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INTERNATO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA SANTA CASA BH

ATENDIMENTO À PACIENTE
VÍTIMA DE VIOLÊNCIA
ANNA MARQUES RUSSO MAROCA
GUSTAVO SAMUEL DE MOURA SERPA
HENRIQUE SÁVATO SAVINO FILÓ
HERBERT BRUNO LUPPI MENDONÇA
JÉSSICA ANGELINA TEIXEIRA

Introdução
O QUE É A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER?

Convenção de Belém do Pará (1994):


“Qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado”

(OLIVEIRA et al. 2015) 1


Epidemiologia
Mais de 18 milhões de mulheres foram vítimas de violência no
ano de 2022;

Mais de 50 mil vítimas por dia;

Uma a cada três mulheres brasileiras (33,4%) com mais de 16


anos já sofreu violência física e/ou sexual de parceiros ou ex-
parceiros;

A procura das vítimas por delegacias da mulher saltou de


11,8% dos casos, na pesquisa de 2021, para 14% em 2022;

Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública


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Tipos de Violência

Física Sexual Psicológica


Negligência e abandono Violência Patrimonial Violência institucional Lesões autoprovocadas


Autoextermínio/Suicídio
Assédio moral
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Atendimento na Atenção Primária

Qual profissional pode identificar uma suspeita de violência contra a


mulher?

R: Todo profissional de saúde pode suspeitar e identificar um caso.

Qual profissional pode atender um caso suspeito ou confirmado de


violência contra a mulher?

R: A Equipe de Saúde da Família e deve ser multidisciplinar

Como deve ser o atendimento quando há uma suspeita de violência?


R: Deve ser estabelecido um vínculo de confiança.


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Atendimento na Atenção Primária

Como acolher a mulher em situação de violência?

R: Conjunto de medidas, posturas e atitudes dos profissionais de saúde


que garantam credibilidade e consideração à mulher em situação de
violência.

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Suspeitando Transtornos crônicos, vagos e repetitivos;
Entrada tardia no pré-natal;

do Problema Companheiro muito controlador ou que


reage quando separado da mulher;
ITU de repetição (sem causa secundária
encontrada);
Sinais e sintomas que podem estar Dor pélvica crônica e DST's;
associados à violência contra a mulher e Transtornos na sexualidade;
podem ser critério para pensarmos em Complicações em gestações anteriores: por
agressão exemplo, abortos de repetição;
Depressão;
Ansiedade;
História de tentativa de suicídio;
Lesões físicas que não se explicam de forma
adequada;

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Identificando as vítimas e os agressores
Parceiros e ex-parceiros afetivos;
Tios;
Filhos;
Pais;
Desconhecidos;

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Condução do Atendimento
Informar e esclarecer a mulher sobre seus direitos e sobre a Rede de Apoio para
enfrentamento da violência existente no município;

A Assistência à Saúde é prioritária e deve ser garantida à mulher antes de qualquer


providência, seja ela no âmbito policial e/ou judicial e até mesmo independente dessas.;

Rede de apoio individual, familiar e da sociedade;

Se a mulher não quiser denunciar, a equipe de saúde deve respeitá-la;

Boletim de Ocorrência; 8
Plano de Atenção à Vítima
Deve ser oferecido pelo serviço;
Em linha de cuidado;
Preenchimento de um prontuário único pelo diversos profissionais envolvidos;
Indo (ou vindo) para (do) o trabalho fazer a comunicação de acidente de trabalho
(CAT);
O Prontuário:

Dados de exame físico; Procedimentos adotados;


Dados individuais e familiares; Providências tomadas e encaminhamentos;
Medicação; Cronologia dos atendimentos;
Solicitação de exames;
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Plano de Atenção à Vítima
Casos de Violência (Suspeitos ou Confirmados):
Agudos Até 72 horas
Crônicos Mais de 72 horas

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Notificação
Casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados.
Preencher a “Ficha de Notificação/Investigação Individual de Violência
Interpessoal/Autoprovocada”
Qualquer profissional da saúde com nível superior pode preencher.
O preenchimento é para a Secretaria de Estado, e não configura uma denúncia.

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Notificação

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Fluxograma do
atendimento à
vítima de violência
(SUS-BH)

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Atendimento Hospitalar
1) Atendimento de 2) Ambulatório 3) Exames
4) Alta 5) Acompanhamento
Referência Hospitalar Laboratoriais

Cadeia de Custódia:
Acompanhamento multidisciplinar durante os 6 meses após o evento.
Constitui-se de um arcabouço legal, que envolve o armazenamento, colheita e transporte de provas
geradas no atendimento à vítima de violência sexual até o Instituto de Medicina Legal (IML).
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Atendimento Hospitalar
Estabelecimentos de Referência em Belo Horizonte:

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Atendimento Hospitalar
Ambulatório Hospitalar:

O ambulatório hospitalar de violência sexual normalmente acompanha a mulher


junto de uma equipe multidisciplinar durante os 6 meses após o evento
(admissão, duas semanas, seis semanas, três meses, seis meses);
Deve-se checar os exames de bioquímica colhidos entre 7 e 14 dias de uso das
medicações antirretrovirais;
Avaliar efeitos colaterais e adesão às medicações;
No retorno ambulatorial avaliar queixas ginecológicas ou de possíveis ISTs;
Retornos sequenciais para avaliação sorológica (admissão, duas semanas, seis
semanas, três meses, seis meses);
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Atendimento Hospitalar
Exames Laboratoriais:

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Profilaxia de Infecções Sexualmente Transmissíveis
Estupro ou outra forma de abuso sexual:
Se ocorreu em até 72 horas antes do atendimento, medidas devem ser tomadas

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Profilaxia de Infecções Sexualmente Transmissíveis
Estupro ou outra forma de abuso sexual:
Se ocorreu em até 72 horas antes do atendimento, medidas devem ser tomadas

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Profilaxia de Infecções Sexualmente Transmissíveis
Estupro ou outra forma de abuso sexual:
Se ocorreu em até 72 horas antes do atendimento, medidas devem ser tomadas

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Profilaxia de Infecções Sexualmente Transmissíveis
Estupro ou outra forma de abuso sexual:
Se ocorreu em até 72 horas antes do atendimento, medidas devem ser tomadas

Dose única: 1,5 mg, em até 5 dias (preferencialmente até 72 h depois)


Método de Yuzpe:
Menos eficaz e menos usual;
Etinilestradiol 100 mcg + Levonorgestrel 0,5 mg — duas doses, espaçadas por 12 h
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Gravidez
A mulher vítima de estupro que engravidou deve ser informada das possibilidades:
Aborto legal:
- Até a 20ª semana de gestação, podendo ser estendido até a 22ª semana,
desde que o feto tenha menos de 500 gramas;
Pré-natal acompanhado;
Adoção legal;

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22
Alta e Acompanhamento
Após a alta, contra-referenciar o atendimento, informando os centros de
saúde;
Garantir a devida continuidade ao atendimento;
Vigilância dessas mulheres pelas Equipes de Saúde da Família de referência;

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Agosto Lilás
Campanha de Conscientização sobre a
Violência contra a Mulher;

2023: 17 anos da Lei Maria da Penha;


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Referências
OLIVEIRA, Ana Carolina Diniz et al. Guia de Atendimento às Mulheres em Situação de
Violência. Projeto Gráfico. Belo Horizonte, p.1-15. 2015.
D’OLIVEIRA, Ana Flávia P. L. et al. Protocolo de atendimento a mulheres vítimas de
violência. Atenção Primária à Saúde. Universidade de São Paulo, p.1-40.2019.
SOUZA, Cecília de Mello e. Violencia sexual no Brasil. In: SOUZA, Cecília de Mello e;
ADESSE, Leila. Violência Sexual no Brasil: perspectivas e desafios. Brasilia: Ipas Brasil,
2005. p. 1-95.
BRASIL, Nações Unidas. OMS: uma em cada 3 mulheres em todo o mundo sofre violência.
2021.

25
Obrigado!

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