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Série:

Vinculados
em amor
P E D R O D O N G
© 2023 Editora Árvore da Vida

Cristo, o centro conector da obra de Deus – Livro 3

Título deste volume:


Vinculados em amor

1ª edição - maio/2023 - 85.000 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração

Capa: Willian Miguel | Projeto gráfico: Andréia Amorim | Diagramação: Wagner Costa
PREFÁCIO
Na contracapa aparece o QR Code “Posso orar por
você?”. Aponte a câmera de seu celular para esse código
e deixe seu nome, endereço, telefone e pedido de oração.
Você será encaminhado(a) para uma central de cuidado
e acolhimento, e uma equipe irá orar por você e cuidar
espiritualmente de você e de sua família.

Você também pode desfrutar do Alimento Diário pelo


EAV Play, apontando a câmera do celular para o QR Code
abaixo, e terá acesso às séries atual e anteriores, além
de conteúdo privilegiados, como tutoriais, audiobook,
mensagens completas em vídeo e muito mais!

E-mail: editora@arvoredavida.org.br
(11) 3723-6000
Será um prazer atendê-lo(a)!

Assim que se levantar, antes de qualquer outra


coisa, faça uma respiração da vida, invocando
profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos,
tristezas e pecados, e receba o Senhor Jesus como
vida, alegria, paz e encorajamento. Invoque: “Ó
Senhor Jesus!” várias vezes, durante todo o dia.
BOM DESFRUTE!

INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia
completa do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia
explica a Bíblia; por isso, você poderá encontrar citações de muitos
outros livros da Bíblia, além daquele que estamos apresentando
neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso,
cada palavra deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem
pressa, como se a estivesse mastigando. Não leia o versículo todo
rapidamente, mas gaste tempo em cada palavra. Não se preocupe
em entender o versículo, mas em “comê-lo”, em tomá-lo pela fé
como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras,
se possível, em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará
como uma chave que lhe abrirá o significado espiritual do texto.
“Rumine-a” durante o dia, repetindo-a e proclamando-a para si
mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela manhã servirá de
alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais
se relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da
vida que você recebeu por meio da Palavra.
BOM DESFRUTE!

NOS GRUPOS FAMILIARES


1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os
chamamos de grupos familiares por terem um caráter informal e
de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou
por amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de
faculdade, de escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo
familiar para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam
com oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem
aplicar essa palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua
vida familiar e profissional. Torne a Palavra de Deus prática para
você. Dessa maneira, todos participam ativamente e são edificados
mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orar juntos por necessidades ou
problemas pessoais.
7. Sempre que possível tragam convidados para a reunião do grupo
familiar. Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela
Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!

Os editores

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: EM CRISTO TUDO SE MANTÉM Acesso ao


vídeo da
CONECTADO E UNIDO – (CL 1:13-17) mensagem 9

Cristo é o conector entre Deus e o homem .......................................................... 7


O homem desconectou-se de Deus...................................................................... 10
Os perigos do lado bom da alma.......................................................................... 12
Cristo é a imagem do Deus invisível................................................................... 15
O primogênito de toda a criação.......................................................................... 17
Todas as coisas foram criadas por meio Dele e para Ele..................................... 20
Cristo é a sabedoria de Deus ............................................................................... 22

SEMANA 2: CRISTO É O PRIMOGÊNITO DE ENTRE


Acesso ao
OS MORTOS PARA EM TUDO TER A PRIMAZIA – vídeo da
(CL 1:18-23) mensagem 10

Quem crê é salvo.................................................................................................. 24


Membros orgânicos do Corpo de Cristo.............................................................. 27
O processo de reconexão com Deus.................................................................... 29
Reconectados com Deus no plano da nova criação............................................. 31
A maneira de edificar o Corpo de Cristo.............................................................. 34
Em Cristo reside toda a plenitude........................................................................ 36
Os ataques do inimigo à mente............................................................................ 38

SEMANA 3: APÓSTOLO, O DESPENSEIRO DO Acesso ao


vídeo da
MISTÉRIO DE DEUS – (CL 1:24-29) mensagem 11

Deus quer ter a primazia em nosso viver............................................................. 41


Preenchidos com a realidade ............................................................................... 44
O apóstolo é o escudo da igreja........................................................................... 47
Os sofrimentos do verdadeiro apóstolo................................................................ 49
Paulo, o modelo dos apóstolos............................................................................. 51
A multiforme sabedoria de Deus.......................................................................... 53
Esforçando-nos para apresentar todo homem perfeito em Cristo........................ 55

SEMANA 4: EM CRISTO ESTÃO OCULTOS TODOS


Acesso ao
OS TESOUROS DA SABEDORIA E DO
vídeo da
CONHECIMENTO – (CL 2:1-7) mensagem 12

Estamos em guerra............................................................................................... 57
Fé para trabalhar no descanso de Deus................................................................ 60
A fé aciona o poder de Deus................................................................................ 62
A esperança nos mantém vivos para lutar............................................................ 64
Como o amor é tecido entre nós.......................................................................... 66
O tear divino está na igreja.................................................................................. 68
Os fios que compõem a tecedura de amor........................................................... 70
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 4:13-14; Ef 6:17
Ler com oração:
“Segundo o mandado do Senhor, se acampavam e, segundo o mandado
do Senhor, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para com
o Senhor, segundo a ordem do Senhor por intermédio de Moisés”
(Nm 9:23).

CRISTO É O CONECTOR ENTRE DEUS E O HOMEM


A mensagem desta semana tem por título “Em Cristo tudo se
mantém conectado e unido”. Os assuntos que serão abordados são
fundamentais para quem deseja uma vida de consagração e serviço
ao Senhor. Veremos que, ao se desconectar de Deus, o homem entrou
no vazio e na vaidade, no império das trevas, e seu viver, por melhor
que pareça ser aos homens, não agrada a Deus. Mas Ele, por meio de
Cristo, deseja reconectar-se com o homem, trazendo realidade ao viver
humano. Também desfrutaremos de vários aspectos de Cristo, como a
imagem do Deus invisível, o primogênito da criação e a sabedoria de
Deus. Cristo é o conector entre Deus, o homem e toda a criação.
O Senhor tem levantado em nosso meio um grupo de jovens maduros
com muita responsabilidade por Sua obra e encargo para com ela.
Denominamos esse grupo de Núcleo Energético da Obra do Senhor
(NEOS). Esses jovens têm seguido de perto o falar do Senhor pela
palavra profética e praticado Seu falar com simplicidade e obediência. Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
Ultimamente também temos visto muitos adolescentes e até mesmo
pré-adolescentes apresentando-se para fazer parte desse grupo.
Estamos impressionados com o que o Espírito está fazendo na nova
geração. Muitas igrejas estão preparando em suas localidades a casa de
adolescentes, um lugar especial para eles se reunirem, desfrutarem da
presença do Senhor e imergirem na palavra profética. Dessa maneira,
eles têm sido restaurados e têm recebido o chamamento do Senhor
para servi-Lo.
Quando percebemos que o Espírito está agindo em determinada
direção, não devemos hesitar nem demorar para reagir, mas obedecer
imediatamente. Se demorarmos, as dúvidas começarão a surgir, e
nos acomodaremos em nossa zona de conforto. Vemos que as igrejas
desejam ardentemente trazer o Senhor de volta. Todos anelamos pela
segunda vinda de Cristo. Todavia, para que isso ocorra, a igreja deve
7
ser edificada. Mais pessoas precisam ser alcançadas pela pregação do
evangelho do reino nas ruas, em mais cidades em todos os continentes;
e elas devem ser apascentadas para que haja a vida da igreja adequada.
Há muito trabalho a ser feito. Além dos jovens maduros, os “valentes
de Davi”, Deus pode contar com o trabalho dos jovens, adolescentes,
pré-adolescentes e até das crianças. Aleluia! O Senhor está, realmente,
formando um exército formidável entre nós.
É por isso que as portas do Hades tentam atacar-nos e intimidar-nos.
Nós, porém, declaramos que, com o Senhor, nossa vitória é certa! Não
ficamos intimidados com ameaças. Por um lado, mantemo-nos firmes,
vestindo a armadura de Deus, e, por outro, avançamos “atacando e
ganhando território” com a espada do Espírito, que é a palavra de
Deus, a palavra profética (Ef 6:17).
Graças a Deus, porque Ele fala conosco. E, quando fala, obedecemos
prontamente. No livro de Números, lemos: “Segundo o mandado do
Senhor, se acampavam e, segundo o mandado do Senhor, se punham
em marcha; cumpriam o seu dever para com o Senhor, segundo a
ordem do Senhor por intermédio de Moisés” (9:23). A expressão
“mandado do Senhor” no original é “a boca do Senhor”. O povo de
Israel agia segundo o mandado, a boca do Senhor. Quem era a boca do
Senhor? Era Moisés! Nosso Deus fala conosco! Aleluia! Ele usa Seus
profetas, e podemos ouvir Sua voz.
Em Colossenses vemos que Cristo conecta o homem com Deus. Ele
conecta o homem com a verdade. Cristo é a única realidade com que
Deus preenche a igreja até a plenitude divina. Por isso em Efésios o
Senhor nos revelou algo tremendo: o rio da graça! O caminho para a
árvore da vida, no jardim do Éden, estava fechado para o homem. Mas
Deus enviou Seu Filho até a terra para morrer por nós e novamente
nos abrir o caminho. Jesus veio como a fonte de água viva para nos
levar a desfrutar da graça de Deus. Ele disse à mulher samaritana que
quem bebesse da água do poço de Jacó tornaria a ter sede, mas aquele
Vinculados em amor

que bebesse da água que Ele desse jamais teria sede, pois essa água
seria nele uma fonte a jorrar para a vida eterna (Jo 4:13-14).
Jesus disse mais: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água
viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os
que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado,
porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (Jo 7:37-39). Louvado
8 seja o Senhor, que morreu na cruz para realizar a redenção! Por isso
Deus pode perdoar nossos pecados e nos resgatar para nos dar de beber
da água da vida. E não apenas para saciar nossa sede, mas porque Ele
quer fazer de cada um de nós uma fonte de água viva a jorrar para
outras pessoas. Ainda em Efésios, vimos que Deus quer que sejamos
um canal da graça, e não um mar morto, que apenas recebe, mas não
supre água. Deus quer fazer de nós um canal para resgatar as pessoas
nas ruas, levando a água da graça para saciar-lhes a sede.

Pergunta: Por que Jesus veio até nós como a fonte de águas vivas?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Sala de guerra - Uma palavra aos líderes” – cap. 4 – Pedro Dong.
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 4 – Pedro Dong.

Em Cristo tudo se mantém conectado e unido

9
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 5:12; Cl 2:8, 20-23
Ler com oração:
“Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a
respeito da salvação” (Rm 10:10).

O HOMEM DESCONECTOU-SE DE DEUS


No livro de Gênesis, vemos que a serpente pôs em dúvida a palavra
de Deus, o que resultou na queda do homem. O inimigo de Deus
continua agindo hoje da mesma maneira, colocando dúvidas em nossa
mente quanto ao falar de Deus. As dúvidas nos impedem de receber o
fluir do rio da graça. Por causa do engano da serpente, o ser humano
desconectou-se de Deus, a própria realidade do universo, ficando
vazio, com um vácuo em si. A consequência disso foi que o pecado
entrou, e, pelo pecado, a morte também entrou. E assim a morte passou
a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5:12). Nada do mundo
pode preencher o vazio no interior do homem. Por mais que alguém
tenha êxito, obtendo sucesso no trabalho ou ganhando muito dinheiro,
ainda continuará vazio. O dinheiro, as realizações profissionais, o
conhecimento, a sabedoria e os prazeres do pecado não satisfazem ao
homem e não preenchem o vazio que há em seu coração. Ou seja, nada
da terra consegue preencher o vazio que há no interior do ser humano!
Até mesmo uma pessoa bem vestida na rua precisa ouvir: “Posso
orar por você?”. A despeito das roupas elegantes, essa pessoa tem um
vazio em seu interior. E, se ela não reconhece esse fato, algum dia o
Espírito lhe mostrará a necessidade de reconectar-se com Deus. Deus
nos deu um caminho muito simples para nos levar a reconectar-nos
com Ele: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu
coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa
Vinculados em amor

a respeito da salvação” (Rm 10:9-10). A reconexão é extremamente


simples! Não é necessário pagar nenhuma penitência. Basta crer no
coração e confessar com a boca para ser reconectado com Deus.
Até mesmo coisas legítimas como trabalho e realizações pessoais
são vazias sem Cristo como a realidade. É legítimo casar-se, constituir
família, trabalhar, obter propriedades e riquezas, e não há nada de
errado nisso. Também há boas coisas na cultura humana e sua filosofia,
10 bem como na tradição dos homens que é transmitida de pai para filho.
Ensinamentos como trabalhar, ser honesto, não mentir, obedecer aos
pais e não roubar são bons. Mas sem Cristo nada disso tem realidade.
As coisas boas da vida humana, sem a realidade de Cristo, estão
apenas na esfera da vaidade. Tudo isso pertence aos “rudimentos do
mundo”. Sem Cristo até mesmo nossa boa índole, bondade e amor
são vaidade (Cl 2:8).
Em Colossenses, Paulo não se refere a coisas ruins ao falar sobre
ordenanças, preceitos e doutrinas dos homens (2:20-23). Mas
sem Cristo as regras de conduta humana destroem a si mesmas.
As boas filosofias, a cultura e as boas tradições humanas um dia
acabarão, porque não passam de vaidade. Tais coisas, com efeito,
têm aparência de sabedoria como culto de si mesmo, por isso muitas
pessoas buscam em livros de autoajuda boas regras de conduta e
autocontrole. O autocontrole pode ter um valor temporal para privar-
se de desejos carnais, de sensualidade, mas não tem efeito eterno.
Como não é realidade, não é verdade, permanece dentro da esfera da
falsidade. Muitos buscam cultura e boa filosofia para viver; outros
buscam um bom relacionamento com o cônjuge. Isso tudo é culto de
si mesmo, a fim de receber o reconhecimento das pessoas: “Esta é a
melhor família do mundo!”. E o homem passa a elogiar-se, achando
que atingiu um nível que outros não atingem. Isso tudo é culto de si
mesmo e falsa humildade.
Nós, que servimos ao Senhor, precisamos ter cuidado para não agir
da mesma forma e ter um viver de aparência, vazio e sem realidade.
Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
Precisamos estar conectados a Cristo para ter um viver real que
expresse Seus atributos.

Pergunta: Por que os rudimentos do mundo são vaidade?

Meu ponto-chave:

11
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 2:1-2; Cl 2:20-23
Ler com oração:
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino
do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos
pecados” (Cl 1:13-14).

OS PERIGOS DO LADO BOM DA ALMA


O livro de Colossenses nos adverte do perigo de praticar ordenanças,
doutrinas e preceitos dos homens (Cl 2:20-23) sem estar ligado a
Cristo. Cuidado com isso! Podemos servir ao Senhor enganando a nós
mesmos. Por isso não confiemos em nossa capacidade, autocontrole,
bondade ou mansidão. Devemos confiar na palavra do Senhor e
imergir nela. Vamos praticar a palavra profética, pois dessa maneira
seremos transferidos da esfera terrena para a celestial.
Quando apresentamos a líderes cristãos o livro “Os perigos do lado
bom da alma”, eles dizem: “Nunca pensei que, no lado bom da alma,
pudesse haver problemas”. O lado bom da alma pode estar dentro da
esfera da vaidade, pois sem Cristo tudo é vaidade. Precisamos de uma
transferência de esfera. Não é uma transferência de conduta, pois não
se trata de uma mudança de comportamento. Muitos de nós temos
comportamentos bons e condutas louváveis, mas isso ainda pode
estar na esfera da falsidade. Da mesma maneira, os líderes das igrejas
podem usar sua capacidade para servir os irmãos com conhecimento
bíblico, eloquência ou com seu carisma. Tudo isso pode ser muito
prejudicial à obra de Deus se estiver na esfera da falsidade. Só Cristo
é a verdade e a realidade. A única solução é mergulhar na palavra da
verdade e permitir que Deus nos encha com a realidade divina.
Deus quer a transferência de esfera: “Ele nos libertou do império
das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no
Vinculados em amor

qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1:13-14). A


palavra “transportou” é a chave. Vamos chamar Cristo para fazer a
mudança? Faça uma ligação para o “Disque-mudança”, orando: “Ó
Senhor Jesus, socorre-me, pois tenho confiado demais em minha
bondade. Ainda confio muito em minha mansidão e autocontrole.
Eu mantive uma fachada linda de bom casal, boa família, mas
não estou aguentando mais. Envia o ‘caminhão de mudança’!”.
12 Caro leitor, orando assim, pode ter certeza de que o Senhor vai
imediatamente “estacionar” o caminhão de mudança em sua frente.
O caminhão é a palavra da verdade, o veículo que faz o transporte.
Vamos mudar de reino!
O pré-requisito para se fazer essa mudança é a redenção de
Cristo, conforme lemos: “No qual temos a redenção, a remissão
dos pecados”. Se não tivesse acontecido a remissão dos pecados
pela redenção, isto é, se Cristo não tivesse morrido por nós, e se nós
não tivéssemos crido Nele, não estaríamos aptos para realizar essa
mudança de esfera. Mas hoje temos a qualificação. Podemos dizer:
“Senhor Jesus, eu fui redimido por Teu sangue precioso, creio em
Tua obra redentora. Creio que Deus Te ressuscitou dentre os mortos.
Confesso com minha boca que, daqui para a frente, Cristo é meu
Senhor. Não sou mais dono de mim mesmo, mas o Senhor é quem me
governa, pois Tu és minha cabeça. Não quero mais enganar-me com
minha falsa humildade, o culto de mim mesmo, com autoelogios,
achando que estou muito bem. Não quero enganar-me mais! Preciso
ser transportado!”. Louvado seja o Senhor!
Quando Lúcifer se desconectou de Deus, que é a própria realidade
do universo, ele se desconectou da luz, pois Deus é luz. Por isso
Satanás fundou o império das trevas. Ele é mentiroso e fundou o
império da mentira, porque Deus é a verdade. Ele fundou o reino
da injustiça porque Deus é justiça e santidade. Por isso o reino de
Satanás é um reino de trevas, cheio de inveja e ódio. Se ainda temos
inveja de alguém ou de algo, saibamos que quem colocou isso em
Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
nosso coração foi o diabo. Ele teve inveja de Cristo, pois queria o
lugar Dele. Lúcifer queria que Deus o elegesse para ser o centro
conector de Sua obra, mas Deus não o chamou. Deus escolheu Seu
Filho, Jesus Cristo.
Satanás é invejoso, e, a partir da inveja, surge o ódio. Ele tem ódio
de Deus e de Cristo e suscita ódio no coração dos reis e príncipes da
terra, que, enfurecidos, se voltam contra Deus e contra Seu Príncipe,
contra Seu Ungido (Sl 2:2). O diabo quer romper qualquer ligação
que as pessoas tenham com Deus e com Sua Palavra. Deus já havia
escolhido Cristo, pois é Ele o centro conector da obra de Deus. O
Senhor Jesus é o elo entre o Criador e a criação. Quando se desconectou
de Deus, o homem passou a viver no reino das trevas. Portanto não
é suficiente apenas uma mudança de comportamento, mas Deus quer
transferir o homem, por meio da redenção, para o reino de Cristo, que
é o reino de luz, amor, justiça, santidade e verdade. Amém! 13
Pergunta: O que significa ser transferido para a esfera celestial?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

14
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:18; 2 Co 3:1, 18
Ler com oração:
“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”
(Cl 1:15).

CRISTO É A IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL


Na expressão “imagem do Deus invisível”, a palavra “imagem”,
no original grego, é eikon e não se refere apenas à forma externa
ou física, nem se refere à semelhança, porque o homem foi criado à
imagem e semelhança de Deus. A semelhança é mais superficial, e a
imagem é mais intrínseca, não é meramente uma aparência externa.
Em Hebreus lemos: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão
exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,
depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da
Majestade, nas alturas” (1:3). O que é o resplendor da glória? A glória
é o próprio Deus, e o resplendor da glória é Cristo. Vamos explicar
com o exemplo do sol: ele é uma fonte de luz, e seu resplendor são os
raios de luz que saem dele. Igualmente Deus é como uma fonte de luz,
e Seu resplendor é Cristo, que sai Dele.
E o que é a “expressão exata do seu Ser”? Em Hebreus “seu Ser”
é hupostasis, palavra grega que indica o próprio “ser de Deus”.
Algumas traduções dizem a própria “substância de Deus”, ou seja,
Cristo é a expressão exata da substância de Deus. A “expressão exata”, Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
no original grego, é charakter, que significa “estampa”, “imagem
impressa ou gravada”. Se Deus é a substância, Cristo é quem grava
a substância em nós. Ele estampa Deus em nós como um selo.
Semelhantemente ninguém consegue aproximar-se do sol, mas este
chega ao homem por meio dos raios de luz que emite. É por meio
desse resplendor que desfrutamos da luz, do calor e da energia solar.
Ninguém jamais viu a Deus, mas o Filho unigênito, que está no seio
do Pai, foi quem O revelou (Jo 1:18).
Para elucidar esse assunto, leiamos: “Porque Deus, que disse:
Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso
coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face
de Cristo” (2 Co 4:6). Deus é o sol, e, por meio de Seu resplendor, que
é Cristo, podemos conhecê-Lo. Estávamos no império das trevas, e,
de repente, Deus fez resplandecer a luz. O Senhor Jesus resplandeceu 15
em nosso coração! Caro leitor, quando Cristo resplandeceu em suas
trevas como luz, na verdade quem resplandeceu em você foi o próprio
Deus! Cristo é a imagem de Deus, e, quando recebemos Sua imagem,
recebemos o próprio Deus. Quando olhamos para a “face de Cristo”,
vemos a glória de Deus. Quando, sem véu, contemplamos o Senhor,
vemos a glória de Deus e somos transformados por ela (2 Co 3:18).
Isso é maravilhoso!
A afirmação “Cristo é a expressão exata do seu Ser” é reforçada
no terceiro capítulo de 2 Coríntios: “Vós sois a nossa carta, escrita
em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já
manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério,
escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas
de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (vs. 2-3). Cristo
é a estampa, pois é Ele quem grava em nós a substância de Deus. O
Senhor está estampando, gravando e esculpindo a substância de Deus
em nosso coração.
Aleluia! O Espírito de Deus escreveu uma carta, “produzida pelo
nosso ministério”, que gravou a substância Dele em nosso coração
e que nunca mais será apagada. A palavra profética produz tudo
isso que faz parte da história de amor de Deus. Se recebemos e
praticamos com simplicidade a palavra profética, podemos ter a
certeza de que Deus escreve uma carta em nosso coração, onde é
gravada a substância Dele. Quando recebemos Cristo, por meio da
palavra, recebemos a estampa que grava em nós a própria substância
de Deus. E jamais será apagada!

Pergunta: Conforme o texto, explique como a imagem do Deus invisível pode


ser estampada em nós?
Vinculados em amor

Meu ponto-chave:

16
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Lc 24:26; At 2:32; Hb 9:12-14; Tg 1:17-18
Ler com oração:
“Adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes
não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde
a fundação do mundo” (Ap 13:8).

O PRIMOGÊNITO DE TODA A CRIAÇÃO


“Ele é o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15b), ou seja, o
primeiro a ser gerado ou criado, o primeiro a nascer da criação! Ora,
no tempo, Cristo surgiu há, mais ou menos, dois mil anos, então
como Ele pode ser o primogênito de toda a criação? Cristo, como
Deus, é o Criador. O apóstolo João fez questão de mostrar em seu
evangelho que Cristo é Deus e estava no princípio com Deus: “No
princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era
Deus” (Jo 1:1 KJA). Ele fez essa afirmação categórica de que Cristo
é Deus porque algumas heresias surgiram em sua época, ora dizendo
que Cristo não era homem, ora dizendo que Cristo era homem, mas
não era Deus.
Onde Deus habita? No livro de Isaías lemos: “Porque assim diz
o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de
Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o
contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos
e vivificar o coração dos contritos” (57:15). Nosso Deus é a própria Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
eternidade e habita a eternidade. Nele os anos não passam. Ele é o
único imutável. Quando o tempo passa (tic-tac, tic-tac, tic-tac...),
nós também passamos, pois estamos sujeitos ao tempo. Daí as
rugas começam a aparecer, e os cabelos ficam brancos. O tempo
é implacável, mas Deus habita a eternidade. Nele não há variação
ou sombra de mudança (Tg 1:17-18). Esse versículo de Tiago fala
de boa dádiva, de dom perfeito. Todo presente desta esfera terrena
é perecível. Se desejamos verdadeiramente ganhar um presente
perfeito, só podemos receber lá da eternidade, descendo do Pai das
luzes: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que
nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo” (Ef 1:3).
Para salvar o homem, a Palavra, que estava na eternidade, veio
sujeitar-se ao tempo: “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. 17
Vimos a sua glória, glória como a do Unigênito do Pai, cheio de
graça e verdade” (Jo 1:14 KJA). Cristo, a Palavra, sujeitou-se ao
tempo e espaço como nós, mas cheio de graça e de verdade. Não é
maravilhoso? Ele trouxe a graça e a realidade de Deus a nós, que
tínhamos sido desconectados da realidade.
O próprio Deus eterno sujeitou-se ao tempo na pessoa de Jesus!
E não por meio de sangue de bodes ou de bezerros, mas por Seu
próprio sangue, Cristo, que, pelo Espírito eterno, ofereceu-se sem
mácula a Deus, purifica nossa consciência de obras mortas, para
podermos servir ao Deus vivo (Hb 9:12-14). Como um ser humano,
o corpo do Senhor Jesus estava sujeito ao tempo. Isaías compara
Sua aparência com a raiz de uma terra seca: “Porque foi subindo
como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha
aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia
que nos agradasse” (53:2).
Quando Jesus morreu, Deus O ressuscitou dentre os mortos (At 2:32).
Na ressurreição Ele foi admitido na glória de Deus (Lc 24:26).
Cristo Jesus, homem, foi gerado Filho de Deus e ofereceu-Se a Deus
pelo Espírito eterno. Sabe o que é o Espírito eterno? Na figura do
tabernáculo, o Espírito eterno é simbolizado pelas argolas da arca
do Testemunho, pelas quais passavam varões para que os levitas
pudessem carregá-la. As argolas são circulares, e um círculo não
tem começo nem fim. Portanto para nós, que estamos no tempo,
parece que Cristo veio à terra há dois mil anos, mas numa argola
(sem começo nem fim) um ponto antes de nós, há dois mil anos,
pode estar depois. Em um segmento de reta, há uma ordem definida
de antes e depois para cada ponto, mas numa argola não há.
Quando Cristo se ofereceu, tendo feito a eterna redenção, ofereceu
tudo a Deus pelo Espírito eterno: Sua encarnação, Seu viver
humano, Sua crucificação, todo o Seu sofrimento e Sua ressurreição.
Tudo isso que Ele fez no tempo foi lançado na eternidade. Por
Vinculados em amor

meio desse processo, Cristo, que veio da eternidade, sujeitou-se ao


tempo e ofereceu-se a Deus; concluído Seu trabalho, Ele retornou
para a eternidade. Apocalipse diz que o Cordeiro foi morto desde
a fundação do mundo (13:8). Sua morte também foi oferecida pelo
Espírito eterno. Por isso Ele é aquele Cordeiro que foi morto desde
a fundação do mundo.
Quando criou todas as coisas, Deus já tinha um protótipo, uma
18 referência: Cristo. Mesmo tendo aparecido aqui milhares de anos
depois da criação, o Senhor Jesus já estava na eternidade. Quando
Deus criou todas as coisas, já havia Cristo, por isso Ele é o primeiro
de toda a criação. Agora Ele quer levar-nos para a eternidade e para
a glória. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Como podemos explicar sobre o “Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo” (Ap 13:8)?

Meu ponto-chave:

Em Cristo tudo se mantém conectado e unido

19
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 1:1-3; Rm 11:33-36
Ler com oração:
“Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis
e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer
potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1:16).

TODAS AS COISAS FORAM CRIADAS


POR MEIO DELE E PARA ELE
Na Bíblia Judaica Completa, está traduzido assim o versículo do
Ler com oração: “Porque em conexão com Ele foram criadas todas as
coisas, no céu e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, senhorios,
governantes ou autoridades; todos foram criados por meio dele e para
Ele” (Cl 1:16). Esse é o eterno propósito que Deus estabeleceu em
Cristo Jesus, o motivo pelo qual Deus criou todas as coisas. Tudo foi
criado por meio Dele e tudo é para Ele. Nada foi criado sem conexão
com Cristo. Aleluia! Portanto Ele é o centro de conexão entre o
Criador e a criação.
O Senhor quer tecer um tecido entrelaçando as linhas verticais
(longitudinais), que representam a Deus, com as horizontais
(transversais), que somos nós. Para isso o Senhor precisa de um
conector entre Deus e a criação, não só no sentido longitudinal, como
também no transversal. Ele precisa entrelaçar os homens, e Cristo é
o ponto de conexão para isso. O amor de Deus vem lá de cima como
uma fonte para nos suprir. Assim, pelo fluir do rio da graça, passamos
a amar-nos uns aos outros e nos entrelaçamos mais. Somente Cristo
consegue fazer tal obra maravilhosa. Louvado seja Deus por Sua
sabedoria! As coisas invisíveis, mencionadas acima, referem-se aos
seres angelicais e às coisas do céu. Tronos, soberanias, principados e
potestades devem referir-se às ordens angelicais com seus domínios;
Vinculados em amor

cada qual tem um domínio concedido por Deus.


Os céus possuem um exército celestial. Deus produziu um exército
de miríades e miríades de anjos: “Os céus por sua palavra se fizeram,
e, pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33:6). Até os seres
angelicais foram criados em conexão com Cristo: “Todas as coisas
foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito
se fez” (Jo 1:3). No livro de Hebreus, também lemos que: “Nestes
últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
20
todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1:2). Deus hoje
trabalha por meio de Seu Filho. Cristo é a conexão entre o Criador e a
criatura, Cristo é o falar de Deus, que O constituiu herdeiro de todas as
coisas e, por meio Dele, fez o universo. Por isso Lúcifer se encheu de
inveja e ódio contra o Ungido de Deus, porque Deus O escolheu como
herdeiro de todas as coisas.
Contemplando as maravilhas que o Senhor está fazendo entre
nós, podemos desfrutar destes versículos com muita reverência: “Ó
profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento
de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os
seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem
foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha
a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas
as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11:33-36).
Cristo é a sabedoria de Deus. Aleluia! Em Colossenses, também
lemos: “Em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento
estão ocultos” (2:3). O apóstolo Paulo recebeu a revelação do mistério
de Deus, que é Cristo, em quem estão ocultos todos os tesouros da
sabedoria e do conhecimento.
Se quisermos buscar sabedoria, não devemos ir à filosofia grega
nem à própria teologia, mas a Cristo, pois Nele estão ocultos todos
os tesouros da sabedoria e do conhecimento: “Porque tanto os judeus
pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a
Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios,
Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos
a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de
Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte
do que os homens” (1 Co 1:22-25). Louvado seja o Senhor, porque
Cristo, que é a sabedoria de Deus, está disponível para nós. Basta-nos
ir a Ele para compreender todo o Seu plano eterno e desfrutá-Lo.

Pergunta: Com base no que lemos, por que Cristo é a sabedoria de Deus?

Meu ponto-chave:

21
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Pv 8:22-31; 1 Co 1:22-25
Ler com oração:
“Vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Co 1:30).

CRISTO É A SABEDORIA DE DEUS


O que Deus tem feito em nosso meio é maravilhoso e não há como
explicar, pois parece loucura. O ambiente em que temos vivido e os
momentos em que somos arrebatados ao terceiro céu são inexplicáveis.
Pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para
os gentios, mas, para os que foram chamados, tanto judeus como
gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Cristo
é o poder de Deus e a sabedoria de Deus! Porque a loucura de Deus é
mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que
os homens (1 Co 1:22-25). Aleluia!
Cristo, a sabedoria de Deus, também aparece no livro de Provérbios:
“O Senhor me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais
antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes
do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda
de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem
firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não tinha
feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do
mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava o
horizonte sobre a face do abismo; quando firmava as nuvens de cima;
quando estabelecia as fontes do abismo; quando fixava ao mar o seu
limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando
compunha os fundamentos da terra; então, eu estava com ele e era seu
arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele
em todo o tempo; regozijando-me no seu mundo habitável e achando
Vinculados em amor

as minhas delícias com os filhos dos homens” (8:22-31). A sabedoria


foi estabelecida por Deus desde a eternidade, antes de existir a terra.
Cristo é a sabedoria e o arquiteto de Deus. Cristo ajudou a projetar
tudo isso, porque Deus já O possuía no início de Sua obra, quando
criou os céus, a terra e o mar.
O Filho já estava com o Pai desde o princípio, pois “Ele é antes de
todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl 1:17). A expressão “Ele é
22 antes de todas as coisas”, por um lado, significa, logicamente, que Sua
existência era antes de todas as coisas, ou seja, era desde a eternidade
passada. Mas, por outro lado, para Deus criar tudo o que existe,
era necessário um ponto de referência, que é Cristo. Na geometria,
para traçarmos um círculo, uma circunferência, precisamos saber
onde colocar a ponta do compasso para definir onde será o centro
da circunferência. Cristo é antes de todas as coisas. É como se Deus
dissesse: “Onde vou colocar a ponta do compasso para criar todas as
coisas?”. É aí que Cristo está. Ele é o ponto de referência, o início, o
primogênito de toda a criação. Nele tudo subsiste.
Se você procurar no dicionário Strong o significado da palavra
“subsiste”, que no grego é sunistao, vai encontrar: “juntar, unir em um
ponto” ou “unir as partes em um todo”. Então é um ponto central, um
ponto de conexão, que conecta todas as coisas em um todo. Quando
deixarmos o mundo material, perceberemos que todo o universo, do
lado positivo, foi criado como um todo. Alguns perguntam: “Será
que, quando vierem os novos céus e a nova terra, reconhecerei meu
cônjuge, filhos e amigos?”. Reconheceremos, sim, porque o Senhor
não removerá de nós nossa personalidade. Mas já não precisaremos
de uma ligação forte e especial com eles nem sentiremos falta de
uma ligação forte de relacionamentos humanos, porque estaremos
plenamente conectados com todos no amor de Deus.
Naquele dia a conexão entre nós será muitas vezes mais forte do
que é hoje entre marido e esposa, pais e filhos, irmãos e amigos.
Estaremos ligados em uma rede de amor. Mergulharemos em uma
Em Cristo tudo se mantém conectado e unido
piscina de amor, totalmente envoltos pelo amor dentro de um todo,
que é a plenitude de Cristo; estaremos eternamente entrelaçados com
Deus e com os homens. Caro leitor, não sentiremos falta de mais nada,
pois todos estaremos completamente unidos a Deus. Aleluia!

Pergunta: Como podemos perceber o poder da conexão de Deus com o homem,


no tempo e na eternidade?

Meu ponto-chave:

23
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:10; 3:24; Dt 8:7; Jo 1:12; 3:3-7; Rm 10:8-15; Ef 1:13; Cl 1:5
Ler com oração:
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração,
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9).

QUEM CRÊ É SALVO


O Senhor quer concluir Seu propósito de fazer Cristo encabeçar todas
as coisas. Para tanto, a igreja precisa ser preenchida com a plenitude
de Deus e conectar novamente toda a criação com Ele. O fato de
Cristo ser o Cabeça da igreja suscita em nós grande responsabilidade,
pois temos de encher-nos de vida pelo fluir do rio da graça. Devemos
ser simples, singelos e descomplicados para potencializar a edificação
da igreja.
Já vimos que o maior problema do homem foi dar ouvidos à serpente,
sendo, assim, contaminado pelo veneno da dúvida. Ao comer da árvore
do conhecimento do bem e do mal, o homem desobedeceu à palavra
de Deus, e o resultado foi sua desconexão Dele.
Leiamos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5:12). Todos
pecaram porque a humanidade foi desconectada da própria verdade,
da realidade, para ligar-se à mentira, que traz toda sorte de impureza e
injustiça que dificultam nosso relacionamento com o próximo.
Por causa da queda, o acesso à árvore da vida foi fechado, mas Deus
permitiu que o rio da graça, que saía do Éden para regar o jardim, se
repartisse em quatro braços a fim de alcançar toda a terra (Gn 2:10).
Para o homem se conectar novamente com Deus, seus pecados devem
ser perdoados. Por isso Cristo deixou a glória do céu e, como servo,
sujeitando-se às limitações de tempo e espaço, derramou Seu sangue
Vinculados em amor

na cruz para a remissão de nossos pecados.


Esse é o evangelho de nossa salvação, a palavra da verdade. Ao crer,
somos selados com o Santo Espírito da promessa (Ef 1:13). A verdade
nos afasta da mentira e nos conecta com a esperança que nos está
preservada nos céus (Cl 1:5). Além disso, a palavra da verdade nos
traz salvação (Rm 10:8-15).
Deus colocou querubins e uma espada flamejante que se revolvia
24 para guardar o caminho da árvore da vida (Gn 3:24). Os querubins
representam a glória de Deus, a espada representa a justiça divina, e
o fogo representa Sua santidade. Portanto, para se achegar novamente
à árvore da vida, três requisitos são exigidos: a glória, a justiça e a
santidade de Deus.
Contudo era impossível ao homem cumprir essas exigências.
Por esse motivo, Cristo cumpriu todas elas, eximindo o homem de
sacrifícios pessoais ou penitências. Por isso está escrito: “Se, com a
tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9).
O sacrifício de Jesus abriu o acesso à salvação, restaurando o
caminho de volta a Deus, e toda a humanidade tem sido alcançada
pelo fluir do rio da graça, que é o Espírito, chegando aos quatro cantos
da terra. Podemos desfrutar as riquezas de Cristo invocando-O, pois
Ele é rico para com todos os que O invocam (Rm 10:12). É como
um “cartão de crédito celestial”, cuja senha é: “Ó Senhor Jesus”. Ao
invocar, imediatamente acessamos as riquezas celestiais.
Vemos em Romanos a ênfase dada à importância de pregar o

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


evangelho (10:13-14). A salvação é algo simples: basta crer com
o coração e confessar com a boca que Jesus Cristo é o Senhor. No
versículo 15, lemos: “Como está escrito: Quão formosos são os pés
dos que anunciam coisas boas!”. Nessa passagem, a expressão “coisas
boas” refere-se ao evangelho da salvação. Portanto, para tornar nossos
pés formosos, precisamos sair às ruas e pregar o evangelho, que é a
palavra da verdade.
Jesus disse a Nicodemos que quem não nascesse da água e do Espírito
não poderia entrar no reino de Deus (Jo 3:3-7). Cristão não é aquele
que tem a Bíblia como manual para adquirir um bom comportamento.
Primeiro é preciso haver uma mudança de reino: ser transferido do
mundo para o reino de Deus, da carne para o Espírito (v. 6).
Algumas doutrinas heréticas acreditam na reencarnação, porém,
mesmo que o homem pudesse renascer mil vezes, continuaria sendo
carne. Portanto “não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer
de novo” (Jo 3:7); “o que é nascido do Espírito é espírito” (v. 6). Ao
receber Jesus em nosso espírito, somos feitos filhos de Deus (1:12), ou
seja, nascemos de novo.
Agora nosso espírito tem a vida de Deus e está conectado por
meio de Cristo às riquezas insondáveis do Pai, que é um manancial
profundo (Dt 8:7). Quando cremos em Jesus, somos salvos no espírito
e reconectados com Deus no plano espiritual. Que grande salvação! 25
Pergunta: O que é necessário para ser salvo?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Vida cristã 110%” – caps. 1 e 2 – Pedro Dong.
“Um exército de vencedores - Aliste-se já!” – caps. 4 e 5 – Pedro Dong.
Vinculados em amor

26
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 2:12-22
Ler com oração:
“Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros,
sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito
a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um
corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos
nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Co 12:12-13).

MEMBROS ORGÂNICOS DO CORPO DE CRISTO


Ao ser batizados pelo Espírito em um só Corpo, tornamo-nos os membros
orgânicos de um só corpo, do Corpo de Cristo (1 Co 12:12-13). Ao crer
no Senhor Jesus, nascemos do Espírito, então a vida de Deus passa
a habitar em nós, e assim nos tornamos Seus filhos. Ao participar
organicamente do Corpo de Cristo, deixamos de ser individualistas
e solitários.
Quem participa do aperfeiçoamento no PAC (Posto Avançado de

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


Colportagem) percebe que não pode agir sozinho e precisa pensar
na coletividade. Todos precisam aprender uns com os outros a usar
as ferramentas atuais que estão propostas pelo Senhor, como por
exemplo: “Posso orar por você?” e a colportagem. Assim alcançarão a
vitória juntos, sendo unânimes no Corpo de Cristo.
Somos membros do Corpo, e nosso viver é coletivo, mas, como
vimos, a dúvida implantada por Satanás no homem fez com que
este se desconectasse de Deus e passasse a sentir um grande vazio
interior. Além disso, o inimigo de Deus envenenou a humanidade
com a mentira, gerando inimizade entre as pessoas. Inveja, ciúme,
maledicência e ira são resultados da mentira satânica. Na cruz, Cristo
destruiu todos os elementos negativos, derrubando a inimizade, a
parede de separação que havia entre nós.
Inicialmente as promessas de Deus eram destinadas apenas ao povo
judeu. Lemos no segundo capítulo de Efésios que nós, gentios, que
não pertencíamos à comunidade de Israel, passamos a ter parte nas
promessas de Deus, pois Cristo Jesus nos aproximou por Seu sangue
(Ef 2:12-13). Continuando a leitura: “Porque ele é a nossa paz, o qual
de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava
no meio, a inimizade” (v. 14). O sacrifício de Cristo tornou judeus e
gentios um só povo.
27
Antes havia entre os judeus e os gentios uma parede de separação,
composta de culturas e religiões totalmente diferentes, mas todos
esses elementos, incluindo a inimizade, foram destruídos na cruz
(Ef 2:15). Cristo se tornou nossa paz.
Deixemos o individualismo. Deus não quer cristãos maravilhosos
para colocá-los como troféus nas ruas da nova Jerusalém. A obra
do Pai consiste em produzir um novo homem, um homem coletivo.
Devemos trabalhar juntos para a edificação da igreja.
Na cruz fomos reconciliados em um só Corpo, pondo fim à inimizade.
O próprio Senhor nos evangelizou a paz para termos acesso ao Pai
em um só Espírito (vs. 16-18). No versículo 19 está escrito: “Assim,
já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e
sois da família de Deus”. Portanto somos cidadãos do mesmo reino e
membros da mesma família.
Temos o passaporte do reino de Deus e, quando esse passaporte for
totalmente preenchido, teremos o direito de entrar na manifestação do
reino dos céus. Quando formos preenchidos com a realidade de Deus,
por meio do rio da graça, toda a substância divina estará estampada
nesse passaporte, permitindo nossa entrada no reino.
Estamos sendo edificados sobre o fundamento dos apóstolos e
profetas, e Cristo Jesus é a pedra angular para o edifício, bem ajustado,
crescer para santuário dedicado ao Senhor (Ef 2:20-21).
Satanás quer colocar ódio, inveja e rivalidade entre nós. Mas Deus,
por meio do rio da graça, nos enche com o esplancnon de Cristo. O
fluir do rio nos enche de amor, compaixão e longanimidade e nos faz
ser unidos de alma e ser esse edifício bem ajustado que cresce como
santuário dedicado ao Senhor para edificar a habitação de Deus no
Espírito (v. 22).
Hoje estamos tecendo uma rede de amor, e, quando a habitação de
Deus estiver concluída, Ele poderá finalmente descansar de Suas obras.
Vinculados em amor

Pergunta: Como devemos agir como membros orgânicos do Corpo de Cristo?

Meu ponto-chave:

28
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Dt 8:7; Ef 3:17-19
Ler com oração:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis
o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é
o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2).

O PROCESSO DE RECONEXÃO COM DEUS


Deus Pai é o manancial profundo (Dt 8:7), e Cristo, como a fonte,
abriu caminho para o homem se reconectar com o Pai. É como
aquele exemplo que demos, em mensagens anteriores, sobre os vasos
comunicantes. Quando cremos, Cristo é o canal de comunicação entre
o vaso humano e o vaso divino, e nosso espírito é salvo.
No espírito estamos ininterruptamente conectados com Deus. Por
isso a Palavra diz que devemos viver no espírito. Nossa dificuldade

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


está em permitir ou não que esse fluir da água da vida penetre em
nossa alma para nos proporcionar transformação.
Nossa alma está conformada com este século, e assim a porta da
alma fica fechada para o fluir do rio da graça. Por isso precisamos
abrir essa porta para o espírito entrar e renovar nossa mente a fim de
que nossa alma seja transformada (Rm 12:1-2). O espírito é composto
pela comunhão, intuição e consciência. A consciência é responsável
por estabelecer a comunicação com a alma, que é formada pela mente,
vontade e emoção. A mente, parte líder da alma, é a primeira a ser
alcançada pelo espírito. Por isso é importante renová-la. A imersão na
palavra nos ajuda nisso. Ao praticar a imersão, a porta da alma abre-se
ao espírito, e a mente é renovada. Uma alma fechada tem uma mente
cheia de vaidade de pensamentos e uma emoção repleta de problemas.
O ser humano é emocionalmente frágil e, quando desconectado
de Deus, fica suscetível à depressão, angústia e ansiedade. Se o rio
da graça entrar em nossa alma, experimentaremos a transformação
pela renovação da mente, e nossa vontade e emoção ficarão cheias da
realidade de Deus.
Ao recebermos Jesus como nosso Senhor e Salvador, Ele passa a
habitar em nosso espírito, que é como um quarto de hóspedes, mas
somos encorajados a convidar Cristo a habitar em todo o nosso
29
coração (Ef 3:17-19). O coração é composto pela consciência mais as
três partes da alma. Cristo já habita em nossa consciência, mas há uma
porta entre a consciência e a mente. Para Ele entrar em nossa alma,
a porta da mente precisa ser aberta. Precisamos convidar Cristo para
dentro de toda a nossa casa. Esse “habitar” do versículo 17 refere-se
a permitir que Cristo seja o dono da casa, podendo percorrer todos
os cômodos de nosso ser e ficar à vontade para governar nossos
pensamentos, vontade e emoção. Todo esse processo ocorre quando o
rio da graça flui para dentro de nós por meio da palavra.
A palavra é o veículo que traz a graça de Deus, assim como a corrente
sanguínea carrega e distribui os nutrientes a todas as células do corpo.
Da mesma forma, recebemos a palavra por meio do rio da graça, que
nos alimenta com o falar de Deus.
Precisamos ser ávidos pela graça que nos alcança por meio da
palavra. Do contrário, morreremos. Alegremo-nos ao receber a
palavra, pois ela é o veículo que nos traz a graça celestial e põe fim à
fome espiritual. Aleluia!

Pergunta: Como nos reconectamos com Deus?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

30
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 4:16; Cl 1:18
Ler com oração:
“Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte,
efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em
amor” (Ef 4:15-16).

RECONECTADOS COM DEUS NO


PLANO DA NOVA CRIAÇÃO
A transformação ocasionada pela renovação da mente nos reconecta
com Deus. No sexto dia da criação, Deus viu tudo o que havia criado
e disse: “Muito bom!”. Naquele momento, no plano da criação, o
homem estava conectado com Deus, mas em seguida o inimigo
provocou a tragédia da desconexão.
Hoje Deus não vai restaurar a conexão com o homem no plano

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


da criação antiga, mas no plano da nova criação, isto é, do espírito.
Quando isso ocorrer, por meio do homem, a antiga criação também se
reconectará com Deus.
Sabemos que a transformação é lenta. Ouvindo a palavra que nos
nutre e praticando-a, pouco a pouco nos enchemos da realidade de
Deus. É um processo metabólico semelhante ao da vida humana. Um
bebê leva anos para tornar-se um adulto.
“E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para
que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19). Vincent
(Word Studies in the New Testament) explica que “ser tomados” seria
mais bem traduzido para “ser preenchidos até a tampa, até não poder
preencher mais, até a plenitude”. Então ser transformado implica estar
cheio de toda a plenitude de Deus. Quando isso ocorrer, o Senhor
voltará, e a glória dos filhos de Deus será revelada. Nosso corpo será
transfigurado em um corpo de ressurreição, e toda a limitação que há
neste corpo da carne terá fim.
Naquele dia toda a criação será reconectada com Deus porque o
homem foi reconectado com Ele. Mas isso só acontecerá se nossa
alma estiver totalmente reconectada com a verdade. Então Cristo terá
a primazia como a Cabeça do Corpo, da igreja. Esse é o mistério da
vontade de Deus, conforme lemos em Efésios: “Desvendando-nos o
31
mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera
em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos
tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1:9-10).
Para que o encabeçamento de Cristo ocorra, precisamos ser saturados
de toda a realidade de Deus, como amor, luz, justiça, santidade e glória,
sem espaços vazios. Por exemplo, se em certa região da cidade não
houver policiamento adequado, o crime dominará. Da mesma forma,
se em nós houver espaços não preenchidos com a vida de Deus, não
haverá o encabeçamento de Cristo. Por isso é tão importante seguir
a palavra profética e praticar a imersão, pois somente onde estiver a
realidade de Deus, haverá o domínio de Cristo.
O mistério da vontade de Deus é fazer todas as coisas convergirem
em Cristo, tanto as do céu como as da terra (Ef 1:9-10). “Convergir”
pode ser entendido como “encabeçar”. Deus tem uma dispensação,
uma administração (oikonomia em grego) para realizar no final dos
tempos, a concretização de Sua vontade, que é o encabeçamento de
Cristo sobre todas as coisas.
Vivemos no momento da aurora, e o dia está raiando. O fim está
próximo, e precisamos encerrar esta era com a edificação da igreja
para que o milênio venha.
Há um chamado para nos engajarmos na luta. Assim como a
corça anseia por água, ansiamos imergir na palavra para dela extrair
nutrientes e ser preenchidos com toda a realidade de Deus.
Cristo foi dado à igreja para encabeçar, por meio dela, todas as coisas:
“E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas
as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que
a tudo enche em todas as coisas” (vs. 22-23). Por isso precisamos ser
preenchidos com a realidade divina, a plenitude de Deus.
Conforme o propósito eterno de Deus, os que creem em Jesus tornam-
se membros do Corpo de Cristo e devem trabalhar para edificar a igreja,
sendo supridos e governados pela Cabeça, que é Cristo (Cl 1:18).
Vinculados em amor

E Paulo acrescenta: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para


o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”
(Ef 4:12). A palavra “serviço” é mais bem traduzida para “obra do
ministério” (KJA). Nosso ministério é a edificação do Corpo de Cristo.
Como? O versículo continua: “Seguindo a verdade em amor, cresçamos
em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (v. 15).
Tudo provém da Cabeça. Cristo é quem dá as ordens. O crescimento
32 do Corpo nesse encabeçamento ocorrerá pelo auxílio de toda junta,
segundo a justa cooperação de cada parte em amor (Ef 4:16). Cada um
de nós é responsável pela edificação porque a igreja é edificada quando
cada membro faz sua parte, entrelaçando-se em amor. Por isso servimos
juntos, por exemplo, nas saídas para a pregação do evangelho.
Esse entrelaçamento é a justa cooperação de cada irmão. Quanto
maior for o entrelaçamento em amor, melhor será o tecido resultante.
Dessa forma, edificaremos a igreja de Deus.

Pergunta: Como ocorre a edificação do Corpo de Cristo?

Meu ponto-chave:

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia

33
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 12:4-8; 2 Co 5:17; Gl 6:15; Ef 1:23; 4:13; Cl 1:15; 3:11
Ler com oração:
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito
de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia” (Cl 1:18).

A MANEIRA DE EDIFICAR O CORPO DE CRISTO


Deus distribuiu diferentes dons e funções aos membros do Corpo de
Cristo (Rm 12:4-8). Entre esses dons, há o de profecia: uma revelação
recebida diretamente de Deus, que chamamos de palavra profética.
Em seguida há os ministérios, que são os serviços da igreja. Os irmãos
têm avançado muito no serviço ao Senhor, fazendo tudo com o amor
que provém da palavra profética e do fluir do rio da graça.
Há também o ministério do ensino, que deve estar em conformidade
com a palavra profética. Usamos o conteúdo da palavra profética para
executar esse ministério, bem como para exortar. O ministério de
oferta de riquezas materiais completa o tripé dos ministérios, junto
com o ministério da palavra e dos serviços.
Deus atualmente deu um comando, encorajando-nos a servir no
continente africano, onde será implantado um CEAPE (Centro de
Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho). Lá haverá
também impressão de livros, envio de colportores e a instalação de
um BooKafé. Algumas regiões têm ofertado para contribuir com
esse chamado de Deus. Os irmãos reagiram positivamente, e Deus
tem potencializado o ministério de oferta de riquezas materiais.
Muitos deixaram de ser expectadores para se tornar protagonistas,
apresentando-se aos serviços e ofertando. Assim edificaremos a igreja,
crescendo até a medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4:13).
A igreja é o Corpo de Cristo e se tornará o próprio Cristo quando estiver
edificada. Vejamos o seguinte versículo: “Porque, assim como o corpo é
Vinculados em amor

um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem


um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (1 Co 12:12). A
expressão “com respeito a Cristo” deveria ser “com respeito à igreja”,
contudo, como tem-se enchido da plenitude de Deus, a ponto de um
dia ser totalmente preenchida com Cristo, a igreja será Cristo.
Cristo, habitando em nosso coração, promove a renovação da mente,
capacitando-a para receber a palavra profética, e assim o corpo fica sujeito
34 à vontade divina. Então saímos às ruas para praticar o “Posso orar por
você?”, a colportagem e a imersão na palavra. Pouco a pouco, a substância
de Deus é estampada em nós, e nosso passaporte celestial fica totalmente
carimbado, permitindo nossa entrada na manifestação do reino dos céus.
Nesse momento todas as partes de nosso ser estarão cheias de Cristo, e
consequentemente haverá a plena identidade entre o Corpo de Cristo e o
próprio Cristo. Cristo por fim será tudo em todos (Cl 3:11).
O encabeçamento de Cristo ocorre porque Ele se torna nossa
constituição. No final dos tempos, a igreja será “a plenitude daquele
que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1:23), repleta de pessoas
cheias de Cristo. Deus, então, preencherá toda a criação com Cristo.
Em Apocalipse vemos que Cristo é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o
Fim (21:6). Ser o Alfa significa que nada há antes Dele e ser o princípio
indica que Ele é a origem de todas as coisas, a realidade de Deus. É por
meio de Cristo que a realidade de Deus se origina no homem.
Cristo é o primogênito de toda a criação e o primogênito de entre os
mortos (Cl 1:15). No plano da criação, Ele é o primeiro e o princípio
de tudo; em ressurreição, foi o primeiro a ressuscitar, o primeiro da

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


nova criação. A igreja é a nova criação, por isso Cristo tem a primazia.
Ele é a cabeça do Corpo, a cabeça da nova criação.
Em 2 Coríntios, lemos que, se alguém está em Cristo, é nova criatura
(5:17). A expressão “nova criatura” é mais bem traduzida para “nova
criação”. No plano da criação, houve a desconexão entre Deus e o
homem, mas hoje tudo é novo. O Senhor nos tem proporcionado um
novo começo. Vamos viver em novidade de vida.
Coisas antigas, como discussões, não nos atingem mais porque agora
somos nova criação (Gl 6:15). A ressurreição de Cristo produziu a nova
criação, a igreja, onde fomos reconectados com Deus. Sem ressurreição
nossa fé seria vã (1 Co 15:13-14), pois não existiria a nova criação.
Nossa esperança não se limita a esta vida porque fomos gerados por Sua
ressurreição e estamos na igreja para enchê-la plenamente da imagem
de Deus a fim de que Cristo seja tudo em todos. Aleluia!

Pergunta: Como foi produzida a nova criação?

Meu ponto-chave:

35
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Rm 8:23; Hb 1:3
Ler com oração:
“Aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1:19).

EM CRISTO RESIDE TODA A PLENITUDE


Por ser o primeiro, tanto da antiga quanto da nova criação, Cristo
detém a primazia nesses dois planos e é a plenitude em ambos.
Quando falamos de plenitude, referimo-nos à realidade, natureza e
atributos de Deus. Ele enche a nova criação de Sua plenitude para
depois alcançar a velha criação. Quando a igreja se encher da plenitude
de Deus, Ele preencherá a antiga criação com Cristo.
Usemos um exemplo: é impossível ao homem se aproximar do sol
por causa de sua altíssima temperatura, mas é possível desfrutar a luz
e o calor que os raios solares proporcionam. Da mesma forma, Cristo
é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus (Hb 1:3). Ele nos
traz a plenitude de Deus, estampando em nós a substância divina. Ao
ser preenchidos com Cristo, temos a plenitude de Deus.
A queda do homem provocou a desconexão de toda a criação, mas
a redenção de Cristo reconecta a antiga e a nova criação com Deus:
“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele,
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer
nos céus” (Cl 1:20).
Precisamos ser totalmente preenchidos com a realidade de Deus
para alcançar a condição de filhos maduros. Em Romanos, vemos
que estamos aguardando a filiação, a redenção de nosso corpo
(8:23). Enquanto muitos cristãos estão desapercebidos e dispersos,
Deus precisa de um rebanho, ainda que pequenino, de um grupo de
vencedores que viva a realidade da igreja em Filadélfia. Estes lutarão
pelo reino na fortaleza de Davi, que é Sião.
Vinculados em amor

Esse pequeno grupo, que representará toda a igreja, será composto


daqueles que se permitiram ser preenchidos com a plenitude divina ao
praticar a imersão na palavra profética, evangelizar pessoas nas ruas e
edificar a igreja pelo entrelaçamento dos fios de amor. O Senhor, então,
reconhecerá que o espírito e a alma deles estão cheios de Cristo. Ainda
restará um corpo mortal e corruptível, que Deus transfigurará em um
corpo de glória: “Pois assim também é a ressurreição dos mortos.
36 Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se
em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita
em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há
corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Co 15:42-44). Muitos
estarão vivos na vinda do Senhor e terão seus corpos transfigurados.
Esse será o momento da plena filiação, quando reconectaremos toda a
criação com Deus.
A criação espera que alcancemos a plena filiação, pois, somente a
partir desse momento, é que ela também será reconectada com Deus:
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de
Deus” (Rm 8:19). Nos versículos seguintes, lemos: “Pois a criação
está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele
que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do
cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”
(vs. 20-21). Fica evidente que a redenção de Cristo não é somente para
nós, mas visa também libertar toda a criação do cativeiro da corrupção
para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Diante de tão grande revelação, vamos imergir na palavra, esforçar-

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


nos para ser preenchidos com a plenitude de Deus e cumprir Seu plano
aqui na terra.

Pergunta: Como a criação será reconectada com Deus?

Meu ponto-chave:

37
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
2 Co 10:3-6; Cl 1:20-22
Ler com oração:
“Receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua
astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da
simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2 Co 11:3).

OS ATAQUES DO INIMIGO À MENTE


O pecado da desobediência acarretou a queda do homem, mas
Cristo, com Sua redenção, promoveu a paz com Deus para reconciliar
todas as coisas na terra e nos céus (Cl 1:20). Pelo sacrifício de Jesus,
podemos apresentar-nos santos, inculpáveis e irrepreensíveis perante
Deus (vs. 21-22).
Devemos estar sempre atentos à astúcia da serpente, pois, assim
como enganou Eva, também quer corromper nossa mente e afastar-
nos da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2 Co 11:3). Para não
ser enganados, devemos seguir o exemplo do apóstolo Paulo, que não
se guiava pelos padrões humanos.
Paulo disse que muitos o acusavam de ter um comportamento
mundano, porém, respondendo, ele disse que, embora andasse na
carne, não lutava segundo a carne (2 Co 10:3). “Porque as armas da
nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas, anulando nós sofismas” (v. 4). O termo “armas” aqui
refere-se à palavra, que é poderosa em Deus para destruir fortalezas e
anular sofismas.
Satanás quer confundir nossa mente com sofismas, conduzindo-
nos à dúvida, mas a palavra profética destrói fortalezas e toda altivez
que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo (v. 5).
Quando a mente é corrompida, o homem torna-se rebelde e é
Vinculados em amor

subjugado pelo espírito que hoje atua nos filhos da desobediência.


Portanto, para ser protegidos contra a armadilha da desobediência,
precisamos seguir de perto a palavra profética. A imersão na palavra
nos faz obedecer, pois inclina nossa mente para o espírito, tornando-
nos submissos ao falar de Deus (v. 6).
Os ataques do inimigo corrompem nossa mente, que passa a arrazoar.
Assim são construídas fortalezas que impedem a palavra de penetrar
38 em nós. Por exemplo, quando um casal contende, o ofendido passa a
arrazoar consigo mesmo sobre o que ocorreu. Em seguida vêm a raiva,
a indignação e novos pensamentos negativos, piorando ainda mais a
situação. Tijolo sobre tijolo, a fortaleza vai sendo construída. O casal
passa dias sem conversar um com o outro, e alguns infelizmente retêm
esse sentimento e, às vezes, até o levam para o caixão. Há também
casos de irmãos que se indispõem com o mover atual. Criticam a
prática da imersão e argumentam que não era assim no passado, que a
vida da igreja mudou. São muitos argumentos, mas um só resultado:
a insubmissão.
De um lado, está o arrazoamento de uma mente corrompida; de
outro, a palavra de Deus, que é poderosa para destruir fortalezas e levar
todo pensamento à obediência de Cristo. Muitos são os testemunhos
de marido e mulher que juntos fizeram a imersão na palavra e tiveram
seu casamento restaurado. A imersão destrói fortalezas e conduz a um
viver singelo. Por isso precisamos ser simples, abandonando toda a
complicação de nossa mente.
“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de

Cristo é o primogênito de entre os mortos para em tudo ter a primazia


que, com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana,
mas, na graça divina, temos vivido no mundo e mais especialmente
para convosco” (2 Co 1:12). As palavras “santidade e sinceridade” em
alguns manuscritos são traduzidas para “simplicidade e sinceridade”.
Devemos, então, viver na simplicidade e sinceridade de Deus, e não
na sabedoria humana.
Na década de 80, em face de uma grande rebelião que assolou as
igrejas, esforcei-me para ajudar alguns irmãos. Nessa ocasião ouvi
muitos argumentos e arrazoamentos. O resultado é que fui contaminado
com morte espiritual. A morte, que se alastrava entre as igrejas e
produzia a rebelião, me havia afetado. Quais eram os sintomas da
morte? Eu ouvia o irmão Dong e ficava arrazoando: “Ele não deveria
ter dito essas palavras ou falado desse modo, isso vai dar motivo para
outros o criticarem”. Na realidade era eu quem me tornara crítico.
Passei a ouvir as mensagens para julgar o que era dito. Por outro lado,
percebi que muitos irmãos a meu redor desfrutavam a palavra com
alegria, e eu continuava morto e cheio de razões. É terrível estar certo,
porém morto. Só você enxerga problemas, e ninguém mais.
Então, em minha angústia, clamei: “Senhor, socorre-me, tira-me
desta situação!”. Livrar-se de um pecado é mais fácil do que se livrar
da morte. No primeiro caso, pedimos perdão ao Senhor, e a situação
é resolvida. A morte, porém, nos torna complicados. Tornamo-nos 39
juízes de tudo. Quem somos nós para julgar alguém? Que situação
horrível foi julgar o irmão Dong, alguém que tinha uma comissão
dada por Deus. Percebi que eu me colocava no lugar de Deus. Levei
meses para limpar minha mente e meu coração. A simplicidade e
sinceridade mencionadas acima foram minha cura (2 Co 1:12). A
sabedoria humana julga e critica. Hoje não sirvo mais pela sabedoria
humana, mas por meio do rio da graça.
Depois dessa experiência, decidi nunca mais ser complicado.
Convido todos a fazer o mesmo. Renunciar à posição de “juiz” é uma
prevenção contra a contaminação da morte. Deus sabe como agir e não
precisa de nossa opinião. O rio da graça nos transformará. Confiemos
na graça divina, e não na sabedoria humana. Agindo assim, nós nos
manteremos simples e sinceros.

Pergunta: Por que devemos manter a simplicidade e a sinceridade?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

40
SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 3:24; Ef 4:22-23; Hb 2:10
Ler com oração:
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino
do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos
pecados” (Cl 1:13-14).

DEUS QUER TER A PRIMAZIA EM NOSSO VIVER


Na mensagem desta semana, intitulada “Apóstolo, o despenseiro
do mistério de Deus”, desfrutaremos a parte mais importante do
livro de Colossenses. Vimos no versículo 16 do primeiro capítulo,
Cristo como o primeiro da criação. Nele foram criadas todas as
coisas, e tudo foi feito por meio Dele e para Ele. Isso indica que
Cristo já tinha a primazia no plano da velha criação. A partir do
versículo 18, porém, veremos que essa primazia se estende a outro
plano, o plano da nova criação.
Com respeito à primazia de Cristo, Paulo revela em Colossenses:
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de
entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve
a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (1:18-19). Se Cristo é a
cabeça da igreja, que está no plano da nova criação, Sua primazia não
se limita à velha criação nem ao plano material. Cristo também tem
a preeminência na nova criação, no plano da eternidade! Precisamos
sair do campo teórico ao ler Colossenses, porque a primazia de Cristo Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
também precisa ser realidade em nosso viver.
Recentemente o Senhor nos revelou o rio da graça em Efésios.
Após a queda, o homem foi impedido de ter acesso à árvore da vida
(Gn 3:24). Todavia o rio que regava o jardim do Éden continuava
disponível. Isso era uma indicação de que o Senhor continuava
insistindo na humanidade. Deus enviou Seu Filho à terra com
a missão de realizar a redenção e reconectar o homem Consigo,
isto é, reconectá-lo com o plano de Deus, o plano da nova criação.
Leiamos como isso se deu: “Ele nos libertou do império das trevas
e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos
a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1:13-14). Isso quer dizer
que, se não fosse pela redenção de Cristo, por meio de Seu sangue
derramado na cruz, não teríamos o direito de sair do reino das trevas
e ir para o reino do Filho de Deus. 41
Enquanto esteve com o Pai, Cristo era o Filho unigênito de Deus,
mas, após a ressurreição, Ele foi gerado Filho primogênito, com a tarefa
de conduzir muitos filhos à glória (Hb 2:10). Cristo, então, tornou-se o
Espírito da realidade, o outro Consolador prometido no Evangelho de
João: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não
pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque
ele habita convosco e estará em vós” (14:16-17). Quando cremos em
Jesus e confessamos que Ele é nosso Senhor e Salvador, o Espírito nos
reconectou à realidade do plano da nova criação e recebemos uma nova
vida, pois o próprio Deus passou a viver em nós. Ganhamos o direito
de ser feitos filhos de Deus e de nos conectar com Ele no plano da nova
criação por meio de Cristo, o conector.
Após nosso espírito humano ser reconectado com Deus, nossa alma
também necessita ser. Quando o inimigo nos desconectou de Deus, tirou-
nos da esfera da realidade, e ficamos vazios. Então o pecado, a morte e
a mentira entraram em nós, e nossa alma foi contaminada e danificada.
Mas Deus quer salvar-nos completamente! Ele já se conectou a nosso
espírito humano e agora Seu intuito é alcançar nossa alma com o rio da
graça. Entretanto, para alcançar a alma, existe uma porta.
A porta de entrada da alma é a mente, que, após tantos anos vivendo
de forma carnal, está acostumada a uma condição de morte. Por isso
Paulo nos adverte: “O pendor da carne dá para a morte, mas o do
Espírito, para a vida e paz” (Rm 8:6). Graças a Deus porque, após
a regeneração, nossa mente tem a capacidade de “virar a chave” e
voltar-se para o espírito a fim de conectar-se com Deus. E como
podemos virar a chave? O próprio livro de Romanos nos ajuda: “Não
vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus” (12:2). A porta de nossa mente só será
aberta quando houver renovação.
Vinculados em amor

Amado leitor, quando nossa mente é renovada, ela passa a


submeter-se ao espírito, tornando-se o “espírito de nossa mente”,
e deixamos de viver no velho homem, que se corrompe segundo
as concupiscências do engano (Ef 4:22-23). Nesse processo de
renovação, Deus nos deu um grande presente: a imersão na palavra
profética! Esse caminho é rápido e curto! Uma vez renovada, nossa
mente submete-se ao espírito, e o Senhor encontra caminho aberto
42 para as demais partes de nossa alma.
Pergunta: Como virar a chave da mente para o espírito?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 2 – Pedro Dong.
“Parceiros da obra de Deus” – cap. 1 – Pedro Dong.

Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus

43
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 3:1-2, 17; 1 Tm 6:16
Ler com oração:
“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser,
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter
feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade,
nas alturas” (Hb 1:3).

PREENCHIDOS COM A REALIDADE


Deus nos deu um grande presente, um caminho rápido para renovar
nossa mente: a imersão na palavra! Por meio de Cristo, nosso espírito
já está conectado a Deus, mas sua eficácia depende do quanto o
exercitamos. Para nos ajudar a exercitar o espírito, temos essa
“ferramenta” dada pelo Senhor. Ao exercitarmos o espírito durante a
imersão na palavra, invocando o nome do Senhor, fazendo gritos de
guerra e compartilhando uns com os outros, nossa mente é renovada,
e o rio da graça flui para todas as partes da alma. Assim Cristo passa a
habitar nosso coração (Ef 3:17). Nós convidamos o Senhor para fazer
morada em nossa mente, emoção e vontade, e a palavra profética na
qual imergimos faz efeito nessas três partes de nossa alma.
O objetivo de Deus é preencher com a realidade cada vácuo de nossa
alma e lavá-la de toda a contaminação de Satanás. Esse processo de
descontaminação não é instantâneo, pois ocorre de forma gradativa:
conforme a palavra é assimilada na alma, ela a preenche cada vez mais.
Então a realidade vai tomando conta de nosso ser e aos poucos expulsa
os elementos do velho homem e da velha criação. Por essa razão é
que, antes de remover de nós nosso egoísmo, individualismo, falta de
amor e de compaixão, o Senhor nos preenche com Sua realidade. É
dessa maneira que Ele abrirá cada vez mais espaço para os elementos
do próprio Cristo serem alojados em nossa alma.
Vinculados em amor

Estou abordando esse assunto porque a primazia de Cristo em


nossa vida precisa ser real e deve ir além da simples afirmação de sua
existência. Assim como uma cidade não tem domínio completo de
seu próprio perímetro enquanto nela houver bairros submetidos ao
crime, também Cristo só tem primazia e domínio em nós nos espaços
preenchidos por Ele. Se ainda temos muitos vácuos inabitados pela
realidade de Deus, isso significa que Cristo ainda não tem total
domínio sobre nossa pessoa. Ele precisa fazer morada em todo o
44
nosso ser, preenchendo-nos por completo. Por isso é tão importante
esse processo que está ocorrendo conosco. É por meio da imersão na
palavra que renovamos nossa mente, abrindo espaço para que Cristo
trabalhe em nós.
Cristo é quem faz com que Sua substância, o próprio Ser de Deus,
seja gravada em nosso ser. Assim como o sol, Deus habita em lugar
inacessível ao homem e jamais pôde ser visto diretamente (1 Tm 6:16).
Portanto, assim como temos acesso aos benefícios do sol por meio dos
raios solares, o Senhor enviou Seu Filho como o resplendor da própria
glória para podermos acessá-Lo e ser preenchidos com Sua realidade
e plenitude (Hb 1:3). A realidade com que Deus quer preencher-nos e
que quer dar-nos é o próprio Cristo, “porque aprouve a Deus que, nele,
residisse toda a plenitude” (Cl 1:19). Você precisa de Deus? Cristo é
a plenitude de Deus! Você precisa da glória? Cristo é a plenitude da
glória! Você precisa do Deus invisível? Cristo é a imagem do Deus
invisível! Você precisa do próprio Ser, da substância de Deus? Cristo
é quem a trará e a gravará em você!
Para que Cristo tenha a primazia em nossa vida, devemos deixar que
Ele entre e domine cada parte que ainda não está sob Sua autoridade.
Ainda há muitas partes em nós, como nosso ego, que não estão
dominadas por Cristo. Por isso, amado leitor, vamos orar: “Senhor
Jesus, eu quero que entres em cada parte de meu ser que ainda não está
sob Teu domínio. Senhor, quero ser totalmente dominado por Ti. Faze
morada em meu coração, e que Te sintas em casa dentro de mim”.
Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
Entregando-nos sempre ao Senhor e permanecendo no que Ele nos
tem dado, Cristo terá a primazia em nós.
Ainda com respeito à primazia de Cristo, lemos: “Me regozijo nos
meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de
Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja; da qual
me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que
me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra
de Deus” (Cl 1:24-25). Nesse versículo “dar pleno cumprimento à
palavra de Deus”, no original grego, é pleróo, que significa “encher
até o topo, ao máximo”. Portanto dar pleno cumprimento à palavra de
Deus é completá-la. É necessário insistência para que esse processo
seja concretizado. Precisamos continuar recebendo a palavra profética
com simplicidade e obediência, imergindo nela, saindo às ruas para
levar salvação às pessoas e cuidando de cada uma para a edificação da
igreja. Assim, ao nos preencher, Cristo será o primeiro em nossa vida. 45
Para que Deus realize o processo de encher-nos ao máximo e alcançar-
nos com o rio da graça, Ele precisa de dispensadores. É importante
ressaltar que há uma diferença entre os termos “despenseiro” e
“dispensador”: o primeiro cuida da despensa, enquanto o segundo
distribui o conteúdo dela. Em Efésios o apóstolo Paulo afirma que
lhe foi confiada a missão da dispensação da graça de Deus (3:1-2). A
palavra no original grego para “dispensação” é oikonomia, que tem
o sentido de “administração, gestão de uma casa”. A função de um
apóstolo é, como despenseiro, administrar a graça, o suprimento de
Deus para a igreja. Assim como numa casa a despensa e seu conteúdo
são administrados para suprir os moradores conforme a necessidade,
o apóstolo Paulo era quem fazia isso, sendo um dispensador que geria
e dispensava o suprimento espiritual da igreja em sua época.

Pergunta: Como Cristo conquista nosso interior para ter a primazia em nós?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

46
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 53:7; Fp 1:15-17; Cl 1:24; 2 Tm 2:9-10
Ler com oração:
“Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não
podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8:18).

O APÓSTOLO É O ESCUDO DA IGREJA


Todos os que são encarregados de fazer a obra de Deus passam por
sofrimentos. Em Isaías vemos que o Senhor Jesus é retratado como
ovelha muda, que sofreu sem jamais reclamar ou reivindicar nada para si
(53:7). Existem dois tipos de sofrimentos: o primeiro são os sofrimentos
pelos quais Cristo passou para realizar a redenção, gerando a igreja.
Nós não temos parte nesses sofrimentos, pois a responsabilidade de
realizar a redenção e gerar a igreja cabia somente a Cristo. O segundo
tipo são os sofrimentos de Cristo para a edificação da igreja. Para a
edificação da igreja, era necessário que Deus designasse alguém para
participar desses sofrimentos de Cristo (Cl 1:24). A responsabilidade
de concluir o processo de edificar a igreja e sujeitar tudo aos pés do
Senhor é da própria igreja, e o apóstolo é quem toma a dianteira de
sofrer pela edificação da igreja.
Um apóstolo deve estar pronto para sofrer pela igreja. Não falo aqui
de sofrimentos causados por pecados ou ambições pessoais, mas dos
sofrimentos pelos quais passamos ao cuidar dos interesses da igreja.
Quem verdadeiramente quer o bem do Corpo de Cristo deve submeter- Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
se aos sofrimentos que lhe sobrevêm ao cuidar da igreja.
Graças ao Senhor, em meio aos sofrimentos relacionados com
a edificação da igreja, há consolo! Como está escrito: “Da mesma
maneira como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós,
igualmente por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Ora,
se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; se somos
consolados é, pois, para vossa consolação, a qual vos proporciona
perseverança, a fim de que suporteis as mesmas aflições que nós
também estamos passando” (2 Co 1:5-6 KJA). Na mesma medida em
que os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós hoje, a consolação
e o encorajamento também nos alcançam.
O apóstolo, portanto, é quem sofre primeiro para que sua experiência
sirva como escudo para a igreja. Quando os sofrimentos atingem os
demais membros do Corpo de Cristo, a igreja pode ser consolada pelo 47
apóstolo, conforme 2 Timóteo 2:9-10. Nessa passagem vemos que
Paulo estava em prisão romana, privado de liberdade. Um apóstolo
pode passar até mesmo por aprisionamento, contudo a palavra profética
jamais estará algemada, e seu poder continuará operando na igreja.
Paulo suportava todas essas situações e sofrimentos pela igreja para que
os eleitos obtivessem a salvação em Cristo Jesus, com eterna glória. A
esperança em meio aos sofrimentos do tempo presente é esta: nenhuma
situação é comparável à glória que há de vir (Rm 8:18).
Em seu tempo, Paulo era quem dispensava a palavra profética, e,
conforme vemos em Filipenses, muitos tinham inveja dele e pregavam
palavras paralelas, aparentemente boas, espirituais e bíblicas, para
distrair a igreja das palavras dele, o que lhe causava imenso sofrimento
(Fp 1:15 KJA). O diabo foi o primeiro a ter inveja, pois foi deixado de
lado, uma vez que Cristo foi escolhido para ser o elo entre o Criador
e a criação. Hoje ele faz de tudo para disseminar ódio contra Deus e
Seu ungido e desfazer qualquer ligação com Cristo. Portanto, assim
como Satanás, alguns, no tempo de Paulo, eram movidos pela inveja,
buscavam competir por audiência e rivalizar com ele. Tudo isso com
intuito de conseguir glória e fama próprias.
Nós, porém, devemos tomar cuidado com as pessoas que rivalizam.
Ainda em Filipenses, o apóstolo Paulo aponta que havia também os
pregadores positivos que o reconheciam como alguém incumbido por
Deus da defesa do evangelho; outros, no entanto, falavam apenas por
ambição egoísta, ocasionando o aumento de seus sofrimentos (1:16-17).
No final vemos a atitude sempre positiva de Paulo: “Todavia, que
importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos
escusos ou nobres, Cristo está sendo proclamado, e por isso me alegro.
Em verdade, sempre me alegrarei!” (Fp 1:18 KJA). Querido leitor,
vamos posicionar-nos em defesa do evangelho, mantendo a atitude
positiva e nos alegrando com a proclamação de Cristo!
Vinculados em amor

Pergunta: Qual é a função do apóstolo na edificação da igreja?

Meu ponto-chave:

48
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 53:2-8; 2 Co 4:1-2; 11:7-15; Fp 3:10
Ler com oração:
“Rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não
andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos
recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus,
pela manifestação da verdade” (2 Co 4:2).

OS SOFRIMENTOS DO VERDADEIRO APÓSTOLO


Vemos no apóstolo Paulo um exemplo de resiliência em seu
ministério. Houve pressões, perseguições e competições, mas Paulo
não desfaleceu, pois havia recebido uma incumbência da parte de
Deus. Quem tem tal respaldo não desanima, porque o Senhor Deus
está por trás dele, sendo seu sustento e suporte (2 Co 4:1-2). Alguns
dos que competiam com Paulo tinham motivos vergonhosos para fazê-
lo, mas agiam de forma astuta para aparentar espiritualidade. O diabo
é quem anda de forma astuta, pois ele é enganador! Nós não andamos
de forma astuta nem adulteramos a palavra de Deus para agradar a
homens. Falamos o que é necessário falar, porque um verdadeiro
profeta de Deus não adultera Sua palavra por razão alguma, não busca
popularidade nem benefício próprio por meio da palavra.
Os que recebiam a palavra profética por intermédio de Paulo
testemunhavam que ela trazia a manifestação da verdade e nela não
havia adulteração. Por meio da palavra, a realidade de Deus era Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
introduzida na igreja, ou seja, Cristo exercia a primazia sobre Seu Corpo.
A palavra adulterada não faz isso nem produz nada. Diante da atitude
desses competidores desleais, Paulo preferiu viver humildemente,
não sobrecarregou financeiramente nenhuma igreja nem exigiu dos
coríntios suprimento para viver (2 Co 11:7-15). O apóstolo não queria
ser um peso para a igreja, conforme lemos: “Estando entre vós, ao
passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois os irmãos, quando
vieram da Macedônia, supriram o que me faltava; e, em tudo, me
guardei e me guardarei de vos ser pesado. A verdade de Cristo está
em mim” (vs. 9-10a). Seu objetivo ali não era anunciar filosofias nem
rivalizar com ninguém, e sim pregar a verdade (vs. 11-15).
Voltando para Colossenses: “Me regozijo nos meus sofrimentos por
vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne,
a favor do seu corpo, que é a igreja” (1:24). De um lado, o apóstolo
49
Paulo poderia preencher o que resta dos sofrimentos de Cristo a favor
da edificação da igreja; de outro, Cristo, como descrito no livro de
Isaías, passou por sofrimentos para realizar a redenção e gerar a igreja.
Ele tomou sobre Si nossas iniquidades e dores e foi traspassado por
nossas transgressões sem jamais reclamar (53:2-8). Mas o processo
de morte e ressurreição era necessário: “Em verdade, em verdade vos
digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas,
se morrer, produz muito fruto” (Jo 12:24). A igreja surgiu graças ao
sofrimento e morte de Cristo, e disso ninguém mais participou. Hoje,
todavia, principalmente aqueles que estão à frente da igreja podem ter
parte nos sofrimentos para a edificação do Corpo de Cristo.
Em Filipenses Paulo diz que buscava conhecer mais Cristo, o poder
de Sua ressurreição e a comunhão de Seus sofrimentos (3:10). Somente
tendo a comunhão dos sofrimentos de Cristo é que conhecemos o
poder de Sua ressurreição. Muitas vezes o Senhor nos leva ao fim
de nossas forças, e é ali que Ele nos faz experimentar a ressurreição.
Quando experimentamos a morte, o fim de nosso limite, o Senhor vem
e nos dá o poder da ressurreição. Aleluia!

Pergunta: Por que o apóstolo Paulo passou por tantos sofrimentos?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

50
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gl 4:17-19; 1 Ts 2:3-12
Ler com oração:
“Visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o
evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim
a Deus, que prova o nosso coração” (1 Ts 2:4).

PAULO, O MODELO DOS APÓSTOLOS


Ao sermos levados ao ponto extremo do limite humano, o Senhor
pode trazer-nos a experiência da ressurreição. O lugar ideal para
sermos levados ao limite é o Posto Avançado de Colportagem, o PAC.
Ali somos confrontados, até mesmo humanamente incomodados, e
nossos medos e barreiras são expostos. Nosso ser natural pode não
gostar de determinados ambientes e situações para abordar as pessoas,
mas o Senhor usará cada um desses contextos para operar por meio
de nós. Alguns têm dificuldades em abordar as pessoas para orar com
elas em determinados ambientes, talvez pela limitação de sua própria
ética ou cultura. Em todas essas situações, somos levados ao limite
do homem natural. Nessas ocasiões, os líderes de equipe do PAC que
nos aperfeiçoam nos levam a imergir na palavra, exercitar o espírito
e renovar a mente para experimentar o sobrenatural. A imersão na
palavra nos ressuscita!
Então, ao abordar as pessoas, não nos preocupamos com o contexto
em que estamos inseridos e nos concentramos apenas em orar e Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
levar salvação a elas. Somos levados para outra esfera: a dimensão
da ressurreição! Da mesma forma que, ao mergulhar em um rio, não
escutamos nada além do som da água, se quisermos experimentar o
sobrenatural, a única maneira é mergulhar no rio da graça até que
nossos conceitos e preocupações naturais estejam completamente
abafados. Nossas barreiras e impedimentos vão parar de fazer barulho
em nossa cabeça, quando estivermos totalmente imersos na palavra.
Como servos de Deus, os apóstolos, líderes na igreja ou colportores
nas ruas estão sujeitos, assim como Cristo, a sofrer maus tratos por
causa do evangelho. Paulo também passou por esses sofrimentos,
mas sua real preocupação era que seu tempo entre os irmãos não se
tornasse infrutífero: “Vós, irmãos, sabeis, pessoalmente, que a nossa
estada entre vós não se tornou infrutífera; mas, apesar de maltratados
e ultrajados em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos 51
ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de
Deus, em meio a muita luta” (1 Ts 2:1-2). Precisamos estar dispostos
a passar por situações semelhantes mantendo a calma e sem revidar,
mas jamais devemos deixar de anunciar o nome de Jesus. Fazemos
isso com humildade e respeito sem desafiar autoridade alguma, mas
sempre fiéis à comissão que recebemos do Senhor.
Amado leitor, um verdadeiro homem de Deus vive primordialmente
para agradar-Lhe, e não para ter boa imagem diante dos homens. Na obra
do Senhor, nosso foco não é agradar a muitos, como fazem os políticos
para conseguir votos, mas andar de acordo com Deus (1 Ts 2:3-7). O
apóstolo verdadeiro é aquele que tem ousadia para dizer a verdade.
Quem está envolvido com a busca de popularidade e glória dos
homens não tem coragem de dizer a verdade e a oculta para manter
seus ouvintes debaixo de controle (Gl 4:17). Paulo sofria “dores
de parto” pela igreja, pois todo esse falar paralelo era uma grande
preocupação para ele, que se mantinha zeloso dos eleitos ainda que
estivesse fisicamente distante (Gl 4:18-19).
Temos em Paulo um modelo de como deve agir um apóstolo
dispensador da graça, que, sem más intenções ou interesses pessoais,
cuidou da igreja como quem cuida dos próprios filhos (1 Ts 2:8-12).
Ele abriu mão até mesmo da manutenção financeira que receberia de
forma justa. Paulo não almejava ser meramente um bom pregador da
palavra, mas buscava agradar a Deus entregando-Lhe, maduros, cada
um dos eleitos em Cristo.

Pergunta: O que podemos aprender com Paulo no tocante ao evangelho e


cuidado com as igrejas?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

52
SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
1 Co 9:17; Gl 5:20; Ef 1:3; 3:3-7
Ler com oração:
“O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora,
todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a
conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios,
isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1:26-27).

A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS


O inimigo colocou no velho homem ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções e invejas, a fim de inutilizar as pessoas para a
edificação da igreja (Gl 5:20). No passado vimos muitas dessas coisas
agindo em nosso meio e atrasando o avanço da igreja. Isso causava
imensa tristeza ao irmão Dong Yu Lan, que exerceu a função de apóstolo
naquele tempo.
Não há maior alegria para um homem de Deus do que ver unidade,
cumplicidade e harmonia na igreja: “Se há, pois, alguma exortação em
Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se
há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria, de
modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos
de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo
ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros
superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente
seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2:1-4). Esse é o Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
maior desejo do coração do Senhor!
Não criemos partidos na igreja, dividindo-nos entre os que concordam
ou não com determinadas práticas. Criar partidos dessa maneira e buscar
apoiadores é pura vaidade e não resulta em nada. Ao contrário, devemos
fazer tudo com humildade (Fp 2:3b). O dispensar da graça de Deus não
aumenta a rivalidade, vanglória ou partidarismo. Na verdade, nos enche
de compaixão e nos conduz a ter unanimidade, humildade e empatia na
convivência com os irmãos na igreja.
Deus quer dar toda sorte de bênção à igreja por meio do fluir do rio da
graça (Ef 1:3). Esse rio, porém, precisa de um canal, e, em sua época, o
canal era o apóstolo Paulo: “Da qual me tornei ministro de acordo com
a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para
dar pleno cumprimento à palavra de Deus” (Cl 1:25). Ele foi incumbido
da função de dispensador e despenseiro da graça de Deus, ou seja, o
53
apóstolo foi comissionado a, de um lado, administrar as riquezas da
casa; e, de outro, ministrar seu suprimento à igreja (1 Co 9:17).
Em Colossenses já vimos que “dar pleno cumprimento” (1:25), no
original grego, é pleróo, que tem o sentido de “completar, preencher
até o máximo, até o topo”. Isso pode soar estranho, pois como pode
um homem completar a palavra de Deus? Paulo, na verdade, recebeu
revelação de Deus e foi incumbido de completar a revelação dos mistérios
e da economia neotestamentária de Deus. Que coisa maravilhosa! Se
não fosse pelo apostolado e ministério de Paulo, não teríamos uma visão
tão completa sobre a revelação do plano neotestamentário de Deus,
incluindo a salvação do homem e a igreja: “O mistério que estivera
oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos
seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da
glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança
da glória” (Cl 1:26-27). Paulo recebeu a revelação completa da igreja,
expondo o fato de que o Corpo de Cristo é formado pelos judeus (com
quem o Senhor fez aliança desde Abraão) e pelos gentios.
O mistério de Deus revela-nos que, por meio de Cristo, nós também
temos parte nessa aliança (Ef 3:3-7), somos membros de Seu Corpo e
coerdeiros da herança de Deus. Nós não fazíamos parte dessa aliança,
todavia Cristo nos incluiu nela por meio de Sua obra. Somos diferentes
na origem, personalidade e em diversos outros itens, mas mais adiante
lemos: “Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne
conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais,
segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor”
(vs. 10-11). Essa multiforme sabedoria é colorida, abrangendo todas as
particularidades dos membros do Corpo. Cristo nos entrelaçou com Deus
e uns com os outros para que a multiforme, a multicolorida sabedoria
de Deus se torne conhecida. Nossas diferenças, nossas personalidades e
características pessoais não serão retiradas de nós, mas colocadas sob o
encabeçamento de Cristo para que Ele tenha a primazia em nossa vida.
Vinculados em amor

Pergunta: O que significa a multiforme sabedoria de Deus?

Meu ponto-chave:

54
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Jo 17:5; Fp 3:21; Cl 1:29; 2:2; Ap 12:5; 20:6
Ler com oração:
“Nisto ouvi uma voz forte que, do trono, dizia: Eis a tenda de Deus
com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele,
Deus-com-eles, será o seu Deus” (Ap 21:3 BJ).

ESFORÇANDO-NOS PARA APRESENTAR


TODO HOMEM PERFEITO EM CRISTO
Em Colossenses é revelado que o mistério de Deus é Cristo (2:2),
mas não como mera doutrina. Leiamos: “Ele, que é o resplendor da
glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados,
assentou-se à direita da Majestade, nas alturas” (Hb 1:3). Cristo é o
resplendor do próprio Deus em toda a Sua glória e, por meio Dele,
estamos passando pelo processo de glorificação para ser inseridos
Nele (Jo 17:5). Quando a igreja se tornar a habitação de Deus no
Espírito, estaremos inseridos no Senhor e em Sua glória, unidos nesse
tecido de amor e, por isso, entrelaçados com Ele para todo o sempre!
O livro de Apocalipse afirma que, ao chegar esse momento, nós e
Deus seremos uma habitação mútua: “Eles serão povos de Deus, e
Deus mesmo estará com eles” (21:3). A versão chamada Bíblia de
Jerusalém traduz essa mesma porção assim: “Eles serão o seu povo, e
ele, Deus-com-eles, será o seu Deus”. Deus estará tão entrelaçado com Apóstolo, o despenseiro do mistério de Deus
os homens, e nós estaremos tão inseridos dentro de Sua glória que Ele
será chamado “Deus-com-eles”.
Nosso trabalho daqui para a frente deve ser o descrito a seguir: “Aos
quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste
mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;
o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo
homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem
perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-
me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente
em mim” (Cl 1:27-29). Apresentar todo homem perfeito ou maduro
em Cristo se dá pela imersão na palavra, que renova nossa mente.
Dessa maneira, Cristo preenche todo vazio em nossa mente, emoção
e vontade. Quando isso se completar, estaremos maduros e perfeitos
Nele, e acontecerá, então, a redenção de nosso corpo, a plena filiação.
55
Seremos revestidos de um corpo de glória, e os vencedores reinarão
com Cristo durante mil anos (Fp 3:21; Ap 20:6b).
É para isso que pregamos o evangelho do reino nas ruas e semeamos
os livros por meio da colportagem. Ao abordar as pessoas, precisamos
também deixar livros com elas para que possam receber o evangelho
do reino e obter amadurecimento. A partir daí, as pessoas devem ser
acolhidas, ensinadas e advertidas na igreja, a fim de que também sejam
totalmente preenchidas com Cristo. Em outras palavras, devemos
almejar trazê-las para a igreja e cuidar delas para que também sejam
apresentadas maduras e perfeitas em Cristo e reinem com Ele durante
o milênio.
Atuamos hoje na África porque o irmão Dong viu, no formato
desse continente, a aparência de um feto que nos remete ao filho
varão (Ap 12:5). Isso serve para nos lembrar que, se não buscarmos
as pessoas e as ajudarmos a fazer parte do filho varão, o Senhor não
poderá voltar. Levamos o CEAPE, a colportagem e a impressão de
livros para a África com o intuito de apresentar todo homem perfeito
em Cristo. Para isso é que nos esforçamos ao máximo, não segundo
nossa própria força, mas pelo poder de Deus. Quem faz a obra é o
poder de Deus (Cl 1:29), a palavra profética. Quando a ouvimos e
recebemos, e fazemos imersão nela, a palavra opera eficazmente
em nós fazendo-nos perseverantes em tirar as pessoas das garras do
inimigo e apresentar todo homem perfeito em Cristo. Jesus é o Senhor!

Pergunta: Por que, na colportagem, nos preocupamos em deixar livros


espirituais com as pessoas por quem oramos?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

56
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 1:26-28; 2 Co 4:16; Cl 1:7, 13, 29
Ler com oração:
“Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por
vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face; para
que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor,
e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para
compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo” (Cl 2:1-2).

ESTAMOS EM GUERRA
Será que você compreende o significado do título acima? Em
que guerra está envolvido? É a guerra travada no mundo espiritual
para libertar as pessoas do império das trevas e transportá-las
para o reino de Jesus, o Filho do amor de Deus (Cl 1:13). Quando
compreendermos que estamos envolvidos numa grande luta por amar
o Senhor e o próximo, nossa postura na igreja e diante das pessoas

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


mudará. É o que esperamos que aconteça na vida de todos depois que
imergirmos na mensagem desta semana. Nessa guerra precisamos da
fé para trabalhar no descanso e para acionar a força do poder de Deus,
porque ninguém é capaz de lutar com suas próprias forças. Outro
item essencial é a esperança, para não desanimarmos ao longo dessa
jornada (2 Co 4:16). Veremos que a igreja é o grande tear divino
usado para confeccionar o maravilhoso tecido de amor entre nós e
Deus, e entre Deus e os homens. Ficaremos surpresos ao saber quais
são as características dos fios escolhidos por Deus para compor esse
tecido (1 Co 1:26-28).
A experiência do apóstolo Paulo nos revela algo extraordinário sobre
a essência dessa luta que nós, cristãos, travamos: “Gostaria, pois, que
soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses
e por quantos não me viram face a face; para que o coração deles
seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda
a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem
plenamente o mistério de Deus, Cristo” (Cl 2:1-2). Há uma luta, uma
guerra sendo travada nas ruas. O apóstolo Paulo e seus cooperadores
tinham clareza sobre isso, e nós também precisamos ter.
Colossos e Laodiceia são duas cidades cujas igrejas foram
levantadas por Epafras (Cl 1:7), um obreiro aperfeiçoado por Paulo
em Éfeso durante os dois anos em que ele permaneceu na escola 57
de Tirano, uma propriedade alugada que ele usava para pregação,
ensinamento e, sobretudo, aperfeiçoamento de seus cooperadores.
Essa obra deu ensejo a que todos na Ásia Menor fossem alcançados
pelo evangelho. Paulo não esteve pessoalmente nessas igrejas,
levantadas e apascentadas por seus cooperadores. Epafras foi
aperfeiçoado por Paulo, e, por meio dele, as igrejas em Colossos,
Laodiceia e Hierápolis foram levantadas. Mesmo assim, Paulo tinha
consciência de sua responsabilidade em anunciar Cristo, com o
fim de apresentar cada homem perfeito Nele. Essa era sua grande
luta, por isso escreveu: “O qual nós anunciamos, advertindo a todo
homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que
apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1:28).
Nesse contexto, quando utiliza a expressão “todo homem”,
Paulo quer dizer que se preocupava com cada irmão dessas igrejas,
individualmente. Ele não fazia o trabalho de modo massificado, mas
advertia cada homem isoladamente. É por isso que lutamos na terra,
para promover um cuidado personalizado com as pessoas. É diferente
do trabalho de um pregador que deseja ganhar popularidade, falar
palavras bonitas e impactantes, visando capturar o coração de
multidões. Muitas das igrejas advertidas por Paulo não o haviam
visto pessoalmente. Paulo enviou Timóteo a Éfeso para admoestar
algumas pessoas, a fim de que não ensinassem palavras diferentes do
que ele pregava: “Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia,
te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas
pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina, nem se ocupem com
fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do
que o serviço de Deus, na fé. Ora, o intuito da presente admoestação
visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e
de fé sem hipocrisia” (1 Tm 1:3-5). Somente um verdadeiro servo de
Deus fala a verdade e adverte os homens.
Esse é o comprometimento que nos move na guerra espiritual que
Vinculados em amor

travamos nas ruas, abordando as pessoas com “Posso orar por você?”,
pregando o evangelho e entregando livros que falam do evangelho
do reino. Nosso objetivo é, primeiro, trazê-las para a igreja, a fim
de que sejam curadas; em seguida, como Paulo, prestar-lhes cuidado
individual para que também sirvam ao Senhor. O objetivo de tudo
isso é fazer o rio da graça fluir de maneira que todos possam desfrutar
a realidade de Deus, enchendo todos os vazios de seu ser, e por fim
58 sejam apresentados perfeitos em Cristo (Cl 1:28). Para isso nos
esforçamos e afadigamos, não pela força natural, mas segundo a
eficácia do poder de Deus que opera em cada um de nós (Cl 1:29)!

Pergunta: O que devemos fazer para cuidar das pessoas nesta guerra espiritual?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Sala de guerra – Uma palavra aos líderes” – cap. 4 – Pedro Dong.

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento

59
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
2 Cr 20:12, 15; Rm 10:17; 1 Co 10:5; Hb 1:3
Ler com oração:
“A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que
se não veem” (Hb 11:1).

FÉ PARA TRABALHAR NO DESCANSO DE DEUS


Travamos uma guerra para libertar as pessoas do império das trevas
e trazê-las para a igreja, a fim de ser curadas e preenchidas com a
realidade, o próprio Deus. Mais que qualquer outro tipo de batalha, essa
é espiritual e exige de nós mais dedicação e responsabilidade. Por isso
precisamos aprender a trabalhar no descanso, para não ficar prostrados
pelo caminho (1 Co 10:5). Quando o irmão Dong Yu Lan estava com
a saúde debilitada, entre 2016 e 2017, e já sinalizava que eu assumiria
a obra de conduzir as igrejas no caminho da edificação, confesso que,
por um momento, tive temor e tremor. Eu disse: “O Senhor vai passar
essa responsabilidade para mim? Eu não tenho capacidade!”. Com
muita sinceridade, cheguei a pedir ao Senhor que, se possível, passasse
a responsabilidade para outra pessoa. Apesar de ser um ministério tão
belo e sério, eu conhecia todo o sofrimento e as perseguições que o
irmão Dong suportara ao longo de sua jornada. Não me sentia capaz de
passar por tudo aquilo e permanecer de pé. Mas um dia, tendo comunhão
com o Senhor, Ele me fez lembrar de Êxodo 33.
Depois de Moisés ficar quarenta dias no monte Sinai e receber os dez
mandamentos, o povo rapidamente prevaricou pedindo a Arão que fizesse
um bezerro de ouro que representasse os deuses que os haviam tirado do
Egito. Deus, então, se indignou e disse que não mais levaria esse povo
à boa terra de Canaã, mas que a própria descendência de Moisés os
substituiria. Moisés intercedeu pelo povo, e Deus o ouviu, porém passou a
responsabilidade para o próprio Moisés, dizendo que não o acompanharia,
Vinculados em amor

mas que enviaria um anjo para guiá-los. Moisés se desesperou e disse: “Se
a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar” (Êx 33:15).
Em outras palavras: “Se o Senhor não vai, eu também não vou!”. Foi o que
eu também disse ao Senhor. E a resposta de Deus foi: “A minha presença
irá contigo e eu te darei descanso” (Êx 33:14). A promessa que Deus deu
a Moisés apliquei a mim mesmo.
Na obra de Deus, surgirão problemas, pressões e sofrimentos. O
60 ser humano não está preparado para isso. O segredo é ter a presença
do Senhor e aprender a trabalhar no descanso. Creio que esta obra
não é minha. Se fosse minha, teria de realizá-la com minha força e
desistiria no primeiro dia. Quando uma situação difícil sobrevém,
não tento resolvê-la por mim mesmo, mas sempre digo: “Senhor, esta
obra é Tua”. Eu a devolvo ao Senhor. A peleja não é minha, é Dele
(2 Cr 20:15). E, de fato, em todo problema que tenho enfrentado, o
Senhor tem estado à frente. Sua presença faz toda a diferença. Tenho
trabalhado no descanso e confiado que Deus é quem faz a obra.
A fé é o elemento fundamental que nos capacita a operar no
descanso de Deus. Quando aborda os irmãos da igreja em Colossos,
Paulo ressalta a importância de fé, amor e esperança na experiência
deles: “Desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor
que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que
vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da
verdade do evangelho” (Cl 1:4-5). Valorizemos a fé, que nos dá acesso
a outra dimensão, a dimensão da eternidade, onde Deus está. Poucos

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


conhecem o poder da fé que possuem. Por isso usemos mais nossa fé.
Ela é como um portal, uma janela que nos transporta para a eternidade,
que dá acesso à realidade de Deus (Hb 1:3; 11:1)!
Entretanto a fé tem de estar baseada na palavra de Deus (Rm 10:17).
Há aqueles que dizem: “O médico me prescreveu um remédio, mas
eu, pela fé, vou sarar sem ter de tomá-lo!”. Se Deus não disse uma
palavra específica, isso não é fé. A fé tem de estar sempre relacionada
com o que Deus fala. Por isso a palavra da fé que pregamos produz fé
no coração dos que ouvem, os quais, ao confessar Jesus como Senhor,
são salvos. Nossa fé não é abstrata, mas se ampara na palavra. Ela é
que aciona a força do poder de Deus para realizar a obra de edificação
da igreja. Podemos trabalhar no descanso do Senhor porque é Dele a
força, e não nossa (2 Cr 20:12a). Aleluia!

Pergunta: Qual é a relação entre a fé e o descanso de Deus?

Meu ponto-chave:

61
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
2 Co 3:5-6; Cl 2:12; Hb 4:1-2
Ler com oração:
“Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no
poder de Deus” (1 Co 2:5).

A FÉ ACIONA O PODER DE DEUS


Para experimentar descanso na obra de Deus, precisamos crer na
palavra que ouvimos (Hb 4:1-2). Nossa fé também tem a capacidade
de acionar o poder de Deus. Leiamos: “Qual a suprema grandeza do
seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu
poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos
e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo
principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se
possa referir não só no presente século, mas também no vindouro”
(Ef 1:19-21). A suprema grandeza do poder de Deus ressuscitou Cristo
Jesus dentre os mortos, O fez sentar-se à direita do Pai, acima de tudo
e de todos, e O fará ser o cabeça sobre todas as coisas. E Deus O deu à
igreja. Essa é a força que nossa fé tem.
Paulo também fala da operosidade da fé dos tessalonicenses:
“Recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa
fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em
nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 1:3). Quando cremos na palavra
profética, a fé gera uma força dentro de nós, capacitando-nos a realizar
uma obra. A obra de Deus é realizada por nossa fé na palavra. O
Senhor nos disse pela palavra profética para ir às ruas. Muitos irmãos,
com dores ou indisposição no corpo físico, saem e sentem-se bem,
curados. Uma força toma conta do corpo desses irmãos quando creem
e obedecem à palavra. Essa é a operosidade de nossa fé! A obra de
Deus não é realizada pela capacidade humana, mas pelo poder de Deus
Vinculados em amor

acionado pela fé.


Ficamos surpresos quando vemos a obra feita por Paulo na edificação
das igrejas. Ele parecia ser um homem muito bom e capaz, mas deixou
claro que não conseguia nem mesmo pensar, pois toda a sua suficiência
vinha de Deus (2 Co 3:5-6). Isso também nos faz lembrar de Zorobabel
e Josué no livro de Zacarias. O povo havia sido levado para o cativeiro
na Babilônia após Nabucodonosor ter destruído Jerusalém. Ciro, o rei
62 persa, depois permitiu que os judeus retornassem para reconstruir o
templo. Entretanto somente cinquenta mil, dos milhares que haviam
sido levados, decidiram retornar. E, quando chegaram a Jerusalém,
Zorobabel, o responsável pela reconstrução, se desesperou. Ele estava
com homens pouco capazes e sem recursos financeiros para a obra.
No meio de tanta dificuldade, Zacarias profetizou: “Não por força nem
por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (4:6).
Que bálsamo!
Como faremos para encerrar esta era? Quem somos nós? Somos
poucos, não temos força nem poder, mas o Senhor nos diz para ser
corajosos. Ele vai realizar a obra, e a igreja será edificada, não por
nossa força ou poder, mas por Seu Espírito, por Ele mesmo. A maioria
dos cristãos permanece inerte, mas alguns, que creem que é possível,
se posicionam e tomam uma decisão. Você crê que é o Espírito que
realiza a obra em nosso meio ou ainda permanece preso nos conceitos
da Babilônia? Creiamos na palavra e acionemos, pela fé, a força do
poder de Deus em nossa vida e na igreja (Cl 2:12). Aleluia!

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


Pergunta: O que a fé opera?

Meu ponto-chave:

63
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 20:6-7; Lc 10:33; Rm 8:18-23; Cl 1:5, 27-28; 1 Jo 4:8-12, 17; Ap 22:12
Ler com oração:
“Não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias
tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a
perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm 5:3-4).

A ESPERANÇA NOS MANTÉM VIVOS PARA LUTAR


A fé operacionaliza a obra. Temos convocado nossos jovens para
assumir o Núcleo Energético da Obra do Senhor (NEOS), usando sua
energia para executar o operar de Deus. Você está disposto? Os que
têm entre 25 e 50 anos precisam colocar toda a sua energia à disposição
da obra do Senhor, mas pela fé na palavra profética, pela imersão e
obediência à palavra, e não pela própria capacidade. Quanto aos demais,
vamos igualmente envolver-nos com a obra. Quem tem fé já está
contratado. Quem sente que não tem capacidade, melhor ainda. São esses
os trabalhadores que têm sido contratados na última hora (Mt 20:6-7).
Nessa guerra espiritual que travamos, além da fé, também
precisamos da esperança. Se estamos engajados nessa obra, é porque
temos convicções que fundamentam nossa esperança. Uma delas é
que cremos que nosso Senhor Jesus Cristo voltará em Sua segunda
vinda e que Ele mesmo é nossa esperança da glória (Cl 1:5, 27). Em
terceiro lugar, temos a convicção de que seremos glorificados Nele,
quando ocorrer a redenção de nosso corpo. Em Romanos, testificamos
que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com
a glória a ser revelada em nós e que aguardamos a plena filiação, a
redenção de nosso corpo (8:18-23).
Por fim, e não menos importante, temos esperança de que seremos
os vencedores que reinarão com Cristo durante mil anos: “Vi também
tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de
Vinculados em amor

julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de


Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não
adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a
marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil
anos. [...] Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo
contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os
64 mil anos” (Ap 20:4, 6).
A esperança nos dá uma base sólida, uma convicção que produz a
perseverança para continuarmos a viver e lutar pelo reino. Essa luta
que travamos no mundo espiritual significa viver para a edificação da
igreja, para resgatar pessoas e cuidar delas até apresentar todo homem
maduro em Cristo (Lc 10:33; Cl 1:28). A fé na palavra é para fazer a
obra de Deus, e a esperança nos dá o combustível. Podemos sentir-
nos esgotados, prestes a desfalecer, mas falta pouco para a volta do
Senhor. A grande noite está acabando, e o sol da justiça, a aurora, já
desponta. O Senhor voltará e nos galardoará (Ap 22:12). A esperança
nos mantém nesse afã de lutar pelo reino do Senhor até o fim.
A fé operacionaliza a obra do Senhor, e a esperança nos mantém
vivos para lutar. Tudo isso tem por finalidade produzir o amor. Depois
que o Senhor retornar, não mais precisaremos da fé, pois a obra já terá
sido concluída. Não mais precisaremos da esperança, pois o Senhor
terá retornado. O amor, entretanto, é o resultado de nossa vida cristã,
é a tecedura que o Senhor está produzindo por nosso entrelaçamento

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


com Ele e com os homens. Deus é amor. O amor não é um produto que
Deus fabricou e armazenou num depósito, mas Ele mesmo é amor! É
Sua própria essência, é doação. A maior demonstração do amor é Deus
ter doado Seu próprio Filho como propiciação por nossos pecados
(1 Jo 4:8-10). A convicção que nos traz a esperança não permitirá
que nenhum de nós fique pelo caminho. Cada dia temos sido mais
aperfeiçoados no amor de Deus (v. 17). Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Como a esperança opera em nós?

Meu ponto-chave:

65
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 13:3-4, 8-13
Ler com oração:
“Para que o coração deles seja confortado, sendo eles entrelaçados em
amor para ter toda a riqueza da plena certeza do entendimento, para
ter o pleno conhecimento do mistério de Deus, Cristo” (Cl 2:2 VR).

COMO O AMOR É TECIDO ENTRE NÓS


Vimos que o amor não é um produto fabricado por Deus, mas sim
Sua própria essência, porque Ele é amor. Aqui entendemos como o
amor é em nós aperfeiçoado: “Amados, se Deus de tal maneira nos
amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu
a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu
amor é, em nós, aperfeiçoado” (1 Jo 4:11-12).
Ninguém jamais viu a Deus! Ele é invisível, ninguém consegue vê-
Lo, mas, “se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós,” quer
dizer, se amarmos uns aos outros, Ele aparecerá entre nós. O mundo
não O vê, mas, quando começamos a viver a vida da igreja, por fé e
esperança, Deus começa a confeccionar um tecido de amor entre nós,
seres humanos, e Ele mesmo. Assim, as pessoas conseguem ver que
Deus está entre nós. Sem Deus, sem amor, não há entrelaçamento. E
nisso o amor de Deus é aperfeiçoado em nós.
Nenhuma obra ou sacrifício tem mais valor que o amor (1 Co 13:3-4,
8-13). A luta que hoje travamos contra o império das trevas para
resgatar pessoas visa trazer o reino de Deus para a terra. Por isso a
igreja está nas ruas pregando o evangelho e orando pelas pessoas.
Deus nos supre por meio da imersão na palavra profética e assim
vai transformando nossa alma, até conseguir preenchê-la toda, até
que o próprio amor, a essência de Deus, inunde cada parte de nosso
ser. Para entender isso melhor, leiamos Colossenses: “Para que o
Vinculados em amor

coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor, e


eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para
compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo” (2:2). A
palavra “vinculado” em grego é sumbibazo, que significa “juntar,
agregar, unir, ligar em afeição” (isto é, em amor). Em português há
uma palavra maravilhosa para “vincular”, que é “coalescer”, cujo
sentido é “juntar de maneira intensa, unir com força, aglutinar”: “As
66 raízes da planta se uniram e coalesceram”. Também significa “juntar
partes dispersas ou soltas, transformando-as numa única coisa”:
“Alguns municípios coalesceram em duas grandes regiões”.
Juntar partes dispersas para transformá-las numa única coisa
caracteriza uma tecedura. Numa urdidura os fios longitudinais
representam o amor de Deus. Eles estão espalhados por todo o
universo para ser entrelaçados com os fios transversais, que são os
seres humanos aqui na terra. O trabalho de cruzar, de trançar o fio
transversal com o vertical é da lançadeira, que tipifica Cristo.
Esse é o significado de “coalescer”. Por isso a Versão Restauração
da Bíblia traduziu a palavra “vinculados” por “entrelaçados”: “Para
que o coração deles seja confortado, sendo eles entrelaçados em
amor” (Cl 2:2a VR). Fica ainda melhor se traduzirmos assim esse
trecho da Palavra: “Para que o coração deles seja confortado, sendo
eles coalescidos em amor”. Os fios estavam soltos, mas depois
foram tecidos, longitudinais com transversais, e agora estão firmes,
compactados, ajustados. Esse é o grande tecido de amor resultante da

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


obra de edificação da igreja!
No Brasil nosso tecido de algodão comum tem 300 fios por polegada
quadrada (2,5 x 2,5 cm), podendo chegar no máximo a 600 ou 700 fios.
Os fios do algodão egípcio, entretanto, são muito finos e de altíssima
qualidade, chegando a 1000 fios por polegada quadrada. São tão finos
e estão tão bem entrelaçados que não vemos espaços vazios entre
eles. E o tecido tem brilho. É exatamente isso que está acontecendo
conosco. De tanto Cristo estampar Deus em cada um de nós, nosso
brilho está aumentando. Louvamos ao Senhor por essa obra de amor
que Ele está tecendo em nosso meio. Não sobra mais espaço em nossa
vida para as coisas do mundo, da vaidade, do engano, pois estamos
sendo preenchidos com o amor do Senhor e coalescidos! Aleluia!

Pergunta: O que significa “coalescer” no sentido espiritual?

Meu ponto-chave:

67
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ef 3:16-21; Cl 2:2
Ler com oração:
“De quem [da cabeça, Cristo] todo o corpo, bem ajustado e consolidado
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte,
efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”
(Ef 4:16).

O TEAR DIVINO ESTÁ NA IGREJA


O processo de edificação da igreja corresponde à tecedura de amor
que está ocorrendo nela, onde Deus fará Seu lugar de habitação.
Para isso, Deus concedeu à igreja homens-dons, a fim de aperfeiçoar
e edificar os membros do Corpo de Cristo: “Ele mesmo concedeu
uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos
santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo
de Cristo” (Ef 4:11-12). Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
mestres existem para aperfeiçoar os santos. O aperfeiçoamento produz
a edificação do Corpo de Cristo. Mas o que é a edificação do Corpo
de Cristo? A resposta está no versículo a seguir: “De quem [da cabeça,
Cristo] todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda
junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio
aumento para a edificação de si mesmo em amor” (v. 16). Aqui se está
falando da tecedura, pois “todo o corpo bem ajustado e consolidado”
corresponde à palavra “coalescer”. Isso é tecer!
Deus nos tem ensinado a confeccionar esse tecido de amor:
edificando-nos uns com os outros pelas juntas de suprimento, os
membros responsáveis por manter unidas as partes do Corpo. Cada
um tem sua função, cada um é importante na obra de edificação, na
obra de coalescer esse tecido de amor. Ao ajudarmos uns aos outros
Vinculados em amor

na imersão na palavra, na pregação do evangelho e nos serviços da


igreja, o tecido de amor entre nós vai-se compactando, os fios vão
ficando bem ajustados, e assim nos entrelaçamos no amor.
Aos efésios, Paulo disse: “Assim, habite Cristo no vosso coração,
pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor” (3:17). Nossa
alma, que estava tão desligada de Deus, começa a lançar raízes no amor,
no próprio Deus. Quando fazemos do amor nosso alicerce, entramos
em outra dimensão, passando a compreender o que excede todo
68
entendimento, o que não pode ser compreendido com a mente humana:
a largura, altura, comprimento e profundidade de Cristo (Ef 3:18). Nessa
experiência não estamos mais na terra, mas passamos para a dimensão
de Deus. O que o entendimento e a mente não compreendem, o espírito
alcança. Minha alma passa a ter mais percepção e compreender o amor
que excede todo entendimento. Desse modo seremos preenchidos até a
plenitude de Deus (v. 19).
Ainda em Efésios, lemos: “Ora, àquele que é poderoso para fazer
infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e
em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!”
(3:20-21). Essa obra perfeita de tecedura é a própria edificação da
igreja. O que nunca cogitamos ou imaginamos acontece, e Deus
ainda faz infinitamente mais “conforme o Seu poder que opera em
nós”. Esse tear divino está na igreja. O poder de Deus está operando,
tecendo diariamente. Quando o Senhor voltar, esse tecido de amor

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


estará completo.
Cristo é o centro conector da obra de Deus, o responsável por
entrelaçar os fios dessa maravilhosa tecedura (Cl 2:2). Ele é a
lançadeira que nos junta, vincula, costura e entrelaça com Deus, de
modo a não mais existir espaços vazios em nós. Esse será o tecido
mais surpreendente e extraordinário já visto, com um brilho que
encantará todo o universo! Aleluia!

Pergunta: Como funciona o tear divino na igreja?

Meu ponto-chave:

69
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Sm 22:1-2; 2 Rs 5:1-14; Lc 14:17-22; At 10:34; 1 Co 3:9; Ef 1:8; Cl 2:7
Ler com oração:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram
chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos,
nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as
coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as
coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Co 1:26-27).

OS FIOS QUE COMPÕEM A TECEDURA DE AMOR


Deus está fiando na igreja uma tecedura de amor. Esse é o grande
mistério da obra de Cristo na terra. Ele hoje se dedica a tecer o amor
entre nós e os homens e entre nós e Deus. Por isso lemos que Nele
“todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.
Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes”
(Cl 2:3-4). Um raciocínio falaz é um discurso enganoso visando
persuadir e iludir as pessoas. Quando Paulo fez esse alerta, a igreja em
Colossos era influenciada pela filosofia grega misturada com a cultura
dos gentios e o judaísmo. Esses eram os raciocínios falazes. Hoje
alguns veem a palavra profética como loucura, outros ficam vagando
à procura de sinais miraculosos, e outros ainda buscam aumentar seu
conhecimento humano e acadêmico.
O alerta que Paulo fez à igreja em Corinto é muito significativo nos
tempos em que vivemos: “Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo
não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os
que creem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem
sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo
crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas
para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a
Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus
é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do
Vinculados em amor

que os homens” (1 Co 1:21-25). Não nos enganemos como os cristãos


gentios, buscando a sabedoria deste mundo; ou buscando sinais, como
faziam os judeus. Cristo está acima de tudo, Ele é o centro conector da
obra de Deus.
Não somos nós que escolhemos os fios que comporão esse tecido.
Deus nunca fez acepção de pessoas (At 10:34) nem escolheu os
melhores materiais para Sua edificação: “Irmãos, reparai, pois, na
70
vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo
a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar
os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as
fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas,
e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que
ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1:26-29). Deus
muda a natureza dos fios fracos e desprezados, que são levados ao
grande tear divino, a igreja. Ao longo do processo de edificação, a
qualidade e resistência dos fios são melhoradas.
No Evangelho de Lucas, quando Deus convidou muitos para o
banquete de Seu filho, todos se escusaram. Ele, então, mandou buscar
nas encruzilhadas os coxos, defeituosos, aleijados e cegos. Esses tais
somos nós, os que aceitamos o convite (14:17-22). Quando Davi era
perseguido por Saul, ele certa vez se escondeu na caverna de Adulão
com alguns apoiadores, que mais tarde se tornariam seu exército.

Em Cristo estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento


Esses eram os endividados e amargurados de espírito (1 Sm 22:1-2).
O melhor exército estava com Saul, e o pior, com Davi. Deus chamou
as coisas loucas para envergonhar aquelas que se passam por sábias
e poderosas. No Segundo Livro dos Reis, vemos a história de uma
menininha (em hebraico catã, que significa “pequena, insignificante,
sem nenhuma importância”) que indicou a Naamã, comandante
do exército sírio, o caminho para a cura de sua lepra, dizendo que
havia um profeta em Israel capaz de curá-lo (5:1-14). Deus hoje está
chamando pessoas sem importância, insignificantes.
O segredo da bênção é ser simples. Pela fé e obediência à palavra
profética testemunhamos, nestes últimos anos, a grande sabedoria de
Deus na condução da igreja. Cristo nos tem conduzido em sabedoria e
prudência (Ef 1:8). É maravilhoso ver pessoas difíceis, obstinadas, de
difícil trato, invadindo as ruas e pregando o evangelho do reino. Cristo, a
sabedoria de Deus, está fazendo isso. A palavra profética está executando
a obra de Deus. Para o processo de edificação da igreja, Cristo promove
o entrelaçamento desses fios teimosos, rebeldes, invejosos, insatisfeitos
e prepotentes, resultando nessa tecedura de amor. Não importa o tipo de
fio que somos, o que vale é ter Cristo como nossa verdadeira sabedoria e
prudência. Assim a igreja é edificada, e, então, veremos Cristo se revelar
entre nós por meio dessa maravilhosa tecedura de amor.
Sejamos radicados e edificados em Cristo (Cl 2:7). Nosso edifício
é bem ajustado e compactado, alicerçado e radicado no amor. Não 71
somos uma organização religiosa, mas a lavoura de Deus (1 Co 3:9),
como uma planta que lança raízes em Cristo para extrair todas as
Suas riquezas, a fim de que Ele seja nossa realidade. Por meio dessa
tecedura de amor, estamos sendo edificados para habitação de Deus
no espírito.

Pergunta: Como Deus utiliza os fios para essa tecedura de amor?

Meu ponto-chave:
Vinculados em amor

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