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Executamos projetos por diversos motivos: pessoais e

organizacionais.

Do ponto de vista pessoal, executamos projetos para, por exemplo


abrir um novo negócio (empresa); expandir ou melhorar um
negócio já existente; fazer aquele curso ou viagem sonhada há
tempos; entre outros projetos.
Do ponto de vista organizacional, para: lançar um novo produto
ou serviço; abrir uma nova filial ou ramo de negócio; criar ou
reestruturar uma área ou unidade organizacional etc.

O fato é que todo projeto, sendo ele pessoal ou organizacional,


terá um custo (orçamento do projeto) que deverá ser
desembolsado ao longo da duração do projeto.
O “problema” é que todo projeto, por definição, é único. E
justamente por ser único detém outra característica que torna a
decisão de desembolsar aquele orçamento ao longo da duração
do projeto difícil: todo projeto tem riscos associados.

Para ajudar o investidor na sua decisão – se vale a pena (se é


viável) investir em um projeto determinado montante
(orçamento do projeto) – existem as técnicas de análise de
investimento.
Nesta aula, serão mostradas 3 técnicas de análise de
investimento:
Payback Simples,
Valor Presente Líquido (VPL) e
Taxa Interna de Retorno (TIR).
Vertentes da Viabilidade:
1. Viabilidade técnica, estratégica e econômica-financeira
- Ninguém ou nenhuma organização deseja investir tempo e
esforço (inclui-se aí os recursos humanos e máquinas e
equipamentos) com projetos que não apresentem viabilidade.
- Por esse motivo, os projetos passam por um estudo ou análise
de viabilidade, que consiste em análises: técnica, estratégica e
econômica-financeira.
1.1. Viabilidade técnica
-Na viabilidade técnica a análise implica em atendimento do
projeto em relação aos requisitos técnicos, tais como:
• existência de conhecimento e tecnologia necessários para a
realização do projeto.
• adequação às leis e normas, municipais, estaduais e federais
onde o projeto será realizado.
1.2. Viabilidade estratégica
Para este item a observação parte do atendimento do projeto aos
requisitos estratégicos, tais como:
• adequação aos objetivos estratégicos traçados no
planejamento estratégico da organização, se o projeto for
corporativo;
• adequação ou contribuição aos objetivos estratégicos da área
ou unidade de negócio, se o projeto for tático ou operacional;
• adequação ou contribuição aos objetivos pessoais de médio e
longo prazo, quando o projeto é pessoal.
1.3. Viabilidade econômica-financeira
Para este item é observado se o projeto atende aos requisitos
econômico e financeiros, tais como:
• existência de fontes de financiamento disponíveis e
acessíveis no mercado, para assegurar os recursos
financeiros necessários para a realização do projeto.
• disponibilidade de recursos financeiros suficientes para
realização do projeto.
• se o fluxo de desembolso do projeto é factível, ou seja
possível de ser feito, realizável;
• se o retorno esperado com o produto/serviço do projeto é
adequado ao investimento realizado no projeto.

O foco desta aula é a viabilidade econômica-financeira dos


projetos.
2. O cálculo da viabilidade do projeto pode ser feito em três
momentos:
2.1 O estudo de viabilidade técnico econômica feito na fase de
concepção do produto.
A viabilidade técnica se baseia em informações resultantes do
Levantamento de Dados (LV) e do Programa de Necessidades (PN).
A viabilidade econômica é a comparação da estimativa de custo do
mesmo e os rendimentos que se espera obter por meio da
comercialização deste.
Neste caso, os dados para o cálculo de viabilidade do projeto
serão em sua maioria estimados, pois os recursos, escopo,
riscos e demais variáveis de um projeto são definidos e
confirmados somente na fase de planejamento.
Temos assim, somente uma viabilidade estimada do projeto.
O resultado do cálculo da viabilidade quando feito no inicio da
concepção do produto, servirá como um dos insumos para a
aprovação/autorização para o início da execução do projeto.
2.2 A repetição do cálculo de viabilidade econômica pode ser
feita ao final da fase de planejamento do projeto.

Como dito anteriormente, na fase de planejamento os recursos,


escopo, riscos e demais variáveis de um projeto são definidos e
confirmados.
Assim, os dados para o cálculo de viabilidade do projeto são
determinados e específicos, sendo possível obter uma
viabilidade definitiva ou mais concreta do projeto.
2.3 Para análise de uma solicitação de mudança no projeto,
durante a fase de execução.

- Durante a execução de um projeto, pode surgir a necessidade


de realizar uma mudança.
- Toda mudança, antes de ser autorizada, deve ser analisada.
- Nessa análise, os impactos da implementação da mudança são
identificados e, normalmente, cenários são elaborados.
- Para subsidiar a escolha/decisão por um desses cenários, a
viabilidade de cada cenário é calculada.
- É importante frisar que o resultado do cálculo da viabilidade em
qualquer um desses momentos pode ser inviável. Neste caso, o
projeto pode ser cancelado antes do início (nos casos “2.1” e
“2.2” ) ou finalizado com insucesso (no caso “2.3”).
- Em qualquer um dos casos o Coordenador do Projeto e demais
partes interessadas “querem confirmar” se vale a pena (se é
viável) iniciar ou continuar o investimento necessário para a
realização do projeto.
3. Fluxo de caixa de um projeto
- A saída e entrada de recursos financeiros (dinheiro) no projeto é
chamada de fluxo de caixa.
- Durante o projeto o fluxo de caixa é negativo, isto é, há somente saída
de recursos financeiros.
- Ao fim de um projeto, quando o produto ou serviço está pronto e é
comercializado, em tese, o fluxo de caixa é positivo, pois há a entrada
de dinheiro.
- Resumindo, durante o ciclo de vida do projeto, há
despesa/investimento; e durante o ciclo de vida do produto/serviço há
receita ou recuperação do investimento feito no projeto.
4. Payback simples
- Payback, ou prazo de recuperação do investimento, é uma das
técnicas de análise de investimento mais utilizadas.
- Esta técnica calcula o período (prazo) que o investidor irá
precisar para recuperar o capital investido.
- Nesse sentido, o payback acontece desde o ciclo de vida do
projeto até o ciclo de vida do produto.
- Talvez por este motivo seja dita como uma metodologia
apropriada para projetos com risco elevado.

- Sob o ponto de vista do payback, o projeto é considerado


viável quando o prazo encontrado como resultado do cálculo
for menor que o prazo desejado para a recuperação do
investimento.
Orçamento do projeto: 10.000,00;
Prazo do projeto: 1 ano;
Receita anual obtida com a comercialização do produto/serviço no final
do projeto: 3.000,00;
Prazo desejado para recuperação do investimento: 5 anos.
Payback = Valor do investimento Valor da receita esperada
Payback = 10.000 3.000 = 3,3 anos
Conclusão:
Como o prazo desejado para recuperação do investimento era de 5 anos
e o cálculo do Payback resultou em um prazo de 3,3 anos, o projeto é
considerado viável.
O Payback também é utilizado para a escolha entre dois projetos.
Orçamento do projeto A: R$ 10.000,00;
Prazo do projeto A: 1 ano;
Receita anual obtida com a comercialização do produto / serviço no
final do projeto A: R$ 3.000,00

Orçamento do projeto B: R$ 7.000,00;


Prazo do projeto B: 1 ano;
Receita anual obtida com a comercialização do produto / serviço no
final do projeto B: R$ 2.000,00
Payback projeto A = Valor do investimento Valor da receita
esperada
10.000 3.000 = 3,3 anos
Payback projeto B = Valor do investimento Valor da receita
esperada
7.000 2.000 = 3,5 anos
Conclusão
Como o Payback do projeto A foi 3,3 anos e do projeto B foi
3,5 anos, o projeto A é considerado mais viável que o B.
-É importante ressaltar que alguns projetos na área de
construção civil, por exemplo, geram entregas (que são produtos
e/ou serviços) ao longo do projeto e que já podem e muitas vezes
são comercializados, antes mesmo da data final do projeto como
um todo.

- Neste caso, o período de payback, obviamente, será menor do


que de um projeto que comercialize o produto/serviço somente no
final do projeto como um todo.
Os pontos negativos do Payback simples são:

i. não considerar o custo do dinheiro ao longo do tempo, isto


é, não considerar os juros.

Ii. o enfoque ser somente na variável tempo.

Iii. não considerar a receita após o período de recuperação


do investimento.
5. VPL – Valor Presente Líquido.

O VPL, em inglês chamado de NPV – Net Present Value, é


considerada uma técnica sofisticada de análise de
investimento.

O VPL é obtido descontando o fluxo de caixa a uma taxa


especifica, trazendo, dessa forma, todos os valores para a
situação inicial – a um valor presente líquido.
Essa taxa específica normalmente corresponde a uma taxa de
retorno mínimo que deve ser obtido por um projeto.

Sob o ponto de vista do VPL, o projeto é considerado viável


quando o resultado do cálculo for maior do que zero, isso quer
dizer que o projeto dará um retorno maior do que a taxa
especificada.
Orçamento do projeto: 10.000,00
Receita com a comercialização do produto/serviço no 1º ano: 2.000,00
Receita com a comercialização do produto/serviço no 2º ano: 2.500,00
Receita com a comercialização do produto/serviço no 3º ano: 3.000,00
Receita com a comercialização do produto/serviço no 4º ano: 3.500,00
Taxa de desconto (i): 2%
VPL = - 10.000 + 1.960,78 + 2.402,92 + 2.826,97 + 3.233,46
VPL = - 10.000 + 10.424,13
VPL = + 424,13
Conclusão: Como o VPL foi maior do que zero, então o projeto
é considerado viável.
6. TIR – Taxa Interna de Retorno.
A TIR, em inglês chamada de IRR – Internal Rate of Return,
tem foco na variável taxa, enquanto o Payback simples tem
na variável tempo e o VPL no valor do fluxo de caixa em um
data base.
O cálculo da TIR envolve calcular a taxa de juros que tornaria
nulo o VPL, deixando igual a zero, conforme explicado em
sala de aula.

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