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Além disso, generalizações como “Mulheres são traiçoeiras”, “mulheres

engravidam para conseguir pensão” “não se deve confiar em mulheres”

demonstram a manifestação de um comportamento misógino, que descredibiliza

as mulheres como um todo. A repulsão a comportamentos de homens gays que

reproduzem padrões de feminilidade também podem ser considerados uma prática

misógina, uma vez que o incomodo é relacionado a feminilidade. Assim como a

mulher odiando seu próprio corpo. São fatos que possuem sua origem nessa

cultura.

Na construção social, atitudes sutis como chamar alguém de ‘mulherzinha’ ainda

soa como insulto, pois geralmente fala-se no sentido de menosprezar, de dizer que

alguém é mais fraco ou frágil. Essa ofensa está atrelada ao conceito de misoginia

e é muito comum ainda nos dias de hoje.

Esse ato ainda encontra caminhos que renegam a figura da mulher geralmente

associando a características mais emocionais em relação ao homem. Quando

alguém diz que tomou uma atitude baseada em aspectos emocionais, julga-se

como ‘coisa de mulher’ e com menos valor. Então, há uma repulsa à imagem e a

tudo o que possa representar o feminino na sociedade.

O sociólogo Marcos Horácio Gomes Dias, doutor em história social (PUC-SP),

explica a misoginia na prática:

Segundo ele “as mulheres estão em uma sociedade dominada e centrada nos homens,

que as colocam em locais de subalternidade, assim como tudo o que é ligado ao

‘universo feminino’ é entendido como inferior, seja seu corpo, sua inteligência ou suas

emoções”, exemplifica Dias.

Mesmo assim a violência contra a mulher em nossa cultura, apesar de ser cada vez

menos aceita socialmente, suas formas brandas permanecem. É a violência

cotidiana aquela que faz com que as mulheres tenham sempre medo de ser

assediadas, violadas, perseguidas, censuradas e repreendidas socialmente e que

faz com que a cultura permaneça violenta contra a mulher. No Brasil, como em

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