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Câncer de Próstata

1) Descrever a epidemiologia, a carcinogênese e os tipos histológicos do câncer de


próstata
2) Explicar as apresentações clínicas mais frequentes, as principais cadeias
linfonodais acometidas e os principais locais de metástase à distância no câncer
de próstata
3) Discutir os principais fatores de risco relacionados ao câncer de próstata
4) Traçar estratégias para o fortalecimento do autocuidado masculino
5) Debater rastreamento baseado em evidências e exames para a detecção precoce
do câncer de próstata
6) Comparar noções da terapêutica do câncer de próstata

1) Descrever a epidemiologia, a carcinogênese e os tipos histológicos do câncer


de próstata

Epidemiologia

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens


(atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos e
considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum, sendo
superado apenas pelo câncer de pulmão. A taxa de incidência é maior nos
países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

No Brasil, estimam-se 65.840 casos novos de câncer de próstata para cada


ano do triênio 2020-2022. O câncer de próstata ocupa a primeira posição
no país em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de
72,35/100 mil na Região Nordeste;

de 65,29/100 mil na Região Centro-Oeste;

de 63,94/100 mil na Região Sudeste;

de 62,00/100 mil na Região Sul;

e de 29,39/100 mil na Região Norte


Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira
idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65
anos, sendo raro antes dos 40 anos. A média de idade no momento do
diagnóstico é de 66 anos.

O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser


parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames),
pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo
aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para


outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma
tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar
sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

A estimativa mundial aponta o câncer de próstata como o segundo câncer


mais frequente em homens no mundo. Foram estimados 1.280 mil casos
novos, o equivalente a 7,1% de todos os valores de cânceres considerados.
Esse valor corresponde a um risco estimado de 33,1/100 mil. As maiores
taxas de incidência de câncer de próstata encontram-se na Austrália e Nova
Zelândia e nos países europeus (Norte e Leste).
Enquanto nos países como Reino Unido, Japão, Costa Rica e Tailândia
ainda se observa a influência do teste do exame de sangue do PSA, na
tendência das taxas de incidência do câncer de próstata, nos Estados
Unidos, verifica-se um declínio, a partir dos anos 2000, em virtude da
redução do rastreamento na triagem do exame de PSA. Nos anos de 2011 a
2015, a taxa diminuiu em torno de 7% ao ano.

No Brasil, ocorreram, em 2017, 15.391 óbitos de câncer de próstata, o


equivalente ao risco de 15,25/100 mil homens.

O principal fator de risco é a idade e sua incidência aumenta


significativamente a partir dos 50 anos.

Em relação à etiologia, apesar de ser um câncer muito comum, é


relativamente pouco conhecida.

Outros fatores de riscos conhecidos que aumentam o risco da doença são:


história familiar, fatores genéticos hereditários (por exemplo a síndrome de
Lynch e mutações no BRCA1 e BRCA2), tabagismo e excesso de gordura
corporal e exposições a aminas aromáticas, arsênio e produtos de petróleo.

Próstata

• É uma glândula (apenas o homem possui) - é um órgão pequeno com


formato de maçã

• Sua localização (questão anatômica): - fica na parte baixa do abdômen,


abaixo da bexiga e a frente do reto (parte final do intestino grosso

• A próstata envolve a porção inicial da uretra (tubo onde elimina a urina


que estava armazenada na bexiga)

Ela tem como função produzir parte do


sêmen, sendo mais ou menos 30% do volume
produzido (liquido espesso que contém
espermatozoides, liberados no ato sexual)
E o câncer se dá na zona periférica sendo
70% dos casos : ficando distante do caminho
da uretra que passa no meio , na maioria das
vezes
E por ele ficar na periferia, facilita, pois na
hora de examinar fica mais fácil pelo TOQUE
RETAL.
A parte glandular representa cerca de dois
terços da próstata, sendo composta pela zona
periférica e uma pequena zona central que
formam cerca de 95% da próstata; enquanto o
outro terço é fibromuscular, composto por
zona muscular anterior, zona de transição e
glândulas periuretrais.

• Zona muscular anterior (AMZ): localizado anteriormente à uretra, é


também chamada de istmo. Característica fibromuscular com pouco ou
nenhum tecido glandular. Representa a continuação superior do músculo
esfíncter externo da uretra para o colo da bexiga;
• Zona Central (ZC): localizado ao redor da uretra, é uma zona glandular.
• Zona periférica (ZP): localizado posterior à uretra, corresponde a uma
zona glandular.
• Zona de transição (ZT): por se tratar de uma área de transição apre-
senta tanto característica glandular quanto fibromuscular.
A zona periférica e de transição, apesar de anatomicamente distintas,
apresentam uma origem embrionária comum (sino urogenital).
As glândulas da zona central são morfologicamente distintas devido a
origem embrionária diferente.
Cerca de 60 a 70% dos tumores de próstata ocorrem na zona periférica
e de 10 a 20% ocorrem na zona de transição. Apenas 5 a 10% dos
tumores se originam na zona central. Já a Hiperplasia Prostática Benigna
decorre de um aumento no número das células musculares, principalmente
em região de AMZ, podendo ocorrer também em zona de transição.

Carcinogênese

90% dos homens que tem câncer de próstata tem o CAp do tipo
Adenocarcinoma, porém existem os outros subtipos como os Sarcomas,
(tipo de câncer que surge no músculo), carcinomas, os linfomas,
metástases e os tumores neuroendócrinos (que produzem um certo tipo de
hormônio e são bem raros). Todos esses tumores representam cerca de 5%
a 8% dos cânceres de próstata.

A testosterona é necessária para a manutenção de um epitélio prostático


normal e sadio, mas também pode ser um pré-requisito para o
desenvolvimento de câncer de próstata. Isso acontece porque os Cânceres
de próstata possuem níveis elevados de receptores androgênicos (RA), e a
sinalização através desses receptores resulta em crescimento,
progressão e invasão pelo câncer de próstata.

Os andrôgenos desempenham um importante papel no câncer de próstata,


pois o crescimento e a sobrevida das células do câncer dependem deles,
que se ligam aos receptores androgênicos (RA) e induzem a expressão de
genes pró-crescimento e pró-sobrevida.

Observação: Esses hormônios não são agentes carcinogênicos em relação


a próstata. Eles apenas aceleram o crescimento da neoplasia se ela já
existir; assim como estimulam e mantém as condições traficas do tecido
prostático normal.

O desenvolvimento normal, o trofismo e a funcionalidade da próstata são


dependentes de androgênios, que atuam através do seu receptor específico,
o AR. Da mesma forma, o desenvolvimento e progressão da HPB e do CaP
estão associados aos androgênios e ao AR. Além disso, mutações no AR
podem ocorrer com certa freqüência, especialmente em tumores avançados
de próstata, que se tornam resistentes à terapia hormonal.
Co-reguladores (co-ativadores ou co-repressores), associados com a
especificidade do ligante ao AR ou com sua atividade transcricional,
podem também contribuir para a carcinogênese prostática. Estas proteínas
podem atuar como moléculas adaptadoras, ligando-se diretamente aos
receptores nucleares, recrutando proteínas adicionais e interagindo com a
maquinaria transcricional basal para aumentar a transcrição de genes- alvo.
A clonagem e caracterização do gene da 5a redutase tipo 2 (SRD5A2),
mapeado no cromossomo 2p23, foram seguidas pela descrição de vários
polimorfismos neste gene. Um polimorfismo leucina/valina no códon 89
(Val89Leu) foi identificado, com o alelo Leu estando associado com
menor atividade da 5a redutase. Foi sugerido que este polimorfismo esteja
associado a menor risco de CaP em decorrência de menores concentrações
intra- prostáticas de DHT. Ao contrário, uma outra variante com
substituição de alanina por treonina no aminoácido 49 (Ala49Thr) foi
correlacionada com aumento na atividade da 5a redutase, e associada com
maior risco para CaP.
O gene de RA relacionado ao cromossomo X contém uma sequência
polimórfica composta por repetições do códon CAG (codifica a
glutamina). Expansões muito grandes dessa sequência de CAGs causam
um distúrbio neurodegenerativo raro, a doença de Kennedy. Entretanto,
mesmo em indivíduos normais existem variações suficientes na extensão
de repetições CAG para afetar a função de RA:
- Afro-americanos possuem repetições mais curtas de poliglutamina;
- Caucasianos possuem uma extensão média;
- Asiáticos possuem uma extensão mais longa;

Observação: O tamanho da extensão corresponde à incidência e à


mortalidade por câncer de próstata nesses grupos, de forma que a extensão
das repetições está inversamente relacionada à frequência em que o câncer
se desenvolve.
A inibição da sinalização pode ser feita por redução cirúrgica ou
farmacológica das concentrações de testosterona e resulta em apoptose e
involução do câncer de próstata.
Entretanto, a terapia de privação de androgênio perde a eficácia clínica,
pois infelizmente, a maioria dos tumores de próstata se tornam resistentes
ao bloqueio androgênico com o tempo, devido a uma variedade de
mecanismos:
- Hipersensibilidade em níveis baixos de androgênio: amplificação do gene
de RA;
- Ativações de RA independente de ligante: ligações variantes que
bloqueiam o domínio de ligação do ligante;
- Mutações em RA que permitem sua ativação por ligantes não
androgênicos;
- Mutações ou alterações epigenéticas que ativam as vias de sinalização
alternativas: alterações que levam ao aumento da ativação da via de
sinalização P13K/AKT, que podem evitar completamente a necessidade de
RA;
História familiar
Todo homem tem potencial para desenvolver câncer de próstata, pois todos
carregam em seu código genético proto-oncogenes, que podem instruir
uma célula normal a se transformar em uma maligna. Entretanto, isso não
ocorre de forma indiscriminada, pois a função dos proto- oncogenes é
neutralizada pelos genes supressores de tumor, como o p53, o. Rb e o p21,
que promovem a apoptose das células toda vez que elas sofrem um
processo de degeneração maligna. O câncer de próstata surge quando
múltiplas divisões celulares ocorrem com o passar dos anos acompanhadas
de discreta fragmentação dos cromossomos, com perdas de genes
supressores e ativação de oncogenes.
Em comparação aos homens sem história familiar, aqueles que têm
parentes de 1o grau com CaP apresentam risco em dobro e aqueles com
dois parentes de 1o grau possuem 5 vezes o risco de desenvolver CaP.
Além disso, homens com forte história familiar da doença tendem a
desenvolvê-la em idade mais precoce.

Alterações genéticas
Homens com mutações de linha germinativa do supressor tumoral BRCA2
possuem um risco de 20 vezes maior de desenvolver CaP. Além dele, uma
mutação no gene homebox HOXB13, que codifica um fator de transcrição
que regula o desenvolvimento da próstata, também aumenta o risco de CaP
em famílias que o carrega.
Entretanto, a maioria dos cânceres de próstata familiares ocorre devido a
mutações em outros locais, que conferem um pequeno aumento no risco de
câncer. Estudos identificaram mais de 40 loci associados ao risco, que
explicam cerca de 25% do risco familiar.
Parece haver um locus de suscetibilidade no cromossomo1, faixa q24, para
o desenvolvimento de CaP em uma idade mais jovem, mas a anormalidade
neste locus ocorre em menos de 10% dos pacientes com

Os estágios do câncer de próstata

Pode se apresentar como uma doença localizada, ainda que não tenha
formado um nódulo propriamente dito, esse nódulo pode crescer e ser
detectado na próstata através do toque retal.

Além disso, existe o estágio 2 em que a doença rompeu a cápsula da


próstata.

O estágio 3 em que a doença partiu da cápsula da proposta e rompeu os


vasos sanguíneos e linfáticos.

E no estágio 4 quando a célula sai da circulação sanguínea e começa a se


implantar em outros tecidos à distância

Com a evolução da doença, sintomas decorrentes do crescimento local do


tumor começam a surgir, como diminuição do jato, esforço miccional,
hematúria e hemospermia.
Dor óssea, compressão medular por lesão vertebral e fraturas patológicas
são comuns na fase avançada, decorrente de metástases.

O exame clínico realizado pelo toque retal é o mais importante


instrumento de avaliação clínica do câncer de próstata, sua sensibilidade
para o diagnóstico é de 67% a 69% e a especificidade de 89% a 97%.
Porém, o toque retal é frequentemente normal entre portadores de tumores
localizado na porção central ou anterior da próstata, que ocorrem em cerca
de 20% dos casos. Em docentes localmente avançadas o toque retal tem
elevado indicie de suspeição, com achados de nódulos endurecidos com
limites imprecisos. Acometimento de órgãos vizinhos, particularmente o
reto e a bexiga, provocando obstrução e sangramento são comuns na fase
avançada da doença.

Tumor localizado Geralmente assintomático, 70


a 80% com nódulo prostático
ao toque
Tumor localmente avançado Sintomas obstrutivos,
hematúria, hemospermia,
próstata heterogênea,
múltiplos nódulos, limites
Tumor avançado imprecisos
Sintomas decorrentes das
metástases, dor óssea,
compressão vertebral

2) Explicar as apresentações clínicas mais frequentes, as principais


cadeias linfonodais acometidas e os principais locais de metástase
à distância no câncer de próstata

O câncer de próstata em estágio inicial geralmente não provoca sintomas,


enquanto em estágio avançado pode causar alguns:

• Micção frequente.
• Fluxo urinário fraco ou interrompido.
• Vontade de urinar frequentemente à noite (Nictúria).
• Sangue na urina ou no sêmen.
• Disfunção erétil.
• Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se
disseminou.
• Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.
A maioria desses problemas pode ser provocada por outras condições
clínicas, além do câncer de próstata. Por exemplo, o aumento da
frequência urinária é muito mais comumente causado por hiperplasia
prostática benigna (crescimento benigno da próstata). Dessa forma, é
importante manter o médico informado sobre qualquer um desses sintomas
para que a causa seja diagnosticada e, se necessário, iniciado o tratamento.

Nos pacientes com tumor circunscrito à próstata, a doença é assintomática.


Por outro lado, mais de 90% dos pacientes com Câncer de Próstata
localmente avançado apresenta-se com manifestações de obstrução
infravesical e evidência hematúria macroscópica, em geral relacionada
com infiltração do trígono vesical pelo tumor. O aparecimento súbito de
obstrução infravesical em um paciente com padrão miccional recente
satisfatório é manifestação comum em câncer de próstata. Em casos de
hiperplasia benigna, os sintomas obstrutivos tendem a evoluir de forma
mais lenta.

De forma incomum, pacientes com câncer de próstata podem apresentar


dores ósseas, uremia, anemia, perda de peso, adenopatia cervical ou
inguinal (aumento dos linfonodos no pescoço e virilha), linfedema,
trombose venosa de membros inferiores ou hemospermia, como primeira
manifestação da doença.

Linfonodos ilíacos e pélvicos mais acometidos


Metástase: o principal é o osso, a bexiga, em menor o fígado e outros
órgãos.

3) Discutir os principais fatores de risco relacionados ao câncer de próstata

Um fator de risco é algo que afeta sua chance de contrair uma doença
como o câncer. Diferentes tipos de câncer apresentam diferentes fatores de
risco. Alguns como fumar, por exemplo, podem ser controlados; no
entanto outros não, por exemplo, idade e histórico familiar. Embora os
fatores de risco possam influenciar o desenvolvimento do câncer, a maioria
não causa diretamente a doença. Algumas pessoas com vários fatores de
risco nunca desenvolverão um câncer, enquanto outros, sem fatores de
risco conhecidos poderão fazê-lo.
Ter um fator de risco ou mesmo vários, não significa que você vai ter a
doença. Muitas pessoas que contraem a doença podem não estar sujeitas a
nenhum fator de risco conhecido. Se uma pessoa com câncer de próstata
tem algum fator de risco, muitas vezes é muito difícil saber o quanto esse
fator pode ter contribuído para o desenvolvimento da doença.

Fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver câncer de


próstata:

• Idade: O câncer de próstata é raro em homens com menos de 40 anos


mas a chance de ter chance de próstata aumenta rapidamente após os 50
anos. Aproximadamente 60% dos cânceres de próstata são
diagnosticados em homens com mais de 65 anos.

• Raça: O câncer de próstata é mais frequente em homens com


ascendência africana e caribenha do que em homens de outras do que em
homens de outras raças. O câncer de próstata ocorre com menos
frequência em homens asiáticos e hispânicos / latinos do que em brancos
não hispânicos. Os motivos dessas diferenças raciais não estão claros.
• Nacionalidade: O câncer de próstata é o mais comum na América do
Norte, noroeste da Europa, Austrália e nas ilhas do Caribe. É menos
comum na Ásia, África, América Central e América do Sul. As razões
para isso não estão claras. O rastreamento intensivo em alguns países
desenvolvidos, provavelmente, é responsável por pelo menos parte dessa
diferença, mas outros fatores, como diferenças de estilo de vida tendem a
ser importantes. Por exemplo, os homens de origem asiática têm um
menor risco de câncer de próstata do que os americanos brancos, mas o
risco é maior do que a de homens de origens semelhantes que vive, na
Ásia.

• Histórico familiar: Ter um parente de primeiro grau com diagnóstico de


câncer de próstata mais do que duplica o risco de um homem de
desenvolver a doença. Ou seja, 1 parente de 1° grau - chance 2x maior /
2 parentes de 1° grau - chance 6x maior.

• Alterações genéticas: Algumas alterações genéticas hereditárias podem


aumentar o risco de desenvolver mais do que um tipo de câncer. Como
por exemplo, mutações dos genes BRCA-1 ou BRCA-2 estão
relacionadas a um risco aumentado de câncer de mama e de ovário em
algumas famílias, também podem aumentar o risco de câncer de próstata
em alguns homens (principalmente as mutações no BRCA2). Os homens
com síndrome de Lynch, condução causada por alterações hereditárias,
tem um risco aumentado para uma série de cânceres, incluindo o câncer
de próstata.

Fatores de risco incerto para o câncer de próstata

• Dieta: O exato papel da dieta no câncer de próstata ainda está sendo


estudado. Os homens que comem muita carne vermelha ou laticínios
ricos em gordura parece ter uma chance ligeiramente maior de contrair
câncer de próstata. Esses homens também tendem a comer menos frutas
e legumes. Os médicos não tem certeza de qual desses fatores é
responsável por elevar o risco. Alguns estudos sugerem que homens que
consomem grandes quantidades de cálcio (através de alimentos ou
suplementos) podem ter um risco maior de desenvolver câncer de
próstata. Laticínios, que muitas vezes são ricos em cálcio, também
podem aumentar o risco. Entretanto, a maioria dos estudos mão
encontrou relação entre os níveis de cálcio encontrados ma média das
dietas, portanto é importante notar que o cálcio é conhecido por ter
outros benefícios importantes para a saúde.

• Obesidade: Ser obeso não parece aumentar o risco geral de câncer de


próstata. Alguns estudos mostraram que homens obesos tem um risco
menor de contrair uma forma de baixo grau (crescimento mais lento) da
doença, mas um risco maior de contrair câncer de próstata mais
agressivo (crescimento mais rápido). As razões para isso não são claras.
Alguns estudos também mostraram que homens obesos podem ter um
risco maior de ter câncer de próstata avançado, mas isso não é
conclusivo. A obesidade sobrecarrega o esqueleto na coluna gerando
protusões distais, hérnia de disco, doença de artrose. Também é fator de
pré disposição ao câncer de próstata talvez pelo aumento da produção
do estrógeno que é um hormônio proliferativo no qual irá gerar
proliferação tumor no câncer de mama e que é observado e é uma
hipótese para ser o causador da proliferação do câncer de próstata no
obeso, pelo balanço onde a testosterona cai e o estrógeno aumenta.

• Tabagismo: A maioria dos estudos não encontrou uma ligação entre


tabagismo e o risco de desenvolvimento de câncer de próstata. Alguns
estudos associaram o tabagismo a um possível aumento no risco de
morte por câncer de próstata, mas ainda precisa ser confirmada por
outros estudos.
• Exposição ocupacional: Existe alguma evidência de que bombeiros
expostos a produtos de combustão tóxica tem um risco aumentado de
câncer de próstata.

• Inflamação da próstata: Alguns estudos têm sugerido que a prostática


(inflamação da próstata) pode ser associada a um risco aumentado de
câncer de próstata. A inflamação é muitas vezes diagnosticada em
amostras de tecido da próstata, que também contém câncer. A ligação
entre os dos ainda não está clara, mas essa é uma área ativa de pesquisa.

• Doenças sexualmente transmissíveis: Doenças sexualmente


transmissíveis, como gonorreia ou clamídia, podem aumentar o risco de
câncer de próstata, possivelmente levando a inflamação da próstata. Até
agora, os estudos não são conclusivos.

• Vasectomia: Alguns estudos sugerem que homens que fizeram


vasectomia podem ter um risco levem-me maior de câncer de próstata.
Mas, outros estudos recentes não encontraram qualquer aumento do
risco entre homens que fizeram essa cirurgia. Estão sendo realizadas
pesquisas sobre esse possível risco.

Fatores que possivelmente atuam na diminuição do risco de câncer de


próstata

Marcadores exógenos são citados na literatura como agentes


potencializadores ou minimizadores na determinação do risco do câncer de
próstata. Dentre os que possivelmente atuam na diminuição do risco
destacam-se uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, vegetais ricos em
carotenóides (por ex.: tomate e cenoura), grãos, cereais integrais e pobre
em gordura, principalmente as de origem animal.

Alguns componentes naturalmente encontrados nos alimentos


possivelmente também possuem um efeito protetor como as vitaminas A,
D, E, o selênio, licopeno, Ômega, vitamina C. São ainda citados os fito-
estrógenos, isoflavonóides, flavonóides, e lignanas.
4) Traçar estratégias para o fortalecimento do autocuidado masculino

Apesar da ampliação da rede básica ter contribuído para melhor


acessibilidade geográfica, evidenciou-se desproporção na capacidade de
atendimento à demanda de alguns gêneros, o que pode ser percebido em
ações que são prioritariamente voltadas a saúde da criança, da mulher e do
idoso, pouco favorecendo a saúde do homem adulto (SOUZA, 2008).
Incluir a participação do homem nas ações de saúde é um desafio para os
serviços de saúde por diversos motivos.
Estudo realizado (2007) revelou que o imaginário de ser homem pode
aprisionar o masculino em amarras culturais, dificultando a adoção de
práticas de autocuidado, pois à medida que o homem é visto como viril,
invulnerável e forte, procurar o serviço de saúde, numa perspectiva
preventiva, poderia associá-lo à fraqueza, medo e insegurança.
Uma outra questão que reforça a ausência dos homens ao serviço de saúde
seria o medo da descoberta de uma doença grave, assim, não saber pode
ser considerado um fator de “proteção”. Outra dificuldade para o acesso
dos homens a esses serviços é a vergonha da exposição do seu corpo
perante o profissional de saúde, particularmente a região anal, no caso da
prevenção ao câncer de próstata.

Além disso, é mais comum serem vistos hábitos não saudáveis em


homens, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e
má alimentação.
A cultura do cuidado com a própria saúde é bem diferente entre os homens
e as mulheres no Brasil. Enquanto elas costumam frequentar o consultório
ginecológico logo após a primeira menstruação, eles têm a tendência de
procurar ajuda médica apenas quando alguma doença surge. Como
consequência, muitos homens morrem em decorrência de problemas que
teriam sido solucionados com facilidade, caso tivessem recebido
diagnóstico mais cedo (como é o caso do CaP que, quando diagnosticado
de forma precoce, pode ser curado).

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em torno de 20% dos


pacientes com câncer de próstata são diagnosticados em estágios
avançados, simplesmente por terem evitado as consultas periódicas de
prevenção. Ainda, cerca de 25% morrem devido à doença, que pode chegar
aos 90% de chance de cura se for identificada cedo.
O novembro azul é uma campanha mundial de conscientização sobre o
Câncer de Próstata que surgiu a partir de um movimento mundial,
conhecido como Movember (junção das palavras em inglês moustache e
november), que foi criado na Austrália, em 2003. Novembro foi o mês
escolhido para a campanha pois o dia 17 é o Dia Mundial De Combate ao
Cancer de Próstata. Quem trouxe essa campanha para o Brasil em 2011 e a
nomeou de Novembro Azul foi o Instituto Lado a Lado pela Vida, com o
objetivo de acabar com o preconceito e promover uma mudança no
comportamento dos homens em relação à sua própria saúde.
Cada vez mais pesquisas comprovam que a saúde, mais do que genética, é
consequência das escolhas e hábitos de vida. Hábitos saudáveis e
acompanhamento de saúde preventivo são o caminho para o
envelhecimento com qualidade de vida. Porém, os homens costumam dar
menos atenção à saúde e realizam menos consultas médicas.
Entre os fatores que mais ajudam a prevenir o câncer de próstata, estão:
procurar os serviços de saúde não apenas quando estiver com uma doença,
mas para se prevenir; ter uma alimentação saudável e balanceada, com
baixo teor de gordura animal (o ideal é que sejam ingeridos diariamente
apenas 15% do total de calorias sob forma de gordura); manter o peso
corporal adequado à altura; praticar exercícios físicos regularmente (no
mínimo 30min/dia); não fumar; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e
outras drogas; ter um acompanhamento médico periódico preventivo para
a identificação precoce de doenças, o que aumenta as chances de um
tratamento eficaz ainda em seu estágio inicial.

5) Debater rastreamento baseado em evidências e exames para a


detecção precoce do câncer de próstata

A detecção precoce acontece com o primeiro passo sendo a história clínica.


- O que você sente?
- Qual a queixa?
- Qual a maneira que você está urinando
(Ao analisar a próstata o urologista irá verificar se ela é do tamanho de
uma castanha de caju, se ela tem no meio dela um sulco mediano onde
passa a uretra, se ela tem em torno de 30g, se é da consistência da ponta
do nariz que é firme mas não mole como o queijo e nem duro como a testa.
Então teremos no exame clínico uma prostatite se ela ao toque for mole
como o queijo, vamos ter um câncer de próstata duro como a testa e por
fim vamos ter uma próstata fibroadenomatosa, ou seja, normal de
consistência fibroelástica como é a ponta do nariz) < Toque retal < Não
oferece muita informação < oferece apenas: tamanho, sulco mediano,
periferia se está livre, se é ligeiramente móvel, se ela dói, se tem caroço, se
não tem uma rugosidade, se a base dela está bem palpável, se o ápice dela
não tem rugosidade.

As estratégias para a detecção precoce do câncer são o diagnóstico precoce


(abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o
rastreamento (aplicação de teste ou exame numa população assintomática,
aparentemente saudável, para identificar lesões sugestivas de pré-câncer e
câncer e, a partir daí, encaminhar os pacientes com resultados alterados
para investigação diagnóstica e tratamento).

A detecção do CaP é feita pelo toque digital da glândula, através de


medidas do PSA sérico e da ultrassonografia transretal.

1) Exame de toque retal


– Apesar da maioria dos casos de CaP ser detectada por meio do exame do
PSA no sangue (que é mais eficaz que o Toque retal), outros somente são
diagnosticados por meio do TR, em homens com níveis normais de PSA.
Por isso, deve ser sempre incluído como parte do rastreamento do CaP.
- O toque digital tem sensibilidade que varia entre 18 e 35%, dependendo
do tipo de paciente que está sendo avaliado. Nos casos pouco sintomáticos,
e que provavelmente têm tumor de pequeno volume, são comuns os
resultados falso-negativos.

- Para o exame de TR, o médico insere um dedo com luvas e lubrificado


no reto do paciente para checar se há a presença inchaço ou áreas
endurecidas na próstata que possam eventualmente ser um câncer.
- Um nódulo palpável ou uma área endurecida isolada no TR devem levar
a uma suspeita, exigindo avaliação imediata mais pormenorizada.
- É um exame que pode ser desconfortável, principalmente para homens
com hemorroidas, mas geralmente não é doloroso e dura alguns minutos.

2) Exame do antígeno prostático específico (PSA)


- O PSA é uma proteína exócrina abundante da próstata, que atua na lise
do coágulo seminal
(logo após a ejaculação, o sêmen normal forma pequenas bolinhas, os
coágulos, devido à presença de proteínas, principalmente a albumina, que
se compactam resultando na coagulação).
- O nível de PSA no sangue é medido em unidades de nanograma por
mililitro (ng/ml).
- A chance de ter câncer de próstata é maior à medida que o nível de PSA
aumenta, mas não existe um ponto de corte definido que se possa afirmar
com certeza se um homem tem ou não câncer de próstata.
- Muitos médicos definem o valor do PSA de 4 ng/ml ou superior para
decidir se um homem pode precisar ou não de mais exames, enquanto
outros podem recomendar outros exames a partir de um nível mais baixo,
como 2,5 ou 3.
- Como os níveis de PSA normalmente aumentam com a idade, um
algoritmo específico para a idade pode ser uma abordagem de
rastreamento mais efetiva.
- Uma das razões pela qual é difícil usar um ponto de corte definido para o
PSA no diagnóstico do CaP é que vários outros fatores, além do câncer,
também podem afetar seus valores (próstata aumentada, prostatite,
ejaculação, andar de bicicleta, procedimentos urológicos, determinados
medicamentos podem aumentar os níveis de PSA).

RESULTADOS ANORMAIS
Se o resultado do nível de PSA no sangue durante for mais alto do que o
normal, isso nem sempre indica que o homem tem CaP pois muitos com
níveis de PSA acima do normal não têm câncer, assim como muitos com
PSA em níveis normais têm câncer. Portanto, serão necessários mais
exames para verificar o que há de errado, podendo ser solicitado uma das
opções:
- Aguardar um pouco e refazer o PSA;
- Fazer outro tipo de exame para verificar se o homem apresenta alguma
alteração, como exame
de toque retal (se ainda não tiver sido realizado), outros tipos de PSA (PSA
livre, PSA complexado, Teste 4Kscore, PHI, etc) e exame de imagem da
próstata (RM e USG transretal) e posteriormente fazer uma biópsia da
próstata;

O rastreamento é realizado para diagnosticar o câncer antes que o paciente


apresente qualquer sintoma da doença. No entanto, não está claro, se para
a maioria dos homens, os benefícios do rastreamento do câncer de próstata
superem os riscos desses exames. Ainda assim, após discutir os prós e os
contras do rastreamento com seus médicos, alguns homens podem optar
por fazer o rastreamento.

Aqui são discutidos os exames de rastreamento usados para diagnosticar


possíveis sinais de câncer de próstata. Entretanto, esses exames não são
conclusivos para o diagnóstico definitivo de câncer de próstata. Se o
resultado de um desses testes for anormal, provavelmente será necessária a
realização de uma biópsia da próstata para elucidação diagnóstica do
câncer de próstata.

Exame do antígeno prostático específico (PSA)

O nível de PSA no sangue é medido em unidades de nanogramas por


mililitro (ng/ml). A chance de ter câncer de próstata aumenta à medida que
o nível de PSA aumenta, mas não existe um ponto de corte definido que se
possa afirmar com certeza se um homem tem (ou não) câncer de próstata.
Muitos médicos definem o valor de PSA de 4 ng/ml ou superior para
decidir se um homem pode precisar de mais exames, enquanto outros
podem recomendar realizar outros exames a partir de um nível mais baixo,
como 2,5 ou 3.

• A maioria dos homens que não tem câncer de próstata tem um nível
de PSA abaixo de 4 ng/ml no sangue. Quando o câncer de próstata
se desenvolve, o nível de PSA geralmente ultrapassa esse valor.
Ainda assim, um nível abaixo de 4 não garante que o homem não
tenha câncer. Cerca de 15% dos homens com PSA abaixo de 4 terão
câncer de próstata se fizerem uma biópsia.
• Homens com nível de PSA entre 4 e 10 ng/ml têm cerca de 1 em 4
chances de ter câncer de próstata.
• Se o PSA for superior a 10, a chance de ter câncer de próstata é
superior a 50%.

Fatores que afetam os níveis do PSA

Uma das razões pela qual é difícil usar um ponto de corte definido para o
PSA no diagnóstico do câncer de próstata é que vários outros fatores, além
do câncer também podem afetar os nível de PSA.

Fatores que podem aumentar os níveis de PSA incluem:


• Próstata aumentada. Condições como hiperplasia prostática
benigna, aumento benigno da próstata que afeta muitos homens
conforme envelhecem pode aumentar o nível do PSA.
• Idade avançada. Os níveis de PSA normalmente aumentam
lentamente com a idade, mesmo que não haja qualquer anormalidade
na glândula.
• Prostatite. Infecção ou inflamação da próstata, que pode aumentar o
nível do PSA.
• Ejaculação. Isso pode aumentar o nível do PSA por um curto
período de tempo. Por essa razão alguns médicos sugerem que os
homens não ejaculem um dia ou dois antes da realização do teste.
• Andar de bicicleta. Alguns estudos sugerem que o ciclismo pode
aumentar o nível do PSA por um curto período de tempo,
possivelmente porque o assento pressiona a próstata.
• Determinados procedimentos urológicos. Alguns procedimentos
clínicos, como biópsia, cistoscopia ou exame de toque retal, podem
provocar um aumento no nível do PSA por um curto período de
tempo.
• Determinados medicamentos. O uso de hormônios masculinos,
como a testosterona ou outros medicamentos que aumentam o nível
da testosterona, pode provocar um aumento no nível do PSA.
Fatores que podem diminuir os níveis do PSA, mesmo que um homem
tenha câncer de próstata:

• Inibidores da 5-alfa redutase. Certos medicamentos usados para


tratar a hiperplasia prostática benigna ou sintomas urinários, como
finasterida ou dutasterida, podem diminuir o nível do PSA. Esses
medicamentos também podem afetar o risco de câncer de próstata.
• Ervas. Algumas misturas de ervas vendidas como suplementos
alimentares podem mascarar o nível do PSA. Informe seu médico se
estiver tomando algum tipo de suplemento, mesmo aqueles que não
são necessariamente para a próstata.
• Outros medicamentos. Algumas pesquisas sugeriram que o uso a
longo prazo de certos medicamentos, como aspirina, estatinas e
diuréticos pode diminuir o nível do PSA.
Tipos de exames de PSA

PSA livre. O PSA se apresenta de duas formas principais no sangue. Uma


delas está relacionada às proteínas do sangue e a outra circula livre (não
ligada). O PSA livre é a proporção de PSA que circula livre em
comparação com o nível total de PSA. A porcentagem de PSA livre é
menor em homens que têm câncer de próstata do que em homens que não
têm a doença. Se o resultado do teste está na faixa limítrofe (entre 4 e 10),
o PSA livre pode ser usado para decidir se o paciente deve fazer a biópsia
da próstata. Um PSA livre mais baixo significa que a chance de ter câncer
de próstata é maior e o paciente provavelmente deve fazer uma biópsia.

PSA complexado. Esse teste mede a quantidade de PSA que é anexada a


outras proteínas. Ele substitui o PSA total e livre, podendo fornecer a
mesma quantidade de informações, mas não é amplamente utilizado.

Exames que combinam diferentes tipos de PSA. Alguns testes mais


recentes combinam os resultados de diferentes tipos de PSA para obter
uma pontuação geral que reflete a chance de um paciente ter câncer de
próstata:

• PHI (Prostate Health Index). O índice de saúde prostático combina


os resultados do PSA total, PSA livre e proPSA (precursores inativos
de PSA secretados pelas células prostáticas).
• Teste 4Kscore. Combina os resultados do PSA total, PSA livre, PSA
intacto e calicreína humana 2 (hK2), além de alguns outros fatores.
Velocidade do PSA. A velocidade do PSA não é um teste isolado, mas
uma medida da rapidez com que o PSA aumenta com o tempo.
Normalmente, o nível do PSA aumenta lentamente com a idade. Algumas
pesquisas mostraram que esses níveis aumentam mais rapidamente se um
homem tem câncer, mas não comprovaram que a velocidade do PSA é
mais eficaz do que o próprio nível do PSA para diagnosticar o câncer de
próstata. Por essa razão, não se recomenda o uso da velocidade do PSA
como parte do rastreamento do câncer de próstata.
Densidade do PSA. O nível do PSA é mais alto em homens com glândulas
prostáticas maiores. Nesses casos, o médico mede o volume da próstata
com ultrassom transretal e divide o valor do PSA pelo volume da próstata.
Uma maior densidade do PSA indica uma maior probabilidade de câncer.

Intervalo do PSA específico por idade. Os níveis de PSA são


normalmente mais altos em homens mais velhos do que em jovens, mesmo
quando o câncer não é diagnosticado. Um resultado de PSA dentro da
faixa limítrofe pode ser preocupante em um homem de 50 anos, mas causa
menos preocupação em um homem de 80 anos. Por essa razão, alguns
médicos sugerem comparar os resultados do PSA com os resultados de
outros homens da mesma faixa etária.

Exame de toque retal

Para o exame de toque retal, o médico insere um dedo com luvas e


lubrificado no reto do paciente para determinar qualquer inchaço ou áreas
endurecidas na próstata que possam eventualmente ser um câncer. O
câncer de próstata geralmente começa na parte posterior da glândula e, às
vezes, pode ser sentido durante o toque retal. Esse exame pode ser
desconfortável, principalmente para homens que têm hemorroidas, mas
geralmente não é doloroso e dura apenas alguns minutos.

O exame de toque retal é menos eficaz que o exame do PSA no sangue


para a detecção do câncer de próstata, mas às vezes pode sugerir a
possibilidade de câncer em homens com níveis normais de PSA. Por essa
razão, pode ser incluído como parte do rastreamento do câncer de próstata.
Resultados anormais do rastreamento

Se o resultado inicial no nível do PSA no sangue durante o rastreamento


for mais alto do que o normal, isso nem sempre significa que o homem
tem câncer de próstata. Muitos homens com níveis de PSA acima do
normal não têm câncer. Ainda assim, serão necessários mais exames para
verificar o que está ocorrendo. O médico pode sugerir uma das opções
abaixo:

• Aguardar um pouco e refazer o PSA.


• Fazer outro tipo de exame para verificar se o homem apresenta
alguma alteração e posteriormente fazer uma biópsia da próstata.
• Fazer uma biópsia da próstata para diagnosticar se o homem tem
câncer.
É importante discutir todas as opções, incluindo os possíveis prós e
contras, com o médico para escolher aquela com a que se sinta mais
confortável. Alguns fatores que podem afetar sua escolha podem incluir:

• Sua idade e estado de saúde geral.


• Probabilidade de ter câncer de próstata, com base nos exames
realizados até o momento.
• O próprio nível de conforto de esperar ou fazer mais exames.
Repetindo o exame de PSA

O nível de PSA no sangue de um homem pode variar ao longo do tempo.


Por essa razão, alguns médicos recomendam repetir o teste após um mês
ou mais, se o resultado inicial for anormal. Essa é uma opção razoável se o
nível do PSA estiver na extremidade inferior da faixa limítrofe (geralmente
de 4 a 7 ng/ml). Para níveis mais altos do PSA o mais provável é que os
médicos solicitem a realização de outros exames ou uma biópsia da
próstata.

Outros exames

Se o resultado inicial do PSA for anormal, outra opção é fazer outro tipo
de exame para que o paciente e o médico tenham uma ideia da
possibilidade de um câncer de próstata, e portanto se é necessário a
realização de uma biópsia. Alguns dos testes que podem ser realizados
incluem:

• Exame de toque retal, se ainda não foi realizado.


• Um ou mais dos tipos de PSA citados acima, como o índice de saúde
prostática (PHI), 4Kscore ou PSA livre ou outros exames de
laboratório.
• Exame de imagem da próstata, como ressonância magnética ou
ultrassom transretal.
Biópsia da próstata

Para alguns homens, a biópsia da próstata pode ser a melhor opção,


principalmente se o nível inicial de PSA estiver alto. Na biópsia pequenas
amostras da próstata são removidas e enviadas para análise em um
laboratório de patologia. A biópsia é a única maneira de saber com certeza
se um homem tem câncer de próstata.

Biópsia de próstata guiada por Ultrassom

É uma ultrassonografia transretal por dentro vai uma agulha, tira um


fragmento de 12, 16 ou 24 fragmentos dessa próstata para que seja feito o
histopatológico e classifique esse tumor, esse câncer em um grau de
agressividade, que é na escala de Gleason.

3 + 3 = 6 >> câncer mais leve = células mais diferenciadas


3+4=7

4+3=7

4+4=8

4+5=9

5+4=9

5 + 5 = 10 câncer mais agressivo = células menos diferenciadas

6) Comparar noções da terapêutica do câncer de próstata

A escolha do tratamento mais adequada deve ser individualizada e definida


após o médico e o paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um, a
depender do estadiamento da doença, da idade, do grau histológico do
tumor e do estado geral de saúde do paciente.

- Estadiamento
Para doença localizada (localizados inteiramente dentro da glândula -
estágio T1 e T2), recomenda-se cirurgia, radioterapia e observação
vigilante pode ser oferecida em situações especiais.
Quando o câncer atinge os envoltórios da próstata (estágio T3) costuma-se
indicar tratamento radioterápico associado à terapêutica hormonal
antiandrogênica.
Por fim, para doença metastática (tumor já se espalhou para outras partes
do corpo - estágio N+ e/ou M+), o tratamento mais indicado é a terapia
hormonal.

- Grau Histológico
Lesões bem diferenciadas (escore de Gleason 6) tendem a ter um
comportamento mais indolente e podem ser tratadas de forma mais
conservadora.
Por outro lado, as neoplasias indiferenciadas (escores de Gleason 8 a 10),
são extremamente agressivas e respondem de forma imprevisível às
diferentes opções de tratamento. Tal fato justifica a adoção de terapia
combinada nesses casos, em geral, à associação de cirurgia ou
radioterapia com terapêutica hormonal.

- Estado geral de saúde (perspectiva de vida)


A orientação conservadora (vigilância clínica ou tratamento hormonal) está
justificada nos casos com perspectiva de vida menor que 10 anos, quer
pela idade avançada do paciente, quer pela existência de doenças
complexas associadas. Quando as condições gerais e a idade prenunciam
chances razoáveis de sobrevida de mais de 10 anos, o tratamento curativo
radical deve ser adotado.

1) Vigilância Ativa:
- Em doenças classificadas como de baixo risco, de acordo com os níveis
de PSA, estadiamento clínico e escore histopatológico de Gleason, é
possível fazer apenas a estratégia de vigilância ativa, ou seja, o
monitoramento periódico do caso, sem precisar de tratamento imediato.
- Essa estratégia envolve a realização periódica de exames de PSA e toque
retal, além de biópsias conforme indicação médica.
Observação: Nos casos de adultos com tumores que se desenvolvem
rápido, essa estratégia não costuma ser recomendada.

2) Cirurgias:
- A mais realizada é a prostatovesiculectomia radical, que inclui a
ressecção total da próstata, vesículas seminais ou outras estruturas pélvicas
acometidas por um tumor maligno.
- A cirurgia robótica costuma ser mais precisa, com recuperação mais
rápida e menor risco de efeitos colaterais, mas ainda é feita em poucas
instituições públicas, pois tem custo elevado exige alto nível de
treinamento e experiência.
- A ressecção transretal da próstata é indicada apenas em caráter paliativo
para alívio dos sintomas.
- Incontinência urinária e disfunção erétil são possíveis efeitos colaterais.
3) Radiação Ionizante:
- O tratamento pode ser por teleterapia ou braquiterapia.
- A teleterapia é uma forma de tratamento externa, na qual a fonte de
radiação encontra-se a
uma certa distância da área a ser tratada. Nela, a radioterapia é feita várias
vezes por semana e os efeitos colaterais mais comuns são diarreia, micção
frequente, ardor ao urinar, sensação de bexiga cheia e hematúria. O risco
de incontinência urinária é menor do que na cirurgia, e dificuldades de
ereção podem surgir depois de um ano ou mais, mas metade desses
pacientes responde bem aos medicamentos para disfunção erétil.
- A braquiterapia é uma forma de tratamento em que a fonte radioativa
fica em contato ou dentro de uma cavidade (tumor ou órgão a ser
tratado). Ela envolve a aplicação de sementes radioativas na próstata, de
forma temporária ou permanente.

4) Hormonioterapia:
- Tem como objetivo inibir os hormônios masculinos (androgênicos), que
estimulam o crescimento do tumor.
- Em conjunto com a radioterapia, proporciona a redução do volume
tumoral.
- Também é recomendada nos casos de metástase ou de recidiva.
5) Castração Cirúrgica e Química:
- A privação dos hormônios masculinos pode ser obtida com a castração
cirúrgica.
- Este procedimento, no entanto, tem muita resistência entre os pacientes,
por isso, é mais comum o uso da terapia com análogo de LHRH (receptor
do hormônio liberador do hormônio
luteinizante), que consiste em drogas injetáveis que promovem castração
química.
- Os efeitos colaterais em ambos são a perda de libido, ondas de calor,
ginecomastia (aumento benigno do tecido mamário masculino),
osteoporose, fraqueza, perda de massa muscular, depressão, aumento do
peso e risco de doenças cardiovasculares.
- Drogas antiandrogênicas, que bloqueiam a capacidade de o corpo usar os
hormônios androgênicos, também podem ser indicadas.
6) Quimioterapia:
- Atualmente é utilizada nos casos refratários aos hormônios e quando a
hormonioterapia, sozinha, não é capaz de conter a doença.
- Pode ser utilizada também no início do tratamento, em pacientes que se
apresentam já com um grande volume de doença metastática ao
diagnóstico.
- Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas, vômitos, alopécia, anemia
e mucosite, além de risco maior de infecções.
7) Outros medicamentos:
- Outros medicamentos que são utilizados na terapia do CaP, são
corticosteroides (potente ação anti-inflamatória) e bisfosfonatos (previnem
a diminuição da densidade mineral óssea) para alívio das dores ósseas, nos
casos de metástase para esse tecido.

8) Novas terapias hormonais:


- A abiraterona é um medicamento que inibe seletivamente a enzima
CYP17, necessária para a produção de androgênios pelos testículos,
suprarrenais e tumores da próstata e, dessa forma, diminui
consideravelmente os níveis desses hormônios, com consequente
diminuição do desenvolvimento do tumor.
- A enzalutamida é um medicamento que se liga ao receptor de androgênio
dentro da célula, inibindo sua translocação para o núcleo e a ligação com a
molécula de DNA.
- Ambos podem beneficiar significativamente os pacientes com doença
avançada, especialmente quando ocorre resistência à terapia de privação
androgênica.

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