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CIÊNCIAS DA

NATUREZA
LIVRO DO PROFESSOR
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SUMÁRIO
Apresentação 4

Área do conhecimento: CIÊNCIAS DA NATUREZA 7

01
Planeta Terra
– Conhecendo
nosso planeta
SEQUÊNCIA 01 Entendendo as dimensões – do micro
ao macro

SEQUÊNCIA 02 A Terra
26

39 0
SEQUÊNCIA 03 Rochas 60

SEQUÊNCIA 04 Sistema solar 82

SEQUÊNCIA 05 Atmosfera, tempo e fatores climáticos 110

0
SEQUÊNCIA 06 Os biomas brasileiros 139

02
Matéria e
energia: o
que são?
SEQUÊNCIA 07 Entendendo o que é matéria e energia

SEQUÊNCIA 08 Estrutura e composição da matéria


162

184

SEQUÊNCIA 09 H2O, água e água mineral: qual a relação? 206

SEQUÊNCIA 10 Máquinas simples 229

SEQUÊNCIA 11 Máquinas térmicas 246

SEQUÊNCIA 12 Energia elétrica 270

03
Os seres vivos
e a matéria e
energia
SEQUÊNCIA 13 Células e sua organização

SEQUÊNCIA 14 O corpo humano: um sistema de


órgãos integrados
298

314
< <

SEQUÊNCIA 15 Drogas lícitas e ilícitas e seus efeitos 338


sobre a saúde

SEQUÊNCIA 16 Entendendo as reações químicas 351

SEQUÊNCIA 17 As radiações eletromagnéticas e suas 367


aplicações na saúde

04
A reprodução
nos seres vivos
SEQUÊNCIA 18 A reprodução nas plantas

SEQUÊNCIA 19 O processo de reprodução dos animais e


os mecanismos de divisão celular
382

408

SEQUÊNCIA 20 A puberdade e a sexualidade 432

SEQUÊNCIA 21 O processo de evolução e a 453


biodiversidade

05
Impactos
socioambientais
– causas e
consequências:
SEQUÊNCIA 22 Impactos socioambientais 1

SEQUÊNCIA 23 Impactos socioambientais 2


468

482

há solução?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 505


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
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Apresentação
Caro(a) professor(a)

A área das Ciências da Natureza é formada por diferentes vertentes do


conhecimento específico, como a Biologia, a Física e a Química. As ciências
que estudam os fenômenos naturais são fruto de metodologias comuns e
utilizam habilidades cognitivas que usadas de modo sistemático compõem o
que se chama de ciclo investigativo. Esse ciclo utiliza as mesmas habilidades
que nosso cérebro utiliza para aprender: a curiosidade, os questionamentos, a
formulação de hipótese, a produção de modelos explicativos, a experimentação,
a coleta e registro de dados, a análise dos resultados e a formulação de
conclusões que podem confirmar uma hipótese ou rejeitá-la, levando a novas
perguntas e reformulação da hipótese. Essas ações cerebrais caracterizam o
que se chama de ciclo mental e coincidem com o ciclo investigativo ou o fazer
Ciência utilizado pelas áreas de conhecimento das Ciências da Natureza.

O termo “fazer Ciência” provém das habilidades utilizadas por esta área de
conhecimento que estão diretamente associadas às ações práticas que se
expressam por meio de verbos, o que podemos chamar de “Mão na massa”.
Este processo de produção de conhecimento, investigativo e prático tem
gerado, ao longo de aproximadamente os últimos 250 anos, explicações para
diversos fenômenos naturais e realizado conquistas tecnológicas dos mais
diversos tipos e usos.

Os avanços científicos têm sido incorporados à cultura humana ao desenvolver


um perfil científico e tecnológico responsável por diversas mudanças sociais,
econômicas e culturais, entre elas a globalização das informações. Diante deste
fato, é imprescindível que os indivíduos compreendam os avanços científicos e
tecnológicos que fazem parte do nosso mundo e possam refletir e opinar sobre
o significado da interferência deles no dia a dia de cada um.

O ensino de Ciências nos diferentes segmentos escolares é uma introdução


relativamente recente nos currículos escolares e demonstra a preocupação na
formação de indivíduos críticos, analíticos, capazes de resolverem problemas e
de exporem suas opiniões fundamentadas na Ciência. Assim, podem adotar e
propor ações que contribuam para a melhoria da qualidade de todos os seres
vivos, inclusive os seres humanos, e o desenvolvimento de uma consciência
ambiental na qual a sustentabilidade é a palavra-chave.

O ensino de Ciências também visa ao acesso e ao entendimento dos


conhecimentos científicos para que os estudantes possam discernir sobre a
veracidade, ou não, das notícias vinculadas a eles – podendo, assim, formar

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opinião sobre os benefícios e os malefícios dessas notícias, dos conhecimentos


e tecnologias em suas vidas e da sociedade de modo geral.

O objetivo das Sequências Didáticas de Ciência da Natureza que compõem


esse material visa não apenas apresentar informações científicas associadas
a conceitos fundamentais para essa faixa de escolaridade, mas possibilitar
oportunidades nas quais os estudantes possam vivenciar, de maneira efetiva,
as habilidades cognitivas do fazer científico – a observação, a formulação de
ideias, a sistematização de informações, a construção de modelos reais ou
mentais, a experimentação e a generalização.

O desenvolvimento das Sequências Didáticas propostas propicia, além das


habilidades cognitivas associadas ao ciclo investigativo, a oportunidade
de trabalhar em grupo – o que possibilita a vivência de habilidades
socioemocionais, como cooperação, responsabilidade e, principalmente,
o respeito a opiniões diversas. Essas habilidades são requeridas para a
formação dos seres humanos do século 21, capazes, por exemplo, de aprender
com as críticas, com a forma de pensar diferente. Esta proposta de trabalho
viabiliza a reflexão e a compreensão do meio em que vivemos e estimula os
estudantes a exercerem a sua cidadania.

Bem-vindos a esse trabalho!

Livro do professor
Neste livro, você encontrará uma proposta de desenvolvimento de um percurso
de ensino e aprendizagem dos conteúdos da área de Ciências da Natureza do
Ensino Fundamental Anos Finais. Este material foi organizado de forma a dar
suporte e apoio ao seu trabalho em sala de aula:

Organização metodológica – desenvolve os princípios metodológicos que


norteiam a proposta de ensino e aprendizagem dos conteúdos de Ciências.
Apresenta a estrutura didática das Unidades, suas Sequências de Atividades e as
seções que estão presentes nelas.

Sugestão de um planejamento – com o objetivo de auxiliar a compreensão das


possibilidades de desdobramento de cada Sequência de Atividades, elaboramos
um planejamento que desenvolve o passo a passo do trabalho com a quinta
Sequência de Atividades da Unidade 1.

O planejamento sugerido segue as etapas metodológicas propostas na


metodologia Telessala: Incluir para transformar. Ele também foi desenvolvido

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pensando nos princípios metodológicos que articulam as diferentes


utilizações das Matrizes Curriculares da Fundação Roberto Marinho, que são: a
problematização, a aprendizagem baseada em projetos, os projetos de vida dos
estudantes, os multiletramentos, a cultura digital, a aprendizagem colaborativa
e o acompanhamento da aprendizagem.

No planejamento, estão indicadas as seções e atividades que devem ser


realizadas em cada etapa, porém, a descrição das atividades e os comentários
de apoio ao seu trabalho estão na parte deste livro que reproduz integralmente
o material que o estudante receberá, com algumas informações específicas para
você, professor(a).

Cada aula planejada tem a duração de um turno completo. A sugestão de


planejamento da quinta Sequência de Atividades foi desenvolvida em quatro
aulas, podendo se estender para mais ou menos, dependendo do contexto de
cada turma. O número de aulas por Sequência pode e deve ser ajustado de
acordo com o andamento do trabalho com seus estudantes.

Sequências de Atividades – as Sequências de Atividades que estão neste


livro são as mesmas do Livro do Estudante, contudo, para cada uma foram
elaboradas informações e reflexões que visam auxiliar no planejamento do seu
trabalho, tais como:

• O número e o título da Unidade; o número e o título da Sequência;


Unidade Temática da Matriz Curricular FRM na qual está inserida a
Sequência (Matéria e Energia; Vida e Evolução; e Terra e Universo).

• Habilidades, objetos de conhecimento e expectativa de aprendizagem


referente ao conjunto de conteúdo de cada Sequência de Atividades.

• Gabaritos comentados de todas as questões.

• Sugestões metodológicas e observações sobre o que se objetiva em


cada uma das atividades, que podem auxiliar no processo de ensino
aprendizagem, bem como na mediação dos debates com os estudantes.

• Esticador de Horizontes, no sentido de ampliar os conteúdos específicos


trabalhados e que poderão ou não ser apresentados aos estudantes,
considerando o momento de aprendizagem dos estudantes, o tempo
disponível para o desenvolvimento da sequência, entre outras variáveis
que só você, professor(a), poderá avaliar.

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Cada Sequência pode e deve ser ampliada com outras sugestões de objetos de
aprendizagem de sua curadoria como, por exemplo, as videoaulas do Canal
Futura e as atividades criadas por você. Dessa forma, cada Sequência será
desenvolvida em mais de uma aula, dependendo do andamento próprio do
processo de ensino e aprendizagem do seu grupo de estudantes e do tempo
disponível para a área de Ciências da Natureza no calendário montado para o
contexto em que sua turma está inserida.

Coleção de videoaulas – Canal Futura


O Canal Futura da Fundação Roberto Marinho produziu uma coleção de
videoaulas que atendem a todos os componentes curriculares da BNCC para os
Anos Finais do Ensino Fundamental.

A seguir, a lista com as videoaulas de Ciências da Natureza:

CIÊNCIAS
Disponível em: <https://youtube.com/
playlist?list=PLNM2T4DNzmq71YnFuVJePi8FTiKc9WtCu>.
Acesso em: 29 jul. 2022.

Área do conhecimento: CIÊNCIAS


DA NATUREZA

O ensino das Ciências Naturais envolve procedimentos metodológicos e


a apropriação de uma linguagem específica dessa área de conhecimento
que viabilizam reflexões que contribuem para o desenvolvimento de um
pensamento lógico-dedutivo e crítico fundamentados na Ciência. Para tanto, é
necessário que dominem a linguagem científica com sua nomenclatura, seus
símbolos e códigos, suas designações de grandezas e unidades.

Outra etapa importante deste processo de ensino e aprendizagem é relacionar


a linguagem científica aos diversos tipos de diagramas, gráficos, esquemas
e equações, e fundamentalmente dominar a leitura e interpretação das
informações presentes nessas representações e textos específicos. O domínio
desse conjunto de procedimentos metodológicos possibilitará aos estudantes

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compreenderem, por exemplo, que as atividades econômicas ou dados


relativos à saúde, ao bem-estar habitacional e de transporte, contribuem para
uma forma de pensamento social.

As Sequências Didáticas que compõem esse material de Ciências da Natureza


propõem o desenvolvimento de alguns conteúdos de Biologia, Física e
Química programados para a Matriz Curricular Ensino Fundamental Anos
Finais de Ciências da Natureza. Os temas específicos de cada componente são
apresentados separadamente em algumas Sequências, mas na maioria delas
os temas são tratados por dois ou três dos componentes da área de Ciências da
Natureza. É o caso, principalmente, das últimas três Sequências que compõem
a Unidade 5, que tratam de temas ambientais pelo foco ambiental e social,
propiciando aos estudantes vivenciarem a integração de conhecimentos da
Física, da Química e da Biologia.

São vinte e quatro Sequências didático-pedagógicas, que estão organizadas em


cinco Unidades. São elas:

UNIDADE 1 – PLANETA TERRA – CONHECENDO


NOSSO PLANETA
As Sequências de Atividades propostas trabalham com conceitos de Física,
Química e Biologia relacionados à estrutura do planeta Terra e do Sistema Solar
e a dos biomas brasileiros associando-os às variações de parâmetros climáticos.

• Sequência 1 - ENTENDENDO AS DIMENSÕES – DO MICRO AO MACRO


– estudo dos conceitos das escalas métricas (sub-microscópicas,
microscópicas e macroscópicas) associados aos estudos de Química,
Biologia e Física.

• Sequência 2 - CONHECENDO O NOSSO PLANETA - A TERRA – estudo da


estrutura geológica da Terra.

• Sequência 3 - ROCHAS – estudo das transformações e dos tipos de rochas.

• Sequência 4 - SISTEMA SOLAR – estudo da estrutura do Sistema Solar


e as medidas astronômicas associadas às distâncias entre planetas,
satélites e a outras estrelas.

• Sequência 5 - ATMOSFERA, TEMPO E FATORES CLIMÁTICOS – estudos


dos conceitos de Física e Química associados à estrutura da atmosfera e
do clima terrestre.

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• Sequência 6 - OS BIOMAS BRASILEIROS – definição de bioma e


ecossistema, o estudo da estrutura de seis biomas brasileiros (ambiente e
seres vivos) e a construção de comparativos dos seis biomas brasileiros.

UNIDADE 2 – MATÉRIA E ENERGIA: O QUE SÃO?

São estudados conceitos de Física e Química associados à matéria e à energia:

• Sequência 7 - ENTENDENDO O QUE É MATÉRIA E ENERGIA – introdução


aos conceitos de Química e Física associados ao entendimento e
definição de matéria e energia.

• Sequência 8 - ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA – estudo da


evolução atômica das características atômicas, os estados físicos da
matéria e suas transformações.

• Sequência 9 - H2O, ÁGUA E ÁGUA MINERAL: QUAL É A RELAÇÃO?


– estudo dos conceitos que envolvem a classificação e definição de
substâncias puras e de misturas homogêneas e heterogêneas.

• Sequência 10 - MÁQUINAS SIMPLES – definição do que são máquinas


simples e a utilização delas em diferentes contextos.

• Sequência 11 - MÁQUINAS TÉRMICAS – definição de máquinas térmicas


e a evolução tecnológica associada a elas.

• Sequência 12 - ENERGIA ELÉTRICA – definição de energia elétrica, as


fontes de produção dessa energia e sua utilização.

UNIDADE 3 – OS SERES VIVOS E A MATÉRIA E ENERGIA

São estudados os conceitos de Biologia associados à anatomia humana e à


integração do funcionamento dos sistemas nervoso e musculoesquelético, e a
ação das drogas lícitas e ilícitas sobre a saúde. Outro foco dessa Unidade está
relacionado às reações químicas (suas transformações), às radiações
e sua utilização.

• Sequência 13 – CÉLULAS E SUA ORGANIZAÇÃO – estudo da estrutura


da célula e seus níveis de organização em organismos unicelulares e
pluricelulares e tipos celulares dos seres humanos.

• Sequência 14 - O CORPO HUMANO UM SISTEMA DE ÓRGÃOS


INTEGRADOS – estuda o conjunto de órgãos organizados em sistemas,

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que funcionam de modo integrado, e a relação do funcionamento dos


sistemas locomotor e nervoso.

• Sequência 15 – DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS SEUS EFEITOS SOBRE A


SAÚDE – trata dos tipos de drogas lícitas e ilícitas e da ação dessas
substâncias psicoativas no organismo.

• Sequência 16 – ENTENDENDO AS REAÇÕES QUÍMICAS – estuda as


reações químicas e suas representações por meio das equações
químicas, desenvolvendo os aspectos quantitativos elaborados por
Lavoisier.

• Sequência 17 - AS RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS E SUAS APLICAÇÕES


NA SAÚDE – radiações e suas aplicações na saúde. Estuda a presença das
radiações eletromagnéticas presentes no cotidiano e suas aplicações,
ampliando o estudo no uso das radiações em exames para diagnóstico,
monitoramento e tratamento de doenças.

UNIDADE 4 – A REPRODUÇÃO NOS SERES VIVOS

São estudados os conceitos de reprodução assexuada, sexuada, variabilidade


gênica nas plantas, animais e nos seres humanos, com foco nos fenômenos
biológicos associados à puberdade e sexualidade. Os processos de divisão
celular (mitose e meiose) estão relacionados às teorias evolucionistas e ao
processo de mutação gênica e ao isolamento geográfico.

• Sequência 18 - A REPRODUÇÃO NAS PLANTAS – estudo da reprodução


assexuada e da reprodução sexuada nas plantas, e das principais
vantagens evolutivas da reprodução de cada um dos tipos de
reprodução. Outro foco é a estrutura dos cromossomos e do DNA
(sequência de genes), a estrutura e importância dos gametas na
variabilidade genética.

• Sequência 19 - O PROCESSOS DE REPRODUÇÃO DOS ANIMAIS E OS


MECANISMOS DE DIVISÃO CELULAR – estudo da reprodução assexuada e
da reprodução sexuada nos animais associado aos processos de mitose
e meiose, função dos gametas no aumento da variabilidade gênica.

• Sequência 20 - A PUBERDADE E A SEXUALIDADE – trata do processo


de reprodução humana, da puberdade e das modificações sexuais
secundárias, dos métodos contraceptivos, das infecções sexualmente
transmissíveis, da gravidez na adolescência a sexualidade.

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• Sequência 21 - O PROCESSO DE EVOLUÇÃO E A BIODIVERSIDADE –


estudo das principais ideias evolucionistas de Lamarck, Darwin e Wallace
e a teoria Sintética da Evolução, do conceito de seleção natural e do
processo de especiação.

UNIDADE 5 – IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS – CAUSAS


E CONSEQUÊNCIAS: HÁ SOLUÇÃO?
As Sequências de Atividades tratam de diferentes questões de desequilíbrios
ambientais provocados pelas ações humanas:

• Sequência 22 - IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 1- trata das interferências


antrópicas associadas ao aquecimento global e dos impactos que
causam na qualidade de vida das populações humanas.

• Sequência 23 - IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 2 – trata dos programas e


indicadores de saúde pública, como saneamento básico e vacinação, e o
reconhecimento de sua importância na qualidade de vida das populações.

As vinte e quatro Sequências Didáticas são subdivididas em seções que formam


um fio condutor para o desenvolvimento de cada uma delas, a saber:

• O que vamos aprender aqui – uma breve descrição dos temas


abordados.

• Começo de conversa – apresentação de fatos por meio de fotos, textos,


esquemas que tratam do tema que será estudado.

• Mão na Massa – os estudantes desenvolvem uma atividade prática


de formas diferentes (criando modelos, pesquisando, utilizando
simuladores, fazendo um experimento químico...).

• Organizando as informações – é um momento de síntese, e utiliza


diferentes estratégias como mapas de conceito, esquemas hierárquicos,
listas etc.

• O que aprendemos – é um item com questões em diferentes formatos


para auxiliar na avaliação do que os estudantes aprenderam.

Esticador de Horizontes – são fornecidas indicações de sites, imagens e vídeos


associados ao tema estudado e que têm por objetivo ampliar os conhecimentos
sobre a temática em questão.

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Ao longo das sequências de texto, quando necessário, é fornecido um glossário


com a explicação de termos específicos ou não.

As seções de cada Sequência dialogam com as etapas metodológicas Telessala -


Incluir para transformar. As duas primeiras seções podem ser trabalhadas como
problematização; a seção Mão na Massa, como uso de objeto de aprendizagem,
e a Organizando as informações, como a etapa em que se trabalha com o livro
para aprofundar o conteúdo. Contudo, na última seção (O que aprendemos),
faz-se necessário complementar com a etapa metodológica que propõe uma
avaliação integral do processo de ensino e aprendizagem vivenciado.

Na sugestão de planejamento que virá a seguir, você perceberá que mesmo ao


transformarmos uma Sequência em várias aulas, é possível manter as etapas
metodológicas, pois, como a proposta é baseada em ciclos investigativos, em
vários pontos da Sequência temos momentos de problematização. O mesmo
acontece com o uso de objeto de aprendizado, pois várias atividades sugerem
a utilização de ferramentas digitais ou de experimentação (Mão na Massa).
Sugerimos a etapa de avaliação do processo ao final de três das quatro aulas;
apenas na terceira aula não desenvolvemos uma avaliação, por ela estar
interligada com a próxima aula.

Sugestão de planejamento

CIÊNCIAS DA NATUREZA

UNIDADE 1 - CONHECENDO O PLANETA TERRA

Sequência de Atividades 5 – Atmosfera, tempo e fatores climáticos

AULA 1

Problematização/ Atividade com o Livro

Sugerimos que a Atividade 1 – O que faz um avião de papel voar e parar?,


seção Para início de Conversa, seja trabalhada nesta etapa.

Inicie com as perguntas sugeridas na etapa 1 da sugestão de mediação


para você, professor(a). Após a conversa inicial sobre avião de papel,
pergunte se eles sabem qual é o recorde de distância que um avião de papel já

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alcançou, e siga com a etapa 2 da sugestão de mediação. Projete o vídeo do


voo de 69m de distância:

RECORDE MUNDIAL DE VOO DE AVIÃO DE PAPEL


Duração: 00’58”
Disponível em: < https://apps.univesp.br/
camadas-atmosfericas/>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Comentem sobre o que foi visto e pergunte aos estudantes se eles sabem
fazer um avião de papel. Após uma conversa em que a turma irá expor seu
conhecimento sobre a construção, questione-os sobre qual a influência do ar
atmosférico no voo do avião de papel. O que faz o avião voar e parar? Pergunte
se a forma dele tem alguma relação com a forma de um avião de verdade, e
lembre que que os pássaros também voam. Solicite que registrem o que sabem
sobre o assunto, respondendo às três questões propostas na etapa 2.

Provavelmente na conversa sobre como se faz um avião de papel, aparecerão


diferenças de modelos. Pergunte se acham que a forma que o avião é
montado faz diferença no desempenho. Convide-os a fazerem um avião de
papel, mas diga que vamos aprender um modelo que é considerado o que voa
mais alto e mais longe.

Entregue uma folha de papel para que os estudantes possam montar o avião.
Projete o vídeo pausadamente para que consigam acompanhar a montagem.
Se possível, leve-os para o pátio para lançar os aviões. Pode ser feita uma
competição de quem lança mais longe. Essa parte de montar o avião será bem
prazerosa para a turma, mas ela só deve ser realizada se achar que tem tempo
suficiente no seu planejamento.

COMO FAZER AVIÃO DE PAPEL


Duração: 04’12”
Disponível em: <https://youtu.be/AaVEmPekrZQ>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

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Finalize a atividade com uma roda de conversa, ampliando a discussão sobre


como as forças atuam no avião de papel. No final da Atividade 1, tem um texto
que pode ser lido em voz alta por você, professor(a), ou por um estudante, para
ajudar na condução desta reflexão. 

Uso de objeto de aprendizagem/ Atividade com o Livro

Para esta etapa, desenvolva a experiência proposta na parte Como sabemos


que o ar existe?. Lembre-se de organizar o material necessário previamente.

Na Sequência de Atividades 5, você encontrará todas as informações passo a


passo. Caso tenha disponibilidade de material, organize a turma em pequenos
grupos para que possam vivenciar de mais perto esse experimento. Os grupos
devem realizar as etapas descritas nos itens a e b dessa atividade.

Você pode também projetar o vídeo indicado abaixo para ajudar na execução da
experiência, mas pause antes da explicação, no minuto 1’26”.

A ÁGUA NÃO MOLHA O PAPEL


SQC - Sempre QUÍMICA e Ciências
Duração: 1’48”
Disponível em: <https://youtu.be/4HXyFfkqVkM>.
Acesso em: 07 maio 2022.

Leitura de imagem

A observação do resultado do desenvolvimento do experimento é uma forma


de leitura de imagem. Peça que os grupos realizem o que está solicitado nos
itens c e d dessa atividade.

Depois que terminarem, abra para socialização dos registros. Espera-se que
percebam que o ar impede a água de molhar o papel e que neste experimento
podemos comprovar que o ar existe. Caso tenha projetado o vídeo, após a
socialização, finalize com a exibição do restante do vídeo, no qual a conclusão
do experimento é apresentada.

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Atividade com o Livro

Organize uma leitura em voz alta do texto inicial da parte Ampliando seus
conhecimentos sobre o ar atmosférico. A leitura pode ser conduzida por você
ou por alguns estudantes voluntários. Na imagem que faz parte desse texto, faça
uma leitura coletiva de forma a explorar o que está sendo visto e observado.

Siga esta mesma dinâmica na parte Vocês já ouviram falar das camadas da
atmosfera?. Ao observarem a imagem do pôr do sol que está nesse texto,
retome com a turma o conceito de atmosfera e sua composição. Chame a
atenção para as diferentes camadas que compõem a atmosfera, e questione
possíveis causas para essa formação de camadas. 

Quando chegar no desenho esquemático que apresenta as cinco camadas da


atmosfera, diga que para responderem às perguntas das questões a e b que
estão nessa parte do livro, eles irão “viajar pela atmosfera” através de um jogo
que os levará a percorrer cada camada da atmosfera.

CAMADAS ATMOSFÉRICAS
Duração: 00’58”
Disponível em: <https://apps.univesp.br/
camadas-atmosfericas/>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Ao entrar neste site, uma tabela branca aparece na parte superior e, ao fundo,
as informações complementares (pela barra lateral é possível rolar o texto).
Para mudar de camada, basta alterar na tabela branca, no segundo retângulo
(Ir direto para a...), o nome da próxima camada a ser explorada. Na parte deste
Livro em que estão as Sequências de Atividades completas, você irá encontrar
mais informações e orientações de como navegar neste site.

Solicite que os estudantes preencham o Quadro sobre as camadas


atmosféricas, que está no livro, durante o uso do simulador com as
informações que considerarem interessantes.

Ao terminarem, passe para próxima parte: Que tal organizar o que vimos?. A
leitura desse resumo e as Atividades de 1 a 5 podem ser realizadas em duplas
ou trios. Para responder às questões, o Quadro será de grande ajuda.

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Socialização das aprendizagens

Leia o enunciado da primeira questão em voz alta e solicite uma dupla/trio


voluntário que queira responder. Peça que falem algo que tenha chamado a
atenção deles sobre a questão. Siga da mesma forma com as outras.

Avaliação da aprendizagem

Convide-os a avaliarem o processo de aprendizagem dessa aula imaginando cinco


camadas, como as camadas atmosféricas da Terra. Peça que cada um desenhe
no seu memorial cinco camadas no formato de uma meia esfera e escreva,
em cada uma, palavras ou frases que revelem cinco pontos que consideram
marcantes dessa aula como, por exemplo: algo surpreendente, o que facilitou
na compreensão do conteúdo, o que pode ter sido um desafio enfrentado, algo
que ainda precisa ser melhor compreendido, um sentimento despertado. Depois
solicite voluntários para compartilharem suas “camadas de avaliação” da aula.

AULA 2

Nessa aula, será necessário providenciar, com antecedência, materiais para


realização de um experimento. Você pode solicitar, alguns dias antes dessa aula,
à Equipe de Coordenação que providencie os materiais. Eles estão descritos no
Livro do Estudante, na parte Mão na massa.

Problematização/ Atividade com o Livro

A primeira proposta de atividade da parte A altitude e a quantidade de gás


oxigênio no ar é uma problematização para o conteúdo que será trabalhado.

Peça que abram o livro nessa parte, e leia as perguntas em voz alta para turma.
Depois abra uma roda de conversa em que os estudantes possam dar suas
opiniões sobre os questionamentos apresentados. Quando se esgotarem as
reflexões, peça que observem as manchetes das notícias que estão no livro, logo
após as questões. Verifique se os estudantes entendem o que é altitude. Cite
exemplos de lugares de altas e de baixas altitudes. Após breve discussão, faça a
leitura conjunta das notícias e pergunte qual a opinião dos estudantes sobre elas.

Leitura de imagem/ Atividade com o Livro

A segunda proposta de atividade da parte A altitude e a quantidade de


gás oxigênio no ar propõe a leitura de um Quadro de resultados de times
brasileiros contra os bolivianos. Nas dicas de mediação que estão junto às
Sequências de Atividades, é sugerido que a leitura dessa imagem seja realizada

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em grupos. Solicite que os grupos analisem o quadro e depois respondam as


questões a e b dessa atividade.

Depois, abra para que socializem suas observações e respostas. Após todos terem
compartilhado suas opiniões, peça que voltem ao livro para aprofundarem a
razão do efeito da altitude nos jogadores brasileiros quando se deslocam para
jogar em cidades com alta altitude. Nas dicas de mediação que está na Sequência
de Atividade completa, você encontrará uma orientação de como conduzir a
leitura das imagens seguintes dessa parte. Encerre esta etapa lendo em voz alta o
parágrafo que conceitua altitude: A quantidade de ar e a altitude.

Atividade com o Livro

Nesta etapa, serão desenvolvidos os conceitos de camada de ozônio e efeito


estufa. Para o primeiro (Camada de ozônio: nosso filtro solar gigante),
recomendamos iniciar a discussão do tema relembrando as camadas da
atmosfera da Terra, em especial a estratosfera, que apresenta a maior
concentração de ozônio da atmosfera.

Nas dicas de mediação, você encontrará algumas sugestões de perguntas para


despertar o assunto com a turma.

Após a discussão, peça aos estudantes que observem a Figura 4 e proponha a


leitura compartilhada do texto para sistematização das informações. 

Para o desenvolvimento do próximo conceito (Efeito estufa: nosso casaco


gigante), será necessário organizar a turma em grupos para que realizem
o experimento sugerido no Mão na Massa. Siga as orientações que estão
descritas nas dicas de condução dessa atividade.

Socialização das aprendizagens

Abra para apresentação e compartilhamento dos resultados obtidos e


a conclusão a que cada grupo chegou. Para encerrar, faça uma leitura
compartilhada do texto deste livro O que é o efeito estufa com os estudantes.
Após a leitura e a discussão do texto, faça o paralelo com o experimento e com
as reflexões realizadas durante a socialização.

Atividade complementar/ Uso de objeto de aprendizagem

Para ajudar na compreensão desse conteúdo, você pode exibir uma videoaula
do Futura que trata dessa temática.

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EFEITO ESTUFA – CIÊNCIAS – 7º ANO – ENSINO


FUNDAMENTAL
Duração: 10’09”
Disponível em: <https://youtu.be/-Bb5pkye798>.
Acesso em: 15 jul. 2022.

Leitura de mídia

Antes de exibir o vídeo, divida a turma em quatro grupos; podem ser os


mesmos da atividade Mão na Massa. Cada grupo receberá, antes da exibição,
algumas questões e deve registrar o que for ouvido, visto e sentido sobre o que
está sendo demandado.

• Grupo 1: O que é uma estufa? Qual a definição dada pela professora do


vídeo sobre o que é o efeito estufa? O desenho no quadro tem 3 partes
explicativas. O que foi dito sobre cada uma delas?

• Grupo 2: Como é tirada a temperatura média da Terra? Por que o efeito


estufa é um fenômeno natural? Quais os gases que ajudam a reter o
calor da Terra?

• Grupo 3: O CO2 é produzido de que forma? Por que ele virou um


problema? Como é produzido o gás metano? Por que ele virou um
problema? O óxido de nitrogênio é produzido de que forma?

• Grupo 4: Explique o que é amplitude térmica, destaque que a


professora dá no final da aula. Qual a importância do efeito estufa para
o nosso planeta?

Após a exibição, peça que os grupos organizem as informações registradas e


depois socializem com a turma.

Ao final das apresentações, provoque um debate sobre como evitar que o


excesso de produção dos gases provoque um aumento do efeito estufa, levando
a um desequilíbrio das condições climáticas da terra. Comente que o número
de gado hoje em dia no Brasil é um pouco maior do que o número de seres
humanos. Diga que mais adiante estudaremos sobre esses desequilíbrios
provocados pela forma de o homem se relacionar com o meio ambiente e os
impactos causados em nosso planeta.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 19

Avaliação da aprendizagem

Peça que cada estudante escreva no Memorial um pequeno texto em que


comente sobre: “O que aprendi na aula de hoje? Quais as ferramentas de
aprendizagem utilizadas? O que senti na aula de hoje?”.

Pergunte quem gostaria de compartilhar o texto com a turma.

AULA 3

Problematização/ Atividade com o Livro

Divida a turma em grupos e diga que, para essa atividade, será necessário o
uso do celular, de forma que tenha pelo menos um estudante com celular em
cada grupo.

Peça para cada grupo escolher quatro cidades, mas diga que duas devem estar
no Hemisfério Sul e duas no Hemisfério Norte. Após a escolha, devem pesquisar
nos celulares qual a temperatura e o tempo que está, no momento da pesquisa,
em cada uma das quatro cidades. Os grupos devem registrar as informações
pesquisadas em um papel e suas reflexões para as diferenças encontradas e suas
suposições para as diferenças do tempo nessas localidades. Peça que façam,
também, quatro desenhos representando o clima nas cidades pesquisadas.

Quando todos tiverem terminado, abra para socialização. Cada grupo deve
apresentar as cidades que pesquisaram, seus desenhos e expor suas reflexões.

Após as apresentações, solicite que abram o livro na atividade Entendendo as


estações do ano, e peça que observem as duas imagens e as questões que a
elas estão relacionadas. Relacione-as com as reflexões realizadas anteriormente
pelos grupos. Nesse momento, não se preocupe em dar as respostas corretas
aos questionamentos. Lembre-se que estamos apenas levantando o que a
turma tem de conhecimento prévio sobre o assunto. Nas próximas etapas será
aprofundado esse conteúdo.

Uso de objeto de aprendizagem/ Atividade com o Livro

Peça que leiam em voz alta as questões levantadas na atividade Entendendo


as estações do ano, e siga as orientações que estão na Sequência. A sugestão
é que, nesse momento, você relacione as estações do ano com o movimento
de translação da Terra e a inclinação do seu eixo de rotação em relação ao
plano de órbita.

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No Livro do Estudante, é indicado que se faça uso de uma ferramenta digital de


simulação de estações:

SIMULADOR DE ESTAÇÕES
Duração: 10’09”
Disponível em: <https://astro.unl.edu/classaction/
animations/coordsmotion/eclipticsimulator.html>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Na Sequência 5, você professor(a) encontrará um passo a passo para lhe


ajudar na mediação do uso dessa ferramenta pedagógica. Antes de usar a
ferramenta em sala, aproprie-se das informações, das dicas e dos conceitos
fornecidos pelo simulador. 

Atividade com o Livro

Retorne ao Livro e peça que respondam individualmente a primeira questão


que vem após o uso do simulador. Depois de um tempo, leia em voz alta a parte
Que tal organizarmos o que vimos.

Veja se os estudantes sabem relacionar a compreensão do ciclo das estações


com o desenvolvimento da agricultura de acordo com as características do meio
ambiente em cada época do ano, e a importância desse fato para o processo de
civilização da humanidade.

Atividade complementar/ Uso de objeto de aprendizagem

Aqui apresentamos duas sugestões que você deve escolher em função dos
interesses demonstrados durante a aula pelos estudantes e pela sua avaliação
de como está o entendimento deles em relação ao conteúdo. Também é
possível realizar as duas sugestões.

A primeira sugestão é uma pesquisa que desenvolva a questão apresentada


nesse último texto: a compreensão de que o ciclo das estações permitiu que a
humanidade desenvolvesse a agricultura de acordo com as características do
meio ambiente, o que foi fundamental para o processo civilizatório.

Peça que os grupos da primeira etapa de problematização se reúnam


novamente para realizarem essa pesquisa, que pode ser desenvolvida fora do

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horário da aula, para apresentarem de alguma forma lúdica (teatral, musical,


plástica, entre outras) no próximo encontro.

A segunda sugestão é para caso considere importante rever alguns conteúdos.


Duas videoaulas de Ciências do Canal Futura abordam os conceitos
desenvolvidos até aqui. São elas:

MOVIMENTOS DA TERRA: ROTAÇÃO E TRANSLAÇÃO –


CIÊNCIAS – 6º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
Duração: 7’12”
Disponível em: <https://youtu.be/w7mzLMXDmGA>.
Acesso em: 12 jul. 2022

O EIXO DA TERRA E AS ESTAÇÕES DO ANO – CIÊNCIAS


– 8º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
Duração: 6’53”
Disponível em: <https://youtu.be/gX_DfJzqG7g>.
Acesso em: 12 jul. 2022.

AULA 4

Caso tenha decidido realizar a atividade complementar de pesquisa, inicie essa


aula com as apresentações.

Problematização

Professor(a), se houver a apresentação, provavelmente em alguns momentos


as palavras “clima” e “tempo” devem aparecer em algumas situações. Procure
registrar esses momentos e depois pergunte se para eles existe diferença entre
clima e tempo. Essa é a primeira questão levantada na atividade 3 (Tempo e
clima). Deixe que falem à vontade e pontue com os exemplos registrados por
você das situações em que esses dois termos aparecem nas apresentações.

Caso não tenha realizado a apresentação da atividade de pesquisa, apenas


escreva, em um lugar visível, a questão apresentada nessa atividade: Qual é a
diferença entre clima e tempo? Depois, abra para conversa.

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Atividade com o Livro

Peça que abram os livros na atividade 3 (Tempo ou clima?) e façam uma leitura
coletiva do texto inicial. Depois, siga as orientações de mediação que estão na
Sequência de Atividade 5.

Depois de consultarem o site do Instituto Nacional de Meteorologia, volte


à leitura do livro na parte Para que serve investigar sobre a previsão do
tempo?. A leitura pode ser paragrafada e variar de leitor.

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA


Duração: 10’09”
Disponível em: <https://previsao.inmet.gov.br/>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Uso de objeto de aprendizagem

Exiba o vídeo que está sugerido nos comentários para você professor(a), na
parte: Para que serve investigar sobre a previsão do tempo?. O vídeo explica
como funciona a estação, o que se mede e quais instrumentos são utilizados
para cada medição.

É interessante, ao decorrer do vídeo, fazer pausas para que os estudantes


possam registrar as informações no Quadro que está na parte Vamos ver como
funciona uma estação meteorológica?.

COMO FUNCIONA UMA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA


Duração: 4’36”
Disponível em: <https://youtu.be/GV740zW57UQ>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

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Atividade com o Livro

Divida a turma em duplas e peça que façam a leitura do texto que vem
depois do Quadro, e depois devem responder às questões da parte O que
aprendemos?. 

Avaliação da aprendizagem

Divida a turma nas quatro equipes e peça que avaliem o processo de ensino e
aprendizagem vivenciado na Sequência 5 seguindo a seguinte orientação:

• Equipe de Socialização: A dinâmica da turma (participação,


colaboração, união, empatia) ajudou no processo de ensino e
aprendizagem dos conteúdos abordados na Sequência 5? Todas essas
dinâmicas funcionaram bem, ou tem algo que podemos melhorar?

• Equipe de Coordenação: Nesta Sequência, foi preciso uma organização


para realização de experimentos, exploração de sites e ferramentas
digitais. Conseguimos que tudo funcionasse bem? Quais os pontos
positivos dessas dinâmicas e quais foram os negativos?

• Equipe de Síntese: O que mais aprendemos nesta Sequência, além do


que foi apresentado nas questões que respondemos na última atividade
do livro desta aula?

• Equipe de Avaliação: Ficamos com alguma dúvida sobre os conteúdos


trabalhados nesta Sequência? Algo do que foi trabalhado surpreendeu?

Anotações

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25

Conhecendo
o Planeta
Terra
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SEQUÊNCIA 1.
Entendendo as
dimensões - do
macro ao micro

HABILIDADES

(EF07MA17)
Resolver e elaborar problemas que envolvam variação de proporcionalidade
direta e de proporcionalidade inversa entre duas grandezas, utilizando
sentença algébrica para expressar a relação entre elas.

(EF07MA17)
Resolver e elaborar problemas que envolvam medidas de grandezas inseridos
em contextos oriundos de situações cotidianas ou de outras áreas do
conhecimento, reconhecendo que toda medida empírica é aproximada.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Medidas de comprimento;
• Notação científica e ordem de grandeza.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• O estudante deverá ser capaz de fazer medições, organizar estratégias,


perceber a medição como comparação;
• O estudante deverá estabelecer integrações com os conhecimentos
abordados em Física, Biologia e Química na área tecnológica como, por
exemplo, na nanotecnologia.

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O que vamos aprender aqui


Professor(a): Para quem vai mediar esta aprendizagem, é importante dizer
que a intenção desta sequência é apresentar de forma simples aos estudantes
a importância do conceito de medidas presente em nosso cotidiano. Porém,
vamos focar somente nas unidades de medidas de comprimento, iniciando
com unidades mais comuns como o centímetro (cm) e o metro (m), até
conhecermos outras menos comuns em nosso dia a dia como o nanômetro
(nm) e o ano-luz (AL).

Chegou a hora de explorar conceitos de medidas comuns em nosso cotidiano


como, por exemplo, o centímetro (cm) e o metro (m). Vamos aprender que
um instrumento faz toda a diferença na precisão da medida. Para entender o
que é medida de comprimento, vamos pesquisar e colocar a mão na massa!
Nesta jornada do micro ao macro das unidades de medida, vamos conhecer
um pouco mais sobre outras unidades de medidas não tão comuns, mas
igualmente importantes para a ciência. Embarque nesta jornada pelo universo
das medidas!

Começo de conversa

ATIVIDADE 1 - UNIDADES DE MEDIDAS

Professor(a): Começar com uma história é uma ótima estratégia para


envolver as pessoas, dar sentido ao que está sendo ensinado e para facilitar a
compreensão de novos conceitos. Explicar como a ciência se desenvolve, por
exemplo, é sempre muito importante, pois modelos são criados para responder
aos “por quês” dos cientistas ou para resolver problemas. A história do sistema
de unidades se encaixa na segunda opção – ele foi criado para resolver um
problema. Você imagina qual seria o problema? É importante deixar claro que o
nosso foco, nesta sequência, será em unidades de comprimento.

Outra estratégia para iniciar e criar vínculo entre o estudante e o conteúdo é


fazer perguntas. Repetir que não existe “certo” ou “errado” neste momento é
muito importante, porque ajuda a tornar o ambiente mais colaborativo e aberto
às dúvidas. Por exemplo, você pode começar com a pergunta “O que é medir?”;
esta é a oportunidade para provocar a curiosidade e o interesse de cada
estudante. Por isso, problematize, pergunte, peça para que eles falem o que
remete ao ato de medir e para que imaginem como seria um dia a dia sem ter
um padrão de medida.

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Medir é uma atividade fundamental para a humanidade desde muito tempo.


Durante nosso dia a dia, realizamos várias medições. Veja alguns exemplos:

Relógio do Volume da Massa dos Temperatura Dimensões


despertador bebiba alimentos do corpo das peças

FIGURA 1. Medições
Fonte: Laftec.

Medimos o tempo de uma aula, o volume de um líquido em uma receita, a


temperatura de uma criança, a quantidade de gastos em um mês, o tamanho da
porta por onde passará uma máquina de lavar, medimos o terreno onde será
construída uma piscina. Você conhece outros exemplos na sua rotina? Pense um
pouco sobre isso e compartilhe com o restante da turma.

Medir é expressar quantitativamente uma grandeza física, comparando-a com


uma unidade e determinando o número de vezes que essa unidade está contida
na grandeza medida.

Por exemplo, se você quiser medir o volume de leite contido em uma jarra,
poderá usar um copo como unidade de medida e contar quantos copos de leite
cabem na jarra.

Como surgiram as unidades de medida?

Você tem ideia de como surgiram as unidades de medida que fazem parte
de nosso cotidiano? Nós a encontramos nos rótulos dos alimentos que
consumimos, na balança da farmácia, nas placas de trânsito etc. Você já parou
para pensar em como tudo isso começou e por quê? Como o homem media
comprimentos há 4.000 anos? A história nos conta que tudo começou quando,
na Antiguidade, percebeu-se a necessidade da criação de padrões de medida
que permitissem as trocas e o comércio de mercadorias entre os povos.
Inicialmente, eram utilizados partes do corpo do rei local como referência. É isto
mesmo: a medida eram as partes do corpo do rei!

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Veja alguns exemplos:

FIGURA 2

Você reconhece algum desses padrões? Já utilizou? Alguns são utilizados até
hoje, principalmente em países de língua inglesa.

Professor(a), essa é uma boa hora para verificar como essas histórias geram
impacto, curiosidade e aproximação com os conhecimentos da turma. Você
pode perguntar se eles já ouviram falar sobre alguns desses padrões – a
polegada, a jarda são exemplos. Você pode exemplificar citando o tamanho da
tela da TV que está em polegada, e que 1 polegada = 2,54 cm. Outro exemplo é
o uso de jardas em jogos, como no arremesso de discos e no futebol americano.
A ideia é problematizar e começar a desenhar esse percurso da aprendizagem.
Os registros são sempre boas estratégias de autoavaliação.

Você já deve estar imaginando a confusão que era ao comercializar produtos


com esses padrões. Cada rei tinha um tamanho de pé e um padrão único de
medida era necessário! Foi uma jornada e tanto até ser estabelecido um sistema
de unidades padrão utilizado pela comunidade científica e pela sociedade: o

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Sistema Internacional de Unidades (SI). No Quadro a seguir, você encontrará


exemplos de duas grandezas, suas unidades e símbolos, conforme o SI:

Grandeza Unidade Símbolo

Comprimento metro m

Tempo segundo s

Observe que o metro (m) é a unidade de comprimento utilizada como padrão.


Ele passou por várias definições. Hoje, segundo a 26ª Conferência Geral de
Pesos e Medidas, define-se o metro (m) como a distância linear percorrida pela
luz no vácuo durante um intervalo de 1/299.792.458.

Professor(a), chegou a hora de fazer mais uma pausa para levantar as dúvidas e
promover novas conexões. Peça que cada estudante pesquise outras grandezas
presentes no cotidiano como massa, temperatura e corrente elétrica.

Que tal aumentar este Quadro pesquisando outras grandezas com suas
unidades e símbolos?

Grandeza Unidade Símbolo

Comprimento metro m

Tempo segundo s

Massa quilograma kg

Temperatura Kelvin K

Corrente elétrica ampére A

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< < 31

Mão na massa

Faremos medidas de um mesmo objeto (pode ser o comprimento de uma


mesa, a altura de uma pessoa ou a altura de uma porta) utilizando instrumentos
diferentes (a palma da mão, uma caneta e a fita métrica), comparando cada
instrumento com o objeto a ser medido. Por exemplo: quantas canetas
alinhadas são utilizadas ao medir a altura da porta?

Professor(a): O objetivo desta atividade é reproduzir como se mediam


comprimentos antigamente, pois será pedido ao estudante utilizar a mão
como um dos instrumentos. É importante que percebam que quanto melhor o
instrumento (ou seja, aquele que apresenta uma escala com mais subdivisões),
melhor alcançarão a precisão da medida e que quem executa a medida também
interfere em seu resultado.

Material necessário para a atividade:

• Trena ou fita métrica


• Canetas diversas

Desenvolvimento da atividade:

a) Escolha um objeto para medir. Como sugestão, o comprimento da mesa.

b) Meça o comprimento do objeto escolhido usando três instrumentos de


medida diferentes: a palma da sua mão, uma caneta e a fita métrica (ou
a trena, metro de pedreiro). Anote seus resultados no Quadro abaixo:

Objeto

Objeto escolhido

1º Palma 2º 3º Fita
Caneta
instrumento da mão instrumento instrumento métrica

Altura (cm) x palmos Altura (cm) x canetas Altura (cm) x

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c) Compare as medidas obtidas por você com as de outros estudantes. Foram


iguais ou diferentes? Qual a razão para isso acontecer?

Resposta: Diferentes, pois os instrumentos foram distintos. O tamanho da palma


da mão de cada um difere, como acontecia com os antigos. Se foram usadas
canetas diferentes como instrumentos, também serão observados resultados
diferentes. Já no uso da mesma fita métrica, podem ocorrer diferenças na leitura
em função do posicionamento da fita no processo de medida.

d) Qual instrumento você considera o mais adequado para uma medida


mais precisa?

Resposta: A fita métrica, por ter uma escala com subdivisões.

Esticador de Horizontes

HISTÓRIA DAS UNIDADES DE MEDIDAS


Da Pré-História aos dias de hoje, as medidas de espaço,
volume e massa foram de tal forma incorporadas às
nossas vidas que é impossível imaginar a civilização
sem elas.
Disponível em: <https://super.abril.com.br/historia/
medidas-extremas/>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

ATIVIDADE 2 - UMA “VIAGEM” DO MICRO AO MACRO

Professor(a), inicie a mediação do assunto com uma pergunta: “Por que um vírus
invisível aos nossos olhos foi tão devastador?”. Os protocolos que seguimos na
pandemia do coronavírus, orientados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
– como o uso do álcool em gel, o uso de máscaras, o distanciamento social – já
indicam esse poder. Como o assunto que vamos abordar é sobre dimensões,
pergunte aos estudantes se eles têm ideia das dimensões deste vírus. Por que a
máscara mais adequada para a nossa proteção não pode ser feita de qualquer
material? Apresente a imagem do vírus.

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Não só de metro (m) e centímetro (cm - subdivisão do metro) “vivem” os


comprimentos e distâncias, não é? Imagine se pudéssemos fazer uma viagem
dentro do corpo humano e ficássemos cara a cara com aquele vírus que foi
devastador para a humanidade: o coronavírus. A seguir temos uma imagem
do vírus.

FIGURA 3. Coronavírus
Fonte: Pixabay.

Você tem ideia do tamanho do vírus que nos obrigou a usar máscaras, álcool em
gel e praticar o distanciamento social? Segundo pesquisas, esse vírus tem entre
50 nm a 200 nm. Mas o que é um nanômetro (nm)? Nanômetro é uma unidade
de medida de comprimento correspondente à divisão do metro em 1 bilhão de
partes! Dá para imaginar?!

Da viagem microscópica à viagem aos céus

Professor(a), partimos do micro ao macro. Agora é a vez das grandes distâncias:


as distâncias astronômicas. O início da conversa pode ser sobre as viagens já
realizadas à Lua! Problematize perguntando se eles já ouviram falar deste tipo
de viagem, como a famosa “Apollo 11’, que levou os astronautas americanos
Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins à superfície da Lua. Pergunte se
eles têm alguma ideia da distância entre nosso planeta Terra e a Lua. Apresente
a imagem sugerida que representa a distância entre a Terra e a Lua.

Por outro lado, da mesma forma que encontramos na natureza coisas muito
pequenas, também encontramos dimensões ou distâncias enormes que uma
régua ou uma fita métrica que temos em nossa casa não conseguem medir.
Estamos falando de dimensões e distâncias astronômicas. Você tem ideia da
distância de nosso planeta Terra à Lua, nosso satélite natural?!

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D = 384.400 km

FIGURA 4. Distância de 384.400 quilômetros


entre a Terra e a Lua
Fonte: NASA / Goddard / University of Arizona.

A figura captada pela sonda OSIRIS-REx mostra que a Lua está distante de nosso
planeta cerca de 385.000 km. Grandes distâncias podem ser escritas utilizando
unidades astronômicas de comprimento muito usadas pela Astronomia. Vamos
apresentar dois exemplos de unidades astronômicas de distância:

• Unidade Astronômica (UA), que é a distância média entre a Terra e o Sol:

1 UA = 1,496.108 km

• Ano-luz (AL), que é a distância que a luz, propagando-se no vácuo,


percorre em um ano:

1AL = 9,46 x 1012 km

Desta forma, a distância entre a Terra e a Lua (D = 385.000 km) poderá ser
reescrita em Unidade Astronômica, aproximadamente, como:

D = 2,57.10-3 UA

E em Ano-luz, como:

D = 4,1.10-8 AL

Mão na massa

Nesta atividade, vamos conhecer um pouco mais sobre as unidades de medidas


de comprimento e refletiremos que, para cada situação, uma dada unidade

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< < 35

é mais adequada para expressarmos o valor do que queremos medir. Para


melhor compreensão, vamos assistir ao vídeo:

THE CREATION (A CRIAÇÃO)


Duração: 3’09”
Disponível em: <https://youtu.be/e1FisCdAW0c>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

No Quadro a seguir, temos as unidades apresentadas no vídeo:

Centimeter Centímetro (cm)

Meter Metro (m)

Kilometer Quilômetro (km)

Thousand Mil

Million Milhão

Billion Bilhão

Trillion Trilhão

Light - year Ano - luz (AL)

Millimeter Milímetro (mm)

Micrometer Micrômetro (µm)

Nanometer Nanômetro (nm)

Picometer Picômetro (pm)

Femtometer Fentômetro ou Fermi (fm)

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< < 36

É uma viagem do mundo micro ao mundo macro!

Que tal organizar o que vimos?

Professor(a), caso não haja condições de passar o vídeo por indisponibilidade


de internet, sugerimos que mostre imagens. Porém, você perceberá que o vídeo
gera uma reação maior. Em um primeiro momento, peça que os estudantes
assistam ao vídeo sem interrupção. Ao final, pergunte o que acharam de mais
interessante, e se alguém quer destacar algo no vídeo que chamou a atenção.
A preparação é fundamental, porque o vídeo está em inglês, e se for preciso,
faça um roteiro e um glossário com os nomes para ajudar a turma. É uma boa
oportunidade para se familiarizar com outra língua.

Que viagem, não é? Você conhecia todas as unidades de medida apresentadas


no vídeo? Que tal organizar algumas delas em um quadro?

Professor(a), repasse o vídeo, mas agora peça que os estudantes preencham


o Quadro para as distâncias macro e micro. Desta forma, eles organizam as
unidades, seus valores e começam a entender a importância de usar a potência
de 10 como um facilitador na Matemática. Pergunte se eles já conheciam
alguma unidade de medida, ou aquelas que desconheciam.

A intenção deste exercício é apresentar outras unidades de medida de


comprimento, sem a preocupação de fazer contas. Ao completar os Quadros,
você pode sinalizar algumas situações, caso ache pertinente. Por exemplo,
podemos escrever números muito grandes ou muito pequenos usando as
potências de 10, a qual é um facilitador matemático.

Provoque com o questionamento: “Por que aparecem potências positivas e


negativas?”.

Tomando-se 1 metro (100) como referência para grandes distâncias, a


potência é positiva, enquanto para distâncias e tamanhos cada vez menores, a
potência é negativa.

Se quiser ir um pouco além, mostre algumas representações das potências


como: 1 quilômetro = 1000 x 1 metro = 1000 metros, 1 cm = 1 metro /100, 1 mm
= 1 metro/ 1000; 1 micrômetro = 1 milímetro / 1000, e por aí vai. É com você!

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< < 37

Mundo Macro

Unidade Potência de 10 em metros (m)

1 metro (m) 100

1 quilômetro (km) 103

100 quilômetros 105

100.000 quilômetros 108

1 milhão de quilômetros 109

100 bilhões de quilômetros 1015

1 ano-luz (AL) 1016

Professor(a), chame a atenção para o mundo micro quanto às potências


negativas. Pontue que, quanto menor as distâncias (como no caso da pupila e a
retina ou do grupo de átomos), maior será a potência negativa.

Mundo Micro

Unidade Potência de 10 em metros (m)

1 metro 100

1 centímetro (cm) 10-2

1 milímetro (mm) 10-3

1 micrômetro (µm) 10-6

1 nanômetro (nm) 10-9

1 picômetro (pm) 10-12

1 fermi (fm) 10-15

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< < 38

O que aprendemos
Que viagem fantástica no universo das medidas, não é? Que tal um resumo do
que estudamos e aprendemos nesta Sequência? Vamos lá! Aprendemos que:

• As primeiras unidades de medida de comprimento surgiram na


Antiguidade, com a necessidade de comercializar produtos entre os
povos da época;
• Medir é um processo de comparação entre um padrão e o que se deseja
expressar quantitativamente;
• Alguns padrões utilizados eram partes do corpo humano do soberano,
como palma da mão, pé, polegar;
• Os instrumentos e quem realiza a medida interferem na precisão desta;
• Existem várias unidades de medidas de comprimento que permitem
expressar valores da natureza muito pequenos ou muito grandes. Como
exemplos: nanômetro e o ano-luz;
• Podemos expressar números grandes e pequenos usando potências
de 10.

Anotações

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< < 39

SEQUÊNCIA 2.
A Terra

HABILIDADES

(EF06CI11)
Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da
estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.

(EF07CI15)
Interpretar fenômenos naturais (como vulcões, terremotos e tsunamis) e
justificar a rara ocorrência desses fenômenos no Brasil, com base no modelo
das placas tectônicas.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Forma da Terra;
• Estrutura da Terra: camadas internas e atmosfera;
• Fenômenos naturais: vulcões, terremotos e tsunamis;
• Placas tectônicas: deriva continental.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Caracterizar as camadas do planeta Terra, desde as três camadas


internas mais básicas (crosta, manto e núcleo) até a atmosfera;
• Descrever a composição de cada camada, destacando a extensão de
cada uma delas em relação ao raio da Terra e da atmosfera;
• Analisar evidências que indiquem a esfericidade da Terra: por exemplo,
as constelações observadas e a inclinação dos raios solares em relação à
superfície, que dependem da posição no globo; a sombra da Terra na Lua
durante um eclipse; e a forma como um barco desaparece no horizonte;
• Identificar os fenômenos como vulcanismo, terremotos e tsunamis,
descrevendo-os com base na estrutura das camadas internas da Terra e
das placas tectônicas;

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< < 40

• Relacionar a baixa frequência ou intensidade desses fenômenos no Brasil


com o fato de o território não estar localizado no limite entre placas;
• Argumentar que a similaridade morfológica e geológica das costas brasileira e
africana indica uma origem comum dessas massas continentais e sua deriva.

O que vamos aprender aqui


Professor(a), a intenção desta Sequência é apresentar a constituição do planeta
Terra. Vamos conversar sobre suas camadas (crosta, manto e núcleo) até a
atmosfera. Os estudantes vão conhecer as evidências científicas de que o
formato da Terra aproxima-se de uma elipsóide. Vamos estudar, também, por
que terremotos, vulcões e tsunamis acontecem em algumas partes do planeta.

O planeta Terra sempre foi fonte de muita inspiração para autores de ficção
científica. Você já ouviu falar do escritor francês Júlio Verne? Ele viveu no século
19 e é considerado o primeiro autor de ficção científica. “Vinte Mil Léguas
Submarinas”, “Viagem ao Centro da Terra”, “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”
são alguns dos seus livros em que o planeta ocupa um papel de destaque no
imaginário do autor.

O que você acha de conhecer melhor a nossa casa Terra e compreender por que
ela é objeto para tanta inspiração? Uma pergunta rápida: você sabe qual é a forma
do nosso planeta e do que ele é composto? Esse é só o início da nossa viagem ao
centro da Terra, como o livro de Júlio Verne. Em nossa viagem, vamos entender
porque de vez em quando a terra treme, o mar se agita e ondas gigantescas são
formadas, além de vulcões adormecidos que “acordam” cuspindo fogo!

Vamos embarcar em mais uma viagem científica!

Começo de conversa

ATIVIDADE 1: O QUE O PLANETA TERRA E A CEBOLA


TÊM EM COMUM?

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Você consegue ver alguma semelhança entre nosso planeta e a cebola? Observe
as Figuras, pense e arrisque uma resposta! Vamos lá! A dica está na Figura 1.

FIGURA 1. Camadas do Planeta.


Fonte: Shutterstok / Designer things

FIGURA 2. Cebola cortada ao meio


Fonte: Pixabay.

Se você disse que ambas têm camadas, acertou! Mas o que são camadas?
Faça uma rápida pesquisa, anote em seu caderno e compartilhe com seus
colegas e professores.

Professor(a), problematize e, se possível, peça que façam uma pesquisa rápida


ao dicionário (físico ou pela internet) e busque com os estudantes o sinônimo
mais adequado para o contexto de uso da palavra “camadas”, como divisões,
níveis ou partes de uma composição.

Esticador de Horizontes

Alguns filmes abordam os desafios encontrados em lugares de


altas altitudes.

Prepare a pipoca e aperte o play!

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• Viagem ao Centro da Terra - O filme (Eric Brevig, 2008).


Sinopse: um cientista parte para a Islândia para descobrir
o que aconteceu com seu irmão, que simplesmente
desapareceu. Em meio à viagem, fica preso em uma caverna e,
na tentativa de deixar o local, encontra o centro da Terra.
• O Núcleo - Missão ao Centro da Terra (Jon Amiel, 2003).
Sinopse: Repentinamente a Terra parou de realizar
seu movimento de rotação, devido a uma força ainda
desconhecida que está agindo sobre o planeta. A paralização
traz consequências desastrosas para o planeta, já que
proporciona a deterioração do magnetismo da Terra e,
consequentemente, também de sua atmosfera.

Se você ainda não assistiu, fica a dica!

Como é a estrutura do planeta? Do que ele é feito? Como ainda não temos
tecnologia para fazer uma viagem ao centro da Terra para responder às
perguntas, vamos assistir à videoaula “Camadas do Planeta Terra” e imaginar tal
viagem. Assista à videoaula do Canal Futura:

VIDEOAULA “TERRA E SUAS CAMADAS” – CIÊNCIAS – 6º


ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
Canal Futura
Duração: 10’05”
Disponível em: <https://youtu.be/kU0o2DYHRqE>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

Professor(a), sugira o vídeo para este momento e, se possível, baixe com


antecedência. Caso não consiga, selecione imagens do vídeo e apresente de
forma que atenda ao exercício proposto na atividade.

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Que tal organizar o que vimos?

Busque as respostas para as seguintes questões:

Professor(a), compartilhe as perguntas com os estudantes e peça a participação


deles no preenchimento do Quadro sobre a camada interna da Terra. Você
deve reproduzir o Quadro em um local em que todos possam ver e contribuir.
Lembre-se de que o objetivo não é uma avaliação, e sim proporcionar a
sistematização dos conteúdos da Sequência. Se considerar um bom momento,
reforce que a atmosfera é dividida também em camadas que serão estudadas
em outro momento.

a) Quantas são as camadas da Terra?

Resposta: São 3 CAMADAS INTERNAS, e a ATMOSFERA é considerada a CAMADA


EXTERNA que envolve a Terra.

b) Quais são as camadas internas da Terra?

Resposta: São 3 CAMADAS: CROSTA, MANTO e NÚCLEO (que é dividido em


NÚCLEO INTERNO e NÚCLEO EXTERNO).

c) Preencha o Quadro abaixo com as informações sobre cada camada


interna da Terra.

É a camada mais perto da superfície.


Crosta É sólida com profundidade máxima de 80 km. É a camada mais fina e fria e
representa 1% do volume do planeta.

Representa 80% do volume do planeta, com profundidade de cerca de 2.900


km, e atinge temperaturas que variam de 100 0C a 3400 0C. É nesta camada
Manto
que temos a formação do magma, que ao ser expelido por vulcões chega à
crosta terrestre como nome de “lava”.

O núcleo é dividido em duas partes: núcleo interno e núcleo externo. O


Núcleo núcleo ocupa 19% do volume do planeta, com espessura que varia entre
2.900 km e 6.400 km. É composto de ferro e níquel.

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d) O que encontramos acima da crosta terrestre?

Resposta: A atmosfera, camada de ar que envolve a Terra e que nos protege da


radiação ultravioleta e que age como uma estufa, mantendo a temperatura da
Terra, permitindo nossa sobrevivência.

Mão na massa

Professor(a), a intenção da atividade é reproduzir as camadas internas da


Terra conforme a Figura 4 a seguir. Se achar conveniente, apresente o vídeo aos
alunos ou os oriente através do passo a passo descrito na atividade. Você pode
se preparar e consultar a atividade na íntegra através do link:

ATIVIDADE DE GEOLOGIA SOBRE AS CAMADAS


DA TERRA
Disponível em: <https://www.babysits.com.br/
materiais-da-comunidade/1712/atividade-educacional-
sobre-geologia-para-as-crian%C3%A7as/>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

Vamos reproduzir as camadas que compõem a Terra!

Material necessário para a atividade:

• Papéis coloridos (podem ser cartolinas) nas cores azul, verde, preto,
laranja e amarelo;
• Tesouras;
• Caneta ou lápis de cor para escrever na cartolina (não esqueça que na
cartolina preta, a caneta ou o lápis devem ser de cor branca ou de outra
cor que seja evidenciada);
• Compasso ou objetos circulares (pratos, por exemplo) com diâmetros
diferentes;
• Colchetes de papel (“bailarinas”).

Desenvolvimento da atividade:

1º. Com um compasso ou com um objeto circular, desenhe um círculo grande


no papel (ou cartolina) preto e recorte. Este círculo preto será a crosta

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terrestre. Use a caneta (ou o lápis) branca para escrever a palavra “crosta”
na cartolina.

2º. Com o compasso ou outro objeto circular, desenhe um círculo ligeiramente


menor que o anterior, no papel vermelho, e recorte. Este círculo vermelho
será o manto da Terra. Use uma caneta para identificar o manto.

3º. Com o compasso ou outro objeto circular, desenhe um círculo ligeiramente


menor que o manto, em papel laranja, e recorte. O círculo laranja
representa o núcleo externo da Terra. Use uma caneta para identificar o
núcleo externo.

4º. Finalizando, com o compasso ou outro objeto circular, desenhe o menor


círculo em papel amarelo e recorte. Este pequeno círculo amarelo
representa o núcleo interno da Terra. Use uma caneta para identificar o
núcleo interno.

5º. No papel verde, desenhe países e continentes. Recorte-os.

Professor(a), se achar melhor, imprima, previamente, países e continentes para


facilitar este passo. Não esqueça que deve ter quantidade suficiente para todos
realizarem a atividade.

6º. No papel azul, desenhe um círculo do tamanho da crosta e recorte-o.


Este grande círculo azul representará a Terra. Retire um quarto do círculo
fazendo um ângulo de 90 graus com o centro e cole seus continentes/países
verdes sobre o círculo azul.

7º. Neste último passo, coloque um círculo sobre o outro seguindo a seguinte
ordem: crosta, manto, núcleo externo, núcleo interno, Terra. Por fim,
prenda-os no lugar com o prendedor “bailarina” de papel e pronto!
Tarefa cumprida!

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< < 46

Esticador de Horizontes

SERIA POSSÍVEL CAVAR ATÉ O CENTRO DA TERRA?


Canal Nerdologia
Duração: 11’57”
Disponível em: <https://youtu.be/zYffNev0RJ8>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

AFINAL, QUE FORMATO A TERRA TEM?


Canal Nerdologia
Duração: 09’18”
Disponível em: <https://youtu.be/aW-qbx04gS4>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

ATIVIDADE 2: A FORMA DA TERRA

Professor(a), o tema desta atividade é super importante para tirar qualquer


dúvida sobre o formato da Terra. Esta é a hora para falar sobre como as fake
news são nocivas para a sociedade, exemplificando com aquelas que foram
veiculadas em várias redes sociais sobre a teoria de que a Terra é plana. Para
isso, vamos iniciar pelo o que a história nos conta, passando por evidências que
a natureza nos apresenta (como o eclipse lunar).

Afinal, qual o formato de nosso planeta? A Terra é plana, redonda ou


arredondada? Desde a Antiguidade, a forma do planeta gera curiosidade.
Porém, com o avanço da tecnologia, a sua forma é conhecida, e ela não é plana!

O que a história nos diz sobre o tema?

Há pelo menos 25 séculos, o formato da Terra é objeto de estudo dos cientistas.

Pitágoras e Aristóteles, pensadores da Grécia Antiga, já imaginavam a Terra


como uma esfera gigantesca. Mas foi Eratóstenes, em torno 300 anos a.C.,
quem fez a primeira determinação da circunferência da Terra. Não são poucas
as evidências de que a Terra não é plana e se aproxima do formato esférico.
Vamos conhecer algumas:

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a) Barco no mar: Ao observar um barco no mar, à medida que ele vai se


afastando da costa, deixamos de vê-lo em partes. Primeiro, não vemos os
cascos; depois, as velas, para então ele desaparecer totalmente. Se a Terra
fosse plana, mesmo muito distante, ainda veríamos o barco totalmente em
tamanho menor. Observe a Figura que representa esta situação:

Terra Plana Terra Redonda

FIGURA 3. Simulação
Terra plana x Terra redonda.

b) Eclipse lunar: Um eclipse lunar é quando não conseguimos ver a Lua ou


parte dela durante a lua cheia. Isso acontece porque ela, por um dado
intervalo de tempo, passa pela sombra da Terra. Observe as imagens:

Órbita da Terra

Penumbra

Sol Umbra

Lua

Penumbra

Órbita da Lua

FIGURA 4. Eclipse lunar - cone de sombra gerado pela Terra.


Fonte: Shutterstock.

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FIGURA 5. Diferentes fases de um eclipse lunar


Fonte: Shutterstock.

Observe que na Figura 6 é nítido o cone de sombra (umbra) gerado pela Terra;
na Figura 7, imagens múltiplas de todo o eclipse. Você consegue identificar
a curvatura da sombra da Terra sobre nosso satélite natural? Somente uma
esfera produziria este formato de sombra. Não dá para achar que a Terra é
plana, não é? Se a Terra fosse plana, sabe como seria um eclipse lunar? Veja a
Figura 8 publicada em uma rede social pelo astrofísico americano Neil deGrasse.
Tradução: “Um eclipse lunar que os terraplanistas nunca viram”.

FIGURA 6. Publicação de Neil


deGrasse em uma rede social
Fonte: Twitter.

Bem, agora que sabemos que a Terra não é plana, vamos falar, finalmente, do
que hoje é considerado sua forma. Por que é importante conhecer a forma do
nosso planeta? Podemos destacar algumas razões: ajuda no posicionamento de
satélites, na navegação (terrestre, marítima ou aérea) e na elaboração de mapas

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cartográficos detalhados. Até meados do século 17, considerava-se a Terra uma


esfera regular, sem imperfeições. Hoje, nosso planeta é representado por um
geóide, forma esférica irregular. Observe a Figura 7:

Esferoide
(forma aproximada)

Geoide
(forma verdadeira)

Elipsoide
FIGURA 7. Geóide: forma esférica irregular (forma mais aproximada)
Fonte: Shutterstock

Para fins matemáticos o uso do formato de uma elipsóide é o mais adequado.


Mas esta é uma conversa para outro momento.

Mão na massa

Professor(a), sugiro que assista com a turma ao vídeo:

VOCÊ SABE QUAL É O FORMATO REAL DA TERRA?


Secretaria da Educação de São Paulo
Duração: 11’10”
Disponível em: <https://youtu.be/XeOkvt2pb78>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

Nele, os apresentadores sugerem um experimento muito interessante e de


fácil manuseio para realizar com a turma. Se não conseguir reproduzir o vídeo

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em sala, assista antes e reproduza o experimento para ter certeza de que vai
funcionar e realizar os acertos necessários.

E para fecharmos este tema, que tal um experimento que comprova a forma
de nosso planeta? Assistam ao vídeo e acompanhem com os apresentadores o
experimento.

Material necessário para a atividade:

• Um globo terrestre, de preferência, mas pode ser uma bola de futebol;


• Massinha de modelar;
• Dois palitos de fósforo de mesmo tamanho;
• Lanterna (pode ser outra fonte luminosa).

Desenvolvimento da atividade:

a) Escolha duas cidades distantes no globo (como, por exemplo, Salvador e São
Paulo), ou dois pontos distantes em sua bola. Com a massinha de modelar,
faça duas “bolinhas” e cole um em cada cidade escolhida. Espete o palito de
fósforo em cada uma delas.

b) Com a fonte luminosa, ilumine os palitos.

c) O que você observou em relação às sombras dos palitos projetadas?

Resposta: Tal como o experimento proposto no vídeo, a expectativa é de que as


sombras tenham tamanhos diferentes.

Esticador de Horizontes

FORMAÇÃO DO PLANETA TERRA


Duração: 05’10”
Disponível em: <https://youtu.be/tO-d2XH1qfE>.
Acesso em: 10 jun. 2022.

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ATIVIDADE 3: AS PLACAS TECTÔNICAS E


A DERIVA CONTINENTAL
Professor(a), vamos iniciar o estudo de fenômenos naturais decorrentes da
formação de nosso planeta. A mobilização para esta etapa da aula será com
figuras sobre tragédias anunciadas decorrentes do movimento natural das
placas tectônicas, sem precisar falar delas neste momento. Durante esta
conversa, pergunte se os estudantes lembram de alguma notícia em território
brasileiro e em outras regiões do planeta sobre eventos como terremotos,
tsunamis e vulcões em erupção.

Observe as Figuras 8, 9 e 10:

FIGURA 8. Terremoto no Japão.


Fonte: Wiki Media Commons.

FIGURA 9. Tsunami na Indonésia, 2004.


Fonte: Wiki Media Commons.

FIGURA 10. Ruínas de Pompéia - O


vulcão Vesúvio ao fundo
Fonte: Wiki Media Commons.

Não é incomum ouvirmos que em algum lugar do planeta a terra tremeu, ondas
imensas surgiram do nada ou um vulcão “acordou” com o risco de devastar uma

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cidade; tragédias muitas vezes esperadas, como as figuras ilustram. Por que
eventos naturais como estes acontecem?

A resposta está na formação da crosta terrestre, que não é contínua ao longo de


toda a extensão do planeta. Ela é fraturada em várias partes, conhecidas como
placas tectônicas. Vamos estudar um pouco mais sobre o assunto?

Como surgiram as placas tectônicas?

Para entendermos a teoria dessas placas, que justifica os fenômenos naturais


que acontecem em vários locais de nosso planeta, vamos conhecer a teoria
proposta pelo meteorologista alemão Alfred Wegener, no ano de 1912, a
qual explica o surgimento dos continentes: a Teoria da Deriva Continental.
Wegener percebeu que a costa leste da América do Sul se encaixava na costa
oeste da África! Você já havia percebido isto?

Vamos entender melhor a ideia de Wegener assistindo ao vídeo:

A TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL E O QUE É PANGEIA


Praticando Geografia
Duração: 2’43”
Disponível em: <https://youtu.be/VmYLlST-xw0>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Em seguida, assista novamente, pausando para anotar as informações


relevantes, e responda:

a) Nome do pesquisador autor da Teoria da Deriva Continental:

Resposta: Alfred Wegener.

b) O que ajudou Wegener a validar sua teoria?

Resposta: Formato dos continentes, registro dos fósseis (fósseis de animais e


plantas encontrados no Brasil e na África), registro paleoclimático (evidências
referentes ao clima), tipos rochosos (material rochoso comum encontrado
nos continentes).

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c) Nome do supercontinente que existiu há 200 milhões de anos:

Resposta: Pangeia.

Para Wegener, estava claro que o planeta sofreu mudanças até o que
conhecemos hoje, como a localização dos continentes. Porém, a comunidade
científica da época não achou suficiente. Mas acredite, Wegener estava certo!

Ao assistir o próximo vídeo, você também vai dar crédito a ele. Vamos lá?
Assista ao vídeo:

A TEORIA DAS PLACAS TECTÔNICAS E O MOVIMENTO


DOS CONTINENTES
Praticando Geografia
Duração: 2’02”
Disponível em: <https://youtu.be/6TUlrSdwiwQ>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Agora, responda:

d) Qual a teoria apresentada no vídeo?

Resposta: A Teoria das Placas Tectônicas.

e) O que diz a Teoria das Placas Tectônicas?

Resposta: A superfície da Terra é formada por blocos (as placas tectônicas),


e quando esses blocos se movem, movimentam continentes e oceanos. Este
movimento acontece pelas diferenças de temperatura no interior da Terra.

f) Quais fenômenos naturais a Teoria das Placas Tectônicas explica?

Resposta: Vulcões, terremotos e, consequentemente, tsunamis.

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Mão na massa

Professor(a), sugiro que esta atividade seja realizada em equipes. Organize


as equipes em função do número de estudantes que esteja em sua turma.
Providencie o material que atenda a todos.

Que tal construirmos o supercontinente Pangeia proposto por Wegener?

Material necessário para a atividade

• Bola de isopor - para que a atividade tenha um resultado, use a maior


bola de isopor possível;
• Moldes com as formas dos continentes - os moldes disponíveis podem
ser reproduzidos em tamanhos de acordo com a dimensão da bola de
isopor utilizada, de forma que eles caibam no espaço da bola. Os moldes
estão disponibilizados a seguir;
• Lápis de cor ou canetinhas;
• Tesoura;
• Tachinhas (pode ser alfinete) para prender os continentes na bola.

Desenvolvimento da atividade

a) Imprima os moldes em um tamanho que caiba na bola de isopor utilizada.


Não esqueça que a bola está representando nosso planeta Terra. Pinte os
continentes com cores diferentes.

b) Desenhe o contorno dos continentes na bola de isopor que representa a


Terra em suas posições atuais.

c) Posicione os continentes, com o auxílio das tachinhas, sobre os contornos.

d) Agora, movimente os continentes e forme o supercontinente Pangeia


sugerido por Wegener.

Professor(a), com esta atividade podemos conversar com os estudantes sobre


as mudanças ocorridas em nosso planeta em função da movimentação das
placas tectônicas. Explore este “quebra-cabeças” terrestre.

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FIGURA 11. Molde do


supercontinente Pangeia.

Eurásia

Índia
América
do Norte
África
Austrália

América
do Sul Antártida

ATIVIDADE 4: FENÔMENOS NATURAIS: VULCÕES,


TERREMOTOS E TSUNAMI
Vimos que eventos como terremotos, vulcões e tsunamis provocam devastação
em muitas regiões do planeta. Estes fenômenos são efeitos da existência
de placas tectônicas e de seus movimentos (convergente, divergente ou
deslizamento lateral) que liberam energia resultante do choque entre elas.
Nesta atividade, vamos estudar sobre como esses movimentos geram os
fenômenos naturais citados e por que no Brasil não precisamos nos preocupar
tanto com estes eventos. Vamos começar?

Sabia que placas tectônicas, como as da Figura 13, são espalhadas em cidades
com risco grande de ocorrência de terremotos e tsunamis? Você sabe como
estes fenômenos ocorrem?

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FIGURA 12. Placa indicando rota de


evacuação em caso de tsunami.
Fonte: Pixabay

Os terremotos acontecem pelos movimentos de acomodação das placas


tectônicas que flutuam no magma (material que faz parte do manto, uma das
camadas da Terra, lembra?), que é quente e pastoso.

Nas Figuras abaixo, estão representadas as placas existentes em nosso planeta


(Figura 15) e o tipo de movimento: convergente (2 e 4) divergente (3) ou
deslizamento lateral (1).

FIGURA 13. Placas tectônicas existentes no planeta Terra.


Fonte: Shutterstock.

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Observe nas figuras abaixo como as placas tectônicas podem se movimentar e o


tipo de movimento que elas podem fazer.

2 4

FIGURA 14. Movimento


convergente (2 e 4); Movimento
divergente (3); Movimento
3 1 deslizante lateral (1).
Fonte: Shutterstock

Quando as placas estão na região oceânica, seu movimento gera ondas gigantes
– os chamados tsunamis, um evento devastador em regiões costeiras.

Observe na Figura 15 a representação da formação de um tsunami pelo


movimento das placas tectônicas.

Formação de
ondas gigantes

Abalo sísmico

Placa tectônica
Placa tectônica
FIGURA 15.
Representação
da formação
de um tsunami

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E no Brasil, podem ocorrer terremotos? Sim! Mas não se preocupe, pois a nossa
posição geográfica não favorece a ocorrência de muitos deles, como você pode
verificar na Figura 14. Em solo brasileiro, os terremotos (tremores) ocorrem por
conta da ação de falhas geológicas, que são pontos de ruptura entre blocos
de rochas que compõem nosso relevo. De um forma geral, quando existe a
ocorrência de um tremor, a população não percebe. Os abalos são perceptíveis
e registrados por aparelhos específicos denominados sismógrafos.

Professor(a), sugiro uma pesquisa rápida sobre a escala utilizada para medir os
abalos: a Escala Richter.

E os vulcões, por que de repente entram em erupção? Também em decorrência do


movimento das placas tectônicas que abre caminho para a saída de magma, que
ao chegar à superfície recebe a denominação de lava. Observe a Figura 18, que
representa o processo descrito.

Chaminé

Câmara
magmática

Placa
tectônica

Movimento
da placa
Movimento Placa
da placa tectônica

FIGURA 16. Representação de um vulcão

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O que aprendemos
Como nosso planeta proporciona muitos aprendizados, não é mesmo? Que tal
fazer um resumo do que aprendemos nas atividades propostas? O registro é
seu! Volte ao início da atividade e selecione os conceitos estudados.

Professor(a), estimule a turma a registrar o que estudaram e aprenderam nas


atividades. Ordene os conceitos a partir dos pontos trabalhados nesta Sequência:

• São três as camadas internas da Terra: a crosta, o manto e o núcleo


(interno e externo);
• A atmosfera como a camada externa da Terra;
• Que a Terra não é e nunca será plana! As evidências como o eclipse
lunar comprovam;
• Considera-se o formato da Terra hoje como um geóide;
• Segundo a Teoria da Deriva Continental, de Alfred Wegener, existiu um
super continente denominado Pangeia;
• Que devido ao movimento das placas tectônicas, o supercontinente se
dividiu em regiões que conhecemos atualmente como os continentes;
• Terremotos, tsunamis e vulcões resultam do movimento das
placas tectônicas.

Anotações

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SEQUÊNCIA 3.
Rochas

HABILIDADE

(EF06CI12)
Identificar diferentes tipos de rocha, relacionando a formação de fósseis a
rochas sedimentares em diferentes períodos geológicos.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Tipos de rochas;
• Ciclo das rochas;
• Minerais;
• Fósseis.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Coletar, caracterizar e comparar rochas do entorno, considerando aspectos


visuais e textura;
• Explicar como os tipos de rochas (magmáticas, sedimentares e
metamórficas) são formadas;
• Relacionar as rochas sedimentares com os fósseis, identificando que
ambos são resultados de um longo processo de interação com o ambiente.

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O que vamos aprender aqui


Quais são as diferenças entre rochas e pedras? Esta é uma das perguntas que
você encontrará pelo caminho nesta atividade. A proposta é entender um
pouco mais sobre as rochas, observando paisagens conhecidas, analisando suas
características, fazendo comparações e analisando as características de cada
tipo de rocha encontrada. Você sabe como as rochas são formadas? Então se
prepare para iniciar essa caminhada pelo território das rochas e minerais.

Começo de conversa

ATIVIDADE 1: VAMOS ENTENDER MAIS SOBRE


AS ROCHAS?
Professor(a), é importante instigar a curiosidade dos estudantes para o
início das atividades, e por isso usaremos uma situação hipotética. De toda
forma, é possível que eles não consigam associar, de forma clara, que muitos
dos materiais do cotidiano são provenientes de rochas e minerais. Não se
preocupe, o assunto será retomado ao final para que eles tenham tempo para
compreender melhor e ter base para responder com mais clareza.

Vamos primeiro imaginar uma situação hipotética.

Imagine que, ao acordar, você percebe que tudo o que existe na sua casa que é
formado por rochas e minerais desaparece. O que pode ter sumido? Aproveite o
exercício de imaginação e troque ideias com os seus colegas sobre isso.

Professor(a), a ideia deste momento inicial é que os estudantes percebam a


presença das rochas no cotidiano deles. Instigue-os a pensarem em casa, na
sala de aula, no banheiro e na escadaria da escola. Dessa forma, você poderá
observar o que eles sabem sobre o assunto. Compartilhe que muitos materiais
nestes ambientes têm as rochas como matéria-prima, por exemplo a pia do
banheiro. Se você observar confusão nos conceitos de rochas e minerais, não
tem problema, isso é bem comum. No entanto, se os estudantes questionarem
sobre a diferença entre rochas e minerais, você poderá conceituar brevemente
que as rochas são feitas de minerais. O conceito será melhor definido mais à
frente, na mesma atividade.

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Procure uma dupla e discuta com seu colega quais materiais feitos de rochas
estão presentes no dia a dia de vocês.

Vocês devem anotar os nomes dos materiais que pensaram. Fique à vontade para
registrar o que concordam que seja feito de rochas.

Professor(a), antes de iniciar a observação das imagens da Figura 1, peça às


duplas que compartilhem suas anotações. Pode ser criada uma roda de conversa.
Também pode ser criado um cartaz com os com os materiais que deve ficar
exposto na sala ao longo do desenvolvimento das atividades e ser retomado ao
final dessa sequência. O objetivo é que os estudantes participem do processo de
aprendizagem ativamente. Na sequência, apresente as imagens. Para observação
das imagens da Figura 1, o ideal é criar pequenos grupos com 3 ou 4 estudantes.
É importante determinar um tempo (5 min) para que os times possam responder
e, em seguida, eles devem colocar para a turma suas conclusões.

Agora, em time, observe os diferentes materiais e rochas nas imagens abaixo:

FIGURA 1. Pedra-pome.
Fonte: Pixabay.

FIGURA 2. Pia de uma cozinha.


Fonte: Pixabay.

FIGURA 3. Escadaria
de uma casa.
Fonte: Shutterstock.

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Seu grupo identifica de que material é feito?

• A pedra para lixar o calcanhar: pedra-pome

• A bancada da pia do banheiro: granito

• A escadaria do estabelecimento: mármore

Professor(a), disponibilize as respostas para os estudantes. Neste momento, o


objetivo é fazer com que eles percebam a relação com o objeto de estudo e as
rochas e minerais no cotidiano. É importante parabenizar os acertos, por mais
que esses não sejam o objetivo da atividade.

Chegou a hora de estudarmos o que são rochas e como elas são formadas.
Também entenderemos a relação entre as rochas e os minerais, e sua
importância para sociedade. Vamos começar?

Pedras chamadas de rochas: o que são elas?

Professor(a), essa discussão entre as duplas inicia a conceituação do que


são rochas e minerais. Para isso, utiliza-se a confusão (bem comum) entre os
termos rochas e pedras. No ramo da Geologia, não é comum utilizar o termo
pedra como sinônimo de rochas; no entanto, informalmente, admite-se essa
associação. Convide a turma para esse debate sobre pedras ou rochas. Comece
compartilhando os registros feitos pelos estudantes e, em seguida, formalize a
definição de rochas e minerais.

Esticador de Horizontes

ROCHAS
Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert
Disponível em: <https://museuhe.com.br/rochas/>.
Acesso em: 10 maio 2022.

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Agora que você já consegue reconhecer a presença de algumas rochas ao seu


redor, vamos ampliar para entender o que são essas “pedras” chamadas
de rochas.

O termo “pedra”, usado muitas vezes como sinônimo para as rochas, não define
corretamente o conceito de rochas. Os professores de Ciências, de Geografia e
também os geólogos podem reclamar muito!

Vamos definir melhor o que é uma rocha?

Pedra ou rocha?

A rocha é formada por unidades estruturais da crosta e do manto


terrestres constituídas em regra por um ou por vários minerais
associados. De forma mais simplificada, rocha é um sólido natural
formado por um ou mais minerais.

A pedra pode ser qualquer substância sólida e dura como uma pedra
de gelo, de cimento ou mesmo uma pedra de sabão. Um fragmento
de rocha também é usualmente chamado de pedra.

Os minerais são substâncias encontradas na natureza, formados por


uma composição química resultante de milhões de anos de processos
inorgânicos (ação do calor, pressão etc). Todos os minerais são sólidos
encontrados nas rochas. Diversos metais são extraídos de minerais;
os mais comuns são o ferro (hematita, entre outros), o alumínio
(bauxita) e o cobre (cuprita, entre outros).

Vimos que as rochas estão presentes em alguns materiais do cotidiano, mas não
podemos esquecer que são recursos naturais e, como tal, estão presentes nas
paisagens e no relevo.

Observe abaixo algumas paisagens presentes no Brasil.

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FIGURA 4. Dedo de Deus.


Fonte: Shutterstock.

FIGURA 5. Chapada Diamantina.


Fonte: Shutterstock.

FIGURA 6. Pão de açúcar.


Fonte: Shutterstock.

Você reconhece esses lugares? Sabe dizer onde estão localizados?

O maciço Dedo de Deus, a Chapada Diamantina e o Morro do Pão de Açúcar


representam a ocorrência natural de diferentes rochas presentes no Brasil.

Observe as rochas que compõem cada uma das paisagens. Podemos dizer que
essas rochas são iguais? Como elas se formaram?

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Professor(a), a partir das imagens, levante a discussão sobre o planeta ser


feito de rochas e o fato de serem amplamente utilizadas pelo ser humano
com diferentes finalidades (visto no início da atividade). Você pode usar como
exemplo as rochas presentes nas paisagens selecionadas ou também de outros
lugares que surgirem durante a discussão.

Nas imagens da Figura 2, temos o maciço Dedo de Deus e o morro do Pão de


Açúcar (localizados no Rio de Janeiro) e a Chapada Diamantina (na Bahia). Não
é objetivo pesquisar o tipo de rocha que compõe essas paisagens. No entanto,
pode-se comentar sobre os tipos de rochas para iniciar a discussão do tema.
As rochas formam-se a partir da agregação dos minerais durante milhões de
anos. Essa formação pode ocorrer no interior da Terra, nas camadas abaixo da
litosfera compostas por magma, ou no exterior, como as rochas formadas a
partir de processos erosivos (pluvial, fluvial e eólico).

Dedo de Deus (RJ) Rocha magmática

Chapada Diamantina (BA) Rocha sedimentar

Pão de Açúcar (RJ) Rocha metamórfica

As rochas são todas iguais?

Rochas e minerais são recursos naturais importantes que são utilizados em


construções e outras aplicações da indústria. Lembre-se que rochas contêm
minerais, mas minerais não contêm rochas. Na Figura 7, a seguir, quatro tipos
de rochas são apresentadas:

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Professor(a), após a apresentação inicial dos diferentes tipos de rochas,


estimule que os estudantes explorem a área próxima da escola em busca de
diferentes rochas. Dependendo da situação da sua classe, uma alternativa
possível para evitar a saída da sala é verificar se na própria escola tem o kit de
rochas e minerais. Outra possibilidade pode ser você mesmo levar amostras de
algumas rochas facilmente encontradas em marmorarias.

Orientação e passo a passo:

ETAPA 1

Procedimento em dupla: busca de rochas nas proximidades da escola.

a) Leve os estudantes para uma caminhada exploratória na escola ou próximo


para que possam coletar pedras (que podem ser rochas ou pedras mesmo).
Peça para procurarem diferentes tipos de rochas e individualmente
colocarem três amostras no saquinho. Esse momento não deve demorar
mais que 30 minutos.

b) De volta à sala de aula, cada estudante escolhe uma das rochas que coletou
para escrever uma descrição sobre ela. Ela é lisa? Áspera? Arenosa? Cheia de
linhas? Qual o tamanho? É pesada ou leve? Dê dicas de adjetivos que podem
usar para descreverem suas rochas. Os estudantes devem colocar os nomes
na parte de trás da folha com as descrições. A turma alinha suas rochas
em uma mesa ou no chão. Em seguida, você devolve as folhas de forma
aleatória para os estudantes.

c) Cada um irá utilizar os adjetivos na folha para tentar encontrar a pedra


que está sendo descrita. Quando escolherem uma, eles podem explicar
como a encontraram e depois devolvê-la para seu dono. Explique a
ideia de classificação. Como os estudantes poderiam ser classificados?
Agrupados segundo a cor de cabelos? Uso ou não de óculos? Ou cor da
blusa? É importante que os estudantes entendam que a classificação é uma
estratégia utilizada por cientistas com o objetivo de estudar os objetos.

Mão na massa

Vamos ver rochas de verdade?

O que acham de fazer uma caminhada exploratória na escola ou na área


escolar para coletar algumas “pedras”?

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Siga as orientações do professor para que, em seguida, você e seus colegas


possam classificá-las por tipo. Para reconhecer as rochas coletadas, utilize o
Quadro a seguir que aborda as características de cada tipo de rochas.

Etapa 1

Procedimento em dupla: busca de rochas nas proximidades da escola.

a) Faça a caminhada exploratória para busca de fragmentos de rochas.

b) Escolha uma rocha e, em uma folha à parte, escreva uma descrição sobre
ela. Ela é lisa? Áspera? Arenosa? Cheia de linhas? Qual o tamanho? É pesada
ou leve? Faça o registro das características e coloque o nome do coletor.

c) Após receber as características dadas à rocha por seu colega, procure uma
rocha que seja compatível com a descrição. Após encontrar, verifique atrás
da folha o nome do coletor da rocha e a devolva para ele e aguarde até
receber a sua.

Professor(a), finalizada a entrega das rochas aos seus coletores, solicite que se
dividam em grupos de três estudantes para a próxima etapa da atividade.

a) Solicite que vejam o Quadro 1 que informa brevemente as características dos


três tipos de rocha: ígnea/magmática, sedimentar e metamórfica. Peça para
os estudantes classificarem as rochas que eles coletaram nesses três grupos.

b) Discuta as características dos três tipos de rocha e como classificaram as


rochas que coletaram.

Etapa 2

Procedimento em grupo: reúna com mais dois estudantes para a


próxima etapa.

Observe no Quadro 1 três tipos de rocha: ígnea/magmática, sedimentar e


metamórfica e suas características.

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Tipo de Rocha Características

• São mais lisas que os outros tipos;


• Possuem manchas;
Ígnea/Magmática • São muito difíceis de quebrar (dura
e maciça);
• Podem ser claras ou escuras.

Basalto Granito Pedra-pome Obsidiana Andesito

• São ásperas e apresentam porosidade;


• Contém pequenas pedras ou areia;
Sedimentar
• Esfarela-se/quebra facilmente;
• Marcante estratificação.

Arenito Calcário Argila Carvão-mineral

• São um pouco mais lisas que


as sedimentares;
Metamórfica
• Possuem linhas ou ondas;
• Difíceis de quebrar.

Xisto Ardósia Quartzito Mármore

QUADRO 1. Tipos de rochas.

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< < 70

a) Agora que você conhece um pouco mais sobre o assunto, é possível


identificar as rochas da Figura 1?

Resposta: Resposta pessoal.

b) De acordo com essas informações, como você classificaria a rocha que você
encontrou? Seus colegas de grupo concordam?

Resposta: Resposta pessoal.

c) E olhando para as rochas coletadas pela turma, alguma é semelhante às


rochas presentes na imagem?

Resposta: Resposta pessoal.

Professor(a), de posse do gabarito abaixo, estimule a comparação entre


as rochas coletadas e as presentes nas imagens. Com auxílio do Quadro
de características, incentive-os a associarem os tipos de rochas e as suas
características. Em seguida, ainda na imagem, instigue-os com as questões que
abordem a formação das rochas. Como essas rochas foram formadas? Ainda
são formadas?

BASALTO GRANITO ARENITO XISTO

MAGMÁTICA MAGMÁTICA SEDIMENTAR METAMÓRFICA

Como você estudou anteriormente, as rochas estão presentes no cotidiano e


podem ser classificadas de acordo com algumas características. E agora, cabe
uma questão interessante: o que acontece para que uma rocha seja magmática,
sedimentar ou metamórfica? Como essas rochas se formam? Qual é a relação
entre os tipos de rochas?

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Etapa 3

Professor(a), para esta etapa proponha dividir a turma em três grupos e


explique que cada grupo deverá pesquisar sobre a formação de um tipo de
rocha. Os grupos devem fazer o registro do resultado da pesquisa e completar
o Quadro 2 com palavras-chave. Peça aos grupos que apresentem o resultado
de suas pesquisas para os colegas a fim de que todos os grupos possam
completar o Quadro.

Trabalho em grupo:

Pesquise sobre a formação de um dos tipos de rocha.

Ao final da pesquisa, você e seu grupo deverão apresentar para o restante da


turma as suas conclusões com as dos seus colegas.

Tipos de Rocha Origem da Rocha

As rochas são formadas pelo magma, tanto no interior da


crosta quanto na superfície da crosta. Podem ser intrusivas
(o magma foi resfriado lentamente no interior da crosta -
formando rochas de granulação mais grossa devido à formação
Ígnea ou magmática
dos grandes cristais de minerais) ou extrusivas (o magma
foi resfriado rapidamente na superfície terrestre - formando
rochas de granulação bem mais fina devido à formação dos
pequenos cristais que não conseguem ver a olho nu).

As rochas são formadas na superfície da crosta terrestre por


partículas de outras rochas e minerais devido à degradação
de rochas já preexistentes (intemperismo). As partículas
Sedimentar (os sedimentos) são transportadas e depositadas em um
determinado local (bacia sedimentar, deserto ou delta de rio)
pela ação da temperatura e pressão por muitos e muitos anos
que são acumuladas formando a rocha.

As rochas são formadas pelo metamorfismo (transformações


em virtude de alteração de pressão e temperatura) de outras
Metamórfica rochas. As grandes variações de temperatura (p. ex., ação de
lava) e pressão (p. ex., ação de terremoto) podem modificar o
formato e originar novos minerais a partir dos que já existiam.

QUADRO 2. Origem das rochas.


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Esticador de Horizontes

ROCHAS
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/SGB-
Divulga/Canal-Escola/Rochas-1107.html>.
Acesso em: 10 maio 2022.

Que tal organizar o que vimos?

Professor(a), o mapa conceitual pode ajudar no processo de sistematização. Serve


também como forma de avaliar a compreensão de um determinado assunto. A
sugestão para a sistematização do que foi compartilhado é que os estudantes, de
forma colaborativa, com seu apoio, organizem o mapa conceitual sobre os tipos
de rochas. A seguir, uma sugestão de mapa para o tema “tipo de rochas”.

Rochas

Magmáticas Sedimentares Metamórficas

Formada por outras


Resfriamento do Sedimentos de
rochas pela ação
magma outras rochas
do metamorfimos

Extrusivas

Intrusivas
Mármore

Argila Calcário
Ardósia
Basalto
Granito
Areia Gnaisse

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Você e seus colegas de turma construirão, com auxílio do professor, um mapa


conceitual sobre os tipos de rochas. Os mapas ajudam a organizar e a resumir
os conceitos desenvolvidos em sala, facilitando o aprendizado.

O mapa conceitual deverá responder algumas perguntas:

• Quais são os tipos de rochas?


• Que exemplos de rochas temos para cada tipo de rocha?
• Como ocorre a formação de cada tipo de rocha?

Professor(a), após a finalização da atividade anterior, apresente a ideia que


um tipo de rocha pode ser transformada em outro tipo ao longo do tempo.
Em seguida, apresente o vídeo Ciclo das rochas (5:41), que retoma a formação
das rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas, assim como a relação
entre elas no ciclo das rochas. Sugere-se utilizar pausas no decorrer do vídeo
para retomar o assunto anterior e ampliar a compreensão sobre o estudo do
ciclo das rochas.

Em seguida, apresente o mapa conceitual da Figura 8 para sistematizar


o conteúdo.

Será que uma rocha fica intacta ao longo


de vários anos?
A chuva e o vento podem provocar fragmentos em uma rocha metamórfica e
transportá-los para outros lugares onde serão sedimentados, formando uma
rocha sedimentar – assim como a rocha sedimentar sob ação de pressão e
altas temperaturas pode ser transformada em uma rocha metamórfica. Essas
transformações levam muitos e muitos anos e se repetem formando um ciclo
entre os tipos de rochas que foi denominado de Ciclo das Rochas ou Ciclo Litológico.

O ciclo das rochas pode ser definido como sendo um conjunto de


transformações do material rochoso no qual rochas são geradas,
“recicladas”, destruídas e alteradas devido à dinâmica interna e
externa da Terra.

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< < 74

Assista o vídeo O Ciclo das Rochas, desenvolvido pela Casa das Ciências, para
entender mais sobre o tema.

O CICLO DAS ROCHAS - CASA DAS CIÊNCIAS


Vídeo que descreve, de forma simplificada, o ciclo
litológico, a origem das rochas ígneas (magmáticas),
sedimentares e metamórficas.
Disponível em: <https://youtu.be/QAdIgtaJnKc>.
Acesso em: 14 jun. 2022.

A Figura 8, a seguir, resume como acontece o ciclo das rochas:

Intemperismo/sedimentação/
transporte
Rochas
Rochas ígneas
Sedimentares
mo
fis
or
Fu

tam

Intemperismo
o

Me

Metamorfismo
sedimentação

transporte
Rochas
Metamórficas

FIGURA 8. Ciclo das rochas.


Fonte: Brasil Escola - UOL.

Professor(a), após finalizar a Atividade 1, é hora de voltar à questão inicial da


Sequência. Projete a imagem da casa e lembre a questão proposta no início
da aula.

Para finalizar a Sequência, permita que os estudantes socializem suas conclusões


em relação à pergunta final e projete o Quadro. Solicite que identifiquem os

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< < 75

itens no desenho. É importante que os estudantes percebam que as rochas e os


minerais estão presentes no dia a dia deles. Seguem algumas possibilidades de
materiais de origem mineral presentes nas construções de edifícios:

Tijolos Argila

Piso cerâmica Argila, feldspato e talco

Fundações de concreto Areia, brita, calcário e ferro

Janelas Vidro - quartzo

Ferragens Ferro

Utensílios metálicos Ferro e outros metais

Fiação elétrica Cobre

Acabamento no teto Gipsita - gesso

Escadaria Mármore ou granito

Bancada da pia Granito

A utilidade dos minerais e rochas atingem vários setores na indústria,


construção civil, perfumaria, farmacêutica, dentre outros. Uma boa parte do
que utilizamos contém um mineral ou rocha em sua composição sólida ou até
mesmo no estado líquido (medicamentos).

Vamos voltar para a pergunta feita lá no início?

Imagine que, ao acordar, você percebe que tudo na casa formado por rochas e
minerais desaparece. Pense na sua casa: será que teria sumido muita coisa?

Observe a imagem da casa (Figura 9) e assinale o que sumiria na sua casa:

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FIGURA 9. Representação
de uma casa.

Agora que já sabem mais sobre rochas e os minerais, podemos perceber que
estão presentes na maioria dos objetos do nosso cotidiano.

Compartilhe o que assinalou com os outros grupos.

ATIVIDADE 2: FÓSSEIS - O PASSADO REGISTRADO NAS


ROCHAS SEDIMENTARES
Professor(a), para esta atividade, você deve projetar o vídeo Fósseis de
dinossauro são encontrados no Maranhão (2:27) para a turma. O vídeo reproduz
a reportagem feita pela TV Cultura sobre achados de fósseis de dinossauros
no Maranhão. Finalizando a exibição, verifique os que os estudantes sabem
sobre o assunto.

• Questione e estimule a discussão.


• Sugestões de questões mobilizadoras:
• O que são os fósseis?
• Alguém já viu um fóssil de verdade?
• Como é que o fêmur do dinossauro ficou preso na rocha?
• Será que os dinossauros existiram mesmo?
• Quem assistiu o filme Jurassic Park? O que acharam?

É importante lembrar que este momento inicial tem como objetivo mobilizar
e instigar a curiosidade do estudante para o assunto a ser desenvolvido.
Após a projeção e discussão das questões mobilizadoras, organize a turma
em times com 4 integrantes que devem permanecer em seus times até o

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< < 77

final da atividade. Projete a definição de fósseis e as imagens da Figura 8 que


exemplifica alguns fósseis que estiveram presentes na Terra.

Para que os estudantes compreendam a formação dos fósseis, sugere-se


a utilização do vídeo Como se formam os fósseis? (4:29). Neste momento, é
importante retornar o início do vídeo, pausando sempre que necessário
para que os estudantes possam fazer os registros e você, professor, suas
observações e discussões.

Os dinossauros viveram há muito tempo, antes mesmo de a espécie humana


existir. De fato, muitos eventos ocorreram na Terra entre o surgimento desses
dois grupos de seres vivos. Uma maneira de perceber isso é através dos fósseis.

Em outubro de 2021, pesquisadores descobriram fósseis de um dinossauro em


Davinópolis, no Maranhão. Os fósseis foram encontrados em meio a obras para
construir um terminal ferroviário. Veja o vídeo abaixo, da TV Cultura, sobre os
achados de fósseis no Brasil.

FÓSSEIS DE DINOSSAURO SÃO ENCONTRADOS


NO MARANHÃO
Pesquisadores descobriram fósseis de um dinossauro
em Davinópolis, no Maranhão, em meio a obras para
construir um terminal ferroviário.
TV Cultura
Duração: 02’27”
Disponível em: <https://youtu.be/-7peblZuZOQ>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

O que são fósseis? Onde se formam?

Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas.


Restos são partes de animais (ossos, dentes, escamas) ou plantas (troncos), e
vestígios são evidências de sua existência ou de suas atividades (pegadas). Os
fósseis são encontrados em rochas sedimentares.

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Nas imagens a seguir, você pode observar exemplos de fósseis de seres


vivos que viveram há muitos anos na Terra. O estudo dos registros fósseis é
fundamental para a compreensão da história da Terra e da vida. A ciência que
estuda os fósseis é a Paleontologia.

Observe abaixo fósseis de diversas espécies:

FIGURA 10. Concha fóssil de amonitas,


animais (parentes dos polvos e das
lulas atuais) que habitaram o nosso
planeta na Era Paleozóica.
Fonte: Shutterstock.

FIGURA 11. Peixe que viveu


na Terra na Era Mesozóica;
Fonte: Shutterstock.

FIGURA 12. Pegada de um


dinossauro, animal que viveu no
nosso planeta na Era Mesozóica.
Fonte: Steppinstars por Pixabay.

FIGURA 13. Os Archaeopteryx foram


animais que viveram no nosso
planeta na Era Mesozóica.
Fonte: Wikipedia.

Como esses fósseis ficaram presos nas rochas?


Já tinha pensado nisso?
Para ajudar a responder a essas questões, assista ao vídeo a seguir:

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A FORMAÇÃO DOS FÓSSEIS


Mais Geografia - CPRM
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=wHmy2vbgqqI&t=10s>.
Acesso em: 14 jun. 2022.

Ainda em grupos, discuta com seus colegas e responda:

a) Como um organismo pode se tornar um fóssil durante a formação de uma


rocha sedimentar ?

Resposta: Durante os processos de deposição e sedimentação, o corpo de


algum ser vivo pode ser recoberto por sedimentos que impedem a ação natural
de decompositores. Assim, esse corpo pode mineralizar, gerando um fóssil,
graças aos processos de formação da rocha sedimentar.

b) Qual é a importância de estudar os fósseis, e quais são as informações que


eles fornecem?

Resposta: Os fósseis são importantes, pois ajudam a decifrar o passado da Terra


e dos seres vivos. Por meio dos fósseis, é possível obter informações sobre a
geografia dos continentes no passado, a idade das rochas, as variações do nível
do mar, a formação de montanhas e as condições climáticas do passado. Eles
também fornecem informações sobre os seres vivos que habitaram o local em
uma determinada época, além de trazer informações sobre as transformações
ocorridas nos seres vivos ao longo dos anos.

Que tal organizar o que vimos?

O processo de fossilização dura milhares de anos, resultando na formação de


fósseis por meio da ação de vários agentes físicos, químicos e biológicos. Para
que ela ocorra (ou seja, o processo natural de decomposição e desaparecimento
do ser que morreu seja interrompido e haja preservação) são necessárias
algumas condições, como o rápido soterramento e a ausência de ação
bacteriana, que é a responsável pela decomposição dos tecidos. Com o tempo, a
camada de sedimento que se forma se solidifica e dá origem a um processo que
se denomina diagênese; esse processo consiste na cimentação na compactação
dos sedimentos, até eles se transformarem nas rochas sedimentares.

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FIGURA 14. Formação dos fósseis.


Fonte: Shutterstock.

O que aprendemos
O que você entendeu? A ideia da atividade é que você verifique o que aprendeu
até aqui. Responda – e, se necessário, volte algumas páginas do livro –,
identifique os assuntos citados e avalie o que aprendeu. Em caso de dúvidas,
solicite ajuda ao professor.

Assunto O que eu vi e o que eu lembro

Os fósseis são vestígios ou fragmentos de seres vivos


Definição de fóssil
que viveram em um passado bem distante.

Onde os fósseis se formam? Rochas sedimentares.

Enquanto as rochas sedimentares estão sendo


formadas, o corpo de um ser vivo pode ser soterrado,
Como ocorre a fossilização?
evitando a ação de decompositores. O corpo pode ser
mineralizado ou deixar seu registro impresso na rocha.

Aqui você poderá consultar as palavras que podem


ter gerado dúvidas durante as atividades. Caso não
encontre uma palavra no glossário, aproveite para
GLOSSÁRIO fazer uma pesquisa no dicionário ou para pedir ajuda.

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Intemperismo - Desintegração ou decomposição


das rochas devido à ação de agentes como a água e o
vento, que as enfraquecem e as fragmentam.
GLOSSÁRIO
Deposição - É o estágio em que as partículas erodidas
são depositadas na forma de camadas horizontais.

Sedimentação - À medida que os sedimentos


depositados acumulam-se, camada por camada,
pode ocorrer a transformação desses sedimentos em
rochas sedimentares.

Fusão - O processo de derretimento das rochas.

Metamorfismo - Processos de transformações


mineralógicas, texturais e estruturais de uma rocha
preexistente ou protólito sob a ação de variáveis
temperatura e/ou pressão.

Anotações

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SEQUÊNCIA 4.
Sistema Solar

HABILIDADES

(EF06CI14)
Inferir que as mudanças na sombra de uma vara (gnômon), ao longo do
dia em diferentes períodos do ano, são uma evidência dos movimentos de
rotação e translação do planeta Terra e da inclinação de seu eixo de rotação
em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol.

(EF08CI12)
Justificar, por meio da construção de modelos e da observação da Lua no
céu, a ocorrência das fases da Lua e dos eclipses, com base nas posições
relativas entre Sol, Terra e Lua.

(EF09CI14)
Descrever a composição e a estrutura do Sistema Solar (Sol, planetas
rochosos, planetas gigantes gasosos e corpos menores), assim como a
localização do Sistema Solar na nossa Galáxia (a Via Láctea) e dela no
Universo (apenas uma galáxia dentre bilhões).

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Composição, estrutura e localização do Sistema Solar no Universo;


• Movimentos da Terra: rotação e translação;
• Sistema Sol-Terra-Lua: fases da Lua e eclipses.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Reconhecer o movimento das sombras projetadas pelo Sol ao longo


do dia;
• Associar movimento aparente diurno do Sol ao movimento das sombras;
• Reconhecer que o movimento diurno aparente do Sol é causado pelo
movimento de rotação da Terra

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• Representar o movimento da sombra de um objeto projetada pelo Sol ao


longo de um dia e o movimento de rotação da Terra;
• Reconhecer o movimento de rotação da Terra como a causa dos fenômenos
do dia e da noite;
• Observar e reconhecer as mudanças de fase da Lua ao longo de um mês;
• Explicar as mudanças de fase da Lua com base na iluminação do Sol e do
movimento da Lua em torno da Terra, e esquematizar o modelo em
um diagrama;
• Explicar e esquematizar os fenômenos dos eclipses solares e lunares;
• Comparar algumas características dos astros do Sistema Solar (raio,
composição da atmosfera, estado físico, temperatura).

O que vamos aprender aqui


Professor(a), esta é mais uma Sequência de conhecimento sobre o nosso
lugar no mundo: a Terra. Vamos responder questões que habitavam as
cabeças dos cientistas de outras épocas e que até hoje incitam a curiosidade
de muitas pessoas. Vamos explorar o Sistema Solar e os fenômenos atribuídos
à sua formação e constituição. Fenômenos como eclipses, fases da lua,
estações do ano, poderão ser compreendidos pelo “recorte” que faremos do
Sistema Solar, analisando a relação entre o Sol, a Terra e a Lua. Mobilize os
estudantes com perguntas disparadoras sobre estes fenômenos, e convide-os
para mais uma viagem científica!

Você já pensou sobre de que são feitos os planetas do nosso Sistema Solar?
São todos iguais e habitáveis para os seres humanos? Por que quando é dia em
Salvador, é noite no Japão? Por que quando é verão no Rio de Janeiro é inverno
nos Estados Unidos da América? Por que a Lua tem fases? O que é um eclipse?
São tantas as perguntas! Nesta Sequência, você poderá responder a essas
perguntas junto com a sua turma.

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< < 84

Começo de conversa

ATIVIDADE 1: QUAL É O NOSSO LUGAR NO MUNDO?

Professor(a), uma problematização conduzirá os estudantes ao nosso tema de


interesse, que é o conhecimento da localização de nosso Sistema Solar na Via
Láctea. Se possível, leve um envelope e mostre aos estudantes os espaços para
os endereços do destinatário e do remetente. A problematização deve começar
com as perguntas indicadas no material.

Para começar nossa atividade, você deve responder a algumas perguntas sobre
a sua localização no mundo. Qual é o seu lugar no mundo? Onde você vive? Para
refletirmos sobre estas questões, faremos um exercício de pensamento.

Imagine que você precisa enviar uma carta para um amigo que mora bem
distante, e que a comunicação será em formato de carta. Você se lembra como
se preenche um envelope para uma carta tradicional? Que informação precisa
estar no envelope para que a carta (fig.1) chegue ao seu destino?

Se respondeu os endereços do seu amigo e o seu, acertou! Veja os campos e


os dados que precisam estar completos para que sua carta chegue às mãos
do amigo.

Destinatário: (pessoa que receberá)

-Nome completo
-Endereço (rua, número, bairro,
cidade e estado)
-Cep:

Remetente: (pessoa que escreve)

-Nome completo
-Endereço (rua, número, bairro,
cidade e estado)
-Cep:
FIGURA 1. Frente e verso
de uma carta.

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Professor(a), o próximo passo é incentivar os estudantes a irem além na


criatividade. Continue perguntando e dando um zoom na localização que foi
colocada no envelope; os estudantes devem imaginar um destino que está mais
distante do que se imagina. A ideia é que eles cheguem até a Via Láctea! Este é
um movimento muito interessante, pois aciona conhecimentos que eles sabem
ou já ouviram falar.

Imagine que a distância entre você e seu amigo é um pouco maior do que
pensávamos. Sua localização deve ir até a galáxia em que mora. Você se lembra?
Faça o exercício de preenchimento dos dados e, se sentir necessidade, peça ajuda.

REMETENTE:

• Nome: nome do estudante

• Rua: rua e complemento

• Bairro: nome do bairro onde mora

• Cidade: nome da cidade

• Estado: nome do estado

• País: Brasil

• Continente: América do Sul

• Planeta: Terra

• Sistema: Sistema Solar

• Galáxia: Via Láctea

Agora que você já sabe onde “mora”, vamos conhecer um pouco da história
de nossa morada.

Professor(a), vamos falar brevemente da evolução dos modelos do Universo


com a intenção de dar mais consistência aos conhecimentos mais atuais. É
sempre importante resgatar a história por trás de modelos considerados hoje
como aceitos pela ciência. Vamos apresentar, de forma breve, os modelos
geocêntrico e heliocêntrico.

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As informações que temos hoje sobre nosso Sistema Solar e sua localização são
fruto de muitas descobertas e de teorias atribuídas a alguns cientistas, como
Aristóteles, Aristarco de Samos, Ptolomeu, Copérnico, Galileu, dentre outros.
Vamos conhecer um pouco da história destes modelos?

Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) - Aristóteles nasceu


na cidade de Estagira, na Macedônia, em 384 a.C. Foi
um dos três grandes filósofos da Grécia Antiga, tendo
GLOSSÁRIO convivido e estudado com Platão. Sabe-se que, em
sua juventude, teve uma sólida formação em ciências,
o que influenciou bastante a sua produção filosófica.

Aristarco de Samos (310 a.C. - 230 a.C.) - Foi um


astrônomo e matemático grego, sendo o primeiro
cientista a propor que a Terra gira em torno do Sol
(sistema heliocêntrico) uma vez ao ano e em torno de
seu eixo uma vez ao dia.

Cláudio Ptolomeu (90 - 168) - Foi um cientista grego


que viveu em Alexandria, uma cidade do Egito. Ele é
reconhecido pelos seus trabalhos em Matemática,
Astronomia, Geografia e Cartografia. Realizou
também trabalhos importantes em óptica e teoria
musical. Defensor da teoria geocêntrica.

Nicolau Copérnico (1473 - 1543) - Foi um astrônomo


e matemático polonês que desenvolveu a teoria
heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cônego
da Igreja Católica, governador e administrador, jurista
e médico.

Galileu Galilei (1564 - 1642) - Foi um astrônomo,


físico e engenheiro florentino. Com frequência
é referenciado como "pai da astronomia
observacional", "pai da física moderna", "pai do
método científico" e "pai da ciência moderna".

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Modelo Geocêntrico

Na Antiguidade, filósofos gregos como Aristóteles (384 a.C.- 322a.C.) foram os


primeiros a elaborar modelos do universo. Em seu modelo geocêntrico (Figura
2), Aristóteles propôs que a Terra ocuparia o centro do Universo e estaria
imóvel. Alguns planetas conhecidos na época (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter
e Saturno), a Lua e o Sol ocupariam esferas concêntricas. Na última esfera, o
firmamento, estariam as estrelas fixas.

Vênus
Mercúrio

Sol

Terra
Lua

Marte

Júpiter

Saturno

FIGURA 2. Modelo geocêntrico


Fonte: Todo Estudo.

O astrônomo Cláudio Ptolomeu (cerca de 90 - 168) foi um defensor do modelo


geocêntrico, mas aperfeiçoou o modelo de Aristóteles, no qual os planetas
giravam em torno de um ponto, descrevendo uma circunferência chamada
epiciclo, além de a Terra não ocupar o centro da circunferência (Figura 3). As
hipóteses sugeridas pelo modelo de Ptolomeu sobreviveram por muitos séculos
até surgir um novo modelo: o modelo heliocêntrico.

Saturno

Terra
Lua

Mercúrio
Júpiter Vênus
Sol
Marte

Esfera des estrelas FIGURA 3. Epiciclo.


Fonte: Universo da Física.
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Modelo Heliocêntrico

Por muitos séculos, a ideia de que a Terra estava ocupando o centro do


Universo, permaneceu. Porém, em meados do séc.16, o polonês Nicolau
Copérnico (1473-1543), baseado nos estudos do grego Aristarco de Samos (310
a.C. - 230 a.C.), propôs o modelo heliocêntrico, no qual o Sol ocupa o centro do
sistema enquanto a Terra e os demais planetas giravam em órbitas circulares
em torno do Sol. O modelo de Copérnico ganhou contribuições valiosas de
outros cientistas como Galileu Galilei (1564-1642), que com engenhosidade
desenvolveu equipamentos que permitiram observações astronômicas,
evidenciando e dando suporte ao modelo heliocêntrico.

Em 1632, Galileu publicou a obra Diálogos sobre os dois máximos sistemas do


mundo, na qual comparava os dois modelos cosmológicos. Por causa disto, foi
condenado pela Igreja Católica à prisão domiciliar. Em 1980, o Papa João Paulo
II solicitou um reexame do processo contra Galileu, eliminando os últimos sinais
de resistência, por parte da Igreja Católica, ao modelo de Copérnico, e Galileu foi
perdoado em 31 de outubro de 1992.

Com base nas informações descritas sobre os modelos cosmológicos e nas


Figuras (2,3 e 4), preencha o Quadro.

Esfera das
estrelas fixas

Saturno
Vênus

Marte

Sol
Terra

Mercúrio Lua

Júpiter

FIGURA 4. Modelo heliocêntrico


Fonte:

Professor(a), a proposta é que os estudantes aprendam mais algumas


informações sobre o Heliocentrismo com um vídeo que associa a narração
com imagens:

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HELIOCENTRISMO
TV Escola
Duração: 04’19”
Disponível em: <https://youtu.be/ZzSEIdjwOE4>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Uma sugestão é pausar o vídeo em momentos estratégicos para sistematizar e


fazer conexões com o que os estudantes já sabem. Por isso, prepare-se, baixe o
vídeo antes, se for necessário, como alternativa, pesquise e apresente imagens
relevantes sobre os modelos.

A partir das informações compartilhadas no vídeo, oriente para que


preencham o Quadro.

Modelo Geocêntrico Modelo Heliocêntrico

Terra no centro do
Característica Sol no centro do universo
universo

Aristarco de Samos,
Cientistas defensores Aristóteles, Ptolomeu
Copérnico, Galileu

Sistema solar

Agora que você já viu que nosso planeta faz parte de um sistema no qual o Sol,
magnífica estrela, ocupa o centro (ou quase isso), vamos explorar nosso Sistema
e conhecer os planetas (Fig.5). Sua tarefa será conhecer através do infográfico
da Figura 6 os planetas e organizar no Quadro, com dados relacionados à
estrutura e ao valor do diâmetro dos 8 planetas do nosso Sistema Solar.

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Urano

Mercúrio Júpiter

Terra
Vênus

Sol
Saturno

Marte

Cinturão de Asteróides
Netuno

FIGURA 5. Sistema Solar.

Sistema Planetário
Localizado na Via Láctea
no Braço de Órion.
Formado por 8 planetas
e 3 planetas anões.
Plutão Eris
Mercúrio Vênus Diâmetro: Diâmetro:
Diâmetro: 2.300 km 2.400 km
Diâmetro:
12.103 km Temperatura Temperatura
4.880 km
Temperatura média: -230ºc média: -250ºc
Temperatura
máxima: 500ºc Gravidade
máxima: 427ºc
Temperatura 0,4m/s2
Temperatura Via Láctea
mínima: -180ºc mínima: 464ºc
Gravidade Gravidade Ceres
3.7m/s2 8.9m/s2 Diâmetro:
952 km
Temperatura
máxima: -34ºc
Temperatura
Gravidade
0.27m/s2
Júpiter
Diâmetro:
Terra Marte Saturno Urano Netuno
143.000 km
Diâmetro: Diâmetro: Temperatura Diâmetro: Diâmetro: Diâmetro:
12.700 km 6.795 km máxima: -75ºc 120.500 km 51.118 km 49.600 km
Temperatura Temperatura
Temperatura Temperatura Temperatura Temperatura
máxima: 60ºc máxima: -5ºc
mínima: -163ºc média: -125ºc média: -210ºc média: -220ºc
Temperatura Temperatura
Gravidade Gravidade Gravidade Gravidade
mínima: -83ºc mínima: -87ºc
Gravidade 23.1m/s2 9m/s2 8,7m/s2 11m/s2
Gravidade
9.8m/s2 3.7m/s2

Planetas internos Planetas Externos


Planetas Anões
Sólidos Gasosos

FIGURA 6. Planetas.
Fonte: Universo da Física.

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Planeta Constituição Diâmetro (km)

Mercúrio Sólido 4.880

Vênus Sólido 12.103

Terra Sólido 12.700

Marte Sólido 6.795

Júpiter Gasoso 143.000

Saturno Gasoso 120.500

Urano Gasoso 51.118

Netuno Gasoso 49.600

E Plutão, já ouviu falar dele? Ele faz parte do Sistema Solar, porém, por suas
características, foi “rebaixado” à condição de planetóide, em 2006. Após anos
de discussões da comunidade científica, a União Astronômica Internacional
(IAU) decidiu que o objeto espacial correspondia a um planeta-anão e que não
deveria ser mais classificado como o nono planeta do nosso Sistema Solar.

Nossa galáxia: A Via Láctea

Já sabemos que nosso planeta faz parte do Sistema Solar. Mas onde o Sistema
Solar se localiza nesta vastidão do Universo? É hora de conhecermos um pouco
a nossa galáxia: a Via Láctea!

Mas afinal, o que é uma galáxia? As galáxias são sistemas formados por
milhares a trilhões de estrelas, poeira, gases e matéria escura, e podem ter
formas diferentes. Existem bilhões de galáxias no Universo! Dá para imaginar?

Veja a Figura 7. Você já viu um céu assim, cuja iluminação é feita pelas milhares
de estrelas no céu? Esse caminho luminoso é chamado de Via Láctea, e mostra
parte de nossa galáxia, que recebe o mesmo nome.

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FIGURA 7. Via Láctea.


Fonte: Pixabay.

Qual é o formato de nossa galáxia? Estudar a estrutura da Via Láctea não


é tarefa fácil. São distâncias imensas! Como sair dela e fazer um registro
fotográfico de fora para dentro? Por isso, a ideia é estudar a galáxia de dentro
para fora com o auxílio de vários telescópios super avançados que nos
permitem a construção de um modelo da nossa Via Láctea. Com a ajuda da
tecnologia, sabemos mais um pouco sobre nossa galáxia, como sua forma.
Vamos conhecê-la um pouco mais? Observe as Figuras 8 e 9.

A Via Láctea é uma galáxia espiral barrada que possui um disco, um bojo e o halo.

O disco é uma região que define o modelo espiral. Nele estão contidos os
braços espirais. O Sol se encontra na borda interna de um pequeno braço, o
Braço do Órion.

O bojo (contém o núcleo) da galáxia é uma região densa de formato circular


com buracos negros e formação estelar.

Por fim, o halo é uma aglomeração de estrelas antigas em estrutura circular em


toda a galáxia.

Gás e poeira
Halo
Disco

Bojo

FIGURA 8
26 mil anos-luz Aglomerados globulares
Fonte: https://
conhecimentocientifico.
com/via-lactea/.

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Esticador de Horizontes

O LUGAR DO PLANETA TERRA NO UNIVERSO


UFRGS
Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/
endereco-cosmico.htm>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

ATIVIDADE 2: MOVIMENTOS DA TERRA

Professor(a), nesta atividade iremos estudar fenômenos associados ao sistema


composto pelo Sol, Terra e Lua. Faremos um “recorte” do Sistema Solar para
entendermos como acontecem os eclipses, as fases da Lua, o dia e a noite. Para
isso, vamos iniciar nossos estudos pelos movimentos da Terra e da Lua, que serão
a base conceitual para os fenômenos citados. A sugestão é iniciar a atividade
retomando e problematizando perguntas feitas no início da Sequência como: “O
que vocês sabem sobre o movimento da Terra? Por que quando é dia no Brasil,
é noite no Japão?”. Pergunte se eles já ouviram falar em eclipses e se conhecem
quais são as fases da Lua. Será que a nossa sombra ajuda a marcar o tempo?

Faça uma roda para que todos possam se enxergar e trocar uns com os outros.
Anote no Quadro as respostas que podem dar pistas ou ajudar na condução da
atividade e na retomada de conhecimentos prévios.

O dia e a noite

Prepare o despertador! Confira os horários dos principais eventos


dos Jogos de Tóquio! A sempre aguardada Cerimônia de Abertura
irá ocorrer às 8h da manhã no horário brasileiro (20h no horário
japonês). Já as finais dos principais eventos irão transcorrer em
sua maioria no final da noite e no início da manhã aqui no Brasil.
A exceção fica para os amantes de vôlei, já que para ver a final
olímpica das mulheres, o torcedor terá que ficar acordado de
madrugada, já que a partida ocorre a 1 e meia da manhã.

Fonte: Jornal O Dia. Disponível em: <https://odia.ig.com.br/esporte/2019/04/5634847-


prepare-o-despertador--confira-os-horarios-dos-principais-eventos-dos-jogos-de-toquio.
html>. Acesso em: 10 jun. 2022.

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Vocês devem lembrar que alguns eventos esportivos mudaram suas agendas
por conta da pandemia. As Olimpíadas de Verão 2020, realizadas no Japão, são
um exemplo, pois aconteceu em 2021. Retorne à notícia e leia atentamente.
O que te chama atenção? Será que a Figura 10 ajuda? Compartilhe suas
observações com o restante da turma.

Professor(a), os jogos aconteceram com uma diferença de 12h entre Brasil


e Japão. A utilização de um mapa pode ser uma boa estratégia para mostrar
aos estudantes a posição dos dois países no planeta Terra, evidenciando que
quando é dia no Brasil, é noite no Japão.

Dia

Noite

FIGURA 9

Para entendermos fenômenos naturais como dia e noite, vamos estudar os


movimentos realizados pela Terra: rotação e translação.

Para este estudo, assista ao vídeo:

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MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO E TRANSLAÇÃO


IFRO - Campus Porto Velho
Animação de como ocorrem os dois principais
movimentos da Terra: rotação e translação.
Duração: 01’23”
Disponível em: <https://youtu.be/CiOezkc0_nA>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Que tal organizar o que vimos?

Reveja o vídeo, pausando, e responda às seguintes questões:

a) Quais são os movimentos que nosso planeta executa?

Resposta: Rotação e translação.

b) Quais são as características do movimento de ROTAÇÃO?

Resposta: • A Terra gira em torno de um eixo imaginário que passa pelos


pólos, no sentido anti-horário;
• O período de rotação, ou seja, o tempo que leva para uma
volta completa em torno do seu eixo é de 24h = 1 dia;
• O movimento de rotação é responsável pela alternância entre
o dia (parte iluminada) e noite (não recebe a luz do Sol).

Professor(a), você pode aproveitar esta pergunta para retornar à reportagem e


justificar a diferença de hora entre o Brasil e o Japão, usando a Figura 4.

c) Quais são as características do movimento de TRANSLAÇÃO?

Resposta: • Neste movimento, a Terra gira em torno do Sol;


• Seu período, ou seja, o tempo que ela leva para dar uma volta
completa, é de 365 dias, aproximadamente;

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• As estações do ano são decorrentes de dois fatores: do


movimento de translação e da inclinação da Terra em torno de
seu eixo.

Professor(a), as estações do ano podem ser apresentadas sem aprofundamento,


porque serão trabalhadas com mais profundidade em outra Sequência.

Mão na massa

Professor(a), esta atividade poderá ser realizada em grupos, de forma individual


ou com a demonstração de professores. O material base utilizado na atividade
pode ser providenciado pela escola e o material que servirá de base para os
círculos pode ser solicitado aos estudantes.

O vídeo de suporte para a atividade:

TUTORIAL ATIVIDADE: MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO E


TRANSLAÇÃO
Canal Abelhas
Duração: 08’47”
Disponível em: <https://youtu.be/_nWNsZ2ASW0>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Vamos reproduzir os movimentos de rotação e translação da Terra, construindo


um modelo indicado no vídeo. É um modelo simples que não considera a
inclinação da Terra. No entanto, será adequado para analisar alguns fenômenos
ligados ao sistema Sol-Terra-Lua.

Material necessário para a atividade:

• Cartolina branca;
• Tiras de papelão;
• Tesoura com ponta e sem ponta;

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• Lápis de cor;
• Cola branca (líquida ou bastão);
• Prendedor de papel, tipo bailarina.

Desenvolvimento da atividade:

Este modelo irá contribuir para entendermos alguns fenômenos como o dia e a
noite, os eclipses, além dos movimentos de rotação e translação da Terra e da
Lua. Faremos uso dele ao longo das atividades. Cuide bem do seu modelo!

Para começar a utilizar seu modelo do sistema Sol-Terra-Lua, “brinque” com


ele realizando os movimentos de rotação (em torno do seu próprio eixo) e
de translação (da Terra em torno do Sol). Investigue o porquê da diferença
de 12h no horário de abertura das Olimpíadas, citado no início da atividade.
Compartilhe com seus colegas e professores.

Professor(a), para facilitar o entendimento, oriente que os estudantes marquem


dois pontos diametralmente opostos, passando pelo centro do círculo. A
expectativa de resposta é que o aluno perceba que, devido ao movimento de
rotação da Terra, quando um ponto “recebe” a luz do Sol é dia, enquanto no
oposto, é noite. Evidencie que meia volta da Terra corresponde ao período de
12h, daí a diferença.

Um pouco mais sobre os movimentos da Terra

Observe as imagens da Figura 10. O que elas representam? Você reconhece todas?

Professor(a), os estudantes não precisam conhecer todos os instrumentos que


medem o tempo, por isso você deve apresentar cada um deles: cronômetro,
ampulheta, relógio de pêndulo, relógio digital e o gnômon (que com escala
chama-se relógio de sol).

FIGURA 10

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A tentativa de medir o tempo é antiga, por necessidades diversas.

Você sabia que na Antiguidade os homens marcavam o tempo observando a


própria sombra? Os humanos primitivos sempre estiveram em busca de sua
sobrevivência, o que incluía conseguir alimentos e abrigos seguros para se
protegerem do frio e de animais perigosos, principalmente durante a noite. Nesta
tentativa de sobreviver, como saber o momento certo de plantar, caçar e voltar
em segurança? A claridade do dia é uma aliada até hoje, não é mesmo? E a luz do
Sol produz a sombra de tudo! Os antigos observaram que à medida que o “dia
passa”, a sombra muda de tamanho. Esta observação deu o surgimento de um
dos instrumentos mais antigos da Astronomia: o gnômon vertical.

Pôr do sol Nascer do sol

Meio-dia

Sombra no Sombra no
nascer do sol pôr do sol

Sombra no Sombra no
período da manhã Sombra ao período da tarde
meio-dia

FIGURA 11. Gnômon vertical


Fonte: Trezetilias.

Observe as projeções das sombras em função da posição do Sol que nasce


no leste e se põe no oeste. Pela Figura, em função do tamanho da sombra, é
possível perceber os períodos do dia, o que evidencia o movimento de rotação
da Terra em torno de seu eixo e o período do dia e da noite. Que tal construir
um relógio de Sol? No Esticador de Horizontes, você encontra sugestões para
a construção de um relógio de Sol. Proponha aos seus colegas e professor e
coloque a mão na massa!

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Professor(a), vale destacar que o movimento do Sol é aparente. Os movimentos


são da Terra (rotação e translação).

Esticador de Horizontes

Professor(a), o experimento para construção de um


relógio de Sol fica como uma sugestão caso tenha tempo
para reproduzi-lo.

COMO CONSTRUIR UM RELÓGIO DE SOL


COM OS ALUNOS
Nova Escola
Disponível em: <https://
novaescola.org.br/conteudo/3510/
como-construir-um-relogio-de-sol-com-os-alunos>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

ATIVIDADE 3: FENÔMENOS TERRA-SOL-LUA

FIGURA 12. Fases da Lua


Fonte: David Warrington sob licença CC Atribuição 2.0 Genérica (CC BY 2.0)

A Lua, nosso satélite natural, sempre foi fonte de inspiração para poetas,
compositores, escritores de romances e terror também! Quem não conhece a
lenda do lobisomem, uma criatura folclórica, em que um homem se transforma

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em lobo em noites de lua cheia? Mas vamos falar de ciência! Na Figura 12,
podemos observar 4 fases da Lua.

Mão na massa

Vamos conhecer melhor o nosso único satélite natural. Para iniciar, responda às
seguintes questões:

Professor(a), estimule os estudantes a realizarem uma pesquisa sobre o satélite.


Se houver condições de fazer a pesquisa usando a internet da escola, é uma boa
estratégia; caso contrário, pesquise e selecione alguns livros que possam servir
de consulta. Dê preferência para o trabalho de reflexão em grupos.

a) A Lua tem luz própria?

Resposta: Não.

b) Como conseguimos vê-la?

Resposta: É iluminada pela luz do Sol, que é refletida e atinge observadores


na Terra.

c) Qual a distância média entre a Lua e a Terra?

Resposta: 384.400 km. Cabem 30 Terras alinhadas.

d) Qual a estrutura e composição da Lua?

Resposta: A Lua é formada por núcleo, crosta e manto. O núcleo é sólido e rico
em ferro. Seu raio é de aproximadamente 240 km.

e) Quais são as fases da Lua comumente conhecidas?

Resposta: Lua nova, Lua crescente, Lua cheia e Lua minguante.

f) Quais são os principais movimentos que a Lua realiza e quais seus períodos?

Resposta: • Rotação - movimento realizado em torno de seu próprio eixo,


com período de aproximadamente 28 dias.

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• Revolução - movimento em torno da Terra, com período de


aproximadamente 28 dias.
• Translação - movimento realizado pela Terra em torno do Sol,
com período de aproximadamente 365 dias.

Por que a Lua muda de fase (que é a aparência da Lua vista por um observador
da Terra)? A resposta a esta pergunta está relacionada ao movimento da Lua
em torno da Terra, além da reflexão da luz do Sol que atinge o observador na
Terra, como na Figura 13. Ou seja, a “luz” da Lua é o reflexo da luz do Sol em
sua superfície. Não esqueça que qualquer análise toma como referência um
observador na Terra!

Quarto
minguante

Sol
Lua
cheia

Lua
nova

Quarto
crescente

FIGURA 13

FASES DA LUA
TV Escola
Animação sobre as fases da Lua.
Duração: 04’18”
Disponível em: <https://youtu.be/31GIiHxtfvg>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

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Para entendermos o porquê das mudanças de fase da Lua e como a vimos em


sua aparência aqui da Terra, assista ao vídeo.

O vídeo complementa sua pesquisa anterior sobre nosso satélite natural.

Você já ouviu falar que só vemos uma face da Lua? Este evento é explorado em
filmes de ficção, como foi na trilogia Transformers (Transformers: o lado oculto da
Lua). De fato, só vemos uma face da Lua, e a explicação está na sincronização
do movimento de rotação do satélite em torno de seu eixo com o movimento
de translação em torno da Terra. Isso quer dizer que, enquanto completa uma
volta em torno da Terra (translação), a Lua também completa uma volta em
torno de si mesma (rotação). Isso faz com que ela tenha sempre a mesma face
voltada para a Terra.

Você pode demonstrar este evento usando seu modelo construído do sistema
Sol-Terra-Lua.

Marque um ponto no disco (pequena linha vermelha, na Figura 13) que


representa a Lua e tente realizar, simultaneamente, os movimentos de rotação e
translação da Lua. Compartilhe com seus colegas e professor sua observação.

Professor(a), a expectativa é que seja retomado o modelo criador do sistema


Sol-Terra-Lua e que seja incluído um ponto vermelho que esteja sempre voltado
para a Terra em qualquer momento dos movimentos.

Esticador de Horizontes

LADO OCULTO DA LUA


UFMG
Disponível em: <https://www.ufmg.br/
espacodoconhecimento/o-lado-oculto-da-lua/>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

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< < 103

Que tal organizar o que vimos?

Se achar necessário, consulte a sua pesquisa inicial e reveja o vídeo.

a) Quantos movimentos a Lua realiza e quais são?

Resposta: São 3 - rotação (em torno de seu próprio eixo), translação (em torno
do Sol junto com a Terra) e revolução (em torno da Terra).

b) Qual o tempo (período T) que a Lua demora para dar uma volta em seu
próprio eixo?

Resposta: T = 28 dias.

c) Qual o tempo (período T) que a Lua demora para dar uma volta em torno
da Terra?

Resposta: 28 dias.

d) Qual o tempo médio de duração de cada fase da Lua?

Resposta: 7 dias, aproximadamente.

e) Quais as características básicas de cada fase da Lua?

Resposta: • Lua nova


Nesta fase, a Lua está posicionada entre o Sol e a Terra. Como
está na mesma direção do Sol, a face da Lua voltada para a
Terra não está iluminada e por isso, no ápice, é impossível
vê-la. Com o passar dos dias, a Lua vai se tornando mais visível
até entrar na fase seguinte.

• Lua quarto crescente


É a fase em que a Lua forma um ângulo de 90° com a Terra e
em que podemos enxergar ¼ de sua superfície. O formato da
Lua é em semicírculo.

• Lua cheia
A Lua cheia acontece quando a Terra está entre a Lua e o Sol.
Como nesse período os raios de Sol chegam à totalidade da
face que podemos enxergar, a Lua está totalmente iluminada
e a enxergamos brilhante!

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< < 104

• Lua quarto minguante


Nesta fase, a Lua volta ao formato de semicírculo, porém, do
lado oposto à Lua crescente. Neste estágio, é possível ver ¼ do
satélite, pois está novamente posicionado a 90° da Terra.

Eclipse: solar e lunar

Professor(a), inicie este assunto com perguntas do tipo: “Você sabe o que é um
eclipse? Já ouviu falar ou já viu o fenômeno?”. Diga que é um espetáculo que nós,
habitantes da Terra, temos o privilégio de observar em tempos; que o eclipse é
mais um fenômeno relacionado aos movimentos da Terra e da Lua estudados no
início da atividade. Sugiro que mobilize a turma com a notícia abaixo:

FIGURA 14
Fonte: G1.

Como a reportagem da Figura 14 anuncia, um eclipse é realmente fascinante!

Com certeza você já ouviu falar de um eclipse. Se não ouviu, não se preocupe.
Vamos iniciar nosso estudo deste fenômeno belíssimo que em tempos
acontece. Primeiro vamos conhecer a definição de um eclipse de uma maneira
bem simples: um eclipse, segundo astrônomos, é normalmente definido como
o fenômeno em que um astro deixa de ser visível total ou parcialmente
durante um intervalo de tempo por conta da presença de outro astro entre ele
e o seu observador ou pela projeção de uma sombra em um corpo celeste que
não possui luz própria, como a nossa Lua.

Tomando a Terra como o referencial de observação, podemos perceber dois


tipos de eclipses: o eclipse solar e o eclipse lunar.

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Eclipse solar

Professor(a), chame atenção para o posicionamento do Sol, Terra e Lua no


eclipse solar!

Observe a representação de um eclipse solar e a posição do Sol, da Terra e da


Lua. Repare que a Lua se encontra entre a Terra e o Sol.

Eclipse Solar

TERRA

LUA

UMBRA
PENUMBRA
ECLIPSE PARCIAL
ECLIPSE TOTAL

Sol
FIGURA 15. Eclipse solar
Fonte: Shutterstock

FIGURA 16. Eclipse total do sol


Fonte: Pete Linforth sob licença Pixabay.

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< < 106

A Figura 15 representa como a sombra da Lua está projetada na Terra. Os


habitantes desta região de sombra conseguiriam ver um espetáculo que é o
eclipse total do astro rei (Figura 16).

Professor(a), estimule os estudantes a observarem as Figuras (além de


manipular o modelo construído) e perceberem que a face iluminada da Lua não
é a voltada para a Terra e, portanto, é a fase da Lua nova.

Você saberia dizer qual a fase da Lua em um eclipse solar? Utilize o modelo que
construiu na atividade Mão na Massa para reproduzir um eclipse solar.

• E então? No eclipse solar, qual é a fase da Lua? Lua nova.

Compartilhe com seus colegas e professor.

Eclipse lunar

Agora é a vez de conhecermos o eclipse lunar! O eclipse lunar ocorre quando a


sombra da Terra é projetada sobre a Lua. Observe a Figura 17. Como a Lua não
possui luz própria, ao entrar no cone de sombra da Terra, torna-se invisível ou
parcialmente visível, dependendo de como o fenômeno ocorre.

Eclipse Lunar

TERRA

LUA

UMBRA
PENUMBRA

Sol

FIGURA 17. Eclipse lunar


Fonte: Shutterstock.
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< < 107

Professor(a), da mesma forma, estimule os estudantes no uso do modelo


construído que, junto à análise das Figuras, irá facilitar a encontrar a resposta
da próxima questão que se relaciona à fase da Lua em um eclipse lunar.

Você saberia dizer em que fase a Lua se encontra no eclipse lunar? Quer uma dica?

• No eclipse lunar, qual a fase da Lua? Lua cheia.

Para finalizar nossos estudos sobre os eclipses, que tal “ver” um eclipse através
de uma animação?

Assista ao vídeo a seguir e curta estes fenômenos que o Universo


nos proporciona!

O QUE É UM ECLIPSE? ECLIPSE SOLAR VS ECLIPSE LUNAR


Canal Socrática
Animação sobre as fases da Lua.
Duração: 10’31”
Disponível em: <https://youtu.be/65CyoCYkyeo>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

O que aprendemos
Gostou desta viagem pelo nosso Sistema Solar? Então vamos testar nossos
conhecimentos com a cruzadinha proposta.

1. Neste modelo, o Sol está no centro do Universo: Heliocêntrico

2. Neste modelo, a Terra está no centro do Universo: Geocêntrico

3. Quantos são os planetas do nosso Sistema Solar? Oito

4. Sou o menor planeta do Sistema Solar: Mercúrio

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5. Qual o nome de nossa galáxia? Via Láctea

6. Neste movimento, nosso planeta gira em torno de seu eixo: Rotação

7. Neste movimento, a Terra leva 1 ano para dar uma volta em torno do Sol:
Translação

8. Instrumento da Antiguidade cuja sombra “marcava” o tempo: Gnômon

9. Qual o nosso satélite natural? Lua

10. Neste eclipse, a Lua está entre o Sol e a Terra: Eclipse solar

11. Qual a fase da lua no eclipse lunar? Lua cheia

2 10
G 5 V I A L Á C T E A

E C
9
3 O I T O L L
4
C 11 L U A C H E I A M

Ê A P E

N S R

6 R O T A Ç Ã O E C

R S Ú

1 H E L I O C Ê N T R I C O R

C L I

8 G N Ô M O N 7 T R A N S L A Ç Ã O

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Esticador de Horizontes

UNIVERSO EM PERSPECTIVA
Omni Maker
Duração: 03’42”
Disponível em: <https://youtu.be/j1crDQQ7b5w>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

VIAJANDO PELO SISTEMA SOLAR


Canal Você Sabia?
Conhecendo todos os planetas do Sistema Solar.
Duração: 14’45”
Disponível em: <https://youtu.be/zLFvrurSef8>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Anotações

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< < 110

SEQUÊNCIA 5.
Atmosfera, tempo e
fatores climáticos

HABILIDADES

(EF07CI12)
Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição,
e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa
composição.

(EF07CI13)
Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental
para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas
responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis,
desmatamento, queimadas etc.) e selecionar propostas para a reversão ou
controle desse quadro.

(EF08CI13)
Representar os movimentos de rotação e translação da Terra e analisar o
papel da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita na
ocorrência das estações do ano, com a utilização de modelos tridimensionais.

(EF08CI14)
Relacionar climas regionais aos padrões de circulação atmosférica e oceânica
e ao aquecimento desigual causado pela forma e pelos movimentos da Terra.

(EF08CI15)
Identificar as principais variáveis envolvidas na previsão do tempo e como
elas são medidas.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Composição do ar;
• Efeito estufa;

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• Camada de ozônio;
• Sistema Terra-Sol: estações do ano;
• Tempo emeteorologia;
• Clima.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Reconhecer que o ar atmosférico é uma mistura de gases, com destaque


para o nitrogênio, oxigênio e gás carbônico;
• Identificar os principais gases estufa e comparar suas porcentagens
na atmosfera;
• Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, reconhecendo como
esse fenômeno mantém a temperatura no planeta adequada à
manutenção da vida;
• Reconhecer a importância da camada de ozônio para a proteção contra os
raios ultravioletas do Sol (ODS 3);
• Relacionar a orientação praticamente constante do eixo de rotação da Terra
durante o movimento de translação à ocorrência das estações do ano;
• Reconhecer as variáveis que interferem na previsão do tempo:
temperatura, umidade, pressão, vento, precipitação;
• Diferenciar tempo e clima.

O que vamos aprender aqui


Nesta Sequência de Atividades, você aprenderá sobre a atmosfera, a camada de
ar que envolve o planeta Terra, e compreenderá a composição e a importância
desta camada para a vida no planeta. Aprenderá também sobre a importância
da previsão do tempo e a variedade climática do Brasil.

Começo de conversa

O ar atmosférico

Você já parou para pensar sobre o ar que respiramos? Você consegue ver o ar?
Do que ele é feito? Como um avião de papel voa?

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Já aconteceu de você sair de manhã com dois casacos, com guarda-chuva e


voltar com sol e muito calor? Por que isso acontece?

Todas essas perguntas estão relacionadas, de alguma forma, com a atmosfera


da Terra que estudaremos durante este encontro.

Vamos lá!

ATIVIDADE 1 - O QUE FAZ UM AVIÃO DE PAPEL


VOAR E PARAR?

Professor(a), a atividade aborda a influência do ar atmosférico no voo do avião


de papel. O momento tem como objetivo instigar e envolver o estudante no
tema. Comece a atividade perguntando se já brincaram de lançar avião de
papel, se sabem fazer o avião, que fatores ajudam e os que atrapalham na
confecção dos aviões de papel. Peça que cada um faça suas anotações.

Etapa 1 - Faça as perguntas iniciais:

• Vocês já brincaram de lançar avião de papel?


• Sabem fazer algum modelo?
• Quais fatores ajudam na confecção dos aviões de papel?

Etapa 2 - Projete o vídeo do voo de 69 m de distância e questione sobre o tema:

• O que faz o avião voar?


• O que faz o avião parar?
• A forma que ele é montado faz diferença no desempenho?

Brincar com avião de papel é diversão garantida entre crianças e adultos. Uma
brincadeira tão legal, que já tem até competição. Em 2012, Joe Ayoob e John
Collins entraram para o recorde do Guinness World porque seu avião de papel
voou a distância de 69,14 metros. E você, sabe montar um avião de papel?

Professor(a), verifique o que os estudantes sabem sobre o assunto e estimule


a curiosidade deles. A ideia é que eles possam perceber a influência do ar
atmosférico, associar a forma do avião de papel com a forma de um avião de
verdade e lembrar que que os pássaros também voam. Solicite que registrem o
que sabem sobre o assunto, respondendo às três questões propostas.

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Acesse o vídeo para observar o voo do avião de papel e a comemoração


dos envolvidos.

RECORDE MUNDIAL DE VÔO DE AVIÃO DE PAPEL


Duração: 00’58”
Disponível em: <https://youtu.be/wedcZp07raE>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Professor(a), entregue a folha de papel para que os estudantes possam montar


o seu avião. Projete o vídeo pausadamente para que consigam acompanhar a
montagem. Se possível, leve-os para o pátio para lançar seus aviões. Pode ser
feita uma competição de quem lança mais longe. Faça o planejamento da sua
aula e cuide com o tempo destinado a cada etapa.

Que interessante a enorme distância percorrida pelo avião de papel!

Na sua opinião, o que faz o avião voar e parar?

Você acha que a forma que o avião é montado faz diferença no desempenho?

Agora é a sua vez de montar um avião de papel!

Com a ajuda do pessoal do Manual do Mundo, pegue sua folha de papel e siga as
instruções. Assim que estiver pronto, verifique a distância que seu avião atinge.

COMO FAZER AVIÃO DE PAPEL


Duração: 04’12”
Disponível em: <https://youtu.be/AaVEmPekrZQ>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

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Professor(a), finalize a atividade com uma roda de conversa ampliando a


discussão sobre como as forças atuam no avião de papel. É importante que
eles percebam que é o ar atmosférico que sustenta o avião de papel (elevação
aerodinâmica) e também o que provoca sua parada (arrasto). Levante o
questionamento de como é possível provar a existência do ar atmosférico.

Vários são os fatores que interferem no desempenho do avião de papel, mas


em geral existem quatro forças aerodinâmicas que atuam na aeronave de papel
durante o seu vôo:

• Impulso, que mantém o avião em movimento;


• Elevação aerodinâmica, que acontece quando o avião se desloca pelo ar
(o perfil do avião pode ampliar o tempo de voo);
• Gravidade , que neutraliza a elevação e puxa o avião para baixo; e
• Arrasto de ar, que neutraliza o empuxo e reduz a velocidade de avanço
do avião.

Agora, vale a pena treinar para manter seu avião mais tempo no ar!

O ar, o ar atmosférico, sabemos que ele está lá, mas como podemos comprovar
que ele existe?

Como sabemos que o ar existe?

Professor, organize o material previamente e faça o experimento junto com a


turma. Antes de desenvolver o experimento, explique aos estudantes o que será
feito. Abaixo, você encontra um vídeo do experimento para servir de apoio, se
houver necessidade.

A ÁGUA QUE NÃO MOLHA O PAPEL


Duração: 01’49’’
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=4HXyFfkqVkM>.
Acesso em: 07 jul. 2022.

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Para provar que o ar existe, você vai participar de um experimento. Observe o


desenvolvimento do experimento. O que você acha que acontecerá?

Material necessário para a atividade:

• Bacia com água


• Copo rígido (de preferência transparente)
• Bola de papel feita com uma folha amassada

Desenvolvimento da atividade:

1. Coloque a bola de papel dentro do copo. Preste atenção para que o papel
fique bem preso ao fundo do copo.

2. Mergulhe o copo totalmente na vertical dentro da bacia, com a “boca” do


copo para baixo, sem incliná-lo.

3. Observe o que ocorre.

4. Faça seu registro: O que o experimento demonstra?

Resposta: Resposta pessoal

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Ampliando seus conhecimentos sobre


o ar atmosférico

Professor, projete a imagem e retome o que foi visto. Chamando a atenção


para o ar atmosférico, questione sobre o que é, o que o compõe e onde está
localizado. Verifique o que já sabem sobre a atmosfera.

O ar que permite o avião voar, que impede de molhar o papel na experiência do


copo e o que respiramos é o mesmo, e é chamado de ar atmosférico.

• O que é o ar atmosférico?
• Onde ele está?
• Qual é a sua composição?

O ar atmosférico é uma mistura de gases que forma uma camada de ar


chamada de atmosfera (do grego atmós, que quer dizer gás, e sphaîra, que quer
dizer esfera), sendo transparente, sem cheiro e sem gosto. Observe a Figura 1.

FIGURA 1. Atmosfera da Terra


Fonte: Shutterstock.

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A composição é dada principalmente de gás nitrogênio (78%), de gás


oxigênio (21%), de gás carbônico e de vapor d’água. O gás nitrogênio e o
gás oxigênio encontram-se em maior proporção, no entanto, outros gases
também são extremamente importantes para a manutenção da vida no
planeta – como, por exemplo,o gás carbônico, utilizado pelos seres que
realizam a fotossíntese.

Será que essa atmosfera é toda igual em toda sua extensão?

Vocês já ouviram falar das camadas da atmosfera?

Professor(a), projete a imagem da Figura 02. Retome com a turma o conceito


de atmosfera e sua composição. Chame a atenção para as diferentes camadas
que compõem a atmosfera, e questione possíveis causas para essa formação
de camadas.

Observe a foto do espetacular pôr do sol no Oceano Índico. Ela foi tirada por
astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). A imagem apresenta
uma visão de borda da atmosfera da Terra vista da órbita. Acima da superfície
escura da Terra, uma brilhante sequência de cores denota aproximadamente
as várias camadas da atmosfera. A seguir, o desenho esquemático apresenta a
formação das cinco camadas da atmosfera (Figura 2).

FIGURA 2. As camadas
da atmosfera.
Fonte: Shutterstock.

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Exosfera

Termosfera

Mesosfera

Estratosfera

Troposfera
Terra

FIGURA 3. As camadas da Atmosfera


Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-dinamica-atmosfera.htm.

a) O que caracteriza cada camada?

Resposta: Resposta pessoal

b) O que está presente em cada camada?

Resposta: Resposta pessoal

Para responder essas questões, vamos viajar pela atmosfera através de um jogo
que nos levará a percorrer cada camada da atmosfera.

Vamos lá!

CAMADAS ATMOSFÉRICAS
Disponível em: <https://apps.univesp.br/
camadas-atmosfericas/>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

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< < 119

Professor(a), o simulador das camadas da atmosfera é bem simples e consiste


na viagem do astronauta pelas camadas. Ao passar por cada uma, são
disponibilizadas informações como temperatura, características específicas,
distância da superfície, entre outras.

Converse com os estudantes sobre as camadas atmosféricas. Se a escola tiver


sala de informática com computadores, será uma ótima oportunidade para
que os estudantes possam utilizar o simulador em grupos. Uma observação: a
medida da espessura aproximada foi obtida pela diferença entre a distância da
superfície terrestre máxima e a mínima de cada camada.

Solicite que os estudantes preencham o Quadro sobre as camadas atmosféricas


durante o uso do simulador com as informações para completar o Quadro. Não
é necessário copiar todas as características, somente as principais.

Conforme for passando pelas camadas atmosféricas, complete o Quadro a


seguir com as informações que conseguir descobrir:

Média de Espessura
Camadas Características
temperatura aproximada

Contém 80% da massa da


atmosfera e por isso ocorrem
a maioria dos fenômenos
Troposfera 16°C até - 55°C 11 Km meteorológicos. As nuvens, os
aviões e até os picos mais altos
das cordilheiras não ultrapassam
os limites desta camada.

Contém a maioria do ozônio


e vapor d'água; ausência de
Estratosfera -50°C até 0°C 40 Km nuvens e precipitações. Aqui
também são encontrados
balões científicos.

Os meteoros explodem ao
encontrarem o atrito dessa
Mesosfera 0°C até - 100°C 35 Km camada.

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Média de Espessura
Camadas Características
temperatura aproximada

A temperatura varia muito em


função da atividade solar. As
moléculas de gases são muito
Ionosfera -90°C até 1500°C 30 Km mais raras. Encontram-se na
ionosfera os satélites, as ondas
de rádio e o fenômeno das
auroras boreais.

QUADRO 1. Características das camadas atmosféricas.

Que tal organizar o que vimos?

As camadas da atmosfera existem com o objetivo de proteger o planeta Terra. A


Terra é envolvida por ar que atua de acordo com as diferentes pressões que se
relacionam com altas ou baixas densidades.

São cinco camadas da atmosfera no total, e cada uma carrega uma característica
e importância diferentes. Elas estão divididas em: troposfera, estratosfera,
mesosfera, termosfera e exosfera.

• Troposfera: está em contato com a litosfera e é onde acontecem


todos os fenômenos meteorológicos. Há a maior concentração dos
gases da atmosfera.

• Estratosfera: onde encontramos a camada de ozônio. Esta camada é


importante, pois filtra grande parte das radiações ultravioletas.

• Mesosfera: onde os meteoros chegam e são fragmentados, podendo


ser considerada a camada de maior proteção da terra.

• Termosfera: camada em que as ondas de rádio e TV se propagam. É


nesta camada que os satélites artificiais estão orbitando. É a camada
mais quente. Vale a pena ressaltar que a ionosfera é considerada uma
região presente na termosfera que sofre ionização da radiação solar.

• Exosfera: limite superior da atmosfera, que apresenta poucos gases.

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< < 121

Após esse passeio com muitas informações sobre as camadas da atmosfera,


responda algumas questões:

1. Qual é a camada da atmosfera terrestre que contém a camada de ozônio?

Troposfera
Exosfera
Mesosfera
Estratosfera

2. O que ocorre com a temperatura quando sobe na troposfera?

Diminui com a altitude


Permanece constante
Aumenta com a altitude
Oscila muito em função da altitude

3. Esta camada da atmosfera da Terra é a sede dos movimentos convectivos


responsáveis pelos diversos fenômenos meteorológicos característicos do
clima terrestre. Trata-se da:

Mesosfera
Estratosfera
Ionosfera
Troposfera

4. O constituinte principal da atmosfera é:

Oxigênio
Nitrogênio
Dióxido de carbono
Vapor d’água

5. A característica mais importante desta camada da atmosfera terrestre é


a presença de muitas partículas com cargas elétricas livres (ions). Nela
ocorrem também as auroras. Esta camada é a:

Troposfera
Estratosfera
Ionosfera
Mesosfera

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Balão científico é um veículo espacial suborbital


construído de um filme plástico inflado com gás
hidrogênio ou hélio, capaz de levar experimentos
GLOSSÁRIO
científicos.

A aurora boreal é um fenômeno natural de cunho


óptico proporcionado pela interação dos elétrons
de ventos solares com os gases presentes em
nossa atmosfera.

A altitude e a quantidade de gás oxigênio no ar

Professor(a), verifique se os estudantes entendem o que é altitude. Cite exemplos


de lugares de alta e de baixa altitudes. Após breve discussão, faça a leitura
conjunta das notícias e pergunte qual a opinião dos estudantes sobre elas.

Por acaso você já viu em filmes ou em algum outro lugar que os alpinistas
precisam de equipamentos para respirar em grandes altitudes? Por que será
que na praia não precisamos de materiais especiais para ajudar a respirar e nas
montanhas precisamos?

Observe as manchetes das notícias. Tanto em 2010, quanto em 2022, a altitude


aparece como obstáculo para os jogadores brasileiros.

Altitude pode influenciar jogos da Copa;


Com estádio acima de 1 700 metros, jogos na África do Sul sofrem influência de fatores como aceleração
dos batimentos cardíacos, falta de ar e vigor reduzido dos jogadores

06/2010

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Tite afirma que Brasil será menos


vertical contra a Bolívia por causa
da altitude: “É desumano”
03/2022 globo.com

Professor(a), organize a turma em grupos para analisar o Quadro de resultados


de times brasileiros contra os bolivianos. Se houver necessidade, cite que todos
os lugares identificados no Quadro são de alta altitude e ficam na Bolívia. Para
ajudar na comparação, informe que a altitude no Rio de Janeiro, por exemplo, é
de 2 m e que, ao nível do mar, a altitude é considerada zero.

Para verificar se realmente é mais difícil jogar em lugares de alta altitude,


analise o Quadro abaixo com os resultados dos times brasileiros obtidos
em jogos pela Taça Libertadores contra times bolivianos até o ano de 2009.
Atenção: todos esses jogos foram realizados na Bolívia.

Cidade Altitude Jogos Vitórias Empates Derrotas

Santa Cruz
439 4 3 1 0
de la Sierra

Cochabamba 2.560 6 4 1 1

Sucre 2.800 1 1 0 0

La Paz 3.640 17 5 5 7

Oruro 3.700 2 2 0 0

Potosí 3.967 4 1 1 2

Totais - 34 16 8 10

QUADRO 2. Resultados obtidos pelos times brasileiros


Fonte: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/
BVcRDUTBcAt7kQE2CMgdab7yxgh4CcvPcm4b8yfXXxYhB48sGTpXeupjjnWr/
atividade-para-impressao-cie07-11tu03.

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Com base na análise do Quadro, responda:

a) Times brasileiros ou times bolivianos têm mais vitórias em jogos com


alta altitude?

Resposta: Não existe uma resposta fechada. Uma boa opção de análise que
facilita a comparação é observar os jogos na cidade de Santa Cruz de la Sierra e
em Potosí, que apresentam a menor e a maior altitude, respectivamente.

b) Então é possível dizer que a altitude realmente afeta o resultado dos jogos?

Resposta: Com a análise feita na letra a, é possível sim afirmar que a altitude
afeta os resultados: 3 vitórias em Santa Cruz de la Sierra contra 1 em Potosí

Qual a razão do aumento da altitude interferir nos resultados obtidos


pelos jogadores?

O que ocorre com os jogadores brasileiros quando chegam em La Paz para jogar
com os bolivianos?

Vamos entender!

Professor(a), após análise do Quadro, retome a discussão para que os


estudantes possam entender a razão do efeito da altitude nos jogadores
brasileiros quando se deslocam para jogar em cidades com alta altitude. Peça
que observem a Figura 5, explicando que cada conjunto de duas bolinhas azuis
representa uma molécula do gás oxigênio, e questione o que ocorre com a
quantidade das moléculas conforme aumenta a altitude.

Os jogadores brasileiros vivem próximo ao nível do mar (por exemplo, Rio de


Janeiro); quando ascendem a uma altitude moderada (2.400 metros), como é
o caso da Cidade do México ou em La Paz, em 1 ou 2 dias apresentam falta de
ar, aumento da frequência cardíaca e cansaço fácil. Aproximadamente 20% das
pessoas também apresentam dor de cabeça, náusea ou vômito e distúrbios
do sono. A maioria melhora em poucos dias. Mas o que acontece? Conforme
aumenta a altitude, o ar fica com menor quantidade de gás oxigênio disponível
(na Figura 5 - as bolinhas representam o gás oxigênio que respiramos), ou
seja, o ar fica mais rarefeito, aumentando a dificuldade em respirar.

A seguir, a Figura 5 ilustra a quantidade de gás oxigênio diminuindo conforme


aumenta a altitude.

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La Paz
3340 m

Cidade do México
2250 m

São Paulo
760 m FIGURA 5. Influência da
altitude na composição
de gás oxigênio.
Rio de Janeiro
2m Fonte: Aprendendo
Química Online

A quantidade de ar e a altitude

A altitude é um conceito que está relacionado à distância vertical (em metros)


de determinado ponto em relação ao nível do mar. A concentração de gases
presentes no ar atmosférico diminui à medida que a altitude aumenta.
Quanto mais se distancia da superfície da Terra, o ar se torna mais rarefeito
(a quantidade de oxigênio diminui). O aumento da altitude causa efeitos no
organismo do ser humano como, por exemplo, falta de ar, dor de cabeça,
aumento da frequência cardíaca, entre outros.

Esticador de Horizontes

Alguns filmes abordam os desafios encontrados em lugares de


altas altitudes. Prepare a pipoca e aperte o play!

• Limite Vertical (Martin Campbell, 2000)


Uma equipe de escaladores liderada por uma determinada
jovem (Robin Tunney) enfrenta condições de tempo adversas
ao tentar alcançar o cume do K2, a segunda maior montanha
do mundo.

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• Everest (Baltasar Kormákur, 2015)


No ano de 1996, dois grupos de alpinistas liderados por Rob
(Jason Clarke) e Scott (Jake Gyllenhaal) se unem na tentativa
de escalar o Monte Everest, mas uma grande nevasca coloca a
vida de todos em risco.

Camada de ozônio: nosso filtro solar gigante

Professor(a), introduza a discussão do tema relembrando as camadas da


atmosfera da Terra, em especial a estratosfera, que apresenta a maior
concentração de ozônio da atmosfera. Questione se os estudantes sabem da
importância da camada de ozônio para os seres vivos.

Faça algumas perguntas para despertar o interesse sobre o assunto: “Vocês usam
filtro solar? Vocês sabem para que serve o filtro solar? O que acontece caso não
use? Que relação tem filtro solar com a camada de ozônio?”.

Após a discussão, peça aos estudantes que observem a Figura 6 e proponha a


leitura compartilhada do texto para sistematização das informações.

Você já ouviu falar que a camada de ozônio é o nosso filtro solar? Já leu sobre isso?

Volte algumas páginas no seu livro, na atividade sobre as camadas da atmosfera.

E então, onde está a camada de ozônio? Isso mesmo: na estratosfera!

Praticamente, todo o ozônio (O3) da atmosfera está nesta camada, formando


a camada de ozônio, responsável pela absorção de quase 99% dos raios
ultravioletas, prejudiciais à vida na Terra. Sem essa camada de proteção, grande
parte dos seres vivos seria afetada pela radiação ultravioleta (UV). Se esses raios
chegassem integralmente à superfície da Terra, causariam danos às células e ao
DNA de todos os seres vivos.

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Camada
de Ozônio
UV
-C
U
V-
B
UV
-A

FIGURA 6. UV-A, UV-B e


UV-C e Camada de Ozônio

Efeito estufa: nosso casaco gigante

Professor(a), para estudar o efeito estufa, organize a turma em grupos de até


4 estudantes para que façam um experimento. Peça que leiam, atentamente,
as orientações do procedimento antes de realizar o experimento. O material
necessário deve ser providenciado com antecedência; caso não seja possível
realizar o experimento na sala, pode ser providenciada uma apresentação
de forma demonstrativa. Lembrando que é sempre mais interessante e
enriquecedor que os estudantes desenvolvam a atividade experimental para que
observem os resultados; assim, podem discutir sobre os resultados negativos e a
variação nos resultados. No experimento, se for utilizar uma lâmpada, sugere-se
selecionar uma que emita calor, com alta potência, evitando as lâmpadas tipo led.

Mão na massa

Para entender o efeito estufa, vamos fazer um experimento. Providencie o


material necessário e leia atentamente as instruções.

Material necessário para a atividade:

• Dois copos com água


• Papel-alumínio

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• Caixa de sapatos
• Tesoura
• Filme plástico

Professor(a), enquanto o experimento está ocorrendo, questione sobre o conceito


de efeito estufa. Nesta Sequência, o objetivo é desenvolver os aspectos naturais
do efeito estufa. Geralmente os estudantes fazem a associação a um problema
ambiental, algo ruim, e isso não é verdade. Neste momento, é importante
desmistificar esse conceito para compreender que o efeito estufa é necessário para
a vida na Terra. O que ocorre atualmente é a potencialização do efeito, provocando
o aumento da temperatura do planeta. Em outra Sequência, os problemas
socioambientais causados pelo aumento do efeito estufa serão estudados.

Desenvolvimento da atividade:

a) Forre o interior de uma caixa de sapatos com papel-alumínio.

b) Coloque um dos copos com água dentro da caixa.

c) Tampe a caixa com filme plástico.

d) Coloque o segundo copo e a caixa sob a luz de uma lâmpada ou sob a luz
do sol.

e) Após dez minutos de observação, abra a caixa e sinta com o dedo qual dos
dois copos está com a água mais quente.

Registro do experimento:

Após o experimento, anote os resultados obtidos em cada um dos copos e a


conclusão a que chegaram.

• Registro dos resultados obtidos:


• Registro do experimento por meio de desenho:

Resposta esperada: A água dentro da caixa ficou mais quente, porque a caixa
funciona como uma estufa, mantendo o “calor” preso.

Professor(a), faça uma leitura compartilhada do texto O que é o efeito estufa


com os estudantes. Após a leitura e a discussão do texto, faça o paralelo com o
experimento. É importante reforçar que o efeito estufa é um fenômeno natural e
importante para a vida na Terra. É esperado que o copo com água dentro da caixa
fique mais quente. A caixa funciona como uma estufa, mantendo o “calor” preso.

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Retome a análise do experimento e oriente que façam o registro do resultado do


experimento, além do registro em desenho.

O que é efeito estufa?

O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra.


Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta
ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida
pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento.
Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço, mas outra parcela
é bloqueada pela presença de gases estufa (principalmente gás carbônico,
clorofluorcarboneto, metano e óxido nitroso).

De fato, é a presença desses gases na atmosfera que torna a Terra habitável,


pois, caso não existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria
muito baixa, da ordem de 18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e
oceanos com a atmosfera mantém as atuais condições, que proporcionam uma
temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC.

Quando existe um balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida


na forma de calor pela superfície terrestre, o clima se mantém praticamente
inalterado.

(Texto adaptado - Ministério do Meio Ambiente — Português (Brasil)


Acesso em: 05 jun. 2022.)

ATIVIDADE 2: ENTENDENDO AS ESTAÇÕES DO ANO

Professor(a), questione os estudantes sobre a diferença climática observada nas


Figuras 7 e 8. É esperado que os estudantes associem a imagem do Rio de Janeiro
ao verão e a de Nova York ao inverno. A associação das imagens às estações do
ano é o primeiro passo para o estudo de como elas ocorrem. Neste momento, é
interessante instigar os estudantes a pensarem na razão de as estações do ano
serem diferentes nos dois lugares em uma mesma época do ano.

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Observe as Figuras 7 e 8:

FIGURA 7. Mês de janeiro


no Rio de Janeiro - Brasil.
Fonte: Alobos Life Flicr sob
liceça CC BY-NC-ND 2.0.

FIGURA 8. Mês de janeiro em


Nova York- Estados Unidos.
Fonte: Shutterstock.

Qual é a razão da grande diferença climática nas duas cidades na mesma


época do ano?

Você sabe por que as estações acontecem?

Antes de estudar as estações, você lembra dos encontros anteriores, do que foi
discutido sobre a Terra?

Quais são os movimentos que a Terra faz?

Resposta: Movimento de translação e de rotação.

Ela faz o movimento de forma reta ou seu eixo está inclinado?

Resposta: O movimento acontece com eixo inclinado.

Professor(a), após a discussão envolvendo as imagens, inicie a explicação


relacionando as estações do ano com o movimento de translação da Terra e
a inclinação do seu eixo de rotação em relação ao plano de órbita. Importante
retomar os conceitos anteriores e relembrar os movimentos da Terra vistos
na Sequência . Após a discussão inicial, solicite que registrem, por meio de
desenhos, a forma, os movimentos de rotação e translação da Terra.

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A inclinação da Terra e os raios solares


Ângulo de
inclinação SOL
Eixo de rotação
23,4º

Verão

Tró
pic
od Raio solar
eC
ân
Plano da
cer elipse/translação

Equ
ado
r
Tr
Cap ópico
ricó de
rni
o Inverno

Eixo perpendicular
à órbita

Mesma quantidade de fótons

Verão Inverno

Menor área Maior área


Maior temperatura Menor temperatura

Professor(a), uma ferramenta pedagógica que pode ajudar os estudantes a


compreenderem as estações do ano é o simulador Season Simulator. É uma
ótima estratégia para facilitar o entendimento de conceitos abstratos ou que
dependem de movimentos em três dimensões. Antes de usar a ferramenta em
sala, aproprie-se das informações e conceitos fornecidos pelo simulador.

A tela do simulador apresenta três janelas com informações complementares.


Observa-se a iluminação do Sol na Terra ao longo dos meses, assim como
o ângulo com que os raios luminosos chegam à Terra também é verificado.

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Lembrando que quanto mais perpendicular o raio solar chegar, maior a área
iluminada e, consequentemente, menor a temperatura (como está explicado
na Figura 5). No segundo Quadro, também é possível alterar a altitude
movimentando o bonequinho na superfície da Terra; com isso, pode-se observar
a forma que os raios solares chegam em lugares de altitudes diferentes.

Apresente o simulador para os alunos e questione sobre os principais pontos


que influenciam sobre as estações do ano:

• Inclinação da Terra;
• A forma que os raios solares chegam na superfície da Terra;
• Latitude.

Em seguida, permita que os alunos também possam utilizar o simulador. Se a


turma for grande, determine um tempo para esta atividade ou sugira que os
estudantes façam uso do simulador em casa.

Agora, para tentar compreender como as estações do ano acontecem, vamos


experimentar o simulador Season Simulator. Vamos lá?

SIMULADOR DE ESTAÇÕES
Disponível em: <https://astro.unl.edu/classaction/
animations/coordsmotion/eclipticsimulator.html>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

FIGURA 10. Imagens capturadas


no Simulador de Estações (NAAP).

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Professor(a), retome a situação inicial com a imagem do Rio de Janeiro e de


Nova York. Localize a América do Sul na Terra e questione sobre qual é a
posição da Terra mais adequada para representar o verão no Rio de Janeiro e
o inverno em Nova York. Solicite que os estudantes registrem suas hipóteses,
e em seguida mostre no simulador o mês de dezembro para que observem a
posição do planeta em relação ao Sol: no mês de dezembro, os raios solares
estão iluminando intensamente o Hemisfério Sul e com isso pode-se observar o
verão no Brasil e o inverno nos Estados Unidos.

Depois de ter experimentado o simulador, vamos retomar a primeira imagem


vista na atividade. Lembra do verão no Rio de Janeiro, visto na imagem da
Figura 5?

Registre aqui como você acha que o Sol está em relação à Terra.

Resposta: Resposta pessoal

Que tal organizar o que vimos?

A compreensão do ciclo das estações permitiu que a humanidade desenvolvesse


a agricultura de acordo com as características do meio ambiente em cada época
do ano, o que foi fundamental para o nosso processo de civilização. As estações
do ano são: primavera, verão, outono e inverno. As estações ocorrem por causa
da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao Sol. O movimento do
nosso planeta em torno do Sol dura um ano e recebe o nome de revolução.
Com a inclinação do eixo de rotação do nosso planeta, a consequência é a
mudança das estações do ano.

Primavera no Norte/
Outono no Sul
21 de março

Abril Fevereiro
Maio Janeiro
Verão no Norte/ Inverno no Norte/
inverno do Sul Verão do Sul

21 de junho 21 de dezembro

Novembro
Julho
FIGURA 11. Estações do
Outubro
Agosto ano e o movimento de
23 de setembro
translação da Terra.
Outono no Norte/ Fonte: Dierke Geography
Primavera no Sul for bilingul classes:
Westermann, 2006. p. 64.

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ATIVIDADE 3: TEMPO E CLIMA

Professor(a), a Atividade 3 apresenta uma sequência de atividades que propõe


a análise e variações do tempo e do clima.

Tempo ou clima?

Professor(a), comente a confusão que ocorre com os termos tempo e clima e


solicite a leitura compartilhada do texto. Solicite que os estudantes registrem
como está o tempo no momento da aula, verificando a temperatura, se venta
muito ou pouco, se chove muito ou pouco, se o céu está nublado ou não.

Com certa frequência, acontece a confusão entre “tempo” e “clima”: apesar de


os dois estarem interligados, apresentam conceitos diferentes na meteorologia.

Qual é a diferença entre clima e tempo?

“Tempo” é o conjunto de condições atmosféricas e fenômenos meteorológicos


em curto prazo, como temperatura, chuva, vento, umidade, nevoeiro,
nebulosidade etc. Por outro lado, o “clima” lida com períodos longos e reúne
as características de uma região. Para definir o clima, precisamos dos dados
históricos da área estudada.

Resumidamente, o tempo se refere às condições meteorológicas do momento


em que a observação é realizada. Isso significa que o tempo pode estar chuvoso
e frio em um ponto de Mato Grosso em julho, por exemplo, apesar de o clima
do estado ter características de secura e calor nesta época.

Texto Adaptado de https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/12/01/entenda-a-diferenca-entre-


clima-e-tempo-3130. Acesso em: 05 jun. 2022.

Agora que você entende a diferença entre tempo e clima, é possível responder:

Como está o tempo hoje?

Resposta: A resposta poderá variar de acordo com a previsão do dia da aula.

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Professor(a), projete a previsão do tempo da capital fornecida pelo INMET. Se


tiver dificuldades com a internet, com o celular, capture a tela da previsão do
tempo como imagem. Leia as informações fornecidas, como a temperatura,
intensidade do vento, além dos outros parâmetros fornecidos. Solicite que os
estudantes registrem as informações no livro e em seguida comparem com as
observações feitas anteriormente. Se possível, compare com as informações de
outros sites, como, por exemplo, o Tempo e Clima. Questione: para que serve
prever o tempo?

Qual foi a previsão do tempo para hoje?

O que disse a previsão do tempo para hoje? Vamos ver?

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA


Disponível em: <https://previsao.inmet.gov.br/>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Registre os dados obtidos:

Resposta: A resposta poderá variar de acordo com a previsão do dia da aula.

Para que serve investigar sobre a previsão do tempo?

A previsão do tempo serve para as mais diferentes finalidades: ajuda as pessoas


no seu dia a dia; ajuda os agricultores a se antecederem a uma geada; os
controladores de voo, para avaliarem a necessidade de cancelamento de voo e/
ou alteração de rotas no caso de chuvas de tempestade. Assim, é o tempo que
condiciona a segurança dos meios de transporte, a forma de lazer, a dispersão
de poluentes e as atividades da agricultura.

Quando você se informa nos telejornais, sites ou rádios sobre as condições


meteorológicas que devem ser observadas no dia seguinte ou daqui a uma ou
duas semanas, você está consumindo a previsão do tempo. Quem desenvolve a
previsão do tempo é a meteorologia.

A meteorologia (do grego meteoros, que significa elevado no ar, e logos, que
significa estudo) é a ciência que estuda a atmosfera terrestre. Seus aspectos

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< < 136

mais tradicionais e conhecidos são a previsão do tempo e a climatologia. O


tempo depende do estado da atmosfera em determinado instante e lugar; para
a previsão do tempo, temos diversas estações meteorológicas.

Professor(a), após observação da previsão do tempo, projete o vídeo Como


funciona uma estação meteorológica, que explica como funciona a estação, o que
se mede e quais instrumentos são utilizados para cada medição. É interessante,
ao decorrer do vídeo, fazer pausas para que os estudantes possam registrar
as informações no Quadro. Caso a sala não disponha de internet, sempre
é possível verificar a possibilidade de salvar o vídeo, ou ainda de fazer uma
pesquisa com os livros da biblioteca da escola.

Como funciona uma estação meteorológica - disponível em - https://www.youtube.com/


watch?v=GV740zW57UQ. Acesso em: 05 jun. 2022.

Vamos ver como funciona uma estação


meteorológica?

COMO FUNCIONA UMA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA


Duração: 4’36”
Disponível em: <https://youtu.be/GV740zW57UQ>.
Acesso em: 05 jun. 2022.

Os professores vão compartilhar as fontes de pesquisa por meio de utilização


de vídeos ou textos disponíveis no Esticador de Horizontes ou ainda buscando
em livros didáticos presentes na biblioteca da escola os instrumentos presentes
em uma estação meteorológica.

Há milhares de anos, o homem faz registros desse tipo. No Egito Antigo, por
exemplo, já se estudava como o nível de água no rio Nilo subia e descia ao
longo do ano, de acordo com as épocas de chuva e de seca. No século 19, uma
invenção importante foi o barômetro, equipamento capaz de medir a pressão
atmosférica. Outros aparelhos muito úteis para elaborar a previsão do tempo
são o termômetro, o anemômetro e o catavento (para verificar a direção do
vento em determinado ponto do planeta). Em uma estação meteorológica, esses
aparelhos são instalados em um cercado, ao ar livre, para captar os dados.

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Já no século 20, outra máquina que começou a servir para monitorar e prever
o tempo num curto espaço de tempo foi o radar. Inventado durante a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) para rastrear aviões, ele logo foi aplicado à
detecção de chuvas. Na década de 1960, o desenvolvimento dos satélites ajudou
a ampliar ainda mais as pesquisas meteorológicas, permitindo aos cientistas
visualizarem imagens de regiões remotas, distantes e de difícil acesso.

Atualmente, o monitoramento das condições meteorológicas é automatizado


e funciona com a ajuda de uma série de máquinas, incluindo as que citamos
acima e também algumas mais recentes, como computadores de alta tecnologia
que juntam todas as informações coletadas para elaborar a previsão do tempo.
Observando continuamente as condições do tempo ao longo de muitos anos, os
cientistas conseguem entender melhor o comportamento do clima.

Adaptado do texto Chove ou não chove - http://chc.org.br/. Acesso em: 05 jun. 2022.

Medições de: Instrumento utilizado

Temperatura Termômetros

Direção e intensidade dos ventos Anemógrafo

Quantidade de chuva Pluviômetro

Umidade relativa do ar Hidrógrafo

Quantidade de horas de sol Heliógrafo

O que aprendemos
Quanta coisa interessante relacionada com a atmosfera terrestre, não é mesmo?

Leia com atenção as questões propostas para relembrarmos o que


aprendemos nesta Sequência.

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1. Assinale a alternativa que apresenta uma função da atmosfera:

Movimentação do subsolo.
Condensação da água da chuva.
Filtração dos raios solares.
Acentuação dos ventos alísios.
Expansão das massas de ar.

2. O efeito estufa pode ser definido como

Um fenômeno natural que ocorre apenas em grandes centros urbanos,


fazendo com que a temperatura nessas regiões seja maior que nas
áreas florestadas ao redor.
Um fenômeno natural responsável por manter o planeta aquecido, ao
impedir que o calor proveniente da energia solar volte para o espaço.
Um fenômeno causado como consequência da poluição atmosférica,
pois os gases se concentram na atmosfera e diminuem a qualidade do ar.
Um fenômeno atmosférico provocado pelo homem com o aumento da
industrialização e utilização de combustíveis fósseis.

Anotações

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SEQUÊNCIA 6.
Os biomas
brasileiros

HABILIDADE

(EF07CI07)
Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à
quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura
etc., correlacionando essas características à flora e fauna específicas.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Definição de ecossistema e de bioma;


• Diversidade de ecossistemas (biomas); 
• Os seis principais ecossistemas brasileiros (Floresta Amazônica, Mata
Atlântica, Pantanal, Caatinga, Cerrado e Campos Sulinos);
• Tipos de cobertura vegetal e animais característicos de cada um dos
seis principais ecossistemas brasileiros;
• Animais que vivem em dois ou mais ecossistemas e os específicos de
cada ecossistema.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Diferenciar ecossistema de bioma;


• Identificar as principais características dos ecossistemas brasileiros
(ODS 14 e 15);
• Descrever e reconhecer as características dos ecossistemas locais
(ODS 14 e 15);
• Relacionar as características físicas dos ecossistemas às características
da fauna e da flora presentes neles (ODS 14 e 15).

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Começo de conversa
Por que será que alguns animais (como o uirapuru e o guigó) só são
encontrados em um determinado tipo de ambiente natural e outros (como a
onça-pintada) podem viver em ambientes diferentes?

Veja as figuras 1, 2 e 3 e leia atentamente as informações sobre cada uma delas.

FIGURA 1. Uirapuru
Fonte: Dianesgomes
por Pixabay.

Uirapuru só é encontrado na Floresta Amazônica. É um pássaro de canto


melodioso, segundo a lenda local, o seu canto consegue encantar as mulheres.

FIGURA 2. O guigó da Caatinga


Fonte: Moisés Silva Lima sob
licença CC BY 2.0.

O guigó da Caatinga é um macaco que só é encontrado na região de Caatinga


dos estados da Bahia e Sergipe. É uma espécie rara e ameaçada de extinção por
conta da destruição do ambiente natural.

FIGURA 3. A onça-pintada
Fonte: Wikimedia Commons.

A onça-pintada, o maior felino, é encontrada praticamente em todos os


ambientes naturais brasileiros: Floresta Amazônica, Pantanal, Cerrado, Mata
Atlântica e Campos Sulinos.

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O que vamos aprender aqui


Professor(a), neste momento vamos iniciar os estudos relacionados à estrutura
dos ambientes naturais que apresentam diferentes variações de pluviosidade
(chuvas) e temperaturas; o conjunto desses parâmetros ambientais permite ou
não a sobrevivência de diferentes seres vivos.

Você vai estudar os chamados biomas brasileiros, o que são e como se formam.
Vai rever o conceito de ecossistema e iniciar o estudo dos seis biomas brasileiros.

ATIVIDADE 1 - O QUE É ECOSSISTEMA E BIOMA? O QUE


OS DIFERENCIA?
Tanto os ecossistemas como os biomas são um conjunto de organismos vivos
(animais, plantas, fungos e microrganismos) que convivem e se relacionam
entre si e com os componentes do ambiente, como: a água presente no solo; a
umidade presente no ar; e a quantidade de nutrientes no solo ou na água.

Um ecossistema pode ter qualquer tamanho e é definido pelas interações


entre os seres vivos e o ambiente onde estes vivem. Um ecossistema pode ser,
por exemplo: os lagos, naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, os
mares e oceanos, as florestas, as dunas, os desertos, as montanhas e os campos.

Um aquário é um exemplo de ecossistema porque as plantas, animais e os


microrganismos convivem e interagem entre si nesse espaço limitado. 

Já um bioma é definido como uma grande área formada por um conjunto de


ecossistemas que apresentam características semelhantes, ocupam grandes
áreas e formam uma cobertura vegetal (conjunto de plantas) contínua e
semelhante.

Professor(a), essa definição de bioma é apresentada pelo IBGE. Fonte: https://


educa.ibge.gov.br/criancas/.

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< < 142

Dois exemplos de biomas brasileiros são a Floresta Amazônica e a


Mata Atlântica.

FIGURA 4. Ecossistema
do Bioma da Floresta
As 3 matas da Floresta Amazônica Amazônica

Mata de Mata de Mata de


igapó várzea terra firme

Nível da
cheia

Rio

Sedimentos recentes
de várzea Sedimentos terciários
de terra firme

O bioma da Floresta Amazônica é formado por diferentes ecossistemas, como


a Mata de terra firme, a Mata de Várzea e a Mata de Igapó.

MATA DE TERRA FIRME MATA DE VÁRZEA

FIGURA 5. Características das vegetações Fonte: Wikimedia Commons


Fonte: Shutterstock

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< < 143

Esticador de Horizontes

O que é um ecossistema e um bioma

Pesquise e compare a explicação sobre “O que é um ecossistema e um


bioma”. Dicionário Ambiental. ((o)) eco, Rio de Janeiro, jul. 2014.

O QUE É UM ECOSSISTEMA E UM BIOMA


Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-
ambiental/28516-o-que-e-um-ecossistema-e-um-bioma/>
Acesso em 10 jun. 2022.

O bioma da Mata Atlântica é formado por outros tipos de ecossistemas,


como, por exemplo: floresta chuvosa, mata de araucária, campos de altitude
e manguezais.

FIGURA 6. Floresta chuvosa FIGURA 7. Mata de Araucária


Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.

FIGURA 8. Campos de Altitude FIGURA 9. Manguezal


Fonte: Moisés Silva Lima sob licença CC BY 2.0. Fonte: Heris Luiz Cordeiro
Rocha sob licença CC BY-SA 3.0.

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Mão na massa

Professor(a), peça aos estudantes que olhem o mapa rememorando


as figuras que viram ao longo da atividade e que localizem alguns dos
biomas nos estados brasileiros.

No mapa do Brasil, localize cada bioma em sua respectiva região:

Biomas
Amazônia
Costeiros
Caatinga
Cerrado
Mata Atlântica
Campos Sulinos
Pantanal
Transição Amazônia-Caatinga FIGURA 10. Regiões e
biomas brasileiros

ATIVIDADE 2: OS PRINCIPAIS BIOMAS BRASILEIROS 

Professor(a), reforce a ideia de que conhecendo a estrutura dos biomas é


possível propor soluções tanto individuais, como coletivas para a melhoria
da qualidade de vida das pessoas. 

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< < 145

Os pesquisadores, biólogos e geógrafos reconhecem seis grandes biomas


brasileiros:

• Floresta Amazônica • Mata Atlântica


• Cerrado • Campos Sulinos (Pampas) 
• Caatinga • Pantanal.

Identifique no mapa os limites que cada bioma faz com os outros, na figura 10. E
observe que:

• A Floresta Amazônica faz limites com o norte do Pantanal e a parte norte


do Cerrado;
• O Cerrado limita-se a oeste com o Pantanal e sua parte norte com a
Caatinga, e na sua parte leste-sul com a Mata Atlântica;
• A Mata Atlântica faz limite ao norte-oeste com a Caatinga, a oeste com
o Cerrado e ao sul com os Campos Sulinos, popularmente chamados de
Pampas.
• O Pantanal faz limite ao norte com a Floresta Amazônica e ao leste-sul
com o Cerrado.

Por que reconhecer esses limites é importante?

Professor(a), chame a atenção para o fato de que é necessário conhecer


a estrutura desses ambientes naturais para compreender a gravidade dos
problemas e desequilíbrios provocados pela ação das pessoas, como a
indisponibilidade de água potável e o aquecimento global, que interferem na
produção de alimentos e na qualidade de vida dos seres humanos.

Na natureza, os limites entre os biomas não são tão definidos como na


representação do mapa. Entre um bioma e outro sempre existe uma área
intermediária ou de transição onde animais e plantas dos dois biomas estão
presentes. Essas áreas intermediárias ou de transição são chamadas de ecótonos.

Mão na massa

Professor(a), oriente os estudantes a se organizarem em grupos. Cada grupo


deve pesquisar os dados de um dos seis biomas. A pesquisa pode ser feita nos
sites indicados, na biblioteca da escola ou em outros materiais que a escola
tenha para disponibilizar.

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< < 146

Procure um grupo e junto com seus colegas, pesquise nos sites sugeridos ou
na biblioteca da sua escola imagens e informações sobre os animais, plantas e
clima característicos de cada um dos seis Biomas Brasileiros.

Sites para consulta – Pantanal

1. https://www.mundoecologia.com.br/natureza/
ecossistema-brasileiro-pantanal/

2. https://planetabiologia.com/bioma-pantanal-
caracteristicas/

3. https://www.todabiologia.com/ecologia/bioma_
pantanal.htm

4. https://www.todamateria.com.br/pantanal/

1. Pantanal

O Pantanal é formado por diferentes vegetações também presentes


em áreas da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica e do Cerrado.

No período seco (a vazante), surge uma vegetação exuberante,


composta principalmente por ervas e capins (por conta dos
Tipo de nutrientes trazidos pelas águas do período da cheia).
cobertura
Nas regiões que não alagam, predomina vegetação semelhante à
vegetal
do Cerrado.

Existem por volta de 3.500 espécies de plantas, como: aguapés


(planta aquática); alfaces d’água (planta aquática; ipês (árvores

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< < 147

de grande porte); acuri (espécie de palmeira); carandá (espécies


de palmeira); angicos (arbustos); figueiras (árvores frutíferas de
médio porte); piúvas (árvores de grande porte); orquídeas (plantas
de pequeno porte); mandacaru (cactos presentes nas áreas de
transição entre Cerrado e Pantanal); aroeiras (árvores de médio a
grande porte).

Pluviosidade
(quantidade • O verão é quente e úmido - temperatura média é de 32 °C.
de chuvas) / • O inverno é frio e seco - a temperatura média é de 21 °C.
Variação de • A pluviosidade anual é de 1000 mm a 1400 mm por ano, e se
temperatura ao concentra de novembro a abril.
longo do ano / • O solo da região é predominantemente arenoso.
Tipo de solo

• Peixes: piranha, pacu, pintado, dourado, cachara, curimbatá,


piraputanga, jaú e piau.
• Répteis: jacaré-do-pantanal, sucuri, jiboia, cobra-d’água,
camaleão, calango-verde, jabuti, cágado.
• Aves: arara-azul-grande, tuiuiú, tucano, periquito, garça-
branca, jaburu, beija-flor, socó, ema, seriema, papagaio,
Animais
gavião, curicaca.
característicos
• Mamíferos: onça-pintada, capivara, lobinho, veado-campeiro,
veado-catingueiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo-do-
pantanal, porco-do-mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta,
bicho-preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu.
• Anfíbios: rã-do-chaco, sapos (inúmeras espécies),
perereca-do-brejo.

TABELA 1. Biomas brasileiros

Sites para consulta – Floresta Amazônica

1. https://www.infoescola.com/biomas/floresta-
amazonica/

2. https://www.estudopratico.com.br/
fauna-e-flora-da-amazonia/

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2. Floresta Amazônica

Vegetação exuberante, densa e perene e com árvores de grande


porte; é a maior floresta tropical do mundo.

Existem três principais tipos de formações vegetais:

• Mata de terra firme: não atingida por inundações periódicas.


É formada por árvores de grande porte, como a castanheira,
o mogno, o angelim, a andiroba, e o cedro. Existe também
elevada quantidade de cipós e plantas herbáceas (arbustivas)
e epífitas (vivem sobre outras, como as orquídeas) e palmeiras.
Tipo de
• Mata de várzea: localiza-se em terras mais baixas e está sujeita
cobertura
a inundações periódicas. Nas partes mais altas, as árvores são
vegetal
capazes de suportar inundações por alguns meses. Elas brotam
quando a água está baixando e florescem e dão frutos quando
a água está subindo. Os solos são mais férteis, pois, no período
de cheia, as águas depositam sedimentos ricos em nutrientes
nesses solos. Destacam-se árvores como o cumaru, seringueira
e jatobá.
• Mata de igapó: localiza-se em terrenos baixos próximos aos
rios, onde os solos estão quase sempre alagados. A vegetação é
baixa, com árvores afastadas e adaptadas ao ambiente alagado,
como a palmeira jauari (Astrocaryum jauari) e  vitória-régia.

• São duas as estações do ano na Floresta Amazônica,


caracterizadas por um período seco e outro chuvoso. Os períodos
chuvosos são intensos, chegando à marca de 3500 mm, e no
Pluviosidade período seco o índice de chuvas chega a 1400mm.
(quantidade • As temperaturas médias anuais ficam entre 22 e 28ºC, e a
de chuvas) / umidade do ar pode ultrapassar os 80%.
Variação de • Os solos apresentam baixa retenção de nutrientes, pois a
temperatura ao grande quantidade de chuvas lixivia esses solos, retirando seus
longo do ano / nutrientes. Porém, uma fina camada de nutrientes se forma
Tipo de solo a partir da decomposição de folhas, galhos, frutos e animais
mortos, sendo muito importante para as plantas da região.

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• Mamíferos: onça- pintada, anta, capivara, mico-leão-dourado,


bicho-preguiça, boto-cor-de-rosa, macaco prego, macaco-
guariba, macaco-aranha, macaco-barrigudo, caititu, porco-do-
mato, irara , paca, ariranha, cachorro-vinagre.
• Aves: coró-coró, pavãozinho-do-pará, garça-real, harpia, arara-
Animais vermelha, saí-andorinha, sanhaço-da-Amazônia. tucano-açu,
característicos uirapuru
• Répteis: jacaretinga, jacaré-açu, sucuri, surucucu,tracajá,
tartaruga-da-Amazônia,
• Anfíbios: rã-kambô, sapo-cururu, sapo-untanha.
• Peixes: piranha-vermelha, pacu, tambaqui, pirarucu, aruanã,
pintado, tucunaré e arraias.

TABELA 2. Floresta Amazônica

Sites para consulta – Mata Atlântica

1. https://www.todabiologia.com/ecologia/bioma_mata_
atlantica.htm

2. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/mata-
atlantica.htm

3. Mata Atlântica

Diferentes florestas compõem a Mata Atlântica. Cada uma delas


é um ecossistema, mas mantêm relações entre si, formando uma
cobertura vegetal contínua – a Mata Atlântica. Muitas árvores
Tipo de desse bioma são plantas frutíferas, como jabuticabeira, a goiabeira,
cobertura o araçá, a pitangueira, o cajuzeiro, o cambuci, a cambucá, a
vegetal cabeludinha, a uvaia, a erva-mate, o palmito-juçara, o pinheiro-do-
paraná ou araucária.

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• Dependendo do tipo de floresta devido a sua posição norte-sul, há


Pluviosidade uma variação grande de pluviosidade e variações de temperatura,
(quantidade tanto ao longo do ano como em altitude, já que algumas dessas
de chuvas) / florestas encontram-se sobre a Serra do Mar – que acompanha a
Variação de costa leste brasileira do Nordeste ao Rio Grande do Sul.
temperatura ao • Clima Tropical: quente e úmido.
longo do ano / • Índice pluviométrico: média de 2.500 mm ao ano. As chuvas são
Tipo de solo regulares e bem distribuídas.
• Temperatura média: 22 °C.

• Mamíferos: mico-leão-dourado, mico-leão-de-cara-preta,


onça-pintada, irara, tamanduá-bandeira, tatu-peludo, muriqui-
do-norte, gato-maracajá, sagui-da-serra, ouriço-cacheiro,
rato-do-mato, macaco-prego, bicho-preguiça, capivara, tatu-
canastra, veado-campeiro, lontra, gato-do-mato, cachorro-do-
mato, jaguatirica, bugio, paca.
• Aves: araçari-banana, saíra-lagarta, araçari-poca, jandaia-
Animais de-testa-vermelha, tangará, pica-pau-da-cabeça-amarela,
característicos gavião-de-penacho.
• Répteis: caninana, surucucu, jacaré-do-papo-amarelo, jiboia-
constritora, jararaca, cágado-pescoço-de-cobra, cágado
amarelo, cobra coral-verdadeira, serpente-olho-de-gato-
anelada, falsa-coral, teiú.
• Anfíbios: sapo-cururu, sapo-martelo, perereca-verde,
pererequinha-da-restinga, perereca-de-bromélia, rã-de-vidro,
rã-de-cachoeira, rã-goteira, rã-escavadeira.

TABELA 3. Mata Atlântica

Sites para consulta – Caatinga

1. https://www.todabiologia.com/ecologia/bioma_
caatinga.htm

2. https://www.todamateria.com.br/clima-da-caatinga/

3. https://www.todamateria.com.br/caatinga/

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4. Caatinga

Vegetação: arbustiva de médio porte, com cascas grossas,


espinhos, galhos retorcidos e raízes tuberosas, que facilitam o
armazenamento de água. Os cactos são plantas comuns no bioma.

Tipo de Dependendo das condições naturais das áreas em que se


cobertura encontram, apresentam diferentes características.
vegetal
Quando as condições de umidade do solo são mais favoráveis, a
caatinga se assemelha à mata, onde são encontradas árvores como
o juazeiro (também conhecido por joá ou laranjeira do vaqueiro), a
aroeira e a baraúna.

Pluviosidade
(quantidade
• Clima: semiárido, com altas temperaturas, em média 30ºC em
de chuvas) /
praticamente todo ano e chuvas irregulares.
Variação de
• Solo: Nas áreas mais secas, o solo é raso e pedregoso. Nas áreas
temperatura ao
mais úmidas, encontram-se solos mais férteis.
longo do ano /
Tipo de solo

• Mamíferos: cutia, o gambá, o preá, o veado-catingueiro, o


Animais
tatu-peba, gatos selvagens.
característicos
• Aves: asa branca, ararinha azul, águia-cinzenta.

TABELA 4. Caatinga

Sites para consulta – Cerrado

1. https://www.todabiologia.com/ecologia/bioma_
cerrado.htm

2. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/cerrado.
htm

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5. Cerrado

A vegetação é, em sua maior parte, semelhante à de savana, com


árvores baixas, esparsas, troncos retorcidos, folhas grossas e raízes
longas, gramíneas e arbustos.

Por ser muito extenso, o cerrado, dependendo de sua localização,


apresenta mudanças no seu ecossistema. Nesse caso, os
Tipo de ecossistemas presentes no cerrado podem ser classificados como:
cobertura Cerradão; Cerrado campestre; Cerrado rupestre; Cerrado típico;
vegetal Campo cerrado; Campo limpo de cerrado; Cerrado de matas;
Cerrado de várzeas; Cerrado veredas.

Flora: babaçu, murici, mangaba, pequi, buriti, cagaita, baru, jerivá,


gueroba, jatobá, macaúba, cajuzinho-do-cerrado, barbatimão, pau-
santo, gabiroba, pequizeiro, araçá, sucupira, pau-terra, catuaba,
indaiá, capim-flecha, matas ciliares.

Pluviosidade
(quantidade
de chuvas) / • O clima predominante no cerrado é tropical sazonal caracterizado
Variação de por um clima quente com períodos chuvosos e de seca.
temperatura ao • Solo: a camada de solo é grande e um pouco ácida
longo do ano /
Tipo de solo

• Répteis: jiboia, cascavel, jararaca, lagarto teiú.


• Aves: ema, seriema, curicaca, urubu comum, urubu-caçador,
urubu-rei, arara, tucano, papagaios, gaviões.
• Mamíferos: tatu-peba, tatu-galinha, tatu-canastra, tatu-de-
rabo-mole, anta, ariranha, gambá, cervo, onça-pintada, preá
Animais
cachorro-vinagre, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira,
característicos
tamanduá-mirim, gato-palheiro, gato-mourisco veado-mateiro,
cachorro-do-mato, macaco-prego, quati, cateto, queixada,
porco-espinho, capivara, tapiti, jaritataca.
• Peixes: lambari, bicudo, traíra, piranha, pacu, sardinha de água
doce, dourado, tainha, tucunaré, pirarucu, arraia, e piraíba.

TABELA 5. Cerrado

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Sites para consulta – Campos Sulinos

1. https://www.todamateria.com.br/pampa/

2. https://www.ecycle.com.br/pampa/#Localizacao-dos-
Pampas

3. https://www.ecycle.com.br/pampa/#Flora-e-fauna-dos-
Pampas

6. Campos Sulinos

A vegetação é predominantemente de gramíneas, plantas


rasteiras, arbustos e poucas árvores de pequeno porte.

Existem dois tipos de cobertura vegetal: os campos limpos,


caracterizados por não apresentarem arbustos e eventualmente
poucas árvores de pequeno porte; os campos sujos, caracterizados
pela presença de arbustos e mais árvores.

Tipo de Ademais, pesquisas indicam que a flora do Pampa apresenta


cobertura aproximadamente 3000 espécies de plantas, algumas delas:
vegetal louro-pardo, cedro, cabreúva, canjerana, guajuvira, guatambu,
grápia, campim-forquilha, grama-tapete, flechilhas, canafístula,
brabas-de-bode, pau-de-leite, unha-de-gato, bracatinga, cabelos
de-porco, angico-vermelho, caroba, babosa-do-campo, amendoim-
nativo, trevo-nativo, cactáceas, timbaúva, araucárias, algarrobo,
nhandavaí, palmeira anã.

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• Clima: O clima do Pampa é subtropical com as quatro estações do


ano bem definidas.
Pluviosidade
• As temperaturas variam entre 35 ºC no verão e abaixo de zero
(quantidade
no inverno.
de chuvas) /
• As chuvas se concentram no inverno. A precipitação anual em
Variação de
média de 1.200 mm.
temperatura ao
• Ocorrem geadas e eventualmente pode nevar.
longo do ano /
• Solos: São férteis, mas pouco profundos e com alta quantidade
Tipo de solo
de areia – o que inviabiliza o crescimento de árvores de grande
tamanho.

• Aves (quase 500 espécies de aves): ema, perdigão, perdiz,


beija-flor-de-barba-azul, quero-quero, caminheiro-de-
espora, joão-de-barro, sabiá-do-campo, pica-pau-do-campo,
caboclinho-de-barriga-verde, picapauzinho-chorão, jacu,
macuco, jacutinga, tiê-sangue, araponga, sanhaço, caminheiro-
Animais de-espora, tucano, saíra, gaturamo.
característicos • Mamíferos: veado-campeiro, graxaim, zorrilho, furão, tatu-
mulita, preá, veado-campeiro, cervo-do-pantanal, onça-
pintada, jaguatirica, mono-carvoeiro, macaco-prego, guariba,
mico-leão-dourado, sagui, preguiça-de-coleira, caxinguelê,
tamanduá; graxaim, furão, tuco-tucos, cervo-do-pantanal.
• Anfíbios: sapinho-de-barriga-vermelha.

TABELA 6. Campos Sulinos

Esticador de horizontes

Nos sites a seguir, você encontrará alguns problemas relacionados aos biomas
brasileiros. Sejam cidades grandes ou pequenas, elas se encontram no lugar de
um bioma natural. Observe detalhadamente os problemas do bioma onde você
vive. É importante que você reconheça esse bioma para entender os problemas
e pensar em soluções possíveis.

CONSERVAR A AMAZÔNIA: UMA QUESTÃO AMBIENTAL,


SOCIAL E ECONÔMICA – DOCUMENTÁRIO DA AGÊNCIA
FAPESP
Disponível em: <https://youtu.be/p28EW2DhxIg?t=12>.
Acesso em: 10 abr. 2022.
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DEGRADAÇÃO DO CERRADO
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/
geografia/degradacao-cerrado.htm>.
Acesso em: 10 abr. 2022.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO PAMPA?


Disponível em: <https://treinamento24.com/library/
lecture/read/312260-quais-sao-os-impactos-ambientais-
do-pampa>.
Acesso em: 10 abr. 2022.

ATIVIDADE 3: RODA DE CONVERSA SOBRE OS


BIOMAS BRASILEIROS
Mão na massa

Organize uma roda na sua sala de aula e junto com seu professor e seus colegas
participe da discussão sobre os biomas brasileiros e suas características.

Professor(a), o objetivo dessa roda de conversa é oportunizar para os


estudantes um espaço de troca de ideias e saberes sobre os seis biomas
brasileiros. Abaixo sugerimos algumas perguntas sobre o tema que podem
ser distribuídas entre os estudantes. Uma outra forma de fazer a discussão é
propor aos alunos que eles criem suas perguntas e respostas a partir do que já
pesquisaram sobre os biomas.

Cartela de perguntas sugeridas e respostas esperadas:

1. Sobre a cobertura vegetal

Observem que os seis biomas têm diferentes coberturas vegetais.

a) Quais têm uma cobertura vegetal com muitas árvores? Floresta Amazônica,
Mata Atlântica.

b) E as que têm poucas ou árvores de pequeno tamanho? Cerrado, Campos


Sulinos e Caatinga.

Chame a atenção para a cobertura do Pantanal e pergunte:

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< < 156

c) Observem o Pantanal, bioma que faz limite com a Floresta Amazônica e


o Cerrado: Ele tem muitas ou poucas árvores? São tão numerosas como
na Floresta Amazônica ou se assemelham às do Cerrado? Não são tão
numerosas e não são semelhantes às do Cerrado.

d) Existem árvores ou outras plantas no Pantanal que também aparecem no


Cerrado e na Floresta Amazônica? Espere as respostas que os estudantes
devem dar, não responda, apenas oriente-os a observarem com atenção
os desenhos e imagens dos biomas. Sim, os ipês do Cerrado e as vitórias-
régias da Floresta Amazônica.

2. Sobre o clima e o solo

a) Em quais biomas chove mais em um período do ano e no outro chove


menos ou não chove? Registre as respostas dos alunos no quadro – pode
ser na forma de uma tabela para facilitar a organização dessa comparação.
Cerrado, Pantanal, Caatinga, Floresta Amazônica.

b) Quais biomas têm o maior volume de chuvas? Floresta Amazônica e Mata


Atlântica.

c) Os que têm os menores volumes de chuva? Campos Sulinos e Caatinga.

d) Em qual ou quais biomas faz mais frio? Campos Sulinos.

e) Quais biomas na sua maior extensão têm solos pouco profundos? Caatinga
e Campos Sulinos.

f) Quais biomas têm solos arenosos? Pantanal, Floresta Amazônica, Caatinga,


Campos Sulinos.

g) Qual bioma tem os solos mais profundos? Cerrado.

3. Sobre os animais

a) Diante das informações que colocaram nos painéis e as dos textos da


sequência passada ,em quais biomas a onça-pintada pode ser encontrada?
Floresta Amazônica; Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado.

b) E a onça-parda? Caatinga e Campos Sulinos.

c) Quais espécies de macacos são encontradas na Floresta Amazônica e na


Mata Atlântica? Os saguis.

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d) Quais espécies de macacos são encontradas apenas na Floresta Amazônica?


Macaco-aranha e macaco-barrigudo.

e) A capivara e a anta são encontradas em quais biomas? Floresta Amazônica


e Pantanal.

Professor(a), finalize a roda solicitando aos estudantes que respondam as


perguntas no item “O que aprendemos” e que procurem ler as sugestões
de artigos e vídeos do item “Esticador de horizontes” para que possam
complementar e ampliar esse estudo sobre os biomas brasileiros.

O que aprendemos
Para responder a essas perguntas, utilize todas as informações apreendidas
sobre biomas. O objetivo é revisar essas informações e compartilhar os
conhecimentos.

1. Entre o Pantanal e a Floresta Amazônica, qual desses biomas tem


mais árvores?

Resposta: Floresta Amazônica.

2. Em qual ambiente existem mais camadas (extratos) de árvores: na Mata


Atlântica ou no Cerrado?

Resposta: Mata Atlântica.

3. Marque com um X as características da Floresta Amazônica, e com um


círculo as que caracterizam o Pantanal.

Floresta inundada e floresta de terra firme

Muitos rios, planície inundada em uma época do ano

Muitos lagos

Grande variedade de anfíbios

A maior variedade de macacos

Muitas espécies de aves aquáticas

O bioma brasileiro mais extenso

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< < 158

4. Marque com um X as características dos Campos Sulinos e com um círculo


as da Caatinga.

Vegetação rasteira principalmente de gramíneas

Solos secos com rochas em algumas regiões

Solo fértil e arenoso naturalmente

Temperaturas mais baixas ao longo do ano

Quatro estações do ano bem demarcadas

Poucas árvores na sua maior extensão

Árvores baixas que florescem na época das chuvas

Muitos arbustos e cactos

Períodos de seca muito prolongado

5. Em quais biomas brasileiros as chuvas são mais intensas (volume anual de


chuvas) e em qual ambiente as chuvas são mais escassas (pouca e menos
frequente)?

Resposta: Floresta Amazônica e Mata Atlântica, mais chuvosas. Caatinga, a com


menor volume e frequência de chuvas.

6. Em quais dos seis biomas brasileiros ocorrem seis meses de chuva e seis
meses de seca?

Resposta: Pantanal e Cerrado.

7. Existem animais que vivem tanto no Pantanal como na Floresta Amazônica?


Quais são?

Resposta: Jacarés, onça-pintada, anta, capivara, tartarugas, jabutis, piranha,


pacu, tucunaré.

8. Quais são as dificuldades em distinguir um do outro?

Resposta: A Floresta Amazônica e a Mata Atlântica têm muitas árvores e de


grande tamanho. E a vitória-régia ocorre tanto na Floresta Amazônica como
no Pantanal.

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< < 159

9. Depois desse estudo, procure em um mapa geográfico a posição da sua


cidade dentro do estado em que você mora. Depois de ter localizado a
posição do seu município, observe no mapa da distribuição dos biomas
apresentados nesta sequência e localize, aproximadamente, em qual bioma
se encontra sua cidade e responda:

a) Em qual bioma brasileiro se encontra a sua cidade?

Respostas variadas a depender da região onde os estudantes tem domicílio.

Anotações

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< < 160
< <
161

Matéria e
energia: o
que são?
< < 162

SEQUÊNCIA 7.
Entendendo o
que é matéria
e energia

HABILIDADE

(EF06CI04)
Associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao
desenvolvimento científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando
impactos socioambientais.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Matéria e energia;
• Tipos de energia;
• Materiais naturais e sintéticos.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Compreender e diferenciar os conceitos de massa e energia;


• Diferenciar materiais sintéticos de materiais naturais;
• Listar materiais sintéticos e medicamentos utilizados na vida cotidiana;
• Reconhecer os benefícios do desenvolvimento científico e tecnológico para a
melhoria dos processos produtivos e da qualidade de vida na sociedade;
• Reconhecer os impactos ao ambiente causados pela produção e descarte de
materiais sintéticos;
• Elaborar estratégias para incentivar o consumo consciente e o descarte
adequado de medicamentos e materiais sintéticos.

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< < 163

O que vamos aprender aqui


Professor(a), esta Sequência é composta por quatro atividades. Primeiramente,
os estudantes serão convidados a observar o seu ambiente, ensaiando uma
classificação sobre o que é energia e matéria; na atividade seguinte, todos serão
estimulados a observar as diferentes formas que a energia apresenta, com
análise de frases e execuções práticas; na próxima atividade, será realizada
a leitura de manchetes de reportagens, de imagens e textos. O objetivo é
fazer com que os estudantes ampliem seus conhecimentos sobre matéria,
material, material natural e material sintético. Por fim, na última atividade, será
abordada a influência do desenvolvimento dos materiais ao longo da história da
humanidade e sua relação com o meio ambiente. O objetivo é finalizá-la levando
o estudante a questionar suas atitudes frente ao uso dos materiais plásticos
no seu dia a dia. Lembre-se de relacionar os conceitos desenvolvidos com o
cotidiano dos estudantes.

Macarronada é matéria? E se você não comer, ficará sem energia?

Nesta Sequência de Atividades, estudaremos dois termos usados nas Ciências


da Natureza: energia e matéria.

Energia elétrica, energia química, energia mecânica: o que apresentam em


comum? E de diferente? Ampliaremos o estudo envolvendo os conceitos de
energia e de matéria.

Matéria e material são a mesma coisa? Da pedra ao nanomaterial, como


a descoberta desses materiais ajudou na evolução do ser humano? Você
consegue imaginar que em breve poderemos ter roupas autolimpantes? Mas o
que a Ciência tem a ver com isso?

Plásticos, máscaras de proteção e medicamentos. Esses itens possuem grande


utilidade no nosso dia a dia, mas a que preço para o meio ambiente? Será
possível um equilíbrio entre o desenvolvimento de novos materiais e o uso
adequado dos recursos naturais do meio ambiente?

São muitos questionamentos, mas não se preocupe, pois conversaremos sobre


todas eles ao longo desta Sequência de Atividades.

Vamos começar?

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< < 164

Esticador de Horizontes

GRUPO DA USP DESENVOLVE NANOMATERIAIS


PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DIRECIONADO
DE TUMORES
Agência FAPESP
Disponível em: <https://agencia.fapesp.br/grupo-da-
usp-desenvolve-nanomateriais-para-diagnostico-e-
tratamento-direcionado-de-tumores/37522/>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

Vamos começar observando a imagem a seguir:

FIGURA 1. Matéria e energia.


Fonte: Pixabay.

Você percebe que essas papoulas representam matéria e energia? Como


qualquer outra planta, elas realizam fotossíntese para sua sobrevivência. Vamos
ver como isso acontece.

A água e os sais minerais são retirados do solo através da raiz da planta e


chegam até as folhas que absorvem a luz do sol e transformam todos esses
ingredientes em glicose por meio de uma reação química chamada fotossíntese.
A glicose produzida é conduzida para todas as partes do vegetal; este, por
sua vez, utiliza parte desse alimento para viver e crescer, e a outra parte fica
armazenada em forma de amido.

Simplificando:

água (matéria) + sais minerais (matéria) + luz do sol (energia) = glicose (matéria).

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< < 165

A energia vinda do sol permite a formação da glicose, que é matéria necessária


para o crescimento das plantas.

Isso tudo não lhe parece incrível? A matéria e a energia estão mais ligadas do
que você possa imaginar!

ATIVIDADE 1: MATÉRIA E/OU ENERGIA

Professor(a), os conceitos de matéria e energia não são triviais neste momento,


e a condução pela percepção das coisas presentes no cotidiano ajudarão
a compreender melhor os conceitos abordados. Não é objetivo ampliar a
discussão sobre todas as variáveis envolvidas nos conceitos de matéria e energia.

Uma sugestão para começar esta atividade é instigar os estudantes a


observarem o seu redor e conversarem se o que eles percebem no espaço pode
ser considerado matéria ou energia.

Classifique os itens a seguir em matéria (M) ou energia (E):

Caneta (M) Lâmpada (M) Ventilador girando (E)

Vento vindo
Pessoas andando (E) (E) Ar (M)
do ventilador

Luz solar passando


Papel (M) Parede (M) (E)
pela janela

Luz emitida pela


Ventilador (M) Janela (M) (E)
lâmpada acesa

Resposta: Resumidamente, esses itens podem ser divididos em dois grupos:

1. O de coisas que apresentam massa e ocupam lugar no espaço, aos quais


chamamos de matéria. Exemplos: caneta, lápis, papel, lâmpada, parede, ar,
pessoas, ventilador.

2. E o de coisas que provocam acontecimentos, aos quais chamamos de


energia. Exemplos: luz, brilho, movimento.

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< < 166

Para fins práticos e didáticos, os conceitos de matéria e energia serão


abordados separadamente, mas deve-se levar em consideração que são
conceitos relacionados.

Esticador de Horizontes

ABCDENERGIA
Empresa de Pesquisa Energética – EPE
Disponível em: <https://www.epe.gov.br/pt/
abcdenergia>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

ATIVIDADE 2: AS DIVERSAS FORMAS DE ENERGIA

Professor(a), a discussão desta atividade será sobre o tema energia; para


isso, serão utilizadas algumas frases presentes no Quadro 1, em que o
termo energia é usado de diferentes formas. O objetivo é verificar o que
os estudantes já conhecem sobre o tema, considerando suas experiências
escolares e o seu cotidiano. É importante, também, fomentar a discussão
de forma que os estudantes percebam as diversas formas de energia e a
transformação destas formas.

Energia, energia, energia!

Leia as frases atentamente.

A energia solar é fundamenteal para a ocorrência da fotossíntese.

Essa macarronada, além de ser deliciosa, dá muita energia ao meu dia.

A crise energética do Brasil é cada vez maior.

A energia dessa turma nunca acaba.

QUADRO 1. Energia, energia, energia!

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< < 167

A seguir, responda as perguntas:

a) Você reconhece as formas de energia presentes nas frases? Quais são elas?

Resposta: Energia proveniente do sol (fotossíntese); energia presente nos


alimentos (macarronada); energia elétrica (crise energética do Brasil); e energia
envolvida nos movimentos dos estudantes (energia dessa turma).

b) Como obtemos a energia para realizar nossas atividades?

Resposta: Ao ingerirmos alimentos que fornecem energia para desenvolver


atividades diárias.

c) Qual a importância da energia para a sociedade?

Resposta: A energia é muito importante para a nossa sobrevivência e conforto e


está presente na nossa vida diária. É necessário energia, por exemplo, para ligar
uma geladeira, uma televisão, para cozinhar alimentos, fazer um carro andar,
fazer um chuveiro elétrico e um aquecedor funcionarem.

Anotações

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< < 168

Professor(a), para ajudar o estudante a identificar os diferentes tipos de energia


você pode citar os exemplos abaixo. Uma sugestão de atividade interessante
pode ser uma pesquisa onde eles montem cartazes relacionando os diferentes
tipos de energia com objetos utilizados no dia a dia.

Energia cinética - Imagens que demonstram movimento: trem em movimento;


rapaz correndo; balão voando; casal dançando; cavalo correndo.

Energia térmica - Imagens relacionadas a ganho e perda de calor / processos


de mudanças de estado físico: líquido fervendo na panela; menina na neve; gelo
derretendo; estufa de plantas; vapor de água condensado.

Energia química - pilhas; bateria para celular; baterias.

Energia elétrica - Imagens relacionadas a equipamentos que dependem de


energia elétrica para o seu funcionamento, vindo da rede elétrica ou energia
química (como equipamentos a pilhas e baterias, que transformam a energia
química em elétrica): menino lendo com a lanterna; liquidificador; celular;
televisão; linhas de transmissão de energia elétrica.

Entretanto, mais de uma forma de energia pode ser observada em algumas


imagens, como no caso da lanterna com a presença da energia luminosa, assim
como a energia cinética presente no movimento das hélices do liquidificador.
Esses casos podem ser considerados corretos, caso apareçam dúvidas durante
a classificação das imagens.

Organizando as ideias

Segundo o físico norte-americano Richard Feynman, ganhador do Prêmio Nobel


de 1965, a energia é uma coisa estranha que se modifica de forma. Com isso,
podemos dizer que a energia é um conceito abstrato. No entanto, pode ser
encontrada em qualquer atividade humana e em qualquer transformação na
natureza. Dentre as diversas formas que a energia pode se apresentar, citamos:

• Energia cinética: energia relacionada ao movimento. Energia envolvida


no movimento do automóvel e no movimento da bola em uma partida
de futebol, por exemplo.

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< < 169

• Energia térmica: energia relacionada à agitação das partículas


presentes em um corpo. A energia térmica pode ser transferida de
um corpo para o outro por meio do calor como, por exemplo, quando
aquecemos no fogão uma panela com milho de pipoca no fogão,
utilizamos a energia térmica para esquentar a panela, que transfere
o calor para o milho, transformando-o em pipoca. Outro exemplo é
quando o gelo derrete: ele recebe calor do ambiente, passando do
estado sólido para o líquido.
• Energia química: é a forma de energia armazenada nas substâncias que
compõem a matéria. Para que ocorra esse tipo de energia é necessário
que a matéria sofra reações químicas. A gasolina sofre a combustão
para que o carro possa se movimentar. Já a energia armazenada em
pilhas e bateria, faz com que os aparelhos elétricos funcionem por meio
da transformação da energia química em energia elétrica.
• Energia elétrica: energia necessária para o funcionamento dos
aparelhos como máquina de lavar, vídeo game, celular, entre outros.
A maior parte da energia elétrica produzida no Brasil é produzida nas
usinas hidrelétricas, por meio da conversão de energia cinética em
energia elétrica. Para o funcionamento de equipamentos que utilizam
pilhas e baterias, a energia elétrica é gerada por meio de reações
químicas que ocorrem dentro desses dispositivos.

ATIVIDADE 3: A MATÉRIA E OS MATERIAIS

Professor(a), esta atividade amplia os conceitos sobre matéria e material. A


proposta é realizar a leitura de diferentes manchetes, buscando a observação
dos estudantes para o termo “material” que serve como ponto de partida para
diferenciar os materiais naturais dos materiais sintéticos.

Os materiais nas manchetes

Leia as seguintes manchetes:

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 170

Tinta retarda chamas e impede


propagação do fogo até mesmo
em madeira
Novo material desenvolvido por startup brasileira é baseado em estratégia inovadora
que utiliza de celulose para desmontar cristais de grafite.

GALILEU DIGITAL

Grupo de USP desenvolve nanomateriais para


diagnóstico e tratamento direcionado de tumores
10 de dezembro de 2021
Agência FAPESP

Novo material é forte como aço e leve


como plástico
15/02/2022
institutodeengenharia.org.br

QUADRO 2. Manchetes

Você considera que essas afirmações são possíveis?

1. Faça o registro das questões, a seguir:

a) Qual é a temática presente em todas as manchetes?

Resposta: Desenvolvimento de novos materiais.

b) É possível identificar os materiais utilizados citados em cada título?

Resposta: Tinta e nanomateriais. Na terceira manchete não é possível.

c) A partir das manchetes e da sua experiência, como você definiria o conceito


de materiais?

Resposta pessoal.

Leia o texto a seguir:

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 171

Ampliando os conceitos de matéria e material

Matéria pode ser definida, de forma clássica, como sendo qualquer


coisa que ocupa espaço e possui massa. Ampliando esse conceito,
pode-se dizer que a matéria é uma categoria empregada para
descrever o mundo, podendo se apresentar sob diversos tipos de
materiais. A palavra material, que vem do latim materiale, pode ser
uma definição bastante genérica de todo os tipos de substâncias
químicas (puras ou misturas complexas) que possuem propriedades
que as tornam úteis em dispositivos, produtos ou estruturas.

Esticador de Horizontes

Se tiver curiosidade, você pode ler mais sobre o assunto na


reportagem a seguir:

A EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS


Revista Eletrônica de Materiais e Processos | R. F.
Navarro
Disponível em: <https://aplicweb.feevale.br/site/files/
documentos/pdf/32246.pdf>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

Materiais naturais e sintéticos

Professor(a), realize uma leitura de imagens para introduzir a diferenciação


entre os materiais e após a leitura do texto, relacione os conceitos
desenvolvidos com o cotidiano dos estudantes.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 172

Ainda em dupla, observe cada uma das imagens da Figura 2:

FIGURA 2. Materiais naturais e sintéticos.


Fonte: Pixabay.

A Figura 2 apresenta diversos materiais naturais e sintéticos.

2. Responda às questões propostas para posterior ampliação com as outras


duplas da turma:

a) Conseguem identificar a matéria-prima de origem de cada item?

Resposta: Madeira, maçã, mármore, sílica, petróleo, princípios ativos dos


medicamentos.

b) Quais são os materiais sintéticos?

Resposta: Vidro, biruta e medicamentos.

c) E quais são os materiais naturais?

Resposta: Colheres de madeira, a geleia de maçã e a estátua de mármore.

Para desenvolver a próxima atividade, leia o texto a seguir.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 173

Materiais naturais e sintéticos

Os materiais naturais são extraídos da natureza e passam por


modificações antes de serem utilizados. Na figura 2, observamos a
colher de pau talhada na madeira, a geleia vinda do processamento
da maçã e a estátua esculpida no mármore.

Já a obtenção dos materiais sintéticos exige diversas transformações


químicas. Portanto, não existem disponíveis na natureza, e precisam
ser sintetizados em ambientes adequados, como os laboratórios.
Na figura 2, verifica-se o copo de vidro que tem como uma das
matérias-primas a areia, a biruta feita de nylon originado do petróleo
e também os medicamentos, que apresentam seus princípios ativos
diversos e já sintéticos.

Existem muitos outros exemplos de materiais sintéticos, tais como: os


plásticos em suas mais variadas utilidades, as tintas, as roupas feitas
com tecido de poliéster, entre outros.

Agora que alguns conceitos foram estabelecidos, pense e liste materiais naturais
e sintéticos presentes no seu dia-a-dia:

Materiais naturais Materiais sintéticos

Resposta pessoal. Alguns exemplos: Resposta pessoal. Alguns exemplos: nylon,


madeira, pedra, bambu, palha e argila. vidro das garrafas, plásticos.

Esticador de Horizontes

PLÁSTICO: HISTÓRIA, COMPOSIÇÃO, TIPOS, PRODUÇÃO


E RECICLAGEM
Recicloteca | ONG Ecomarapendi
Disponível em: <https://www.recicloteca.org.br/
material-reciclavel/plastico/>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 174

NOVO MATERIAL É FORTE COMO AÇO E LEVE COMO


O PLÁSTICO
Instituto de Engenharia
Disponível em: <https://www.
institutodeengenharia.org.br/site/2022/02/15/
novo-material-e-forte-como-aco-e-leve-como-plastico/>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

Medicamentos: materiais sintéticos especiais

Professor(a), neste momento será apresentado, por meio de imagens e


leituras, os medicamentos como material sintético especiais. Para instigar uma
reflexão inicial, você pode perguntar se alguma vez eles já fizeram uso de um
medicamento e por quais motivos.

Vamos refletir sobre os questionamentos a seguir:

• O que você faz quando está com dor de cabeça?


• Você sabe a diferença entre remédio e medicamento?
• Para você, os termos são sinônimos?

Observe as imagens e tente relacionar as palavras remédio e medicamento


para verificar o contexto delas.

FIGURA 3. Os remédios
e medicamentos.
Fonte: Pixabay.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 175

Os medicamentos e os remédios

Apesar de sempre utilizarmos os termos como sinônimos, existem diferenças


entre os significados de medicamentos e remédios. Basicamente, a maior
diferença é que o remédio não necessariamente precisa passar por testes e
controles tão rigorosos como os medicamentos.

A palavra remédio vem do latim remedium (aquilo que cura), e pode ser fruto
de diversas técnicas, possuir as mais variadas formulações e ser ensinado e
passado de geração em geração. Ele pode ser caseiro, como um chá quente,
uma compressa de água quente ou fria, uma massagem, um preparado com
plantas medicinais, entre outros.

O medicamento provém do latim medicamentum, vocábulo que tem o mesmo


tema de médico, medicina, medicar etc., e que se liga ao verbo medeor, que
significa cuidar de, proteger, tratar. É considerado uma solução produzida e
testada em laboratório, seguindo etapas de desenvolvimento bem rigorosas.
Portanto, pode-se dizer que “nem todo remédio é medicamento, mas todo
medicamento é um remédio”.

Assim, os medicamentos são substâncias ou preparações que são utilizadas


como remédio, elaboradas em indústrias farmacêuticas e atendem
especificações técnicas e legais. Apresentam como finalidade: diagnosticar,
prevenir, curar doenças ou então aliviar os seus sintomas.

O Quadro a seguir apresenta os principais grupos de medicamentos e suas


indicações:

Grupo de medicamentos Indicações

Contra dor, febre, inflamação, tosse, coriza, vômito,


Alívio de sintomas.
náuseas, ansiedade, insônia, entre outros.

Cura de doenças (eliminando Contra infecções e infestações, como os antibióticos, anti-


sua causa ou corrigindo uma -helmínticos, anti-protozoários, os suplementos hormonais,
função corporal deficiente). vitamínicos, minerais e enzimáticos.

Soros, vacinas, antissépticos, complementos vitamínicos,


Prevenção das doenças.
minerais e enzimáticos, profiláticos da cárie, entre outros.

Auxílio no diagnóstico Contrastes radiológicos (renal, hepático, digestivo), meios


das doenças. auxiliares para o diagnóstico oftalmológico e outros.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 176

3. Após a leitura do texto, assinale a alternativa correta sobre os medicamentos:

A maioria dos medicamentos é feito a partir de substâncias da natureza.

Apresentam a finalidade de diagnosticar, prevenir, curar doenças ou então


aliviar os seus sintomas.

Podem ser feitos em casa utilizando diversos produtos naturais.

A melhor forma de descarte é colocando no lixo comum.

Não têm prazo de validade.

ATIVIDADE 4: IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS PARA A


SOCIEDADE E SEUS IMPACTOS
Professor(a), esta atividade convida o estudante a reconhecer os benefícios que
materiais (como a pedra, a argila, os metais, os plásticos, entre outros) trouxeram
para a história da humanidade, e a pensar na importância do desenvolvimento
tecnológico para a melhoria da qualidade de vida. Os estudantes deverão analisar
imagens de diversos materiais históricos e reconhecer esses materiais e a
importância deles para os nossos ancestrais. Para finalizar, todos devem realizar a
leitura de um texto, de forma individual ou compartilhada.

Os materiais e a história evolutiva do ser humano

Em dupla, observe as imagens da Figura 4.

A. B. C. D. E.

FIGURA 4. Materiais e objetos que impactaram a técnica e a tecnologia.


Fontes: Wikimedia (A e B), Pixabay (C e D), Columbia University (E).

Qual é a função de cada objeto?

Para a discussão sobre a relação entre o desenvolvimento dos materiais e a


evolução da história do ser humano, leia o texto a seguir:

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 177

Os materiais e a história do ser humano

Desde os primórdios, a história do ser humano está interligada


aos materiais. Essa ligação é uma soma de todos os materiais
inventados ou descobertos que usamos e abusamos – incluindo
desde histórias envolvendo materiais preciosos (ouro e prata) e
histórias menos gloriosas (como no caso do ferro e da borracha e
seus aspectos meramente industriais), passando por histórias de
segurança e devastação.

Voltando no tempo, em 600.000 a.C, o ser humano utilizava


instrumentos de caça e de defesa pessoal desenvolvidos a partir da
pedra (Figura 4 - A), osso, fibras vegetais, entre outros. As ferramentas
antigas permitiram que os ancestrais tivessem acesso a novos tipos
de comida, facilitando o processamento de carcaças e de peles dos
animais capturados, protegendo o seu corpo do frio e também
contribuindo para a produção de outros artefatos feitos em madeira.

A utilização do fogo pelo ser humano foi, mais tarde, decisiva na


introdução de novos materiais e de novas tecnologias, como é o caso
do artefato (Figura 4 - B) desenvolvido em argila que servia como
mamadeiras para alimentar os bebês, há cerca de 5 mil anos.

Os primeiros materiais metálicos parecem ter surgido há cerca de


5.000 anos a.C., com a utilização do cobre no desenvolvimento de
armamentos bélicos e objetos decorativos. No período compreendido
entre 1.800 e 1.200 anos a.C, é inventada a metalurgia do ferro. Muito
tempo depois, já nos anos 1.300 d.C, os primeiros ferros de passar
(como o próprio nome indica) eram fabricados na sua maioria de
ferro (feitos artesanalmente por ferreiros) e eram aquecidos no fogo
(Figura 4 - C).

Neste último século, grande parte das mudanças tecnológicas


realizadas pelo ser humano deve-se ao surgimento dos polímeros
como material alternativo. Assim, borrachas sintéticas, plásticos
e fibras sintéticas revolucionaram o desenvolvimento dos setores
automotivos, eletroeletrônicos, têxteis, de embalagens, da medicina,
entre outros. Já no final do século 20, os materiais cujos tamanhos das
partículas que os constituem encontram-se na faixa dos nanômetros
(chamados de nanomateriais) ganham importância significativa.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 178

Responda:

a) Com a leitura do texto, é possível perceber que o desenvolvimento de novos


materiais ajudou no processo evolutivo do ser humano? De que forma?

Resposta: Novos materiais trouxeram maior conforto e principalmente maiores


possibilidades de sobrevivência. Materiais que foram fundamentais na caça e na
guerra são bons exemplos.

b) Quais são os impactos que o desenvolvimento de novos materiais causam


no ambiente?

Resposta pessoal. Espera-se que o estudante cite, por exemplo, o uso


inadequado e excessivo dos recursos naturais (água e energia) e geração de
rejeitos durante a produção dos materiais, poluindo os corpos de água e a
atmosfera. Neste momento, o objetivo é verificar e explorar os conhecimentos
prévios dos estudantes. Assim, não existe uma resposta correta, pois a atividade
sobre impactos, que virá a seguir, tem como objetivo ampliar o debate e apoiar
os estudantes nessa reflexão.

Esticador de Horizontes

A Guerra do Fogo
Na pré-história, a pouco desenvolvida tribo Ulam é composta por
membros que se comunicam por gestos e grunhidos e acreditam que
o fogo é sobrenatural. Quando a fonte única de calor se apaga após
um ataque, três guerreiros saem numa jornada em busca de outra
chama e acabam conhecendo os Ivaka, grupo com hábitos avançados e
comunicação complexa, além de domínio da produção do mítico fogo.

Conheça mais sobre alguns desses objetos históricos:

MAMADEIRAS JÁ ERAM USADAS HÁ CERCA DE


5 MIL ANOS
Revista Planeta
Análises químicas e formato de artefatos comprovam
que eles eram usados para alimentar bebês com leite de
diferentes espécies de animais.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 179

Disponível em: <https://www.revistaplaneta.com.br/


mamadeiras-ja-eram-usadas-ha-cerca-de-5-mil-anos-diz-
estudo/>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

PRIMEIRAS FERRAMENTAS DE PEDRA PODEM SER MAIS


ANTIGAS DO QUE O ESTIMADO
Revista Galileu
Estudo sugere que ferramentas que contribuíram para
mudanças no modo de vida humano começaram a ser
produzidas dezenas de milhares de anos mais cedo.
Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/
Ciencia/Arqueologia/noticia/2021/03/primeiras-
ferramentas-de-pedra-podem-ser-mais-antigas-do-que-
o-estimado.html>.
Acesso em: 6 jul 2022.

Sobre os impactos

Professor(a), aqui será utilizado um vídeo como ferramenta pedagógica para


que os estudantes observem e discutam a respeito dos impactos causados ao
ambiente pela produção e descarte de materiais, como os plásticos.

Toda tecnologia e desenvolvimento de material (novo ou antigo) implica o


uso de recursos naturais, de água, de energia e também de alguma forma
de descarte, sendo que as consequências ambientais para nossa saúde nem
sempre são divulgadas.

Para ampliar esse entendimento, vamos pensar em um material amplamente


utilizado: os plásticos.

O primeiro plástico sintético foi desenvolvido no início do século 20 e registrou


um desenvolvimento acelerado a partir de 1920. Este material, relativamente
novo se comparado a outros como o vidro e o papel, passou a estar presente
em grande parte dos nossos utensílios.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 180

O plástico vem das resinas derivadas do petróleo e pertence ao grupo dos


polímeros (moléculas muito grandes). A palavra plástico tem origem grega e
significa “aquilo que pode ser moldado”. Uma importante característica do
plástico é manter a sua forma após a moldagem.

Agora, assista ao vídeo:

A HISTÓRIA DO PLÁSTICO
The Story of Stuff Project via Secretaria de Gestão
Ambiental e Sustentabilidade - UFSCar
Duração: 4’25”
Disponível em: <https://youtu.be/gRen7u0pP-8>.
Acesso em: 6 jul.2022.

Após assistir ao vídeo, responda as questões:

1. Quais são os impactos negativos ao meio ambiente quando envolve a


produção de plásticos:

a) Em relação à exploração de recursos naturais?

Resposta: Uso do petróleo, um recurso não renovável e matéria-prima para


a síntese de diversos plásticos; agua e energia usados na produção de
produtos plásticos.

b) Em relação às formas de descarte?

Resposta: Excesso de itens plásticos jogados no lixo, utilizados por curto prazo
e com longo tempo para se degradar, poluindo mares, diminuindo a vida útil de
aterros sanitários, entre outros.

2. Você e seu grupo consideram viável o equilíbrio entre os benefícios e


malefícios na produção de novos materiais? De que forma?

Resposta pessoal.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 181

3. Leia a manchete:

Consumo de plásticos explode na pandemia


e Brasil recicla menos de 2% do material

Thais Carrança
Da BBC News Brasil em São Paulo

30 novembro 2020

FIGURA 5. Manchete jornal online BBC.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55131470.

a) A manchete sugere o aumento do uso dos materiais plásticos em 2020,


durante a pandemia de COVID-19. Você concorda com a afirmação?

Resposta pessoal.

b) Para você, qual é a relação entre o consumo de plásticos e a pandemia?

Resposta: Os plásticos são materiais baratos e descartáveis. Estão presentes


nas luvas descartáveis, nas embalagens, minimizando a transmissão do vírus
durante a pandemia.

c) Onde você observou maior uso de plásticos após o início da pandemia?

Resposta pessoal. Uma possível resposta é um maior uso de plásticos em


restaurantes e entregas de produtos e alimentos.

d) Você também aumentou o uso de materiais plásticos durante a pandemia?


Se sim, de que forma?

Resposta pessoal.

e) Que tipos de atitudes você pode tomar diariamente para gerar menos
impactos no ambiente?

Resposta pessoal.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 182

Minimizando os impactos

Professor(a), você deverá apresentar um vídeo para o desenvolvimento do


tema. Neste momento, o objetivo é que os estudantes pensem em estratégias
para incentivar o consumo consciente e o descarte adequado, de forma a
minimizar os impactos ao meio ambiente. Esta etapa será finalizada com a
proposta de um procedimento experimental: a preparação de um plástico
utilizando batatas como matéria-prima; essa proposta está na Atividade 4 como
sugestão e poderá ser desenvolvida em casa pelos estudantes ou, se houver
tempo, em sala de aula.

Após ter se familiarizado com os conceitos relacionados a materiais, e de


ter visto a importância destes ao longo do tempo para a sociedade, chegou
a hora do desafio: como ter novos materiais de forma sustentável? Ou seja,
como desenvolver novos materiais para a melhoria das condições de vida das
pessoas, sem comprometer a possibilidade de vida das gerações futuras?

Para discutir esse assunto, assista ao vídeo desenvolvido pelo Canal Futura e
Instituto Akatu sobre a origem do que consumimos:

CONSCIENTE COLETIVO - ORIGEM DO QUE


CONSUMIMOS
Canal Futura/ institutoakatu
Duração: 2’01”
Disponível em: <https://youtu.be/lBuJHl-PTYc>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

Após assistir ao vídeo, registre quais atitudes tornam você um cidadão


consciente em relação ao meio ambiente.

Resposta pessoal.

Registre no quadro a seguir outras cinco estratégias apresentadas por seus


colegas para minimizar os impactos do consumo no meio ambiente e que você
pensa em adotar no seu dia a dia.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 183

1. Resposta pessoal.

2.

3.

4.

5.

Mão na massa - Que tal fazer diferente?

Plástico feito com batatas, é possível?

A equipe do “Manual do Mundo” sugere um procedimento bem tranquilo de


realizar. Quer experimentar fazer um plástico?

COMO FAZER PLÁSTICO DE BATATA


Manual do Mundo
Duração: 4’56”
Disponível em: <https://youtu.be/LyqyYehL82Y>.
Acesso em: 6 jul. 2022.

O que aprendemos
Analise as afirmações e marque V para as verdadeiras e F para as falsas:

( V ) Os materiais sintéticos podem ser produzidos a partir de um material


de origem natural ou de outros materiais sintéticos.

( F ) O vidro tem origem na mistura aquecida de areia e outros materiais,


sendo um exemplo de material de origem natural.

( F ) O petróleo é um material sintético usado como combustível e matéria-


prima para outros materiais sintéticos.

( V ) Plásticos biodegradáveis são feitos a partir de materiais que podem ser


degradados por microrganismos presentes no ambiente.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


< < 184

SEQUÊNCIA 8.
Estrutura e
composição
da matéria

HABILIDADE

(EF09CI01)
Investigar as mudanças de estado físico da matéria e explicar essas
transformações com base no modelo de constituição submicroscópica.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Estrutura da matéria;
• Estados físicos;
• Mudança de estados físicos.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Reconhecer as contribuições dos modelos atômicos de Dalton,


Thomson, Rutherford e Bohr para o estudo da estrutura atômica;
• Justificar transformações de estado com base na estrutura atômica e
molecular da matéria;
• Utilizar modelos para descrever a estrutura da matéria e explicar as
mudanças de estado físico;
• Elaborar procedimentos de investigação para analisar as
transformações físicas (mudança de estado) da matéria.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 185

O que vamos aprender aqui


Professor(a), esta sequência é composta de duas atividades. A primeira
tratará da matéria e sua organização, abordando a composição da matéria
por átomos e de que forma o modelo atômico foi mudando ao longo dos
tempos, desde Demócrito até Rutherford-Bohr. Para isso, serão realizadas
leituras de imagens, vídeo e o uso de um simulador. Na segunda atividade,
serão estudados os estados físicos, levando em consideração os aspectos
macro e submicroscópicos e, em seguida, as mudanças de estado, que serão
desenvolvidas por meio da análise de imagens e de um simulador.

Imagine uma barra de ferro. Sabemos que a barra é formada por ferro, e que o
ferro é a matéria. Mas do que é feito o ferro?

Na Sequência de Atividades 7, vimos que as coisas são feitas de matéria, e que


matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço.

Aqui estudaremos o que compõe a matéria e como ela se organiza.

Lembraremos, também, das mudanças de estado físico, como, por exemplo,


porque a água da roupa molhada no varal sofre evaporação e não ebulição.
Nesta sequência, vamos ampliar esses conceitos, levando em conta os aspectos
macro e submicroscópicos dos estados físicos e a relação entre estes aspectos.

Começo de conversa
Do que são feitas todas as coisas?

Durante muito tempo, o ser humano procurou a resposta para essa pergunta. Na
Grécia Antiga, alguns filósofos, como Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), acreditavam
que tudo seria composto por quatro elementos principais: água, terra, fogo e ar.
Ao longo da história, no entanto, a ciência apresentou outras respostas.

Vamos ver como isso aconteceu?

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 186

ATIVIDADE 1: MATÉRIA E SUA ORGANIZAÇÃO

Professor(a), esta atividade será sobre o tema “Estrutura Atômica” e trabalhará,


por meio da leitura de imagens, o entendimento de que, independente do
material, todas as coisas são formadas por pequenas partículas chamadas de
átomos. Ao final, será visto o estudo feito por Demócrito, que insere a palavra
átomo como indivisível.

Esticador de Horizontes

UMA BREVE HISTÓRIA DO ÁTOMO


Ciência Todo Dia
O vídeo conta a história de como fomos do
modelo de Dalton, famoso pela simplicidade, até
o famoso átomo de Schrödinger e o surgimento
da mecânica quântica.
Duração: 12’51”
Disponível em: <https://youtu.be/h8zz4cRb9Ys>.
Acesso em: 7 jul 2022.

Do que são feitas as coisas?

Observe as imagens da figura 1:

FIGURA 1
Fonte: Pixabay.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 187

Do que são feitas as representações presentes na Figura 1?

Resposta: São formadas por átomos. É esperado que os estudantes busquem


identificar o material que compõe a corrente, a flor, o lego e o vírus. A pergunta
é uma instigação para começar a pensar que, independente do material, tudo é
formado por átomos.

O filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) presumiu que todas as coisas eram
constituídas por uma infinidade de partículas minúsculas, invisíveis, cada uma
delas sendo eterna e imutável. A estas unidades mínimas Demócrito deu o
nome de átomos.

Observe a Figura 2 e tente imaginar um pedaço de ferro, agora dividido em


pedaços menores e depois em pedaços ainda menores.

Até onde seria possível dividir as suas partes? Existe um limite mínimo de
tamanho para os pedaços?

FIGURA 2. Ferro e suas divisões.


Fonte: Shutterstock.

Segundo Demócrito, quando não fosse mais possível dividir, chegaríamos às


unidades mínimas que ele chamou de átomos e que formariam a matéria.
No caso da Figura 2, chegaríamos ao átomo de ferro. Para ele, os átomos
eram unidades firmes e sólidas, e que na natureza tinha uma infinidade de
átomos diferentes.

Assim, voltando à Figura 1, a corrente, a flor, a peça de lego e até mesmo o


vírus do COVID-19 são feitos com diferentes tipos de matéria, podendo ser vivo
ou não vivo, grande ou muito pequeno. Mas todos esses diferentes tipos de
matéria são compostos por átomos.

Será que essa ideia é a mesma até hoje?

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 188

O átomo e seus modelos

Professor(a), neste momento será explorada a evolução dos modelos


atômicos, e o principal objetivo é fazer com que os estudantes reconheçam
as contribuições dos cientistas e seus modelos atômicos até chegar ao que
conhecemos hoje. Uma sugestão é pedir que os estudantes façam desenhos
esquemáticos que representem cada modelo. É importante que os estudantes
percebam a contribuição de cada modelo até o atual.

A concepção de Demócrito foi ultrapassada e hoje sabemos que os átomos não


são indivisíveis e tampouco eternos. Eles podem ser rompidos e até mesmo
destruídos. Mas não podemos deixar de considerar esta linha de estudo traçada
por nossos antepassados, pois ela permitiu à Ciência dar seus primeiros passos
para uma teoria científica que não havia nas ideias de Demócrito.

Na tentativa de compreender os átomos, em 1808, o cientista John Dalton


propôs o primeiro modelo atômico. O vídeo, a seguir, mostra como aconteceu
a evolução dos modelos atômicos, passando pelos principais: Dalton, Thomson,
Rutherford e Bohr.

Para ver o vídeo, acesse o QR code:

MODELOS ATÔMICOS: DALTON, THOMSON,


RUTHERFORD E RUTHERFORD-BOHR
Toda Matéria
Duração: 10’54”
Disponível em: <https://youtu.be/5-fa4IKp5bU>.
Acesso em: 7 jul. 2022.

Em seguida, desenhe na Tabela 1 o modelo de átomo proposto por cada


cientista até o modelo atual. Importante utilizar legendas para identificar
seus registros.

TELECURSO · ENSINO FUNDAMENTAL


CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 189

Modelo de Dalton (1808)

- -
-
+
Modelo de Thomson (1897) - - -
- -
-
+ - elétron

- - -

Modelo de Rutherford (1911)


- elétron

Elestrofera -
++
- Núcleo

+ carga positiva - próton

- carga negativa - elétron

Modelo de Rutherford-Bohr
Elestrofera
(1913)
-
camadas energéticas

++
-
Núcleo

+ prótron

- elétron

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 190

Modelo atômico atual


Elestrofera

-
camadas energéticas
+
++ +
- +
- Núcleo também
com os nêutrons,
que foram descobertos
+ prótron em 1932

- elétron
nêutron

TABELA 1

Reunimos as principais características desses modelos de átomos, apresentadas


no vídeo:

O modelo de Dalton é conhecido como modelo de “bola de bilhar”, por


considerar o átomo semelhante a este objeto, isto é, esférico, maciço e indivisível.

Já no modelo de Thomson, o átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não


maciça, incrustada de elétrons (partículas negativas), de modo que sua carga
total seja nula; também conhecido como “pudim de passas”.

No modelo de Rutherford, o átomo seria composto por um núcleo muito


pequeno e de carga elétrica positiva que seria equilibrado por elétrons
(partículas negativas) que ficavam girando ao redor do núcleo, numa região
periférica denominada eletrosfera.

A contribuição de Bohr para o modelo que ficou conhecido como modelo de


Rutherford-Bohr, marcou a separação quanto às teorias clássicas, abrindo
caminho para uma compreensão do átomo de uma forma mais moderna,
embasada nos trabalhos de Max Planck, Johann Balmer e também no modelo
planetário de Ernest Rutherford. O modelo definia a eletrosfera em órbitas
circulares com níveis de energia que aumentavam da camada mais próxima
para a mais afastada.

O nêutron foi descoberto em 1932. A existência dessa partícula já havia sido


sugerida por Ernest Rutherford, mas foi o cientista inglês James Chadwick (1891-
1974) que a comprovou quando estava estudando a radioatividade. Agora, o
modelo atômico apresentava o núcleo com partículas positivas chamadas de
prótons e partículas neutras chamadas de nêutrons. Por sua vez, a eletrosfera

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 191

apresentava sete camadas eletrônicas, identificadas como K, L, M, N, O, P, Q, nas


quais os elétrons são distribuídos.

Modelo atômico atual

Professor(a), o estudo do modelo atual de explicação sobre o átomo será


ampliado nas próximas etapas, por meio da leitura de textos e do uso de um do
simulador para montagem dos átomos. Ao final da atividade, é esperado que os
estudantes conheçam as principais características dos átomos e suas partículas.

Leia atentamente o Quadro 1:

Eletrosfera: área externa onde circulam os elétrons (partícula com carga negativa).

Núcleo: área central que apresenta os nêutrons (partícula com carga neutra) e os prótons
(partícula com carga positiva).

Número atômico (Z): representa o número de prótons. Assim, o número de prótons é


igual ao número atômico. Um conjunto de átomos com mesmo número atômico define um
elemento químico.

Número de massa (A): é o número de partículas presentes no núcleo - número de massa


(A) = número atômico (Z) + número de nêutrons (n).

Átomo
-
-
- - -
+
- ++ + -
Elétron
+
- - - Núcleo
-
- (prótons + nêutrons)

QUADRO 1. Características do átomo.

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Agora que você já sabe mais sobre a estrutura do átomo, que tal analisar a
representação do átomo de lítio na Figura 3?

- Eletrosfera - Elétron (-)

- +
+
+ + Próton (+)
Núcleo
-
Nêutron
FIGURA 3. Átomo de lítio.

Analisando a imagem podemos verificar que o átomo de lítio possui:

• Elétrons na eletrosfera: 3
• Nêutrons no núcleo: 3
• Prótons no núcleo: 3
• Número de massa: 3 + 3 = 6

Agora é com você! Analise o átomo de Hélio na Figura 4 e responda:

-
+
+
- FIGURA 4. Átomo de Hélio.

• Número de elétrons: 2
• Número de prótons: 2
• Número de nêutrons: 2
• Número de massa: 2+2 = 4
• Número atômico: 2

Mão na massa - Montando átomos com simulador

Professor(a), auxilie os estudantes na construção de um átomo no simulador. O


uso dessa ferramenta pode ser realizado na sala de aula, de forma expositiva.
Lembre-se que o objetivo é fazer com que os estudantes conheçam as principais
características dos átomos e suas partículas.

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< < 193

Nesta simulação, você poderá construir o seu próprio átomo usando as


partículas básicas que o constituem. Observe que se você não tiver o número
certo de elementos no núcleo, o átomo não será estável! Sendo assim, verifique
a quantidade de prótons, elétrons e nêutrons para obter um átomo estável.
Observe também que se o número de elétrons não for igual ao número de
prótons, você terá um íon, e não um átomo neutro.

O simulador é muito interessante para ampliar o entendimento sobre o átomo e


suas partículas. Acesse:

SIMULADOR PHET
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/html/
build-an-atom/latest/build-an-atom_pt_BR.html>.
Acesso em: 7 jul 2022.

Algumas instruções sobre o passo a passo dentro do simulador:

1. Após acessar o link, observe algumas funcionalidades.

2. O programa contém três possibilidades de simulador; escolha o ícone


“Construir Átomo”.

3. No ícone “Modelo”, deixe o sistema de órbitas selecionado para a atividade.

4. Para o funcionamento, clique e arraste as partículas para o átomo e observe


como o simulador funciona.

5. Do lado direito ficam as informações como a tabela periódica, o cartão de


identificação do elemento, massa atômica e carga elétrica. Clique em todos
os botões (+) para deixar as informações visíveis.

6. Comece a testar o programa com os átomos já vistos (lítio e hélio) e depois


observe a variação do número de prótons, elétrons e nêutrons.

7. Monte átomos buscando a estabilidade e em seguida observe a formação


dos íons, tirando ou colocando mais elétrons.

8. Em seguida, monte os átomos propostos.

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< < 194

Elemento
Prótons:

Li
Nêutrons:
Elétrons: H He
Li Be B C N O F Ne
Na Mg Ai Si P S CI Ar
Átomo neutro K Ca Sc Ti V Cr Fe Co Ni Cu Zn Ti Ga Ge As Se Br Kr
Rb Sr Y Zr Nb Mo Ru Rh Pd Ag Cd H In Sn Sb Te I Xe
Cs Ba La Hf Ta W Os Ir Pt Au Hq H Ti Pb Bi Po At Rn
Fr Ra Ac Rf Db Sg Hs Mt Ds Rg Cn H Nh Fi Mc Lv Ts Og

Lítio
Carga resultante -
- +

0 ---
+++

Estável
Número de Massa -
Modelo:
Órbitas
Nuvem 6

Ver
Elemento
Ver neutro/íon
Prótons Nêutrons Elétrons Ver estável/intável

FIGURA 5.
Layout do simulador PhET.

Leia as instruções e responda as perguntas que seguem:

1. Monte um átomo com 4 prótons, 5 nêutrons e 4 elétrons no simulador.

a) Que átomo é este?

Resposta: Be - Berílio.

b) Ele é nuclearmente estável?

Resposta: Sim

c) Sua carga resultante forma um íon positivo ou negativo?

Resposta: Nem positivo, nem negativo. A carga resultante é igual a zero.

d) Qual é seu número de massa?

Resposta: 9.

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< < 195

2. Para responder este conjunto de perguntas, mantenha o átomo anterior:

a) Acrescente um elétron. O que aconteceu?

Resposta: Surgiu carga negativa resultante (-1).

b) Acrescente outro elétron. O que aconteceu?

Resposta: Surgiu carga negativa resultante (-2).

c) Isso alterou a estabilidade nuclear?

Resposta: Não.

Átomo: menor unidade da matéria. Eletricamente


neutro e, por isso, apresenta o número de prótons
igual ao número de elétrons.
GLOSSÁRIO
Íon: forma-se quando um átomo perde ou ganha
elétrons, ficando com carga positiva ou negativa.
Assim, apresenta número de elétrons diferente do
número de prótons.

ATIVIDADE 2: O QUE TEM DE DIFERENTE NO GELO, NA


ÁGUA LÍQUIDA E NO VAPOR DE ÁGUA?

Professor(a), o estudante deverá analisar as características macroscópicas


(forma e volume) dos três estados físicos. Em seguida, fará a observação dos
aspectos submicroscópicos, e para isso é proposta a leitura de imagens e texto.
Importante ressaltar que o comportamento macroscópico é explicado pelo
comportamento das partículas que compõem a matéria. Em seguida, será dada
continuidade mostrando as mudanças de estados físicos, através de exemplos;
por fim, deverá ser realizado um experimento em que os estudantes poderão
observar as mudanças de estado físico da parafina.

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< < 196

Estados físicos da matéria

Características macro e submicroscópicas dos estados de


agregação da matéria

No estado sólido, a matéria mantém as suas características macroscópicas (como


volume e forma) constantes. As partículas que formam esse estado da matéria
estão distribuídas regularmente, ocupando posições fixas, formando um arranjo
definido, pois a força de atração (força de coesão maior que a força de repulsão)
é elevada. Dessa forma, as partículas possuem baixa velocidade de movimento, o
que contribui para uma estrutura rígida, com alta resistência a deformações.

No estado líquido, a matéria mantém o volume aproximadamente constante,


mas a forma é variável. Se você colocar um líquido em recipientes diferentes, vai
observar que ele assume a forma deles. Nesse estado, a força de atração (força
de coesão aproximadamente igual à força de repulsão) entre as partículas que
formam a matéria é suficiente para mantê-las unidas, mas não impede que elas
se movam para determinadas direções. Em consequência disso, os líquidos têm
volume constante, mas a forma é do recipiente que o contém.

Já no estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria,


podendo variar amplamente a forma e o volume. As forças de coesão entre
as partículas que formam a matéria são muito fracas, de modo que elas se
deslocam de maneira desordenada e em alta velocidade. Por isso, o gás não
tem forma e volume definidos; o gás tende a ocupar todo o espaço disponível
do recipiente onde está contido.

Observe a figura 6:

FIGURA 6. Estados físicos da matéria.


Fonte: Pixabay e Shutterstock.

O estado físico de um material é uma propriedade que depende das condições


do ambiente (temperatura e pressão) em que se encontra, podendo ser avaliado

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por aspectos macroscópicos (forma e volume) e submicroscópicos (a velocidade


do movimento das partículas).

Para entender melhor esses aspectos, pense sobre a forma e o volume que a
água, em diferentes estados físicos, ocupa em um recipiente. Se mudarem um
cubinho de gelo de recipiente, ocorre alteração na forma ou no volume dele?

Da mesma forma, pensem no comportamento da água líquida e também do


vapor da água. Agora, preencha o quadro a seguir:

ASPECTO MACROSCÓPICO

Forma Volume
Estado físico
constante ou variada constante ou variado

Sólido Constante Constante

Líquido Variada Constante

Gasoso Variada Variado

TABELA 2. Aspectos macroscópicos dos estados físicos.

De forma macroscópica, é possível observar as diferenças dos estados físicos.


Como apresentado, o cubinho de gelo não apresenta diferença de forma ou
volume quando é mudado de recipiente. O mesmo não ocorre com a água
líquida ou vapor de água. Essas variações na forma e no volume são explicadas
pela organização (agregação) das partículas em cada estado físico.

Ainda em dupla, observe em cada ilustração a proximidade e agitação das


partículas. Em seguida, analise a Tabela 3 e verifique as diferenças entre os
estados sólido, líquido e gasoso:

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ASPECTO SUBMICROSCÓPICO

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

As partículas não estão


As partículas estão bem As partículas estão menos
organizadas e não são
organizadas e fortemente organizadas e também
atraídas uma pelas outras.
atraídas. Assim, as menos atraídas. Assim, as
Assim, as partículas
partículas possuem baixa partículas possuem certa
possuem alta velocidade
velocidade de movimento. velocidade de movimento.
de movimento.

TABELA 3. Aspectos submicroscópicos dos estados físicos.

Após a leitura da Tabela 3 (Aspectos submicroscópicos), relacione as imagens


com seus respectivos estados físicos:

Sólido

Líquido

Gasoso

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< < 199

Esticador de Horizontes

ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA


Francisco Teixeira
Duração: 12’30”
Disponível em: <https://youtu.be/4LxJ8v8X6xs>.
Acesso em: 7 jul. 2022.

Mudança de estados físicos

Observe a Figura 7 e responda as perguntas apresentadas:

FIGURA 7
Fonte: Pixabay.

a) Quais são os estados físicos envolvidos no derretimento do sorvete?

Resposta: Sólido e líquido.

b) O que é necessário para que a situação demonstrada na Figura 7 aconteça?

Resposta: Aumento da temperatura.

Vamos lembrar e ampliar o estudo sobre as mudanças de


estado físico?

A Figura 8 resume as mudanças de estado físico da matéria.

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< < 200

FIGURA 8. Mudança
Aumento da temperatura
de estados físicos.

Sublimação

Fusão Vaporização

Solidificação Liquefação

Sólido Líquido Gás

Diminuição da temperatura

As partículas de cada substância têm uma quantidade de energia para se


movimentar. Quando há menos energia, tendem a se movimentar menos e, ao
receber energia de uma fonte de calor (aquecimento), passam para um nível
de agitação maior, mudando de estado físico – é o que acontece na fusão e
vaporização. Para ocorrer a condensação e solidificação, é necessário diminuir a
temperatura para diminuir o nível de agitação das partículas.

Nas imagens indicadas na Tabela 4, são observadas algumas mudanças de


estado físico. Complete com as informações sobre: o estado físico inicial e final,
a necessidade de aumentar ou diminuir a temperatura e o nome da mudança
de estado físico presente em cada imagem. Se for necessário, busque mais
informações nos links disponíveis no Esticador de Horizontes.

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< < 201

Estado Estado Aumento ou Nome da


Situações físico físico diminuição de mudança de
inicial final temperatura estado físico

Sólido Líquido Aumento Fusão

Ferro na caldeira

Líquido Gasoso Aumento Vaporização

Água na chaleira

Gasoso Líquido Diminuição Condensação

Água no interior
do vidro do relógio

Líquido Sólido Diminuição Solidificação

Suco de beterraba
na forma de gelo

Sólido Gasoso Aumento Sublimação

Gelo-seco no copo

TABELA 4
Fontes: Pixabay (1 e 2) e Shutterstock (3, 4 e 5).

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< < 202

Professor(a), para minimizar o aspecto abstrato do conteúdo, use simuladores


educativos. Os estados físicos e a mudança de estados podem ser estudados
ao usar o simulador, de forma demonstrativa, ou também pelos alunos, caso
tenham acesso a computadores em sala de aula. Para iniciar o trabalho, sugere-
se utilizar o neônio ou argônio, por estarem na forma monoatômica.

SIMULADOR PHET
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/
simulations/states-of-matter-basics>.
Acesso em: 7 jul. 2022.

Esticador de Horizontes

MUDANÇA DE ESTADO FÍSICO


As passagens entre os três estados físicos (sólido, líquido
e gasoso) têm o nome de mudanças de estado físico.
Se devem ao aumento ou diminuição de temperatura e
mudança de pressão.
Canal Futura
Duração: 8’32”
Disponível em: <https://youtu.be/NyVxeTPhOJE>.
Acesso em: 7 jul. 2022.

Mãos na massa - Estudo das mudanças de estado


físico da parafina
Você já ouviu falar na parafina?

É uma mistura de substâncias (hidrocarbonetos saturados) derivadas do


petróleo, possui cor branca e não tem odor e nem gosto. Um dos benefícios
proporcionados pela parafina é que ela não é tóxica, porém, é altamente
inflamável. Sua utilização é muito comum na produção de velas e também
empregada como matéria-prima na fabricação de giz de cera, embalagens de
proteção, cosméticos, tintas, combustíveis, entre outros.

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< < 203

O experimento proposto tem como objetivo observar as mudanças de estado


físico da parafina quando ocorre o aquecimento e o esfriamento dela.

Forme um trio para desenvolver a atividade experimental; em seguida, separe


o material (1 vela, 1 caixa de palitos de fósforo, 1 colher de sopa, 1 estilete e 1
prato pequeno) e leia atentamente o procedimento:

1. Com auxílio do estilete, retire um pedaço pequeno de parafina da vela.


2. Coloque a parafina na colher.
3. Acenda a vela e a fixe no prato.
4. Segure a colher logo acima da chama da vela e aguarde até que a
parafina mude de estado.
5. Retire a colher de cima da chama e espere a parafina esfriar.

Observação: Não toque na parafina ou na parte da colher que é aquecida pela


vela, pois eles estarão muito quentes.

Após o observado no experimento, responda:

a) Que mudança de estado ocorreu quando a parafina foi aquecida?

Resposta: A parafina passou do estado sólido para o líquido – mudança de


estado chamada de fusão.

b) Que mudança de estado ocorreu quando esfriou a parafina?

Resposta: A parafina passou do estado líquido para o sólido – mudança de


estado chamada de solidificação.

c) Desenhe o esquema do procedimento realizado.

Resposta pessoal.

O que aprendemos
1. Atomística é a área da Química que estuda os átomos. O átomo é a unidade
fundamental da matéria e a estrutura que identifica os elementos químicos.

Sobre os átomos, é correto afirmar que:

I. Embora a palavra átomo tenha origem grega e significa indivisível, hoje


sabemos que o átomo é formado por partículas ainda menores.

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< < 204

II. Átomos no estado fundamental são carregados negativamente.

III. Um conjunto de átomos com o mesmo número de prótons representa


um elemento químico.

Estão corretas as afirmativas:

I e II

II e III

I e III

Todas as alternativas

2. Os trabalhos de Joseph John Thomson e Ernest Rutherford resultaram em


importantes contribuições na história da evolução dos modelos atômicos e
no estudo de fenômenos relacionados à matéria. Das alternativas a seguir,
aquela que apresenta corretamente o autor e uma de suas contribuições é:

Thomson: Concluiu que o átomo e suas partículas formam um modelo


semelhante ao sistema solar.

Rutherford: Pela primeira vez, constatou a natureza elétrica da matéria.

Thomson: A partir de experimentos com raios catódicos, comprovou a


existência de elétrons.

Rutherford: Reconheceu a existência das partículas nucleares sem carga


elétrica, denominadas nêutrons.

3. Um estudante realiza a seguinte experiência durante um dia em que a


temperatura ambiente é de 30°C: retira uma caçamba de gelo e a coloca
sobre um balcão. Após determinado tempo, o gelo derreterá completamente.
Se esse estudante, após isso, pegar a porção de água resultante (no estado
líquido) e a colocar em uma panela sobre a chama de um fogão, a água irá
vaporizar completamente, passando assim pelos três possíveis estados físicos
da matéria. A respeito do estado de agregação das moléculas nos estados
físicos da matéria, é correto afirmar que as moléculas:

Estão pouco agregadas apenas no estado sólido.

Estão bastante agregadas em todos os estados físicos.

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< < 205

Possuem um estado de agregação intermediário apenas no estado líquido.

Estão bastante agregadas apenas no estado de vapor.

Estão pouco agregadas em todos os estados.

4. Observe a tirinha:

De acordo com os quadrinhos, responda:

a) Qual é a mudança de estado físico que ocorre do primeiro para o segundo


quadrinho?

Resposta: Fusão.

b) E no caso do segundo para o terceiro quadrinho?

Resposta: Vaporização.

5. A passagem do estado líquido para o gasoso é chamada de vaporização.


Leia as duas situações:

a) A roupa seca pois a água evapora.

b) A água sofre ebulição quando ferve.

Pesquise a diferença entre evaporação e ebulição.

Resposta: Ambas representam a mudança do estado líquido para o estado


gasoso. No entanto, a evaporação acontece gradativamente e de forma lenta,
enquanto a ebulição acontece rapidamente.

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< < 206

SEQUÊNCIA 9.
H2O, água e água
mineral: Qual é
a relação?

HABILIDADE

(EF06CI03)
Selecionar métodos mais adequados para a separação de diferentes sistemas
heterogêneos a partir da identificação de processos de separação de materiais
(como a produção de sal de cozinha, a destilação de petróleo, entre outros).

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Substâncias puras e misturas;


• Misturas homogêneas e heterogêneas;
• Separação de materiais.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Classificar misturas em homogêneas ou heterogêneas, de acordo com


seus aspectos visuais;
• Identificar as propriedades em que se baseiam os principais métodos de
separação de misturas e aplicá-los em situações-problema;
• Identificar métodos de separação de misturas utilizados no sistema
produtivo (ODS 9).

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< < 207

O que vamos aprender aqui


Professor(a), esta sequência está dividida em três atividades. A primeira tem
como objetivo ampliar o estudo da composição da matéria envolvendo os
conceitos e as relações entre átomos, moléculas e substâncias; a atividade utiliza
fórmulas químicas e o simulador como ferramenta para o desenvolvimento
dos conteúdos. A segunda tem como foco estudar as misturas, com a sua
classificação e a relação com o cotidiano. A última atividade da sequência deverá
identificar os principais métodos de separação de misturas.

Você já estudou sobre a estrutura do átomo, como é a sua constituição e


suas partículas. Nesta Sequência de Atividades, o foco será a relação entre os
átomos, as substâncias e as misturas.

Você saberia responder:

• Onde encontramos substâncias puras? E as misturas?


• Como diferenciar uma substância pura de uma mistura?
• A água mineral é uma substância pura ou uma mistura? E quando temos
uma mistura, é possível separar?

Para responder a essas perguntas, ao longo das atividades você analisará


imagens, montará algumas moléculas e também colocará as mãos na massa
para separar algumas misturas.

Começo de conversa
Imagine a situação: você e seus colegas de turma foram para um acampamento.
Durante a preparação do almoço, um colega deixou cair todo o sal de cozinha
disponível na areia.

Como você faria para recuperar este sal? Seria possível recuperar?

Reflita sobre a situação e, ao final dessa Sequência de Atividades, você poderá


compartilhar sua ideia.

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< < 208

ATIVIDADE 1: ÁTOMOS, MOLÉCULAS E SUBSTÂNCIAS:


VAMOS ENTENDER?

Professor(a), a primeira atividade aborda as relações e as diferenças entre os


conceitos de átomos, moléculas e substâncias. A primeira etapa abordará a
análise macro e submicroscópica da água.

O que compõe a água?

Qual é a relação de átomos, moléculas e substâncias?

Imagine um copo de água. Podemos dizer que a substância dentro do copo


é a água.

Mas do que a água é formada?

Para responder a essa pergunta, observe a imagem:

H H O

H O
H

FIGURA 1. A substância água e suas moléculas.

Vamos entender melhor?

Um copo de água tem, dentro dele, muitas moléculas que se apresentam com a
fórmula H2O. Já as moléculas são formadas por átomos de hidrogênio e oxigênio.
Não é possível ver as moléculas de água porque são muito pequenas. Sem o uso
de um microscópio, só podemos identificar a substância que é a água.

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< < 209

Outro exemplo para analisar é o álcool etílico (etanol) puro, usado em


laboratório. Imagine uma gota: nela teremos a presença de muitas moléculas
que se apresentam com a fórmula C2H60, sendo as moléculas formadas por
átomos de hidrogênio, carbono e oxigênio.

Analise a Figura 2 para entender melhor:

Álcool

HH
H C C OH
HH Átomos de oxigênio,
Molécula hidrogênio e carbono
A substância presente
se ligam formando a
no álcool é o etanol
molécula de etanol.

FIGURA 2. A substância etanol e suas moléculas.

As substâncias podem se apresentar por um conjunto de moléculas, ou ainda


se apresentar pela interação de átomos, como acontece nos metais. Analise a
Figura 3.

Átomos de mercúrio

Os átomos de
mercúrio interagem
formando o metal
Substância mercúrio

FIGURA 3. O metal mercúrio e seus átomos.


Fonte: Shutterstock.

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< < 210

Após a análise das imagens, podemos concluir que:

• Substância: É uma porção de matéria que tem propriedades bem


definidas e que lhe são características; material formado por moléculas
ou átomos quimicamente iguais.
• Molécula: Constituída por dois ou mais átomos ligados entre si por
ligações químicas, sendo estável e eletricamente neutra.
• Átomo: É a menor unidade que compõe a matéria, sendo formado por
prótons, nêutrons e elétrons.

Conectando átomos e montando moléculas!

Professor(a), aqui deverá ser feito o uso do simulador “Montando moléculas”,


com o objetivo de ampliar a compreensão dos conceitos mais abstratos. O
simulador pode ser usado de forma expositiva na sala de aula, estimulando os
estudantes a utilizarem em casa ou na sala de informática.

Agora que já sabe um pouco mais sobre átomos e moléculas, que tal treinar
simulando algumas moléculas? Você vai acessar o simulador PhET e treinar
algumas possibilidades de formar células:

SIMULADOR PHET
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/html/
build-a-molecule/latest/build-a-molecule_pt_BR.html>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

Algumas instruções e passo a passo para o uso do simulador:

1. Após abrir o programa, você observará três janelas: “Sozinha”, “Várias” e


“Diversão”.

2. Escolha a primeira aba. A atividade basicamente consiste em conectar os


átomos, formando as moléculas solicitadas. A atividade propõe a montagem
de cinco moléculas: - H2O, O2, H2, CO2, N2.

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< < 211

3. Para montar as moléculas, arraste os átomos para o painel azul e conecte-


os. Para ver a molécula em três dimensões, você deve clicar no ícone verde,
escrito “3D”.

4. No modo “Diversão”, você terá disponível um “Kit” de átomos que serve


para variar o conjunto de átomos para montar moléculas diversas. Nesse
momento, poderá criar outras moléculas.

O layout do programa é similar ao apresentado na Figura 4:

Suas Moléculas
Conjunto 1
H²O (água)

O² (oxigênio molecular)
O H

H² (hidrogênio molecular)

CO² (gás carbônico)

N² (nitrogênio molecular)

<
H <
Hidrogênio Oxigênio

FIGURA 4. Layout do simulador PhET.

Antes de finalizar a atividade, monte mais duas moléculas na janela “Diversão”:

Monte a molécula do etanol (C2H6O), vista anteriormente, e responda:

a) Número de átomos que formam uma molécula?

Resposta: 9 átomos.

b) Quantos tipos de átomos a molécula do etanol apresenta? Quais são?

Resposta: 3 (C, H, O).

Lembra da camada de ozônio presente na atmosfera terrestre? A camada de


ozônio apresenta alta concentração de ozônio, a substância que protege a terra

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< < 212

dos raios nocivos, funcionando como um grande protetor solar. A substância


ozônio apresenta fórmula O3. Monte a molécula do ozônio e responda:

c) Número de átomos que formam uma molécula?

Resposta: 3 átomos.

d) Quanto(s) tipo(s) de átomos a molécula do ozônio apresenta? Qual(is)?

Resposta: 1 (O).

Substâncias puras simples e compostas

Professor(a), nesta etapa serão abordados os conceitos sobre substância


simples e composta, explorando o uso das fórmulas e também do modelo
atômico de Dalton para representação dos átomos.

A atividade anterior foi finalizada com a montagem de duas moléculas – O3 e


C2H6O; você deve ter obtido moléculas iguais às da Figura 5.

FIGURA 5. Moléculas de O3 e C2H6O

Observando as imagens, é possível verificar que a molécula de ozônio (O3)


apresenta um tipo de átomo, enquanto que o etanol (C2H6O) apresenta três
tipos diferentes. Essa diferença é o que classifica as substâncias em dois grupos:
as substâncias simples e as substâncias compostas.

Levando em conta a classificação, quem você considera ser a molécula que


compõe a substância simples? E a composta? Quais os critérios você usou para
fazer a classificação?

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< < 213

Não deixe de registrar antes de continuar:

a) Substância simples

Resposta: O3 – um só tipo de átomo formando a molécula.

b) Substância composta

Resposta: C2H6O – mais de um tipo de átomo formando a molécula.

Agora, já é possível dizer que:

• Substâncias simples: São formadas pela combinação de átomos de um


único tipo, como o gás hidrogênio (H2) – formado por dois átomos de
hidrogênio ligados entre si – e o ozônio (O3) – formado por três átomos
de oxigênio.
• Substâncias compostas: São constituídas por moléculas formadas por
mais de um tipo de átomos, como a água (H2O) e o etanol (C2H6O).

O que aprendemos
1. Analise os sistemas e responda as questões a seguir:

a) Quais sistemas representam substâncias simples?

Resposta: B e C.

b) Quais sistemas representam substâncias compostas?

Resposta: A e D.

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< < 214

c) Quantas moléculas estão representadas no sistema A?

Resposta: 3.

d) Quantos átomos estão presentes na molécula da substância D?

Resposta: 5.

2. Identifique a alternativa que apresenta, na sequência, os termos corretos


que preenchem as lacunas da afirmativa:

“Uma substância _____ é formada por _____ , contendo apenas _____ de um


mesmo _____ .”

Composta; moléculas; tipo; átomo.

Composta; moléculas; átomos; tipo.

Química; tipo; moléculas; átomo.

Simples; átomos; moléculas; tipo.

Simples; moléculas; átomos; tipo.

3. Em qual das sequências a seguir estão representados um átomo, uma


substância simples é uma substância composta, respectivamente:

H2, Cℓ2, O2

H2, Ne, H2O

H2, HI, He

H2O, O2, H2

Cℓ, N2, HI

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< < 215

ATIVIDADE 2: MISTURAS

Professor(a), esta atividade tem como objetivo diferenciar a substância pura das
misturas. Para isso, é utilizada análise de rótulos de águas minerais, em que são
observadas as semelhanças e as diferenças.

Água mineral: uma substância pura ou uma mistura?

Vamos pensar na água mineral. Será que na água mineral só tem água?

Antes, é interessante definir o que é uma água mineral.

Água mineral é a água obtida diretamente de fontes naturais ou


por extração de águas subterrâneas. É caracterizada pelo conteúdo
definido e constante de determinados sais minerais, oligoelementos e
outros constituintes considerando as flutuações naturais.

Fonte: Água mineral: o que é, de o nde vem e como se classifica. Serviço Geológico
do Brasil - SGB. Disponível em: <https://aguamineral.cprm.gov.br/agua_mineral.
html>. Acesso em: 8 jul. 2022.

E você, o que acha?

• Qual é a composição da água mineral?


• Será que é uma substância pura ou uma mistura?

Registre sua hipótese:

Resposta esperada: É uma mistura homogênea, mas a ideia é observar o que


os alunos pensam sobre o assunto. Assim, não tem resposta certa ou errada. A
questão será analisada novamente, mais à frente.

Vamos descobrir?

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A Figura 6 apresenta rótulos de três diferentes marcas de água mineral.

Observe a figura e pense nas questões a seguir:

• O que os rótulos têm em comum?


• O que os rótulos têm de diferente?

Professor(a), as questões propostas podem ser discutidas em grande grupo


a partir da imagem. O principal objetivo é que os estudantes percebam que
na água mineral tem água e outras substâncias que formam uma mistura. A
composição química da água mineral é basicamente a mesma. Assim, podem
ser citados os ânions (bicarbonato, cloreto, nitrato) ou cátions (sódio, cálcio,
potássio) que aparecerem primeiro (normalmente, em maior quantidade). Nas
diferenças, os estudantes podem citar as quantidades dos minerais e também
a presença de algum cátion ou ânion diferenciado (por exemplo, o vanádio no
último rótulo).

Água Mineral Natural

Classificação: Água Mineral Fluoretada e COMPOSIÇÃO Característica:


Fracamente Radioativa na Fonte.
Composição Química (mg/L) Res. Seco (a 180° C) 34,0 +- 4 mg/l
Bicarbonato 22,83 Sulfato 1,67
Silíca 9,6 +- 2 mg/l
Sódio 5,441 Magnésio 0,996 pH (a 18° C) 6,0
Cálcio 3,635 Fluoreto 0,13 ANIÕES: CATIÕES:
Cloreto 3,48 Bário 0,069 Hidrogenoc. (HCO3-) 8,0+- 0,8 mg/l Sódio (Na+) 4,1+- 0,4 mg/l
Nitrato 2,42 Estrôncio 0,035 Cloreto (CI-) 4,2+- 0,4 mg/l Cálcio (Ca 2+) 1,3+- 0,3 mg/l
Sulfato (SO 2-) 1,0 +- 0,2 mg/l Potássio (K+) 0,6 +- 0,1 mg/l
Potássio 2,056 Brometo 0,02 4

Características Físico-Químicas

pH a 25°C 5,82
Muito pouco mineralizada
Temperatura da água na fonte 23,2°C
Condutividade a 25°C 60,2μS/cm
CLASSIFICAÇÃO: ÁGUA MINERAL
Resíduo de evaporação a 180°C, 52,04 mg/L
calculado FLUORETADA E RADIOATIVA NA FONTE
Radioatividade na fonte a 20°C e 5,12 Maches
7760 mmHg COMPOSIÇÃO QUÍMICA (mg/L)

Nitrato 5,00 Magnésio 5,00


Bicarbonato 2,51 Sódio 2,51
Potássio 1,23 Sulfato 1,23
Cálcio 1,08 Bário 1,08
Cloreto 0,62 Fluoreto 0,62
FIGURA 6. Rótulos de diversas
marcas de água mineral.

Embalagem

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Com base na observação desses rótulos, o que você conclui? A água é uma
substância pura ou mistura?

Resposta esperada: A água mineral é uma mistura, por apresentar em sua


composição água com outras substâncias dissolvidas.

Agora já é possível dizer que:

• Substâncias puras: São materiais que possuem composição química


constante. Apresentam um tipo de substância representada por um
conjunto de moléculas iguais. Podem ser classificadas como substâncias
puras simples ou compostas.
• Misturas: É a união de duas ou mais substâncias diferentes
(independentemente se são simples ou compostas). Representadas
por mais de um conjunto de moléculas, podem ser classificadas como
misturas homogêneas ou heterogêneas.

Analisando as misturas – aspectos macroscópicos e


submicroscópicos
Professor(a), neste momento, deverá ser desenvolvido os aspectos
macroscópicos das misturas homogêneas e heterogêneas, e em seguida deverá
ser ampliada a análise, considerando os aspectos submicroscópicos. Utiliza-se,
para isso, leitura de imagem.

Neste momento, vamos considerar os aspectos macroscópicos.

A Figura 7 apresenta três copos: um com água pura, outro com água e sal
dissolvido e outro com água e óleo. Observe a figura e tente identificar o que
tem em cada copo.

FIGURA 7. Substância pura ou mistura.


Copo 1 Copo 2 Copo 3 Fonte: Shutterstock.

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Registre a sua análise:

Resposta pessoal.

Copo 1 -

Copo 2 -

Copo 3 -

Foi fácil identificar a mistura de água e óleo no copo 2, pois é possível observar
a presença das duas fases visualmente (aspecto macroscópico). Já nos copos
1 e 3, não é possível fazer distinção por meio da análise visual. Para classificar,
com certeza, seria necessário outros tipos de estratégias, como análises físicas
e/ou químicas.

Já vimos os aspectos macroscópicos e agora é a vez de observar os aspectos


submicroscópicos das misturas.

Observe a Figura 8, com três sistemas diferentes.

Considerando o que já viu até o momento, tente classificar os sistemas


presentes na Figura 8 em substância pura ou mistura.

FIGURA 8. Substância pura e mistura.

Registre sua hipótese:

Sistema A -

Resposta: Substância pura.

Sistema B -

Resposta: Substância pura.

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Sistema C -

Resposta: Mistura.

Para realizar a classificação em substância pura ou mistura, é necessário


observar a presença do número de substâncias diferentes nos sistemas.
As substâncias puras apresentam apenas um tipo de substância, sendo
representadas por um tipo de molécula. As misturas apresentam mais de um
tipo de substância, sendo representadas por mais de um tipo de molécula.
Vamos analisar cada sistema separadamente:

B Substâncias puras

Mistura

Agora é sua vez de tentar!

Observe cada sistema e classifique em substância pura ou mistura.

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Sistemas Substância pura ou mistura?

Substância pura – um tipo de átomo.

Professor(a), lembre aos alunos que alguns materiais não


apresentam átomos ligados formando moléculas (ex:
mercúrio presente nos antigos termômetros clínicos, o gás
hélio presente em balões).

Mistura – dois tipos de átomos diferentes.

Mistura – dois tipos de substâncias que são representadas


por moléculas diferentes.

Substância pura – apresenta um tipo de substância


representada pela presença de um tipo de molécula.

Professor(a), se achar necessário, pode relembrar que as


substâncias são classificadas em simples e compostas. No
exemplo, é uma substância pura composta.

TABELA 1

Misturas presentes no cotidiano

Professor(a), para finalizar, amplie os conceitos de misturas, trazendo diversos


exemplos do cotidiano para análise dos estudantes.

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De uma forma geral, na natureza, encontramos substâncias puras e na forma de


misturas, isto é, associadas a outras substâncias. Assim, quase tudo que está ao
nosso redor são exemplos de misturas das mais variadas substâncias puras.

As misturas podem ser classificadas em misturas homogêneas e heterogêneas,


de acordo com o número de fases presente na mistura. A fase é considerada
uma porção contínua, com aspecto visual uniforme. Nem sempre a segunda
fase estará visível a olho nu: por vezes, pode acontecer a necessidade de análise
microscópica para classificação de uma mistura.

As misturas homogêneas apresentam mais de um tipo de substância e são


formadas pela dissolução de uma ou mais substâncias (soluto) em outro
(solvente), resultando em um sistema formado por uma única fase em toda
extensão da mistura, como a mistura de água com sal.

As misturas heterogêneas apresentam mais de uma substância e são formadas


por materiais que não se dissolvem um no outro, ou seja, é possível visualizá-
los em suas fases. Essas misturas apresentam duas ou mais fases. Exemplo: a
mistura de água com óleo.

Observe a Figura 9 e identifique as misturas.

FIGURA 9. Misturas do cotidiano.


Fonte: Pixabay (1, 2, 3, 5 e 6) e Shutterstock (4).

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Além da água mineral, quais são as misturas destacadas na Figura 9?

Classifique cada mistura em homogênea ou heterogênea:

Mistura
Misturas
homogênea ou heterogênea?

Água mineral Mistura homogênea

Leite Mistura heterogênea

Queijo Roquefort Mistura heterogênea

Sangue Mistura heterogênea

Barrinha de cereais Mistura heterogênea

Barras de metal Mistura homogênea

Esticador de Horizontes

SEPARAÇÃO DE MISTURAS
Em algumas situações, a separação dos componentes
de uma mistura é necessária e para tal existem
diferentes métodos.
Canal Futura
Duração: 13’20”
Disponível em: <https://youtu.be/X5OWOAp7t-I>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

Certamente, foi mais fácil classificar a barrinha de cereal e o queijo, por


apresentarem visualmente mais de uma fase, caracterizando uma mistura
heterogênea. A água mineral, vista anteriormente, forma uma única fase,
na qual os sais minerais estão totalmente dissolvidos na água formando
uma mistura homogênea. As barras metálicas também formam uma única

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fase, sendo classificada como mistura homogênea. No entanto, o sangue e o


leite, apesar de apresentarem visualmente uma única fase, não são misturas
homogêneas. Vamos ver?

A Figura 10 apresenta uma porção de leite materno e uma de sangue humano


vistas no microscópio óptico. Observe:

FIGURA 10. Leite materno


e sangue humano.
Fontes: Wikimedia
Commons e Shutterstock.

Quando utilizamos o microscópio ótico, é possível ver o que não conseguiríamos


enxergar sem a ajuda do aparelho. O leite e o sangue apresentam partículas bem
pequenas que a olho nu não são observadas. Analisando a figura, é possível ver
no leite as bolhas de gordura dispersas no soro do leite, e no sangue é possível
observar a presença dos elementos sólidos (hemácias, leucócitos e plaquetas) que
estão dispersos na parte líquida do sangue chamada de plasma. Assim, o sangue
e o leite são considerados como misturas heterogêneas.

Esticador de Horizontes

O LEITE OBSERVADO NO MICROSCÓPIO


Под Микроскопом
Duração: 5’06”
Disponível em: <https://youtu.be/X_0oZx4cseo>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

O SANGUE HUMANO OSERVADO NO MICROSCÓPIO


Under a Microscope
Duração: 3’14”
Disponível em: <https://youtu.be/TbN0CkO6nFc>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

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ATIVIDADE 3: SEPARANDO AS MISTURAS

Professor(a), a atividade propõe a análise experimental, por meio de estações


de trabalho. A conceituação e a nomeação dos métodos de separação de
misturas está disponível no final da atividade, para ampliação da discussão.
Assim, no momento da atividade experimental, não é objetivo identificar os
nomes dos processos, e sim a explicação do método de separação. O Quadro
1 apresenta uma proposta de trabalho, no entanto, é possível aumentar o
número de estações, assim como alterar as misturas para cada estação.

Separação de misturas significa isolar um ou mais componentes (substâncias)


que formam a mistura, seja ela homogênea ou heterogênea. Os métodos
de separação são utilizados com o intuito de separar todas ou a maioria das
substâncias que formam uma mistura.

Para entender os métodos de separação, nada melhor que separar algumas


misturas, não é mesmo?

A atividade experimental está organizada em estações de trabalho. Em


cada estação, você e seu grupo terão uma mistura para separar. O tempo,
previamente combinado, deverá ser cumprido. Assim, organizem-se para a
realização do trabalho. A cada tempo, o grupo muda de estação, até passar por
todas. Faça o registro das suas observações.

Classificação
Como você e seu grupo
Composição da mistura
ESTAÇÃO podem separar os itens
da mistura (homogênea ou
da mistura?
heterogênea)

Resposta provável: utilizar


1 Feijão + arroz Mistura heterogênea as mão para separar feijão
do arroz (catação).

Resposta provável: utilizar o


Limalha de ferro
2 Mistura heterogênea imã para retirar a limalha de
+ areia
ferro (separação magnética).

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Resposta provável: areia


fica embaixo (maior
densidade) a água pode
3 Água e areia Mistura heterogênea
ser separada virando o
pode até chegar na areia
(decantação).

Resposta provável:
Água com sal
4 Mistura homogênea evaporar a água para obter
dissolvido
o sal sólido (evaporação).

QUADRO 1. Atividade experimental por meio de estações.

Alguns métodos de separação de misturas

Misturas Heterogêneas

• Catação: É o método mais simples, no quale a separação acontece


manualmente com as próprias mãos ou com auxílio de pinças. Por
exemplo, a separação de pedras e grãos ruins do feijão e a separação do
lixo em casa ou nos centros de reciclagem.
• Separação magnética: É a separação de metais de outras substâncias
(normalmente sólidas) com o auxílio de um ímã (propriedade de
imantização). Por exemplo, a limalha de ferro com areia, separação de
peças de ferro em centros de reciclagem e em ferros-velhos.
• Decantação: Método utilizado para separar misturas heterogêneas de
sólido-líquido e líquido-líquido, por meio da diferença de densidade dos
componentes da mistura. Por exemplo, as misturas de água e areia e de
água e óleo.
• Filtração: Um processo muito utilizado em casa; a separação ocorre com
a utilização de um filtro. As misturas podem envolver misturas sólido-
líquido ou ainda sólido-gasoso. A substância de maior granulometria fica
retida no filtro, separando a mistura. Por exemplo, na preparação do café
e na limpeza da casa com o uso de aspirador de pó.
• Evaporação: Processo que consiste na evaporação do líquido constituinte
da mistura. No entanto, no processo de evaporação, apenas o sólido é
recuperado, perde-se o líquido. Por exemplo, a mistura de água + sal (a
água evapora e obtém-se o sal no fundo do recipiente no qual a solução
se encontrava.) Este processo é o utilizado nas salinas e representa a
principal forma de obtenção do sal de cozinha.

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Misturas homogêneas

• Destilação simples: Processo de separação baseado na diferença nos


pontos de ebulição (PE) dos componentes da mistura. Quanto maior
a diferença entre os PE, mais fácil ocorre a separação. Ao contrário da
evaporação, recupera-se todos os componentes devido ao condensador
acoplado no sistema, que condensa o vapor gerado pelo aquecimento
da mistura. Por exemplo, mistura formada por sal dissolvido em água.
• Destilação fracionada: Este processo também se baseia na diferença
entre os PE dos componentes da mistura; no entanto, consegue
separar substâncias com PE mais próximos. Por exemplo, água e álcool
e também o petróleo, através de enormes colunas de fracionamento,
em que se separam diversos derivados do petróleo em diferentes
faixas de temperatura.

Estação de Tratamento de Água – um grande processo


de separação de misturas
A Estação de Tratamento de Água, também conhecida como ETA, tem como
objetivo reduzir a concentração de poluentes na água e, principalmente,
eliminar os materiais orgânicos e microorganismos nocivos para a saúde. Dessa
maneira, a ETA trata a água para que esta não apresente riscos à saúde pública.

A poluição da água prejudica o uso desta, atingindo o ser humano de forma


direta. Utilizamos a água para beber, para nossa higiene, para lavar roupas
e utensílios e, principalmente, para nossa alimentação e de nossos animais
domésticos.

Assim, a ETA é um dos exemplos de processo de separação de misturas.


Para ampliar seus conhecimentos sobre o funcionamento da ETA, utilize o
simulador que descreve o processo de tratamento da água antes de chegar nas
residências. Bastante interativo e didático, o material analisa todas as etapas
realizadas nas estações de tratamento, desde a captação até a distribuição final.

O que aprendemos
1. Retomando a questão inicial:

Você e seus colegas de turma foram para um acampamento. Durante a


preparação do almoço, um colega deixou cair na areia todo o sal de cozinha
disponível. Como você faria para recuperar este sal?

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Resposta: Quando o sal cai na areia forma uma mistura heterogênea. Coloque
o sal e a areia em um recipiente; em seguida, coloque água para dissolver o
sal (dissolução fracionada). Agora com duas fases no recipiente, a areia fica
embaixo por ser mais densa e a água com sal dissolvido fica em cima. Após a
separação da areia, entornar o recipiente para retirar a água com sal dissolvido
(decantação). Em seguida, aqueça a mistura de água com sal até que a água
evapore (evaporação).

2. Quando prepararmos o nosso cafezinho de cada dia, costumam-se realizar


dois tipos principais de separação de misturas, que são:

Decantação e filtração.

Filtração e sedimentação.

Filtração e sifonação.

Decantação e extração.

Extração e filtração.

3. Uma das etapas do funcionamento do aspirador de pó utilizado na limpeza


doméstica é a:

Filtração.

Decantação.

Sedimentação.

Centrifugação.

Sifonação.

4. Analise as misturas e suas composições e classifique-as em misturas


homogêneas e heterogêneas.

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Homogênea ou
Mistura Composição
Heterogênea

Água mineral
Água + sais minerais + gás carbônico Heterogênea
gasosa

Gás nitrogênio (N2), gás oxigênio (O2),


Ar atmosférico gás carbônico (CO2), Ozônio (O3), entre Homogênea
outros gases

Granito da
Três sólidos (feldspato, mica e quartzo) Heterogênea
bancada

Soro fisiológico Cloreto de sódio (sal de cozinha) + água Homogênea

Liga metálica basicamente composta por


Panela de aço Homogênea
carbono (C) e ferro (Fe)

Álcool 70%
Água e etanol Homogênea
comercial

Anotações

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SEQUÊNCIA 10.
Máquina simples

HABILIDADES

(EF07CI01)
Discutir a aplicação, ao longo da história, das máquinas simples, e propor
soluções e invenções para a realização de tarefas mecânicas cotidianas.

(EF07CI06)
Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto
na vida cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do
desenvolvimento de novos materiais e tecnologias (como automação
e informatização).

OBJETO DE CONHECIMENTO

• Máquinas simples.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Conhecer ferramentas do cotidiano consideradas máquinas simples;


• Identificar e classificar as alavancas;
• Reconhecer a diferença entre uma polia móvel e uma polia fixa e
suas vantagens;
• Reconhecer que planos inclinados são elementos facilitadores da
mobilidade.
• Analisar os impactos socioambientais do uso máquinas simples ao
longo da história.

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O que vamos aprender aqui


Professor(a), a habilidade EF07CI06 será desenvolvida nesta e na próxima
Sequência de Atividades. A habilidade EF07CI01 não está destacada como
prioritária pela Matriz Curricular FRM, mas está presente na BNCC e pode ser
considerada no planejamento pedagógico.

Vamos iniciar esta Sequência problematizando as Figuras 1 e 2 e perguntando


se todas podem ser consideradas como máquinas. Imagina-se que as
respostas estarão associadas à ideia de ter um motor e da necessidade de
estar ligada à tomada.

Vamos iniciar essa sequência observando os objetos, aparelhos, instrumentos


e equipamentos apresentados nas Figuras 1 e 2. Identifique aqueles que você
classificaria como uma máquina.

FIGURA 1
Fonte: Pixabay.
Bíceps

FP

A
FA

Bíceps

FP

Plano
inclinado FIGURA 2
0 A Fonte: Pixabay (1 e
FA 2) e Pxhere (3).

Talvez você tenha apontado apenas para alguns dos objetos apresentados
na Figura 1, pois é comum associarmos máquina a algum equipamento mais
complexo, que ainda precise de energia elétrica para funcionar. Porém, em
Plano
inclinado
0

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< < 231

ambas, temos exemplos de máquinas, pois considera-se uma máquina qualquer


equipamento que facilita o trabalho humano e é capaz de diminuir o esforço
humano. Portanto, todos os exemplos representados nas figuras se encaixam
na definição, concorda? Desde o computador que, com a internet, facilita o
envio de uma mensagem rápida (por e-mail), até a pá que substitui as mãos
com eficiência, ao cavar um buraco.

Algumas máquinas são mais complexas em sua estrutura e outras bem mais
simples. Nesta Sequência, estudaremos as máquinas simples.

ATIVIDADE 1: MÁQUINAS SIMPLES

As primeiras civilizações (egípcios, fenícios,


chineses, dentre outras) que viveram milhares
de anos a.C (antes de Cristo) usaram máquinas
simples, como rodas, arados, balanças, planos
inclinados, parafusos, alavancas, roldanas para
melhorar o trabalho na agricultura, construir
cidades, ampliar o comércio, guerrear, dentre
outras atividades, como na Figura 3. Nesta
Sequência, iremos estudar as alavancas, as
roldanas e o plano inclinado como exemplos de
máquinas simples.
FIGURA 3

Alavancas

Professor(a), inicie o assunto perguntando se eles têm alguma ideia do que


seja uma alavanca. Peça exemplos. Tente levar para a sala de aula exemplos de
ferramentas que funcionam como alavancas: tesouras, alicates, pinças, abridor
de latas etc. Serão bons exemplos para conceituar alavancas.

Você sabe o que é uma alavanca e para que serve? Por que a fechadura da
porta fica na extremidade, e não no centro? Que ferramentas são consideradas
alavancas? Será que temos alavancas em nosso corpo? Vamos conhecer o
funcionamento e princípio das alavancas, além de responder a estas questões
ao longo da atividade.

A Figura 4 ilustra uma famosa frase atribuída a Arquimedes de Siracusa (287


a.C. – 212 a.C.) para descrever a função de uma alavanca: “Se me derem uma

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< < 232

alavanca e um ponto de apoio, deslocarei o


mundo”. Certamente Arquimedes não estava
se gabando de sua força, mas a mensagem que
a frase nos passa é que é possível movermos
objetos de massa superior à nossa com a ajuda
de uma alavanca, cujo princípio é ampliar a
força aplicada. O sistema mais simples como
exemplo de alavanca consiste em uma barra
(haste) e um ponto de apoio, no qual a barra
pode girar em torno deste ponto, como em
uma gangorra. Você vai perceber que em FIGURA 4

nosso dia a dia estamos cercados de ferramentas que usam esse princípio e
fazemos uso constante delas, como alicate, tesoura, pinça, abridor de lata etc.
Pense em outros exemplos e compartilhe com seus colegas e professor(a).

Arquimedes de Siracusa (287 a.C. – 212 a.C.):


Matemático, físico, engenheiro, astrônomo e
inventor grego.
GLOSSÁRIO

Pela Figura 4, percebemos que no uso das alavancas, o objetivo é multiplicar a


força aplicada. A essas forças denominamos: força potente Fp (força aplicada)
e força resistente Fr (aquela que precisamos superar). Para que esta operação
aconteça, é necessário um ponto de apoio que será referência na aplicação das
duas forças citadas.

Para exemplificar a ideia das alavancas, observe a Figura 5, na qual temos uma
régua apoiada em um lápis e duas pilhas de moedas de mesmo valor, ou seja,
aproximadamente iguais em massa.

Você percebeu o que foi necessário fazer para a balança ficar equilibrada? Não foi
preciso o mesmo número de moedas de cada lado da régua! A resposta está nas
distâncias em que as moedas estão posicionadas em relação ao ponto de apoio.
Percebemos que para equilibrar o peso de uma pilha de 7 moedas (à direita),
foram necessárias 4 moedas (à esquerda). Porém, as pilhas de moedas não estão
à mesma distância do ponto de apoio (o lápis): a menor pilha (pilha 1) está mais
afastada do ponto de apoio, ou seja, dp > dr, onde dp é distância da pilha 1 ao

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< < 233

ponto de apoio e dr, a distância da pilha 2 ao ponto de apoio, como na Figura 5.


Portanto, como disse Arquimedes, é possível equilibrar corpos pesados aplicando
força de valor inferior ao peso deles – basta saber onde aplicá-la.

Com este exemplo, podemos responder a uma das perguntas iniciais: Por que a
fechadura da porta fica na extremidade da porta e não no centro? Porque quanto
mais afastado da dobradiça, menos força será aplicada. Tente fechar uma porta
empurrando pelo centro ou mais próximo da dobradiça. Difícil, não é?

Ponto de apoio FIGURA 5

Pilha 1 Pilha 2

DP
Força potente
DR
Força resistente

Mão na massa

Professor(a), como sugestão, realize o experimento para ilustrar o conceito de


alavanca e para um melhor entendimento dos fatores envolvidos como ponto
de apoio e as forças. Para isso, providencie os materiais: moedas de mesmo
valor (com quantidade suficiente que permita movimentar as quantidades
sobre a régua); régua; lápis ou uma borracha para servir de apoio.

Que tal reproduzir o experimento descrito na Figura 5?

Material:

• Régua;
• Lápis, borracha ou caneta (algum objeto que sirva de apoio para a régua);
• Moedas.

Obs.: Não esqueça que as moedas devem ser do mesmo valor, assim
garantimos valores de massa próximos e a análise da relação entre força e
distância fica mais evidente.

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< < 234

Desenvolvimento:

• Encontre a posição de equilíbrio da régua, sobre a borracha;


• Comece colocando a mesma quantidade de moeda de cada lado, na
mesma posição para verificar a situação de equilíbrio;
• Aumente a pilha de moedas de um lado, mantendo a posição e veja o que
acontece. Certamente foi provocado um desequilíbrio. Mantendo essas
condições, pense em um procedimento para recuperar o equilíbrio;

Professor(a), aproximar a maior pilha de moedas do ponto de apoio é uma


opção, como na Figura 5, ou afastar a menor pilha do ponto de apoio.

• Você percebeu que existe uma relação entre as pilhas de moedas de cada
lado e a distância? “Brinque” com esses dois fatores e anote no quadro a
seguir os resultados em que encontrou uma situação de equilíbrio:

Pilha 1 dp (distância da Pilha 2 dR (distância da


(número de pilha 1 ao ponto (número de pilha 2 ao ponto
moedas) de apoio em cm) moedas) de apoio em cm)

Não esqueça de compartilhar os resultados com os seus colegas.

Classificação das alavancas

Professor(a), para esta etapa da atividade, sugiro que à medida que for
classificando os tipos de alavancas, você mostre exemplos práticos. Você pode
incluir situações que não estão citadas no texto.

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< < 235

Podemos classificar um sistema de alavancas em três tipos em função da


posição relativa entre o ponto de apoio, a força resistente (Fr) e a força
potente (Fp):

a) INTERFIXA: É aquela em que o ponto de apoio está entre a força resistente


(Fr) e a força potente (Fp). Como exemplos: a gangorra (Figura 6) e a tesoura
(Figura 7).

Força
resistente
Força Ponto de apoio Fr
potente

Fp

Fr

Ponto de apoio

FIGURA 6 FIGURA 7

b) INTER-RESISTENTE: É aquela em que a força resistente (Fr) está entre o


ponto de apoio e a força potente (Fp). Como exemplos: o quebra-nozes
(Figura 8) e o carrinho de mão (Figura 9).

Força potente

Força resistente

Ponto de apoio FIGURA 8

FIGURA 9

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c) INTERPOTENTE: É quando a força potente (Fp) está entre o ponto de apoio e


a força resistente (Fr). Como exemplos: a pinça (Figura 10) e a vara de pescar
(Figura 11).

Força potente Força


resistente
Força
potente
Força resistente

Ponto de apoio

Ponto de apoio
FIGURA 10 FIGURA 11

Como já estudamos a classificação dos três tipos de alavancas, agora vamos


conhecer e classificar as alavancas do nosso corpo!

Mão na massa

No início da atividade, a Figura 2 ilustra a imagem de um braço sustentando um


corpo. Esta imagem nos leva a pensar que diversas estruturas do corpo humano
exercem a função de alavancas. Podemos identificar pelo menos três dessas
alavancas: o antebraço, o pé e a cabeça – como as ilustradas na Figura 12.

Neste “Mão na massa”, você irá analisar, utilizando a Figura 12, as três alavancas
citadas do corpo humano e identificá-las quanto a serem interfixa, inter-
resistente ou interpotente, justificando a classificação. Organize sua análise no
quadro a seguir:

Força Força

Eixo

Força Eixo
Resistência Resistência Resistência

Eixo

FIGURA 12

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< < 237

ALAVANCA CLASSIFICAÇÃO JUSTIFICATIVA

Antebraço Interpotente A força muscular exercida pelo bíceps é a força


potente e está entre o ponto de apoio (cotovelo)
e a força resistente exercida pelo peso de
qualquer objeto sustentado pela mão.

Pé Inter-resistente Quando estamos erguendo o corpo ou ficamos


na ponta dos pés (ponto de apoio), a força
resistente (força peso de nosso corpo) é
transmitida através dos ossos (tíbia e fíbula)
de nossa perna e está entre a força potente –
exercida pelo músculo da “barriga” da perna
(músculos gêmeos) – e o ponto de apoio.

Cabeça Interfixa Quando a inclinamos para trás e para frente, a


força resistente é a exercida pela cabeça e a força
potente é a exercida pelo músculo do pescoço. O
ponto de apoio, a articulação entre a cabeça e a
coluna vertebral, está entre as duas forças.

Força peso: O peso de um corpo (na Terra) é a força


com que a Terra o atrai.
GLOSSÁRIO

Professor(a), como sugestão de atividade para completar o estudo das


alavancas, utilize o simulador:

SIMULADOR PHET
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/html/
balancing-act/latest/balancing-act_pt_BR.html>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

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< < 238

Você e os estudantes poderão simular situações que são sugeridas na atividade.

Seguindo nosso estudo das máquinas simples, vamos entender como funciona
um mecanismo muito útil como facilitador de esforço físico e presente em
máquinas mais complexas. Estamos falando das roldanas.

Roldanas

Erguer objetos pesados é uma necessidade comum em algumas atividades,


como suspender barras de ferro em uma construção civil. O uso de um
guindaste ajuda a resolver a questão, como na Figura 14. No entanto, o
guindaste utiliza um sistema bem simples em seu mecanismo, que são as
roldanas (Figura 13).

FIGURA 13 FIGURA 14
Fonte: Governo do Estado de São Paulo via Wikimedia.

As roldanas são facilitadoras em uma tarefa de erguer um corpo pesado, pois


pode mudar a direção e o sentido da força aplicada (mantendo o mesmo
valor) ou através de um sistema combinado de roldanas que pode diminuir a
intensidade de uma força aplicada para erguer um corpo. A roldana consiste em
uma roda que gira em torno de um eixo central e um sulco por onde passam
as cordas. Podem ser classificadas em roldanas fixas (Figura 15) e roldanas
móveis (Figura 16).

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< < 239

Roldana
Móvel

FIGURA 15 FIGURA 16

Na roldana fixa, o eixo está preso em um ponto de apoio, como observamos


na Figura 15. Desta forma, não há um movimento de translação da roldana,
somente o de rotação. Assim, não há redução do esforço mas uma comodidade
no trabalho de erguer o objeto. A força realizada (F) corresponde ao peso (P) da
carga que se deseja erguer (Figura 17).

Roldana F F
Móvel

P
F F

P P
F=P 2F = P, logo F = P/2

FIGURA 17 FIGURA 18

Já a roldana móvel tem uma mobilidade de deslocamento além da rotação.


Neste tipo de sistema, há uma redução do esforço, pois a força exercida para
erguer o objeto é distribuída pelos fios, como na figura 18. Neste caso, a
força realizada (F) corresponde à metade do peso (P) do corpo. Desta forma,
podemos prever que em uma associação de roldanas composta por uma

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< < 240

roldana fixa e roldanas móveis, a força exercida para erguer o corpo diminui
consideravelmente. A relação matemática que permite calcular a força exercida
neste tipo de sistema é dada pela equação:

F = Peso do corpo / 2n

Onde n é o número de roldanas móveis.

Professor(a), é importante destacar que no sistema considerado não se leva em


conta nem a massa dos fios e nem da roldana.

Identifique exemplos do uso de roldanas no cotidiano e compartilhe com seus


colegas e professor(a).

Respostas esperadas: varal de roupa, equipamentos de escalada, elevadores,


içamento de velas em embarcações marítimas etc.

Como sugestão de atividade complementar, explore o simulador:

SIMULADOR – SISTEMA DE ROLDANAS


Disponível em: <https://www.vascak.cz/
data/android/physicsatschool/template.
php?s=mech_kladkostroj&l=pt>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

Nele você consegue observar a vantagem ao combinar roldanas fixas e móveis.

Plano inclinado

No início de nosso estudo, citamos que as antigas civilizações utilizavam


máquinas simples em suas atividades (Figura 3), e o plano inclinado é uma
delas. Nas imagens seguintes, apresentamos exemplos do uso desta máquina
simples em alguns contextos como na arquitetura da cidade (Figura 19), no

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< < 241

esporte (Figura 20), em construções (Figura 21) e na facilitação da circulação de


pessoas com deficiência e/ou com mobilidade reduzida.

Você sabia que temos uma legislação que estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas com deficiência ou com
mobilidade reduzida? Trata-se da Lei nº 10.098 de 19/12/2000, que determina,
dentre vários artigos, a obrigatoriedade da construção de rampas para que os
espaços se tornem acessíveis.

Professor(a), se possível, consulte a lei e promova uma conversa com os


estudantes sobre a responsabilidade social de inclusão das pessoas com
deficiência. Além da Lei nº 10.098, é importante destacar que no ano 2015
também foi criada a Lei Brasileira de Inclusão, nº 13.146, e que garante para
as pessoas com deficiência o exercício da cidadania.

Está evidente o uso e a importância deste mecanismo no dia a dia:

FIGURA 19 FIGURA 20
Fonte: Pixabay. Fonte: Leonardo Lopes / SEME.

FIGURA 21 FIGURA 22
Fonte: Pixabay. Fonte: Cesar Brustolin / SMCS.

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< < 242

Considera-se plano inclinado (rampa) uma superfície que forma um


determinado ângulo (ϴ) em relação à direção horizontal (Figura 23).

FIGURA 23

plano
inclinado
θ

Você sabe por que um plano inclinado é considerado uma máquina simples, ou
seja, que facilita o trabalho ou diminui o esforço humano? Analisando a Figura
24, indique qual a forma mais prática de conduzir o corpo até a plataforma
horizontal: erguendo diretamente o objeto como na opção 1 ou através da
rampa, representado na opção 2?

PLATAFORMA

(1) (2) FIGURA 24

A prática evidencia que a opção 2 é a melhor forma, pois a rampa ajuda na


“divisão” do peso do corpo.

A superfície da rampa sustenta parcialmente o peso do corpo (P) através da


força Normal (N). Observe que o peso foi “dividido” em duas componentes
(Px e Py), sendo que a força normal é equilibrada por Py. Desta forma, a força
necessária para deslocar o corpo para cima deverá ser maior que Px, porém
menor que o peso do corpo, pois Px é uma componente do peso total (Figura
26), enquanto que na primeira opção precisaremos aplicar uma força superior
ao peso do corpo (Figura 25).

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< < 243

N
F

θ
Px
Py

P
P
(1) θ

FIGURA 25 FIGURA 26

Força normal: Força de apoio (proveniente


da superfície) que atua sempre
perpendicularmente à superfície e atua no
GLOSSÁRIO
sentido de não deixar o corpo penetrar por ela.

Para complementar os estudos do plano inclinado, se possível, utilize o


simulador:

SIMULADOR PHET
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/
cheerpj/motion-series/latest/motion-series.
html?simulation=ramp-forces-and-motion&locale=pt>.
Acesso em: 8 jul. 2022.

Nele você poderá visualizar o movimento de corpos diferentes em um


plano inclinado e alterar os parâmetros do plano, como o ângulo e o material
da superfície.

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< < 244

O que aprendemos
Professor(a), apresente aos estudantes o mapa conceitual como um
instrumento de organização conceitual potente! Sugiro que apresente a
estrutura do mapa e oriente os estudantes na organização dos conceitos,
iniciando a construção do mapa com todos.

Foram muitos os conceitos trabalhados nesta sequência. Está na hora de uma


revisão utilizando o mapa conceitual como ferramenta pedagógica, que consiste
em um diagrama no qual organizamos os conceitos estudados nesta Sequência.

Utilize as palavras, definições e expressões matemáticas disponibilizadas no


quadro para preencher o mapa conceitual a seguir:

Equipamento que facilita o trabalho


Roldana fixa
humano e diminui seu esforço

Interfixa Inter-resistente

Interpotente Roldana móvel

Superfície que forma um determinado É aquela em que o ponto de apoio está entre a
ângulo com a horizontal força resistente (Fr) e a força potente (Fp)

Nesta roldana, o eixo está preso em algum


É quando a força potente (Fp) está entre o ponto de apoio. Desta forma, não há um
ponto de apoio e a força resistente (Fr) movimento de translação da roldana,
somente o de rotação

A superfície da rampa sustenta


Exemplos: gangorra, tesoura, cabeça
parcialmente o peso

Exemplos: pinça, vara de pescar, cortador


Associação de roldanas
de unha, antebraço

É aquela em que a força resistente (Fr) está Exemplos: quebra-nozes, carrinho de mão,
entre o ponto de apoio e a força potente (Fp) abridor de garrafas, pé

Nesta roldana, há uma mobilidade além


da rotação contribuindo para a redução F = Peso do corpo / 2n
do esforço

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< < 245

Observe que o mapa conceitual está organizado para que haja uma associação
lógica dos conceitos e definições, assim como foram apresentados ao longo
desta sequência didática.

Gabarito: MÁQUINAS SIMPLES

Equipamento que facilita o trabalho


humano e diminui seu esforço

Exemplos de máquinas simples

PLANO INCLINADO

Superfície que forma um


determinado ângulo com a horizontal.

A Superfície da rampa
sustenta parcialmente o peso.

ALAVANCAS

ROLDANAS
Interfixa Inter - resistente Interpotente

Roldana fixa Roldana móvel

É aquela em que a É aquela em que a


força resistente (Fr) força potente (Fp)
está entre o ponto de está entre o ponto de Nesta roldana seu
apoio e a força apoio e a força eixo está preso em
potente (Fp). resistente (Fr). algum ponto de Nesta roldana não
apoio. Desta forma, há mobilidade
não há um além da rotação,
movimento de contribuindo para
Exemplos: Exemplos: translação da a redução do esforço.
quebra-nozes, pinça, vara de roldana, somente o
carrinho de mão, pescar, de rotação.
abridor de cortador de unha,
garrafas, pé. antebraço.

Associação de roldanas
É aquela em que o ponto
Exemplos:
de apoio está entre a
gangorra, tesoura,
força resistente (Fr) e a
cabeça.
força potente (Fp). F = P eso do corpo / 2n

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< < 246

SEQUÊNCIA 11.
Máquinas térmicas

HABILIDADE

(EF07CI06)
Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida
cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento
de novos materiais e tecnologias (como automação e informatização).

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Formas de propagação do calor;


• História dos combustíveis e das máquinas térmicas.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Diferenciar temperatura, calor e sensação térmica;


• Reconhecer as três formas de propagação de calor;
• Reconhecer a combustão como uma transformação química que
consome gás oxigênio e libera energia;
• Compreender o funcionamento de uma máquina térmica.

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< < 247

Começo de conversa
Professor(a), inicie a aula apresentando imagens de diversas máquinas
térmicas: refrigeradores, aparelhos de ar condicionado, carro e um trem a
vapor. A princípio, a ideia é que eles identifiquem que todos são máquinas. A
partir daí, pergunte se eles sabem sobre o funcionamento básico do sistema
que movimenta o trem a vapor e um carro. A intenção é chegar a um tipo de
máquina específica: as máquinas térmicas.

O que as imagens da Figura 1 representam e o que elas têm em comum?

FIGURA 1
Fonte: Pixabay.

Todas as imagens são consideradas máquinas térmicas e foram fundamentais


para a sociedade. As primeiras máquinas térmicas geraram mudanças culturais
e sociais influenciando o mercado de trabalho do século 18 e são consideradas
como o marco inicial da 1ª Revolução Industrial. Em 1712, por exemplo, o inglês
Thomas Newcomen construiu uma bomba hidráulica capaz de realizar a tarefa
de retirar águas das minas de carvão que estavam constantemente inundadas.
Outro exemplo é a primeira locomotiva a vapor usando trilhos, construída pelo
engenheiro inglês Richard Trevithick, que fez o seu primeiro percurso em 21 de
fevereiro de 1804.

Nesta Sequência de Atividades, você conhecerá um pouco da história da


máquina térmica e os conceitos e grandezas físicas necessárias para entender o
seu funcionamento.

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< < 248

ATIVIDADE 1: TEMPERATURA E CALOR

Professor(a), o objetivo da atividade é explicar a diferença entre os conceitos de


temperatura e calor antes de abordar o que são máquinas térmicas.

As palavras energia, calor, temperatura são comuns em nosso vocabulário,


não é mesmo? Muitas vezes são usadas como sinônimos. Cientificamente, os
conceitos são bem diferentes. Você saberia dizer quais são as diferenças?

Para o estudo sobre máquinas térmicas, você precisa primeiro entender e


diferenciar dois conceitos fundamentais: temperatura e calor.

Temperatura

Imagine um experimento de pensamento em que você precisa descrever suas


sensações ao colocar a mão em uma porção de água inicialmente gelada e que
será aquecida gradativamente.

É bem provável que você descreva sensações como: “gelada”, “fria”, “morna”,
“quente”, “muito quente”, à medida que a água seja aquecida. Portanto, a
primeira noção de temperatura está relacionada com as sensações táteis. Mas
as sensações podem enganar. Imagine outra situação, em que você esteja de
olhos vendados e sinta a sua mão queimar: saberia dizer se foi por contato com
gelo seco ou por um metal quente?

Outro bom exemplo é pisar com um dos pés em um piso de mármore e o outro
em um tapete de chão atoalhado. O tapete atoalhado dará a sensação de mais
quente, mas é provável que os dois estejam com a mesma temperatura.

As sensações de quente e frio servem como uma ideia inicial para entendermos
o conceito de temperatura, mas vamos pensar cientificamente.

No caminho para a sua escola, observe que verá objetos em movimento ou em


repouso, em relação ao solo. Por exemplo, ao esperar seu ônibus sentado em
um banco, perceberá que está em repouso e os automóveis em movimento,
em relação ao solo. Observe os objetos em repouso, como o banco em que está
sentado. Esta falta de movimento é aparente no universo microscópico, pois a
matéria é constituída de partículas (elétrons, prótons e nêutrons, dentre outras)

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< < 249

que formam átomos, que unidos formam moléculas que estão em constante
agitação, seja qual for o estado físico (sólido, líquido ou gasoso). A grandeza
relacionada a esta agitação microscópica é a temperatura. Portanto, podemos
definir o conceito da seguinte forma:

A temperatura está associada ao grau de agitação. Quanto maior a agitação,


maior será a temperatura, como vemos na Figura 2.

Quanto mais
Num corpo frio
aquecido for
as partículas se
um corpo, mais
movem numa
agitadas ficam
velocidade menor.
as partículas.
FIGURA 2

A variação desta agitação está associada à quantidade de calor recebido pelo


corpo. Na experiência de pensamento proposta antes, as sensações de “gelada”
e “muito quente” estão diretamente relacionadas a um aumento no valor
da temperatura enquanto a água é aquecida. Se estivéssemos usando um
termômetro (Figura 3) para medir quantitativamente a temperatura da água,
anotaríamos para cada sensação de calor valores crescentes de temperatura.

FIGURA 3
Fonte: Pixabay.

Termômetro (Figura 3) – instrumento que mede de forma indireta a


temperatura, pois seu princípio está baseado na variação de alguma grandeza
física, como a alteração no volume de um líquido.

No entanto, um termômetro sem escala (aqueles números que vemos


marcados no termômetro) teria pouca eficiência na medida de temperatura de
uma pessoa febril, tal qual a sua mão ao tocá-la como fazemos, intuitivamente.

Esta questão começou a ser resolvida ao final do século XVI, quando surgiram
aparelhos e escalas que apresentavam um mínimo de confiança e credibilidade.

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< < 250

As mais conhecidas são as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin (ou escala


absoluta – escala do Sistema Internacional (S.I) para medida de temperatura),
representadas na Figura 4:

FIGURA 4

Agora que estudamos o conceito de temperatura, vamos entender por que


temperatura e calor são conceitos distintos, mas estão muito ligados.

Esticador de Horizontes

O QUE É COMBUSTÃO
A Ciência da Combustão tem procurado descobrir meios
de maximizar a eficiência e também o desenvolvimento
de novos tipos de combustíveis. Além das vantagens
econômicas, a preocupação com a redução da poluição
ambiental também deve ser levada em conta.
INPE
Disponível em: <http://www.las.inpe.br/~microg/
combustao.htm>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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< < 251

Calor

A palavra calor é comum em nosso vocabulário. Podemos usá-la em vários


contextos, como:

• A banda de rock foi abraçada pelo calor do público;


• Está fazendo muito calor neste ambiente;
• As patas do meu cão queimaram no calor do asfalto quente;
• No calor da discussão, eles acabaram brigando.

Observe que duas das frases são apresentadas no sentido figurado (as palavras
adquirem um significado de acordo com o contexto). Para você, quais seriam?

Resposta esperada: A primeira e a última.

Já as outras duas apresentam-se como sinônimos de quente no sentido térmico,


e, neste caso, o termo calor está sendo confundido com a ideia de temperatura,
que já estudamos anteriormente.

Calor é uma forma de energia (energia térmica) que não está contida em um
corpo. No entanto, é a energia que flui de um corpo para outro em função
da diferença de temperatura entre eles. O calor flui de um corpo de maior
temperatura (quente) para o de menor temperatura (frio), como na Figura 5:

Fluxo de calor
Ta Tb

Temperatura a (Ta) > Temperatura b (Tb) FIGURA 5

O fluxo de calor altera a temperatura de um sistema, assim como foi possível


perceber na experiência de pensamento (aquela em que você descreveu
suas sensações ao colocar a mão em uma porção de água) desde que não
haja mudança de estado físico. Portanto, apesar dos conceitos estudados de
temperatura e calor serem distintos, estão completamente relacionados.

Como complementação do estudo sobre os conceitos de temperatura e calor,


como sugestão, assistam ao vídeo a seguir:

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< < 252

TEMPERATURA E CALOR
É comum as pessoas falarem que estão com calor
e que a temperatura está muito alta. Usa-se calor e
temperatura como se tivessem o mesmo significado,
porém, isso é incorreto cientificamente.
Canal Futura
Duração: 8’44”
Disponível em: <https://youtu.be/JCrS9TSgrtw>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Mão na massa

Professor(a), neste experimento você poderá explorar os conceitos de troca de


calor, temperatura, e que nossas sensações táteis não servem como uma boa
medida de temperatura. Inicie o experimento com um questionamento:

Será que uma mesma massa de água pode estar quente e fria
ao mesmo tempo?

Chegou a hora de colocar em prática. Para esta atividade você irá precisar dos
seguintes materiais:

• 3 recipientes (dois recipientes em que caiba a sua mão e um deles que


caibam as duas mãos);
• Porção de água quente (o suficiente que cubra a sua mão e que esteja a
uma temperatura que não provoque queimadura);
• Porção de água gelada (use gelo para diminuir a temperatura da água);
• Porção de água à temperatura ambiente.

Para realizar o experimento, você deve seguir as orientações e responder


às perguntas.

Coloque a mão direita na água gelada e a mão esquerda na água quente


durante aproximadamente 40 segundos (Figura 6-A).

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< < 253

Qual é a sensação em cada uma das mãos?

Resposta esperada: A mão direita sente a água gelada e a mão esquerda sente
a água quente, indicando que a água quente está com temperatura superior à
temperatura do seu corpo, e a água fria está com temperatura inferior à do seu
corpo, pois há uma busca do equilíbrio térmico (igualar as temperaturas).

FIGURA 6-A

Coloque as duas mãos ao mesmo tempo na água com temperatura ambiente


por aproximadamente dez segundos (Figura 6-B).

FIGURA 6-B

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< < 254

Qual a sensação em cada uma das mãos?

Resposta esperada: Os estudantes irão perceber que a mão que estava na água
quente vai sentir uma sensação de frio e a mão que estava na água gelada sente
uma sensação quente.

Quando ambas são postas na água com temperatura ambiente, a mão direita
(que estava na água fria) recebe calor, por estar numa temperatura mais
baixa, e a esquerda (que estava na água quente) cede calor, por estar numa
temperatura mais alta que a da água morna.

Após o experimento, vamos retomar a pergunta inicial: Será que uma mesma
massa de água pode estar quente e fria ao mesmo tempo?

Resposta esperada: Não. A temperatura da água é única. Esta experiência


mostra que a sensação de quente e frio é relativa à temperatura do corpo e não
é confiável como medida de temperatura.

Os objetivos desta atividade foram estudar os conceitos de calor e temperatura


e reconhecer que o sentido humano do tato não é um bom avaliador de
temperatura.

ATIVIDADE 2: FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR

Professor(a), a atividade apresentará as formas de propagação de calor.


Importante apontar as diferenças e condições de propagação de cada uma
delas, como a que não precisa e a que precisa de um meio para se propagar.

Você já sabe diferenciar conceitos de temperatura e calor. Agora estudará como


o calor se propaga de um corpo para outro.

São três as formas de propagação de calor:

• Condução térmica;
• Convecção térmica;
• Irradiação térmica.

Vamos entender cada uma delas?

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< < 255

Condução térmica

Você sabe porque não deve usar talheres de metal ao cozinhar algum alimento?
Provavelmente você já esqueceu uma colher de metal em uma panela que
ainda está sobre a chama do fogão, e ao pegá-la se queimou. Se a colher fosse
de madeira, não teria este problema. Isto acontece porque o calor da chama
transmitido à panela e ao alimento se propaga pelo talher de metal, que é
um bom condutor térmico. Já a madeira é exatamente o oposto e é um bom
isolante térmico.

Esta forma de propagação em que a energia térmica é transmitida de partícula


para partícula, por colisões e alterações das agitações, é denominada condução
térmica. Neste processo, não há transporte de matéria, somente transmissão
de energia térmica (Figura 7).

FIGURA 7

Convecção térmica

Você já observou que os aparelhos de ar condicionado estão posicionados


na parte superior da parede de um cômodo, já os aquecedores, comuns no
estado e cidades no sul do país, são colocados na parte baixa da parede? A
convecção térmica, outra forma de propagação de calor, é a justificativa para
que consigamos maior eficiência no uso destes aparelhos.

A convecção térmica, ao contrário da condução térmica, é um processo de


transmissão de calor pelo transporte de matéria e, portanto, só acontece em
líquidos e gases.

Quando aquecemos uma quantidade de líquido em um recipiente (como a água


em uma panela no fogão), a porção inferior, ao ser aquecida, fica menos densa

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< < 256

e sobe. No entanto, ao mesmo tempo, as camadas superiores, mais frias e mais


densas, descem. Após um tempo, as partes quentes e frias se misturam e o
líquido se aquece por igual.

Tente observar este movimento da água da seguinte forma: experimente


colocar pequenos pedaços de algum legume (como batata e cenoura) para
cozinhar em uma panela. Depois de um tempo, observamos um movimento de
sobe e desce desses pequenos pedaços de alimento – isto porque o que está
se movimentando são as porções de água do fundo da panela que, ao serem
aquecidas, aumentam de volume, tornam-se menos densas e sobem, enquanto
a porção de cima, que está mais fria, desce (Figura 8), como já descrito. Este
movimento da água denomina-se correntes de convecção.

O mesmo movimento acontece com o ar próximo ao aparelho de ar


condicionado ou com o aquecedor, como ilustrado na Figura 9.

Ar frio Ar frio

Ar
quente

Aquecedor

FIGURA 8 FIGURA 9

Irradiação térmica

FIGURA 10
Fonte: Wrightmt via Wikimedia (1) e Pixabay (2 e 3).

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< < 257

Pense no que um microondas, o Sol e um ferro de passar têm em comum?


(Figura 10)

A primeira ideia é pens: “Todos esquentam!”. Está certo! Mas como acontece
este aquecimento? Você já sentiu na pele o Sol “queimando” ao tomar um
banho de sol num dia quente de verão? Você precisa tocar na base de um ferro
de passar aquecido para sentir que a temperatura está alta? Como o alimento
é aquecido no microondas? Como o calor envolvido nos três exemplos se
propaga? A resposta é: por irradiação!

A transmissão de calor por irradiação é o modo pelo qual o corpo emite


energia sob forma de ondas eletromagnéticas.

Ondas eletromagnéticas: São perturbações


que se propagam pelo espaço como resultado
das variações de campos elétricos e magnéticos.
GLOSSÁRIO
Na figura a seguir, temos o chamado espectro
eletromagnético, que representa a distribuição
de ondas visíveis e não visíveis:
o

ho
di

as

a
el

ta

am
nd

l
m
de

le
ve
er

io
-o

G

X
as

av
av
ro

vi

s
io

io
nd

ltr
fr
ic

Ra

Ra
Lu
M

In
O

10³ 1 10-3 10-5 10-7 10-9 10-11 10-13

Uma diferença básica em relação às outras formas de propagação (condução e


convecção) é que a irradiação ocorre sem a necessidade de um meio material,
ou seja pode-se trocar calor mesmo que tenhamos vácuo (ausência de matéria).

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< < 258

A energia solar é fundamental para manter a manutenção da vida em nosso


planeta. Por exemplo, fundamental para a fotossíntese (processo em que
os vegetais verdes transformam gás carbônico e água em glicose e liberam
oxigênio para atmosfera). Além da fotossíntese, as radiações ultravioleta do
Sol estimulam nossa pele a sintetizar vitamina D, fundamental para a fixação
do cálcio em nosso organismo. É por esse motivo que devemos tomar sol,
principalmente quando envelhecemos, para manter a produção de cálcio
necessária para manter a saúde de nosso esqueleto.

Para complementar o estudo das três formas de propagação de calor, assista


ao vídeo:

FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR


O calor tende a ser transmitido de um corpo com maior
temperatura para um de menor temperatura de três
diferentes formas: convecção, condução e irradiação.
Canal Futura
Duração: 11’22”
Disponível em: <https://youtu.be/ecYI7GUVKPM>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Mão na massa

Professor(a), acesse a página do experimento sobre condução térmica e oriente


os estudantes no Mão na Massa.

PROPAGAÇÃO DE CALOR POR CONDUÇÃO


UNESP / Bauru
Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/
experimentosdefisica/fte04.htm#:~:text=A%20
id%C3%A9ia%20%C3%A9%20mostrar%20a,uma%20
das%20extremidades%20do%20fio>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 259

Hora de colocar a mão na massa!

A intenção desta atividade é demonstrar a condução térmica usando um


bom condutor (fio de metal ou uma barra de metal) e mau condutor (um
palito de madeira).

Para isso, você vai precisar de:

• Fio de metal (você pode desencapar um fio utilizado em instalações


elétricas com diâmetro suficiente que permita fixar preguinhos ou
tachinhas);
• Palito de madeira (palitos de churrasco);
• Vela;
• Fósforo ou isqueiro;
• Lata de refrigerante;
• Martelo e prego (para furar a lata);
• Papel de alumínio.

Para realizar o experimento, siga os passos e acompanhe pela Figura 11:

Primeira etapa Segunda etapa


Papel
Gotas de vela alumínio Gotas de vela

Fio de metal Palito de madeira

FIGURA 11

1. Faça um furo próximo à borda superior da lata de tal forma que o palito e/
ou fio passe pelo furo;

2. Pingue algumas gotas de vela sobre o fio, com espaçamentos


aproximadamente iguais;

3. Espere alguns segundos para que a parafina (vela) endureça sobre a


superfície do fio;

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< < 260

4. Acenda a vela na extremidade do fio;

5. A seguir, repita o procedimento acima para o palito, porém, encape uma


parte do palito com papel de alumínio – como está representado na figura.

O que você observou em ambos casos?

Resposta: Na primeira situação (fio de metal), a parafina derrete próximo à vela


até ao final do fio. Na segunda situação, sendo o palito um isolante, as gotas de
parafina não irão derreter.

ATIVIDADE 3: MÁQUINAS TÉRMICAS

Professor(a), sugiro que retome as figuras iniciais da Sequência reforçando


que após o estudo de grandezas essenciais (como calor e temperatura) e
suas formas de propagação, vamos estudar e entender o funcionamento das
máquinas térmicas.

O que são máquinas térmicas? O que a história nos conta?

Máquinas térmicas são dispositivos que funcionam a partir de transformações


cíclicas, ou seja, processos que se repetem. A finalidade de uma máquina
térmica é a conversão do calor (energia térmica que flui em virtude de uma
diferença de temperatura entre dois sistemas ou corpos) em trabalho (de uma
forma simplificada, podemos pensar em trabalho como uma energia útil usada
para realizar alguma tarefa igualmente útil associada ao movimento). Mas como
esta história começou?

A história nos conta que tudo começou no ano I d.C, com Heron de Alexandria.
Sua invenção consistia em uma pequena esfera de cobre que continha água em
seu interior com dois canos torcidos em direções opostas. Colocada a esfera
sobre o fogo, a água em seu interior fervia (a chama fornecia calor para a água
que sofre um processo de mudança de fase, da fase líquida para o vapor) e
o vapor que saía pelos canos fazia com que a esfera girasse sobre seu eixo
(Figura 12). O giro da esfera representa o que chamamos de trabalho, pois gera
movimento. Mas o que tem de útil neste movimento e neste dispositivo? Para
que serve uma esfera rodando?

Imagine se você acopla à esfera a um eixo que irá rodar junto. A este eixo
poderia estar amarrada uma corda que, enquanto o eixo gira, poderá erguer um

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< < 261

balde em um poço e retirar água, por exemplo. Desta forma, este mecanismo
transformou energia térmica em trabalho (energia útil).

FIGURA 12

Heron de Alexandria: De origem grega, foi um


geômetra, inventor e estudioso da mecânica.
Heron viveu em torno do ano 62 da era cristã. É
GLOSSÁRIO especialmente conhecido pela fórmula que leva seu
nome e se aplica ao cálculo da área do triângulo.

FIGURA 13
Fonte: Nicolás Pérez | Wikimedia.

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< < 262

No século 18, o engenheiro inglês James Watt construiu uma máquina térmica
(Figura 13) revolucionária para a sociedade. A intenção da máquina era a
de retirar água acumulada nas minas de carvão, como consequência da sua
exploração. Seu funcionamento básico (Figura 14) consiste em:

1. A queima do combustível (carvão) gera calor que aquece a água contida


na caldeira;

2. O vapor obtido pelo aquecimento da água ao chegar no cilindro empurra o


pistão acoplado a ele da posição A para a posição B;

3. O movimento de vai e vem do pistão, isto é, da posição A para a posição


B (da esquerda para a direita) e vice-versa, movimenta uma roda. Esse
movimento de vai e vem do pistão acontece porque quando ele alcança a
posição A, dentro do cilindro (o extremo da direita do cilindro) a válvula de
saída do vapor é aberta;

4. A válvula aberta libera o vapor e, desta forma, o pistão retorna a sua posição
inicial (ponta A);

5. O vapor liberado pela válvula é encaminhado para um condensador;

6. Dentro do condensador, o vapor da água se liquefaz e a água em estado


líquido retorna à caldeira iniciando um novo ciclo que irá movimentar a roda.

2
Vapor
Caldeira

Válvula Pistão Roda


de entrada Cilindro

Água B
A

1 Válvula
de saída
3
Condensador

5
Água de
refrigeração
Forno

6 FIGURA 14

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< < 263

A máquina térmica de James Watt foi considerada como um marco inicial da 1ª


Revolução Industrial, ou seja, a força humana e animal foram substituídas pelas
máquinas térmicas.

James Watt: Foi um matemático e engenheiro britânico


(1736-1819) que aperfeiçoou a máquina a vapor,
inaugurando “a era do vapor na Revolução Industrial na
GLOSSÁRIO
Inglaterra”. Em sua homenagem, seu nome foi dado à
unidade de potência de energia – “watt”.

Esticador de Horizontes

Para conhecer as aplicações práticas da máquina térmica de James


Watt, você pode consultar alguns sites:

MÁQUINAS TÉRMICAS
Máquinas térmicas são dispositivos que transformam a
energia interna de um combustível em energia mecânica
ex.: Motor de carros, aquecedor de ar, refrigerador.
Canal Futura
Duração: 13’22”
Disponível em: <https://youtu.be/eHzUdI1uMLo>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

MÁQUINAS TÉRMICAS E SITUAÇÕES COTIDIANAS


As máquinas térmicas são facilitadoras das nossas
atividades: entenda o que são máquinas térmicas, onde
você as encontra e como algumas delas funcionam.
Canal Futura
Duração: 9’32”
Disponível em: <https://youtu.be/BoL-14HhZmA>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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< < 264

A ciência básica da máquina térmica

Agora que já conhecemos um pouco da história das máquinas térmicas, vamos


esquematizar seu funcionamento de uma maneira geral e simplificada.

Como foi dito no início de nosso estudo, as máquinas térmicas funcionam com
uma transformação cíclica em três etapas, conforme o esquema da Figura 15:

FIGURA 15
fonte quente

Q1 calor recebido

trabalho
realizado

máquina τ

Q2 calor cedido

fonte fria

Toda máquina térmica tem duas fontes:

• uma fonte quente Q1 (aquela que irá iniciar o processo fornecendo


energia para o funcionamento da máquina, como a fogueira na máquina
de Heron e a queima de carvão na máquina de Watts);
• uma fonte fria Q2 (a fonte que recebe o calor “rejeitado” pela máquina,
como o condensador).

A máquina recebe calor da fonte quente e utiliza parte desta energia para realizar
trabalho (energia útil), seja a movimentação de uma roda ou de um carro.

O calor sai da fonte quente, chega à máquina, que utiliza parte desta energia
para a realização de trabalho, e parte vai para a fonte fria.

Importante destacar que não existe uma máquina térmica ideal, ou seja, que
transforma toda energia térmica em trabalho. Sempre terão perdas para o
ambiente ou para a própria máquina.

Um bom exemplo de máquina térmica é o funcionamento do motor à


combustão de um carro (Figuras 16 e 17). A fonte quente está representada no

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< < 265

processo de combustão que ocorre quando o combustível (que é oxidável) vai


reagir como o oxigênio (material comburente) e produzir calor.

No momento da explosão (quando a vela de ignição emite uma faísca elétrica que
provoca a explosão) do combustível, há a liberação de calor (fonte quente) que
movimenta os pistões, convertendo calor em trabalho (energia mecânica útil).

Porém, nem todo o calor da fonte quente é convertido em trabalho: uma parte é
transferida para a fonte fria, que pode ser a água que refrigera o bloco do motor.

Se você quiser saber mais sobre como funciona o motor de um carro, o


Esticador de Horizonte tem boas dicas.

FIGURA 16

Motor de combustão interna


Vela de ignição

Mola da válvula

Por onde entra a Válvula de escape


mistura de ar e
combustível

Válvula de admissão Água de refrigeração

Câmara de combustão Pistão

Cárter
Bloco de cilindros

Biela

Virabrequim
FIGURA 17

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< < 266

Agora que já conhecemos as máquinas térmicas, sugiro que assistam ao vídeo


a seguir:

APLICAÇÕES DAS LEIS: MÁQUINA TÉRMICAS |


EXPERIMENTO – MÁQUINAS A VAPOR
Nele podemos visualizar o funcionamento das
máquinas de Heron e de Watts e compreendermos
ainda mais o conceito de máquinas térmicas!
Física Universitária (UNIVESP)
Duração: 3’42”
Disponível em: <https://youtu.be/b4KzSF5c_mE>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Professor(a), como sugestão de experimento, sugiro o roteiro disponibilizado


no link:

EXPERIMENTO – MÁQUINAS A VAPOR


UFRGS
Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~leila/
heron.htm>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Por conter um material de fácil aquisição, caso tenha disponibilidade, é uma boa
estratégia de fixação do conteúdo trabalhado.

Mão na massa

Professor(a), como atividade complementar, proponha aos estudantes uma


pesquisa interdisciplinar com História. A ideia é que pesquisem sobre as
consideradas 4 revoluções industriais:

1ª Revolução – A mecanização dos processos: substituição do trabalho


artesanal pelo uso de máquinas.

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< < 267

2ª Revolução – Envolveu o desenvolvimento de indústrias química, elétrica, de


petróleo e aço, além do progresso dos meios de transporte e comunicação.

3ª Revolução – Caracterizada pela substituição gradual da mecânica analógica


pela digital, pelo uso de microcomputadores e criação da internet.

4ª Revolução – Conceito ligado ao de Indústria 4.0, modelo empresarial que já


tinha como objetivo utilizar todas as tecnologias atualmente disponíveis para
gerar conhecimento e produtividade.

Divida a turma em grupos, de forma que cada um pesquise um período de


revolução. Defina algumas perguntas norteadoras (período da revolução,
motivação da revolução) para orientar na tarefa e separe algumas referências
de texto, links e sites. Ao término da tarefa, os times deverão apresentar sua
pesquisa em ordem de acontecimento. Algumas sugestões de material:

Textos:

CONHEÇA AS QUATRO REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS


QUE MOLDARAM A TRAJETÓRIA DO MUNDO
Conselho Federal de Administração - CFA | Leon Santos
Disponível em: <https://cfa.org.br/
as-outras-revolucoes-industriais/>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

O QUE É A 4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – E COMO ELA


DEVE AFETAR NOSSAS VIDAS
BBC News | Valeria Perasso
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/
geral-37658309>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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< < 268

A IMPORTÂNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO


MUNDO DA TECNOLOGIA
VII EPCC | Zedequias Vieira Cavalcante e Mauro Luis
Siqueira da Silva
Disponível em: <https://www.unicesumar.edu.br/epcc-
2011/wp-content/uploads/sites/86/2016/07/zedequias_
vieira_cavalcante2.pdf>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Vídeo:

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Canal Futura
Duração: 13’28”
Disponível em: <https://youtu.be/YCOzYyV3axY>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Esta atividade propõe uma pesquisa interdisciplinar, pois a evolução científica e


o desenvolvimento da sociedade andam juntos.

A ideia é que você e seus colegas de grupo pesquisem sobre as quatro


Revoluções Industriais.

Siga a orientação do(a) seu(sua) professor(a) na constituição do grupo e na


organização da tarefa. Serão formados grupos e cada um pesquisará sobre uma
das Revoluções.

Após a pesquisa realizada, os grupos irão compartilhar com os outros grupos


o que descobriram, construindo uma linha do tempo, ou seja, colocando as
informações pesquisadas das mais antigas para as mais recentes.

O que aprendemos
Foram vários os conceitos que aprendemos nesta Sequência. Vamos revisá-los?

Complete a cruzadinha com as informações a seguir:

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< < 269

1. Sou a grandeza que mede o grau de agitação molecular.

2. Sou uma forma de energia que flui entre dois sistemas por diferença de
temperatura entre ambos.

3. Sou um instrumento que mede indiretamente o grau de agitação molecular.

4. Sou uma forma de propagação de calor que ocorre de molécula para outra
sem transferência de matéria.

5. Sou uma forma de propagação de calor em que há deslocamento de


matéria

6. Sou uma forma de propagação de calor e responsável pela manutenção da


vida na Terra

7. Reação química em que um combustível reage com um comburente e libera


energia na forma de calor.

8. Sou uma máquina que faz a conversão da energia térmica (calor) em


trabalho.

1
4 T

C E

7 O 5 3 T E R M O M Ê T R O

C N C P 2
O D O E C

8 M Á Q U I N A S T É R M I C A S

B Ç V A L

U Ã E T O

S O C U R

T Ç R

à à 6 I R R A D I A Ç Ã O

O O

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< < 270

SEQUÊNCIA 12.
Energia elétrica

HABILIDADE

(EF08CI06)
Discutir e avaliar usinas de geração de energia elétrica (termelétricas,
hidrelétricas, eólicas etc.), suas semelhanças e diferenças, seus impactos
socioambientais e como essa energia chega e é usada em sua cidade,
comunidade, casa ou escola.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Fontes e tipos de energia;


• Transformação de energia;
• Cálculo de consumo de energia elétrica;
• Circuitos elétricos;
• Uso consciente de energia elétrica.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Prever a quantidade de energia consumida por equipamentos


elétricos com base nos dados de potência e na quantidade de tempo
de uso;
• Elaborar intervenções para estimular o consumo consciente de
energia elétrica.

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< < 271

O que vamos aprender aqui


Professor(a), nesta Sequência, o assunto será o consumo de energia, uma
questão social importante que deve ser discutida com crianças e jovens. Para
começar, problematize sobre de onde vem a energia elétrica, a partir das duas
reportagens apresentadas (Figuras 1 e 2).

Nesta Sequência de atividades, a discussão será sobre um assunto importante:


o consumo consciente da energia do nosso planeta! Certamente você já ouviu
frases do tipo: “Os alimentos são fonte de energia para o corpo”, “o Sol me dá
energia!”, “essa criança tem muita energia!”. Essa é uma palavra bem comum
em nossa vida. Mas o que é energia? De onde vem essa energia que carrega o
celular, que refresca o ambiente em um dia quente de verão e que mantém a
geladeira funcionando para não deteriorar nossos alimentos?

Começo de conversa
Por que a falta de chuva impacta na nossa conta de luz? Você sabe qual
é a relação?

Leia as manchetes das reportagens e pense sobre isso. Temos muito o que
aprender sobre como contribuir para que o planeta se torne sustentável na
produção de energia.

Conta de luz está cada vez mais


cara - entenda por que ela sobe e
quais os problemas dessa escalada
de preços
Com o agravamento da crise hídrica, contas devem aumentar quase 7%
a partir de setembro. Alta impacta direta e indiretamente o bolso dos
brasileiros, e prejudica retomada econômica.

Por Daniel Silveira, Darlan Alvarenga e Luiz Gerbelli, G1 - Rio de Janeiro e São Paulo
FIGURA 1 27/08/2021 06h00 - Atualizado há 7 meses
Fonte: G1.

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< < 272

Economia

Conta de energia ficará 21,35% mais cara na Bahia


Aumento já vai começar a valer a partir de sexta-feira

Publicado terça-feira, 19 de abril de 2022 às 16:33 h | Atualizado em 19/04/2022, 16:36 | Autor: Da Redação

FIGURA 2
Fonte: Portal A Tarde.

ATIVIDADE 1: FONTES DE ENERGIA

Professor(a), a atividade tem como objetivo promover a reflexão sobre o uso


de energia nas atividades diárias. O ideal é que as falas sejam registradas e
compartilhadas no quadro para que todos possam ver.

Faça um exercício de reflexão: liste 5 atividades do seu dia, desde a hora em que
acorda até o final do dia. Identifique em quais atividades você precisou usar a
energia elétrica.

Você percebeu como a energia elétrica é fundamental no dia a dia? Você


conseguiria realizar alguma das atividades sem o auxílio da energia? Por isso
é importante reconhecer de onde vem a energia, como ela chega em nossas
casas e saber usá-la com consciência.

Vamos conhecer o conceito de energia?

Segundo o físico Richard Feynman, Prêmio Nobel de Física de 1965, em uma de


suas palestras:

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< < 273

“Ainda não sabemos o que é energia. Não sabemos por que a energia
é uma coisa ‘estranha’. A única coisa de que temos certeza é que a
natureza nos permite observar uma realidade, ou se prefere, uma lei
chamada “Conservação da Energia”.

“Esta lei diz que existe ‘algo’, uma quantidade que chamamos energia,
que se modifica em forma, mas que a cada momento que a medimos
ela sempre apresenta o mesmo resultado numérico. É incrível que
algo assim aconteça!”

Fonte: O que é Energia? UFBA. Disponível em: <http://www.conteduc.dcc.ufba.br/


index.php?option=com_ content&view=article&id=59&Itemid=555>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Em outras palavras, a energia está na natureza e de alguma forma ela se


transforma e se conserva.

Richard Feynman: Foi um físico teórico norte-


americano do século XX, um dos pioneiros da
eletrodinâmica quântica e ficou conhecido pelos
GLOSSÁRIO
seus trabalhos no ramo da formulação integral da
mecânica quântica. Por suas contribuições para
o desenvolvimento da eletrodinâmica quântica,
Feynman recebeu o Nobel de Física em 1965, junto a
Julian Schwinger e Shin’ichiro Tomonaga.

Fonte: Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/


Richard_Feynman>.Acesso em: 10 jul. 2022.

Vamos investigar um pouco mais sobre as formas de energia que encontramos


na natureza?

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< < 274

No quadro a seguir, são apresentadas imagens de usinas produtoras de energia


elétrica, ou seja, que transformam algum tipo de energia da fonte primária em
energia elétrica.

Complete o quadro. Observe as figuras e identifique a que tipo de energia elas


se referem e qual é a fonte primária geradora de energia.

Professor(a), problematize utilizando as imagens, auxiliando os estudantes na


identificação das usinas e suas fontes primárias de produção energética.

TIPOS DE USINA FONTE PRIMÁRIA

Energia gerada pela


Solar
radiação solar.

Fonte: Pixabay.

Energia gerada pela


Eólica
força dos ventos.

Fonte: Pixabay.

Energia gerada pelo


Hidrelétrica
movimento da água.

Fonte: Shutterstock. »

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< < 275

co²

Árvores e
Plantas Geração de energia
por biomassa
Energia gerada da
Ciclo da
Biomassa matéria orgânica
Biomassa
proveniente de
plantas e animais.
Produtos de madeira

Energia
Vapor

Turbina Torres de
Energia gerada do
Geotérmica calor proveniente do
e gerador resfriamento
Retorno da água
Vapor

interior da terra.
Água quente

Rocha quente

Magma

Fonte: Shutterstock.

Energia gerada por


meio das correntes
Maremotriz
causadas pelas
marés.

Energia gerada por


meio de uma reação
Nuclear nuclear, a mais
comum é a fissão
nuclear.

Fonte: Pixabay.

Energia gerada por


meio da queima de
combustíveis sólidos,
Termelétricas líquidos ou gasosos,
como petróleo,
carvão mineral,
gás natural.
Fonte: Shutterstock.

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< < 276

Professor(a), ao terminar o preenchimento da tabela, pergunte aos estudantes


se a energia é finita ou se ela pode acabar. Como seria viver sem energia? Estas
questões serão o fio condutor para a abordagem de fontes renováveis e não
renováveis e a importância da cultura do não desperdício.

Como vimos, a natureza nos oferece múltiplas fontes energéticas. Podemos ainda
classificá-las como não renováveis e renováveis. Vejamos alguns exemplos:

Fontes não renováveis

São fontes finitas ou esgotáveis de energia, pois são limitadas e demoram


milhões de anos para se formar, isto é, se esgotadas não serão repostas.
Exemplos: petróleo, carvão mineral, gás natural e nuclear (Figura 3):

PETRÓLEO CARVÃO MINERAL NUCLEARES GÁS NATURAL

FIGURA 3.
Fontes: Pixabay (1, 3 e 4) e Shutterstock (2).

1. Petróleo: É uma substância oleosa, inflamável, cuja origem orgânica está


ligada à decomposição dos seres que foram, ao longo de milhões de anos,
se acumulando no fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados pelos
movimentos da crosta terrestre.

2. Carvão mineral: É formado por troncos, raízes, galhos e folhas de árvores


gigantes que cresceram há alguns milhões de anos. A morte desses vegetais
os depositou no solo lodoso, sendo soterrados. Com o tempo e a pressão
da terra que foi se acumulando sobre o material, uma massa preta e
homogênea foi formando as jazidas de carvão.

3. Urânio: é um metal radioativo encontrado em alguns tipos específicos


de minérios (como exemplos: uraninita, euxenita, carnotita). Por conta da

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< < 277

radioatividade desse metal, sua maior aplicação está em gerar energia


nuclear através da fissão do seu núcleo.

4. Gás natural: é um combustível fóssil que se encontra na natureza,


normalmente em reservatórios profundos no subsolo. Assim como o
petróleo, ele resulta da degradação da matéria orgânica, fósseis de animais
e plantas pré-históricas, sendo retirado da terra através de perfurações.
O gás natural é resultado da combinação de hidrocarboneto, contendo,
principalmente, metano e etano.

Fontes renováveis

Como o nome sinaliza, são fontes inesgotáveis de energia. São exemplos de


fontes renováveis: hídrica, solar, eólica, biomassa, geotérmica e oceânica, como
na Figura 4.

Sol Vento Rios e correntes


de água

Fontes renováveis

Mares e oceanos Matéria orgânica Calor da terra

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< < 278

1. Solar: Energia do sol.

2. Eólica: Energia do vento.

3. Hídrica: Energia do movimento das águas dos rios.

4. Oceânica (maremotriz): Energia das marés e das ondas.

5. Biomassa: Energia química da matéria orgânica.

6. Geotérmica: Energia térmica do interior da Terra.

Professor(a), Professor(a), divida a turma em grupos e proponha uma pesquisa


sobre as fontes de energia, as vantagens e desvantagens de diferentes usinas
e o impacto socioambiental. Cada grupo deverá apresentar o trabalho para
o restante da turma. Abaixo sugestões de textos para apoiar a pesquisa dos
alunos que podem ser impressos e levados para a sala de aula, mas a pesquisa
é livre e os alunos podem usar outros materiais e pesquisar na internet.

Mão na massa

1. Solar:

ENERGIA SOLAR
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
energia-solar>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

2. Eólica:

ENERGIA EÓLICA
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
energia-eolica>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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< < 279

3. Hidrelétricas:

ENERGIA HIDRELÉTRICA
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
energia-hidreletrica>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

4. Maremotriz:

ENERGIA DAS MARÉS


Brasil Escola
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/
geografia/energia-das-mares.htm>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

5. Biomassa:

BIOMASSA
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
biomassa>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

6. Geotérmica:

ENERGIA GEOTÉRMICA
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
energia-geotermica>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

7. Termelétricas:

ENERGIA TERMOELÉTRICA
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
energia-termoeletrica>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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< < 280

8. Nuclear:

ENERGIA NUCLEAR
Toda Matéria
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/
energia-nuclear>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Cada time irá pesquisar sobre uma fonte de energia:

1. Solar 5. Geotérmica

2. Eólica 6. Termelétricas

3. Hidrelétricas 7. Nuclear

4. Biomassa 8. Maremotriz

Você e seu grupo vão pesquisar uma fonte de energia e levantar suas vantagens
e desvantagens e os impactos socioambientais gerados. Os grupos deverão
providenciar cartolina, cola, tesouras e imagens que correspondama forma de
energia pesquisada. Monte sua pesquisa na cartolina, utilize os textos e imagens
disponibilizadas pelo seu professor e, se possível, exponha o trabalho nos
espaços disponíveis em sua escola.

ATIVIDADE 2: ENERGIA ELÉTRICA – TRANSFORMAÇÃO


DE ENERGIA

Professor(a), nesta atividade a proposta é analisar o percurso da energia


elétrica desde a usina geradora até o destino de consumo, e reconhecer as
transformações em outras formas de energia como quando utilizamos um
eletrodoméstico. Pode ser feita uma revisão rápida das 5 atividades diárias
listadas em que há a necessidade do uso da energia elétrica.

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< < 281

Bahia gerou mais de 30% da energia eólica e


solar do país em 2019
24 janeiro 2020

A bahia liderou nacionalmente, com mais de 30%, a geração


de energia por fonte eólica (31,8%) e solar fotovoltaica (33,7%)
em 2019. A fonte eólica no estado cresceu mais de 50% e a
fotovoltaica mais de 70% em relação a 2018.

FIGURA 5
Fonte: Governo da Bahia. http://www.bahia.ba.gov.br/2020/01/noticias/economia.

Novo parque eólico entra em


operação na Bahia e reforça
oportunidades trazidas pela
geração de energia limpa do Estado
Localizado na região de Morro do Chapéu, usina vai evitar a emissão
de cerca de 992 mil toneladas de CO2 na atmosfera por ano

Por Enel Green Power


21/01/2022 12h31 - Atualizado há 3 meses

FIGURA 6
Fonte: G1. https://g1.globo.com/ba/bahia/especial-publicitario.

Da usina à nossa casa – Qual o “caminho” da energia?

Professor(a), pergunte se algum estudante sabe onde está a usina que gera a
energia elétrica e se tem ideia do caminho que ela percorre antes de chegar a
sua casa. Use as reportagens das Figuras 5 e 6.

As reportagens apresentadas nas Figuras 5 e 6 apresentam a Bahia como


um estado que aposta em energia limpa. É importante reforçar que para a
construção de uma usina energética são necessários estudos sobre os impactos
socioambientais gerados. Um parque eólico, por exemplo, traz impactos
ambientais como a poluição sonora em razão do alto ruído produzido pelas
turbinas, além de interferir no movimento migratório de aves diversas.

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De uma forma geral, as usinas são distantes de centros urbanos – o maior


consumidor de energia. Nesta atividade, vamos entender qual o caminho
percorrido pela energia gerada pelas usinas até chegar em nossa casa. No início
da Atividade 1, você listou uma série de atividades de seu dia e identificou aquelas
em que precisou de energia elétrica, lembra? Se não, faça uma revisão rápida.

Em todas estas atividades, há uma transformação de energia elétrica em


outra forma de energia. Por exemplo, quando acendemos as luzes de nossa
casa, ocorre uma transformação de energia elétrica em energia luminosa
e em energia térmica pelo aquecimento da lâmpada. Em um dia de verão,
quando ligamos o ventilador, também temos um processo de transformação
de energia: energia elétrica em energia mecânica (relacionada ao giro das pás
do ventilador). Em um chuveiro elétrico, a energia elétrica se transforma em
energia térmica no aquecimento da água.

Se você olhar à sua volta, terá outros exemplos de transformação de energia


elétrica em outras formas de energia. Mas como a energia elétrica se transforma
neste caminho até a casa? Vamos entender?

Já sabemos que a energia elétrica vem de uma usina primária de energia, como
as usinas hidrelétricas (Figura 7). Vamos conhecer o caminho até o destino final
(Figura 8)?

Represa Usina Geradora


Reservatório
Transformador Linhas de energia

Gerador

Admissão Porta de Turbina Corrente


controle Duto

FIGURA 7

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Nas usinas hidrelétricas, as águas movem turbinas que transformam a energia


potencial da água em energia mecânica (movimento das turbinas) e, por fim, em
elétrica, como mostra a Figura 8.

(1) Gerador
(2) (3) (4) (5) (6)
Transformador

18 mil V 726 mil V 13,5 mil V 110 a 220v

FIGURA 8

1. ESTAÇÃO GERADORA: A usina geradora pode ser de diversas origens. Vamos


exemplificar com as usinas hidrelétricas.

2. SUBESTAÇÕES DE TRANSMISSÃO: A energia que sai da usina segue para


as estações de transmissão para aumentar sua voltagem através dos
transformadores.

3. LINHAS DE TRANSMISSÃO: Torres de alta tensão que levam a energia


elétrica por longas distâncias.

4. SUBESTAÇÕES DE TRANSMISSÃO: Para diminuir a tensão elétrica, a energia


elétrica chega aos transformadores das subestações.

5. FIAÇÃO DOS POSTES: Após passar pelos transformadores que baixam a


tensão da energia, passa pela fiação (que pode ser aérea ou subterrânea),
chegando às cidades, bairros.

6. CONSUMIDOR FINAL: A energia chega às nossas casas para consumo.

Mão na massa

Você já conhece formas de energia e pesquisou sobre as vantagens e


desvantagens. Estudou o caminho percorrido pela energia gerada e o processo
de transformação até às nossas casas. Mas você sabe qual a fonte de energia
mais usada na geração de energia elétrica em nosso país? Estamos falando
da matriz elétrica. Existe uma diferença entre o que chamamos de matriz
energética, que é a representação das fontes de energia disponíveis em

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um país, região ou estado, enquanto a matriz elétrica é um conjunto mais


restrito de fontes de energia, pois ela abrange somente as fontes de energia
responsáveis pela geração de energia elétrica do país.

Pesquise sobre nossa matriz elétrica, organizando as fontes de energia em


ordem decrescente de aproveitamento em nosso país.

Seguem alguns sites para sua pesquisa:

MATRIZES ENERGÉTICA E ELÉTRICA


Empresa de Pesquisa Energética - EPE
Disponível em: <https://www.epe.gov.br/pt/
abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Esticador de Horizontes

Nas páginas indicadas, você pode conhecer como funcionam as


diferentes fontes de energia:

ENERGIA ELÉTRICA: COMO FUNCIONA


Portal Solar
Disponível em: <https://www.portalsolar.com.br/
energia-eletrica-como-funciona>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

ENERGIA EÓLICA
Mundo Educação
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/
geografia/energia-eolica.htm>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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ATIVIDADE 3: CIRCUITOS ELÉTRICOS E CONSUMO


DE ENERGIA ELÉTRICA
Professor(a), nesta atividade estudaremos um circuito elétrico simples. O
objetivo é analisar o uso prático da energia elétrica através do consumo de
energia por aparelhos comuns em uma residência. Para o cálculo do consumo,
vamos introduzir o conceito de potência elétrica.

Uma sugestão é iniciar a atividade perguntando se eles tem ideia, e definindo,


de forma simples, o que é um circuito elétrico. Outra pergunta que pode ser
feita é se os estudantes sabem como podemos economizar na conta de luz e se
sabem qual eletrodoméstico consome mais energia em sua residência. A ideia
também é estimular o consumo consciente da energia elétrica.

Você sabe qual eletrodoméstico consome mais energia em sua casa? Quer
saber? Para entendermos nossa conta de luz, precisamos conhecer um pouco
sobre os circuitos elétricos.

De uma forma simples, podemos definir um circuito elétrico como o caminho


percorrido pela corrente elétrica desde o gerador (ponto de partida), passando
pelos elementos que compõem o circuito, até retornar de volta ao gerador.

Professor(a), apresente a Figura 9 e cada elemento do circuito. Problematize


com questões como:

• Quem é o gerador na figura?


• Quem seriam os receptores?

O vídeo “Circuitos elétricos no cotidiano” pode ser utilizado como fonte de apoio:

CIRCUITOS ELÉTRICOS NO COTIDIANO


Canal Futura
Duração: 12’56” (somente até 7’02”)
Disponível em: <https://youtu.be/N0DnSlhijOU>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Com seus colegas e professor(a), analise a Figura 9 e pesquise sobre os


elementos (gerador, receptor, condutores, interruptor e fusível) que compõem
um circuito elétrico e sua função.

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Circuito simples

Receptor

Gerador
Condutor

Fusível

Interruptor Circuito
Elétrico FIGURA 9

Gerador: fonte de energia, como por exemplo as


pilhas e baterias. Converte diferentes formas de
energia em energia elétrica. No caso das pilhas,
GLOSSÁRIO
converte energia química em energia elétrica.

Receptor: transforma a energia elétrica em


outra forma de energia como energia térmica
(resistores: chuveiros elétricos, secadores de
cabelo) e energia mecânica (motores como os que
encontramos em ventiladores, batedeiras).

Fios condutores: elemento do circuito que


permite a passagem da corrente elétrica com
facilidade e pouca resistência.

Interruptor: atua como uma chave que “abre” ou


“fecha” o circuito, permitindo ou não a passagem
da corrente elétrica.

Fusível: age como equipamento de segurança que


impede a passagem de corrente quando há uma
sobrecarga de energia em um circuito elétrico.

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Corrente elétrica: um elemento muito importante


e que nos parece invisível no circuito. Podemos
entender como corrente elétrica o movimento
GLOSSÁRIO ordenado de cargas elétricas (elétrons) em um
condutor por um dado intervalo de tempo.

Mão na massa - Condutores e isolantes

Professor(a), a intenção desta atividade é montar um circuito e aproveitar para


estudar os conceitos de material isolante e condutor. Problematize a partir das
perguntas apresentadas no livro e anote as respostas no quadro para depois
retomá-las. O experimento está descrito no link:

EXPERIMENTO DE FÍSICA: ACENDE OU NÃO


Azeheb Blog
Disponível em: <https://azeheb.com.br/blog/
experimento-de-fisica-acende-ou-nao/#:~:text=O%20
objetivo%20do%20experimento%20
%E2%80%9CAcende,isolante%2C%20e%20a%20
l%C3%A2mpada%20apaga>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Por que o eletricista usa calçados com solado de borracha, além de luvas do
mesmo material em seu trabalho? Se respondeu que são isolantes elétricos,
está correto! Um material isolante oferece resistência à passagem de corrente
elétrica e, portanto, evita choque elétrico. Já um material condutor é exatamente
inverso, pois ele facilita a passagem de corrente elétrica que permite você
acender a luz de sua casa. Na realidade, não existem isolantes e condutores
perfeitos, e sim materiais que são melhores isolantes ou condutores que outros.

Vamos colocar a mão na massa e montar um circuito elétrico simples


aproveitando para estudar materiais condutores e isolantes na prática. Para a

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montagem, siga as orientações do seu(sua) professor(a) e consulte as etapas


descritas no texto disponibilizado.

Para a realização do experimento, você irá precisar dos seguintes materiais:

• Um pedaço de fio condutor (aproximadamente 40 cm de fio elétrico


comum);
• Duas pilhas tipo comum de 1.5 volts;
• Uma lâmpada de 3V;
• Um alicate de corte;
• Um rolo de fita isolante;
• Metais (pregos, pedaço de fios elétricos, arame, clipes);
• Plásticos (réguas escolares, sacos de lixo, sacolas de supermercado,
parte exterior de canetas, borrachas de apagar).
+

+ - + -
-

FIGURA 11. Montagem final do circuito.

FIGURA 10. Material necessário

Teste o circuito ligando o fio solto à lâmpada.

Separe diversos materiais para testar a condutibilidade deles e siga as


instruções do texto. Agora é completar a tabela.

MATERIAL CONDUTORES ISOLANTES

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Esticador de Horizontes

SIMULADOR: PHET COLORADO


Um recurso muito interessante para estudarmos os
circuitos elétricos. Ele permite montar circuitos diversos,
além de outras propostas para o estudo de ciências.
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/
sims/html/circuit-construction-kit-dc/latest/
circuit-construction-kit-dc_pt_BR.html>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Beta Educação
Disponível em: <https://betaeducacao.com.br/
epis-para-profissionais-eletricistas>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Economizando energia em casa

Professor(a), para finalizar a Sequência, vamos aprender a calcular o


consumo de energia através da análise da potência que está registrada nos
eletrodomésticos e, desta forma, estimular a conscientização do bom uso da
energia. Comece a Sequência de atividades perguntando se os estudantes
reconhecem os selos apresentados nas figuras a seguir, se têm ideia para que
servem. Para esta conversa, disponibilize o texto impresso que você encontrará
no link a seguir, ou peça aos estudantes que acessem o QR CODE.

Hora de economizar! Vamos pensar em como podemos contribuir na economia


de energia em casa e usar a energia de forma consciente e sustentável? Você
sabe qual o “vilão” dos eletrodomésticos? Qual gasta mais energia?

Adquirir um eletrodoméstico econômico já é um começo.

Você conhece os símbolos representados nas Figuras 10 e 11 e para que servem?

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FIGURA 10. Selo de eficiência elétrica. FIGURA 11. Selo Procel/Inmetro


de economia de energia.

Façam uma rápida pesquisa sobre os Selos Procel de economia de energia.

Como sugestão, consulte o material disponibilizado no link e responda às


seguintes questões:

SELO PROCEL
Procel Info
Disponível em: <http://www.procel.gov.br/
main.asp?TeamID={88A19AD9-04C6-43FC-BA2E-
99B27EF54632}#>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

a) Qual o objetivo do Selo Procel?

Resposta: O Selo Procel é uma forma de orientar o consumidor na hora da


compra, indicando quais produtos que apresentam os melhores níveis de
eficiência energética dentro de cada categoria, resultando em economia na
conta de energia elétrica.

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b) O que representa o selo de eficiência elétrica (Figura 10)?

Resposta: A etiqueta apresentada nos eletrodomésticos classifica o consumo


de energia daquele equipamento e seu grau de eficiência energética, que varia
de A (mais eficiente) a G (menos eficiente).

Mas como saber qual eletrodoméstico gasta mais energia? Será que o tempo
que o aparelho fica ligado entra no cálculo do consumo? Para respondermos
a estas perguntas, precisamos conhecer uma grandeza física denominada
potência elétrica, definida como:

A quantidade de energia elétrica que é fornecida a um circuito elétrico a cada


segundo, ou ainda a quantidade de energia que esse circuito converte em
outras formas de energia, também a cada segundo. A unidade de medida da
potência elétrica é o watt (W).

Assim,, podemos escrever a grandeza física potência como POTÊNCIA =


ENERGIA / TEMPO; mas como estamos interessados na energia consumida,
vamos reescrever a equação da potência desta forma:

ENERGIA (E) = POTÊNCIA (P) X TEMPO (T)

Pela equação apresentada, basta multiplicarmos a potência do aparelho pelo


tempo de uso. Vamos calcular este consumo? Pesquise e anote na tabela a
seguir as potências de alguns eletrodomésticos e, com seus colegas, descubra
aquele que gasta mais energia e aquele que gasta menos energia ao ficar ligado
por uma hora de uso. Nos espaços em branco, você pode completar de acordo
com o uso de algum eletrodoméstico em sua residência.

Professor(a), nos espaços em branco, sugira que o estudante complete de


acordo com o uso de um eletrodoméstico em sua residência.

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POTÊNCIA
ELETRODOMÉSTICO
(SUGESTÕES DE RESPOSTAS)

FERRO DE PASSAR 500W

TV 200W

GELADEIRA 250W

CHUVEIRO ELÉTRICO 4400W (110V) - 6000w (220V)

CAFETEIRA ELÉTRICA 600 W

SECADOR DE CABELO 700 W

LÂMPADA FLUORESCENTE DE 60 W 60 W

• Aparelho que gasta mais energia:


• Aparelho que gasta menos energia:

Professor(a), agora aprenderemos a calcular o custo do consumo de energia


de cada aparelho. Chame atenção para a unidade em kWh (quilowatt-hora), a
unidade de energia que temos em nossa conta de luz. O vídeo e texto sugeridos
serão facilitadores para a compreensão dos cálculos.

Vamos aprender a calcular o nosso consumo elétrico por aparelho? Para


facilitar seu entendimento, sugiro que assista ao vídeo:

CÁLCULO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA


Canal Futura
Duração: 11’48”
Disponível em: <https://youtu.be/GDT1uVbethI>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

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Ou leia o texto:

TABELA DE CONSUMO (KWH)


Cooperluz
Disponível em: <https://www.cooperluz.com.br/
tabela-de-consumo#:~:texto=Para%20%20calcular%20
o%20%20consumo%20de,kWh%20do%20%20
equipamento%20por%20%20dia>.
Acesso em: 10 jul. 2022.

Vamos lá? Com calma, seguiremos um passo a passo.

Para calcular o consumo de um equipamento elétrico, verifique:

• A potência W (Watts) do equipamento: Multiplique esta potência pelo


tempo estimado de funcionamento (horas por dia). Para que o resultado
esteja em kWh, como em nossa conta de luz, divida o resultado por 1.000.
Desta forma teremos o consumo em kWh do equipamento, por dia.

ENERGIA CONSUMIDA (por dia) = POTÊNCIA X HORAS


1000

Como exemplo, vamos calcular o consumo de uma lâmpada fluorescente de


60W que funciona 5 horas por dia pelo período de 30 dias.

Dados:

• Pot. = 60 W
• Tempo de uso/dia = 5h
• Tempo de uso/mês = 30 dias

ENERGIA CONSUMIDA (por dia):

E = (60 x 5) = 300 wh
dia

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Para que o resultado esteja em kWh, faremos os seguintes cálculos:

E = 300.1000 w.h = 300.103 w.h = 0,3.103 w.h


1000 dia 1000 dia dia

como 1 k = 103

E = 0,3 kwh
dia

ENERGIA CONSUMIDA (por mês):

E = 0,3 x 30 = 9 kwh
mês

Se cada 1 kwh = R$1,4, por exemplo, seu custo mensal será de

R$ = 9 x 1,4 = R$ 12,6

Este cálculo corresponde ao custo mensal de uma lâmpada! Conte o número de


lâmpadas em sua casa e faça o cálculo do custo mensal! Não dá para deixar a
luz acesa à toa, não é?

Use a tabela preenchida com os aparelhos e suas potências e calcule o custo


mensal de cada um deles, estimando 1h de uso, por dia.

E aí? Vamos usar a energia com consciência?

O que aprendemos

Caça-palavras energético

Aprendemos muita coisa até agora, não é mesmo? Vamos testar nosso
conhecimento! No caça-palavras a seguir, descubra as formas de energia que a
natureza nos oferece.

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Gabarito:

Anotações

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< <
297

Os seres vivos
e a matéria e
energia
< < 298

SEQUÊNCIA 13.
Células e sua
organização

HABILIDADE

(EF06CI05)
Explicar a organização básica das células e seu papel como
unidade estrutural e funcional dos seres vivos.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Célula como unidade da vida;


• Do micro ao macro: níveis de organização dos seres vivos;
• Estrutura e funcionamento das organelas das células animal
e vegetal;
• As dimensões comparadas entre as células animal e vegetal.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Reconhecer a célula como unidade básica estrutural e


funcional de todos os seres vivos;
• Caracterizar e comparar seres unicelulares e pluricelulares,
além dos diferentes tipos de células;
• Interpretar esquemas e imagens que representam os níveis
de organização dos seres vivos (de átomos a organismos).

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Professor(a), procure saber se os estudantes já conhecem os termos fauna


e flora e se têm ideia do que significam. Sugira que digam o que sabem. Não
existem respostas corretas, esse é um momento de aproximá-los do tema de
estudo: a célula e sua estrutura. Aproveite esse momento para apresentar três
termos e seus conceitos (fauna, flora e microbiota) que serão utilizados em
diferentes momentos dos estudos de Biologia.

Começo de conversa
Quando falamos de biodiversidade, falamos de toda a riqueza e variedade de
formas de vida que a natureza nos oferece, e precisamos falar também do papel
de cada pessoa na preservação dessa diversidade biológica. “Não é porque a
gente não vê ou não conhece que não existe”; dentro dessa diversidade, muitos
seres vivos são invisíveis aos nossos olhos.

Assista ao vídeo e entenda mais um pouco sobre o que estamos falando:

ZOO ESCOLA - BIODIVERSIDADE


Zoológico de São Paulo
Duração: 2’14”
Disponível em: <https://youtu.be/viHvHNdurVU>.
Acesso em: 11 jul. 2022.

Que tipos de seres vivos são citados nesse vídeo?

Resposta esperada: animais, plantas, microrganismos.

No vídeo são citados os termos fauna e flora. Você tem ideia do que significam?

O que vamos aprender aqui


Nesta Sequência de Atividades, você vai rever a definição de célula. Vai
reconhecer que existem muitos tipos de células e que cada uma tem
características próprias, dependendo do tipo de ser vivo. O que isso significa?
Significa que existem um padrão de célula animal, outro de célula vegetal e outros

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para os microrganismos (seres vivos que não conseguimos ver a olho nu, isto é,
precisamos de lentes de aumento para enxergá-los).

ATIVIDADE 1 – A CÉLULA E SUA ESTRUTURA

Nesta atividade, você poderá reconhecer alguns conceitos apresentados no


vídeo, como fauna e flora.

Fauna refere-se ao conjunto de animais de uma região como, por exemplo, o


conjunto de animais do Cerrado ou o conjunto de animais da Caatinga. Também
usamos o termo fauna para todos os animais do planeta.

Flora refere-se ao conjunto de plantas de uma região como, por exemplo, o


conjunto de plantas do Pantanal ou da Mata Atlântica. Usa-se também o termo
flora para todas as plantas do planeta.

É importante conhecer esses termos quando estudamos Biologia, pois facilitam as


informações relativas aos seres vivos e não é necessário a todo momento explicar
que está se estudando o conjunto de animais ou de plantas de uma região.

Você conhece o termo microbiota? Este não foi citado no vídeo, mas também é
importante que você conheça. Ele está associado aos microrganismos que são
citados no vídeo.

Microbiota é o conjunto de diferentes tipos de


microrganismos que vivem em determinado
ambiente, como, por exemplo, no solo, nas águas de
GLOSSÁRIO um rio ou de uma poça d’água ou do mar e no corpo
de um animal ou planta. Diferentes microrganismos
vivem em diferentes regiões do nosso corpo. Existe,
por exemplo, uma microbiota de bactérias que
vivem dentro do intestino, chamada de microbiota
intestinal, que ajuda na nossa nutrição.

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Observação

Os vírus, por não terem as estruturas que compõem as células e


por não conseguirem se reproduzir sozinhos, não são considerados
microrganismos vivos, mas são incluídos na composição da
microbiota existente em diferentes locais.

Tipos de microrganismos

O vídeo apresenta seres vivos de diferentes tipos e tamanhos como animais,


plantas e microrganismos. Entre os microrganismos, temos os vírus, bactérias,
protozoários e fungos microscópicos (também existem fungos macroscópicos,
isto é, visíveis a olho nu).

O que eles têm em comum? Todos são compostos por uma estrutura
microscópica denominada célula.

FIGURA 1. Vírus do sarampo. FIGURA 2. Fungos microscópicos do grupo Saccharomyces.


Fonte: Shutterstock. As diferentes espécies são utilizadas no preparo de
iogurtes, cervejas, vinhos e na produção de pães.
Fonte: Shutterstock.

FIGURA 3. Ameba - um protozoário microscópico FIGURA 4. Bactéria causadora


que pode causar doenças de diferentes tipos da tuberculose, o bacilo de Koch.
nos seres humanos; a mais comum é a diarreia. Fonte: Shutterstock.
Fonte: Flickr.

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Professor(a), aproveite para dar alguns exemplos diários das plantas que
crescem em direção à luz do Sol (portanto, se movimentam em direção à luz).
Você pode usar o vídeo a seguir para explicar.

MOVIMENTO DAS PLANTAS (CRESCIMENTO E


TROPISMO)
Emerson Oliveira
Duração: 2’21”
Disponível em: <https://youtu.be/Lxsb3iBMnAo>.
Acesso em: 11 jul. 2022.

A célula é definida como a menor estrutura que realiza todas as funções


próprias dos seres vivos.

Você tem ideia sobre quais funções são essas?

Vamos lá, pense em quais funções o corpo de um animal (como um cachorro) e


o de uma planta realizam todos os dias.

No quadro a seguir, marque com um X as frases relacionadas às funções do


corpo de um animal e de uma planta:

Função Animal Planta

Ingerir alimento e água X

Absorver nutrientes e água X

Perceber as condições ambientais (se está claro ou


X X
escuro, por exemplo)

Reproduzir – produzir descendentes X X

Se movimentar X X

Respirar X X

Crescer e se desenvolver X X

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Observe que existem funções comuns realizadas tanto pelos animais como
pelas plantas. Essas funções são realizadas por todos os seres vivos, inclusive os
formados por apenas uma célula. A menor unidade de vida, que realiza todas
essas funções, é a célula.

Como surgiu a ideia de célula e quando foi descoberta? Para conhecer um pouco
mais sobre essa menor unidade de vida, assista ao vídeo.

TEORIA CELULAR
Khan Academy Brasil
Duração: 5’58”
Disponível em: <https://youtu.be/yX9zLkmIwC8>.
Acesso em: 11 jul. 2022.

Pensando no que você viu no vídeo, responda as questões abaixo colocando V


para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas falsas:

( V ) O conceito de célula não existia até o desenvolvimento dos


aparelhos ópticos.

( F ) A descoberta da célula foi feita observando microrganismos.

( V ) O conceito de célula foi baseado nos pequenos buracos vazios


presentes na cortiça (casca de árvore).

( V ) Depois da melhoria dos aparelhos ópticos, observou-se que existiam


muitos seres vivos minúsculos como os protozoários, que são formados
por apenas uma célula.

( V ) As observações ao longo dos séculos XVII e XIX possibilitaram aos


estudiosos constatar que todos os seres vivos são formados por células.

( V ) O nome célula foi dado porque se assemelhavam às celas, pequenos


quartos nos mosteiros da época utilizados para dormir.

( F ) As primeiras células eram estruturas vivas.

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Tipos de célula

Você sabe o que são organelas? Organelas são diferentes estruturas que
realizam diferentes funções, como respiração, alimentação e reprodução.

Agora veja os desenhos esquemáticos de dois tipos padrão de célula animal e


célula vegetal.

Ribossomos

Parede celular

Núcleo

Nucléolo

Mitocôndria
Retículo
endoplasmático
Vacúolo

Cloroplasto

Complexo golgiense
FIGURA 5. Desenho
esquemático de uma Membrana plasmática
célula vegetal padrão. Citosol
Fonte: Shutterstock.

Ribossomos

Lisossomos

Núcleo

Nucléolo

Mitocôndria
Retículo
endoplasmático

Centríolo

Complexo
golgiense
FIGURA 6. Desenho
Membrana
esquemático de uma
plasmática
célula animal padrão
Citosol Fonte: Shutterstock.

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Observe os desenhos e escreva na coluna do meio do quadro as estruturas


chamadas de organelas que estão presentes em cada tipo de célula e na coluna
da direita escreva o nome das organelas exclusivas (que só aparecem na célula
animal e na célula vegetal).

Quadro comparativo entre os tipos de célula animal e vegetal

Tipo de Organelas
Organelas presentes
célula exclusivas

Núcleo – nucléolo – ribossomos – complexo


golgiense – vacúolo – membrana plasmática Vacúolo – parede
Célula vegetal
– parede celular – retículo endoplasmático – celular – cloroplasto
mitocôndria – cloroplasto – citosol

Núcleo – nucléolo - ribossomos – complexo


golgiense – centríolo – membrana plasmática
Célula animal Centríolo – lisossomo
– retículo endoplasmático – mitocôndria –
citosol – lisossomo

Cada uma dessas organelas realiza ou está associada a uma das funções que os
seres vivos realizam.

Citosol (denominado anteriormente citoplasma): é limitado pela membrana


plasmática, ocupa o interior das células e abriga todas as organelas.

Mitocôndrias: relacionadas ao processo de respiração celular. Utilizam o


oxigênio capturado do ar pelas plantas e pelos animais.

Cloroplastos: local onde ocorre o processo de fotossíntese – esse processo utiliza


a energia do Sol e rearranja as moléculas de gás carbônico (absorvido pelas folhas
e pelas raízes), transformando-as em substâncias alimentícias como os açúcares.

Vacúolo: armazenam substâncias como pigmentos e nutrientes e regulam a


quantidade de água que entra e sai da célula vegetal.

Lisossomo: relacionados à digestão de nutrientes.

Retículo endoplasmático: produção de substâncias transportadas para o


Complexo golgiense.

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Complexo golgiense: armazena e transporta para fora da célula substâncias


produzidas no retículo endoplasmático.

Membrana plasmática: separa o meio interno da célula e o meio externo.

Parede celular: recobre a membrana plasmática e fornece proteção e suporte à


célula vegetal.

Ribossomos: auxiliam na produção de proteínas nas células.

Nucléolo: produção de RNA-ribossômico, que junto com os ribossomos


produzem proteínas.

Núcleo: local onde se alojam o nucléolo e mais de uma molécula de DNA. As


moléculas de DNA de número variável entre as espécies animal e vegetal são as
que controlam todas as funções celulares.

Além das células animais e vegetais, existem células muito menores e mais
simples como a das bactérias e outros microrganismos.

Veja o desenho esquemático que representa a estrutura padrão das bactérias.

FIGURA 7. Desenho esquemático de


Pili uma bactéria, uma célula procarionte.
Fonte: Shutterstock
Cápsula
Parede celular
Membrana
plasmática

Citosol
Molécula
de DNA

Ribossomos Flagelo

Compare os desenhos das células animal e vegetal com o da bactéria, na Figura


7. Quais diferenças você observa entre esse tipo de célula e os das células
animal e vegetal?

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Resposta esperada: Esse tipo de célula tem apenas uma molécula de DNA
(os pili) e uma cápsula externa. Não possuem núcleo, nucléolo, mitocôndrias,
cloroplastos, complexo golgiense, retículo endoplasmático, vacúolos e lisossomos.

Uma diferença entre as células dos animais e dos vegetais em relação à célula
das bactérias é que as dos animais e vegetais possuem mais organelas que a
das bactérias.

Outra diferença marcante é que esses dois tipos de célula possuem um núcleo
onde se encontram mais de uma molécula de DNA, enquanto a das bactérias
não possuem núcleo e têm apenas uma molécula de DNA.

Essa diferença mais marcante separa as células em dois grupos:

• Células com núcleo – chamadas de eucariontes. A palavra eucarionte é


formada por dois termos gregos: “eu” = verdadeiro + “Karyon” = núcleo.
• Células sem núcleo – chamadas de procariontes. A palavra procarionte
é formada por dois termos gregos: “pro” = primeiro e “Karyon” = núcleo.

Esticador de Horizontes

CÉLULAS EUCARIONTES E PROCARIONTES


Khan Academy
Duração: 6’55”
Disponível em: <https://pt.khanacademy.
org/science/biology/structure-of-a-cell/
prokaryotic-and-eukaryotic-cells/v/
prokaryotic-and-eukaryotic-cells>.
Acesso em: 11 jul. 2022.

Unicelulares e pluricelulares, qual é a diferença?

Existem microrganismos que possuem apenas uma célula e por isso são
chamados de unicelulares (do latim uni = um + celula = célula). Os seres vivos
formados por mais de uma célula são denominados pluricelulares (do latim
pluri = muitos + celula = célula).

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< < 308

A célula desses microrganismos possui um núcleo, assim como as células animal


e vegetal, por isso são células eucariontes. Da mesma forma que as células
animais e vegetais, o núcleo dos microrganismos eucariontes abriga mais de
uma molécula de DNA no seu interior.

Os seres vivos unicelulares eucariontes já foram chamados de protozoários,


que significa animal primitivo (do latim proto = primitivo e zoon = animal). Mas,
ao longo do tempo, descobriu-se que existe uma grande variedade de espécies
de seres unicelulares eucariontes que, assim como os vegetais, também fazem a
fotossíntese. Desta forma, todos esses microrganismos unicelulares eucariontes
foram agrupados no chamado “Reino Protoctista”. Os animais são agrupados
no “Reino Animalia” e os vegetais são agrupados no “Reino Plantae”.

Desta forma, podemos dividir os seres vivos como mostra o esquema a seguir:

O esquema mostra um resumo e as associações entre os conceitos estudados até


o momento.

SERES VIVOS

Procariontes Eucariontes

Unicelulares Pluricelulares Unicelulares

Reino Protoctista
Reino Animalia- Reino Plantae- (antigos
Bactérias
animais plantas protozoários)

Mão na massa

Agora que você tem uma ideia da variedade de tipos de células (procariontes
e as células eucariontes), você vai construir modelos de células para ter uma

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< < 309

visão melhor das diferenças de tamanhos e dos tipos de organelas entre esses
tipos de células.

Construção de modelos esquemáticos em escala

Uma das grandes dificuldades quando se estuda as células é ter ideia do


tamanho relativo de uma célula e de suas organelas e entre células diferentes,
como as células animal e vegetal.

Você acabou de estudar que existem tipos diferentes de células eucariontes


(animal, vegetal e dos protoctistas) e células procariontes.

É difícil reconhecer o tamanho entre células dos diferentes tipos. Essa


dificuldade traz algumas dúvidas, por exemplo:

• Será que uma célula animal é maior, menor ou de igual tamanho que
uma célula vegetal?
• Será que as bactérias são quase do mesmo tamanho que as células
dos protoctistas?
• As células dos protoctistas são maiores, menores ou iguais às
das bactérias?
• As bactérias e vírus causam doenças nos seres humanos. Por que as
bactérias podem invadir as células eucariontes, no caso as nossas,
causando as chamadas infecções?
• É possível uma célula eucarionte invadir uma célula procarionte? Por quê?

Assista atentamente ao vídeo “Escala das células”, que poderá ajudar a


responder essas perguntas.

ESCALA DAS CÉLULAS


Khan Academy
Duração: 7’23”
Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/science/
ap-biology/cell-structure-and-function/cell-size/v/
scale-of-cells>.
Acesso em: 11 jul. 2022.

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< < 310

Você percebeu que os desenhos representativos de uma molécula, de um vírus


e das células são quase do mesmo tamanho, mas essas representações estavam
com uma escala ao lado ( e o locutor chama a atenção para cada caso)? O que
significa colocar uma escala ao lado do desenho?

Resposta esperada: A escala mostra o tamanho da estrutura em determinada


unidade e qual é o tamanho delas na realidade.

Professor(a), organize os estudantes em grupos e providencie o sorteio das


figuras numeradas de 1 a 14. Sorteie para cada grupo duas figuras: uma da
célula procarionte e outra da célula eucarionte. Diferentes grupos podem
sortear células iguais.

1. Organize seu grupo pensando em quais materiais vão utilizar e qual será
a responsabilidade de cada um na tarefa de representar uma célula.
Observem com cuidado as imagens das células sorteadas.

2. Lembre-se de construir o modelo trazendo todos os componentes celulares


do exemplo, usando cores e outros materiais para identificá-los.

3. É importante que os desenhos sejam feitos respeitando-se as proporções


entre as organelas e as dimensões das diferentes células. Essas informações
se encontram no Quadro 3 – Dimensões de células, organismos
unicelulares ou estruturas celulares, logo a seguir.

4. Ao final da construção dos modelos, exponham seus desenhos; eles podem


ficar pendurados em um mural na sala ou em algum espaço da escola para
que outras turmas possam vê-los.

Professor(a), combine com os alunos a melhor maneira de expor a produção


da turma. Para valorizar a produção do grupo, peça que apresentem para os
colegas as suas produções. Para incrementar a apresentação, faça perguntas
aos alunos sobre seus modelos, tais como:

“Quais são as dimensões das duas células que produzem os modelos? Quais
organelas estão presentes na célula eucarionte? É visível a diferença de
tamanho entre as células procariontes e as eucariontes? Comparando as
células animais e vegetais, elas têm tamanhos semelhantes ou não? E as células
dos dois Protoctistas (a euglena e a ameba), vocês imaginavam que essas células
eram desse tamanho?”

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Professor(a), fique atento e oriente os estudantes sobre o cálculo das medidas


em centímetros. Deve ser uma ação relativamente rápida e fácil, já que a escala
adotada foi de 1µm para 1 centímetro, mas podem ocorrer dúvidas.

Escala 1 µm = 1 cm

Quadro 3 – Dimensões de células, organismos unicelulares ou


estruturas celulares

Dimensões Dimensões
Organismo ou célula
reais em cm

Bactéria Bactéria fragilis (figura 1) 1 2 μm 2 cm

Bactéria Caulobacter crescentua (figura 2) Igura 6 cm

Bactéria Anabaena (figura 3) 5 μm 5 cm

Bactéria Azotobacter vinilandii (figura 4) 2 μm 2 cm

Bactéria Nitrobacter winogradskyi (figura 5) 2 μm 2 cm

Protozoário Ameba (figura 6) 300 μm 300 cm = 3 metros

Protozoário Euglena (figura 7) 200 μm 200 cm = 2 metros

Célula vegetal da folha do milho (figura 8) 50 μm 50 cm

Célula vegetal do caule do trigo (figura 9) 70 μm 70 cm

Célula animal – célula da mucosa do estômago


35 μm 35 cm
(figura 10)

Célula animal – neurônio humano (figura 11) 130 μm 30 cm

A cabeça 2 μm 2 cm
Espermatozóide humano (figura 12)
O flagelo 20 μm 20 cm

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Dimensões Dimensões
Organismo ou célula
reais em cm

Óvulo humano (figura 13) 100 μm 100 cm = 1 metro

Célula animal eritrócito (hemácia) (figura 14) 9 μm 9 cm

O Centríolo 0,05μm 0,05 cm = 0,5 mm

R Cloroplasto 7 μm 7 cm

G Lisossomos 10 μm 10 cm

A Mitocôndria 1 μm 1 cm

N Moléculas de DNA 0,01 μm 0,01 cm = 0,1 mm

E Núcleo 1 a 8 μm 1 a 8 cm

L Vacúolos digestivos 10 a 20 μm 10 a 20 cm

A Vacúolos vegetais 10 a 30 μm 10 a 30 cm

S Complexo golgiense De 1 μm 1 cm

Dimensões: 1mm = 1/100 cm ou 1/1000 m (1 milésimo do metro)

1 micrômero - 1 μm = 1/1000 mm ou 1/1 000 000 m (1 milionésimo de metro)

1 nanômetro - 1 nm = 1/1000 μm ou 1/1 000 000 000 m (1 bilionésimo do metro)

Observação

Aquilo que na célula mede, por exemplo, 1μm, deverá ser


representado no modelo como tendo 1 cm. O que na célula mede,
por exemplo, 0,25 µm, deverá ser representado como tendo 0,25
centímetros, e assim por diante.

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< < 313

O que aprendemos
1. Quais organelas estão presentes apenas nas células animais?

Resposta esperada: Centríolo e lisossomos.

2. Quais organelas estão presentes apenas nas células vegetais?

Resposta esperada: Vacúolos, cloroplastos e parede celular.

3. Dê duas diferenças marcantes entre as células procariontes e as eucariontes.

Resposta esperada: Os eucariontes têm núcleo e mais de uma molécula


de DNA no seu interior. As células procariontes não têm núcleo e só uma
molécula de DNA.

4. Os antigos protozoários unicelulares, atuais protoctistas, possuem células


maiores ou menores que as dos procariontes?

Resposta esperada: Maiores.

5. Será que uma célula animal é maior, menor ou de igual tamanho que uma
célula vegetal?

Resposta esperada: Depende do tipo de célula animal, e a vegetal pode ter o


mesmo tamanho ou não.

6. Será que as bactérias são quase do mesmo tamanho que as células


dos protoctistas?

Resposta esperada: Não, são bem menores.

7. Os vírus são bem menores que as bactérias. Esses dois organismos causam
doenças nos seres humanos. Por que as bactérias podem invadir as células
eucariontes, no caso as nossas, causando as chamadas infecções?

Resposta esperada: Porque são bem menores do tamanho aproximado de


algumas organelas das células eucariontes.

8. É possível uma célula eucarionte invadir uma célula procarionte? Por quê?

Resposta esperada: Impossível, devido ao seu grande tamanho (comparado


com as células dos procariontes).

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< < 314

SEQUÊNCIA 14.
O corpo humano:
um sistema de
órgãos integrados

HABILIDADES

(EF06CI06)
Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou digitais),
que os organismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes
níveis de organização.

(EF06CI07)
Justificar o papel do sistema nervoso na coordenação das ações motoras
e sensoriais do corpo, com base na análise de suas estruturas básicas e
respectivas funções.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Interação e interdependência entre os sistemas do corpo humano;


• Interação entre os sistemas locomotor e nervoso;
• Sistema nervoso;
• Ação de substâncias psicoativas no organismo.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Reconhecer, por meio de imagens, a localização de diferentes sistemas de


órgãos do corpo humano e produção de pastas de arquivos – um arquivo
de imagens dos diferentes tipos celulares e outro arquivo com os diferentes
tipos de tecidos humanos;
• Reconhecer a localização e estrutura macroscópica do sistema
musculoesquelético e do sistema nervoso humano;

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< < 315

• Representar
Reconhecer oo papel
movimento
do sistema
da sombra
nervoso
de um
na coordenação
objeto projetada
e nopelo
controle
Sol aodo
longo
organismo,
de umadia
partir
e o do
movimento
estudo dedesuas
rotação
células,
da Terra;
estruturas e mecanismo de
• Reconhecer
transmissãoodemovimento
impulsos nervosos
de rotação(ODS
da Terra
3). como a causa dos fenômenos
do dia e da noite;
• Observar e reconhecer as mudanças de fase da Lua ao longo de um mês;
• Explicar as mudanças de fase da Lua com base na iluminação do Sol e do
movimento da Lua em torno da Terra, e esquematizar o modelo em
um diagrama;
• Explicar e esquematizar os fenômenos dos eclipses solares e lunares;
• Comparar algumas características dos astros do Sistema Solar (raio,
composição da atmosfera, estado físico, temperatura).

Professor(a), você pode apresentar uma curiosidade aos estudantes: as


cores que representam cada um desses sistemas foram estabelecidas
internacionalmente, há muitos anos, pelos anatomistas, que são especialistas
em descrever as diferentes estruturas e sistemas de órgãos presentes nos
animais vertebrados. Desta forma, a uniformização das cores para cada sistema
de órgão facilita o entendimento das estruturas nos estudos anatômicos.

O que vamos aprender aqui


Nesta Sequência de Atividades, você vai conhecer alguns tipos de células
animais, mas de um único ser vivo: o ser humano! Vai ver, também, que
existem muitos tipos de células que, ao se agruparem, formam estruturas
complexas chamadas de tecidos; que diferentes tecidos compõem os órgãos
do corpo humano; que os diferentes órgãos se agrupam para desempenharem
determinadas funções vitais, como a locomoção, a alimentação, a reprodução;
que cada conjunto de órgãos, associado a uma determinada função, é
denominado sistema de órgãos; e que todos os sistemas de órgãos interagem
entre si e têm o seu funcionamento coordenado pelo sistema nervoso.

Ao estudar o corpo humano, assim como os de todos os seres vivos (procariontes


ou eucariontes), podemos considerar que os organismos vivos são “máquinas
fantásticas” que mostram como a vida é diversificada e surpreendente.

Vamos conhecer um pouco da estrutura e funcionamento do corpo humano?

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< < 316

ATIVIDADE 1: A ORGANIZAÇÃO DAS CÉLULAS NO


CORPO HUMANO
Observe a Figura 1, que representa um ou mais sistema de órgãos
(agrupamento de órgãos que realizam uma determinada função vital) que
formam o corpo humano. Note que abaixo de cada desenho há um número.

1 2 3 4 5 6 7

FIGURA 1. O corpo humano é formado


por sistemas de órgãos.
Fonte: Shutterstock.

Você reconhece algum dos sistemas de órgãos representados nesses


sete desenhos?

Leia as frases que descrevem os sistemas de órgãos visíveis em cada um dos


desenhos numerados de 1 a 7 e marque V para verdadeiro e F para falso:

( V ) O desenho 7 representa o sistema nervoso em amarelo.

( F ) O desenho 6 representa os sistemas nervoso e muscular. (Estão


representados os sistemas nervoso e cardiovascular).

( V ) No desenho 5, aparecem os sistemas digestório e respiratório.

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( F ) O sistema circulatório só aparece nos desenhos 6 e 3. (Aparece também


nos desenhos 2, 4 e 5).

( V ) No desenho 1, está representada a pele.

( V ) O sistema circulatório aparece nos desenhos 2, 3, 4, 5 e 6.

( V ) O sistema esquelético é visível nos desenhos 2, 3, 4 e 5.

( F ) O sistema circulatório e o revestimento externo do corpo estão


representados nos desenhos 2 e 3. (O revestimento externo só é
representado no desenho 1).

Professor, faça a correção oral do exercício para que todos tenham a


oportunidade de relembrar esse conteúdo, justificando as respostas.

Células, Tecidos e Sistemas de Órgãos

Os diferentes tipos de células do corpo humano se organizam de diversas


maneiras, dando origem a diferentes tipos de tecidos.

Os principais tecidos do corpo humano são quatro:

• Epitelial
• Conjuntivo
• Muscular
• Nervoso

Os tecidos se organizam de diferentes maneiras e formam os diversos órgãos


do corpo.

Órgãos organizados para realizar uma determinada função vital formam os


sistemas de órgãos.

Célula

Corpo
Sistema de órgãos Humano Tecidos

Órgãos

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< < 318

Tipos de tecidos e células

1 – Tecido Epitelial

Formado por células com formas de cubos ou cilindros que se mantêm bem juntas entre
si. Formam os diferentes tecidos epiteliais. Veja a Figura 2.

Fossas nasais,
traqueia e
Epitélios formados por brônquios
Epitélios formados por
uma camada de células Pele, boca, várias camadas de células
esôfago

Alvéolos
pulmonares,
revestimento
dos vasos
sanguíneos
e linfáticos
Pseudo-estratificado (endotélio)
Estratificado
pavimentoso
Bexiga
urinária
Simples pavimentoso

Túbulos
renais

Estratificado
de transição
Uretra
Simples cúbico

Estômago

Estratificado prismático
Simples prismático

FIGURA 2. Desenhos esquemáticos de tecidos epiteliais.


Ilustração: André HQ.

Esse tipo de tecido reveste o corpo externamente (forma a epiderme) e reveste


internamente (e recebe o nome de mucosa) diferentes órgãos do corpo, como
os dos sistemas excretor, digestório, respiratório e reprodutor.

2 – Tecido Conjuntivo

Esse tecido é caracterizado por apresentar células de diferentes tipos que


produzem substâncias que formam uma matriz. Dependendo do tipo celular, a

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< < 319

matriz tem uma composição. Veja os diferentes tipos de tecido conjuntivo, e as


funções associadas a cada um deles, para compreender melhor o que é a matriz
na qual as células conjuntivas se dispersam:

2a – Tecido conjuntivo propriamente dito – é formado por células


alongadas, chamadas de fibroblastos, e produzem uma matriz de consistência
frouxa; por esse motivo, é um tecido flexível e tem a função de preencher
e ligar outros tecidos entre si. Quando a matriz é mais consistente, esse
tecido se torna menos flexível e forma os tendões e ligamentos que unem
os músculos aos ossos. Um exemplo é o tendão de Aquiles, o tendão mais
forte do corpo, que conecta os músculos da chamada “batata da perna” (a
panturrilha) com o osso do calcanhar.

2b – Tecido cartilaginoso – é formado por células denominadas condrócitos


e condroblastos. Os condrócitos secretam continuamente colágeno,
proteínas e carboidratos, produzindo uma matriz resistente e flexível. Esse
tecido está presente nas articulações do corpo amortecendo e viabilizando
os movimentos dos ossos entre si.

2c – Tecido adiposo – é formado por células que armazenam gordura,


os adiposos. O tecido adiposo tem a função de armazenar substâncias
energéticas, como os lipídios (gordura), mas também exercem as funções de
isolamento térmico e absorção de impactos.

2d – Tecido sanguíneo – é formado por uma matriz fluida, o sangue, na qual


encontram-se os glóbulos vermelhos (chamados de eritrócitos, responsáveis
pelo transporte de gases) e os glóbulos brancos de diferentes tipos e funções
associadas à defesa do corpo. O tecido sanguíneo também é responsável por
transportar alimentos para as células do corpo e levar as substâncias tóxicas
até os rins, onde são eliminadas do corpo na forma de urina.

2e – Tecido ósseo – é formado por células denominadas osteoblastos,


osteócitos e osteoclastos. Os osteócitos são um tipo de células conjuntivas
e se diferenciam por secretarem (produzirem) substâncias à base de cálcio
que formam uma massa rígida denominada matriz óssea, características
dos ossos. Os ossos são órgãos rígidos que formam o esqueleto de animais
vertebrados, entre eles a nossa espécie. A principal função dos ossos é
fornecer proteção aos demais órgãos do corp e possibilitar a locomoção.
Veja a Figura 3:

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< < 320

Crânio

Maxilar
Mandíbula
Clavícula
Escápula Úmero
Esterno
Costelas
Coluna vertebral

Ulna
Rádio
Ílio
Sacro
Carpo
Metacarpo
Falanges

Fêmur

Patela (rótula)

Tíbia

Fíbula

FIGURA 3. Desenho esquemático Tarso


representando o esqueleto humano. Metatarso
Fonte: Shutterstock. Falanges

Os ossos marcados em amarelo formam o chamado esqueleto axial (eixo


principal) e o restante dos ossos formam o chamado esqueleto apendicular (que
abrange os braços, pernas e as cinturas escapular e pélvica).

3 – Tecido Muscular

Pode ser de três tipos:

• Tecido muscular liso, também chamado de tecido muscular não


estriado – é formado por células musculares longas, de formato
fusiforme e sem estrias (faixas internas), e têm contração por longo
período e involuntária (sem controle da nossa vontade). É responsável
pelos movimentos de contração da parede de vários órgãos como
dos sistemas digestório, respiratório, do excretor, reprodutor e das
artérias, por exemplo.
• Tecido muscular estriado esquelético – é formado por células
musculares longas e cilíndricas e com estrias (faixas internas). Essas
fibras têm contração vigorosa, rápida e voluntária (temos controle sobre
a contração dessas fibras). Os músculos formados por esse tecido se

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< < 321

prendem aos ossos do corpo e, quando são contraídos, movimentam os


ossos permitindo os diferentes movimentos do corpo.
• Tecido muscular estriado cardíaco – é formado por fibras musculares
estriadas alongadas e ramificadas que se diferenciam das fibras
musculares esqueléticas. Suas fibras têm contração forte, ritmada e
involuntária. Formam o músculo cardíaco.

Veja a figura 4.

Tecido muscular Tecido muscular Tecido muscular


Não Estriado Estriado Cardíaco Estriado Esquelético

FIGURA 4. Desenhos esquemáticos dos três tipos de


tecidos musculares e dos tipos de células musculares
(fibras musculares) que são formados.
Fonte: Shutterstock.

O sistema locomotor ou musculoesquelético

Os músculos estriados esqueléticos e os ossos formam o sistema


musculoesquelético. Quando os músculos estriados se contraem devido aos
estímulos nervosos enviados pelo cérebro, eles movimentam os ossos que
estão fixos pelos tendões e/ou ligamentos. Veja a Figura 5.

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< < 322

Trapézio
Deltóide
Peitoral maior Esternocleidomastóideo
Bíceps Serrátil anterior

Reto do abdômen
Palmar longo Oblíquo externo
Braquiorradial
Flexor radial do carpo Glúteo médio
Tensor da fásdia lata
Adutor longo
Lumbricais
Costureiro ou sartório
Pectíneo
Grácil
Reto femoral
Vasto lateral
Adutor longo Gastrocnêmio
Vasto medial Sóleo
Fibular longo
Extensor curto
Tibial anterior dos dedos
Extensor curto
FIGURA 5. Representação esquemática do do hálux
sistema muscular esquelético estriado.
Fonte: Shutterstock.

Desta forma, dependendo do músculo que se contrai, podemos executar


diversos movimentos. Por esse motivo, o sistema musculoesquelético é
chamado de sistema locomotor. Veja o desenho explicativo na Figura 6:
Contração do músculo bíceps

Bíceps Bíceps
relaxado contraído

Tríceps
Tríceps
relaxado
contraído

FIGURA 6. Desenho representando a contração do


músculo bíceps, conhecido popularmente como “muque”.
Fonte: Shutterstock.

Ao se contrair, esse músculo aproxima as


duas partes do braço entre si; quando relaxa,
afasta as duas partes do braço entre si.

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4 – Tecido Nervoso

É constituído pelos órgãos encéfalo (cérebro + tronco cerebral e cerebelo),


medula espinhal e nervos. Esse sistema realiza a função de coordenação do
funcionamento dos diferentes sistemas de órgãos do corpo, da percepção dos
estímulos do ambiente (por meio da visão, gustação, olfato, tato e audição) e
das funções superiores associativasSistema nervoso Veja a Figura 7:
(ideias e comportamentos).

Cérebro

Cerebelo
Medula espinhal
Plexo branquial
Nervo musculocutâneo
Nervo intercostal
Nervo radial

Nervo subcostal Plexo lombar

Plexo sacral
Nervo mediano

Nervo ílio-hipogástrico Nervo femural

Nervo pudendo
Nervo ulnar

Nervo ciático
Nervo fibular comum
Nervo safeno

Nervo fibular profundo

Nervo fibular superficial Nervo tibial

FIGURA 7. Desenho esquemático


do sistema nervoso, formado pelo
cérebro, medula espinhal e nervos.
Fonte: Shutterstock.

Sistemas de órgãos

O corpo humano é formado por diferentes sistemas de órgãos que funcionam


de modo integrado e são coordenados pelo sistema nervoso e os hormônios.

Os sistemas de órgãos estão associados a diferentes funções do corpo humano.


Cada um deles é formado por órgãos que desempenham uma função vital, tais
como: a nutrição, a respiração, a reprodução, a excreção (urina) e a locomoção.

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< < 324

Neste momento de escolaridade, serão tratados alguns dos 13 sistemas de


órgãos que compõem o corpo humano. O estudo detalhado da estrutura e
funcionalidade do sistema endócrino e órgãos dos sentidos são objeto de
estudo de outros segmentos escolares.

Os sistemas de órgãos

Pele – exerce a função de revestimento externo do corpo. Está associada à


regulação da temperatura do corpo e de proteção contra diferentes agentes
externos que podem causar problemas ao corpo (como microrganismos ou objetos
e subsâncias agressivas). A pele é considerada o maior órgão do nosso corpo.

Sistema digestório – é formado pelos órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago,


intestino delgado e intestino grosso, fígado e pâncreas. Esses órgãos realizam
diferentes etapas da alimentação: ingestão, digestão, absorção de alimentos e
excreção de dejetos alimentares (as fezes). Veja a Figura 8:

Sistema digestório

Glândula parótida

Glândula sublingual

Esôfago

Fígado
Vesícula biliar
Duodeno
Estômago
Pâncreas
Intestino delgado
FIGURA 8. Desenho ilustrativo
Intestino grosso
do sistema digestório e dos
Apêndice órgãos que o compõem.
Reto
Fonte: Shutterstock.
Ânus

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< < 325

Sistema respiratório – é constituído pelos órgãos: nariz, faringe, laringe, traqueia,


brônquios, bronquíolos e alvéolos. Esse sistema está associado à função vital da
respiração (troca de gases entre o corpo e o meio externo). Veja a Figura 9:
Sistema respiratório

Fossas nasais
Úvula Faringe
Cavidade oral Epiglote

Laringe

Traqueia

Brônquios

Alvéolos
Coração
Bronquíolos
FIGURA 9. Desenho ilustrativo Pulmão
do sistema respiratório e dos
órgãos que o compõem. Diafragma
Fonte: Shutterstock.

Sistema cardiovascular – é formado pelos órgãos: coração e vasos sanguíneos


(artérias e veias). Esse sistema tem a função de transportar nutrientes e oxigênio
para as células do corpo. Veja a Figura 10:

Veia jugular interna

Veia cava superior Veia subclávia


Veia pulmonar Veia axilar

Veia porta
Veia cava
interior

Veia ilíaca Veia digital


comum Veia palmar

Veia femoral

Veia safena magna

Veia tibial anterior

FIGURA 10. Desenho ilustrativo do sistema


Veia digital cardiovascular e dos órgãos que o compõem.
Fonte: Shutterstock.

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< < 326

Sistema excretor – é constituído pelos órgãos: rins, ureteres, bexiga e uretra –


associados às funções de produção e eliminação da urina. Veja a Figura 11:

Veia cava inferiorVeia cava inferior


Veia cava inferiorVeia cava inferior
Aorta Aorta Aorta Aorta

Rim direito Rim direito Rim esquerdo Rim


Rimdireito
esquerdo Rim direito

Rim esquerdo Rim esquerdo


Pelve renal Pelve renal
Pelve renal Pelve renal
Ureter Ureter Ureter Ureter
Útero Útero

Bexiga Bexiga
Bexiga Bexiga Urina Urina
Urina Urina
Pênis Pênis
Uretra Uretra

FIGURA 11a. Desenho esquemático dos órgãos urinários FIGURA 11b. Desenho esquemático dos órgãos urinários
masculinos que pertencem ao sistema excretor. femininos que pertencem ao sistema excretor.
Ilustração: André HQ. Ilustração: André HQ.

Sistema reprodutor – está associado à produção de células sexuais (óvulos e


espermatozoides) e à função da reprodução.

• Sistema reprodutor feminino – é formado pelos órgãos: ovários, tubas


uterinas, útero e vagina.
• Sistema reprodutor masculino – é formado pelos órgãos: testículos,
dutos deferentes, vesícula espermática, uretra e pênis.

Veja as Figuras 12 e 13:

Bexiga Tubas uterinas


Vesícula
Útero
seminal
Próstata

Ducto Fímbrias
deferente Uretra
FIGURA 12. Desenhos Pênis Ovário Ovário
esquemáticos representando Endométrio
os órgãos reprodutores Colo do útero

humanos masculino e Vagina


feminino vistos de frente.
Testículo Epidídimo
Fonte: Shutterstock.

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< < 327

Ureter
Tubas uterinas
Trompa Ovário

Útero

Colo do útero
Bexiga
Vagina
Bexiga Vesícula
seminal
Duto Sínfise púbica
Reto
deferente
Clitóris
Uretra Reto Uretra
Vulva
Pênis Ânus
Pequenos lábios
Epidídimo Ânus Grandes lábios

Testículo Próstata
Escroto

FIGURA 13a. Desenho esquemático FIGURA 13b. Desenho esquemático


dos órgãos reprodutores dos órgãos reprodutores femininos
masculinos vistos lateralmente. vistos lateralmente.
Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.

Agora, observe atentamente a Figura 14. Nela, você verá a representação de


alguns sistemas de órgãos do corpo humano que vão auxiliá-lo a associar os
órgãos aos respectivos sistemas aos quais pertencem:

FIGURA 14. Representação esquemática de alguns dos sistemas de órgãos humanos. Da


esquerda para a direita, encontram-se: o sistema esquelético, o sistema nervoso, o sistema
cardiovascular, o sistema respiratório, o sistema digestório e o sistema muscular esquelético.
Fonte: Shutterstock.

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< < 328

Para organizar e rever o que estudou até o momento, associe as informações


da coluna da direita (identificadas por números de 1 a 9) com as da esquerda
(identificadas por letras):

1 - Tecido epitelial A - Células conjuntivas do sangue

2 - Tecido ósseo B - Pele

3 - Fibra muscular lisa C - Sistema digestório

4 - Fibra muscular estriada D - Coração

5 - Fibra muscular cardíaca E - Esqueleto

6 - Células sexuais (espermatozóides e óvulo) F - Sistema nervoso

7 - Neurônio G - Músculos do corpo

8 - Osteócitos H - Sistema reprodutor

9 - Glóbulos brancos e glóbulos vermelhos I - Músculos do sistema digestório

Resposta: 1 - B; 2 - E; 3 - I; 4 - G; 5 - D; 6 - H; 7 -F ; 8 - E; 9 - A.

Vamos organizar e resumir as informações vistas até o momento, utilizando um


quadro comparativo?

No quadro a seguir, existem espaços em brancos que você deve preencher com
as informações que faltam.

Essas informações devem ser associadas ao tipo de tecido, ou ao tipo de célula,


ou à função realizada por determinado sistema de órgãos.

Para preencher esses espaços, utilize tanto os arquivos de imagens e textos que
pesquisou, como as informações presentes nesta Sequência de Atividades:

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< < 329

Células, tecidos e sistemas de órgãos do corpo humano

Tipo de tecido Tipo de célula Função associada a esse tecido

Cilíndricas, achatadas e Revestem o corpo, a pele e os


Eptelial
cúbicas, bem juntas entre si órgãos internamente.

Glóbulos brancos Defesa do corpo contra microrganismos.


Sanguíneo ou
sangue
Vermelhos ou hemácias Associadas ao transporte do oxigênio.

Fibroblastos com forma


Conjuntivo Presente em todos os órgãos do corpo.
fusiforme

Compõe a musculatura dos diferentes


órgãos internos do corpo dos sistemas
Muscular liso Fibra muscular lisa
digestório, excretor e reprodutor, por
exemplo.

Músculos do corpo associados aos


Muscular estriado Fibra muscular estriada nossos movimentos – sistema muscular
estriado.

Responsável pelos batimentos cardíacos


Muscular cardíaco Fibra muscular cardíaca que impulsionam o sangue para todos os
órgãos do corpo.

Formado principalmente pelos ossos que


Formado pelos osteócitos
dão proteção a órgãos internos (como os
Ósseo que produzem uma
pulmões). Está associado à locomoção e
matriz rígida
sustentação do corpo.

Sistema que integra o funcionamento


dos diferentes sistemas de órgãos pela
Diferentes tipos percepção tanto dos estímulos externos
Nervoso
de neurônios (visão, audição, olfato, gustação e tato),
como dos internos (pressão do sangue,
movimentos respiratórios, por exemplo.

Células sexuais (óvulos e


Reprodutor Reprodução da nossa espécie.
espermatozoides)

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< < 330

Fusiforme: O termo é dado a objetos, estruturas ou


seres vivos que têm a forma de fuso (antigo instrumento
usado para fiar os fios de tecidos), ou seja, que têm forma
GLOSSÁRIO alongada e com as extremidades mais estreitas que o
centro; semelhante à forma do corpo do peixinho modelo.

FIGURA 15. Peixe palhaço.


Fonte: Shutterstock.

Esticador de Horizontes

Você conhece o ator Christopher Reeve? Ele interpretou uns dos


primeiros papéis do personagem “Super-homem” no cinema.

Leia a notícia sobre o acidente sofrido pelo ator estadunidense e que


o deixou tetraplégico, paralisado com perda total dos movimentos
dos quatro membros.

Ator Christopher Reeve, o famoso super-


homem, sofre acidente que o deixa paralítico
Por History Channel Brasil, em 20 de novembro de 2019, às 13:18

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< < 331

“Conhecido mundialmente pelo seu memorável papel como Super-


Homem, a vida do ator norte-americano Christopher Reeve mudava
de maneira dramática no dia 27 de maio de 1995, quando ele
sofreu uma queda de um cavalo. O acidente causou a fratura das
duas primeiras vértebras cervicais, deixando-o tetraplégico e com a
saúde bastante fragilizada. Por causa da sua condição, o ator criou a
Christopher Reeve Paralysis Foundation com o objetivo de lutar por
pesquisas com células-tronco.”

Fonte: Ator Christopher Reeve, o famoso Super-Homem, sofre acidente que o deixa
paralítico. History Channel Brasil. Disponível em: <https://history.uol.com.br/
hoje-na-historia/ator-christopher-reeve-o-famoso-super-
homem-sofre-acidente-que-o-deixa-paralitico>. Acesso em: 14 jul 2022.

Você deve ter conhecimento de acidentes semelhantes, com o


rompimento da medula espinhal pela fratura da coluna vertebral que
a envolve. Muitas são as notícias de acidentes de trânsito que deixam
motoristas e, principalmente, motociclistas paraplégicos por causa de
fraturas na coluna.

ATIVIDADE 2: SISTEMA NERVOSO E A LOCOMOÇÃO

Como os neurônios se comunicam

Os neurônios do cérebro se comunicam com os da medula espinhal, e estes


com os nervos do restante do corpo. O rompimento da medula espinhal
interrompe a comunicação do cérebro com partes do corpo.

A seguir, na Figura 15, localize o cérebro, a medula espinhal e diferentes nervos,


e indique a relação que eles têm entre si.

Observe que o encéfalo (formado pelo cérebro e outras estruturas) se


comunica com a medula espinhal e dela partem dois tipos de nervos: os
cranianos, que saem na altura do crânio, e os espinhais, que saem da medula
espinhal abaixo do crânio.

Acidentes que envolvem a fratura (quebra) de vértebras podem lesionar, ou seja,


romper a medula espinhal, com a destruição dos neurônios que a formam. Veja as
Figuras 15 e 16, que mostram a estrutura do sistema nervoso e a dos neurônios.

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< < 332

Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico

Encéfalo
Nervos cranianos

Medula espinal

Nervos espinais

FIGURA 15. Desenho esquemático


do sistema nervoso.
Fonte: Shutterstock.

O encéfalo e medula espinhal


formam o sistema nervoso
central e os nervos formam o
sistema nervoso periférico.

FIGURA 16. Desenho esquemático


Dendritos
de um neurônio da medula espinhal.
Fonte: Shutterstock. Corpo celular

Terminações
do axônio Axônio

Na Figura 17 você poderá observar como os neurônios transportam os impulsos


nervosos (estímulos nervosos).

Veja que entre os dois neurônios há o termo “sinapse”. Esse termo é de origem
grega e significa “união” ou “vínculo”.

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< < 333

Propagação do impulso nervoso

Dendritos
Terminação do axônio

FIGURA 17. Desenho


Sinais elétricos Sinais elétricos esquemático que mostra
Sinapse como os neurônios passam
o estímulo nervoso, ou
impulso elétrico, entre si.
Neurônio pré-sináptico Neurônio pós-sináptico
Fonte: Shutterstock.

Agora veja o desenho esquemático de uma sinapse ampliada, na Figura 18.


Nele, você poderá observar como ocorre a passagem do impulso nervoso do
axônio de um neurônio para o dendrito de outro neurônio. Isso se faz por meio
de substâncias, os neurotransmissores.

Terminais do axônio Neurônio


pré-sinápticos pré-sináptico

Sinapse

Vesículas
Direção do impulso elétrico

Direção do impulso elétrico


sinápticas

Fenda
sináptica

Receptores

Neurônio
pós-sináptico

FIGURA 18. Desenho esquemático


que mostra uma sinapse ampliada.
Fonte: Shutterstock.

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< < 334

Atenção

Os neurotransmissores estão diretamente associados à transmissão


dos impulsos elétricos gerados pelos neurônios. A transmissão desses
impulsos está associada à produção dos neurotransmissores por um
neurônio e pela recepção deles por outro neurônio. Essa informação
vai ajudá-lo a compreender melhor o efeito de drogas sobre o sistema
nervoso, que será objeto de estudo da próxima atividade.

O transporte do estímulo nervoso ou impulso elétrico

1. O estímulo nervoso ou impulso elétrico percorre o neurônio e, ao


chegar na extremidade do seu axônio, estimula a produção de substâncias
chamadas de neurotransmissores.

2. Os neurotransmissores são lançados no espaço entre o axônio desse


neurônio e o dendrito do próximo neurônio. Esse espaço é denominado
sinapse.

3. Os neurotransmissores são “capturados” pelos receptores presentes nos


dendritos do próximo neurônio.

4. Os neurotransmissores estimulam a produção do impulso elétrico, que se


propaga em direção ao axônio desse neurônio.

5. O transporte do estímulo nervoso ou impulso elétrico se repete de neurônio


em neurônio até chegar ao órgão ao qual se destina esse estímulo nervoso.

Professor(a), apresente as imagens das Figuras 4, 5 e 6 após a leitura dos


estudantes sobre as informações associadas à conexão do cérebro com o
corpo por meio dos neurônios que se localizam nos diferentes nervos (craniano
e espinhais). Procure tirar as dúvidas que possam surgir dessa leitura das
imagens. Importante informar que um impulso nervoso se propaga apenas
em uma direção, e está representado no desenho da Figura 6. Ressalte que
os impulsos do cérebro seguem pelos neurônios da medula espinhal e os da
medula seguem pelos nervos espinhais até alcançar o órgão ou estrutura alvo,
portanto, em um único sentido do cérebro para o órgão.

Chame a atenção para os estímulos no sentido inverso, ou seja, os recebidos do


meio externo, por meio da visão, audição, tato, olfato, gustação. Esses estímulos

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< < 335

também seguem em uma única direção: do órgão para os neurônios dos nervos
sensoriais, que transmitem esses estímulos para os neurônios cranianos, ou os
da medula espinhal até alcançar os neurônios do cérebro.

Peça que atentem para o termo neurotransmissores, que são objeto da


próxima Sequência de Atividade: As drogas lícitas e ilícitas e seus efeitos
sobre o sistema nervoso.

A relação entre o sistema nervoso e os sistemas


muscular e esquelético
Os milhares de estímulos nervosos ou impulsos elétricos gerados no cérebro se
direcionam para os diferentes órgãos para que realizem determinadas funções.

Para compreender melhor, veja o exemplo do processo de locomoção do


corpo humano.

Esta Sequência de Atividades apresentou a relação que existe entre o sistema


nervoso, o sistema muscular estriado esquelético e os ossos. Os músculos
estriados esqueléticos se contraem por meio de um impulso nervoso e, ao se
contraírem, movimentam os ossos promovendo um movimento do corpo.

Nas Figuras 19a e 19b, você vai observar a relação entre o sistema nervoso
e o sistema muscular de modo mais detalhado, isto é, em nível das células
nervosas e musculares:

Contração Muscular

• Impulso nervoso chega à fibra muscular através de um nervo;


• Os filamentos de actina deslizam sobre os filamentos de miosina.

Neurônio motor

Axônio
Dendritos conduz o sinal elétrico
Junção
recebem o estímulo
neuromuscular
FIGURA 19. Detalhe do local da
fibra muscular que recebe as Bainha de Mielina
terminações do neurônio que
transporta os estímulos elétricos.
Fonte: Shutterstock. Fibra
muscular

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< < 336

Mão na massa

Professor(a), peça que os estudantes formem grupos. Oriente que eles deverão
produzir modelos associando a relação que existe entre o cérebro e os sistemas
de órgãos. Procure tirar possíveis dúvidas sobre a confecção desses modelos
e chame a atenção para que reproduzam todas as informações (estruturas e
legendas) que se encontram nas imagens modelo. Organize com os estudantes
como farão a exposição dos modelos, considerando que devem apresentar as
informações cabíveis para cada um.

Vamos construir modelos para associar e recordar as informações sobre a


relação que existe entre o cérebro e os sistemas de órgãos?

Forme um grupo de trabalho. Vocês deverão produzir modelos utilizando


massinha de modelar, desenhos em folhas de papel, ou os dois.

Modelos que devem ser produzidos:

1. Modelo do impulso nervoso (estímulo elétrico) entre dois neurônios.

2. Modelo da contração muscular, ou seja, o caminho do impulso elétrico


gerado no cérebro, que é transmitido pelos neurônios dos nervos até
alcançar as fibras musculares de um músculo estriado.

Material:

• Massinha de modelar (diferentes cores);


• Folhas grandes de papel (cartolina ou papel craft);
• Lápis de cor e/ou canetinhas hidrográficas.

Usem a imaginação e a criatividade para a construção desses modelos, mas


atenção: os modelos devem representar fielmente as informações propostas
para cada um deles.

Coloquem legendas (nomes das estruturas) apontadas por setas, de modo


semelhante às imagens do livro.

No final dessa produção, você e seus colegas deverão expor os modelos


que produziram para os outros estudantes e para o(a) professor(a). Nesse
momento, você poderá comparar os diferentes modelos, tirar possíveis
dúvidas sobre a montagem deles, rever os conceitos estudados e apreciar a
criatividade de seus colegas.

Bom trabalho, e divirta-se!

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< < 337

O que aprendemos
Após a exposição dos modelos, verifique o que sabe sobre as associações entre
o sistema nervoso e o sistema musculoesquelético, órgãos do corpo e o impulso
nervoso ou estímulo elétrico dos neurônios.

Marque com V as frases verdadeiras e com F as frases falsas:

( V ) O impulso elétrico percorre os neurônios em um único sentido.

( V ) As fibras musculares estriadas esqueléticas se contraem diante de um


estímulo elétrico.

( F ) Um impulso ou estímulo elétrico percorre o caminho: cérebro →


órgão → nervo.

( V ) O estímulo elétrico produzido pelos neurônios cerebrais percorre os


neurônios da medula espinhal → os neurônios dos nervos espinhais → órgão.

( V ) A contração dos músculos estriados esqueléticos permite diferentes


movimentos do corpo.

( V ) Os movimentos do corpo só são possíveis porque há uma associação


entre o sistema nervoso, os músculos estriados esqueléticos e o esqueleto.

Anotações

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< < 338

SEQUÊNCIA 15.
Drogas lícitas e
ilícitas e seus efeitos
sobre a saúde

HABILIDADE

(EF06CI07)
Justificar o papel do sistema nervoso na coordenação das ações motoras
e sensoriais do corpo, com base na análise de suas estruturas básicas e
respectivas funções.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Sistema nervoso;
• Ação de substâncias psicoativas no organismo.

EXPECTATIVA DE APRENDIZAGEM

• Analisar os efeitos dos diferentes tipos de drogas lícitas e ilícitas


(alucinógenas, estimulantes e depressoras) no sistema nervoso e as
consequências a todo o organismo (ODS 3).

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< < 339

Começo de conversa
Professor(a), as atividades propostas nesta Sequência têm como objetivo
promover a reflexão sobre os efeitos de diferentes substâncias psicoativas no
funcionamento do corpo e sobre as consequências do uso dessas substâncias
na vida social e familiar de crianças, adolescentes e jovens, para além das
pessoas adultas.

Existem substâncias que têm diferentes efeitos sobre o funcionamento dos sistemas de órgãos
do corpo. Algumas delas afetam a atividade psíquica e o comportamento humano porque atuam
sobre o funcionamento do cérebro. Elas são denominadas drogas psicoativas.

Psicoativa: palavra de origem grega: psykhé +


o + ativa. As drogas consideradas substâncias
psicoativas atuam no cérebro e são usadas para
GLOSSÁRIO
produzir alterações nas sensações, no grau de
consciência ou no estado emocional, de forma
intencional ou não.

O que vamos aprender aqui


Nesta Sequência de Atividades, vamos conhecer substâncias que podem ser
usadas como medicamentos para o tratamento de distúrbios do funcionamento
do cérebro, tais como: a epilepsia, as demências, a bulimia, a anorexia, a
depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico, entre outras doenças. Vamos
ver também que essas mesmas substâncias, se utilizadas de forma intencional
por pessoas que não têm esses distúrbios, podem ser prejudiciais à saúde e até
mesmo causar dependência química. Essas substâncias são classificadas como
drogas lícitas e drogas ilícitas, e conheceremos a diferença que isso faz para a
nossa sociedade.

Vamos lá?

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< < 340

ATIVIDADE 1 – DROGAS SÃO UMA DROGA!

Assista ao clipe do Criolo e discuta com a sua turma sobre o que viu, o que ouviu
e o que sentiu.

DUAS DE CINCO
Criolo
Duração: 3’45”
Disponível em: <https://youtu.be/QnCs2nsZGRk>.
Acesso em: 18 jul. 2022.

Professor(a), inicie a atividade com uma roda de conversa escrevendo no


quadro a frase “Droga é uma droga!”.

Peça aos alunos para falarem o que eles entendem sobre o significado dessa
frase, relacionando com a música que ouviram. Você pode usar as questões a
seguir para fomentar a discussão:

• O que você entende por essa frase?


• Você sabe o que são drogas?
• Para que servem as drogas?
• Por que as pessoas usam drogas? O que você acha disso?
• Você sabia que algumas drogas são permitidas e outras são proibidas?
• De que forma a sociedade lida com o uso das drogas hoje em dia?
• E na escola onde você estuda, há campanhas de conscientização
sobre o assunto?
• Você conhece alguma política ou ação antidrogas?

Você sabia que algumas drogas psicoativas são utilizadas por alguns
povos há séculos?

• O ópio (palavra do grego que significa suco) é extraído da flor da


papoula. Essa planta é originária da Ásia Menor e cultivada da China ao
sudoeste asiático até países árabes. Já era utilizada pelos egípcios há
mais de 3500 anos a.C. (antes de Cristo).

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< < 341

• A coca é extraída das folhas da planta Erythroxylum coca, originária da


região andina da América do Sul. Há 3000 anos a. C., os povos andinos
descobriram que, mascando as folhas da coca, a capacidade respiratória
e cardíaca aumenta e isso diminui os efeitos do ar rarefeito das altas
altitudes onde viviam e ainda vivem.
• O tabaco presente nas folhas da planta Nicotiana tabacum, era utilizado
pelos ameríndios da América Central, segundo os arqueólogos e
historiadores em torno de 6000 anos a.C. Os incas elegeram essa planta
como sagrada e a utilizavam em cerimônias religiosas.

Ao longo dos séculos 19, 20 e 21, com o desenvolvimento da Ciência, pesquisas


evoluíram no sentido de descobrir substâncias produzidas por animais,
plantas, fungos e microrganismos que podem ter potencial para produção de
medicamentos.

Com o tempo, essas pesquisas foram aperfeiçoadas dando origem a


medicamentos novos e mais eficientes. Um exemplo disso é uma nova droga
de uso medicamentoso que tem sido usada com sucesso para o tratamento de
distúrbios do funcionamento do cérebro, o Canabidiol. Ele é uma substância
extraída e purificada de uma planta chamada Cannabis ou mais popularmente
conhecida como maconha.

As drogas psicoativas são separadas atualmente em dois grupos: as drogas


lícitas e as drogas ilícitas.

Vamos descobrir qual a diferença entre elas?

As drogas lícitas são substâncias naturais ou sintéticas cuja produção,


distribuição e consumo são permitidos por lei. Elas interferem no
funcionamento do cérebro alterando o comportamento das pessoas. Alguns
exemplos disso são: o álcool, o cigarro de tabaco e os medicamentos psicoativos
(ansiolíticos e antidepressivos) usados para tratar problemas de saúde mental.
Esses medicamentos precisam ser receitados por médicos especialistas e são
vendidos em farmácias ou drogarias e só podem ser comprados mediante a
apresentação de receituário controlado (o comprador precisa se identificar e a
receita fica presa com o farmacêutico).

Drogas como o álcool e o tabaco, apesar de serem lícitas, só podem ser


compradas e consumidas por maiores de idade e não podem ser vendidas a
crianças, adolescentes ou jovens menores de 18 anos.

As drogas ilícitas também interferem no funcionamento do cérebro assim


como as drogas lícitas, mas são proibidas por lei de serem produzidas,

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< < 342

distribuídas e consumidas por qualquer pessoa. Entre as drogas ilícitas


podemos listar aqui a maconha, o skank ou supermaconha ou skunk, a
cocaína, o crack, o ecstasy, o LSD, o chá de cogumelo, os inalantes, a heroína, os
barbitúricos, as anfetaminas, o clorofórmio, o ópio, entre outras.

O álcool é uma droga lícita de uso permitido em diferentes tipos de encontros


sociais (como os familiares, grupos de amigos) e, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), é um dos principais responsáveis por problemas de
saúde de modo geral e do aumento do índice de mortes em todo o mundo.
Outra droga permitida que também tem esse potencial de prejudicar o corpo é
o cigarro de tabaco.

Vamos conhecer um pouco melhor os efeitos do cigarro de tabaco sobre o


sistema nervoso e a saúde em geral?

Observe as imagens a seguir:

FIGURA 1. Imagens dos


malefícios do tabagismo.
Fonte: Anvisa.

Você já viu essas imagens em algum lugar? Qual é a mensagem que elas
querem mostrar?

Resposta pessoal. É esperado que o estudante identifique que essas imagens


estão impressas no verso dos maços de cigarro, e que associe essas imagens
aos malefícios que o cigarro de tabaco traz para a saúde das pessoas.

A OMS criou uma convenção, da qual o Brasil é signatário, para o combate ao


tabagismo. Desde o ano de 2005 o país tem uma Política Nacional de Controle
do Tabaco. Uma das medidas dessa política foi a Resolução (RDC nº 54 /08,
de 2008) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obriga os
produtores de cigarros de tabaco a estamparem avisos sobre problemas de
saúde associados ao seu consumo.

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< < 343

Você sabia que pessoas cada vez mais jovens e até crianças estão usando
o cigarro de tabaco e o álcool? Que o uso de bebidas alcoólicas tem levado
muitos jovens à morte, principalmente nos acidentes de trânsito causados por
motoristas alcoolizados?

Esses são os motivos principais que levaram instituições de saúde pública do


mundo todo a dar atenção maior para a prevenção do consumo do cigarro e
do álcool, e também levou os governos a criarem leis mais rígidas de combate a
essas práticas, tais como:

• Obrigatoriedade de avisos sobre os malefícios do tabagismo nas


embalagens de cigarros de tabaco;
• Proibição do consumo de álcool antes de dirigir veículos, apoiada pelas
operações da Lei Seca;
• Proibição do fumo de cigarros de tabaco em ambientes fechados.

Será que você tem contato com essas drogas mesmo sem utilizá-las? Será que
elas afetam a sua saúde?

O cigarro de tabaco

Uma breve pesquisa

Há pessoas fumantes na sua família? E entre os seus amigos?

Registre no quadro a seguir o número de pessoas fumantes com quem você


convive, separadas pela faixa etária:

Quadro - Número de fumantes com quem convivo

Entre 11 e Entre 14 e Entre 18 e Entre 30 e Com mais


13 anos 17 anos 30 anos 50 anos de 50 anos

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< < 344

Professor(a), organize os resultados da pesquisa somando os totais da turma


e faça uma análise com o grupo sobre qual ou quais faixas etárias têm maior
número de fumantes e quais têm o menor número. Estimule-os a levantarem
hipóteses sobre o porquê da maior ocorrência em uma ou outra faixa etária.

Estimule o grupo a se posicionar sobre o tabagismo e procure conhecer sua


opinião sobre o que possivelmente leva as pessoas do círculo familiar e social a
utilizarem o cigarro.

Apresente para a turma os resultados de seu quadro e, junto com seu(sua) professor(a), feche os
totais da sua turma.

Verifique qual é ou quais são as faixas etárias que têm maior número de fumantes. Por que você
acredita que essa ou essas faixas etárias têm mais inclinação para o fumo?

Registre agora as suas observações e conclusões:

Resposta pessoal. A resposta esperada para essa questão é um retrato da comunidade formada
por responsáveis, família e amigos da turma em relação ao tabagismo e as opiniões dos alunos
sobre esses resultados e sobre o consumo de cigarros de tabaco.

Atenção!

Observe que mesmo que você e/ou seus familiares não fumem
cigarros, todos estão expostos, de alguma forma, à fumaça dos
cigarros dos fumantes que estão no nosso entorno. As pessoas não
fumantes, mas que convivem com tabagistas, são chamadas de
fumantes passivos.

Tabagismo: o tabagismo é reconhecido como uma


doença crônica causada pela dependência à nicotina
presente nos produtos à base de tabaco. Fonte:
GLOSSÁRIO Instituto Nacional do Câncer (INCA).

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< < 345

Tabagista: pessoa fumante de produtos à base


de tabaco.
GLOSSÁRIO

Será que evitar o contato dos não fumantes com a fumaça dos cigarros
tem fundamento?

Conhecendo um pouco melhor o cigarro de tabaco e seus efeitos


sobre o corpo

Na fabricação dos cigarros estão presentes, além do tabaco, materiais que


contêm substâncias tóxicas à nossa saúde.

Observe a imagem a seguir:

Contém acetona, Contém Terebintina, Contém formol,


removedor de esmalte que dilui tinta a óleo conservante de cadáver
Cetona Formol
Terebintina

Mata Rato Contém fósforo Contém amônia, Naftalina


Contém naftalina,
P4/P6, usado em desinfetante para pisos,
eficiente mata-baratas
Amônia

veneno para ratos azulejos e privadas

FIGURA 2. Apresentação de substâncias


tóxicas presentes nos materiais que
compõem os cigarros de tabaco.

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< < 346

Ao tragar um cigarro, essas substâncias tóxicas são inaladas e entram em


contato com os órgãos do sistema respiratório. Com o tempo, dependendo da
idade e do estado de saúde do tabagista, essas substâncias podem provocar
desde uma tosse contínua, conhecida como pigarro, até doenças graves como o
câncer de garganta e pulmão.

O cigarro de tabaco e a nicotina

Existem ainda os problemas de saúde causados não pela fumaça inalada do


cigarro, mas por uma substância psicoativa presente no tabaco: a nicotina.

No momento em que a fumaça do cigarro é tragada por alguém, a nicotina


entra instantaneamente no sangue e rapidamente tem contato com o sistema
nervoso. Essa substância estimula os neurônios cerebrais a produzirem
maiores quantidades de um neurotransmissor chamado dopamina. Esse
neurotransmissor, quando liberado no cérebro, causa a sensação de bem-estar,
prazer e aumenta a atenção e a motivação.

No entanto, a nicotina, além de provocar essa sensação prazerosa ao cérebro,


causa alterações graves à saúde do corpo como, por exemplo:

• Hipertensão – aumento da pressão arterial;


• Taquicardia – aumento dos batimentos cardíacos;
• Bronquite – contração dos músculos que envolvem os brônquios e
bronquíolos, dificultando a passagem do a;.
• Diminuição do apetite;
• Aumento da deposição de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos,
o que contribui para a ocorrência de infarto e acidente vascular cerebral
(AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral.

Outro problema associado à nicotina é o efeito viciante. Pessoas fumantes,


mesmo sabendo dos malefícios que a nicotina causa à saúde, não conseguem
deixar de fumar porque a diminuição da dopamina causa uma série de
alterações desagradáveis como: irritação, dor de cabeça, ansiedade, fome,
angústia e mal-estar. Esse conjunto de sensações desagradáveis é conhecido
como síndrome de abstinência.

Desta forma, o tabagista enfrenta uma batalha consigo mesmo entre a


síndrome de abstinência e o desejo de tragar o cigarro para sentir o bem-estar
dado pela liberação de dopamina provocada pela nicotina.

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< < 347

O álcool

O uso excessivo do álcool pode levar as pessoas ao alcoolismo, que é a


dependência de bebida alcoólica. Segundo a OMS, o álcool é a segunda causa de
internações psiquiátricas em muitos países. As pesquisas demonstram que cerca
de 6% da população brasileira (adultos e jovens) fazem uso abusivo de álcool.

O álcool em pequenas doses estimula os neurônios cerebrais a liberarem


neurotransmissores do grupo dos opióides, que causam a sensação de
segurança e desinibição; em doses maiores de bebida alcoólica, a chamada
embriaguez, ele inibe o funcionamento dos receptores de determinados
neuro-hormônios (substâncias produzidas pelos neurônios) que controlam a
atenção, o raciocínio lógico, e as emoções.

O alcoolismo é um exemplo de dependência química como aque ocorre com o


uso do cigarro de tabaco.

Mão na massa

Você já vivenciou uma experiência de uso abusivo de álcool com alguém


próximo a você?

Reúna-se com seu grupo e tente listar com seus colegas comportamentos de
pessoas que já fizeram uso abusivo de álcool e que você já presenciou:

Resposta: Espera-se que os alunos consigam listar alguns dos seguintes


comportamentos/sintomas:

1 – Reações agressivas ou depressivas que podem levar o indivíduo a brigar,


sem controle sobre seus atos, ou até mesmo a uma crise de choro compulsivo;

2 – Perda da coordenação dos movimentos, caracterizada pela fala arrastada,


dificuldade de se manter em pé ou caminhar em linha reta;

3 - Sonolência;

4 – Taquicardia e aumento da pressão arterial;

5 – Náuseas e vômitos;

6 – Perda dos sentidos por minutos ou horas – que caracteriza o estado de coma
alcoólico (perda prolongada da consciência).

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< < 348

O que é dependência química? Como ela se


manifesta? Segundo a OMS, uma pessoa é
considerada dependente químico quando apresenta:
GLOSSÁRIO um desejo incontrolável de usar uma substância como
o álcool, o cigarro de tabaco, e outras drogas; perda
de controle, isto é, não consegue parar de usar; e, ao
longo do tempo, apresenta um aumento na tolerância
da droga, ou seja, tem a necessidade de doses cada vez
maiores para atingir o efeito desejado.

O problema do alcoolismo pode atingir o bem-estar de familiares e círculo de


amizades. Sob o efeito de doses cada vez maiores e/ou mais frequentes de
álcool, o dependente de álcool apresenta alterações mais frequentes de humor
e agressividade. Essas alterações de comportamento geram um desequilíbrio
nas relações sociais do dependente, levando o indivíduo ao abandono das suas
relações familiares, à perda do emprego e da autoestima.

Um problema grave é a associação do álcool à direção de veículos. O número


de mortes no trânsito causado por embriaguez ao volante é um dos mais
altos e preocupantes, pois a pessoa (mesmo tendo consciência de que após
algumas doses de álcool seus reflexos diminuem, tem perda da coordenação
dos movimentos e da percepção de distâncias e velocidade) insiste em dirigir.
Para inibir ou coibir motoristas alcoolizados, as leis de trânsito têm se tornado
mais severas ao longo dos anos, assim como há um aumento significativo nas
ações preventivas, como teste do bafômetro e proibição de venda de bebidas
alcoólicas nas estradas.

O álcool, assim como a nicotina e o tabaco, é altamente viciante (causa


dependência química), e o indivíduo, ao deixar de beber, apresenta uma das
síndromes de abstinência mais difíceis.

A ausência do álcool no cérebro provoca um estado de alta ansiedade, agitação,


crises convulsivas (com perda de consciência e fortes contrações musculares),
perda do apetite, dores de cabeça constantes, transpiração excessiva e
palpitações (batimentos cardíacos descontrolados). Esses sintomas são tratados
com medicações específicas para evitar o sofrimento do indivíduo.

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< < 349

O consumo de álcool contínuo também causa problemas cardíacos, aumento


da pressão arterial e doenças do fígado. O fígado é um órgão que filtra muitas
substâncias, entre elas toxinas, sendo o álcool uma delas. Com o tempo, esse
órgão diminui sua capacidade de filtração, pois passa a acumular gordura,
apresenta um processo inflamatório (que causa dores) e, finalmente, o
aparecimento de cicatrizes que diminuem ou cessam o funcionamento do
fígado, a chamada cirrose hepática.

O prazer do uso das drogas e suas consequências

O efeito das diferentes drogas, sejam lícitas ou ilícitas, sobre o cérebro é o


de proporcionar, ao usuário, algum tipo de bem-estar. Do mesmo modo
que ocorre com o hábito de fumar cigarros de tabaco, todas as drogas, sem
exceção, provocam problemas de saúde.

Todas causam diferentes “síndromes de abstinência” quando o usuário para


de ingerir, injetar ou inalar a droga da qual faz uso. O mal-estar causado pela
falta da droga pode ser de maior ou menor intensidade, e algumas drogas são
mais fáceis de deixar de usar enquanto outras são muito viciantes, tais como a
nicotina do tabaco, a cocaína, o crack e a heroína.

Professor(a), existem muitos materiais que podem ser utilizados para ampliar
os conhecimentos dos estudantes sobre o efeitos das drogas e sobre a
qualidade de vida das pessoas. Procure na Midiateca alguns desses materiais e
se achar adequado, compartilhe com seus estudantes.

Mão na massa

Professor(a), o objetivo desta atividade é a criação de uma campanha de alerta


quanto ao uso do cigarro e do álcool. Divida a turma em grupos e forneça
para os estudantes materiais que possam ser usados na criação de cartazes e
panfletos para a campanha.

Nesta etapa, os estudantes devem organizar as ideias, os materiais e os


conhecimentos para produzirem. Na Midiateca você vai encontrar algumas
sugestões de materiais que podem ajudar os alunos a organizarem os
conhecimentos e juntarem elementos para a composição da campanha que
eles vão criar.

Encontre um grupo e use os conhecimentos que você acumulou sobre o tema


desta Unidade; com os seus colegas, pense em como criar uma campanha com

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< < 350

cartazes e panfletos que sirvam como uma advertência quanto ao uso do álcool
e do cigarro de tabaco e os malefícios que eles trazem para as pessoas.

A seguir, as etapas necessárias para organizar o trabalho do seu grupo.

Etapa 1 – Organizando as ideias e as ações

Com os colegas do seu grupo, organize as ideias e faça um planejamento do


material que vão construir. Separe os materiais e mãos na massa!

Etapa 2 – Produção

Este é o momento de criação e produção do material para divulgação. É o


momento de você e seus colegas de grupo libertarem o artista que está em
vocês. Divirtam-se!

Etapa 3 – Divulgação

Escolha com seus colegas e seu professor a forma que farão a divulgação desse
material, como levarão a campanha produzida pelo grupo e os conhecimentos
que vocês acumularam durante seus estudos para o restante da escola, para os
responsáveis ou até mesmo para a comunidade.

O que aprendemos
Assista à videoaula “Sistema nervoso e as drogas”, do Canal Futura, e rememore
o que estudamos nesta Unidade.

Drogas são substâncias naturais ou sintéticas que alteram o organismo de


quem a usa. Nesta aula, a ênfase será sobre as substâncias psicoativas que
atuam especialmente no sistema nervoso central.

SISTEMA NERVOSO E AS DROGAS


Canal Futura
Duração: 7’59”
Disponível em: <https://youtu.be/fRwQ1-5Ak-s>.
Acesso em: 18 jul. 2022.

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< < 351

SEQUÊNCIA 16
Entendendo as
reações químicas

HABILIDADES

(EF06CI02)
Identificar evidências de transformações químicas a partir do resultado de
misturas de materiais que originam produtos diferentes dos que foram
misturados (mistura de ingredientes para fazer um bolo, mistura de vinagre
com bicarbonato de sódio etc.).

(EF09CI02)
Comparar quantidades de reagentes e produtos envolvidos em
transformações químicas, estabelecendo a proporção entre as suas massas.

OBJETO DE CONHECIMENTO

• As transformações químicas e seus aspectos quantitativos.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Identificar a ocorrência de reações químicas, por meio de evidências, como


a liberação de gás, mudança de cor e variação da temperatura;
• Utilizar equações químicas para representar fenômenos químicos;
• Reconhecer que a massa se conserva nas transformações químicas.

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Começo de conversa
Quando estamos gripados, é comum aumentar o consumo de vitamina C. Para
isso, costuma-se comer mais frutas cítricas, como limão ou laranja, ou ainda
através de comprimidos. Você e sua família têm esse hábito?

Quando utilizamos vitamina C na forma de comprimido efervescente, é


necessário dissolvê-lo em um copo com água. Você sabia que essa dissolução
que está acontecendo é uma reação química?

O que são as bolhas liberadas quando colocamos o comprimido na água? E


como é possível saber se é uma mistura ou uma reação?

Vamos descobrir?

O que vamos aprender aqui


Professor(a), esta Sequência foi dividida em três atividades. A primeira tem
como objetivo estudar as transformações físicas e químicas da matéria; os
conceitos serão apresentados por análise de imagens e atividade prática. A
próxima atividade ampliará o estudo das transformações químicas, trazendo
a relação e as diferenças entre os conceitos de reação e equações químicas,
além de reagentes e produtos. E por último, a terceira atividade apresentará
e verificará a Lei de Lavoisier, e para isso foi proposto o desenvolvimento de
experimentos e resolução de exercícios.

Nesta Sequência de Atividades, poderemos observar as transformações em


diversos materiais e em todos os lugares, inclusive dentro de nós mesmos.
Iniciaremos nossa conversa sobre as transformações da matéria, estudando sua
definição e a sua classificação.

Seguiremos com o estudo das transformações químicas, que também são


chamadas de reações químicas. Será que existe diferença entre equações e
reações químicas? Qual será a relação entre esses termos?

Além disso, vamos compreender a origem da frase “Na natureza nada se cria,
nada se perde, tudo se transforma” e a sua relação com a Química.

ATIVIDADE 1: A MATÉRIA PODE SOFRER


TRANSFORMAÇÕES

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Professor(a), a atividade apresenta as transformações químicas e físicas


da matéria. Inicialmente, apresente a imagem do cozimento do ovo e da
solidificação do gelo, e avalie o que os estudantes já sabem sobre o assunto.
Questione o que muda do estágio inicial ao final, e se as transformações são
reversíveis, ou seja, se podem retornar para o estágio inicial. É importante
acolher as respostas dos alunos e direcioná-las de acordo com a necessidade.
Sugere-se a leitura compartilhada do texto que conceitua os tipos de
transformações (fenômenos).

A atividade experimental pode ser desenvolvida em grupos ou em formato


demonstrativo. Fique à vontade para realizar de acordo com a sua realidade.
Importante chamar atenção para os aspectos que sugerem a ocorrência de
reações químicas. A atividade é finalizada com a proposta de dois exercícios que
abordam a classificação das transformações da matéria. No entanto, um leva
em consideração os aspectos macroscópicos, por meio da análise de imagens, e
o outro considera os aspectos submicroscópicos, utilizando o modelo de Dalton.

Todos os dias, em qualquer lugar, podemos observar transformações


nos materiais ao nosso redor e até mesmo dentro de nós. O cozimento
dos alimentos, o amadurecimento das frutas, a digestão de alimentos, o
enferrujamento do ferro, a queima de um papel e a vaporização da água são
apenas alguns exemplos dessas transformações que ocorrem o tempo todo.

Para entender melhor, observe as transformações que ocorrem na Figura 1:

Vamos analisar e compartilhar as


ideias sobre o assunto.

Você já deve ter visto essas


transformações ocorrerem, então
reflita:

• O que mudou do estado


inicial para o estado final?
• Essas transformações são
reversíveis?

FIGURA 1. As transformações da matéria.


Fonte: Pixabay e Shutterstock.

Antes de registrar, vamos trazer alguns conceitos.

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Fenômenos físicos e químicos

Sempre que a matéria sofre uma transformação qualquer, dizemos que ela
sofreu um fenômeno, que pode ser classificado como físico ou químico.

Os fenômenos físicos são transformações que alteram apenas a aparência,


a forma, o tamanho e o estado físico da substância, sem que ocorra alteração
na composição da matéria. Na Figura 1, a solidificação do gelo exemplifica esse
fenômeno: a água líquida se transformou em água sólida; o processo apresenta
alterações físicas entre o estado inicial e final; no entanto, após o fenômeno, a
composição H2O se revela a mesma. Amassar um pedaço de papel ou quebrar
um copo de vidro também são exemplos de fenômenos físicos.

Os fenômenos químicos são aqueles em que ocorre transformação da natureza


da matéria, ou seja, da sua composição, formando novas substâncias; podemos
dizer que ocorreu uma reação química. Os fenômenos químicos podem ocorrer
com mudança de cor, liberação de um gás (efervescência), formação de um
sólido, aparecimento de chama ou luminosidade. O cozimento do ovo (Fig. 1)
exemplifica um fenômeno químico: durante o cozimento, a coloração se altera,
a clara se solidifica, evidenciando alterações de um processo químico. A queima
de um pedaço do papel, o apodrecimento de uma fruta ou ainda quando o vinho
estraga e se transforma em vinagre são exemplos de transformações químicas.

Voltando a pensar nas transformações da Figura 1, é possível concluir que:

A transformação que ocorre na formação do gelo é física ea


transformação que ocorre no cozimento do ovo é química .

Esticador de Horizontes

FENÔMENOS FÍSICOS E FENÔMENOS QUÍMICOS


Esta videoaula conceitua fenômenos físicos e fenômenos
químicos.
Duração: 6’50”
Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/
science/6-ano/matria-e-energia-transformaes-e-
reaes-qumicas/fenomenos-fisicos-e-quimicos/v/
fenomenos-fisicos-e-fenomenos-quimicos>.
Acesso em: 25 jul. 2022.

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< < 355

Mão na massa

Após a ampliação do assunto, vamos observar e classificar duas


transformações. Para isso, reúna-se com mais colegas para o desenvolvimento
da atividade experimental.

Materiais:

• Palha de aço;
• Água sanitária;
• Sal de cozinha;
• Água filtrada;
• 2 frascos transparentes;
• 1 colher de chá.

Procedimentos:

1. Adicione um pedaço de palha de aço a um dos frascos;

2. Cubra a palha de aço com água sanitária;

3. Aguarde quinze minutos e anote o que aconteceu com a palha de aço;

4. Enquanto aguarda o tempo necessário, adicione água até a metade do


segundo frasco;

5. Adicione uma colher de chá de sal e misture;

6. Aguarde 5 minutos e anote o que aconteceu.

Registre suas observações:

Resposta: A solução muda de coloração: de incolor para cor alaranjada ou


avermelhada. O sal se dissolve na água.

• Como podem ser classificadas as transformações feitas na atividade


experimental?
• Como vocês verificaram essa classificação?

Resposta: Ao colocar água sanitária na palha de aço, ocorre a formação de


uma nova substância que altera a coloração da água, caracterizando um
fenômeno químico.

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Dissolução de sal em água fenômeno físico; é possível separar novamente o


sal da água.

Sobre o experimento:

1. Oxidação da palha de aço pela água sanitária pode ser


representada:

2 Fe + 3 NaClO → Fe2O3 + 3 NaCl

O produto Fe2O3 formado na reação altera a coloração da solução


(fenômeno químico).

2. Na mistura de água com sal, ocorre a separação dos íons do NaCl


pela água, mas não ocorre a formação de uma nova substância
(fenômeno físico).

1. Analise cada imagem e classifique o fenômeno ocorrido em fenômeno físico


(FF) ou fenômeno químico (FQ):

Resposta: FQ Resposta: FF Resposta: FQ


Enferrujamento do parafuso Vidro de janela quebrado Apodrecimento da laranja

Resposta: FF Resposta: FQ Resposta: FF


Água fervendo Combustão da madeira Papel amassado

Fonte das imagens: Pixabay.


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2. Observe as transformações ocorridas nos sistemas e classifique-as em física


ou química. Justifique a razão da sua escolha.

SISTEMA 1:

Resposta: Representa uma transformação física, pois não ocorre alteração na


substância. É possível observar que as moléculas são as mesmas antes e depois,
representando a mudança de estado físico.

SISTEMA 2:

Resposta: Representa uma transformação química, pois ocorre alteração nas


substâncias. É possível observar que as moléculas mudam antes e depois,
formando novas substâncias. O sistema representa uma reação química.

ATIVIDADE 2: REAÇÃO QUÍMICA E EQUAÇÃO QUÍMICA:


QUAL A DIFERENÇA?
Professor(a), nesta atividade, apresente os conceitos de reagentes e
produtos através de exemplos, como a preparação de um bolo. Ao final, será
apresentada, também, a diferença entre reação e equação química.

Como vimos anteriormente, transformações químicas ocorrem quando existe a


transformação da natureza da matéria, ou seja, da sua composição, formando

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novas substâncias. Podemos dizer que ocorreu uma reação química. Aspectos
macroscópicos como mudança de cor, liberação de um gás (efervescência),
formação de um sólido, aparecimento de chama ou luminosidade podem indicar
a ocorrência de uma reação química. No entanto, a transformação ocorre no
nível atômico, quando as ligações químicas entre os átomos dos reagentes são
rompidas e um novo arranjo entre átomos é formado gerando os produtos.

Reagentes e produtos

Vamos pensar na preparação de um bolo?

Primeiro é necessário separar os ingredientes, em seguida misturá-los e, por


fim, colocar no forno. A Figura 2 resume essa reação química muito comum:

FIGURA 2. Preparação
do bolo.

O reagente é uma substância consumida no decorrer de uma reação química,


assim como os ingredientes na preparação do bolo. Um produto de reação é
uma substância formada no curso de uma reação química, obtida a partir da
combinação dos reagentes. No exemplo, o produto da reação é o bolo.

Agora que já entendemos o que são os reagentes e os produtos de uma reação,


voltaremos para a questão inicial: reação química e equação química – qual
a diferença?

A reação química representa o fenômeno propriamente dito, enquanto a


equação química é a forma que representa a reação química. Na equação
química são colocados os elementos que estão envolvidos na reação e também
como ela aconteceu, de forma abreviada, por meio da “linguagem química”.

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Vamos a um exemplo:

• Reação química: duas moléculas de gás hidrogênio reagem com uma


molécula de gás oxigênio, formando duas moléculas de água.

Representação por modelo de Dalton:

Equação química: 2H2 + O2 → 2 H2O

Reagentes: H2 e O2

Produtos: H2O

Agora é com você:

• Reação química: O carbonato de cálcio (CaCO3) é decomposto em óxido


de cálcio (CaO) e gás carbônico (CO2)

Equação química: CaCO3 → CaO + CO2

Reagentes: CaCO3

Produtos: CaO e CO2

Correlacione corretamente:

( A ) reação química
( B ) equação química
( C ) reagentes
( D ) produtos

( C ) enxofre (S) e gás oxigênio (O2)


( A ) enxofre sólido reage com gás oxigênio formando gás dióxido de enxofre
( B ) S + O2 → SO2
( D ) dióxido de enxofre (SO2)

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ATIVIDADE 3: A MASSA PERMANECE IGUAL OU MUDA


APÓS A REAÇÃO QUÍMICA?
Professor(a), esta atividade estudará a Lei da conservação das massas de
Lavoisier. Inicialmente, deverá ser realizada uma atividade experimental
para analisar a variação da massa na reação química entre um comprimido
efervescente em água, em sistema aberto e fechado. Sugere-se a realização
do experimento em grupos. Se possível, realize todas as atividades práticas
previamente para sua avaliação e estudo para, em seguida, realizar em sala de
aula. Após a prática, o conteúdo estará organizado no texto Lei da conservação
das massas ou Lei de Lavoisier. Este momento é finalizado com a verificação
dos conteúdos desenvolvidos. Para isso, é sugerido a retomada das questões
propostas no experimento, além de outros exercícios para fixação do conteúdo.

Mão na massa

O que acontece com a massa após a reação química?

Uma reação química ocorre quando há o rearranjo dos átomos, ou seja, a


matéria se transforma de modo a alterar sua composição, deixando de ser o
que era para ser algo diferente. E o que acontece com a massa após a reação
química: aumenta, diminui ou permanece igual?

Vamos verificar?

Para esta investigação, reúna-se com mais colegas e realize o experimento.

Material:

• 4 comprimidos efervescentes (antiácido ou vitamina C);


• Água filtrada;
• 2 garrafas plásticas de 1,5L ou 2L com tampa;
• Balança digital com precisão de 0,1g.

Procedimento:

1. Coloque água até a metade da garrafa plástica.

2. Com auxílio da balança, pese e anote a massa inicial do conjunto (garrafa


com água, a tampa e os dois comprimidos efervescentes).

3. Coloque dois comprimidos na garrafa com água e tampe-a rapidamente.

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4. Após a finalização da reação, verifique novamente a massa final do conjunto.

5. Repita todo o procedimento, dessa vez, sem tampar a garrafa.

Análise com a garrafa fechada Análise com a garrafa aberta

Massa Massa Massa Massa


(estado inicial) (estado final) (estado inicial) (estado final)

Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal.

O que ocorreu com a massa? O que ocorreu com a massa?

A massa permanece igual. A massa é diferente, menor que a


massa anterior.

Vamos analisar os resultados:

a) Qual é o objetivo da atividade experimental?

Resposta: Verificar as massas antes e depois da reação química em sistema


aberto e fechado.

b) Os resultados obtidos foram os esperados? Em caso de resposta negativa, o


que seu grupo esperava?

Resposta pessoal.

c) Como seu grupo explica os resultados obtidos no experimento com a


garrafa fechada e aberta?

Resposta pessoal. Não é esperado que os estudantes tenham respostas


corretas aqui. É importante que eles registrem suas hipóteses e, depois da
leitura do texto, retomem essa questão.

Na garrafa fechada, os produtos formados não podem sair; já na garrafa aberta,


os produtos gasosos são liberados.

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Sobre o experimento:

A efervescência é causada pelo dióxido de carbono (CO2) produzido na


reação do bicarbonato de sódio (NaHCO3) com algum ácido contido
no comprimido, geralmente o ácido cítrico (H3C6H5O7).

Como mostrado na equação química: NaHCO3 (aq) + H3C6H5O7 (aq) →


NaH2C6H5O7(aq) + H2O(l) + CO2(g).

Antes de continuar, vamos entender um pouco mais sobre a conservação da


massa nas reações químicas e seu criador.

Quem foi Lavoisier

Antoine Laurent de Lavoisier nasceu


em Paris, no dia 26 de agosto de 1743.
Filho de família com boas condições
financeiras, iniciou seus estudos na área de
Matemática e Astronomia, Física e Química
Experimental. Com 22 anos, ganhou uma
medalha de ouro da Academia de Ciências
por ter feito um projeto de iluminação para
as ruas de Paris. Com apenas 25 anos, ele
foi eleito membro da prestigiosa Academia
Real de Ciências da França. Lavoisier era
um cientista incansável que dedicava
FIGURA 3. Retrato de Monsieur Lavoisier
e sua esposa. horas do seu dia investigando os aspectos
Fonte: Jacques-Louis David, Wikimedia. quantitativos das reações químicas,

sendo considerado por muitos o “pai da Química Moderna”. Além de suas


contribuições científicas, Lavoisier atuou como deputado, secretário do Tesouro
francês e membro da Academia de Ciências na França. Entrou para a sociedade
Ferme Générale, que mantinha e incentivava o progresso científico, além de ser
responsável por cobrar os impostos do povo. Por isso, com a revolução francesa,
os integrantes da Ferme Générale foram perseguidos e considerados inimigos
do povo e Lavoisier foi condenado. No dia 8 de maio de 1794, aos 51 anos, ele foi
morto na guilhotina.

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Lei da conservação das massas ou Lei de Lavoisier

Em 1774, Lavoisier estudava reações químicas e investigou o que acontecia


com a massa durante os experimentos. Ele percebeu que em algumas reações
a massa diminuía, em outras a massa aumentava. Inquieto com os resultados
obtidos, ele realizou novamente as reações químicas, agora em sistemas
fechados. Nos sistemas fechados, as massas dos reagentes e dos produtos
gasosos são medidos com precisão. Assim, ele concluiu que as variações
de massa observadas anteriormente estavam relacionadas à massa do gás
incorporada (aumento da massa) ou perdida (diminuição da massa) durante a
reação química feita em sistemas abertos.

Para saber mais sobre esse incrível cientista, leia o artigo a seguir.

ANTOINE LAVOISIER, O QUÍMICO REVOLUCIONÁRIO


QUE FOI DECAPITADO GRAÇAS A DISPUTA CIENTÍFICA
BBC News Mundo| Dalia Ventura
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/
geral-50861019>.
Acesso em: 25 jul. 2022.

Os estudos experimentais realizados por Lavoisier levaram-no a concluir


que, numa reação química que se processe num sistema fechado, a massa
permanece constante, ou seja, a soma das massas dos reagentes é igual à soma
das massas dos produtos:

Massa dos reagentes = massa dos produtos

Numa reação química, a massa se conserva porque os átomos apenas se


rearranjam, sendo conservados. Assim, os agregados atômicos dos reagentes
são desfeitos e novos agregados atômicos são formados mantendo a mesma
massa nos sistemas fechados.

Com isso, ele pôde enunciar uma lei que ficou conhecida como Lei da
Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier.

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< < 364

Numa reação química que ocorre em sistema fechado, a massa


total antes da reação é igual à massa total após a reação."

Sistema fechado: permite a troca de energia com os


arredores, não havendo troca de matéria; a energia
deixa de ser uma quantidade conservada.
GLOSSÁRIO

Sistema aberto: permite a troca de energia e


matéria com os arredores; logo, estas quantidades
podem variar ao longo do tempo.

Vamos retornar a pergunta feita anteriormente:

• Como seu grupo explica os resultados obtidos no experimento com a


garrafa fechada e aberta?

Resposta: De acordo com a Lei de Lavoisier, a massa dos reagentes é


igual à massa dos produtos. Na garrafa fechada (sistema fechado), a lei
é verificada, pois a massa não sofre alteração. Quando ocorre a mesma
reação com a garrafa aberta (sistema aberto), o produto gasoso (as
bolhas) é perdido, diminuindo a massa medida no final da reação.

Vamos analisar um exemplo?

Um pesquisador desenvolveu dois experimentos. As massas dos reagentes e


dos produtos encontram-se no Quadro a seguir:

Experimento C + O2 → CO2

1º 12g 32g Xg

2º 36g Yg 132g

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Calcule os valores X e Y:

Pela Lei da conservação das massas de Lavoisier, a massa dos reagentes deve
ser igual à massa dos produtos.

Assim, teremos que somar as massas de C e de O2 para obter a massa de CO2:

12 + 32 = X

X = 44 g

Para calcular Y, faremos o mesmo:

36 + Y = 132

Y = 132 - 36

Y = 96 g

Resposta: X = 44g e Y = 96g

Agora é com você:

Um estudante realizou dois experimentos para a obtenção de óxido de ferro


(FeO), e para isso colocou para reagir ferro metálico (Fe) com gás oxigênio (O2).
Os dados obtidos estão no quadro a seguir:

Experimento 2 Fe + O2 → 2 FeO

1º 2,8 g 0,8 g Xg

2º 5,6 g 1,6 g 7,2 g

a) Calcule a massa de óxido de ferro (FeO) obtida no 1º experimento.

Resposta: 2,8 + 0,8 = 3,6 g


X = 3,6 g

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< < 366

b) Com os dados obtidos no 2º experimento, verifique se a Lei de Lavoisier


foi obedecida.

Resposta: Massa dos reagentes = massa dos produtos


Massa dos reagentes = 5,6 + 1,6 = 7,2 g
Massa dos produtos = 7,2 g

A Lei de Lavoisier é obedecida.

A reação química entre o cálcio (Ca) e o oxigênio (O2) produz o óxido de cálcio
(CaO), mais conhecido como cal virgem.

A equação química: 2 Ca + O2 → 2 CaO

Os reagentes são: Ca e O2

Os produtos são: CaO

Foram realizados dois experimentos, cujos dados estão listados no quadro a


seguir de forma incompleta:

Experimento 2 Ca + O2 → 2 CaO

1º 40g X 56g

2º 20g 8g Y

Calcule os valores de X e Y com o auxílio da Lei de Lavoisier (Lei de Conservação


das Massas):

Resposta: Massa dos reagentes = Massa dos produtos

• Para calcular X: 40 + X = 56
X = 56 - 40
X = 16 g

• Para calcular Y: 20 + 8 = Y
Y = 28 g

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< < 367

SEQUÊNCIA 17.
As radiações
eletromagnéticas
e suas aplicações
na saúde

HABILIDADE

(EF09CI07)
Discutir o papel do avanço tecnológico na aplicação das radiações na medicina
diagnóstica (raio X, ultrassom, ressonância nuclear magnética) e no tratamento
de doenças (radioterapia, cirurgia ótica a laser, infravermelho, ultravioleta etc.).

OBJETO DE CONHECIMENTO

• Radiações e suas aplicações na saúde.

EXPECTATIVA DE APRENDIZAGEM

• Classificar radiações eletromagnéticas de acordo com suas propriedades


e aplicações.

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< < 368

Começo de conversa
Ao observar a Figura 1, você se identifica com uma das situações? Que
informações a figura traz a você?

FIGURA 1. Dia-a-dia
de uma família.

Todos os dias estamos expostos à radiação de diversas fontes.

Radiações são ondas eletromagnéticas e/ou partículas que se propagam


com uma determinada velocidade. Possuem energia variável desde valores
pequenos até muito elevados, sendo emitidas por fontes naturais (sol) ou
artificiais (equipamentos de raios-X). As radiações eletromagnéticas mais
conhecidas são: luz, micro-ondas, ondas de rádio, radar, laser, raios X e radiação
gama. As radiações sob a forma de partículas com massa, carga elétrica, carga
magnética mais comuns são os feixes de elétrons, os feixes de prótons, radiação
beta, radiação alfa.

Vamos entender um pouco mais sobre as radiações eletromagnéticas e suas


aplicações na área da saúde?

O que vamos aprender aqui


Professor(a), a Sequência se estrutura em três atividades. A primeira envolve a
observação da radiação e o estudo dos elementos que caracterizam uma onda
eletromagnética. Dando continuidade, os alunos serão convidados a entender
melhor sobre o espectro eletromagnético e, finalmente, na última atividade
deverão discutir sobre o avanço no uso das radiações na área da saúde.
Importante ressaltar que para o desenvolvimento da Sequência, optou-se
por um recorte do assunto, em quee somente as ondas eletromagnéticas
serão estudadas.

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< < 369

Nesta Sequência, veremos o estudo das radiações eletromagnéticas e suas


aplicações no nosso cotidiano e principalmente na área da saúde.

A Sequência está dividida em três atividades. A primeira aborda a observação


de uma radiação eletromagnética e o estudo de suas características. Na
segunda atividade o objetivo é estudar o espectro eletromagnético; para isso,
você montará um no seu caderno. A terceira e última atividade desenvolve a
aplicação das radiações na área da saúde (como são utilizadas em diagnósticos
e também nos tratamentos de doenças).

O que é uma radiação eletromagnética? Qual é a importância das radiações e


onde a encontramos? É possível vê-las? As radiações fazem mal à saúde?

Ao final do estudo desta Sequência, você terá condições de responder a


essas questões.

ATIVIDADE 1: ONDAS ELETROMAGNÉTICAS

Professor(a), esta atividade realizará a observação e o estudo das ondas


eletromagnéticas. Num primeiro momento, os estudantes são convidados a
observar as ondas de infravermelho que são emitidas pelo controle remoto.
Apesar de não serem vistas a olho nu, são consideradas quando utilizamos
a câmera do celular. É importante planejar a atividade de acordo com a
quantidade de controles remotos e de celulares com câmera disponíveis. Você
pode permitir que vários grupos de estudantes realizem o experimento ao
mesmo tempo, ou organizar a turma para que a experimentação seja feita por
um grupo de cada vez.

Peça aos alunos que expliquem o que foi observado. Entre as explicações,
eles podem mencionar que, por se tratar de uma onda de baixa frequência, a
onda infravermelha emitida pelo controle remoto não é percebida pelo olho
humano, embora possa ser captada pelo sensor da máquina fotográfica. Para
finalizar, sistematize as ideias da turma e dê uma explicação científica para o
que aconteceu durante o experimento. A etapa seguinte envolve o estudo das
principais características das ondas. O objetivo não é aprofundar o assunto,
mas trazer ferramentas básicas para que os alunos possam entender as
próximas atividades.

Mão na massa

Controles remotos e radiação eletromagnética: qual é a relação?

Para responder a essa questão, reúna-se com mais colegas para realizar
o experimento:

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< < 370

Material:

• Controle remoto;
• Câmera fotográfica de um celular.

Procedimento:

1. Um estudante deverá segurar um controle remoto, enquanto o outro olha


para a extremidade do controle e um terceiro aponta a câmera fotográfica
do celular para ela.

2. O primeiro estudante deve apertar qualquer tecla do controle remoto.


O segundo aluno deve continuar observando a extremidade do objeto,
enquanto o terceiro deve tirar uma foto no momento em que o controle
for acionado.

A partir da realização do experimento, responda:

a) O que foi observado a olho nu quando uma tecla foi acionada?

Resposta: Não se observa a radiação de infravermelho a olho nu .

b) O que foi observado na foto quando uma tecla foi acionada?

Resposta: Com a câmera do celular é possível ver a emissão da radiação.

c) Na opinião do grupo, como explicar o que ocorreu?

Resposta: Existe “algo” (radiação infravermelha) que é emitido pelo controle


remoto que nossos olhos não veem, somente por meio do uso de uma câmera
conseguimos ver a presença de um ponto vermelho.

As ondas eletromagnéticas

Estamos imersos em um mundo de ondas eletromagnéticas que passam por


nós todos os dias, a quase todo instante, apesar de não conseguirmos vê-las,
assim como foi possível observar o controle remoto, que utiliza o infravermelho
para ligar ou mudar o canal da televisão. Temos a luz do sol e também das
lâmpadas, antenas de diversos tipos (celulares, rádio, televisão), além de
todos os computadores e celulares que estão em funcionamento neste exato
momento. Todos esses equipamentos propagam ondas eletromagnéticas.

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< < 371

Podemos definir de forma simplificada que as ondas eletromagnéticas


são perturbações periódicas que se propagam tanto no vácuo quanto em
meios materiais. São ondas tridimensionais que viajam na velocidade da luz,
transportando exclusivamente energia.

Vácuo: ausência de matéria.

Velocidade da luz: comumente denotada pela letra


GLOSSÁRIO c, vale cerca de 299.792.458 m/s, ou seja, a cada
segundo, a luz viaja aproximadamente 300.000 km ao
se propagar no vácuo.

Propagar: transportar(-se), deslocar(-se) através de


algum modo ou de algum artifício.

Quais são os elementos que caracterizam uma onda?

Os elementos básicos que caracterizam uma onda são: amplitude,


comprimento, período e frequência. Para entender esses elementos, observe o
movimento de uma onda representado na Figura 2.

FIGURA 2. Elementos da onda.

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< < 372

Crista: pontos superiores da onda.

Vale: pontos inferiores da onda.


GLOSSÁRIO
Amplitude: altura do ponto médio até a crista ou do
ponto médio ao vale.

Comprimento de onda: distância entre dois pontos


iguais da onda, por exemplo, a distância entre dois
vales ou a distância entre duas cristas.

Período: tempo para percorrer todo o comprimento


de onda.

Frequência: quantidade de pulsos por segundo que


uma onda possui. A frequência é medida em Hertz
(que significa quantidade por segundo).

As diferentes radiações eletromagnéticas estão distribuídas no espectro


eletromagnético. Na próxima atividade vamos entender o que é um espectro
eletromagnético e como ele está organizado.

Esticador de Horizontes

RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS
O vídeo desenvolvido pelo Canal Futura explica sobre os
diferentes tipos de ondas e suas características e usos.
Canal Futura
Duração: 12’33”
Disponível em: <https://youtu.be/EuCQ7YdqHjE>.
Acesso em: 25 jul. 2022.

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< < 373

ATIVIDADE 2: O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

O espectro eletromagnético é uma escala de radiações eletromagnéticas.


Dentro dessa escala temos uma divisão de 7 tipos de ondas, sendo elas: raios
gama, raios x, raios ultravioletas, luz visível, raios infravermelhos, micro-ondas e
ondas de rádio. A distribuição das ondas eletromagnéticas no espectro estão de
acordo com a frequência da onda que é característica de cada radiação.
Tipos de
onda

Rádio Microondas Infravermelho Luz visível Ultravioleta Raio X Gama

Rádio e Aparelho de Controle Lâmpada Sol Aprelho Elementos


televisão micro-ondas remoto de raio-x radioativos
Fontes
Desenho
da onda
Frequência
(Hz)

10 4 10 8 1012 10 15 10 16 10 18 10 20
Energia

Baixa Alta
Energia Energia

FIGURA 3. Espectro eletromagnético.

ATIVIDADE 3: COMO AS RADIAÇÕES SÃO UTILIZADAS


PELA MEDICINA?
Professor(a), esta atividade, primeiramente, abordará as vantagens e
desvantagens na utilização das radiações. É interessante levantar um debate
com os estudantes e observar o que eles já conhecem e quais opiniões têm
sobre o assunto. Instigue-os sobre o tema e utilize os questionamentos
propostos para iniciar o debate: “Será que o raio-x faz mal? Qual a razão
do receio?”. Será disponibilizado, também, um vídeo que apresenta uma
abordagem irônica sobre o medo que as pessoas têm de radiação.

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< < 374

As radiações: boazinhas ou vilãs?

Você tem receio de realizar exames de imagem como raio-x, tomografia, entre
outros? Você já fez algum raio-x este ano? Considera que as radiações fazem
mal? Acha que o uso do celular ou comer alimentos preparados no micro-ondas
podem trazer prejuízos para nossa saúde?

Antes de continuar a discussão sobre o assunto, assista ao vídeo desenvolvido


pelo “Porta dos fundos” que aborda, de forma irônica, o medo de realizar o
exame de raio-x. Acesse o QR code.

RAIO-X
Porta dos Fundos
Duração: 2’11”
Disponível em: <https://youtu.be/_L6Jrp3y1DQ>.
Acesso em: 25 jul. 2022.

Como as radiações agem sobre a nossa saúde?

Vamos entender como o conjunto das radiações eletromagnéticas interagem


com a matéria, sendo classificadas em ionizantes e não ionizantes.

As radiações ionizantes são aquelas que provocam uma ruptura na


organização elétrica da matéria, arrancando-lhe, com o choque na passagem,
um ou mais elétrons de sua estrutura. Essas radiações encontram-se nas
radiações do espectro de altas frequências, como os raios-X e os raios gama. As
radiações não ionizantes não provocam tais efeitos: as alterações provocadas
são temporárias e a matéria atingida por radiações não ionizantes permanece
intacta na sua organização eletrônica quando essas alterações desaparecem
pelo retorno ao estado fundamental de energia mínima. As radiações não
ionizantes compreendem desde as ondas de rádio até as radiações ultravioletas.

O Quadro 1 resume as informações referentes à capacidade de cada faixa do


espectro eletromagnético interagir com a matéria, elencando possíveis riscos à
saúde humana.

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< < 375

Tipos de Frequência Radiações ionizantes


Interação com a matéria
Radiações (Hertz) ou não ionizantes

Não provocam efeitos conhecidos sobre


Ondas de a matéria ou o corpo humano. A maioria
< 109 Hz Não ionizantes
rádio dos materiais é transparente para essas
radiações.

Acelera o movimento das moléculas


3.109 ⇒ (principalmente da água), produzindo calor
Micro-ondas Não ionizantes
3.1012
e aumentando a temperatura dos corpos.
Risco de queimaduras.

Faz vibrar moléculas dos corpos,


3.1012 ⇒
Infravermelho Não ionizantes aumentando a sua temperatura. Risco
4,3.1014
de queimaduras.

Pode ser espalhada ou absorvida pelos


corpos. É utilizada em instrumentos ópticos
4,3.1014 ⇒
Luz visível Não ionizantes e processos biológicos como a fotossíntese.
7,5.1014
Luzes de alta intensidade podem afetar a
visão humana.

Não ionizantes

A radiação UV de maior É absorvida pela maioria das substâncias


Ultravioleta 3.1017 frequência é filtrada sólidas. Deixa a pele bronzeada, mas pode
na atmosfera. As que causar inflamações da pele e câncer.
passam são radiações
não ionizantes.

Penetrarem organismos vivos e


3.1017 ⇒ atravessarem tecidos de menor densidade,
Raios-X Ionizantes
3.1019
sendo absorvidos pelas partes mais densas
dos corpos, como os ossos e os dentes.

Provêm de elementos radioativos e são


altamente penetrantes. São capazes de
matar bactérias e quebrar a cadeia de
Raios gama > 3.1019 Ionizantes
DNA de organismos vivos e por isso
oferecem grande risco à saúde humana e
ao meio ambiente.

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< < 376

QUADRO 1. Radiações ionizantes e não ionizantes.


Fonte: http://www.if.ufrgs.br/oei/cgu/espec/intro.htm
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1884377/mod_resource/
content/0/%3D%3D%20SEMINARIO%2024ago16-TEXTO.pd.

Podemos utilizar a radiação em processos industriais, procedimentos médicos,


fármacos e na geração de energia; basta fazê-lo com responsabilidade –
fato que não se restringe apenas à radiação. Com essas informações, você
perceberá que a radiação não é uma vilã, e que ela pode ser bastante útil e
nos trazer grandes vantagens.

Vamos estudar algumas importantes aplicações na área da saúde?

Como as radiações são utilizadas em diagnóstico


e em tratamentos?

Professor(a), aqui será realizado o estudo da utilização das radiações nos


exames de diagnóstico e monitoramento e também no tratamento de doenças.
Para desenvolver o tema, convide os estudantes a realizarem uma pesquisa.
Divida a classe em grupos e distribua os temas “exames diagnósticos” e “tipos
de tratamento” entre eles. Cada grupo deve preencher com as informações
solicitadas no espaço destinado para o tema. Para completar a tabela, os grupos
devem organizar as informações de forma compartilhada durante a apresentação.
Finalize a atividade solicitando a opinião sobre o uso das radiações na área da
saúde, ressaltando a importância do avanço do uso das radiações na área da
saúde e no cotidiano, mas sempre com a devida proteção e real necessidade.

Houve um tempo em que a única maneira de observar um órgão interno


era por meio de uma cirurgia aberta. Hoje, os profissionais de saúde podem
diagnosticar, monitorar e tratar doenças sem procedimentos cirúrgicos,
utilizando as radiações eletromagnéticas com diferentes faixas do espectro.

Para entender mais sobre métodos de diagnóstico e tratamento, vamos


pesquisar. Para isso, siga as orientações:

1. Após a formação de grupos de trabalho organizados pelo(a) professor(a),


pesquise sobre seu tema.

2. A pesquisa deve conter informações como o tipo de radiação utilizada


no método e também qual a sua utilização. Você e seus colegas de grupo
devem organizar as informações no espaço destinado ao tema no Quadro 2.

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< < 377

3. Durante as apresentações dos grupos, você deverá preencher o quadro com


o objetivo de completar todos os métodos de diagnóstico e de tratamento
indicados no Quadro 2.

4. Você e seu grupo podem utilizar os livros de Ciências da biblioteca e também


sites confiáveis.

Diagnóstico

O raio-x é a radiação utilizada na radiografia. A radiação passa


facilmente nos tecidos moles (pele, tecido e músculos), mas o
mesmo não ocorre quando atinge os ossos, o que acarreta a
Radiografia formação de uma sombra vista no filme fotográfico (chapa de
radiografia). O exame auxilia na avaliação de mudanças ósseas,
localização de objetos estranhos, avaliação de danos causados
por infecções, entre outros.

É a junção do equipamento do raio-X com computadores


programados capazes de produzir imagens de altíssima qualidade
dos órgãos internos. Por combinar a imagem de múltiplos raio-x,
Tomografia esse exame oferece um estudo muito mais detalhado do que uma
computadorizada radiografia comum. A tomografia é um exame que utiliza radiação
(em dose maior que os raios X), portanto, é contraindicada para
gestantes. O exame auxilia na investigação de doenças como AVC,
embolia pulmonar, tumores, hemorragias, entre outras.

Exame utilizado principalmente para diagnosticar câncer de


mama, a mamografia é um exame com baixa dose de raio-x,
realizado para conseguir visualizar as estruturas internas da
Mamografia
mama. Hoje é possível contar com equipamentos digitais, o que
aumenta a qualidade das imagens e facilita nos diagnósticos
precoces de câncer de mama.

Durante o exame de RMN, o corpo encontra-se envolvido por um


campo magnético e pulsos de ondas de rádio. A máquina cria
uma imagem com base na forma como os átomos de hidrogênio
Ressonância no corpo reagem com o campo magnético e com as ondas de
magnética rádio. Os sinais da RNM podem proporcionar várias imagens de
nuclear (RMN) um órgão ou de parte do corpo. O computador da RNM pode
combinar as várias imagens, formando imagens tridimensionais.

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< < 378

Tratamento

A radioterapia consiste no emprego de radiação ionizante para


combater diferentes tipos de câncer, como o de mama, próstata e
Radioterapia
pulmão. Esse tratamento pode impedir que as células cancerosas
aumentem, ou até destruí-las.

A utilização dos raios UV para tratar doenças denomina-se


fototerapia. A psoríase e a dermatite atópica são os distúrbios
Fototerapia
mais frequentemente tratados com fototerapia. Também é
ultravioleta
indicada nos casos de icterícia do recém-nascido, em que o bebê
apresenta a pele mais amarelada.

O laser é uma fonte de radiação eletromagnética que pode emitir


frequências nas regiões infravermelho, visível e ultravioleta. Ele
Cirurgia a Laser é utilizado como bisturi, cicatrizante e cauterizador. Entre as
cirurgias realizadas com laser, podem-se destacar as oculares, as
odontológicas, as dermatológicas e também as cirurgias plásticas.

QUADRO 2. As radiações nos diagnósticos e tratamentos.

Agora responda:

a) Você já utilizou algum desses procedimentos?

Resposta pessoal.

b) Depois do que foi exposto e discutido, qual é sua opinião sobre o uso
das radiações?

Resposta pessoal.

Como dito anteriormente, desde a descoberta das radiações ionizantes,


profissionais de saúde podem obter imagens internas do organismo sem
recorrer à cirurgia exploratória. Essa possibilidade resultou na preservação de
inúmeras vidas ao longo dos anos. Monitoramento e tratamento de doenças de
forma não invasiva são outras vantagens do uso da radiação na medicina.

Os riscos do uso da radiação na medicina, quando há baixa exposição,


praticamente não existem, assim como efeitos colaterais graves.

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< < 379

Ocasionalmente, pode haver alergia leve ou vermelhidão na parte exposta


aos rádios e partículas. Isso explica por que, muitas vezes, é benéfico realizar
exames e tratamentos com radiação. O problema são os efeitos cumulativos.
Em outras palavras, após períodos de exposição, a radiação ionizante pode até
alterar o DNA das células, aumentando o risco de desenvolver doenças, como o
câncer. Esses perigos levaram instituições como a OMS e o Ministério da Saúde
a alertarem a população com o objetivo de reduzir a exposição à radiação,
especialmente entre crianças.

O que aprendemos
Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas:

( F ) Radiação eletromagnética são ondas que necessitam de um meio


material para se propagar.

( V ) O conjunto das ondas eletromagnéticas é o espectro eletromagnético.

( V ) O tamanho de uma onda, que é a distância entre duas cristas sucessivas


ou dois vales sucessivos, é chamado de comprimento de onda.

( V ) As ondas eletromagnéticas possuem os seguintes elementos:


frequência, período, comprimento de onda e amplitude.

( F ) O raio X é uma radiação não ionizante.

( V ) Os raios gama são uma radiação ionizante que tem capacidade de


penetrar a matéria.

( F ) A radiação infravermelha são ondas eletromagnéticas visíveis aos


olhos humanos.

Anotações

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< < 380

A reprodução
nos seres
vivos
< <
381
< < 382

SEQUÊNCIA 18.
A reprodução
nas plantas

HABILIDADE

(EF08CI07)
Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas e animais em
relação aos mecanismos adaptativos e evolutivos.

OBJETO DE CONHECIMENTO

• A reprodução assexuada e a reprodução sexuada nas plantas.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Identificar e diferenciar as principais características da reprodução


assexuada e da reprodução sexuada;
• Analisar as principais vantagens evolutivas da reprodução sexuada
em relação à assexuada;
• Diferenciar os tipos de reprodução assexuada a partir de esquemas
e ilustrações;
• Interpretar esquemas e desenhos que representam os níveis de
organização da célula ao gene.

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< < 383

Começo de conversa
Existe uma grande variedade de plantas que vivem em diferentes ambientes, tais
como os cactos nos ambientes semi desérticos como a Caatinga, as samambaias
e musgos que só sobrevivem em ambientes úmidos como o interior da Mata
Atlântica, as plantas aquáticas como a vitória-régia e as sequoias.

Será que a forma de reprodução das plantas interfere na sobrevivência das


plantas? Você acha que todos os tipos de plantas se reproduzem da mesma
forma? Será que as plantas têm embriões como os animais? O que existe dentro
das sementes? Essas são algumas das perguntas que você poderá responder ao
final desta sequência.

FIGURA 1. Fotografia do interior de uma


mata chuvosa, mostrando a diversidade
de plantas presentes nesse ecossistema.
Fonte: Pixabay.

FIGURA 2. Paisagem de ambiente


terrestre com pouca disponibilidade
de água. Caatinga brasileira.
Fonte: Shutterstock.

FIGURA 3. Vitória-régia, planta


característica da Amazônia. Possui folhas
flutuantes e caule e raízes submersos.
Fonte: Pixabay.

FIGURA 4. As sequoias são árvores que têm


vida muito longa, sendo que muitas têm mais
2.500 anos de vida e continuam crescendo.
Fonte: Pixabay.

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< < 384

O que vamos aprender aqui


Uma das características dos seres vivos é a capacidade que todos têm de se
reproduzir. Todos os seres vivos, desde os formados por uma única célula até os
formados por muitas células, apresentam uma grande variedade de maneiras
de fazer a reprodução acontecer e manter a vida na Terra.

Você vai estudar os dois padrões de reprodução que ocorrem nas plantas:
o da reprodução assexuada e o da reprodução sexuada. Vai reconhecer a
associação que existe entre o processo de reprodução e o ambiente onde vivem
as plantas, e que existem dois tipos de células que formam o corpo das plantas:
organismos pluricelulares e eucariontes.

Mão na massa - As sementes e a reprodução

Professor(a), o ideal é que os estudantes abram uma semente grande para


melhor visualizar o embrião e reconhecer suas partes. Caso não tenham
acesso a sementes grandes como as do chuchu, do abacate ou da manga, as
do feijão podem ser utilizadas se colocadas previamente (três a quatro dias)
entre duas camadas de algodão umedecidas para que absorvam a água e
iniciem a germinação.

Para a realização da atividade, você deve se reunir com mais um colega para
que juntos descubram o que existe dentro dos frutos e/ou sementes que vai
receber. Para esta atividade, vocês vão precisar de frutos e sementes, papel
toalha e faca plástica.

Coloque o fruto que recebeu sobre a folha de papel e corte-os ao longo


do comprimento.

Você vai encontrar uma ou mais sementes no interior do fruto, dependendo


do tipo de fruto que recebeu. Veja as Figuras de 5 a 9 para entender o plano de
corte do fruto para localizar a(s) semente(s).

FIGURA 5. A planta chuchuzeiro,


com frutos, o chuchu ou machuchu.
Fonte: Shutterstock.

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< < 385

FIGURA 6. Chuchu cortado ao FIGURA 7. Fruto do abacateiro,


longo do maior comprimento o abacate; no seu interior está
para expor a semente. a semente apontada pela seta.
Fonte: Shutterstock. Fonte: Pixabay.

FIGURA 8. Fruto da mangueira, FIGURA 9. Frutos do feijão, a vagem. Foi retirada


a manga; no seu interior está a a casca da vagem que está no primeiro plano para
semente apontada pela seta. visualizar as sementes de feijão no seu interior.
Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.

No interior dos frutos encontram-se as sementes. A semente também deve


ser cortada ao longo do seu comprimento. Observe com atenção o que viu no
interior da semente e registre em seu caderno. Compare o que observou e
registrou com as estruturas descritas na Figura 10.

Tegumento ou casca

Cotilédone

Radícula

Caulículo (hipocótico) FIGURA 10. Desenho esquemático de


uma semente de feijão cortada pela
Folha primária
metade ao longo do seu comprimento.

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< < 386

A semente reproduzida nessa figura, assim como a da maioria das plantas com
flores, apresenta um revestimento externo (o tegumento ou casca), que tem a
função de proteção do embrião que se desenvolve em uma plântula.

O embrião da semente de feijão está envolvido por duas folhas chamadas de


cotilédones que armazenam substâncias nutritivas para alimentar o embrião.
Essas folhas recebem esse nome porque são as primeiras folhas da planta que
vão iniciar o processo de fotossíntese assim que saírem de dentro da semente.

Observe que o embrião representado na Figura 10 já apresenta uma pequena


raiz (chamada de radícula), um caule inicial (o caulículo) e folhas primárias
(chamadas assim porque são as primeiras folhas da planta).

Olhando novamente para o desenho da figura, procure reconhecer a radícula,


caulículo e folhas primárias no embrião da semente que abriu e desenhou.
Solicite ajuda de seu(sua) professor(a), se necessário, para o reconhecimento
dessas estruturas do embrião.

Você pode resumir o que viu até o momento da seguinte forma:

• As plantas com flores produzem frutos.


• A(s) semente(s) encontra(m)-se no interior do fruto.
• A semente é uma estrutura complexa formada por tegumento (casca),
cotilédones (folhas modificadas) e uma quantidade de substâncias
nutritivas que garantem a nutrição do embrião (também chamado de
plântula) no início do seu desenvolvimento.
• As sementes das plantas apresentam um embrião no seu interior que irá
se desenvolver em uma planta.
• As estruturas da semente protegem e alimentam o embrião até a raiz da
plântula se enterrar no solo e começar a absorver a água e os nutrientes
presentes nele para alimentar todas as células da planta em formação

Cotilédone: do grego kotyledón, que significa


concavidade ou parte oca, mas foi modificada
pelo latim cotyledŏne, utilizado na Botânica como a
GLOSSÁRIO
primeira folha que surge no embrião de uma planta
que produz sementes.

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< < 387

Professor(a), os estudantes podem fazer outra atividade experimental em casa:


colocar as sementes de chuchu, manga e abacate para germinar e observar o
crescimento dessas plantas, que é muito fácil. A forma de germinação dessas
sementes é encontrada nos sites a seguir.

COMO GERMINAR SEMENTE DE MANGA BEM FÁCIL


E SIMPLES
Mundo verde orgânico
Duração: 3’37”
Disponível em: <https://youtu.be/GpFJ2M1Sai0>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

COMO PLANTAR ABACATE DA FORMA MAIS FÁCIL E


RÁPIDA – PASSO A PASSO
World Clik
Duração: 5’31”
Disponível em: <https://youtu.be/egnfE9d3IsY>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

COMO PLANTAR CHUCHU DA FORMA MAIS FÁCIL QUE


EXISTE – PASSO A PASSO
World Clik
Duração: 3’42”
Disponível em: <https://youtu.be/o_LuE6Ks0G0>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

Posteriormente, os estudantes podem replantá-las em um espaço de casa ou


em um espaço na escola ou no bairro, sendo que o plantio das futuras árvores
poderá envolver os familiares como uma proposta para ampliar ou revitalizar
um espaço público local. O plantio dessas novas árvores frutíferas deve ser
acompanhado de cuidados de rega e de proteção das jovens plantas ao longo
de alguns meses para garantir o desenvolvimento delas.

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Como o embrião de uma planta é formado?

Para responder essa pergunta, é preciso reconhecer os principais grupos


de plantas, pois existem plantas que produzem sementes e plantas que não
produzem sementes – e esse é um fator que interfere nos processos de
reprodução das plantas.

FIGURA 11. Extensa cobertura do chão


de uma floresta úmida por musgos.
Fonte: Shutterstock.

FIGURA 12. Diferentes espécies de samambaias


que vivem no interior de florestas sombreadas.
Fonte: Pixabay.

Diferentes estruturas do corpo das plantas viabilizam ou não sua sobrevivência


em diferentes ambientes. Entre elas temos as relacionadas à reprodução.
Dependendo do grupo de planta, esses órgãos reprodutores são diferentes e
envolvem um ciclo reprodutivo mais ou menos complexo, dependente ou não
da água. O estudo desses ciclos reprodutivos é um assunto para ser visto no
Ensino Médio. Por hora, é importante que você reconheça algumas estruturas
associadas à reprodução das plantas com sementes: as angiospermas e as
gimnospermas.

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Pinheiro do paraná - Araucária Pinheiros - Pinus Pinheiros - Cedros

Cicadácias - Cicas Sequoias Ciprestes

FIGURA 13. Diferentes espécies


de gimnospermas atuais.
Fonte: xx.

FIGURA 14. Variedade de flores


produzidas pelas angiospermas.
Fonte: Pixabay.

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Veja no quadro “Tipos de plantas” algumas informações que associam a


variedade de plantas ao fato de produzirem ou não sementes e ao ambiente
onde conseguem sobreviver:

TIPOS DE PLANTAS

Briófitas (musgos) e as pteridófitas (as samambaias) são as que não


produzem sementes. As briófitas (musgos e parentes) são plantas de
pequeno tamanho, não têm vasos para transportar a água e nutrientes
do solo (o que dificulta a distribuição da água pelas células do corpo)
e não têm proteção contra a perda de água para o ambiente. As
pteridófitas (samambaias e parentes) são maiores e têm vasos que
SEM Figuras transportam a água e nutrientes do solo para as partes da planta,
SEMENTE 11 e 12 mas, semelhante aos musgos, não têm estruturas que evitem a perda
de água do corpo para o ambiente. A reprodução desses dois grupos
de plantas depende totalmente da água no ambiente. Esses são os
principais motivos que restringem esses dois grupos de plantas a
ambientes úmidos e sombreados. No entanto, essas plantas têm
importante papel nos ecossistemas, tanto como alimento como abrigo
para diversas espécies de animais.

As gimnospermas foram o primeiro grupo de plantas a produzir


sementes. Elas surgiram entre 500 e 400 milhões de anos atrás e
conseguiram conquistar efetivamente o ambiente terrestre.

As gimnospermas são conhecidas popularmente por pinheiros que


se encontram principalmente nas regiões frias e temperadas do
planeta, como a araucária do Paraná, encontrada no sul do nosso
país. São árvores de médio e grande porte (mais de 10 metros de
Plantas altura em média) porque possuem um sistema de vasos eficiente
sem que transporta os nutrientes e água para todas as partes da planta;
COM flores têm um conjunto de estruturas que evitam a perda de água para o
SEMENTE ambiente (a casca dos tronco é um exemplo), e a semente foi uma
Figura das grandes conquista dessas plantas – o que permite viverem
13 em diferentes ambientes. Além disso, produzem a semente, uma
estrutura complexa que abriga o embrião da futura planta.

O nome gimnosperma origina-se do grego gymnos (“nu”) e sperma


(“semente”), que significa “semente nua”, isto é, sem proteção. Mas as
sementes são recobertas com camadas de tecidos que as protegem
das variações de temperatura e água e fornecem nutrientes para os
primeiros momentos de desenvolvimento do embrião.
»
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As angiospermas apareceram por último na história de vida das


plantas. A grande inovação desse grupo é a produção de flores, uma
estrutura complexa que fornece proteção às sementes.

O nome angiosperma origina-se grego angeos “bolsa”) e sperma


(“semente”). A semente é protegida pelas estruturas da flor, que
Plantas
propiciam a reprodução e a maior sobrevivência das sementes.
com
COM flores Atualmente é o grupo com maior número de espécies; acredita-se
SEMENTE que seja por volta de 96% de todas as plantas. Tem estruturas que
Figura
impedem a perda de água para o ambiente e um sistema de vasos
14
eficientes que possibilitam o crescimento de árvores de grande
porte, como alguns eucaliptos com mais de 100 metros de altura e 20
metros de diâmetro. Apresentam um grande número de adaptações
que permitem que sobrevivam nos mais diversos ambientes – como
os cactos nos semidesertos até plantas aquáticas, como a vitória
régia, e as menores plantas conhecidas com 1mm de comprimento.

As células que compõem o corpo e as envolvidas na


reprodução das gimnospermas e angiospermas
As plantas que produzem sementes dentro de flores (as angiospermas)
podem produzir um ou dois cotilédones, o que as separa em dois grandes
grupos de plantas: as dicotiledôneas (dois cotilédones) e as monocotiledôneas
(um cotilédone). Já as plantas que produzem sementes, mas sem flores (as
gimnospermas), possuem mais de 8 cotilédones. Veja o diagrama a seguir.

Dicotiledôneas
Angiospermas
Monocotiledôneas
Plantas com
sementes
Possuem de 8
Gimnospermas a mais de
20 cotilédones

O corpo das plantas que produzem sementes, assim como o dos animais, é
formado por células eucariontes. As células eucariontes possuem diferentes
organelas e um núcleo. No interior do núcleo, encontram-se os genes
responsáveis pelo funcionamento da célula e das características de cada

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espécie. Os genes são partes das moléculas de DNA. No núcleo das células
eucariontes, as moléculas de DNA (conjunto de genes) são organizadas em
cromossomos, como apresentado na Figura 15.

Célula eucarionte FIGURA 15 A. Desenho esquemático de uma célula


eucarionte mostrando os cromossomos dentro do
núcleo da célula e um detalhe de um cromossomo
formado pelas moléculas de DNA.

DNA

Núcleo Cromossomo

FIGURA 15 B. Desenho esquemático


mostrando a forma como as moléculas de
DNA se organizam em um cromossomo: ficam
enroladas e presas por moléculas de proteínas.

Proteína

DNA
Cromossomo
na metáfase

As células que formam o corpo dos animais e plantas com sementes contêm
um determinado número de cromossomos representado por 2n (n = número

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qualquer de cromossomos). Mas as células associadas à reprodução contêm


metade do número de cromossomos das células que formam o corpo; esse
número de cromossomos é representado por n (metade de 2n cromossomos).

As células que formam todos os órgãos do corpo e possuem 2n cromossomos


são chamadas de células somáticas, nome originário do grego sōmatikós, que
significa “corporal”. As células com n cromossomos são chamadas de células
sexuais ou gametas (a palavra gameta se origina do grego gamein, que significa
“casar”. Uma palavra bem sugestiva para células associadas à reprodução).

O encontro e união dos gametas masculino e feminino, cada um com n


cromossomos, forma inicialmente uma célula com 2n cromossomos que irá se
desenvolver e formar um embrião (2n) que, ao se desenvolver, produzirá uma
nova planta com 2n cromossomos em suas células somáticas.

No quadro “Número de cromossomos de diferentes espécies”, você tem alguns


exemplos para compreender o significado da representação 2n = número de
cromossomos das células somáticas e n = número de cromossomos das células
sexuais, os gametas.

Número de cromossomos de diferentes espécies

Células somáticas Células sexuais (gametas)

Espécie de animal
Número de Metade do número de
cromossomos = 2n cromossomos = n

Cavalo 64 32

Hamster 22 11

Galinha 32 16

Mosca das frutas


8 4
(Drosófila)

Coelho 44 22

Caracol 24 17

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Número de cromossomos de diferentes espécies

Células somáticas Células sexuais (gametas)

Espécie de animal
Número de Metade do número de
cromossomos = 2n cromossomos = n

Cachorro 78 39

Ser humano 46 23

Macaco 48 24

Rato 44 22

Carpa (tipo
104 52
de peixe)

Minhoca 32 16

Ervilha 14 7

Trigo 42 21

Tomate 24 12

Maçã 34 17

Samambaia 1200 600

Essas informações sobre o número de cromossomos das células somáticas


e sexuais serão foco de estudo da próxima Sequência de Atividades e vão
complementar o estudo sobre os processos de reprodução que vamos
estudar agora.

A reprodução das angiospermas e das gimnospermas

As gimnospermas e angiospermas produzem sementes, estruturas complexas


que dão proteção e alimentam o embrião (n) nos primeiros momentos do seu
desenvolvimento. As sementes podem estar envolvidas por uma flor, ou não.

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Vamos começar o estudo pelas plantas que produzem flores, pois são mais
comuns e mais conhecidas de todos.

A flor é uma estrutura complexa envolvida com diferentes etapas da


reprodução.

Veja o desenho esquemático de uma flor na Figura 17 para reconhecer esses


órgãos e outros que compõem as flores.

FIGURA 16. Flores de lírio.


Fonte: S. Hermann &amp; F. Richter
por Pixabay.

A parte mais chamativa das flores são as pétalas – folhas modificadas com
várias formas e cores. Na base e no lado externo das pétalas existem folhas (as
sépalas), geralmente de cor verde, que dão suporte e proteção às pétalas.

Na parte de dentro da flor estão os órgãos reprodutores, locais onde as células


sexuais das plantas se formam: o gineceu (que produz os gametas femininos)
e o androceu (que produz os gametas masculinos). O gineceu é formado por
folhas modificadas (os carpelos) que formam o estigma, estilete e ovário; e o
androceu é formado pelo filete e antera.

Pétala

Antera Estigma
Estame Carpelo
Estilete
Filete
Ovário

FIGURA 17. Desenho esquemático mostrando a flor Óvulo


de lírio cortada ao meio para mostrar as estruturas Sépala

que compõem as flores de maneira geral.

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Gineceu: Do gregogynaikeíon (“aposentos onde ficam


as mulheres”): de gyné (“mulher”), mais eion (sufixo
indicativo de “lugar”).
GLOSSÁRIO
Androceu: Do grego anér (“homem”), mais oikion
(“pequena casa”).

Carpelos: São folhas modificadas que formam uma


estrutura na qual ocorre o desenvolvimento da semente;
após a fecundação (encontro e fusão dos gametas
feminino e masculino), transformam-se em frutos.

Reconhecendo as estruturas de uma flor

Professor(a), para esta atividade os estudantes devem dispor de flores


grandes para melhor visualizar as estruturas. O ideal é que sejam lírios e
hibiscus (conhecidos popularmente como “graxeiras”, “graxas-de-estudantes”,
“vinagreiras”, “quiabos-azedos”, entre outras). Procure orientar o corte das
flores, assim como os desenhos que os estudantes farão. Devem ser separados
os materiais: folha de papel branco e estilete para o corte das partes da flor.

Você vai receber uma flor para que possa observar e separar as diversas partes
que a compõem e comparar o que está observando com o desenho da Figura 17.

Com o estilete, corte cuidadosamente a base da flor pela metade para


visualizar as estruturas descritas na Figura 17. Em uma folha de papel, faça
um desenho das estruturas que observou e indique com setas os seus nomes.
Você sentiu dificuldade em cortar a flor? E conseguiu observar as estruturas
indicadas na Figura 17?

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FIGURA 18. Flor de hibisco. FIGURA 19. Flor de lírio.


Fonte: Pixabay. Fonte: Pixabay.

Esse exercício tem por objetivo não apenas rever as informações, mas levar você
a relacionar os desenhos com as estruturas vivas. Isso estimula sua observação,
o cuidado na realização do trabalho e determinação, pois algumas vezes o corte
não é o correto sendo necessário refazê-lo para que possa realizar o desenho.

Plantas hermafroditas e plantas com sexos separados

Geralmente, as flores produzem os dois órgãos reprodutores na mesma flor,


como as do hibisco e do lírio. Por apresentar os dois órgãos reprodutores, são
classificadas como flores hermafroditas. Existem plantas que produzem ou
flores femininas ou flores masculinas, como o mamoeiro, que tem uma planta
feminina (pé de mamão fêmea) e outra masculina (pé de mamão macho). Veja a
Figura 20:

Pétala Estame Pétala Carpelo

Sépala Sépala

FIGURA 20. Desenhos esquemáticos mostrando, à esquerda,


uma flor masculina (que forma apenas o androceu), e à
direita, uma flor feminina (que forma apenas o gineceu).

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As gimnospermas

Esse grupo de plantas não produz flores, mas produz sementes, assim como
as angiospermas. As sementes estão agrupadas em uma estrutura conhecida
popularmente por pinha (a pinha feminina). As gimnospermas produzem dois
tipos de pinhas, que recebem o nome de estróbilo: o estróbilo masculino (que
produz grãos de pólen) e o estróbilo feminino (formado pelas sementes).

Os conhecidos pinhões consumidos de diferentes formas nos pratos típicos,


principalmente durante as Festas Juninas no Sul de nosso país, são as sementes
da Araucária do Paraná. Veja as Figuras 21 e 22.

FIGURA 21. Imagem das árvores de araucária e à direita detalhe dos ramos e das
folhas. Na parte de baixo, vê-se o estróbilo feminino cortado para visualizar os pinhões
(sementes da araucária) e à direita, temos um estróbilo feminino (mais largo) e um
estróbilo masculino (mais estreito) e sementes maduras, os pinhões já fecundados.

Pólen: Do Latim pollen, que significa “farinha fina,


pó do moinho”.

GLOSSÁRIO Hermafrodita: tem origem no grego hermaphroditos


que é a junção dos nomes de dois deuses: Hermes, o
deus do intelecto e da comunicação, e Afrodite, a deusa
da sensualidade e do amor. Atualmente, o vocábulo
é empregado para seres vivos que têm tanto órgãos
sexuais femininos como masculinos.

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Vista externa Corte longitudinal


Microsporófilos = folhas
modificadas que abrigam
os grãos de pólen

Escamas Microsporângios ou sacos polínicos


abrigam os grãos de pólen

FIGURA 22. À esquerda, desenho esquemático de uma pinha


feminina de gimnosperma vista por fora; à direita, vista da
mesma pinha cortada ao longo do maior eixo, mostrando
como as sementes se posicionam ao redor de um eixo central.

A origem do embrião

No interior das sementes, encontra-se o embrião da futura planta. Ele é


gerado pela união do gameta masculino (n cromossomos) com o feminino (n
cromossomos). O encontro do gameta masculino com o feminino é chamado de
fecundação, formando uma célula (geralmente denominada de célula-ovo) com
2n cromossomos, e essa célula dará origem ao embrião (2n).

A polinização

Para que ocorra o encontro dos gametas feminino e masculino nas


angiospermas e gimnospermas, é necessário que ocorra a polinização. Esses
dois grupos de plantas produzem em seus órgãos reprodutores masculinos uma
estrutura chamada de grãos de pólen. Dentro do grão de pólen, encontra-se o
gameta masculino. A transferência dos grãos de pólen até o estigma da flor das
angiospermas ou até a micrópila (uma pequena abertura na ponta da semente)
das sementes das gimnospermas é chamada de polinização.

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FIGURA 23 A. Desenho esquemático do


órgão reprodutor de uma angiosperma,
com detalhe do filete e da antera
Teca Antera (fechada à esquerda e aberta com
liberação dos grãos de pólen à direita.

Grão de pólen

Filete

FIGURA 23 B. Diferentes
tipos de grão de pólen.
Fonte: Shutterstock.

O grão de pólen, ao se fixar ao estigma da flor das angiospermas ou à micrópila


da semente da gimnospermas, começa a se desenvolver formando um tubo, o
tubo polínico. No interior do tubo polínico, encontra-se o gameta masculino. O
tubo polínico cresce até encontrar o gameta feminino, possibilitando ao gameta
masculino fecundar (=unir-se) o gameta feminino. Veja as figuras 24 e 25.

Carpelo

Grão de pólen

Estigma

Tubo
polínico

Estilete

FIGURA 24. Desenho esquemático mostrando o


crescimento do grão de pólen sobre o estigma da flor
Célula central de uma angiosperma. O grão de pólen se desenvolve
Óvulo formando um tubo, o tubo polínico, no interior do qual
Gameta
feminino encontra-se o gameta masculino (n cromossomos). O
tubo polínico cresce até alcançar o gameta feminino
Gametas
masculinos masculino (n cromossomos), possibilitando, deste modo,
que o gameta masculino fecunde (= se una) ao gameta
feminino e se forme um embrião (2n cromossomos).

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Araucária jovem
(esporofito) Grãos
de pólen
Desenvolvimento do tubo
polínico e a fecundação
do gameta masculino (n)
com o gameta feminino(n)

Semente
(pinhão) Gameta Tubo
Feminino (n) polínico

Germinação da
semente

Fecundação
FIGURA 25. Desenho esquemático Embrião
representando o desenvolvimento do tubo
(2n) Gameta
polínico sobre a abertura da semente e o Masculino (n)
encontro dos gametas masculino (n) e feminino
(n) formando o embrião (2n cromossomos)

Tipos de polinização

Existem diferentes formas de ocorrer a polinização. Nas angiospermas, a


polinização pode ser feita pelo vento, pela água e por animais. Existem diferentes
animais que realizam a polinização de bilhões de espécies de plantas ao redor
de todo o planeta, são eles: pássaros como os beija-flores, morcegos chamados
de nectarívoros e diversas espécies de insetos como borboletas, mariposas e
principalmente abelhas. Nas gimnospermas, a polinização é feita pelo vento.

Na Figura 26, você observa dois tipos de polinização das angiospermas: a


autopolinização, quando os gametas masculinos fecundam os gametas
femininos da mesma flor; e a polinização cruzada, quando o gameta masculino
de uma flor é levado para o estigma de outra flor.

Pólen Pólen

FIGURA 26. Na autopolinização, os grãos de


pólen da flor acabam se fixando ao estigma
da mesma flor; a maioria das espécies evita a
autopolinização. Na polinização cruzada, que é
o tipo mais frequente entre as angiospermas,
o grão de pólen de uma flor se desenvolve
Autopolinização Polinização cruzada sobre o estigma de flores de outra planta.

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< < 402

Após a formação do embrião (2n), ele se desenvolve formando a plântula (2n),


que você observou quando abriu as sementes. Assim que o embrião começa a
se desenvolver, o ovário também se desenvolve (na maioria das plantas), dando
origem ao fruto. Portanto, o fruto como do abacate, da manga ou do chuchu
originara-se do crescimento do ovário e tem a função de proteger, alimentar e
também dispersar o embrião para outros locais, pois os frutos são o alimento de
muitos animais e estes, ao comerem o fruto, ajudam a dispersar as sementes.

Nas gimnospermas, após a fecundação, a semente se desenvolve armazenando


nutrientes para o embrião. A parte que você come do pinhão são os nutrientes
que alimentam o embrião no início do seu desenvolvimento. As sementes de
Araucária são dispersas por diferentes animais. Os que mais contribuem para a
dispersão das sementes são a gralha-azul, o caxinguelê ou serelepe, o papagaio-
de-peito-roxo, a cutia, o rato do mato, o ouriço-cacheiro e a gralha-picaça

Nectarívoro: animal que obtém a energia e


necessidades nutricionais a partir de uma alimentação
que consiste principal ou exclusivamente do néctar,
GLOSSÁRIO uma mistura de substâncias açucaradas produzida por
um grande número de flores.

Esticador de Horizontes

ABELHAS E A POLINIZAÇÃO
Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A.)
Disponível em: <https://abelha.org.br/
abelhas-e-a-polinizacao>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

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< < 403

Outra forma de reprodução das plantas –


reprodução assexuada
Até o momento, você estudou a forma sexuada de reprodução das plantas
angiospermas e gimnospermas, ou seja, por meio das células sexuais (os
gametas). Nesse tipo de reprodução, é necessário a participação de estruturas
reprodutoras ou no mesmo indivíduo ou em indivíduos diferentes.

Mas as plantas, de modo geral, também se reproduzem por meio da reprodução


assexuada. Na reprodução assexuada, não há a formação de gametas: um
indivíduo sozinho produz os seus próprios descendentes.

Entre as formas mais comuns de reprodução assexuada que ocorrem na


natureza está a proliferação vegetativa (tem esse nome porque o caule,
ramos e folhas que fazem parte do corpo da planta compõem o chamado corpo
vegetativo ou o corpo da planta). Essas diferentes partes das plantas têm a
capacidade de formar raízes quando em contato direto com o solo e de dar
origem a um novo indivíduo. Esse tipo de reprodução assexuada é conhecido
popularmente por replicação por mudas. A grande maioria das plantas se
reproduzem dessa maneira.

Outra forma de reprodução assexuada é por meio do estolão ou estolho. O


caule de algumas plantas caem sobre o solo, mas mantêm-se unidos ao caule
principal; esse caule é chamado de estolão. O estolão cresce, forma raízes e uma
nova planta. É o caso da grama de jardim, do morango e da violeta.

Gemas Morangueiro

Estaca

Raiz Estolho

FIGURA 27. Reprodução assexuada por proliferação FIGURA 28. A reprodução assexuada por meio
vegetativa. Os ramos retirados da planta original enraízam do estolão ou estolho. Esse caule ao se estender
no solo e formam, cada um deles, uma nova planta. pelo solo cria raízes e forma uma nova planta.

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< < 404

O que é mais vantajoso: a reprodução assexuada


ou a sexuada?
Veja no quadro “Reprodução das plantas” as vantagens e desvantagens dos
tipos de reprodução que ocorrem nas plantas. Será que é mais vantajoso para
uma planta se reproduzir por meio de gametas ou por meio de estolões ou via
proliferação vegetativa?

Reprodução das plantas

Vantagens • Podem produzir plantas em diferentes períodos do ano.

• Produz indivíduos com 2n cromossomos, sendo esses


cromossomos idênticos ao da planta que lhes deu
origem. Caso ocorra um ataque de fungos e o conjunto
de genes que se encontram nos cromossomos não tiver
ASSEXUADA
a capacidade de dar resistência para a planta contra
Desvantagens
o fungo, elas podem morrer e a espécie desaparecer
desse local.
• As plantas “filhas” crescem perto da planta mãe
disputando entre si nutrientes, água e luz do Sol.
Apenas as mais fortes sobrevivem.

• Produz indivíduos com um conjunto de genes (que se


encontram nos cromossomos) diferente daquele das
plantas de origem, pois o gameta masculino com n
cromossomos é produzido por uma planta e fecunda o
gameta feminino com n cromossomos de outra planta.
Desta forma, a nova planta contém um conjunto de
SEXUADA 2n cromossomos, sendo n cromossomos do gameta
feminino e n cromossomos do gameta masculino. Esse
Vantagens conjunto 2n cromossomos é diferente daqueles das
plantas que cruzaram. Essa variação na combinação de
genes permite que apareçam novas características, por
exemplo, plantas mais resistentes ao ataque de fungos:
caso ocorra um ataque de fungos, as novas plantas
sobrevivem e as plantas que lhe deram origem podem
morrer, mas a espécie dessa planta continua existindo.

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< < 405

• As flores, as sementes e os frutos (no caso das


angiospermas) servem como atrativos para dispersar
as futuras plantas para outras áreas. Isso diminui a
Vantagens
competição entre a planta que deu origem e as
novas plantas, aumentando a chance de sobrevivência
SEXUADA
dos indivíduos.

• A geração de novas plantas está restrita à época em que


a planta produz as pinhas e sementes.
Desvantagens
• A planta gasta energia na forma de nutrientes e água
para produzir os órgãos reprodutores (flores ou pinhas).

Por que as angiospermas têm maior sucesso evolutivo


em relação às gimnospermas?

Professor(a), a pergunta “Por que as angiospermas têm maior sucesso evolutivo


em relação às gimnospermas?” tem por objetivo instigar os estudantes a
relacionarem o sucesso evolutivo das angiospermas à produção da flor, que
além de dar proteção para os órgãos reprodutores também atrai uma variedade
de polinizadores, aumentando a chance de fecundação dos gametas femininos.
Outro fator que amplia a vantagem evolutiva das angiospermas é o fato de
muitas plantas produzem frutos (que são o ovário da planta desenvolvido)
nutritivos que atraem diferentes animais que, após comerem o fruto, libertam
as sementes e estas podem germinar em diferentes locais, ampliando a área de
dispersão da espécie.

Ao longo da história evolutiva das plantas, observa-se que as plantas que


produzem sementes têm um número de espécies muito maior do que as que
não produzem sementes. E o número de espécies de plantas que produzem
flores sementes é muito maior que o das espécies que produzem estróbilos.

Isso demonstra que as angiospermas e gimnospermas que produzem embriões


dentro de sementes têm mais chances de sobreviverem que os das briófitas e
pteridófitas, pois sementes são dispersadas e germinam (se desenvolvem) em
diferentes solos com pouca ou menor quantidade de água. Esse fato é uma
vantagem sobre as espécies de plantas cujos embriões são desprotegidos e só
se desenvolvem em ambientes sombreados e úmidos. As sementes possibilitam
uma dispersão maior das espécies e ampliam as chances de sobrevivência.

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< < 406

Outra conclusão é que as angiospermas parecem ter maior sucesso evolutivo


que as gimnospermas, porque, atualmente, são encontradas nos mais diversos
ambientes terrestres e aquáticos de água doce, enquanto as gimnospermas são
encontradas apenas em ambientes terrestres mais frios.

Por que as angiospermas têm maior sucesso evolutivo em relação às


gimnospermas? Afinal:

• Os embriões das duas se encontram dentro de sementes que fornecem


proteção e nutrientes para eles, auxiliando os primeiros momentos de
desenvolvimento da planta;
• Os embriões desses dois grupos de plantas recebem genes
(cromossomos) de duas plantas diferentes que podem propiciar o
aparecimento de características mais vantajosas para a sobrevivência
da espécie.

Considerando o que estudou até o momento e os dois pontos apontados


anteriormente, marque com um X as frases que apresentam fatos que
você considera responsáveis pelo maior sucesso das angiospermas em
relação às gimnospermas.

( X ) Os frutos são estruturas que atraem diferentes espécies de animais que


ajudam na dispersão das sementes.

( ) As sementes servem de alimento para diferentes animais.

( X ) A polinização das angiospermas é realizada por uma variedade maior


de agentes de polinização.

( X ) As flores atraem um número diversificado de polinizadores.

O que aprendemos
Coloque V para verdadeiro e F para falso em frente a cada uma das frases
a seguir.

( F ) As briófitas possuem estruturas de sustentação do corpo muito


desenvolvidas, o que possibilita alcançarem grandes tamanhos.

( F ) Há dois tipos de reprodução nas plantas: a assexuada e a sexuada;


ambas dependem de gametas para que a reprodução ocorra.

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< < 407

( V ) As pteridófitas não possuem estruturas que impedem a perda da água


do corpo para o ambiente (chamada de transpiração), o que impede que
vivam em qualquer ambiente, sobrevivendo apenas em ambientes úmidos
ou muito úmidos.

( V ) As plantas que produzem sementes têm maior chances de


sobreviverem em ambientes mais secos.

( V ) A reprodução das briófitas depende necessariamente de água para


ocorrer.

( F ) A reprodução das pteridófitas não depende mais da água para


se reproduzirem.

( V ) Dependendo das condições de umidade, as briófitas podem se


desenvolver.

( V ) Na reprodução assexuada, não há a participação de gametas.

( F ) As angiospermas e pteridófitas possuem tecidos de sustentação mais


rígidos, o que permite que alcancem grandes alturas.

( V ) As gimnospermas possuem estruturas que as protegem da perda de


água por transpiração como a casca dos troncos.

( V ) As briófitas não possuem um sistema de vasos que transportam água e


nutrientes dentro da planta.

( V ) Órgãos reprodutores que produzem os gametas masculinos e femininos


são mantidos em determinados locais das plantas angiospermas e
gimnospermas.

( V ) Os gametas das gimnospermas não necessitam da água para se


encontrarem; na grande maioria das espécies, a polinização é feita pelo vento.

( V ) A semente é uma estrutura que possibilita a sobrevivência do embrião,


protegendo-o de condições ambientais adversas.

( F ) As plantas que se reproduzem por meio de estolões produzem plantas


diferentes da planta na qual o estolão está unido.

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< < 408

SEQUÊNCIA 19.
O processo de
reprodução dos
animais e os
mecanismos de
divisão celular

HABILIDADES

(EF08CI07)
Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas e animais em relação
aos mecanismos adaptativos e evolutivos.

(EF09CI08)
Associar os gametas à transmissão das características hereditárias,
estabelecendo relações entre ancestrais e descendentes.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Os processos reprodutivos dos animais;


• Os processos de mitose e meiose.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Identificar e diferenciar as principais características da reprodução


assexuada da reprodução sexuada nos animais;
• Analisar as principais vantagens evolutivas da reprodução sexuada em
relação à assexuada;

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< < 409

• Diferenciar os tipos de reprodução assexuada a partir de esquemas


e ilustrações;
• Identificar o papel dos gametas e dos cromossomos na hereditariedade;
• Interpretar esquemas e desenhos que representam os níveis de organização
da célula ao gene.

Começo de conversa
No estudo sobre a reprodução das plantas, você pode perceber a variedade de
plantas e a relação entre o ambiente e o processo de reprodução das plantas.
E no caso dos animais? Será que o ambiente em que cada espécie vive também
influencia na reprodução? Será que existe reprodução assexuada também
em animais? Você sabe as diferenças entre a reprodução das plantas e a dos
animais? Com o estudo desta Sequência, você poderá comparar diferentes
processos reprodutivos em plantas e animais em relação aos mecanismos
adaptativos e evolutivos.

O que vamos aprender aqui


Professor(a), inicie a Sequência retomando alguns conceitos aprendidos na
Sequência anterior sobre a reprodução das plantas. Faça uma introdução ao
assunto, provocando uma comparação entre as características das plantas e
dos animais.

O processo de reprodução dos animais envolve uma variedade de maneiras


para gerar novos indivíduos. Por exemplo: como os sexos diferentes (fêmea e
macho) se atraem; a forma como os embriões podem se desenvolver (seja por
meio de um ovo ou no interior do corpo da fêmea); o tipo de ovo e o local onde
são postos no ambiente (aquático ou terrestre); o número de ovos que são
produzidos em cada período reprodutivo; e a presença ou não de cuidados dos
pais com os ovos e/ou filhotes.

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< < 410

Como você pode observar, são vários aspectos da reprodução dos animais que
você vai estudar nesta Sequência.

ATIVIDADE  1: REPRODUÇÃO NOS ANIMAIS

Da mesma forma que as plantas, os animais invertebrados e vertebrados ocupam


diferentes ambientes do planeta. A distribuição desse grupo de seres vivos é o
resultado de milhões de anos desde o aparecimento dos primeiros animais, seres
pluricelulares e eucariontes, por volta de 600 milhões de anos atrás.

FIGURA 1. Fotografia de um recife


de coral mostrando diversidade de
espécies presentes neste ecossistema.
Fonte: Shutterstock.

FIGURA 2. Paisagem de
ambiente terrestre frio, com pinguins
imperadores no continente Antártico.
Fonte: Pixabay.

FIGURA 3. Região semidesértica da


América do Sul, onde vivem diferentes
animais mamíferos como a alpaca.
Fonte: Pixabay.

FIGURA 4. Peixes que vivem em pequenos


rios (igarapés) na Amazônia. Os peixes são
os animais vertebrados com o maior número
de espécies (25.000 aproximadamente).
Fonte: Shutterstock.

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< < 411

As imagens das Figuras 1 e 4 mostram a diversidade de ambientes aquáticos


com diferentes condições ambientais de salinidade, temperatura e correnteza da
água, entre outras coisas. E as Figuras 2 e 3 mostram dois ambientes terrestres
que apresentam diferentes variações de temperatura, umidade, luminosidade ao
longo do ano e o crescimento ou não de plantas.

As diferentes condições ambientais de cada um desses ecossistemas interferem


na sobrevivência apenas dos organismos vivos que possuem estruturas
(chamadas de adaptações) que permitem a sobrevivência das diferentes
espécies nos ecossistemas.

Antes de seguir, vamos a alguns questionamentos que deverão ser respondidos


no decorrer do nosso estudo:

• Será que os processos de reprodução dos animais também apresentam


adaptações relacionadas ao ambiente aquático ou terrestre?
• Será que os animais também se reproduzem assexuadamente como as
plantas?
• Como é a fecundação (encontro e união dos gametas feminino e
masculino) nesses dois ambientes?
• Como é o desenvolvimento dos embriões?

Registre suas impressões. Ao final, retomaremos essas questões.

Resposta pessoal.

Professor(a), na questão anterior os estudantes tiveram a oportunidade de


pensar livremente sobre a reprodução animal. Convide a turma para assistir a
uma videoaula e chame a atenção do grupo sobre a importância dos diferentes
tipos de reprodução para a variabilidade genética criando perguntas disparadoras
que ajudem na compreensão do que vão assistir.

Vamos conhecer alguns aspectos da reprodução dos animais e relacioná-


los com o ambiente e hábitos de vida de alguns grupos de animais para
compreender se existe alguma associação entre eles e o processo de
reprodução, mas antes vamos refletir sobre algumas questões?

Sermos diferentes uns dos outros é bom? Por quê? E se fossemos todos iguais?
Reflita sobre a pergunta e se reúna com mais dois colegas para assistir ao
trecho do vídeo “Reprodução dos seres vivos – Ciências – 8º ano – Ensino
Fundamental” e responder:

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< < 412

REPRODUÇÃO DOS SERES VIVOS – CIÊNCIAS – 8º ANO –


ENSINO FUNDAMENTAL
Canal Futura
Duração: 13’21”
Disponível em: <https://youtu.be/xQ9wchie9Pc>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

Vimos que a principal importância da variabilidade genética é que através dela


ocorre a evolução e adaptação dos organismos ao ambiente, o que contribui
para a persistência evolutiva das espécies. E quais são as vantagens de produzir
indivíduos geneticamente iguais entre si?

Dessa forma, vários indivíduos são gerados de modo rápido e podem colonizar
o ambiente onde se encontram. Por exemplo, as esponjas e as planárias
se reproduzem assexuadamente só quando as condições ambientais são
favoráveis para o crescimento de novos indivíduos no mesmo local. Essas
condições ambientais são a estabilização das variações de temperatura
e suprimento de nutrientes disponíveis para alimentar maior número de
indivíduos. Além disso, não há gasto de energia produzindo células sexuais.

Como os animais se reproduzem?

Da mesma forma que as plantas, os animais podem se reproduzir


sexuadamente ou assexuadamente.

Reprodução assexuada

Esse tipo de reprodução ocorre com mais frequência nas esponjas, em algumas
espécies de cnidários e em algumas espécies de platelmintos, como a planária
de água doce. A reprodução assexuada geralmente se dá por brotamento,
bipartição do corpo ou por fragmentação do corpo ou regeneração. Veja as
figuras ilustrativas de cada caso e as explicações associadas a cada um deles nas
legendas das figuras.

Reprodução assexuada por brotamento

A imagem a seguir (Figura 5) mostram a reprodução assexuada por brotamento


nas esponjas. O broto se forma de uma expansão do corpo da esponja, cresce e
forma uma nova esponja que pode se separar do corpo de origem.

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< < 413

Esponja Indivíduos unidos Indivíduos isolados

Broto

FIGURA 5. Exemplos de reprodução


assexuada por brotamento nas esponjas.

Outro exemplo de reprodução assexuada por brotamento é de uma das


espécies de cnidário, a hidra, que vive em água doce (Figura 6). Na imagem A,
uma hidra que mede entre 1 e 2 centímetros de comprimento apresenta três
brotos mais desenvolvidos e um quarto em início de formação. Os brotos se
formam pela expansão da parede do corpo do animal dando origem a uma
nova hidra. Após alcançar determinado tamanho, os brotos se soltam do corpo
que lhes deu origem, se fixam no substrato e passam a ter vida própria. Na
imagem B, o passo a passo do processo de brotamento de uma hidra.

Imagem A

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Imagem B

FIGURA 6. Reprodução assexuada


por brotamento de uma hidra.

Reprodução por fragmentação ou bipartição

Professor(a), existem alguns vídeos que ajudam a compreender o processo


de partição ou fragmentação das planárias. Você pode iniciar a explicação
apresentando o vídeo para promover a curiosidade dos estudantes.

PLANARIA REGENERATION TIME-LAPSE


Sci- Inspi
Duração: 4’27”
Disponível em: <https://youtu.be/hTC1eNTBXvE>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

Reprodução por fragmentação ou bipartição ocorre nas esponjas e em espécies


de platelmintos como a planária, um pequeno animal que vive em locais
sombreados de lagoas e riachos de água mais paradas.

Partes do corpo das esponjas podem se desprender pela ação de correntes


marinhas fortes, ou por animais que se alimentam delas, principalmente
tartarugas-marinhas, ouriços-do mar, peixes, moluscos, caranguejos, estrelas-
do-mar e poliquetas. Cada parte que se desprende se fixa no substrato e forma
uma nova esponja.

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< < 415

No caso dos platelmintos, como as planárias, o animal cresce e em determinado


momento contrai o corpo, separando a cabeça da cauda. Cada uma dessas
partes do corpo regenera a porção que falta dando origem a dois indivíduos.
Assim como as esponjas, esses animais também apresentam uma incrível
capacidade de regeneração.

FIGURA 7. Desenho ilustrativo do


processo assexuado de bipartição e
regeneração de uma planária.

Outro exemplo de regeneração do corpo é o das estrelas-do-mar. Esses animais


possuem um disco central no qual se fixam seus braços. Os predadores naturais
das estrelas-do-mar, peixes e caranguejos quebram o corpo desses animais e as
partes não comidas podem se regenerar, como você pode ver na Figura 8:

FIGURA 8. Estrela-do-mar
com braço em regeneração.
Fonte: Banco de imagens
Cifonauta | Alvaro E. Migotto.

O corpo dos seres eucariontes pluricelulares são formados por células com
2n cromossomos, as chamadas células somáticas. Desta forma, a reprodução
assexuada por brotamento, fragmentação ou regeneração do corpo gera
indivíduos com os mesmos cromossomos e genes do organismo que lhes
deu origem.

Reprodução sexuada

É a mais comum entre os animais atuais, e deve haver a participação de dois


indivíduos. Os organismos têm aparelhos reprodutores e as gônadas, que
são os órgãos que dão origem às células sexuais. As esponjas e cnidários
desenvolvem apenas as gônadas (masculina e feminina). As gônadas

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masculinas (chamadas de testículos) produzem os gametas masculinos (os


espermatozóides) e a gônada feminina (chamada de ovário) produz os gametas
femininos (chamados de óvulos).

A forma dos testículos e dos ovários nos animais invertebrados e vertebrados


varia pouco, e esses órgãos ficam alojados e protegidos dentro da cavidade do
corpo na grande maioria dos animais.

Existem animais que têm os dois sistemas reprodutores (o feminino e o


masculino), portanto, são hermafroditas. Isso ocorre naturalmente em
muitas espécies de animais invertebrados, como as planárias, as minhocas,
as sanguessugas, o caracol-de-jardim, os mariscos e as estrelas-do-mar. O
hermafroditismo também ocorre em algumas espécies de peixes, de lagartos,
de anfíbios e raros casos conhecidos em mamíferos (leões, cachorros e
seres humanos).

O processo de reprodução sexuada ocorre independente de os animais


terem sexos separados ou serem hermafroditas. Nessa reprodução ocorre a
fecundação, que é a união do gameta feminino e do gameta masculino.

A função da reprodução sexuada é garantir a formação de um novo indivíduo


que tenha em seus cromossomos genes oriundo de indivíduos diferentes (o
macho e a fêmea), garantindo uma variação nos tipos de genes que se chama
variabilidade gênica.

Por meio da fecundação do óvulo pelo espermatozoide forma-se uma


célula chamada de célula-ovo ou zigoto, com 2n cromossomos, com uma
variabilidade de genes maior que a presente em cada um dos pais.

Observe na Figura 9 que os gametas feminino e masculino contém, cada


um, um número n de cromossomos que, ao se reunirem pela fecundação,
restabelecem o número 2n de cromossomos do novo indivíduo.

FIGURA 9. Gametas com n cromossomos,


masculino e feminino, da fecundação e Zigoto
2n
da formação da célula 2n cromossomos,
chamada de zigoto.

n
Espermatozoide
n
Fecundação

Gametas

Óvulo
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Você se lembra da pergunta inicial? Qual é a relação entre reprodução e o


ambiente em que os animais vivem? Nos animais, assim como nas plantas,
a vantagem de produzir indivíduos com conjuntos gênicos variáveis (novos
organismos com metade dos genes que se encontravam nos cromossomos do
macho e metade dos genes que se encontravam nos cromossomos da fêmea) é
aumentar a chance de sobrevivência da espécie, caso as condições ambientais
se alterem. Os indivíduos que possuam características que permitam viver sob
novas condições são os que sobreviverão garantindo a continuidade da espécie.

Tipos de fecundação

Existem dois tipos de fecundação nos animais.

• Fecundação externa: o encontro e união dos gametas é feito no


ambiente aquático, fora do corpo dos progenitores (pais, ou macho
e fêmea).
• Fecundação interna: o encontro e união dos gametas é feito dentro do
corpo da fêmea, por meio da cópula, ou acasalamento.

A fecundação externa ocorre em esponjas, cnidários, nemertinos, alguns


moluscos, equinodermos, peixes, anfíbios. Observe que todos esses animais
são aquáticos. Na fecundação externa, os gametas masculino e feminino são
expelidos do corpo do macho e da fêmea, e o encontro deles é na água, onde
ocorre a fecundação com a formação de um zigoto.

A fecundação interna ocorre tanto em organismos hermafroditas, como com


sexos separados. Os animais que apresentam esse tipo de fecundação vivem
tanto na água como no ambiente terrestre, e os gametas não necessitam
da água para que ocorra a fecundação. Esse tipo de fecundação ocorre em
platelmintos, nematódeos parasitas, em grande número de moluscos, nos
crustáceos, nos insetos, no grupo de peixes dos tubarões e raias e em algumas
espécie de peixes, nos répteis, nas aves e nos mamíferos.

Na Figura 10, temos o mecanismo de acasalamento (a cópula) das planárias, que


são hermafroditas. Os espermatozoides de cada um dos indivíduos fertilizam
os óvulos do outro. Após a fecundação, os zigotos são colocados dentro de um
casulo que é fixado no substrato (solo e folhagens submersas). Os zigotos se
desenvolvem formando planárias que saem do casulo.

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Postura de acasalamento

Planárias
jovens

Cápsula
FIGURA 10. Mecanismo de acasalamento
Reprodução sexuada das planárias, que são hermafroditas.

Os animais que têm fecundação interna produzem um número muito menor


de gametas quando comparados com os produzidos pelos animais com
fecundação externa.

A cópula garante a fecundação dos gametas no interior do corpo dos indivíduos,


o que aumenta as chances do desenvolvimento do zigoto.

Esticador de Horizontes

ANIMAIS HERMAFRODITAS: CONFIRA O SIGNIFICADO E


QUEM SÃO!
Guia Animal
Disponível em: <https://guiaanimal.net/articles/794>.
Acesso em: 03 ago. 2022.

Os ovos dos animais

Os zigotos dos animais invertebrados e vertebrados aquáticos, assim como o


dos vermes parasitas – como os nematódeos (lombriga) e os platelmintos (as
tênias chamadas de solitárias) – se desenvolvem dentro de ovos gelatinosos.
Esse tipo de ovo protege o zigoto de choques mecânicos, mas não impede o
ressecamento. Esse tipo de ovo é adequado para o ambiente aquático ou o
interior de algum animal (no caso dos parasitas).

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Os zigotos dos animais terrestres se desenvolvem no interior de ovos com casca


rígida, que protege o embrião de choques mecânicos e também impede a perda
de água para o ambiente. Muitos invertebrados terrestres produzem ovos com
casca rígida, como os insetos. Já os ovos dos vertebrados terrestres, como dos
répteis e aves, são estruturas complexas, revestidas com uma casca calcária.

Desenvolvimento direto e indireto do zigoto

O desenvolvimento do zigoto pode ser direto, isto é, o zigoto forma um indivíduo


idêntico ao adultos, sem passar por nenhuma etapa intermediária, como larvas.

Outra forma de desenvolvimento dos zigotos é a indireta, quando o ovo


desenvolve uma forma intermediária (a larva), e esta se transforma em um
indivíduo semelhante ao adulto. Na grande maioria dos animais invertebrados,
o zigoto passa pela forma larval, assim como na maioria dos peixes e anfíbios.
Veja as Figuras 11 e 12, que mostram o desenvolvimento indireto de um
invertebrado (a borboleta) e um vertebrado (o sapo).

A Figura 11A mostra os ovos e pequenas lagartas de borboleta sobre uma folha.
Já na Figura 11B, temos um desenho ilustrativo das fases do desenvolvimento
das borboletas, e nela vemos que do ovo nasce uma lagarta que cresce e forma
um casulo (a pupa), no interior do qual termina seu desenvolvimento dando
origem à borboleta.

FIGURA 11A. Lagartas


e ovos de borboleta.
Fonte: Andy Potter via
Wikimedia Commons.

1 Ovos 2 Lagarta 3 Pupa 4 Borboleta

FIGURA 11B. Desenvolvimento indireto de uma


borboleta, um invertebrado terrestre.
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Na ilustração a seguir (Figura 12), veja o desenvolvimento indireto do zigoto dos


anfíbios. O zigoto se desenvolve em uma larva chamada girino, que se alimenta
de plantas aquáticas, se desenvolve e se transforma em um jovem sapo
enquanto cresce.

Ovos
Embriões

Sapo adulto

Girinos

Membros Membros
posteriores anteriores
aparecem aparecem

Vive com o alimento


estocado na cauda
FIGURA 12. Desenvolvimento
indireto do zigoto dos anfíbios.

Tipos de desenvolvimento dos embriões dos vertebrados

Os embriões dos animais vertebrados podem se desenvolver fora ou dentro do


corpo, geralmente, da fêmea (uma exceção é a dos cavalos-marinhos). Os ovos
fecundados são colocados dentro de bolsas do corpo do macho e permanecem
ali até os ovos eclodirem.

Os animais cujos ovos se desenvolvem fora do corpo da fêmea são chamados


de ovíparos. Os ovos dos ovíparos podem ser gelatinosos, de peixes e anfíbios,
ou com casca calcárea, de répteis e aves. Apesar das tartarugas, jacarés,
crocodilos e algumas cobras viverem no ambiente aquático, todos eles colocam
seus ovos em ninhos no ambiente terrestre.

Outros embriões de vertebrados se desenvolvem dentro do corpo da fêmea,


sendo alimentados e protegidos por ela. Esses animais são classificados como
animais vivíparos. É o caso dos mamíferos e, por incrível que pareça, de
algumas espécies de grandes tubarões.

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Existe um terceiro tipo de animais que se reproduzem por meio de ovos,


chamados de ovovivíparos. É o caso de ovos que, em vez de serem colocados
no ambiente, são mantidos dentro do corpo da fêmea. No entanto, diferente
dos vivíparos, o embrião se desenvolve totalmente às custas das reservas
nutritivas da gema do ovo, e quando eclode permanece dentro, e é o aparelho
reprodutor que fornece abrigo e proteção contra predadores até estarem
totalmente desenvolvidos. É o caso de algumas espécies de serpentes, peixes e
algumas espécies de tubarões e arraias.

ATIVIDADE 2: MITOSE E MEIOSE, DOIS PROCESSOS DE


DIVISÃO CELULAR QUE GARANTEM A VIDA
O fato de uma pessoa nascer pequena e crescer ao longo da vida se dá porque
o corpo produz continuamente novas células de todos os tecidos que compõem
os órgãos do corpo. Os animais, em determinado momento do seu crescimento,
passam a produzir células diferentes de todas as que normalmente produzem.
São as células sexuais ou gametas. A esse processo damos o nome de
amadurecimento sexual do corpo.

A menor ou maior variabilidade genética estão associadas, respectivamente, à


reprodução assexuada e à sexuada.

Os processos de divisão celular

O processo de crescimento e restauração dos tecidos dos seres vivos está


associado ao processo de divisão celular chamado de mitose. E o processo de
formação de células sexuais (os gametas) é chamado de meiose.

O processo de mitose

As células somáticas têm um número de cromossomos indicado como 2n .


Essas células crescem e se dividem continuamente, de tal modo que uma célula
2n cromossomos dará origem a duas células 2n cromossomos.

Mas como isso é possível?

No desenho esquemático de uma célula animal genérica (Figura 13), observe


suas diferentes organelas e seu núcleo. Dentro do núcleo encontram-se as
moléculas de DNA semelhantes a fios bem fininhos. Cada molécula de DNA,
junto com moléculas de proteína, formam um cromossomo.

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< < 422

Os cromossomos que possuem a mesma sequência de genes se reúnem em


pares e são chamados de cromossomos homólogos, que significa “aqueles
que são parecidos” ou que “possuem correspondência”. Os cromossomos
homólogos ficam separados entre si a maior parte do tempo.

Citosol

Lisossomo Complexo golgiense

Núcleo Centríolo

Nucléolo Retículo endoplasmático

Carioteca Membrana Plasmática

Cromossomos Mitocôndria

FIGURA 13. Desenho de uma célula


animal, no qual estão representadas
as diferentes organelas e o núcleo.

Um pouco antes de uma célula somática se dividir em duas novas células,


os cromossomos homólogos se aproximam e formam um par. Em seguida,
começam a se enrolar como uma mola. Com esse enrolamento, os
cromossomos homólogos diminuem de comprimento e têm uma região mais
condensada na parte central, chamada de centrômero (Figura 14A).

Cromátide
Cromátides
irmãs

Divisão do
Centrômero Duplicação centrômero

Cromossomo simples Cromossomos com Dois Cromossomos


(cromonema) duas cromátides idênticos

A B C
FIGURA 14. Desenhos mostrando apenas um cromossomo pertencente a um par de cromossomos
homólogos. (A) Centrômero. (B) Cada um dos cromossomos homólogo produz uma cópia de si mesmo,
ou seja, se duplicam e passam a ser chamados de cromátides que ficam unidas pelo centrômero. (C) As
cromátides, ao se separarem, formam, cada uma delas, um novo cromossomo que tem os mesmos genes.

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Na Figura 15 a seguir você tem um resumo do processo da mitose. Observe


que a célula que vai se dividir, chamada célula-mãe, irá formar duas células,
as células-filhas, com o mesmo número de cromossomos ou pares de
cromossomos homólogos.

FIGURA 15. Desenho ilustrativo


mostrando resumidamente o processo
de mitose no qual uma célula-mãe
com 2n=2 forma duas células-filhas,
A B C D cada uma delas com 2n = 2.

Na imagem A, estão representados um par de cromossomos homólogos em


vermelho e um par de cromossomos homólogos em azul. Isso significa que o
número total de cromossomos dessa célula é de 4 cromossomos (2n = 4).

Nessa mesma figura, estão representados apenas o núcleo e os cromossomos;


o restante da célula onde eles se encontram não é representado. Observe
na imagem B que os cromossomos de cada um dos pares de cromossomos
homólogos (um vermelho e outro azul) se duplicam, formando as cromátides.
Desta forma, dentro do núcleo da célula que vai se dividir, existem, agora,
oito cromátides.

Na imagem C, note que as cromátides se separam e formam dois pares de


cromossomos vermelhos e dois pares de cromossomos azuis. Quando o
núcleo se divide, um par de cromossomos vermelho e um par de cromossomos
azuis migram para dentro de um dos núcleos e o outro par de cromossomos
vermelhos e o outro par de cromossomos azuis migram para dentro do outro
núcleo em formação. No final da divisão da célula-mãe, formam-se duas células-
filhas (como vemos na imagem D), cada uma delas com 4 cromossomos (2n =
4): dois vermelhos e dois azuis, que têm o mesmo conjunto de genes da célula-
mãe, ou seja, sem variação genética.

O processo de meiose

Esse processo de divisão celular ocorre apenas quando o organismo alcança a


chamada maturidade sexual.

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< < 424

Existe uma forte interferência das condições ambientais que estimulam as


gônadas a produzirem ou não gametas. Veja dois exemplos (entre inúmeros) de
fatores ambientais que regulam a maturação das gônadas:

• Oferta de alimento: na falta de alimento, as gônadas dos indivíduos


adultos não produzem gametas; esse controle é feito por meio de
diversos mecanismos internos do corpo como os hormônios.
• Condições climáticas: muitas espécies de regiões com inverno rigoroso
geram filhotes apenas no início da primavera, o que garante alimento e
temperaturas amenas para a sobrevivência dos filhotes. Outro exemplo
é dos peixes brasileiros, que não estão sob a interferência de grande
variação de temperaturas, mas sim sob o estímulo da força da correnteza
dos rios. Na época da reprodução, os peixes nadam contra as correnteza
subindo os rios buscando lugares mais tranquilos, como remansos e
lagoas, para desovar. Se o rio é represado, a força da correnteza diminui
– o que interfere na maturação das gônadas que podem não produzir
ou diminuir muito o número de gametas, dificultando a produção de
novos indivíduos.

Considerando que as condições ambientais e a saúde dos indivíduos adultos


aptos a produzirem gametas sejam adequadas, as gônadas são estimuladas a
produzirem as células sexuais.

A característica das células sexuais (gametas) é que possuem n cromossomos,


metade dos cromossomos das células somáticas. Observe atentamente as
diferentes etapas da produção de células sexuais ilustradas pelos desenhos
da Figura 16.

Os desenhos representam apenas o núcleo das células e os cromossomos.


Não esqueça que essas estruturas se encontram dentro da célula que não está
representada nos esquemas.

Gametas

Célula-mãe dos
gametas

2n=4 2n = 4

FIGURA 16. Desenho ilustrativo


do processo de meiose pelo qual
8 cromátides
uma célula-mãe 2n cromossomos
n= 2
dará origem a quatro células n
A B C D cromossomos, os gametas.
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< < 425

Na etapa A dessa figura, você observa a célula que vai dar origem aos
gametas, à célula-mãe que possui 2n = 4 cromossomos, ou seja, ela tem
um par de cromossomos vermelhos e um par de cromossomos azuis,
portanto, 4 cromossomos.

Na etapa B, cada par de dos cromossomos (um vermelho e um azul) se duplica,


formando quatro cromátides vermelhas e quatro cromátides azuis, ou seja,
4n = 8 cromossomos.

Na etapa C, a célula e o núcleo se dividem. Um par de cromossomos vermelhos


e um par de cromossomos azuis migram para uma célula e o outros pares de
cromossomos vermelhos e azuis migram para a outra célula. Cada uma dessas
novas células possui o número 2n = 4 cromossomos.

Por fim, na etapa D, os cromossomos de cada par (vermelho e azul) se


duplicam formando quatro cromátides vermelhas e quatro cromátides azuis. As
células com 2n cromossomos se dividem e há a separação dos cromossomos
vermelhos e azuis entre si. Deste modo, apenas um cromossomo vermelho e
um cromossomo azul vão para cada uma das novas células que contêm
n = 2 cromossomos (um vermelho e outro azul), os gametas.

Quando o gameta feminino (n) é fecundado pelo gameta masculino (n), forma-
se a célula-ovo ou zigoto (2n), que terá um par de cromossomos vermelhos e
um par de cromossomos azuis restabelecendo o número de cromossomos 2n =
4 cromossomos.

O zigoto recebe, portanto, metade de seus cromossomos da mãe e a outra


metade do pai. Desta forma, ocorre maior variabilidade genética, uma
mistura de genes de dois indivíduos diferentes gerando um terceiro.

Mão na massa

Professor(a), a atividade será reproduzir o processo de mitose. Organize a


turma em grupos e providencie os materiais listados na atividade de forma que
atenda a todos os grupos formados. Corte os fios de lã de tamanho adequado
que caibam dentro do núcleo que os estudantes vão modelar. Informe que os
pedaços de lã representarão pares de cromossomos diferentes e o papel pardo
ou cartolina representará o núcleo da célula, e as tirinhas de cartolina que
colocarão as letras indicadas na Figura 17 representarão os genes.

Você e outros colegas vão formar um grupo e juntos irão produzir modelos
que simularão o processo de mitose. Para construírem esses modelos, vocês

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< < 426

devem utilizar o desenho esquemático do processo de divisão celular mitose


da Figura 15.

Materiais

• Tesouras.
• Novelos de lã grossa (o máximo possível), de três cores diferentes.
• Papel pardo ou cartolina.
• Tirinhas finas de cartolina que possam ser coladas sobre os fios, nas quais
devem ter letras maiúsculas ou minúsculas como indicado na Figura 19.
• Cola.

Procedimentos

Decidam o tamanho do núcleo que representará na etapa da mitose com


a folha de papel pardo ou a cartolina. Os pedaços de fios de lã com cores
diferentes representarão cromossomos e cromátides homólogos e as tirinhas
de cartolina representarão os genes.

Modelo de mitose

• Utilize fios de duas cores que representam os pares de cromossomos


homólogos.
• Fixe em cada fio de lã tirinhas de cartolina com letras como indicado na
Figura 17.

B b

A a

FIGURA 17. Representação de dois pares de cromossomos homólogos e a


posição das letras maiúsculas e minúsculas (que representam genes) que devem
ser coladas sobre cada um dos fios de lã (que representam cromossomos).

As letras maiúsculas indicam que o gene domina o funcionamento do gene


de letra minúscula. O gene A determina que o organismo será alto e o
gene a determina que o organismo será baixo. Como o gene A domina o
funcionamento do gene a, o organismo que tem o gene A será alto. O gene a só
consegue funcionar se estiver junto com outro gene a; deste modo, o organismo
será baixo. Essa regra se aplica aos genes B e b e C e c .

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< < 427

Os genes B e b estão em outro par de cromossomos homólogos e determinam


a forma da unha. O gene B determina que o organismo terá unhas largas e o
gene b determina que o organismo terá unhas estreitas. Para um organismo ter
unhas estreitas, ele precisa ter dois genes b.

Os genes C e c estão em outro par de cromossomos homólogos e determinam


a cor dos pelos. O gene C determina que o organismo terá pelos castanhos e o
gene c determina que o organismo terá pelos brancos. Para um organismo ter
pelos brancos, ele precisa ter dois genes b.

A colocação dos genes sobre os cromossomos vai ajudar você, ao final da


montagem dos modelos, a entender melhor a maior ou menor variabilidade
genética entre os pais e os filhos.

Sobre cada um dos fios, fixe (cole) uma etiqueta com letras maiúsculas e
minúsculas como indicado nos desenhos da Figura 20, semelhante ao que
fizeram na montagem das etapas da mitose. As etiquetas indicam um par de
genes homólogos responsáveis por alguma característica. As letras maiúsculas
indicam que esse gene é dominante sobre o gene de letra minúscula.

Construindo os modelos da mitose

Você e seus colegas vão montar modelos que representam as etapas da


mitose descritas a seguir e representadas na Figura 17.

Etapa 1: Os quatro cromossomos (dois de cada par de cromossomos


homólogos) devem estar desenrolados. Dependendo da linha de lã, desenrole
os fios, que ficarão mais finos e longos (um gene A e um gene a; um gene B e
um gene b).

Etapa 2: Os cromossomos homólogos (dois fios de uma cor e dois fios de outra)
se aproximam um do outro, se enrolam e se prendem pelo centrômero (Um
gene A e um gene a; um gene B e um gene b).

Etapa 3: Os cromossomos de cada um dos pares presos pelo centrômero se


duplicam formando as cromátides. Represente essa etapa com quatro fios de
uma cor presos por um centrômero e quatro fios de outra cor presos por outro
centrômero (dois genes A e dois genes a, dois genes B e dois genes b).

Etapa 4: As cromátides se separam e formam dois pares de cromossomos de


uma cor e dois pares de cromossomos da outra cor (dois genes A e dois genes a,
dois genes B e dois genes b).

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< < 428

Etapa 5: Um conjunto de cromossomos formado por um par de cromossomos


de cada uma das cores migra para dentro do núcleo de uma das duas novas
células, as células-filhas. O outro conjunto de cromossomos migra para dentro
do núcleo da outra célula-filha. Cada uma das células-filhas tem 4 cromossomos
(2n = 4) ou dois pares de cromossomos homólogos (dois genes A e dois genes a,
dois genes B e dois genes b).

O que aprendemos
Professor(a), a seguir, os estudantes terão três quadros nas quais deverão
identificar as vantagens e desvantagens das diferentes estratégias reprodutivas
(reprodução assexuada e reprodução sexuada), e associar os ambientes
aquático e terrestre aos tipos de fecundação (externa e interna), aos tipos de
ovos, ao desenvolvimento indireto ou direto, permitindo uma visão integrada
entre o tipo de ambiente e os processos de reprodução.

Faça de forma que, ao final, os estudantes compartilhem os conhecimentos


apreendidos até aqui, estimulando a socialização, e aproveite para verificar se
restaram dúvidas.

1. Marque com um X o ambiente, o tipo de reprodução e o tipo de ovos dos


principais animais invertebrados.

Ambiente Reprodução

Sexuada
Grupo animal
Aquático Terrestre Assexuada
Ovos Ovos com
gelatinosos casca rígida

Esponjas X X ---------------- --------------

Cnidários X X ---------------- --------------

Platelmintes X X X

Nemertineos X X X

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< < 429

Nematodas X X X

Insetos X X

Miriápodes X X

Aracnídeos X X

Crustáceos X X X

Anelídeos X X X

Moluscos X X X

Echinodermatas X X X

2. Marque com um X o ambiente onde vivem, o tipo de ovo e o tipo de


desenvolvimento do embrião nos animais vertebrados.

Ambiente Embrião

Sexuada

Grupo Em OVOVIVÍPAROS
OVÍPAROS
animal Em ovos ovos E VIVÍPAROS
Aquático Terrestre Desenvolvimento
gelatinosos com Desenvolvimento
do embrião em
casca do embrião
ovos fora do
dentro do corpo
corpo da fêmea
da fêmea

Peixes X X X X

Anfíbios X X X X

Répteis X X X X X

Aves X X X X

Mamíferos X X X

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3. Associe as palavras da coluna da esquerda numerada de 1 a 10 com uma ou


mais informações indicadas por letras na coluna da direita.

a) O filhote ao sair do ovo tem vida


1. Ovíparos
independente dos pais.

2. Ovos com casca dura, mas não


c) A maioria dos invertebrados.
calcária

3. Ovoviparidade d) Espécies de grandes tubarões.

4. Ovos de borboletas e) Invertebrados terrestres.

f) Eclode (sai do ovo) na forma de uma


5. Vivíparos
lagarta.

g) Gestação do filhote dentro do útero


6. Desenvolvimento direto
da mãe.

h) Eclode ( sai) do ovo na forma de uma


7. Ovos de anfíbios
larva.

8. Ovos de répteis e aves i) Mamíferos.

9. Ovos de peixes j) Ovos colocados na água.

k) Ovos de casca calcárea colocados em


10. Desenvolvimento indireto
ninhos, no ambiente terrestre.

Respostas: A – 1,5 e 6; B – 10; C – 3; D – 2 e 4; E – 4 e 10; F – 5; G – 7 e 10; H – 5 e


6; I – 7 e 9; J – 8.

Após esse estudo comparativo entre o tipo de reprodução, tipos de ovos e


desenvolvimento do embrião, e o ambiente onde os animais vivem, vamos
retomar as perguntas que foram feitas no início desta atividade.

a) Será que os processos de reprodução dos animais também apresentam


adaptações relacionadas ao ambiente aquático ou terrestre?

Resposta: Sim.

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b) Será que os animais também se reproduzem assexuadamente como


as plantas?

Resposta: Sim. Como vimos nesta Sequência, a reprodução assexuada por


brotamento nas esponjas e hidras e o processo assexuado de bipartição e
regeneração de uma planária, por exemplo.

c) Como é a fecundação (encontro e união dos gametas feminino e masculino)


nesses dois ambientes?

Resposta: No ambiente aquático, a fecundação ocorre, geralmente, fora do


corpo da fêmea (fecundação externa), e no ambiente terrestre, a fecundação
ocorre dentro do corpo da fêmea (fecundação interna).

d) Como é o desenvolvimento dos embriões?

Resposta: Pode ser indireto, com a formação de larvas, e pode ser direto, sem a
formação da fase larval.

Compare as respostas com as que você registrou no início da aula. Em seguida,


você, seus colegas e o(a) professor(a) poderão conversar sobre os resultados
que todos obtiveram nesses quadros e verificar o que aprenderam e se têm
dúvidas sobre os diferentes itens associados à reprodução.

Anotações

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SEQUÊNCIA 20.
A puberdade e a
sexualidade

HABILIDADES

(EF08CI08)
Analisar e explicar as transformações que ocorrem na puberdade, considerando
a atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso.

(EF08CI09)
Comparar o modo de ação e a eficácia dos diversos métodos contraceptivos
e justificar a necessidade de compartilhar a responsabilidade na escolha e
na utilização do método mais adequado à prevenção da gravidez precoce e
indesejada e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Sexualidade;
• Puberdade;
• Métodos contraceptivos;
• Infecções sexualmente transmissíveis;
• Gravidez na adolescência.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Identificar as principais transformações que ocorrem no organismo durante


a puberdade;
• Reconhecer o papel do sistema nervoso e dos hormônios sexuais nas
transformações que ocorrem na puberdade;
• Explicar a ação dos diferentes métodos contraceptivos na prevenção de
gravidez na adolescência e das ISTs (ODS 3);

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< < 433

• Identificar os mecanismos de transmissão, agentes causadores, sintomas e


prevenção das principais ISTs (ODS 3);
• Elaborar campanhas para prevenção de gravidez na adolescência e de
transmissão de ISTs (ODS 3);
• Reconhecer a importância de a responsabilidade da contracepção e da
prevenção ser compartilhada dentro dos relacionamentos (ODS 5);
• Explicar as diferentes dimensões da sexualidade humana, reconhecendo-as
em diferentes situações e contextos.

Professor(a), a chegada da adolescência marca um momento do


desenvolvimento humano de grande transformação física e mental que altera
de forma significativa as relações sociais que, até então, a criança estabelecia na
escola, com as amizades, com ela mesma e até mesmo na relação com outros
adultos dentro e fora do núcleo familiar. Essas mudanças fazem surgir novas
experiências, novos valores, bem como novas exigências pessoais e sociais. É
nesse período que se fortalece a identidade de gênero e a criança é preparada
para a próxima fase da vida – que coincide com as mudanças da puberdade.
Falar sobre essas mudanças corporais, sobre autoaceitação e diminuir as
pressões sobre padrões estéticos e comportamentais também ajuda a fortalecer
a saúde mental nesta faixa etária.

Os adolescentes passam a treinar seu papel sexual, sonhar com as pessoas


que são alvo do seu desejo e com o que lhe dá prazer, para que no futuro
possam usufruir da sua sexualidade de forma mais ampla e com a perspectiva
de envolvimento amoroso. Essas mudanças não são simples e assimiladas
de imediato. O adolescente pode criar uma espécie de fantasia e se perceber
mais forte ou mais maduro do que realmente é, dificultando o diálogo. O que
os adultos próximos precisam perceber é que ele não é mais uma criança, e
que não vai funcionar usar os mesmos modos de tratamento e resolução de
problemas que usava antes para lidar com ele.

Embora pareça que as curiosidades de teor sexual diminuem, na verdade elas


permanecem. Apenas estão controladas pelas regras sociais que as crianças
aprendem a cumprir. A manipulação e exploração genital estão presentes, mas
em ambientes de maior privacidade e longe dos olhares adultos. As dúvidas se
intensificam e o contato com a internet traz novos desafios para a educação
e a orientação necessária. É hora de falar sobre proteção no ambiente virtual,

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< < 434

transformações do corpo, consentimento, relação sexual, orientação sexual


e tantos outros temas desse grande conceito que é a sexualidade. Quando
não encontram um ambiente aberto para falar sobre isso, crianças buscam
solucionar suas curiosidades entre seus pares e na internet, onde estão sujeitos
a conteúdos inapropriados, esteriotipantes ou mesmo vulneráveis a aliciadores
e o contato precoce com a pornografia.

É nesta fase também que acontece o despertar do interesse afetivo-sexual


pelo outro e começam a ficar mais nítidas as identidades de gênero, a
orientação afetivo-sexual, as expressões das masculinidades etc. Segundo a
Unesco, meninos e meninas começam suas vidas sexuais, em média, aos 14
anos. A sensação de desejo, aliada à curiosidade e à oportunidade, pode dar
a falsa impressão de que o adolescente está pronto para ter a sua primeira
relação sexual. Entretanto, é fundamental que compreendam que ninguém é
apenas um corpo, cada um tem uma determinada vivência, valores, crenças
e expectativas. Por sua vez, o sexo não é só uma reação orgânica que
automaticamente leva ao prazer. Para que o sexo aconteça adequadamente,
o desejo não é suficiente. É necessário maturidade, capacidade de entrega e
responsabilidade sexual com o outro, como por exemplo o sexo seguro para a
prevenção de gravidez e IST/Aids.

Vamos trabalhar com essas reflexões e conteúdos nesta Sequência.

O que vamos aprender aqui


Você já ouviu falar em puberdade?

Ao longo da adolescência, período no qual ocorre a puberdade, transformações


funcionais acontecem no corpo e muitas conexões cerebrais se reorganizam,
aumentando o grau de associação de ideias e transformando a forma como o
adolescente vê o mundo, modificando os comportamentos dos indivíduos que
passam de infantis para comportamentos de adolescentes.

Alguns fatores influenciam essas transformações na puberdade, entre eles a


produção de hormônios denominados hormônios sexuais, a maturação do
corpo e a preparação para a possibilidade de reprodução da espécie.

Ao longo da adolescência, ocorre o reconhecimento da sexualidade, ou seja, a


escolha das preferências sexuais, que é um processo individual e que envolve
tanto questões biológicas, como socioculturais.

É sobre isso e muito mais que vamos refletir nesta Sequência de Atividades!

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< < 435

Começo de conversa
Assista o vídeo da série Crescer sem violência, do Canal Futura

QUE CORPO É ESSE? EPISÓDIO 3 - CORPO EM MUTAÇÃO


Childhood Brasil
Duração: 3’16”
Disponível em: <https://youtu.be/p48ruVfMOkI>.
Acesso em: 05 ago. 2022.

Professor(a), a partir do conteúdo do vídeo, desafie os estudantes a lembrarem


das mudanças que estão acontecendo nos corpos dos personagens com a
entrada na adolescência e na puberdade e vá anotando no quadro as falas dos
estudantes. Nomeie com os alunos essas transformações como “Características
sexuais secundárias” e chame a atenção do grupo para as características que
podem não estar presentes no vídeo mas que eles observam no desenvolvimento
deles e dos colegas. Peça que reflitam se as mudanças observadas no vídeo
aconteceram com eles, mas não peça relatos ou falas sobre o assunto de forma
pessoal, pois pode causar desconforto e exposição na frente do grupo. Para uma
conversa desse tipo, é necessário que se estabeleça um clima de confiança e
cumplicidade entre os estudantes e em relação ao professor.

As respostas esperadas são:

• crescimento de pelos no corpo: na região pubiana, nas axilas, no rosto,


pernas e braços;
• odor do suor mais intenso;
• crescimento de mamas;
• mudanças nos órgãos sexuais;
• aumento de peso;
• mudança no timbre de voz;
• aumento rápido da altura;
• e outras características que eles possam enumerar.

Para que não se crie ansiedade, expectativas ou julgamentos, é importante


frisar que cada ser é único e que essas mudanças não têm uma regra, ordem
ou um momento, ou uma idade certa para acontecer. O desenvolvimento e

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< < 436

amadurecimento do corpo humano acontece para cada um no seu tempo e


na sua hora!

Esticador de Horizontes

Para aprofundar os conhecimentos de puberdade e sexualidade


infanto-juvenil, o projeto Crescer sem violência reúne especialistas
para conversar com os personagens da série.

TAINÁ E CAUÃ PAPO COM GENTE GRANDE


Duração: 6’01”
Disponível em: <https://youtu.be/q9FmVgyq3Cg>.
Acesso em: 05 ago. 2022.

Em uma roda de conversa junto com seu(sua) professor(a), compartilhe com os


outros colegas as observações que seu grupo fez sobre o vídeo.

É preciso prestar atenção em uma coisa muito importante: nem todas as


transformações que você viu precisam ter se manifestado em você ou em
seus colegas. Isso porque essas transformações do corpo, as características
sexuais secundárias (porque aparecem depois do período chamado infantil,
quando aparecem as características sexuais primárias), estão associadas ao
aumento da produção de hormônios sexuais que é “comandada” pelo cérebro,
e ocorrem em momentos diferentes para cada indivíduo, geralmente entre os
10 e 15 anos de idade.

OS HORMÔNIOS E A PUBERDADE

Hormônios são substâncias produzidas em diferentes órgãos do corpo (os


órgãos endócrinos), e quando presentes em determinadas células, tecidos
ou órgãos, excitam ou estimulam a ocorrência de mudanças nesses locais. Os
hormônios funcionam como verdadeiros “mensageiros químicos” e são enviados
através do sistema circulatório às diferentes partes do organismo para que se
desencadeiem os processos de funcionamento específicos de cada órgão.

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< < 437

Órgãos endócrinos: São órgãos que produzem


os hormônios, que são responsáveis com o
sistema nervoso pelo funcionamento integrado
GLOSSÁRIO
de todos os sistemas de órgãos do corpo.

Os hormônios podem ser produzidos por células isoladas, por tecidos ou órgãos
específicos. Podem agir próximo ou distante do local onde foram produzidos.
Os neurotransmissores dos vertebrados (que agem nas sinapses do cérebro
e que você teve oportunidade de estudar na Sequência de Atividades 16
- Entendendo as Reações Químicas) são exemplos de hormônios (neuro-
hormônios) que agem próximos dos locais onde são produzidos.

Outros neuro-hormônios agem sobre órgãos distantes do cérebro. As


gonadotrofinas são exemplos de hormônios que agem à distância. Produzidas
pela glândula pituitária, conhecida como hipófise (ver Figura 1 B), uma
glândula que fica na base do cérebro. As substâncias produzidas, os hormônios,
“caem” na circulação e vão agir apenas nas gônadas, ou seja, nos testículos e
nos ovários.

Lobo frontal

Sulco central

Lobo parietal

Lobo occipital

Sulco lateral

Cerebelo
Hipotálamo (SNC)
FIGURA 1. Desenhos
Lobo temporal
representando o cérebro.
Cérebro

Hipófise
Cerebelo

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Lobo parietal
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< < 438
Lobo occipital

Sulco lateral

Cerebelo
Hipotálamo (SNC)
FIGURA 2. Desenho ilustrativo do cérebro
Lobo temporal
cortado ao meio mostrando a posição da
glândula pituitária e um detalhe dessa Cérebro
glândula e os hormônios que produz,
entre eles o hormônio luteinizante (LH) e
o hormônio folículo estimulante (FSH).

Hipófise
Cerebelo

Ocitocina

Antidiurético
Adenoipófise Neuroipófise

Somatotrofina

Prolactina FSH TSH ACTH


e LH

O papel dos hormônios sexuais é fundamental para determinar o início


da puberdade.

O período de maturação sexual em nossa espécie ocorre, atualmente, por


volta de 10 anos de idade nas meninas. No início do século 20, a puberdade
ocorria entre os 16 e 18 anos de idade e 2 a 3 anos mais tarde nos meninos.
Nessa fase, a glândula pituitária (hipófise), comandada por uma área do
cérebro (o hipotálamo), aumenta a produção dos hormônios sexuais,
chamados genericamente de gonadotrofinas. Esses hormônios são chamados
assim justamente porque eles agem nas gônadas masculinas e femininas,
estimulando-as a produzirem os seus próprios hormônios (Figura 2).

Gônadas: São os órgãos sexuais, ou seja, órgãos


responsáveis pela produção das células sexuais: os
óvulos produzidos nos ovários e os espermatozoides
GLOSSÁRIO produzidos nos testículos. As gônadas também produzem
determinados hormônios relacionados à maturação das
células sexuais e pela manutenção da gravidez.

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< < 439

As gonadotrofinas mais importantes produzidas na hipófise são os hormônios


luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH). Durante a puberdade, o
aumento do LH e do FSH sobre os testículos os estimula a produzirem
testosterona, o principal hormônio masculino, e sobre os ovários os estimula
a produzir estrógenos e a progesterona, os principais hormônios femininos. A
produção cada vez mais intensa desses hormônios (testosterona, nos homens,
e estrógenos e progesterona, nas mulheres) provoca as mudanças típicas da
puberdade, as chamadas características sexuais secundárias.

Nas meninas, a produção cada vez mais intensa dos hormônios femininos
pelas gônadas podem desencadear a primeira ovulação e menstruação (a
menarca). Além disso, também promove o alongamento dos ossos da bacia,
o desenvolvimento das mamas, o surgimento dos pelos do púbis e das axilas,
o aumento de peso e de altura e depósito de gordura e aumento das nádegas,
quadris e coxas.

Nos meninos, a produção de hormônios masculinos nas gônadas pode provocar o


aumento da massa muscular, o aumento dos testículos e do pênis, o surgimento
de pelos no púbis e axilas, o crescimento da barba, o engrossamento da voz, o
aumento de peso e estatura e o início da produção de espermatozoides.

A PRODUÇÃO E A LIBERAÇÃO DOS


GAMETAS MASCULINOS

Núcleo
Acrossoma contendo enzimas
Mitocôndria

FIGURA 3. Desenho esquemático mostrando as diferentes regiões de um


espermatozoide humano. As enzimas (são um tipo de proteína), que se encontram dentro
da cabeça do espermatozóide, são utilizadas para penetrar na membrana do óvulo e
possibilitar que o núcleo do espermatozóide fecunde o núcleo do óvulo. As mitocôndrias
fornecem energia para o batimento do flagelo, o que torna esse gameta móvel.
Fonte: Shutterstock.

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< < 440

Imagem A Canal Vesícula


deferente seminal Reto

Bexiga

Próstata

Ossos da pelve

Pênis

Corpo
cavernoso
do pênis

Corpo
esponjoso
do pênis Escroto Uretra

Epidídimo

Glande
Ânus

Testículo

Imagem B

Canal
deferente
Canalículos
Túbulos
eferentes
seminíferos
Cabeça do
Septos epidídimo

Lóbulos Corpo do
epidídimo

Cauda do
epidídimo

FIGURA 4. Desenhos ilustrativos do aparelho reprodutor masculino. (A) Detalhe


dos testículos, epidídimos, ductos deferentes, ducto ejaculatório, uretra, vesícula
seminal e próstata. (B) Detalhe do testiculo cortado para visualização da forma e
posição dos túbulos seminíferos, do epidídimo e do ducto ou canal deferente.
Fonte: Shutterstock.

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< < 441

Os gametas masculinos, os espermatozóides (Figura 3), são produzidos


dentro dos testículos, no interior de pequenos tubos chamados de túbulos
seminíferos, que se enrolam entre si. Os espermatozoides são enviados para
dentro dos epidídimos, que são dutos de maior diâmetro e que se situam sobre
cada um dos testículos. No interior dos epidídimos, os espermatozoides terminam
seu crescimento (amadurecimento) e tornam-se móveis. Veja a Figura 4B.

O desenho ilustrativo da Figura 4A mostra a posição e forma de cada uma das


estruturas do aparelho reprodutor masculino e possibilita reconhecer o trajeto
que os espermatozoides fazem dentro desse aparelho até o exterior.

Ao sair dos epidídimos, os espermatozóides se deslocam para os canais


deferentes que sobem pela cavidade abdominal e contornam a bexiga. Abaixo
da bexiga, os dois canais deferentes unem-se em um único tubo, o duto
ejaculatório, que desemboca na uretra. A uretra, por sua vez, comunica-se
com o exterior em sua abertura na extremidade do pênis (a glande).

O duto ejaculatório recebe secreções produzidas por duas glândulas: a vesícula


seminal e a próstata. Essas secreções, o líquido seminal e o prostático, têm a
função de manter os espermatozoides nutridos e ativos. O conjunto formado
pelos espermatozóides, pelo líquido seminal e prostático forma o esperma ou
sêmen, o líquido que o homem elimina no clímax da excitação sexual, quando
ocorre a ejaculação.

A bolsa escrotal e o pênis formam a genitália masculina externa. O pênis é


recoberto por pele normal, mas sua extremidade (a glande) é coberta por pele
mais fina e sensível. Uma dobra de pele (o prepúcio) é retrátil e, durante o ato
sexual, expõe a glande (Figura 4A).

A estimulação sexual masculina depende de variados e complexos estímulos


(visuais, táteis, entre outros). Basicamente, esses variados estímulos disparam
respostas do sistema nervoso autônomo que produzem o estado de
excitação sexual.

A ereção do pênis, por exemplo, é uma dessas respostas. Ela é provocada pela
dilatação dos vasos que levam sangue em grande quantidade para o pênis. Esse
processo faz com o que os três conjuntos de tecido esponjoso localizados ao
longo do pênis encham-se de sangue e sofram expansão, o que faz com que o
pênis aumente em comprimento e largura e torne-se duro e ereto.

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< < 442

A PRODUÇÃO E A LIBERAÇÃO DOS


GAMETAS FEMININOS

Monte pubiano

Clitóris

Pequenos lábios
Uretra
Grandes lábios
Abertura da vagina
Ânus

FIGURA 5. Desenho da
genitália feminina (vulva).
Fonte: Shutterstock.

Endométrio
Tuba uterina

Franjas das
Ovário
tubas uterinas
Útero

FIGURA 6. Desenho Colo Uterino Vagina


ilustrativo mostrando a Vulva
posição e o tamanho do
aparelho reprodutor feminino
em relação ao corpo.

As gônadas femininas (os ovários) estão localizadas à direita e à esquerda do


útero, no interior da cavidade pélvica. Cada ovário localiza-se muito próximo
das franjas das tubas uterinas. As tubas uterinas se abrem na região lateral
superior do útero.

A proximidade estreita entre os ovários e as tubas uterinas é muito


importante, pois, quando um óvulo (gameta feminino 2n) amadurece, é
liberado do ovário e deve ser captado pela franja da tuba uterina para
percorrer a tuba uterina até o útero.

O óvulo, diferente dos espermatozoides, não tem mobilidade própria: o


deslocamento do óvulo pelo trato genital feminino é garantido pelo movimento
dos cílios (projeções microscópicas da membrana plasmática das células que
revestem as paredes da tuba uterina).

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O CICLO MENSTRUAL

O ciclo menstrual, que compreende o período entre o primeiro dia da


menstruação e o primeiro dia da próxima menstruação, é regulado por
hormônios, principalmente pelas gonadotrofinas LH e FSH.

Esse ciclo é composto pelo processo da ovulação, isto é, a maturação


e a liberação do óvulo pelo ovário para dentro das tubas uterinas, e as
modificações que ocorrem no útero, preparando-o para acolher a célula-
ovo e efetivar uma gravidez. Mas, caso não ocorra a fecundação do óvulo,
esse é eliminado para o meio externo com parte da parede interna do útero (o
endométrio), o que caracteriza a menstruação.

Veja a representação do ciclo menstrual na Figura 7, quando não ocorre a


implantação da célula-ovo no endométrio, e a associação de cada etapa desse
ciclo às taxas de hormônios gonadotrópicos.

Pré-ovulatório Pós-ovulatório
Ovulação

Desenvolvimento folicular Ovo Corpo lúteo

regressão do
folículo
corpo lúteo
maduro
Ovulação

FSH
LH

estrógeno
progesterona
Endométrio

Dia 1 Dia 14 Dia 28


Ovulação

Menstruação Fase proliferativa Período secretor

(fase degenerativa) (pós-menstrual) (pré-menstrual)

FIGURA 7. Representação dos níveis de hormônios


associados às transformações da parede do útero e da
maturação do óvulo ao longo de um ciclo menstrual.

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Repare na imagem da Figura 7 que, conforme aumenta a produção do FSH


e do LH, na hipófise, o óvulo (no ovário) vai gradativamente amadurecendo.
Repare também que, por volta do 14º dia, quando a produção de LH está no
máximo, ocorre a liberação do óvulo (ovulação), ao mesmo tempo em que
aumenta a produção dos hormônios ovarianos (o estrogênio e a progesterona).
Esse aumento é fundamental, pois são esses hormônios que estimulam
o crescimento do tecido que reveste internamente a parede do útero
(endométrio), no qual o ovo ou zigoto deverá se implantar em caso de gravidez.

Além disso, os níveis altos desses hormônios servem de sinal à hipófise para
inibir a liberação de mais gonadotrofinas e evitar, assim, que um novo ciclo de
ovulação se inicie antes que o ciclo em curso termine.

Caso não haja fecundação e não haja implantação de um zigoto na parede do


útero, a produção de progesterona no ovário diminui acentuadamente por volta
do 28º dia do ciclo. Com isso, a parede do útero (endométrio) descama e dá
origem à menstruação.

A diminuição da progesterona, por sua vez, servirá de alerta para a pituitária


(hipófise) de que um ciclo terminou e de que outro poderá, portanto, ser
iniciado. Caso haja gravidez, no entanto, a implantação do zigoto na parede
do útero provocará a produção de um outro hormônio – a gonadotrofina
coriônica humana (HCG). Essa gonadotrofina, semelhante em estrutura ao LH,
atuará de forma a manter a produção de progesterona e estrógenos no ovário,
o que servirá de sinal para a pituitária da ocorrência de gravidez.

Durante a gravidez, portanto, não se iniciam novos ciclos ovarianos ou


novas ovulações. Um mecanismo hormonal semelhante a esse explica o
funcionamento das pílulas anticoncepcionais: elas contêm hormônios sintéticos
semelhantes ao estrógeno e a progesterona e provocam a suspensão do ciclo
ovariano (ou da ovulação) no organismo feminino.

A FECUNDAÇÃO DO ÓVULO

Durante o ato sexual, os espermatozoides são ejaculados no interior da


vagina e nadam ativamente, movimentando suas caudas ou flagelos em
direção ao útero. Em seu deslocamento, eles são auxiliados também por
contrações rítmicas da parede da vagina que ocorrem durante a relação sexual.
Atravessando a cavidade do útero, os espermatozóides continuam o seu
percurso em direção às tubas uterinas, onde poderão encontrar o óvulo (caso o
ato sexual tenha ocorrido em período próximo ao processo de ovulação).

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A fecundação do óvulo por um espermatozóide ocorre, em geral, na porção


superior da tuba uterina (Figura 8). Com a fecundação do óvulo, a célula-ovo ou
zigoto é formada. Assim que formada, a célula-ovo começa a se dividir e forma
o embrião; as primeiras divisões celulares do embrião ocorrem dentro da tuba
uterina. O embrião em desenvolvimento é deslocado para dentro do útero,
onde poderá se fixar e se implantar nos tecidos que revestem internamente
o útero, o endométrio. A implantação do embrião na parede do útero
desencadeia a formação da placenta, estrutura que será a responsável por
realizar as trocas (de nutrientes e excretas) entre o sangue materno e o do feto.

Divisão do zigoto

Estágio de Estágio de
duas células quatro células
Zigoto Estágio de
oito células

Núcleo do ovo
Núcleo do esperma Dia 3
Dia 4 Mórula
Dia 2

Dia 5
Dia 1

Dia 6 Blastocisto

Fertilização

Ovulação
Estroma
Corpo Lúteo Ovariano Dia 7
Folículos
Membrana do ovário Blastocisto
implantado

FIGURA 8. Representação ilustrativa da


fecundação do óvulo, formação do zigoto e
do embrião ao longo do aparelho reprodutor.

Mão na massa

Professor(a), organize a turma em 9 grupos e sorteie um dos métodos


contraceptivos para cada grupo. Cada grupo terá que pesquisar sobre o método
contraceptivo que recebeu e montar uma apresentação para a turma falando
dos prós e contras do método que recebeu. Para a pesquisa, disponibilize os
sites listados a seguir, mas eles também podem pesquisar em jornais, revistas,
livros na biblioteca, realizar entrevistas sobre o tema com pessoas conhecidas,

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se informar no posto com profissionais da área da saúde ou com outros


professores ou profissionais da escola.

A gravidez na adolescência é um problema preocupante que impacta a vida


de muitos e muitas adolescentes e jovens. É muito importante o acesso à
informação de qualidade nesse tema para que todos tenham o direito a uma
vida sexual e reprodutiva consciente.

Combine com os estudantes as “regras” para a apresentação do seminário:

• Tempo de apresentação de cada grupo;


• Tempo para pesquisa;
• Forma de apresentação (cartaz, apresentação em power point,
desenhos, esquemas e imagens informativas);
• Necessidade de silêncio durante as apresentações dos grupos.

Crie com o grupo um roteiro a ser seguido por todos para que as informações
mais importantes estejam presentes em todas as apresentações. A seguir, um
exemplo de roteiro:

• Método anticoncepcional sorteado?


• Qual o profissional responsável por indicar métodos de contracepção?
• Como acessar esse método?
• Qual o modo de uso?
• Quais os aspectos positivos do uso desse método?
• Quais os aspectos negativos do uso desse método?
• Qual a eficácia desse método?
• Criação de um material informativo para distribuir para a turma.

SEMINÁRIO – MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

O conhecimento que a humanidade adquiriu ao longo de sua história sobre


a estrutura e o funcionamento dos órgãos reprodutivos permitiu que a
gravidez e a geração de um bebê sejam uma escolha dos seus genitores. A
responsabilidade pelo planejamento de uma gravidez é tanto do homem quanto
da mulher, e para ajudar nessa escolha, a ciência desenvolveu vários métodos
para evitar a gravidez ou a concepção e ajudar no planejamento familiar.

Esses métodos são chamados genericamente de métodos contraceptivos e


agem basicamente de dois modos para evitar a gravidez:

• Alguns evitam o encontro entre o espermatozóide e o óvulo, impedindo


a fecundação.

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• Outros agem após a fecundação, impedindo a implantação do


embrião no útero.

Métodos contraceptivos utilizados:

1. Pílulas anticoncepcionais;

2. Implantes anticoncepcionais;

3. Dispositivo intrauterino (DIU);

4. Preservativos feminino e masculino (camisinhas);

5. Diafragma vaginal;

6. Anel vaginal;

7. Anticoncepcional injetável;

8. Laqueadura das tubas uterinas e vasectomia;

9. Métodos naturais (tabelinha, método da temperatura, método do muco ou


Billings, coito interrompido).

Nem todo método contraceptivo é indicado para uso por adolescentes e


jovens; quem pode fazer essa indicação é um médico. Nem todos os métodos
são eficazes para todas as pessoas; nem todos têm acesso a todos os tipos de
contraceptivos; e nem todos os métodos contraceptivos são aceitos do ponto
de vista social, cultural ou religioso. Por isso, é fundamental que você fique bem
informado sobre cada um desses métodos, e possa refletir sobre os diferentes
aspectos envolvidos, antes de adotar qualquer um deles.

A sua turma deverá realizar uma pesquisa sobre os métodos contraceptivos que
existem e, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a), preparar um seminário para
compartilhar com seus colegas.

Procedimentos

1. Junto com seu(sua) professor(a), defina as regras para a apresentação de


cada grupo. Converse com ele(a) sobre o roteiro e sobre o que e como
devem ser apresentadas as informações que vão pesquisar.

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2. Seu(sua) professor(a) sorteará um método contraceptivo para cada grupo e


auxiliará os grupos na preparação da sua apresentação. Você pode fazer a
sua pesquisa procurando apoio no posto de saúde da sua região, em livros
na biblioteca e também pode pesquisar na internet.

Sites para pesquisa

9 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS: VANTAGENS E


DESVANTAGENS
Tua Saúde | Drª. Sheila Sedicias
Disponível em: <https://www.tuasaude.com/
metodos-contraceptivos/>.
Acesso em: 05 ago. 2022.

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – ARTIGO


UOL | Drauzio Varella
Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/
drauzio/artigos/gravidez-na-adolescencia-artigo>.
Acesso em: 05 ago. 2022.

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – ENTREVISTA


UOL | Drauzio Varella
Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/
entrevistas-2/gravidez-na-adolescencia-entrevista>.
Acesso em: 05 ago 2022.

3. Durante o debate, apresente a sua opinião sobre o uso de cada um dos


contraceptivos apresentados baseados nos dados biológicos. Esse é o
momento para que possa expor sua opinião, fundamentando-se nos
conhecimentos estudados.

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias


ou outros microrganismos.

Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal,
anal) sem o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) com uma

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pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST também pode ocorrer
por meio da transmissão vertical para a criança durante a gestação, o parto ou
a amamentação, quando medidas de prevenção não são realizadas. De maneira
menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual: pelo
contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe


a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o
tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada


em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) porque
destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo
não apresentando sinais e sintomas.

Fonte: Ministério da Saúde. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Disponível em:


<http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist#:~:text=A%20terminologia%20
Infec%C3%A7%C3%B5es%20Sexualmente%20Transmiss%C3%ADveis,n%C3%A3o%20
apresentando%20sinais%20e%20sintomas>. Acesso em: 05 ago. 2022.

O que aprendemos
1. Complete os espaços vazios da tabela “CICLO MENSTRUAL” com os termos
adequados indicados a seguir.

• Aumento gradativo de FSH e LH


• Aumento da produção de hormônios ovarianos estrógeno e
progesterona
• Dia de liberação do óvulo (ovulação)
• Aumento do endométrio
• Sinaliza para a hipófise não produzir
LH e FSH
• Queda no nível de progesterona
• Descamação do endométrio
• Menstruação
• Produção de gonadotrofina coriônica
• Gravidez

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CICLO MENSTRUAL

Do 1º ao 4º dia Do 5º ao 14º dia Do 15º ao 28º dia


do ciclo do ciclo do ciclo

Aumento da
produção de
Aumento gradativo
Modificações Menstruação hormônios
de FSH e LH
hormonais ovarianos estrógeno
e do corpo e progesterona
durante
um ciclo No 14º. Dia de
Aumento do
menstrual liberação do óvulo
endométrio
- ovulação

Sinaliza para
a hipófise não
produzir LH e FSH

Descamação do
Óvulo não Queda no nível de
endométrios
fecundado progesterona
menstruação

Óvulo Produção de
fecundado gonadotrofina Gravidez
zigoto coriônica

2. Dois métodos usados para evitar a gravidez são a vasectomia e a


laqueadura (ou ligadura) tubária. Analise as figuras a seguir para saber
como eles são realizados. Depois, com base nos conhecimentos que você
adquiriu neste capítulo ao estudar o tema da reprodução humana, responda
as questões:

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FIGURA 10. Vasectomia.


Fonte: Shutterstock.

FIGURA 11. Laqueadura tubária.


Fonte: Shutterstock.

a) Como a vasectomia (Figura 10) impede a gravidez?

Resposta esperada: Impedindo o fluxo dos espermatozóides produzidos nos


testículos dentro do aparelho reprodutor masculino.

b) Como a laqueadura (Figura 11) impede a gravidez?

Resposta esperada: Impede que os óvulos alcancem o útero e sejam alcançados


pelos espermatozoides.

c) Os procedimentos adotados, tanto na vasectomia como na laqueadura,


interferem no ciclo de regulação e produção dos hormônios sexuais em
homens e mulheres? Justifique sua resposta.

Resposta esperada: Não, porque atuam como barreiras físicas ao deslocamento


dos gametas e não interferem nas taxas hormonais.

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d) No caso da vasectomia, o sêmen continua a ser produzido? Por quê?

Resposta esperada: Sim, porque as glândulas que produzem as secreções do


sêmen continuam a produzi-las e enviá-las para o duto ejaculatório

Esticador de Horizontes

VIVA SEU CICLO


Livro digital sobre ciclo menstrual
Disponível em: <https://vivaseuciclo.webflow.
io/#Sumario>.
Acesso em: 05 ago. 2022.

PRIMEIRA EJACULAÇÃO
Doutor Jairo Bouer
Disponível em: <https://doutorjairo.uol.com.br/assista/
tenho-13-anos-e-nunca-ejaculei-e-normal/>.
Acesso em: 05 ago. 2022.

Anotações

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< < 453

SEQUÊNCIA 21.
O processo de
evolução e a
biodiversidade

HABILIDADE

(EF09CI11)
Discutir a evolução e a diversidade das espécies com base na atuação da
Seleção Natural sobre as variantes de uma mesma espécie, resultantes de
processo reprodutivo.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Ideias evolucionistas;
• Origem das espécies e seleção natural.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Comparar as principais ideias evolucionistas de Lamarck, Darwin e Wallace;


• Reconhecer e descrever os processos de evolução dos seres vivos por
seleção natural.
• Explicar como o processo de especiação contribui para a diversidade da vida;
• Analisar as principais contribuições dos avanços nos estudos em genética
para a construção da Teoria Sintética da Evolução.

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O que vamos aprender aqui


A diversidade de espécies de seres vivos atuais é um dos temas que tem tomado
espaço em diferentes aspectos da nossa vida. Os problemas relacionados ao
desmatamento, à destruição de ambientes naturais pela mineração, à venda de
plantas e animais (retirando-os do ambiente natural) são alguns deles e todos
interferem na qualidade de vida, não apenas a da nossa espécie, como também
de todas as outras que compõem o que conhecemos como biodiversidade.

Nesta Sequência de Atividades, você vai estudar as teorias, os processos


biológicos associados às modificações do ambiente que tratam do
aparecimento e extinção das espécies que compõem a biodiversidade. Você
vai estudar algumas das teorias que tentam explicar a diversidade de espécies
atuais e as do passado, as chamadas “Teorias da evolução”.

Começo de conversa
A história da vida no nosso planeta mostra que a diversidade de seres vivos
muda ao longo do tempo. Há 250 milhões de anos, existia apenas um
único e gigantesco continente, o supercontinente “Pangeia” (do grego Pan =
“todo”, e Gea ou Geia = “terra”, o que significa “toda a terra”). O clima nesse
supercontinente era diferente do atual e possibilitava a sobrevivência de muitas
plantas, animais, fungos e microrganismos diferentes das espécies atuais.

Os estudos das observações e pesquisas científicas dos últimos 250 anos, de


várias áreas da Ciência (Biologia, Geologia, Química e Física), apresentam as
provas das mudanças geológicas que proporcionam mudanças no clima e na
composição das espécies de seres vivos. Desde o aparecimento dos primeiros
seres vivos unicelulares nos mares, há bilhões de anos, têm surgido novas
espécies tanto de seres unicelulares como de pluricelulares. E observa-se que há
uma tendência de os organismos pluricelulares serem mais complexos – o que é
corroborado pelas pesquisas da Genética (o estudo dos genes e dos mecanismos
de transmissão da informação genética). O que isso quer dizer? Que esses
estudos fortaleceram a ideia da evolução biológica, ou seja, a noção de que todos
os seres vivos atuais descendem de formas de vida que existiram no passado.

Lamarck, Darwin e Wallace e suas teorias


evolucionistas
As ideias evolucionistas sobre a transformação contínua dos seres vivos ao
longo do tempo já eram defendidas pelos estudiosos e pensadores gregos
Anaximandro, Xenófanes e Empédocles, que viveram nos séculos VI e V a.C

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(antes de Cristo) e até mesmo pelo avô de Darwin, o famoso médico Erasmus
Darwin (1731-1802). A maioria desses pensadores defendiam a ideia da
evolução dos seres vivos, mas não explicavam ou não tinham elementos que
explicassem como ocorriam as transformações das espécies ao longo do tempo.

Lamarck

Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, mais conhecido como Cavaleiro de


Lamarck ou simplesmente Lamarck, um estudioso do século 18, publicou o
livro “Philosophie zoologique”, em 1809, ano do nascimento de Darwin, no qual
apresentava ideias sobre como a evolução das espécies poderia ter ocorrido.
Qual era a teoria da evolução de Lamarck? Veja os pontos fundamentais de
suas observações:

• Cada espécie que vive no presente é descendente de uma espécie mais


simples ou primitiva que havia surgido no passado.
• Essas espécies primitivas vinham se transformando ao longo do tempo
dando origem a espécies mais complexas.
• A transformação das espécies era provocada pela ação do meio
ambiente, isto é, o ambiente “forçava” o indivíduo a se transformar
adquirindo novas características para conseguir sobreviver nas novas
condições ambientais. A aquisição de novas características é chamada
de características adquiridas.
• As características adquiridas pelo indivíduo ao longo de sua vida seriam
passadas por meio da reprodução aos seus descendentes.

O exemplo mais conhecido sobre a teoria da evolução de Lamarck é o das girafas.

Segundo Lamarck, todas as girafas do passado tinham pescoço curto. O


ambiente se modificou e favoreceu o crescimento de árvores muito altas, como
as acácias das savanas africanas onde vivem as girafas. As girafas se alimentam
atualmente das folhas do topo das acácias e, segundo Lamarck, para que as
girafas do passado pudessem se alimentar dessas folhas, o pescoço foi se
alongando ao longo da vida de cada girafa e os descendentes dessas girafas
nasciam com a característica adquirida pelo uso feito por seus pais, ou seja,
esticaram o pescoço durante a vida.

A teoria de Lamarck se baseia na ideia que os seres vivos se transformam, ou


seja, adquirem por esforço próprio características que resolvem diferentes
problemas de sobrevivência.

Mas existem problemas em relação à teoria de Lamarck. Por exemplo, se uma


pessoa se exercita e desenvolve massa muscular, seus filhos não nascerão com

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os músculos definidos. Sendo assim, as características adquiridas pelos seres


vivos ao longo da vida não são transmitidas para os descendentes.

Além disso, também não se adquirem características para resolver alguma


necessidade de sobrevivência pela simples vontade ou uso contínuo de alguma
estrutura do corpo. Alguns de nós já desejaram voar como as aves, sem
equipamentos, e outros em mergulhar e respirar embaixo d’água como os
peixes, também sem equipamentos. Por mais forte que se deseje adquirir asas
ou brânquias para viver como as aves ou os peixes, essas transformações não
acontecem ao longo da vida dessas pessoas.

Darwin e Wallace

Darwin e Wallace tiveram um entendimento diferente daquele de Lamarck


quanto ao processo da evolução das espécies. Esses dois estudiosos
conviveram e trocaram suas ideias sobre evolução ao longo de suas vidas.

Alfred Russel Wallace, nascido em 1823 na Inglaterra, era um naturalista,


antropólogo, geógrafo e biólogo contemporâneo de Darwin. Os dois
compartilhavam da ideia da transformação dos seres vivos ao longo da história
da Terra e trocavam correspondência sobre esse tema. As ideias de Wallace
publicadas em um artigo “Sobre a lei que regula a introdução de novas espécies”
e o encontro dele com Darwin deram a eles a certeza de que a teoria sobre a
evolução dos seres vivos que idealizaram encontrava suporte nos trabalhos dos
dois, principalmente nas observações e registros feitos por Darwin durante 20
anos. Quando Darwin publicou a obra “A origem das espécies”, ele se referia
aos termos que Wallace criou sobre esse tema e reconhece que ele tinha feito
um resumo perfeito sobre a Teoria da Evolução fundamentada no processo que
chamaram de Seleção Natural.

A Teoria da Evolução e o processo da Seleção Natural

Segundo Darwin e Wallace, o que se observa na natureza é que os indivíduos


de uma população apresentam diferenças entre si e que a sobrevivência
ou não dos indivíduos está associada a essas diferenças. Veja o caso
representado na Figura 1.

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FIGURA 1. Representação ilustrativa de uma


população de coelhos ao longo do tempo.

Observe que, ao longo do tempo, a população de coelhos de um lugar com


vegetação baixa de coloração verde/parda, tem mais coelhos de pelagem parda
e poucos indivíduos brancos em relação à populações de coelhos do passado.

Note que o predador natural desses coelhos são águias, aves que usam sua visão
apurada para encontrar suas presas. As águias visualizam mais rapidamente os
coelhos brancos do que os coelhos pardos entre a vegetação verde/parda.

Segundo a teoria da Seleção Natural, os coelhos pardos tiveram mais sucesso


que os brancos (conseguiram sobreviver, crescer, se reproduzir e produzir
descendentes com pelagem parda). De acordo com Darwin e Wallace, os
coelhos pardos são melhor adaptados a ambientes onde o predador natural
não consegue vê-los em uma vegetação de cor verde/parda; já os coelhos
brancos são menos adaptados a ambientes onde a vegetação é verde/parda,
pois são mais facilmente capturados por predadores visuais como as águias.

Imagine que o clima de onde vive uma população de coelhos pardos e brancos
mude, e durante um período do ano o solo fica coberto por neve. Qual seria
a cor da pelagem dos coelhos mais bem adaptados a esse novo ambiente?
Neste caso seriam os coelhos brancos, pois os coelhos pardo seriam mais
visíveis para as águias.

Esse exemplo reforça o fato de que, do ponto de vista evolutivo, um indivíduo


nunca se modifica para adaptar-se ao ambiente, mas pode já possuir
características que possibilitam a sua sobrevivência em determinado ambiente.

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Mão na massa

Professor(a), esta atividade fundamenta-se na problematização e na coleta e


análise de dados. Cada grupo de quatro estudantes deve receber um conjunto
de materiais: quatro tipos de pinças, que representarão os bicos das aves; e
quatro tipos de materiais, cada um deles com tamanhos diferentes, que
representarão os quatro tipos de itens alimentares. Esses materiais podem
ser variados, como por exemplo: pedregulhos e pedras, macarrão parafuso,
sementes (de feijão, de arroz, de milho), pedaços de tecido ou bolinhas de papel,
bolinhas de vidro, miçangas.

Esta atividade simula como a Seleção Natural atua e facilita a compreensão


sobre a formação de novas espécies.

Você vai se reunir com mais três colegas. Cada um de vocês vai representar uma
“ave” (A, B, C e D), cada uma delas com bicos diferentes e que se alimentam de
determinado item alimentar com um tamanho específico.

Materiais:

1. Quatro tipo de pinças que representarão os bicos das ave:

• pinça de sobrancelhas;
• prendedor de roupas;
• hashi (utensílio de origem oriental feito de madeira utilizado como pinça
para pegar os alimentos), palitos de churrasco (sem ponta), canetas, etc;
• pegador de salada.

2. Quatro conjuntos de objetos ou coisas que representarão “itens


alimentares” para as aves.

Registre aqui os resultados da experiência:

NÚMERO DE ITENS QUE CADA “AVE” COMEU


CASO
AVE A AVE B AVE C AVE D

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NÚMERO DE ITENS QUE CADA “AVE” COMEU


CASO
AVE A AVE B AVE C AVE D

Procedimentos

Considere:

Ave A = Pinça de sobrancelha se alimenta exclusivamente do item


alimentar de menor tamanho.

Ave B = Prendedor de roupa se alimenta exclusivamente do item alimentar


um pouco maior que o da ave A.

Ave C = Hashi/palito/etc se alimenta exclusivamente do item alimentar


maior que o da ave B e menor que o da ave D.

Ave D = Pegador de salada se alimenta exclusivamente do item alimentar


de maior tamanho.

Cada estudante escolhe um dos quatro tipos de pinças que representam os


quatro tipos de bicos das aves. A partir desse momento, cada um passa a
representar uma ave (A, B, C e D).

CASO 1 – É uma simulação do que ocorre na natureza quando as quatro aves


encontram o seu tipo de alimento.

1. Dentro do espaço da cartolina, espalhem aleatoriamente (sem organização,


misturados) os quatro tipos de objetos que representam os itens alimentares.

2. Vocês terão 20 segundos para pegar o maior número de itens alimentares


exclusivos, ou seja, que o seu bico (pinça) consegue pegar.

3. Separe os itens alimentares que conseguiu pegar com o seu tipo de “bico”.

4. Ao terminar o prazo, cada “ave” deve contar quantos itens conseguiu pegar.

5. Na linha do CASO 1, registre o número de “itens alimentares” que cada um


conseguiu pegar.

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< < 460

CASO 2 – Nesta simulação, a ave A não encontra o seu tipo exclusivo de


alimento, mas as aves B, C e D, sim.

1. Retirem os itens alimentares exclusivos da ave A, pois eles não devem ser
colocados sobre a cartolina. Espalhem aleatoriamente, sobre a cartolina,
apenas os itens alimentares das aves B, C e D.

2. As quatro aves (A, B, C e D ) devem participar desta rodada e cada


uma deve tentar pegar o maior número de itens alimentares exclusivos
em 10 segundos.

3. Registrem na linha correspondente ao CASO 2 da ficha quantos itens


alimentares cada ave conseguiu pegar neste caso.

CASO 3 – Nesta simulação, a ave B não vai encontrar o seu tipo exclusivo de
alimento, mas as aves A, C e D, sim.

1. Retirem os itens alimentares exclusivos da ave B, pois eles não devem ser
colocados sobre a cartolina. Espalhem aleatoriamente, sobre a cartolina,
apenas os itens alimentares das aves A, C e D.

2. As quatro aves ( A, B, C e D) devem participar desta rodada e cada uma


deve tentar pegar o maior número de itens alimentares exclusivos em 10
segundos.

3. Registrem na coluna correspondente ao CASO 3 da ficha quantos itens


alimentares cada ave conseguiu pegar neste caso.

CASO 4 – Nesta simulação, a ave C não vai encontrar o seu tipo exclusivo de
alimento, mas as aves A, B e D, sim.

1. Retirem os itens alimentares exclusivos da ave C, pois eles não devem ser
colocados sobre a cartolina. Espalhem aleatoriamente, sobre a cartolina,
apenas os itens alimentares das aves A, B e D.

2. As quatro aves (A, B, C e D) devem participar desta rodada e cada uma


deve tentar pegar o maior número de itens alimentares exclusivos em 10
segundos.

3. Registrem na coluna correspondente ao CASO 4 da ficha quantos itens


alimentares cada ave conseguiu pegar nesse caso.

CASO 5 – Nesta simulação, a ave D não vai encontrar o seu tipo exclusivo de
alimento, mas as aves A, B e C, sim.

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< < 461

1. Retirem os itens alimentares exclusivos da Ave D, pois eles não devem ser
colocados sobre a cartolina. Espalhem aleatoriamente, sobre a cartolina,
apenas os itens alimentares das aves A, B e C.

2. As quatro aves (A, B , C e D ) devem participar desta rodada e cada uma


deve tentar pegar o maior número de itens alimentares exclusivos em 10
segundos.

3. Registrem na coluna correspondente ao CASO 5 da ficha quantos itens


alimentares cada ave conseguiu pegar neste caso.

Organizando e analisando os resultados

Cada um dos cinco CASOS representa uma situação ambiental diferente.

Segundo a Teoria evolucionista de Darwin, cada uma das diferentes condições


ambientais selecionam as aves que conseguem sobreviver em cada situação.

Reunidos com os colegas dos outros grupos, apresentem os resultados obtidos,


ou seja, quantos itens alimentares cada tipo de ave conseguiu pegar em cada
um dos cinco casos.

Analise os resultados obtidos e responda as perguntas:

1. No CASO 1, qual foi a ave ou as aves que coletaram mais itens alimentares,
isto é, que teve ou tiveram maior sucesso alimentar nesse ambiente?

Resposta esperada: Variada, pois todas as quatro “aves” devem conseguir pegar
um número variado do item alimentar exclusivo de cada uma.

2. Nos CASOS 2, 3, 4 e 5, qual foi a ave que coletou menos itens alimentares,
ou seja, que teve menor sucesso alimentar nesse ambiente?

Resposta esperada: No CASO 2, foram as aves do tipo A; no CASO 3, foram as


aves do tipo B; no CASO 4, foram as aves do tipo C; e no CASO 5, foram as aves
do tipo D.

3. Se as condições ambientais do CASO 4 persistirem ao longo do tempo, qual


tipo de ave terá menos chances de sobreviver? Por quê?

Resposta esperada: Serão as aves do tipo C, porque não conseguirão se


alimentar adequadamente e não terão como se desenvolver e se reproduzir.

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< < 462

Para finalizar esse estudo sobre a Evolução, leia o texto a seguir:

Complementando a teoria da evolução de


Darwin e Wallace
Darwin juntou uma coleção imensa de dados que demonstravam que as
espécies variam em muitas características e, portanto, poderiam descender
umas das outras. Ele tinha muitos exemplos que mostram que a evolução das
espécies ocorria. No entanto, ele não tinha elementos ou conhecimentos na sua
época que explicassem como isso ocorria.

As explicações de como a evolução das espécies ocorre ao longo do tempo só


foram conhecidas depois da descoberta da molécula de DNA e a sua estrutura
de sequência de genes – estes são responsáveis por todas as características e
funcionamento dos diversos seres vivos.

O processo de mutação natural

Uma descoberta importante feita pelos geneticistas (biólogos especialistas


no estudo dos genes) é que os genes podem mudar sua estrutura. A esse
fenômeno dá-se o nome de mutação, ou mutação gênica. Um gene mutante
é responsável por uma característica nova (diferente) que vai ser passada para
seus descendentes por meio da reprodução sexuada, na qual há a participação
de gametas e do processo de divisão celular, a meiose (estudados na sequência
de atividades sobre o processo de reprodução dos animais e os mecanismos de
divisão celular).

Esses novos conhecimentos somados aos estudos de Darwin compõem o que


os biólogos chamam de Teoria sintética da evolução ou neodarwinismo.

As mutações dos genes favorecem a variabilidade das características porque


elas geram novas características que podem ser passadas para os descendentes
por meio da reprodução sexuada. As mutações gênicas explicam o que Darwin
não conseguiu explicar no seu tempo: como novas características apareciam
em uma espécie. Ele conseguiu mostrar, com os diferentes exemplos estudados
em diversos lugares do planeta, que os seres vivos com características novas
eram selecionados pelas condições ambientais (seleção natural) que podiam
favorecer a sobrevivência dos indivíduos que a possuíssem.

Outros fatores que contribuem para o aparecimento de


novas espécies

As mutações gênicas contribuem para aumentar a variabilidade das


características, mas existem outros fatores que intervêm no processo da

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< < 463

evolução ou formação de novas espécies. Entre esses fatores, um merece


destaque nesse momento da sua escolaridade: o fenômeno chamado de
isolamento geográfico das populações.

O que vem a ser isolamento geográfico e como esse fenômeno contribui, junto
com as mutações e a seleção natural, para a formação de novas espécies?

Veja o seguinte caso: Uma população de determinada espécie de planta vive em


um vale entre montanhas. Ocorre uma série de terremotos que modificam o
curso de um rio próximo que tem seu leito desviado para esse vale. As plantas
que viviam nesse local morrem e sua população fica dividida em duas: uma na
margem direita, que é muito sombreada pelas montanhas; e outra parte na
margem esquerda, que é bem ensolarada.

Ao longo do tempo, as duas populações dessa planta sofrem mutações naturais


e novas características vão surgindo em cada uma delas. As características
novas e as recombinações dos genes feita por meio dos gametas no processo
de reprodução sexuada são selecionadas por dois ambientes diferentes: um
muito sombreado e outro mais ensolarado.

As diferentes características selecionadas pelos dois ambientes podem ser tão


acentuadas que as plantas dessas duas populações tornam-se tão diferentes
que não serão capazes de se reproduzir entre si. Desta forma, surgem duas
populações de espécies diferentes oriundas de uma população original por
meio de mutações gênicas e o isolamento geográfico.

Conheça um caso de 11 espécies de pequenos macacos amazônicos, os saguis,


que formam populações diferentes geradas por isolamento geográfico. Existe
uma grande distância entre as margens de cada um dos grandes rios amazônicos
e, em cada uma das margens, vivem populações de espécies saguis diferentes
(11 no total). Os estudos de genética e da sequência de genes desses animais
confirmam que essas 11 espécies se originaram de uma população inicial
chamada de população ancestral. Com o alargamento contínuo dos rios ao
longo de muito tempo, a população inicial ficou isolada em diferentes margens.

Cada uma dessas populações de saguis acumulou mutações que foram


selecionadas por condições ambientais diferentes presentes em cada um das
margens dos rios. Desta forma, ao longo de milhares de anos, surgiram 11
diferentes espécies de saguis.

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< < 464

FIGURA 2. Uma das onze espécies


de sagui amazônico, Saguinus bicolor.
Fonte: Whaldener Endo, via
Wikimedia Commons.

FIGURA 3. Saguinus mystax, uma


espécie de sagui amazônico.
Fonte: MarvinCZ, via Wikimedia
Commons.

FIGURA 4. Saguinus imperador, uma


das espécies de saguis da Amazônia.
Fonte: Ettore Balocchi, via
Wikimedia Commons.

O que aprendemos
Na tabela a seguir, você encontra um resumo comparado das explicações de
Lamarck com as de Darwin e Wallace sobre o processo da evolução das espécies
usando o exemplo do comprimento do pescoço das girafas.

Segundo Lamarck Segundo Darwin e Wallace

No passado, todas as girafas tinham As girafas, no passado, tinham tanto pescoços longos
pescoço curto. como curtos.

As girafas de pescoço curto, para Mudanças ambientais favoreceram a sobrevivência e


sobreviverem, esticavam o pescoço a reprodução apenas das girafas que apresentavam
alongando até alcançarem as folhas pescoço mais longo e podiam se alimentar mais
mais delicadas e brotos presentes adequadamente que as girafas de pescoço curto,
no alto das copas em árvores. o que favoreceu o crescimento e a reprodução das
girafas de pescoço longo.
»
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< < 465

O hábito ou o uso contínuo de As girafas de pescoço longo já nasceram com essa


esticar o pescoço, forçando-o característica, o que favoreceu a sobrevivência
a se alongar, determina uma desse tipo de girafa e não a das girafas de pescoço
característica adquirida. curto. Ao longo do tempo, as girafas de pescoço
curto desapareceram desse ambiente, pois não
conseguiram se alimentar adequadamente e
reproduzir, não deixando descendentes.

A característica adquirida (pescoços Os mais aptos (no caso as girafas de pescoço longo)
cada vez mais longos) durante nascem com essa característica (ou adaptação) que
a vida de todas as girafas foi propicia a sobrevivência desse tipo de girafa, ou
transmitida aos descendentes. seja, as girafas foram “selecionadas” pelas condições
ambientais (no caso, pela presença de árvores altas e
nutritivas).

Diante desse resumo comparando as teorias de Lamarck e Darwin e Wallace,


responda se a explicação para cada caso apresentado é lamarckista ou darwinista.

CASO 1 – Lagos de muitas regiões do planeta que abrigam grandes populações


de peixes também são habitados por diferentes aves que se alimentam apenas
de peixes, e todas essas aves possuem bicos muito longos e estreitos.

Explicação DARWINISTA : A ausência de aves que tenham outros tipos de


bico significa que elas não têm uma boa adaptação (característica) para
pegar peixes.

Explicação LAMARCKISTA : Todas as aves que vivem nesses lagos


desenvolveram bicos longos e estreitos para melhor pegar os peixes.

CASO 2 – Desde a descoberta do primeiro antibiótico, em 1928, para combater


as bactérias que causam muitas doenças, os especialistas têm observado
que as novas populações de bactérias estão cada vez mais resistentes à ação
dos antibióticos.

Explicação LAMARCKISTA : Os antibióticos forçaram as bactérias a criarem


mecanismos que evitam a ação dos antibióticos.

Explicação DARWINISTA : As bactérias que sobrevivem a ação de


um antibiótico já possuem características que evitam a ação desses
medicamentos sobre elas.

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< < 466
< <
467

Impactos
socioambientais.
Causas e
consequências.
Há solução?
< < 468

SEQUÊNCIA 22.
Ecologia - Impactos
Socioambientais 1

HABILIDADES

(EF07CI08)
Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças
nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam
suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies,
alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI13)
Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental
para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas
responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis,
desmatamento, queimadas etc.) e selecionar propostas para a reversão ou
controle desse quadro.

(EF09CI13)
Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas
ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de
consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Interferências antrópicas nos ecossistemas;


• Alterações na estrutura e funcionamento de ecossistemas naturais e como
essas alterações impactam a qualidade de vida das populações humanas.
• Preservação da biodiversidade.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Analisar os impactos nos ecossistemas causados pelas intervenções


humanas (ODS 11, 12 e 13);

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• Reconhecer alguns problemas que ocorreram em regiões brasileiras


associados a distúrbios ambientais;
• Comparar os impactos ambientais, sociais e econômicos causados por
fenômenos naturais;
• Apresentar soluções plausíveis para esses problemas.

Começo de conversa
Professor(a), neste primeiro momento, é importante saber o que a turma já sabe
a respeito do que será abordado nesta Sequência. Pergunte que tipos de ações o
ser humano realiza que podem interferir no meio ambiente. Para isso, apresente
imagens que poderão mobilizá-los em torno do tema (Figuras 1, 2 e 3).

Observe as Figuras 1, 2 e 3. Que mensagem elas estão nos passando? O que o


ser humano tem feito no decorrer dos tempos e que pode estar interferindo no
meio ambiente?

FIGURA 1
Fonte: NASA/JPL

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FIGURA 2 FIGURA 3
Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.

Como podemos ver, as nossas ações interferem no meio ambiente. Nesta


Sequência, vamos estudar os impactos dessas interferências, que nem sempre
são positivas.

O que vamos aprender


Nesta Sequência, iremos estudar como as ações humanas (ações antrópicas)
causam impactos ao meio ambiente, podendo ser positivos ou negativos. Uma
ação antrópica positiva, por exemplo, é a coleta seletiva e a reciclagem do
lixo. Quanto à ação negativa, destacamos o descarte irregular do plástico no
ambiente marinho, que se transforma em microplástico e que tem causado
grande preocupação ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos.

Vamos conhecer também os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


(ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) através do Pacto
Global. Este Pacto é uma convocação feita pela ONU às empresas do planeta
para o desenvolvimento de ações que contribuam para a melhoria da qualidade
de vida das populações humanas. É a maior iniciativa de sustentabilidade
corporativa do planeta, com a participação de 160 países. Portanto, todos os
ODS visam tornar nossa morada um planeta sustentável.

ATIVIDADE 1: PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS


POR DISTÚRBIOS CLIMÁTICOS
Enchentes e secas como as apresentadas nas Figuras 4, 5 e 6 sinalizam que o
planeta está adoecido, isto é, o clima está mudando ao longo dessas últimas
quatro décadas e isso tem causado distúrbios que nunca aconteceram.

Antigamente, as regiões mais secas do Brasil, com menor quantidade de


chuvas anuais, estavam restritas principalmente a determinadas áreas do
Sertão Nordestino. Atualmente, por conta das mudanças climáticas registradas

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< < 471

por especialistas, temos visto alterações no regime de chuvas e variações das


temperaturas anuais em diferentes áreas do território brasileiro. As estiagens
estão ocorrendo em outros locais, como áreas das regiões Sul e Centro-oeste,
assim como os volumes de chuvas maiores e mais frequentes estão causando
enchentes e deslizamentos de encostas em regiões do Brasil onde isso não ocorria.

FIGURA 4. Enchente em Manaus FIGURA 5. Sobradinho, o maior FIGURA 6. Fazenda em terra seca
Fonte: Shutterstock. reservatório do Nordeste Fonte: Shutterstock.
Fonte: Marcello Casal Jr | Agência Brasil.

As pesquisas sobre o clima do planeta atribuem este descontrole climático ao


aquecimento global. Este evento tem causado aumento das temperaturas e
formação de chuvas mais intensas, que por sua vez acarretam problemas sérios
às diferentes populações humanas e aos ambientes naturais. Alguns desses
problemas são os deslizamentos de encostas e, consequentemente, a perda de
moradias; chuvas mais ou menos intensas e fora das épocas adequadas para
o plantio e desenvolvimento de lavouras, causando uma produção agrícola
desregulada. Estas intercorrências geram consequências econômicas negativas e
desestruturação social (desemprego e interferência na geração de serviços), além
de consequências ambientais como a extinção de espécies animais e vegetais.

Mas o que é aquecimento global e quais as causas e


consequências?
O aquecimento global é um fenômeno caracterizado pelo aumento das
temperaturas médias da Terra, cujo valor está em torno de 15° C. Esta
temperatura é mantida graças ao efeito estufa natural (visto na Sequência de
Atividades 5 - Atmosfera, tempo e fatores climáticos).

Na Figura 7, podemos ver uma ilustração do efeito estufa, um fenômeno


natural que possibilita a Terra ser um planeta com variações de temperatura.
Essas variações são o que permitem a sobrevivência e manutenção da grande
diversidade de seres vivos existentes, inclusive, a da nossa espécie.

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< < 472

FIGURA 7

Energia liberada de
volta ao espaço

lar
so

a
z Gases de efeito estufa
tid
Lu
fle
r re

CH4 CO2 SF6 N2O


la
so
ia

Calor aprisionado
erg
En

Energia absorvida

O efeito estufa natural acontece porque gases (como o dióxido de carbono e o


metano) e o vapor d’água se juntam e formam uma camada que aprisiona parte
do calor do sol em nossa atmosfera.

Para saber mais sobre o efeito estufa, assista à videoaula:

EFEITO ESTUFA – CIÊNCIAS – 7º ANO –


ENSINO FUNDAMENTAL
Canal Futura
Duração: 10’09”
Disponível em: <https://youtu.be/-Bb5pkye798>.
Acesso em: 06 ago. 2022.

Mas se o efeito estufa é um fenômeno natural “do bem”, por que costumam
se referir a ele como um problema que está provocando o aquecimento do
planeta? Veja a figura 8.

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< < 473

FIGURA 8

CH 4 CO2 CFC4
CO2 N2O
H 2O

H2O O4

CH 4 O4
N2O

EFEITO AQUECIMENTO
ESTUFA GLOBAL
Fenômeno natural no Ocorre, principalmente,
qual alguns gases da devido à intensificação
atmosfera seguram o do efeito estufa. Ações
calor do sol refletido pela humanas aumentam a
superfície terrestre, presença de alguns
aquecendo o planeta. gases na atmosfera,
Sem isso, a Terra seria elevando a temperatura
muito mais fria. média do planeta.

13 Ação contra a
Mudança global do clima

O problema está no comportamento humano, ou seja, em nossas ações!

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão ligado


às Nações Unidas, sinaliza que essas mudanças climáticas estão acontecendo
com um aquecimento médio de 1,1°C em relação aos níveis pré-industriais.
Historicamente falando, desde a Revolução Industrial, as populações humanas
passaram a usar cada vez mais e de forma indiscriminada o carbono (em forma
de carvão mineral, petróleo e gás natural) para gerar a energia necessária
nas indústrias e nos transportes em geral. Com isso, imensas quantidades de
dióxido de carbono, metano e outros gases oriundos do crescimento industrial
e da pecuária passaram a ser despejados na atmosfera, tornando a camada que
retém o calor mais espessa, intensificando o efeito estufa (figura 8). Por isso,
o aquecimento do planeta é o maior desafio ambiental do século 21. Parece
pouco, mas esse aquecimento médio de temperatura altera as condições
climáticas de todo o planeta resultando em consequências estruturais e sociais.
Como exemplos, temos:

• Aumento das temperaturas dos oceanos e derretimento das calotas


polares;

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< < 474

• Inundações em regiões litorâneas, em função da elevação dos níveis


dos oceanos;
• Intensificação de fenômenos meteorológicos, tais como: furacões,
tufões, tornados, secas, chuvas irregulares e intensas;
• Extinção de espécies animais, em razão das condições ambientais
adversas;
• Dificuldades na produção da agricultura, pecuária e silvicultura.

Algumas causas do aquecimento global, segundo cientistas, são:

• Emissão de poluentes pelas indústrias e veículos;


• Desmatamento das florestas;
• Poluição dos oceanos (associada ao descarte inadequado do lixo plástico);
• A prática da pecuária não sustentável.

O atual relatório do IPCC mostra que o mundo provavelmente atingirá ou


excederá 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas. Ainda segundo o
relatório, em um cenário de altas emissões, o IPCC constata que o mundo pode
aquecer até 5,7°C até 2100, com resultados catastróficos.

Mas de que forma podemos contribuir para o bem do nosso planeta? Será
que conseguimos reverter este cenário sombrio? A boa notícia é que é possível
reverter o aquecimento global e a resposta para reverter esse cenário é diminuir
radicalmente a emissão de gases (como o gás carbônico e o metano) que
causam o aumento do efeito estufa nos próximos cinco anos.

Professor(a), no exercício a seguir será apresentada uma lista de medidas


que podem reduzir as emissões de gás carbônico e metano, e os estudantes
deverão, em conjunto, analisar essas alternativas. Após a análise, peça que
apresentem as respostas, e abra uma roda de conversa com o objetivo de
mostrar a importância dessas ações a longo prazo para todos os seres vivos.

As medidas 1, 3 e 4 estão relacionadas à redução da emissão de gás carbônico,


enquanto a medida 6 está relacionada à redução do metano.

Vamos refletir juntos?

Marque com um X as medidas que podem colaborar para a redução da


emissão dos gases metano e carbônico e, consequentemente, para a redução
do efeito estufa:

( X ) Redução dos desmatamentos e queimadas.

( X ) Consumo dos combustíveis fósseis.

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< < 475

( X ) Reflorestamento de áreas desmatadas e preservação dos grandes


biomas brasileiros como a Amazônia.

( X ) Troca da fonte de energia baseada na queima de combustíveis fósseis


por fontes de energia limpa (solar, eólica).

( X ) Queimadas dos biomas, pois não afetam o efeito estufa.

( X ) Diminuição da produção de lixo e descarte adequadamente dos


diferentes itens contribuindo para processo de sustentabilidade e
produção cíclica.

E se você quiser saber mais sobre o aquecimento global, assista à videoaula:

AQUECIMENTO GLOBAL: O QUE É E COMO REVERTÊ-LO


– CIÊNCIAS – 7º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
Canal Futura
Duração: 13’43”
Disponível em: <https://youtu.be/jo27iDzOg64>.
Acesso em: 06 ago. 2022.

Além dessas medidas que você, seus colegas e professor(a) analisaram, outras
ações estão sendo pensadas para a redução dos gases do efeito estufa. Uma
delas é a produção cíclica. Mas você já ouviu falar nesse tipo de produção e
como ela está relacionada à redução desses gases?

A produção cíclica visa utilizar os resíduos que são gerados ao longo dos
processos industriais e agrícolas. Desta forma, algumas das estratégias
adotadas conseguem reduzir a emissão dos gases de efeito estufa.

Atualmente as empresas e o agronegócio, devido ao objetivo de diminuir a


emissão desses gases, têm adotado esse tipo de produção.

Para ampliar e compreender melhor sobre produção cíclica, o que é e como se


relaciona com a estabilização ou redução do aquecimento global, leia o artigo
a seguir.

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< < 476

Esticador de Horizontes

UMA ECONOMIA CÍCLICA NO BRASIL?


Ideia Sustentável
Disponível em: <https://ideiasustentavel.com.br/
uma-economia-ciclica-no-brasil>.
Acesso em: 06 ago. 2022.

1. Foram muitas informações relevantes estudadas até aqui, não é? Vamos


organizar as ideias? Para isso, relembre o conteúdo trabalhado nesta
Sequência de Atividades e encontre:

a) 7 impactos negativos gerados pelas ações humanas ao ambiente:

Resposta esperada: Derretimento das calotas polares; secas; furacões; tufões;


inundações litorâneas; extinção de espécies; aquecimento dos oceanos.

b) 4 ações positivas que podem reverter problemas ambientais:

Resposta esperada: Reflorestamento; fontes renováveis ; evitar queimadas;


preservar biomas.

ATIVIDADE 2: OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL (ODS)
Professor(a), esta atividade deverá apresentar aos estudantes o Pacto Global
através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Como sugestão,
prepare um grande painel com os ODS para que fique exposto em sala de
aula. É uma estratégia que contribuirá para futuras discussões sobre diversos
temas correlatos.

Você sabe o que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)?


Trata-se de um Pacto Global com 17 itens propostos em 2015 pela Organização
das Nações Unidas (ONU) aos seus países membros. Naquele mesmo ano, foi
elaborada uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos
15 anos, a Agenda 2030. Na Figura 9 estão apresentados os ODS; cada um deles
é composto por subitens que atendem ao objetivo principal.

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1 2 3 4 5 6
ERRADICAÇÃO FOME ZERO SAÚDE E EDUCAÇÃO DE IGUALDADE ÁGUA POTÁVEL
DA POBREZA E AGRICULTURA BEM-ESTAR QUALIDADE DE GÊNERO E SANEAMENTO
SUSTENTÁVEL

7 8 9 10 11 12
ENERGIA LIMPA TRABALHO DECENTE INDÚSTRIA, REDUÇÃO DAS CIDADES E CONSUMO E
E ACESSÍVEL E CRESCIMENTO INOVAÇÃO E DESIGUALDADES COMUNIDADES PRODUÇÃO
ECONÔMICO INFRAESTRUTURA SUSTENTÁVEIS RESPONSÁVEIS

13 14 15 16 17
AÇÃO CONTRA A VIDA NA VIDA PAZ, JUSTIÇA E PARCERIAS
MUDANÇA GLOBAL ÁGUA TERRESTRE INSTITUIÇÕES E MEIOS DE
DO CLIMA EFICAZES IMPLEMENTAÇÃO

OBJETIV S
DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL

FIGURA 9. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)


Fonte: ONU.

Os ODS buscam garantir os direitos humanos básicos para a população mundial


como, por exemplo, acabar com a pobreza (ODS 1), com a fome (ODS 2), agir
contra as mudanças climáticas (ODS 13), lutar contra a desigualdade (ODS 10),
dar acesso ao sistema de saúde público de qualidade (ODS 3).

Parece-nos tão óbvio a necessidade e o direito de cada um deles para a


população, não é? E a proposta é exatamente esta: que cada um (conjunto de
países, instituições públicas e privadas, empresas e a sociedade civil formada
por cada um de nós) assuma as suas responsabilidades e se esforce tendo como
parâmetros esses itens.

Para conhecer com mais detalhes cada um desses objetivos, acesse o texto a
seguir. Nele são apresentados os objetivos na íntegra com seus subitens. Após
uma pesquisa no texto sugerido, preencha o quadro com o objetivo geral de
cada um deles.

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)


Pacto Global
Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/ods>.
Acesso em: 06 ago. 2022.

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< < 478

ODS Objetivo geral

Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em


1. Erradicação da pobreza
todos os lugares.

Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar


2. Fome zero - agricultura
e melhoria da nutrição e promover a agricultura
sustentável
sustentável.

Assegurar uma vida saudável e promover o


3. Saúde e bem-estar
bem-estar para todas e todos, em todas as idades.

Assegurar a educação inclusiva e equitativa e


4. Educação de qualidade de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todas e todos.

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas


5. Igualdade de gênero
as mulheres e meninas.

Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da


6. Água potável e saneamento
água e saneamento para todas e todos.

Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno


7. Energia acessível e limpa
e a preço acessível à energia para todas e todos.

Promover o crescimento econômico sustentado,


8. Trabalho decente e crescimento
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo
econômico
e trabalho decente para todas e todos.

Construir infraestruturas resilientes, promover a


9. Indústria, inovação e
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar
infraestrutura
a inovação.

Reduzir a desigualdade dentro dos países e


10. Redução das desigualdades
entre eles.

11. Cidades de comunidades Tornar as cidades e os assentamentos humanos


sustentáveis inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Assegurar padrões de produção e de


12. Consumo e produção
consumo sustentáveis.
responsáveis
»

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< < 479

13. Ação contra a mudança global Tomar medidas urgentes para combater a mudança
do clima climática e seus impactos.

Conservação e uso sustentável dos oceanos,


14. Vida na água dos mares e dos recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável.

Proteger, recuperar e promover o uso sustentável


dos ecossistemas terrestres, gerir de forma
15. Vida terrestre sustentável as florestas, combater a desertificação,
deter e reverter a degradação da terra e deter a
perda de biodiversidade.

Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o


16. Paz, justiça e instituições desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso
eficazes à justiça para todos e construir instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

17. Parcerias e meios de Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a


implementação parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Estes objetivos serão atingidos com ações conjuntas e coletivas, e cada um


de nós faz parte deste processo. Desta forma, nossas ações individuais são
fundamentais. Reflita com quais ações podemos contribuir individualmente e
com qual ODS se relaciona.

Professor(a), algumas expectativas de respostas:

• Não poluir os mares (ODS 14).


• Consumo responsável: reaproveitamento de alimentos, vestuários, bens
materiais (ODS 12, 13, 14 e 15).
• Valorização da escola e dos estudos (ODS 4).

Estas são sugestões para uma ampla conversa entre os estudantes, que deverão
socializar suas ideias, aprimorando a consciência de que ações individuais
possuem para que os objetivos gerais sejam alcançados.

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< < 480

Mão na massa

Professor(a), os estudantes podem produzir um jogo dos pares com os 17


ODSs. Divida a turma em grupos e proponha o jogo como uma atividade de
estudo e fixação.

Vimos que os ODS são propostas que precisamos conhecer e divulgar. Para isso,
que tal um jogo para fixarmos os objetivos e compartilharmos com amigos e
familiares?

O jogo dos pares

Material

• Papel cartão ou cartolina (pode ser sobras de caixas de papelão);


• Plástico adesivo para proteger os cartões;
• Desenhe as cartas com as imagens dos 17 Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável que você pode acessar no link da página 477;
• Faça 17 cartas com a descrição de cada um dos ODS.

Desenvolvimento

• Recorte as cartas que serão distribuídas pelo seu professor e cole na


cartolina ou papel cartão para que fiquem mais rígidas;
• Agora é jogar! Encontre os pares: imagens e objetivos.

Após jogar com seus colegas de turma, leve para casa para jogar com outros
amigos e familiares.

Organização das Nações Unidas (ONU): é uma


organização intergovernamental criada para promover
a cooperação internacional. Uma substituição à Liga das
GLOSSÁRIO Nações, a organização foi estabelecida em 24 de outubro
de 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial,
com a intenção de impedir outro conflito como aquele.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 481

Silvicultura: ciência que se dedica ao estudo


dos métodos naturais e artificiais de regenerar
e melhorar os povoamentos florestais e que
GLOSSÁRIO compreende o estudo botânico das espécies, além
da identificação, caracterização e prescrição da
utilização das madeiras.

Anotações

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< < 482

SEQUÊNCIA 23.
Ecologia - Impactos
Socioambientais 2

HABILIDADE

(EF07CI09)
Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado,
com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa
de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de
doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados
de políticas públicas destinadas à saúde.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Programas e indicadores de saúde pública (saneamento básico e


vacinação);
• Associação do tratamento do lixo orgânico e das águas com a
manutenção de ecossistemas urbanos, que pode contribuir para o
equilíbrio dos ecossistemas naturais;
• Importância da vacinação;
• Reconhecimento da importância do saneamento básico e da vacinação
para a qualidade de vida das populações humanas e o ambiente (história
da vacina e das medidas sanitárias adotadas pelos sanitaristas brasileiros
no início do século XX no Rio de Janeiro que foram adotadas por todos os
estados brasileiros).

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

• Identificar as principais características e funções dos indicadores usados


em saúde pública no Brasil (ODS 3);
• Comparar dados de indicadores de saúde regionais/locais com dados
nacionais;

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< < 483

• Avaliar os projetos e as políticas públicas locais e nacionais destinados à


saúde e à qualidade de vida (ODS 3 e 10);
• Identificar os principais avanços na produção de vacinas e cobertura
vacinal em nosso país;
• Defender a importância da vacinação como iniciativa pessoal que reflete
na saúde coletiva.

Começo de conversa
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15 mil pessoas morrem e
350 mil são internadas no Brasil, anualmente, devido a doenças como diarreia,
cólera e leptospirose, por conta da precariedade do saneamento básico: falta de
tratamento da água que as pessoas utilizam para se alimentar e se higienizar; e
a ausência de tratamento do esgoto lançado diretamente nos corpos d’água e
utilizado pelas populações, como podemos ver nas Figuras 1 e 2.

FIGURA 1. Áreas urbanas sem


tratamento do esgoto domiciliar.
Um problema de saúde pública em
muitas cidades e regiões brasileiras
Fonte: Marianne Ortelli, via
Wikimedia Commons.

Falta de acesso ao saneamento


básico expõe brasileiros
a doenças
FIGURA 2. Artigo relacionado à falta de Milhões ainda não têm acesso às redes
saneamento básico no Brasil de água e esgoto
Fonte: Faculdade de Medicina - UFMG.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 484

Outra questão que está associada à qualidade da saúde de populações mais


vulneráveis social e economicamente é a carência de equipamentos públicos
como postos de saúde e hospitais, assim como programas de vacinação que
possam prevenir as pessoas de determinadas doenças.

Sendo assim, vamos focar nas questões relacionadas ao tratamento da água e


de esgoto e, em seguida, nos temas associados à vacinação. Esses assuntos são
de interesse público, pois é a partir do estudo deles que podemos formar uma
visão crítica a respeito da qualidade de vida onde moramos e nos posicionar
frente às possíveis melhorias que são necessárias.

O que vamos aprender aqui


Nesta Sequência de Atividades, vamos estudar sobre a importância dos
benefícios do saneamento básico e de um programa de vacinação para a
melhoria na qualidade de vida das pessoas e consequentemente para o
desenvolvimento do país.

Professor(a), você pode começar a Sequência com exemplos de fatos reais,


como a pandemia do coronavírus. Para isso, você deverá apresentar algumas
reportagens que evidenciam o impacto da pandemia nas populações mais
vulneráveis. Os estudantes poderão observar que ações como não desperdiçar
água e descartar adequadamente o lixo, além de programas de vacinação, são
importantes para a melhoria da qualidade de vida da humanidade.

ATIVIDADE 1: RECONHECENDO A QUALIDADE DA


SAÚDE NO LOCAL ONDE VIVO
O saneamento básico é o conjunto de infraestruturas e medidas de
responsabilidade do poder público municipal, estadual e federal que têm por
objetivo propiciar melhores condições de vida para a população, como os
descritos nos ODS 3 e 10.

A seguir, veja um conjunto de medidas que representam o saneamento básico:

• A implementação da coleta e tratamento do esgoto, evitando o


lançamento diretamente nos cursos de água, poluindo o ambiente;
• O tratamento das águas coletadas na natureza (rios e cursos de água),
tornando-a potável para o consumo humano;
• O manejo e destinação adequada do lixo doméstico e industrial, com
implantação e/ou ampliação necessária da coleta seletiva de resíduos
recicláveis;

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 485

• A implementação da produção cíclica de produtos agrícolas e industriais


com a redução de resíduos.

Esticador de Horizontes

ATERRO SANITÁRIO: ENTENDA COM FUNCIONA


Silicup
Disponível em: <https://blog.silicup.com.br/
aterro-sanitario-entenda-como-funciona>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

O saneamento básico no brasil

O acesso ao saneamento básico no Brasil não é uma realidade para todos,


você sabia? As comunidades que vivem em locais sem esse tipo de tratamento
são mais comuns nos estados brasileiros onde não há ações efetivas do poder
público. Na Figura 3, você pode ter uma ideia sobre a desigualdade em relação
ao tratamento de água e esgoto nas diferentes regiões do país:

FIGURA 3. Regiões
brasileiras atendidas
pelo tratamento de
água e de esgoto
Fonte: Senado Federal.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 486

Estudiosos do tema dizem que, no Brasil, ainda vivemos no século XIX quando o
assunto é saneamento. A partir dos dados relativos ao tratamento de esgoto e
água observados no mapa da Figura 3, marque com um X as conclusões obtidas:

( X ) A região Norte é a que tem menor porcentagem de populações servidas


pelo tratamento de esgoto.

( X ) As populações urbanas das regiões Sul e Sudeste estão entre as que


têm o maior índice de tratamento de esgoto do país.

( X ) O maior índice de tratamento do esgoto está acima dos 80%.

( X ) O tratamento da água para consumo humano atende entre 40 e 80%


das populações urbanas.

( X ) Há uma desigualdade acentuada nos índices de tratamento de água


entre as regiões Norte e Sudeste do país.

( X ) As regiões Sul e Nordeste apresentam índices iguais de tratamento


de esgoto.

Diante das conclusões, fica evidente que as diferenças regionais ou estaduais de


uma mesma região brasileira, relativas ao tratamento do esgoto e água, ainda são
muitas. Observe a diferença nas taxas de tratamento da água entre estados da
região Norte (< 40%) e da região Sudeste (> 90%). Quanto às taxas de tratamento
do esgoto, veja a diferença entre as taxas do estado do Amapá ( < 10%) e do
estado de Roraima (> 70%), pertencentes à mesma região Norte do país.

Esticador de Horizontes

PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO


Ministério do Desenvolvimento Regional
Disponível em: <https://www.gov.br/mdr/pt-br/
assuntos/saneamento/plansab>.
Acesso em: 07 ago. 2022.
»

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 487

VEJA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS NO NOVO MARCO


LEGAL DO SANEAMENTO
Agência Brasil
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/
noticia/2020-07/veja-principais-mudancas-no-novo-
marco-legal-do-saneamento>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

O caminho da água até nossas casas

Professor(a), para este tema, sugiro que inicie com perguntas reflexivas
como: de onde vem a água que bebemos e por que existem campanhas
para a economia de água? Utilize o mapa da Figura 4 para sinalizar que
boa parte da população ainda não tem acesso à água tratada. A intenção é
conduzir os estudantes a respeito da importância do uso consciente da água,
sem desperdícios. Você pode iniciar a Sequência apresentando slides com
campanhas realizadas em prol da economia de água.

FIGURA 4 FIGURA 5
Fonte: Assembleia Legislativa de São Paulo. Fonte: Governo Municipal de Uruoca.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 488

Como você sabe, a água que consumimos diariamente passa por um longo
caminho de tratamento. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), 88,2% da população (63,8 milhões) tiveram acesso à rede geral
de abastecimento de água em 2019. Esse processo é fundamental, pois muitas
doenças (como a cólera e a gastroenterite) são contraídas devido à contaminação
por vírus, bactérias e outras impurezas das águas dos mananciais. Cada região,
em função da rede de abastecimento e suas características, adota uma forma
específica de tratamento. Por exemplo, quando a água é retirada de poços,
utiliza-se o cloro para destruir os microrganismos causadores de doenças, além
da aplicação de flúor para evitar cáries. Quando se trata de água de rios e lagos,
direciona-se a água para as Estações de Tratamento de Água (ETA) por onde a
água passa pelas seguintes etapas (Figura 4):

1
8
2

3 7
5 4

FIGURA 6
Baseado no original: https://blog.brkambiental.
com.br/etapas-tratamento-de-agua/.

Conheça um pouco das etapas:

1. Captação: a água que vem dos mananciais, em estado natural, apresenta


muitas impurezas. Portanto, ela é captada e é direcionada para um sistema
de grades com a intenção de reter partes maiores da sujeira.

2. Adução: a água é conduzida através de bombas para as ETA.

3. Coagulação: acontece a adição de sulfato de alumínio, que possibilita a


junção de partículas sólidas.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 489

4. Floculação: a água passa por uma agitação mecânica. A intenção é que as


impurezas formem flocos maiores e pesados que se depositam no fundo
do tanque.

5. Decantação: a água, então, se torna livre de partículas sólidas, pois os


flocos de impureza que foram formados na etapa de floculação afundam e
são separados do restante do líquido.

6. Filtragem: como o nome da etapa indica, a água passa por filtros formados
por camadas de areia grossa, fina, cascalho, carvão e pedregulho. A intenção
é reter os flocos que não decantaram completamente.

7. Desinfecção: garante a eliminação de vírus e bactérias. Corrige-se o pH da


água, e com a adição de cloro ou ozônio elimina-se os microrganismos. Por
fim, aplica-se flúor para a prevenção de cáries.

8. Reservação: etapa final, diz respeito ao armazenamento da água limpa em


reservatórios espalhados pela cidade para ser distribuída à população.

Etapas cumpridas, mas deu para observar que existe um longo caminho
para termos água em condições de consumo, não é? Portanto, vamos evitar
o desperdício!

Esticador de Horizontes

CONHEÇA AS ETAPAS DO PROCESSO DE


TRATAMENTO DE ÁGUA
Ambiental Análise
Duração: 5’28”
Disponível em: <https://youtu.be/yh-gV7wTs90>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

Como é tratado o nosso esgoto

Sabemos que a água é um bem precioso para o nosso planeta e para a nossa
sobrevivência. Cuidar da água é essencial para o consumo, mas o cuidado em
relação ao descarte também é importante, pois ela retorna para a natureza. Ao
lavarmos as mãos, roupas, louças, e ao tomarmos banho ou usarmos o vaso

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< < 490

sanitário, estamos eliminando água sob a forma de esgoto. Sua origem pode
ser doméstica, industrial (proveniente de atividades industriais e comerciais) e
pluvial (água das chuvas). Se houver o descarte do esgoto sem tratamento, rios
e fontes hídricas serão poluídos, causando danos à saúde pública (transmissão
de doenças), além de afetar a vida dos seres vivos desses ambientes.

Conheça as etapas do processo de tratamento do esgoto realizadas pelas


Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), que são unidades onde o esgoto,
ao sair de nossas casas, passam pela rede coletora e, por meio de um longo
sistema de tubos subterrâneos, é levado para ser tratado. Desta forma, podem
ser devolvidos ao meio-ambiente sendo lançados em rios, lagos ou no mar. Uma
maneira eficiente de tratar o esgoto, reduzindo ao máximo a carga poluidora sem
causar prejuízos ao meio ambiente, é separar e tratar as partes líquida e sólida.

Etapas de tratamento da fase líquida

FIGURA 6
Baseado no original: https://
1
site.sabesp.com.br/uploads/file/
asabesp_doctos/Tratamento_
Esgoto_Liquido_impressao.pdf.

3
8

4
7

6 5

1. Cidade: início do processo.

2. Rede de esgoto: recebe o esgoto produzido pela cidade.

3. Grades: retém pedaços maiores como papel, plástico, tampinhas etc.

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< < 491

4. Caixa de areia: retira a areia contida no esgoto.

5. Decantador primário: sedimenta partículas mais pesadas.

6. Tanques de aeração: nestes tanques, há a formação do lodo através da


multiplicação de microorganismos que se alimentam de material orgânico.
Desta forma, diminui-se a carga poluidora do esgoto.

7. Decantador secundário: nesta etapa, o sólido restante vai para o fundo no


decantador. A parte líquida já está com baixo percentual de impurezas, mas
não serve para ser bebida.

8. Rio: o esgoto tratado retorna ao meio ambiente.

Etapas de tratamento da fase sólida

FIGURA 7
1 Baseado no original: https://
site.sabesp.com.br/uploads/file/
asabesp_doctos/Tratamento_
Esgoto_Solido_impressao.pdf.

2
4

6
3 5

8 7

1. Cidade: início do processo.

2. Entrada do lodo primário: tal qual nos decantadores, separa a água do


sólido através da sedimentação das partículas mais pesadas.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 492

3. Entrada do lodo secundário: no decantador secundário, o lodo será


tratado pelo processo de adensamento.

4. Adensadores: neste processo, o lodo se torna mais concentrado através da


separação de uma parte da água ainda presente no esgoto.

5. Flotadores: consiste na separação da água do sólido através da introdução


de água com microbolhas de ar.

6. Digestores: recebem o lodo proveniente do sistema de adensamento/


flotadores. A presença de microorganismos anaeróbicos degrada a matéria
orgânica presente no lodo, formando o gás metano e água que promovem a
estabilização do lodo, evitando os odores desagradáveis típicos do esgoto.

7. Filtros prensa: o objetivo deste equipamento é a desidratação do lodo


proveniente do condicionamento químico. O lodo passa a ter 40% de sólidos.

8. Esteira: o lodo prensado segue pela esteira até o local de armazenamento.

9. Tortas para aterros sanitários: nesta etapa, o lodo é armazenado e passa


por mais um processo de desidratação para depois ser encaminhado aos
aterros sanitários.

Professor(a), para melhor visualização do processo de tratamento do esgoto,


recomenda-se o seguinte vídeo:

Esticador de Horizontes

CONHEÇA AS ETAPAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES


RESIDUAIS CIRCUITO AMBIENTAL
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=ou0dEtnY0KA - Canal ambiental análise. - 8:02.
Acesso em: 30 jul. 2022.

Para organizar as informações relevantes estudadas nesta Sequência, vamos


realizar alguns exercícios:

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 493

1. Associe as etapas do processo utilizado nas ETA com o procedimento


característico:

a) Filtração

b) Floculação

c) Decantação

d) Desinfecção

( d ) Adição de cloro para eliminar os germes nocivos à saúde.

( a ) A água é filtrada para a retirada de partículas grandes de sujeira.

( c ) A água fica parada para que os flocos mais pesados se depositem


no fundo.

( b ) Sulfato de alumínio é adicionado para que as partículas de sujeira se


juntem, formando pequenos coágulos.

5. Em relação a águas contaminadas, não tratadas, indique exemplos de


medidas simples que poderiam ser usadas para evitar a transmissão
de doenças.

Resposta esperada: Ferver a água e lavar os alimentos frescos (como frutas e


verduras) com água previamente fervida. Evitar focos de roedores urbanos, por
meio da limpeza contínua dos terrenos e descarte correto do lixo orgânico do
qual se alimentam esses roedores.

Você percebeu a importância de termos em todas as cidades uma rede de


tratamento de água e esgoto para a diminuição da proliferação de doenças?
Pensando nos processos de tratamento da água que consumimos e do esgoto
que produzimos, fica evidenciada a nossa responsabilidade no descarte do
nosso lixo, pois a água que bebemos é coletada de mananciais que podem estar
poluídos por lixo descartado inadequadamente por nós mesmos! Portanto, é
necessário fazer o descarte adequado do nosso lixo. Vamos aprender?

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 494

Nosso lixo doméstico

Professor(a), inicie este tema apresentando as imagens e reportagens


disponibilizadas nas Figuras 7, 8 e 9. Pergunte se eles identificam o que está
sendo apresentado na Figura 7 e se eles fazem o descarte do lixo separando o
que é orgânico do que não é orgânico.

FIGURA 8. Aterro sanitário FIGURA 9. Lixão


Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.

DEZ ANOS DA LEI DOS RESÍDUOS NO NE 25 DE AGOSTO DE 2020

No Estado da Bahia, sete em cada dez


municípios ainda mantêm lixões
FIGURA 10
por MURILO GITEL
Fonte: Eco Nordeste.

Dos 417 municípios da BA apenas 43


têm aterro sanitário para destinar lixo
produzido por dia, aponta pesquisa
Há nove anos, lei federal estabeleceu prazos para as cidades
acabarem com os lixões a céu aberto, mas cidades baianas têm
dificuldade para cumprir determinação. FIGURA 11
Fonte: G1.

Lixo é um tema que precisamos conversar sempre, porque representa um


problema mundial! Dados apontam o lixo como um dos maiores problemas da
sociedade moderna. Então, como descartá-lo corretamente?

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< < 495

A destinação adequada do lixo doméstico é um dos desafios que encontramos na


busca por melhores condições de saneamento básico nas comunidades. Como
indicam as reportagens em destaque nas Figuras 8 e 9, a Bahia, assim como
outros estados brasileiros, carece de locais adequados para o descarte do lixo de
uma forma geral, pois isso gera graves consequências para a saúde da população.

Quando tratamos de descartes, antes precisamos definir os tipos de lixo, que


são divididos em duas categorias: o orgânico e o reciclável.

O lixo orgânico (Figura 12) é um material de origem biológica, proveniente da


vida animal ou vegetal: os restos de verduras, frutas e outros alimentos.

FIGURA 12. Lixo orgânico


Fonte: Zenyrgarden, via Wikimedia Commons.

O lixo reciclável (Figura 13) é todo o resíduo descartado que retorna à cadeia
produtiva e pode virar outro produto ou até o mesmo produto, retornando ao
mercado consumidor.

FIGURA 13. Lixo reciclável


Fonte: Bart Everson, via Wikimedia Commons.

É fundamental que saibamos separar adequadamente o lixo orgânico do lixo


considerado reciclável.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 496

Mão na massa

Professor(a), organize a turma em grupos para que possam realizar pesquisas


e em seguida responderem às questões da etapa. Para isso, poderão acessar
os links disponibilizados; caso prefira, leve os textos impressos. Lembre que, ao
final, os grupos deverão compartilhar o que encontraram.

LIXO RECICLÁVEL E NÃO RECICLÁVEL:


SAIBA QUAL É QUAL
eCycle
Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/
lixo-reciclavel-e-nao-reciclavel>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE LIXÃO E ATERRO


SANITÁRIO?
eCycle
Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/
diferenca-entre-lixao-e-aterro-sanitario>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

A IMPORTÂNCIA DO CATADOR NA RECICLAGEM


Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de
Capão Bonito - ACAMAR
Disponível em: <https://www.acamarcb.com.
br/a-importancia-do-catador-na-reciclagem>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

Chegou a hora de revisitarmos o que vimos, por meio de atividades. Utilize


os links disponibilizados pelo(a) professor(a) para pesquisar e responder
algumas questões:

1. Observando as figuras 8 e 9, qual a diferença entre aterro sanitário e lixão?

Resposta: Aterro sanitário é um espaço projetado sob critérios técnicos, com


a finalidade de garantir o descarte correto dos resíduos sólidos urbanos que
não são reciclados, de forma que o processo de descarte não cause danos à
saúde pública ou ao meio ambiente. Já um lixão é exatamente o inverso: é uma

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< < 497

espaço inadequado para descarte de resíduos e rejeitos (que não podem ser
reciclados), pois se caracteriza pelo descarte de lixo sobre o solo, sem quaisquer
medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

2. Todo o lixo é reciclável? Justifique.

Resposta: Não. Reciclável é todo material ou embalagem que tem potencial


de passar por processo de reciclagem, gerando renda e ganho ambiental
nessas etapas.

3. Qual a diferença entre resíduo e rejeito?

Resposta: Resíduo é todo material que pode ser reaproveitado; materiais


como garrafas PET, latas e garrafas de leite são matérias-primas e podem virar
outros objetos. Rejeito é o que não tem mesmo outra solução, que não se
reaproveita de jeito nenhum; exemplos: papel higiênico usado, absorvente,
resto de comida etc.

4. Qual a importância dos catadores de lixo para o meio ambiente?

Resposta: Os catadores realizam um serviço de utilidade pública, pois a coleta


do lixo e sua venda para reciclagem diminuem a quantidade de materiais que,
caso fossem descartados, ocupariam espaço em aterros e lixões, aumentando o
volume de resíduos e diminuindo a vida útil desses espaços destinados
ao descarte.

Com o resultado da sua pesquisa em grupo, você percebeu que o lixo que
produzimos gera impacto ambiental, social e econômico? Percebeu também que
essa é uma questão mundial e que, infelizmente, nem todo resíduo é descartado
adequadamente? Lixões ainda são uma realidade. Diante disso tudo, qual a
nossa responsabilidade nesse processo? Vamos pensar no lixo que você produz?

O que você descarta como lixo?

Resposta esperada: Restos de alimentos, papel higiênico usado, embalagens


plásticas, embalagens de papel, vidro etc.

No seu bairro, o lixo (orgânico e reciclável) é separado adequadamente? Você


separa seu lixo adequadamente? Sabe como fazer?

Vamos conhecer o lixo que você produz. Separe duas lixeiras: uma para o lixo
orgânico e outra para os recicláveis, como mostra o vídeo:

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< < 498

ORGÂNICO X RECICLÁVEL: VOCÊ SABE SEPARAR E


DESCARTAR O LIXO DO JEITO CERTO?
Separe. Não pare.
Duração: 1’07”
Disponível em: <https://youtu.be/A62cyDtBc2U>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

Como sugestão, você pode ir além e separar o resíduo por tipo (como papel,
metal, vidro etc.). Com certeza você já ouviu falar na coleta seletiva, em que cada
tipo de resíduo vai para um coletor de cor diferente. Desta forma, você facilita o
trabalho dos catadores de lixo nas cooperativas de reciclagem.

Quer saber mais sobre o assunto? Assista aos vídeos:

CORES DA COLETA SELETIVA: SEUS SIGNIFICADOS


eCycle
Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/
cores-da-coleta-seletiva>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

Uma vez separado, qual o destino do nosso lixo doméstico? Observe a Figura 12.

O caminho
Coleta
do lixo seletiva

Lixo comum Coleta de


lixo comum

Resíduos industriais Aterro


industrial

Resíduos da saúde Aterro


sanitário

Resíduos Aterros
construção civil CAÇAMBA particulares

Resíduos Fabricante
agrossilvopastoris logística reversa

Resíduos eletrônicos Coletor FIGURA 14


particular
Fonte: Thinglink.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 499

Vacina é uma prioridade

Professor(a), levando em consideração o quanto este tema é importante, planeje


na aula anterior e combine com seus alunos que tragam as suas carteiras de
vacinação como estratégia de mobilização. Utilize a campanha de vacinação mais
atual, ou para a Covid-19, para falar sobre a importância da vacinação.

Mortalidade de crianças por Covid é


muito maior em países pobres, onde
vacinação dos mais novos não
está prevista
91,5% das mortes globais de crianças e adolescentes pela doença
foram relatadas em países de baixa e média renda

FIGURA 15 Publicado em: 10/01/2022


Fonte: Instituto Butantan.

Ciência CORONAVÍRUS PESQUISAS MÉDICAS ASTRONOMIA ASTROFÍSICA ARQUEOLOGIA

PANDEMIA DE CORONAVÍRUS >

Três vacinados em cada 100 pessoas


nos países pobres: o caldo de cultivo
para novas mutações do coronavírus
A detecção da preocupante variante ômicron no sul da África
FIGURA 16 expõe o fracasso da gestão mundial da pandemia
Fonte: El País.

Você está com a sua carteira de vacinação em dia?

Assim como o saneamento básico é uma questão de saúde pública (regiões em


que a população tem acesso à rede de água e esgoto, os índices de proliferação
de doenças como a cólera e gastroenterite são menores), a vacinação também
é, como indicam as reportagens representadas nas Figuras 15 e 16.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA LIVRO DO PROFESSOR
< < 500

É inegável a importância da imunização das populações, mas você sabia que


nosso país é referência mundial em vacinação? Vamos conhecer um pouco mais
sobre a história da vacinação no Brasil.

Breve história da vacinação no brasil

A história da imunização no nosso país está diretamente associada


à uma doença: a varíola. Por determinação do médico sanitarista
Oswaldo Cruz, a vacinação contra a varíola se tornou obrigatória em
1904. A população não gostou muito desta determinação e houve
um movimento contra a vacinação, denominado a Revolta da Vacina.
Porém, em 1908, a situação mudou por conta de um surto da doença
que matou milhares de pessoas no país. As pessoas entenderam
que vacinar era a solução e, desta forma, a doença foi erradicada em
nosso país. Em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunização
(PNI), oficialmente instituído pela Lei 6.259/75. O PNI é responsável
pela distribuição de vacinas para a população por meio do Sistema
Único de Saúde, o SUS. Por conta deste programa, além da varíola,
doenças como a poliomielite também foram erradicadas. Além disso,
a hepatite, o tétano, a rubéola, o sarampo e outras doenças foram
controladas pelo programa de vacinação.

Devido a esse papel fundamental que as vacinas possuem no controle de


doenças e epidemias, a campanha de vacinação contra a Covid-19 evidenciou
essa importância. Dados como os da Figura 15 mostram que desde o início
da vacinação, em abril de 2021, até agosto do mesmo ano, houve uma queda
substancial nos óbitos pelo coronavírus:

Professor(a), neste momento, você pode pedir aos estudantes que consultem
a carteira de vacinação e vejam as vacinas que já tomaram e que fazem parte
do programa de imunização. Informe alguns exemplos: varíola, poliomielite,
sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela.

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FIGURA 17. Relação temporal


entre aumento do número de
doses aplicadas de vacinas contra
COVID e queda na média móvel
de óbitos pela doença no Brasil
Fonte: Ministério da Saúde
do Brasil.

Como a vacina age em nossos organismos

As vacinas estimulam a defesa de nosso organismo contra vírus e bactérias


que provocam doenças. As vacinas podem ser produzidas a partir de
microorganismos mortos, enfraquecidos ou parte deles. Ao sermos vacinados,
nosso organismo é estimulado a produzir anticorpos (uma defesa natural
do nosso corpo) que combatem o microorganismo que causa determinada
doença. Os anticorpos permanecem em nosso corpo por um certo tempo
durante o qual estaremos protegidos da doença; isso é o que chamamos de
imunização. Nosso organismo desenvolve imunidade contra a doença causada
por microorganismos.

Vacinação é responsabilidade social, por isso é essencial que todos e todas


se vacinem.

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Esticador de Horizontes

VACINA: O QUE É E SUA IMPORTÂNCIA – CIÊNCIAS –


7º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
Canal Futura
Duração: 10’52”
Disponível em: <https://youtu.be/LbMATf4I0vs>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

ATIVIDADE 2: PROPOSTAS ASSOCIADAS À SAÚDE


PÚBLICA - DA ESCOLA PARA A COMUNIDADE
Na atividade anterior, foram tratados assuntos como saneamento básico, o
caminho da água e do esgoto, a importância do descarte consciente do lixo e
a importância da vacinação. Que tal compartilhar estes conhecimentos no seu
bairro, com a sua comunidade escolar e família? A proposta desta atividade
é criarmos estratégias de mobilização para a melhoria ou até mesmo para a
solução de problemas que encontramos em nossa escola e entorno.

Mão na massa

Professor(a), duas atividades práticas serão apresentadas aos estudantes com


o objetivo de mobilizá-los, assim como a comunidade escolar e a família, em
prol de melhorias na qualidade de vida. A ideia é incentivar que cada um faça
a sua parte e, com isso, que percebam suas responsabilidades individuais e
comprometimentos em torno dos temas abordados nesta Sequência. Você pode
eleger a atividade mais adequada para o momento de sua aula e que se encaixe
no tempo de seu planejamento.

1. Campanha publicitária

Professor(a), para esta atividade, sugiro que divida a turma em grupos,


pois é uma atividade que vai mobilizar a criatividade, a responsabilidade
e a colaboração.

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A ideia desta atividade é que você use os conceitos que aprendeu sobre
saneamento básico, a respeito da importância de nossa responsabilidade no
tratamento de nosso lixo doméstico, e elabore uma campanha publicitária
sobre a importância da separação do lixo. Crie uma campanha digital
que será divulgada na comunidade escolar, na família e até no seu bairro. A
campanha será desenvolvida e apresentada na escola, mas pode ir além dos
muros dela. Dicas para uma campanha de sucesso:

• Informe como separar os resíduos de forma correta, apresentando o


que é coleta seletiva.
• Use e abuse da criatividade, com fotos, desenhos, quadrinhos e gráficos.
• Indique sites e vídeos que tenham informação sobre como cuidar do lixo.

2. Carteirinha de vacinação

Professor(a), nesta atividade, a intenção é informar sobre as vacinas que são


oferecidas pelo SUS e que fazem parte do PNI para crianças, jovens e adultos.

Nesta atividade, vamos produzir uma carteirinha de vacinação bem completa


para adultos e distribuir para nossos familiares. O que acha? Para isso, vamos
fazer uma pequena pesquisa de campo:

• Cada estudante poderá escolher três adultos entre seus familiares, ou


vizinhos, ou funcionários da escola.
• Elabore um pequeno questionário para investigar o conhecimento
destas pessoas sobre as vacinas e, caso não saibam, faça questão de
explicar a importância que cada item aborda.

Sugestões de perguntas:
a. Você sabe para que servem as vacinas?
b. Por que é importante tomar as vacinas?
c. Você acredita na importância das vacinas? Por quê?
d. Você tem carteirinha de vacinação?
e. Você sabe quais vacinas fazem parte do Programa Nacional de
Imunização de adultos? (Sim ou não) Se sim, quais são as vacinas?

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Professor(a), pergunte aos estudantes se estas questões contemplam a


investigação ou se querem considerar outras, e que fiquem à vontade para
acrescentar outras questões. Após a pesquisa, faça uma tabela no quadro
com os dados obtidos. Você pode fazer o cálculo da porcentagem de cada
uma das respostas; será um facilitador para entender o conhecimento que os
adultos detêm sobre a vacinação e mostra a importância da participação dos
estudantes como um veículo de mobilização e informação sobre estes temas.

Após a pesquisa, compartilhem os resultados obtidos com a turma. Com a ajuda


de seu(sua) professor(a), organizem os resultados em uma tabela. A ideia é
reconhecer o nível de entendimento das pessoas a respeito do tema.

Pesquise sobre as vacinas que fazem parte do Programa Nacional de


Imunizações (PNI) e as respectivas idades que devem ser tomadas. Com essas
informações, crie seus modelos de carteira de vacinação.

CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO BRASILEIRO


Unicef Brasil
Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/
calendario-nacional-de-vacinacao-brasileiro>.
Acesso em: 07 ago. 2022.

Carteirinhas prontas? Distribua para os seus três entrevistados para que eles
possam compreender melhor as vacinas que devem tomar para a imunização e
a melhoria da sua qualidade de vida.

Agora é fazer a nossa parte e vacinar!

Anotações

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FUNDAÇÃO ROBERTO
MARINHO
PRESIDENTE ASSESSORIA JURÍDICA
José Roberto Marinho Ana Érika Marques

SECRETÁRIO-GERAL ASSESSORIA DE PESQUISA E AVALIAÇÃO


João Alegria Rosalina Soares

GERENTE DE PRODUÇÃO AQUISIÇÃO E LICENCIAMENTO


Deca Farroco Coordenação
Ludmila Figueiredo
LÍDERES DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Maria Clara Boing Analista de Licenciamento
Maria Corrêa e Castro Felipe Gomes
Thyago Corrêa

SUPERVISÃO ARTÍSTICA
Marcio Motokane

PRODUÇÃO EXECUTIVA
Joana Levy

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Valéria de Cássia

GERENTE DE IMPLEMENTAÇÃO
Heloisa Mesquita

COORDENAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
Adriana Trindade
Fátima Gabriel
Ingrid Bertoldo
Karen Lucena
Renan Silva
Ricardo Pontes

GERENTE DE DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL
Tânia Pimenta

GERENTE DE COMUNICAÇÃO
José Brito

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FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Maria Alice Carraturi

CONTEÚDO CIÊNCIAS DA NATUREZA


Ana Maria de Souza
Claudia Sosinho
Erika Riqueza

LEITURA CRÍTICA
Leonardo Lago

REDAÇÃO
Leticia Calhau Freitas

PESQUISA
Leila Queiroz

COPIDESQUE
Paula Reis

REVISÃO ORTOGRÁFICA
Eduardo Santos de Oliveira

PROJETO GRÁFICO
Amí Comunicação e Design

DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÃO
Amí Comunicação e Design

IMAGENS CAPA
Shutterstock / SritanaN
Shutterstock / Ondrej Prosicky

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