suindo as contribuições de natureza tributária, em decorrência da de cobrança do crédito tributário, contados da data da sua consti-
Constituição Federal dispor em seu art. 146, III, ‘b’, que o estabele- tuição definitiva, é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 174 do
cimento de normas gerais relativas à prescrição e decadência tribu- CTN.
tárias deve se dar por meio de lei complementar. É o que determina Em suma, temos:
o art. 146 da Carta Magna: 1) A ocorrência do fato gerador da contribuição;
2) A inadimplência do sujeito passivo;
Art. 146. Cabe à lei complementar: [...] 3) Emissão do auto de infração por parte da autoridade fiscal,
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tribu- sendo que o sujeito passivo possui o prazo de 30 dias para adimplir,
tária, especialmente sobre: [...] ou, caso deseje, impugnar o lançamento.
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tri- 4) Caso não haja impugnação do sujeito passivo, o crédito será
butários; considerado definitivamente constituído ao final do prazo dos 30
Assim sendo, denota-se que a Lei 8.212/1.991 é uma lei ordi- dias consecutivos.
nária, fato que fez com que o dispositivo constitucional acima men- 5) Havendo a ocorrência de impugnação, o crédito tributário
cionado fosse violado, por isso o STF veio a declarar a inconstitu- passará a ser considerado definitivamente constituído caso não
cionalidade dos dispositivos em comento. Desta forma, declarada a exista recurso em faze da decisão de segunda instância mantene-
inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/1.991, a regra dora do auto de infração, na data em que vier a expirar o prazo
que passou a valer para o cômputo dos prazos de prescrição e de- recursal.
cadência em relação às contribuições previdenciárias, passou a ser Vale mencionar ainda, os dispositivos de lei que interrompem
a mesma regra adota e prescrita no Código Tributário Nacional em ou suspendem a prescrição. Estão contidos no CTN, sendo eles:
seu arts. 173 e 174, respectivamente, sendo de 05 anos. Art. 174 . [...] § único - a prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução
Denota-se que a contagem do prazo decadencial e prescricio- fiscal;
nal previdenciário, pode iniciar, com inevitável ligação ao instituto II – pelo protesto judicial;
do lançamento do crédito tributário, bem como do fato gerador III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
desta seara do direito, a partir da ocorrência do fato gerador com o IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que
prazo decadencial, como regra geral de 5 anos. importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

Havendo fato gerador sem que o contribuinte tenha feito qual- Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
quer espécie de pagamento, ou se deixou de fazê-lo por fraude ou I – moratória;
qualquer outro motivo, entende-se que a Fazenda Pública passará II – o depósito do seu montante integral;
a adquirir tempo para resolver estas questões se valendo do uso do III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis regulado-
art. 173 do CTN. Vejamos: ras do processo tributário administrativo;
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tri- IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
butário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lan- outras espécies de ação judicial;
çamento poderia ter sido efetuado; de ofício, e para isso o prazo, VI – o parcelamento.
embora também seja de 5 anos, inicia no primeiro dia do exercício
seguinte àquele no qual o lançamento poderia ter sido efetuado. Sobre a decadência e prescrição nos benefícios
De antemão, denota-se que a decadência e a prescrição, sob o
Em relação ao custeio, passemos a analisar a respeito da pres- ponto de vista dos benefícios, funcionam com dispositivos dotados
crição. Pondera-se que a Receita Federal passou a efetuar o lança- de requisitos diversos relacionados a prazo, dentre outras catego-
mento de ofício, entretanto, ela o fez antes do decurso do prazo de- rias. Assim sendo, em relação aos prazos decadenciais, determina o
cadencial, fato que faz com que o contribuinte passe a ter o direito art. 103 da Lei nº. 8.213/1.991:
de impugnar o auto de infração e tomar outras medidas cabíveis, Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do se-
sendo que, caso na seara administrativa a existência do débito seja gurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indefe-
reconhecida, o contribuinte poderá simplesmente deixar de adim- rimento, cancelamento ou cessação de benefício e do ato de defe-
plir. Caso não adimpla, a União poderá exigir por vias judiciais o va- rimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é
lor a ser pago dentro do prazo estipulado por lei, fato que nesse de 10 (dez) anos, contado:
caso, seria de prescrição, posto que o crédito tributário foi consti- I – do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da
tuído pelo lançamento, então o direito existe, porém, não decaiu. primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido
Em relação ao prazo, infere-se que a prescrição, assim como paga com o valor revisto; ou
a decadência, também encontra respaldo legal no art. 174 do CTN II – do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão
que dispõe: de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de be-
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescre- nefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de
ve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. benefício, no âmbito administrativo.
Desta forma, o prazo prescricional possui como termo inicial, Assim, ante o estudo do artigo em comento, aduz-se, em sín-
a constituição de forma definitiva do crédito, posto que deixou de tese que o prazo decadencial é de 10 anos. A forma de contabiliza-
existir na seara administrativa, possibilidades de impugnação ou de ção do prazo pode ocorrer no caso do benefício ter sido concedido,
porém, se desejar revisão do ato concessório, vindo a contar-se o
prazo decadencial a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do re-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cebimento da primeira prestação. Porém, caso alguma revisão não II – em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapaci-
tenha sido implantada, o prazo deverá ter início na data em que a dade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente.
prestação deveria ter sido adimplida com o valor revisto.
Havendo o indeferimento, cancelamento, ou, cessação, situa- Assim, prescrevem em 05 (cinco) anos as ações de prestação
ções de pedido de revisão de benefício, tendo o segurado a inten- por acidente de trabalho, contadas da data do acidente, quando
ção de questionar tais decisões, bem como outras pertinentes, o dele resultar a morte, também a incapacidade temporária e ainda,
prazo decadencial deverá ser contado a partir do dia em que dela nas ações em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapa-
tomar conhecimento. cidade permanente, bem como o agravante das sequelas acidentá-
Registra-se que a regra contida do Direito Brasileiro na LBPS rias de modo geral.
por meio do art. 79, que afirmava que não correm os prazos de
decadência contra o civilmente incapaz, foi revogada pela Lei CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL
13.846/2019. Vejamos o dispositivo de lei:

Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei ao pensio-
nista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei. Moldado sob a forma de repartição, o Sistema de Seguridade
Social Brasileiro é constituído por imposições em forma de condu-
No entanto, a revogação, contudo, não possui a intenção de tas, que proíbem atos que venham a desrespeitar as normas esta-
alterar a regra que se encontra em vigor no momento e que advém tais que regem o seu funcionamento. Assim sendo, uma vez desres-
do art. 208, e do art.198, I do Código Civil Brasileiro. Desta maneira, peitada a norma estatal em vigência, incorrerá o agente na prática
não corre a decadência contra os absolutamente incapazes que de ato ilícito.
assim são considerados os indivíduos menores de 16 anos. Registra-se que a Lei n. 8.212/1991 dispunha no art. 95, as nor-
mas penais que tipificavam os crimes contra a Seguridade Social.
Dispõe o art. 103-A da LBPS referente à seara da decadência: Entretanto, essas regras vigoraram até o ano 2000, mas, a partir
Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos daí, entrou em vigor a Lei nº. 9.983/2.000, que passou dar novo
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus rumo à matéria, e, pelo fato de se tratar de lei mais benéfica, possui
beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram aplicação retroativa, nos parâmetros exigidos pelo art. 2º, parágrafo
praticados, salvo comprovada má-fé. único do Código Penal Brasileiro.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo deca- Assim, utilizando também de outras eventuais atualizações que
dencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. tenham ocorrido sobre o assunto, aduz-se que são crimes contra a
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- Previdência Social todos aqueles por meio dos quais, ocorre quan-
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali- do existe a percepção de benefícios previdenciários mediante frau-
dade do ato. de, abuso, má-fé, dentre outros atributos pertinentes, sendo que
O que o retro mencionado artigo quis dizer, é que caso o INSS esses crimes também poderão ser qualificados com diminuição ou
tenha concedido um benefício de forma indevida, possui ele o pra- aumentos de pena conforme a Legislação pertinente.
zo de 10 anos, a contar do primeiro pagamento, para anular os atos
administrativos. Entretanto, se esse prazo expirar e não houve má- Apropriação indébita previdenciária
-fé por parte do beneficiário, não poderá o INSS anular seus atos, Registra-se de antemão, que o art. 168-A, que foi acrescentado
bem como a situação em comento não pode mais ser revista. ao Código Penal através da Lei n. 9.983/2000, dispondo de forma
detalhada sobre o aumento de condutas ilícitas que são atribuídas
Importante: Em relação à prescrição, em se tratando de bene- aos contribuintes que, de alguma maneira, visam à sonegação fiscal
fícios, aduz-se que esses atingem somente as prestações vencidas. no país. Desta forma, denota-se que o legislador procurou aperfei-
Como se sabe, os benefícios previdenciários são pagos mensalmen- çoar o tipo legal que existia por meio do art. 95 da Lei n. 8.212/1991,
te aos beneficiários. Porém, caso algum beneficiário entre em juízo passando a chamá-lo de Apropriação Indébita Previdenciária. Abai-
com ação judicial buscando revisar o seu benefício e obtenha de- xo, vejamos a redação dada por lei a esse crime:
ferimento por parte da autoridade, terá esse beneficiário o direito Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contri-
ao pagamento das prestações dos últimos cinco anos anteriores ao buições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou con-
ajuizamento da ação, nos ditames do parágrafo único do art. 103 vencional:
da LBPS. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
A exemplo do que ocorre com a decadência, o prazo de pres- I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância
crição também não corre contra os civilmente incapazes, é o que destinada à previdência social que tenha sido descontada de paga-
determina o art. 198, I do Código Civil Brasileiro. mento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
Por fim, merece destaque, a disposição da LBPS contida no art. II – recolher contribuições devidas à previdência social que te-
104, que cuida de dispor sobre o prazo prescricional das ações que nham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de
se referem aos benefícios acidentários. Observa-se que o prazo é o produtos ou à prestação de serviços;
mesmo, sendo de 5 anos, porém, o termo se início da contagem é III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
único e específico para as prestações dessa natureza. Assim dispões cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela pre-
o art. 104 da LBPS, Lei nº 8.213/1.991: vidência social.
Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do tra- Em entendimento ao referido dispositivo, verifica-se que o
balho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. legislador impôs a sanção do crime de apropriação indébita pre-
103 desta Lei, contados da data: videnciária a todo aquele que deixar de repassar ou de recolher,
I – do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade dentro do prazo legal, contribuições ou qualquer valor que tenha
temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdên- como destino a Previdência Social e que tenha sido descontado do
cia Social; ou adimplemento pecuniário efetuado aos segurados, bem como a
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
terceiros ou, ainda, que tenham sido arrecadadas do público. Entra • O tipo objetivo da apropriação indébita previdenciária é
nesse rol, a ausência de recolhimento de contribuições que porven- caracterizado como crime omissivo próprio, tendo em vista que é
tura tenham integrado despesas contábeis, ou, custos relacionados advindo da inércia do sujeito ativo ao omitir ato que a Lei Penal
para a venda de produtos e também para a prestação de serviços. ordena ou obriga que seja realizado.
Pondera-se que o crime de Apropriação Indébita Previdenci-
ária e suas penas, também é aplicado ao agente que se eximir de • O elemento subjetivo do tipo da apropriação indébita pre-
pagar benefício devido a segurado, quando ocorrer de o respectivo videnciária é o dolo genérico, a vontade plenamente livre e cons-
valor já tiver sido repassado e reembolsado à empresa pela Previ- ciente de não se recolher a contribuição que é devida aos cofres da
dência Social. Previdência Social, mas que foi descontada dos empregados.
Assim, depreende-se que o objetivo dessa norma é evitar a so-
negação fiscal, vindo desta forma, a inibir o desvio de contribuições • Para que seja configurado o delito da apropriação indébita
destinadas ao financiamento da Seguridade Social, bem como pres- previdenciária, não é necessário qualquer outro elemento subjeti-
tar tutela à manutenção financeira das ações que buscam garantir vo senão o próprio dolo (deixar de repassar) extraível do tipo.” (STJ).
e assegurar os direitos à saúde, à previdência e à assistência social.
Ressalta-se que a conduta de nome apropriação indébita pre- Sujeito ativo: Nos termos do art. 225, §3º, da CFB/1.988, so-
videnciária, não pode ser confundida com a apropriação indébita mente a pessoa física possui a capacidade de delinquir nesse tipo
comum que se encontra disposta no art. 168 do Código Penal, cuja penal.
figura típica consiste em: Sujeito passivo: Em substituição ao INSS, o sujeito passivo des-
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a pos- se delito passou a ser a União, desde a criação da Receita Federal do
se ou a detenção: Brasil pela Lei nº. 11.457/2007, a quem cabe realizar a arrecadação
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. e fiscalização dos valores retidos e arrecadados que não são repas-
Em relação à diferença existente entre a apropriação indébita sados à Seguridade Social.
previdenciária e a penal, entende Andréas Eisele: “Dentre as diver-
gências entre as hipóteses, podem ser indicadas: a) a irrelevância Crime continuado
da eventual existência de situação de posse (pelo agente) do obje- Ressalta-se que a omissão quanto ao recolhimento de contri-
to material sobre o qual recairá a conduta; b) a desnecessidade da buições previdenciárias, em geral, acontece de maneira contínua,
presença da intenção apropriativa do objeto, por parte do sujeito; e tendo em vista que a ausência de recolhimento, geralmente ocorre
c) a titularidade da propriedade do objeto, que pertence ao próprio por vários meses e até anos, vindo a incidir a regra contida no art.
sujeito (motivo pelo qual a ‘coisa’ sobre a qual recai a conduta não 71 do Código Penal Brasileiro. Assim sendo, é justo que o aumen-
é alheia’)”. to de pena previsto pela continuidade do delito deverá ser dosado
Aduz-se, também, que a nova lei usou de inovação ao descre- pelo juiz, que levará em conta a quantidade de meses em que não
ver a conduta como “deixar de recolher contribuições à Previdência foi feito o recolhimento das contribuições.
Social” e não mais à Seguridade Social, conforme previa o art. 95, d, A respeito da continuidade delitiva, o Supremo Tribunal Fede-
da Lei n. 8.212/1991. ral firmou a edição da Súmula nº. 711, dispondo:
Em análise ao inciso II do art. 168-A, entende-se que a conduta STF – Súmula 711 - “A lei penal mais grave aplica-se ao crime
de delito ali disposta, diz respeito ao infrator que por ventura deixar continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à
de recolher as contribuições integrantes da escrituração contábil cessação da continuidade ou da permanência”.
em forma de despesas, ou aquelas que foram transferidas para o
custo do produto ou serviço, tendo em vista que nesse caso, o con- Prisão por dívida
tribuinte de fato é o consumidor final. Justificando-se, assim, o tipo Dentre esses tópicos estudados, de acordo com os juristas
penal, pois é admissível que a pessoa que não foi capaz de aguentar Castro e Lazzari, registra-se a importância de mencionar a Lei nº.
o encargo da relação econômica, venha a se tornar omissa em reco- 8.866/1.994, que dispunha ser depositário da Fazenda Pública, o
lher a contribuição para os cofres da Previdência Social. indivíduo que a legislação tributária ou previdenciária determinava
Em relação ao inciso, III do mencionado diploma legal, denota- a obrigação de reter ou receber de terceiro e recolher aos cofres
-se que a conduta típica é o fato de deixar de pagar benefício devido públicos impostos, taxas e contribuições, inclusive à Seguridade
a segurado, quando os respectivos valores já foram reembolsados Social. Assim sendo, com fulcro no § 2º do art. 1º da referida lei,
pela Previdência Social. Podem ocorrer esses casos, em situações que tratava como depositário infiel o indivíduo que não entregasse
pelas quais a empresa é responsável, de forma direta pelo adimple- aos cofres públicos os valores por ele arrecadados, foi esteada a
mento do benefício, como por exemplo, na entrega do salário-fa- revogação do art. 95, alínea d, da Lei nº. 8.212/1991. Entretanto,
mília e também nos casos em que existe convênio com o INSS para tal esse entendimento não repercutiu, tendo em vista que a Lei nº.
este fim, dentre outros fatores pertinentes ao assunto. 8.866/1994 pertence ao âmbito do Direito Civil, e não tornou des-
Abaixo, temos uma breve síntese acerca das características criminalizada a conduta disposta no art. 95, d, da Lei nº. 8.212/1991.
desse tipo penal: Para resolver o assunto, o TRF da 4ª Região promoveu a edição
da Súmula nº. 65, que assim determina:
Importante: Em relação à constitucionalidade da penalização TRF 4ª Região – Súmula 65 - “A pena decorrente do crime de
da conduta de omissão de recolhimento de contribuições previden- omissão de recolhimento de contribuições previdenciárias não cons-
ciárias, denota-se que é questionada sob a alegação de preeminen- titui prisão por dívida”.
te ofensa ao art. 5º, LXVII, da CFB/1.988 e ao Pacto de São José da Assim, na mesma direção, foi consolidado pelo Supremo Tribu-
Costa Rica, do qual o Brasil é signatário, que proíbem a prisão por nal Federal o entendimento de que o agente que se enquadra no
dívida. art. 168-A do Código Penal, não se encontrará submetido à prisão
civil por dívida, porém, terá que responder pela prática dos delitos
que cometer.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Inserção de dados falsos em sistema de informações II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da conta-
Trata-se esse tema de um delito cometido por intermédio de bilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as
meios eletrônicos, por meio do qual, o sujeito passivo é a Adminis- devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;
tração Pública. É o que demonstra a redação do art. 313-A: III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos,
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inser- remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de
ção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corre- contribuições sociais previdenciárias:
tos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administra- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
ção Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para O delito de sonegação de contribuição previdenciária é um
outrem ou para causar dano: crime praticado por particular contra a Previdência Social, sendo
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. que o elemento do tipo é a vontade livre e consciente de sonegar
Registra-se que esse delito teve sua inserção no Código Penal contribuição previdenciária, mediante a omissão de procedimentos
pelo Título XI, que trata dos Crimes contra a Administração Pública, contábeis obrigatórios.
em seu Capítulo I – Dos Crimes Praticados por Funcionário Público A respeito da consumação e da competência para julgamento
contra a Administração Pública. desse delito, existe uma interessante decisão do STJ. Vejamos:
O crime de inserção de dados falsos em sistema de informa- Decidiu a 3ª Seção do STJ que: “O delito previsto no art. 337-A
ções é considerado como um peculato eletrônico que possui como do Código Penal consuma-se com a supressão ou redução da contri-
sujeito ativo somente o servidor público, porém, é admitida, a par- buição previdenciária e acessórios, sendo o objeto jurídico tutelado
ticipação de particular para a sua consumação. a Seguridade Social. A competência para processar e julgar o cri-
Pondera-se, por fim, que a conduta foi instituída com o obje- me de sonegação de contribuição previdenciária é fixada pelo local
tivo de punir o servidor que usa do seu poder no cargo que ocupa da consumação do delito, conforme previsto no art. 70 do Código
para inserir, alterar ou excluir dados dos sistemas informatizados de Processo Penal” (CC 200901070341, Rel. Min. Arnaldo Esteves
ou, ainda, banco de dados da Previdência Social com o objetivo de Lima, DJE 29.3.2010).
auferir vantagem ilícita para si ou para outros.
Vejamos abaixo, em síntese, as principais características rela-
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor- tivas a esse delito:
mações • De acordo com a súmula vinculante nº. 24 do STF, por se tra-
Dentre os crimes que se encontram relacionados ao sistema tar de crime material, exige-se a constituição definitiva do crédito
eletrônico e à informática, encontra-se também, o de modificação tributário previamente à propositura da ação penal que aduz que
ou alteração não autorizada de sistema de informações. O art. 313- “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto
B do Código Penal, assim o define: no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de infor- definitivo do tributo”.
mações ou programa de informática sem autorização ou solicitação • Para o delito de sonegação de contribuição previdenciária,
de autoridade competente: as causas de extinção de punibilidade são as mesmas que as da
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. conduta tipificada no art. 168-A, à exceção do perdão judicial pelo
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a pagamento após a ação fiscal e antes do oferecimento da denún-
metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Admi- cia, hipótese que foi vetada pelo Poder Executivo ao sancionar a lei.
nistração Pública ou para o administrado. (Castro e Lazzari, 2.020).
O ilustre jurista Baltazar Júnior conceitua as condutas delituo- • Existem regras especiais para a aplicação da pena. Porém, é
sas da seguinte maneira: “Modificar tem aqui o sentido de instalar facultado ao juiz deixar de aplicar a pena, ou aplicar apenas a pena
um novo sistema ou programa, ou seja, substituir ou trocar por um de multa, caso o agente seja primário e possua bons antecedentes,
outro programa.” Ao passo que “Alterar é modificar o programa ou desde que o valor das contribuições devidas, incluindo nesse rol os
sistema existente.” acessórios, possua valor igual ou inferior ao estabelecido pela Pre-
Ressalta-se que são aplicadas a esse delito, as mesmas consi- vidência Social.
derações que foram feitas ao delito de inserção de dados falsos em
sistema de informações já estudado. Porém, afirma-se com veraci- Divulgação de informações sigilosas ou reservadas
dade, que as penas aplicadas ao crime em comento, são menos se- O art. 153 do Código Penal Brasileiro determina ser criminoso
veras que as aplicadas àquele, tendo em vista que as consequências o ato de divulgação de segredo, dispondo que constitui crime “Di-
do tipo se encontram dotadas de menor gravidade. vulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular
No entanto, registra-se que as penas poderão ser atenuadas ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou deten-
em situações de dano para a Administração Pública, bem como tor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem”. No entanto,
para os administrados, que, por sua vez, são por lei, considerados a redação desse dispositivo passou por alterações por meio da Lei
os sujeitos passivos do crime. nº. 9.983/2000, com o objetivo de oferecer proteção aos sistemas e
bancos de dados da Administração Pública.
Sonegação de contribuição previdenciária Vejamos o dispositivo legal:
Esse delito pode ser tipificado legalmente pelas seguintes con- Art. 153.
dutas: § 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou re-
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciá- servadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de
ria e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: informações ou banco de dados da Administração Pública:
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
de informações previsto pela legislação previdenciária segurados § 1º (parágrafo único original).
empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autô- § 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a
nomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; ação penal será incondicionada.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ressalta-se, que a pena prevista anteriormente no Código Pe- ou função em entidade paraestatal, bem como aquele que trabalha
nal Brasileiro para o crime de divulgação de segredo, era a com de- para empresa que presta serviços de forma contratada ou conve-
tenção de um a seis meses, ou multa, sendo que somente se sub- niada para a execução específica da Administração Pública.
meteria a procedimento, mediante representação do ofendido. Já Havendo essa modificação, ressalta-se que foi incluído no con-
pela redação atualizada, a pena foi elevada, sendo que poderá che- ceito de funcionário público, aquele que trabalha para empresa
gar a até 04 (quatro) anos de detenção, acrescida de multa. Desta prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução
forma, a ação penal passou a ser considerada como incondicionada de atividade típica da Administração Pública, como os estagiários,
em caso de causação de dano à Administração Pública. os serventes, os vigilantes, dentre outros.

Falsidade Documental Estelionato previdenciário


Nesta seara, verifica-se que o art. 296 do Código Penal, que Esse crime se encontra disposto no art. 171, § 3º, do Código Pe-
dispõe sobre a falsidade documental, recebeu mais um inciso no nal. Sua conduta tipificada é “Obter, para si ou para outrem, vanta-
§ 1º, sendo que a partir do momento da vigência da nova lei, será gem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
aplicada a pena de reclusão, de dois a seis anos, acrescida de multa, erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
a quem alterar, falsificar ou fazer uso indevido de marcas, logotipos, Ocorre que em relação à pena de reclusão de um a cinco anos
siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de e multa, prevista no caput do art. 171 do CP, deverá ser majorada
órgãos ou entidades da Administração Pública de um modo geral. em um terço por se tratar de crime praticado contra a Autarquia
Falsificação de documento público Previdenciária.
Para a recepção desta categoria delituosa, foi inserido art. 297 Infelizmente, esse crime vem acontecendo com frequência nos
do Código Penal, o § 3º, para determinar que se implica na pena casos de agentes que fazem uso de documentação falsa para sacar
de reclusão de dois a seis anos, e multa, aquele que insere ou faz em contas alheias, valores depositados em nome de outras pessoas
inserir: a título de benefício previdenciário.
I – na folha de pagamento ou em documento de informações Nos dizeres do jurista José Paulo Baltazar Júnior, na maior parte
que seja destinado a fazer prova perante a Previdência Social, pes- das vezes, o autor se trata de um intermediário ou de um despa-
soa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; chante de benefícios e, não raro ex-servidor da Previdência Social
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado que é conhecedor do funcionamento da Autarquia:
ou em documento que deva produzir efeito perante a Previdência “Assim, no específico caso do estelionato contra a previdência,
Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; o segurado, se tiver ciência da fraude, colaborando e aderindo à
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento conduta do intermediário, poderá ser partícipe ou coautor, depen-
relacionado com as obrigações da empresa perante a Previdência dendo de cada hipótese, como acima referido. Caso o segurado se-
Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. quer tenha ciência da fraude, não poderá ser condenado. Exempli-
Ressalta-se que referidas condutas eram consideradas crimino- fica-se com a hipótese do segurado denunciado por estelionato que
sas pelo art. 95, nas alíneas g, h e i da Lei n. 8.212/1991, entretanto, relata, no interrogatório, a entrega de suas carteiras profissionais
sem pena para os infratores. Desta forma, o novo dispositivo penal ao intermediário, que informou ter ele direito ao benefício, vindo
surgiu para fazer correção a essa distorção, vindo a instituir penas a receber, alguns meses depois, a carta de concessão de aposen-
mais duras que variam de 02 (dois) a 06 (seis) anos, além de multa. tadoria do INSS, negando saber não contava com tempo suficiente
Assim, nos conformes do § 4º da contemporânea redação do para se aposentar. Tal tese mais será admissível quando o acusado
art. 297 do Código Penal, incorrerá nas mesmas penas aquele que for pessoa simples e houver contagem de tempo de benefício rural
omitir, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado e urbano, ou conversão de tempo especial, ou vários contratos de
e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho, caso em que há dificuldades em determinar a existência
trabalho ou de prestação de serviços. do direito. Ao contrário, se o segurado praticamente jamais traba-
lhou registrado, é difícil admitir que não tenha ciência da fraude. Se
Violação de sigilo funcional os honorários do despachante de benefícios, forem muito elevados
Ao sujeito ativo do delito de violação de sigilo funcional, o Códi- há indício de que o segurado tem ciência da fraude. Como se vê, é
go Penal estabeleceu pena de detenção, de seis meses a dois anos, questão a ser apurada concretamente.” (CASTRO E LAZZARI, 2.020).
ou multa, se o fato não constituiu crime mais grave. Além disso, a De acordo com o entendimento do STF, esse crime se encontra
Lei nº. 9.983/2000 determinou que incorre nas penas desse artigo eivado de natureza permanente, posto que a sua consumação sem-
aquele que: pre se renova a cada recebimento mensal.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e em- Entendida a gravidade do assunto, o prazo prescricional deve-
préstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas rá ser contado a partir do fim do recebimento do benefício irregu-
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da lar e acordo com o HC 116.816, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de
Administração Pública; 4.3.2013.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito (art. 325, § 1º). Por fim, registra-se a importante disposição da Súmula nº. 82
Desta maneira, se da ação ou omissão advir dano à Administra- do TRF da 4ª Região:
ção Pública ou a outrem, a pena passará a ser de reclusão, de dois a TRF 4ª Região – Súmula 82 - “É inaplicável o princípio da in-
seis anos, e multa (art. 325, § 2º). significância ao estelionato cometido em detrimento de entidade
de direito público.”
Equiparação a funcionário público
De antemão, verifica-se que o conceito real de funcionário pú-
blico inserido no art. 327 do Código Penal foi ampliado. Com a re-
dação contemporânea do § 1º desse dispositivo legal, passou-se a
equipar a funcionário público, aquele que exercer cargo, emprego

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - relativos às prestações de auxílio-doença, de aposentadoria
RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS por invalidez e do benefício assistencial de que trata o art. 20 da Lei
nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Ressalta-se, que existem também outras prioridades sujeitas a
De antemão, registra-se que não existe uma lei específica que acontecer tanto no julgamento quanto no trâmite e no julgamento.
regule o processo administrativo previdenciário, sendo que suas ba- Dispõe o CRSS que para fins de prioridade na sessão de julgamen-
ses essenciais se encontram presentes em várias leis e normas, sen- to, serão considerados os processos que tiverem requerimento de
do que a principal delas, é a Lei nº 9.784/99, sendo, assim, a única sustentação oral e nos casos em que as partes estiverem presentes.
lei que regula o processo administrativo na seara da Administração No condizente à prioridade no trâmite e no julgamento, esta será
Pública Federal. conferida aos processos que versem sobre revisão de ofício dos atos
Pode-se encontrar a finalidade da referida lei em seu primeiro dos órgãos julgadores, segundo o Regimento Interno.
artigo que argumenta:
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad- Processo eletrônico e recursos
ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, Para fins de processo eletrônico, pondera-se que o recurso
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e protocolizado na Agência da Previdência Social (APS), deverá ser
ao melhor cumprimento dos fins da Administração. digitalizado e disponibilizado no e-Recursos, que se trata de uma
Ressalta-se que o processo que se encontra em trâmite no INSS importante ferramenta implantada no site para auxiliar o usuário e
e no CRSS (Conselho de Recurso da Previdência Social) em fase re- gerenciar a tramitação de processos em fase de recurso.
cursal, deverá obedecer ao que disciplina a Lei Federal nº 9.784/99, Registra-se que o e-recursos é uma ferramenta disponibilizada
bem como as como as normas internas dos respectivos órgãos, pelo Ministério da Previdência Social, por meio da qual, os usuários
como a Instrução Normativa INSS/PRES nº 77/2015 e a Portaria podem acompanhar todas as etapas processuais de um recurso ad-
MDSA nº 116/2017 que trata do Regimento Interno do CRSS. ministrativo em desfavor de uma decisão do INSS.
Denota-se que tão importante quanto exercer o direito de pe- Assim sendo, qualquer pessoa poderá visualizar o andamento
tição na fase em que inicia o processo administrativo, é o recurso das demandas processuais. Entretanto, em relação ao acesso aos
aplicado como forma de garantia do devido processo legal, do con- documentos ali disponíveis, entende-se que são de interesse da
traditório e também da ampla defesa. parte, que somente poderão acessá-los mediante o uso de senha
– Cadsenha.
Da Interposição do Recurso e Prazos
Deverá o recurso ser interposto no prazo de trinta dias da ciên- Do julgamento e da sustentação oral do recurso
cia da decisão proferida pelo INSS. Denota-se que o mesmo prazo, A sessão de julgamento no CRSS é pública, ressalvado quando
após a ocorrência do protocolo do recurso, deverá ser concedido ao a matéria exige sigilo, admitindo-se apenas a presença das partes.
INSS para que este venha a apresentar as contrarrazões. Ressalta-se que não é de amplo conhecimento o que se encon-
Em relação às contrarrazões, dispõe o § 3º do art. 31 do Regi- tra disposto no parágrafo único do artigo 44 do Regimento Interno
mento Interno do CRSS: do CRSS: “Terão prioridade de julgamento na sessão os processos
3º - Na hipótese de Recurso Ordinário, serão considerados em que houver sustentação oral ou quando a parte estiver presen-
como contrarrazões do INSS os motivos do indeferimento. Em se te”.
tratando de Recurso Especial, expirado o prazo para contrarrazões, Em relação à sustentação oral das razões do recurso, afirma-se
os autos serão imediatamente encaminhados para julgamento. que se trata de um direito que possui como fulcro, assegurar a am-
Em síntese, sobre o subtema em estudo, vejamos algumas dis- pla defesa do segurado no julgamento do seu respectivo processo
posições importantes e bastante cobradas em concursos: administrativo, sendo que deverá ser requerida no recurso, bem
• O prazo para interpor o recurso é, na verdade, para o agen- como antes do início do julgamento, de acordo com o que determi-
damento deste, uma vez que se trata um serviço que exige prévio na o Regimento Interno.
agendamento. Assim, o fato de agendar o recurso dentro dos 30 A sustentação oral, apesar de ser pouco usada nas sessões de
(trinta) dias da ciência da decisão a ser recorrida é medida de suma julgamento, trata-se de uma ferramenta de primordial importância
para a sua tempestividade. para se levar a conhecimento dos julgadores, informações eivadas
• O recurso deverá ser apresentado apenas na data marcada de dados e detalhes determinantes do processo que podem passar
para o atendimento presencial. Na atualidade, demora em média despercebidos.
(120) cento e vinte dias. Ressalta-se que os recursos administrativos mais usados são o
• Sendo encaminhado o processo à Junta de Recursos ou Câ- recurso ordinário e o especial. Entretanto, existem outras espécies
mara de Julgamento, o prazo deverá ser de 85 (oitenta e cinco) dias de recursos passíveis de uso, como os embargos de declaração, pe-
para que seja proferida a decisão final. dido de uniformização de jurisprudência, dentre outros que estuda-
• Como em todas as outras áreas do direito brasileiro, o pro- remos nos próximos tópicos.
cesso de trâmite do recurso previdenciário não é célere, apesar de Antes de adentrarmos ao estudo dos principais recursos na
os prazos estarem definidos por lei, raramente são cumpridos. esfera previdenciária, vejamos em síntese, algumas importantes
informações:
Das Prioridades nos Julgamentos • Diferentemente do que ocorre com os recursos na seara
Da mesma forma que acontece nas demandas judiciais por judicial, na qual não é possível que se levem novos fatos para os
determinação de lei, no processo administrativo do CRSS, algumas julgamentos, os recursos no âmbito do processo administrativo
particularidades prioritárias são essenciais. Vejamos o que determi- previdenciário, são permissionários da apresentação de novos do-
na o art. 38 do CRSS: cumentos, bem como da inclusão de novos comprovantes de perí-
§ 1º - As Juntas de Recursos e as Câmaras de Julgamento prio- odos de contribuição que não foram usados na instância anterior,
rizarão a análise e solução dos seguintes recursos: bem como outras provas pertinentes.
I - que tenham como parte beneficiários com idade igual ou su-
perior a sessenta anos; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Em relação à contagem do prazo, infere-se que poderá feita Pedido de Uniformização da Jurisprudência
em dias corridos, excluindo o dia do início e incluindo o dia do ven- Da mesma forma que no processo judicial, o pedido de unifor-
cimento. mização não pode ser considerado de maneira exata como sendo
• De acordo com a Portaria n.º 116/2017, o prazo iniciará ou um recurso. Isso ocorre, pelo fato de servir para resolver divergên-
vencerá num interstício de dias de expediente normal no órgão que cias existentes entre as decisões definitivas proferidas pelos inúme-
tramitar o recurso, ou em que deverá ser praticado o ato, podendo ros órgãos do CRSS, e também entre estas e a Consultoria Jurídica
ser prorrogado até o primeiro dia útil seguinte, caso o vencimento do Ministério que for responsável pelas políticas previdenciárias,
ocorra em dia em que não haja expediente, ou, ainda, se este for bem como para materializar um entendimento já consolidado por
encerrado antes do horário de expediente normal. diversos julgados do CRSS.
• Via regra geral, o prazo para interposição dos recursos é de Nesta seara, aduz-se que o pedido de uniformização de ju-
30 dias. risprudência poderá vir a ser dividido ainda, entre pedido de uni-
formização em tese e em concreto, onde na primeira hipótese, a
Recurso especial divergência não possui origem em um caso concreto, se tratando
Independentemente da decisão pronunciada em relação ao re- apenas de uma situação em abstrato, mas que precisa de definição
curso ordinário interposto, pondera-se que caberá recurso especial por parte dos órgãos julgadores. Por esse motivo, o pedido só po-
para as Câmaras de Julgamento, que se tratam de órgãos de segun- derá ser provocado pela própria Autarquia, a qual nos trâmites do
da instância instituídos para recursos do INSS. Sendo a interposição art.61, §1º do Regimento Interno do CRSS, exige que seja mediante
recursal tempestiva, os efeitos da decisão de primeira instância de- a prévia apresentação de estudo fundamentado sobre a matéria
verão ser suspensos e devolvidos para a instância superior eivados a ser uniformizada, por meio do qual deverá ser demonstrada a
do conhecimento de forma integral da causa. existência de relevante divergência jurisprudencial ou de jurispru-
Entretanto, dadas as orientações acima, é preciso que se aten- dência convergente reiterada. Assim, feita a uniformização, a tese
te ao art. 30, §2º, do Regimento Interno do CRSS, que dispõe: adotada pelo órgão será reduzida a enunciado.
Art. 30. Das decisões proferidas no julgamento do Recurso Or- Sob outro aspecto, o pedido de uniformização de jurisprudên-
dinário caberá Recurso Especial dirigido às Câmaras de Julgamento. cia em concreto, poderá ser propugnado por qualquer uma das par-
(…) § 2º Constituem alçada exclusiva das Juntas de Recursos, tes no processo administrativo nos seguintes casos:
não comportando recurso às Câmaras de Julgamento, as seguintes I – quando houver divergência na interpretação em matéria de
decisões: direito entre acórdãos de Câmaras de Julgamento do CRSS, em sede
I – fundamentada exclusivamente em matéria médica, e relati- de Recurso Especial, ou entre estes e resoluções do ConselhoPleno;
va aos benefícios de auxílio-doençaeassistenciais; II – quando houver divergência na interpretação em matéria de
II – proferida sobre reajustamento de benefício em manuten- direito entre acórdãos de Juntas de Recursos do CRSS, nas hipóteses
ção, em consonância com os índices estabelecidos em lei, exceto de alçada exclusiva previstas no art. 30, § 2º, deste Regimento, ou
quando a diferença na Renda Mensal Atual – RMA decorrer de alte- entre estes e Resoluções do Conselho Pleno.
ração da Renda Mensal Inicial – RM. Por fim, registra-se, que a apresentação do pedido de uniformi-
Ante o exposto, adverte-se que nestas situações, a decisão será zação deverá ser feita em até 30 dias depois da ciência do acórdão.
conhecida como de instância única, sendo apenas das Juntas de Re- Ocorrendo do pedido não for recebido, caberá a interposição de
cursos, fato que significa que não caberá recurso especial junto às recurso junto ao Presidente do CRSS, no prazo de até 30 dias, con-
Câmaras de Julgamento. tados a partir da ciência da decisão devidamente comprovada nos
Caso não haja encaixe da decisão em nenhuma das hipóteses autos em questão. O prazo para oferecer as contrarrazões, também
do art. 30, §2º, do Regimento Interno do CRSS, o prazo para inter- é de 30 dias.
por o recurso especial será de 30 dias, e, da mesma forma, para que
sejam apresentadas as contrarrazões. Reclamação ao Conselho Pleno
Nas demandas de decisão das Juntas de Recurso em questão
Recurso Ordinário de seara de instância única, ou das Câmaras de Julgamento em trâ-
Nos ditames do art. 29, do Regimento Interno do CRSS: mites de decisão de recurso especial que se encontrarem em diver-
Art. 29. Denomina-se Recurso Ordinário aquele interposto pelo gência relativa a pareceres da Consultoria Jurídica (Conjur)/AGU, ou
interessado, segurado ou beneficiário da Seguridade Social, em face enunciados que são editados pelo Conselho Pleno, caberá a este
de decisão proferida pelo INSS, dirigido às Juntas de Recursos do último, reclamação que poderá ser feita no prazo de até 30 dias a
CRSS, observada a competência regimental. contar da ciência da decisão infringente, suspendendo o prazo para
Observe-se que a referida estipulação, deverá ser levada em o seu cumprimento.
consideração em conjunto com o art. 660, da IN nº 77/2015, que Mesmo sendo um instrumento pouco conhecido, a reclamação
lista os agentes legitimados para protocolar o recurso, sendo eles: ao Conselho Pleno se encontra dotada de grande importância den-
o próprio segurado, o procurador legalmente constituído, o depen- tro do processo administrativo previdenciário, tendo em vista que,
dente ou beneficiário, o representante legal do interessado, a em- havendo descumprimento da decisão da reclamação, os julgadores
presa, o sindicato ou a entidade de aposentados devidamente lega- responsáveis pela prolação do acórdão divergente poderão sofrer
lizada ou, por fim, o dirigente de entidade de atendimento definida as consequências com a abertura de procedimento administrativo
pelo ECA, nos ditames do art. 92, §1º. disciplinar e consequente aplicação de sanções de ordem ética e
Registra-se, por fim, que o prazo para que seja interposto o disciplinar.
recurso ordinário é de 30 dias, contando-se da ciência da decisão, Também poderão ser registradas, reclamações junto ao Presi-
protocolando-o junto ao órgão do INSS proferidor da decisão sobre dente do Conselho de Recursos do Seguro Social, nas hipóteses de
o benefício, que, por sua vez, deverá proceder a sua instrução com descumprimento de decisão definitiva das Juntas de Recursos ou
remessa posterior do recurso à Junta ou Câmara. das Câmaras de Julgamento, sendo que a sua interposição só pode-
rá ocorrer se decorridos 30 dias, o INSS ainda não houver cumprido
o que foi determinado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Poderá ocorrer ainda, o ajuizamento de Mandado de Seguran- § 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho me-
ça nas situações por meio das quais, venha a ocorrer decisão do diante declaração do segurado e desde que comprovado a depen-
Conselho de Recursos com determinação de implantação do be- dência econômica na forma estabelecida no Regulamento.
nefício requerido, o Gerente Regional do INSS tenha se quedado a Em alusão ao retro parágrafo 2º transcrito, entende-se que o
estabelecê-lo. segurado deverá, com posse de declaração escrita, confirmar que
o menor sob sua tutela, ou, enteado são tidos como seus depen-
Embargos de Declaração dentes e no condizente ao comprovante de forma econômica, de-
Os embargos de declaração são cabíveis em qualquer uma das verá ocorrer somente no momento da pugnação do benefício pelos
instâncias recursais. Poderão ser interpostos embargos declarató- dependentes, acompanhados da apresentação de pelo menos dois
rios nas seguintes situações: dos documentos listados no art. 22, §3º do RPS. Sendo eles:
A) Quando houver decisões eivadas de obscuridade, ambigui- Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida
dade ou omissão; quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante
B) Quando houver necessidade de correção de erro material, a apresentação dos seguintes documentos:
ou, nos ditames do art. 58 do CRSS: “que não afetem o mérito do I – para os dependentes preferenciais:
pedido, o fundamento ou a conclusão do voto, bem como não di- a) cônjuge e filhos - certidões de casamento e de nascimento;
gam respeito às interpretações jurídicas dos fatos relacionados nos b) companheira ou companheiro - documento de identidade
autos, o acolhimento de opiniões técnicas de profissionais especiali- e certidão de casamento com averbação da separação judicial ou
zados ou o exercício de valoração de provas”. divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem sido
Aduz-se que na primeira situação, o prazo para oposição dos casados, ou de óbito, se for o caso;
embargos é de 30 dias, contados a partir do momento da ciência do c) equiparado a filho - certidão judicial de tutela e, em se tra-
acórdão. Já na segunda situação, sendo de erro material, os embar- tando de enteado, certidão de casamento do segurado e de nasci-
gos poderão ser opostos a qualquer tempo. mento do dependente, observado o disposto no § 3º do art. 16;
A oposição dos embargos possui motivação legal para que se II – pais - certidão de nascimento do segurado e documentos de
interrompa o prazo para o cumprimento do acórdão, da interposi- identidade dos mesmos;
ção de recurso especial, da apresentação de reclamação ao Conse- III – irmão - certidão de nascimento.
lho Pleno e também do Pedido de Uniformização de Jurisprudência. § 1º (Revogado pelo Decreto n.4.079, de 2002);
Lembrando que para que haja o retorno dos mencionados prazos, a § 2º (Revogado pelo Decreto n.4.079, de 2002);
lei apenas permitirá a sua ocorrência, após a intimação das partes, § 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econô-
informando a decisão dos embargos, data a partir da qual passará a mica, conforme o caso, deverá ser apresentado, no mínimo, dois
se contar mais 30 (trinta) dias. documentos, observado o disposto nos § 6º-A e § 8º do art. 16, e
Em relação à intimação da parte oposta para a apresentação poderão ser aceitos, dentre outros:
de contrarrazões, poderá ocorrer apenas se acontecer do conteúdo I – certidão de nascimento de filho havido em comum;
dos embargos estiver dotado de conteúdo que possa implicar na II – certidão de casamento religioso;
modificação da decisão final. Lembrando sempre, que os embargos III – declaração do imposto de renda do segurado, em que cons-
de declaração possuem o direito de andamento prioritário em rela- te o interessado como seu dependente;
ção a outros recursos dentro dos órgãos do CRSS. IV – disposições testamentárias;
V – (Revogado pelo Decreto n.5.699, de 2006).
PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: BENEFI- VI – declaração especial feita perante tabelião;
CIÁRIOS, ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES, BENEFÍCIOS, DISPO- VII – prova de mesmo domicílio;
SIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS, PERÍODOS DE CARÊNCIA, VIII – prova de encargos domésticos evidentes e existência de
SALÁRIO DE BENEFÍCIO, RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO, sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;
REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS IX – procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
X – conta bancária conjunta;
XI – registro em associação de qualquer natureza, onde conste
o interessado como dependente do segurado;
Beneficiários XII – anotação constante de ficha ou livro de registro de em-
Tratam se das pessoas que possuem o direito de usufruir das pregados;
prestações e dos benefícios previdenciários, podendo ser nas espé- XIII – apólice de seguro da qual conste o segurado como insti-
cies de segurados ou dependentes. tuidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;
A LPBS, Lei nº. 8.213/1.991 lista, em seu art. as denominações XIV – ficha de tratamento em instituição de assistência médica,
daqueles que são beneficiários da Previdência Social na condição da qual conste o segurado como responsável;
de dependentes. Vejamos: XV – escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência So- nome de dependente;
cial, na condição de dependentes do segurado: XVI – declaração de não emancipação do dependente menor de
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não vinte e um anos; ou
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- comprovar a LBPS:
ciência grave; § 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que,
II – os pais; sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual Em atenção ao retro transcrito parágrafo 3º desta Lei, verifica-se
ou mental ou deficiência grave; que a mera convivência sob o mesmo teto não é argumento sufi-
IV – (Revogada pela Lei n.9.032, de 1995). ciente para a configuração da dependência previdenciária, sendo
preciso que exista união estável, caso contrário, não será considera-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do companheiro, uma vez que o Código Civil em seu art. 1.723, §1º, apenas a prova testemunhal, a não ser em situações de ocorrência
conceitua união estável como sendo “aquela configurada na con- de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto em
vivência pública contínua e duradoura entre o homem e a mulher, lei.
estabelecida com intenção de constituição de família.” Duas novidades trazidas pela Lei nº. 13.846/2.019 no art. 24,
Seguindo a determinação constitucional, o Regulamento de §5º, que merecem destaque, trata-se da exigência de que deverá
Previdência Social (RPS) e o Código civil afirmam de forma clara que ser apresentado, indício de prova material que comprove união es-
a união estável deve ser constituída por homem e mulher. Portan- tável por pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado tes-
to, em interpretação lógica do dispositivos legais, verifica-se que a temunhal; e, ainda, que no § 6º na hipótese da alínea c do inciso V
união homoafetiva não se encontra coberta pela Previdência Social, do § 2º do art. 77 desta Lei, a par da exigência do § 5º deste artigo,
fato que faz com que companheiro(a) homoafetivo (a) não faça par- deverá ser apresentado, ainda, início de prova material que com-
te, a princípio, da lista de dependentes previdenciários da legisla- prove união estável por pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do
ção brasileira. Entretanto, o Supremo Tribunal federal determinou segurado.
o seguinte: Outro dispositivo de suma importância, que foi inserido pela
STF - [...] Os homossexuais, por tal razão, têm direito de re- Lei 13.846/2.019, trata-se do parágrafo 7º, também do art. 24, que
ceber a igual proteção tanto das leis quanto do sistema político- determina a exclusão de forma definitiva da condição de dependen-
-jurídico instituído pela Constituição da República, mostrando-se te de “quem tiver sido condenado criminalmente por sentença com
arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, que exclua, que trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio
discrimine, que fomente a intolerância, que estimule o desrespei- doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do
to e que desiguale as pessoas em razão de sua orientação sexual. segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputá-
[…] A família resultante da união homoafetiva não pode sofrer dis- veis”.
criminação, cabendo-lhe os mesmos direitos, prerrogativas, bene-
fícios e obrigações que se mostrem acessíveis a parceiros de sexo Espécies de prestações
distinto que integrem uniões heteroafetivas. (STF – RE 607562 AgR/ A Lei 8.213/1.991 BPS afirma que o Regime Geral de Previdên-
PE – Relator Ministro LUIZ FUX – Primeira Turma – Julgamento em cia Social do Brasil prevê a existência de dez benefícios diferentes,
18.09.2012 – Publicação em 03.10.2012). acrescidos de duas outras prestações não pecuniárias. Sendo que
Desta forma, por força de ato da Suprema Corte, o(a) compa- oito benefícios são devidos aos segurados e dois benefícios, aos
nheiro(a) de mesmo sexo é considerado como dependente previ- dependentes destes, posto que duas prestações não pecuniárias
denciário, tendo em vista que o Judiciário passou a reconhecer sua abrangem tanto a segurados quanto dependentes.
dependência na seara previdenciária. Além disso, o INSS, também Porém, a Reforma da Previdência foi aprovada em 2.019 e re-
acolhe esse entendimento, conforme demonstra o art. 130 da IN duziu o rol de benefícios, vindo por conseguinte, a alterar também
77/2015: o mapa das aposentadorias. Nesse sentido, é importante fazer uma
Art. 130. De acordo com a Portaria MPS n.513, de 9 de dezem- breve análise do art. 18 da LBPS. Vejamos:
bro de 2010, publicada no DOU, de 10 de dezembro de 2010, o com- Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as
panheiro ou a companheira do mesmo sexo de segurado inscrito seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decor-
no RGPS integra o rol dos dependentes e, desde que comprovada a rentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:
união estável, concorre, para fins de pensão por morte e de auxílio- I – quanto ao segurado:
-reclusão, com os dependentes preferenciais de que trata o inciso I a) aposentadoria por invalidez;
do art. 16 da Lei n.8.213, de 1991, para óbito ou reclusão ocorrido b) aposentadoria por idade;
a partir de 5 de abril de 1991, conforme o disposto no art. 145 do c) aposentadoria por tempo de contribuição;
mesmo diploma legal, revogado pela MP n.2.187-13, de 24 de agos- d) aposentadoria especial;
to de 2001. e) auxílio-doença;
Interpretando o parágrafo 4º da Lei em comento, pondera-se f) salário-família;
que a dependência econômica dos indivíduos arrolados no inciso I, g) salário-maternidade;
se encontra de forma presumida, porém, a das demais, deverá ser h) auxílio-acidente;
comprovada. Assim, os filhos que não são emancipados, menores i) (Revogada pela Lei n.8.870, de 1994).
de 21 ou inválidos, os cônjuges e companheiros, sempre serão con- II – quanto ao dependente:
siderados dependentes previdenciários. No que condiz aos pais e a) pensão por morte;
os irmãos, para que possam ser considerados como dependentes, b) auxílio-reclusão;
precisam comprovar sua dependência econômica com a apresen- III – quanto ao segurado e dependente:
tação dos documentos específicos pertinentes, conforme requer o a) (Revogada pela Lei n.9.032, de 1995).
art. 22, §3º do RPS. b) serviço social;
Importante: Mesmo sendo comparados a filhos, é necessário c) reabilitação profissional.
que o enteado e o menor tutelado comprovem sua dependência do Em destaque nos artigos da antiga lei, aduz-se que a Reforma
segurado para fins de dependência econômica junto à Previdência da Previdência alterou a aposentadoria por invalidez que passou
Social, tendo em vista que esta equiparação concedida pelo orde- a ser a chamada de aposentadoria por incapacidade permanente.
namento jurídico, possui efeitos somente em relação à ordem de Já as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição foram
preferência na habilitação referente à pensão de auxílio-reclusão. excluídas do rol da nova lei, posto que ambas as formas de aposen-
tadoria foram acopladas em um único benefício de nome aposenta-
Por fim, ressalta-se que em relação às provas de união estável doria programada, sendo esse último, um benefício que se encon-
e de dependência econômica a que se refere o parágrafo 5º do dis- tra dependente do cumprimento de forma concomitante de idade
positivo em estudo, pondera-se que estas exigem início de prova mínima e também de tempo de contribuição.
material contemporânea dos fatos, que seja produzido em período Em relação à aposentadoria por idade rural, sob a égide da Re-
não superior a 24 (vinte e quatro) meses antes da data do óbito ou, forma Previdenciária, passou a ser chamada denominada aposen-
ainda, do recolhimento à prisão do segurado, não sendo admitida tadoria por idade do trabalhador rural.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
No condizente à aposentadoria especial, a Reforma da Previ- Nova forma de calcular: Pela regra Geral de 60% da média de
dência, por meio da EC nº. 103/2.019 não utiliza esta denominação todos salários de contribuição, sendo a partir de julho de 1994 + 2%
em nenhum de seus 36 artigos. Entretanto, passou a garantir o di- a cada ano que vier a exceder 20 anos de tempo de contribuição
reito à aposentadoria de forma benéfica aos segurados comprova- para homens e 15 anos para mulheres.
dores do exercício de atividades com efetiva exposição a agentes Observação: Se o benefício for advindo de trabalho, doença
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde. Afirma-se ainda, profissional e de doença do trabalho, pondera-se que terá direito
que esse benefício é a mesma aposentadoria programada, estando ao coeficiente de 100% da média das contribuições, sendo (100%
dotado apenas de uma minúscula diferenciação nos requisitos de da média).
concessão.
Importante: O INSS afirmou em Ofício Circular Interno, que Aposentadoria programada (Antiga aposentadoria por idade,
derivam da aposentadoria programada a aposentadoria especial art. 18 da Reforma Previdenciária)
e a aposentadoria programada do professor. A aposentadoria da Dentre as mudanças ocorridas, destacam-se as relativas aos re-
pessoa com deficiência não se encontra prevista na LBPS. Mas, quisitos de concessão da aposentadoria por idade. Anteriormente,
aprovada a Reforma da Previdência, a aposentadoria da PCD ga- exigiam-se 180 meses de carência e idade de 65 anos para os ho-
nhou autonomia, tendo em vista que a Emenda 103/2019 afirma mens e 60 anos para as mulheres.
que esse benefício, até que sobrevenha lei que o discipline, será Com o advento da reforma, ocorreu a mudança de requisito
concedido na forma da LC 142, que até o momento prevê a conces- para tempo de contribuição, ao contrário de carência, acrescidos de
são de aposentadoria por tempo de contribuição, bem como sem aumento de 2 anos de idade para mulheres, considerando que esta
o cumprimento de idade mínima. Assim sendo, a aposentadoria da mudança deverá acontecer de forma progressiva.
PCD continuará sob a égide das normas da pré-reforma, até que São requisitos cumulativos: O tempo de 15 anos de contribui-
haja nova regulamentação a seu favor. ção para ambos os sexos e idade mínima de 60 anos para mulheres
e 65 anos para homens, levando em consideração que a idade míni-
Benefícios ma para mulheres irá sofrer aumento de forma progressiva durante
Os benefícios deverão ser pagos pelo Instituto Nacional do Se- o lapso de 6 meses por ano, a partir de 2020 e chegando a 62 anos
guro Social (INSS), a quem cumpre arcar com as determinações im- no ano de 2023.
postas pela Previdência Social.
Considera-se que os benefícios previdenciários poderão ocor- Aposentadoria especial
rer em regime programável, ou, não, tendo em vista que os pro- Da mesma maneira que houve no benefício pré-reforma, a
gramáveis são de forma essencial, os benefícios voluntários que aposentadoria especial deverá ser concedida com redução de tem-
são também dependentes de algo que se presume que irá ocorrer, po contributivo para os segurados que tenham exercido labor com
como por exemplo, o pagamento de contribuições, dentre outros. contínua exposição a agentes químicos, físicos e biológicos e outros
Já em relação aos demais, são benefícios que ocorrem por motivo que são prejudiciais à saúde.
de fatos sinistros ou inesperados, como a aquisição de doenças, por A inovação da PEC era proibir a caracterização de atividade es-
exemplo. pecial em decorrência da periculosidade laboral. Porém, durante o
Após a Reforma Previdenciária, foram excluídos alguns bene- período de votação, esta vedação foi suprimida do texto.
fícios, ou alguns tiveram seus nomes mudados ou incorporados a São requisitos cumulativos: O tempo de 15, 20 ou 25 anos de
outros, sendo que a Reforma alterou a aposentadoria por invalidez contribuição em atividades consideradas especiais; pontuação de
que passou a ser a chamada de aposentadoria por incapacidade 66 pontos para a atividade especial de 15 anos; pontuação de 76
permanente. Já as aposentadorias por idade e por tempo de con- pontos para a atividade especial de 20 anos e pontuação de 86 pon-
tribuição foram excluídas do rol da nova lei, posto que ambas as tos para a atividade especial de 25 anos.
formas de aposentadoria foram acopladas em um único benefício
de nome aposentadoria programada. Auxílio-doença
Desse modo, na atualidade, nos moldes da Reforma previden- Constituem requisitos cumulativos: Carência de 12 meses, ex-
ciária, temos os seguintes benefícios em vigor: ceto em casos de dispensa nos trâmites do art. 26, II e art. 151 da lei
• Aposentadoria por incapacidade permanente; 8.213/91; a qualidade de segurado; a incapacidade temporária para
• Aposentadoria programada (Aposentadoria por idade); a atividade habitual de modo geral.
• Aposentadoria especial; Forma de calcular: Em 100% da média de todos salários de con-
• Auxílio-doença; tribuição a partir de julho de 1994, vindo a ser multiplicada pelo
• Salário-maternidade; coeficiente de 91% (100% média x 0,91).
• Aposentadoria por tempo de contribuição por Pontos;
• Aposentadoria por tempo de Contribuição pela Regra de Ida- Salário-maternidade
de mínima Progressiva; Pondera que não houve mudanças nesta espécie de benefícios,
• Aposentadoria por tempo de Contribuição pela Regra de Pe- prevalecendo segundo a Lei nº. 8.213/1.991 e suas posteriores al-
dágio; de 50% Pensão por morte; terações.
• Aposentadoria por tempo de Contribuição pela Regra de Pe- Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou
dágio de 100%; trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua re-
• Pensão por morte. muneração integral.

Aposentadoria por Incapacidade Permanente Aposentadoria por tempo de Contribuição/Regra de Pedágio


São requisitos cumulativos: A carência de 12 meses, salvo os de 100%
casos de dispensa (art. 26, II e art. 151 da lei 8.213/91); a qualidade (Art. 20 da Reforma Previdenciária)
de segurado e a incapacidade de forma permanente para o traba- Constituem requisitos cumulativos: O tempo de 30 anos de
lho. contribuição para mulheres e 35 anos de contribuição para ho-
mens; a idade Mínima de 57 anos para Mulheres e 60 anos para
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homens; o pedágio adicional de 100% do tempo que restava para • Incapacidade: Trata-se de auxílio por incapacidade temporá-
completar o requisito de tempo efetivo de contribuição na data de ria, aposentadoria por incapacidade permanente, e auxílio-aciden-
promulgação da EC 103. te;
• Desemprego involuntário: Nenhum, por determinação do
Aposentadoria por tempo de Contribuição pela Regra de Pedá- art. 9º, §1º da LBPS: Art. 9º. [...] §1º O Regime Geral de Previdência
gio de 50% Social - RGPS garante a cobertura de todas as situações expressas
(Art. 17 da Reforma Previdenciária) no art. 1º desta Lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto de
Constituem requisitos cumulativos: O período de 30 anos de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contribuição para o
contribuição para mulheres e 35 anos de contribuição para homens. trabalhador de que trata o § 2º do art. 21 da Lei n.8.212, de 24 de
O pedágio adicional de 50% do tempo que faltava para completar julho de 1991.
o requisito de Tempo de Contribuição na data da promulgação da • Idade avançada: Trata-se da aposentadoria programada;
EC 103; • Tempo de serviço: Aduz-se que ele não é mais coberto pelo
RGPS, a não ser em casos excepcionais de regras de transição;
Aposentadoria por tempo de Contribuição pela Regra de Pon- • Encargos familiares: São o salário-família e o salário-mater-
tos nidade;
(Art. 15 da Reforma) • Prisão: Trata-se do auxílio-reclusão;
Constituem requisitos cumulativos: O tempo de 30 anos de • Morte: Contemporaneamente, na pensão por morte não
contribuição para mulheres e 35 anos de contribuição para homens; mais prevalecem cinco aposentadorias, posto que atualmente, são:
o total de 86 pontos para mulheres e 96 pontos para homens, sen- - A aposentadoria por incapacidade permanente (nome que
do a pontuação composta pela soma de tempo de contribuição com substituiu a aposentadoria por invalidez);
a idade dos segurados de forma específica. - A aposentadoria programada, sendo que dela derivam a apo-
sentadoria especial e a aposentadoria programada do professor;
Aposentadoria por tempo de Contribuição pela Regra de Idade - A aposentadoria do trabalhador rural e do garimpeiro que
mínima Progressiva prevalece usando os mesmos requisitos da aposentadoria por ida-
( Art. 16 da Reforma) de rural;
Constituem requisitos cumulativos: O tempo de 30 anos de - A aposentadoria da pessoa com deficiência, que continua vá-
contribuição para mulheres e 35 anos de contribuição para homens; lida com as normas anteriores até que advenha nova regulamenta-
56 anos de idade para mulheres e 61 anos para homens, sendo que ção, sem que seja imposto o encargo de imposição de idade míni-
a idade mínima sofrerá aumento de forma progressiva, até o limite ma.
de 62 anos para as mulheres e 65 anos para homens.
Períodos de carência
Pensão por morte De acordo com o art. 26 do RPS, com redação dada pela lei nº.
Esse benefício não passou por mudanças nos requisitos de con- 10.410/2020, “período de carência é o tempo correspondente ao
cessão, com a Reforma da Previdência, porém, passou por mudan- número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que
ças na sistemática de cálculos, bem como no quesito de cumulação o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas as competências
com outros benefícios advindos da Reforma. cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite mí-
nimo mensal.”
Disposições gerais e específicas Lembrando que conforme já estudado, as contribuições infe-
De antemão, verifica-se que o Direito Previdenciário é consti- riores ao limite mínimo não podem ser contadas como tempo de
tuído por dois núcleos importantes, sendo que o primeiro deles é contribuição e, que, diga-se de passagem, também não contam
constituído pelas regras de financiamento da Seguridade Social, e o como carência.
segundo núcleo, já se encarrega da parte de saída de recursos do Pondera-se que existe no dispositivo legal o período de carên-
RGPS através das prestações previdenciárias. Posto isso, pondera- cia, para que haja a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial,
-se que o deslinde desse estudo será feito com base no segundo que trata-se do sistema garantidor da efetividade do regime previ-
núcleo. denciário.
Sabe-se que o art. 201 da CFB/1.988 traz em seu bojo, diversas Destaca-se que caso haja perda da qualidade de segurado,
categorias que são protegidas pela Previdência Social, já a LBPS, que quando este venha a permanecer sem contribuir por tempo o bas-
é instrumento auxiliar de estudo, contém traz disposição similar no tante para que esse vínculo se rompa, as contribuições feitas antes
art. 1º, ao aduzir que a Previdência Social, mediante contribuição, dessa perda, não terão valor para fins de carência, enquanto o se-
deverá assegurar aos seus beneficiários, meios indispensáveis de gurado não adimplir com o número de contribuições equivalente
sobrevivência e manutenção, por razões de: incapacidade; desem- de pelo menos o valor da metade da carência registrada para o be-
prego involuntário; idade avançada; tempo de serviço; encargos nefício.
familiares e também por prisão ou morte dos entes de quem de- Em relação aos prazos de carência aplicados pela legislação vi-
pendiam economicamente para sobreviver. gente, vejamos, em síntese:
Entretanto, após a promulgação da Reforma da Previdência de • Carência com 180 contribuições: Aposentadorias programa-
2019, o quesito “tempo de serviço”, retro mencionado perdeu a das do trabalhador rural e do garimpeiro e da pessoa com deficiên-
pertinência, tendo em vista que o tempo de serviço deixou de ser cia física.
um “risco” a ser coberto pelo RGPS, posto que deixou de existir a • Carência com 24 contribuições: Se refere ao auxílio-reclusão.
aposentadoria por tempo de contribuição que antes existia e se • Carência com 12 contribuições: Compreende o auxílio por
encontrava desvinculada de quaisquer requisitos e faixa etária. As- incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade perma-
sim sendo, feitas estas considerações, vejamos a respeito dos bene- nente.
fícios acima listados • Carência de 10 contribuições: Compreende o salário-mater-
nidade para o contribuinte individual, segurado especial e faculta-
tivo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Destaque-se que após a Reforma da Previdência Social, a apo- Art. 26. [...] § 4º-A Para fins de carência, no caso de segurado
sentadoria por invalidez teve seu nome mudado para aposenta- empregado doméstico, considera-se presumido o recolhimento das
doria por incapacidade permanente e o auxílio-doença, também contribuições dele descontadas pelo empregador doméstico, a par-
sofreram mudanças, virando auxílio por incapacidade temporária. tir da competência junho de 2015, na forma prevista no art. 211.
Importante: Via regra geral, o auxílio por incapacidade tempo- Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão considera-
rária é dependente de doze contribuições mensais para que possa das as contribuições: I – referentes ao período a partir da data de
ser concedido. filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos
Registra-se que independentemente do tamanho dos interva- segurados empregados, inclusive os domésticos, e dos trabalhado-
los ocorridos entre as contribuições, todo o histórico contributivo res avulsos;
do segurado será contado para fins de carência. Entretanto, no que Além do exposto, existe na seara da legislação previdenciária,
condiz ao segurado especial, amparado pelo art. 11, VII da LBPS, alguns segurados que são isentos de carência em todos os benefí-
as normas são diferentes, posto que ele normalmente não recolhe cios previdenciários advindos de eventos que não podem ser presu-
contribuições mensais, e, por isso, acabou por possuir regra de ca- midos, como por exemplo, a morte, o acidente e a doença advindos
rência diversa dos demais segurados. É o que afirma o art. 39 da do trabalho e as moléstias graves. Assim sendo, deve ater-se ao es-
LBPS. Vejamos: tudo dos incisos I e II do art. 26 da Lei 8.213/1.991, com exceção do
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do salário-família e memorizar o rol desses segurados.
caput do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão:
I – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-do- Salário-de-benefício
ença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário Trata-se de benefício previsto no art. 29 da LBPS, que embora
mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86 desta tenha sido alcançado pela Reforma da Previdência, não teve sua re-
Lei, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que dação alterada. O salário-de-benefício é um requisito que serve de
de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao re- base para que seja apurada a renda mensal de quase todos os todos
querimento do benefício, igual ao número de meses corresponden- os tipos de benefícios. Assim dispõe o art. 31 do RPS:
tes à carência do benefício requerido, observado o disposto nos arts. Art. 31. Salário de benefício é o valor básico utilizado para o
38-A e 38-B desta Lei; ou cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada,
II – dos benefícios especificados nesta Lei, observados os crité- inclusive aqueles regidos por normas especiais, exceto:
rios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam fa- I – o salário-família;
cultativamente para a Previdência Social, na forma estipulada no II – a pensão por morte;
Plano de Custeio da Seguridade Social. III – o salário-maternidade;
Em relação ao trabalhador urbano, são necessárias 180 contri- IV – o auxílio-reclusão; e
buições para que ele tenha o direito à aposentadoria programada V – os demais benefícios previstos em legislação especial.
e de 12 contribuições para aposentar-se por incapacidade perma- Sobre o salário-de-benefício, vejamos em síntese, algumas dis-
nente. posições importantes que merecem destaque:
Já o segurado especial, necessita de 180 meses de exercício • O salário-família é um benefício que possui valor fixado em
de atividade rural para aposentar-se de forma voluntária, e de 12 atos normativos, vindo, desta forma a não depender de cálculos
meses de exercício de atividade rural comprovadas de forma ime- para sua apuração.
diatamente anterior ao benefício, para poder se aposentar por in- • O salário-maternidade não acompanha a regra de apuração
capacidade permanente. do salário-de-benefício, em obediência às previsões contidas nos
Sobre a carência do salário-maternidade para a segurada es- artigos 72 e 73 da LBPS.
pecial, entende-se que a segurada deverá comprovar 10 meses de • A pensão por morte e o auxílio-reclusão são calculados com
contribuição, nos termos do art. 25, inc. III da LBPS. Nos ditames do fulcro no valor do benefício do segurado instituidor, mas não a par-
art. 26, §4º do RPS, em relação aos segurados, empregado e traba- tir do salário-de-benefício.
lhador avulso e para o contribuinte individual prestador de serviços • Os benefícios de legislação especial terão seu valor definido
à empresas, o recolhimento de contribuições é presumido. Vejamos na própria legislação especial.
o que dispõe o referido diploma legal: Pondera-se que a definição legal de salário-de-benefício da
Art. 26. [...] §4º Para efeito de carência, considera-se presumi- LBPS se encontra fora de atualização desde a publicação da EC
do o recolhimento das contribuições do segurado empregado, do 103/2019. Verifica-se que anteriormente existia um salário-de-be-
trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte individual, a nefício para as aposentadorias por idade e tempo de contribuição,
partir da competência abril de 2003, as contribuições dele descon- mas atualmente não existe mais essa distinção, motivo pelo qual,
tadas pela empresa na forma do art. 216. convém permanecer com a redação do RPS, que é compatível com
Isso ocorre, por que a responsabilidade pelo recolhimento das as disposições da Reforma da Previdência Social. Vejamos o disposi-
contribuições destes segurados é somente do empregador, mas, se tivo de lei com fulcro no art. 32. Do RPS:
ele omite desta obrigação, por esta razão, não se considera razoável Art. 32 - O salário de benefício a ser utilizado para o cálculo dos
punir o empregado. Assim sendo, é viável que os segurados men- benefícios de que trata este Regulamento, inclusive aquele previsto
cionados, comprovem o exercício da atividade remunerada para em acordo internacional, consiste no resultado da média aritmética
que tenham seus recolhimentos presumidos, com o fito de que simples dos salários de contribuição e das remunerações adotadas
esses recolhimentos tenham valor como tempo de contribuição, e como base para contribuições a regime próprio de previdência so-
também como cômputo de carência. cial ou como base para contribuições decorrentes das atividades
Sobre os empregados domésticos, em relação ao cômputo do militares de que tratam os art. 42 e art. 142 da Constituição, consi-
período de carência, prevalece o disposto no art. 26, §4º e art. e 27 derados para a concessão do benefício, atualizados monetariamen-
da LBPS, conforme já visto. Vejamos: te, correspondentes a cem por cento do período contributivo desde
a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se
posterior a essa competência.
Em entendimento ao referido artigo, em suma, temos:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como sabemos, salário-de-contribuição é a base de incidência Reajustamento do valor dos benefícios
da contribuição previdenciária. Assim, sendo ele o valor sobre o Dispõe o art 201 em seu parágrafo 4º da Constituição Federal:
qual irá incidir a contribuição previdenciária do segurado, o art. 29 Art. 201. [...] § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios
ordena que seja apurada a média aritmética simples, que se trata para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
da síntese advinda da soma de todos os elementos presentes e a di- critérios definidos em lei.
visão do resultado pelo número de elementos que foram somados. Para melhor assimilação, o art. 41-A da LBPS foi incluso na le-
Entende-se que o legislador, ao prever a atualização monetária gislação em 2.006 , para que o reajuste dos benefícios previdenci-
dos salários de contribuição, estará somente respeitando o que pre- ários passasse a ser realizado com base em um índice inflacionário
dispõe a CFB no art. 201, §3º. Assim, tendo o segurado contribuído oficial, o INPC, ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, rigo-
para o RGPS, irá receber atualização monetária. rosamente medido pelo IBGE.
Mudança recente trazida pela Reforma da Previdência, foi a Pondera-se, que anteriormente havia o reajustamento anual
de que antes, eram desprezados todos os 20% menores salários de em respeito ás determinações da Constituição Federal, porém, o ín-
contribuição, fato que era benéfico ao segurado. Porém, na atuali- dice era aleatório e fixado pelo governo sem transparência de crité-
dade, todos os salários de contribuição são considerados no cálculo. rios, com base na disponibilidade orçamentária. Assim, leva-se em
Por último, merece destaque uma exceção às regras do ar- consideração que o reajuste é anual e na mesma data do reajuste
tigo em comento. Trata-se do que predispõe o art. 26, §6º da EC do salário mínimo, em proporção ao prazo de duração do benefício
103/2.019, que determina a exclusão da média das contribuições nos 12 meses que antecederam a data-base do reajustamento.
que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido Dadas estas informações, podemos, em síntese, completar o
o tempo mínimo de contribuição exigido, sendo vedado o uso do entendimento desse tema da seguinte forma:
tempo excluído para qualquer finalidade. • Nenhum benefício que foi reajustado deverá exceder o limi-
te total máximo do salário-de-benefício na data do reajustamento,
Renda mensal do beneficio sendo assim, respeitados os direitos adquiridos.
Em regra, é sabido nas searas previdenciária e constitucional • Os benefícios com renda total de até um salário mínimo, de-
que a renda adquirida mensalmente dos benefícios previdenciários verão ser adimplidos no período entre o quinto dia útil que antece-
não deverá ser inferior ao salário mínimo, nem superior ao teto. der o final do mês de sua competência, e o quinto dia útil do mês
Embora exista essa regra, pondera-se que existem exceções. É o subsequente de modo geral.
que nos revela o art. 33 da LBPS: • Os benefícios que possuírem renda mensal total superior ao
Art. 33. A renda mensal do benefício de prestação continuada salário mínimo, deverão, por lei, ser pagos do primeiro ao quinto
que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do traba- dia útil do mês subsequente ao de sua competência.
lho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem • Pondera-se que o primeiro pagamento do benefício, deverá
superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição, ressalvado ser feito até quarenta e cinco dias depois da data da apresentação
o disposto no art. 45 desta Lei. pelo segurado responsável com a documentação requisitada para a
Infere-se que no contido nesse artigo, é válido para todas as sua concessão.
aposentadorias, como a pensão por morte, o auxílio por incapaci-
dade temporária, o auxílio-reclusão e o salário-maternidade. Po- MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALI-
rém, desse rol, excetua-se o salário-família, posto que este possui DADE DE SEGURADO
caráter de complementação e não de substituição de renda, e tam-
bém o auxílio-acidente, pelo fato desse benefício não possuir cará-
ter substitutivo, mas, sim, indenizatório, e, que, por dedução, esses
benefícios podem ser inferiores ao mínimo. Sendo um instituto especial e exclusivo do Direito Previdenci-
Existe também a possiblidade de o benefício ser inferior ao mí- ário, a qualidade de segurado significa que o indivíduo se encontra
nimo, quando o benefício for por totalização, como dispõe o art 32, filiado e devidamente vinculado junto ao sistema previdenciário,
§ 18 da RPS: sendo que estar mantido nessa qualidade é requisito indispensável
§ 18. Para fins de cálculo da renda mensal inicial teórica dos para a concessão dos benefícios previdenciários.
benefícios por totalização, no âmbito dos acordos internacionais, Ressalta-se que a forma de o segurado se manter nesta condi-
serão considerados os tempos de contribuição para a previdência ção, seria a de continuar vertendo contribuições. Contudo, o legis-
social brasileira e para a do país acordante, observado o disposto no lador passou a fornecer aos segurados um prazo denominado “perí-
§ 9º. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). odo de graça”, com a possibilidade de continuar vinculados mesmo
O auxílio também poderá ser em valor inferior ao mínimo, tam- em casos de riscos ou eventuais problemas similares. Assim, os
bém, quando por incapacidade temporária, o segurado execute segurados poderão se manter filiados tendo direito de receber os
mais de uma função laboral e adquira incapacidade em relação a benefícios da previdência por prazos determinados, independente-
uma delas e se afasta somente da atividade que se encontra inca- mente de contribuições.
pacitado, sendo que o auxílio será computado com base somente a O sistema Previdenciário Brasileiro é regido pelo regime de re-
remuneração desta atividade laboral. partição, por meio do qual, todas as contribuições dos trabalhado-
Registra-se também, situações por meio das quais, o auxílio res que se encontram na ativa são usadas para o adimplemento dos
será superior ao teto, como o caso do salário-maternidade que é benefícios dos aposentados e pensionistas.
pago para a segurada empregada e também à trabalhadora avulsa, Nesse sentido, a LBPS (Lei de Benefícios da Previdência Social),
uma vez que irá corresponder à sua remuneração integral, nos ter- dispõe de várias hipóteses de reconhecimento do período de graça
mos do art. 72 da LBPS. por meio do art. 15. Vejamos:
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente
de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto
do auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019);

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o — Infinito: Aquele que se encontra recebendo benefício, salvo
segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida o auxílio-acidente.
pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem re-
muneração; Em relação à prorrogação do período de graça, verifica-se que
III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado os parágrafos 1º e 2º trazem em seu bojo, duas alternativas rela-
acometido de doença de segregação compulsória; cionadas aos segurados do inciso II, que poderão atuar de forma
IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido separada ou conjunta, sendo que a prorrogação só possui validade
ou recluso; na hipótese desse inciso em comento e apenas para o segurado que
V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incor- se desvincular de regime próprio de previdência. Já os outros prazos
porado às Forças Armadas para prestar serviço militar; de 12 meses contidos nos incisos III e IV, não são prorrogáveis.
VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o se- Verifica-se em atenção ao §1º, o quanto esse dispositivo bene-
gurado facultativo. ficia ao segurado que já contribui por um longo período de tempo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e Ou seja, o segurado que tem mais de 120 contribuições, passa a
quatro) meses se o segurado já tiver pagado mais de 120 (cento e ampliar o prazo do inciso II para até 24 meses, vindo a adicionar
vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda mais 12 meses ao período de graça correspondente.
da qualidade de segurado. Já em relação ao parágrafo 3º do artigo em estudo, observa-se
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 que ele possui o condão de ampliar o prazo do inciso II, por meio
(doze) meses para o segurado desempregado, desde que compro- do qual, o segurado teria direito a 24 meses de período de graça,
vada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do ou também do §1º, fazendo com que o segurado mantivesse esta
Trabalho e da Previdência Social. qualidade por até 36 meses.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos Importante: Atualmente para obter o direito de ampliação do
os seus direitos perante a Previdência Social. período de graça, por força do art. 15, §2º da LBPS, basta a compro-
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguin- vação do desemprego, por qualquer meio idôneo.
te ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade
Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imedia- Entretanto, ressalta-se que por certo tempo, bastava compro-
tamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus var o desemprego por meio do registro da baixa na CTPS, porém, o
parágrafos. STJ se tornou um pouco mais exigente na atualidade aduzindo que
Merece destaque a disposição do inc. II, posto que ele acres- o registro no “órgão próprio” é dispensável, porém, só a CTPS não é
centou uma hipótese de período de graça de 12 meses após a ces- o bastante. Vejamos o que diz a súmula 27 do TNU:
sação de benefício por incapacidade. Trata-se de uma analogia jus- Súmula 27, TNU - A ausência de registro em órgão do Minis-
tificável, tendo em vista que quem vir a perder o emprego, poderá tério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por
ficar 12 meses sem fazer contribuição ao INSS e, aquele que perde outros meios admitidos em Direito.
o benefício estará sofrendo dano similar vindo a perder uma fonte
de rendimentos, por isso, resta-se justificado o recebimento de pro- Importante: A perda da qualidade de segurado deverá ocorrer
teção equivalente. no dia posterior ao término do prazo para recolhimento da con-
Feitas estas considerações referentes ao período de graça e ao tribuição do contribuinte individual ou facultativo relativa ao mês
inc. II, percebe-se ainda que o INSS é reconhecedor do direito do seguinte ao do fim do período de graça.
período de graça de 12 meses após cessar o pagamento de salário-
-maternidade, e, quem se encontra recebendo auxílio-acidente tem Exceções à perda da qualidade de segurado
o mesmo período de graça daquele que não se encontra recebendo De antemão, ressalta-se que existem algumas situações pre-
nenhum benefício, posto que o salário-maternidade e o auxílio por vistas na legislação, por meio das quais a perda da qualidade de
incapacidade permanente são benefícios temporários. segurado não serão obstáculo para que o indivíduo possa obter be-
No condizente à cessação das contribuições, ressalta-se que o nefícios da Previdência Social.
art. 13, II o RPS determina em seu art. 13, inc. II, que elas poderão Sabendo-se que tais situações são interligadas em um mesmo
ocorrer em até doze meses depois que cessar o benefício por inca- sentido, como por exemplo, o respeito ao direito adquirido, que
pacidade ou das contribuições, com as devidas observâncias ao que se trata de garantia constitucional inserida no art. 5º, XXXVI da
aduz os § 7º e § 8º e no art. 19-E. CFB/1.988, que afirma que a lei não prejudicará o direito adquirido,
Já os parágrafos 7º e 8º do referido dispositivo legal, que fo- o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, dentre outros dispositivos,
ram acrescentados ao art. 13 no ano de 2.020, determinam que o aduz-se que podem ser acopladas as estas exceções, as seguintes:
período de graça para o contribuinte individual que quedou-se em
contribuir, começa no mês seguinte ao da última contribuição com Pensão por morte
valor de modo igual ou superior ao salário mínimo. Por isso, as con- O segurado somente correrá o risco de perder esta qualidade,
tribuições feitas com valores inferiores ao mínimo, não são aceitas caso deixe de cumprir todos os requisitos para poder se aposentar.
para a manutenção da qualidade de segurado. Caso venha a perder esta qualidade, seus dependentes restar-se-ão
Importante: Existem quatro prazos de período de graça. São prejudicados.
eles: Esta previsão se encontra disposta no art. 180, §2º do RPS. Ve-
— 3 (três) meses: Ex. O militar licenciado após a prestação do jamos:
serviço militar obrigatório até que consiga um emprego. Art. 180. Ressalvado o disposto nos §§ 5º e 6º do art. 13, a per-
— 6 (seis) meses: O segurado facultativo que parou de contri- da da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos
buir. inerentes a essa qualidade.
— 12 (doze) meses: Os demais segurados como os desempre- [...] § 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o di-
gados; aquele que deixou de receber um benefício previdenciário, reito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos
etc. todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que
estes requisitos foram atendidos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes do
segurado que falecer após a perda desta qualidade, nos termos dos SERVIÇOS PREVIDENCIÁRIOS. SERVIÇO SOCIAL. REABILI-
arts. 13 a 15, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção de TAÇÃO PROFISSIONAL
aposentadoria na forma do parágrafo anterior, observado o dispos-
to no art. 105.
Em caso de aposentadoria, se um segurado houver contribuído Serviço Social: compete ao Serviço Social esclarecer junto aos
com o tempo mínimo necessário para a aposentadoria programada, beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e esta-
vindo a atingir a idade mínima e após isso, permanecido 10 anos belecer conjuntamente com eles o processo de solução dos proble-
sem recolher nada para os cofres da Previdência Social, ele perdeu mas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto
a qualidade de segurado. Entretanto, tal perda não é obstáculo que no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade.
o impeça de receber a aposentadoria, posto que anteriormente Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão uti-
cumpriu todos os requisitos para obtê-la e optou por exercer esse lizadas intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda
direito apenas posteriormente. Além disso, estará sob a égide pro- material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa
tecional do §1º do art. 80 que aduz: social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou
§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à contratos.
aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos
os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes Habilitação e da Reabilitação Profissional:
requisitos foram atendidos. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão pro-
Na seara da aposentadoria por incapacidade permanente, na porcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para
busca da proteção do direito adquirido, verifica-se que o segura- o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para
do que parou de contribuir pelo fato de estar incapacitado para o a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados
trabalho, porém, por qualquer motivo, deixa de formular o reque- para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.
rimento de concessão de benefício por incapacidade junto ao INSS, A reabilitação profissional compreende:
não perde a qualidade de segurado por esse motivo. a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumen-
Nesse caso acima, o segurado se encontra amparado pelo tos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da ca-
entendimento do STJ que reconhece que se o segurado compro- pacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipa-
vadamente se encontrar sem condições para trabalhar, ele possui mentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional;
o direito de ser amparado por um benefício previdenciário por in- b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados
capacidade permanente, dentre outras espécies. E mais, caso ele no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência
deixa de recolher por se encontrar em condições que o impeçam estranha à vontade do beneficiário;
de trabalhar, e que por qualquer motivo não veio a pugnar pela c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
concessão dos benefícios por incapacidade, é injusto que este seja
punido.
Em síntese, temos: BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS.
Pensão PENSÃO ESPECIAL - SÍNDROME DE TALIDOMIDA - LEI Nº
— O segurado veio a cumprir com todos os requisitos exigidos 7.070/1982 E SUAS ALTERAÇÕES
por lei para aposentar;
— O Segurado veio a falecer sem ter requerido o benefício e
depois da perda da qualidade de segurado; LEI Nº 7.070, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1982.
— Os dependentes do segurado possuem o direito de receber
pensão. Dispõe sobre pensão especial para os deficientes físicos que
especifica e dá outras providencias.
Aposentadorias
— O segurado veio a adimplir como todos os benefícios neces- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO
sários para receber o benefício; NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
— O segurado não requereu o benefício e veio a perder a qua-
lidade de segurado; Art 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a conceder pensão
— O segurado possui direito ao benefício. especial, mensal, vitalícia e intransferível, aos portadores da defi-
ciência física conhecida como “Síndrome da Talidomida” que a re-
Aposentadoria por incapacidade permanente quererem, devida a partir da entrada do pedido de pagamento no
— O segurado parou de trabalhar e também de fazer a sua con- Instituto Nacional de Previdência Social - INPS.
tribuição, por se encontrar incapacitado para o trabalho; § 1º - O valor da pensão especial, reajustável a cada ano pos-
— O segurado veio a requerer o benefício, porém, com o lapso terior à data da concessão segundo o índice de Variação das Obri-
temporal, teria perdido a qualidade de segurado; gações Reajustáveis do Tesouro Nacional ORTN, será calculado, em
— Os Tribunais defendem que nesses casos não poderá haver a função dos pontos indicadores da natureza e do grau da dependên-
perda da qualidade de segurado, como o STJ, por exemplo. cia resultante da deformidade física, à razão, cada um, de metade
do maior salário mínimo vigente no País.
§ 2º - Quanto à natureza, a dependência compreenderá a in-
capacidade para o trabalho, para a deambulação, para a higiene
pessoal e para a própria alimentação, atribuindo-se a cada uma 1
(um) ou 2 (dois) pontos, respectivamente, conforme seja o seu grau
parcial ou total.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art 2º - A percepção do benefício de que trata esta Lei depen- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
derá unicamente da apresentação de atestado médico comproba- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
tório das condições constantes do artigo anterior, passado por junta
médica oficial para esse fim constituída pelo Instituto Nacional de Art. 1º É assegurado aos seringueiros recrutados nos termos do
Previdência Social, sem qualquer ônus para os interessados. Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, que tenham tra-
Art. 3o A pensão especial de que trata esta Lei, ressalvado o balhado durante a Segunda Guerra Mundial nos Seringais da Região
direito de opção, não é acumulável com rendimento ou indenização Amazônica, amparados pelo Decreto-Lei nº9.882, de 16 de setem-
que, a qualquer título, venha a ser pago pela União a seus benefici- bro de 1946, e que não possuam meios para a sua subsistência e da
ários, salvo a indenização por dano moral concedida por lei especí- sua família, o pagamento de pensão mensal vitalícia corresponden-
fica. (Redação dada pela Lei nº 12.190, de 2010). te ao valor de 2 (dois) salários-mínimos vigentes no País.
§ 1º O benefício de que trata esta Lei é de natureza indenizató- Parágrafo único. O benefício a que se refere este artigo esten-
ria, não prejudicando eventuais benefícios de natureza previdenci- de-se aos seringueiros que, atendendo ao chamamento do governo
ária, e não poderá ser reduzido em razão de eventual aquisição de brasileiro, trabalharam na produção de borracha, na região Amazô-
capacidade laborativa ou de redução de incapacidade para o traba- nica, contribuindo para o esforço de guerra.
lho, ocorridas após a sua concessão. (Incluído pela Lei nº 9.528, de Art. 2º O benefício de que trata esta Lei é transferível aos de-
1997) (Renumerado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) pendentes que comprovem o estado de carência.
§ 2º O beneficiário desta pensão especial, maior de trinta e cin- Art. 3º A comprovação da efetiva prestação de serviços a que
co anos, que necessite de assistência permanente de outra pessoa alude esta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou
e que tenha recebido pontuação superior ou igual a seis, conforme judicial, só produzirá efeito quando baseada em início de prova
estabelecido no § 2º do art. 1º desta Lei, fará jus a um adicional de material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal.
vinte e cinco por cento sobre o valor deste benefício. (Incluído pela (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998)
Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) § 1º A comprovação da efetiva prestação de serviços a que alu-
§ 3o Sem prejuízo do adicional de que trata o § 2o, o benefi- de o caput far-se-á perante os órgãos do Ministério da Previdência e
ciário desta pensão especial fará jus a mais um adicional de trinta Assistência Social. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998)
e cinco por cento sobre o valor do benefício, desde que comprove § 2º Caberá à Defensoria Pública, por solicitação do interessa-
pelo menos: (Incluído pela Lei nº 10.877, de 2004) do, quando necessitado, promover a justificação judicial, ficando o
I – vinte e cinco anos, se homem, e vinte anos, se mulher, de solicitante isento de quaisquer custas judiciais ou outras despesas.
contribuição para a Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 10.877, (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998)
de 2004) § 3º O prazo para julgamento da justificação é de quinze dias.
II – cinqüenta e cinco anos de idade, se homem, ou cinqüenta (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
anos de idade, se mulher, e contar pelo menos quinze anos de con- Art. 4º A comprovação da carência do beneficiário ou do de-
tribuição para a Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 10.877, de pendente será feita com a apresentação de atestado fornecido por
2004) órgão oficial.
Art 4º - A pensão especial será mantida e paga pelo Instituto Art. 5º Os pedidos de concessão do benefício ou de sua trans-
Nacional de Previdência Social, por conta do Tesouro Nacional. ferência, devidamente instruídos, serão processados e julgados no
Parágrafo único - O Tesouro Nacional porá à disposição da Pre- prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, sob pena de responsabilidade.
vidência Social, à conta de dotações próprias consignadas no Orça- Parágrafo único. Os pagamentos de pensão especial iniciar-se-
mento da União, os recursos necessários ao pagamento da pensão -ão no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o reconhecimento do
especial, em cotas trimestrais, de acordo com a programação finan- direito.
ceira da União. Art. 6º O Ministério da Previdência e Assistência Social baixará
Art. 4o-A. Ficam isentos do imposto de renda a pensão especial as instruções necessárias à execução desta Lei, no prazo de 60 (ses-
e outros valores recebidos em decorrência da deficiência física de senta) dias.
que trata o caput do art. 1o desta Lei, observado o disposto no art. Art. 7º O órgão previdenciário encarregado do pagamento da
2o desta Lei, quando pagos ao seu portador. (Incluído pela Lei nº pensão deverá firmar convênios com outros órgãos públicos fede-
11.727, de 2008) rais, estaduais ou municipais, a fim de possibilitar aos beneficiários
Parágrafo único. A documentação comprobatória da natureza desta Lei perceberem mensalmente as respectivas pensões, prefe-
dos valores de que trata o caput deste artigo, quando recebidos de rencialmente nos locais onde residem, sem necessidade de grandes
fonte situada no exterior, deve ser traduzida por tradutor juramen- deslocamentos.
tado. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008) Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 9º Revogam-se as disposições em contrário.
Art 6º - Revogam-se as disposições em contrário.
PENSÃO ESPECIAL DE EX-COMBATENTE - LEI Nº 8.059/1990
PENSÃO ESPECIAL DOS SERINGUEIROS - LEI Nº 7.986/1989
E SUAS ALTERAÇÕES

LEI Nº 8.059, DE 4 DE JULHO DE 1990.

LEI Nº 7.986, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1989. Dispõe sobre a pensão especial devida aos ex-combatentes da
Segunda Guerra Mundial e a seus dependentes.
Regulamenta a concessão do benefício previsto no artigo 54
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
providências. cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 1º Esta lei regula a pensão especial devida a quem tenha II - à viúva que voluntariamente abandonou o lar conjugal há
participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mun- mais de cinco anos ou que, mesmo por tempo inferior, abandonou-
dial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, e aos -o e a ele recusou-se a voltar, desde que esta situação tenha sido
respectivos dependentes (Ato das Disposições Constitucionais Tran- reconhecida por sentença judicial transitada em julgado;
sitórias, art. 53, II e III). III - à companheira, quando, antes da morte do ex-combatente,
Art. 2º Para os efeitos desta lei, considera-se: houver cessado a dependência, pela ruptura da relação concubi-
I - pensão especial o benefício pecuniário pago mensalmente nária;
ao ex-combatente ou, em caso de falecimento, a seus dependentes; IV - ao dependente que tenha sido condenado por crime dolo-
II - pensionista especial o ex-combatente ou dependentes, que so, do qual resulte a morte do ex-combatente ou de outro depen-
percebam pensão especial; dente.
III - pensão-tronco a pensão especial integral; Art. 9º Até o valor de que trata o art. 3º desta lei, a ex-esposa
IV - cota-parte cada parcela resultante da participação da pen- que estiver percebendo alimentos por força de decisão judicial terá
são-tronco entre dependentes; direito a pensão especial no valor destes.
V - viúva a mulher com quem o ex-combatente estava casado § 1º Havendo excesso, este se destinará aos demais dependen-
quando falecera, e que não voltou a casar-se; tes.
VI - ex-esposa a pessoa de quem o ex-combatente tenha-se § 2º A falta de dependentes habilitados não prejudicará o direi-
divorciado, desquitado ou separado por sentença transitada em to à pensão da ex-esposa.
julgado; § 3º O direito à parcela da pensão especial, nos termos deste
VII - companheira que tenha filho comum com o ex-combaten- artigo, perdurará enquanto a ex-esposa não contrair novas núpcias.
te ou com ele viva no mínimo há cinco anos, em união estável; Art. 10. A pensão especial pode ser requerida a qualquer tem-
VIII - concessão originária a relativa ao ex-combatente; po.
IX - reversão a concessão da pensão especial aos dependentes Art. 11. O benefício será pago mediante requerimento, devi-
do ex-combatente, por ocasião de seu óbito. damente instruído, em qualquer organização militar do ministério
Art. 3º A pensão especial corresponderá à pensão militar dei- competente (art. 12), se na data do requerimento o ex-combatente,
xada por segundo-tenente das Forças Armadas. Vide Decreto nº ou o dependente, preencher os requisitos desta lei.
4.307, de 2002 Art. 12. É da competência do Ministério Militar ao qual esteve
Art. 4º A pensão é inacumulável com quaisquer rendimentos vinculado o ex-combatente durante a Segunda Guerra Mundial o
percebidos dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciá- processamento da pensão especial, desde a habilitação até o pa-
rios. gamento, inclusive nos casos de substituição a outra pensão ou re-
§ 1º O ex-combatente, ou dependente legalmente habilitado, versão.
que passar a receber importância dos cofres públicos perderá o Art. 13. Estando o processo devidamente instruído, a autori-
direito à pensão especial pelo tempo em que permanecer nessa dade designada pelo Ministro competente autorizará o pagamento
situação, não podendo a sua cota-parte ser transferida a outros de- da pensão especial, em caráter temporário, até a apreciação da le-
pendentes. galidade da concessão e registro pelo Tribunal de Contas da União.
§ 2º Fica assegurado ao interessado que perceber outros rendi- § 1º O pagamento da pensão especial será efetuado em caráter
mentos pagos pelos cofres públicos o direito de optar pela pensão definitivo, após o registro pelo Tribunal de Contas da União.
ou por esses rendimentos. § 2º As dívidas por exercícios anteriores são pagas pelo minis-
Art. 5º Consideram-se dependentes do ex-combatente para tério a que estiver vinculado o pensionista.
fins desta lei: Art. 14. A cota-parte da pensão dos dependentes se extingue:
I - a viúva; I - pela morte do pensionista;
II - a companheira; II - pelo casamento do pensionista;
III - o filho e a filha de qualquer condição, solteiros, menores de III - para o filho, filha, irmão e irmã, quando, não sendo inváli-
21 anos ou inválidos; dos, completam 21 anos de idade;
IV - o pai e a mãe inválidos; e IV - para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez.
V - o irmão e a irmã, solteiros, menores de 21 anos ou inválidos. Parágrafo único. A ocorrência de qualquer dos casos previstos
Parágrafo único. Os dependentes de que tratam os incisos IV e neste artigo não acarreta a transferência da cota-parte aos demais
V só terão direito à pensão se viviam sob a dependência econômica dependentes.
do ex-combatente, por ocasião de seu óbito. Art. 15. A pensão especial não está sujeita a penhora, seqües-
Art. 6º A pensão especial é devida ao ex-combatente e somen- tro ou arresto, exceto nos casos especiais previstos ou determina-
te em caso de sua morte será revertida aos dependentes. dos em lei.
Parágrafo único. Na reversão, a pensão será dividida entre o Parágrafo único. Somente após o registro em caráter definitivo,
conjunto dos dependentes habilitáveis (art. 5º, I a V), em cotas-par- nos termos do § 1º do art. 13 desta lei, é que poderá haver consig-
tes iguais. nação nos benefícios dos pensionistas.
Art. 7º A condição de dependentes comprova-se: Art. 16. No que se refere ao pagamento da pensão, aplicar-se-
I - por meio de certidões do registro civil; -ão as regras do Código Civil relativas à ausência, quando se verifi-
II - por declaração expressa do ex-combatente, quando em car o desaparecimento de pensionista especial.
vida; Art. 17. Os pensionistas beneficiados pelo art. 30 da Lei nº
III - por qualquer meio de prova idôneo, inclusive mediante jus- 4.242, de 17 de julho de 1963, que não se enquadrarem entre os
tificação administrativa ou judicial. beneficiários da pensão especial de que trata esta lei, continuarão a
Art. 8º A pensão especial não será deferida: receber os benefícios assegurados pelo citado artigo, até que se ex-
I - à ex-esposa que não tenha direito a alimentos; tingam pela perda do direito, sendo vedada sua transmissão, assim
por reversão como por transferência.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 18. Os créditos referentes ao pagamento da pensão espe- Art. 6° A despesa decorrente desta Lei será atendida com recur-
cial somente poderão ser feitos em agências bancárias localizadas sos alocados ao orçamento do Instituto Nacional do Seguro Social,
no País. à conta da subatividade “Aposentadorias e Pensões Especiais con-
Art. 19. Os Ministros de Estado da Marinha, do Exército e da cedidas por legislação específica e de responsabilidade do Tesouro
Aeronáutica, nas áreas de suas respectivas competências, adotarão Nacional”.
as medidas necessárias à execução desta lei. Art. 7° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. Mediante requerimento do interessado, qualquer ou-
tra pensão já concedida ao ex-combatente ou dependente que pre-
encha os requisitos poderá ser substituída pela pensão especial de PENSÃO VITALÍCIA ÀS VÍTIMAS DO CÉSIO 137 - LEI Nº
que trata esta lei, para todos os efeitos. 9.425/1996
Art. 21. É assegurado o direito à pensão especial aos depen-
dentes de ex-combatente falecido e não pensionista, observado o
disposto no art. 11 desta lei. Neste caso, a habilitação é considerada LEI Nº 9.425, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1996.
reversão.
Art. 22. O valor do benefício da pensão especial será revisto, na Dispõe sobre a concessão de pensão especial às vítimas do
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificarem acidente nuclear ocorrido em Goiânia, Goiás.
os vencimentos dos servidores militares, tomando-se por base a
pensão-tronco. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Art. 23. As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
à conta das dotações consignadas no Orçamento Geral da União.
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 1º É concedida pensão vitalícia, a título de indenização
Art. 25. Revogam-se o art. 30 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de especial, às vítimas do acidente com a substância radioativa CÉSIO
1963, a Lei nº 6.592, de 17 de novembro de 1978, a Lei nº 7.424, de 137, ocorrido em Goiânia, Estado de Goiás.
17 de dezembro de 1985, e demais disposições em contrário. Parágrafo único. A pensão de que trata esta Lei, é personalís-
sima, não sendo transmissível ao cônjuge sobrevivente ou aos her-
PENSÃO ESPECIAL ÀS VÍTIMAS DE HEMODIÁLISE DE CARU- deiros, em caso de morte do beneficiário.
ARU - LEI Nº 9.422/1996 Art. 2° A pensão será concedida do seguinte modo:
I - 300 (trezentas) Unidades Fiscais de Referência - UFIR para
as vítimas com incapacidade funcional laborativa parcial ou total
permanente, resultante do evento;
LEI Nº 9.422, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1996. II - 200 (duzentas) UFIR aos pacientes não abrangidos pelo in-
ciso anterior, irradiados ou contaminados em proporção igual ou
Dispõe sobre a concessão de pensão especial aos dependen- superior a 100 (cem) Rads;
tes que especifica e dá outras providências. III - 150 (cento e cinqüenta) UFIR para as vítimas irradiadas ou
contaminadas em doses inferiores a 100 (cem) e equivalentes ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- superiores a 50 (cinqüenta) Rads;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: IV - 150 (cento e cinqüenta) UFIR para os descendentes de pes-
soas irradiadas ou contaminadas que vierem a nascer com alguma
Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder pensão anomalia em decorrência da exposição comprovada dos genitores
especial mensal, retroativa à data do óbito, no valor de um salário ao CÉSIO 137;
mínimo vigente no País, ao cônjuge, companheiro ou companheira, V - 150 (cento e cinqüenta) UFIR para os demais pacientes irra-
descendente, ascendente e colaterais até segundo grau das vítimas diados e/ou contaminados, não abrangidos pelos incisos anteriores,
fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de hemo- sob controle médico regular pela Fundação Leide das Neves a partir
diálise no Instituto de Doenças Renais, com sede na cidade de Ca- da sua instituição até a data da vigência desta Lei, desde que cadas-
ruaru, no Estado de Pernambuco, no período compreendido entre trados nos grupos de acompanhamento médico I e II da referida
fevereiro e março de 1996, mediante evidências clínico-epidemio- entidade.
lógicas determinadas pela autoridade competente. Parágrafo único. O valor mensal da pensão será o valor da UFIR
Art. 2º Havendo mais de um pensionista habilitado ao recebi- à época da publicação desta Lei, atualizado, a partir de então, na
mento da pensão de que trata o artigo anterior, aplica-se, no que mesma época e índices concedidos aos servidores públicos fede-
couber, o disposto no art. 77 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de rais.
1991. Art. 3° A comprovação de ser a pessoa vítima do acidente ra-
Art. 3º A percepção do benefício dependerá do atestado de dioativo ocorrido com o CÉSIO 137 e estar enquadrada nos incisos
óbito da vítima, indicativo de causa mortis relacionada com os in- do artigo anterior deverá ser feita por meio de junta médica oficial,
cidentes mencionados no art. 1º, comprovados com o respectivo a cargo da Fundação Leide das Neves Ferreira, com sede em Goi-
prontuário médico, e da qualificação definida no art. 1° , justificada ânia, Estado de Goiás e supervisão do Ministério Público Federal,
judicialmente, quando inexistir documento oficial que a declare. devendo-se anotar o tipo de seqüela que impede o desempenho
Art. 4° A pensão de que trata esta Lei não se transmitirá ao su- profissional e/ou o aprendizado de maneira total ou parcial.
cessor e se extingüirá com a morte do último beneficiário. Parágrafo único. Os funcionários da Vigilância Sanitária que, em
Art. 5° Os efeitos desta Lei serão sustados, imediatamente, no pleno exercício de suas atividades, foram expostos às radiações do
caso de a Justiça sentenciar os proprietários do Instituto com o pa- CÉSIO 137 também serão submetidos a exame para comprovação e
gamento de pensão ou indenização aos dependentes das vítimas. sua classificação como vítimas do acidente, devendo-se igualmente
anotar o tipo de seqüela que impede ou limita o desempenho pro-
fissional.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 4° Havendo condenação judicial da União ao pagamento CAPÍTULO II
de indenização por responsabilidade civil em decorrência do aci- DA DECLARAÇÃO DA CONDIÇÃO DE ANISTIADO POLÍTICO
dente de que trata esta Lei, o montante da pensão ora instituída
será obrigatoriamente deduzido do quantum da condenação. Art. 2o São declarados anistiados políticos aqueles que, no pe-
Art. 5° O pagamento da vantagem pecuniária de que trata esta ríodo de 18 de setembro de 1946 até 5 de outubro de 1988, por
Lei ocorrerá à conta de encargos previdenciários dos Recursos da motivação exclusivamente política, foram:
União sob a supervisão do Ministério da Fazenda, a partir do ano I - atingidos por atos institucionais ou complementares, ou de
seguinte à publicação desta Lei, com a despesa prevista no Orça- exceção na plena abrangência do termo;
mento da União. II - punidos com transferência para localidade diversa daquela
Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. onde exerciam suas atividades profissionais, impondo-se mudanças
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. de local de residência;
III - punidos com perda de comissões já incorporadas ao contra-
to de trabalho ou inerentes às suas carreiras administrativas;
APOSENTADORIA E PENSÃO EXCEPCIONAL AO ANISTIADO IV - compelidos ao afastamento da atividade profissional remu-
POLÍTICO - LEI Nº 10.559/2002 E SUAS ALTERAÇÕES nerada, para acompanhar o cônjuge;
V - impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional
específica em decorrência das Portarias Reservadas do Ministério
LEI N° 10.559, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2002. da Aeronáutica no S-50-GM5, de 19 de junho de 1964, e no S-285-
GM5;
Regulamenta o art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais VI - punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das ati-
Transitórias e dá outras providências. vidades remuneradas que exerciam, bem como impedidos de exer-
cer atividades profissionais em virtude de pressões ostensivas ou
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida expedientes oficiais sigilosos, sendo trabalhadores do setor privado
Provisória nº 65, de 2002, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, ou dirigentes e representantes sindicais, nos termos do § 2o do art.
Ramez Tebet, Presidente da Mesa do Congresso Nacional, para os 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a reda- VII - punidos com fundamento em atos de exceção, institucio-
ção dada pela Emenda constitucional nº 32, de 2001, promulgo a nais ou complementares, ou sofreram punição disciplinar, sendo
seguinte Lei: estudantes;
VIII - abrangidos pelo Decreto Legislativo no 18, de 15 de de-
CAPÍTULO I zembro de 1961, e pelo Decreto-Lei no 864, de 12 de setembro de
DO REGIME DO ANISTIADO POLÍTICO 1969;
IX - demitidos, sendo servidores públicos civis e empregados
Art. 1o O Regime do Anistiado Político compreende os seguin- em todos os níveis de governo ou em suas fundações públicas, em-
tes direitos: presas públicas ou empresas mistas ou sob controle estatal, exceto
I - declaração da condição de anistiado político; nos Comandos militares no que se refere ao disposto no § 5o do art.
II - reparação econômica, de caráter indenizatório, em presta- 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
ção única ou em prestação mensal, permanente e continuada, asse- X - punidos com a cassação da aposentadoria ou disponibili-
guradas a readmissão ou a promoção na inatividade, nas condições dade;
estabelecidas no caput e nos §§ 1o e 5o do art. 8o do Ato das Dispo- XI - desligados, licenciados, expulsos ou de qualquer forma
sições Constitucionais Transitórias; compelidos ao afastamento de suas atividades remuneradas, ainda
III - contagem, para todos os efeitos, do tempo em que o anis- que com fundamento na legislação comum, ou decorrentes de ex-
tiado político esteve compelido ao afastamento de suas atividades pedientes oficiais sigilosos.
profissionais, em virtude de punição ou de fundada ameaça de pu- XII - punidos com a transferência para a reserva remunerada,
nição, por motivo exclusivamente político, vedada a exigência de reformados, ou, já na condição de inativos, com perda de proven-
recolhimento de quaisquer contribuições previdenciárias; tos, por atos de exceção, institucionais ou complementares, na ple-
IV - conclusão do curso, em escola pública, ou, na falta, com na abrangência do termo;
prioridade para bolsa de estudo, a partir do período letivo inter- XIII - compelidos a exercer gratuitamente mandato eletivo de
rompido, para o punido na condição de estudante, em escola públi- vereador, por força de atos institucionais;
ca, ou registro do respectivo diploma para os que concluíram curso XIV - punidos com a cassação de seus mandatos eletivos nos
em instituições de ensino no exterior, mesmo que este não tenha Poderes Legislativo ou Executivo, em todos os níveis de governo;
correspondente no Brasil, exigindo-se para isso o diploma ou certifi- XV - na condição de servidores públicos civis ou empregados
cado de conclusão do curso em instituição de reconhecido prestígio em todos os níveis de governo ou de suas fundações, empresas pú-
internacional; e blicas ou de economia mista ou sob controle estatal, punidos ou de-
V - reintegração dos servidores públicos civis e dos emprega- mitidos por interrupção de atividades profissionais, em decorrência
dos públicos punidos, por interrupção de atividade profissional em de decisão de trabalhadores;
decorrência de decisão dos trabalhadores, por adesão à greve em XVI - sendo servidores públicos, punidos com demissão ou afas-
serviço público e em atividades essenciais de interesse da seguran- tamento, e que não requereram retorno ou reversão à atividade, no
ça nacional por motivo político. prazo que transcorreu de 28 de agosto de 1979 a 26 de dezembro
Parágrafo único. Aqueles que foram afastados em processos do mesmo ano, ou tiveram seu pedido indeferido, arquivado ou não
administrativos, instalados com base na legislação de exceção, sem conhecido e tampouco foram considerados aposentados, transferi-
direito ao contraditório e à própria defesa, e impedidos de conhe- dos para a reserva ou reformados;
cer os motivos e fundamentos da decisão, serão reintegrados em XVII - impedidos de tomar posse ou de entrar em exercício de
seus cargos. cargo público, nos Poderes Judiciário, Legislativo ou Executivo, em
todos os níveis, tendo sido válido o concurso.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1o No caso previsto no inciso XIII, o período de mandato exer- § 3o As promoções asseguradas ao anistiado político indepen-
cido gratuitamente conta-se apenas para efeito de aposentadoria derão de seu tempo de admissão ou incorporação de seu posto ou
no serviço público e de previdência social. graduação, sendo obedecidos os prazos de permanência em ati-
§ 2o Fica assegurado o direito de requerer a correspondente vidades previstos nas leis e regulamentos vigentes, vedada a exi-
declaração aos sucessores ou dependentes daquele que seria be- gência de satisfação das condições incompatíveis com a situação
neficiário da condição de anistiado político. pessoal do beneficiário.
§ 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se paradigma a situ-
CAPÍTULO III ação funcional de maior freqüência constatada entre os pares ou
DA REPARAÇÃO ECONÔMICA DE CARÁTER INDENIZATÓRIO colegas contemporâneos do anistiado que apresentavam o mesmo
posicionamento no cargo, emprego ou posto quando da punição.
Art. 3o A reparação econômica de que trata o inciso II do art. § 5o Desde que haja manifestação do beneficiário, no prazo de
1o desta Lei, nas condições estabelecidas no caput do art. 8o do até dois anos a contar da entrada em vigor desta Lei, será revisto,
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, correrá à conta do pelo órgão competente, no prazo de até seis meses a contar da data
Tesouro Nacional. do requerimento, o valor da aposentadoria e da pensão excepcio-
§ 1o A reparação econômica em prestação única não é acumu- nal, relativa ao anistiado político, que tenha sido reduzido ou can-
lável com a reparação econômica em prestação mensal, permanen- celado em virtude de critérios previdenciários ou estabelecido por
te e continuada. ordens normativas ou de serviço do Instituto Nacional do Seguro
§ 2o A reparação econômica, nas condições estabelecidas no Social - INSS, respeitado o disposto no art. 7o desta Lei.
caput do art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, § 6o Os valores apurados nos termos deste artigo poderão ge-
será concedida mediante portaria do Ministro de Estado da Justiça, rar efeitos financeiros a partir de 5 de outubro de 1988, conside-
após parecer favorável da Comissão de Anistia de que trata o art. rando-se para início da retroatividade e da prescrição qüinqüenal a
12 desta Lei. data do protocolo da petição ou requerimento inicial de anistia, de
acordo com os arts. 1o e 4o do Decreto no 20.910, de 6 de janeiro
Seção I de 1932.
Da Reparação Econômica em Prestação Única Art. 7o O valor da prestação mensal, permanente e continuada,
não será inferior ao do salário mínimo nem superior ao do teto es-
Art. 4o A reparação econômica em prestação única consistirá tabelecido no art. 37, inciso XI, e § 9o da Constituição.
no pagamento de trinta salários mínimos por ano de punição e será § 1o Se o anistiado político era, na data da punição, comprova-
devida aos anistiados políticos que não puderem comprovar víncu- damente remunerado por mais de uma atividade laboral, não even-
los com a atividade laboral. tual, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, será
§ 1o Para o cálculo do pagamento mencionado no caput deste igual à soma das remunerações a que tinha direito, até o limite esta-
artigo, considera-se como um ano o período inferior a doze meses. belecido no caput deste artigo, obedecidas as regras constitucionais
§ 2o Em nenhuma hipótese o valor da reparação econômica de não-acumulação de cargos, funções, empregos ou proventos.
em prestação única será superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais). § 2o Para o cálculo da prestação mensal de que trata este ar-
tigo, serão asseguradas, na inatividade, na aposentadoria ou na re-
Seção II serva, as promoções ao cargo, emprego, posto ou graduação a que
Da Reparação Econômica em Prestação Mensal, Permanente e teria direito se estivesse em serviço ativo.
Continuada Art. 8o O reajustamento do valor da prestação mensal, perma-
nente e continuada, será feito quando ocorrer alteração na remu-
Art. 5o A reparação econômica em prestação mensal, perma- neração que o anistiado político estaria recebendo se estivesse em
nente e continuada, nos termos do art. 8o do Ato das Disposições serviço ativo, observadas as disposições do art. 8o do Ato das Dis-
Constitucionais Transitórias, será assegurada aos anistiados políti- posições Constitucionais Transitórias.
cos que comprovarem vínculos com a atividade laboral, à exceção Art. 9o Os valores pagos por anistia não poderão ser objeto de
dos que optarem por receber em prestação única. contribuição ao INSS, a caixas de assistência ou fundos de pensão
Art. 6o O valor da prestação mensal, permanente e continuada, ou previdência, nem objeto de ressarcimento por estes de suas res-
será igual ao da remuneração que o anistiado político receberia se ponsabilidades estatutárias.
na ativa estivesse, considerada a graduação a que teria direito, obe- Parágrafo único. Os valores pagos a título de indenização a anis-
decidos os prazos para promoção previstos nas leis e regulamentos tiados políticos são isentos do Imposto de Renda. (Regulamento)
vigentes, e asseguradas as promoções ao oficialato, independen-
temente de requisitos e condições, respeitadas as características e CAPÍTULO IV
peculiaridades dos regimes jurídicos dos servidores públicos civis DAS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
e dos militares, e, se necessário, considerando-se os seus paradig-
mas. Art. 10. Caberá ao Ministro de Estado da Mulher, da Família e
§ 1o O valor da prestação mensal, permanente e continuada, dos Direitos Humanos decidir a respeito dos requerimentos basea-
será estabelecido conforme os elementos de prova oferecidos pelo dos nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.844, de 2019)
requerente, informações de órgãos oficiais, bem como de funda- Art. 11. Todos os processos de anistia política, deferidos ou
ções, empresas públicas ou privadas, ou empresas mistas sob con- não, inclusive os que estão arquivados, bem como os respectivos
trole estatal, ordens, sindicatos ou conselhos profissionais a que o atos informatizados que se encontram em outros Ministérios, ou
anistiado político estava vinculado ao sofrer a punição, podendo ser em outros órgãos da Administração Pública direta ou indireta, serão
arbitrado até mesmo com base em pesquisa de mercado. transferidos para o Ministério da Justiça, no prazo de noventa dias
§ 2o Para o cálculo do valor da prestação de que trata este ar- contados da publicação desta Lei.
tigo serão considerados os direitos e vantagens incorporados à si-
tuação jurídica da categoria profissional a que pertencia o anistiado
político, observado o disposto no § 4o deste artigo.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. O anistiado político ou seu dependente pode- Art. 16. Os direitos expressos nesta Lei não excluem os conferi-
rá solicitar, a qualquer tempo, a revisão do valor da correspondente dos por outras normas legais ou constitucionais, vedada a acumula-
prestação mensal, permanente e continuada, toda vez que esta não ção de quaisquer pagamentos ou benefícios ou indenização com o
esteja de acordo com os arts. 6o, 7o, 8o e 9o desta Lei. mesmo fundamento, facultando-se a opção mais favorável.
Art. 12. Fica criada, no âmbito do Ministério da Mulher, da Fa- Art. 17. Comprovando-se a falsidade dos motivos que enseja-
mília e dos Direitos Humanos, a Comissão de Anistia, com a finalida- ram a declaração da condição de anistiado político ou os benefícios
de de examinar os requerimentos referidos no art. 10 desta Lei e de e direitos assegurados por esta Lei será o ato respectivo tornado
assessorar o Ministro de Estado em suas decisões. (Redação dada nulo pelo Ministro de Estado da Justiça, em procedimento em que
pela Lei nº 13.844, de 2019) se assegurará a plenitude do direito de defesa, ficando ao favore-
§ 1º Os membros da Comissão de Anistia serão designados por cido o encargo de ressarcir a Fazenda Nacional pelas verbas que
meio de portaria do Ministro de Estado da Mulher, da Família e dos houver recebido indevidamente, sem prejuízo de outras sanções de
Direitos Humanos, e participarão da Comissão, entre outros, 1 (um) caráter administrativo e penal.
representante do Ministério da Defesa, indicado pelo respectivo Art. 18. Caberá ao Ministério do Planejamento, Orçamento e
Ministro de Estado, e 1 (um) representante dos anistiados. (Reda- Gestão efetuar, com referência às anistias concedidas a civis, me-
ção dada pela Lei nº 13.844, de 2019) diante comunicação do Ministério da Justiça, no prazo de sessenta
§ 2º O representante dos anistiados será indicado pelas respec- dias a contar dessa comunicação, o pagamento das reparações eco-
tivas associações e designado conforme procedimento estabelecido nômicas, desde que atendida a ressalva do § 4o do art. 12 desta Lei.
pelo Ministro de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Huma- Parágrafo único. Tratando-se de anistias concedidas aos milita-
nos. (Redação dada pela Lei nº 13.844, de 2019) res, as reintegrações e promoções, bem como as reparações eco-
§ 3o Para os fins desta Lei, a Comissão de Anistia poderá rea- nômicas, reconhecidas pela Comissão, serão efetuadas pelo Minis-
lizar diligências, requerer informações e documentos, ouvir teste- tério da Defesa, no prazo de sessenta dias após a comunicação do
munhas e emitir pareceres técnicos com o objetivo de instruir os Ministério da Justiça, à exceção dos casos especificados no art. 2o,
processos e requerimentos, bem como arbitrar, com base nas pro- inciso V, desta Lei.
vas obtidas, o valor das indenizações previstas nos arts. 4o e 5o nos Art. 19. O pagamento de aposentadoria ou pensão excepcional
casos que não for possível identificar o tempo exato de punição do relativa aos já anistiados políticos, que vem sendo efetuado pelo
interessado. INSS e demais entidades públicas, bem como por empresas, me-
§ 4º As requisições e as decisões proferidas pelo Ministro de diante convênio com o referido instituto, será mantido, sem solução
Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos nos processos de continuidade, até a sua substituição pelo regime de prestação
de anistia política serão obrigatoriamente cumpridas no prazo de mensal, permanente e continuada, instituído por esta Lei, obedeci-
60 (sessenta) dias, por todos os órgãos da administração pública e do o que determina o art. 11.
por quaisquer outras entidades a que estejam dirigidas, ressalvada Parágrafo único. Os recursos necessários ao pagamento das re-
a disponibilidade orçamentária. (Redação dada pela Lei nº 13.844, parações econômicas de caráter indenizatório terão rubrica própria
de 2019) no Orçamento Geral da União e serão determinados pelo Ministério
§ 5o Para a finalidade de bem desempenhar suas atribuições le- da Justiça, com destinação específica para civis (Ministério do Pla-
gais, a Comissão de Anistia poderá requisitar das empresas públicas, nejamento, Orçamento e Gestão) e militares (Ministério da Defesa).
privadas ou de economia mista, no período abrangido pela anistia, Art. 20. Ao declarado anistiado que se encontre em litígio judi-
os documentos e registros funcionais do postulante à anistia que cial visando à obtenção dos benefícios ou indenização estabelecidos
tenha pertencido aos seus quadros funcionais, não podendo essas pelo art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias é fa-
empresas recusar-se à devida exibição dos referidos documentos, cultado celebrar transação a ser homologada no juízo competente.
desde que oficialmente solicitado por expediente administrativo da Parágrafo único. Para efeito do cumprimento do disposto nes-
Comissão e requisitar, quando julgar necessário, informações e as- te artigo, a Advocacia-Geral da União e as Procuradorias Jurídicas
sessoria das associações dos anistiados. das autarquias e fundações públicas federais ficam autorizadas a
celebrar transação nos processos movidos contra a União ou suas
CAPÍTULO V entidades.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 22. Ficam revogados a Medida Provisória no 2.151-3, de 24
Art. 13. No caso de falecimento do anistiado político, o direito de agosto de 2001, o art. 2o, o § 5o do art. 3o, e os arts. 4o e 5o da
à reparação econômica transfere-se aos seus dependentes, obser- Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979, e o art. 150 da Lei no 8.213,
vados os critérios fixados nos regimes jurídicos dos servidores civis de 24 de julho de 1991.
e militares da União.
Art. 14. Ao anistiado político são também assegurados os be-
nefícios indiretos mantidos pelas empresas ou órgãos da Adminis- PENSÃO ESPECIAL ÀS PESSOAS ATINGIDAS PELA HANSENÍ-
tração Pública a que estavam vinculados quando foram punidos, ou ASE - LEI Nº 11.520/2007
pelas entidades instituídas por umas ou por outros, inclusive planos
de seguro, de assistência médica, odontológica e hospitalar, bem
como de financiamento habitacional. LEI Nº 11.520, DE 18 DE SETEMBRO DE 2007.
Art. 15. A empresa, fundação ou autarquia poderá, mediante
convênio com a Fazenda Pública, encarregar-se do pagamento da Dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atin-
prestação mensal, permanente e continuada, relativamente a seus gidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e inter-
ex-empregados, anistiados políticos, bem como a seus eventuais nação compulsórios.
dependentes.
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida
Provisória nº 373, de 2007, que o Congresso Nacional aprovou, e
eu, Renan Calheiros, Presidente da Mesa do Congresso Nacional,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
para os efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com
a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, combinado com PENSÃO ESPECIAL DESTINADA A CRIANÇAS COM SÍNDRO-
o art. 12 da Resolução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei: ME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS - LEI Nº 13.985/2020
Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a conceder pensão
especial, mensal, vitalícia e intransferível, às pessoas atingidas pela LEI Nº 13.985, DE 7 DE ABRIL DE 2020
hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação
compulsórios em hospitais-colônia, até 31 de dezembro de 1986, Institui pensão especial destinada a crianças com Síndrome
que a requererem, a título de indenização especial, correspondente Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro de 2015 e
a R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais). 31 de dezembro de 2019, beneficiárias do Benefício de Prestação
§ 1o A pensão especial de que trata o caput é personalíssima, Continuada (BPC).
não sendo transmissível a dependentes e herdeiros, e será devida a
partir da entrada em vigor desta Lei. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
§ 2o O valor da pensão especial será reajustado anualmente, cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
conforme os índices concedidos aos benefícios de valor superior ao
piso do Regime Geral de Previdência Social. Art. 1º Fica instituída a pensão especial destinada a crianças
§ 3o O requerimento referido no caput será endereçado ao Se- com Síndrome Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro
cretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repúbli- de 2015 e 31 de dezembro de 2019, beneficiárias do Benefício de
ca, nos termos do regulamento. Prestação Continuada (BPC) de que trata o art. 20 da Lei nº 8.742,
§ 4o Caberá ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS o pro- de 7 de dezembro de 1993.
cessamento, a manutenção e o pagamento da pensão, observado § 1º A pensão especial será mensal, vitalícia e intransferível e
o art. 6o. terá o valor de um salário mínimo.
Art. 2o A pensão de que trata o art. 1o será concedida por meio § 2º A pensão especial não poderá ser acumulada com inde-
de ato do Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência nizações pagas pela União em razão de decisão judicial sobre os
da República, após parecer da Comissão referida no § 1o. mesmos fatos ou com o BPC de que trata o art. 20 da Lei nº 8.742,
§ 1o Fica criada a Comissão Interministerial de Avaliação, com a de 7 de dezembro de 1993.
atribuição de emitir parecer prévio sobre os requerimentos formu- § 3º O reconhecimento da pensão especial ficará condicionado
lados com base no art. 1o, cuja composição, organização e funcio- à desistência de ação judicial que tenha por objeto pedido idêntico
namento serão definidos em regulamento. sobre o qual versa o processo administrativo.
§ 2o Para a comprovação da situação do requerente, será admi- § 4º A pensão especial será devida a partir do dia posterior à
tida a ampla produção de prova documental e testemunhal, e, caso cessação do BPC ou dos benefícios referidos no § 2º deste artigo,
necessário, prova pericial. que não poderão ser acumulados com a pensão.
§ 3o Na realização de suas atividades, a Comissão poderá pro- § 5º A pensão especial não gerará direito a abono ou a pensão
mover as diligências que julgar convenientes, inclusive solicitar por morte.
apoio técnico, documentos, pareceres e informações de órgãos da Art. 2º O requerimento da pensão especial de que trata esta Lei
administração pública, assim como colher depoimentos de tercei- será realizado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
ros. Parágrafo único. Será realizado exame pericial por perito mé-
§ 4o As despesas referentes a diárias e passagens dos membros dico federal para constatar a relação entre a síndrome congênita
da Comissão correrão à conta das dotações orçamentárias dos ór- adquirida e a contaminação pelo vírus da zika .
gãos a que pertencerem. Art. 3º As despesas decorrentes do disposto nesta Lei correrão
Art. 3o A pensão especial de que trata esta Lei, ressalvado o à conta da programação orçamentária Indenizações e Pensões Es-
direito à opção, não é acumulável com indenizações que a União peciais de Responsabilidade da União.
venha a pagar decorrentes de responsabilização civil sobre os mes- Art. 4º O INSS e a Empresa de Tecnologia e Informações da Pre-
mos fatos. vidência (Dataprev) adotarão as medidas necessárias para a opera-
Parágrafo único. O recebimento da pensão especial não impe- cionalização da pensão especial de que trata esta Lei no prazo de 60
de a fruição de qualquer benefício previdenciário. (sessenta) dias, contado da data de publicação desta Lei.
Art. 4o O Ministério da Saúde, em articulação com os sistemas Art. 5º No caso de mães de crianças nascidas até 31 de dezem-
de saúde dos Estados e Municípios, implementará ações específicas bro de 2019 acometidas por sequelas neurológicas decorrentes da
em favor dos beneficiários da pensão especial de que trata esta Lei, Síndrome Congênita do Zika Vírus, será observado o seguinte:
voltadas à garantia de fornecimento de órteses, próteses e demais I - a licença-maternidade de que trata o art. 392 da Consolida-
ajudas técnicas, bem como na realização de intervenções cirúrgicas ção das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
e assistência à saúde por meio do Sistema Único de Saúde - SUS. de 1º de maio de 1943 , será de 180 (cento e oitenta) dias;
Art. 5o O Ministério da Saúde, o INSS e a Secretaria Especial dos II - o salário-maternidade de que trata o art. 71 da Lei nº 8.213,
Direitos Humanos da Presidência da República poderão celebrar de 24 de julho de 1991 , será devido por 180 (cento e oitenta) dias.
convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos que objetivem Art. 6º Fica revogado o art. 18 da Lei nº 13.301, de 27 de junho
a cooperação com órgãos da administração pública e entidades pri- de 2016.
vadas sem fins lucrativos, a fim de dar cumprimento ao disposto Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação .
nesta Lei.
Art. 6o As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta do
Tesouro Nacional e constarão de programação orçamentária espe-
cífica no orçamento do Ministério da Previdência Social.
Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1o Para fazer jus ao benefício, o pescador não poderá estar
SEGURO DESEMPREGO PESCADOR ARTESANAL - SEGURO em gozo de nenhum benefício decorrente de benefício previdenciá-
DEFESO - LEI Nº 10.779/2003 rio ou assistencial de natureza continuada, exceto pensão por mor-
te e auxílio-acidente. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
§ 2o Para se habilitar ao benefício, o pescador deverá apresen-
LEI N° 10.779, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2003. tar ao INSS os seguintes documentos: (Incluído pela Lei nº 13.134,
de 2015)
Dispõe sobre a concessão do benefício de seguro desempre- I - registro como pescador profissional, categoria artesanal,
go, durante o período de defeso, ao pescador profissional que devidamente atualizado no Registro Geral da Atividade Pesqueira
exerce a atividade pesqueira de forma artesanal. (RGP), emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura com antece-
dência mínima de 1 (um) ano, contado da data de requerimento do
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- benefício; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: II - cópia do documento fiscal de venda do pescado a empre-
sa adquirente, consumidora ou consignatária da produção, em que
Art. 1o O pescador artesanal de que tratam a alínea “b” do in- conste, além do registro da operação realizada, o valor da respecti-
ciso VII do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e a alínea va contribuição previdenciária de que trata o § 7o do art. 30 da Lei
“b” do inciso VII do art. 11 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, no 8.212, de 24 de julho de 1991, ou comprovante de recolhimento
desde que exerça sua atividade profissional ininterruptamente, de da contribuição previdenciária, caso tenha comercializado sua pro-
forma artesanal e individualmente ou em regime de economia fa- dução a pessoa física; e (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
miliar, fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 III - outros estabelecidos em ato do Ministério da Previdência
(um) salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de ativi- Social que comprovem: (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
dade pesqueira para a preservação da espécie. (Redação dada pela a) o exercício da profissão, na forma do art. 1o desta Lei; (Inclu-
Lei nº 13.134, de 2015) ído pela Lei nº 13.134, de 2015)
§ 1o Considera-se profissão habitual ou principal meio de vida b) que se dedicou à pesca durante o período definido no § 3o
a atividade exercida durante o período compreendido entre o de- do art. 1o desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
feso anterior e o em curso, ou nos 12 (doze) meses imediatamente c) que não dispõe de outra fonte de renda diversa da decor-
anteriores ao do defeso em curso, o que for menor. (Redação dada rente da atividade pesqueira. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
pela Lei nº 13.134, de 2015) § 3o O INSS, no ato de habilitação ao benefício, deverá verificar
§ 2o O período de defeso de atividade pesqueira é o fixado a condição de segurado pescador artesanal e o pagamento da con-
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais tribuição previdenciária, nos termos da Lei no 8.212, de 24 de julho
Renováveis - IBAMA, em relação à espécie marinha, fluvial ou lacus- de 1991, nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao
tre a cuja captura o pescador se dedique. requerimento do benefício ou desde o último período de defeso até
§ 3o Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o o requerimento do benefício, o que for menor, observado, quando
período compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos for o caso, o disposto no inciso II do § 2o. (Incluído pela dada pela
12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do defeso em curso, Lei nº 13.134, de 2015)
o que for menor. (Incluído dada pela Lei nº 13.134, de 2015) § 4o O Ministério da Previdência Social e o Ministério da Pes-
§ 4o Somente terá direito ao seguro-desemprego o segurado ca e Aquicultura desenvolverão atividades que garantam ao INSS
especial pescador artesanal que não disponha de outra fonte de acesso às informações cadastrais disponíveis no RGP, de que trata o
renda diversa da decorrente da atividade pesqueira. (Incluído dada art. 24 da Lei no 11.959, de 29 de junho de 2009, necessárias para
pela Lei nº 13.134, de 2015) a concessão do seguro-desemprego. (Incluído pela Lei nº 13.134,
§ 5o O pescador profissional artesanal não fará jus, no mes- de 2015)
mo ano, a mais de um benefício de seguro-desemprego decorrente § 5o Da aplicação do disposto no § 4o deste artigo não pode-
de defesos relativos a espécies distintas. (Incluído dada pela Lei nº rá resultar nenhum ônus para os segurados. (Incluído pela Lei nº
13.134, de 2015) 13.134, de 2015)
§ 6o A concessão do benefício não será extensível às atividades § 6o O Ministério da Previdência Social poderá, quando julgar
de apoio à pesca nem aos familiares do pescador profissional que necessário, exigir outros documentos para a habilitação do benefí-
não satisfaçam os requisitos e as condições estabelecidos nesta Lei. cio. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
(Incluído dada pela Lei nº 13.134, de 2015) § 7o O INSS deverá divulgar mensalmente lista com todos os
§ 7o O benefício do seguro-desemprego é pessoal e intransferí- beneficiários que estão em gozo do seguro-desemprego no período
vel. (Incluído dada pela Lei nº 13.134, de 2015) de defeso, detalhados por localidade, nome, endereço e número
§ 8o O período de recebimento do benefício não poderá exce- e data de inscrição no RGP. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
der o limite máximo variável de que trata o caput do art. 4o da Lei § 8º Desde que atendidos os demais requisitos previstos neste
no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, ressalvado o disposto nos §§ 4o artigo, o benefício de seguro-desemprego será concedido ao pesca-
e 5o do referido artigo. (Incluído dada pela Lei nº 13.134, de 2015) dor profissional artesanal cuja família seja beneficiária do progra-
Art. 2o Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rece- ma de transferência de renda com condicionalidades de que trata
ber e processar os requerimentos e habilitar os beneficiários, nos a Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de 2021, e caberá ao órgão ou
termos do regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) à entidade da administração pública federal responsável pela ma-
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) nutenção do programa a suspensão do pagamento dos benefícios
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) financeiros previstos nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 4º da
III - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de 2021, pelo mesmo período
IV - (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) da percepção do benefício do seguro-desemprego. (Redação dada
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) pela Lei nº 14.342, de 2022)
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015)
c) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 9o Para fins do disposto no § 8o, o INSS disponibilizará aos § 1º Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o
órgãos ou às entidades da administração pública federal responsá- período compreendido entre o término do defeso anterior e o início
veis pela manutenção de programas de transferência de renda com do defeso em curso ou nos doze meses imediatamente anteriores
condicionalidades as informações necessárias para identificação ao início do defeso em curso, o que for menor.
dos beneficiários e dos benefícios de seguro-desemprego concedi- § 2º Entende-se como regime de economia familiar o trabalho
dos, inclusive as relativas à duração, à suspensão ou à cessação do dos membros da mesma família, indispensável à própria subsistên-
benefício. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) cia e exercido em condições de mútua dependência e colaboração,
§ 10. Caso a suspensão prevista no § 8º deste artigo não pos- sem a utilização de empregados.
sa ser iniciada em até 6 (seis) meses após o início do pagamento § 3º Para fins de concessão do benefício, consideram-se como
do seguro-defeso, por motivos excepcionais, o órgão ou a entidade períodos de defeso aqueles estabelecidos pelos órgãos federais
da administração pública federal responsável pela manutenção do competentes, determinando a paralisação temporária da pesca
programa de transferência de renda com condicionalidades fica au- para preservação das espécies, nos termos e prazos fixados nos res-
torizado a efetuar o desconto de até 30% (trinta por cento) do valor pectivos atos. (Redação dada pelo Decreto nº 8.967, de 2017)
pago mensalmente à família, até que seja integralmente ressarcido § 4º O benefício será devido ao pescador profissional artesa-
o valor pago indevidamente. (Incluído pela Lei nº 14.342, de 2022) nal inscrito no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP que não
Art. 3o Sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis, todo disponha de outra fonte de renda diversa da decorrente da ativi-
aquele que fornecer ou beneficiar-se de atestado falso para o fim dade pesqueira, observado o disposto no Decreto nº 8.425, de 31
de obtenção do benefício de que trata esta Lei estará sujeito: de março de 2015 , sem prejuízo da licença de pesca concedida na
I - a demissão do cargo que ocupa, se servidor público; esfera federal, quando exigida nos termos do art. 3º, § 2º, da Lei nº
II - a suspensão de sua atividade, com cancelamento do seu 11.959, de 29 de junho de 2009 . (Redação dada pelo Decreto nº
registro, por dois anos, se pescador profissional. 8.967, de 2017)
Art. 4o O benefício de que trata esta Lei será cancelado nas § 5º O pescador profissional artesanal não fará jus a mais de
seguintes hipóteses: um benefício de seguro-desemprego no mesmo ano decorrente de
I - início de atividade remunerada; defesos relativos a espécies distintas.
II - início de percepção de outra renda; § 6º A concessão do benefício não será extensível aos traba-
III - morte do beneficiário; lhadores de apoio à pesca artesanal, assim definidos em legislação
IV - desrespeito ao período de defeso; ou específica, e nem aos componentes do grupo familiar do pescador
V - comprovação de falsidade nas informações prestadas para profissional artesanal que não satisfaçam, individualmente, os re-
a obtenção do benefício. quisitos e as condições estabelecidos neste Decreto.
Art. 5o O benefício do seguro-desemprego a que se refere esta § 7º Os pescadores e as pescadoras de que trata o § 1º do art.
Lei será pago à conta do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, 3º do Decreto nº 8.425, de 2015 , não farão jus ao benefício de se-
instituído pela Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990. guro-desemprego durante o período de defeso. (Redação dada pelo
Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Decreto nº 8.967, de 2017)
Art. 7o Fica revogada a Lei nº 8.287, de 20 de dezembro de § 8º Fará jus ao seguro-desemprego o pescador artesanal que,
1991. durante o período aquisitivo de que trata o § 1º, tenha recebido
benefício de auxílio-doença, auxílio-doença acidentário ou salário
DECRETO Nº 8.424/2015 E SUAS ALTERAÇÕES maternidade, exclusivamente sob categoria de filiação de segurado
especial, ou ainda, que tenha contribuído para a Previdência Social
relativamente ao exercício exclusivo dessa atividade. (Incluído pelo
Decreto nº 8.967, de 2017)
DECRETO Nº 8.424, DE 31 DE MARÇO DE 2015 § 9º Previamente ao estabelecimento de períodos de defeso,
deverão ser avaliadas outras medidas de gestão e de uso sustentá-
Regulamenta a Lei nº 10.779, de 25 de novembro de 2003, vel dos recursos pesqueiros, por meio de ato conjunto dos Ministé-
para dispor sobre a concessão do benefício de seguro-desempre- rios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente.
go, durante o período de defeso, ao pescador profissional artesa- (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017)
nal que exerce sua atividade exclusiva e ininterruptamente. § 10. As normas, os critérios, os padrões e as medidas de or-
denamento relativas aos períodos de defeso serão editadas, obser-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe vadas as competências dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e
confere o art. 84, caput , incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, Abastecimento e do Meio Ambiente, e deverão: (Incluído pelo De-
e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.779, de 25 de novembro creto nº 8.967, de 2017)
de 2003, I - definir as espécies que são objeto de conservação, as medi-
DECRETA : das de proteção à reprodução e ao recrutamento das espécies, os
petrechos e os métodos de pesca proibidos; (Incluído pelo Decreto
Art. 1º Este Decreto regulamenta a concessão do benefício de nº 8.967, de 2017)
seguro-desemprego, no valor de um salário-mínimo mensal, ao II - estabelecer a abrangência geográfica da norma, de modo a
pescador artesanal de que tratam a alínea “b” do inciso VII do caput indicar as bacias hidrográficas, a região ou a área costeiro-marinha
do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 , e a alínea “b” do e discriminar os Municípios alcançados; (Incluído pelo Decreto nº
inciso VII do caput do art. 11 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 8.967, de 2017)
, desde que exerça sua atividade profissional ininterruptamente, de III - definir se há alternativas de pesca disponíveis e se elas
forma artesanal e individualmente ou em regime de economia fa- abrangem todos os pescadores ou apenas aqueles que atuam de
miliar, durante o período de defeso de atividade pesqueira para a forma embarcada; e (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017)
preservação da espécie. (Redação dada pelo Decreto nº 8.967, de
2017)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - estabelecer mecanismos de monitoramento da biodiversi- de 6 de maio 1999 , excluído o período de defeso, desde que não
dade e da atividade pesqueira e de avaliação da eficácia dos perío- tenha havido comercialização de espécie alternativa não contem-
dos de defeso como medida de ordenamento. (Incluído pelo Decre- plada no ato que fixar o período de defeso.
to nº 8.967, de 2017) § 2º Desde que atendidos os demais requisitos previstos neste
§ 11. Os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento artigo, o benefício de seguro-desemprego será concedido ao pesca-
e do Meio Ambiente deverão periodicamente avaliar a efetividade dor profissional artesanal cuja família seja beneficiária de programa
dos períodos de defeso instituídos, sobretudo os de área continen- de transferência de renda com condicionalidades, e caberá ao ór-
tal, e revogar ou suspender seus atos normativos quando compro- gão ou entidade da administração pública federal responsável pela
vada a sua ineficácia na preservação dos recursos pesqueiros, inclu- manutenção do programa a suspensão do pagamento pelo mesmo
sive quando forem observados os fenômenos de seca, estiagem e período da percepção do benefício de seguro-desemprego.
contaminações por agentes químicos, físicos e biológicos. (Incluído § 3º Para fins do disposto no § 2º, o Instituto Nacional do Segu-
pelo Decreto nº 8.967, de 2017) ro Social - INSS disponibilizará aos órgãos ou entidades da adminis-
§ 12. Não será devido o benefício do seguro-desemprego quan- tração pública federal responsáveis pela manutenção de programas
do houver disponibilidade de alternativas de pesca nos Municípios de transferência de renda com condicionalidades as informações
alcançados pelos períodos de defeso. (Incluído pelo Decreto nº necessárias para identificação dos beneficiários e dos benefícios de
8.967, de 2017) seguro-desemprego concedidos, inclusive as relativas à duração,
§ 13. O benefício do seguro-desemprego é direito pessoal e in- suspensão ou cessação do benefício.
transferível. (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) Art. 3º Cabe ao INSS receber e processar os requerimentos, ha-
§ 14. Excepcionalmente, nas hipóteses de grave contaminação bilitar os beneficiários e decidir quanto à concessão do benefício de
por agentes químicos, físicos e biológicos, o Ministério da Agricultu- seguro-desemprego de que trata o art. 1º.
ra, Pecuária e Abastecimento poderá prolongar o período de defeso Art. 4º O prazo para requerer o benefício do seguro-desempre-
para as áreas e os grupos específicos atingidos, nos termos previs- go do pescador profissional artesanal se iniciará trinta dias antes da
tos na legislação. (Incluído pelo Decreto nº 10.080, de 2019) data de início do período de defeso e terminará no último dia do
§ 15. A gravidade a que se refere o § 14 será reconhecida em referido período.
ato do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (Incluí- Parágrafo único. Desde que requerido dentro do prazo previsto
do pelo Decreto nº 10.080, de 2019) no caput , o pagamento do benefício será devido desde o início do
§ 16. O pagamento de seguro desemprego do pescador profis- período de defeso, independentemente da data do requerimento.
sional artesanal, quando devido, na hipótese de ocorrência do pro- Art. 5º Para requerer o benefício de seguro-desemprego, o pes-
longamento a que se refere o § 14, poderá ser ampliado na forma cador deverá apresentar ao INSS:
prevista no § 5º do art. 4º da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, I - documento de identificação oficial;
observado o disposto no § 8º do art. 1º da Lei nº 10.779, de 25 de II - comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoa Física -
novembro de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 10.080, de 2019) CPF;
§ 17. Na hipótese de ser efetuado o pagamento de que trata o III - inscrição no RGP, com licença de pesca, emitida pelo Minis-
§ 16, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na condição de pes-
- Codefat deverá respeitar os limites de reserva mínima de liquidez cador profissional artesanal que tenha a atividade pesqueira como
de que trata o § 5º do art. 4º da Lei nº 7.998, de 1990. (Incluído pelo única fonte de renda, observada a antecedência mínima prevista no
Decreto nº 10.080, de 2019) art. 2º da Lei nº 10.779, de 2003 ; (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 2º Terá direito ao benefício do seguro-desemprego o pes- 8.967, de 2017)
cador profissional artesanal que preencher os seguintes requisitos: IV - cópia do documento fiscal de venda do pescado a empre-
I - ter registro no RGP, com situação cadastral ativa decorrente sa adquirente, consumidora ou consignatária da produção, em que
de licença concedida, emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecu- conste, além do registro da operação realizada, o valor da respecti-
ária e Abastecimento, na condição de pescador profissional artesa- va contribuição previdenciária de que trata o § 7º do art. 30 da Lei
nal, observada a antecedência mínima prevista no art. 2º da Lei nº nº 8.212, de 1991 , ou cópia do comprovante de recolhimento da
10.779, de 2003 ; (Redação dada pelo Decreto nº 8.967, de 2017) contribuição previdenciária, caso tenha comercializado sua produ-
II - possuir a condição de segurado especial unicamente na ca- ção a pessoa física; e
tegoria de pescador profissional artesanal; V - comprovante de residência em Município abrangido pelo
III - ter realizado o pagamento da contribuição previdenciária, ato que instituiu o período de defeso relativo ao benefício reque-
nos termos da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 , nos últimos rido, ou seus limítrofes. (Redação dada pelo Decreto nº 8.967, de
doze meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefí- 2017)
cio ou desde o último período de defeso até o requerimento do be- § 1º Além de apresentar os documentos previstos no caput, o
nefício, o que for menor, observado, quando for o caso, o disposto pescador profissional artesanal assinará declaração de que:
no inciso IV do caput do art. 5º ; I - não dispõe de outra fonte de renda;
IV - não estar em gozo de nenhum benefício decorrente de pro- II - se dedicou à pesca das espécies e nas localidades atingidas
grama federal de transferência de renda com condicionalidades ou pelo defeso ininterruptamente durante o período compreendido
de benefício de prestação continuada da Assistência Social ou da entre o término do defeso anterior e o início do defeso em curso
Previdência Social, exceto auxílio-acidente ou pensão por morte; e ou nos doze meses imediatamente anteriores ao início do defeso
V - não ter vínculo de emprego, ou outra relação de trabalho, em curso, o que for menor; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.967,
ou outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pes- de 2017)
queira vedada pelo período de defeso. (Redação dada pelo Decreto III - assume responsabilidade civil e criminal por todas as infor-
nº 8.967, de 2017) mações prestadas para fins da concessão do benefício.
§ 1º A comprovação da contribuição do segurado especial de § 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento dis-
que trata o inciso III do caput deverá ser feita nos termos do art. 25 ponibilizará ao INSS informações que demonstrem: (Redação dada
da Lei nº 8.212, de 1991 , e do inciso IV do caput do art. 216 do Re- pelo Decreto nº 8.967, de 2017)
gulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - o exercício ininterrupto da atividade de pesca pelo pescador § 1º O prazo para interposição de recurso e para oferecimento
profissional artesanal, observado o disposto no § 1º do art. 4º do de contrarrazões será de trinta dias, contado da ciência da decisão
Decreto nº 8.425, de 2015 , com a indicação das localidades em que e da interposição do recurso, respectivamente.
a atividade foi exercida e das espécies pescadas; e (Redação dada § 2º O processamento e o julgamento dos recursos seguirão
pelo Decreto nº 8.967, de 2017) o disposto no Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo
II - os municípios abrangidos pelo período de defeso e os mu- Decreto nº 3.048, de 1999 , e no regimento interno do CRPS.
nicípios limítrofes. Art. 8º Os recursos financeiros para o pagamento do benefí-
§ 3º Ato do Ministério da Previdência Social poderá exigir ou- cio de seguro-desemprego ao pescador profissional artesanal serão
tros documentos para a habilitação do benefício. provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.
§ 4º O INSS poderá expedir atos complementares relativos ao § 1º Compete ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
reconhecimento e à manutenção do direito ao benefício, observado ao Trabalhador - Codefat a gestão do pagamento dos benefícios e
o disposto neste Decreto e no ato de que trata o § 3º. ao Ministério do Trabalho e Emprego a sua operacionalização, ca-
§ 5º A apresentação dos documentos discriminados no caput bendo aos referidos órgãos a edição dos atos necessários a essas
poderá ser dispensada pelo INSS caso as informações constem em atividades.
bases governamentais a ele disponibilizadas por outros órgãos, nos § 2º O INSS disponibilizará ao Ministério do Trabalho e Empre-
termos do art. 2º do Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009 , do go as informações necessárias para a efetivação do pagamento.
art. 329-B do Anexo ao Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 - Re- § 3º O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizará ao
gulamento da Previdência Social , e do art. 1º do Decreto nº 8.789, INSS e aos órgãos de que trata o § 3º do art. 2º as informações refe-
de 29 de junho de 2016 . (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) rentes à realização dos pagamentos aos beneficiários.
§ 6º Nos casos em que o pescador já tenha recebido o seguro- § 4º O Ministério do Trabalho e Emprego e o INSS prestarão aos
-desemprego do pescador artesanal, o INSS poderá dispensar a rea- interessados informações relativas ao pagamento dos benefícios
presentação de requerimento para os próximos períodos do defeso em seus próprios canais de atendimento.
que deu origem ao benefício, desde que possua informações que Art. 9º O Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo
demonstrem a manutenção dos requisitos do art. 2º e das caracte- Decreto nº 3.048, de 1999 , passa a vigorar com as seguintes alte-
rísticas da atividade pesqueira exercida; (Incluído pelo Decreto nº rações:
8.967, de 2017) “Art. 9º ..........................................................................
§ 7º O INSS poderá comunicar o indeferimento ou a existência ..............................................................................................
de qualquer impedimento para a concessão do benefício por meio § 14. ..............................................................................
da internet ou da central de teleatendimento. (Incluído pelo Decre- I - não utilize embarcação; ou
to nº 8.967, de 2017) II - utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei nº
§ 8º O INSS poderá, a qualquer tempo, convocar o pescador 11.959, de 29 de junho de 2009.
para apresentação de documentos comprobatórios referentes aos § 15. .............................................................................
requisitos do caput . (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) ..............................................................................................
Art. 6º O INSS cessará o benefício de seguro-desemprego nas XI - o pescador que trabalha em regime de parceria, meação
seguintes hipóteses: ou arrendamento, em embarcação de médio ou grande porte, nos
I - início de atividade remunerada ou de percepção de outra termos da Lei nº 11.959, de 2009;
renda que seja incompatível com a percepção do benefício; ...................................................................................” (NR)
II - desrespeito ao período de defeso ou a quaisquer proibições Art. 10. (Revogado pelo Decreto nº 10.930, de 2022) Vigência
estabelecidas em normas de defeso; Art. 11. Atos conjuntos dos Ministérios da Previdência Social,
III - obtenção de renda proveniente da pesca de espécie alter- do Trabalho e Emprego e da Pesca e Aquicultura e de outros órgãos
nativa não contemplada no ato que fixar o período de defeso; interessados estabelecerão os procedimentos e prazos para opera-
IV - suspensão do período de defeso; cionalização das trocas de informações previstas neste Decreto.
V - morte do beneficiário, exceto em relação às parcelas ven- Art. 12. Este Decreto aplica-se aos períodos de defeso iniciados
cidas; a partir de 1º de abril de 2015.
VI - início de percepção de renda proveniente de benefício pre- Parágrafo único. Aos períodos de defeso iniciados até 31 de
videnciário ou assistencial de natureza continuada, exceto auxílio- março de 2015, aplica-se o disposto na legislação anterior, inclusive
-acidente ou pensão por morte; quanto aos prazos, procedimentos e recursos e à competência do
VII - prestação de declaração falsa; ou Ministério do Trabalho e Emprego para as atividades de recebimen-
VIII - comprovação de fraude. to e processamento dos requerimentos, habilitação dos beneficiá-
Parágrafo único. O INSS cessará o benefício quando constatar a rios e apuração de irregularidades.
ocorrência de hipótese prevista no caput ou quando for informado Art. 13. Ficam revogados o inciso III do § 14 e o § 17 do art. 9º
sobre sua ocorrência pelo órgão ou entidade pública competente. do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº
Art. 6º-A. O Poder Executivo poderá condicionar o recebimento 3.048, de 6 de maio de 1999 .
do seguro-desemprego, durante o período de defeso, ao pescador Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
profissional artesanal que exerça sua atividade exclusiva, à compro-
vação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - LOAS. LEI Nº
curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profis- 8.742/1993 E SUAS ALTERAÇÕES
sional, com carga horária mínima de cento e sessenta horas, nos
termos do § 1º do art. 3º da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990
. (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
Art. 7º No caso de indeferimento do requerimento de conces-
são de benefício ou no caso de cessação do benefício, o pescador Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras
profissional artesanal poderá interpor recurso ao Conselho de Re- providências.
cursos da Previdência Social - CRPS.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- § 3o São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam
programas e projetos voltados prioritariamente para a defesa e
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos di-
reitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades
CAPÍTULO I sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, diri-
DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS gidos ao público da política de assistência social, nos termos desta
Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de que tratam os incisos
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Es- I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
tado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê
os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de CAPÍTULO II
ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendi- DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES
mento às necessidades básicas. SEÇÃO I
Art. 2o A assistência social tem por objetivos: (Redação dada DOS PRINCÍPIOS
pela Lei nº 12.435, de 2011)
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:
danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: (Reda- I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as
ção dada pela Lei nº 12.435, de 2011) exigências de rentabilidade econômica;
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescên- II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o des-
cia e à velhice; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) tinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas pú-
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; (Incluído blicas;
pela Lei nº 12.435, de 2011) III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; (Incluído direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivên-
pela Lei nº 12.435, de 2011) cia familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexa-
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a tória de necessidade;
promoção de sua integração à vida comunitária; e (Incluído pela Lei IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discri-
nº 12.435, de 2011) minação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às popu-
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal lações urbanas e rurais;
à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e pro-
meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua jetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder
família; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Público e dos critérios para sua concessão.
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorial-
mente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de SEÇÃO II
vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; (Redação Das Diretrizes
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso Art. 5º A organização da assistência social tem como base as
aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. (Redação seguintes diretrizes:
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) I - descentralização político-administrativa para os Estados, o
Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assis- Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em
tência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, ga- cada esfera de governo;
rantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender II - participação da população, por meio de organizações repre-
contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sentativas, na formulação das políticas e no controle das ações em
sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) todos os níveis;
Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de assistência III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da
social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, política de assistência social em cada esfera de governo.
prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangi-
dos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de CAPÍTULO III
direitos. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) DA ORGANIZAÇÃO E DA GESTÃO
§ 1o São de atendimento aquelas entidades que, de forma
continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam Art. 6o A gestão das ações na área de assistência social fica
programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo,
básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os se-
de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, guintes objetivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
e respeitadas as deliberações do Conselho Nacional de Assistência I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a
Social (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela cooperação técnica entre os entes federativos que, de modo articu-
Lei nº 12.435, de 2011) lado, operam a proteção social não contributiva; (Incluído pela Lei
§ 2o São de assessoramento aquelas que, de forma continua- nº 12.435, de 2011)
da, permanente e planejada, prestam serviços e executam progra- II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas,
mas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento projetos e benefícios de assistência social, na forma do art. 6o-C;
dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de as- III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na
sistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações organização, regulação, manutenção e expansão das ações de as-
do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei sistência social;
nº 12.435, de 2011)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades re- integral, pelo Estado, de serviços, programas, projetos e ações de
gionais e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) assistência social, nos limites da capacidade instalada, aos benefi-
V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanen- ciários abrangidos por esta Lei, observando-se as disponibilidades
te na assistência social; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) orçamentárias. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e § 4o O cumprimento do disposto no § 3o será informado ao
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome pelo ór-
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direi- gão gestor local da assistência social. (Incluído pela Lei nº 12.435,
tos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) de 2011)
§ 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por objetivo Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial, serão ofer-
a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à tadas precipuamente no Centro de Referência de Assistência Social
velhice e, como base de organização, o território. (Incluído pela Lei (Cras) e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social
nº 12.435, de 2011) (Creas), respectivamente, e pelas entidades sem fins lucrativos de
§ 2o O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respecti- assistência social de que trata o art. 3o desta Lei. (Incluído pela Lei
vos conselhos de assistência social e pelas entidades e organizações nº 12.435, de 2011)
de assistência social abrangidas por esta Lei. (Incluído pela Lei nº § 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base territorial,
12.435, de 2011) localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e ris-
§ 3o A instância coordenadora da Política Nacional de Assistên- co social, destinada à articulação dos serviços socioassistenciais no
cia Social é o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas
Fome. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) e projetos socioassistenciais de proteção social básica às famílias.
§ 4º Cabe à instância coordenadora da Política Nacional de As- (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
sistência Social normatizar e padronizar o emprego e a divulgação § 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e gestão mu-
da identidade visual do Suas. (Incluído pela Lei nº 13.714, de 2018) nicipal, estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a
§ 5º A identidade visual do Suas deverá prevalecer na identi- indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco pessoal
ficação de unidades públicas estatais, entidades e organizações de ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam
assistência social, serviços, programas, projetos e benefícios vincu- intervenções especializadas da proteção social especial. (Incluído
lados ao Suas. (Incluído pela Lei nº 13.714, de 2018) pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos § 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais institu-
de proteção: (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) ídas no âmbito do Suas, que possuem interface com as demais po-
I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, líticas públicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, pro-
projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situa- gramas, projetos e benefícios da assistência social. (Incluído pela Lei
ções de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento nº 12.435, de 2011)
de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos fa- Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos Creas devem ser com-
miliares e comunitários; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) patíveis com os serviços neles ofertados, com espaços para traba-
II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas lhos em grupo e ambientes específicos para recepção e atendimen-
e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de to reservado das famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade
vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortaleci- às pessoas idosas e com deficiência. (Incluído pela Lei nº 12.435,
mento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e de 2011)
indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direi- Art. 6o-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas, destinados
tos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) à execução das ações continuadas de assistência social, poderão
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos instru- ser aplicados no pagamento dos profissionais que integrarem as
mentos das proteções da assistência social que identifica e previne equipes de referência, responsáveis pela organização e oferta da-
as situações de risco e vulnerabilidade social e seus agravos no ter- quelas ações, conforme percentual apresentado pelo Ministério do
ritório. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Desenvolvimento Social e Combate à Fome e aprovado pelo CNAS.
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial serão ofer- (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
tadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente Parágrafo único. A formação das equipes de referência deverá
pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de assis- considerar o número de famílias e indivíduos referenciados, os ti-
tência social vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de pos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser
cada ação. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) garantidas aos usuários, conforme deliberações do CNAS. (Incluído
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo Ministério pela Lei nº 12.435, de 2011)
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome de que a entidade de Art. 6º-F. Fica instituído o Cadastro Único para Programas So-
assistência social integra a rede socioassistencial. (Incluído pela Lei ciais do Governo Federal (CadÚnico), registro público eletrônico
nº 12.435, de 2011) com a finalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar in-
§ 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a entidade de- formações georreferenciadas para a identificação e a caracterização
verá cumprir os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.435, socioeconômica das famílias de baixa renda. (Incluído pela Lei nº
de 2011) 14.284, de 2021) Regulamento
I - constituir-se em conformidade com o disposto no art. 3o; § 1º As famílias de baixa renda poderão inscrever-se no CadÚ-
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) nico nas unidades públicas de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 6º-C
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito Federal, desta Lei ou, nos termos do regulamento, por meio eletrônico. (In-
na forma do art. 9o; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) cluído pela Lei nº 14.284, de 2021)
III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que trata o § 2º A inscrição no CadÚnico é obrigatória para acesso a pro-
inciso XI do art. 19. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) gramas sociais do Governo Federal. (Incluído pela Lei nº 14.284, de
§ 3o As entidades e organizações de assistência social vincu- 2021)
ladas ao Suas celebrarão convênios, contratos, acordos ou ajustes
com o poder público para a execução, garantido financiamento
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito das entidades § 1o Os resultados alcançados pelo ente federado na gestão do
e organizações de assistência social, observarão as normas expe- Suas, aferidos na forma de regulamento, serão considerados como
didas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de que prestação de contas dos recursos a serem transferidos a título de
trata o art. 17 desta lei. apoio financeiro. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, § 2o As transferências para apoio à gestão descentralizada do
observados os princípios e diretrizes estabelecidos nesta lei, fixarão Suas adotarão a sistemática do Índice de Gestão Descentralizada do
suas respectivas Políticas de Assistência Social. Programa Bolsa Família, previsto no art. 8o da Lei no 10.836, de 9
Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações de as- de janeiro de 2004, e serão efetivadas por meio de procedimento
sistência social depende de prévia inscrição no respectivo Conselho integrado àquele índice. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Municipal de Assistência Social, ou no Conselho de Assistência So- § 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
cial do Distrito Federal, conforme o caso. § 4o Para fins de fortalecimento dos Conselhos de Assistência
§ 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de inscri- Social dos Estados, Municípios e Distrito Federal, percentual dos
ção e funcionamento das entidades com atuação em mais de um recursos transferidos deverá ser gasto com atividades de apoio téc-
município no mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou Distrito nico e operacional àqueles colegiados, na forma fixada pelo Minis-
Federal. tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, sendo vedada
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social e ao a utilização dos recursos para pagamento de pessoal efetivo e de
Conselho de Assistência Social do Distrito Federal a fiscalização das gratificações de qualquer natureza a servidor público estadual, mu-
entidades referidas no caput na forma prevista em lei ou regula- nicipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
mento. Art. 13. Compete aos Estados:
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de par-
§ 4º As entidades e organizações de assistência social podem, ticipação no custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que
para defesa de seus direitos referentes à inscrição e ao funciona- trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos
mento, recorrer aos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e do Estaduais de Assistência Social; (Redação dada pela Lei nº 12.435,
Distrito Federal. de 2011)
Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o apri-
podem celebrar convênios com entidades e organizações de assis- moramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de
tência social, em conformidade com os Planos aprovados pelos res- assistência social em âmbito regional ou local; (Redação dada pela
pectivos Conselhos. Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 11. As ações das três esferas de governo na área de assis- III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações assisten-
tência social realizam-se de forma articulada, cabendo a coordena- ciais de caráter de emergência;
ção e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações
dos programas, em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito e consórcios municipais na prestação de serviços de assistência so-
Federal e aos Municípios. cial;
Art. 12. Compete à União: V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou ausência
I - responder pela concessão e manutenção dos benefícios de de demanda municipal justifiquem uma rede regional de serviços,
prestação continuada definidos no art. 203 da Constituição Federal; desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado.
II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o apri- VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assis-
moramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de tência social e assessorar os Municípios para seu desenvolvimento.
assistência social em âmbito nacional; (Redação dada pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
12.435, de 2011) Art. 14. Compete ao Distrito Federal:
III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos
os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência. benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios esta-
IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de as- belecidos pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito Federal;
sistência social e assessorar Estados, Distrito Federal e Municípios (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
para seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o aprimoramento III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluin-
à gestão descentralizada dos serviços, programas, projetos e bene- do a parceria com organizações da sociedade civil;
fícios de assistência social, por meio do Índice de Gestão Descen- IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência;
tralizada (IGD) do Sistema Único de Assistência Social (Suas), para a V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta
utilização no âmbito dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fede- lei.
ral, destinado, sem prejuízo de outras ações a serem definidas em VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os pro-
regulamento, a: (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) gramas e os projetos de assistência social em âmbito local; (Incluído
I - medir os resultados da gestão descentralizada do Suas, com pela Lei nº 12.435, de 2011)
base na atuação do gestor estadual, municipal e do Distrito Federal VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assis-
na implementação, execução e monitoramento dos serviços, pro- tência social em seu âmbito. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
gramas, projetos e benefícios de assistência social, bem como na Art. 15. Compete aos Municípios:
articulação intersetorial; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos
II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na gestão benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios esta-
estadual, municipal e do Distrito Federal do Suas; e (Incluído pela belecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social; (Reda-
Lei nº 12.435, de 2011) ção dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
III - calcular o montante de recursos a serem repassados aos II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
entes federados a título de apoio financeiro à gestão do Suas. (In- III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluin-
cluído pela Lei nº 12.435, de 2011) do a parceria com organizações da sociedade civil;
IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades
lei. e organizações de assistência social certificadas como beneficentes
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os pro- e encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência
gramas e os projetos de assistência social em âmbito local; (Incluído Social dos Estados, Municípios e do Distrito Federal; (Redação dada
pela Lei nº 12.435, de 2011) pela Lei nº 12.101, de 2009)
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assis- V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participa-
tência social em seu âmbito. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) tivo de assistência social;
Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter perma- VI - a partir da realização da II Conferência Nacional de Assis-
nente e composição paritária entre governo e sociedade civil, são: tência Social em 1997, convocar ordinariamente a cada quatro anos
(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) a Conferência Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição
I - o Conselho Nacional de Assistência Social; de avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o
II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; aperfeiçoamento do sistema; (Redação dada pela Lei nº 9.720, de
III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; 26.4.1991)
IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social. VII - (Vetado.)
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência Social estão vin- VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistên-
culados ao órgão gestor de assistência social, que deve prover a in- cia Social a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública
fraestrutura necessária ao seu funcionamento, garantindo recursos Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de As-
materiais, humanos e financeiros, inclusive com despesas referen- sistência Social;
tes a passagens e diárias de conselheiros representantes do gover- IX - aprovar critérios de transferência de recursos para os Esta-
no ou da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas dos, Municípios e Distrito Federal, considerando, para tanto, indica-
atribuições. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) dores que informem sua regionalização mais eqüitativa, tais como:
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de Assistência So- população, renda per capita, mortalidade infantil e concentração de
cial (CNAS), órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à renda, além de disciplinar os procedimentos de repasse de recursos
estrutura do órgão da Administração Pública Federal responsável para as entidades e organizações de assistência social, sem prejuízo
pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, cujos das disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias;
membros, nomeados pelo Presidente da República, têm mandato X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os
de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução por igual perí- ganhos sociais e o desempenho dos programas e projetos aprova-
odo. dos;
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é com- XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas anu-
posto por 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, cujos ais e plurianuais do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS);
nomes são indicados ao órgão da Administração Pública Federal XII - indicar o representante do Conselho Nacional de Assistên-
responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência cia Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional da Seguridade Social;
Social, de acordo com os critérios seguintes: XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões,
representante dos Estados e 1 (um) dos Municípios; bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS)
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre represen- e os respectivos pareceres emitidos.
tantes dos usuários ou de organizações de usuários, das entidades Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009)
e organizações de assistência social e dos trabalhadores do setor, Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública Federal
escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Ministério Público responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência
Federal. Social:
§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é presi- I - coordenar e articular as ações no campo da assistência so-
dido por um de seus integrantes, eleito dentre seus membros, para cial;
mandato de 1 (um) ano, permitida uma única recondução por igual II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)
período. a Política Nacional de Assistência Social, suas normas gerais, bem
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) contará como os critérios de prioridade e de elegibilidade, além de padrões
com uma Secretaria Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada de qualidade na prestação de benefícios, serviços, programas e pro-
em ato do Poder Executivo. jetos;
§ 4o Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. III - prover recursos para o pagamento dos benefícios de pres-
16, com competência para acompanhar a execução da política de tação continuada definidos nesta lei;
assistência social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da assis-
consonância com as diretrizes das conferências nacionais, estadu- tência social, em conjunto com as demais da Seguridade Social;
ais, distrital e municipais, de acordo com seu âmbito de atuação, V - propor os critérios de transferência dos recursos de que tra-
deverão ser instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Dis- ta esta lei;
trito Federal e pelos Municípios, mediante lei específica. (Redação VI - proceder à transferência dos recursos destinados à assis-
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) tência social, na forma prevista nesta lei;
Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência Social: VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de Assis-
I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social; tência Social (CNAS) relatórios trimestrais e anuais de atividades e
II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços de de realização financeira dos recursos;
natureza pública e privada no campo da assistência social; VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao Distrito
III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das en- Federal, aos Municípios e às entidades e organizações de assistên-
tidades e organizações de assistência social no Ministério do De- cia social;
senvolvimento Social e Combate à Fome; (Redação dada pela Lei nº IX - formular política para a qualificação sistemática e continua-
12.101, de 2009) da de recursos humanos no campo da assistência social;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar as análi- § 5o A condição de acolhimento em instituições de longa per-
ses de necessidades e formulação de proposições para a área; manência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com defi-
XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de ciência ao benefício de prestação continuada. (Redação dada pela
entidades e organizações de assistência social, em articulação com Lei nº 12.435, de 2011)
os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da de-
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas políticas de ficiência e do grau de impedimento de que trata o § 2o, composta
saúde e previdência social, bem como com os demais responsáveis por avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos pe-
pelas políticas sócio-econômicas setoriais, visando à elevação do ritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social
patamar mínimo de atendimento às necessidades básicas; - INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
XIII - expedir os atos normativos necessários à gestão do Fundo § 6º-A. O INSS poderá celebrar parcerias para a realização da
Nacional de Assistência Social (FNAS), de acordo com as diretrizes avaliação social, sob a supervisão do serviço social da autarquia.
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS); (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022)
XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de Assistência § 7o Na hipótese de não existirem serviços no município de re-
Social (CNAS) os programas anuais e plurianuais de aplicação dos sidência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em re-
recursos do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). gulamento, o seu encaminhamento ao município mais próximo que
Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive a dispen- contar com tal estrutura. (Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
sação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, às § 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá
famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social ser declarada pelo requerente ou seu representante legal, sujeitan-
e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á independentemente da do-se aos demais procedimentos previstos no regulamento para o
apresentação de documentos que comprovem domicílio ou inscri- deferimento do pedido. (Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
ção no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância § 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e
com a diretriz de articulação das ações de assistência social e de de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da
saúde a que se refere o inciso XII deste artigo. (Incluído pela Lei nº renda familiar per capita a que se refere o § 3o deste artigo. (Reda-
13.714, de 2018) ção dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins
CAPÍTULO IV do § 2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo
DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS E DOS de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
PROJETOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput des-
SEÇÃO I te artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vul-
nerabilidade, conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146,
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um de 2015) (Vigência)
salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 § 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo poderá
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios ampliar o limite de renda mensal familiar per capita previsto no §
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua famí- 3º deste artigo para até 1/2 (meio) salário-mínimo, observado o dis-
lia. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide Lei nº 13.985, posto no art. 20-B desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
de 2020) (Vigência)
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta § 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revi-
pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência são do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal -
e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o Cadastro Único, conforme previsto em regulamento. (Incluído pela
mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Lei nº 13.846, de 2019)
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação conti- § 13. (Vide medida Provisória nº 871, de 2019)
nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe- § 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício pre-
dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou videnciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com defi-
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade ciência não será computado, para fins de concessão do benefício
de condições com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência
13.146, de 2015) (Vigência) da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste
§ 3º Observados os demais critérios de elegibilidade definidos artigo. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020)
nesta Lei, terão direito ao benefício financeiro de que trata o caput § 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais
deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com renda de um membro da mesma família enquanto atendidos os requisitos
familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do exigidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020)
salário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021) Art. 20-A. (Revogado pela Lei nº 14.176, de 2021)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021) Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos probatórios da
II - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) condição de miserabilidade e da situação de vulnerabilidade de que
§ 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser acumu- trata o § 11 do art. 20 desta Lei, serão considerados os seguintes
lado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade aspectos para ampliação do critério de aferição da renda familiar
social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pen- mensal per capita de que trata o § 11-A do referido artigo:. (Incluído
são especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência)
12.435, de 2011) I – o grau da deficiência;. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
(Vigência)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II – a dependência de terceiros para o desempenho de ativida- suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou rea-
des básicas da vida diária; e. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) valiação da deficiência e do grau de incapacidade para esse fim, res-
(Vigência) peitado o período de revisão previsto no caput do art. 21. (Incluído
III – o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de pela Lei nº 12.470, de 2011)
que trata o § 3º do art. 20 desta Lei exclusivamente com gastos mé- § 2o A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz
dicos, com tratamentos de saúde, com fraldas, com alimentos espe- não acarreta a suspensão do benefício de prestação continuada,
ciais e com medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da remunera-
não disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com serviços não ção e do benefício. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
prestados pelo Suas, desde que comprovadamente necessários à
preservação da saúde e da vida.. (Incluído pela Lei nº 14.176, de SEÇÃO II
2021) (Vigência) DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo ocorrerá
na forma de escalas graduais, definidas em regulamento.. (Incluído Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as provisões su-
pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) plementares e provisórias que integram organicamente as garantias
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os elementos cons- do Suas e são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de
tantes dos incisos I e III do caput deste artigo, e à pessoa idosa os nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de
constantes dos incisos II e III do caput deste artigo.. (Incluído pela calamidade pública. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) § 1o A concessão e o valor dos benefícios de que trata este
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I do caput deste artigo serão definidos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios
artigo será aferido por meio de instrumento de avaliação biopsi- e previstos nas respectivas leis orçamentárias anuais, com base em
cossocial, observados os termos dos §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº critérios e prazos definidos pelos respectivos Conselhos de Assis-
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), tência Social. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
e do § 6º do art. 20 e do art. 40-B desta Lei.. (Incluído pela Lei nº § 2o O CNAS, ouvidas as respectivas representações de Esta-
14.176, de 2021) (Vigência) dos e Municípios dele participantes, poderá propor, na medida das
§ 4º O valor referente ao comprometimento do orçamento do disponibilidades orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a
núcleo familiar com gastos de que trata o inciso III do caput deste instituição de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte e
artigo será definido em ato conjunto do Ministério da Cidadania, cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis)
da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Economia e do INSS, a partir de valores médios dos gastos realiza- § 3o Os benefícios eventuais subsidiários não poderão ser
dos pelas famílias exclusivamente com essas finalidades, facultada cumulados com aqueles instituídos pelas Leis no 10.954, de 29 de
ao interessado a possibilidade de comprovação, conforme critérios setembro de 2004, e no 10.458, de 14 de maio de 2002. (Redação
definidos em regulamento, de que os gastos efetivos ultrapassam dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
os valores médios. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência)
Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto SEÇÃO III
a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições DOS SERVIÇOS
que lhe deram origem. (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as ativida-
forem superadas as condições referidas no caput, ou em caso de des continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas
morte do beneficiário. ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objeti-
§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregula- vos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei. (Redação dada
ridade na sua concessão ou utilização. pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras § 1o O regulamento instituirá os serviços socioassistenciais.
ou educacionais e a realização de atividades não remuneradas de (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem motivo de § 2o Na organização dos serviços da assistência social serão
suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência. (In- criados programas de amparo, entre outros: (Incluído pela Lei nº
cluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 12.435, de 2011)
§ 4º A cessação do benefício de prestação continuada concedi- I - às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e
do à pessoa com deficiência não impede nova concessão do bene- social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da Constituição Fe-
fício, desde que atendidos os requisitos definidos em regulamento. deral e na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança
(Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) e do Adolescente); (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 5º O beneficiário em gozo de benefício de prestação continu- II - às pessoas que vivem em situação de rua. (Incluído pela Lei
ada concedido judicial ou administrativamente poderá ser convoca- nº 12.435, de 2011)
do para avaliação das condições que ensejaram sua concessão ou
manutenção, sendo-lhe exigida a presença dos requisitos previstos SEÇÃO IV
nesta Lei e no regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) DOS PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será suspenso
pelo órgão concedente quando a pessoa com deficiência exercer Art. 24. Os programas de assistência social compreendem
atividade remunerada, inclusive na condição de microempreende- ações integradas e complementares com objetivos, tempo e área
dor individual. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os
§ 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreende- benefícios e os serviços assistenciais.
dora de que trata o caput deste artigo e, quando for o caso, encer- § 1º Os programas de que trata este artigo serão definidos pe-
rado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o los respectivos Conselhos de Assistência Social, obedecidos os obje-
beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, tivos e princípios que regem esta lei, com prioridade para a inserção
poderá ser requerida a continuidade do pagamento do benefício profissional e social.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2o Os programas voltados para o idoso e a integração da pes- SEÇÃO VI
soa com deficiência serão devidamente articulados com o benefício (INCLUÍDO PELA LEI Nº 14.176, DE 2021) (VIGÊNCIA)
de prestação continuada estabelecido no art. 20 desta Lei. (Redação DO AUXÍLIO-INCLUSÃO
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e Atendimen- Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de que
to Integral à Família (Paif), que integra a proteção social básica e trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto
consiste na oferta de ações e serviços socioassistenciais de presta- da Pessoa com Deficiência), a pessoa com deficiência moderada ou
ção continuada, nos Cras, por meio do trabalho social com famílias grave que, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir o (Vigência)
rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas I – receba o benefício de prestação continuada, de que trata o
relações, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária. art. 20 desta Lei, e passe a exercer atividade:
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-míni-
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e os proce- mos; e
dimentos do Paif. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) b) que enquadre o beneficiário como segurado obrigatório do
Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e Atendimento Regime Geral de Previdência Social ou como filiado a regime pró-
Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), que integra a proteção prio de previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal
social especial e consiste no apoio, orientação e acompanhamen- ou dos Municípios;
to a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do
direitos, articulando os serviços socioassistenciais com as diversas requerimento do auxílio-inclusão;
políticas públicas e com órgãos do sistema de garantia de direitos. III – tenha inscrição regular no CPF; e
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício de pres-
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e os proce- tação continuada, incluídos os critérios relativos à renda familiar
dimentos do Paefi. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) mensal per capita exigida para o acesso ao benefício, observado o
Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do Tra- disposto no § 4º deste artigo.
balho Infantil (Peti), de caráter intersetorial, integrante da Política § 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser concedido, nos termos
Nacional de Assistência Social, que, no âmbito do Suas, compre- do inciso I do caput deste artigo, mediante requerimento e sem re-
ende transferências de renda, trabalho social com famílias e oferta troatividade no pagamento, ao beneficiário:
de serviços socioeducativos para crianças e adolescentes que se I – que tenha recebido o benefício de prestação continuada
encontrem em situação de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.435, nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores ao exercício da ativi-
de 2011) dade remunerada; e
§ 1o O Peti tem abrangência nacional e será desenvolvido II – que tenha tido o benefício suspenso nos termos do art.
de forma articulada pelos entes federados, com a participação da 21-A desta Lei.
sociedade civil, e tem como objetivo contribuir para a retirada de § 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por um membro da
crianças e adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis) anos em família não será considerado no cálculo da renda familiar mensal
situação de trabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a partir de per capita de que trata o inciso IV do caput deste artigo, para fins de
14 (quatorze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) concessão e de manutenção de outro auxílio-inclusão no âmbito do
§ 2o As crianças e os adolescentes em situação de trabalho mesmo grupo familiar.
deverão ser identificados e ter os seus dados inseridos no Cadastro § 3º O valor do auxílio-inclusão e o da remuneração do bene-
Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com ficiário do auxílio-inclusão de que trata a alínea “a” do inciso I do
a devida identificação das situações de trabalho infantil. (Incluído caput deste artigo percebidos por um membro da família não serão
pela Lei nº 12.435, de 2011) considerados no cálculo da renda familiar mensal per capita de que
tratam os §§ 3º e 11-A do art. 20 desta Lei para fins de manutenção
SEÇÃO V de benefício de prestação continuada concedido anteriormente a
DOS PROJETOS DE ENFRENTAMENTO DA POBREZA outra pessoa do mesmo grupo familiar.
§ 4º Para fins de cálculo da renda familiar per capita de que
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza compreen- trata o inciso IV do caput deste artigo, serão desconsideradas:
dem a instituição de investimento econômico-social nos grupos po- I – as remunerações obtidas pelo requerente em decorrência
pulares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas de exercício de atividade laboral, desde que o total recebido no mês
que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para seja igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; e
melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão II – as rendas oriundas dos rendimentos decorrentes de está-
da qualidade de vida, a preservação do meio-ambiente e sua orga- gio supervisionado e de aprendizagem.
nização social. Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da data do
Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento da pobreza requerimento, e o seu valor corresponderá a 50% (cinquenta por
assentar-se-á em mecanismos de articulação e de participação de cento) do valor do benefício de prestação continuada em vigor. (In-
diferentes áreas governamentais e em sistema de cooperação entre cluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência)
organismos governamentais, não governamentais e da sociedade § 1º Ao requerer o auxílio-inclusão, o beneficiário autorizará
civil. a suspensão do benefício de prestação continuada, nos termos do
art. 21-A desta Lei.
§ 2º O auxílio-inclusão será concedido automaticamente pelo
INSS, observado o preenchimento dos demais requisitos, mediante
constatação, pela própria autarquia ou pelo Ministério da Cidada-
nia, de acumulação do benefício de prestação continuada com o
exercício de atividade remunerada. (Incluído pela Lei nº 14.441, de
2022)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o auxílio-inclusão será § 1o Cabe ao órgão da Administração Pública responsável pela
devido a partir do primeiro dia da competência em que se identi- coordenação da Política de Assistência Social nas 3 (três) esferas
ficou a ocorrência de acumulação do benefício de prestação conti- de governo gerir o Fundo de Assistência Social, sob orientação e
nuada com o exercício de atividade remunerada, e o titular deverá controle dos respectivos Conselhos de Assistência Social. (Redação
ser notificado quanto à alteração do benefício e suas consequências dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
administrativas. (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022) § 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180 (cento e oi-
Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não será acumu- tenta) dias a contar da data de publicação desta lei, sobre o regu-
lado com o pagamento de: (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) lamento e funcionamento do Fundo Nacional de Assistência Social
(Vigência) (FNAS).
I – benefício de prestação continuada de que trata o art. 20 § 3o O financiamento da assistência social no Suas deve ser
desta Lei; efetuado mediante cofinanciamento dos 3 (três) entes federados,
II – prestações a título de aposentadoria, de pensões ou de devendo os recursos alocados nos fundos de assistência social ser
benefícios por incapacidade pagos por qualquer regime de previ- voltados à operacionalização, prestação, aprimoramento e viabili-
dência social; ou zação dos serviços, programas, projetos e benefícios desta política.
III – seguro-desemprego. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 26-D. O pagamento do auxílio-inclusão cessará na hipótese Art. 28-A (Revogado pela Lei nº 13.813, de 2019)
de o beneficiário: (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União destinados
I – deixar de atender aos critérios de manutenção do benefício à assistência social serão automaticamente repassados ao Fundo
de prestação continuada; ou Nacional de Assistência Social (FNAS), à medida que se forem reali-
II – deixar de atender aos critérios de concessão do auxílio-in- zando as receitas.
clusão. Parágrafo único. Os recursos de responsabilidade da União des-
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal disporá sobre tinados ao financiamento dos benefícios de prestação continuada,
o procedimento de verificação dos critérios de manutenção e de previstos no art. 20, poderão ser repassados pelo Ministério da Pre-
revisão do auxílio-inclusão. vidência e Assistência Social diretamente ao INSS, órgão responsá-
Art. 26-E. O auxílio-inclusão não está sujeito a desconto de vel pela sua execução e manutenção. (Incluído pela Lei nº 9.720, de
qualquer contribuição e não gera direito a pagamento de abono 30.11.1998)
anual. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios, aos Esta-
Art. 26-F. Compete ao Ministério da Cidadania a gestão do au- dos e ao Distrito Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva
xílio-inclusão, e ao INSS a sua operacionalização e pagamento. (In- instituição e funcionamento de:
cluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) I - Conselho de Assistência Social, de composição paritária en-
Art. 26-G. As despesas decorrentes do pagamento do auxílio- tre governo e sociedade civil;
-inclusão correrão à conta do orçamento do Ministério da Cidada- II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos
nia. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021) (Vigência) respectivos Conselhos de Assistência Social;
§ 1º O Poder Executivo federal compatibilizará o quantitativo III - Plano de Assistência Social.
de benefícios financeiros do auxílio-inclusão de que trata o art. 26-A Parágrafo único. É, ainda, condição para transferência de re-
desta Lei com as dotações orçamentárias existentes. cursos do FNAS aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
§ 2º O regulamento indicará o órgão do Poder Executivo res- comprovação orçamentária dos recursos próprios destinados à As-
ponsável por avaliar os impactos da concessão do auxílio-inclusão sistência Social, alocados em seus respectivos Fundos de Assistên-
na participação no mercado de trabalho, na redução de desigualda- cia Social, a partir do exercício de 1999. (Incluído pela Lei nº 9.720,
des e no exercício dos direitos e liberdades fundamentais das pes- de 30.11.1998)
soas com deficiência, nos termos do § 16 do art. 37 da Constituição Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, projetos
Federal. e benefícios eventuais, no que couber, e o aprimoramento da ges-
Art. 26-H. No prazo de 10 (dez) anos, contado da data de pu- tão da política de assistência social no Suas se efetuam por meio de
blicação desta Seção, será promovida a revisão do auxílio-inclusão, transferências automáticas entre os fundos de assistência social e
observado o disposto no § 2º do art. 26-G desta Lei, com vistas a mediante alocação de recursos próprios nesses fundos nas 3 (três)
seu aprimoramento e ampliação. (Incluído pela Lei nº 14.176, de esferas de governo. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
2021) (Vigência) Parágrafo único. As transferências automáticas de recursos en-
tre os fundos de assistência social efetuadas à conta do orçamento
CAPÍTULO V da seguridade social, conforme o art. 204 da Constituição Federal,
DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL caracterizam-se como despesa pública com a seguridade social, na
forma do art. 24 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comunitária (Funac), 2000. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
instituído pelo Decreto nº 91.970, de 22 de novembro de 1985, ra- Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável pela utilização
tificado pelo Decreto Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990, dos recursos do respectivo Fundo de Assistência Social o controle e
transformado no Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). o acompanhamento dos serviços, programas, projetos e benefícios,
Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços, programas e por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente
projetos estabelecidos nesta lei far-se-á com os recursos da União, de ações do órgão repassador dos recursos. (Incluído pela Lei nº
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das demais con- 12.435, de 2011)
tribuições sociais previstas no art. 195 da Constituição Federal, Art. 30-C. A utilização dos recursos federais descentralizados
além daqueles que compõem o Fundo Nacional de Assistência So- para os fundos de assistência social dos Estados, dos Municípios e
cial (FNAS). do Distrito Federal será declarada pelos entes recebedores ao ente
transferidor, anualmente, mediante relatório de gestão submeti-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do à apreciação do respectivo Conselho de Assistência Social, que Art. 37. O benefício de prestação continuada será devido após
comprove a execução das ações na forma de regulamento. (Incluído o cumprimento, pelo requerente, de todos os requisitos legais e
pela Lei nº 12.435, de 2011) regulamentares exigidos para a sua concessão, inclusive apresen-
Parágrafo único. Os entes transferidores poderão requisitar in- tação da documentação necessária, devendo o seu pagamento ser
formações referentes à aplicação dos recursos oriundos do seu fun- efetuado em até quarenta e cinco dias após cumpridas as exigên-
do de assistência social, para fins de análise e acompanhamento de cias de que trata este artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.720, de
sua boa e regular utilização. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 30.11.1998) (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
Parágrafo único. No caso de o primeiro pagamento ser feito
CAPÍTULO VI após o prazo previsto no caput, aplicar-se-á na sua atualização o
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS mesmo critério adotado pelo INSS na atualização do primeiro paga-
mento de benefício previdenciário em atraso. (Incluído pela Lei nº
Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efetivo respeito 9.720, de 30.11.1998)
aos direitos estabelecidos nesta lei. Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (sessenta) dias, a Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), por
partir da publicação desta lei, obedecidas as normas por ela insti- decisão da maioria absoluta de seus membros, respeitados o orça-
tuídas, para elaborar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a mento da seguridade social e a disponibilidade do Fundo Nacional
extinção e reordenamento dos órgãos de assistência social do Mi- de Assistência Social (FNAS), poderá propor ao Poder Executivo a
nistério do Bem-Estar Social. alteração dos limites de renda mensal per capita definidos no § 3º
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá formas de trans- do art. 20 e caput do art. 22.
ferências de benefícios, serviços, programas, projetos, pessoal, Art. 40. Com a implantação dos benefícios previstos nos arts.
bens móveis e imóveis para a esfera municipal. 20 e 22 desta lei, extinguem-se a renda mensal vitalícia, o auxílio-
§ 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social indicará Comis- -natalidade e o auxílio-funeral existentes no âmbito da Previdência
são encarregada de elaborar o projeto de lei de que trata este arti- Social, conforme o disposto na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
go, que contará com a participação das organizações dos usuários, § 1º A transferência dos benefíciários do sistema previdenciá-
de trabalhadores do setor e de entidades e organizações de assis- rio para a assistência social deve ser estabelecida de forma que o
tência social. atendimento à população não sofra solução de continuidade. (Re-
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias da pro- dação dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.1998
mulgação desta lei, fica extinto o Conselho Nacional de Serviço So- § 2º É assegurado ao maior de setenta anos e ao inválido o
cial (CNSS), revogando-se, em conseqüência, os Decretos-Lei nºs direito de requerer a renda mensal vitalícia junto ao INSS até 31 de
525, de 1º de julho de 1938, e 657, de 22 de julho de 1943. dezembro de 1995, desde que atenda, alternativamente, aos requi-
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências necessárias sitos estabelecidos nos incisos I, II ou III do § 1º do art. 139 da Lei
para a instalação do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.711,
e a transferência das atividades que passarão à sua competência de 20.11.1998
dentro do prazo estabelecido no caput, de forma a assegurar não Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes do disposto
haja solução de continuidade. nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão pagos preferencialmente à
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput será transferido, no mulher responsável pela unidade familiar, quando cabível. (Incluído
prazo de 60 (sessenta) dias, para o Conselho Nacional de Assistência pela Lei nº 13.014, de 2014)
Social (CNAS), que promoverá, mediante critérios e prazos a serem Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o instrumen-
fixados, a revisão dos processos de registro e certificado de entida- to de avaliação de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº
de de fins filantrópicos das entidades e organização de assistência 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiên-
social, observado o disposto no art. 3º desta lei. cia), a concessão do benefício de prestação continuada à pessoa
Art. 34. A União continuará exercendo papel supletivo nas com deficiência ficará sujeita à avaliação do grau da deficiência e
ações de assistência social, por ela atualmente executadas direta- do impedimento de que trata o § 2º do art. 20 desta Lei, composta
mente no âmbito dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, por avaliação médica e avaliação social realizadas, respectivamen-
visando à implementação do disposto nesta lei, por prazo máximo te, pela Perícia Médica Federal e pelo serviço social do INSS, com
de 12 (doze) meses, contados a partir da data da publicação desta a utilização de instrumentos desenvolvidos especificamente para
lei. esse fim. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública Federal res- Parágrafo único. O INSS poderá celebrar parcerias para a re-
ponsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência So- alização da avaliação social, sob a supervisão do serviço social da
cial operar os benefícios de prestação continuada de que trata esta autarquia. (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022)
lei, podendo, para tanto, contar com o concurso de outros órgãos Art. 40-C. Os eventuais débitos do beneficiário decorrentes
do Governo Federal, na forma a ser estabelecida em regulamento. de recebimento irregular do benefício de prestação continuada ou
Parágrafo único. O regulamento de que trata o caput definirá do auxílio-inclusão poderão ser consignados no valor mensal des-
as formas de comprovação do direito ao benefício, as condições de ses benefícios, nos termos do regulamento. (Incluído pela Lei nº
sua suspensão, os procedimentos em casos de curatela e tutela e o 14.176, de 2021)
órgão de credenciamento, de pagamento e de fiscalização, dentre Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.
outros aspectos. Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 36. As entidades e organizações de assistência social que
incorrerem em irregularidades na aplicação dos recursos que lhes
foram repassados pelos poderes públicos terão a sua vinculação ao
Suas cancelada, sem prejuízo de responsabilidade civil e penal. (Re-
dação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
É importante mencionar que, na atualidade, o processo está
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA - BPC/LOAS. DE- mais ágil e simplificado porque os dados do requerente e de sua
CRETO Nº 6.214/2007 família são extraídos diretamente do Cadastro Único. Por isso, estar
cadastrado e com os dados atualizados é fundamental.
Lembramos que, mesmo que sejam aceitas cópias simples dos
O Benefício de Prestação Continuada – BPC, previsto na Lei documentos do requerente do BPC, isso não impede que o INSS
Orgânica da Assistência Social – LOAS, é a garantia de um salário peça, a qualquer momento, os documentos originais. Isso pode
mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou ocorrer nos casos em que exista previsão em lei ou alguma dúvida
à pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com sobre a veracidade dos documentos.
deficiência, esta condição tem de ser capaz de lhe causar impedi- Atualmente, o requerente pode atestar as informações de-
mentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo claradas também por meio de certificação digital ou biometria. A
prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de autenticação eletrônica, por certificação digital, senha pessoal ou
participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de biometria, é válida para identificação nos canais remotos e auto-
condições com as demais pessoas. atendimento. Vale lembrar que foi mantida a coleta da impressão
O BPC não é aposentadoria. Para ter direito a ele, não é preciso digital na presença de servidor do INSS nos casos em que o reque-
ter contribuído para o INSS. Diferente dos benefícios previdenciá- rente não seja alfabetizado ou esteja impossibilitado de assinar o
rios, o BPC não paga 13º salário e não deixa pensão por morte. requerimento.
Para ter direito ao BPC, é necessário que a renda por pessoa
do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo. Principais Requisitos
Além da renda de acordo com o requisito estabelecido, as pes- Tem direito ao BPC o brasileiro, nato ou naturalizado, e as pes-
soas com deficiência também passam por avaliação médica e social soas de nacionalidade portuguesa, desde que comprovem residên-
no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). cia no Brasil.
O beneficiário do BPC, assim como sua família, deve estar ins- - A renda por pessoa do grupo familiar deve ser igual ou menor
crito no Cadastro Único. Isso deve ser feito antes mesmo de o bene- que ¼ do salário mínimo, podendo receber o benefício:
fício ser solicitado. Sem isso, ele não pode ter acesso ao BPC. - Pessoa idosa, com idade de 65 (sessenta e cinco) anos ou
O requerimento do BPC é realizado nos canais de atendimento mais.
do INSS - pelo telefone 135 (ligação gratuita de telefone fixo) ou - Pessoa com deficiência, de qualquer idade.
pelo site ou aplicativo de celular “Meu INSS” . Pode ser feito, tam-
bém, nas Agências da Previdência Social (APS). A deficiência é entendida como uma condição que apresenta
A gestão do BPC é feita pelo Ministério da Cidadania, por meio impedimentos de longo prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos)
da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), que é respon- de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em intera-
sável pela implementação, coordenação, regulação, financiamento, ção com diversas barreiras, podem dificultar ou impedir a participa-
monitoramento e avaliação do benefício. A operacionalização é re- ção plena e efetiva de uma pessoa na sociedade em igualdade de
alizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). condições com as demais.
A lista de beneficiários e os pagamentos mensais do BPC estão O BPC não pode ser acumulado com outro benefício da Segu-
disponíveis para consulta por meio do Portal da Transparência, em ridade Social (como, por exemplo, o seguro desemprego, a aposen-
“Benefícios ao Cidadão”. tadoria e a pensão) ou de outro regime, a não ser com a assistência
Os beneficiários do BPC também recebem descontos nas tari- médica, pensões especiais de natureza indenizatória e a remunera-
fas de energia elétrica, pela Tarifa Social de Energia. ção do contrato de aprendizagem.

Informe-se no CRAS: o cidadão pode procurar o CRAS (Centro Inscrição no Cadastro Único é obrigatória
de Referência de Assistência Social) mais próximo da sua residência A inscrição no Cadastro Único é requisito obrigatório para a
para esclarecer dúvidas sobre os critérios de acesso ao benefício e concessão do BPC. O cadastramento deve ser realizado antes do
sobre sua renda familiar, além de receber orientação sobre cadas- requerimento do benefício aos canais de atendimento do INSS (site
tramento e como solicitar o BPC. ou aplicativo de celular “Meu INSS”) ou à Agência da Previdência
Social (APS). Também é requisito para a concessão do benefício a
Como solicitar o BPC inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF do requerente e de
O cidadão pode procurar o Centro de Referência de Assistência todas as pessoas da família.
Social (CRAS) da sua cidade para receber as informações sobre o Famílias já cadastradas devem verificar se o Cadastro foi atu-
BPC e como pode requerê-lo. Para receber o benefício, não é preci- alizado pelo menos uma vez nos últimos 2 anos. Se isso não tiver
so pagar intermediários ou agenciadores. sido feito, o Cadastro deve ser atualizado antes da apresentação do
O requerimento do BPC pode ser realizado nos canais de aten- requerimento ao INSS. É importante que isso seja feito para evitar
dimento do INSS - pelo telefone 135 (ligação gratuita de telefone repercussão no pagamento do BPC.
fixo) ou pelo site ou aplicativo de celular “Meu INSS”. Pode ser feito, Para saber se o cadastro da família está atualizado, basta aces-
também, nas Agências da Previdência Social (APS). sar o “Consulta Cidadão” na internet ou o aplicativo de celular
Para fazer o requerimento, basta apresentar um documento de “Meu CadÚnico”.
identificação com foto. E não precisa ser original, são aceitas cópias
simples dos documentos. Isso vale não só para o requerente, mas Grupo familiar do BPC
também para o representante legal e as outras pessoas da família. Para o BPC, considera-se família: o requerente, o cônjuge ou
Mas não se esqueça: assim como o requerente, todas as pessoas da companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou
família devem estar inscritas no Cadastro Único e ter CPF, inclusive o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os
crianças e adolescentes. menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
Assim, a família considerada para quem solicita o BPC é forma-
da pelos seguintes membros, desde que vivam na mesma moradia:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Beneficiário (Titular do BPC) BPC em Municípios em Situação de Calamidade Pública
- Seu cônjuge ou companheiro Os beneficiários do BPC que moram em municípios que decre-
- Seus pais taram situação de calamidade pública reconhecida pelo Governo
- Sua madrasta ou padrasto, caso ausente o pai ou mãe (nunca Federal podem sacar o benefício no 1º dia do cronograma de paga-
ambos) mento, enquanto durar o estado de calamidade pública.
- Seus irmãos solteiros Além disso, os beneficiários podem optar por receber o valor
- Seus filhos e enteados solteiros de mais uma renda mensal do benefício, diretamente no banco ou
- Menores tutelados correspondente bancário em que recebem. O ressarcimento desse
valor extra se iniciará 3 meses após o seu recebimento, e pode ser
Avaliação da Deficiência feito em até 36 parcelas, sem juros ou taxas.
Para a pessoa com deficiência, além da comprovação da renda,
é realizada a avaliação da deficiência, que tem como objetivo cons- Como calcular a renda por pessoa da Família
tatar os impedimentos de longa duração que limitem a pessoa em Para verificar se a família do idoso ou da pessoa com defici-
suas tarefas diárias ou em sua participação efetiva na sociedade. ência possui renda igual ou menor que ¼ do salário mínimo por
Essa avaliação é feita em duas etapas, uma por médicos peritos e pessoa, devem ser somados todos os rendimentos recebidos no
outra por assistentes sociais do INSS, podendo ser realizadas sem mês por aqueles que compõem a família. Esse cálculo deve seguir
seguir uma ordem, de forma a minimizar o tempo de espera do re- os parâmetros que definem quem deve ser considerado parte da
querente. As avaliações são agendadas pelo INSS ou pelo próprio família e quais rendimentos devem ser contabilizados para o BPC,
requerente do BPC (para requerimentos feitos após 22 de junho de conforme a Lei Orgânica de Assistência Social.
2021). Como família, para o BPC, devem ser consideradas as seguintes
A avaliação social é muito importante pois as pessoas com pessoas, desde que vivam sob o mesmo teto: o requerente (pessoa
deficiência lidam não apenas com suas condições físicas, mentais, idosa ou pessoa com deficiência que pede o benefício); o cônjuge
intelectuais ou sensoriais, mas também com a interação destas no ou companheiro; os pais e, na ausência deles, a madrasta ou o pa-
contexto em que vivem. Assim, o olhar social amplia a visão médica drasto; irmãos solteiros; filhos e enteados solteiros; e os menores
para o requerente ou beneficiário do BPC. tutelados.

Atenção: Se for comprovada a impossibilidade de deslocamen- Atenção: Não deve ser considerada no cálculo a renda de pes-
to da pessoa com deficiência até o local de realização da avaliação soas que não possuam nenhum desses vínculos com o requerente,
médica e social, essas serão feitas em domicílio ou na instituição mesmo que vivam sob o mesmo teto.
em que a pessoa estiver internada (no caso de hospital) ou acolhida
(no caso de serviços de acolhimento, como abrigos institucionais ou Para cada uma das pessoas consideradas acima, devem ser so-
casas-lares, por exemplo). mados os rendimentos provenientes de: salários; proventos; pen-
sões; pensões alimentícias; benefícios de previdência pública ou
Se o agendamento para a avaliação médica e social da pessoa privada; seguro-desemprego; comissões; pró-labore; outros rendi-
com deficiência tiver sido feito em município diferente da cidade mentos do trabalho não assalariado; rendimentos do mercado in-
do município de domicílio, o INSS deverá realizar o pagamento das formal ou autônomo; e rendimentos auferidos do patrimônio.
despesas com transporte e diárias do requerente.
Devem ser consideradas as seguintes exceções:
Concessão do BPC - Remuneração da pessoa com deficiência na condição de
Para saber se o BPC foi liberado, basta consultar o site ou o apli- aprendiz ou estagiário;
cativo de celular “Meu INSS”. Pode-se ligar, também, para a Central - Recursos de programas de transferência de renda, como o
135. A ligação é de graça para telefone fixo. Programa Bolsa Família (PBF);
O BPC é pago por meio de um cartão magnético que é usado - Benefícios e auxílios assistenciais eventuais e temporários;
apenas para o BPC. O cartão é gratuito e o beneficiário não precisa - BPC ou benefício previdenciário no valor de até 1 salário mí-
comprar nenhum serviço ou produto do banco. É possível também nimo (apenas para concessão do BPC a outro idoso ou pessoa com
receber o pagamento do BPC por meio de conta-corrente ou con- deficiência da mesma família).
ta-poupança.
A pessoa que solicitou o benefício recebe uma carta do INSS O valor total dos rendimentos considerados, chamado de ren-
informando se o BPC foi concedido ou não. A correspondência avisa da bruta familiar, deve ser dividido pelo número dos integrantes da
também quando e em qual agência bancária a pessoa receberá o família, seguindo o mesmo critério citado anteriormente. Se o re-
benefício, caso este tenha sido concedido. sultado for igual ou menor que ¼ do salário mínimo, o requerente
Se a pessoa tiver o BPC indeferido, pode entrar com recurso poderá receber o BPC, desde que cumpridos os demais critérios.
nos canais de atendimento do INSS em até 30 dias depois que sou- Pode ser incluído o valor mensal gasto pelo idoso ou pessoa
be da decisão. O requerimento é indeferido pelo INSS nas seguintes com deficiência com medicamentos, alimentação especial, fraldas
situações: quando a renda por pessoa da família não atende aos descartáveis e consultas, desde que tenham prescrição médica e o
requisitos de concessão do benefício, sendo desnecessária a ava- requerente apresente declaração do órgão da rede pública de saú-
liação da deficiência; e quando não for comprovada a deficiência, de da cidade que tais itens não são fornecidos. Tais gastos, inclusive,
após a realização das avaliações médica e social, sendo desnecessá- podem ser informados pelo próprio requerente quando for pedir
ria a avaliação da renda. o BPC nos canais de atendimento do INSS. Vamos detalhar isso na
seção seguinte.

Comprovação de despesas para o BPC


A Portaria Conjunta MC/MTP/INSS nº 14, de 7 de outubro de
2021, trouxe algumas mudanças para o BPC.
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A primeira mudança foi a simplificação da dedução dos gastos benefício quando há suspeita de fraude ou irregularidade na con-
para o requerente do BPC. Com a Portaria, os gastos com tratamen- cessão do BPC. Se a pessoa tiver o BPC bloqueado por esse motivo,
tos de saúde e fraldas do idoso ou da pessoa com deficiência, por o beneficiário tem até 30 dias para fazer sua defesa. O INSS, por sua
exemplo, ou com o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas vez, tem até 30 dias para analisar a defesa do beneficiário.
com Deficiência e suas Famílias, da Proteção Social Especial de Mé-
dia Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Nota Informativa Conjunta MC/MTP/INSS: Metodologia de
desde que sejam frequentes e não sejam fornecidos pelo Sistema apuração das despesas médias que podem ser deduzidas da renda
Único de Saúde (SUS) ou SUAS, poderão ser descontados, com base familiar para o BPC e definição do padrão médio da avaliação social.
nos valores definidos para cada categoria. Veja os quadros abaixo,
que detalham as categorias previstas na Portaria e o valor de refe- IMPORTANTE!
rência para cada uma delas: A inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Gover-
no Federal – Cadastro Único – é obrigatória para requerentes do
BPC, e deve incluir todas as pessoas que vivem na moradia, mesmo
aquelas que não se enquadrem no grupo familiar definido para o
cálculo da renda considerada pelo BPC. A mesma regra vale para os
rendimentos não considerados para o cálculo da renda.
Fonte: www.gov.br

DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007.

Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistên-


cia social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que trata
a Lei n o 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a Lei nº 10.741, de 1º
de outubro de 2003 , acresce parágrafo ao art. 162 do Decreto n o
3.048, de 6 de maio de 1999, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe


confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o dis-
posto no art. 20 da Lei n o 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e no
art. 34 da Lei n o 10.741, de 1 o de outubro de 2003,
DECRETA:

Art. 1 o Fica aprovado, na forma do Anexo deste Decreto, o


Regulamento do Benefício de Prestação Continuada instituído pelo
art. 20 da Lei n o 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Art. 2 o (Revogado pelo Decreto nº 10.554, de 2020) (Vigência)“
Art. 3 o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Isso significa que, no caso dos medicamentos, o valor de des- Art. 4 o Ficam revogados os Decretos n o s 1.744, de 8 de de-
conto para esse tipo de gasto do idoso ou da pessoa com deficiência zembro de 1995 , e 4.712, de 29 de maio de 2003.
é de R$ 45,00. Para fraldas, pode-se descontar R$ 99,00. Lembran-
do que todo ano esse valor será reajustado, com base no Índice ANEXO
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Com esse procedimento, REGULAMENTO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA
a avaliação da renda familiar fica mais ágil e efetiva.
E se os gastos forem maiores do que os valores definidos na CAPÍTULO I
tabela? Nesses casos, a pessoa deve apresentar os recibos das des- DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA E DO BENEFICI-
pesas que tiver – dos 12 meses antes de dar entrada no pedido do ÁRIO
BPC, ou, ainda, em número igual à idade do requerente (se este
tiver menos de 1 ano de vida). Art. 1 o O Benefício de Prestação Continuada previsto no art.
A segunda mudança foi a aplicação do padrão médio à avalia- 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , é a garantia de um
ção social. Quem é pessoa com deficiência, que pede o BPC, além salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso, com
da renda, passa por avaliação médica e social no INSS. Para evitar idade de sessenta e cinco anos ou mais, que comprovem não pos-
uma longa espera pela concessão do benefício para essas pessoas, suir meios para prover a própria manutenção e nem de tê-la provi-
adotou-se na avaliação social o padrão médio. da por sua família.
A aplicação do padrão médio é excepcional. Ela foi pensada § 1º O Benefício de Prestação Continuada integra a proteção
para diminuir o tempo de espera do BPC pelo requerente. O proce- social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social -
dimento só será realizado se na avaliação médica for constatado o SUAS, instituído pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrá-
impedimento de longo prazo, que é considerado para concessão do rio, em consonância com o estabelecido pela Política Nacional de
BPC à pessoa com deficiência. Assistência Social - PNAS. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
O padrão médio será aplicado APENAS aos casos de concessão 2016) (Vigência)
e manutenção do BPC, ou seja, nenhum BPC que teve o padrão mé- § 2 o O Benefício de Prestação Continuada é constitutivo da
dio aplicado na avaliação social será indeferido. PNAS e integrado às demais políticas setoriais, e visa ao enfrenta-
A terceira – e última - mudança foi a criação de uma nova mento da pobreza, à garantia da proteção social, ao provimento de
modalidade de bloqueio, que permite a atuação mais diligente do
INSS: o bloqueio cautelar. Ele impede a movimentação do valor do
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
condições para atender contingências sociais e à universalização I - benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e
dos direitos sociais, nos moldes definidos no parágrafo único do art. temporária; (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
2º da Lei nº 8.742, de 1993 . II - valores oriundos de programas sociais de transferência de
§ 3 o A plena atenção à pessoa com deficiência e ao idoso bene- renda; (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
ficiário do Benefício de Prestação Continuada exige que os gestores III- bolsas de estágio supervisionado; (Redação dada pelo De-
da assistência social mantenham ação integrada às demais ações creto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
das políticas setoriais nacional, estaduais, municipais e do Distrito IV - pensão especial de natureza indenizatória e benefícios de
Federal, principalmente no campo da saúde, segurança alimentar, assistência médica, conforme disposto no art. 5 o ; (Incluído pelo
habitação e educação . Decreto nº 7.617, de 2011)
Art. 2º Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e V - rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem regula-
Agrário a implementação, a coordenação-geral, a regulação, o fi- mentadas em ato conjunto do Ministério do Desenvolvimento So-
nanciamento, o monitoramento e a avaliação da prestação do be- cial e Combate à Fome e do INSS; e (Incluído pelo Decreto nº 7.617,
neficio, sem prejuízo das iniciativas compartilhadas com Estados, de 2011)
Distrito Federal e Municípios, em consonância com as diretrizes do VI - rendimentos decorrentes de contrato de aprendizagem.
SUAS e da descentralização político-administrativa, prevista no inci- (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
so I do caput do art. 204 da Constituição e no inciso I do caput do § 3 o Considera-se impedimento de longo prazo aquele que
art. 5 º da Lei n º 8.742, de 1993 . (Redação dada pelo Decreto nº produza efeitos pelo prazo mínimo de dois anos. (Redação dada
8.805, de 2016) (Vigência) pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
Art. 3 o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS é o respon- Art. 5º O beneficiário não pode acumular o Benefício de Pres-
sável pela operacionalização do Benefício de Prestação Continuada, tação Continuada com outro benefício no âmbito da Seguridade
nos termos deste Regulamento. Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, ressal-
Art. 4 o Para os fins do reconhecimento do direito ao benefício, vados o de assistência médica e a pensão especial de natureza inde-
considera-se: nizatória. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
I - idoso: aquele com idade de sessenta e cinco anos ou mais; Parágrafo único. A acumulação do benefício com a remunera-
II - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de ção advinda do contrato de aprendizagem pela pessoa com defici-
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os ência é limitada ao prazo máximo de dois anos. (Redação dada pelo
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi- Art. 6 o A condição de acolhimento em instituições de longa
ções com as demais pessoas; (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, permanência, como abrigo, hospital ou instituição congênere não
de 2011) prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao Be-
III - incapacidade: fenômeno multidimensional que abrange li- nefício de Prestação Continuada. (Redação dada pelo Decreto nº
mitação do desempenho de atividade e restrição da participação, 7.617, de 2011)
com redução efetiva e acentuada da capacidade de inclusão social, Art. 7º O Benefício de Prestação Continuada é devido ao bra-
em correspondência à interação entre a pessoa com deficiência e sileiro, nato ou naturalizado, e às pessoas de nacionalidade portu-
seu ambiente físico e social; guesa, em consonância com o disposto no Decreto n º 7.999, de 8
IV - família incapaz de prover a manutenção da pessoa com de- de maio de 2013 , desde que comprovem, em qualquer dos casos,
ficiência ou do idoso: aquela cuja renda mensal bruta familiar divi- residência no Brasil e atendam a todos os demais critérios estabe-
dida pelo número de seus integrantes seja inferior a um quarto do lecidos neste Regulamento. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805,
salário mínimo; de 2016) (Vigência)
V - família para cálculo da renda per capita : conjunto de pesso-
as composto pelo requerente, o cônjuge, o companheiro, a compa- CAPÍTULO II
nheira, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padras- DA HABILITAÇÃO, DA CONCESSÃO, DA MANUTENÇÃO, DA
to, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores REPRESENTAÇÃO E DO INDEFERIMENTO
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto; e (Redação dada SEÇÃO I
pelo Decreto nº 7.617, de 2011) DA HABILITAÇÃO E DA CONCESSÃO
VI - renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos bru-
tos auferidos mensalmente pelos membros da família composta Art. 8 o Para fazer jus ao Benefício de Prestação Continuada, o
por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios idoso deverá comprovar:
de previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, I - contar com sessenta e cinco anos de idade ou mais;
pro-labore , outros rendimentos do trabalho não assalariado, ren- II - renda mensal bruta familiar, dividida pelo número de seus
dimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferi- integrantes, inferior a um quarto do salário mínimo; e
dos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação III - não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade So-
Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19. cial ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, salvo o de
(Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) assistência médica e a pensão especial de natureza indenizatória,
§ 1 o Para fins de reconhecimento do direito ao Benefício de observado o disposto no inciso VI do caput e no § 2 o do art. 4 o .
Prestação Continuada às crianças e adolescentes menores de de- (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
zesseis anos de idade, deve ser avaliada a existência da deficiência e Parágrafo único. A comprovação da condição prevista no inciso
o seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição III poderá ser feita mediante declaração do idoso ou, no caso de sua
da participação social, compatível com a idade. (Redação dada pelo incapacidade para os atos da vida civil, do seu curador.
Decreto nº 7.617, de 2011) Art. 9 o Para fazer jus ao Benefício de Prestação Continuada, a
§ 2 o Para fins do disposto no inciso VI do caput , não serão pessoa com deficiência deverá comprovar:
computados como renda mensal bruta familiar: (Redação dada pelo I - a existência de impedimentos de longo prazo de natureza
Decreto nº 7.617, de 2011) física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, obstruam sua participação plena e efetiva na
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, na disponíveis, prevalecendo as informações que indiquem maior ren-
forma prevista neste Regulamento; (Redação dada pelo Decreto nº da se comparadas àquelas declaradas no CadÚnico. (Redação dada
7.617, de 2011) pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
II - renda mensal bruta familiar do requerente, dividida pelo § 4 o Compete ao INSS e aos órgãos autorizados pelo Ministério
número de seus integrantes, inferior a um quarto do salário míni- do Desenvolvimento Social e Agrário, quando necessário, verificar
mo; e junto a outras instituições, inclusive de previdência, a existência de
III - por meio de declaração, que não recebe outro benefício no benefício ou de renda em nome do requerente ou beneficiário e
âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o segu- dos integrantes da família. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805,
ro-desemprego, exceto o de assistência médica e a pensão especial de 2016) (Vigência)
de natureza indenizatória. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de § 5 º Na hipótese de as informações do CadÚnico serem insu-
2016) (Vigência) ficientes para a análise conclusiva do benefício, o INSS: (Redação
Parágrafo único. A comprovação da condição prevista no inciso dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
III poderá ser feita mediante declaração da pessoa com deficiência I - comunicará o interessado, o qual deverá atualizar seu ca-
ou, no caso de sua incapacidade para os atos da vida civil, do seu dastro junto ao órgão local responsável pelo CadÚnico no prazo de
curador ou tutor. trinta dias; (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
(Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 2018) II - concluirá a análise após decorrido o prazo de que trata o
(Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 2018) inciso I; e (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
(Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 2018) III - no caso de o cadastro não ser atualizado no prazo de que
(Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 2018) trata o inciso I, indeferirá a solicitação para receber o benefício. (In-
(Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 2018) cluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
Art. 10. A pessoa com deficiência e o idoso deverão informar § 6 o Quando o requerente for pessoa em situação de rua deve
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF e apre- ser adotado, como referência, o endereço do serviço da rede só-
sentar documento com foto reconhecido por lei como prova de cioassistencial pelo qual esteja sendo acompanhado, ou, na falta
identidade do requerente. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, deste, de pessoas com as quais mantém relação de proximidade.
de 2018) § 7 o Será considerado família do requerente em situação de
Parágrafo único. As crianças e os adolescentes menores de de- rua as pessoas elencadas no inciso V do art. 4 o , desde que con-
zesseis anos poderão apresentar apenas a certidão de nascimento vivam com o requerente na mesma situação, devendo, neste caso,
para fins da identificação de que trata o caput . (Incluído pelo De- ser relacionadas na Declaração da Composição e Renda Familiar.
creto nº 9.462, de 2018) § 8 o Entende-se por relação de proximidade, para fins do dis-
Art. 11. Para fins de identificação da pessoa com deficiência e posto no § 6 o , aquela que se estabelece entre o requerente em
do idoso e de comprovação da idade do idoso, no caso de brasileiro situação de rua e as pessoas indicadas pelo próprio requerente
naturalizado, deverão ser apresentados os seguintes documentos: como pertencentes ao seu ciclo de convívio que podem facilmente
I - título declaratório de nacionalidade brasileira; e localizá-lo. (Incluído pelo Decreto nº 6.564, de 2008)
II - carteira de identidade ou carteira de trabalho e previdência Art. 14. O Benefício de Prestação Continuada poderá ser re-
social. querido por meio dos canais de atendimento do INSS ou nos órgãos
Art. 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revi- autorizados para este fim. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462,
são do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF e de 2018)
no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Ca- § 1º Os formulários utilizados para o requerimento do benefí-
dÚnico. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) cio serão disponibilizados, por meio dos sítios eletrônicos: (Incluído
§ 1º O beneficiário que não realizar a inscrição ou atualização pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
no CadÚnico terá seu benefício suspenso após encerrado o prazo I - do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário; (Incluído
estabelecido na legislação. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
de 2018) II - do INSS; ou (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vi-
§ 2º O benefício será concedido ou mantido apenas quando gência)
o CadÚnico estiver atualizado e válido, de acordo com o disposto III - dos órgãos autorizados pelo Ministério do Desenvolvimen-
no Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007 . (Redação dada pelo to Social e Agrário ou pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de
Decreto nº 9.462, de 2018) 2016) (Vigência)
Art. 13. As informações para o cálculo da renda familiar mensal § 2º Os formulários a que se refere o § 1 º deverão ser disponi-
per capita serão declaradas no momento da inscrição da família do bilizados de forma acessível, nos termos estabelecidos pelo Decreto
requerente no CadÚnico, ficando o declarante sujeito às penas pre- n º 5.296, de 2 de dezembro de 2004 . (Incluído pelo Decreto nº
vistas em lei no caso de omissão de informação ou de declaração 8.805, de 2016) (Vigência)
falsa. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) Art. 15. A concessão do benefício dependerá da prévia inscri-
§ 1 º As informações de que trata o caput serão declaradas em ção do interessado no CPF e no CadÚnico, este último atualizado e
conformidade com o disposto no Decreto n º 6.135, de 26 de junho válido, de acordo com os prazos estabelecidos no Decreto nº 6.135,
de 2007 . (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) de 2007 . (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
§ 2 º Por ocasião do requerimento do benefício, conforme dis- § 1º O requerimento do benefício deverá ser realizado por
posto no § 1 º do art. 15, o requerente ratificará as informações meio dos canais de atendimento da Previdência Social ou de outros
declaradas no CadÚnico, ficando sujeito às penas previstas em lei canais definidos em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento
no caso de omissão de informação ou de declaração falsa. (Redação Social. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) § 2 o Na hipótese de não ser o requerente alfabetizado ou de
§ 3 º Na análise do requerimento do benefício, o INSS confron- estar impossibilitado para assinar o pedido, será admitida a aposi-
tará as informações do CadÚnico, referentes à renda, com outros ção da impressão digital na presença de funcionário do órgão rece-
cadastros ou bases de dados de órgãos da administração pública bedor do requerimento.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3 o A existência de formulário próprio não impedirá que seja § 9 º Sem prejuízo do compartilhamento das informações de
aceito qualquer requerimento pleiteando o beneficio, desde que que trata o § 8 º , o acesso à avaliação da deficiência e do grau
nele constem os dados imprescindíveis ao seu processamento. de impedimento, com a finalidade de permitir que outras políticas
§ 4 o A apresentação de documentação incompleta não consti- para pessoas com deficiência dela se beneficiem, dependerá de
tui motivo de recusa liminar do requerimento do benefício. prévio consentimento do titular da informação. (Incluído pelo De-
§ 5 º Na hipótese de ser verificado que a renda familiar men- creto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
sal per capita não atende aos requisitos de concessão do benefício, § 10. O consentimento de acesso à avaliação poderá ser ma-
o pedido deverá ser indeferido pelo INSS, sendo desnecessária a nifestado no momento da prestação das referidas informações ou
avaliação da deficiência. (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) quando do requerimento de acesso à política pública. (Incluído pelo
(Vigência) Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
Art. 16. A concessão do benefício à pessoa com deficiência fi- § 11. Ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social es-
cará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento, tabelecerá diretrizes para o escalonamento, a priorização e os casos
com base nos princípios da Classificação Internacional de Funcio- que serão dispensados das reavaliações em razão da deficiência
nalidades, Incapacidade e Saúde - CIF, estabelecida pela Resolução constatada. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
da Organização Mundial da Saúde n o 54.21, aprovada pela 54 a Art. 17. Na hipótese de não existirem serviços pertinentes para
Assembleia Mundial da Saúde, em 22 de maio de 2001. (Redação avaliação da deficiência e do grau de impedimento no município
dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) de residência do requerente ou beneficiário, fica assegurado o seu
§ 1 o A avaliação da deficiência e do grau de impedimento será encaminhamento ao município mais próximo que contar com tal
realizada por meio de avaliação social e avaliação médica. (Redação estrutura, devendo o INSS realizar o pagamento das despesas de
dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) transporte e diárias com recursos oriundos do Fundo Nacional de
§ 2 o A avaliação social considerará os fatores ambientais, so- Assistência Social. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
ciais e pessoais, a avaliação médica considerará as deficiências nas § 1 o Caso o requerente ou beneficiário necessite de acompa-
funções e nas estruturas do corpo, e ambas considerarão a limi- nhante, a viagem deste deverá ser autorizada pelo INSS, aplicando-
tação do desempenho de atividades e a restrição da participação -se o disposto no caput .
social, segundo suas especificidades. (Redação dada pelo Decreto § 2 o O valor da diária paga ao requerente ou beneficiário e seu
nº 7.617, de 2011) acompanhante será igual ao valor da diária concedida aos benefici-
§ 3º As avaliações de que trata o § 1 º serão realizadas, respec- ários do Regime Geral de Previdência Social.
tivamente, pelo serviço social e pela perícia médica do INSS, por § 3 o Caso o requerente ou beneficiário esteja impossibilitado
meio de instrumentos desenvolvidos especificamente para este de se apresentar no local de realização da avaliação da deficiência
fim, instituídos por ato conjunto do Ministro de Estado do Desen- e do grau de impedimento a que se refere o caput , os profissionais
volvimento Social e Agrário e do Presidente do INSS. (Redação dada deverão deslocar-se até o interessado. (Redação dada pelo Decreto
pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) nº 7.617, de 2011)
§ 4 º O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário e o INSS Art. 18. A concessão do Benefício de Prestação Continuada in-
garantirão as condições necessárias para a realização da avaliação depende da interdição judicial do idoso ou da pessoa com defici-
social e da avaliação médica necessárias ao Benefício de Prestação ência.
Continuada. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vi- Art. 19. O Benefício de Prestação Continuada será devido a
gência) mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os re-
§ 5 o A avaliação da deficiência e do grau de impedimento tem quisitos exigidos neste Regulamento.
por objetivo: (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) Parágrafo único. O valor do Benefício de Prestação Continuada
I - comprovar a existência de impedimentos de longo prazo de concedido a idoso não será computado no cálculo da renda mensal
natureza física, mental, intelectual ou sensorial; e (Incluído pelo De- bruta familiar a que se refere o inciso VI do art. 4 o , para fins de
creto nº 7.617, de 2011) concessão do Benefício de Prestação Continuada a outro idoso da
II - aferir o grau de restrição para a participação plena e efetiva mesma família.
da pessoa com deficiência na sociedade, decorrente da interação Art. 20. O Benefício de Prestação Continuada será devido com
dos impedimentos a que se refere o inciso I com barreiras diversas. o cumprimento de todos os requisitos legais e regulamentares exi-
(Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) gidos para a sua concessão, devendo o seu pagamento ser efetuado
§ 6º Na hipótese de não ser possível prever a duração dos im- em até quarenta e cinco dias após cumpridas as exigências.
pedimentos a que se refere o inciso I do § 5º, mas existir a possibi- Parágrafo único. Para fins de atualização dos valores pagos em
lidade de que se estendam por longo prazo, o benefício poderá ser atraso, serão aplicados os mesmos critérios adotados pela legisla-
concedido, conforme o disposto em ato do Ministro de Estado do ção previdenciária. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
Desenvolvimento Social. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de Art. 21. Fica o INSS obrigado a emitir e enviar ao requerente o
2018) aviso de concessão ou de indeferimento do benefício, e, neste caso,
§ 7º Na hipótese do benefício concedido nos termos do dispos- com indicação do motivo.
to no § 6º, os beneficiários deverão ser prioritariamente submeti-
dos a novas avaliações da deficiência, observado o intervalo máxi- SEÇÃO II
mo de dois anos. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018) DA MANUTENÇÃO E DA REPRESENTAÇÃO
§ 8 º A avaliação da deficiência e do grau de impedimento ob-
servará os instrumentos de que trata o § 2º do art. 2º da Lei nº Art. 22. O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a
13.146, de 6 de julho de 2015 , a partir de sua criação, permitindo desconto de qualquer contribuição e não gera direito ao pagamen-
inclusive que outras políticas para pessoas com deficiência se bene- to de abono anual.
ficiem das informações. (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) Art. 23. O Benefício de Prestação Continuada é intransferível,
(Vigência) não gerando direito à pensão por morte aos herdeiros ou suces-
sores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. O valor do resíduo não recebido em vida pelo III - pela expiração do prazo fixado ou pelo cumprimento ou
beneficiário será pago aos seus herdeiros ou sucessores, na forma extinção da finalidade outorgada;
da lei civil. IV - por morte do outorgante ou do procurador;
Art. 24. O desenvolvimento das capacidades cognitivas, moto- V - por interdição de uma das partes; ou
ras ou educacionais e a realização de atividades não remuneradas VI - por renúncia do procurador, desde que por escrito.
de habilitação e reabilitação, dentre outras, não constituem motivo Art. 34. Não podem outorgar procuração o menor de dezoito
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência. anos, exceto se assistido ou emancipado após os dezesseis anos, e
Art. 25. A cessação do Benefício de Prestação Continuada con- o incapaz para os atos da vida civil que deverá ser representado por
cedido à pessoa com deficiência, inclusive em razão do seu ingresso seu representante legal, tutor ou curador.
no mercado de trabalho, não impede nova concessão do benefício Art. 35. O beneficio devido ao beneficiário incapaz será pago
desde que atendidos os requisitos exigidos neste Decreto. ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, admitindo-se, na sua falta,
Art. 26. O benefício será pago pela rede bancária autorizada e, e por período não superior a seis meses, o pagamento a herdeiro
nas localidades onde não houver estabelecimento bancário, o paga- necessário, mediante termo de compromisso firmado no ato do re-
mento será efetuado por órgãos autorizados pelo INSS. cebimento.
Art. 27. O pagamento do Benefício de Prestação Continuada § 1 o O período a que se refere o caput poderá ser prorrogado
poderá ser antecipado excepcionalmente, na hipótese prevista no § por iguais períodos, desde que comprovado o andamento do pro-
1 o do art. 169 do Decreto n o 3.048, de 6 de maio de 1999 . (Reda- cesso legal de tutela ou curatela.
ção dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) § 2 o O tutor ou curador poderá outorgar procuração a terceiro
Art. 28. O benefício será pago diretamente ao beneficiário ou com poderes para receber o benefício e, nesta hipótese, obrigato-
ao procurador, tutor ou curador. riamente, a procuração será outorgada mediante instrumento pú-
§ 1 o O instrumento de procuração poderá ser outorgado em blico.
formulário próprio do INSS, mediante comprovação do motivo da § 3 o A procuração não isenta o tutor ou curador da condição
ausência do beneficiário, e sua validade deverá ser renovada a cada original de mandatário titular da tutela ou curatela.
doze meses. Art. 35-A. O beneficiário, ou seu representante legal, deve in-
§ 2 º O procurador, o tutor ou o curador do beneficiário deverá formar ao INSS alterações dos dados cadastrais correspondentes à
firmar, perante o INSS ou outros órgãos autorizados pelo Ministério mudança de nome, endereço e estado civil, a fruição de qualquer
do Desenvolvimento Social e Agrário, termo de responsabilidade benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, a sua
mediante o qual se comprometa a comunicar qualquer evento que admissão em emprego ou a percepção de renda de qualquer na-
possa anular a procuração, a tutela ou a curatela, principalmente o tureza elencada no inciso VI do caput do art. 4 o . (Incluído pelo
óbito do outorgante, sob pena de incorrer nas sanções criminais e Decreto nº 7.617, de 2011)
civis cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vi- Parágrafo único. O INSS deverá ser informado pelo represen-
gência) tante legal ou pelo procurador sobre a propositura de ação judicial
Art. 29. Na hipótese de haver indícios de inidoneidade acer- relativa à ausência ou à morte presumida do beneficiário. (Incluído
ca do instrumento de procuração apresentado para o recebimento pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
do Benefício de Prestação Continuada ou do procurador, tanto o
INSS quanto qualquer um dos órgãos autorizados pelo Ministério SEÇÃO III
do Desenvolvimento Social e Agrário poderão recusá-los, sem pre- DO INDEFERIMENTO
juízo das providências que se fizerem necessárias para a apuração
da responsabilidade e para a aplicação das sanções criminais e civis Art. 36. O não atendimento das exigências contidas neste Re-
cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) gulamento pelo requerente ensejará o indeferimento do benefício.
Art. 30. Para fins de recebimento do Benefício de Prestação § 1 o Do indeferimento do benefício caberá recurso à Junta de
Continuada, é aceita a constituição de procurador com mais de um Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social, no prazo
instrumento de procuração, nos casos de beneficiários represen- de trinta dias, a contar do recebimento da comunicação.
tados por parentes de primeiro grau e nos casos de beneficiários § 2 o A situação prevista no art. 24 também não constitui moti-
representados por dirigentes de instituições nas quais se encon- vo para o indeferimento do benefício.
trem acolhidos, sendo admitido também, neste último caso, o ins-
trumento de procuração coletiva. (Redação dada pelo Decreto nº CAPÍTULO III
7.617, de 2011) DA GESTÃO
Art. 31. Não poderão ser procuradores:
I - o servidor público civil e o militar em atividade, salvo se pa- Art. 37. Constituem garantias do SUAS o acompanhamento do
rentes do beneficiário até o segundo grau; e beneficiário e de sua família, e a inserção destes à rede de serviços
II - o incapaz para os atos da vida civil, ressalvado o disposto no socioassistenciais e de outras políticas setoriais.
art. 666 do Código Civil . § 1 o O acompanhamento do beneficiário e de sua família visa a
Parágrafo único. Nas demais disposições relativas à procuração favorecer-lhes a obtenção de aquisições materiais, sociais, sociedu-
observar-se-á, subsidiariamente, o Código Civil. cativas, socioculturais para suprir as necessidades de subsistência,
Art. 32. No caso de transferência do beneficiário de uma lo- desenvolver capacidades e talentos para a convivência familiar e
calidade para outra, o procurador fica obrigado a apresentar novo comunitária, o protagonismo e a autonomia.
instrumento de mandato na localidade de destino. § 2 o Para fins de cumprimento do disposto no caput , o acom-
Art. 33. A procuração perderá a validade ou eficácia nos seguin- panhamento deverá abranger as pessoas que vivem sob o mesmo
tes casos: teto com o beneficiário e que com este mantém vínculo parental,
I - quando o outorgante passar a receber pessoalmente o be- conjugal, genético ou de afinidade.
nefício, declarando, por escrito que cancela a procuração existente;
II - quando for constituído novo procurador;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3 º Para o cumprimento do disposto no caput e para subsi- IV - realizar o pagamento de transporte e diária do requerente
diar os processos de concessão e de revisão bienal do benefício, os ou beneficiários e seu acompanhante, com recursos oriundos do
beneficiários e suas famílias deverão ser cadastrados no CadÚnico, FNAS, nos casos previstos no art. 17.
observada a legislação aplicável. (Redação dada pelo Decreto nº V - enviar comunicações aos beneficiários, aos seus represen-
8.805, de 2016) (Vigência) tantes legais ou aos seus procuradores; (Redação dada pelo Decreto
Art. 38. Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e nº 9.462, de 2018)
Agrário, sem prejuízo do previsto no art. 2 º : (Redação dada pelo VI - analisar defesas, receber recursos pelo indeferimento e
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) suspensão do benefício, instruir e encaminhar os processos à Junta
I - acompanhar os beneficiários do Benefício de Prestação Con- de Recursos;
tinuada no âmbito do SUAS, em articulação com o Distrito Federal, VII - efetuar o repasse de recursos para pagamento do benefí-
Municípios e, no que couber, com os Estados, visando a inseri-los cio junto à rede bancária autorizada ou entidade conveniada;
nos programas e serviços da assistência social e demais políticas, VIII- participar, em conjunto com o Ministério do Desenvolvi-
em conformidade com o art. 11 da Lei nº 8.742, de 1993 ; mento Social e Agrário, da instituição de sistema de informação e
II - considerar a participação dos órgãos gestores de assistên- de alimentação de bancos de dados sobre a concessão, o indefe-
cia social nas ações de monitoramento e avaliação do Benefício de rimento, a manutenção, a suspensão, a cessação, o ressarcimento
Prestação Continuada, bem como de acompanhamento de seus be- e a revisão do Benefício de Prestação Continuada, além de gerar
neficiários, como critério de habilitação dos municípios e Distrito relatórios gerenciais e subsidiar a atuação dos demais órgãos no
Federal a um nível de gestão mais elevado no âmbito do SUAS; acompanhamento do beneficiário e na defesa de seus direitos; (Re-
III - manter e coordenar o Programa Nacional de Monitoramen- dação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
to e Avaliação do Benefício de Prestação Continuada, instituído na IX - submeter à apreciação prévia do Ministério do Desenvol-
forma do art. 41, com produção de dados e análise de resultados vimento Social e Agrário atos que disponham sobre matéria de re-
do impacto do Benefício de Prestação Continuada na vida dos be- gulação e de procedimentos técnicos e administrativos que reper-
neficiários, em conformidade com o disposto no art. 24 da Lei nº cutam no reconhecimento do direito ao acesso, à manutenção e ao
8.742, de 1993 ; pagamento do Benefício de Prestação Continuada; (Redação dada
IV - destinar recursos do Fundo Nacional de Assistência Social pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
para pagamento, operacionalização, gestão, informatização, pes- X - instituir, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento
quisa, monitoramento e avaliação do Benefício de Prestação Con- Social e Agrário, formulários e documentos necessários à operacio-
tinuada; nalização do Benefício de Prestação Continuada; e (Redação dada
V - descentralizar recursos do orçamento do Fundo Nacional de pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
Assistência Social ao INSS para as despesas de pagamento, opera- XI - apresentar ao Ministério do Desenvolvimento Social e
cionalização, sistemas de informação, monitoramento e avaliação Agrário relatórios periódicos das atividades desenvolvidas na ope-
do Benefício de Prestação Continuada; racionalização do Benefício de Prestação Continuada e na execução
VI - fornecer subsídios para a formação de profissionais envol- orçamentária e financeira dos recursos descentralizados. (Redação
vidos nos processos de concessão, manutenção e revisão dos be- dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
nefícios, e no acompanhamento de seus beneficiários, visando à Parágrafo único. A análise das defesas a que se refere o inciso
facilidade de acesso e bem-estar dos usuários desses serviços. VI do caput deve observar o disposto no Capítulo XI da Lei nº 9.784,
VII - articular políticas intersetoriais, intergovernamentais e in- de 29 de janeiro de 1999 . (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
terinstitucionais que afiancem a completude de atenção às pessoas Art. 40. Compete aos órgãos gestores da assistência social dos
com deficiência e aos idosos, atendendo ao disposto no § 2º do art. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de acordo com o dis-
24 da Lei nº 8.742, de 1993 ; (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, posto no § 2º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993 , promover ações
de 2016) (Vigência) que assegurem a articulação do Benefício de Prestação Continuada
VIII - atuar junto a outros órgãos, nas três esferas de governo, com os programas voltados ao idoso e à inclusão da pessoa com
com vistas ao aperfeiçoamento da gestão do Benefício de Presta- deficiência.
ção Continuada; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016)
(Vigência) CAPÍTULO IV
IX - garantir as condições necessárias para inclusão e atualiza- DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO
ção dos dados do requerente e do beneficiário no CadÚnico. (Inclu-
ído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) Art. 41. Fica instituído o Programa Nacional de Monitoramen-
Art. 39. Compete ao INSS, na operacionalização do Benefício de to e Avaliação do Benefício de Prestação Continuada da Assistência
Prestação Continuada: Social, que será mantido e coordenado pelo Ministério do Desen-
I - receber os requerimentos, conceder, manter, revisar, sus- volvimento Social e Agrário, em parceria com o INSS, os Estados, o
pender ou fazer cessar o benefício, atuar nas contestações, desen- Distrito Federal e os Municípios, como parte da dinâmica do SUAS.
volver ações necessárias ao ressarcimento do benefício e participar (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
de seu monitoramento e avaliação; § 1 o O Programa Nacional de Monitoramento e Avaliação do
II - realizar, periodicamente, cruzamentos de informações, utili- Benefício de Prestação Continuada, baseado em um conjunto de
zando o registro de informações do CadÚnico e de outros cadastros, indicadores e de seus respectivos índices, compreende:
de benefícios previdenciários e de emprego e renda em nome do I - o monitoramento da incidência dos beneficiários e dos re-
requerente ou beneficiário e dos integrantes do grupo familiar; (Re- querentes por município brasileiro e no Distrito Federal;
dação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018) II - o tratamento do conjunto dos beneficiários como uma po-
III - realizar a avaliação médica e social da pessoa com defici- pulação com graus de risco e vulnerabilidade social variados, estra-
ência, de acordo com as normas a serem disciplinadas em atos es- tificada a partir das características do ciclo de vida do requerente,
pecíficos; sua família e da região onde vive;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - o desenvolvimento de estudos intersetoriais que caracteri- § 2 º Identificada a superação de condição para manutenção do
zem comportamentos da população beneficiária por análises geo- benefício, após a atualização das informações junto ao CadÚnico,
-demográficas, índices de mortalidade, morbidade, entre outros, o INSS deverá suspender ou cessar o benefício, conforme o caso,
nos quais se inclui a tipologia das famílias dos beneficiários e das observado o disposto no art. 47. (Incluído pelo Decreto nº 8.805,
instituições em que eventualmente viva ou conviva; de 2016) (Vigência)
IV - a instituição e manutenção de banco de dados sobre os § 3º A revisão de que trata o caput poderá ser realizada para
processos desenvolvidos pelos gestores dos estados, do Distrito os benefícios concedidos ou reativados judicialmente, observados
Federal e dos municípios para inclusão do beneficiário ao SUAS e os critérios definidos na decisão judicial. (Redação pelo Decreto nº
demais políticas setoriais; 9.462, de 2018)
V - a promoção de estudos e pesquisas sobre os critérios de § 4º O Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério do
acesso, implementação do Benefício de Prestação Continuada e Planejamento, Desenvolvimento e Gestão compartilharão as bases
impacto do benefício na redução da pobreza e das desigualdades de dados nos termos do Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 2016
sociais; . (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
VI - a organização e manutenção de um sistema de informações § 5º Os benefícios concedidos administrativamente que utili-
sobre o Benefício de Prestação Continuada, com vistas ao planeja- zem critérios definidos em ações civis públicas poderão ser revisa-
mento, desenvolvimento e avaliação das ações; e dos de acordo com os mesmos critérios de sua concessão. (Incluído
VII - a realização de estudos longitudinais dos beneficiários do pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
Benefício de Prestação Continuada. § 6º A reavaliação médica e social da deficiência fica condicio-
§ 2 º As despesas decorrentes da implementação do Programa nada à conclusão da análise relativa à renda, decorrente do pro-
a que se refere o caput correrão com as dotações orçamentárias cedimento disposto no inciso II do § 1º. (Incluído pelo Decreto nº
consignadas ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. 9.462, de 2018)
(Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) § 7º A reavaliação médica e social da deficiência poderá ser
§ 3 º O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário e o INSS priorizada ou dispensada por ato do Ministro de Estado do Desen-
deverão integrar suas bases de dados quanto às informações que volvimento Social, considerados o tipo e a gravidade do impedi-
compõem a base de dados do CadÚnico e compartilhá-las com o mento, a idade do beneficiário e a duração do benefício. (Incluído
Cadastro-Inclusão, instituído pelo art. 92 da Lei n º 13.146, de 6 de pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
julho de 2015 , quando se tratar de informação referente a pessoa § 8º O Ministro de Estado do Desenvolvimento Social editará
com deficiência. (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigên- ato complementar ao disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto
cia) nº 9.462, de 2018)
§ 4 º Até que esteja concluída a integração das bases de da-
dos de que trata o § 3º, o Ministério do Desenvolvimento Social e CAPÍTULO V
Agrário deverá fornecer ao INSS, mensalmente, as informações do DA DEFESA DOS DIREITOS E DO CONTROLE SOCIAL
CadÚnico necessárias à concessão e à manutenção do Benefício de
Prestação Continuada, em especial aquelas relativas à composição Art. 43. O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário de-
do grupo familiar, à renda de todos os integrantes. (Incluído pelo verá articular-se com os Conselhos de Assistência Social, do Idoso,
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) da Pessoa com Deficiência, da Criança e do Adolescente e da Saúde
Art. 42. O Benefício de Prestação Continuada deverá ser revisto para desenvolver ações de controle e defesa dos direitos dos bene-
a cada dois anos, para avaliação da continuidade das condições que ficiários do Benefício de Prestação Continuada. (Redação dada pelo
lhe deram origem, conforme dispõe o art. 21 da Lei nº 8.742, de Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
1993 , passando o processo de reavaliação a integrar o Programa Art. 44. Qualquer pessoa física ou jurídica de direito público ou
Nacional de Monitoramento e Avaliação do Benefício de Prestação privado, especialmente os Conselhos de Direitos, os Conselhos de
Continuada. Assistência Social e as organizações representativas de pessoas com
§ 1º A revisão de que trata o caput será realizada pelo INSS por deficiência e de idosos, é parte legítima para provocar a iniciativa
meio da utilização de cruzamento de informações do beneficiário e das autoridades do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário,
de seus familiares existentes em registros e bases de dados oficiais, do INSS, do Ministério Público e dos órgãos de controle social, e
na forma estabelecida em ato do Ministro de Estado do Desenvol- para lhes fornecer informações sobre irregularidades na aplicação
vimento Social, e observará: (Redação pelo Decreto nº 9.462, de deste Regulamento, quando for o caso. (Redação dada pelo Decreto
2018) nº 8.805, de 2016) (Vigência)
I - o cadastramento ou a atualização cadastral no CadÚnico, Art. 45. Qualquer cidadão que observar irregularidade ou fa-
conforme o disposto no Decreto nº 6.135, de 2007 ; (Redação pelo lha na prestação de serviço referente ao Benefício de Prestação
Decreto nº 9.462, de 2018) Continuada poderá comunicá-la às Ouvidorias do Ministério do De-
II - a confrontação de informações de cadastros de benefícios, senvolvimento Social e Agrário, observadas as atribuições de cada
emprego e renda ou outras bases de dados de órgãos da adminis- órgão e em conformidade com as disposições específicas de cada
tração pública disponíveis, referentes à renda do titular e de sua Pasta. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
família; (Redação pelo Decreto nº 9.462, de 2018) Art. 45-A. As informações referentes às despesas com Benefício
III - o cruzamento de dados para fins de verificação de acúmulo de Prestação Continuado deverão ser incluídas, de forma individu-
do benefício com outra renda no âmbito da Seguridade Social ou alizada, no Portal da Transparência do Poder Executivo Federal, de
de outro regime, conforme vedação a que se refere o § 4 º do art. que trata o Decreto n º 5.482, de 30 de junho de 2005 , observado
20 da Lei n º 8.742, de 1993 ; e (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de o disposto no art. 31 da Lei n º 12.527, de 18 de novembro de 2011
2016) (Vigência) . (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
IV - as reavaliações da deficiência constatada anteriormente, Art. 46. Constatada a prática de infração penal decorrente da
quando o beneficiário não tenha superado os requisitos de renda concessão ou da manutenção do Benefício de Prestação Continua-
familiar mensal per capita . (Redação pelo Decreto nº 9.462, de da, o INSS aplicará os procedimentos cabíveis, independentemente
2018) de outras penalidades legais.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO VI a) quando o beneficiário, o seu representante legal ou o procu-
DA SUSPENSÃO E DA CESSAÇÃO rador for notificado e não apresentar defesa no prazo de dez dias;
(Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
Art. 47. O Benefício de Prestação Continuada será suspenso b) quando os elementos apresentados na defesa forem insufi-
nas seguintes hipóteses: (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de cientes; (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
2018) c) quando o beneficiário não entrar em contato com os canais
I - superação das condições que deram origem ao benefício, de atendimento do INSS ou outros canais autorizados para esse fim
previstas nos art. 8º e art. 9º; (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, no prazo de trinta dias, contado do bloqueio de que trata o § 3º; ou
de 2018) (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
II - identificação de irregularidade na concessão ou manuten- d) quando informada a ausência do beneficiário pelo represen-
ção do benefício; (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018) tante legal ou pelo procurador, na forma da lei; (Incluído pelo De-
III - não inscrição no CadÚnico após o fim do prazo estabelecido creto nº 9.462, de 2018)
em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social; (Incluído II - o beneficiário, o seu representante legal ou o seu procura-
pelo Decreto nº 9.462, de 2018) dor deverá ser comunicado sobre os motivos da suspensão do be-
IV - não agendamento da reavaliação da deficiência até a data nefício e sobre o prazo de trinta dias para a interposição de recurso
limite estabelecida em convocação; (Incluído pelo Decreto nº 9.462, junto aos canais de atendimento do INSS ou a outros canais auto-
de 2018) rizados para esse fim; e (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
V - identificação de inconsistências ou insuficiências cadastrais III - o recurso interposto será analisado pelo Conselho de Re-
que afetem a avaliação da elegibilidade do beneficiário para fins de cursos do Seguro Social - CRSS. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de
manutenção do benefício, conforme o disposto em ato do Ministro 2018)
de Estado do Desenvolvimento Social; ou (Incluído pelo Decreto nº § 8º A interposição de recurso não gera efeito suspensivo. (In-
9.462, de 2018) cluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
VI - identificação de outras irregularidades. (Incluído pelo De- § 9º O benefício será restabelecido caso o recurso interposto
creto nº 9.462, de 2018) ao CRSS seja provido, sendo devidos os valores desde a suspensão
§ 1º A suspensão do benefício deve ser precedida de notifica- do benefício, respeitado o teor da decisão. (Incluído pelo Decreto
ção do beneficiário, de seu representante legal ou de seu procura- nº 9.462, de 2018)
dor, preferencialmente pela rede bancária, sobre a irregularidade Art. 47-A. O Benefício de Prestação Continuada será suspenso
identificada e da concessão do prazo de dez dias para a apresenta- em caráter especial quando a pessoa com deficiência exercer ati-
ção de defesa. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018) vidade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor
§ 2º Se não for possível realizar a notificação de que trata o § individual, mediante comprovação da relação trabalhista ou da ati-
1º pela rede bancária ou pelo correio, o valor do benefício será blo- vidade empreendedora. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
queado. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018) § 1 o O pagamento do benefício suspenso na forma do caput
§ 3º O bloqueio do valor do benefício consiste no comando será restabelecido mediante requerimento do interessado que
bancário que impossibilita temporariamente a movimentação do comprove a extinção da relação trabalhista ou da atividade em-
valor referente ao benefício, observadas as seguintes regras: (Reda- preendedora, e, quando for o caso, o encerramento do prazo de
ção dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018) pagamento do seguro-desemprego, sem que tenha o beneficiário
I - o bloqueio terá duração máxima de um mês; (Incluído pelo adquirido direito a qualquer benefício no âmbito da Previdência So-
Decreto nº 9.462, de 2018) cial. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
II - o valor do benefício será desbloqueado após contato do § 2 o O benefício será restabelecido: (Incluído pelo Decreto nº
beneficiário, do seu representante legal ou do seu procurador, por 7.617, de 2011)
meio dos canais de atendimento do INSS, presenciais ou remotos, I - a partir do dia imediatamente posterior, conforme o caso,
ou de outros canais definidos para esse fim; e (Incluído pelo Decre- da cessação do contrato de trabalho, do encerramento da atividade
to nº 9.462, de 2018) empresarial, da última competência de contribuição previdenciária
III - no momento da solicitação do desbloqueio, o INSS ou ou- recolhida como contribuinte individual ou do encerramento do pra-
tros canais definidos para esse fim deverão notificar o beneficiário, zo de pagamento do seguro desemprego; ou (Redação dada pelo
o seu representante legal ou o seu procurador sobre a situação de Decreto nº 9.462, de 2018)
irregularidade e sobre a concessão do prazo para apresentação de II - a partir da data do protocolo do requerimento, quando re-
defesa, devendo o interessado confirmar ciência. (Incluído pelo De- querido após noventa dias, conforme o caso, da cessação do contra-
creto nº 9.462, de 2018) to de trabalho, da última competência de contribuição previdenci-
§ 4º Após a notificação e o desbloqueio, o beneficiário, o seu ária recolhida como contribuinte individual ou do encerramento do
representante legal ou o seu procurador terá o prazo de dez dias prazo de pagamento do seguro-desemprego. (Incluído pelo Decreto
para apresentar a defesa junto aos canais de atendimento do INSS nº 7.617, de 2011)
ou a outros canais autorizados para esse fim. (Redação dada pelo § 3 o Na hipótese prevista no caput , o prazo para a reavaliação
Decreto nº 9.462, de 2018) bienal do benefício prevista no art. 42 será suspenso, voltando a
§ 5º O INSS terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual correr, se for o caso, a partir do restabelecimento do pagamento do
período, para analisar a defesa interposta. (Redação dada pelo De- benefício. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
creto nº 9.462, de 2018) § 4 o O restabelecimento do pagamento do benefício prescinde
§ 6º O benefício será mantido caso a defesa apresentada seja de nova avaliação da deficiência e do grau de impedimento, respei-
acatada. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018) tado o prazo para a reavaliação bienal. (Incluído pelo Decreto nº
§ 7º A suspensão do pagamento do benefício consiste na in- 7.617, de 2011)
terrupção do envio do pagamento à rede bancária e observará as
seguintes regras: (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
I - o benefício será suspenso: (Incluído pelo Decreto nº 9.462,
de 2018)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5 o A pessoa com deficiência contratada na condição de CAPÍTULO VII
aprendiz terá seu benefício suspenso somente após o período de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
dois anos de recebimento concomitante da remuneração e do be-
nefício, nos termos do § 2º do art. 21-A da Lei nº 8.742, de 7 de Art. 50. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
dezembro de 1993 . (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) Fome e o INSS terão prazo até 31 de maio de 2009 para implemen-
Art. 48. O benefício será cessado: (Redação dada pelo Decreto tar a avaliação da deficiência e do grau de incapacidade prevista no
nº 9.462, de 2018) art. 16. (Redação dada pelo Decreto nº 6.564, de 2008)
I - nas hipóteses de óbito, de morte presumida ou de ausên- Parágrafo único. A avaliação da deficiência e da incapacidade,
cia do beneficiário, na forma da lei; (Redação dada pelo Decreto nº até que se cumpra o disposto no § 4 o do art. 16, ficará restrita ao
9.462, de 2018) exame médico pericial e laudo realizados pelos serviços de perícia
II - quando o beneficiário, o seu representante legal ou o seu médica do INS (Redação dada pelo Decreto nº 6.564, de 2008)
procurador não interpuser recurso ao CRSS no prazo de trinta dias,
contado da suspensão do benefício; ou (Redação dada pelo Decreto AUXÍLIO-INCLUSÃO. LEI Nº 14.176/2021 E SUAS ALTERA-
nº 9.462, de 2018) ÇÕES
III - quando o recurso ao CRSS não for provido. (Redação dada
pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
§ 1º O representante legal ou o procurador são obrigados a in-
formar ao INSS a ocorrência das situações a que se refere o inciso I O que é?
do caput . (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018) Serviço para pedir benefício no valor de meio salário mínimo.
§ 2º O INSS comunicará o beneficiário, seu representante legal Destinado para pessoa com deficiência que recebe Benefício
ou o seu procurador, por meio dos canais de atendimento do INSS de Prestação Continuada (BPC).
ou de outros canais autorizados para esse fim, sobre os motivos que Este pedido é realizado totalmente pela internet, você não pre-
levaram à cessação do benefício. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, cisa ir ao INSS.
de 2018)
Art. 48-A. Ato conjunto do Ministério do Desenvolvimento So- Quem pode utilizar este serviço?
cial e Combate à Fome e do INSS disporá sobre a operacionalização A pessoa com deficiência que recebe BPC, trabalhe ou comece
da suspensão e cessação do Benefício de Prestação Continuada. (In- a trabalhar.
cluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) É necessário que o benefício do BPC esteja:
Art. 48-B. Fica vedada a reativação de benefício cessado quan- - ativo;
do esgotadas todas as instâncias administrativas de recurso. (Inclu- - suspenso ou cessado nos últimos 5 anos imediatamente ante-
ído pelo Decreto nº 9.462, de 2018) riores ao início da atividade remunerada; ou
Art. 49. Cabe ao INSS, sem prejuízo da aplicação de outras me- - suspenso por ingresso ao mercado de trabalho.
didas legais, adotar as providências necessárias à restituição do va-
lor do benefício pago indevidamente, ressalvados os casos de rece- Importante! A remuneração da pessoa que trabalha deve ser
bimento de boa-fé. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018) de até dois salários mínimos.
§ 1 o O montante indevidamente pago será corrigido pelo mes-
mo índice utilizado para a atualização mensal dos salários de con- LEI Nº 14.176, DE 22 DE JUNHO DE 2021
tribuição utilizados para apuração dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, e deverá ser restituído, sob pena de inscrição Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para estabe-
em Dívida Ativa e cobrança judicial. (Redação dada pelo Decreto nº lecer o critério de renda familiar per capita para acesso ao bene-
7.617, de 2011) fício de prestação continuada, estipular parâmetros adicionais de
§ 2 o Na hipótese de o beneficiário permanecer com direito caracterização da situação de miserabilidade e de vulnerabilidade
ao recebimento do Benefício de Prestação Continuada ou estar em social e dispor sobre o auxílio-inclusão de que trata a Lei nº 13.146,
usufruto de outro benefício previdenciário regularmente concedido de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); autori-
pelo INSS, poderá devolver o valor indevido de forma parcelada, za, em caráter excepcional, a realização de avaliação social media-
atualizado nos moldes do § 1 o , em tantas parcelas quantas forem da por meio de videoconferência; e dá outras providências.
necessárias à liquidação do débito de valor equivalente a trinta por
cento do valor do benefício em manutenção. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
§ 3 o A restituição do valor devido deverá ser feita em única cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
parcela, no prazo de sessenta dias contados da data da notificação,
ou mediante acordo de parcelamento, em até sessenta meses, na Art. 1º A Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, passa a vigo-
forma do art. 244 do Regulamento da Previdência Social, aprovado rar com as seguintes alterações:
pelo Decreto nº 3.048, de 1999 , ressalvado o pagamento em con- “Art. 20. ......................................................................................
signação previsto no § 2 o . (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, ............................
de 2011) ....................................................................................................
(Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 2018) .............................
§ 5 o O valor ressarcido será repassado pelo INSS ao Fundo Na- § 3º Observados os demais critérios de elegibilidade definidos
cional de Assistência Social. nesta Lei, terão direito ao benefício financeiro de que trata o caput
§ 6 o Em nenhuma hipótese serão consignados débitos originá- deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com renda
rios de benefícios previdenciários em Benefícios de Prestação Con- familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do
tinuada. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) salário-mínimo.
I – (revogado);
....................................................................................................
............................
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo pode- Art. 2º O Capítulo IV da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993,
rá ampliar o limite de renda mensal familiar per capita previsto no passa a vigorar acrescido da seguinte Seção VI: (Vigência)
§ 3º deste artigo para até 1/2 (meio) salário-mínimo, observado o
disposto no art. 20-B desta Lei. (Vigência) (Vide) “Seção VI
.................................................................................................... Do Auxílio-Inclusão
.................” (NR)
“Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos probatórios da Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de que
condição de miserabilidade e da situação de vulnerabilidade de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto
trata o § 11 do art. 20 desta Lei, serão considerados os seguintes da Pessoa com Deficiência), a pessoa com deficiência moderada ou
aspectos para ampliação do critério de aferição da renda familiar grave que, cumulativamente:
mensal per capita de que trata o § 11-A do referido artigo: (Vigên- I – receba o benefício de prestação continuada, de que trata o
cia) (Vide) art. 20 desta Lei, e passe a exercer atividade:
I – o grau da deficiência; a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-mínimos;
II – a dependência de terceiros para o desempenho de ativida- e
des básicas da vida diária; e b) que enquadre o beneficiário como segurado obrigatório do
III – o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de Regime Geral de Previdência Social ou como filiado a regime pró-
que trata o § 3º do art. 20 desta Lei exclusivamente com gastos mé- prio de previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal
dicos, com tratamentos de saúde, com fraldas, com alimentos espe- ou dos Municípios;
ciais e com medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do re-
não disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com serviços não querimento do auxílio-inclusão;
prestados pelo Suas, desde que comprovadamente necessários à III – tenha inscrição regular no CPF; e
preservação da saúde e da vida. IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício de pres-
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo ocorrerá na tação continuada, incluídos os critérios relativos à renda familiar
forma de escalas graduais, definidas em regulamento. mensal per capita exigida para o acesso ao benefício, observado o
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os elementos cons- disposto no § 4º deste artigo.
tantes dos incisos I e III do caput deste artigo, e à pessoa idosa os § 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser concedido, nos termos
constantes dos incisos II e III do caput deste artigo. do inciso I do caput deste artigo, mediante requerimento e sem re-
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I do caput deste troatividade no pagamento, ao beneficiário:
artigo será aferido por meio de instrumento de avaliação biopsi- I – que tenha recebido o benefício de prestação continuada nos
cossocial, observados os termos dos §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº 5 (cinco) anos imediatamente anteriores ao exercício da atividade
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), remunerada; e
e do § 6º do art. 20 e do art. 40-B desta Lei. II – que tenha tido o benefício suspenso nos termos do art.
§ 4º O valor referente ao comprometimento do orçamento do 21-A desta Lei.
núcleo familiar com gastos de que trata o inciso III do caput deste § 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por um membro da
artigo será definido em ato conjunto do Ministério da Cidadania, família não será considerado no cálculo da renda familiar mensal
da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da per capita de que trata o inciso IV do caput deste artigo, para fins de
Economia e do INSS, a partir de valores médios dos gastos realiza- concessão e de manutenção de outro auxílio-inclusão no âmbito do
dos pelas famílias exclusivamente com essas finalidades, facultada mesmo grupo familiar.
ao interessado a possibilidade de comprovação, conforme critérios § 3º O valor do auxílio-inclusão e o da remuneração do bene-
definidos em regulamento, de que os gastos efetivos ultrapassam ficiário do auxílio-inclusão de que trata a alínea “a” do inciso I do
os valores médios.” caput deste artigo percebidos por um membro da família não serão
“Art. 21. ...................................................................................... considerados no cálculo da renda familiar mensal per capita de que
............................ tratam os §§ 3º e 11-A do art. 20 desta Lei para fins de manutenção
.................................................................................................... de benefício de prestação continuada concedido anteriormente a
............................. outra pessoa do mesmo grupo familiar.
§ 5º O beneficiário em gozo de benefício de prestação continu- § 4º Para fins de cálculo da renda familiar per capita de que
ada concedido judicial ou administrativamente poderá ser convoca- trata o inciso IV do caput deste artigo, serão desconsideradas:
do para avaliação das condições que ensejaram sua concessão ou I – as remunerações obtidas pelo requerente em decorrência
manutenção, sendo-lhe exigida a presença dos requisitos previstos de exercício de atividade laboral, desde que o total recebido no mês
nesta Lei e no regulamento.” (NR) seja igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; e
“Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o instrumen- II – as rendas oriundas dos rendimentos decorrentes de estágio
to de avaliação de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº supervisionado e de aprendizagem.
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiên- Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da data do re-
cia), a concessão do benefício de prestação continuada à pessoa querimento, e o seu valor corresponderá a 50% (cinquenta por cen-
com deficiência ficará sujeita à avaliação do grau da deficiência e to) do valor do benefício de prestação continuada em vigor.
do impedimento de que trata o § 2º do art. 20 desta Lei, composta Parágrafo único. Ao requerer o auxílio-inclusão, o beneficiário
por avaliação médica e avaliação social realizadas, respectivamen- autorizará a suspensão do benefício de prestação continuada, nos
te, pela Perícia Médica Federal e pelo serviço social do INSS, com termos do art. 21-A desta Lei.
a utilização de instrumentos desenvolvidos especificamente para Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não será acumula-
esse fim.” do com o pagamento de:
“Art. 40-C. Os eventuais débitos do beneficiário decorrentes de I – benefício de prestação continuada de que trata o art. 20
recebimento irregular do benefício de prestação continuada ou do desta Lei;
auxílio-inclusão poderão ser consignados no valor mensal desses
benefícios, nos termos do regulamento.”
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II – prestações a título de aposentadoria, de pensões ou de be- Art. 6º Esta Lei entra em vigor:
nefícios por incapacidade pagos por qualquer regime de previdên- I – em 1º de janeiro de 2022, quanto ao art. 1º, na parte que
cia social; ou acrescenta o § 11-A no art. 20 e o art. 20-B na Lei nº 8.742, de 7 de
III – seguro-desemprego. dezembro de 1993;
Art. 26-D. O pagamento do auxílio-inclusão cessará na hipótese II – em 1º de outubro de 2021, quanto ao art. 2º, que institui o
de o beneficiário: auxílio-inclusão; e
I – deixar de atender aos critérios de manutenção do benefício III – na data de sua publicação, quanto aos demais dispositivos.
de prestação continuada; ou Parágrafo único. A ampliação do limite de renda mensal de 1/4
II – deixar de atender aos critérios de concessão do auxílio-in- (um quarto) para até 1/2 (meio) salário-mínimo mensal, de que tra-
clusão. ta o § 11-A do art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993,
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal disporá sobre mediante a utilização de outros elementos probatórios da condi-
o procedimento de verificação dos critérios de manutenção e de ção de miserabilidade e da situação de vulnerabilidade do grupo
revisão do auxílio-inclusão. familiar, na forma do art. 20-B da referida Lei, fica condicionada a
Art. 26-E. O auxílio-inclusão não está sujeito a desconto de decreto regulamentador do Poder Executivo, em cuja edição deverá
qualquer contribuição e não gera direito a pagamento de abono ser comprovado o atendimento aos requisitos fiscais.
anual. REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (UNIÃO, ES-
Art. 26-F. Compete ao Ministério da Cidadania a gestão do auxí- TADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS)
lio-inclusão, e ao INSS a sua operacionalização e pagamento.
Art. 26-G. As despesas decorrentes do pagamento do auxílio-in-
clusão correrão à conta do orçamento do Ministério da Cidadania.
§ 1º O Poder Executivo federal compatibilizará o quantitativo
de benefícios financeiros do auxílio-inclusão de que trata o art. 26-A O Sistema Previdenciário Brasileiro é composto por três regi-
desta Lei com as dotações orçamentárias existentes. mes3:
§ 2º O regulamento indicará o órgão do Poder Executivo res- → Regime Geral de Previdência Social (RGPS): é um regime pú-
ponsável por avaliar os impactos da concessão do auxílio-inclusão blico administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
na participação no mercado de trabalho, na redução de desigualda- que engloba os trabalhadores da iniciativa privada e servidores não
des e no exercício dos direitos e liberdades fundamentais das pes- filiados a regimes próprios;
soas com deficiência, nos termos do § 16 do art. 37 da Constituição → Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome
Federal. diz, é um regime público específico para servidores públicos concur-
Art. 26-H. No prazo de 10 (dez) anos, contado da data de pu- sados, titulares de cargo efetivo; e
blicação desta Seção, será promovida a revisão do auxílio-inclusão, → Regime de Previdência Complementar (RPC): que é um re-
observado o disposto no § 2º do art. 26-G desta Lei, com vistas a seu gime privado, complementar à previdência pública e de contribui-
aprimoramento e ampliação.” ção facultativa, com a finalidade de suprir a necessidade de renda
Art. 3º Para avaliação da deficiência que justifica o acesso, a adicional na aposentadoria.
manutenção e a revisão do benefício de prestação continuada de
que trata o art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, fica
o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) autorizado a adotar as
seguintes medidas excepcionais, até 31 de dezembro de 2021:
I – realização da avaliação social, de que tratam o § 6º do art. 20
e o art. 40-B da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, por meio
de videoconferência; e
II – concessão ou manutenção do benefício de prestação con-
tinuada aplicado padrão médio à avaliação social, que compõe a
avaliação da deficiência de que trata o § 6º do art. 20 da Lei nº
8.742, de 7 de dezembro de 1993, desde que tenha sido realizada
a avaliação médica e constatado o impedimento de longo prazo.
§ 1º É vedada a utilização da medida prevista no inciso II do
caput deste artigo para indeferimento de requerimentos ou para
cessação de benefícios.
§ 2º Os requisitos para aplicação das medidas previstas no
caput deste artigo serão definidos em ato conjunto do Ministério
da Cidadania, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2862/1/A%20Previd%-
Ministério da Economia e do INSS. C3%AAncia%20Social%20dos%20Servidores%20P%C3%BAblicos%20
§ 3º O prazo de aplicação das medidas previstas no caput deste -%20Modulo%201.pdf
artigo poderá ser prorrogado mediante ato conjunto do Ministério
da Cidadania, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Os regimes públicos de previdência têm adesão obrigatória
Ministério da Economia e do INSS. para todos os cidadãos que exercem atividades remuneradas. Há
Art. 4º O INSS e a Empresa de Tecnologia e Informações da Pre- dois grandes regimes públicos: os Regimes Próprios de Previdência
vidência (Dataprev) adotarão as medidas necessárias à operaciona- Social, destinados aos servidores públicos efetivos e o Regime Geral
lização das alterações promovidas por esta Lei. de Previdência Social, que é destinado aos demais trabalhadores.
Art. 5º Ficam revogados os seguintes dispositivos da Lei nº
8.742, de 7 de dezembro de 1993:
I – inciso I do § 3º do art. 20; e
3 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-comple-
II – art. 20-A.
mentar/mais-informacoes/arquivos/pbefrgps.pdf
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A contribuição é mensal e obrigatória para todos aqueles que exercem atividade remunerada. No caso dos trabalhadores que têm
carteira assinada, será descontado todo mês um valor diretamente no salário. Esse desconto vai variar de acordo com o ganho de cada
trabalhador.
Já o trabalhador autônomo deve, obrigatoriamente, inscrever-se e pagar, mensalmente, as contribuições por meio da guia de reco-
lhimento.
No Regime Geral é possível ainda a adesão de cidadãos que não exerçam trabalho remunerado, mas que podem se filiar à Previdência
de maneira facultativa (não-obrigatória) a partir da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição sem atraso (segura-
dos facultativos).

Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos


Para os servidores públicos, há um sistema previdenciário específico. O RPPS é a previdência pública dos servidores e é estabelecido
no âmbito dos entes federativos quando estes asseguram a seus servidores efetivos pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão
por morte. Cada ente público da Federação (União, Distrito Federal, estados e municípios) pode, assim, organizar a previdência de seus
servidores ativos e aposentados, bem como pensionistas.
No Brasil, a União, o Distrito Federal, os estados e todas as capitais estaduais instituíram regimes próprios. Muitos municípios, entre-
tanto, não o fizeram, de forma que seus servidores são vinculados ao Regime Geral de Previdência Social.
O Regime Próprio de Previdência Social deve ser custeado, obrigatoriamente, pelo respectivo Ente Federativo (por exemplo, Estado
ou Município) e pelos seus servidores públicos, mediante contribuição previdenciária. Ainda que diversos regimes próprios tenham seus
recursos capitalizados, isto é, sob a forma de ativos financeiros, outros possuem financiamento por repartição, com o caráter solidário
entre gerações de trabalhadores, inclusive com contribuição dos aposentados e pensionistas que recebem proventos e pensões acima do
teto do RGPS.
Todo servidor público concursado de entes públicos que criaram seus RPPS é uma pessoa segurada. Além disso, a partir de 2012,
vários entes realizaram reformas previdenciárias que geraram dois efeitos principais:
(1) limitação do valor das aposentadorias ao teto do INSS;
(2) criação de um plano de previdência complementar/privada de carácter facultativo para seus servidores públicos.

Com a Nova Previdência, reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103, de 13 de novembro de 2019, todos os entes que pos-
suíssem RPPS naquela data tornaram-se obrigados a implementar seus regimes de previdência complementar, ainda de adesão voluntária
dos servidores, cujos limites de benefícios a serem pagos pelos RPPS serão obrigatoriamente conforme o teto vigente aos segurados do
INSS.

Diferença entre RPPS e RGPS


RPPS RGPS
RPPS significa Regime Próprio de Previdên- RGPS é uma entidade pública de caráter obri-
cia Social. É o sistema de previdência específico gatório para os trabalhadores regidos pela CLT,
de cada ente federativo, que assegura, no inclusive os integrantes de cargos exclusivamente
mínimo, os benefícios de aposentadoria e pensão em comissão, empregos públicos e cargos tempo-
por morte dos seus segurados, ou seja, dos rários, sendo gerido pelo Governo Federal, atra-
servidores titulares de cargo efetivo e de seus vés do INSS.
beneficiários.
O RPPS é o regime previdenciário próprio de
cada ente federativo, de filiação obrigatória para
os servidores públicos titulares de cargo efetivo.

CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Certidão de Tempo de Contribuição – CTC é o documento que permite ao servidor público que contribuiu para o Regime Geral de Pre-
vidência Social levar o tempo de contribuição do INSS para o Regime Próprio de Previdência Social do órgão onde ele trabalha atualmente.
Para conseguir sua CTC, não é necessário comparecer a uma unidade do INSS (a solicitação e o recebimento podem ser feitos direta-
mente pela web).
Este serviço é destinado para o servidor que ainda não possui Certidão de Tempo Contribuição emitida pelo INSS. Caso já possua a
certidão emitida e deseje incluir algum período, solicite o serviço de “Revisão”.

Quem pode utilizar esse serviço?


Servidor público da União, dos Estados, do DF ou dos Municípios, que possui vínculos no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Etapas para realização desse serviço Isso naturalmente levanta dúvidas sobre como será o
Solicitação do serviço acesso aos benefícios previdenciários, especialmente apo-
- Acesse o portal do Meu INSS sentadoria. Para esclarecer essas dúvidas, é preciso enten-
- Faça login no sistema, escolha a opção Agendamentos/Reque- der a Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição.
rimentos De maneira bem simplificada, a contagem recíproca é o
- Clique em “novo requerimento”, “atualizar”, atualize os da- direito de somar o tempo de contribuição acumulado em regi-
dos que achar pertinentes, e clique em “avançar”. Digite no campo mes diferentes. Assim, o segurado não será prejudicado.
“pesquisar” a palavra “certidão” e selecione o serviço desejado. Considerando novamente o caso de alguém que traba-
- O segurado será previamente comunicado nos casos em que lhava como empregado doméstico e, depois, foi aprovado em
for indispensável o atendimento presencial para comprovar alguma concurso público federal. Imaginando que essa pessoa tenha
informação. contribuído durante 10 anos para o RGPS como empregada
- Acompanhe o andamento pelo Meu INSS, na opção Agenda- doméstica e, depois, mais 25 anos para o RPPS como servi-
mentos/Requerimentos. dora pública.
É possível que, individualmente, nenhum desses tempos
Documentos originais necessários de contribuição seja suficiente para a aposentadoria. Porém,
Documentação oficial do órgão de lotação comprovando tra- se somados, eles atingem o critério.
tar-se de servidor ativo na data da solicitação da certidão (pode ser Deve-se ter em mente que, mesmo que o segurado tenha
declaração do órgão, contracheque e afins) mudado de regime, ele fez o recolhimento corretamente por
35 anos. Portanto, seria inadequado que ele não pudesse se
Documentos que poderão ser solicitados pelo INSS: aposentar.
Procuração ou termo de representação legal, documento de É para evitar essa situação que se garante a contagem
identificação com foto e CPF do procurador ou representante, se recíproca de tempo de contribuição. Vale a pena ressaltar
houver; que ela também é garantida quando um segurado muda de
Documentos referentes às relações previdenciárias (exemplo: um RPPS para outro. É o caso, por exemplo, de um servidor
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), carnês, formulá- público municipal que é aprovado em concurso do estado.
rios de atividade especial, documentação rural, etc.); e
Outros documentos que o cidadão queira adicionar. Exemplo: Regras para a Contagem Recíproca do Tempo de
simulação de tempo de contribuição. petições, etc. Contribuição
Se você ainda tem dúvidas, veja a relação completa de docu- O direito à contagem recíproca do tempo de contribuição não
mentos necessários para comprovar a atividade. é uma novidade. Ele já estava previsto na Lei 6.226 de 1975. Além
disso, ele foi reafirmado e consolidado na Constituição Federal de
Outras informações 1988, mais especificamente, no artigo 201, § 9º. Vejamos:
Acompanhamento da Certidão de Tempo de Contribuição §9º. Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem
(CTC) – Se você já deu entrada no pedido mas ainda não recebeu a recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de
sua certidão, consulte agora o andamento da sua CTC; Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e
Utilização da CTC – A certidão é nominal ao órgão de destino, e destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo
não pode ser utilizada em outro órgão caso o requerente faça novo com os critérios estabelecidos em lei.
concurso e assuma um novo cargo. Caso isto ocorra, a CTC original Essa não é, entretanto, a redação original do artigo. É a versão
deverá ser devolvida para que o INSS emita uma nova destinada ao atual, dada pela Emenda Constitucional 103 de 2019, a EC da Refor-
outro órgão; ma da Previdência. Essa mesma EC também incluiu na Constituição
Indenização de período – Para fins de contagem recíproca, po- o dispositivo seguinte, que trata da contagem recíproca no caso do
derá ser certificado para a administração pública o tempo de con- regime previdenciário militar:
tribuição do Regime Geral de Previdência Social correspondente §9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de
ao período em que o exercício de atividade exigia ou não a filiação que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Re-
obrigatória à Previdência Social, desde que efetivada pelo segura- gime Geral de Previdência Social ou o regime próprio de previdên-
do a indenização das contribuições correspondentes, por exemplo, cia social terão contagem recíproca para fins de inativação militar
período de atividade rural. Ou seja, cabe indenização ao INSS caso ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre
o servidor público queira utilizar o período junto ao órgão atual em as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de
que a contribuição ao Regime Geral era obrigatória e não foi feita contribuição aos demais regimes.
em época própria. Esta indenização é passível de comprovação. Basicamente, esse novo artigo deixa explícito que o tempo de
Fonte: www.gov.br contribuição para o regime previdenciário militar também pode ser
somado para a aposentadoria pelo RGPS ou RPPS.
Apesar das mudanças da EC 103, não houve nenhuma inovação
CONTAGEM RECÍPROCA muito significativa nesse tema com a Reforma da Previdência. Na
verdade, especialistas em Direito Previdenciário, observam que os
legisladores perderam uma oportunidade. Eles poderiam ter esten-
Se observadas situações hipotéticas, como por exemplo, quan- dido a previsão da contagem recíproca para outros benefícios, além
do uma pessoa é, ao mesmo tempo, servidora concursada de uma da aposentadoria.
prefeitura e empregada de uma fábrica, ou se uma pessoa que era A Lei 8.213 de 1991 já deixa a porta aberta para essa
empregada doméstica e, mais tarde, é aprovada em um concurso aplicação mais extensiva da contagem recíproca. Conforme
federal, nota-se que nesses exemplos, tem-se um indivíduo que seu artigo 94:
apresenta vínculos com os dois regimes de Previdência Social –
https://saberalei.com.br/planejamento-previdenciario-e-contagem-reciproca-do-
RGPS e RPPS, simultaneamente ou em momentos distintos4.
-tempo-de-contribuicao/#:~:text=Art.,os%20crit%C3%A9rios%20estabelecidos%20
4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . em%20lei.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Geral de Previdência Social ou no serviço público é assegu- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
rada a contagem recíproca do tempo de contribuição na ati-
vidade privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição Art. 1o A compensação financeira entre o Regime Geral de Pre-
ou de serviço na administração pública, hipótese em que os vidência Social e os regimes próprios de previdência social dos ser-
diferentes sistemas de previdência social se compensarão fi- vidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
nanceiramente. na hipótese de contagem recíproca de tempos de contribuição,
O texto fala em “benefícios previstos”, e não apenas em obedecerá às disposições desta Lei.
aposentadoria. Confirmando essa aplicação extensiva, há ou- Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
tras leis que mencionam benefícios para os quais admite-se I - regime de origem: o regime previdenciário ao qual o segura-
contagem recíproca. Na Lei 8.213, artigo 77, §5º, é citada a do ou servidor público esteve vinculado sem que dele receba apo-
pensão por morte do RGPS. Na Lei 8.112, artigo 222, §4º, é sentadoria ou tenha gerado pensão para seus dependentes;
citada a pensão por morte do RPPS da União. II - regime instituidor: o regime previdenciário responsável pela
A contagem recíproca é viável porque os regimes previ- concessão e pagamento de benefício de aposentadoria ou pensão
denciários fazem uma compensação financeira entre si. Re- dela decorrente a segurado ou servidor público ou a seus depen-
tomando o exemplo do empregado doméstico aprovado em dentes com cômputo de tempo de contribuição no âmbito do regi-
concurso. Esse segurado muda do RGPS para o RPPS da me de origem.
União. Então, quando ele solicitar a contagem recíproca para § 1o Os regimes próprios de previdência de servidores da
sua aposentadoria, o regime de origem (RGPS) deverá fazer União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios só serão
um acerto de contas com o regime instituidor do benefício considerados regimes de origem quando o Regime Geral de Previ-
(RPPS da União). dência Social for o regime instituidor.
No entanto, é importante saber que esse acerto de contas § 2o Na hipótese de o regime próprio de previdência de servi-
entre os regimes não é uma condição para que o segurado dor público não possuir personalidade jurídica própria, atribuem-se
possa exercer seu direito à contagem recíproca. ao respectivo ente federado as obrigações e direitos previstos nesta
Para que se solicite a contagem recíproca, é necessário Lei.
se requerer uma CTC – Certidão de Tempo de Contribuição. Art. 3o O Regime Geral de Previdência Social, como regime ins-
Esse é um documento emitido pelo órgão responsável pelo tituidor, tem direito de receber de cada regime de origem compen-
seu regime de origem. Por exemplo, se o sujeito for se apo- sação financeira, observado o disposto neste artigo.
sentar pelo RPPS, deve requerer a CTC do RGPS para o § 1o O Regime Geral de Previdência Social deve apresentar a
INSS. cada regime de origem os seguintes dados referentes a cada bene-
É importante notar que, de acordo com a Portaria MPS fício concedido com cômputo de tempo de contribuição no âmbito
154 de 2008, artigo 12, a CTC de um RPPS só pode ser expe- daquele regime de origem:
dida para ex-servidores. Assim, não é cabível ser um servidor I - identificação do segurado e, se for o caso, de seu depen-
público concursado atualmente e escolher a aposentadoria dente;
pelo RGPS, transferindo seus anos de contribuição de volta II - a renda mensal inicial e a data de início do benefício;
para o INSS. A consequência prática disso é que faz-se ne- III - o percentual do tempo de serviço total do segurado cor-
cessário aposentar-se pelo último regime ao qual se esteve respondente ao tempo de contribuição no âmbito daquele regime
vinculado. de origem.
§ 2o Cada regime de origem deve pagar ao Regime Geral de
COMPENSAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LEI Nº 9.796/1999 E Previdência Social, para cada mês de competência do benefício, o
SUAS ALTERAÇÕES valor resultante da multiplicação da renda mensal do benefício pelo
percentual obtido na forma do inciso III do parágrafo anterior.
§ 3o A compensação financeira referente a cada benefício não
poderá exceder o resultado da multiplicação do percentual obtido
É a compensação financeira entre os diversos regimes de pre- na forma do inciso III do § 1o deste artigo pela renda mensal do
vidência social quando forem computados reciprocamente para a maior benefício da mesma espécie pago diretamente pelo regime
aposentadoria, tempos de contribuição na administração pública e de origem.
nas atividades privadas, rural e urbana de outros regimes. § 4o Para fins do disposto no parágrafo anterior, o regime de
origem deve informar ao Regime Geral de Previdência Social, na
A Constituição Federal prevê a contagem recíproca do tempo de forma do regulamento, a maior renda mensal de cada espécie de
contribuição, cuja finalidade é evitar que os regimes responsáveis benefício por ele pago diretamente.
pela instituição do beneficio sejam prejudicados financeiramente § 5o O valor de que trata o § 2o deste artigo será reajustado nas
uma vez que são obrigados a aceitar o tempo de filiação a outro mesmas datas e pelos mesmos índices de reajustamento do benefí-
regime sem terem recebido as correspondentes contribuições. cio pela Previdência Social, devendo o Regime Geral de Previdência
Social comunicar a cada regime de origem o total por ele devido em
cada mês como compensação financeira.
LEI N° 9.796, DE 5 DE MAIO DE 1999. § 6o Aplica-se o disposto neste artigo aos períodos de contri-
buição utilizados para fins de concessão de aposentadoria pelo INSS
Dispõe sobre a compensação financeira entre o Regime Geral em decorrência de acordos internacionais. (Vide Medida Provisória
de Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores nº 316, de 2006) (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos Art. 4o Cada regime próprio de previdência de servidor público
casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito tem direito, como regime instituidor, de receber do Regime Geral
de aposentadoria, e dá outras providências. de Previdência Social, enquanto regime de origem, compensação
financeira, observado o disposto neste artigo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1o O regime instituidor deve apresentar ao Regime Geral de único do artigo anterior, podem os regimes de origem e instituidor
Previdência Social, além das normas que o regem, os seguintes da- firmar termo de parcelamento dos desembolsos atualizando-se os
dos referentes a cada benefício concedido com cômputo de tempo valores devidos nas mesmas datas e pelos mesmos índices de rea-
de contribuição no âmbito do Regime Geral de Previdência Social: justamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência
I - identificação do servidor público e, se for o caso, de seu de- Social.
pendente; § 5o O pagamento para os regimes próprios de previdência so-
II - o valor dos proventos da aposentadoria ou pensão dela de- cial credores da compensação financeira, relativa ao período de 5
corrente e a data de início do benefício; de outubro de 1988 a 5 de maio de 1999, cujos entes instituidores
III - o tempo de serviço total do servidor e o correspondente não sejam devedores de contribuições previdenciárias ao Regime
ao tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social. Geral de Previdência Social (RGPS), será efetivado conforme os se-
§ 2o Com base nas informações referidas no parágrafo anterior, guintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 13.485, de 2017)
o Regime Geral de Previdência Social calculará qual seria a renda I - até o exercício de 2017, para os Municípios: (Incluído pela Lei
mensal inicial daquele benefício segundo as normas do Regime Ge- nº 13.485, de 2017)
ral de Previdência Social. a) em parcela única, se o crédito não superar R$ 500.000,00
§ 3o A compensação financeira devida pelo Regime Geral de (quinhentos mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.485, de 2017)
Previdência Social, relativa ao primeiro mês de competência do be- b) em tantas parcelas mensais quantas forem necessárias até o
nefício, será calculada com base no valor do benefício pago pelo limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), se o crédito superar
regime instituidor ou na renda mensal do benefício calculada na esse montante; (Incluído pela Lei nº 13.485, de 2017)
forma do parágrafo anterior, o que for menor. II - a partir do exercício de 2018, para os Municípios, os Estados
§ 4o O valor da compensação financeira mencionada no pará- e o Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 13.485, de 2017)
grafo anterior corresponde à multiplicação do montante ali especi- a) em parcela única, se o crédito não superar R$ 1.500.000,00
ficado pelo percentual correspondente ao tempo de contribuição (um milhão e quinhentos mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.485, de
ao Regime Geral de Previdência Social no tempo de serviço total do 2017)
servidor público. b) em tantas parcelas mensais de até R$ 1.500.000,00 (um mi-
§ 5o O valor da compensação financeira devida pelo Regime lhão e quinhentos mil reais), se o crédito superar esse montante,
Geral de Previdência Social será reajustado nas mesmas datas e pe- no prazo de até cento e oitenta meses, condicionada à existência
los mesmos índices de reajustamento dos benefícios da Previdência de recursos financeiros para cumprimento da meta de resultado
Social, mesmo que tenha prevalecido, no primeiro mês, o valor do primário estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias; c) caso o
benefício pago pelo regime instituidor. limite de cento e oitenta meses não seja suficiente para a quitação
Art. 5o Os regimes instituidores apresentarão aos regimes de dos créditos, o valor da parcela disposto na alínea b deste inciso
origem, no prazo máximo de trinta e seis meses a contar da data será ajustado de forma a garantir a quitação no prazo de cento e
da entrada em vigor desta Lei, os dados relativos aos benefícios em oitenta meses; (Incluído pela Lei nº 13.485, de 2017)
manutenção nessa data, concedidos a partir da promulgação da III - por meio de dação em pagamento de imóveis integrantes
Constituição Federal. (Vide Medida Provisória nº 2.129-8, de 2001) do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (FRGPS). (Incluído
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) pela Lei nº 13.485, de 2017)
Parágrafo único. A compensação financeira em atraso relativa § 6o O pagamento da compensação financeira do Fundo do Re-
aos benefícios de que trata este artigo será calculada multiplicando- gime Geral de Previdência Social depende da desistência de even-
-se a renda mensal obtida para o último mês, de acordo com o pro- tuais ações judiciais que tenham por objeto a dívida compensada, e
cedimento determinado nos arts. 3o e 4o, pelo número de meses é causa da extinção dos pagamentos previstos no § 5o deste artigo
em que o benefício foi pago até então. a manutenção do litígio ou o ajuizamento de novas ações. (Incluído
Art. 6o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS manterá pela Lei nº 13.485, de 2017)
cadastro atualizado de todos os benefícios objeto de compensação Art. 7o Os regimes instituidores devem comunicar de imediato
financeira, totalizando o quanto deve para cada regime próprio de aos regimes de origem qualquer revisão no valor do benefício ob-
previdência dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Fede- jeto de compensação financeira ou sua extinção total ou parcial,
ral e dos Municípios, bem como o montante devido por cada um cabendo ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS registrar as
deles para o Regime Geral de Previdência Social, como compensa- alterações no cadastro a que se refere o artigo anterior.
ção financeira e pelo não recolhimento de contribuições previden- Parágrafo único. Constatado o não cumprimento do disposto
ciárias no prazo legal. neste artigo, as parcelas pagas indevidamente pelo regime de ori-
§ 1o Os desembolsos pelos regimes de origem só serão feitos gem serão registradas em dobro, no mês seguinte ao da constata-
para os regimes instituidores que se mostrem credores no cômputo ção, como débito daquele regime.
da compensação financeira devida de lado a lado e dos débitos pelo Art. 8º Na hipótese de descumprimento do prazo de desem-
não recolhimento de contribuições previdenciárias no prazo legal. bolso estipulado no § 2º do art. 6º desta Lei ou de descumprimento
§ 2o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS comunicará o do prazo de análise dos requerimentos estipulado em regulamento,
total a ser desembolsado por cada regime de origem até o dia trinta serão aplicadas as mesmas normas em vigor para atualização dos
de cada mês, devendo os desembolsos ser feitos até o quinto dia valores dos recolhimentos em atraso de contribuições previdenci-
útil do mês subseqüente. árias arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
§ 3o Os valores não desembolsados em virtude do disposto no (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 1º deste artigo serão contabilizados como pagamentos efetivos, Parágrafo único. Na hipótese de o regime previdenciário pró-
devendo o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS registrar men- prio dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
salmente essas operações e informar a cada regime próprio de pre- Municípios possuir personalidade jurídica própria, os respectivos
vidência de servidor público os valores a ele referentes. entes federados respondem solidariamente pelas obrigações pre-
§ 4o Sendo inviável financeiramente para um regime de origem vistas nesta Lei.
desembolsar de imediato os valores relativos à compensação finan-
ceira, em função dos valores em atraso a que se refere o parágrafo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 8o-A. A compensação financeira entre os regimes próprios por invalidez decorrente de acidente em serviço, moléstia profissio-
de previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e
dos Municípios, na hipótese de contagem recíproca de tempos de a pensão dela decorrente.
contribuição, obedecerá, no que couber, às disposições desta Lei. Art. 3º A compensação financeira será realizada exclusivamen-
(Vide Medida Provisória nº 2.060, de 2000) (Incluído pela Medida te na contagem recíproca de tempo de contribuição não concomi-
Provisória nº 2.187-13, de 2001) tante utilizado na concessão da aposentadoria.
§ 1º O regulamento estabelecerá as disposições específicas § 1º O tempo de atividade rural reconhecido pelo Instituto Na-
a serem observadas na compensação financeira entre os regimes cional de Seguridade Social - INSS por meio de Certidão de Tempo
próprios de previdência social, inclusive no que se refere ao período de Serviço expedida até 13 de outubro de 1996 será objeto de com-
de estoque e às condições para seu pagamento, admitido o parcela- pensação financeira, desde que tenha sido utilizado pelo regime
mento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) instituidor em aposentadoria concedida até essa data.
§ 2º O ente federativo que não aderir à compensação finan- § 2º O tempo de atividade rural reconhecido pelo INSS por
ceira com os demais regimes próprios de previdência social ou ina- meio de Certidão de Tempo de Serviço emitida a partir de 14 de ou-
dimplir suas obrigações terá suspenso o recebimento dos valores tubro de 1996 somente será considerado para fins de compensação
devidos pela compensação com o regime geral de previdência so- financeira caso esse período seja indenizado ao RGPS pelo servidor.
cial, na forma estabelecida no regulamento. (Incluído pela Lei nº § 3º Não será devida pelo RGPS a compensação financeira em
13.846, de 2019) relação aos servidores civis e militares dos Estados, do Distrito Fe-
Art. 9o O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de deral e dos Municípios quanto aos períodos em que tinham garanti-
sessenta dias contado da data de sua publicação. da apenas aposentadoria pelo ente federativo e que foram inscritos
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. em regime especial de contribuição para fazer jus aos benefícios de
família, na forma prevista no parágrafo único do art. 3º da Lei nº
3.807, de 26 de agosto de 1960, e na legislação posterior.
DECRETO Nº 10.188/2019 E SUAS ALTERAÇÕES § 4º Nos períodos em que tenha sido assegurado o pagamen-
to de benefícios de aposentadoria ou pensão mediante convênios
ou consórcios entre entes federativos, a compensação financeira é
DECRETO Nº 10.188, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019 devida pelo ente ao qual, nos termos do convênio ou consórcio,
recairia a concessão do benefício de aposentadoria.
Regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999, para dispor Art. 4º Para fins da compensação financeira de que trata este
sobre a compensação financeira entre o Regime Geral de Previ- Decreto, considera-se:
dência Social e os regimes próprios de previdência social dos ser- I - Regime Geral de Previdência Social - RGPS - o regime previs-
vidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos to no art. 201 da Constituição;
Municípios, e entre os regimes próprios, na hipótese de contagem II - regime próprio de previdência social - RPPS - o regime de
recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadoria, previdência social estabelecido no âmbito de cada ente federativo
e dá outras providências. que assegure, por lei, aos servidores que ocupam cargo efetivo, no
mínimo, os benefícios de aposentadoria e pensão por morte previs-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe tos no art. 40 da Constituição;
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista III - regime de origem - o regime previdenciário ao qual o segu-
o disposto no art. 10 e no art. 201, § 9º, da Constituição, na Lei nº rado ou servidor público esteve vinculado e não tenha ensejado o
6.226, de 14 de julho de 1975, na Lei nº 6.864, de 1º de dezembro recebimento de aposentadoria ou de pensão aos seus dependen-
de 1980, nos art. 94 ao art. 96 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de tes;
1991, na Lei nº 9.702, de 17 de novembro de 1998, na Lei nº 9.717, IV - regime instituidor - o regime previdenciário responsável
de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 9.796, de 5 de maio de pela concessão e pelo pagamento de benefício de aposentadoria ou
1999, pensão por morte dela decorrente a segurado ou servidor público
DECRETA: ou a seus dependentes com cômputo de tempo de contribuição no
âmbito do regime de origem;
CAPÍTULO I V - estoque RGPS - os valores da compensação financeira em
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES atraso relativos ao período compreendido entre 5 de outubro de
1988 e 5 de maio de 1999 dos benefícios concedidos nesse período
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de maio com contagem recíproca do tempo de contribuição do RGPS ou do
de 1999, para dispor sobre a compensação financeira entre o Regi- RPPS, na hipótese de o RGPS ser o regime instituidor, desde que em
me Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdên- manutenção em 5 de maio de 1999;
cia social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito VI - estoque RPPS - os valores da compensação financeira em
Federal e dos Municípios, e entre os regimes próprios, na hipótese atraso relativos ao período compreendido entre 5 de outubro de
de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de 1988 e 5 de maio de 1999 dos benefícios concedidos nesse período
aposentadoria. com contagem recíproca de outro RPPS, desde que em manutenção
em 5 de maio de 1999 ou no período de 6 de maio de 1999 até a
CAPÍTULO II data de entrada em vigor deste Decreto;
DA COMPENSAÇÃO ENTRE OS REGIMES VII - fluxo acumulado - os valores da compensação financeira
dos benefícios concedidos após o período de estoque RGPS ou de
Art. 2º Aplica-se o disposto neste Decreto aos benefícios de estoque RPPS relativos ao período entre a data de concessão e o
aposentadoria concedidos a partir de 5 de outubro de 1988, desde deferimento do requerimento de compensação, observado o prazo
que em manutenção em 6 de maio de 1999 ou concedidos após prescricional; e
essa data, com contagem recíproca de tempo de contribuição, e às
pensões por morte que deles decorrerem, excluída a aposentadoria
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VIII - fluxo mensal - os valores da compensação financeira pa- logia de apuração da renda mensal inicial nas hipóteses em que o
gos mensalmente pelo regime de origem ao regime instituidor, a regime de origem não possua informações funcionais ou contributi-
partir da competência de concessão da compensação, enquanto os vas individualizadas à época da desvinculação.
pagamentos dos benefícios objeto da compensação financeira esti- § 3º A renda mensal inicial apurada será reajustada na forma
verem em manutenção. prevista no art. 7º da data da desvinculação do regime de origem
Art. 5º O regime instituidor apresentará ao regime de origem até a data da concessão do benefício pelo regime instituidor e o seu
os seguintes dados e documentos referentes a cada benefício con- valor corrigido não poderá ser inferior ao valor do salário-mínimo e
cedido com cômputo de tempo de contribuição no âmbito daquele nem superior ao:
regime de origem: I - valor da remuneração do cargo efetivo que o servidor teria
I - dados pessoais e outros documentos necessários e úteis à no ente de origem na data imediatamente anterior à da concessão
identificação do segurado ou do servidor e, se for o caso, dos seus da aposentadoria pelo regime instituidor ou que teria servido de
dependentes; referência para a concessão da pensão pelo regime de origem; ou
II - o valor inicial da aposentadoria ou da pensão por morte dela II - limite máximo dos benefícios pagos pelo RGPS, quando este
decorrente e a data de início do benefício; for o regime de origem.
III - o tempo de contribuição no âmbito do regime de origem § 4º Ao valor do benefício pago pelo regime instituidor será
utilizado na concessão do benefício na forma da contagem recípro- acrescido o benefício especial de que trata o § 1º do art. 3º da Lei
ca e o tempo de contribuição total do segurado ou do servidor no nº 12.618, de 30 de abril de 2012, no caso da União, ou o benefício
regime instituidor; que tenha essa mesma natureza, se previsto na legislação dos Es-
IV - cópia da Certidão de Tempo de Serviço ou da Certidão de tados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observado o disposto
Tempo de Contribuição fornecida pelo regime de origem e utiliza- no § 3º.
da para cômputo do tempo de contribuição no âmbito do regime § 5º O fluxo acumulado será pago em parcela única.
instituidor; Art. 7º O valor da compensação financeira de que trata o art.
V - cópia do laudo médico que reconheceu a invalidez nos casos 6º será reajustado nas mesmas datas e pelos mesmos índices de
de aposentadoria por invalidez; reajuste dos benefícios concedidos pelo RGPS.
VI - cópia do ato expedido pela autoridade competente que Art. 8º Os regimes instituidores deverão apresentar aos regi-
concedeu a aposentadoria ou a pensão por morte dela decorrente; mes de origem os dados relativos aos benefícios concedidos no pe-
e ríodo do estoque RGPS e no período do estoque RPPS, na forma
VII - cópia do registro do ato concessório da aposentadoria ou prevista no art. 5º.
da pensão por morte pelo Tribunal de Contas competente, quando Parágrafo único. A compensação financeira em atraso relativa
couber. aos benefícios de que trata o caput será calculada pela multiplica-
§ 1º A Certidão de Tempo de Contribuição emitida pelos RPPS, ção da parcela da renda mensal devida pelo regime de origem, ob-
prevista no inciso IV do caput, observará as regras estabelecidas tida de acordo com os procedimentos estabelecidos no art. 5º e no
pela Portaria nº 154, de 15 de maio de 2008, do extinto Ministério art. 6º, pelo número de meses em que o benefício tenha sido pago
da Previdência Social, quando emitida a partir de 16 de maio de até a data de deferimento do requerimento de compensação.
2008. Art. 9º Se for inviável financeiramente ao regime de origem de-
§ 2º Será dispensado o envio de cópia dos documentos previs- sembolsar de imediato os valores apurados nos termos do art. 8º,
tos neste artigo quando: os regimes poderão firmar termo de parcelamento em até cento e
I - o tempo de contribuição for averbado eletronicamente por oitenta meses, hipótese em que os valores devidos serão atualiza-
meio de sistema disponibilizado pela Secretaria de Previdência da dos nas mesmas datas e pelos mesmos índices de reajustamento
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Eco- dos benefícios do RGPS.
nomia; § 1º A parcela mínima dos parcelamentos formalizados entre
II - os dados do registro do ato que tenha concedido a apo- os RPPS não poderá ser inferior ao limite máximo aplicável aos be-
sentadoria ou a pensão forem encaminhados eletronicamente pelo nefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Tribunal de Contas; ou § 2º Comprovada a inexistência de débitos, na forma prevista
III - as demais informações exigidas puderem ser obtidas ele- no § 5º do art. 6º e no § 3º do art. 11 da Lei nº 9.796, de 1999, o
tronicamente pelo órgão ou pela entidade responsável por prestar pagamento dos valores de estoque RGPS será quitado:
a informação. I - em parcela única, se o crédito não for superior a R$
§ 3º A não apresentação das informações e dos documentos a 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
que se refere este artigo vedará a realização da compensação finan- II - em parcelas mensais de até R$ 1.500.000,00 (um milhão e
ceira entre os regimes. quinhentos mil reais), se o crédito superar esse montante no prazo
Art. 6º O valor da compensação financeira será o resultado da de até cento e oitenta meses, condicionada à existência de recursos
multiplicação do percentual apurado com base nas informações a financeiros para cumprimento da meta de resultado primário esta-
que se refere o inciso III do caput do art. 5º pelo: belecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias; ou
I - valor da renda mensal inicial quando o regime instituidor for III - por meio de dação em pagamento de imóveis integrantes
o RGPS; ou do Fundo do Regime Geral de Previdência Social - FRGPS, observa-
II - valor do benefício pago pelo regime instituidor ou pelo valor dos os demais procedimentos administrativos, orçamentários, con-
da renda mensal inicial, o que for menor, quando o regime institui- tábeis e legais necessários para sua concretização.
dor for o RPPS. § 3º Caso o prazo de cento e oitenta meses não seja suficiente
§ 1º A renda mensal inicial de que trata o caput será calculada para a quitação dos créditos de estoque RGPS, o valor da parcela
de acordo com as normas aplicáveis aos benefícios concedidos pelo disposto no inciso II do § 2º será ajustado para garantir a quitação
regime de origem, na data da desvinculação desse regime. no referido prazo.
§ 2º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministé-
rio da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes Próprios
de Previdência Social, de que trata o art. 18, disciplinará a metodo-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 4º O pagamento da compensação financeira do RGPS depen- § 6º O não pagamento no prazo estabelecido no § 1º a qual-
derá da desistência de eventuais ações judiciais que tenham por quer regime resultará na suspensão do pagamento da compensa-
objeto a dívida compensada e a manutenção do litígio ou o ajui- ção financeira devida pelo RGPS e poderá ensejar a inscrição do
zamento de novas ações será causa da extinção dos pagamentos ente federativo do regime de origem em dívida ativa federal, esta-
previstos nos incisos I e II do § 2º. dual, distrital ou municipal.
§ 5º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministé- § 7º Os pagamentos suspensos na forma prevista no § 6º serão
rio da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes Próprios reajustados na forma prevista no art. 7º e esta suspensão não será
de Previdência Social, estabelecerá as diretrizes gerais e os procedi- considerada atraso de pagamento para aplicação de mora.
mentos para a formalização e a revisão dos parcelamentos a que se § 8º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministé-
referem o caput e o § 1º. rio da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes Próprios
de Previdência Social, estabelecerá prazo para que o regime de ori-
CAPÍTULO III gem analise os requerimentos apresentados pelos regimes institui-
DA OPERACIONALIZAÇÃO DA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA dores, observada a ordem cronológica dos requerimentos, sobre o
qual incidirá a mesma atualização dos valores dos recolhimentos
Art. 10. A Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de em atraso de contribuições previdenciárias arrecadadas pelo RGPS
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia disponibilizará aos requerimentos que ultrapassarem o prazo determinado.
para adesão do INSS, órgão gestor do RGPS, e dos RPPS da União, Art. 12. Aplica-se a prescrição quinquenal, nos termos do dis-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sistema de com- posto no Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, aos valores
pensação previdenciária destinado a manter atualizado o cadastro não pagos nem reclamados em época própria do surgimento da
de todos os benefícios objeto de compensação financeira e a apurar pretensão, que ocorrerá:
o montante devido pelos regimes. I - no primeiro dia subsequente ao registro do ato concessório
§ 1º Para o processamento do requerimento de compensação de aposentadoria ou a pensão pelo Tribunal de Contas competente,
financeira pelo sistema, o INSS e os RPPS celebrarão termo de ade- quando o regime instituidor for o RPPS; ou
são com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministé- II - no primeiro dia subsequente ao recebimento da primeira
rio da Economia e contrato com a empresa de tecnologia desenvol- prestação, quando o regime instituidor for o RGPS.
vedora do sistema de compensação previdenciária. Parágrafo único. O prazo prescricional da compensação finan-
§ 2º O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência ceira relativo ao período do estoque do RPPS será contado a partir
Social estabelecerá as diretrizes para as relações negociais do INSS e da entrada em vigor deste Decreto.
dos RPPS com a empresa de tecnologia responsável pelo desenvol- Art. 13. Os regimes instituidores deverão registrar imediata-
vimento do sistema de compensação previdenciária. mente no sistema de compensação previdenciária qualquer revisão
Art. 11. O sistema de compensação previdenciária disponibili- do benefício objeto de compensação financeira ou sua extinção to-
zado pela Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de Previ- tal ou parcial.
dência e Trabalho do Ministério da Economia, na forma prevista no § 1º Caso a revisão do benefício modifique o seu valor inicial,
art. 10, conterá o cadastro atualizado de todos os benefícios objeto serão utilizados os mesmos parâmetros para a concessão da com-
de compensação financeira entre o RGPS e os RPPS, e destes entre pensação financeira, recalculados os valores de compensação devi-
si, incluído o total que cada regime deve aos demais como compen- dos ao regime instituidor desde a data de início de pagamento do
sação financeira. benefício, observada a prescrição quinquenal.
§ 1º Até o dia trinta de cada mês, será disponibilizado ao re- § 2º Na hipótese de revisão do benefício pela apresentação de
gime de origem o total a ser por ele desembolsado a cada regime novos elementos que resultem em decisão administrativa ou em
instituidor referente a competência do mês anterior, que corres- decisão judicial que não possuam efeitos retroativos, os valores da
ponderá ao somatório do fluxo mensal, do fluxo acumulado e do compensação financeira serão recalculados a partir do pagamento
estoque RGPS ou estoque RPPS, cujo desembolso deverá ser feito do valor do benefício revisado, observada a prescrição quinquenal.
até o quinto dia útil do mês subsequente. § 3º As diferenças de valores decorrentes da revisão ou do pa-
§ 2º Os desembolsos pelo regime de origem só serão feitos gamento de compensação financeira em relação a benefício cessa-
para o regime instituidor que comprovar ser credor no cômputo da do serão compensadas no mês seguinte ao da constatação.
compensação financeira devida entre ambos os regimes. § 4º O direito de anular os atos de concessão, revisão ou in-
§ 3º Observado o disposto no § 2º, o pagamento da compen- deferimento da compensação financeira decairá no prazo de cin-
sação financeira pelo RGPS exige a comprovação da inexistência de co anos, contado da data em que tenham sido praticados, exceto
débitos do ente federativo do regime instituidor pelo não recolhi- se comprovada má-fé, nos termos do disposto no art. 54 da Lei nº
mento de contribuições previdenciárias devidas ao RGPS e pelo dis- 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
posto no art. 8º da Lei nº 9.702, de 17 de novembro de 1998.
§ 4º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministé- CAPÍTULO IV
rio da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes Próprios DISPOSIÇÕES SOBRE A COMPENSAÇÃO FINANCEIRA
de Previdência Social, poderá estabelecer a parcela mínima mensal
de desembolso ao regime instituidor, cujo valor inferior ao piso será Art. 14. Caso a unidade gestora do RPPS possua personalidade
acumulado até alcançar o valor estipulado. jurídica própria, o ente federativo responderá solidariamente pelas
§ 5º Na hipótese de descumprimento do prazo de desembolso obrigações previstas neste Decreto.
estipulado no § 1º, serão aplicadas as mesmas normas em vigor Art. 15. Os recursos financeiros recebidos pelo RPPS a título de
para atualização dos valores dos recolhimentos em atraso de con- compensação financeira somente poderão ser utilizados no paga-
tribuições previdenciárias arrecadadas pelo RGPS. mento de benefícios previdenciários do respectivo regime.
Art. 16. O tempo de serviço equivalente ao período das con-
tribuições apuradas e parceladas nos termos do disposto no art.
154 do Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade
Social, aprovado pelo Decreto nº 2.173, de 5 de março de 1997,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
devidas por Estados, Distrito Federal e Municípios ao INSS em razão a) dois de RPPS dos Estados ou do Distrito Federal;
da extinção de RPPS com o retorno dos respectivos servidores ao b) dois de RPPS dos Municípios;
RGPS, desde que não tenha sido compensado com contribuições c) um de entidade de âmbito nacional representativa de unida-
previdenciárias devidas ao RGPS, será computado como tempo de des gestoras de RPPS;
contribuição ao RGPS, inclusive para efeito de contagem recíproca d) um de entidade de âmbito nacional representativa dos Esta-
de tempo de contribuição e apuração do valor da compensação fi- dos e do Distrito Federal; e
nanceira de que trata este Decreto. e) um de entidade de âmbito nacional representativa dos Mu-
Parágrafo único. Compete ao INSS a emissão de Certidão de nicípios; e
Tempo de Contribuição referente ao tempo de contribuição de que V - três de segurados e beneficiários de RPPS, dentre os quais:
trata o caput. a) um da União;
Art. 17. Caberá recurso administrativo da análise dos requeri- b) um dos Estados ou do Distrito Federal; e
mentos da compensação financeira entre o RGPS e os RPPS e entre c) um dos Municípios.
estes regimes e do pagamento dos valores relativos à compensação § 1º Cada membro do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
financeira, que será julgado pelo Conselho de Recursos da Previ- de Previdência Social terá um suplente, que o substituirá em suas
dência Social, na forma definida em seu regimento interno. ausências e impedimentos.
CAPÍTULO V § 2º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
DO CONSELHO NACIONAL DOS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVI- de Previdência Social de que tratam os incisos I e II do caput e res-
DÊNCIA SOCIAL pectivos suplentes serão indicados pelos órgãos que representam.
Art. 18. Fica instituído o Conselho Nacional dos Regimes Pró- § 3º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
prios de Previdência Social, com as seguintes competências: de Previdência Social de que tratam os incisos III e V do caput e
I - participar da definição das políticas e das diretrizes gerais respectivos suplentes serão escolhidos conforme os critérios esta-
relativas aos RPPS; belecidos em ato da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho
II - propor a elaboração e a revisão de normas e procedimentos do Ministério da Economia.
relativos aos RPPS e à compensação financeira entre o RGPS e os § 4º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
RPPS e destes entre si; de Previdência Social de que trata o inciso IV do caput e respectivos
III - examinar proposições de normas e procedimentos relativos suplentes serão indicados pelo Conselho Nacional dos Dirigentes de
aos RPPS e à compensação financeira entre os regimes; Regimes Próprios de Previdência Social.
IV - deliberar sobre os parâmetros, as diretrizes e os critérios § 5º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
de responsabilidade previdenciária na instituição, na organização e de Previdência Social e respectivos suplentes terão mandato de
no funcionamento dos RPPS, relativos a custeio, benefícios, atuá- dois anos, admitida a recondução.
ria, contabilidade, aplicação e utilização de recursos e constituição § 6º A autoridade responsável pela indicação para membro
e manutenção dos fundos previdenciários, a serem estabelecidos do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social
pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da poderá requerer, a qualquer tempo e a seu critério, a substituição
Economia; do indicado por novo representante, que cumprirá o mandato pelo
V - propor metas e ações que contribuam para o aprimoramen- prazo remanescente.
to dos RPPS e da compensação financeira; § 7º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
VI - participar da definição e acompanhar o desenvolvimento de Previdência Social serão designados pelo Secretário de Previdên-
de sistemas relativos aos RPPS e à compensação previdenciária; cia da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério
VII - participar da definição de ações de educação previdenci- da Economia.
ária, de intercâmbio de informações e de articulação entre órgãos § 8º A Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de Pre-
e entidades, públicas ou privadas, nacionais ou internacionais que vidência e Trabalho do Ministério da Economia indicará, dentre os
atuem com previdência; representantes de que trata a alínea “a” do inciso I do caput, o Pre-
VIII - acompanhar e avaliar a implementação de políticas, dire- sidente do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência
trizes gerais, metas, ações e a aplicação das normas e dos procedi- Social, que designará um Secretário-Executivo para auxiliá-lo na
mentos relativos aos RPPS e à compensação financeira pelos entes gestão das atividades do Conselho.
federativos; Art. 20. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previ-
IX - deliberar sobre o Programa de Certificação Institucional e dência Social se reunirá, em caráter ordinário, quadrimestralmente,
Modernização da Gestão dos Regimes Próprios de Previdência So- por convocação do seu Presidente.
cial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios - § 1º O Presidente do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
Pró-Gestão RPPS; e de Previdência Social poderá convocar reunião extraordinária, por
X - elaborar e aprovar o seu regimento interno. iniciativa própria ou por requerimento de, no mínimo cinco, de seus
Art. 19. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previ- membros, para tratar de tema específico.
dência Social será composto por representantes dos seguintes ór- § 2º O quórum de reunião do Conselho Nacional dos Regimes
gãos e entidades: Próprios de Previdência Social é de maioria absoluta dos membros
I - do Ministério da Economia: e o quórum de aprovação é de maioria simples.
a) dois da Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de § 3º Além do voto ordinário, o Presidente do Conselho Nacio-
Previdência; e nal dos Regimes Próprios de Previdência Social terá o voto de quali-
b) um da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal da dade em caso de empate.
Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital; § 4º As reuniões do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
II - um do INSS; de Previdência Social serão realizadas preferencialmente por meio
III - um dos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal de videoconferência.
ou dos Municípios;
IV - sete dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,
dentre os quais:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5º O deslocamento dos membros do Conselho Nacional dos XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
Regimes Próprios de Previdência Social para as reuniões presenciais garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po-
será custeado pelo órgão ou pela entidade responsável pela indica- lícias militares e dos corpos de bombeiros militares;
ção do representante. ....................................................................................................
Art. 21. A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional dos Re- .............................” (NR)
gimes Próprios de Previdência Social será exercida pela Secretaria “Art. 37. ......................................................................................
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. ............................
Art. 22. A participação no Conselho Nacional dos Regimes Pró- ....................................................................................................
prios de Previdência Social será considerada prestação de serviço ........................................
público relevante, não remunerada. § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
Art. 23. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previ- daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
dência Social poderá instituir grupos de trabalho para auxiliá-lo no des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
desenvolvimento de suas atividades. capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
Parágrafo único. A criação de grupos de trabalho no âmbito do desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social ob- para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
servará o disposto no inciso VI do caput do art. 6º do Decreto nº gem.
9.759, de 11 de abril de 2019. § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
Art. 24. As atas das reuniões do Conselho Nacional dos Regimes de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
Próprios de Previdência Social serão publicadas no sítio eletrônico inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom-
da Previdência Social. pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser-
CAPÍTULO IV vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
DISPOSIÇÕES FINAIS não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
Art. 25. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão social.” (NR)
aderir à compensação financeira de que trata este Decreto até 31 “Art. 38. ......................................................................................
de dezembro de 2021, sob pena de incidirem as sanções de que tra- ............................
ta o art. 7º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, e a suspen- ....................................................................................................
são do pagamento da compensação financeira devida pelo RGPS. .......................................
Art. 26. A União adotará as providências necessárias para que a V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên-
compensação financeira entre o RPPS da União e o RGPS seja ope- cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de
racionalizada a partir de 2021. origem.” (NR)
Art. 27. Fica revogado o Decreto nº 3.112, de 6 de julho de “Art. 39. ......................................................................................
1999. (Vigência) ............................
Art. 28. Este Decreto entra em vigor: ....................................................................................................
I - em 1º de janeiro de 2020, quanto ao art. 27 e aos demais ........................................
dispositivos aplicáveis à compensação financeira entre o RGPS e os § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
RPPS; rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
II - em 1º de janeiro de 2021, quanto aos dispositivos aplicáveis em comissão à remuneração do cargo efetivo.” (NR)
à compensação financeira entre os RPPS; e “Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servido-
III - na data de sua publicação, quanto aos art. 18 ao art. 24. res titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103/2019 preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
social será aposentado:
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103, DE 12 DE NOVEMBRO DE I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
2019 que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
Altera o sistema de previdência social e estabelece regras de verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
transição e disposições transitórias. são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
....................................................................................................
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos .......................................
termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
seguinte Emenda ao texto constitucional: se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
alterações: tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
“Art. 22. ...................................................................................... demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
............................ ente federativo.
.................................................................................................... § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
....................................... ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se- § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. de entidade aberta de previdência complementar.
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- ....................................................................................................
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- ........................................
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que
profissional e interdisciplinar. tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo-
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con-
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que compulsória.
tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des-
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
dos para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exer- veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
cidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a carac- § 22.
terização por categoria profissional ou ocupação. § 21. (Revogado).
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ-
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos,
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complemen- sobre:
tar do respectivo ente federativo. I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos Regime Geral de Previdência Social;
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- cursos;
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a III - fiscalização pela União e controle externo e social;
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
Geral de Previdência Social. V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do qualquer natureza;
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. servados os princípios relacionados com governança, controle in-
.................................................................................................... terno e transparência;
....................................... VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta-
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o mente, com a gestão do regime;
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres- IX - condições para adesão a consórcio público;
pondente será contado para fins de disponibilidade. X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de
.................................................................................................... alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias.” (NR)
....................................... “Art. 93. ......................................................................................
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re- ............................
gime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e ....................................................................................................
critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. .......................................
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado,
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. assegurada ampla defesa;
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins- ....................................................................................................
tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime ............................” (NR)
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes “Art. 103-B. ................................................................................
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re- ............................
gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e ....................................................................................................
das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o .......................................
disposto no § 16. § 4º ............................................................................................
.............................

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
.................................................................................................... ....................................................................................................
....................................... .......................................
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, § 22 do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de previ-
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro dência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem no art. 249, para a realização de despesas distintas do pagamento
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, po- dos benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àque-
dendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remo- le regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu
ção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, funcionamento;
assegurada ampla defesa; XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de
.................................................................................................... avais, as garantias e as subvenções pela União e a concessão de em-
.............................” (NR) préstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais
“Art. 109. .................................................................................... aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de
............................ descumprimento das regras gerais de organização e de funciona-
.................................................................................................... mento de regime próprio de previdência social.
....................................... ....................................................................................................
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Jus- ............................” (NR)
tiça Federal em que forem parte instituição de previdência social “Art. 194. ....................................................................................
e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual ............................
quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara Parágrafo único. .........................................................................
federal. ............................
.................................................................................................... ....................................................................................................
............................” (NR) .......................................
“Art. 130-A. ................................................................................ VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em
............................ rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as des-
.................................................................................................... pesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social,
....................................... preservado o caráter contributivo da previdência social;
§ 2º ............................................................................................ ....................................................................................................
............................. .............................” (NR)
.................................................................................................... “Art. 195. ....................................................................................
....................................... ............................
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou ....................................................................................................
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive ........................................
contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disci- II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência so-
plinar e correicional da instituição, podendo avocar processos dis- cial, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o
ciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdên-
.................................................................................................... cia Social;
.............................” (NR) ....................................................................................................
“Art. 149. .................................................................................... ........................................
............................ § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade
instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da
próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sen-
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progres- do também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas
sivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proven- apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput.
tos de aposentadoria e de pensões. (Vigência) ....................................................................................................
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordiná- ........................................
ria dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos § 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo su-
proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mí- perior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a
nimo. (Vigência) remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § “a” do inciso I e o inciso II do caput.
1º-A para equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de ....................................................................................................
contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores pú- ........................................
blicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. (Vigência) § 13. (Revogado).
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B § 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de
deverá ser instituída simultaneamente com outras medidas para contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competên-
equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, cia cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima
contado da data de sua instituição. (Vigência) mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de
.................................................................................................... contribuições.” (NR)
............................” (NR) “Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do
“Art. 167. .................................................................................... Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de fi-
............................ liação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou per- § 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas
manente para o trabalho e idade avançada; públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias
.................................................................................................... serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento
....................................... do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em
para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei com- lei.” (NR)
plementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de con- “Art. 202. ....................................................................................
tribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria ............................
exclusivamente em favor dos segurados: ....................................................................................................
I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biop- .......................................
sicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União,
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias,
agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou asso- fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas
ciação desses agentes, vedada a caracterização por categoria pro- direta ou indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de
fissional ou ocupação. benefícios previdenciários, e as entidades de previdência comple-
.................................................................................................... mentar.
....................................... § 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no
§ 7º ............................................................................................ que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessioná-
............................. rias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (ses- planos de benefícios em entidades de previdência complementar.
senta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo § 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a desig-
de contribuição; nação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previ-
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e dência complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata
cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para o § 4º e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e
os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de dis-
nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador arte- cussão e deliberação.” (NR)
sanal. “Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº
reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº
e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa
recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previ- do seguro-desemprego, outras ações da previdência social e o abo-
dência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes no de que trata o § 3º deste artigo.
entre si, observada a compensação financeira, de acordo com os § 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28%
critérios estabelecidos em lei. (vinte e oito por cento) serão destinados para o financiamento de
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de programas de desenvolvimento econômico, por meio do Banco
que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Re- Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de
gime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdên- remuneração que preservem o seu valor.
cia social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ....................................................................................................
ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre ............................
as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de § 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados
contribuição aos demais regimes. na forma do § 1º e seus resultados serão anualmente avaliados e
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de be- divulgados em meio de comunicação social eletrônico e apresenta-
nefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do dos em reunião da comissão mista permanente de que trata o § 1º
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de do art. 166.” (NR)
Previdência Social e pelo setor privado. Art. 2º O art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transi-
.................................................................................................... tórias passa a vigorar com a seguinte redação:
........................................ “Art. 76. ......................................................................................
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, ............................
com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de ....................................................................................................
baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de infor- .......................................
malidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusiva- § 4º A desvinculação de que trata o caput não se aplica às re-
mente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde ceitas das contribuições sociais destinadas ao custeio da seguridade
que pertencentes a famílias de baixa renda. social.” (NR)
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § Art. 3º A concessão de aposentadoria ao servidor público fede-
12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo. ral vinculado a regime próprio de previdência social e ao segurado
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício do Regime Geral de Previdência Social e de pensão por morte aos
para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de con- respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, des-
tagem recíproca. de que tenham sido cumpridos os requisitos para obtenção desses
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condi- benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitu-
ções para a acumulação de benefícios previdenciários. cional, observados os critérios da legislação vigente na data em que
foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria
ou da pensão por morte.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º Os proventos de aposentadoria devidos ao servidor pú- partir de 1º de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano, até atingir
blico a que se refere o caput e as pensões por morte devidas aos o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, e de 100 (cem)
seus dependentes serão calculados e reajustados de acordo com a pontos, se homem.
legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos § 6º Os proventos das aposentadorias concedidas nos termos
nela estabelecidos para a concessão desses benefícios. do disposto neste artigo corresponderão:
§ 2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que I - à totalidade da remuneração do servidor público no cargo
se refere o caput e as pensões por morte devidas aos seus depen- efetivo em que se der a aposentadoria, observado o disposto no §
dentes serão apurados de acordo com a legislação em vigor à épo- 8º, para o servidor público que tenha ingressado no serviço públi-
ca em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a co em cargo efetivo até 31 de dezembro de 2003 e que não tenha
concessão desses benefícios. feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da Constituição Federal,
§ 3º Até que entre em vigor lei federal de que trata o § 19 do desde que tenha, no mínimo, 62 (sessenta e dois) anos de idade, se
art. 40 da Constituição Federal, o servidor de que trata o caput que mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, ou, para
tenha cumprido os requisitos para aposentadoria voluntária com os titulares do cargo de professor de que trata o § 4º, 57 (cinquenta
base no disposto na alínea “a” do inciso III do § 1º do art. 40 da e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se
Constituição Federal, na redação vigente até a data de entrada em homem;
vigor desta Emenda Constitucional, no art. 2º, no § 1º do art. 3º ou II - ao valor apurado na forma da lei, para o servidor público
no art. 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de não contemplado no inciso I.
2003, ou no art. 3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho § 7º Os proventos das aposentadorias concedidas nos termos
de 2005, que optar por permanecer em atividade fará jus a um abo- do disposto neste artigo não serão inferiores ao valor a que se re-
no de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previ- fere o § 2º do art. 201 da Constituição Federal e serão reajustados:
denciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitucio-
Art. 4º O servidor público federal que tenha ingressado no ser- nal nº 41, de 19 de dezembro de 2003, se cumpridos os requisitos
viço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta previstos no inciso I do § 6º; ou II - nos termos estabelecidos para o
Emenda Constitucional poderá aposentarse voluntariamente quan- Regime Geral de Previdência Social, na hipótese prevista no inciso
do preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: II do § 6º.
I - 56 (cinquenta e seis) anos de idade, se mulher, e 61 (sessenta § 8º Considera-se remuneração do servidor público no cargo
e um) anos de idade, se homem, observado o disposto no § 1º; efetivo, para fins de cálculo dos proventos de aposentadoria com
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e fundamento no disposto no inciso I do § 6º ou no inciso I do § 2º do
cinco) anos de contribuição, se homem; art. 20, o valor constituído pelo subsídio, pelo vencimento e pelas
III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público; vantagens pecuniárias permanentes do cargo, estabelecidos em lei,
IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposenta- acrescidos dos adicionais de caráter individual e das vantagens pes-
doria; e soais permanentes, observados os seguintes critérios:
V - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas I - se o cargo estiver sujeito a variações na carga horária, o valor
as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96 das rubricas que refletem essa variação integrará o cálculo do valor
(noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ da remuneração do servidor público no cargo efetivo em que se
2º e 3º. deu a aposentadoria, considerando-se a média aritmética simples
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2022, a idade mínima a que dessa carga horária proporcional ao número de anos completos de
se refere o inciso I do caput será de 57 (cinquenta e sete) anos de recebimento e contribuição, contínuos ou intercalados, em relação
idade, se mulher, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se homem. ao tempo total exigido para a aposentadoria;
§ 2º A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação a que se re- II - se as vantagens pecuniárias permanentes forem variáveis
fere o inciso V do caput será acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, por estarem vinculadas a indicadores de desempenho, produtivida-
até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento de ou situação similar, o valor dessas vantagens integrará o cálculo
e cinco) pontos, se homem. da remuneração do servidor público no cargo efetivo mediante a
§ 3º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias aplicação, sobre o valor atual de referência das vantagens pecuniá-
para o cálculo do somatório de pontos a que se referem o inciso V rias permanentes variáveis, da média aritmética simples do indica-
do caput e o § 2º. dor, proporcional ao número de anos completos de recebimento e
§ 4º Para o titular do cargo de professor que comprovar exclu- de respectiva contribuição, contínuos ou intercalados, em relação
sivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na ao tempo total exigido para a aposentadoria ou, se inferior, ao tem-
educação infantil e no ensino fundamental e médio, os requisitos po total de percepção da vantagem.
de idade e de tempo de contribuição de que tratam os incisos I e II § 9º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados,
do caput serão: do Distrito Federal e dos Municípios as normas constitucionais e
I - 51 (cinquenta e um) anos de idade, se mulher, e 56 (cinquen- infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta
ta e seis) anos de idade, se homem; Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na
II - 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trin- legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de pre-
ta) anos de contribuição, se homem; e vidência social.
III - 52 (cinquenta e dois) anos de idade, se mulher, e 57 (cin- § 10. Estende-se o disposto no § 9º às normas sobre aposenta-
quenta e sete) anos de idade, se homem, a partir de 1º de janeiro doria de servidores públicos incompatíveis com a redação atribuída
de 2022. por esta Emenda Constitucional aos §§ 4º, 4º-A, 4º-B e 4º-C do art.
§ 5º O somatório da idade e do tempo de contribuição de que 40 da Constituição Federal.
trata o inciso V do caput para as pessoas a que se refere o § 4º, Art. 5º O policial civil do órgão a que se refere o inciso XIV do
incluídas as frações, será de 81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e caput do art. 21 da Constituição Federal, o policial dos órgãos a que
91 (noventa e um) pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a se referem o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a III do caput do art. 144 da Constituição Federal
e o ocupante de cargo de agente federal penitenciário ou socioe-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ducativo que tenham ingressado na respectiva carreira até a data § 5º Para fins do disposto no § 4º, não será considerada como
de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderão aposen- ausência de deficit a implementação de segregação da massa de
tar-se, na forma da Lei Complementar nº 51, de 20 de dezembro segurados ou a previsão em lei de plano de equacionamento de
de 1985, observada a idade mínima de 55 (cinquenta e cinco) anos deficit.
para ambos os sexos ou o disposto no § 3º. § 6º A instituição do regime de previdência complementar na
§ 1º Serão considerados tempo de exercício em cargo de na- forma dos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal e a adequa-
tureza estritamente policial, para os fins do inciso II do art. 1º da ção do órgão ou entidade gestora do regime próprio de previdência
Lei Complementar nº 51, de 20 de dezembro de 1985, o tempo de social ao § 20 do art. 40 da Constituição Federal deverão ocorrer no
atividade militar nas Forças Armadas, nas polícias militares e nos prazo máximo de 2 (dois) anos da data de entrada em vigor desta
corpos de bombeiros militares e o tempo de atividade como agente Emenda Constitucional.
penitenciário ou socioeducativo. § 7º Os recursos de regime próprio de previdência social pode-
§ 2º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados rão ser aplicados na concessão de empréstimos a seus segurados,
de que trata o § 4º-B do art. 40 da Constituição Federal as normas na modalidade de consignados, observada regulamentação especí-
constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada fica estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não promovidas § 8º Por meio de lei, poderá ser instituída contribuição extra-
alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime ordinária pelo prazo máximo de 20 (vinte) anos, nos termos dos §§
próprio de previdência social. 1º-B e 1º-C do art. 149 da Constituição Federal. (Vide)
§ 3º Os servidores de que trata o caput poderão aposentar- § 9º O parcelamento ou a moratória de débitos dos entes fede-
-se aos 52 (cinquenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 53 rativos com seus regimes próprios de previdência social fica limita-
(cinquenta e três) anos de idade, se homem, desde que cumprido do ao prazo a que se refere o § 11 do art. 195 da Constituição.
período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os be-
na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria nefícios do regime próprio de previdência social dos servidores da
para atingir o tempo de contribuição previsto na Lei Complementar União, aplica-se o disposto neste artigo.
nº 51, de 20 de dezembro de 1985. § 1º Os servidores públicos federais serão aposentados:
Art. 6º O disposto no § 14 do art. 37 da Constituição Federal I - voluntariamente, observados, cumulativamente, os seguin-
não se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de tes requisitos:
Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda a) 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta
Constitucional. e cinco) anos de idade, se homem; e
Art. 7º O disposto no § 15 do art. 37 da Constituição Federal b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido
não se aplica a complementações de aposentadorias e pensões o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço
concedidas até a data de entrada em vigor desta Emenda Consti- público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida
tucional. a aposentadoria;
Art. 8º Até que entre em vigor lei federal de que trata o § 19 II - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
do art. 40 da Constituição Federal, o servidor público federal que que estiverem investidos, quando insuscetíveis de readaptação, hi-
cumprir as exigências para a concessão da aposentadoria voluntá- pótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódi-
ria nos termos do disposto nos arts. 4º, 5º, 20, 21 e 22 e que optar cas para verificação da continuidade das condições que ensejaram
por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência a concessão da aposentadoria; ou
equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, até com- III - compulsoriamente, na forma do disposto no inciso II do §
pletar a idade para aposentadoria compulsória. 1º do art. 40 da Constituição Federal.
Art. 9º Até que entre em vigor lei complementar que discipline § 2º Os servidores públicos federais com direito a idade míni-
o § 22 do art. 40 da Constituição Federal, aplicam-se aos regimes ma ou tempo de contribuição distintos da regra geral para conces-
próprios de previdência social o disposto na Lei nº 9.717, de 27 de são de aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da
novembro de 1998, e o disposto neste artigo. Constituição Federal poderão aposentar-se, observados os seguin-
§ 1º O equilíbrio financeiro e atuarial do regime próprio de tes requisitos:
previdência social deverá ser comprovado por meio de garantia de I - o policial civil do órgão a que se refere o inciso XIV do caput
equivalência, a valor presente, entre o fluxo das receitas estima- do art. 21 da Constituição Federal, o policial dos órgãos a que se
das e das despesas projetadas, apuradas atuarialmente, que, jun- referem o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art.
tamente com os bens, direitos e ativos vinculados, comparados às 52 e os incisos I a III do caput do art. 144 da Constituição Federal e
obrigações assumidas, evidenciem a solvência e a liquidez do plano o ocupante de cargo de agente federal penitenciário ou socioeduca-
de benefícios. tivo, aos 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, com 30 (trinta) anos
§ 2º O rol de benefícios dos regimes próprios de previdência de contribuição e 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício em
social fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte. cargo dessas carreiras, para ambos os sexos;
§ 3º Os afastamentos por incapacidade temporária para o tra- II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas
balho e o salário-maternidade serão pagos diretamente pelo ente com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos preju-
federativo e não correrão à conta do regime próprio de previdência diciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracteriza-
social ao qual o servidor se vincula. ção por categoria profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não pode- de idade, com 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição e contri-
rão estabelecer alíquota inferior à da contribuição dos servidores buição, 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cin-
da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio co) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;
de previdência social não possui deficit atuarial a ser equacionado, III - o titular do cargo federal de professor, aos 60 (sessenta)
hipótese em que a alíquota não poderá ser inferior às alíquotas apli- anos de idade, se homem, aos 57 (cinquenta e sete) anos, se mu-
cáveis ao Regime Geral de Previdência Social. lher, com 25 (vinte e cinco) anos de contribuição exclusivamente em
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
no ensino fundamental e médio, 10 (dez) anos de efetivo exercício § 3º Os valores previstos no § 1º serão reajustados, a partir da
de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for con- data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, na mesma
cedida a aposentadoria, para ambos os sexos. data e com o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios
§ 3º A aposentadoria a que se refere o § 4º-C do art. 40 da do Regime Geral de Previdência Social, ressalvados aqueles vincu-
Constituição Federal observará adicionalmente as condições e os lados ao salário-mínimo, aos quais se aplica a legislação específica.
requisitos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social, § 4º A alíquota de contribuição de que trata o caput, com a
naquilo em que não conflitarem com as regras específicas aplicáveis redução ou a majoração decorrentes do disposto no § 1º, será de-
ao regime próprio de previdência social da União, vedada a conver- vida pelos aposentados e pensionistas de quaisquer dos Poderes
são de tempo especial em comum. da União, incluídas suas entidades autárquicas e suas fundações, e
§ 4º Os proventos das aposentadorias concedidas nos termos incidirá sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadoria e
do disposto neste artigo serão apurados na forma da lei. de pensões que supere o limite máximo estabelecido para os bene-
§ 5º Até que entre em vigor lei federal de que trata o § 19 do fícios do Regime Geral de Previdência Social, hipótese em que será
art. 40 da Constituição Federal, o servidor federal que cumprir as considerada a totalidade do valor do benefício para fins de defini-
exigências para a concessão da aposentadoria voluntária nos ter- ção das alíquotas aplicáveis.
mos do disposto neste artigo e que optar por permanecer em ativi- Art. 12. A União instituirá sistema integrado de dados relativos
dade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da às remunerações, proventos e pensões dos segurados dos regimes
sua contribuição previdenciária, até completar a idade para apo- de previdência de que tratam os arts. 40, 201 e 202 da Constituição
sentadoria compulsória. Federal, aos benefícios dos programas de assistência social de que
§ 6º A pensão por morte devida aos dependentes do policial trata o art. 203 da Constituição Federal e às remunerações, proven-
civil do órgão a que se refere o inciso XIV do caput do art. 21 da tos de inatividade e pensão por morte decorrentes das atividades
Constituição Federal, do policial dos órgãos a que se referem o in- militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal,
ciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os em interação com outras bases de dados, ferramentas e platafor-
incisos I a III do caput do art. 144 da Constituição Federal e dos mas, para o fortalecimento de sua gestão, governança e transparên-
ocupantes dos cargos de agente federal penitenciário ou socioedu- cia e o cumprimento das disposições estabelecidas nos incisos XI e
cativo decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da XVI do art. 37 da Constituição Federal.
função será vitalícia para o cônjuge ou companheiro e equivalente § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
à remuneração do cargo. e os órgãos e entidades gestoras dos regimes, dos sistemas e dos
§ 7º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, programas a que se refere o caput disponibilizarão as informações
do Distrito Federal e dos Municípios as normas constitucionais e necessárias para a estruturação do sistema integrado de dados e
infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta terão acesso ao compartilhamento das referidas informações, na
Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na forma da legislação.
legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de pre- § 2º É vedada a transmissão das informações de que trata este
vidência social. artigo a qualquer pessoa física ou jurídica para a prática de ativida-
Art. 11. Até que entre em vigor lei que altere a alíquota da con- de não relacionada à fiscalização dos regimes, dos sistemas e dos
tribuição previdenciária de que tratam os arts. 4º, 5º e 6º da Lei programas a que se refere o caput.
nº 10.887, de 18 de junho de 2004, esta será de 14 (quatorze por Art. 13. Não se aplica o disposto no § 9º do art. 39 da Constitui-
cento). (Vigência) ção Federal a parcelas remuneratórias decorrentes de incorporação
§ 1º A alíquota prevista no caput será reduzida ou majorada, de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de
considerado o valor da base de contribuição ou do benefício recebi- função de confiança ou de cargo em comissão efetivada até a data
do, de acordo com os seguintes parâmetros: de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.
I - até 1 (um) salário-mínimo, redução de seis inteiros e cinco Art. 14. Vedadas a adesão de novos segurados e a instituição
décimos pontos percentuais; de novos regimes dessa natureza, os atuais segurados de regime de
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil previdência aplicável a titulares de mandato eletivo da União, dos
reais), redução de cinco pontos percentuais; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderão, por meio de
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 opção expressa formalizada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
(três mil reais), redução de dois pontos percentuais; contado da data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional,
IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até R$ 5.839,45 retirar-se dos regimes previdenciários aos quais se encontrem vin-
(cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e quarenta e cinco centa- culados.
vos), sem redução ou acréscimo; § 1º Os segurados, atuais e anteriores, do regime de previdên-
V - de R$ 5.839,46 (cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e cia de que trata a Lei nº 9.506, de 30 de outubro de 1997, que fize-
quarenta e seis centavos) até R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrésci- rem a opção de permanecer nesse regime previdenciário deverão
mo de meio ponto percentual; cumprir período adicional correspondente a 30% (trinta por cento)
VI - de R$ 10.000,01 (dez mil reais e um centavo) até R$ do tempo de contribuição que faltaria para aquisição do direito à
20.000,00 (vinte mil reais), acréscimo de dois inteiros e cinco déci- aposentadoria na data de entrada em vigor desta Emenda Consti-
mos pontos percentuais; tucional e somente poderão aposentar-se a partir dos 62 (sessenta
VII - de R$ 20.000,01 (vinte mil reais e um centavo) até R$ e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de
39.000,00 (trinta e nove mil reais), acréscimo de cinco pontos per- idade, se homem.
centuais; e § 2º Se for exercida a opção prevista no caput, será assegurada
VIII - acima de R$ 39.000,00 (trinta e nove mil reais), acréscimo a contagem do tempo de contribuição vertido para o regime de pre-
de oito pontos percentuais. vidência ao qual o segurado se encontrava vinculado, nos termos do
§ 2º A alíquota, reduzida ou majorada nos termos do disposto disposto no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
no § 1º, será aplicada de forma progressiva sobre a base de contri- § 3º A concessão de aposentadoria aos titulares de mandato
buição do servidor ativo, incidindo cada alíquota sobre a faixa de eletivo e de pensão por morte aos dependentes de titular de man-
valores compreendida nos respectivos limites. dato eletivo falecido será assegurada, a qualquer tempo, desde que
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cumpridos os requisitos para obtenção desses benefícios até a data cidos 6 (seis) meses, a cada ano, às idades previstas no inciso II do
de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, observados os caput, até atingirem 57 (cinquenta e sete) anos, se mulher, e 60
critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os (sessenta) anos, se homem.
requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por § 3º O valor da aposentadoria concedida nos termos do dispos-
morte. to neste artigo será apurado na forma da lei.
§ 4º Observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201 da Cons- Art. 17. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência So-
tituição Federal, o tempo de contribuição a regime próprio de pre- cial até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional e
vidência social e ao Regime Geral de Previdência Social, assim como que na referida data contar com mais de 28 (vinte e oito) anos de
o tempo de contribuição decorrente das atividades militares de que contribuição, se mulher, e 33 (trinta e três) anos de contribuição, se
tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, que tenha sido homem, fica assegurado o direito à aposentadoria quando preen-
considerado para a concessão de benefício pelos regimes a que se cher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
refere o caput não poderá ser utilizado para obtenção de benefício I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e
naqueles regimes. cinco) anos de contribuição, se homem; e
§ 5º Lei específica do Estado, do Distrito Federal ou do Municí- II - cumprimento de período adicional correspondente a 50%
pio deverá disciplinar a regra de transição a ser aplicada aos segu- (cinquenta por cento) do tempo que, na data de entrada em vigor
rados que, na forma do caput, fizerem a opção de permanecer no desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir 30 (trinta) anos
regime previdenciário de que trata este artigo. de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribui-
Art. 15. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência So- ção, se homem.
cial até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, Parágrafo único. O benefício concedido nos termos deste artigo
fica assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchi- terá seu valor apurado de acordo com a média aritmética simples
dos, cumulativamente, os seguintes requisitos: dos salários de contribuição e das remunerações calculada na for-
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e ma da lei, multiplicada pelo fator previdenciário, calculado na for-
cinco) anos de contribuição, se homem; e ma do disposto nos §§ 7º a 9º do art. 29 da Lei nº 8.213, de 24 de
II - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas julho de 1991.
as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96 Art. 18. O segurado de que trata o inciso I do § 7º do art. 201 da
(noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ Constituição Federal filiado ao Regime Geral de Previdência Social
1º e 2º. até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional pode-
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação a que se re- rá aposentar-se quando preencher, cumulativamente, os seguintes
fere o inciso II do caput será acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, requisitos:
até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento I - 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cin-
e cinco) pontos, se homem. co) anos de idade, se homem; e
§ 2º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias II - 15 (quinze) anos de contribuição, para ambos os sexos.
para o cálculo do somatório de pontos a que se referem o inciso II § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 (sessenta)
do caput e o § 1º. anos da mulher, prevista no inciso I do caput, será acrescida em 6
§ 3º Para o professor que comprovar exclusivamente 25 (vinte (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de
e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta) anos de con- idade.
tribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magisté- § 2º O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apu-
rio na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o soma- rado na forma da lei.
tório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, será Art. 19. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição a
equivalente a 81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e que se refere o inciso I do § 7º do art. 201 da Constituição Federal, o
um) pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a partir de 1º segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social após a data
de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano para o homem e para a de entrada em vigor desta Emenda Constitucional será aposentado
mulher, até atingir o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 65 (sessenta e
e 100 (cem) pontos, se homem. cinco) anos de idade, se homem, com 15 (quinze) anos de tempo de
§ 4º O valor da aposentadoria concedida nos termos do dispos- contribuição, se mulher, e 20(vinte) anos de tempo de contribuição,
to neste artigo será apurado na forma da lei. se homem.
Art. 16. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência § 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de
Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do
fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumu- art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria:
lativamente, os seguintes requisitos: I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudi-
cinco) anos de contribuição, se homem; e ciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracteriza-
II - idade de 56 (cinquenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessen- ção por categoria profissional ou ocupação, durante, no mínimo,
ta e um) anos, se homem. 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade a que se refere disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,
o inciso II do caput será acrescida de 6 (seis) meses a cada ano, até quando cumpridos:
atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de
e cinco) anos de idade, se homem. atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição;
§ 2º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de ati-
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e vidade especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou
no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a idade c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade
de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão reduzidos especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição;
em 5 (cinco) anos, sendo, a partir de 1º de janeiro de 2020, acres-

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II - ao professor que comprove 25 (vinte e cinco) anos de contri- nº 8.213, de 24 de julho de 1991, poderão aposentar-se quando o
buição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magis- total da soma resultante da sua idade e do tempo de contribuição e
tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio e tenha o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de:
57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva ex-
de idade, se homem. posição;
§ 2º O valor das aposentadorias de que trata este artigo será II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva expo-
apurado na forma da lei. sição; e
Art. 20. O segurado ou o servidor público federal que se te- III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efe-
nha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no tiva exposição.
serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor § 1º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias
desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se voluntariamente para o cálculo do somatório de pontos a que se refere o caput. § 2º
quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na
I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessen- forma da lei.
ta) anos de idade, se homem; § 3º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados,
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e do Distrito Federal e dos Municípios cujas atividades sejam exerci-
cinco) anos de contribuição, se homem; das com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
III - para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exer- prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a ca-
cício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se racterização por categoria profissional ou ocupação, na forma do §
der a aposentadoria; 4º-C do art. 40 da Constituição Federal, as normas constitucionais
IV - período adicional de contribuição correspondente ao tem- e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta
po que, na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na
faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de pre-
inciso II. vidência social.
§ 1º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de Art. 22. Até que lei discipline o § 4º-A do art. 40 e o inciso I do
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e § 1º do art. 201 da Constituição Federal, a aposentadoria da pessoa
no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para ambos os com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social
sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cin- ou do servidor público federal com deficiência vinculado a regime
co) anos. próprio de previdência social, desde que cumpridos, no caso do
§ 2º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do dis- servidor, o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no
posto neste artigo corresponderá: serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for con-
I - em relação ao servidor público que tenha ingressado no ser- cedida a aposentadoria, será concedida na forma da Lei Comple-
viço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de 2003 e que mentar nº 142, de 8 de maio de 2013, inclusive quanto aos critérios
não tenha feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da Constitui- de cálculo dos benefícios.
ção Federal, à totalidade da remuneração no cargo efetivo em que Parágrafo único. Aplicam-se às aposentadorias dos servidores
se der a aposentadoria, observado o disposto no § 8º do art. 4º; e com deficiência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as
II - em relação aos demais servidores públicos e aos segurados normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de
do Regime Geral de Previdência Social, ao valor apurado na forma entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não pro-
da lei. movidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo
§ 3º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do dis- regime próprio de previdência social.
posto neste artigo não será inferior ao valor a que se refere o § 2º Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segu-
do art. 201 da Constituição Federal e será reajustado: rado do Regime Geral de Previdência Social ou de servidor público
I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitucio- federal será equivalente a uma cota familiar de 50% (cinquenta por
nal nº 41, de 19 de dezembro de 2003, se cumpridos os requisitos cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servi-
previstos no inciso I do § 2º; dor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapa-
II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdên- cidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez)
cia Social, na hipótese prevista no inciso II do § 2º. pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem
§ 4º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, por cento).
do Distrito Federal e dos Municípios as normas constitucionais e § 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qua-
infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta lidade e não serão reversíveis aos demais dependentes, preservado
Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o
legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de pre- número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5
vidência social. (cinco).
Art. 21. O segurado ou o servidor público federal que se tenha § 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com defici-
filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no ser- ência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte de
viço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta que trata o caput será equivalente a:
Emenda Constitucional cujas atividades tenham sido exercidas com I - 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segu-
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudi- rado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado
ciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracteriza- por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máxi-
ção por categoria profissional ou ocupação, desde que cumpridos, mo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social; e
no caso do servidor, o tempo mínimo de 20 (vinte) anos de efetivo II - uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida
exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o má-
que for concedida a aposentadoria, na forma dos arts. 57 e 58 da Lei ximo de 100% (cem por cento), para o valor que supere o limite
máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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§ 3º Quando não houver mais dependente inválido ou com de- § 4º As restrições previstas neste artigo não serão aplicadas se
ficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão será recal- o direito aos benefícios houver sido adquirido antes da data de en-
culado na forma do disposto no caput e no § 1º. trada em vigor desta Emenda Constitucional.
§ 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas § 5º As regras sobre acumulação previstas neste artigo e na
individuais por dependente até a perda dessa qualidade, o rol de legislação vigente na data de entrada em vigor desta Emenda Cons-
dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para en- titucional poderão ser alteradas na forma do § 6º do art. 40 e do §
quadramento serão aqueles estabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de 15 do art. 201 da Constituição Federal.
julho de 1991. Art. 25. Será assegurada a contagem de tempo de contribuição
§ 5º Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, fictício no Regime Geral de Previdência Social decorrente de hipó-
mental ou grave, sua condição pode ser reconhecida previamente teses descritas na legislação vigente até a data de entrada em vigor
ao óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realiza- desta Emenda Constitucional para fins de concessão de aposenta-
da por equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão doria, observando-se, a partir da sua entrada em vigor, o disposto
periódica na forma da legislação. no § 14 do art. 201 da Constituição Federal.
§ 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão § 1º Para fins de comprovação de atividade rural exercida até a
por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, o prazo de
que comprovada a dependência econômica. que tratam os §§ 1º e 2º do art. 38-B da Lei nº 8.213, de 24 de julho
§ 7º As regras sobre pensão previstas neste artigo e na legisla- de 1991, será prorrogado até a data em que o Cadastro Nacional
ção vigente na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucio- de Informações Sociais (CNIS) atingir a cobertura mínima de 50%
nal poderão ser alteradas na forma da lei para o Regime Geral de (cinquenta por cento) dos trabalhadores de que trata o § 8º do art.
Previdência Social e para o regime próprio de previdência social da 195 da Constituição Federal, apurada conforme quantitativo da Pes-
União. quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
§ 8º Aplicam-se às pensões concedidas aos dependentes de § 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em co-
servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as mum, na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,
normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar
entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não pro- tempo de efetivo exercício de atividade sujeita a condições espe-
movidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo ciais que efetivamente prejudiquem a saúde, cumprido até a data
regime próprio de previdência social. de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a conver-
Art. 24. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por são para o tempo cumprido após esta data.
morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo § 3º Considera-se nula a aposentadoria que tenha sido conce-
regime de previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo ins- dida ou que venha a ser concedida por regime próprio de previdên-
tituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveis na forma cia social com contagem recíproca do Regime Geral de Previdência
do art. 37 da Constituição Federal. Social mediante o cômputo de tempo de serviço sem o recolhimen-
§ 1º Será admitida, nos termos do § 2º, a acumulação de: to da respectiva contribuição ou da correspondente indenização
I - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de pelo segurado obrigatório responsável, à época do exercício da
um regime de previdência social com pensão por morte concedida atividade, pelo recolhimento de suas próprias contribuições previ-
por outro regime de previdência social ou com pensões decorrentes denciárias.
das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Consti- Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regi-
tuição Federal; me próprio de previdência social da União e do Regime Geral de
II - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos
um regime de previdência social com aposentadoria concedida no salários de contribuição e das remunerações adotados como base
âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio para contribuições a regime próprio de previdência social e ao Re-
de previdência social ou com proventos de inatividade decorrentes gime Geral de Previdência Social, ou como base para contribuições
das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Consti- decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142
tuição Federal; ou da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspon-
III - pensões decorrentes das atividades militares de que tratam dentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a
os arts. 42 e 142 da Constituição Federal com aposentadoria conce- competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se
dida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime posterior àquela competência.
próprio de previdência social. § 1º A média a que se refere o caput será limitada ao valor
§ 2º Nas hipóteses das acumulações previstas no § 1º, é asse- máximo do salário de contribuição do Regime Geral de Previdência
gurada a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e Social para os segurados desse regime e para o servidor que ingres-
de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumula- sou no serviço público em cargo efetivo após a implantação do re-
tivamente de acordo com as seguintes faixas: gime de previdência complementar ou que tenha exercido a opção
I - 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salá- correspondente, nos termos do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40
rio-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-mínimos; da Constituição Federal.
II - 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salá- § 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a
rios-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-mínimos; 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida na forma
III - 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários- prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos per-
-mínimos, até o limite de 4 (quatro) salários-mínimos; e centuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20
IV - 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salá- (vinte) anos de contribuição nos casos:
rios-mínimos. I - do inciso II do § 6º do art. 4º, do § 4º do art. 15, do § 3º do
§ 3º A aplicação do disposto no § 2º poderá ser revista a qual- art. 16 e do § 2º do art. 18;
quer tempo, a pedido do interessado, em razão de alteração de al- II - do § 4º do art. 10, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º
gum dos benefícios. e no § 4º deste artigo;

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III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segu- § 2º Os valores previstos no caput serão reajustados, a partir da
rados do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, na mesma
no inciso II do § 3º deste artigo; e data e com o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios
IV - do § 2º do art. 19 e do § 2º do art. 21, ressalvado o disposto do Regime Geral de Previdência Social, ressalvados aqueles vincu-
no § 5º deste artigo. lados ao salário-mínimo, aos quais se aplica a legislação específica.
§ 3º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a Art. 29. Até que entre em vigor lei que disponha sobre o § 14 do
100% (cem por cento) da média aritmética definida na forma pre- art. 195 da Constituição Federal, o segurado que, no somatório de
vista no caput e no § 1º: remunerações auferidas no período de 1 (um) mês, receber remu-
I - no caso do inciso II do § 2º do art. 20; neração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição
II - no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, poderá:
quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e I - complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o li-
de doença do trabalho. mite mínimo exigido;
§ 4º O valor do benefício da aposentadoria de que trata o inciso II - utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo
III do § 1º do art. 10 corresponderá ao resultado do tempo de con- de contribuição de uma competência em outra; ou
tribuição dividido por 20 (vinte) anos, limitado a um inteiro, multi- III - agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de dife-
plicado pelo valor apurado na forma do caput do § 2º deste artigo, rentes competências, para aproveitamento em contribuições míni-
ressalvado o caso de cumprimento de critérios de acesso para apo- mas mensais.
sentadoria voluntária que resulte em situação mais favorável. Parágrafo único. Os ajustes de complementação ou agrupa-
§ 5º O acréscimo a que se refere o caput do § 2º será aplicado mento de contribuições previstos nos incisos I, II e III do caput so-
para cada ano que exceder 15 (quinze) anos de tempo de contri- mente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil.
buição para os segurados de que tratam a alínea “a” do inciso I do Art. 30. A vedação de diferenciação ou substituição de base de
§ 1º do art. 19 e o inciso I do art. 21 e para as mulheres filiadas ao cálculo decorrente do disposto no § 9º do art. 195 da Constituição
Regime Geral de Previdência Social. Federal não se aplica a contribuições que substituam a contribuição
§ 6º Poderão ser excluídas da média as contribuições que resul- de que trata a alínea “a” do inciso I do caput do art. 195 da Consti-
tem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo tuição Federal instituídas antes da data de entrada em vigor desta
mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo ex- Emenda Constitucional.
cluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo a que Art. 31. O disposto no § 11 do art. 195 da Constituição Federal
se referem os §§ 2º e 5º, para a averbação em outro regime pre- não se aplica aos parcelamentos previstos na legislação vigente até
videnciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade das a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, sendo ve-
atividades de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal. dadas a reabertura ou a prorrogação de prazo para adesão.
§ 7º Os benefícios calculados nos termos do disposto neste Art. 32. Até que entre em vigor lei que disponha sobre a alíquo-
artigo serão reajustados nos termos estabelecidos para o Regime ta da contribuição de que trata a Lei nº 7.689, de 15 de dezembro
Geral de Previdência Social. de 1988, esta será de 20% (vinte por cento) no caso das pessoas
Art. 27. Até que lei discipline o acesso ao salário-família e ao jurídicas referidas no inciso I do § 1º do art. 1º da Lei Complementar
auxílio-reclusão de que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição nº 105, de 10 de janeiro de 2001. (Vigência)
Federal, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que te- Art. 33. Até que seja disciplinada a relação entre a União, os
nham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.364,43 (mil, tre- Estados, o Distrito Federal e os Municípios e entidades abertas de
zentos e sessenta e quatro reais e quarenta e três centavos), que previdência complementar na forma do disposto nos §§ 4º e 5º do
serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do art. 202 da Constituição Federal, somente entidades fechadas de
Regime Geral de Previdência Social. previdência complementar estão autorizadas a administrar planos
§ 1º Até que lei discipline o valor do auxílio-reclusão, de que de benefícios patrocinados pela União, Estados, Distrito Federal ou
trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu cálculo será Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de
realizado na forma daquele aplicável à pensão por morte, não po- economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente.
dendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo. Art. 34. Na hipótese de extinção por lei de regime previdenci-
§ 2º Até que lei discipline o valor do salário-família, de que trata ário e migração dos respectivos segurados para o Regime Geral de
o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu valor será de R$ Previdência Social, serão observados, até que lei federal disponha
46,54 (quarenta e seis reais e cinquenta e quatro centavos). sobre a matéria, os seguintes requisitos pelo ente federativo:
Art. 28. Até que lei altere as alíquotas da contribuição de que I - assunção integral da responsabilidade pelo pagamento dos
trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devidas pelo segurado benefícios concedidos durante a vigência do regime extinto, bem
empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, estas como daqueles cujos requisitos já tenham sido implementados an-
serão de: (Vigência) tes da sua extinção;
I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e cinco déci- II - previsão de mecanismo de ressarcimento ou de comple-
mos por cento); mentação de benefícios aos que tenham contribuído acima do limi-
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil te máximo do Regime Geral de Previdência Social;
reais), 9% (nove por cento); III - vinculação das reservas existentes no momento da extin-
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 ção, exclusivamente:
(três mil reais), 12% (doze por cento); e a) ao pagamento dos benefícios concedidos e a conceder, ao
IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até o limite do ressarcimento de contribuições ou à complementação de benefí-
salário de contribuição, 14% (quatorze por cento). cios, na forma dos incisos I e II; e
§ 1º As alíquotas previstas no caput serão aplicadas de forma b) à compensação financeira com o Regime Geral de Previdên-
progressiva sobre o salário de contribuição do segurado, incidindo cia Social.
cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respecti- Parágrafo único. A existência de superavit atuarial não constitui
vos limites. óbice à extinção de regime próprio de previdência social e à conse-
quente migração para o Regime Geral de Previdência Social.
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339
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 35. Revogam-se: Parágrafo único. Regulamento do Poder Executivo definirá as
I - os seguintes dispositivos da Constituição Federal: deficiências grave, moderada e leve para os fins desta Lei Comple-
a) o § 21 do art. 40; (Vigência) mentar.
b) o § 13 do art. 195; Art. 4o A avaliação da deficiência será médica e funcional, nos
II - os arts. 9º, 13 e 15 da Emenda Constitucional nº 20, de 15 termos do Regulamento.
de dezembro de 1998; Art. 5o O grau de deficiência será atestado por perícia própria
III - os arts. 2º, 6º e 6º-A da Emenda Constitucional nº 41, de 19 do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, por meio de instru-
de dezembro de 2003; (Vigência) mentos desenvolvidos para esse fim.
IV - o art. 3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de Art. 6o A contagem de tempo de contribuição na condição de
2005. (Vigência) segurado com deficiência será objeto de comprovação, exclusiva-
Art. 36. Esta Emenda Constitucional entra em vigor: mente, na forma desta Lei Complementar.
I - no primeiro dia do quarto mês subsequente ao da data de § 1o A existência de deficiência anterior à data da vigência des-
publicação desta Emenda Constitucional, quanto ao disposto nos ta Lei Complementar deverá ser certificada, inclusive quanto ao seu
arts. 11, 28 e 32; grau, por ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória a fixação
II - para os regimes próprios de previdência social dos Estados, da data provável do início da deficiência.
do Distrito Federal e dos Municípios, quanto à alteração promovida § 2o A comprovação de tempo de contribuição na condição de
pelo art. 1º desta Emenda Constitucional no art. 149 da Constitui- segurado com deficiência em período anterior à entrada em vigor
ção Federal e às revogações previstas na alínea “a” do inciso I e nos desta Lei Complementar não será admitida por meio de prova ex-
incisos III e IV do art. 35, na data de publicação de lei de iniciativa clusivamente testemunhal.
privativa do respectivo Poder Executivo que as referende integral- Art. 7o Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pes-
mente; soa com deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, os
III - nos demais casos, na data de sua publicação. parâmetros mencionados no art. 3o serão proporcionalmente ajus-
Parágrafo único. A lei de que trata o inciso II do caput não pro- tados, considerando-se o número de anos em que o segurado exer-
duzirá efeitos anteriores à data de sua publicação. ceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência, observado
o grau de deficiência correspondente, nos termos do regulamento a
que se refere o parágrafo único do art. 3o desta Lei Complementar.
LEI COMPLEMENTAR Nº 142/2013 Art. 8o A renda mensal da aposentadoria devida ao segurado
com deficiência será calculada aplicando-se sobre o salário de be-
nefício, apurado em conformidade com o disposto no art. 29 da Lei
LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 8 DE MAIO DE 2013 no 8.213, de 24 de julho de 1991, os seguintes percentuais:
I - 100% (cem por cento), no caso da aposentadoria de que tra-
Regulamenta o § 1o do art. 201 da Constituição Federal, no tam os incisos I, II e III do art. 3o; ou
tocante à aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do II - 70% (setenta por cento) mais 1% (um por cento) do salário
Regime Geral de Previdência Social - RGPS. de benefício por grupo de 12 (doze) contribuições mensais até o
máximo de 30% (trinta por cento), no caso de aposentadoria por
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- idade.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: Art. 9o Aplicam-se à pessoa com deficiência de que trata esta
Lei Complementar:
Art. 1o Esta Lei Complementar regulamenta a concessão de I - o fator previdenciário nas aposentadorias, se resultar em
aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do Regime Ge- renda mensal de valor mais elevado;
ral de Previdência Social - RGPS de que trata o § 1o do art. 201 da II - a contagem recíproca do tempo de contribuição na condição
Constituição Federal. de segurado com deficiência relativo à filiação ao RGPS, ao regime
Art. 2o Para o reconhecimento do direito à aposentadoria de próprio de previdência do servidor público ou a regime de previ-
que trata esta Lei Complementar, considera-se pessoa com defici- dência militar, devendo os regimes compensar-se financeiramente;
ência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza III - as regras de pagamento e de recolhimento das contribui-
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com ções previdenciárias contidas na Lei no 8.212, de 24 de julho de
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva 1991;
na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. IV - as demais normas relativas aos benefícios do RGPS;
Art. 3o É assegurada a concessão de aposentadoria pelo RGPS V - a percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria
ao segurado com deficiência, observadas as seguintes condições: estabelecida na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que lhe seja
I - aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, se mais vantajosa do que as opções apresentadas nesta Lei Comple-
homem, e 20 (vinte) anos, se mulher, no caso de segurado com de- mentar.
ficiência grave; Art. 10. A redução do tempo de contribuição prevista nesta Lei
II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuição, se Complementar não poderá ser acumulada, no tocante ao mesmo
homem, e 24 (vinte e quatro) anos, se mulher, no caso de segurado período contributivo, com a redução assegurada aos casos de ativi-
com deficiência moderada; dades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde
III - aos 33 (trinta e três) anos de tempo de contribuição, se ou a integridade física.
homem, e 28 (vinte e oito) anos, se mulher, no caso de segurado Art. 11. Esta Lei Complementar entra em vigor após decorridos
com deficiência leve; ou 6 (seis) meses de sua publicação oficial.
IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquen-
ta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente do grau
de deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição
de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência du-
rante igual período.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TÍTULO III
 LEI Nº 8.212/1991 E SUAS ALTERAÇÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus


LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991 beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de
incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego invo-
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano luntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem
de Custeio, e dá outras providências. dependiam economicamente.
Parágrafo único. A organização da Previdência Social obedece-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- rá aos seguintes princípios e diretrizes:
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: a) universalidade de participação nos planos previdenciários,
mediante contribuição;
LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-
-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não
TÍTULO I inferior ao do salário mínimo;
CONCEITUAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS c) cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contri-
buição, corrigidos monetariamente;
Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado d) preservação do valor real dos benefícios;
de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, desti- e) previdência complementar facultativa, custeada por contri-
nado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assis- buição adicional.
tência social.
Parágrafo único. A Seguridade Social obedecerá aos seguintes TÍTULO IV
princípios e diretrizes: DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
a) universalidade da cobertura e do atendimento;
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às po- Art. 4º A Assistência Social é a política social que provê o aten-
pulações urbanas e rurais; dimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à famí-
c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios lia, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa
e serviços; portadora de deficiência, independentemente de contribuição à
d) irredutibilidade do valor dos benefícios; Seguridade Social.
e) eqüidade na forma de participação no custeio; Parágrafo único. A organização da Assistência Social obedecerá
f) diversidade da base de financiamento; às seguintes diretrizes:
g) caráter democrático e descentralizado da gestão administra- a) descentralização político-administrativa;
tiva com a participação da comunidade, em especial de trabalhado- b) participação da população na formulação e controle das
res, empresários e aposentados. ações em todos os níveis.

TÍTULO II TÍTULO V
DA SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e As-
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do ris- sistência Social, conforme o disposto no Capítulo II do Título VIII
co de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário da Constituição Federal, serão organizadas em Sistema Nacional de
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Seguridade Social, na forma desta Lei.
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pú- Art. 6º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
blica e sua organização obedecerá aos seguintes princípios e dire- 2001).
trizes: Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
a) acesso universal e igualitário; 2001).
b) provimento das ações e serviços através de rede regionaliza- Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da
da e hierarquizada, integrados em sistema único; Seguridade Social serão elaboradas por Comissão integrada por 3
c) descentralização, com direção única em cada esfera de go- (três) representantes, sendo 1 (um) da área da saúde, 1 (um) da
verno; área da previdência social e 1 (um) da área de assistência social.
d) atendimento integral, com prioridade para as atividades pre- Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência So-
ventivas; cial são objeto de leis específicas, que regulamentarão sua organi-
e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acom- zação e funcionamento.
panhamento das ações e serviços de saúde;
f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obe- TÍTULO VI
decidos os preceitos constitucionais. DO FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
INTRODUÇÃO

Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda socieda-


de, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constitui-
ção Federal e desta Lei, mediante recursos provenientes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições
sociais.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é IV - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 1999).
composto das seguintes receitas: V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº
I - receitas da União; 9.876, de 1999).
II - receitas das contribuições sociais; a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade
III - receitas de outras fontes. agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou tempo-
Parágrafo único. Constituem contribuições sociais: rário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em
a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pes-
ou creditada aos segurados a seu serviço; (Vide art. 104 da lei nº queira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepos-
11.196, de 2005) tos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10 e 11 deste artigo; (Redação
b) as dos empregadores domésticos; dada pela Lei nº 11.718, de 2008).
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-con- b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de
tribuição; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005) extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário,
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio
e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma
não contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
CAPÍTULO I c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de
DOS CONTRIBUINTES vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação
Seção I dada pela Lei nº 10.403, de 2002).
Dos Segurados d) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo ofi-
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as se- cial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá
guintes pessoas físicas: domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio
I - como empregado: de previdência social; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à em- f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não
presa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante empregado e o membro de conselho de administração de socieda-
remuneração, inclusive como diretor empregado; de anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporá- e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu tra-
rio, definida em legislação específica, presta serviço para atender balho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo
a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e per- de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer na-
manente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras em- tureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito
presas; para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999).
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empre- g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter
sa nacional no exterior; eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Inclu-
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou ído pela Lei nº 9.876, de 1999).
a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subor- h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade eco-
dinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o nômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluído
não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro pela Lei nº 9.876, de 1999).
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva mis- VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empre-
são diplomática ou repartição consular; sas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em definidos no regulamento;
organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imó-
seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo vel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, in-
se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; dividualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na
para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exte- condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008).
rior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assen-
de capital nacional; tado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vín- rurais, que explore atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
culo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou
e Fundações Públicas Federais; (Alínea acrescentada pela Lei n° (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
8.647, de 13.4.93) 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas ativi-
h) (Execução suspensa pela Resolução do Senado Federal nº dades nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985,
26, de 2005) de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangei- vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
ro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pes-
próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). ca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pela Lei
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou munici- nº 11.718, de 2008).
pal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência so- c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (de-
cial; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004). zesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que
II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, traba-
natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, lhem com o grupo familiar respectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718,
em atividades sem fins lucrativos; de 2008).
III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 1999).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1o Entende-se como regime de economia familiar a atividade VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados
em que o trabalho dos membros da família é indispensável à pró- - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do
pria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo § 14 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e cola- de efeito)
boração, sem a utilização de empregados permanentes. (Redação VIII - a participação em programas e ações de pagamento por
dada pela Lei nº 11.718, de 2008). serviços ambientais. (Incluído pela Lei nº 14.119, de 2021)
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de § 10. Não é segurado especial o membro de grupo familiar que
uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Inclu-
Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. ído pela Lei nº 11.718, de 2008).
§ 3o (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008). I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008). -reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação
II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008). continuada da Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de
§ 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-R- 2008).
GPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abran- II – benefício previdenciário pela participação em plano de pre-
gida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa ati- vidência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 9o
vidade, ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
fins de custeio da Seguridade Social. (Parágrafo acrescentado pela III - exercício de atividade remunerada em período não supe-
Lei nº 9.032, de 28.4.95). rior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil,
§ 5º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do man- observado o disposto no § 13 deste artigo; (Redação dada pela Lei
dato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previ- nº 12.873, de 2013)
dência Social-RGPS de antes da investidura. (Parágrafo acrescenta- IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de orga-
do pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) nização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº
§ 6o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao 11.718, de 2008).
ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, V – exercício de mandato de vereador do município onde de-
Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, senvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa rural
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime constituída exclusivamente por segurados especiais, observado o
especial, e fundações. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). disposto no § 13 deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
§ 7o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições es-
ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os tabelecidas no inciso I do § 9o deste artigo; (Incluído pela Lei nº
a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades 11.718, de 2008).
rurais do grupo familiar. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima pro-
§ 8o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contra- duzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada maté-
tados por prazo determinado ou trabalhador de que trata a alínea g ria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na ati-
do inciso V do caput deste artigo, à razão de no máximo 120 (cento vidade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da
e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou in- Previdência Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
tercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior
não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.
decorrência da percepção de auxílio-doença. (Redação dada pela (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
Lei nº 12.873, de 2013) § 11. O segurado especial fica excluído dessa categoria: (Incluí-
§ 9o Não descaracteriza a condição de segurado especial: (In- do pela Lei nº 11.718, de 2008).
cluído pela Lei nº 11.718, de 2008). I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação nº 11.718, de 2008).
ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII
área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 da Lei
outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, no 8.213, de 24 de julho de 1991, ou exceder qualquer dos limites
individualmente ou em regime de economia familiar; (Incluído pela estabelecidos no inciso I do § 9o deste artigo; (Incluído pela Lei nº
Lei nº 11.718, de 2008). 11.718, de 2008).
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, in- b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obri-
clusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias gatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o dispos-
ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). to nos incisos III, V, VII e VIII do § 10 e no § 14 deste artigo, sem
III – a participação em plano de previdência complementar prejuízo do disposto no art. 15 da Lei no 8.213, de 24 de julho de
instituído por entidade classista a que seja associado, em razão da 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciá-
economia familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). rio; e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples,
algum componente que seja beneficiário de programa assistencial como empresário individual ou como titular de empresa individual
oficial de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). de responsabilidade limitada em desacordo com as limitações im-
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da postas pelo § 14 deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização arte- (Produção de efeito)
sanal, na forma do § 11 do art. 25 desta Lei; e (Incluído pela Lei nº II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocor-
11.718, de 2008). rência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de:
VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
rural; e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) a) utilização de trabalhadores nos termos do § 8o deste artigo;
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do CAPÍTULO II
§ 10 deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). DA CONTRIBUIÇÃO DA UNIÃO
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 9o deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). Art. 16. A contribuição da União é constituída de recursos adi-
§ 12. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput des- cionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na lei orça-
te artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da mentária anual.
atividade rural por este explorada. (Incluído pela Lei nº 11.718, de Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura de even-
2008). tuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando de-
§ 13. O disposto nos incisos III e V do § 10 e no § 14 deste arti- correntes do pagamento de benefícios de prestação continuada da
go não dispensa o recolhimento da contribuição devida em relação Previdência Social, na forma da Lei Orçamentária Anual.
ao exercício das atividades de que tratam os referidos dispositivos. Art. 17. Para pagamento dos encargos previdenciários da
(Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) União, poderão contribuir os recursos da Seguridade Social referi-
§ 14. A participação do segurado especial em sociedade em- dos na alínea “d” do parágrafo único do art. 11 desta Lei, na forma
presária, em sociedade simples, como empresário individual ou da Lei Orçamentária anual, assegurada a destinação de recursos
como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de para as ações desta Lei de Saúde e Assistência Social. (Redação dada
objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, conside- pela Lei nº 9.711, de 1998).
rada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 Art. 18. Os recursos da Seguridade Social referidos nas alíneas
de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, “a”, “b”, “c” e “d” do parágrafo único do art. 11 desta Lei poderão
desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma do contribuir, a partir do exercício de 1992, para o financiamento das
inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas despesas com pessoal e administração geral apenas do Instituto Na-
de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou cional do Seguro Social-INSS, do Instituto Nacional de Assistência
em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas ati- Médica da Previdência Social-INAMPS, da Fundação Legião Brasilei-
vidades. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito) ra de Assistência-LBA e da Fundação Centro Brasileira para Infância
§ 15. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produ- e Adolescência.
ção de efeito) Art. 19. O Tesouro Nacional repassará mensalmente recursos
Art. 13. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar referentes às contribuições mencionadas nas alíneas “d” e “e” do
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem parágrafo único do art. 11 desta Lei, destinados à execução do Or-
como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do çamento da Seguridade Social. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de
Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, des- 1998).
de que amparados por regime próprio de previdência social. (Reda- § 1º Decorridos os prazos referidos no caput deste artigo, as
ção dada pela Lei nº 9.876, de 1999). dotações a serem repassadas sujeitar-se-ão a atualização monetá-
§ 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomi- ria segundo os mesmos índices utilizados para efeito de correção
tantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral dos tributos da União.
de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em rela- § 2º Os recursos oriundos da majoração das contribuições pre-
ção a essas atividades. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). vistas nesta Lei ou da criação de novas contribuições destinadas à
§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime pró- Seguridade Social somente poderão ser utilizados para atender as
prio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social.
entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação nessa
condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedeci- CAPÍTULO III
das as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição. DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO
(Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). Seção I
Art. 14. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos de Da Contribuição dos Segurados Empregado, Empregado Do-
idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante méstico e Trabalhador Avulso
contribuição, na forma do art. 21, desde que não incluído nas dis-
posições do art. 12. Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e
a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da corres-
Seção II pondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de
Da Empresa e do Empregador Doméstico forma não cumulativa, observado o disposto no art. 28, de acordo
com a seguinte tabela: (Redação dada pela Lei n° 9.032, de 28.4.95)
Art. 15. Considera-se: (Vide Lei Complementar nº 150, de 2015)
I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o ris-
co de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou Salário-de-contribuição Alíquota em %
não, bem como os órgãos e entidades da administração pública di-
reta, indireta e fundacional; até 249,80 8,00
II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a de 249,81 até 416,33 9,00
seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
de 416,34 até 832,66 11,00
Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta
Lei, o contribuinte individual e a pessoa física na condição de pro-
prietário ou dono de obra de construção civil, em relação a segura- (Valores e alíquotas dados pela Lei nº 9.129, de 20.11.95) 4
do que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou
a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomáti-
ca e a repartição consular de carreira estrangeiras. (Redação dada
pela Lei nº 13.202, de 2015)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, CAPÍTULO IV
a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e DA CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de
prestação continuada da Previdência Social.(Redação dada pela Lei Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguri-
n° 8.620, de 5.1.93) dade Social, além do disposto no art. 23, é de: 6
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos segurados I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devi-
empregados e trabalhadores avulsos que prestem serviços a micro- das ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados
empresas. (Parágrafo acrescentado pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, des-
tinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclu-
Seção II sive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
Da Contribuição dos Segurados Contribuinte Individual e Facul- adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
tativo. efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empre-
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). gador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou,
ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
Art. 21. A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
individual e facultativo será de vinte por cento sobre o respectivo II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58
salário-de-contribuição. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em
I - revogado; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente
II - revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações
§ 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados emprega-
a partir da data de entrada em vigor desta Lei , na mesma época e dos e trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de
com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de 1998).
prestação continuada da Previdência Social. (Redação dada pela Lei a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade pre-
nº 9.711, de 1998). (Renumerado pela Lei Complementar nº 123, ponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
de 2006). b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade pre-
§ 2o No caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de ponderante esse risco seja considerado médio;
aposentadoria por tempo de contribuição, a alíquota de contribui- c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade pre-
ção incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribui- ponderante esse risco seja considerado grave.
ção será de: (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou
I - 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte in- creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados
dividual, ressalvado o disposto no inciso II, que trabalhe por conta contribuintes individuais que lhe prestem serviços; (Incluído pela
própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado e do Lei nº 9.876, de 1999).
segurado facultativo, observado o disposto na alínea b do inciso II IV (Execução suspensa pela Resolução do Senado Federal nº
deste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 10, de 2016)
II - 5% (cinco por cento): (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) § 1o No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos,
a) no caso do microempreendedor individual, de que trata o bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de
art. 18-A da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imo-
e (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) (Produção de efeito) biliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores
b) do segurado facultativo sem renda própria que se dedique mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes
desde que pertencente a família de baixa renda. (Incluído pela Lei autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previ-
nº 12.470, de 2011) dência privada abertas e fechadas, além das contribuições referidas
§ 3o O segurado que tenha contribuído na forma do § 2o deste neste artigo e no art. 23, é devida a contribuição adicional de dois
artigo e pretenda contar o tempo de contribuição correspondente vírgula cinco por cento sobre a base de cálculo definida nos incisos
para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição I e III deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (Vide
ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refe- Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001).
re o art. 94 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá com- § 2º Não integram a remuneração as parcelas de que trata o §
plementar a contribuição mensal mediante recolhimento, sobre o 9º do art. 28.
valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contri- § 3º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá al-
buição em vigor na competência a ser complementada, da diferen- terar, com base nas estatísticas de acidentes do trabalho, apuradas
ça entre o percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido em inspeção, o enquadramento de empresas para efeito da con-
dos juros moratórios de que trata o § 3o do art. 5o da Lei no 9.430, tribuição a que se refere o inciso II deste artigo, a fim de estimular
de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de investimentos em prevenção de acidentes.
2011) (Produção de efeito) § 4º O Poder Executivo estabelecerá, na forma da lei, ouvido o
§ 4o Considera-se de baixa renda, para os fins do disposto na Conselho Nacional da Seguridade Social, mecanismos de estímulo
alínea b do inciso II do § 2o deste artigo, a família inscrita no Cadas- às empresas que se utilizem de empregados portadores de defici-
tro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico ências física, sensorial e/ou mental com desvio do padrão médio.
cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos. (Redação § 5º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001).
dada pela Lei nº 12.470, de 2011) § 6º A contribuição empresarial da associação desportiva que
§ 5o A contribuição complementar a que se refere o § 3o deste mantém equipe de futebol profissional destinada à Seguridade So-
artigo será exigida a qualquer tempo, sob pena de indeferimento do cial, em substituição à prevista nos incisos I e II deste artigo, corres-
benefício. (Incluído pela Lei nº 12.507, de 2011) ponde a cinco por cento da receita bruta, decorrente dos espetácu-
los desportivos de que participem em todo território nacional em
qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas a base de cálculo da contribuição da empresa corresponde a 20%
e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetá- (vinte por cento) do valor da nota fiscal, fatura ou recibo, quando
culos desportivos. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de esses serviços forem prestados por condutor autônomo de veículo
10.12.97). rodoviário, auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário,
§ 7º Caberá à entidade promotora do espetáculo a responsa- bem como por operador de máquinas. (Incluído pela Lei nº 13.202,
bilidade de efetuar o desconto de cinco por cento da receita bruta de 2015)
decorrente dos espetáculos desportivos e o respectivo recolhimen- § 16. Conforme previsto nos arts. 106 e 110 da Lei nº 5.172, de
to ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo de até dois dias 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), o disposto no
úteis após a realização do evento. (Parágrafo acrescentado pela Lei § 14 deste artigo aplica-se aos fatos geradores anteriores à data de
nº 9.528, de 10.12.97). vigência da Lei nº 13.137, de 19 de junho de 2015, consideradas nu-
§ 8º Caberá à associação desportiva que mantém equipe de las as autuações emitidas em desrespeito ao previsto no respectivo
futebol profissional informar à entidade promotora do espetáculo diploma legal. (Incluído pela Lei nº 14.057, de 2020)
desportivo todas as receitas auferidas no evento, discriminando- Art. 22A. A contribuição devida pela agroindústria, definida,
-as detalhadamente. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de para os efeitos desta Lei, como sendo o produtor rural pessoa ju-
10.12.97). rídica cuja atividade econômica seja a industrialização de produção
§ 9º No caso de a associação desportiva que mantém equipe própria ou de produção própria e adquirida de terceiros, incidente
de futebol profissional receber recursos de empresa ou entidade, sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da
a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, produção, em substituição às previstas nos incisos I e II do art. 22
publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, esta última desta Lei, é de: (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
ficará com a responsabilidade de reter e recolher o percentual de I - dois vírgula cinco por cento destinados à Seguridade Social;
cinco por cento da receita bruta decorrente do evento, inadmiti- (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
da qualquer dedução, no prazo estabelecido na alínea “b”, inciso I, II - zero vírgula um por cento para o financiamento do benefício
do art. 30 desta Lei. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e
10.12.97). daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacida-
§ 10. Não se aplica o disposto nos §§ 6º ao 9º às demais asso- de para o trabalho decorrente dos riscos ambientais da atividade.
ciações desportivas, que devem contribuir na forma dos incisos I e (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
II deste artigo e do art. 23 desta Lei. (Parágrafo acrescentado pela § 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 2o O disposto neste artigo não se aplica às operações relati-
§ 11. O disposto nos §§ 6º ao 9º deste artigo aplica-se à asso- vas à prestação de serviços a terceiros, cujas contribuições previ-
ciação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional e denciárias continuam sendo devidas na forma do art. 22 desta Lei.
atividade econômica organizada para a produção e circulação de (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
bens e serviços e que se organize regularmente, segundo um dos § 3o Na hipótese do § 2o, a receita bruta correspondente aos
tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 da Lei nº 10.406, de 10 de serviços prestados a terceiros será excluída da base de cálculo da
janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.345, contribuição de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 10.256, de
de 2006). 2001).
§ 11-A. O disposto no § 11 deste artigo aplica-se apenas às ati- § 4o O disposto neste artigo não se aplica às sociedades coope-
vidades diretamente relacionadas com a manutenção e administra- rativas e às agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocul-
ção de equipe profissional de futebol, não se estendendo às outras tura e avicultura. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
atividades econômicas exercidas pelas referidas sociedades empre- § 5o O disposto no inciso I do art. 3o da Lei no 8.315, de 23
sariais beneficiárias. (Incluído pela Lei nº 11.505, de 2007). de dezembro de 1991, não se aplica ao empregador de que trata
§ 12. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.170, de 2000). este artigo, que contribuirá com o adicional de zero vírgula vinte
§ 13. Não se considera como remuneração direta ou indire- e cinco por cento da receita bruta proveniente da comercialização
ta, para os efeitos desta Lei, os valores despendidos pelas entida- da produção, destinado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
des religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de (SENAR). (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de § 6o Não se aplica o regime substitutivo de que trata este artigo
congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso à pessoa jurídica que, relativamente à atividade rural, se dedique
ou para sua subsistência desde que fornecidos em condições que apenas ao florestamento e reflorestamento como fonte de maté-
independam da natureza e da quantidade do trabalho executado. ria-prima para industrialização própria mediante a utilização de
(Incluído pela Lei nº 10.170, de 2000). processo industrial que modifique a natureza química da madeira
§ 14. Para efeito de interpretação do § 13 deste artigo: (Incluí- ou a transforme em pasta celulósica. (Incluído pela Lei nº 10.684,
do pela Lei nº 13.137, de 2015) de 2003).
I - os critérios informadores dos valores despendidos pelas en- § 7o Aplica-se o disposto no § 6o ainda que a pessoa jurídica
tidades religiosas e instituições de ensino vocacional aos ministros comercialize resíduos vegetais ou sobras ou partes da produção,
de confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congrega- desde que a receita bruta decorrente dessa comercialização repre-
ção ou de ordem religiosa não são taxativos e sim exemplificativos; sente menos de um por cento de sua receita bruta proveniente da
(Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) comercialização da produção. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 2003).
II - os valores despendidos, ainda que pagos de forma e mon- Art. 22B. As contribuições de que tratam os incisos I e II do
tante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de art. 22 desta Lei são substituídas, em relação à remuneração paga,
moradia, transporte, formação educacional, vinculados exclusiva- devida ou creditada ao trabalhador rural contratado pelo consórcio
mente à atividade religiosa não configuram remuneração direta ou simplificado de produtores rurais de que trata o art. 25A, pela con-
indireta. (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) tribuição dos respectivos produtores rurais, calculada na forma do
§ 15. Na contratação de serviços de transporte rodoviário de art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
carga ou de passageiro, de serviços prestados com a utilização de
trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 23. As contribuições a cargo da empresa provenientes do cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moa-
faturamento e do lucro, destinadas à Seguridade Social, além do gem e torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos
disposto no art. 22, são calculadas mediante a aplicação das seguin- por meio desses processos, exceto, no caso de sociedades coope-
tes alíquotas: rativas, a parcela de produção que não seja objeto de repasse ao
I - 2% (dois por cento) sobre sua receita bruta, estabelecida se- cooperado por meio de fixação de preço. (Redação dada pela Lei nº
gundo o disposto no § 1º do art. 1º do Decreto-lei nº 1.940, de 25 13.986, de 2020)
de maio de 1982, com a redação dada pelo art. 22, do Decreto-lei § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008).
nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, e alterações posteriores; 9 § 5º (VETADO) (Incluído pela Lei n º 8.540, de 22.12.92)
II - 10% (dez por cento) sobre o lucro líquido do período-base, § 6º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001).
antes da provisão para o Imposto de Renda, ajustado na forma do § 7º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001).
art. 2º da Lei nº 8.034, de 12 de abril de 1990. 10 § 8º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001).
§ 1º No caso das instituições citadas no § 1º do art. 22 desta § 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001).
Lei, a alíquota da contribuição prevista no inciso II é de 15% (quinze § 10. Integra a receita bruta de que trata este artigo, além dos
por cento). 11 valores decorrentes da comercialização da produção relativa aos
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas de que produtos a que se refere o § 3o deste artigo, a receita proveniente:
trata o art. 25. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
I – da comercialização da produção obtida em razão de contra-
CAPÍTULO V to de parceria ou meação de parte do imóvel rural; (Incluído pela
DA CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO Lei nº 11.718, de 2008).
II – da comercialização de artigos de artesanato de que trata o
Art. 24. A contribuição do empregador doméstico incidente so- inciso VII do § 10 do art. 12 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.718,
bre o salário de contribuição do empregado doméstico a seu servi- de 2008).
ço é de: (Redação dada pela Lei nº 13.202, de 2015) III – de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de
I - 8% (oito por cento); e (Incluído pela Lei nº 13.202, de 2015) produtos comercializados no imóvel rural, desde que em atividades
II - 0,8% (oito décimos por cento) para o financiamento do se- turística e de entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, in-
guro contra acidentes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.202, de clusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades
2015) pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais; (In-
Parágrafo único. Presentes os elementos da relação de em- cluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
prego doméstico, o empregador doméstico não poderá contratar IV – do valor de mercado da produção rural dada em pagamen-
microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Com- to ou que tiver sido trocada por outra, qualquer que seja o motivo
plementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, sob pena de ficar ou finalidade; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
sujeito a todas as obrigações dela decorrentes, inclusive trabalhis- V – de atividade artística de que trata o inciso VIII do § 10 do
tas, tributárias e previdenciárias. (Incluído pela Lei nº 12.470, de art. 12 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
2011) § 11. Considera-se processo de beneficiamento ou industriali-
zação artesanal aquele realizado diretamente pelo próprio produ-
CAPÍTULO VI tor rural pessoa física, desde que não esteja sujeito à incidência do
DA CONTRIBUIÇÃO DO PRODUTOR RURAL E DO PESCADOR Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI. (Incluído pela Lei nº
(Alterado pela Lei nº 8.398, de 7.1.92) 11.718, de 2008).
§ 12. Não integra a base de cálculo da contribuição de que tra-
Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em ta o caput deste artigo a produção rural destinada ao plantio ou
substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, reflorestamento, nem o produto animal destinado à reprodução ou
e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do criação pecuária ou granjeira e à utilização como cobaia para fins de
inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio produtor e por
Social, é de: (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001). quem a utilize diretamente com essas finalidades e, no caso de pro-
I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta duto vegetal, por pessoa ou entidade registrada no Ministério da
proveniente da comercialização da sua produção; (Redação dada Agricultura, Pecuária e Abastecimento que se dedique ao comércio
pela Lei nº 13.606, de 2018) (Produção de efeito) de sementes e mudas no País. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da (Produção de efeito)
sua produção para financiamento das prestações por acidente do § 13. O produtor rural pessoa física poderá optar por contribuir
trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (Vide deci- na forma prevista no caput deste artigo ou na forma dos incisos I e
são-STF Petição nº 8.140 - DF) II do caput do art. 22 desta Lei, manifestando sua opção mediante o
§ 1º O segurado especial de que trata este artigo, além da con- pagamento da contribuição incidente sobre a folha de salários rela-
tribuição obrigatória referida no caput, poderá contribuir, facultati- tiva a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente
vamente, na forma do art. 21 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-ca-
8.540, de 22.12.92) lendário. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018) (Produção de efeito)
§ 2º A pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso V do art. § 14. Considera-se receita bruta proveniente da comercializa-
12 contribui, também, obrigatoriamente, na forma do art. 21 desta ção da produção o valor da fixação de preço repassado ao coopera-
Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.540, de 22.12.92) do pela cooperativa ao qual esteja associado, por ocasião da reali-
§ 3º Integram a produção, para os efeitos deste artigo, os pro- zação do ato cooperativo de que trata o art. 79 da Lei nº 5.764, de
dutos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou subme- 16 de dezembro de 1971, não compreendidos valores pagos, credi-
tidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimen- tados ou capitalizados a título de sobras, os quais não representam
tar, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, preço ou complemento de preço. (Incluído pela Lei nº 13.986, de
limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento, 2020)
pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 15. Não se considera receita bruta, para fins de base de cálcu- IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;
lo das contribuições sociais devidas pelo produtor rural cooperado, V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventu-
a entrega ou o retorno de produção para a cooperativa nas opera- ais;
ções em que não ocorra repasse pela cooperativa a título de fixação VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados
de preço, não podendo o mero retorno caracterizar permuta, com- na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal;
pensação, dação em pagamento ou ressarcimento que represente VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos
valor, preço ou complemento de preço. (Incluído pela Lei nº 13.986, bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal;
de 2020) VIII - outras receitas previstas em legislação específica.
§ 16. Aplica-se ao disposto no caput e nos §§ 3º, 14 e 15 des- Parágrafo único. As companhias seguradoras que mantêm o
te artigo o caráter interpretativo de que trata o art. 106 da Lei nº seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos auto-
5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). (In- motores de vias terrestres, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro
cluído pela Lei nº 13.986, de 2020) de 1974, deverão repassar à Seguridade Social 50% (cinqüenta por
Art. 25A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o con- cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao Sistema
sórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de Único de Saúde-SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar
produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes dos segurados vitimados em acidentes de trânsito.
para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de ser-
viços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento CAPÍTULO IX
registrado em cartório de títulos e documentos. (Incluído pela Lei DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO
nº 10.256, de 2001).
§ 1o O documento de que trata o caput deverá conter a identi- Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
ficação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua proprie- I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração au-
dade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de ferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos
Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou informações relativas a rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, du-
parceria, arrendamento ou equivalente e a matrícula no Instituto rante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a
Nacional do Seguro Social – INSS de cada um dos produtores rurais. sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de
(Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer
§ 2o O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposi-
empregador a quem hajam sido outorgados os poderes, na forma ção do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do
do regulamento. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
§ 3o Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
o caput serão responsáveis solidários em relação às obrigações pre- II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na
videnciárias. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo
empregatício e do valor da remuneração;
CAPÍTULO VII III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em
DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta
PROGNÓSTICOS própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere
o § 5o; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999)
Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a contribuição IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, ob-
social sobre a receita de concursos de prognósticos a que se refere servado o limite máximo a que se refere o § 5o. (Incluído pela Lei
o inciso III do caput do art. 195 da Constituição Federal. (Redação nº 9.876, de 1999).
dada pela Lei nº 13.756, de 2018) § 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.756, de 2018) do empregado ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.756, de 2018) será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.756, de 2018) estabelecida em regulamento.
§ 4o O produto da arrecadação da contribuição será destinado § 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-contribui-
ao financiamento da Seguridade Social. (Incluído pela Lei nº 13.756, ção.
de 2018) § 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde
§ 5o A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferi- ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo
da nos concursos de prognósticos, sorteios e loterias. (Incluído dada este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou ho-
pela Lei nº 13.756, de 2018) rário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o
§ 6o A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vin- mês. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
culado à Seguridade Social em cada modalidade lotérica, conforme § 4º O limite mínimo do salário-de-contribuição do menor
previsto em lei. (Incluído pela Lei nº 13.756, de 2018) aprendiz corresponde à sua remuneração mínima definida em lei.
§ 5º O limite máximo do salário-de-contribuição é de Cr$
CAPÍTULO VIII 170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros), reajustado a partir da
DAS OUTRAS RECEITAS data da entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mes-
mos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação
Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social: continuada da Previdência Social. 12
I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; § 6º No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de
II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fisca- publicação desta Lei, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso
lização e cobrança prestados a terceiros; Nacional projeto de lei estabelecendo a previdência complementar,
III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e pública e privada, em especial para os que possam contribuir acima
de fornecimento ou arrendamento de bens; do limite máximo estipulado no parágrafo anterior deste artigo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e
salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na for- habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para
ma estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei n° 8.870, trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro
de 15.4.94) de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e
§ 8o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Mi-
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) nistério do Trabalho; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
b) (VETADO) (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) n) a importância paga ao empregado a título de complementa-
c) (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998). ção ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja exten-
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta sivo à totalidade dos empregados da empresa; (Incluída pela Lei nº
Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 9.528, de 10.12.97)
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites le- o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da
gais, salvo o salário-maternidade; (Redação dada pela Lei nº 9.528, agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de
de 10.12.97). 1º de dezembro de 1965; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aero- p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa ju-
nauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973; rídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou
c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os programas fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e
de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previ- dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (In-
dência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; cluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
respectivo adicional constitucional, inclusive o valor corresponden- odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive
te à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Con- o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
solidação das Leis do Trabalho-CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e ou-
de 10.12.97). tras similares; (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
e) as importâncias: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Consti- acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do traba-
tucionais Transitórias; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) lho para prestação dos respectivos serviços; (Incluída pela Lei nº
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de 9.528, de 10.12.97)
outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garan- s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empre-
tia do Tempo de Serviço-FGTS; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) gado e o reembolso creche pago em conformidade com a legisla-
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da ção trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade,
CLT; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; (Incluí-
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da da pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) (Vide Medida Provisória nº 1.116,
Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; (Incluído pela Lei nº 9.528, de de 2022)
1997) t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
5. recebidas a título de incentivo à demissão; (Incluído pela Lei vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde
nº 9.528, de 1997) que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educa-
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e ção profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº
144 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: (Redação dada pela Lei nº
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expres- 12.513, de 2011)
samente desvinculados do salário; (Redação dada pela Lei nº 9.711, 1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e (In-
de 1998). cluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada; (Redação 2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo,
dada pela Lei nº 9.711, de 1998). considerado individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento)
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da da remuneração do segurado a que se destina ou o valor corres-
Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984; (Redação dada pela Lei nº pondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do sa-
9.711, de 1998). lário-de-contribuição, o que for maior; (Incluído pela Lei nº 12.513,
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da de 2011)
legislação própria; u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo
em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;
na forma do art. 470 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
10.12.97). v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos
h) as diárias para viagens; (Redação dada pela Lei nº 13.467, autorais; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
de 2017) x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. (Incluída
i) a importância recebida a título de bolsa de complementação pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, y) o valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela Lei nº
de 7 de dezembro de 1977; 12.761, de 2012)
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando z) os prêmios e os abonos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
paga ou creditada de acordo com lei específica; aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformi-
l) o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Progra- dade com a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004. (Incluído pela Lei
ma de Assistência ao Servidor Público-PASEP; (Incluída pela Lei nº nº 13.756, de 2018)
9.528, de 10.12.97)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 10. Considera-se salário-de-contribuição, para o segurado VI - o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de
empregado e trabalhador avulso, na condição prevista no § 5º do 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da uni-
art. 12, a remuneração efetivamente auferida na entidade sindical dade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da
ou empresa de origem. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor,
de 10.12.97) e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações
§ 11. Considera-se remuneração do contribuinte individual que para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo
trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário, como au- contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de
xiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel importância a este devida para garantia do cumprimento dessas
cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de
de agosto de 1974, como operador de trator, máquina de terraple- ordem; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97)
nagem, colheitadeira e assemelhados, o montante correspondente VII - exclui-se da responsabilidade solidária perante a Segurida-
a 20% (vinte por cento) do valor bruto do frete, carreto, transporte de Social o adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realizar
de passageiros ou do serviço prestado, observado o limite máximo a operação com empresa de comercialização ou incorporador de
a que se refere o § 5o. (Incluído pela Lei nº 13.202, de 2015) imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis com o constru-
Art. 29. (Revogado pela Lei nº 9.876, de 1999). tor;
VIII - nenhuma contribuição à Seguridade Social é devida se a
CAPÍTULO X construção residencial unifamiliar, destinada ao uso próprio, de tipo
DA ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES econômico, for executada sem mão-de-obra assalariada, observa-
das as exigências do regulamento;
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou IX - as empresas que integram grupo econômico de qualquer
de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações de-
seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) correntes desta Lei;
I - a empresa é obrigada a: X - a pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso V do art.
a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e 12 e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição de
trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva que trata o art. 25 desta Lei no prazo estabelecido no inciso III deste
remuneração; artigo, caso comercializem a sua produção: (Redação dada pela Lei
b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea a deste 9.528, de 10.12.97)
inciso, a contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22 desta a) no exterior; (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)
Lei, assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as b) diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física; (Incluí-
remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos do pela Lei 9.528, de 10.12.97)
segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes indi- c) à pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso V do art. 12;
viduais a seu serviço até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)
competência; (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009). (Produ- d) ao segurado especial; (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)
ção de efeitos). XI - aplica-se o disposto nos incisos III e IV deste artigo à pessoa
c) recolher as contribuições de que tratam os incisos I e II do física não produtor rural que adquire produção para venda no vare-
art. 23, na forma e prazos definidos pela legislação tributária federal jo a consumidor pessoa física. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)
vigente; XII – sem prejuízo do disposto no inciso X do caput deste artigo,
II - os segurados contribuinte individual e facultativo estão obri- o produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a
gados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia recolher, diretamente, a contribuição incidente sobre a receita bru-
quinze do mês seguinte ao da competência; (Redação dada pela Lei ta proveniente: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
nº 9.876, de 1999) a) da comercialização de artigos de artesanato elaborados com
III - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar; (Incluído
cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o pela Lei nº 11.718, de 2008).
art. 25 até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da operação de b) de comercialização de artesanato ou do exercício de ativida-
venda ou consignação da produção, independentemente de essas de artística, observado o disposto nos incisos VII e VIII do § 10 do
operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou art. 12 desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regula- c) de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de pro-
mento; (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de dutos comercializados no imóvel rural, desde que em atividades
efeitos). turística e de entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, in-
IV - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a clusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades
cooperativa ficam sub-rogadas nas obrigações da pessoa física de pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais; (In-
que trata a alínea “a” do inciso V do art. 12 e do segurado especial cluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independen- XIII – o segurado especial é obrigado a arrecadar a contribui-
temente de as operações de venda ou consignação terem sido rea- ção de trabalhadores a seu serviço e a recolhê-la no prazo referido
lizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa na alínea b do inciso I do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida 11.718, de 2008).
em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) (Vide § 1º Revogado pela Lei nº 9.032, de 28.4.95.
decisão-STF Petição nº 8.140 - DF) § 2o Se não houver expediente bancário nas datas indicadas:
V - o empregador doméstico fica obrigado a arrecadar e a reco- (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de efeitos).
lher a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a par- I - no inciso II do caput, o recolhimento deverá ser efetuado
cela a seu cargo, até o vigésimo dia do mês seguinte ao da compe- até o dia útil imediatamente posterior; e (Redação dada pela Lei nº
tência; (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.110, de 2022) 13.202, de 2015)
Produção de efeitos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - na alínea b do inciso I e nos incisos III, V, X e XIII do caput, II - vigilância e segurança; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
até o dia útil imediatamente anterior. (Redação dada pela Lei nº III - empreitada de mão-de-obra; (Incluído pela Lei nº 9.711,
13.202, de 2015) de 1998).
§ 3º Aplica-se à entidade sindical e à empresa de origem o dis- IV - contratação de trabalho temporário na forma da Lei no
posto nas alíneas “a” e “b” do inciso I, relativamente à remuneração 6.019, de 3 de janeiro de 1974. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
do segurado referido no § 5º do art. 12. (Parágrafo acrescentado § 5o O cedente da mão-de-obra deverá elaborar folhas de
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). pagamento distintas para cada contratante. (Incluído pela Lei nº
§ 4o Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a 9.711, de 1998).
uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua contribuição men- § 6o Em se tratando de retenção e recolhimento realizados na
sal, quarenta e cinco por cento da contribuição da empresa, efe- forma do caput deste artigo, em nome de consórcio, de que tratam
tivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração os arts. 278 e 279 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, apli-
que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a nove ca-se o disposto em todo este artigo, observada a participação de
por cento do respectivo salário-de-contribuição. (Incluído pela Lei cada uma das empresas consorciadas, na forma do respectivo ato
nº 9.876, de 1999). constitutivo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 5o Aplica-se o disposto no § 4o ao cooperado que prestar Art. 32. A empresa é também obrigada a:
serviço a empresa por intermédio de cooperativa de trabalho. (In- I - preparar folhas-de-pagamento das remunerações pagas ou
cluído pela Lei nº 9.876, de 1999). creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.202, de 2015) padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Segu-
§ 7o A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora ou ridade Social;
consignatária da produção fica obrigada a fornecer ao segurado es- II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilida-
pecial cópia do documento fiscal de entrada da mercadoria, para de, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contri-
fins de comprovação da operação e da respectiva contribuição pre- buições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da
videnciária. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). empresa e os totais recolhidos;
§ 8o Quando o grupo familiar a que o segurado especial estiver III – prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as
vinculado não tiver obtido, no ano, por qualquer motivo, receita informações cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na
proveniente de comercialização de produção deverá comunicar a forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessá-
ocorrência à Previdência Social, na forma do regulamento. (Incluído rios à fiscalização; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
pela Lei nº 11.718, de 2008). IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Con-
§ 9o Quando o segurado especial tiver comercializado sua pro- selho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS,
dução do ano anterior exclusivamente com empresa adquirente, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados
consignatária ou cooperativa, tal fato deverá ser comunicado à Pre- relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da
vidência Social pelo respectivo grupo familiar. (Incluído pela Lei nº contribuição previdenciária e outras informações de interesse do
11.718, de 2008). INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela Lei nº
Art. 31. A empresa contratante de serviços executados median- 11.941, de 2009)
te cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho tem- V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.403, de 2002).
porário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota VI – comunicar, mensalmente, aos empregados, por intermé-
fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da dio de documento a ser definido em regulamento, os valores reco-
empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 lhidos sobre o total de sua remuneração ao INSS. (Incluído pela Lei
(vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal nº 12.692, de 2012)
ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5o do § 2o A declaração de que trata o inciso IV do caput deste artigo
art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009). (Pro- constitui instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito
dução de efeitos). tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins
§ 1o O valor retido de que trata o caput deste artigo, que deve- de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação
rá ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
poderá ser compensado por qualquer estabelecimento da empresa § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
cedente da mão de obra, por ocasião do recolhimento das contri- § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
buições destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
pagamento dos seus segurados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, § 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
de 2009) § 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2o Na impossibilidade de haver compensação integral na for- § 8o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
ma do parágrafo anterior, o saldo remanescente será objeto de res- § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere
tituição. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). o inciso IV do caput deste artigo ainda que não ocorram fatos gera-
§ 3o Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão- dores de contribuição previdenciária, aplicando-se, quando couber,
-de-obra a colocação à disposição do contratante, em suas depen- a penalidade prevista no art. 32-A desta Lei.
dências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV do caput
contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, deste artigo impede a expedição da certidão de prova de regulari-
quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. (Redação dade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 11.941, de 2009)
§ 4o Enquadram-se na situação prevista no parágrafo anterior, § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos com-
além de outros estabelecidos em regulamento, os seguintes servi- probatórios do cumprimento das obrigações de que trata este arti-
ços: (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). go devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição
I - limpeza, conservação e zeladoria; (Incluído pela Lei nº 9.711, relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram.
de 1998). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.692, de 2012) dos recursos recolhidos e sobre as informações geradas por meio
Art. 32-A. O contribuinte que deixar de apresentar a declara- do sistema eletrônico e da guia de recolhimento de que trata o
ção de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo caput. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será inti- § 2o As informações prestadas no sistema eletrônico de que
mado a apresentá-la ou a prestar esclarecimentos e sujeitar-se-á às trata o caput têm caráter declaratório, constituem instrumento há-
seguintes multas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). bil e suficiente para a exigência dos tributos e encargos apurados e
I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) infor- substituirão, na forma regulamentada pelo ato conjunto que prevê
mações incorretas ou omitidas; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de o § 1o, a obrigatoriedade de entrega de todas as informações, for-
2009). mulários e declarações a que está sujeito o grupo familiar, inclusive
II – de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, inci- as relativas ao recolhimento do FGTS. (Incluído pela Lei nº 12.873,
dentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que de 2013) (Vigência)
integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou § 3º O segurado especial de que trata o caput fica obrigado a
entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o arrecadar, até o vigésimo dia do mês seguinte ao da competência:
disposto no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.110, de 2022) Produção
§ 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II de efeitos
do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia I - as contribuições previstas nos incisos X, XII e XIII do caput do
seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e art. 30; (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.110, de 2022)
como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apre- Produção de efeitos
sentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação II - os valores referentes ao FGTS; e (Redação dada pela Medida
de lançamento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Provisória nº 1.110, de 2022) Produção de efeitos
§ 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas se- III - os encargos trabalhistas sob a sua responsabilidade. (Re-
rão reduzidas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). dação dada pela Medida Provisória nº 1.110, de 2022) Produção
I – à metade, quando a declaração for apresentada após o pra- de efeitos
zo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela § 4o Os recolhimentos devidos, nos termos do § 3o, deverão
Lei nº 11.941, de 2009). ser pagos por meio de documento único de arrecadação. (Incluído
II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
da declaração no prazo fixado em intimação. (Incluído pela Lei nº § 5o Se não houver expediente bancário na data indicada no
11.941, de 2009). § 3o, o recolhimento deverá ser antecipado para o dia útil imedia-
§ 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (Incluído pela Lei tamente anterior. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
nº 11.941, de 2009). § 6o Os valores não pagos até a data do vencimento sujeitar-se-
I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de omissão de de- -ão à incidência de acréscimos e encargos legais na forma prevista
claração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previ- na legislação do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer
denciária; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Natureza para as contribuições de caráter tributário, e conforme o
II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (Incluído art. 22 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, para os depósitos do
pela Lei nº 11.941, de 2009). FGTS, inclusive no que se refere às multas por atraso. (Incluído pela
Art. 32-B. Os órgãos da administração direta, as autarquias, as Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
fundações e as empresas públicas da União, dos Estados, do Distrito § 7o O recolhimento do valor do FGTS na forma deste artigo
Federal e dos Municípios, cujas Normas Gerais de Direito Financeiro será creditado diretamente em conta vinculada do trabalhador, as-
para elaboração e controle dos orçamentos estão definidas pela Lei segurada a transferência dos elementos identificadores do recolhi-
no 4.320, de 17 de março de 1964, e pela Lei Complementar no 101, mento ao agente operador do fundo. (Incluído pela Lei nº 12.873,
de 4 de maio de 2000, ficam obrigados, na forma estabelecida pela de 2013) (Vigência)
Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, a § 8o O ato de que trata o § 1o regulará a compensação e a
apresentar: (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) restituição dos valores dos tributos e dos encargos trabalhistas re-
I - a contabilidade entregue ao Tribunal de Controle Externo; e colhidos, no documento único de arrecadação, indevidamente ou
(Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) em montante superior ao devido. (Incluído pela Lei nº 12.873, de
II - a folha de pagamento. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) 2013) (Vigência)
Parágrafo único. As informações de que trata o caput deverão § 9o A devolução de valores do FGTS, depositados na conta
ser apresentadas até o dia 30 de abril do ano seguinte ao encerra- vinculada do trabalhador, será objeto de norma regulamentar do
mento do exercício. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) Conselho Curador e do Agente Operador do Fundo de Garantia do
Art. 32-C. O segurado especial responsável pelo grupo familiar Tempo de Serviço. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
que contratar na forma do § 8o do art. 12 apresentará as informa- § 10. O produto da arrecadação de que trata o § 3o será cen-
ções relacionadas ao registro de trabalhadores, aos fatos geradores, tralizado na Caixa Econômica Federal. (Incluído pela Lei nº 12.873,
à base de cálculo e aos valores das contribuições devidas à Previ- de 2013) (Vigência)
dência Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e § 11. A Caixa Econômica Federal, com base nos elementos
outras informações de interesse da Secretaria da Receita Federal do identificadores do recolhimento, disponíveis no sistema de que tra-
Brasil, do Ministério da Previdência Social, do Ministério do Traba- ta o caput deste artigo, transferirá para a Conta Única do Tesouro
lho e Emprego e do Conselho Curador do FGTS, por meio de sistema Nacional os valores arrecadados dos tributos e das contribuições
eletrônico com entrada única de dados, e efetuará os recolhimen- previstas nos incisos X, XII e XIII do caput do art. 30. (Incluído pela
tos por meio de documento único de arrecadação. (Incluído pela Lei Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
nº 12.873, de 2013) (Vigência) § 12. A impossibilidade de utilização do sistema eletrônico re-
§ 1o Os Ministros de Estado da Fazenda, da Previdência Social ferido no caput será objeto de regulamento, a ser editado pelo Mi-
e do Trabalho e Emprego disporão, em ato conjunto, sobre a pres- nistério da Fazenda e pelo Agente Operador do FGTS. (Incluído pela
tação das informações, a apuração, o recolhimento e a distribuição Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 13. A sistemática de entrega das informações e recolhimen- Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições
tos de que trata o caput poderá ser estendida pelas autoridades sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11
previstas no § 1o para o produtor rural pessoa física de que trata a desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das
alínea a do inciso V do caput do art. 12. (Incluído pela Lei nº 12.873, contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entida-
de 2013) (Vigência) des e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão
§ 14. Aplica-se às informações entregues na forma deste artigo acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61
o disposto no §2o do art. 32 e no art. 32-A. (Incluído pela Lei nº da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela
12.873, de 2013) (Vigência) Lei nº 11.941, de 2009).
Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete I – (revogado): (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhi- b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
mento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e II – (revogado): (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
das devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
11.941, de 2009). b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
§ 1o É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
por intermédio dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, o d) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
exame da contabilidade das empresas, ficando obrigados a prestar III – (revogado): (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
todos os esclarecimentos e informações solicitados o segurado e os a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
terceiros responsáveis pelo recolhimento das contribuições previ- b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
denciárias e das contribuições devidas a outras entidades e fundos. c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
§ 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o serven- § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
tuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
com as contribuições previstas nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº Art. 35-A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às con-
11.941, de 2009). tribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplica-se o disposto no art.
§ 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documen- 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei
to ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da nº 11.941, de 2009).
Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, Art. 36. (Revogado pela Lei n° 8.218, de 29.8.91).
lançar de ofício a importância devida. (Redação dada pela Lei nº Art. 37. Constatado o não-recolhimento total ou parcial das
11.941, de 2009). contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art. 32
§ 4o Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passi- desta Lei, a falta de pagamento de benefício reembolsado ou o des-
vo, o montante dos salários pagos pela execução de obra de cons- cumprimento de obrigação acessória, será lavrado auto de infração
trução civil pode ser obtido mediante cálculo da mão de obra em- ou notificação de lançamento. (Redação dada pela Lei nº 11.941,
pregada, proporcional à área construída, de acordo com critérios de 2009).
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, cabendo § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária § 2o (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
ou empresa corresponsável o ônus da prova em contrário. (Redação Art. 38. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 39. O débito original e seus acréscimos legais, bem como
§ 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente outras multas previstas em lei, constituem dívida ativa da União,
autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela promovendo-se a inscrição em livro próprio daquela resultante das
empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se contribuições de que tratam as alíneas a, b e c do parágrafo único
eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela im- do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007).
portância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com (Vigência)
o disposto nesta Lei. § 1º (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007).
§ 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro § 2º É facultado aos órgãos competentes, antes de ajuizar a co-
documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilida- brança da dívida ativa de que trata o caput deste artigo, promover o
de não registra o movimento real de remuneração dos segurados a protesto de título dado em garantia, que será recebido pro solven-
seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição do. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007). (Vigência)
indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empre- § 3o Serão inscritas como dívida ativa da União as contribui-
sa o ônus da prova em contrário. ções que não tenham sido recolhidas ou parceladas resultantes das
§ 7o O crédito da seguridade social é constituído por meio de informações prestadas no documento a que se refere o inciso IV
notificação de lançamento, de auto de infração e de confissão de do art. 32 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007).
valores devidos e não recolhidos pelo contribuinte. (Redação dada (Vigência)
pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 40. (VETADO).
§ 8o Aplicam-se às contribuições sociais mencionadas neste Art. 41. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
artigo as presunções legais de omissão de receita previstas nos §§ Art. 42. Os administradores de autarquias e fundações públi-
2o e 3o do art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de cas, criadas e mantidas pelo Poder Público, de empresas públicas e
1977, e nos arts. 40, 41 e 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de de sociedades de economia mista sujeitas ao controle da União, dos
1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que se encontrarem
Art. 34. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) em mora, por mais de 30 (trinta) dias, no recolhimento das contri-
buições previstas nesta Lei, tornam-se solidariamente responsáveis
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
pelo respectivo pagamento, ficando ainda sujeitos às proibições do § 2o Sobre os valores apurados na forma do § 1o deste arti-
art. 1º e às sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto-lei nº 368, de 19 de go incidirão juros moratórios de 0,5% (cinco décimos por cento) ao
dezembro de 1968. mês, capitalizados anualmente, limitados ao percentual máximo de
Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento 50% (cinqüenta por cento), e multa de 10% (dez por cento). (Incluí-
de direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o do pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
juiz, sob pena de responsabilidade, determinará o imediato reco- § 3o O disposto no § 1o deste artigo não se aplica aos casos de
lhimento das importâncias devidas à Seguridade Social. (Redação contribuições em atraso não alcançadas pela decadência do direito
dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) de a Previdência constituir o respectivo crédito, obedecendo-se, em
§ 1o Nas sentenças judiciais ou nos acordos homologados em relação a elas, as disposições aplicadas às empresas em geral. (In-
que não figurarem, discriminadamente, as parcelas legais relativas cluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
às contribuições sociais, estas incidirão sobre o valor total apurado Art. 46. (Revogado pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
em liquidação de sentença ou sobre o valor do acordo homologado.
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). CAPÍTULO XI
§ 2o Considera-se ocorrido o fato gerador das contribuições DA PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
sociais na data da prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº 11.941,
de 2009). Art. 47. É exigida Certidão Negativa de Débito-CND, fornecida
§ 3o As contribuições sociais serão apuradas mês a mês, com pelo órgão competente, nos seguintes casos: (Redação dada pela
referência ao período da prestação de serviços, mediante a apli- Lei nº 9.032, de 28.4.95).
cação de alíquotas, limites máximos do salário-de-contribuição e I - da empresa:
acréscimos legais moratórios vigentes relativamente a cada uma a) na contratação com o Poder Público e no recebimento de
das competências abrangidas, devendo o recolhimento ser efetua- benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedido por ele; (Vide
do no mesmo prazo em que devam ser pagos os créditos encontra- Medida Provisória nº 958, de 2020) (Vide Lei nº 13.999, de 2020)
dos em liquidação de sentença ou em acordo homologado, sendo (Vide Medida Provisória nº 975, de 2020). (Vide Medida Provisória
que nesse último caso o recolhimento será feito em tantas parcelas nº 1.028, de 2021). (Vide Lei nº 14.179, de 2021)
quantas as previstas no acordo, nas mesmas datas em que sejam b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel
exigíveis e proporcionalmente a cada uma delas. (Incluído pela Lei ou direito a ele relativo;
nº 11.941, de 2009). c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel
§ 4o No caso de reconhecimento judicial da prestação de ser- de valor superior a Cr$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil
viços em condições que permitam a aposentadoria especial após cruzeiros) incorporado ao ativo permanente da empresa; 19
15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato rela-
serão devidos os acréscimos de contribuição de que trata o § 6o do tivo a baixa ou redução de capital de firma individual, redução de
art. 57 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de
11.941, de 2009). entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de contro-
§ 5o Na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida le de cotas de sociedades de responsabilidade limitada; (Redação
decisão de mérito, a contribuição será calculada com base no valor dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).
do acordo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de cons-
§ 6o Aplica-se o disposto neste artigo aos valores devidos ou trução civil, quando de sua averbação no registro de imóveis, salvo
pagos nas Comissões de Conciliação Prévia de que trata a Lei no no caso do inciso VIII do art. 30.
9.958, de 12 de janeiro de 2000. (Incluído pela Lei nº 11.941, de § 1º A prova de inexistência de débito deve ser exigida da em-
2009). presa em relação a todas as suas dependências, estabelecimentos e
Art. 44. (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007). obras de construção civil, independentemente do local onde se en-
Art. 45. (Revogado pela Lei Complementar nº 128, de 2008) contrem, ressalvado aos órgãos competentes o direito de cobrança
Art. 45-A. O contribuinte individual que pretenda contar como de qualquer débito apurado posteriormente.
tempo de contribuição, para fins de obtenção de benefício no Regi- § 2º A prova de inexistência de débito, quando exigível ao in-
me Geral de Previdência Social ou de contagem recíproca do tempo corporador, independe da apresentada no registro de imóveis por
de contribuição, período de atividade remunerada alcançada pela ocasião da inscrição do memorial de incorporação.
decadência deverá indenizar o INSS. (Incluído pela Lei Complemen- § 3º Fica dispensada a transcrição, em instrumento público ou
tar nº 128, de 2008) particular, do inteiro teor do documento comprobatório de inexis-
§ 1o O valor da indenização a que se refere o caput deste artigo tência de débito, bastando a referência ao seu número de série e
e o § 1o do art. 55 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, corres- data da emissão, bem como a guarda do documento comprobató-
ponderá a 20% (vinte por cento): (Incluído pela Lei Complementar rio à disposição dos órgãos competentes.
nº 128, de 2008) § 4º O documento comprobatório de inexistência de débito po-
I – da média aritmética simples dos maiores salários-de-contri- derá ser apresentado por cópia autenticada, dispensada a indicação
buição, reajustados, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de de sua finalidade, exceto no caso do inciso II deste artigo.
todo o período contributivo decorrido desde a competência julho § 5º O prazo de validade da certidão expedida conjuntamente
de 1994; ou (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008) pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil e pela Procu-
II – da remuneração sobre a qual incidem as contribuições para radoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da Economia, re-
o regime próprio de previdência social a que estiver filiado o inte- ferente aos tributos federais e à dívida ativa da União por elas ad-
ressado, no caso de indenização para fins da contagem recíproca ministrados, será de até 180 (cento e oitenta) dias, contado da data
de que tratam os arts. 94 a 99 da Lei no 8.213, de 24 de julho de de emissão da certidão, prorrogável, excepcionalmente, pelo prazo
1991, observados o limite máximo previsto no art. 28 e o disposto determinado em ato conjunto dos referidos órgãos. (Redação dada
em regulamento. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008) pela Lei nº 14.148, de 2021)
§ 6º Independe de prova de inexistência de débito:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) a lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou contrato b) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
que constitua retificação, ratificação ou efetivação de outro anterior § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
para o qual já foi feita a prova; § 3o O não cumprimento do disposto no § 1o deste artigo su-
b) a constituição de garantia para concessão de crédito rural, jeita o responsável a multa na forma estabelecida no art. 92 desta
em qualquer de suas modalidades, por instituição de crédito públi- Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
ca ou privada, desde que o contribuinte referido no art. 25, não seja § 4º O Departamento Nacional de Registro do Comércio
responsável direto pelo recolhimento de contribuições sobre a sua (DNRC), por intermédio das Juntas Comerciais, e os Cartórios de
produção para a Seguridade Social; Registro Civil de Pessoas Jurídicas prestarão, obrigatoriamente, ao
c) a averbação prevista no inciso II deste artigo, relativa a imó- Ministério da Economia, ao INSS e à Secretaria da Receita Federal
vel cuja construção tenha sido concluída antes de 22 de novembro do Brasil todas as informações referentes aos atos constitutivos e
de 1966. alterações posteriores relativos a empresas e entidades neles regis-
d) o recebimento pelos Municípios de transferência de recur- tradas. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
sos destinados a ações de assistência social, educação, saúde e em § 5o A matrícula atribuída pela Secretaria da Receita Federal do
caso de calamidade pública. (Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009) Brasil ao produtor rural pessoa física ou segurado especial é o do-
e) a verbação da construção civil localizada em área objeto cumento de inscrição do contribuinte, em substituição à inscrição
de regularização fundiária de interesse social, na forma da Lei no no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, a ser apresentado
11.977, de 7 de julho de 2009. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) em suas relações com o Poder Público, inclusive para licenciamento
§ 7º O condômino adquirente de unidades imobiliárias de obra sanitário de produtos de origem animal ou vegetal submetidos a
de construção civil não incorporada na forma da Lei nº 4.591, de processos de beneficiamento ou industrialização artesanal, com as
16 de dezembro de 1964, poderá obter documento comprobatório instituições financeiras, para fins de contratação de operações de
de inexistência de débito, desde que comprove o pagamento das crédito, e com os adquirentes de sua produção ou fornecedores de
contribuições relativas à sua unidade, conforme dispuser o regu- sementes, insumos, ferramentas e demais implementos agrícolas.
lamento. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
§ 8º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 6o O disposto no § 5o deste artigo não se aplica ao licencia-
Art. 48. A prática de ato com inobservância do disposto no arti- mento sanitário de produtos sujeitos à incidência de Imposto sobre
go anterior, ou o seu registro, acarretará a responsabilidade solidá- Produtos Industrializados ou ao contribuinte cuja inscrição no Ca-
ria dos contratantes e do oficial que lavrar ou registrar o instrumen- dastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ seja obrigatória. (Incluído
to, sendo o ato nulo para todos os efeitos. pela Lei nº 11.718, de 2008).
§ 1º Os órgãos competentes podem intervir em instrumento Art. 50. Para fins de fiscalização do INSS, o Município, por in-
que depender de prova de inexistência de débito, a fim de autorizar termédio do órgão competente, fornecerá relação de alvarás para
sua lavratura, desde que o débito seja pago no ato ou o seu paga- construção civil e documentos de “habite-se” concedidos. (Redação
mento fique assegurado mediante confissão de dívida fiscal com o dada pela Lei nº 9.476, de 1997)
oferecimento de garantias reais suficientes, na forma estabelecida Art. 51. O crédito relativo a contribuições, cotas e respectivos
em regulamento. adicionais ou acréscimos de qualquer natureza arrecadados pelos
§ 2º Em se tratando de alienação de bens do ativo de empresa órgãos competentes, bem como a atualização monetária e os ju-
em regime de liquidação extrajudicial, visando à obtenção de recur- ros de mora, estão sujeitos, nos processos de falência, concordata
sos necessários ao pagamento dos credores, independentemente ou concurso de credores, às disposições atinentes aos créditos da
do pagamento ou da confissão de dívida fiscal, o Instituto Nacional União, aos quais são equiparados.
do Seguro Social-INSS poderá autorizar a lavratura do respectivo Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS rei-
instrumento, desde que o valor do crédito previdenciário conste, vindicará os valores descontados pela empresa de seus emprega-
regularmente, do quadro geral de credores, observada a ordem dos e ainda não recolhidos.
de preferência legal. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.639, de Art. 52. Às empresas, enquanto estiverem em débito não ga-
25.5.98). rantido com a União, aplica-se o disposto no art. 32 da Lei no 4.357,
§ 3º O servidor, o serventuário da Justiça, o titular de serventia de 16 de julho de 1964. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
extrajudicial e a autoridade ou órgão que infringirem o disposto no I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
artigo anterior incorrerão em multa aplicada na forma estabelecida II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
no art. 92, sem prejuízo da responsabilidade administrativa e pe- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941,
nal cabível. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.639, de de 2009).
25.5.98). Art. 53. Na execução judicial da dívida ativa da União, suas au-
tarquias e fundações públicas, será facultado ao exeqüente indicar
TÍTULO VII bens à penhora, a qual será efetivada concomitantemente com a
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS citação inicial do devedor.
§ 1º Os bens penhorados nos termos deste artigo ficam desde
Art. 49. A matrícula da empresa será efetuada nos termos e logo indisponíveis.
condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Bra- § 2º Efetuado o pagamento integral da dívida executada, com
sil. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). seus acréscimos legais, no prazo de 2 (dois) dias úteis contados da
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). citação, independentemente da juntada aos autos do respectivo
II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). mandado, poderá ser liberada a penhora, desde que não haja outra
§ 1o No caso de obra de construção civil, a matrícula deverá execução pendente.
ser efetuada mediante comunicação obrigatória do responsável por § 3º O disposto neste artigo aplica-se também às execuções já
sua execução, no prazo de 30 (trinta) dias, contado do início de suas processadas.
atividades, quando obterá número cadastral básico, de caráter per- § 4º Não sendo opostos embargos, no caso legal, ou sendo eles
manente. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). julgados improcedentes, os autos serão conclusos ao juiz do feito,
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). para determinar o prosseguimento da execução.
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Art. 54. Os órgãos competentes estabelecerão critério para a Parágrafo único. É vedada a utilização dos recursos de que trata
dispensa de constituição ou exigência de crédito de valor inferior este artigo, para cobrir despesas de custeio em geral, inclusive as
ao custo dessa medida. decorrentes de criação, majoração ou extensão dos benefícios ou
Art. 55. (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) serviços da Previdência Social, admitindo-se sua utilização, excep-
Art. 56. A inexistência de débitos em relação às contribuições cionalmente, em despesas de capital, na forma da lei de orçamento.
devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, a partir da pu- Art. 62. A contribuição estabelecida na Lei nº 5.161, de 21 de
blicação desta Lei, é condição necessária para que os Estados, o outubro de 1966, em favor da Fundação Jorge Duprat Figueiredo
Distrito Federal e os Municípios possam receber as transferências de Segurança e Medicina do Trabalho-FUNDACENTRO, será de 2%
dos recursos do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Fe- (dois por cento) da receita proveniente da contribuição a cargo da
deral-FPE e do Fundo de Participação dos Municípios-FPM, celebrar empresa, a título de financiamento da complementação das presta-
acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como receber em- ções por acidente do trabalho, estabelecida no inciso II do art. 22.
préstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos Parágrafo único. Os recursos referidos neste artigo poderão
ou entidades da administração direta e indireta da União. contribuir para o financiamento das despesas com pessoal e admi-
§ 1o (Revogado pela Medida Provisória no 2187-13, de 2001). nistração geral da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança
(Renumerado do parágrafo único e Incluído pela Lei nº 12.810, de e Medicina do Trabalho-Fundacentro. (Parágrafo acrescentado pela
2013) Lei nº 9.639, de 25.5.98)
§ 2o Os recursos do FPE e do FPM não transferidos em decor-
rência da aplicação do caput deste artigo poderão ser utilizados TÍTULO VIII
para quitação, total ou parcial, dos débitos relativos às contribui- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ções de que tratam as alíneas a e c do parágrafo único do art. 11 CAPÍTULO I
desta Lei, a pedido do representante legal do Estado, Distrito Fede- DA MODERNIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
ral ou Município. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
Art. 57. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios serão, Art. 63. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
igualmente, obrigados a apresentar, a partir de 1º de junho de 2001).
1992, para os fins do disposto no artigo anterior, comprovação de Art. 64. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
pagamento da parcela mensal referente aos débitos com o Instituto 2001).
Nacional do Seguro Social-INSS, existentes até 1º de setembro de Art. 65. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
1991, renegociados nos termos desta Lei. 2001).
Art. 58. Os débitos dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- Art. 66. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
cípios para com o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, existen- 2001).
tes até 1º de setembro de 1991, poderão ser liquidados em até 240 Art. 67. Até que seja implantado o Cadastro Nacional do Traba-
(duzentos e quarenta) parcelas mensais. lhador-CNT, as instituições e órgãos federais, estaduais, do Distrito
§ 1º Para apuração dos débitos será considerado o valor ori- Federal e municipais, detentores de cadastros de empresas e de
ginal atualizado pelo índice oficial utilizado pela Seguridade Social contribuintes em geral, deverão colocar à disposição do Instituto
para correção de seus créditos. (Renumerado pela Lei nº 8.444, de Nacional do Seguro Social-INSS, mediante a realização de convê-
20.7.92) nios, todos os dados necessários à permanente atualização dos ca-
§ 2º As contribuições descontadas até 30 de junho de 1992 dos dastros da Previdência Social.
segurados que tenham prestado serviços aos Estados, ao Distrito Art. 68. O Titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas Natu-
Federal e aos Municípios poderão ser objeto de acordo para parce- rais remeterá ao INSS, em até 1 (um) dia útil, pelo Sistema Nacional
lamento em até doze meses, não se lhes aplicando o disposto no § de Informações de Registro Civil (Sirc) ou por outro meio que venha
1º do artigo 38 desta Lei. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.444, a substituí-lo, a relação dos nascimentos, dos natimortos, dos ca-
de 20.7.92). samentos, dos óbitos, das averbações, das anotações e das retifi-
Art. 59. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS implantará, cações registradas na serventia. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação desta de 2019)
Lei, sistema próprio e informatizado de cadastro dos pagamentos § 1º Para os Municípios que não dispõem de provedor de co-
e débitos dos Governos Estaduais, do Distrito Federal e das Prefei- nexão à internet ou de qualquer meio de acesso à internet, fica au-
turas Municipais, que viabilize o permanente acompanhamento e torizada a remessa da relação em até 5 (cinco) dias úteis. (Redação
fiscalização do disposto nos arts. 56, 57 e 58 e permita a divulgação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
periódica dos devedores da Previdência Social. § 2º Para os registros de nascimento e de natimorto, consta-
Art. 60. O pagamento dos benefícios da Seguridade Social será rão das informações, obrigatoriamente, a inscrição no Cadastro de
realizado por intermédio da rede bancária ou por outras formas de- Pessoas Físicas (CPF), o sexo, a data e o local de nascimento do re-
finidas pelo Ministério da Previdência Social. (Redação dada pela gistrado, bem como o nome completo, o sexo, a data e o local de
Lei nº 11.941, de 2009). nascimento e a inscrição no CPF da filiação. (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.170- nº 13.846, de 2019)
36, de 2001). § 3º Para os registros de casamento e de óbito, constarão das
Art. 61. As receitas provenientes da cobrança de débitos dos informações, obrigatoriamente, a inscrição no CPF, o sexo, a data e
Estados e Municípios e da alienação, arrendamento ou locação de o local de nascimento do registrado, bem como, acaso disponíveis,
bens móveis ou imóveis pertencentes ao patrimônio do Instituto os seguintes dados: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Nacional do Seguro Social-INSS, deverão constituir reserva técnica, I - número do cadastro perante o Programa de Integração So-
de longo prazo, que garantirá o seguro social estabelecido no Plano cial (PIS) ou o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
de Benefícios da Previdência Social. Público (Pasep); (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - Número de Identificação do Trabalhador (NIT); (Incluído
pela Lei nº 13.846, de 2019)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - número de benefício previdenciário ou assistencial, se a § 5º O INSS deverá notificar o beneficiário quanto à suspensão
pessoa falecida for titular de qualquer benefício pago pelo INSS; do benefício de que trata o § 4º deste artigo e conceder-lhe prazo
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) de 30 (trinta) dias para interposição de recurso. (Incluído pela Lei nº
IV - número de registro da Carteira de Identidade e respectivo 13.846, de 2019)
órgão emissor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 6º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias após a suspensão
V - número do título de eleitor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de a que se refere o § 4º deste artigo, sem que o beneficiário, o seu
2019) representante legal ou o seu procurador apresente recurso admi-
VI - número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social nistrativo aos canais de atendimento do INSS ou a outros canais
(CTPS). (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) autorizados, o benefício será cessado. (Incluído pela Lei nº 13.846,
§ 4º No caso de não haver sido registrado nenhum nascimento, de 2019)
natimorto, casamento, óbito ou averbações, anotações e retifica- § 7º Para fins do disposto no caput deste artigo, o INSS poderá
ções no mês, deverá o Titular do Cartório de Registro Civil de Pes- realizar recenseamento para atualização do cadastro dos beneficiá-
soas Naturais comunicar este fato ao INSS até o 5º (quinto) dia útil rios, abrangidos os benefícios administrados pelo INSS, observado
do mês subsequente. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) o disposto no § 8º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.199,
§ 5º O descumprimento de qualquer obrigação imposta neste de 2021)
artigo e o fornecimento de informação inexata sujeitarão o Titular § 8º Aquele que receber benefício realizará anualmente, no
do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais, além de outras mês de aniversário do titular do benefício, a comprovação de vida,
penalidades previstas, à penalidade prevista no art. 92 desta Lei e preferencialmente por meio de atendimento eletrônico com uso de
à ação regressiva proposta pelo INSS, em razão dos danos sofridos. biometria, ou outro meio definido pelo INSS que assegure a identi-
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) ficação inequívoca do beneficiário, implementado pelas instituições
Art. 68-A. A lavratura de procuração pública e a emissão de financeiras pagadoras dos benefícios, observadas as seguintes dis-
sua primeira via para fins exclusivos de recebimento de benefícios posições: (Redação dada pela Lei nº 14.199, de 2021)
previdenciários ou assistenciais administrados pelo INSS são isentas I - a prova de vida e a renovação de senha serão efetuadas pelo
do pagamento das custas e dos emolumentos. (Incluído pela Lei nº beneficiário, preferencialmente no mesmo ato, mediante identifica-
14.199, de 2021) ção por funcionário da instituição financeira responsável pelo paga-
Art. 69. O INSS manterá programa permanente de revisão da mento, quando não realizadas por atendimento eletrônico com uso
concessão e da manutenção dos benefícios por ele administrados, de biometria; (Redação dada pela Lei nº 14.199, de 2021)
a fim de apurar irregularidades ou erros materiais. (Redação dada II - a prova de vida poderá ser realizada por representante legal
pela Lei nº 13.846, de 2019) ou por procurador do beneficiário, legalmente cadastrado no INSS;
§ 1º Na hipótese de haver indícios de irregularidade ou erros (Redação dada pela Lei nº 14.199, de 2021)
materiais na concessão, na manutenção ou na revisão do benefí- III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.199, de 2021)
cio, o INSS notificará o beneficiário, o seu representante legal ou o IV - os órgãos competentes deverão dispor de meios alternati-
seu procurador para apresentar defesa, provas ou documentos dos vos que garantam a realização da prova de vida do beneficiário com
quais dispuser, no prazo de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de idade igual ou superior a 80 (oitenta) anos ou com dificuldade de
2019) locomoção, inclusive por meio de atendimento domiciliar quando
I - 30 (trinta) dias, no caso de trabalhador urbano; (Incluído necessário; (Redação dada pela Lei nº 14.199, de 2021)
pela Lei nº 13.846, de 2019) IV-A - as instituições financeiras deverão, obrigatoriamente,
II - 60 (sessenta) dias, no caso de trabalhador rural individual envidar esforços a fim de facilitar e auxiliar o beneficiário com ida-
e avulso, agricultor familiar ou segurado especial. (Incluído pela Lei de igual ou superior a 80 (oitenta) anos ou com dificuldade de lo-
nº 13.846, de 2019) comoção, de forma a evitar ao máximo o seu deslocamento até a
§ 2º A notificação a que se refere o § 1º deste artigo será feita: agência bancária e, caso isso ocorra, dar-lhe preferência máxima de
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) atendimento, para diminuir o tempo de permanência do idoso no
I - preferencialmente por rede bancária ou por meio eletrônico, recinto e evitar sua exposição a aglomeração; (Incluído pela Lei nº
conforme previsto em regulamento; (Incluído pela Lei nº 13.846, 14.199, de 2021)
de 2019) IV-B - a instituição financeira, quando a prova de vida for nela
II - por via postal, por carta simples, considerado o endereço realizada, deverá enviar as informações ao INSS, bem como divulgar
constante do cadastro do benefício, hipótese em que o aviso de re- aos beneficiários, de forma ampla, todos os meios existentes para
cebimento será considerado prova suficiente da notificação; (Inclu- efetuar o procedimento, especialmente os remotos, a fim de evitar
ído pela Lei nº 13.846, de 2019) o deslocamento dos beneficiários; e (Incluído pela Lei nº 14.199,
III - pessoalmente, quando entregue ao interessado em mãos; de 2021)
ou (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) V - o INSS poderá bloquear o pagamento do benefício enca-
IV - por edital, nos casos de retorno com a não localização do minhado às instituições financeiras até que o beneficiário realize
segurado, referente à comunicação indicada no inciso II deste pará- a prova de vida, permitida a liberação do pagamento automatica-
grafo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) mente pela instituição financeira. (Redação dada pela Lei nº 14.199,
§ 3º A defesa poderá ser apresentada pelo canal de atendimen- de 2021)
to eletrônico do INSS ou na Agência da Previdência Social do domi- § 9º O recurso de que trata o § 5º deste artigo não terá efeito
cílio do beneficiário, na forma do regulamento. (Redação dada pela suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Lei nº 13.846, de 2019) § 10. Apurada irregularidade recorrente ou fragilidade nos pro-
§ 4º O benefício será suspenso nas seguintes hipóteses: (Reda- cedimentos, reconhecida na forma prevista no caput deste artigo
ção dada pela Lei nº 13.846, de 2019) ou pelos órgãos de controle, os procedimentos de análise e con-
I - não apresentação da defesa no prazo estabelecido no § 1º cessão de benefícios serão revistos, de modo a reduzir o risco de
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) fraude e concessão irregular. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - defesa considerada insuficiente ou improcedente pelo INSS.
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 11. Para fins do disposto no § 8º deste artigo, preservados a I – enviar às empresas e aos seus segurados, quando solicitado,
integridade dos dados e o sigilo eventualmente existente, o INSS: extrato relativo ao recolhimento das suas contribuições; (Redação
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) pela Lei nº 12.692, de 2012)
I - terá acesso a todos os dados biométricos mantidos e ad- II - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
ministrados pelos órgãos públicos federais; e (Incluído pela Lei nº III - emitir e enviar aos beneficiários o Aviso de Concessão de
13.846, de 2019) Benefício, além da memória de cálculo do valor dos benefícios con-
II - poderá ter, por meio de convênio, acesso aos dados biomé- cedidos;
tricos: (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) IV - reeditar versão atualizada, nos termos do Plano de Benefí-
a) da Justiça Eleitoral; e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) cios, da Carta dos Direitos dos Segurados;
b) de outros entes federativos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de V - divulgar, com a devida antecedência, através dos meios de
2019) comunicação, alterações porventura realizadas na forma de contri-
Art. 70. Os beneficiários da Previdência Social, aposentados buição das empresas e segurados em geral;
por invalidez, ficam obrigados, sob pena de sustação do pagamento VI - descentralizar, progressivamente, o processamento eletrô-
do benefício, a submeterem-se a exames médico-periciais, estabe- nico das informações, mediante extensão dos programas de infor-
lecidos na forma do regulamento, que definirá sua periodicidade e matização de postos de atendimento e de Regiões Fiscais.
os mecanismos de fiscalização e auditoria. VII - disponibilizará ao público, inclusive por meio de rede pú-
Art. 71. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverá rever blica de transmissão de dados, informações atualizadas sobre as re-
os benefícios, inclusive os concedidos por acidente do trabalho, ain- ceitas e despesas do regime geral de previdência social, bem como
da que concedidos judicialmente, para avaliar a persistência, ate- os critérios e parâmetros adotados para garantir o equilíbrio finan-
nuação ou agravamento da incapacidade para o trabalho alegada ceiro e atuarial do regime. (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004).
como causa para a sua concessão. § 1º O Ministério do Trabalho e Previdência divulgará, men-
Parágrafo único. Será cabível a concessão de liminar nas ações salmente, o resultado financeiro do Regime Geral de Previdência
rescisórias e revisional, para suspender a execução do julgado res- Social, no qual considerará: (Incluído pela Lei nº 14.360, de 2022)
cindendo ou revisando, em caso de fraude ou erro material com- I - para fins de aferição do equilíbrio financeiro do regime, as
provado. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.032, de 28 4.95). renúncias previdenciárias em adição às receitas realizadas; e (Inclu-
Art. 72. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS promoverá, ído pela Lei nº 14.360, de 2022)
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da publicação desta II - para os demais fins, apenas as receitas efetivamente arreca-
Lei, a revisão das indenizações associadas a benefícios por aciden- dadas e as despesas orçamentárias e financeiras efetivamente liqui-
tes do trabalho, cujos valores excedam a Cr$ 1.700.000,00 (um mi- dadas e pagas. (Incluído pela Lei nº 14.360, de 2022)
lhão e setecentos mil cruzeiros). § 2º Para fins de apuração das renúncias previdenciárias de que
Art. 73. O setor encarregado pela área de benefícios no âmbi- trata o inciso I do § 1º deste artigo, serão consideradas as informa-
to do Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverá estabelecer ções prestadas pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil
indicadores qualitativos e quantitativos para acompanhamento e do Ministério da Economia. (Incluído pela Lei nº 14.360, de 2022)
avaliação das concessões de benefícios realizadas pelos órgãos lo- Art. 81. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
cais de atendimento. Art. 82. A Auditoria e a Procuradoria do Instituto Nacional do
Art. 74. Os postos de benefícios deverão adotar como prática Seguro Social-INSS deverão, a cada trimestre, elaborar relação das
o cruzamento das informações declaradas pelos segurados com os auditorias realizadas e dos trabalhos executados, bem como dos re-
dados de cadastros de empresas e de contribuintes em geral quan- sultados obtidos, enviando-a a apreciação do Conselho Nacional da
do da concessão de benefícios. Seguridade Social.
Art. 75. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998). Art. 83. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverá im-
Art. 76. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverá pro- plantar um programa de qualificação e treinamento sistemático
ceder ao recadastramento de todos aqueles que, por intermédio de de pessoal, bem como promover a reciclagem e redistribuição de
procuração, recebem benefícios da Previdência Social. funcionários conforme as demandas dos órgãos regionais e locais,
§ 1º O documento de procuração deverá ser revalidado, anual- visando a melhoria da qualidade do atendimento e o controle e a
mente, nos termos de norma definida pelo INSS. (Incluído pela Lei eficiência dos sistemas de arrecadação e fiscalização de contribui-
nº 14.199, de 2021) ções, bem como de pagamento de benefícios.
§ 2º Na hipótese de pagamento indevido de benefício a pessoa Art. 84. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
não autorizada, ou após o óbito do titular do benefício, a instituição 2001).
financeira é responsável pela devolução dos valores ao INSS, em
razão do descumprimento das obrigações a ela impostas por lei ou CAPÍTULO II
por força contratual. (Incluído pela Lei nº 14.199, de 2021) DAS DEMAIS DISPOSIÇÕES
Art. 77. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
2001). Art. 85. O Conselho Nacional da Seguridade Social será instala-
Art. 78. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, na forma da do no prazo de 30 (trinta) dias após a promulgação desta Lei.
legislação específica, fica autorizado a contratar auditorias exter- Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos interna-
nas, periodicamente, para analisar e emitir parecer sobre demons- cionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o
trativos econômico-financeiros e contábeis, arrecadação, cobrança Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, se-
e fiscalização das contribuições, bem como pagamento dos benefí- rão interpretados como lei especial. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
cios, submetendo os resultados obtidos à apreciação do Conselho 1999).
Nacional da Seguridade Social. Art. 86. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
Art. 79. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998). 2001).
Art. 80. Fica o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS obriga-
do a:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 87. Os orçamentos das pessoas jurídicas de direito público Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
e das entidades da administração pública indireta devem consignar Art. 94. (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007).
as dotações necessárias ao pagamento das contribuições da Segu- Art. 95. Caput. Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de
ridade Social, de modo a assegurar a sua regular liquidação dentro 2000).
do exercício. a) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
Art. 88. Os prazos de prescrição de que goza a União aplicam-se b) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
à Seguridade Social, ressalvado o disposto no art. 46. c) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c d) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas e) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros so- f) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
mente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de g) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos h) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Fede- i) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
ral do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). j) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). outras sanções previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que dis-
§ 4o O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de puser o regulamento:
juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial a) à suspensão de empréstimos e financiamentos, por institui-
de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumula- ções financeiras oficiais;
da mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento b) à revisão de incentivos fiscais de tratamento tributário es-
indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compen- pecial;
sação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês c) à inabilitação para licitar e contratar com qualquer órgão ou
em que estiver sendo efetuada. (Redação dada pela Lei nº 11.941, entidade da administração pública direta ou indireta federal, esta-
de 2009). dual, do Distrito Federal ou municipal;
§ 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). d) à interdição para o exercício do comércio, se for sociedade
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). mercantil ou comerciante individual;
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). e) à desqualificação para impetrar concordata;
§ 8o Verificada a existência de débito em nome do sujeito pas- f) à cassação de autorização para funcionar no país, quando
sivo, o valor da restituição será utilizado para extingui-lo, total ou for o caso.
parcialmente, mediante compensação. (Incluído pela Lei nº 11.196, § 3o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
de 2005). § 4o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
§ 9o Os valores compensados indevidamente serão exigidos § 5o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35 desta Lei. (In- Art. 96. O Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional, anu-
cluído pela Lei nº 11.941, de 2009). almente, acompanhando a Proposta Orçamentária da Seguridade
§ 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se com- Social, projeções atuariais relativas à Seguridade Social, abrangen-
prove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o do um horizonte temporal de, no mínimo, 20 (vinte) anos, consi-
contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual derando hipóteses alternativas quanto às variáveis demográficas,
previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de econômicas e institucionais relevantes.
dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo Art. 97. Fica o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS auto-
o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela rizado a proceder a alienação ou permuta, por ato da autoridade
Lei nº 11.941, de 2009). competente, de bens imóveis de sua propriedade considerados
§ 11. Aplica-se aos processos de restituição das contribuições desnecessários ou não vinculados às suas atividades operacionais.
de que trata este artigo e de reembolso de salário-família e salário- (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).
-maternidade o rito previsto no Decreto no 70.235, de 6 de março § 1º Na alienação a que se refere este artigo será observado o
de 1972. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). disposto no art. 18 e nos incisos I, II e III do art. 19, da Lei nº 8.666,
§ 12. O disposto no § 10 deste artigo não se aplica à compensa- de 21 de junho de 1993, alterada pelas Leis nºs 8.883, de 8 de junho
ção efetuada nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezem- de 1994, e 9.032, de 28 de abril de 1995. (Parágrafo acrescentado
bro de 1996. (Incluído pela Lei nº 13.670, de 2018) pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).
Art. 90. O Conselho Nacional da Seguridade Social, dentro de § 2º (VETADO na Lei nº 9.528, de 10.12.97).
180 (cento e oitenta) dias da sua instalação, adotará as providên- Art. 98. Nas execuções fiscais da dívida ativa do INSS, o leilão
cias necessárias ao levantamento das dívidas da União para com a judicial dos bens penhorados realizar-se-á por leiloeiro oficial, in-
Seguridade Social. dicado pelo credor, que procederá à hasta pública:(Redação dada
Art. 91. Mediante requisição da Seguridade Social, a empresa pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
é obrigada a descontar, da remuneração paga aos segurados a seu I - no primeiro leilão, pelo valor do maior lance, que não po-
serviço, a importância proveniente de dívida ou responsabilidade derá ser inferior ao da avaliação; (Incluído pela Lei nº 9.528, de
por eles contraída junto à Seguridade Social, relativa a benefícios 10.12.1997).
pagos indevidamente. II - no segundo leilão, por qualquer valor, excetuado o vil. (In-
Art. 92. A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a cluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o res- § 1º Poderá o juiz, a requerimento do credor, autorizar seja par-
ponsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ celado o pagamento do valor da arrematação, na forma prevista
100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de para os parcelamentos administrativos de débitos previdenciários.
cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. 24 (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
Art. 93. (Revogado o caput pela Lei nº 9.639, de 25.5.98.)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º Todas as condições do parcelamento deverão constar do Art. 103. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
edital de leilão. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). 60 (sessenta) dias a partir da data de sua publicação.
§ 3º O débito do executado será quitado na proporção do valor Art. 104. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
de arrematação. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). Art. 105. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 4º O arrematante deverá depositar, no ato, o valor da primei-
ra parcela. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). LEI Nº 8.213/1991 E SUAS ALTERAÇÕES
§ 5º Realizado o depósito, será expedida carta de arrematação,
contendo as seguintes disposições: (Incluído pela Lei nº 9.528, de
10.12.1997).
a) valor da arrematação, valor e número de parcelas mensais LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991
em que será pago; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
b) constituição de hipoteca do bem adquirido, ou de penhor, Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá
em favor do credor, servindo a carta de título hábil para registro da outras providências.
garantia; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
c) indicação do arrematante como fiel depositário do bem O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
móvel, quando constituído penhor; (Incluído pela Lei nº 9.528, de cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
10.12.1997).
d) especificação dos critérios de reajustamento do saldo e TÍTULO I
das parcelas, que será sempre o mesmo vigente para os parcela- DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREVIDÊNCIA
mentos de débitos previdenciários. (Incluído pela Lei nº 9.528, de SOCIAL
10.12.1997).
§ 6º Se o arrematante não pagar, no vencimento, qualquer das Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por
parcelas mensais, o saldo devedor remanescente vencerá antecipa- fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de ma-
damente, que será acrescido em cinqüenta por cento de seu valor a nutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário,
título de multa, e, imediatamente inscrito em dívida ativa e execu- idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou
tado. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). morte daqueles de quem dependiam economicamente.
§ 7º Se no primeiro ou no segundo leilões a que se refere o Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios
caput não houver licitante, o INSS poderá adjudicar o bem por cin- e objetivos:
qüenta por cento do valor da avaliação. (Incluído pela Lei nº 9.528, I - universalidade de participação nos planos previdenciários;
de 10.12.1997). II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
§ 8º Se o bem adjudicado não puder ser utilizado pelo INSS, e populações urbanas e rurais;
for de difícil venda, poderá ser negociado ou doado a outro órgão III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
ou entidade pública que demonstre interesse na sua utilização. (In- IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-con-
cluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). tribuição corrigidos monetariamente;
§ 9º Não havendo interesse na adjudicação, poderá o juiz do V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preser-
feito, de ofício ou a requerimento do credor, determinar sucessi- var-lhes o poder aquisitivo;
vas repetições da hasta pública. (Incluído pela Lei nº 9.528, de VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salá-
10.12.1997). rio-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não
§ 10. O leiloeiro oficial, a pedido do credor, poderá ficar como inferior ao do salário mínimo;
fiel depositário dos bens penhorados e realizar a respectiva remo- VII - previdência complementar facultativa, custeada por con-
ção. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). tribuição adicional;
§ 11. O disposto neste artigo aplica-se às execuções fiscais da VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão adminis-
Dívida Ativa da União. (Incluído pela Lei nº 10.522, de 2002). trativa, com a participação do governo e da comunidade, em espe-
Art. 99. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS poderá con- cial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados.
tratar leiloeiros oficiais para promover a venda administrativa dos Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII deste ar-
bens, adjudicados judicialmente ou que receber em dação de paga- tigo será efetivada a nível federal, estadual e municipal.
mento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência So-
Parágrafo único. O INSS, no prazo de sessenta dias, providen- cial–CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, que terá como
ciará alienação do bem por intermédio do leiloeiro oficial. (Incluído membros:
pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). I - seis representantes do Governo Federal; (Redação dada pela
Art. 100. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Lei nº 8.619, de 1993)
Art. 101. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de II - nove representantes da sociedade civil, sendo: (Redação
2001). dada pela Lei nº 8.619, de 1993)
Art. 102. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei a) três representantes dos aposentados e pensionistas; (Reda-
serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices ção dada pela Lei nº 8.619, de 1993)
utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação conti- b) três representantes dos trabalhadores em atividade; (Reda-
nuada da Previdência Social. (Redação dada pela Medida Provisória ção dada pela Lei nº 8.619, de 1993)
nº 2.187-13, de 2001). c) três representantes dos empregadores. (Redação dada pela
§ 1o O disposto neste artigo não se aplica às penalidades pre- Lei nº 8.619, de 1993)
vistas no art. 32-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão
§ 2o O reajuste dos valores dos salários-de-contribuição em nomeados pelo Presidente da República, tendo os representantes
decorrência da alteração do salário-mínimo será descontado por titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) anos, podendo ser
ocasião da aplicação dos índices a que se refere o caput deste arti- reconduzidos, de imediato, uma única vez.
go. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes serão 31.8.01)
indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais. Art. 8º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por 31.8.01)
convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião
por mais de 15 (quinze) dias se houver requerimento nesse sentido TÍTULO II
da maioria dos conselheiros. DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Pre- Capítulo Único
sidente ou a requerimento de um terço de seus membros, confor- DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
me dispuser o regimento interno do CNPS.
§ 5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 9º A Previdência Social compreende:
§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalha- I - o Regime Geral de Previdência Social;
dores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho, serão II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência Social.
abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada § 1o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a
para todos os fins e efeitos legais. cobertura de todas as situações expressas no art. 1o desta Lei, ex-
§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos ceto as de desemprego involuntário, objeto de lei específica, e de
trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a aposentadoria por tempo de contribuição para o trabalhador de
estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término que trata o § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por (Redação dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
motivo de falta grave, regularmente comprovada através de proces- § 2º O Regime Facultativo Complementar de Previdência Social
so judicial. será objeto de lei especifica.
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência So-
cial proporcionar ao CNPS os meios necessários ao exercício de suas TÍTULO III
competências, para o que contará com uma Secretaria-Executiva do DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Conselho Nacional de Previdência Social. Capítulo I
§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta) dias a DOS BENEFICIÁRIOS
contar da publicação desta Lei.
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social– Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social
CNPS: classificam-se como segurados e dependentes, nos termos das Se-
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políti- ções I e II deste capítulo.
cas aplicáveis à Previdência Social;
II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão Seção I
previdenciária; Dos Segurados
III - apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência
Social; Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as
IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previ- seguintes pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993)
dência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária I - como empregado: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993)
da Seguridade Social; a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à em-
V - acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por presa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante
ele definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no remuneração, inclusive como diretor empregado;
âmbito da Previdência Social; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho tempo-
VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previ- rário, definida em legislação específica, presta serviço para aten-
dência Social; der a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e
VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras
Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar empresas;
auditoria externa; c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no
VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de
quais será exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Pre- empresa nacional no exterior;
sidente do INSS para formalização de desistência ou transigência d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou
judiciais, conforme o disposto no art. 132; a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas su-
IX - elaborar e aprovar seu regimento interno. bordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos
Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
publicadas no Diário Oficial da União. amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva mis-
Art. 5º Compete aos órgãos governamentais: são diplomática ou repartição consular;
I - prestar toda e qualquer informação necessária ao adequa- e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em
do cumprimento das competências do CNPS, fornecendo inclusive organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil
estudos técnicos; seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo
II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 2 (dois) se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentá- f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
ria da Previdência Social, devidamente detalhada. para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exte-
Art. 6º Haverá, no âmbito da Previdência Social, uma Ouvido- rior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira
ria-Geral, cujas atribuições serão definidas em regulamento. (Reda- de capital nacional;
ção dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vín- a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assen-
culo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, tado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário
e Fundações Públicas Federais. (Incluída pela Lei nº 8.647, de 1993) rurais, que explore atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou munici- 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; (In-
pal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
; (Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997) 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas ativi-
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estran- dades nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985,
geiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por re- de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de
gime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.876, de vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
26.11.99) b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pes-
II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de ca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pela Lei
natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, nº 11.718, de 2008)
em atividades sem fins lucrativos; c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (de-
III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) zesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que
IV - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, traba-
a) ; (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) lhem com o grupo familiar respectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718,
b) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) de 2008)
V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº § 1o Entende-se como regime de economia familiar a atividade
9.876, de 26.11.99) em que o trabalho dos membros da família é indispensável à pró-
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade pria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou tempo- familiar e é exercido em condições de mútua dependência e cola-
rário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em boração, sem a utilização de empregados permanentes. (Redação
área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pes- dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
queira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepos- § 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de
tos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo; (Redação uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência
dada pela Lei nº 11.718, de 2008) Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade § 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência So-
de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou tempo- cial–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer ativida-
rário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o de abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a
auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº
forma não contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de Social. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação § 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do man-
dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) dato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previ-
d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) dência Social-RGPS de antes da investidura. (Incluído pela Lei nº
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo 9.528, de 1997)
oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá § 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao
domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual,
de previdência social; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados,
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime
empregado e o membro de conselho de administração de socieda- especial, e fundações. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
de anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente § 6o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge
e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu tra- ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os
balho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades
de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer na- rurais do grupo familiar. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
tureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito § 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados con-
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam tratados por prazo determinado ou de trabalhador de que trata a
remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) alínea g do inciso V do caput, à razão de no máximo 120 (cento e
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou inter-
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Inclu- calados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho,
ído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade eco- decorrência da percepção de auxílio-doença. (Redação dada pela
nômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluído Lei nº 12.873, de 2013)
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 8o Não descaracteriza a condição de segurado especial: (In-
VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empre- cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
sas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação
definidos no Regulamento; ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imó- área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que
vel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, in- outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade,
dividualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com individualmente ou em regime de economia familiar; (Incluído pela
o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
Lei nº 11.718, de 2008) II – a exploração da atividade turística da propriedade rural,
inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias
ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III – a participação em plano de previdência complementar d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples,
instituído por entidade classista a que seja associado em razão da como empresário individual ou como titular de empresa individual
condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de de responsabilidade limitada em desacordo com as limitações im-
economia familiar; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) postas pelo § 12; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem de efeito)
algum componente que seja beneficiário de programa assistencial II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocor-
oficial de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) rência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de:
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização arte- a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se
sanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de refere o § 7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do
VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito § 9o deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
rural; e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do § § 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput des-
12. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito) te artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da
§ 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que atividade rural por este explorada. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Inclu- 2008)
ído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 12. A participação do segurado especial em sociedade em-
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio- presária, em sociedade simples, como empresário individual ou
-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de
continuada da Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, conside-
2008) rada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14
II – benefício previdenciário pela participação em plano de pre- de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária,
vidência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma do
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas
III - exercício de atividade remunerada em período não supe- de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou
rior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas ati-
observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de vidades. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito)
julho de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) § 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produ-
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de or- ção de efeito)
ganização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar
11.718, de 2008) da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem
V – exercício de mandato de vereador do Município em que como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do
desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, des-
constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o de que amparados por regime próprio de previdência social. (Reda-
disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; ção dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomi-
VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições es- tantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral
tabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em re-
11.718, de 2008) lação a essas atividades. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima pro- § 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime pró-
duzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada maté- prio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou
ria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na ati- entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa
vidade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedeci-
Previdência Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) das as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição.
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contri-
§ 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria: (Inclu- buição, desde que não incluído nas disposições do art. 11.
ído pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 14. Consideram-se:
I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o
nº 11.718, de 2008) risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública
do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, direta, indireta ou fundacional;
ou exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos des-
obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o dis- ta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física na condição de pro-
posto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o e no § 12, sem prejuízo do prietário ou dono de obra de construção civil, em relação a segura-
disposto no art. 15; (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) do que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciá- entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática
rio; e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) e a repartição consular de carreira estrangeiras. (Redação dada pela
Lei nº 13.202, de 2015)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemen- mitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência
te de contribuições: de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
do auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) § 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do art. 77 desta
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o Lei, a par da exigência do § 5º deste artigo, deverá ser apresentado,
segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida ainda, início de prova material que comprove união estável por pelo
pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem re- menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. (Incluído pela Lei
muneração; nº 13.846, de 2019)
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado § 7º Será excluído definitivamente da condição de dependente
acometido de doença de segregação compulsória; quem tiver sido condenado criminalmente por sentença com trân-
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido sito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio do-
ou recluso; loso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do se-
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incor- gurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis.
porado às Forças Armadas para prestar serviço militar; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o
segurado facultativo. Seção III
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte Das Inscrições
e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e
vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição do
da qualidade de segurado. segurado e dos dependentes.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 § 1o Incumbe ao dependente promover a sua inscrição quan-
(doze) meses para o segurado desempregado, desde que compro- do do requerimento do benefício a que estiver habilitado. (Redação
vada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
Trabalho e da Previdência Social. § 2º (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos § 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008)
os seus direitos perante a Previdência Social. § 4o A inscrição do segurado especial será feita de forma a
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguin- vinculá-lo ao respectivo grupo familiar e conterá, além das informa-
te ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade ções pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve a
Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imedia- atividade e a que título, se nela reside ou o Município onde reside e,
tamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus quando for o caso, a identificação e inscrição da pessoa responsável
parágrafos. pelo grupo familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
§ 5o O segurado especial integrante de grupo familiar que não
Seção II seja proprietário ou dono do imóvel rural em que desenvolve sua
Dos Dependentes atividade deverá informar, no ato da inscrição, conforme o caso, o
nome do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, comodante
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência So- ou assemelhado. (Incluído Lei nº 11.718, de 2008)
cial, na condição de dependentes do segurado: § 6o (Revogado pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efei-
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não to)
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos § 7º Não será admitida a inscrição post mortem de segurado
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- contribuinte individual e de segurado facultativo. (Incluído pela Lei
ciência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) nº 13.846, de 2019))
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de Capítulo II
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu- DAS PRESTAÇÕES EM GERAL
al ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, Seção I
de 2015) (Vigência) Das Espécies de Prestações
IV - (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as
artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decor-
§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho me- rentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:
diante declaração do segurado e desde que comprovada a depen- I - quanto ao segurado:
dência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Reda- a) aposentadoria por invalidez;
ção dada pela Lei nº 9.528, de 1997) (Vide ADIN 4878) (Vide ADIN b) aposentadoria por idade;
5083) c) aposentadoria por tempo de contribuição; (Redação dada
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a d) aposentadoria especial;
segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. e) auxílio-doença;
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso f) salário-família;
I é presumida e a das demais deve ser comprovada. g) salário-maternidade;
§ 5º As provas de união estável e de dependência econômica h) auxílio-acidente;
exigem início de prova material contemporânea dos fatos, produ- i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de 1994)
zido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior II - quanto ao dependente:
à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não ad- a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - quanto ao segurado e dependente: § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não
a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou
b) serviço social; das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele
c) reabilitação profissional. se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
§ 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os se- acidente do trabalho.
gurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei. (Reda- Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para
ção dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) efeitos desta Lei:
§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social– I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido
RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segu-
retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em rado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou
decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
à reabilitação profissional, quando empregado. (Redação dada pela II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
Lei nº 9.528, de 1997) trabalho, em conseqüência de:
§ 3o O segurado contribuinte individual, que trabalhe por con- a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por ter-
ta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e ceiro ou companheiro de trabalho;
o segurado facultativo que contribuam na forma do § 2o do art. 21 b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de
da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, não farão jus à aposenta- disputa relacionada ao trabalho;
doria por tempo de contribuição. (Incluído pela Lei Complementar c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de ter-
nº 123, de 2006) ceiro ou de companheiro de trabalho;
§ 4º Os benefícios referidos no caput deste artigo poderão ser d) ato de pessoa privada do uso da razão;
solicitados, pelos interessados, aos Oficiais de Registro Civil das Pes- e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos
soas Naturais, que encaminharão, eletronicamente, requerimento ou decorrentes de força maior;
e respectiva documentação comprobatória de seu direito para deli- III - a doença proveniente de contaminação acidental do em-
beração e análise do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos pregado no exercício de sua atividade;
termos do regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício horário de trabalho:
do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a
pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do autoridade da empresa;
art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação fun- b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa
cional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo
Complementar nº 150, de 2015) quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor ca-
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas pacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de loco-
coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do traba- moção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
lhador. d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veí-
empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. culo de propriedade do segurado.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por
sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exer-
e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanha- cício do trabalho.
rão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, con- § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente
forme dispuser o Regulamento. do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do associe ou se superponha às conseqüências do anterior.
artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desen- Social (INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária da
cadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada ativida- incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epide-
de e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do miológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre
Trabalho e da Previdência Social; a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou de- mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação In-
sencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é ternacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispu-
realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação ser o regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150,
mencionada no inciso I. de 2015)
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: § 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto nes-
a) a doença degenerativa; te artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o
b) a inerente a grupo etário; caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
c) a que não produza incapacidade laborativa; § 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é re- caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador
sultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência
do trabalho. Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão co-
municar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro
dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imedia-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
to, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, suces- confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento parti-
sivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela cularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39,
de 2015) aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei;
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão IV - serviço social;
cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato V - reabilitação profissional.
a que corresponda a sua categoria. VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, traba-
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem lhadora avulsa e empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876,
formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade de 26.11.99)
sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autori- Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão conside-
dade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste radas as contribuições: (Redação dada pela Lei Complementar nº
artigo. 150, de 2015)
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa I - referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime
de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos segurados empre-
artigo. gados, inclusive os domésticos, e dos trabalhadores avulsos; (Reda-
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe po- ção dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
derão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primei-
previstas neste artigo. ra contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim
§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências
do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006) anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, especial
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art.
profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade labo- 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de
rativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação 2015)
compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo Art. 27-A Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para
para este efeito o que ocorrer primeiro. fins da concessão dos benefícios de auxílio-doença, de aposenta-
doria por invalidez, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão,
Seção II o segurado deverá contar, a partir da data da nova filiação à Previ-
Dos Períodos de Carência dência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I, III e
IV do caput do art. 25 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contri- de 2019)
buições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao
benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos Seção III
meses de suas competências. Do Cálculo do Valor dos Benefícios
Parágrafo único. (Revogado pela lei nº 13.457, de 2017) Subseção I
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Ge- Do Salário-de- Benefício
ral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carên-
cia, ressalvado o disposto no art. 26: Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada, inclusive
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) con- o regido por norma especial e o decorrente de acidente do traba-
tribuições mensais; lho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de ser- com base no salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032,
viço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais. (Redação de 1995)
dada pela Lei nº 8.870, de 1994) § 1º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os § 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
incisos V e VII do caput do art. 11 e o art. 13 desta Lei: 10 (dez) con- § 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
tribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. § 4º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
39 desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação dada pela Lei
IV - auxílio-reclusão: 24 (vinte e quatro) contribuições mensais. nº 9.876, de 26.11.99)
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-
carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de -contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o perí-
contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi odo contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; (Incluído
antecipado. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes pres- II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do
tações: inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salá-
I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente; (Reda- rios-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o
ção dada pela Lei nº 13.846, de 2019) período contributivo. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de § 1º (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999)
acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou § 2º O valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um
do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao salário mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de-
RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especifica- -contribuição na data de início do benefício.
das em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência § 3º Serão considerados para cálculo do salário-de-benefício
Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob
forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo-terceiro § 1o O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias, contados a
salário (gratificação natalina). (Redação dada pela Lei nº 8.870, de partir da solicitação do pedido, para fornecer ao segurado as infor-
1994) mações previstas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.403,
§ 4º Não será considerado, para o cálculo do salário-de-be- de 8.1.2002)
nefício, o aumento dos salários-de-contribuição que exceder o li- § 2o O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a in-
mite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e clusão, exclusão ou retificação de informações constantes do CNIS,
seis) meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados di-
se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção vergentes, conforme critérios definidos pelo INSS. (Redação dada
regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial § 3o A aceitação de informações relativas a vínculos e remu-
obtido pela categoria respectiva. nerações inseridas extemporaneamente no CNIS, inclusive retifica-
§ 5º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido ções de informações anteriormente inseridas, fica condicionada à
benefícios por incapacidade, sua duração será contada, consideran- comprovação dos dados ou das divergências apontadas, conforme
do-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-bene- critérios definidos em regulamento. (Incluído pela Lei Complemen-
fício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado tar nº 128, de 2008)
nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo § 4o Considera-se extemporânea a inserção de dados decorren-
ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. tes de documento inicial ou de retificação de dados anteriormente
§ 6o O salário-de-benefício do segurado especial consiste no informados, quando o documento ou a retificação, ou a informação
valor equivalente ao salário-mínimo, ressalvado o disposto no inci- retificadora, forem apresentados após os prazos estabelecidos em
so II do art. 39 e nos §§ 3o e 4o do art. 48 desta Lei. (Redação dada regulamento. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
pela Lei nº 11.718, de 2008) § 5o Havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo incluído
I - (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) no CNIS e inexistência de informações sobre remunerações e con-
II - (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) tribuições, o INSS exigirá a apresentação dos documentos que servi-
§ 7o O fator previdenciário será calculado considerando-se ram de base à anotação, sob pena de exclusão do período. (Incluído
a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
segurado ao se aposentar, segundo a fórmula constante do Anexo Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) (Vide Decreto nº do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com
3.266, de 1.999) a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor -
§ 8o Para efeito do disposto no § 7o, a expectativa de sobrevi- INPC, calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
da do segurado na idade da aposentadoria será obtida a partir da Estatística - IBGE. (Incluído pela Lei nº 10.877, de 2004)
tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposen-
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, considerando-se a média tadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência
nacional única para ambos os sexos. (Incluído pela Lei nº 9.876, de do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o
26.11.99) total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribui-
§ 9o Para efeito da aplicação do fator previdenciário, ao tempo ção, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentado-
de contribuição do segurado serão adicionados: (Incluído pela Lei ria, for: (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
nº 9.876, de 26.11.99) I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, ob-
I - cinco anos, quando se tratar de mulher; (Incluído pela Lei nº servando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos;
9.876, de 26.11.99) ou (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
II - cinco anos, quando se tratar de professor que comprove II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, obser-
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magisté- vado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. (Incluído pela
rio na educação infantil e no ensino fundamental e médio; (Incluído Lei nº 13.183, de 2015)
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas as fra-
III - dez anos, quando se tratar de professora que comprove ções em meses completos de tempo de contribuição e idade. (In-
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magisté- cluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
rio na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Incluído § 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) no caput serão majoradas em um ponto em: (Incluído pela Lei nº
§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética 13.183, de 2015)
simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição, inclusive em I - 31 de dezembro de 2018; (Incluído pela Lei nº 13.183, de
caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 2015)
12 (doze), a média aritmética simples dos salários-de-contribuição II - 31 de dezembro de 2020; (Incluído pela Lei nº 13.183, de
existentes. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 2015)
§ 11. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) III - 31 de dezembro de 2022; (Incluído pela Lei nº 13.183, de
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 2015)
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) IV - 31 de dezembro de 2024; e (Incluído pela Lei nº 13.183,
Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes no Ca- de 2015)
dastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e V - 31 de dezembro de 2026. (Incluído pela Lei nº 13.183, de
as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário-de- 2015)
-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência § 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e no § 2º,
Social, tempo de contribuição e relação de emprego. (Redação dada o tempo mínimo de contribuição do professor e da professora que
pela Lei Complementar nº 128, de 2008) comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magis-
tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de,

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respectivamente, trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cin- valor de seus salários de contribuição no período básico de cálculo,
co pontos à soma da idade com o tempo de contribuição. (Incluído será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser
pela Lei nº 13.183, de 2015) recalculada quando da apresentação de prova dos salários de con-
§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário ao exercí- tribuição. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
cio da opção de que trata o caput e deixar de requerer aposentado- Art. 36. Para o segurado empregado doméstico que, tendo
ria será assegurado o direito à opção com a aplicação da pontuação satisfeito as condições exigidas para a concessão do benefício re-
exigida na data do cumprimento do requisito nos termos deste arti- querido, não comprovar o efetivo recolhimento das contribuições
go. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) (Vigência) renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhi-
Art. 30. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) mento das contribuições.
Art. 31. O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário- Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de acordo com o
-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de disposto no art. 35, deve ser reajustada como a dos benefícios cor-
qualquer aposentadoria, observado, no que couber, o disposto no respondentes com igual data de início e substituirá, a partir da data
art. 29 e no art. 86, § 5º. (Restabelecido com nova redação pela Lei do requerimento de revisão do valor do benefício, a renda mensal
nº 9.528, de 1997) que prevalecia até então. (Redação dada pela Lei Complementar nº
Art. 32. O salário de benefício do segurado que contribuir em 150, de 2015)
razão de atividades concomitantes será calculado com base na Art. 38. Sem prejuízo do disposto no art. 35, cabe à Previdência
soma dos salários de contribuição das atividades exercidas na data Social manter cadastro dos segurados com todos os informes ne-
do requerimento ou do óbito, ou no período básico de cálculo, ob- cessários para o cálculo da renda mensal dos benefícios. (Redação
servado o disposto no art. 29 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
13.846, de 2019) Art. 38-A O Ministério da Economia manterá sistema de cadas-
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) tro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Sociais (CNIS), observado o disposto nos §§ 4º e 5º do art. 17 des-
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) ta Lei, e poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério da
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da ad-
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) ministração pública federal, estadual, distrital e municipal para a
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao segurado que, em manutenção e a gestão do sistema de cadastro. (Redação dada pela
obediência ao limite máximo do salário de contribuição, contribuiu Lei nº 13.846, de 2019)
apenas por uma das atividades concomitantes. (Redação dada pela § 1º O sistema de que trata o caput deste artigo preverá a ma-
Lei nº 13.846, de 2019) nutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informa-
§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo ao segurado que te- ções necessárias à caracterização da condição de segurado especial,
nha sofrido redução do salário de contribuição das atividades con- nos termos do disposto no regulamento. (Redação dada pela Lei nº
comitantes em respeito ao limite máximo desse salário. (Redação 13.846, de 2019)
dada pela Lei nº 13.846, de 2019) § 2º Da aplicação do disposto neste artigo não poderá resultar
nenhum ônus para os segurados, sem prejuízo do disposto no § 4º
Subseção II deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Da Renda Mensal do Benefício § 3o O INSS, no ato de habilitação ou de concessão de bene-
fício, deverá verificar a condição de segurado especial e, se for o
Art. 33. A renda mensal do benefício de prestação continuada caso, o pagamento da contribuição previdenciária, nos termos da
que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do traba- Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, considerando, dentre outros,
lho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem o que consta do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) de
superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição, ressalva- que trata o art. 29-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
do o disposto no art. 45 desta Lei. § 4º A atualização anual de que trata o § 1º deste artigo será
Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício, in- feita até 30 de junho do ano subsequente. (Incluído pela Lei nº
clusive o decorrente de acidente do trabalho, serão computados: 13.846, de 2019)
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) § 5º É vedada a atualização de que trata o § 1º deste artigo
I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o tra- após o prazo de 5 (cinco) anos, contado da data estabelecida no §
balhador avulso, os salários de contribuição referentes aos meses 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa § 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o § 5º
ou pelo empregador doméstico, sem prejuízo da respectiva cobran- deste artigo, o segurado especial só poderá computar o período de
ça e da aplicação das penalidades cabíveis, observado o disposto trabalho rural se efetuados em época própria a comercialização da
no § 5o do art. 29-A; (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, produção e o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da
de 2015) Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.846,
II - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, o traba- de 2019)
lhador avulso e o segurado especial, o valor mensal do auxílio-aci- Art. 38-B. O INSS utilizará as informações constantes do cadas-
dente, considerado como salário de contribuição para fins de con- tro de que trata o art. 38-A para fins de comprovação do exercício
cessão de qualquer aposentadoria, nos termos do art. 31; (Redação da atividade e da condição do segurado especial e do respectivo
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) grupo familiar. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
III - para os demais segurados, os salários-de-contribuição refe- § 1º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprovação da condi-
rentes aos meses de contribuições efetivamente recolhidas. (Incluí- ção e do exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá,
do pela Lei nº 9.528, de 1997) exclusivamente, pelas informações constantes do cadastro a que se
Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao refere o art. 38-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para
a concessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023, o segu- § 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite
rado especial comprovará o tempo de exercício da atividade rural máximo do salário-de-benefício na data do reajustamento, respei-
por meio de autodeclaração ratificada por entidades públicas cre- tados os direitos adquiridos. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
denciadas, nos termos do art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro § 2o Os benefícios com renda mensal superior a um salário mí-
de 2010, e por outros órgãos públicos, na forma prevista no regula- nimo serão pagos do primeiro ao quinto dia útil do mês subseqüen-
mento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) te ao de sua competência, observada a distribuição proporcional do
§ 3º Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que trata o art. número de beneficiários por dia de pagamento. (Redação dada pelo
38-A poderá ser realizado, atualizado e corrigido, sem prejuízo do Lei nº 11.665, de 2008).
prazo de que trata o § 1º deste artigo e da regra permanente previs- § 3o Os benefícios com renda mensal no valor de até um sa-
ta nos §§ 4º e 5º do art. 38-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, lário mínimo serão pagos no período compreendido entre o quinto
de 2019) dia útil que anteceder o final do mês de sua competência e o quinto
§ 4º Na hipótese de divergência de informações entre o cadas- dia útil do mês subseqüente, observada a distribuição proporcional
tro e outras bases de dados, para fins de reconhecimento do direito dos beneficiários por dia de pagamento. (Redação dada pelo Lei nº
ao benefício, o INSS poderá exigir a apresentação dos documentos 11.665, de 2008).
referidos no art. 106 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 4o Para os efeitos dos §§ 2o e 3o deste artigo, considera-se
§ 5º O cadastro e os prazos de que tratam este artigo e o art. dia útil aquele de expediente bancário com horário normal de aten-
38-A desta Lei deverão ser amplamente divulgados por todos os dimento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).
meios de comunicação cabíveis para que todos os cidadãos tenham § 5o O primeiro pagamento do benefício será efetuado até
acesso à informação sobre a existência do referido cadastro e a quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segurado,
obrigatoriedade de registro. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) da documentação necessária a sua concessão. (Incluído pelo Lei nº
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do 11.665, de 2008).
caput do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão: (Redação § 6o Para os benefícios que tenham sido majorados devido à
dada pela Lei nº 13.846, de 2019) elevação do salário mínimo, o referido aumento deverá ser com-
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-do- pensado no momento da aplicação do disposto no caput deste ar-
ença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário tigo, de acordo com normas a serem baixadas pelo Ministério da
mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86 des- Previdência Social. (Incluído pelo Lei nº 11.665, de 2008).
ta Lei, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda
que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao Seção V
requerimento do benefício, igual ao número de meses correspon- Dos Benefícios
dentes à carência do benefício requerido, observado o disposto nos Subseção I
arts. 38-A e 38-B desta Lei; ou (Redação dada pela Lei nº 13.846, Da Aposentadoria por Invalidez
de 2019)
II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os cri- Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,
térios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,
facultativamente para a Previdência Social, na forma estipulada no estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz
Plano de Custeio da Seguridade Social. e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida a con- garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nes-
cessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, ta condição.
desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da
forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-
ao do início do benefício. (Incluído pela Lei nº 8.861, de 1994) -pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas
Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao dependente expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
da Previdência Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao
auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-re- filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá di-
clusão. (Vide Decreto nº 6.525, de 2008) (Vide Decreto nº 6.927, de reito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade
2009) (Vide Decreto nº 7.782, de 2012) (Vide Decreto nº 8.064, de sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença
2013) (Vide Decreto nº 9.447, de 2018) (Vide Decreto nº 10.695, ou lesão.
de 2021) Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do
Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que couber, dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, ressalvado o dispos-
da mesma forma que a Gratificação de Natal dos trabalhadores, to nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo.
tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de § 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de in-
dezembro de cada ano. capacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por
invalidez será devida: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Seção IV a) ao segurado empregado, a contar do décimo sexto dia do
Do Reajustamento do Valor dos Benefícios afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento,
se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem
Art. 41. (Revogado pela lei nº 11.430, de 2006) mais de trinta dias; (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajus- b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso,
tado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, contribuinte individual, especial e facultativo, a contar da data do
pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do últi- início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se
mo reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Con- entre essas datas decorrerem mais de trinta dias. (Redação Dada
sumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geo- pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
grafia e Estatística - IBGE. (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006)
(Vide Lei nº 12.254, de 2010) (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2o Durante os primeiros quinze dias de afastamento da ativi- Subseção II
dade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado Da Aposentadoria por Idade
empregado o salário. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado
§ 4º O segurado aposentado por invalidez poderá ser convo- que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta
cado a qualquer momento para avaliação das condições que en- e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. (Re-
sejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou dação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
administrativamente, observado o disposto no art. 101 desta Lei. § 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta
(Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) e cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respec-
§ 5º A pessoa com HIV/aids é dispensada da avaliação referida tivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na
no § 4º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.847, de 2019) alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11. (Redação Dada
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspon- § 2o Para os efeitos do disposto no § 1o deste artigo, o traba-
dente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o lhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural,
disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei. (Redação ainda que de forma descontínua, no período imediatamente an-
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) terior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) de meses de contribuição correspondente à carência do benefício
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo de au- pretendido, computado o período a que se referem os incisos III a
xílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez será igual ao do VIII do § 9o do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11,718,
auxílio-doença se este, por força de reajustamento, for superior ao de 2008)
previsto neste artigo. § 3o Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste artigo
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo, mas que satis-
que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será façam essa condição, se forem considerados períodos de contribui-
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). ção sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o li- (sessenta) anos, se mulher. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)
mite máximo legal; § 4o Para efeito do § 3o deste artigo, o cálculo da renda mensal
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for do benefício será apurado de acordo com o disposto no inciso II do
reajustado; caput do art. 29 desta Lei, considerando-se como salário-de-contri-
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporá- buição mensal do período como segurado especial o limite mínimo
vel ao valor da pensão. de salário-de-contribuição da Previdência Social. (Incluído pela Lei
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntaria- nº 11,718, de 2008)
mente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cance- Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
lada, a partir da data do retorno. I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até
aposentado por invalidez, será observado o seguinte procedimento: essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, con- b) da data do requerimento, quando não houver desligamen-
tados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxí- to do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na
lio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará: alínea “a”;
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direi- II - para os demais segurados, da data da entrada do requeri-
to a retornar à função que desempenhava na empresa quando se mento.
aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo como do- Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o disposto na
cumento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa
Previdência Social; ou renda mensal de 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício,
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribui-
auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais ções, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-
segurados; -de-benefício.
II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o pe- Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela
ríodo do inciso I, ou ainda quando o segurado for declarado apto empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o pe-
para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, ríodo de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do
a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino,
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a in-
data em que for verificada a recuperação da capacidade; denização prevista na legislação trabalhista, considerada como data
b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período se- da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do
guinte de 6 (seis) meses; início da aposentadoria.
c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também
por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará de- Subseção III
finitivamente. Da Aposentadoria por Tempo de Serviço

Art. 52. A aposentadoria por tempo de serviço será devida,


cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que completar
25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo feminino, ou 30 (trinta)
anos, se do sexo masculino.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 53. A aposentadoria por tempo de serviço, observado o julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribuições na
disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, con- forma do § 3o do mesmo artigo. (Incluído pela Lei Complementar
sistirá numa renda mensal de: nº 123, de 2006)
I - para a mulher: 70% (setenta por cento) do salário-de-bene- Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a professora, após
fício aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício em funções de magisté-
deste, para cada novo ano completo de atividade, até o máximo de rio poderão aposentar-se por tempo de serviço, com renda mensal
100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício,
de serviço; observado o disposto na Seção III deste Capítulo.
II - para o homem: 70% (setenta por cento) do salário-de-bene-
fício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste, Subseção IV
para cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100% Da Aposentadoria Especial
(cem por cento) do salário-de-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos
de serviço. Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumpri-
Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo de servi- da a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado su-
ço será fixada da mesma forma que a da aposentadoria por idade, jeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integrida-
conforme o disposto no art. 49. de física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos,
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabe- conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
lecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente § 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33
às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem
o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032,
segurado: de 1995)
I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e o previs- § 2º A data de início do benefício será fixada da mesma forma
to no § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ainda que anterior à que a da aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49.
filiação ao Regime Geral de Previdência Social, desde que não tenha § 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de
sido contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Segu-
aposentadoria no serviço público; ro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional
II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-do- nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saú-
ença ou aposentadoria por invalidez; de ou a integridade física, durante o período mínimo fixado. (Reda-
III - o tempo de contribuição efetuada como segurado faculta- ção dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
tivo; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de traba-
IV - o tempo de serviço referente ao exercício de mandato ele- lho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou
tivo federal, estadual ou municipal, desde que não tenha sido con- associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física,
tado para efeito de aposentadoria por outro regime de previdência pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.
social; (Redação dada pela Lei nº 9.506, de 1997) (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
V - o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de § 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais
ter deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava no que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou
art. 11 desta Lei; à integridade física será somado, após a respectiva conversão ao
VI - o tempo de contribuição efetuado com base nos artigos 8º tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios
e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, pelo segurado definido estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social,
no artigo 11, inciso I, alínea “g”, desta Lei, sendo tais contribuições para efeito de concessão de qualquer benefício. (Incluído pela Lei
computadas para efeito de carência. (Incluído pela Lei nº 8.647, de nº 9.032, de 1995)
1993) § 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os
§ 1º A averbação de tempo de serviço durante o qual o exer- recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do
cício da atividade não determinava filiação obrigatória ao anterior art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão
Regime de Previdência Social Urbana só será admitida mediante acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a
o recolhimento das contribuições correspondentes, conforme dis- atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a
puser o Regulamento, observado o disposto no § 2º. (Vide Lei nº concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e
8.212, de 1991) cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pela
§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior Lei nº 9.732, de 11.12.98) (Vide Lei nº 9.732, de 11.12.98)
à data de início de vigência desta Lei, será computado independen- § 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide ex-
temente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, clusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condi-
exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento. ções especiais referidas no caput. (Incluído pela Lei nº 9.732, de
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei, 11.12.98)
inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial, observa- § 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado
do o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito quando for nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou
baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, não operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação
admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrên- referida no art. 58 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
cia de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma prevista no Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e bioló-
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) gicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
§ 4º Não será computado como tempo de contribuição, para física considerados para fins de concessão da aposentadoria espe-
efeito de concessão do benefício de que trata esta subseção, o pe- cial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executi-
ríodo em que o segurado contribuinte individual ou facultativo tiver vo. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
contribuído na forma do § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado
agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabe- a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no
lecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapaci-
empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições dade e enquanto ele permanecer incapaz. (Redação dada pela Lei
ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou enge- nº 9.876, de 26.11.99)
nheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhis- § 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por
ta. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da
§ 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão data da entrada do requerimento.
constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção § 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
coletiva ou individual que diminua a intensidade do agente agressi- § 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afas-
vo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo tamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa
estabelecimento respectivo. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de pagar ao segurado empregado o seu salário integral. (Redação Dada
11.12.98) pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com § 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou
referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas
de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação correpondentes ao período referido no § 3º, somente devendo en-
de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará caminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando
sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. (Incluído pela Lei a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.
nº 9.528, de 1997) § 5o (Revogado pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil pro- § 6o O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a
fissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalha- exercer atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefí-
dor e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cio cancelado a partir do retorno à atividade. (Incluído pela Lei nº
cópia autêntica desse documento. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 13.135, de 2015)
1997) § 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, durante o gozo
do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa daquela que
Subseção V gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada
Do Auxílio-Doença uma das atividades exercidas. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 8o Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, haven- de auxílio-doença, judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo
do cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nes- estimado para a duração do benefício. (Incluído pela Lei nº 13.457,
ta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade de 2017)
habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. § 9o Na ausência de fixação do prazo de que trata o § 8o deste
§ 1º Não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar artigo, o benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, conta-
ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou do da data de concessão ou de reativação do auxílio-doença, exceto
da lesão invocada como causa para o benefício, exceto quando a se o segurado requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento do regulamento, observado o disposto no art. 62 desta Lei. (Incluído
da doença ou da lesão. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) pela Lei nº 13.457, de 2017)
§ 2º Não será devido o auxílio-doença para o segurado recluso § 10. O segurado em gozo de auxílio-doença, concedido judicial
em regime fechado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) ou administrativamente, poderá ser convocado a qualquer momen-
§ 3º O segurado em gozo de auxílio-doença na data do reco- to para avaliação das condições que ensejaram sua concessão ou
lhimento à prisão terá o benefício suspenso. (Incluído pela Lei nº manutenção, observado o disposto no art. 101 desta Lei. (Incluído
13.846, de 2019) pela Lei nº 13.457, de 2017)
§ 4º A suspensão prevista no § 3º deste artigo será de até 60 § 11. (Revogado pela Medida Provisória nº 1.113, de 2022)
(sessenta) dias, contados da data do recolhimento à prisão, cessado § 12. (Vide Medida Provisória nº 767, de 2017)
o benefício após o referido prazo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de § 13. (Vide Medida Provisória nº 767, de 2017)
2019) § 14. Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência po-
§ 5º Na hipótese de o segurado ser colocado em liberdade an- derá estabelecer as condições de dispensa da emissão de parecer
tes do prazo previsto no § 4º deste artigo, o benefício será restabe- conclusivo da perícia médica federal quanto à incapacidade laboral,
lecido a partir da data da soltura. (Incluído pela Lei nº 13.846, de hipótese na qual a concessão do benefício de que trata este artigo
2019) será feita por meio de análise documental, incluídos atestados ou
§ 6º Em caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá direito laudos médicos, realizada pelo INSS. (Redação dada pela Medida
à percepção do benefício por todo o período devido. (Incluído pela Provisória nº 1.113, de 2022)
Lei nº 13.846, de 2019) Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente
§ 7º O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º e 6º deste artigo aplica- do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91%
-se somente aos benefícios dos segurados que forem recolhidos à (noventa e um por cento) do salário-de-benefício, observado o dis-
prisão a partir da data de publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº posto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei. (Redação
13.846, de 2019) dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 8º O segurado recluso em cumprimento de pena em regime Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de
aberto ou semiaberto terá direito ao auxílio-doença. (Incluído pela recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a pro-
Lei nº 13.846, de 2019) cesso de reabilitação profissional para o exercício de outra ativida-
de. (Redação dada pela Lei nº 13.457, de 2017)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º. O benefício a que se refere o caput deste artigo será man- § 2º Quando o pagamento do salário não for mensal, o salá-
tido até que o segurado seja considerado reabilitado para o desem- rio-família será pago juntamente com o último pagamento relativo
penho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando con- ao mês.
siderado não recuperável, seja aposentado por invalidez. (Redação Art. 69. O salário-família devido ao trabalhador avulso poderá
dada pela Lei nº 13.846, de 2019) ser recebido pelo sindicato de classe respectivo, que se incumbirá
§ 2º A alteração das atribuições e responsabilidades do segu- de elaborar as folhas correspondentes e de distribuí-lo.
rado compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capa- Art. 70. A cota do salário-família não será incorporada, para
cidade física ou mental não configura desvio de cargo ou função qualquer efeito, ao salário ou ao benefício.
do segurado reabilitado ou que estiver em processo de reabilitação
profissional a cargo do INSS. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) Subseção VII
Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em Do Salário-Maternidade
gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa e pelo em-
pregador doméstico como licenciado. (Redação dada pela Lei Com- Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da Previ-
plementar nº 150, de 2015) dência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no perío-
Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado licença do entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência
remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxí- deste, observadas as situações e condições previstas na legislação
lio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância no que concerne à proteção à maternidade. (Redação dada pala Lei
garantida pela licença. nº 10.710, de 2003) (Vide Lei nº 13.985, de 2020)
Art. 64. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social que
Subseção VI adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança
Do Salário-Família é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte)
dias. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segu- § 1o O salário-maternidade de que trata este artigo será pago
rado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador diretamente pela Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº
avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equipara- 12.873, de 2013)
dos nos termos do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto § 2o Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe
no art. 66. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) biológica e o disposto no art. 71-B, não poderá ser concedido o be-
Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade e nefício a mais de um segurado, decorrente do mesmo processo de
os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou companheiros estejam
idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do submetidos a Regime Próprio de Previdência Social. (Incluído pela
feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a Lei nº 12.873, de 2013)
aposentadoria. Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou segurado que
Art. 66. O valor da cota do salário-família por filho ou equi- fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício será
parado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade ou pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito,
inválido de qualquer idade é de: ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de
I - Cr$ 1.360,00 (um mil trezentos e sessenta cruzeiros) , para segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu aban-
o segurado com remuneração mensal não superior a Cr$ 51.000,00 dono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade. (In-
(cinqüenta e um mil cruzeiros); Atualizações decorrentes de normas cluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
de hierarquia inferior § 1o O pagamento do benefício de que trata o caput deverá ser
II - Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros), para o segurado com requerido até o último dia do prazo previsto para o término do sa-
remuneração mensal superior a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e um mil lário-maternidade originário. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
cruzeiros). Atualizações decorrentes de normas de hierarquia infe- (Vigência)
rior § 2o O benefício de que trata o caput será pago diretamente
Art. 67. O pagamento do salário-família é condicionado à apre- pela Previdência Social durante o período entre a data do óbito e
sentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação o último dia do término do salário-maternidade originário e será
relativa ao equiparado ou ao inválido, e à apresentação anual de calculado sobre: (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de freqüência I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador
à escola do filho ou equiparado, nos termos do regulamento. (Reda- avulso; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
ção Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) II - o último salário-de-contribuição, para o empregado domés-
Parágrafo único. O empregado doméstico deve apresentar tico; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
apenas a certidão de nascimento referida no caput. (Incluído pela III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários
Lei Complementar nº 150, de 2015) de contribuição, apurados em um período não superior a 15 (quin-
Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ze) meses, para o contribuinte individual, facultativo e desemprega-
ou pelo empregador doméstico, mensalmente, junto com o salário, do; e (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
efetivando-se a compensação quando do recolhimento das contri- IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial. (Inclu-
buições, conforme dispuser o Regulamento. (Redação dada pela Lei ído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
Complementar nº 150, de 2015) § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao segurado que adotar
§ 1o A empresa ou o empregador doméstico conservarão du- ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº
rante 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento e as cópias das 12.873, de 2013) (Vigência)
certidões correspondentes, para fiscalização da Previdência Social. Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o pre-
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) visto no art. 71-B, está condicionada ao afastamento do segurado
do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspen-
são do benefício (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou denciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado
trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua re- o direito ao contraditório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº
muneração integral. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 13.135, de 2015)
§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à § 3º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição
respectiva empregada gestante, efetivando-se a compensação, ob- de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória
servado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, quando do ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de ra-
recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários teio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da
e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressal-
pessoa física que lhe preste serviço. (Incluído pela Lei nº 10.710, vada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada
de.2003) pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 2o A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os § 4º Nas ações em que o INSS for parte, este poderá proceder
comprovantes dos pagamentos e os atestados correspondentes de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para
para exame pela fiscalização da Previdência Social. (Incluído pela efeitos de rateio, descontando-se os valores referentes a esta habili-
Lei nº 10.710, de 2003) tação das demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até
§ 3o O salário-maternidade devido à trabalhadora avulsa e à o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de
empregada do microempreendedor individual de que trata o art. decisão judicial em contrário. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, § 5º Julgada improcedente a ação prevista no § 3º ou § 4º deste
será pago diretamente pela Previdência Social. (Redação dada pela artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajusta-
Lei nº 12.470, de 2011) mento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
Art. 73. Assegurado o valor de um salário-mínimo, o salário- de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefí-
-maternidade para as demais seguradas, pago diretamente pela cios. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Previdência Social, consistirá: (Redação dada pela Lei nº 10.710, de § 6º Em qualquer caso, fica assegurada ao INSS a cobrança dos
2003) valores indevidamente pagos em função de nova habilitação. (Inclu-
I - em um valor correspondente ao do seu último salário-de- ído pela Lei nº 13.846, de 2019)
-contribuição, para a segurada empregada doméstica; (Incluído Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por
pela lei nº 9.876, de 26.11.99) cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela
II - em um doze avos do valor sobre o qual incidiu sua última a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de
contribuição anual, para a segurada especial; (Incluído pela lei nº seu falecimento, observado o disposto no art. 33 desta lei. (Redação
9.876, de 26.11.99) dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
III - em um doze avos da soma dos doze últimos salários-de- Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada
-contribuição, apurados em um período não superior a quinze pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer
meses, para as demais seguradas. (Incluído pela lei nº 9.876, de inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou in-
26.11.99) clusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da ins-
Parágrafo único. Aplica-se à segurada desempregada, desde crição ou habilitação.
que mantida a qualidade de segurada, na forma prevista no art. 15 § 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por
desta Lei, o disposto no inciso III do caput deste artigo. (Incluído morte o companheiro ou a companheira, que somente fará jus ao
pela Lei nº 13.846, de 2019)) benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de
dependência econômica.
Subseção VIII § 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de
Da Pensão por Morte fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de
condições com os dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos de- Lei.
pendentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar § 3º Na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu
da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) (Vide Medida falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos
Provisória nº 871, de 2019) temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta) dias pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do
após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do
até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes; benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista,
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto será rateada entre todos em parte iguais. (Redação dada pela Lei nº
no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 9.032, de 1995)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incluído § 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direi-
pela Lei nº 9.528, de 1997) to à pensão cessar. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 1º Perde o direito à pensão por morte o condenado criminal- § 2º O direito à percepção da cota individual cessará: (Redação
mente por sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, co- I - pela morte do pensionista; (Incluído pela Lei nº 9.032, de
metido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente 1995)
incapazes e os inimputáveis. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am-
2019) bos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade, salvo se for
§ 2o Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o com- inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência
panheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, grave; (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) (Vigência)
simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a for- III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
malização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previ- (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou § 7º Se houver fundados indícios de autoria, coautoria ou par-
mental ou deficiência grave, pelo afastamento da deficiência, nos ticipação de dependente, ressalvados os absolutamente incapazes
termos do regulamento; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de e os inimputáveis, em homicídio, ou em tentativa desse crime, co-
2015) (Vigência) metido contra a pessoa do segurado, será possível a suspensão pro-
V - para cônjuge ou companheiro: (Incluído pela Lei nº 13.135, visória de sua parte no benefício de pensão por morte, mediante
de 2015) processo administrativo próprio, respeitados a ampla defesa e o
a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou contraditório, e serão devidas, em caso de absolvição, todas as par-
pelo afastamento da deficiência, respeitados os períodos mínimos celas corrigidas desde a data da suspensão, bem como a reativação
decorrentes da aplicação das alíneas “b” e “c”; (Incluído pela Lei nº imediata do benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
13.135, de 2015) Art. 78. Por morte presumida do segurado, declarada pela au-
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado toridade judicial competente, depois de 6 (seis) meses de ausência,
tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamen- será concedida pensão provisória, na forma desta Subseção.
to ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) § 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado em
anos antes do óbito do segurado; (Incluído pela Lei nº 13.135, de conseqüência de acidente, desastre ou catástrofe, seus dependen-
2015) tes farão jus à pensão provisória independentemente da declaração
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acor- e do prazo deste artigo.
do com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o § 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento
óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais da pensão cessará imediatamente, desobrigados os dependentes
e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.
estável: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 79. (Revogado pela Lei nº 13.846, de 2019)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Subseção IX
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de Do Auxílio-Reclusão
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos Art. 80. O auxílio-reclusão, cumprida a carência prevista no in-
de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) ciso IV do caput do art. 25 desta Lei, será devido, nas condições da
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de pensão por morte, aos dependentes do segurado de baixa renda
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) recolhido à prisão em regime fechado que não receber remunera-
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e ção da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de pensão
três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) por morte, de salário-maternidade, de aposentadoria ou de abono
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. de permanência em serviço. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 2019)
VI - pela perda do direito, na forma do § 1º do art. 74 desta Lei. § 1º O requerimento do auxílio-reclusão será instruído com
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) certidão judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão, e será
§ 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na obrigatória a apresentação de prova de permanência na condição
alínea “a” ou os prazos previstos na alínea “c”, ambas do inciso V de presidiário para a manutenção do benefício. (Incluído pela Lei nº
do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer 13.846, de 2019)
natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independente- § 2º O INSS celebrará convênios com os órgãos públicos res-
mente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou ponsáveis pelo cadastro dos presos para obter informações sobre o
da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. recolhimento à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) § 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se segurado de
§ 2o-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde baixa renda aquele que, no mês de competência de recolhimento à
que nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano prisão, tenha renda, apurada nos termos do disposto no § 4º deste
inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspon- artigo, de valor igual ou inferior àquela prevista no art. 13 da Emen-
dente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, da Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, corrigido pe-
poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins los índices de reajuste aplicados aos benefícios do RGPS. (Incluído
previstos na alínea “c” do inciso V do § 2o, em ato do Ministro de pela Lei nº 13.846, de 2019)
Estado da Previdência Social, limitado o acréscimo na comparação § 4º A aferição da renda mensal bruta para enquadramento do
com as idades anteriores ao referido incremento. (Incluído pela Lei segurado como de baixa renda ocorrerá pela média dos salários de
nº 13.135, de 2015) contribuição apurados no período de 12 (doze) meses anteriores ao
§ 3º Com a extinção da parte do último pensionista a pensão mês do recolhimento à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
extinguir-se-á. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995) § 5º A certidão judicial e a prova de permanência na condição
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) de presidiário poderão ser substituídas pelo acesso à base de da-
§ 5o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência dos, por meio eletrônico, a ser disponibilizada pelo Conselho Nacio-
Social (RPPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) contri- nal de Justiça, com dados cadastrais que assegurem a identificação
buições mensais de que tratam as alíneas “b” e “c” do inciso V do § plena do segurado e da sua condição de presidiário. (Incluído pela
2o. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Lei nº 13.846, de 2019)
§ 6º O exercício de atividade remunerada, inclusive na con- § 6º Se o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade
dição de microempreendedor individual, não impede a concessão no período previsto no § 4º deste artigo, sua duração será contada
ou manutenção da parte individual da pensão do dependente com considerando-se como salário de contribuição no período o salário
deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave. (Incluído de benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, re-
pela Lei nº 13.183, de 2015) ajustado na mesma época e com a mesma base dos benefícios em
geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
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§ 7º O exercício de atividade remunerada do segurado recluso, Seção VI
em cumprimento de pena em regime fechado, não acarreta a perda Dos Serviços
do direito ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependen- Subseção I
tes. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) Do Serviço Social
§ 8º Em caso de morte de segurado recluso que tenha contribu-
ído para a previdência social durante o período de reclusão, o valor Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos bene-
da pensão por morte será calculado levando-se em consideração ficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer
o tempo de contribuição adicional e os correspondentes salários conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que
de contribuição, facultada a opção pelo valor do auxílio-reclusão. emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbi-
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) to interno da instituição como na dinâmica da sociedade.
§ 1º Será dada prioridade aos segurados em benefício por in-
Subseção X capacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pen-
Dos Pecúlios sionistas.
§ 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão
Art. 81. (Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995) utilizadas intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, aju-
I - (Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995) da material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesqui-
II - (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994) sa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou
III - (Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995) contratos.
Art. 82 (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) § 3º O Serviço Social terá como diretriz a participação do be-
Art. 83. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) neficiário na implementação e no fortalecimento da política previ-
Art. 84. (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994) denciária, em articulação com as associações e entidades de classe.
Art. 85. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) § 4º O Serviço Social, considerando a universalização da Previ-
dência Social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Muni-
Subseção XI cípios na elaboração e implantação de suas propostas de trabalho.
Do Auxílio-Acidente
Subseção II
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, Da Habilitação e da Reabilitação Profissional
ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de
acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deve-
redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. rão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indica-
cento do salário-de-benefício e será devido, observado o disposto dos para participar do mercado de trabalho e do contexto em que
no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até vive.
a data do óbito do segurado. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:
1997) a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instru-
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte mentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da
ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipa-
remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua mentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional;
acumulação com qualquer aposentadoria. (Redação dada pela Lei b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados
nº 9.528, de 1997) no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro bene- estranha à vontade do beneficiário;
fício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na
§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente propor- medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus
cionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhe- dependentes.
cimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, com- Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação
provadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho profissional, auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio do
que habitualmente exercia. (Restabelecido com nova redação pela beneficiário, conforme dispuser o Regulamento.
Lei nº 9.528, de 1997) Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou reabilitação
§ 5º . (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) social e profissional, a Previdência Social emitirá certificado indivi-
dual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo bene-
Subseção XII ficiário, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual
Do Abono de Permanência em Serviço se capacitar.
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está
Art. 87. (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994) obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portado-
ras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 emprega-
dos...........................................................................................2%;
II - de 201 a 500.........................................................................
.............................3%;

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III - de 501 a 1.000..................................................................... mês, capitalizados anualmente, e multa de dez por cento. (Redação
.............................4%; dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) (Vide Medida
IV - de 1.001 em diante. ............................................................ Provisória nº 316, de 2006)
.............................5%. V - é vedada a emissão de Certidão de Tempo de Contribuição
V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (CTC) com o registro exclusivo de tempo de serviço, sem a compro-
§ 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário vação de contribuição efetiva, exceto para o segurado empregado,
reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de- empregado doméstico, trabalhador avulso e, a partir de 1º de abril
terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em de 2003, para o contribuinte individual que presta serviço a em-
contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após presa obrigada a arrecadar a contribuição a seu cargo, observado o
a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário disposto no § 5º do art. 4º da Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003;
reabilitado da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 13.146, (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
de 2015) VI - a CTC somente poderá ser emitida por regime próprio de
§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer previdência social para ex-servidor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de
a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas 2019)
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So- do RGPS por regime próprio de previdência social sem a emissão da
cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida- CTC correspondente, ainda que o tempo de contribuição referente
des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. ao RGPS tenha sido prestado pelo servidor público ao próprio ente
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) instituidor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 3o Para a reserva de cargos será considerada somente a con- VIII - é vedada a desaverbação de tempo em regime próprio de
tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com previdência social quando o tempo averbado tiver gerado a conces-
deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), são de vantagens remuneratórias ao servidor público em atividade;
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Inclu- e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
ído pela Lei nº 13.146, de 2015) IX - para fins de elegibilidade às aposentadorias especiais refe-
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) ridas no § 4º do art. 40 e no § 1º do art. 201 da Constituição Fede-
ral, os períodos reconhecidos pelo regime previdenciário de origem
Seção VII como de tempo especial, sem conversão em tempo comum, deve-
Da Contagem Recíproca de Tempo de Serviço rão estar incluídos nos períodos de contribuição compreendidos na
CTC e discriminados de data a data. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral 2019)
de Previdência Social ou no serviço público é assegurada a conta- Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput deste artigo
gem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural não se aplica ao tempo de serviço anterior à edição da Emenda
e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administra- Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, que tenha sido
ção pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência equiparado por lei a tempo de contribuição. (Incluído pela Lei nº
social se compensarão financeiramente. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
9.711, de 20.11.98) Art. 97. A aposentadoria por tempo de serviço, com contagem
§ 1o A compensação financeira será feita ao sistema a que o de tempo na forma desta Seção, será concedida ao segurado do
interessado estiver vinculado ao requerer o benefício pelos demais sexo feminino a partir de 25 (vinte e cinco) anos completos de ser-
sistemas, em relação aos respectivos tempos de contribuição ou de viço, e, ao segurado do sexo masculino, a partir de 30 (trinta) anos
serviço, conforme dispuser o Regulamento. (Renumerado pela Lei completos de serviço, ressalvadas as hipóteses de redução previstas
Complementar nº 123, de 2006) em lei.
§ 2o Não será computado como tempo de contribuição, para Art. 98. Quando a soma dos tempos de serviço ultrapassar 30
efeito dos benefícios previstos em regimes próprios de previdên- (trinta) anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta e cinco) anos, se do
cia social, o período em que o segurado contribuinte individual ou sexo masculino, o excesso não será considerado para qualquer efei-
facultativo tiver contribuído na forma do § 2o do art. 21 da Lei no to.
8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se complementadas as contri- Art. 99. O benefício resultante de contagem de tempo de servi-
buições na forma do § 3o do mesmo artigo. (Incluído pela Lei Com- ço na forma desta Seção será concedido e pago pelo sistema a que
plementar nº 123, de 2006) o interessado estiver vinculado ao requerê-lo, e calculado na forma
Art. 95. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de da respectiva legislação.
2001)
Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata Seção VIII
esta Seção será contado de acordo com a legislação pertinente, ob- Das Disposições Diversas Relativas às Prestações
servadas as normas seguintes:
I - não será admitida a contagem em dobro ou em outras con- Art. 100. (VETADO)
dições especiais; Art. 101. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade
II - é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de temporária, auxílio-acidente ou aposentadoria por incapacidade
atividade privada, quando concomitantes; permanente e o pensionista inválido, cujos benefícios tenham sido
III - não será contado por um sistema o tempo de serviço utili- concedidos judicial ou administrativamente, estão obrigados, sob
zado para concessão de aposentadoria pelo outro; pena de suspensão do benefício, a submeter-se a: (Redação dada
IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade pela Medida Provisória nº 1.113, de 2022)
de filiação à Previdência Social só será contado mediante indeni- I - exame médico a cargo da Previdência Social para avaliação
zação da contribuição correspondente ao período respectivo, com das condições que ensejaram sua concessão ou manutenção; (In-
acréscimo de juros moratórios de zero vírgula cinco por cento ao cluído pela Medida Provisória nº 1.113, de 2022)

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II - processo de reabilitação profissional por ela prescrito e cus- rimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício
teado; e (Incluído pela Medida Provisória nº 1.113, de 2022) é de 10 (dez) anos, contado: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
III - tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e 2019) (Vide ADIN 6096)
a transfusão de sangue, que são facultativos. (Incluído pela Medida I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da
Provisória nº 1.113, de 2022) primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido
§ 1o O aposentado por invalidez e o pensionista inválido que paga com o valor revisto; ou (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
não tenham retornado à atividade estarão isentos do exame de (Vide ADIN 6096)
que trata o caput deste artigo: (Redação dada pela lei nº 13.457, II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão
de 2017) de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de be-
I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade nefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão
e quando decorridos quinze anos da data da concessão da aposen- de benefício, no âmbito administrativo. (Incluído pela Lei nº 13.846,
tadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu; ou (In- de 2019) (Vide ADIN 6096)
cluído pela lei nº 13.457, de 2017) (Vide Medida Provisória nº 871, Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data
de 2019) em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver
II - após completarem sessenta anos de idade. (Incluído pela lei prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devi-
nº 13.457, de 2017) das pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes
§ 2o A isenção de que trata o § 1o não se aplica quando o e ausentes, na forma do Código Civil. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
exame tem as seguintes finalidades: (Incluído pela Lei nº 13.063, 1997)
de 2014) Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos
I - verificar a necessidade de assistência permanente de outra administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus
pessoa para a concessão do acréscimo de 25% (vinte e cinco por beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram
cento) sobre o valor do benefício, conforme dispõe o art. 45; (Inclu- praticados, salvo comprovada má-fé. (Incluído pela Lei nº 10.839,
ído pela Lei nº 13.063, de 2014) de 2004)
II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, median- § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo deca-
te solicitação do aposentado ou pensionista que se julgar apto; (In- dencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. (Incluído
cluído pela Lei nº 13.063, de 2014) pela Lei nº 10.839, de 2004)
III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
conforme dispõe o art. 110. (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
§ 3o (VETADO). (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) dade do ato. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
§ 4o A perícia de que trata este artigo terá acesso aos prontuá- Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do tra-
rios médicos do periciado no Sistema Único de Saúde (SUS), desde balho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art.
que haja a prévia anuência do periciado e seja garantido o sigilo 103 desta Lei, contados da data:
sobre os dados dele. (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade
§ 5o É assegurado o atendimento domiciliar e hospitalar pela temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdên-
perícia médica e social do INSS ao segurado com dificuldades de cia Social; ou
locomoção, quando seu deslocamento, em razão de sua limitação II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapa-
funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus des- cidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente.
proporcional e indevido, nos termos do regulamento. (Incluído pela Art. 105. A apresentação de documentação incompleta não
lei nº 13.457, de 2017) constitui motivo para recusa do requerimento de benefício.
§ 6º O segurado poderá recorrer do resultado da avaliação de- Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será
corrente do exame médico de que trata o caput, no prazo de trinta feita, complementarmente à autodeclaração de que trata o § 2º e
dias, nos termos do disposto no art. 126-A. (Incluído pela Medida ao cadastro de que trata o § 1º, ambos do art. 38-B desta Lei, por
Provisória nº 1.113, de 2022) meio de, entre outros: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 7º Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência dispo- I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e
rá sobre as hipóteses de substituição de exame pericial presencial Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
por exame remoto e as condições e as limitações para sua realiza- II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
ção. (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022) (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa em cadu- III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
cidade dos direitos inerentes a essa qualidade. (Redação dada pela IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortaleci-
Lei nº 9.528, de 1997) mento da Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do
§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documen-
à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos to- to que a substitua; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
dos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que es- V – bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela Lei
tes requisitos foram atendidos. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) nº 11.718, de 2008)
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o §
do segurado que falecer após a perda desta qualidade, nos termos 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela
do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos os requisitos para obten- empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segu-
ção da aposentadoria na forma do parágrafo anterior. (Incluído pela rado como vendedor; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
Lei nº 9.528, de 1997) VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural
Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do se- à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indi-
gurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indefe- cação do segurado como vendedor ou consignante; (Incluído pela
rimento, cancelamento ou cessação de benefício e do ato de defe- Lei nº 11.718, de 2008)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previ- Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
dência Social decorrentes da comercialização da produção; (Incluí- I - contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social;
do pela Lei nº 11.718, de 2008) II - pagamento administrativo ou judicial de benefício previden-
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação ciário ou assistencial indevido, ou além do devido, inclusive na hi-
de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou (In- pótese de cessação do benefício pela revogação de decisão judicial,
cluído pela Lei nº 11.718, de 2008) em valor que não exceda 30% (trinta por cento) da sua importância,
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra. nos termos do regulamento; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 2019)
Art. 107. O tempo de serviço de que trata o art. 55 desta Lei III - Imposto de Renda retido na fonte;
será considerado para cálculo do valor da renda mensal de qual- IV - pensão de alimentos decretada em sentença judicial;
quer benefício. V - mensalidades de associações e demais entidades de apo-
Art. 108. Mediante justificação processada perante a Previdên- sentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus
cia Social, observado o disposto no § 3º do art. 55 e na forma esta- filiados.
belecida no Regulamento, poderá ser suprida a falta de documento VI - pagamento de empréstimos, financiamentos e operações
ou provado ato do interesse de beneficiário ou empresa, salvo no de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras
que se refere a registro público. e sociedades de arrendamento mercantil, ou por entidades fecha-
Art. 109. O benefício será pago diretamente ao beneficiário, das ou abertas de previdência complementar, públicas e privadas,
salvo em caso de ausência, moléstia contagiosa ou impossibilidade quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o limite
de locomoção, quando será pago a procurador, cujo mandato não de 45% (quarenta e cinco por cento) do valor do benefício, sendo
terá prazo superior a doze meses, podendo ser renovado. (Redação 35% (trinta e cinco por cento) destinados exclusivamente a emprés-
dada pela Lei nº 8.870, de 1994) timos, financiamentos e arrendamentos mercantis, 5% (cinco por
Parágrafo único. A impressão digital do beneficiário incapaz de cento) destinados exclusivamente à amortização de despesas con-
assinar, aposta na presença de servidor da Previdência Social, vale traídas por meio de cartão de crédito consignado ou à utilização
como assinatura para quitação de pagamento de benefício. com a finalidade de saque por meio de cartão de crédito consigna-
Art. 110. O benefício devido ao segurado ou dependente ci- do e 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente à amortização
vilmente incapaz será feito ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, de despesas contraídas por meio de cartão consignado de benefício
admitindo-se, na sua falta e por período não superior a 6 (seis) me- ou à utilização com a finalidade de saque por meio de cartão con-
ses, o pagamento a herdeiro necessário, mediante termo de com- signado de benefício. (Redação dada pela Lei nº 14.431, de 2022)
promisso firmado no ato do recebimento. a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 14.431, de 2022)
§ 1º. Para efeito de curatela, no caso de interdição do beneficiá- b) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 14.431, de 2022)
rio, a autoridade judiciária pode louvar-se no laudo médico-pericial § 1o Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em parce-
da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) las, conforme dispuser o regulamento, salvo má-fé. (Incluído pela
§ 2º O dependente excluído, na forma do § 7º do art. 16 desta Lei nº 10.820, de 17.12.2003)
Lei, ou que tenha a parte provisoriamente suspensa, na forma do § § 2o Na hipótese dos incisos II e VI, haverá prevalência do des-
7º do art. 77 desta Lei, não poderá representar outro dependente conto do inciso II. (Incluído pela Lei nº 10.820, de 17.12.2003)
para fins de recebimento e percepção do benefício. (Incluído pela § 3º Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-Geral
Lei nº 13.846, de 2019) Federal os créditos constituídos pelo INSS em decorrência de be-
§ 3º O dependente que perde o direito à pensão por morte, na nefício previdenciário ou assistencial pago indevidamente ou além
forma do § 1º do art. 74 desta Lei, não poderá representar outro do devido, inclusive na hipótese de cessação do benefício pela re-
dependente para fins de recebimento e percepção do benefício. vogação de decisão judicial, nos termos da Lei nº 6.830, de 22 de
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) setembro de 1980, para a execução judicial. (Redação dada pela Lei
Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio- nº 13.846, de 2019)
nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de § 4º Será objeto de inscrição em dívida ativa, para os fins do
curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados disposto no § 3º deste artigo, em conjunto ou separadamente, o
os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento. (Incluído terceiro beneficiado que sabia ou deveria saber da origem do be-
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) nefício pago indevidamente em razão de fraude, de dolo ou de co-
Art. 111. O segurado menor poderá, conforme dispuser o Re- ação, desde que devidamente identificado em procedimento admi-
gulamento, firmar recibo de benefício, independentemente da pre- nistrativo de responsabilização. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
sença dos pais ou do tutor. de 2019)
Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será § 5º O procedimento de que trata o § 4º deste artigo será dis-
pago aos seus dependentes habilitados à pensão por morte ou, na ciplinado em regulamento, nos termos da Lei nº 9.784, de 29 de
falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, independente- janeiro de 1999, e no art. 27 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de se-
mente de inventário ou arrolamento. tembro de 1942. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 113. O benefício poderá ser pago mediante depósito em § 6º (Revogado pela Lei nº 14.438, de 2022)
conta corrente ou por autorização de pagamento, conforme se dis- Art. 116. Será fornecido ao beneficiário demonstrativo minu-
puser em regulamento. cioso das importâncias pagas, discriminando-se o valor da mensa-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) lidade, as diferenças eventualmente pagas com o período a que se
Art. 114. Salvo quanto a valor devido à Previdência Social e a referem e os descontos efetuados.
desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da obrigação de pres- Art. 117. Empresas, sindicatos e entidades fechadas de previ-
tar alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não dência complementar poderão, mediante celebração de acordo de
pode ser objeto de penhora, arresto ou seqüestro, sendo nula de cooperação técnica com o INSS, encarregar-se, relativamente a seus
pleno direito a sua venda ou cessão, ou a constituição de qualquer empregados, associados ou beneficiários, de requerer benefícios
ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em previdenciários por meio eletrônico, preparando-os e instruindo-os
causa própria para o seu recebimento. nos termos do acordo. (Redação dada pela Lei nº 14.020, de 2020)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.020, de 2020) VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro,
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.020, de 2020) ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa. (Incluído dada
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.020, de 2020) pela Lei nº 9.032, de 1995)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.020, Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do seguro-
de 2020) -desemprego com qualquer benefício de prestação continuada da
Art. 117-A. Empresas, sindicatos e entidades fechadas de pre- Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.
vidência complementar poderão realizar o pagamento integral dos (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
benefícios previdenciários devidos a seus beneficiários, mediante Art. 124-A O INSS implementará e manterá processo adminis-
celebração de contrato com o INSS, dispensada a licitação. (Incluído trativo eletrônico para requerimento de benefícios e serviços e dis-
pela Lei nº 14.020, de 2020) ponibilizará canais eletrônicos de atendimento. (Incluído pela Lei nº
§ 1º Os contratos referidos no caput deste artigo deverão pre- 13.846, de 2019)
ver as mesmas obrigações, condições e valores devidos pelas ins- § 1º O INSS facilitará o atendimento, o requerimento, a conces-
tituições financeiras responsáveis pelo pagamento dos benefícios são, a manutenção e a revisão de benefícios por meio eletrônico
pelo INSS. (Incluído pela Lei nº 14.020, de 2020) e implementará procedimentos automatizados, de atendimento e
§ 2º As obrigações, condições e valores referidos no § 1º deste prestação de serviços por meio de atendimento telefônico ou de
artigo serão definidos em ato próprio do INSS. (Incluído pela Lei nº canais remotos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
14.020, de 2020) § 2º Poderão ser celebrados acordos de cooperação, na moda-
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem ga- lidade de adesão, com órgãos e entidades da União, dos Estados, do
rantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu Distrito Federal e dos Municípios, para a recepção de documentos e
contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-do- o apoio administrativo às atividades do INSS que demandem servi-
ença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-a- ços presenciais. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
cidente. § 3º A implementação de serviços eletrônicos preverá mecanis-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) mos de controle preventivos de fraude e de identificação segura do
Art. 119. Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sin- cidadão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
dicatos, associações de classe, Fundação Jorge Duprat Figueiredo § 4º As ligações telefônicas realizadas de telefone fixo ou móvel
de Segurança e Medicina do Trabalho-FUNDACENTRO, órgãos pú- que visem à solicitação dos serviços referidos no § 1º deste artigo
blicos e outros meios, serão promovidas regularmente instrução e deverão ser gratuitas e serão consideradas de utilidade pública. (In-
formação com vistas a incrementar costumes e atitudes prevencio- cluído pela Lei nº 14.199, de 2021)
nistas em matéria de acidente, especialmente do trabalho. Art. 124-B O INSS, para o exercício de suas competências, ob-
Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação regressiva contra servado o disposto nos incisos XI e XII do art. 5º da Constituição
os responsáveis nos casos de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, Federal e na Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, terá acesso aos
de 2019) dados necessários para a análise, a concessão, a revisão e a manu-
I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene tenção de benefícios por ele administrados, em especial aos dados:
do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva; (Incluí- (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
do pela Lei nº 13.846, de 2019) I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - violência doméstica e familiar contra a mulher, nos ter- II - dos registros e dos prontuários eletrônicos do Sistema Único
mos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº de Saúde (SUS), administrados pelo Ministério da Saúde; (Incluído
13.846, de 2019) pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 121. O pagamento de prestações pela Previdência Social III - dos documentos médicos mantidos por entidades públicas
em decorrência dos casos previstos nos incisos I e II do caput do e privadas, sendo necessária, no caso destas últimas, a celebração
art. 120 desta Lei não exclui a responsabilidade civil da empresa, no de convênio para garantir o acesso; e (Incluído pela Lei nº 13.846,
caso do inciso I, ou do responsável pela violência doméstica e fami- de 2019)
liar, no caso do inciso II. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) IV - de movimentação das contas do Fundo de Garantia por
Art. 122. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) Tempo de Serviço (FGTS), instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de se-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) tembro de 1966, mantidas pela Caixa Econômica Federal. (Incluído
Art. 122. Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposen- pela Lei nº 13.846, de 2019)
tadoria, nas condições legalmente previstas na data do cumprimen- § 1º Para fins do cumprimento do disposto no caput deste
to de todos os requisitos necessários à obtenção do benefício, ao artigo, serão preservados a integridade e o sigilo dos dados aces-
segurado que, tendo completado 35 anos de serviço, se homem, ou sados pelo INSS, eventualmente existentes, e o acesso aos dados
trinta anos, se mulher, optou por permanecer em atividade. (Resta- dos prontuários eletrônicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos
belecido com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997) documentos médicos mantidos por entidades públicas e privadas
Art. 123. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) será exclusivamente franqueado aos peritos médicos federais de-
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido signados pelo INSS. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência § 2º O Ministério da Economia terá acesso às bases de dados
Social: geridas ou administradas pelo INSS, incluída a folha de pagamento
I - aposentadoria e auxílio-doença; de benefícios com o detalhamento dos pagamentos. (Incluído pela
II - mais de uma aposentadoria; (Redação dada pela Lei nº Lei nº 13.846, de 2019)
9.032, de 1995) § 3º As bases de dados e as informações de que tratam o caput
III - aposentadoria e abono de permanência em serviço; e o § 1º deste artigo poderão ser compartilhadas com os regimes
IV - salário-maternidade e auxílio-doença; (Incluído dada pela próprios de previdência social, para estrita utilização em suas atri-
Lei nº 9.032, de 1995) buições relacionadas à recepção, à análise, à concessão, à revisão e
V - mais de um auxílio-acidente; (Incluído dada pela Lei nº à manutenção de benefícios por eles administrados, preservados a
9.032, de 1995) integridade dos dados e o sigilo eventualmente existente, na forma

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
disciplinada conjuntamente pela Secretaria Especial de Previdência Art. 126. Compete ao Conselho de Recursos da Previdência So-
e Trabalho do Ministério da Economia e pelo gestor dos dados. (In- cial julgar, entre outras demandas, na forma do regulamento: (Re-
cluído pela Lei nº 13.846, de 2019) dação dada pela Lei nº 13.876, de 2019)
§ 4º Fica dispensada a celebração de convênio, de acordo de I - recursos das decisões do INSS nos processos de interesse
cooperação técnica ou de instrumentos congêneres para a efetiva- dos beneficiários, exceto os recursos a que se refere o art. 126-A;
ção do acesso aos dados de que trata o caput deste artigo, quando (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.113, de 2022)
se tratar de dados hospedados por órgãos da administração pública II - contestações e recursos relativos à atribuição, pelo Ministé-
federal, e caberá ao INSS a responsabilidade de arcar com os custos rio da Economia, do Fator Acidentário de Prevenção aos estabeleci-
envolvidos, quando houver, no acesso ou na extração dos dados, mentos das empresas; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
exceto quando estabelecido de forma diversa entre os órgãos en- III - recursos das decisões do INSS relacionados à comprovação
volvidos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) de atividade rural de segurado especial de que tratam os arts. 38-A
§ 5º As solicitações de acesso a dados hospedados por entida- e 38-B, ou demais informações relacionadas ao CNIS de que trata o
des privadas possuem característica de requisição, dispensados a art. 29-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
celebração de convênio, acordo de cooperação técnica ou instru- IV - recursos de processos relacionados à compensação finan-
mentos congêneres para a efetivação do acesso aos dados de que ceira de que trata a Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999, e à super-
trata o caput deste artigo e o ressarcimento de eventuais custos, visão e à fiscalização dos regimes próprios de previdência social de
vedado o compartilhamento dos dados com demais entidades de que trata a Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998. (Incluído pela
direito privado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) Lei nº 13.876, de 2019)
§ 6º Excetua-se da vedação de que trata o § 5º deste artigo a § 1o (Revogado pela Lei nº 11.727, de 2008)
autorização para compartilhamento com as entidades de previdên- § 2º (Revogado pela Lei nº 11.727, de 2008)
cia complementar das informações sobre o óbito de beneficiários § 3º A propositura de ação que tenha por objeto idêntico pedi-
dos planos de previdência por elas administrados. (Incluído dada do sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia
pela Lei nº 14.131, de 2021) ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do re-
Art. 124-C O servidor responsável pela análise dos pedidos dos curso interposto. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
benefícios previstos nesta Lei motivará suas decisões ou opiniões § 4º Os recursos de que tratam os incisos I e III do caput deste
técnicas e responderá pessoalmente apenas na hipótese de dolo ou artigo poderão ser interpostos diretamente ao Conselho de Recur-
erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) sos da Previdência Social, que emitirá notificação eletrônica auto-
Art. 124-D A administração pública federal desenvolverá ações mática para o INSS reanalisar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
de segurança da informação e comunicações, incluídas as de segu- a decisão administrativa, na forma disciplinada por ato conjunto do
rança cibernética, de segurança das infraestruturas, de qualidade Ministério do Trabalho e Previdência, do Conselho de Recursos da
dos dados e de segurança de interoperabilidade de bases gover- Previdência Social e do INSS. (Incluído pela Lei nº 14.441, de 2022)
namentais, e efetuará a sua integração, inclusive com as bases de Art. 126-A. Compete à Secretaria de Previdência do Ministé-
dados e informações dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fe- rio do Trabalho e Previdência, por meio da Subsecretaria de Perícia
deral, com o objetivo de atenuar riscos e inconformidades em paga- Médica Federal, o julgamento dos recursos das decisões constantes
mentos de benefícios sociais. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) de parecer conclusivo quanto à incapacidade laboral e à caracteri-
Art. 124-E (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) zação da invalidez do dependente, na forma do regulamento. (In-
Art. 124-F (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) cluído pela Medida Provisória nº 1.113, de 2022)
Parágrafo único. A atribuição para o julgamento dos recursos a
TÍTULO IV que se refere o caput será dos integrantes da carreira de Perito Mé-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS dico Federal e o julgador será autoridade superior, de acordo com
a hierarquia administrativa do órgão, àquela que tenha realizado o
Art. 125 .Nenhum benefício ou serviço da Previdência Social exame médico pericial. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.113,
poderá ser criado, majorado ou estendido, sem a correspondente de 2022)
fonte de custeio total. Art. 127. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do Seguro Social – Art. 128. As demandas judiciais que tiverem por objeto o rea-
INSS realizar, por meio dos seus próprios agentes, quando desig- juste ou a concessão de benefícios regulados nesta Lei cujos valores
nados, todos os atos e procedimentos necessários à verificação do de execução não forem superiores a R$ 5.180,25 (cinco mil, cento e
atendimento das obrigações não tributárias impostas pela legisla- oitenta reais e vinte e cinco centavos) por autor poderão, por opção
ção previdenciária e à imposição da multa por seu eventual des- de cada um dos exeqüentes, ser quitadas no prazo de até sessenta
cumprimento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) dias após a intimação do trânsito em julgado da decisão, sem ne-
§ 1o A empresa disponibilizará a servidor designado por di- cessidade da expedição de precatório. (Redação dada pela Lei nº
rigente do INSS os documentos necessários à comprovação de 10.099, de 2000)
vínculo empregatício, de prestação de serviços e de remuneração § 1o É vedado o fracionamento, repartição ou quebra do va-
relativos a trabalhador previamente identificado. (Incluído pela Lei lor da execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na
nº 11.941, de 2009) forma estabelecida no caput e, em parte, mediante expedição do
§ 2o Aplica-se ao disposto neste artigo, no que couber, o art. precatório. (Incluído pela Lei nº 10.099, de 2000)
126 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2o É vedada a expedição de precatório complementar ou
§ 3o O disposto neste artigo não abrange as competências atri- suplementar do valor pago na forma do caput. (Incluído pela Lei nº
buídas em caráter privativo aos ocupantes do cargo de Auditor-Fis- 10.099, de 2000)
cal da Receita Federal do Brasil previstas no inciso I do caput do art. § 3o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no
6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002. (Incluído pela Lei caput, o pagamento far-se-á sempre por meio de precatório. (Inclu-
nº 11.941, de 2009) ído pela Lei nº 10.099, de 2000)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 4o É facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito, no § 1º Determinada pelo juízo a realização de exame médico-pe-
que exceder ao valor estabelecido no caput, para que possa optar ricial por perito do juízo, este deverá, no caso de divergência com as
pelo pagamento do saldo sem o precatório, na forma ali prevista. conclusões do laudo administrativo, indicar em seu laudo de forma
(Incluído pela Lei nº 10.099, de 2000) fundamentada as razões técnicas e científicas que amparam o dis-
§ 5o A opção exercida pela parte para receber os seus créditos senso, especialmente no que se refere à comprovação da incapaci-
na forma prevista no caput implica a renúncia do restante dos crédi- dade, sua data de início e a sua correlação com a atividade laboral
tos porventura existentes e que sejam oriundos do mesmo proces- do periciando. (Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022)
so. (Incluído pela Lei nº 10.099, de 2000) § 2º Quando a conclusão do exame médico pericial realizado
§ 6o O pagamento sem precatório, na forma prevista neste por perito designado pelo juízo mantiver o resultado da decisão
artigo, implica quitação total do pedido constante da petição inicial proferida pela perícia realizada na via administrativa, poderá o ju-
e determina a extinção do processo. (Incluído pela Lei nº 10.099, ízo, após a oitiva da parte autora, julgar improcedente o pedido.
de 2000) (Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022)
§ 7o O disposto neste artigo não obsta a interposição de em- § 3º Se a controvérsia versar sobre outros pontos além do que
bargos à execução por parte do INSS. (Incluído pela Lei nº 10.099, exige exame médico-pericial, observado o disposto no § 1º deste
de 2000) artigo, o juízo dará seguimento ao processo, com a citação do réu.
Art. 129. Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes (Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022)
do trabalho serão apreciados: Art. 130. Na execução contra o Instituto Nacional do Seguro
I - na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência Social, Social-INSS, o prazo a que se refere o art. 730 do Código de Processo
segundo as regras e prazos aplicáveis às demais prestações, com Civil é de trinta dias. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
prioridade para conclusão; e Art. 131.O Ministro da Previdência e Assistência Social poderá
II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Fede- autorizar o INSS a formalizar a desistência ou abster-se de propor
ral, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias foren- ações e recursos em processos judiciais sempre que a ação versar
ses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do matéria sobre a qual haja declaração de inconstitucionalidade pro-
evento à Previdência Social, através de Comunicação de Acidente ferida pelo Supremo Tribunal Federal - STF, súmula ou jurisprudên-
do Trabalho–CAT. cia consolidada do STF ou dos tribunais superiores. (Redação dada
Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata o inciso pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
II deste artigo é isento do pagamento de quaisquer custas e de ver- Parágrafo único. O Ministro da Previdência e Assistência So-
bas relativas à sucumbência. cial disciplinará as hipóteses em que a administração previdenciária
Art. 129-A. Os litígios e as medidas cautelares relativos aos be- federal, relativamente aos créditos previdenciários baseados em
nefícios por incapacidade de que trata esta Lei, inclusive os relativos dispositivo declarado insconstitucional por decisão definitiva do Su-
a acidentes do trabalho, observarão o seguinte: (Incluído pela Lei nº premo Tribunal Federal, possa: (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
14.331, de 2022) a) abster-se de constituí-los; (Incluído pela Lei nº 9.528, de
I – quando o fundamento da ação for a discussão de ato prati- 1997)
cado pela perícia médica federal, a petição inicial deverá conter, em b) retificar o seu valor ou declará-los extintos, de ofício, quan-
complemento aos requisitos previstos no art. 319 da Lei nº 13.105, do houverem sido constituídos anteriormente, ainda que inscritos
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluído pela em dívida ativa; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Lei nº 14.331, de 2022) c) formular desistência de ações de execução fiscal já ajuiza-
a) descrição clara da doença e das limitações que ela impõe; das, bem como deixar de interpor recursos de decisões judiciais.
(Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022) (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
b) indicação da atividade para a qual o autor alega estar incapa- Art. 132. A formalização de desistência ou transigência judi-
citado; (Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022) ciais, por parte de procurador da Previdência Social, será sempre
c) possíveis inconsistências da avaliação médico-pericial discu- precedida da anuência, por escrito, do Procurador-Geral do Insti-
tida; e (Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022) tuto Nacional do Seguro Social INSS, ou do presidente desse órgão,
d) declaração quanto à existência de ação judicial anterior com quando os valores em litígio ultrapassarem os limites definidos pelo
o objeto de que trata este artigo, esclarecendo os motivos pelos Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS.
quais se entende não haver litispendência ou coisa julgada, quando § 1º Os valores, a partir dos quais se exigirá a anuência do
for o caso; (Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022) Procurador-Geral ou do presidente do INSS, serão definidos perio-
II – para atendimento do disposto no art. 320 da Lei nº 13.105, dicamente pelo CNPS, através de resolução própria.
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), a petição inicial, § 2º Até que o CNPS defina os valores mencionados neste arti-
qualquer que seja o rito ou procedimento adotado, deverá ser ins- go, deverão ser submetidos à anuência prévia do Procurador-Geral
truída pelo autor com os seguintes documentos: (Incluído pela Lei ou do presidente do INSS a formalização de desistência ou transi-
nº 14.331, de 2022) gência judiciais, quando os valores, referentes a cada segurado con-
a) comprovante de indeferimento do benefício ou de sua não siderado separadamente, superarem, respectivamente, 10 (dez) ou
prorrogação, quando for o caso, pela administração pública; (Inclu- 30 (trinta) vezes o teto do salário-de-benefício.
ído pela Lei nº 14.331, de 2022) Art. 133. A infração a qualquer dispositivo desta Lei, para a
b) comprovante da ocorrência do acidente de qualquer natu- qual não haja penalidade expressamente cominada, sujeita o res-
reza ou do acidente do trabalho, sempre que houver um acidente ponsável, conforme a gravidade da infração, à multa variável de Cr$
apontado como causa da incapacidade; (Incluído pela Lei nº 14.331, 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões
de 2022) de cruzeiros). Atualizações decorrentes de normas de hierarquia
c) documentação médica de que dispuser relativa à doença ale- inferior
gada como a causa da incapacidade discutida na via administrativa. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 14.331, de 2022)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 134. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei 2006 150 meses
serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices uti-
lizados para o reajustamento dos valores dos benefícios. (Redação 2007 156 meses
dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) (Vide Medida 2008 162 meses
Provisória nº 316, de 2006)
2009 168 meses
Art. 135. Os salários-de-contribuição utilizados no cálculo do
valor de benefício serão considerados respeitando-se os limites mí- 2010 174 meses
nimo e máximo vigentes nos meses a que se referirem. 2011 180 meses
Art. 135-A. Para o segurado filiado à Previdência Social até ju-
lho de 1994, no cálculo do salário de benefício das aposentadorias, Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como segurado
exceto a aposentadoria por incapacidade permanente, o divisor obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, na forma da alí-
considerado no cálculo da média dos salários de contribuição não nea “a” do inciso I, ou do inciso IV ou VII do art. 11 desta Lei, pode
poderá ser inferior a 108 (cento e oito) meses. (Incluído pela Lei nº requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo,
14.331, de 2022) durante quinze anos, contados a partir da data de vigência desta
Art. 136. Ficam eliminados o menor e o maior valor-teto para Lei, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que
cálculo do salário-de-benefício. descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento
Art. 137. Fica extinto o Programa de Previdência Social aos do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido
Estudantes, instituído pela Lei nº 7.004, de 24 de junho de 1982, benefício. (Redação dada pela Lei nº. 9.063, de 1995) (Vide Lei nº
mantendo-se o pagamento dos benefícios de prestação continuada 11.368, de 2006) (Vide Lei nº 11.718, de 2008)
com data de início até a entrada em vigor desta Lei. Art. 144. a Art. 147. (Revogado pela Medida Provisória nº
Art. 138. Ficam extintos os regimes de Previdência Social insti- 2.187-13, de 2001)
tuídos pela Lei Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971, e pela Art. 148. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, sendo mantidos, com valor Art. 149. As prestações, e o seu financiamento, referentes aos
não inferior ao do salário mínimo, os benefícios concedidos até a benefícios de ex-combatente e de ferroviário servidor público ou
vigência desta Lei. autárquico federal ou em regime especial que não optou pelo regi-
Parágrafo único. Para os que vinham contribuindo regularmen- me da Consolidação das Leis do Trabalho, na forma da Lei nº 6.184,
te para os regimes a que se refere este artigo, será contado o tempo de 11 de dezembro de 1974, bem como seus dependentes, serão
de contribuição para fins do Regime Geral de Previdência Social, objeto de legislação específica.
conforme disposto no Regulamento. Art. 150. (Revogado pela Lei nº 10.559, de 13.11.2002)
Art. 139. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencio-
Art. 140. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) nada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de
Art. 141. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que,
Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças: tuber-
até 24 de julho de 1991, bem como para o trabalhador e o empre- culose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, he-
gador rural cobertos pela Previdência Social Rural, a carência das patopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível
aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial obede- e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondi-
cerá à seguinte tabela, levando-se em conta o ano em que o segu- loartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da do-
rado implementou todas as condições necessárias à obtenção do ença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imu-
benefício: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) nológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base
em conclusão da medicina especializada. (Redação dada pela Lei nº
Ano de implementação Meses de contribuição 13.135, de 2015)
das condições exigidos Art. 152 (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 153. O Regime Facultativo Complementar de Previdência
1991 60 meses
Social será objeto de lei especial, a ser submetida à apreciação do
1992 60 meses Congresso Nacional dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
1993 66 meses Art. 154. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
60 (sessenta) dias a partir da data da sua publicação.
1994 72 meses Art. 155. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
1995 78 meses Art. 156. Revogam-se as disposições em contrário.
1996 90 meses
DECRETO Nº 3.048/1999 E SUAS ALTERAÇÕES
1997 96 meses
1998 102 meses
1999 108 meses
Prezado(a),
2000 114 meses A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
2001 120 meses será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área
é reservada para a inclusão de materiais que complementam a
2002 126 meses apostila, sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos
2003 132 meses relacionados a este material, e que, devido a seu formato ou ta-
2004 138 meses manho, não cabem na estrutura de nossas apostilas.
2005 144 meses

Editora
383
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são A obediência à ética não deve se dar somente no âmbito da vida
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem particular, mas também na atuação profissional, principalmente
e podem ser acessados seguindo os passos indicados na página se tal atuação se der no âmbito estatal.
2 deste material, ou por meio de seu login e senha na Área do O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade de
Aluno. fins gerais que permite o desenvolvimento, em seu seio, das in-
dividualidades e das demais sociedades, chamadas de fins par-
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- ticulares. O Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da formulado pelos homens para organizar a sociedade de discipli-
apostila. nar o poder visando que todos possam se realizar em plenitude,
atingindo suas finalidades particulares.
Se preferir, indicamos também acesso direto ao Decreto em: http:// O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm#:~:text=Par%- se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado
C3%A1grafo%20%C3%BAnico.-,O%20Regime%20Geral%20de%20Pre- que é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta
vid%C3%AAncia%20Social%20garante%20a%20cobertura%20de,apo- ética ou não aos homens que o compõem. Ou seja, o bom com-
sentadoria%20por%20tempo%20de%20contribui%C3%A7%C3%A3o. portamento profissional do funcionário público é uma questão
ligada à ética no serviço público, pois se os homens que com-
Bons estudos! põem a estrutura do Estado tomam uma atitude correta perante
os ditames éticos há uma ampliação e uma consolidação do va-
lor ético do Estado.
INSTRUÇÃO NORMATIVA PRES/INSS Nº 128/2022 (PUBLI- Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas
CADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 29/3/2022, EDI- dentro da administração pública, passando a desempenhar um
ÇÃO: 60, SEÇÃO: 1, PÁGINA: 132) papel de fundamental interesse para o Estado. Quando estiver
nesta condição, mais ainda, será exigido o respeito à ética. Afi-
nal, o Estado é responsável pela manutenção da sociedade, que
Prezado(a), espera dele uma conduta ilibada e transparente. Quando uma
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico pessoa é nomeada como servidor público, passa a ser uma ex-
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área tensão daquilo que o Estado representa na sociedade, devendo,
é reservada para a inclusão de materiais que complementam a por isso, respeitar ao máximo todos os consagrados preceitos
apostila, sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos éticos.
relacionados a este material, e que, devido a seu formato ou ta- Não obstante, todo o regramento estatal deve garantir a es-
manho, não cabem na estrutura de nossas apostilas. tes funcionários públicos o bom desempenho de suas funções,
preservando a qualidade de vida e a saúde dos funcionários que
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são atuam representando o ente estatal. Logo, ao lado de deveres
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem devem aparecer direitos, sendo que estes direitos funcionam
e podem ser acessados seguindo os passos indicados na página como incentivo para o melhor desempenho dos deveres, garan-
2 deste material, ou por meio de seu login e senha na Área do tindo uma otimização na contribuição para o desenvolvimento
Aluno. social.

Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- Percebe-se que os assuntos propostos para estudo neste
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da tópico ligam-se diretamente ao conteúdo até aqui estudado e
apostila. também um com o outro.
Aprofundando o estudo, desenvolvimento social consiste
Se preferir, indicamos também acesso direto a Instrução Nor- na evolução dos componentes da sociedade (capital humano) e
mativa em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-nor- na maneira como estes se relacionam (capital social). Em outras
mativa-pres/inss-n-128-de-28-de-marco-de-2022-389275446 palavras, é a melhoria da sociedade em que vivemos para toda
a população.
Bons estudos! Todo o conceito de desenvolvimento social se relaciona com
uma ideia consolidada nas premissas do Humanismo que é a de
preservação do bem comum social. Maritain5, tradicional filó-
O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVI- sofo humanista, ressaltou que o fim da sociedade é o seu bem
MENTO SOCIAL comum e que esse bem comum é o das pessoas humanas, que
compõem a sociedade. Assim, ele apontou as características es-
senciais do bem comum: redistribuição, pela qual o bem comum
A Lei n° 8.112/90 que estabelece o regime jurídico único dos deve ser redistribuído às pessoas e colaborar para o desenvol-
servidores públicos federais possui diversos aspectos relacio- vimento delas; respeito à autoridade na sociedade, pois a auto-
nados à ética no serviço público, notadamente ao estabelecer ridade é necessária para conduzir a comunidade de pessoas hu-
quais são as atitudes esperadas dos servidores públicos e ao tra- manas para o bem comum; moralidade, que constitui a retidão
zer direitos para que estes desempenhem suas funções sem que de vida, sendo a justiça e a retidão moral elementos essenciais
se prejudique sua saúde e seu bem-estar. do bem comum.
A ética está presente em todas as esferas da vida de um
indivíduo e da sociedade que ele compõe e é fundamental para
a manutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos
grande parte deles) obedeçam os ditames éticos consolidados.
5 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. Rio
de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desenvolvimento social não se dá por si só, é preciso que o buir ao Estado a responsabilidade pelo fornecimento de serviços
Estado tome providências para que ele ocorra, notadamente por públicos, o que conduziu a uma inflação normativa nem sempre
políticas públicas que consolidem as premissas da igualdade ma- acompanhada de mecanismos eficazes de garantia dos direitos
terial: tratando de maneira igual os que se encontram nas mes- sociais declarados, além do inchaço da estrutura administrativa
mas condições e de maneira diversa os que não se encontram. estatal”.
No âmbito do Poder Executivo há um ministério específico Nesta linha, afirma Couto8: “compõe o direito social a ideia
que controla o desenvolvimento social, embora políticas volta- de que as dificuldades enfrentadas pelos homens para viver com
das a ele se encontrem espalhadas por toda a estrutura gover- dignidade serão assumidas coletivamente pela sociedade, com
namental. O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à supremacia da responsabilidade de cobertura do Estado, que
Fome coordena inúmeras iniciativas voltadas ao desenvolvimen- deverá criar um sistema institucional capaz de dar conta dessas
to social: acesso à informação, Brasil sem miséria, segurança ali- demandas”.
mentar, bolsa família, entre outras.6 Contudo, a principal inicia- Logo, a assistência social é uma atividade tipicamente vol-
tiva voltada ao desenvolvimento social para os fins do concurso tada ao desenvolvimento social e à promoção do bem comum
em questão é a da assistência social, descrita pelo Ministério nos em sociedade. Por isso, o funcionário público que se vincule ao
seguintes termos: serviço social desempenhará funções diretamente ligadas à pro-
“A assistência social, política pública não contributiva, é moção do desenvolvimento social.
dever do Estado e direto de todo cidadão que dela necessitar. Por outro lado, bem se sabe que há um inchaço na assistên-
Entre os principais pilares da assistência social no Brasil estão cia social devido aos inúmeros pedidos de benefícios sociais, de
a Constituição Federal de 1988, que dá as diretrizes para a ges- tal forma que a previdência acaba pagando muito mais do que
tão das políticas públicas, e a Lei Orgânica da Assistência Social recebe. As situações de conflito que podem surgir em meio a este
(Loas), de 1993, que estabelece os objetivos, princípios e dire- impasse tendem a deixar o funcionário público sem fé quanto ao
trizes das ações. papel social de suas funções.
A Loas determina que a assistência social seja organizada
em um sistema descentralizado e participativo, composto pelo É preciso garantir ao funcionário público saúde e qualidade
poder público e pela sociedade civil. A IV Conferência Nacional de vida no desempenho de suas atividades, posto que sem isto
de Assistência Social deliberou, então, a implantação do Siste- ele se verá desmotivado a fazê-lo de maneira efetiva, o que preju-
ma Único de Assistência Social (Suas). Cumprindo essa delibera- dica diretamente sua contribuição para o desenvolvimento social.
ção, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Para tanto, a legislação anteriormente estudada garante um rol
(MDS) implantou o Suas, que passou a articular meios, esforços de direitos a este servidor, os quais devem ser respeitados.
e recursos para a execução dos programas, serviços e benefícios
socioassistenciais. SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLICO
O Suas organiza a oferta da assistência social em todo o Bra-
sil, promovendo bem-estar e proteção social a famílias, crianças,
adolescentes e jovens, pessoas com deficiência, idosos – enfim,
a todos que dela necessitarem. As ações são baseadas nas orien- Qualidade de vida no trabalho
tações da nova Política Nacional de Assistência Social (PNAS), Qualidade de vida no trabalho “é o conjunto de ações de uma
aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) empresa que envolve diagnósticos e implantação de melhorias e
em 2004. inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do
A gestão das ações socioassistenciais segue o previsto na ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de de-
Norma Operacional Básica do Suas (NOB/Suas), que disciplina a senvolvimento humano para e durante a realização do trabalho”
descentralização administrativa do Sistema, a relação entre as (Ana Cristina L. França,1996).
três esferas do Governo e as formas de aplicação dos recursos A implementação de um Programa de Qualidade de Vida no
públicos. Entre outras determinações, a NOB reforça o papel dos Trabalho (PQVT) tem o objetivo de promover a motivação dos ser-
fundos de assistência social como as principais instâncias para o vidores, reduzir o índice de absenteísmo e, consequentemente,
financiamento da PNAS. melhorar a qualidade dos serviços prestados. Já os objetivos espe-
A gestão da assistência social brasileira é acompanhada e cíficos são:
avaliada tanto pelo poder público quanto pela sociedade civil, •Levantar, por meio de pesquisa de clima, a situação vivencia-
igualmente representados nos conselhos nacionais do Distrito da pelos servidores públicos no que se refere a sua motivação para
Federal, estaduais e municipais de assistência social. Esse con- o trabalho;
trole social consolida um modelo de gestão transparente em re- •Propor ações que sejam convergentes para a motivação dos
lação às estratégias e à execução da política. servidores públicos;
A transparência e a universalização dos acessos aos progra- •Recomendar ações que propiciem aos servidores públicos
mas, serviços e benefícios socioassistenciais, promovidas por melhores condições físicas, ergonômicas e emocionais de trabalho.
esse modelo de gestão descentralizada e participativa, vem con-
solidar, definitivamente, a responsabilidade do Estado brasileiro Oferecer um ambiente adequado de trabalho e bem-estar aos
no enfrentamento da pobreza e da desigualdade, com a partici- colaboradores é promover a saúde da instituição como um todo.
pação complementar da sociedade civil organizada, através de Não se tem um “corpo” institucional saudável se suas células en-
movimentos sociais e entidades de assistência social”. contram-se doentes pela desmotivação, pela descrença no trabalho
A respeito da Assistência Social, explica Tavares7: “a fim de que executam, pelo sentimento de não pertencimento, pelo estres-
atender à demanda por prestações materiais trabalhistas, de se, entre outros.
saúde, previdência e educação, as Constituições passaram a atri-
Lumen Juris, 2003.
6 http://www.mds.gov.br/ 8 COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a Assistência Social na
7 TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e Assistência Social: Le- Sociedade Brasileira: Uma Equação Possível? 2. ed. São Paulo: Cortez,
gitimação e Fundamentação Constitucional Brasileira. Rio de Janeiro: 2006.
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385
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O PQVT deverá contemplar cinco fases, quais sejam:
1 – Sensibilização: É a fase em que a Alta Administração compra e defende a ideia da implementação. Nenhuma ação dessa monta
será bem sucedida se o staff da instituição não se posicionar de forma positiva;
2 – Planejamento: Estabelecem-se os mecanismos estratégicos, formam-se as equipes de trabalho, estruturam-se modelos e instru-
mentos a serem utilizados e estabelece-se o cronograma inicial;
3 – Diagnóstico: Faz-se a coleta de informações sobre a natureza e funcionamento do sistema técnico e o levantamento do sistema
social do ambiente de trabalho;
4 – Execução e implementação: Fase do estabelecimento de prioridades e execução das ações;
5 – Avaliação e manutenção: No processo de avaliação, que deve ser anual, pode ser utilizado o mesmo instrumento da fase diag-
nostica e feita a comparação para levantar a eficácia do Programa.

Um PQVT deve ser desenvolvido a partir de um conjunto de ações permanentes, abrangendo três eixos: qualidade no trabalho; qua-
lidade física e mental; qualidade profissional. O quadro abaixo mostra o foco e as ações referentes a cada eixo.

EIXOS FOCO AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS


Relacionamento entre as pessoas, a
Eventos focando o relacionamento interpessoal,
cordialidade, o respeito, o estímulo à
como cinema comentado, intervenção musical nas
QUALIDADE NO TRABALHO interação entre os colegas de trabalho
unidades, desenvolvimento das equipe através de
através de ações dirigidas à humanização
gincanas, comemorações, entre outros.
do ambiente de trabalho
Oficinas de promoção de saúde, estruturação
de Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO, Segurança do Trabalho,
Brigadas de Incêndios, Comissão Interna de
QUALIDADE
Prevenção de Acidentes – CIPA. Trabalhos
FÍSICA E A integralidade da saúde dos profissionais
corporais, como: massagens e ginásticas laborais,
MENTAL
trabalhos anti-estresse – aulas de yoga com
exercícios de respiração, caminhadas apreciativas e
perceptivas, sempre com a presença de monitores,
oficinas de prevenção ao estresse.
Programas de capacitação e desenvolvimento das
Desenvolvimento e capacitação competências profissionais, promovendo o realce
QUALIDADE PROFISSIONAL
profissional dos talentos individuais para uma busca plena da
qualidade de vida no trabalho.

Figura: Conjunto de ações permanentes abrangendo os eixos do Programa de Qualidade de Vida no Trabalho
Fonte: adaptado do IPSEMG.

Uma das questões mais importantes em matéria de QVT é a ergonomia. A Associação Brasileira de Ergonomia conceitua-a do seguinte
modo:
Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia a organização e o ambiente objetivando interven-
ções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada a segurança,o conforto, o bem estar e a eficácia das atividades
humanas (ABERGO).
Desta forma, a ergonomia vai se preocupar com:
Condição de trabalho: carga física, mobiliário, postura, exigência sensorial e equipamentos;
Condições ambientais de trabalho: conforto, ruído, temperatura, velocidade do ar, umidade;
Organização do trabalho: norma de produção, modo operatório, exigência de tempo, determinação do conteúdo-tempo, ritmo de
trabalho e o conteúdo das tarefas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A multidisciplinaridade da ergonomia pode ser constatada na figura abaixo.

Vale citar as disposições do Ministério do Trabalho e Emprego sobre Segurança e Medicina do Trabalho9 e o Decreto n. 7.602, de 7 de
novembro de 2011, que dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PNSST.
As condições gerais de vida, as relações, processo e organização do trabalho são elementos fundamentais na preservação da saúde
dos trabalhadores ou na gênese de seu adoecimento.
O trabalho decente, preconizado pela OIT, é direito de todos, incluindo a segurança e a saúde. A prática do trabalho decente é o meio
mais eficaz de romper com o ciclo da marginalização, pobreza e exclusão social, especialmente das pessoas com deficiência, as quais ne-
cessitam de ações afirmativas para sua adequada inclusão e manutenção no mercado de trabalho, contribuindo de forma significativa para
a economia nacional e reduzindo o nível geral de pobreza. Essas ações especiais compensatórias de proteção facilitam o emprego dessas
pessoas mediante esforço coordenado que vise ao ambiente de trabalho, às necessidades individuais e da empresa e às responsabilidades
legais.
São inúmeros os obstáculos encontrados por este grupo populacional, obstáculos estes minimizados pela execução de ações concre-
tas em segurança e saúde, por parte das empresas para superar esse desafio.

Existem importantes instrumentos facilitadores na inclusão adequada de trabalhadores no nível de empresa, tais como o Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), a Ergonomia, o Programa de
Gestão de Questões Relativas à Deficiência no Local de Trabalho (incluído no PPRA e PCMSO), dentre outros, que, articulados, integram
o conjunto mais amplo das iniciativas da empresa, no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores em geral e em
especial das pessoas com deficiência.
O Programa de Gestão de Questões Relativas à Deficiência no Local de Trabalho pode estar incluído no PPRA e PCMSO da empresa, e
faz parte das orientações da OIT em seu Repertório de Recomendações Práticas sobre essa questão (Genebra/2001), tendo como objetivo
a igualdade de acesso e oportunidade para todas as pessoas no que diz respeito a emprego seguro e saudável, a treinamento profissional
e a ocupações específicas e sem discriminação (art. 4º da Convenção n° 159 da OIT).
Nesse programa deverão ser definidas as estratégias de ações por parte da empresa para a adequada inclusão das pessoas com defici-
ência, após consulta a estas e às suas organizações representativas, incluindo ações no recrutamento, seleção e manutenção no emprego
das pessoas em igualdade de oportunidades perante os outros empregados, bem como manter no emprego o trabalhador que tenha
adquirido alguma deficiência.
Essas estratégias devem estar associadas à política de responsabilidade social da empresa na promoção de local de trabalho seguro
e saudável, incluindo medidas de segurança e saúde no trabalho, de análise de risco relativa a qualquer adaptação, ajustamento ou aco-
modação, pronta intervenção e encaminhamento de trabalhadores(as) a serviços de tratamento e reabilitação, no caso de deficiência
adquirida durante a vida ativa.
A inserção da pessoa com deficiência no trabalho deverá ser, sobretudo, individual, social e profissional, apoiada por equipe multidis-
ciplinar, a fim de se conseguir a verdadeira inclusão dessas pessoas.
Compete, portanto, ao empregador garantir a elaboração e efetiva implementação desses instrumentos, sem ônus para o empregado,
bem como zelar pela sua eficácia. Esses programas devem ser apresentados e discutidos na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPAs), quando existente na empresa, configurando-se como importante espaço de inclusão dos trabalhadores com deficiência, no tocan-
te à preservação de sua integridade e saúde.
A participação dos trabalhadores nos diversos níveis de decisão nas relações, processo e organização do trabalho são, portanto, fun-
damentais na promoção da sua saúde. A inclusão e a integração no trabalho das pessoas com deficiência repercutem na qualidade de vida
e de saúde da empresa e da comunidade em geral, possibilitando a utilização por todos dos bens e serviços, viabilizando uma sociedade
mais flexível e aberta às diferenças entre as pessoas e concretizando-se o princípio da igualdade de oportunidades para todos.

9. Obtido em http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_10.asp
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PCMSO rá ser repetido a cada ano ou a intervalos menores, a critério do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), médico encarregado, ou quando notificado pelo médico agente da
Norma Regulamentadora (NR 07) que introduziu um “olhar coleti- inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação co-
vo” nos procedimentos da inspeção do trabalho na área da segu- letiva de trabalho.
rança e saúde, dando ênfase às questões incidentes não somente Após o exame, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupa-
sobre o indivíduo (abordagem clínica), mas também sobre a coleti- cional, com a definição de apto ou inapto para a função específi-
vidade de trabalhadores (abordagem epidemiológica), privilegian- ca que o trabalhador irá exercer (admissão), exerce (periódico) ou
do o instrumental clínicoepidemiológico na abordagem da relação exerceu (demissional).
entre sua saúde e o trabalho. O exame médico ocupacional é de primordial importância para
Essa dupla abordagem configura-se como essencial para a in- avaliação da capacidade laborativa das pessoas com deficiência, ob-
clusão das pessoas com deficiência no trabalho, por ter como obje- jetivando melhorar a sua colocação e inclusão na empresa.
tivo a promoção e a preservação da saúde do conjunto dos traba-
lhadores, possibilitando a prevenção, rastreamento e o diagnóstico PPRA
precoce dos agravos à saúde re-lacionados com o trabalho. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Norma
O profissional médico, familiarizado com os princípios da pa- Regulamentadora (NR 09) que visa à preservação da saúde e da in-
tologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as tegridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconheci-
condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada mento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos
trabalhador da empresa, atua, pois, como importante agente facili- ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de tra-
tador na inclusão da pessoa com deficiência na empresa, por meio balho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
da prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à recursos naturais.
saúde relacionados com o trabalho. Mediante exame médico ocu- Essas ações devem ser desenvolvidas sob a responsabilidade
pacional, o profissional médico identifica aptidão ou não do(a) tra- do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua
balhador(a) para exercer determina da função, identificando suas abrangência e profundidade dependentes das características dos
potencialidades laborativas, fator primordial na adequada alocação riscos e das necessidades de controle. A escuta e a efetiva parti-
e inclusão deste(a) trabalhador(a) com deficiência na em presa. cipação dos trabalhadores com deficiência nessas ações é de pri-
Essa ação é primordial para garantir que a pessoa com deficiência mordial importância para a eficácia desse programa e de sua
assuma uma função que corresponda às suas habilidades, à sua ca- adequada inclusão na empresa.
pacidade de trabalho e a seu interesse, atuando como agente pro- Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e
dutivo na sociedade. biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de
O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos ris- sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição,
cos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Deverá ser
avaliações previstas nas demais Normas Regulamentadoras (NRs). efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano,
Dois conceitos epidemiológicos são fundamentais na compreensão uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimen-
da importância do programa para a inclusão das pessoas com de- to e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas
ficiência: o risco e o fator de risco. Risco pode ser definido como metas e prioridades.
a probabilidade de os membros de uma determinada população Essa análise deverá incluir sempre a gestão de questões relati-
desenvolverem uma dada doença ou evento relacionado à saúde vas à deficiência no local de trabalho com vistas à promoção de um
em um período de tempo. Fator de risco pode ser definido como o local de trabalho seguro, acessível e saudável para pessoas com de-
atributo de um grupo que apresenta maior incidência de uma dada ficiência, devendo ser executados todos os ajustes necessários nos
patologia ou característica, em comparação com outros grupos po- equipamentos, posto de trabalho e organização do trabalho com
pulacionais, definidos pela ausência ou menor dosagem de tal ca- a finalidade de minimizar ou excluir possíveis riscos ocupacionais.
racterística. Nesse caso, a adoção de medidas especiais positivas, tais como
As pessoas com deficiência devem ser, portanto, vistas como apoios especiais, promoção da acessibilidade e ajustes na organiza-
integrantes de um grupo populacional com características especí- ção do trabalho, atendem às necessidades específicas das pessoas
ficas que, se consideradas aptas ao trabalho pelo profissional mé- com deficiência e visam estabelecer igualdade efetiva de oportuni-
dico, deverá ter promovida a sua acessibilidade para inclusão ade- dades e de tratamento no trabalho para essas pessoas, não consti-
quada na empresa. tuindo discriminação dos demais trabalhadores.
O impacto da deficiência sobre a capacidade de trabalho da
pessoa pode variar amplamente, podendo ser reduzido, pouco in- ERGONOMIA
terferindo na interação da mesma com o meio ambiente laboral, ou Norma Regulamentadora NR 17 – ERGONOMIA – tem como
ser significativo, exigindo considerável apoio e assistência por parte objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
da empresa e seus empregados. condições de trabalho às características psicofisiológicas dos tra-
O PCMSO deve incluir, dentre outros, a realização obrigatória balhadores e à natureza do trabalho a ser executado, de modo a
dos exames médicos admissional, periódico, de retorno ao traba- proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho efi-
lho, de mudança de função e demissional, que inclui avaliação clí- ciente. As características psicofisiológicas dizem respeito a todo o
nica, abrangendo anamnese ocupacional, exame físico e mental, conhecimento referente ao funcionamento do ser humano, incluin-
além de exames complementares, para avaliar o funcionamento de do o conhecimento antropológico, psicológico e fisiológico.
órgãos e sistemas orgânicos, realizados de acordo com os termos As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao le-
específicos da NR 07 e seus anexos. vantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à
trabalhador as suma suas atividades. Para trabalhadores expostos a própria organização do trabalho.
riscos ou a situações de trabalho que impliquem desencadeamen- A organização do trabalho exerce papel fundamental na gêne-
to ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles se de inúmeros comprometimentos à saúde do trabalhador. Para
que sejam portadores de doenças crônicas, o exame médico deve- avaliar a adaptação das condições de trabalho às características

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a I. acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
análise ergonômica do trabalho, podendo, em situações complexas, lização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e
demandar a presença de um ergonomista. equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sis-
Com vistas à adaptação das condições de trabalho às caracte- temas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiên-
rísticas psicofisiológicas dos trabalhadores com deficiência, devem cia ou com mobilidade reduzida;
ser avaliados e executados ajustes ou adaptações da maquinaria,
equipamentos, estações de trabalho e/ou adequação das tarefas II. barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impe-
correspondentes ao posto de trabalho, do tempo de trabalho e de ça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com seguran-
sua organização, bem como a adaptação do espaço físico da em- ça das pessoas, classificadas em:
presa, organização ou entidade empregadora, com o objetivo de a. barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias
propiciar o acesso ao local de trabalho e facilitar o emprego desse públicas e nos espaços de uso público;
segmento de trabalhadores. b. barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no inte-
Nesse processo, considera-se a palavra do trabalhador como a rior dos edifícios públicos e privados;
principal diretiva na busca dessa melhor adequação das condições c. barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos
e organização do trabalho ao homem. O trabalhador com deficiên- meios de transporte;
cia, portanto, deverá ser considerado como essencial e importante d. barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstácu-
agente das transformações, pois apenas ele poderá confirmar ou lo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de
não a adequação de soluções propostas pelos técnicos sobre o seu mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação,
ambiente e organização do trabalho. sejam ou não de massa.

APOIOS ESPECIAIS O Capítulo V desta Lei trata da acessibilidade nos edifícios de


A empresa deverá providenciar a adequação dos meios e re- uso privado (como as empresas), estabelecendo critérios para ade-
cursos para o bom desempenho do trabalho, considerando suas quada inclusão dos trabalhadores com deficiência.
limitações. Os apoios especiais são elementos (orientação, super- O Capítulo VII desta lei aborda os critérios para acessibilidade
visão e ajudas técnicas, dentre outros) que auxiliam ou permitem nos sistemas de comunicação e sinalização, definindo que o Poder
compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicação e es-
ou mentais da pessoa portadora de deficiência, de modo a superar tabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessí-
as barreiras da mobilidade e da comunicação, possibilitando a plena veis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portado-
utilização de suas capacidades em condições de normalidade (Ins- ras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para
trução Normativa nº 20/01, da Secretaria de Inspeção do Trabalho/ garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao
MTE). trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.
Como exemplos de apoios especiais temos: as tecnologias de Enfatizamos a importância da comunicação para melhor inclu-
acesso ao computador e à Internet para pessoas com deficiência são da pessoa com deficiência no mundo do trabalho. A empresa
visual e motora, sintetizadores de voz, livros falados, sinalização e deverá disponibilizar todos os meios para minimizar ou excluir to-
alarmes sonoros e luminosos, folheadores eletrônicos para tetra- das as barreiras que impeçam a perfeita comunicação dos traba-
plégicos, serviço de impressão em Braille, serviço de mensagem e lhadores com deficiência, tais como uso de intérpretes em LIBRAS,
vibracall em telefones para deficientes auditivos, banheiros adapta- escrita em Braille, sinalização em luzes, sons e/ou cores, etc.
dos para cadeirantes, corrimão nas paredes para facilitar a locomo-
ção de deficientes visuais, etc. Por meio do art. 19 fica determinado que os serviços de ra-
diodifusão sonora e de sons e imagens adotarão plano de medidas
ACESSIBILIDADE
técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou
A inclusão social das pessoas com deficiência deve ser um dos
outra subtitulação, para garantir o direito de acesso à informação
objetivos nas sociedades que defendem os valores da solidarieda-
às pessoas portadoras de deficiência auditiva, na forma e no prazo
de e da integração, além do respeito pelas diferenças pessoais. A
previstos em regulamento.
acessibilidade exerce papel fundamental nessa inclusão. A empresa
O Capítulo X estabelece, por meio do art. 24, que o Poder Pú-
deverá conscientizar todos os seus empregados, mediante treina-
blico promoverá campanhas informativas e educativas dirigidas à
mentos e execução de ações para eliminar barreiras e promover a
população em geral, com a finalidade de conscientizá-la e sensibili-
acessibilidade. A empresa pode melhorar, por exemplo, o acesso
zá-la quanto à acessibilidade e à integração social da pessoa porta-
ao local de trabalho por pessoas com diferentes tipos de deficiên-
dora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
cia, incluindo facilidades para entrar e se movimentar no estabele-
Importante ressaltar que o art. 26 estabelece que as organi-
cimento, além de acesso a banheiros e lavatórios. O planejamen-
zações representativas de pessoas portadoras de deficiência terão
to para emergências deve assegurar que pessoas com deficiência
legitimidade para acompanhar o cumprimento dos requisitos de
possam deixar, com segurança e eficiência, o local de trabalho e se
acessibilidade estabelecidos nesta Lei.
deslocar para uma área segura.
O acesso à informação também é fundamental, devendo ser NORMAS ABNT
disponibilizados na empresa, por exemplo, manuais e instruções re- As normas técnicas destinadas a permitir a acessibilidade das
lativas ao posto de trabalho de forma a serem compreendidos por pessoas com deficiência são importantes instrumentos para enco-
pessoas com diferentes tipos de deficiência. rajar e comprometer solidariamente toda a sociedade na inclusão,
A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, estabelece nor- ressaltando a importância da supressão das barreiras arquitetôni-
mas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade cas e de comunicação, criando condições para o exercício de uma
das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzi- cidadania plena. Essas normas refletem orientações de diversas or-
da, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e ganizações, como a Organização das Nações Unidas e a União Euro-
espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma peia, dentre outras.
de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. Para fins
dessa Lei são estabelecidas as seguintes definições:
Editora
389
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As normas técnicas de acessibilidade podem integrar a legisla- d) diálogo social; e
ção federal e estadual, favorecendo a implantação da acessibilidade e) integralidade;
em todos os municípios brasileiros.
As normas técnicas internacionais são de competência da In- III – Para o alcance de seu objetivo a PNSST deverá ser imple-
ternational Standards Organization (ISO), ligadas à Organização das mentada por meio da articulação continuada das ações de governo
Nações Unidas. Existem, ainda, organismos normalizadores de blo- no campo das relações de trabalho, produção, consumo, ambiente
cos regionais de nações, destacando-se o Comitê PanAmericano de e saúde, com a participação voluntária das organizações represen-
Normas Técnicas (COPANT), bem como o Comitê de Normalização tativas de trabalhadores e empregadores;
do Mercosul.
No Brasil, o organismo legalmente constituído para cuidar DIRETRIZES
das normas técnicas é a Associação Brasileira de Normas Técnicas IV – As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano Na-
(ABNT), afiliada à ISO e atuante desde 1940. A ABNT está dividida cional de Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver-se de acor-
em comitês nacionais, dentre eles o Comitê Brasileiro de Acessi- do com as seguintes diretrizes:
bilidade (CB 40), que começou a atuar no ano 2000. Em 1985 foi a) inclusão de todos trabalhadores brasileiros no sistema nacio-
criada a primeira Norma Técnica Brasileira da Associação Brasileira nal de promoção e proteção da saúde;
de Normas Técnicas (ABNT, 1985), pertinente à acessibilidade in- b) harmonização da legislação e a articulação das ações de pro-
titulada: “Adequação das Edificações, Equipamentos e Mobiliário moção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação
Urbano à Pessoa Portadora de Deficiência” – NBR 9050, voltada da saúde do trabalhador;
para edificações, mobiliário e equipamentos urbanos. Existem ain- c) adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto
da normas de acessibilidade sobre elevadores para transportes de risco;
pessoa portadora de deficiência, trens, ônibus, transporte aéreo e d) estruturação de rede integrada de informações em saúde do
veículos automotores. trabalhador;
e) promoção da implantação de sistemas e programas de ges-
DECRETO Nº 7.602, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2011 tão da segurança e saúde nos locais de trabalho;
f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em
Dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Tra- segurança no trabalho e o estímulo à capacitação e à educação con-
balho – PNSST. tinuada de trabalhadores; e
g) promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições segurança e saúde no trabalho;
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição,
e tendo em vista o disposto no artigo 4 da Convenção no 155, da RESPONSABILIDADES NO ÂMBITO DA PNSST
Organização Internacional do Trabalho, promulgada pelo Decreto V – São responsáveis pela implementação e execução da PNSST
no 1.254, de 29 de setembro de 1994, os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência
Social, sem prejuízo da participação de outros órgãos e instituições
DECRETA:
que atuem na área;
VI – Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego:
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a Política Nacional de Segu-
a) formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem
rança e Saúde no Trabalho – PNSST, na forma do Anexo.
como supervisionar e coordenar a execução das atividades relacio-
nadas com a inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas con-
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
dições de trabalho;
b) elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regula-
Brasília, 7 de novembro de 2011; 190o da Independência e
mentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho;
123o da República.
c) participar da elaboração de programas especiais de proteção
DILMA ROUSSEFF
ao trabalho, assim como da formulação de novos procedimentos
Carlos Lupi reguladores das relações capital-trabalho;
Alexandre Rocha Santos Padilha d) promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no
Garibaldi Alves Filho âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento;
Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.11.2011 e) acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acor-
dos e convenções ratificados pelo Governo brasileiro junto a orga-
nismos internacionais, em especial à Organização Internacional do
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Trabalho – OIT, nos assuntos de sua área de competência;
f) planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de
OBJETIVO E PRINCÍPIOS Alimentação do Trabalhador; e
I – A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – g) por intermédio da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Se-
PNSST tem por objetivos a promoção da saúde e a melhoria da gurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO:
qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de 1. elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que
danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram afetam a segurança e saúde do trabalhador;
no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos 2. produzir análises, avaliações e testes de medidas e métodos
ambientes de trabalho; que visem à eliminação ou redução de riscos no trabalho, incluindo
II – A PNSST tem por princípios: equipamentos de proteção coletiva e individual;
a) universalidade; 3. desenvolver e executar ações educativas sobre temas rela-
b) prevenção; cionados com a melhoria das condições de trabalho nos aspectos
c) precedência das ações de promoção, proteção e prevenção de saúde, segurança e meio ambiente do trabalho;
sobre as de assistência, reabilitação e reparação;
Editora
390
390
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. difundir informações que contribuam para a proteção e pro- XI -A gestão executiva da Política será conduzida por Comitê
moção da saúde do trabalhador; Executivo constituído pelos Ministérios do Trabalho e Emprego, da
5. contribuir com órgãos públicos e entidades civis para a pro- Saúde e da Previdência Social; e (Revogado pelo Decreto nº 9.944,
teção e promoção da saúde do trabalhador, incluindo a revisão e de 2019)
formulação de regulamentos, o planejamento e desenvolvimento XII -Compete ao Comitê Executivo:(Revogado pelo Decreto nº
de ações interinstitucionais; a realização de levantamentos para a 9.944, de 2019)
identificação das causas de acidentes e doenças nos ambientes de a) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019)
trabalho; e b ) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019)
6. estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com organis- c) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019)
mos e instituições afins, nacionais e internacionais, para fortalecer d) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019)
a atuação institucional, capacitar os colaboradores e contribuir com e) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019)
a implementação de ações globais de organismos internacionais;
VII – Compete ao Ministério da Saúde: QVT e Gestão de Pessoas no Serviço Público
a) fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos Tratar do assunto QVT na Administração Pública pode ser uma
trabalhadores, envolvendo a promoção de ambientes e processos forma de preencher um vazio existente no nível de tratamento que
de trabalho saudáveis, o fortalecimento da vigilância de ambientes, o servidor público recebe no que se refere à valorização de seu tra-
processos e agravos relacionados ao trabalho, a assistência integral balho e preocupação com o seu bem estar e o de sua família. Es-
à saúde dos trabalhadores, reabilitação física e psicossocial e a ade- pecificamente, os gestores públicos têm algumas dificuldades em
quação e ampliação da capacidade institucional; desempenhar suas funções, pois estão limitados a fatores legais
b) definir, em conjunto com as secretarias de saúde de Estados como orçamento restrito, licitação, estrutura de cargos e carreiras
e Municípios, normas, parâmetros e indicadores para o acompa- dos servidores (AMORIM, 2010).
nhamento das ações de saúde do trabalhador a serem desenvolvi- Frossard (2008) propõe que políticas de gestão de pessoas que
das no Sistema Único de Saúde, segundo os respectivos níveis de tenham como referência a QVT têm sido cada vez mais valorizadas,
complexidade destas ações; pois visam à integração do indivíduo com a organização de forma
c) promover a revisão periódica da listagem oficial de doenças harmoniosa, trazendo benefícios para o indivíduo (integridade físi-
relacionadas ao trabalho; ca e mental) além de benefícios para ambos (indivíduo e organiza-
d) contribuir para a estruturação e operacionalização da rede ção): melhoria no rendimento e qualidade no processo produtivo.
integrada de informações em saúde do trabalhador; Percebe-se, com isso, que a QVT pode ser um importante elo de
e) apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas em saúde equilíbrio entre os objetivos individuais de cada trabalhador e os
do trabalhador; objetivos organizacionais para os quais cada trabalhador se empe-
f) estimular o desenvolvimento de processos de capacitação de nha, no seu dia a dia, para atingir. Ter qualidade de vida no trabalho
recursos humanos em saúde do trabalhador; e torna-se um fator essencial para um nível de produtividade eficaz
g) promover a participação da comunidade na gestão das ações nas organizações.
em saúde do trabalhador; Paralela à QVT, temos a questão da motivação no trabalho. Bru-
VIII – Compete ao Ministério da Previdência Social: nelli (2008) aponta que a falta de motivação no trabalho pode gerar
a) subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas sérios problemas tanto para as organizações (perda de padrões de
relativas à interseção entre as ações de segurança e saúde no tra- qualidade e produtividade) como para as pessoas (estresse, ab-
balho e as ações de fiscalização e reconhecimento dos benefícios senteísmo, baixa produtividade, diminuição no desempenho e no
previdenciários decorrentes dos riscos ambientais do trabalho; comprometimento com o trabalho, problemas com a saúde física e
b) coordenar, acompanhar, avaliar e supervisionar as ações do mental). A motivação contribui para o bom desempenho das ativi-
Regime Geral de Previdência Social, bem como a política direciona- dades diárias, torna as pessoas mais envolvidas e comprometidas,
da aos Regimes Próprios de Previdência Social, nas áreas que guar- levando, consequentemente, a altos níveis de eficácia no trabalho
dem inter-relação com a segurança e saúde dos trabalhadores; e ao atingimento dos objetivos da organização. A motivação acaba
c) coordenar, acompanhar e supervisionar a atualização e a re- gerando um ganho recíproco para indivíduos e organização, ou seja,
visão dos Planos de Custeio e de Benefícios, relativamente a temas o indivíduo ganha por estar estimulado a trabalhar, e a organização
de sua área de competência; ganha com o trabalho resultado dessa motivação.
d) realizar estudos, pesquisas e propor ações formativas visan- Segundo Valdevio e Loureiro (2012), a satisfação de um cola-
do ao aprimoramento da legislação e das ações do Regime Geral de borador no seu trabalho é uma forma de estratégia que os gestores
Previdência Social e dos Regimes Próprios de Previdência Social, no utilizam para atingir suas metas. Quando os indivíduos trabalham
âmbito de sua competência; e satisfeitos e motivados, há uma maior probabilidade de esses in-
e) por intermédio do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS: divíduos se dedicarem mais, trabalharem melhor e, consequente-
1. realizar ações de reabilitação profissional; e mente, conseguirem um melhor desempenho nas suas atividades.
2. avaliar a incapacidade laborativa para fins de concessão de Assim, alcançam de forma efetiva as suas metas individuais, e
benefícios previdenciários. colaboram para o alcance dos objetivos da organização, tornando
esse processo uma relação mútua de benefícios.
GESTÃO Oliveira (1998) destaca que a Qualidade de Vida no Trabalho
IX - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) merece bastante atenção, já que é no trabalho que as pessoas pas-
X - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) sam a maior parte do seu dia e da sua vida. Se esse período de
a) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) tempo é vivido de maneira digna, as pessoas ficam felizes e pas-
b) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) sam esse sentimento àqueles que lhes cercam, criando uma rede
c) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) de bons sentimentos.
d) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) Pires et al (2005) consideram os problemas da Gestão de Pes-
e) - (Revogado pelo Decreto nº 9.944, de 2019) soas no que se refere ao serviço público. Segundo os autores, a
dificuldade começa com a forma como as pessoas são escolhidas
Editora
391
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
para ingressar no setor público, pois, muitas vezes, selecionam-se pessoas sem competência ou sem perfil para determinados cargos ou
funções. Como uma das consequências disso, tem-se problemas de adaptação ao trabalho, baixa produtividade e altos índices de doenças
decorrentes desses fatores. Isso revela que a forma de ingresso no serviço público impede outras formas de seleção mais flexível para o
recrutamento que poderiam ser mais adequadas às necessidades e ao contexto das instituições, possibilitando que pessoas mais prepa-
radas adentrem ao serviço público.
Pode-se perceber, com as contribuições de Pires et al (2005), que determinadas características exclusivas do setor público acabam
prejudicando os assuntos relacionados à gestão de pessoas, desde a forma de ingresso, as políticas de desenvolvimento na instituição, a
estabilidade, a falta de espírito empreendedor e, com isso, a falta de preocupação com a inovação e criatividade, entre outros. Tudo isso
pode contribuir com a ineficiência no setor público e, mais do que isso, com o baixo nível de qualidade de vida destes trabalhadores.
Ojedokun (2015) et al realizaram um estudo relacionando a QVT e o comprometimento organizacional entre funcionários do setor
público de Gana. Foram analisados 137 empregados de duas organizações públicas. Os resultados retratam que a QVT teve uma relação
positiva tanto com o prestígio externo percebido quanto com o comprometimento organizacional, e isso revela que uma forma de aumen-
tar o comprometimento organizacional é melhorar a QVT dos funcionários e aumentar as percepções do prestígio externo da organização.
O fato de a QVT estar fundamentalmente ligada ao comprometimento organizacional evidencia às organizações públicas a importância e a
necessidade de se pensar em estratégias que valorizem e auxiliem na manutenção da QVT de seus funcionários como forma de mantê-los
comprometidos com o trabalho, beneficiando ambas as partes: funcionários e organização.

Pérez-Zapata et al (2014) consideram que a cultura organizacional e o meio social podem constituir diferenças na QVT dos funcioná-
rios. Com isso, desenvolveram um trabalho em organizações públicas de saúde de uma cidade do Chile relacionando QVT com os fatores:
clima organizacional, satisfação no trabalho e o comprometimento dos funcionários. Os resultados do trabalho apresentam a relação po-
sitiva entre QVT e os aspectos citados. Esses resultados mostram que a QVT tem um valor subjetivo atrelado à percepção dos funcionários
no que se refere a vários aspectos da organização em que atuam. Alguns fatores podem contribuir nesse sentido: processos de interação
que possibilitam autonomia e participação, presença de compromisso intrínseco e companheirismo, valorização de atitudes e disposição
ao trabalho, entre outros.
Oliveira e Medeiros (2011) fazem uma retomada histórica sobre a gestão de pessoas no serviço público, desde a Administração Cien-
tífica, que considerava o trabalhador como homem econômico, passando pela Administração Patrimonialista, que não separava o público
do privado fazendo com que não existisse a noção de gestão de pessoas no setor público, pois nem mesmo a noção de público era clara,
chegando à Escola de Relações Humanas, que passou a tratar do homem social, dando mais atenção à organização informal e a assuntos
como motivação, liderança, clima e cultura organizacional.
No Brasil, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) também foi criado um Departamento de Pessoal.
Os autores também salientam, nessa retomada histórica, a abordagem sistêmica como nova característica para a administração, tratando
a organização como sistema aberto. Também destacam a Administração Pública Gerencialista, com características tais como: tecnologias
avançadas, programas de qualidade total, administração estratégica de recursos humanos, competitividade, entre outros.
Os mesmos autores ainda comentam que o setor público no Brasil está mudando o foco “da burocracia, estruturas e sistemas organiza-
cionais, para uma mudança de práticas, de padrões de ações” (OLIVEIRA e MEDEIROS, 2011, p. 33). Barzelay (2005) salienta que o objetivo
da atuação das organizações e dos projetos públicos progridem continuamente em função do aprendizado organizacional, da política, da
tecnologia e do governo e, segundo o autor, é nesse aspecto que reside a responsabilidade que o gestor público e os representantes da
cidadania possuem para inovar e acompanhar as exigências e necessidades dos cidadãos por meio das organizações, dos programas e dos
projetos públicos.
A Secretaria de Gestão Pública desenvolveu o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA) com o objetivo
de fortalecer a gestão pública, de acordo com o Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP). Esse modelo tem o objetivo de desen-
volver ações de apoio técnico aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal com o intuito de promover a inovação e a melhoria
da gestão. O Programa GESPÚBLICA busca suscitar a cidadania, sendo que por meio do compromisso com as pessoas são desenvolvidas
estratégias para melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados à população

Conceito de QVT Preventiva


Engloba duas perspectivas interdependentes (Ferreira, 2006)

- Ótica dos Dirigentes e Gestores


Preceito de gestão organizacional: normas, diretrizes e práticas que visam à promoção do bem-estar individual e coletivo, o desenvol-
vimento pessoal dos trabalhadores e o exercício da cidadania organizacional.

- Ótica dos trabalhadores


Representações que estes constroem da organização na qual estão inseridos, indicando o predomínio de vivências de bem-estar no
trabalho, de reconhecimento institucional e coletivo, de possibilidade de crescimento profissional e de respeito às características indivi-
duais.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Avaliação de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): Níveis Analíticos, Fatores Estruturadores e Método

QVT Preventiva: Etapas Fundamentais

QUESTÕES

1. Com a promulgação da EC 103/2019, o tempo mínimo de contribuição para requerer a aposentadoria por idade, passou a ser de
11 anos para mulheres e 21 anos para homens, desde que tenham começado a contribuir para a Previdência Social após a promulgação
da Emenda Constitucional 103/2.019.
( ) CERTO
( ) ERRADO

1. As regras de transição possuem como finalidade, o estabelecimento de um período de adaptação ao segurado que já possuía o
direito adquirido de se aposentar antes da Reforma da Previdência, mas que se encontrava em posição de expectativa do alcance desse
direito num curto espaço de tempo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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393
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3. O princípio da equidade na forma de participação no custeio (B) Firma individual ou sociedade empresária que assume o
não é uma variação previdenciária do princípio da capacidade con- risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos
tributiva. ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública
( ) CERTO direta, indireta ou fundacional;
( ) ERRADO (C) Firma individual ou sociedade de economia mista que as-
sume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lu-
4. O financiamento da seguridade social deverá advir de ape- crativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração
nas uma fonte, com o fito de garantir a solvência do sistema, com pública direta, indireta ou fundacional.
o objetivo de evitar que as crises que ocorrem em determinados
setores venha a comprometer de forma prejudicial a arrecadação, o 10. Sobre o conceito de empregador doméstico segundo a Le-
que deve ser feito com a participação de toda a sociedade, seja de gislação Previdenciária, marque a alternativa correta:
forma direta ou indireta. (A) É a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalida-
( ) CERTO de lucrativa, empregado doméstico.
( ) ERRADO (B) É a pessoa jurídica ou família que admite a seu serviço, sem
finalidade lucrativa, empregado doméstico.
5. A técnica da equidade é utilizada tanto para amenizar quan- (C) É a pessoa ou família que admite a seu serviço, com finalida-
to para humanizar o direito. O juiz, ou, outra autoridade equivalen- de lucrativa, empregado doméstico.
te, quando autorizados a decidir por meio da equidade, aplicarão a
norma que estabeleceriam como se fossem o legislador da lei em 11. Com receita própria, pondera-se que o orçamento da Segu-
questão. A equidade relativa ao Direito Previdenciário pode ser ridade Social não se confunde com a receita tributária federal, que
exemplificada por meio do parágrafo único, inciso VI do art. 194 se trata daquela que possui destino unicamente para as prestações
da CFB/1.988, que dispõe que compete ao Poder Público, nos ter- da Seguridade Social nas searas da Saúde Pública, da Previdência
mos da lei, organizar a seguridade social, com base em objetivos Social e da Assistência Social, com a devida obediência à LDO (Lei
específicos, sendo um deles a equidade na forma de participação de Diretrizes Orçamentárias).
no custeio. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO
12. No condizente aos segurados facultativos, aduz-se que esta
6. Pode-se conceituar como segurados obrigatórios, aqueles categoria não pode ser segurada de um Regime Próprio de Previ-
que possuem o dever de contribuir de forma compulsória para a dência Social, porém, suas contribuições podem ser feitas de ma-
Seguridade Social e que possuem como direito, os benefícios pe- neira igual à dos contribuintes individuais que em geral é de 20%
cuniários que a lei assegura para a sua categoria. São exemplos de sobre um valor declarado pelo próprio segurado, desde que seja
benefícios desta categoria: as pensões, as aposentadorias, os auxí- em quantia que varie entre o salário-mínimo e o Teto do INSS. No
lios, o salário-família e o salário-maternidade, bem como os servi- entanto, existe ainda, a possibilidade do facultativo contribuir com
ços de reabilitação profissional e serviço social, estando esses dois uma alíquota de 11% sobre o salário mínimo.
últimos, a encargo da Previdência Social. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO
13. Podemos definir a prescrição como sendo a perda de de-
7. Independente da nacionalidade do indivíduo, este encon- terminada pretensão motivada por razão do decurso temporal, ou
tra amparo para a filiação ao RGPS, bem como pode se enquadrar seja, o agente vem a perder a pretensão de reivindicar um direito
como segurado obrigatório, tendo em vista que é permitido aos legítimo através da ação judicial cabível.
estrangeiros que tenham domicílio fixo no Brasil o ingresso a esse ( ) CERTO
direito, desde que o trabalho tenha sido desenvolvido no Brasil, ou, ( ) ERRADO
ainda em repartições diplomáticas brasileiras no exterior.
( ) CERTO 14. Decadência é a extinção do direito em si, que ocorre em
( ) ERRADO razão do prazo transcorrido, vindo o direito a decair e por conse-
guinte, extinguir.
8. Filiação não é dependente de manifestação de vontade, ( ) CERTO
tendo em vista que o segurado obrigatório não possui o direito de ( ) ERRADO
optar ou não por ser filiado à Previdência Social, uma vez que ela
ocorre de forma compulsória, como ordena o caput do art. 201 da 15. De acordo com o entendimento do STF, o crime de estelio-
Constituição Federal Brasileira de 1.988. nato previdenciário se encontra eivado de natureza permanente,
( ) CERTO posto que a sua consumação sempre se renova a cada recebimento
( ) ERRADO mensal.
( ) CERTO
9. A respeito do conceito de empresa para fins judiciários de ( ) ERRADO
acordo com a Legislação Previdenciária, marque a alternativa cor-
reta: 16. Diferentemente do que ocorre com os recursos na seara
(A) Firma individual ou sociedade que assume o risco de ativi- judicial, na qual não é possível que se levem novos fatos para os
dade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem julgamento, os recursos no âmbito do processo administrativo pre-
como os órgãos e entidades da administração pública direta, indi- videnciário, são permissionários da apresentação de novos docu-
reta ou fundacional;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
mentos, bem como da inclusão de novos comprovantes de períodos
12 CERTO
de contribuição que não foram usados na instância anterior, bem
como outras provas pertinentes. 13 CERTO
( ) CERTO 14 CERTO
( ) ERRADO
15 CERTO
17. Denomina-se Recurso Ordinário aquele interposto pelo in- 16 CERTO
teressado, segurado ou beneficiário da Seguridade Social, em face
17 CERTO
de decisão proferida pelo INSS, dirigido às Juntas de Recursos do
CRSS, observada a competência regimental. 18 CERTO
( ) CERTO 19 CERTO
( ) ERRADO
20 CERTO
18. Mesmo sendo comparados a filhos, é necessário que o en-
teado e o menor tutelado comprovem sua dependência do segura-
do para fins de dependência econômica junto à Previdência Social, ANOTAÇÕES
tendo em vista que esta equiparação concedida pelo ordenamento
jurídico, possui efeitos somente em relação à ordem de preferência ______________________________________________________
na habilitação referente à pensão de auxílio-reclusão.
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( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________
19. Reforma da Previdência alterou a aposentadoria por invali- ______________________________________________________
dez que passou a ser a chamada de aposentadoria por incapacidade
permanente. Já as aposentadorias por idade e por tempo de contri- ______________________________________________________
buição foram excluídas do rol da nova lei, posto que ambas as for-
mas de aposentadoria foram acopladas em um único benefício de ______________________________________________________
nome aposentadoria programada, sendo esse último, um benefício
que se encontra dependente do cumprimento de forma concomi- ______________________________________________________
tante de idade mínima e também de tempo de contribuição. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

20. Existem quatro prazos de período de graça. São eles: 3 ______________________________________________________


(três) meses: Ex. O militar licenciado após a prestação do serviço
militar obrigatório até que consiga um emprego; 6 (seis) meses: O ______________________________________________________
segurado facultativo que parou de contribuir; 12 (doze) meses: Os
demais segurados como os desempregados; aquele que deixou de ______________________________________________________
receber um benefício previdenciário, etc.; Infinito: Aquele que se
______________________________________________________
encontra recebendo benefício, salvo o auxílio-acidente.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
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GABARITO
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1 ERRADO
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2 ERRADO
3 ERRADO ______________________________________________________
4 ERRADO ______________________________________________________
5 CERTO
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6 CERTO
7 CERTO _____________________________________________________
8 CERTO _____________________________________________________
9 A
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10 A
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11 CERTO

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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