You are on page 1of 5

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FASSO


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL – DESSO
DISCENTE: YSLA CHRISTINE DA SILVA FERNANDES

METODOLOGIA ATIVA: RODA DE CONVERSA PEDAGÓGICA COM OS


FAMILIARES SOBRE O ABADONO DAS PACIENTES MULHERES DO
HOSPITAL PSIQUIATRICO DR. MILTON MARQUES

MOSSORÓ/RN
2022
PÚBLICO ALVO:

Familiares das pacientes mulheres do Hospital Psiquiatra Dr. Milton Marques de


Medeiros, em Mossoró (Rio Grande do Norte)

DEMANDA:

Devido ao fator das pacientes mulheres não receberem visitas e muitas por serem na
maioria das vezes as cuidadoras, tornando-as mais solitárias, e até muitas vezes
abandonadas.

JUSTIFICATIVA DA METODOLOGIA:

O motivo de usar essa metodologia ativa é se aproximar desses familiares fazendo-as


entender de forma pedagógica os fatores que os fazem praticar esse “abandono”, pois
muitas vezes não é entendido e só reproduzido por resultados do patriarcado, além de
promover a ressocialização familiar, ajudando nessa aproximação das pacientes com a
família.

METODOLOGIA

A abordagem utilizada nessa metodologia ativa, será uma roda de conversa


pedagógica com os familiares das pacientes mulheres do hospital psiquiátrico, para que
elas possam entender o que as fazem “praticar” esse abandono para com essas pacientes,
outro fator a ser discutido é um alerta para as próprias cuidadoras sobre o autocuidado
que deve ser exercido para com as mesmas, através da entrega de um bingo onde esses
familiares serão levadas a praticar esse autocuidado.
Parte-se da compreensão processual e histórica da família, entendida como
grupo social formado por múltiplas determinações sociais, econômicas e culturais,
estabelecendo relação dinâmica e contraditória no seu interior e na relação com a
sociedade e o Estado. A classe social e as transformações ocorridas na estrutura das
famílias, nos seus papéis, geram potencialidades e/ou fragilidades nesse grupo. A
família ainda se configura como primeira instância de socialização, de transmissão de
valores e provisão de cuidados, tendo na figura da mulher “mãe” e “cuidadora”,
historicamente, a principal responsável por essa função. A realidade demonstra um
universo de desigualdades que impactam a família, algumas delas expressas também na
desigualdade entre o homem e a mulher. Conforme Kuchemann e Pefeilsticker (2010),

[...] historicamente, coube às mulheres principalmente a


responsabilidade sobre as tarefas reprodutivas, enquanto aos homens
foram delegadas as tarefas produtivas, pelas quais passaram a receber
uma remuneração. As construções culturais transformaram essa
divisão sexual do trabalho em uma especialização “natural”. Além
disso, o papel de esposa e mãe foi mistificado: o fato de que as
mulheres se dedicassem somente ao lar se transformou em um
símbolo de status e gerou-se um culto à domesticidade, no qual a
família e o domicílio passaram a ser considerados espaços de afeto e
criação a cargo delas (p.3-4).
Embora seja perceptível mudança nessa visão, principalmente em razão dos
questionamentos feministas, ainda prevalece os papéis tradicionais, fazendo com que,
quando se discute a sobrecarga da família na provisão de bem estar de seus membros,
trata-se quase que exclusivamente da sobrecarga da mulher.
Por um longo período, histeria ficou associada puramente ao feminino,
sendo uma condição para caracterizar mulheres em sofrimento psíquico, com surtos de
pânico, ansiedade, irritabilidade, insônia, dores de cabeça, perda de apetite, e outros
sintomas.
A histeria era a doença que mais acometia as mulheres nas primeiras décadas do século
20 no Brasil. Não porque elas estavam de fato em sofrimento psíquico: uma das
características da doença destacada pelos médicos do então Hospício de Alienados, no
Rio de Janeiro, era o não cumprimento dos deveres de esposa e mãe de família.
Mulheres que preferiam ler romances, estudar e trabalhar fora de casa a
cuidar das obrigações domésticas "descumpriam" a essência do feminino e, por isso,
precisavam de tratamento manicomial.
Na Grécia antiga, histeria era uma doença feminina. O próprio nome já denunciava isso,
já que em grego, histerus, significa útero. Naquela época, os sintomas das histerias eram
creditados à locomoção interna que o útero realizava em busca de umidade.
A doença, inclusive, até mesmo era utilizada para diagnosticar transtornos
nervosos nas mulheres que não engravidavam. Séculos mais tarde, na Idade Média, a
palavra era associada à bruxaria, levando muitas mulheres à fogueira.
Naquela época, a loucura feminina estava vinculada a uma quebra de modelos, sejam
eles social ou religioso, mas também eram consideradas histéricas aquelas que fugiam
dos padrões de beleza.
Já as mulheres pretas em sua maioria, sequer eram objeto da loucura,
destinadas a servir em equipamentos como o manicômio, a essas mulheres restava a
operacionalização dos primeiros cuidados, seja de limpeza ou intervenção dos corpos.

MATERIAIS UTILIZADOS

Slides, bingo do auto cuidado

POSSÍVEIS RESULTADOS

Fazer com que a família entenda as reais causas desse distanciamento e promover o auto
cuidado de quem cuida.
APÊNDICE

Cartela de bingo do autocuidado


REFERÊNCIAS

MOTENEGRO, Rosiran Carvalho de Freitas. MULHERES E CUIDADO:


RESPONSABILIZAÇÃO, SOBRECARGA E ADOECIMENTO. Anais do 16º
Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, p. 1- 19. Vitória- ES. 2018.

Nem louca e nem histérica: como a história da loucura está ligada à mulher.
Desinstitute. Dísponível em: https://desinstitute.org.br/noticias/nem-louca-e-nem-
histerica-como-a-historia-da-loucura-esta-ligada-a-mulher/. Acesso em 6 de março de
2023.

You might also like