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DESCRIÇÃO

Os fundamentos teórico-conceituais e o objeto de estudo da Psicopedagogia relacionados ao desenvolvimento humano, ao papel da escola e
da família na aprendizagem e à formação profissional do psicopedagogo.

PROPÓSITO
Compreender os fundamentos teóricos, os conceitos básicos e o objeto de estudo da Psicopedagogia, assegurando que o valor que o
desenvolvimento, a aprendizagem e o papel que a escola e a família assumem na formação educacional é importante para a atuação
profissional do psicopedagogo.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar os fundamentos teóricos e os conceitos básicos da Psicopedagogia

MÓDULO 2

Descrever os aspectos gerais do desenvolvimento humano e da aprendizagem

MÓDULO 3

Definir o papel da escola e da família na aprendizagem


MÓDULO 4

Reconhecer o objeto de estudo da Psicopedagogia na formação profissional do psicopedagogo

INTRODUÇÃO
A Psicopedagogia se constitui como uma área de estudos, pois busca seu status de ciência e tem seu objeto de pesquisa. Embora o termo
lembre a união da Psicologia e da Pedagogia, a Psicopedagogia procura construir-se como área de conhecimento. Relaciona-se a uma
prática e a um conhecimento direcionados para a questão da relação entre a subjetividade de cada indivíduo e o processo de
aprendizagem.

Quando iniciam sua trajetória nessa área, as pessoas pensam na Psicopedagogia como algo voltado somente para a questão do
aprendizado no âmbito da escola. Contudo, todos os pré-requisitos para a aprendizagem escolar decorrem da história da aprendizagem
humana, portanto ambas não estão desvinculadas.

A partir de agora, você está convidado a aprender mais sobre o assunto e a dialogar conosco por meio deste tema, que lhe dará uma visão
global e fascinante do que é a Psicopedagogia.

MÓDULO 1

 Identificar os fundamentos teóricos e os conceitos básicos da Psicopedagogia


PEDAGOGIA, PSICOLOGIA ESCOLAR, PSICOLOGIA
EDUCACIONAL E PSICOPEDAGOGIA
Para que você compreenda melhor os fundamentos teóricos e os conceitos básicos da Psicopedagogia, inicialmente, é necessário
mostrarmos a diferença entre Pedagogia, Psicologia Escolar, Psicologia Educacional e Psicopedagogia.

PEDAGOGIA

É uma ciência da educação, uma área de conhecimento acerca da problemática educativa em sua totalidade e historicidade, bem como uma
diretriz orientadora da ação educativa (LIBÂNEO, 2001).

PSICOLOGIA ESCOLAR

É um campo de atuação da Psicologia que possui um compromisso teórico e prático com as questões relativas à escola e a seus processos,
à sua dinâmica, a seus resultados e atores.

PSICOLOGIA EDUCACIONAL OU PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


Envolve questões mais amplas, como, por exemplo, pesquisa, ensino, processos de aprendizagem e intervenção de psicólogos que atuam
em estreita relação com o campo educativo (MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2014).

Pensar acerca da Psicopedagogia não é o mesmo que pensar na Psicologia Escolar ou Psicologia Educacional.

A Psicopedagogia é uma área nova, resultante da articulação de conhecimentos do campo educacional e de outros, que aponta novos rumos
para a solução de problemas antigos.

Quem atua nessa área de aplicação é o psicopedagogo. Esse profissional se ocupa dos problemas de aprendizagem – estudados,
inicialmente, pela Medicina e pela Pedagogia –, os quais são hoje tratados por um corpo teórico que vem se organizando a partir das
contribuições de outros campos (BOSSA, 2011).

Você já parou para refletir acerca destas definições?

A importância de compreendermos esses diferentes conceitos é justamente a possibilidade de esclarecer prováveis confusões ou distorções
que possam surgir no campo de estudo da Psicopedagogia.
Imagem: Shutterstock.com

FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOPEDAGOGIA


Para entender como a Psicopedagogia surgiu, você precisa conhecer sua história. A área nasceu da necessidade de uma melhor
compreensão do processo de aprendizagem e não se restringe somente à aplicação da Psicologia e da Pedagogia. Os inúmeros autores que
estudam a Psicopedagogia e se interessam pela área enfatizam sua relação com diversos campos de conhecimento. Admitir tal aspecto
significa reconhecer sua especificidade como área de estudos, uma vez que, buscando uma diversidade de saberes e conhecimentos, ela
cria seu próprio objeto – condição essencial da interdisciplinaridade.
 VOCÊ SABIA

Como área de aplicação, a Psicopedagogia antecede o status de área de estudos, procurando, assim,
sistematizar um corpo teórico próprio, definir seu objeto de estudo e delimitar seu campo de atuação. Para
isso, recorre à Psicologia, à Psicanálise, à Linguística, à Fonoaudiologia, à Medicina e à Pedagogia.

Os autores brasileiros que são referências na Psicopedagogia, como Neves, Kiguel, Scoz, Golbert, Rubinstein, Weiss, Barone e outros, assim
como os argentinos Fernández, Paín, Visca e Müller, concordam quanto à necessidade de conhecimentos de várias áreas, que, articulados,
devem fundamentar a constituição de uma teoria psicopedagógica (BOSSA, 2011). Veja, a seguir, alguns conhecimentos específicos de
diversas outras teorias que contribuem para a área da Psicopedagogia:

PSICOLOGIA GENÉTICA

Procura analisar e descrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interação com os outros e com os objetos.

PSICANÁLISE

Estuda o mundo inconsciente, das representações profundas e operantes, por meio da dinâmica psíquica que se expressa por sintomas e
símbolos, permitindo-nos levar em conta o desejo do homem.
NEUROLOGIA

Possibilita a compreensão dos mecanismos cerebrais, que são fundamentais no aprimoramento das funções mentais, apontando-nos a que
correspondem, o enfoque orgânico e todas as evoluções ocorridas no contexto psíquico.

LINGUÍSTICA

Traz a compreensão da linguagem como um dos meios que caracterizam o tipicamente humano e cultural: a língua como código disponível a
todos os membros de uma sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e historiado de acesso à estrutura simbólica.

PSICOLOGIA SOCIAL

Estuda a constituição dos sujeitos, respondendo às relações familiares, grupais e institucionais, em condições socioculturais e econômicas
específicas, o que inclui a aprendizagem.

Nenhuma dessas áreas surgiu especificamente para responder à problemática da aprendizagem humana. Contudo, elas nos oferecem
caminhos para refletir cientificamente e operar no campo psicopedagógico (BOSSA, 2011).

Agora, vamos pensar um pouco sobre a atuação do psicopedagogo frente ao problema de aprendizagem de uma criança a partir das áreas
de conhecimento mencionadas.

Suponhamos que a escola encaminhou uma criança ao psicopedagogo por apresentar problemas de produção textual e dificuldades em
matemática. O profissional recorre a um corpo teórico para investigar sobre o que está originando essas dificuldades e analisa, então,
algumas questões para auxiliar a criança.

Veja:

Ao entrar em contato com a Pedagogia, ele pode questionar se a metodologia utilizada no processo de alfabetização está adequada. Afinal,
essa área envolve aspectos do processo de ensino e aprendizagem que podem ser compreendidos a partir das teorias pedagógicas, como,
por exemplo, a Psicologia Genética, que estuda os processos cognitivos.

Se o psicopedagogo analisar o problema a partir da Psicanálise, poderá supor que o processo se inviabiliza na relação professor-aluno.
Essa área pode identificar mecanismos psíquicos e dificuldades emocionais de ordem inconsciente que favorecem a não aprendizagem da
criança.

Em outro cenário, imagine que, no contato inicial com a família da criança, o psicopedagogo descubra que faltou oxigênio no parto, o que
ocasiou nela uma lesão cerebral. Nesse caso, alguns princípios da Neurologia são essenciais ao profissional da Psicopedagogia para o
devido encaminhamento a outros profissionais, bem como para verificar como será o tratamento da criança.

O psicopedagogo pode descobrir, ainda, que a dificuldade na produção textual do aluno resultou de diferenças culturais e de linguagem.
Nessa questão, a Linguística pode auxiliar o profissional na causa da problemática e – quem sabe? – na intervenção.

Já a Psicologia Social possibilita ao psicopedagogo pensar na natureza do grupo a que pertence o sujeito da aprendizagem e nas
interferências socioculturais de tal grupo nesse indivíduo.

Como você percebeu, o psicopedagogo busca conhecimentos de diversas áreas. Contudo, nenhum desses campos surge, em sua totalidade,
para responder aos problemas de aprendizagem. As diversas combinações entre esses conhecimentos resultam em posturas teórico-práticas
diversificadas, mas com vários aspectos de convergência. Assim, a partir de pressupostos teóricos iniciais da Medicina, da Psicologia e da
Pedagogia, foram constituídos saberes acerca dos problemas de aprendizagem, os quais se transformaram e, consequentemente,
modificaram a prática psicopedagógica até chegar à configuração atual.

Atualmente, a Psicopedagogia refere-se a um saber e a um saber-fazer, às condições subjetivas e relacionais – em especial familiares e
escolares –, às inibições, aos atrasos e aos desvios do sujeito ou grupo a ser diagnosticado (BOSSA, 2011).
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CONCEITOS BÁSICOS DA PSICOPEDAGOGIA


A área da Psicopedagogia surgiu de uma necessidade. Você pode imaginar qual seria?
 RESPOSTA

Trata-se de contribuir na busca de soluções para a questão do problema de aprendizagem e dos fatores que
interferem no ato de aprender. A Psicopedagogia busca colaborar para uma melhor compreensão desse
processo.

Como sabemos, essa área é constituída de pressupostos de diferentes ciências e tem o intuito de construir uma visão sobre os diversos
aspectos relacionados ao processo de aprendizagem. A Psicopedagogia preocupa-se com duas práticas. São elas:

PRÁTICA CLÍNICA
Na qual a área tem-se transformado em campo de estudos para investigadores interessados no processo de construção do conhecimento e
nas dificuldades que se apresentam nessa construção.

PRÁTICA PREVENTIVA
Na qual a área busca criar uma relação saudável com o conhecimento, de modo a facilitar sua construção.

A área da Psicopedagogia tem como propósito:

[...] INVESTIGAR A FORMA DE APRENDER DE CADA INDIVÍDUO, OU A DE NÃO


APRENDER, OU A DE APRENDER COM DIFICULDADE, DE NÃO REVELAR O QUE
APRENDEU, DE FUGIR DE SITUAÇÕES POSSÍVEIS DE APRENDIZAGEM,
OBSERVANDO FATORES OBJETIVOS E SUBJETIVOS IMPLICADOS NO
PROCESSO.

PAÍN, 1992, p. 24

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No Brasil, o psicopedagogo ocupa-se das seguintes funções (MACEDO, 1990 apud BOSSA, 2011):
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ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS

Organização da vida escolar da criança, quando esta não consegue fazê-lo espontaneamente. Busca-se promover o melhor uso do tempo, a
elaboração de uma agenda e tudo aquilo que é necessário a “como estudar” (como ler um texto, como escrever, como estudar para a prova
etc).
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ACOMODAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESCOLARES

Visa ao domínio de disciplinas escolares em que a criança não está tendo um bom desempenho. O conteúdo escolar será utilizado apenas
como uma estratégia para ajudar e fornecer ao aluno o domínio de si próprio e as condições necessárias ao desenvolvimento cognitivo.
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DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO

Trabalham-se os processos de pensamento necessários ao ato de aprender. Utilizam-se os jogos, pois promovem a criação de um contexto
de observação e diálogo sobre processos de pensar e de construir o conhecimento.
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ATENDIMENTO DE CRIANÇAS

Esse atendimento também se estende a pessoas com deficiências, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou com comprometimentos
orgânicos mais graves.

Conforme vimos, a Psicopedagogia atua nos processos da aprendizagem e se interessa por eles. Pertence a um campo de conhecimentos
com diversas áreas – cada uma influencia a outra e dispõe de elementos que podem ser compartilhados e utilizados.
O QUE É A PSICOPEDAGOGIA?
A especialista Patricia Rossi Carraro aborda o conceito de Psicopedagogia, o processo da aprendizagem e as diversas áreas que auxiliam na
construção deste estudo. Assista:

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. AO CONSIDERARMOS A COMPLEXIDADE DA QUESTÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM, COM TODAS


AS VARIÁVEIS E TODOS OS ELEMENTOS QUE INTERFEREM NESSE PROCESSO, NEM A PSICOLOGIA NEM A
PEDAGOGIA E MUITO MENOS A PSICOLOGIA ESCOLAR DÃO CONTA DESSA DIMENSÃO SOZINHAS. SOBRE
O ASSUNTO, ANALISE AS ASSERÇÕES A SEGUIR:
I. QUANDO RECORREMOS À PSICOPEDAGOGIA PARA RESOLVER OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM,
NÃO É O MESMO QUE UTILIZAR OS PROCEDIMENTOS E AS TÉCNICAS DA PSICOLOGIA, DA PEDAGOGIA,
DA PSICOLOGIA ESCOLAR OU DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL.

PORQUE

II. A PSICOLOGIA, A PEDAGOGIA, A PSICOLOGIA ESCOLAR E A PSICOLOGIA EDUCACIONAL SÃO ÁREAS


DE CONHECIMENTO DISTINTAS, E CADA UMA TRAZ SUAS CONTRIBUIÇÕES À PSICOPEDAGOGIA.

CONSIDERANDO O EXPOSTO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A RELAÇÃO ENTRE AS


ASSERÇÕES:

A) A primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.

B) Ambas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

C) Ambas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.

D) A primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.

E) Ambas são falsas.

2. OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOPEDAGOGIA ESTÃO VINCULADOS A VÁRIOS CAMPOS DO


CONHECIMENTO QUE CONTRIBUÍRAM PARA A EVOLUÇÃO DESSA ÁREA. QUE CAMPO DO SABER NÃO
TEM RELAÇÃO COM A PSICOPEDAGOGIA?

A) Psicanálise, que estuda o universo psíquico do indivíduo e seus processos inconscientes.

B) Psicologia Social, que estuda os processos grupais, institucionais e familiares.

C) Psicologia Genética, que estuda os aspectos cognitivos e a construção do conhecimento.

D) Enfermagem, que presta assistência às pessoas e promove a saúde.

E) Linguística, que estuda os aspectos da linguagem, da língua e da fala.

GABARITO

1. Ao considerarmos a complexidade da questão do processo de aprendizagem, com todas as variáveis e todos os elementos que
interferem nesse processo, nem a Psicologia nem a Pedagogia e muito menos a Psicologia Escolar dão conta dessa dimensão
sozinhas. Sobre o assunto, analise as asserções a seguir:

I. Quando recorremos à Psicopedagogia para resolver os problemas de aprendizagem, não é o mesmo que utilizar os
procedimentos e as técnicas da Psicologia, da Pedagogia, da Psicologia Escolar ou da Psicologia Educacional.

PORQUE

II. A Psicologia, a Pedagogia, a Psicologia Escolar e a Psicologia Educacional são áreas de conhecimento distintas, e cada uma traz
suas contribuições à Psicopedagogia.
Considerando o exposto, assinale a alternativa que apresenta a relação entre as asserções:

A alternativa "B " está correta.

Por mais que a Psicopedagogia sugira uma junção da Psicologia e da Pedagogia, ou tenha alguma relação com a Psicologia Escolar e a
Psicologia Educacional, essa área de estudos vai mais além, pois envolve conhecimentos de diversos campos do saber e tem suas
particularidades.

2. Os fundamentos teóricos da Psicopedagogia estão vinculados a vários campos do conhecimento que contribuíram para a
evolução dessa área. Que campo do saber não tem relação com a Psicopedagogia?

A alternativa "D " está correta.

A área da Enfermagem também cuida das pessoas. No entanto, o enfermeiro oferece assistência ao paciente no que diz respeito às doenças
orgânicas, aos exames clínicos, à aplicação de injeção e curativos, ao bem-estar do paciente em clínicas, hospitais e domicílios, e não
necessariamente aos aspectos relacionados ao aprendizado.

MÓDULO 2

 Descrever os aspectos gerais do desenvolvimento humano e da aprendizagem


DESENVOLVIMENTO HUMANO
A área do desenvolvimento humano relaciona-se ao estudo científico dos processos sistemáticos de mudança e estabilidade que acontecem
com as pessoas. Aqueles que se dedicam a estudar essa área observam os aspectos de transformação do indivíduo, desde a concepção até
a maturidade, bem como as características que permanecem razoavelmente estáveis. É um processo que dura a vida toda, também
denominado desenvolvimento do ciclo da vida (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

Imagem: Shutterstock.com

Estudar o desenvolvimento humano é uma condição para tentar responder o porquê das condutas do bebê, da criança, do adolescente, do
jovem, do adulto e dos mais velhos. O desenvolvimento é um processo contínuo e ininterrupto, em que os aspectos biológicos, físicos,
sociais e culturais se interconectam, influenciam-se reciprocamente, produzindo indivíduos com um modo de pensar, sentir e estar no mundo
absolutamente singulares e únicos.

O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico, o qual abordaremos mais adiante.
O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais: formas de
organização da atividade mental que se vão aperfeiçoando e solidificando até o momento em que todas, plenamente desenvolvidas,
caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos aspectos da inteligência, da vida afetiva e das relações sociais (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2008).

Você sabia que, ao mesmo tempo em que é rico e diversificado, o desenvolvimento humano é complexo?

Cada pessoa tem suas próprias características que a distinguem das demais e seu próprio ritmo de desenvolvimento. As motivações e
mudanças de comportamento podem ser as mais diversas. Muitas vezes, os pesquisadores discordam a respeito dos fatores que levam uma
pessoa a se comportar de uma ou de outra maneira. Por mais que estudemos e nos esforcemos para compreender o comportamento
humano e seu desenvolvimento, este sempre nos reservará surpresas e imprevistos. Antes de ser desfavorável, essa imprevisão e certeza
são o que dão graça e beleza à vida humana. Essa aparente desordem do ser humano, que não se ajusta a padrões preestabelecidos,
produz o avanço, o progresso e a mudança.

Pare e pense no que acontece quando várias pessoas estão juntas. Com certeza, cada uma tem suas características, com pensamentos,
sentimentos e posturas distintos. E precisa ser assim. Você já pensou como seria nossa vida se realizássemos todos os dias as mesmas
tarefas e repetíssemos sempre os mesmos comportamentos? E se as outras pessoas fizessem tudo igual a você, tudo programado desde a
concepção, como acontece com as outras espécies animais? O que faz a vida ser fascinante é essa constante incerteza quanto ao momento
seguinte. Esse aspecto nos estimula a inventar, a criar, a realizar, a tentar melhorar nosso mundo.

 SAIBA MAIS
Apesar das diferenças e da incerteza que marcam o desenvolvimento humano, é possível estabelecer alguns
princípios básicos, algumas tendências gerais que se verificam no desenvolvimento de todas as pessoas e
de cada indivíduo em particular (PILETTI, 2008).

Ao analisar o desenvolvimento de grande número de pessoas, muitos pesquisadores chegaram a estabelecer certas fases para esse
processo. São períodos regidos por certa sequência e por princípios. Ao se desenvolverem, todas as pessoas experimentam essas etapas,
embora varie a idade em que cada uma delas inicia cada fase. Vamos estudar a respeito?

FASES DO CICLO VITAL


Não há períodos de ruptura radical no desenvolvimento humano.

Afinal, a evolução é gradual e contínua. Entretanto, em alguns momentos, as mudanças são maiores que em outros. Ao considerarmos o
crescimento físico, a infância e a adolescência são os períodos em que as mudanças são mais visíveis. Agora, se pensarmos na vida adulta,
sob esse ponto de vista, vamos notar que é um período de maior estabilidade. Aqueles que estudam o desenvolvimento contínuo dividem o
processo em cinco fases, as quais têm características próprias. São elas:

1. Vida pré-natal – antes do nascimento

2. Infância – do nascimento aos 12 anos


3. Adolescência – dos 12 aos 21 anos

4. Idade adulta – dos 22 aos 65 anos

5. Velhice – depois dos 65 anos


Imagem: Shutterstock.com

No entanto, essa divisão é arbitrária. O período da adolescência, por exemplo, varia de pessoa para pessoa. Se um menino começa a
trabalhar aos 13 anos para ajudar no sustento de sua família, já está assumindo responsabilidades de adulto. E se um rapaz apenas estuda
até os 28 anos, sem trabalhar, sua adolescência foi mais estendida.

A divisão das fases do desenvolvimento humano depende dos critérios estabelecidos para concluir que alguém é adulto. A idade cronológica
não pode ser o único critério.

A fase da velhice também aponta para a arbitrariedade dessa divisão. Se considerarmos velhice o momento em que a pessoa já não pode
trabalhar, em que tem suas funções orgânicas bastante prejudicadas, veremos que essa idade varia de acordo com a situação social e
econômica de um país. No Brasil, por exemplo, a maioria das pessoas começa a velhice antes dos 65 anos, pois poucos conseguem chegar
até essa idade.
Imagem: Shutterstock.com

Os psicólogos divergem muito quanto à classificação das diversas fases do desenvolvimento humano e quanto às características mais
importantes de cada etapa. Entre todos aqueles que realizaram estudos sobre o desenvolvimento humano no século XX, Sigmund Freud e
Jean Piaget merecem um destaque especial. Eles acreditavam que o desenvolvimento humano se dividia por estágios ou fases, que se
sucediam na mesma ordem em todos os indivíduos. Também acreditavam que todas as pessoas passam por essas fases na mesma ordem,
desde que tenham um desenvolvimento normal, embora as idades possam variar (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).
SIGMUND FREUD (1856-1939)

Neurologista austríaco que fundou a Psicanálise – teoria que teve grande efeito na Psicologia e na Psiquiatria, a qual diz respeito a uma
camada profunda de nossa mente: o inconsciente e a forma como este influencia as ações dos homens.

Fonte: Infopédia – Dicionários Porto Editora.


Imagem: Max Halberstadt/Wikimedia Commons.

JEAN PIAGET (1896-1980)

Psicólogo suíço apaixonado pela teoria do conhecimento, que acreditava na Psicologia como via científica para elaborar a
epistemologia genética: uma base estabelecida por natureza para o desenvolvimento da habilidade da criança de pensar. De acordo
com sua teoria, a mente da criança evolui ao longo de uma série de estágios até atingir a fase adulta.

Fonte: Infopédia – Dicionários Porto Editora.


Imagem: Autor não identificado/Anuário da Universidade de Michigan (1968)/Wikimedia Commons.

ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO


Agora, vamos compreender como os cientistas estudam o desenvolvimento humano. Você já parou para pensar nesse assunto?

Os cientistas do desenvolvimento humano centralizam seus estudos em três grandes aspectos do indivíduo:
FÍSICO

COGNITIVO

PSICOSSOCIAL

Ao explorarmos o crescimento do corpo e do cérebro, as capacidades sensoriais, as habilidades motoras e a saúde, estamos dando ênfase
ao desenvolvimento físico.


Quando pensamos em aprendizagem, atenção, memória, linguagem, inteligência, pensamento, raciocínio e criatividade, voltamos nosso
olhar para o desenvolvimento cognitivo.


No entanto, quando estudamos aspectos relacionados às emoções, à personalidade e às relações sociais, estamos falando do
desenvolvimento psicossocial (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
 ATENÇÃO

Por mais que estudemos cada aspecto separadamente, todos estão interrelacionados, conectados e
unificados.

O estudo do desenvolvimento humano está em constante evolução. As questões que os cientistas procuram responder, os métodos que
empregam e as explicações que oferecem são mais bem elaborados e diversificados do que há anos. Vários avanços contribuíram para esse
cenário e impactaram o desenvolvimento, como, por exemplo, a tecnologia digital, que revolucionou diversos exames e muitas técnicas nessa
área (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

Imagem: Shutterstock.com
E como os profissionais de Psicologia atuam nas fases do desenvolvimento humano?

Os psicólogos infantis se concentram em estudar os bebês e as crianças. Preocupam-se em saber se os bebês nascem com
personalidades e temperamentos distintos, de que maneira se relacionam com pais e babás, como as crianças aprendem uma língua e
desenvolvem sua moral, a idade na qual surgem as diferenças sexuais no comportamento, além das mudanças no significado e na
importância da amizade durante a infância.

Os psicólogos da adolescência especializam-se nesse estágio do desenvolvimento humano, interessam-se em saber de que modo a
puberdade, as mudanças nos relacionamentos com os colegas e com os pais e a busca de identidade podem tornar esse período da vida
bastante difícil para alguns jovens.

Os psicólogos da maturidade preocupam-se com a idade adulta e as diferentes maneiras por meio das quais os indivíduos se ajustam aos
parceiros, ao papel dos pais, à meia-idade, à aposentadoria e, por fim, à perspectiva da morte (MORRIS; MAISTO, 2004).

FATORES INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO


Você sabe se são os aspectos inatos, a hereditariedade ou a carga genética que influenciam o desenvolvimento humano, ou se são as
influências externas produzidas no ambiente (meio) que exercem esse papel?

Antigamente, esse debate era constante e presente entre os pesquisadores, mas, na atualidade, os teóricos contemporâneos do
desenvolvimento estão mais preocupados em descobrir meios de explicar como a genética e o ambiente atuam juntos do que apresentar qual
dos fatores é o mais importante nesse contexto (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

Vamos conhecer, agora, os fatores indissociáveis e em permanente interação que influenciam o desenvolvimento humano (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2008). São eles:
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HEDITARIEDADE

Está relacionada aos aspectos genéticos, os quais estabelecem o potencial do indivíduo, que pode não se desenvolver. Existem pesquisas
que comprovam os aspectos genéticos da inteligência, a qual, no entano, pode se desenvolver aquém ou além de seu potencial, dependendo
das condições do meio.
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CRESCIMENTO ORGÂNICO

Refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilização do esqueleto permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do
mundo que antes não existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança quando começa a engatinhar e, depois, a andar em
relação a quando estava no berço, com alguns semanas de vida.
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MATURAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA

É o que torna possível determinado padrão de comportamento. Para andar, subir e descer uma escada sem apoio ou andar de bicicleta, é
necessário um desenvolvimento neurológico que uma criança entre 6 e 8 meses não tem.
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MEIO

É o conjunto de influências e estimulações ambientais que altera os padrões de comportamento do indivíduo. Vamos pensar no seguinte
exemplo: se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de 3 anos poderá ter um repertório verbal muito maior do que a média das
crianças de sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer uma escada com facilidade, se essa situação não fez parte de sua
experiência de vida.

Para entender o desenvolvimento humano, é necessário:


Considerar as características herdadas, as quais oferecem a cada indivíduo determinadas condições para iniciar sua vida.

Dar a devida importância aos diversos fatores ambientais, às experiências ou aos contextos (família, amigos, escola) que afetam o
desenvolvimento.

Considerar como a hereditariedade e o ambiente interagem, e entender quais os processos de desenvolvimento são maturacionais ou não.

Observar as influências que afetam muitas ou a maioria das pessoas em determinada idade ou em determinado momento histórico.


Observar como o momento da ocorrência de determinado evento pode afetar o impacto de certas influências (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

DEFINIÇÕES DE APRENDIZAGEM
Com certeza, você já deve estar cansado(a) de ouvir a palavra aprendizagem, que tal pessoa tem facilidade ou dificuldade em aprender, ou,
ainda, que a gente aprende a todo momento.

Mas você sabe o que realmente significa esse termo? Já parou para pensar no significado desse conceito?

A aprendizagem é um processo que ocorre durante toda a vida e que nos permite adquirir algo novo em qualquer idade (BOCK; FURTADO;
TEIXEIRA, 2008).
Imagem: Shutterstock.com

Aprendizagem também pode ser considerada o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro, que se expressa, diante
de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência (JOSÉ; COELHO, 2008). Quando
repetimos comportamentos já realizados, não estamos aprendendo. Só há aprendizagem quando ocorre uma mudança no
comportamento. A maior parte dos nossos comportamentos é aprendida, como, por exemplo: andar, falar, gritar, nadar, telefonar, sentar etc.
(PILETTI, 2008).

Existem pelo menos sete fatores para que a aprendizagem se efetive, independentemente da teoria de aprendizagem considerada (DROUET,
2006). São eles:
1. SAÚDE FÍSICA E MENTAL

2. MOTIVAÇÃO

3. PRÉVIO DOMÍNIO

4. MATURAÇÃO

5. INTELIGÊNCIA

6. CONCENTRAÇÃO OU ATENÇÃO
7. MEMÓRIA

Entre os teóricos do desenvolvimento, há variações sobre a definição de aprendizagem. Alguns acreditam na importância do ambiente.
Outros destacam mais os fatores orgânicos. E há aqueles que consideram a relevância da parte emocional e intelectual. De modo geral, os
teóricos dessa área concordam que a aprendizagem envolve necessariamente mudança de comportamento, resultante da experiência.

Ao explorarmos o universo das teorias de aprendizagem, notamos que essas representam uma tradição muito diferente daquela dos
psicanalistas ou dos cognitivo-desenvolvimentistas a qual enfatiza mais a forma como o ambiente molda a criança do que em como a criança
entende suas experiências.

 SAIBA MAIS

Os teóricos da aprendizagem consideram o comportamento humano bastante plástico, moldado por


processos de aprendizagem previsíveis, apesar de não negarem a importância da genética e do meio
ambiente em todos esses processos.

PRINCIPAIS TEORIAS DA APRENDIZAGEM


As três das teorias da aprendizagem mais importantes são (BEE; BOYD, 2011):
Modelo de condicionamento clássico – de Ivan Pavlov

Modelo de condicionamento operante – de Frederic Skinner

Teoria sociocognitiva – de Albert Bandura

IVAN PAVLOV (1849-1936)

Fisiologista russo, autor da teoria do reflexo condicionado (inato), que influenciou o desenvolvimento das teorias comportamentais da
Psicologia até as primeiras décadas do século XX.

Fonte: Infopédia – Dicionários Porto Editora.


Imagem: Autor desconhecido/Wikimedia Commons.

FREDERIC SKINNER (1904-1990)


Psicólogo norte-americano que questionou parcialmente a teoria de Pavlov ao explicar o comportamento como resultado de um
condicionamento de “primeiro tipo", de estímulo mecânico, e de um condicionamento de “segundo tipo”, quando, no processo de
adaptação ao meio, o sujeito alcança uma satisfação que provoca a repetição desse comportamento.

Fonte: Infopédia – Dicionários Porto Editora.

Imagem: Silly rabbit/Wikimedia Commons/Licença (CC BY 3.0).


ALBERT BANDURA

Psicólogo norte-americano que desenvolveu a teoria da aprendizagem social, segundo a qual a aprendizagem se processa por
observação e imitação. Suas investigações também envolveram o estudo dos meios de comunicação social na aquisição de
comportamentos.

Fonte: Infopédia – Dicionários Porto Editora.


Imagem: Departamento de Psicologia da Universidade de Stanford/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 4.0).

MODELO DE CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

De acordo com essa teoria de Pavlov, a aprendizagem é igual ao condicionamento. Para que uma pessoa aprenda um novo comportamento,
devemos condicioná-la.
O condicionamento clássico envolve a aquisição de novos sinais para respostas já existentes.

 EXEMPLO

Suponhamos que você toque um bebê no queixo. Ele se voltará à direção do toque e começará a sugar.

Na terminologia técnica do condicionamento clássico, o toque no queixo é o estímulo não condicionado, e a virada e a sucção são as
respostas não condicionadas. O bebê já está programado para fazer tudo aquilo. Esses condicionamentos são reflexos automáticos.

A aprendizagem ocorre quando algum estímulo novo é introduzido ao sistema.

 EXEMPLO

Inúmeros estímulos ocorrem aproximadamente ao mesmo tempo do toque no queixo do bebê antes da
amamentação: o som dos passos da mãe se aproximando, o fato de ser pego, ser tocado e ser segurado nos
braços pela mãe. Todos esses estímulos podem, eventualmente, tornar-se estímulos condicionados e
ativar a resposta do bebê de virada e sucção, mesmo sem qualquer toque no queixo.
MODELO DE CONDICIONAMENTO OPERANTE

Nesse modelo de Skinner, o processo consiste em apresentar estímulos agradáveis – chamados de reforços – quando a pessoa
manifesta o comportamento que queremos que ela aprenda. Os reforços devem ser apresentados quando o indivíduo emite comportamentos
desejados, como receber um sorriso ou um abraço após um comportamento esperado.

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 EXEMPLO

Os pais querem que o filho obtenha bons resultados na escola e prometem que, se ele tirar boas notas,
ganhará um celular novo em seu aniversário. Aqui, podemos considerar o presente um reforço positivo.

No entanto, o indivíduo pode evitar comportamentos considerados indesejáveis para esquivar-se dos chamados reforços negativos, como
repreensões e ameaças. Além disso, não é preciso dar o reforço todas as vezes em que o indivíduo manifesta o comportamento desejado.
Reforço intermitente (ora sim, ora não) também funciona e pode ser duradouro.

Skinner trabalhou muito com animais em laboratório. Para os seres humanos, criou as máquinas de ensinar e um método didático conhecido
como instrução programada ou aprendizagem programada, que é individual e por meio do qual o aluno estuda sem a intervenção direta
do professor e progride em sua própria velocidade. A metodologia apresenta-se sob a forma de textos especiais (livros, apostilas etc). A
matéria aprendida é mostrada em pequenas partes e, na sequência, aparece uma atividade, cujos acertos e erros são imediatamente
verificados. Nesse momento, surge o reforço.

TEORIA SOCIOCOGNITIVA

Essa teoria de Bandura é a mais influente na atualidade entre os psicólogos do desenvolvimento. A partir da base dos conceitos de
aprendizagem tradicionais, o psicólogo acrescentou diversas outras ideias fundamentais a sua teoria.

Primeiro, Bandura afirma que a aprendizagem nem sempre requer reforço direto, pois também pode ocorrer como resultado de observar
alguém realizando uma ação, conhecida como aprendizagem observacional ou modelação, a qual está envolvida em uma ampla
variedade de comportamentos.
 EXEMPLO

As crianças aprendem a bater assistindo a outras pessoas em seu cotidiano e na televisão. Elas aprendem a
ser generosas observando outros doarem dinheiro ou compartilharem bens.

Bandura contribuiu muito para a transposição de uma lacuna entre a teoria da aprendizagem e a teoria cognitivo-comportamental ao
enfatizar elementos cognitivos (mentais) importantes na aprendizagem observacional. A teoria chamada por ele de sociocognitiva enfatiza o
fato de que a modelação pode ser veículo para aprender informação abstrata e habilidades concretas. Na modelação abstrata, o observador
deduz uma regra que pode ser a base do comportamento específico.

 EXEMPLO

Uma criança que vê seus pais como voluntários um dia por mês em um banco de alimentos pode deduzir
uma regra sobre a importância de “ajudar os outros”, mesmo que os pais nunca a articulem. Portanto, por
meio da modelação, uma criança pode adquirir atitudes, valores, formas de resolver problemas e até padrões
de autoavaliação (BEE; BOYD, 2011).

A partir do conhecimento das teorias do desenvolvimento, podemos constatar que o indivíduo aprende de diferentes modos. As maneiras
como cada teórico do desenvolvimento e da aprendizagem aborda seus construtos são importantes para pensarmos no indivíduo em toda a
sua magnitude. O mais interessante é que as teorias se complementam. Não existe a melhor.
Você deve estar se perguntando:

Quais os motivos de estudarmos o desenvolvimento humano, a aprendizagem e sua relação com a Psicopedagogia?

 RESPOSTA

É fundamental que o psicopedagogo conheça as fases do desenvolvimento e suas características, bem como
os diversos fatores que influenciam e impactam o desenvolvimento humano. Além disso, como esse
profissional lidará diretamente com os processos cognitivos do indivíduo e suas dificuldades, precisará
compreender o que é aprendizagem, como o indivíduo aprende e quais são as principais teorias
envolvidas nesse processo.

ASPECTOS GERAIS DA APRENDIZAGEM HUMANA


A especialista Patricia Rossi Carraro aborda o processo de aprendizagem humana, a interação do sujeito com o objeto de conhecimento e a
modificação da forma de pensar a realidade. Assista:
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O DESENVOLVIMENTO OCORRE EM VÁRIOS DOMÍNIOS OU DIMENSÕES DO EU. OS PSICÓLOGOS DA


ÁREA FAZEM DISTINÇÃO ENTRE DESENVOLVIMENTO FÍSICO, COGNITIVO E PSICOSSOCIAL. TOMANDO
POR BASE AS CONSIDERAÇÕES APRESENTADAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO HUMANO, ASSINALE A
ALTERNATIVA INCORRETA:

A) O desenvolvimento é um processo contínuo e ininterrupto, em que os aspectos biológicos, físicos, sociais e culturais se interconectam,
influenciam-se reciprocamente, produzindo a subjetividade de cada ser.

B) A psicologia do desenvolvimento é uma área do conhecimento que estuda o desenvolvimento do indivíduo em todos os seus aspectos —
físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social —, desde o nascimento até a idade adulta.
C) O estudo do desenvolvimento humano possibilita conhecer as características comuns a cada faixa etária – formas de perceber,
compreender e se comportar diante do mundo.

D) A compreensão do desenvolvimento implica descrever, tão completa e exatamente quanto possível, as funções psicológicas das crianças
em diferentes faixas etárias e descobrir como tais funções mudam com a idade.

E) O estudo do desenvolvimento humano se baseia especificamente no histórico familiar de doenças orgânicas e nos fatores protetivos e de
risco presentes no contexto psicossocial.

2. A APRENDIZAGEM OCUPA UM PAPEL PRIMORDIAL NA VIDA DOS INDIVÍDUOS E NO CAMPO DE ESTUDO


DA PSICOPEDAGOGIA. ELA SE FAZ PRESENTE CONSTANTEMENTE NO CONTEXTO FAMILIAR E ESCOLAR.
SOBRE O CONCEITO E OS ASPECTOS GERAIS DA APRENDIZAGEM, ASSINALE A ALTERNATIVA
INCORRETA:

A) A aprendizagem é um processo e, em suas unidades mais primárias ou básicas, ocorre quando a pessoa, em virtude de determinadas
experiências, que incluem necessariamente inter-relações com o contexto, produz respostas novas e modifica as existentes.

B) A aprendizagem envolve fatores individuais – como memória, atenção e pensamento, autoestima e autoconfiança, visão e audição, bem
como a capacidade de estabelecer relacionamentos.

C) A aprendizagem é um processo que ocorre durante a vida, permitindo-nos adquirir algo novo em qualquer idade. Há diversos fatores que
nos levam a apresentar um comportamento que anteriormente não apresentávamos.

D) Os estudiosos costumam afirmar que, para acontecer a aprendizagem, não precisamos das interferências de fatores específicos, como,
por exemplo, a saúde física e mental, a motivação, a maturação etc.

E) A aprendizagem é a modificação do comportamento frente a uma situação e implica progresso e evolução.


GABARITO

1. O desenvolvimento ocorre em vários domínios ou dimensões do eu. Os psicólogos da área fazem distinção entre
desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. Tomando por base as considerações apresentadas sobre o desenvolvimento
humano, assinale a alternativa incorreta:

A alternativa "E " está correta.

O desenvolvimento humano preocupa-se em conhecer o indivíduo como um todo, e não somente os aspectos de seu desenvolvimento físico
(doenças orgânicas) e os fatores protetivos e de risco de sua saúde.

2. A aprendizagem ocupa um papel primordial na vida dos indivíduos e no campo de estudo da Psicopedagogia. Ela se faz presente
constantemente no contexto familiar e escolar. Sobre o conceito e os aspectos gerais da aprendizagem, assinale a alternativa
incorreta:

A alternativa "D " está correta.

A aprendizagem é influenciada por diversos fatores internos do indivíduo, bem como por fatores externos. No caso dos aspectos internos,
não há como negar a importância dos fatores orgânicos e psicológicos.

MÓDULO 3

 Definir o papel da escola e da família na aprendizagem


PAPEL DA FAMÍLIA NA APRENDIZAGEM
Para compreendermos a família, precisamos lembrar que ela é considerada uma instituição social fundamental na vida do indivíduo. Apesar
das diversas críticas que recebe, não podemos negar a grande importância que exerce no desenvolvimento e na formação do indivíduo. A
partir da segunda metade do século XX, a família passou por diversas transformações tanto em sua estrutura e organização quanto nas
funções de seus membros (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).

Geralmente, as primeiras experiências educacionais da criança são proporcionadas pela família. Depois de nascer, a criança começa a sofrer
influências familiares que, aos poucos, vão modelando seu comportamento. Muitos pais não têm plena consciência de que seus
comportamentos, sua maneira de ser e de falar, de andar e cumprimentar as pessoas, de olhar para os outros e até mesmo de carregar o
filho no colo têm enorme influência sobre o desenvolvimento da criança (PILETTI, 2008).
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A primeira instituição mediadora entre o homem e a cultura é a família. Ela estimula as relações sociais, afetivas e cognitivas da criança, e
possui significados e práticas culturais prontas que moldam nossa construção individual e coletiva, além de criar modelos comportamentais
predefinidos para resolução de problemas (DESSEN; POLONIA, 2007).

Além de ser responsável por garantir a sobrevivência da criança, a família deve fornecer afeto, considerar sempre suas necessidades básicas
e novos aprendizados para que ela seja capaz de viver em sociedade (CASARIN; RAMOS, 2007).
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Os sentimentos que os pais têm em relação à criança durante os anos anteriores à escola são essenciais para seu desenvolvimento posterior
e para sua aprendizagem escolar. Parte da influência dos pais provém da maneira como encaram a aprendizagem escolar. Certamente, o
atraso do filho pode estar relacionado com a atitude dos pais em relação à leitura. Eles podem influenciar a aprendizagem que os filhos vão
ter na escola por meio de atitudes e valores que lhes passam, sem a intenção de ensinar (PILETTI, 2008).

Não basta comprar livros e dizer à criança que leia. Os pais também precisam ler e valorizar a leitura.

A família também deve estabelecer junto às crianças alguns limites, pois a existência de regras a serem cumpridas favorece que a
convivência entre todos os membros do ambiente familiar seja harmoniosa e amigável. Essa instituição deve fornecer à criança um
sentimento de segurança e compreensão, para que possa existir estabilidade emocional e um processo de socialização saudável em sua
vida (CASARIN; RAMOS, 2007).
PAPEL DA ESCOLA NA APRENDIZAGEM
A partir do momento em que a criança começa a frequentar o contexto escolar, amplia seu meio social e desenvolve significativamente suas
competências cognitivas e habilidades sociais. Como instituição social, a escola assume um papel relevante para a formação do indivíduo
como cidadão. Após o ambiente familiar, a escola é a instituição social mais importante e tem o dever de proporcionar ao aluno um preparo
intelectual e ético, bem como a inclusão social (SILVA; FERREIRA, 2014).

A escola também é um lugar em que os indivíduos iniciam o convívio com diferentes pessoas, de raças, cor, etnia e religião distintas, pois a
diversificação cultural é enorme (SILVA; FERREIRA, 2014).

Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente:

ART. 53. A CRIANÇA E O ADOLESCENTE TÊM DIREITO À EDUCAÇÃO, VISANDO


AO PLENO DESENVOLVIMENTO DE SUA PESSOA, PREPARO PARA O EXERCÍCIO
DA CIDADANIA E QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO [...].

BRASIL, 1990

Cabe aos professores ajudar na procura de conhecimentos, além de agregar suportes teóricos à construção do indivíduo e auxiliar nas
dificuldades dos alunos por meio da afetividade.
No espaço escolar, também ocorrem a vivência e a aquisição de cultura, competências e conhecimentos do indivíduo. Logo, a escola não
pode se limitar a passar apenas informações sobre as matérias e meramente transmitir o conteúdo do livro didático (LIBÂNEO, 2004).

 ATENÇÃO

A escola tem o objetivo de desenvolver as potencialidades corporais, intelectuais e afetivas dos indivíduos,
formando sujeitos cooperativos no meio em que vivem mediante conteúdos aprendidos, bem como cidadãos
íntegros, éticos e reflexivos (COSTA, 2006).

Como você percebeu, a instituição escolar é uma ferramenta importante e indispensável para o desenvolvimento do aluno, pois, ao adentrar
nesse universo, a criança começa a ampliar seu meio social e a moldar sua personalidade a partir de sua rotina, suas amizades e dos
conhecimentos adquiridos (MAHONEY, 1999). Além disso, o ambiente escolar proporciona ao indivíduo o controle dos conhecimentos, da
cultura e da ciência, e envolve um progresso nas habilidades de pensamento. A escola precisa torná-lo capaz de interferir criticamente na
realidade em que vive, para que ele possa transformá-la, e não apenas para integrar-se ao mercado de trabalho.
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 ATENÇÃO

A função da escola é preparar o aluno para exercer a cidadania, desenvolver sua autonomia, atuar e se
comunicar com os conceitos educativos, participar dos processos organizacionais internos escolares, bem
como dos movimentos e das organizações da sociedade (LIBÂNEO, 2004).
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Como a escola é uma instituição social, suas ideias estão relacionadas ao contexto político, econômico, social e cultural de uma comunidade.
Nesse sentido, é importante que os educadores saibam suas metas e funções, e possibilitem a fluidez no desempenho da aprendizagem e no
trabalho da escola (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012).

Outro ponto importante a destacar é a divergência que ocorre entre escola e família. Veja:

A escola tem a função de ensinar, de favorecer a aprendizagem dos conhecimentos construídos socialmente em determinado momento
histórico, de ampliar as possibilidades de convivência social e de legitimar uma ordem social.

A família tem a função de promover a socialização das crianças, incluindo o aprendizado de padrões comportamentais, atitudes e valores
aceitos pela sociedade (OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).

A escola é um local que propicia aprendizagem a partir do modo de ensinar, do contato e do conhecimento de várias pessoas, gerando
reflexões distintas e interesse dos alunos em estudar por meio do diálogo (BONA; VAZ, 2016).

PARCERIA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA


Você já deve ter lido em algum livro ou artigo científico sobre a importância da parceria entre família e escola para o desempenho escolar da
criança. Essa relação não é válida somente para questões educacionais e escolares, mas também para o desenvolvimento integral do
indivíduo. A escola e a família destacam-se como duas instituições fundamentais que só se comparam à existência do Estado.
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Escola

No ambiente escolar, uma vez atendidas as demandas psicológicas, sociais, culturais e, consequentemente, cognitivas, esse
desenvolvimento acontece de maneira mais estruturada e pedagógica do que no ambiente doméstico-familiar (DESSEN; POLONIA, 2007).
Tais instituições se complementam: uma depende da outra para alcançarem juntas o objetivo em comum de formar bons cidadãos que atuem
positivamente na sociedade.
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Família

Os pais e a escola devem atuar na função educativa do aluno, orientando sobre diversos assuntos, para que ambas as instituições
possibilitem um desempenho escolar adequado e a socialização dessa criança. É essencial que a família esteja envolvida no processo de
ensino e aprendizagem. Isso ajuda no desempenho escolar de maneira positiva, considerando que o convívio da criança com a família é
maior do que o convívio com a escola (SOUZA, 2009).

O ambiente familiar exerce grande influência na aprendizagem escolar, atuando junto à escola para que ocorra o progresso intelectual e
social do aluno (SOUZA, 2009). A instrução oferecida na escola está voltada para o processo de ensino e aprendizagem. Já na família, essa
instrução é orientada para a socialização e proteção, e para que as necessidades básicas das crianças sejam garantidas (DESSEN;
POLONIA, 2007).
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Nesse contexto, vários problemas afetam o processo de desenvolvimento e a aprendizagem do aluno. A falta de incentivo, de estímulos e de
encorajamento, bem como as más condições de ensino, tem como consequência o baixo desempenho ou rendimento escolar.

Quando falamos em desempenho escolar, não podemos rejeitar a instituição familiar, porque o aprendizado começa antes de a criança ser
inserida na escola. Afinal, ela traz consigo uma considerável bagagem de conhecimento que adquiriu no ambiente familiar, além de valores e
atitudes em relação ao processo de aprendizagem de forma geral (OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).

 ATENÇÃO
A família é responsável pelo desenvolvimento humano, e a escola se torna uma extensão do ambiente
familiar, o intermédio entre a cultura e as gerações. Por meio da escola, são gerados cidadãos críticos e
racionais (SILVA et al., 2015). A escola, porém, não trabalha sozinha. É necessário o diálogo entre pais,
escola e alunos para ajudar nas necessidades diárias. O ambiente escolar pode até ser considerado a
segunda casa da criança por ensinar os valores morais e afetivos, mas a obrigação moral é de total
responsabilidade da família (SANTOS; PAULINO, 2014). De qualquer modo, as duas instituições precisam
estar em harmonia e integradas para auxiliar, de maneira intensa, em relação ao processo de ensino e
aprendizagem dos alunos.

Já sabemos que a escola é um lugar essencial para realizar a aprendizagem, pois possibilita a criação de conhecimentos, para que os
sujeitos atuem na sociedade de maneira determinada. Em parceria com a família no desenvolvimento da criança e com qualidade de ensino,
proporciona oportunidades positivas que trazem o progresso cognitivo (BRITO; FREITAS, 2012). O comprometimento da escola e da família
possui grandes benefícios para a formação da identidade e o avanço da autonomia do aluno, pois permite que ele se sinta seguro em relação
aos pais e aos professores, que conheça suas dificuldades e que consiga atingir suas metas (OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).

A DIMENSÃO FAMILIAR E A APRENDIZAGEM


A especialista Patricia Rossi Carraro aborda a importância da família no processo de ensino e aprendizagem. Assista:
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. A FAMÍLIA É UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL QUE TEM PASSADO POR TRANSFORMAÇÕES SIGNIFICATIVAS
AO LONGO DOS ANOS E É FOCO DE INTERESSE ENTRE VÁRIOS ESTUDIOSOS DESSA ÁREA. SOBRE O
ASSUNTO, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

A) Atualmente, existem muitas formas de estrutura familiar – de pais separados, chefiados por mãe, nuclear e externa.

B) A família é responsável pela sobrevivência física e psíquica das crianças e constitui o primeiro grupo de mediação do indivíduo.

C) A família também deve estabelecer limites às crianças, pois o cumprimento de regras contribui para uma boa convivência entre os
membros do ambiente familiar.

D) A família reproduz a cultura que a criança internaliza, auxilia na convivência em sociedade e orienta condutas aceitáveis.
E) No contexto atual, fatores como dificuldade econômica, baixa escolaridade, baixa renda, trabalho instável e perda financeira são
considerados insignificantes para prejudicar o bem-estar familiar.

2. A ESCOLA E A FAMÍLIA DEVEM ESTABELECER UMA UNIÃO E INTERAÇÃO ENTRE SI, PARA QUE, JUNTAS,
POSSAM INFLUENCIAR E AGIR POSITIVAMENTE NA VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA E DO JOVEM, VISANDO A
SEU BOM DESEMPENHO ESCOLAR E A SEU PLENO DESENVOLVIMENTO. SOBRE O ASSUNTO, ASSINALE A
ALTERNATIVA INCORRETA:

A) A família e a escola têm funções muito importantes na vida das pessoas.

B) A família e a escola contribuem para o desenvolvimento e para a aprendizagem do indivíduo em diversos aspectos, seja cognitivo e
afetivo, seja biológico e social.

C) Muitos pais não sabem que seus comportamentos influenciam o desenvolvimento dos filhos.

D) Na escola, o professor deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da
aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto.

E) A família e a escola dificultam as interações das crianças e dos jovens com o mundo por meio da relação afetiva saudável, das atividades
e das experiências que lhes oferecem.

GABARITO

1. A família é uma instituição social que tem passado por transformações significativas ao longo dos anos e é foco de interesse
entre vários estudiosos dessa área. Sobre o assunto, assinale a alternativa incorreta:

A alternativa "E " está correta.


O ambiente familiar pode ser prejudicado pelo impacto de diversos fatores, como, por exemplo, o econômico e o social.

2. A escola e a família devem estabelecer uma união e interação entre si, para que, juntas, possam influenciar e agir positivamente
na vida escolar da criança e do jovem, visando a seu bom desempenho escolar e a seu pleno desenvolvimento. Sobre o assunto,
assinale a alternativa incorreta:

A alternativa "E " está correta.

As ações, as posturas da família e da escola, bem como o afeto que estas instituições proporcionam às crianças e aos jovens, favorecem o
aprendizado, os relacionamentos, a formação, ou seja, o desenvolvimento integral do indivíduo.

MÓDULO 4

 Reconhecer o objeto de estudo da Psicopedagogia na formação profissional do psicopedagogo

OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA


Nas décadas de 1980 e 1990, alguns teóricos e estudiosos das áreas da educação e da saúde já se preocupavam em definir o objeto de
estudo da Psicopedagogia. Ao adentrarmos nesse universo, verificaremos que tal objeto de estudo passou por fases distintas, assim como os
demais aspectos dessa área.
Houve momentos em que o trabalho psicopedagógico valorizava mais a reeducação. O processo de aprendizagem era averiguado em
função de seus déficits, e o trabalho procurava superar tais defasagens. Esse enfoque buscava estabelecer semelhanças entre grandes
grupos de sujeitos, as regularidades, o esperado para determinada idade, visando reduzir as diferenças e acentuar a uniformidade (BOSSA,
2011).

Em um outros momentos, a Psicopedagogia deu ênfase à noção de não aprendizagem de outra maneira: o não aprender era carregado de
significados e não se opunha ao aprender. Essa fase da Psicopedagogia é fundamentada especialmente na Psicanálise e na Psicologia
Genética. A nova concepção valorizou a singularidade do indivíduo ou grupo, buscando o sentido particular de suas características e suas
alterações, segundo as circunstâncias de sua própria história e de seu mundo sociocultural.

Na atualidade, a Psicopedagogia foca na concepção de aprendizagem – processo do qual participa um ser biológico com disposições
afetivas e intelectuais que interferem na forma de se relacionar com o meio. Essas disposições influenciam e são influenciadas pelas
condições socioculturais do sujeito e de seu meio.

A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que deriva de uma demanda:

O problema de aprendizagem, colocado em um espaço pouco explorado, situado além dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia.

Essa área de estudos evoluiu devido à existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindo-se, assim,
em uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, a Psicopedagogia deve ocupar-se inicialmente do processo de
aprendizagem (BOSSA, 2011).
A PSICOPEDAGOGIA ESTUDA AS CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM
HUMANA: COMO SE APRENDE, COMO ESSA APRENDIZAGEM VARIA
EVOLUTIVAMENTE E ESTÁ CONDICIONADA POR VÁRIOS FATORES, COMO SE
PRODUZEM AS ALTERAÇÕES NA APRENDIZAGEM, COMO RECONHECÊ-LAS,
TRATÁ-LAS E PREVENI-LAS. ESSE OBJETO DE ESTUDO, QUE É UM SUJEITO A
SER ESTUDADO POR OUTRO SUJEITO, ADQUIRE CARACTERÍSTICAS
ESPECÍFICAS, DEPENDENDO DO TRABALHO CLÍNICO OU PREVENTIVO.

BOSSA, 2011, p. 24

O trabalho clínico ocorre na relação de um sujeito com sua história pessoal e sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a
mensagem de outro sujeito, implícita no não aprender. O profissional deve comprender o que, como e por que o sujeito aprende, além de
perceber a dimensão da relação entre psicopedagogo e sujeito, de modo a favorecer a aprendizagem.

No trabalho preventivo, a instituição, como espaço físico e psíquico da aprendizagem, é objeto de estudo da Psicopedagogia, uma vez que
são avaliados os processos didático-metodológicos e a dinâmica institucional, que interferem no processo de aprendizagem (BOSSA, 2011).
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A partir dos aspectos apontados acerca do objeto de estudo da Psicopedagogia, consideramos que o psicopedagogo é alguém que está
diante da interação de um indivíduo com o objeto de conhecimento. É importante que ele tenha um bom domínio e uma boa
compreensão a respeito de quem é esse indivíduo e da natureza do objeto do conhecimento.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PSICOPEDAGOGO


A formação do psicopedagogo ocorre no curso de especialização, em instituições de ensino autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Esse profissional pode ser formado em Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, Assistência Social ou qualquer outra área que esteja
relacionada à educação e à saúde. No entanto, a formação do psicopedagogo não acontece somente nesse âmbito. Ela também pode
ocorrer em nível de graduação. A respeito do assunto, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) apresenta a ementa da
Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015, do MEC, que:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA (ABPP)

Associação brasileira própria para os psicopedagogos, que se originou a partir da Associação Estadual de Psicopedagogia de São
Paulo. Foi fundada em 1980 por profissionais que atuavam na área, que pesquisavam e procuravam construir conhecimentos sobre os
processos e problemas de aprendizagem. É uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, que opera para fortalecer a atuação
e os direitos dos psicopedagogos de todo Brasil.

DEFINE AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A FORMAÇÃO


INICIAL EM NÍVEL SUPERIOR (CURSOS DE LICENCIATURA, CURSOS DE
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA GRADUADOS E CURSOS DE SEGUNDA
LICENCIATURA) E PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA.
BRASIL, 2015

Já a Resolução nº 1, de 6 de abril de 2018, também do MEC:

ESTABELECE DIRETRIZES E NORMAS PARA A OFERTA DOS CURSOS DE PÓS-


GRADUAÇÃO LATO SENSU DENOMINADOS DE ESPECIALIZAÇÃO, NO ÂMBITO
DO SISTEMA FEDERAL DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, CONFORME PREVÊ O ART.
39, § 3º, DA LEI Nº 9.394/1996 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

BRASIL, 2018

A Comissão de Formação e Regulamentação da ABPp apresentou ao Conselho Nacional os referenciais de seu estudo. Essa comissão
compreende que deve propor uma política de formação com o intuito de indicar os princípios que organizam as ações. Tal política aponta
diretrizes entendidas como direção e orientação que fundamentam o Projeto de Lei em tramitação no Senado Federal, o qual busca
regulamentar a atividade de Psicopedagogia.

Normalmente, a formação em Psicopedagogia é compreendida a partir de duas perspectivas, nas quais o psicopedagogo:

É visto como um teórico especialista na área da aprendizagem.

Apresenta-se como um prático, a partir de ações interventivas, utilizando instrumentos próprios da área, advindos de conhecimentos
científicos diversificados.

Pensando por esse lado, a ABPp destaca que:


[...] O PSICOPEDAGOGO NÃO É UM MERO TÉCNICO OU UM PROFISSIONAL
‘ESPONTANEÍSTA’, POIS SUA AÇÃO IMPLICA REFLETIR SOBRE AS SITUAÇÕES-
PROBLEMA APRESENTADAS E INDICAR ALTERNATIVAS PARA A TOMADA DE
DECISÃO CONSTRUÍDA EM SEU PROCESSO DE FORMAÇÃO PESSOAL E
ACADÊMICA, VISANDO À TRANSFORMAÇÃO DA PESSOA RUMO À QUALIDADE
DE VIDA E AO ENFRENTAMENTO DE SUAS DIFICULDADES.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA, 2019

Nesse sentido, a ABPp se apoia nas seguintes dimensões de trabalho na perspectiva interdisciplinar:

DIMENSÃO NORMATIVA
Cumprimento da esfera legal – normas e legislação.

DIMENSÃO TÉCNICA
Organização e operacionalização dos componentes do processo de ensino e aprendizagem, teorias da aprendizagem e enfoque cognitivo-
afetivo.

DIMENSÃO HUMANA
Relações interpessoais, interação humana e pessoalidade, com ênfase nos processos relacionais individuais, grupais e institucionais.

DIMENSÃO DO CONTEXTO
Organização política do local ao qual a instituição pertence, enfoque socioeconômico, perspectiva cultural, social e laboral em que está
inserida.

Essas dimensões devem promover um processo de crescimento pessoal, interpessoal e grupal por meio de situações nas quais o
psicopedagogo seja mediador de ações, a partir da relação entre teoria e prática. É prioritário que a formação do psicopedagogo também
proporcione maneiras de (MASINI, 2006):

01

Ampliar a percepção e a acuidade às manifestações do indivíduo em situação de aprendizagem, considerando as relações que facilitam ou
limitam seu ato de aprender.

02

Assegurar a atenção à totalidade do sujeito na situação do ato de aprender, considerando seu contexto, sua afetividade, seus valores, seus
hábitos e sua linguagem.

03

Garantir a aquisição de conhecimentos sobre o desenvolvimento do indivíduo com base nas teorias da aprendizagem e nas relações com o
outro.
04

Desenvolver visão crítica sobre as teorias que embasam a ação em relação ao contexto no qual atua profissionalmente e sobre a utilização
dos recursos propostos (instrumentos e técnicas) para o desenvolvimento global do aprendiz, considerando-o em seu meio social específico
e em seu momento histórico.

05

Incutir o cuidado de análise quando os recursos científicos e tecnológicos da atualidade distanciem o aprendiz de si próprio e de seus
significados.

Sobre esse processo de formação, a ABPp tem a preocupação de propiciar aos indivíduos que escolhem a área da Psicopedagogia
informações consistentes sobre a atuação profissional, apoio e um local a que possam recorrer caso necessitem.

COMPETÊNCIAS DO PSICOPEDAGOGO
As competências do psicopedagogo relacionam-se ao trabalho psicopedagógico, o qual, como já vimos, é preventivo e clínico, mas também
teórico, na medida em que há necessidade de se refletir sobre a práxis (prática). Vamos retomar essa reflexão de forma mais detalhada.

No trabalho preventivo, existem diferentes níveis de prevenção. São eles:


1º NÍVEL

Nesse nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de atenuar a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu
trabalho reflete nas questões didático-metodológicas, bem como na formação e orientação de docentes, além de realizar aconselhamento
aos pais.

2º NÍVEL

O objetivo é atenuar os problemas de aprendizagem já estabelecidos e tratar deles. Elabora-se um plano diagnóstico da realidade
institucional e planos de intervenção baseados nesse diagnóstico, a partir do qual se busca avaliar os currículos com os professores para que
tais problemas não ocorram.


3º NÍVEL

O objetivo é tratar dos problemas já instaurados em um procedimento clínico com todas as suas consequências. No entanto, ao fazê-lo, o
psicopedagogo também realiza um trabalho preventivo, pois evita que outros problemas possam surgir.

TRABALHO PREVENTIVO

O fracasso escolar é um exemplo de problema que pode ser tratado nos níveis de trabalho preventivo. Por estar ciente das inovações
pedagógicas, o psicopedagogo, em conjunto com o coordenador e os professores, procura elaborar métodos de ensino compatíveis com as
novas concepções acerca desse processo. Nesse momento, que corresponderia ao primeiro nível preventivo, o profissional de
Psicopedagogia trabalha com os docentes, auxiliando-os a incorporar os novos conhecimentos e os procedimentos metodológicos deles
decorrentes.


TRABALHO CLÍNICO

No trabalho clínico, cabe ao psicopedagogo compreender como o indivíduo é constituído, como as mudanças ocorrem nos diversos
períodos de vida dele, quais são os instrumentos de que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento e aprende.
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Esse saber exige do psicopedagogo recorrer às teorias que lhe permitam reconhecer de que modo a aprendizagem acontece, bem como
compreender as leis que regem esse processo: as influências afetivas e as representações inconscientes que o acompanham, o que pode
comprometê-lo e o que pode favorecê-lo. É preciso, também, que o psicopedagogo compreenda (BOSSA, 2011):

O que é ensinar e o que é aprender

Como intervir nos sistemas e métodos educativos

Como conhecer os problemas estruturais que interferem no surgimento dos problemas de aprendizagem e na dinâmica escolar
PAPEL DA ABPP NA PRÁTICA DO PSICOPEDAGOGO

A ABPp busca, de modo incessante, pela regulamentação do exercício da atividade de Psicopedagogia por meio do Projeto de Lei já
mencionado que tramita no Congresso Nacional, iniciado em 1997. Seu papel é acompanhar, discutir e participar de todas as etapas
transcorridas na esfera legislativa.

Essa associação dos profissionais de Psicopedagogia brasileiros também é responsável pela organização de eventos de dimensão nacional
e entrevistas, bem como por informativos, publicações e artigos em revista científica, cujos temas retratam as preocupações e tendências na
área. Os assuntos dos encontros e congressos promovidos por essa entidade ao longo dos anos estão relacionados à trajetória da atuação
psicopedagógica de seus primórdios aos nossos dias.

 VOCÊ SABIA

De acordo com a ABPp, a partir da história da Psicopedagogia, inicialmente, foram implantados cursos de
formação profissional. Em seguida, esses se estenderam para os cursos de especialização, que se
multiplicaram no Brasil, na década de 1990, até chegarmos aos cursos de graduação, que ainda são poucos,
mas buscam seu espaço.

A ABPp oferece diversas informações acerca da legislação (regulamentação do exercício da atividade em Psicopedagogia e Projetos de Lei),
o Código de Ética do Psicopedagogo, bem como as Diretrizes de Formação de Psicopedagogos no Brasil.
OBJETO DA PSICOPEDAGOGIA
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre o ser humano em processo de aprendizagem, suas habilidades e interações. Veja:

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. QUANDO NOS REFERIMOS AO OBJETO DE CONHECIMENTO DA PSICOPEDAGOGIA, ESTAMOS FALANDO


DO INDIVÍDUO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM. ESSE OBJETO DE ESTUDO ADQUIRE
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS, DEPENDENDO DO TRABALHO PREVENTIVO OU CLÍNICO. COM
RELAÇÃO AO TRABALHO CLÍNICO, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

A) Ocorre com a pessoa a partir de sua história de vida e de sua maneira de aprender.
B) O psicopedagogo deve entender o que, como e por que a pessoa aprende.

C) A instituição é o foco das atenções, e os aspectos didático-metodológicos e a dinâmica institucional são avaliados.

D) Busca-se compreender a mensagem de outro sujeito, implícita no não aprender.

E) Procura-se identificar a dimensão da relação entre psicopedagogo e sujeito, de forma a favorecer a aprendizagem.

2. PENSANDO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PSICOPEDAGOGO, VIMOS QUE ELE NÃO É UM MERO


TÉCNICO, POIS SUA AÇÃO ENVOLVE REFLEXÃO SOBRE OS PROBLEMAS APRESENTADOS. NESSE
SENTIDO, O PSICOPEDAGOGO É VISTO COMO UM:

A) Prático ou psicanalista

B) Linguista ou teórico especialista

C) Pedagogo ou fonoaudiólogo

D) Psicólogo ou pedagogo

E) Teórico especialista ou prático

GABARITO

1. Quando nos referimos ao objeto de conhecimento da Psicopedagogia, estamos falando do indivíduo no processo de
aprendizagem. Esse objeto de estudo adquire características específicas, dependendo do trabalho preventivo ou clínico. Com
relação ao trabalho clínico, assinale a alternativa incorreta:

A alternativa "C " está correta.


Na prática clínica, o psicopedagogo não pode negar o papel que a escola exerce sobre o indivíduo, porém o foco da atenção do atendimento
clínico não são os processos educacionais, a orientação a docentes e aos familiares. A dinâmica da clínica centraliza-se no diagnóstico, na
avaliação e no tratamento das dificuldades de aprendizagem da pessoa.

2. Pensando na formação profissional do psicopedagogo, vimos que ele não é um mero técnico, pois sua ação envolve reflexão
sobre os problemas apresentados. Nesse sentido, o psicopedagogo é visto como um:

A alternativa "E " está correta.

Pensar na formação do psicopedagogo é esclarecer que sua identidade profissional está centralizada em construções teóricas e reflexões
para fundamentar sua prática. Nesse sentido, esse profissional é considerado um teórico especialista ou prático.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, discutimos os fundamentos teóricos e os conceitos básicos da Psicopedagogia, os quais são fundamentais para a
compreensão da prática profissional do psicopedagogo.
Estudamos os aspectos gerais acerca do conceito de desenvolvimento humano e das diferentes fases do ciclo vital, identificamos as formas
de estudar e compreendemos os fatores que impactam o desenvolvimento humano. Também definimos aprendizagem e suas principais
teorias. A Psicopedagogia lida diretamente com esses assuntos.

Além disso, entendemos o objeto de estudo da Psicopedagogia, a formação profissional, as competências do psicopedagogo e o papel da
ABPp na prática do psicopedagogo, contribuindo, assim, para contextualizar a Psicopedagogia e o papel do profissional que atua nessa área.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 1990.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. Define as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para
graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Brasília, DF: MEC, CNE, CP, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução nº 1, de 6 de abril de 2018.
Estabelece diretrizes e normas para a oferta dos cursos de pós-graduação lato sensu denominados cursos de especialização, no âmbito do
Sistema Federal de Educação Superior, conforme prevê o Art. 39, § 3º, da Lei nº 9.394/1996, e dá outras providências. Brasília, DF: MEC,
CNE, CES, 2018.

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em Desenvolvimento Educacional) – Universidade Estadual do Norte do Paraná, Santo Antônio da Platina, 2009.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, acesse:

Portal da Associação Brasileira de Psicopedagogia: ABPp.

Assista:

Canal Madre Teresa, no Youtube. A psicopedagoga Fernanda Sobreira fala do papel dos pais e da escola na educação das crianças.

Leia:

CASTANHO, M. I. S. A Psicopedagogia em um diálogo multidisciplinar. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 35, n. 106, p. 116-124,
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Editora, 2009. cap. 2, p. 65-107.

CONTEUDISTA
Patricia Rossi Carraro

 CURRÍCULO LATTES

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