Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense
Campus Videira

PROJETO DE FILTRO DIGITAL IIR NA

CONFIGURAÇÃO BUTTERWORTH DO TIPO PASSA BAIXAS

JÉSSICA DA SILVA

VIDEIRA
2023
 Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense
Campus Videira

JESSICA DA SILVA

PROJETO DE FILTRO DIGITAL IIR NA

CONFIGURAÇÃO BUTTERWORTH DO TIPO PASSA BAIXAS

Projeto de Filtro Digital, apresentado ao Curso

Superior de Engenharia Elétrica do Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia
Catarinense – Campus Videira, elaborado como
avaliação integradora de conteúdos da disciplina
de Processamento de Sinais.

VIDEIRA
2023
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Campus Videira

1. INTRODUÇÃO

Os sinais de alguma forma fazem parte do cotidiano do homem, seja por sinais como
a fala e a audição, ou sinais mais robustos como os presentes em sistemas de telecomuni-
cação. Diante da tecnologia atual, podemos através de sistemas eletrônicos processar dife-
rentes tipos de sinais, para as mais diversas aplicações.
Uma maneira de manipular esses sinais é o processamento digital de sinais (PDS),
cujo processo é feito por meio computacional ou com o auxilio de microprocessadores espe-
cíficos. Este estudo prevê o projeto e simulação de um filtro IIR(Resposta ao Impulso Infinita)
na configuração Butterworth, passa-baixas, onde possui aplicações diversas. O código do
filtro foi feito levando em consideração os parâmetros definidos no início do projeto.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

• Projetar um filtro digital IIR (Infinite Impulse Response) na configuração Butter-

worth na configuração “passa baixas”, com frequência de corte de 3000Hz.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Determinar a frequência de corte e rejeição, bem como os riples corresponden-

tes;
• Programar código e simular o mesmo no software Octave;
• Apresentar os gráficos de resposta do filtro;

3. FILTROS DIGITAIS

Filtros são ferramentas muito usadas na eletrônica, eles atenuam o sinal em frequên-
cias indesejadas, permitindo a passagem apenas do que é relevante para o estudo. Os fil-
tros podem ser em formatos digitais ou analógicos, tanto ativos quanto passivos. Apresen-
tam-se nos tipos passa alta, passa-baixa, passa-faixa e rejeita faixa.
A Figura 1 representa o diagrama de blocos das operações envolvidas na abordagem
de projeto de filtro seletivo para frequências.

Figura 1- Diagrama de blocos filtros digitais

Fonte: (BARBOSA, 2006)

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O sinal entra em um conversor analógico-digital, onde é convertido de tempo discreto

x(t) em uma sequência x[n], para isso é usado várias amostras no tempo (amostragem). Os
valores correspondentes são apresentados pela sequência x[n], que representam o sinal de
entrada de forma digital, representado na Figura 2.

Figura 2- Amostragem discreta de um sinal analógico

Fonte: (BARBOSA, 2006)

O filtro é responsável por processar a sequência x[n], considerando amostra por amos-
tra, nesse momento é realizada a filtragem. Dependendo da forma que é calculado x[n] po-
dem ocorrer três operações sendo: armazenamento, adição e multiplicação por uma cons-
tante. Partindo das operações é gerada uma nova sequência y[n], que é convertida pelo
conversor digital-analógico em um sinal contínuo y(t).
Os filtros digitais são implementados em código através de algoritmos matemáticos,
são de dois tipos dependendo de sua resposta ao impulso, nesse caso podem ser FIR (res-
posta finita) e IIR (resposta infinita).

3.1 FILTRO FIR – FILTRO DE RESPOSTA AO IMPULSO FINITA

Os filtros do tipo FIR são considerados não recursivos, ou seja, não possuem realimen-
tação, a saída depende apenas da entrada atual e das anteriores. A figura 3 exemplifica a
estrutura de um filtro FIR, onde x[n] representa o sinal de entrada, os valores b1 até bm são
os coeficientes que vão determinar o tipo de filtragem que será realizada, onde m representa
a ordem do filtro. A função y[n] é o sinal de saída após a filtragem.

Figura 3- Diagrama de blocos para implementar o filtro FIR

Fonte: (BARBOSA, 2006)

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Os filtros FIR apresentam muitas vantagens, uma delas é a capacidade de obter uma
resposta em frequência com a fase linear, o que se torna importante em aplicações de áu-
dio, e a outra característica é a estabilidade e a simetria.
Uma desvantagem desse tipo de filtro é que em aplicações onde é necessárias as ca-
racterísticas de um filtro IIR, é utilizado um maior esforço computacional.

3.2 FILTRO IIR – FILTRO DE RESPOSTA AO IMPULSO INFINITA

Os filtros IIR possuem uma resposta infinita de forma recursiva, ou seja, a saída de-
pende do sinal de entrada e da saída anterior. A Figura 4 demonstra a estrutura de um filtro
IIR, onde x(z) é o sinal de entrada, os valores de a e b são coeficientes do filtro e determi-
nam o tipo de filtragem, por fim a função y(z) é o sinal de saída.

Figura 4- Diagrama de blocos para implementar filtro IIR

Fonte: (BARBOSA, 2006)

Os filtros IIR são difíceis de controlar a fase, e ao contrário dos filtros FIR, quando de-
vem operar com as mesmas características, demandam de menor processo computacional.
Outra característica desse tipo de filtro é a instabilidade, e seus projetos se derivam de filtros
analógicos.

4. PROJETO

Considerando o projeto de um filtro digital com aplicações diversas, os parâmetros fo-

ram determinados conforme a necessidade. O sinal de entrada para a filtragem foi executa-
do com arquivo de áudio “walking.wav”, onde a frequência do arquivo é de 16000Hz e a fre-
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quência de amostragem é de 8000Hz, onde pode ser observado que pelo Teorema de
Nyquist o sinal pode ser amostrado sem problemas.
Inicialmente com o auxílio do software GNU Octave, foi elaborado um código de filtro
IIR com configuração Butterworth do tipo passa-baixas, a Figura 5 demonstra a leitura do
arquivo de áudio, a frequência de amostragem e a normalização da frequência, cujos dados
são usados para gerar o gráfico de espectro de frequência da Figura 6.

Figura 5- Código de carregamento de arquivo de áudio

Fonte: A autora
Figura 6- Espectro de frequência

Fonte: A autora
A frequência escolhida para ser eliminada pelo filtro é apartir de 3000Hz, com rejeição
de 3500Hz, uma vez definido os parâmetros de corte, foi definido os riples da banda passan-
te e de rejeição, que correspondem a 0,7 e 35. Foi implementado um filtro de ordem 20, con-
forme demonstrado na Figura 7.
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Figura 7- Código dos parâmetros do filtro IIR

Fonte: A autora
Com o código da Figura 7 é possível gerar a resposta em frequência do filtro, Figura
8, ou Diagrama de Bode, onde fica evidente a frequência onde inicia e termina o corte, que
claramente corresponde aos critérios estabelecidos previamente. É possível verificar que o
resultado da filtragem foi satisfatório.
Figura 8- Resposta em frequência do filtro

Fonte: A autora
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De modo a certificar que o sinal de saída realmente possui o resultado esperado foi
gerado gráfico do espectro de frequência do sinal filtrado, conforme Figura 9. O sinal apre-
sentado no espectro corresponde ao previsto, ou seja, as frequências presentes no sinal
estão localizadas dentro da banda passante.
Figura 9- Espectro do sinal filtrado

Fonte: A autora
De modo a representar a Resposta ao impulso do filtro, foi utilizada a função impz do
GNU Octave, Figura 10, o processo no código é demonstrado na Figura 11.
Figura 10 – Resposta ao impulso do filtro IIR

Fonte: A autora
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Figura 11 – Código para cálculo da resposta ao impulso

Fonte: A autora
Com o objetivo de determinar se o projeto do filtro é estável dentro das configurações
iniciais implementadas, foi utilizado à função zplane, Figura 12.
Figura 12 – Código para cálculo dos polos e zeros

Fonte: A autora
Pelo diagrama gerado de pólos e zeros, conforme Figura 13, pode-se afirmar que o
sistema é estável, uma vez que os pólos estão localizados dentro da circunferência, cujo raio
é unitário e causal. Os zeros estão fora da circunferência o que indica que a região de
convergência está fora da mesma.
Figura 13 – Diagrama de pólos e zeros

Fonte: A autora
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5. CONCLUSÃO

Ao projetar um filtro digital é necessário conhecer a aplicação do mesmo, dessa forma

é possível determinar de forma eficiente qual modelo escolher e os parâmetros a serem ado-
tados. Diante disso e de alguns testes verificados, pode-se compreender de forma mais cla-
ra o funcionamento do filtro IIR, cujo assunto já havia sido abordado de forma teórica e práti-
ca na disciplina de processamento de sinais.
Os parâmetros do filtro podem sofrer algumas mudanças nos parâmetros do filtro a
ainda assim, manter as condições de funcionamento, porém foi observado em alguns testes
que ao aumentar a ordem do filtro, o mesmo se torna instável comprovando a teoria da ins-
tabilidade de filtros do tipo IIR.
De modo geral, o projeto foi satisfatório e apresentou os resultados esperados, dentro
de critérios pré-estabelecidos, o que foi demonstrado ao longo deste trabalho.
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REFERÊNCI AS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, E. R. (2006). Filtros Digitais Reconfiguráveis. Curitiba: Centro Universitário Positivo -

UnicenP.
CARBONETTO, S. H. (2009). Tutorial Octave. Acesso em 29 de 04 de 2023, disponível em
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/31414140/Tutorial_Rapido_de_Octave-
libre.pdf?1392323396=&response-content-
disposition=inline%3B+filename%3DTutorial_Rapido_de_Octave.pdf&Expires=1683574981&Signat
ure=Z8x1ceynumHyH7hzlE5iRvFV1PUUZN01hWc9BbiT6BhNGlQYLcS
ELÉTRICA, D. D. (s.d.). Sistemas e Sinais. Acesso em 01 de 05 de 2023, disponível em Universidade
Federal do Rio Grande do Sul: http://www.ece.ufrgs.br/~eng04006/aulas/aula24.pdf
PROCESSAMENTO DIGITAL DE SINAIS. (03 de 03 de 2021). Filtros Digitais FIR e IIR. Acesso
em 27 de 04 de 2023, disponível em https://youtu.be/W6TIq2YrXGk
TÔRRES, F. E. (2015). Processamento digital de sinais de vibração adquiridos com hardware
dedicado e visualização científicacom localização geográfica. Brasília: Universidade de Brasilia,
Campus Gama - FGA/UnB.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP. (s.d.). Projeto e Implementação de Filtros Digitais.
Acesso em 29 de 04 de 2023 , disponível em E-DISCIPLINAS:
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=3095