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Os Bipolos do Sistema UHVDC 800kV são providos de dois eletrodos de terra para escoamento das
correntes de retorno em operação monopolar MRT (Monopolar com Retorno pela Terra) e das
correntes resultantes de condições operativas desbalanceadas. O projeto do eletrodo considera todos
os modos de operação previstos para o bipolo e a possibilidade de operação em sobrecarga.
São 2 eletrodos por BIPOLO (um eletrodo na SE Conversora e outro eletrodo na SE Inversora)
permitindo o retorno da corrente pelo solo entre as SE’s conversora e inversora em caso de
desequilíbrio ou de operação monopolar MRT.
Porém, o Eletrodo de Aterramento da SE XINGU (Conversora) deverá ser compartilhado pelo Bipolo
1 e Bipolo 2 (Futuro), sendo:
Bipolo 1 entre a SE Conversora XINGU (Anapu/PA) e a SE Inversora de Estreito (Ibraci/MG);
Bipolo 2 entre a SE Conversora XINGU (Anapu/PA) e a SE Inversora Terminal RJ (Paracambi/RJ)
O eletrodo de Xingu deve ser dimensionado para que possa escoar tanto as correntes próprias do
Bipolo 1, quanto as do Bipolo 2 (pois compartilhará a mesma subestação Conversora da SE
Xingu/PA), de acordo com os seguintes valores limite:
a) Operação Bipolar do Bipolo 1: 40A contínuo por todo o ano;
b) Operação Bipolar compartilhada pelos bipolos 1 e 2: 80A por 2 meses ao longo de 1 ano;
c) Operação Monopolar com retorno pela terra do Bipolo 1: 2540A por 250 horas por ano, sendo:
O eletrodo de terra deve ser dimensionado de forma a garantir a segurança de seres vivos quanto a
potenciais de passo e toque e a potenciais transferidos, considerando a circulação da corrente de
sobrecarga.
A máxima densidade de corrente superficial deve ser menor que aquela que provoque migração de
água por eletro-osmose. Em caso de utilização de eletrodo em anel a máxima densidade para efeito
de dimensionamento deve ser inferior a 0,5 A/m².
Nas condições ambientais e do solo mais desfavoráveis e na circulação de corrente máxima pela
linha do eletrodo (no modo de operação monopolar), a elevação de temperatura dos eletrodos em
relação ao ambiente não pode exceder a 60°C, desde que a temperatura final não seja superior a
100ºC.
Além da conexão das linhas do eletrodo aos eletrodos, devem ser especificados os equipamentos
necessários para a equalização da distribuição de corrente nas várias secções do eletrodo, bem
como os dispositivos para monitoramento adequado da temperatura na superfície do eletrodo e da
umidade do solo.
Para efeito da escolha do local dos eletrodos, a modelagem adotada para a resistividade do solo e
sua estratificação deve ser devidamente justificada e comprovada a partir de medição. Para
pequenas profundidades, pode ser utilizado o método Wenner ou similar e, para camadas mais
profundas, devem ser utilizados métodos geológicos, como o método de medição magneto-telúrica
ou similar.
b) Operação MRT (Monopolar com Retorno pela Terra) do Bipolo 1 (2540A por 250 horas por ano),
situação de emergência (perda de um dos pólos) ou manutenção em um dos polos (na linha / no
conversor / no inversor).
Queda de tensão em cada ELETRODO: ∆𝑉𝐸 = 𝑅𝐸 𝑥 𝐼 → ∆𝑉𝐸 = 0,35 𝑥 2.540 → ∆𝑽𝑬 = 𝟖𝟖𝟗𝑽 ‼!
Queda de tensão somada nos DOIS ELETRODOS: ∆𝑉𝐸𝑇 = 2 𝑥 ∆𝑉𝐸 → ∆𝑉𝐸𝑇 = 𝟏. 𝟕𝟕𝟖𝑽 ‼!
Perda em cada ELETRODO: 𝑃 = ∆𝑉𝐸 𝑥 𝐼 → 𝑃 = 889 𝑥 2540 → 𝑷 = 𝟐. 𝟐𝟓𝟖. 𝟎𝟔𝟎𝑾 ‼!
Perda nos DOIS ELETRODOS: 𝑃 = ∆𝑉𝐸 𝑥 𝐼 𝑥 2 → 𝑃 = 889 𝑥 2540 𝑥 2 → 𝑷 = 𝟒. 𝟓𝟏𝟔. 𝟏𝟐𝟎𝑾 ‼!
A queda de tensão em cada eletrodo de aterramento (889V na região do solo de cada eletrodo) não
significa necessariamente valores perigosos de TENSÃO DE TOQUE e TENSÃO DE PASSO pois
devido a grande dimensão dos eletrodos (circunferência com aproximadamente 900 metros de
diâmetro) a corrente circulante (2.540A) terá baixíssima densidade (< 0,5A/m2).