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Alegações Finais - Roubo - Corrupção de Menores
Alegações Finais - Roubo - Corrupção de Menores
O réu encontra-se denunciado como incurso nas sanções previstas no artigo 157, §2º, inciso
I e V do Código Penal e art. 244-B do ECA, em virtude de ter, supostamente, subtraído, mediante
grave ameaça a quantia de R$ 130,00 (cento e trinta reais) do estabelecimento comercial Mercearia
Gabrieli.
É apertada síntese.
II – DO MÉRITO
Diante da confissão do acusado, bem como de seu pedido livre e consciente de pagar pelo
o que fez, deixo de apresentar teses sobre a sua absolvição. Contudo, essa defensora pugna pela total
improcedência da denúncia, a fim de resguardar todos os direitos do acusado.
Por outro lado, necessário de faz algumas colocações a respeito da tipificação imputada ao
agente.
A conduta do delito de roubo consiste, segundo a redação do art. 157, caput em: “subtrair
coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido a impossibilidade de resistência.” Ocorre
aumento da reprimenda corporal, “se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma
e em concurso de duas ou mais pessoas” (§ 2º, incisos I e II, do Código Penal).
a1) Do Afastamento do Concurso de Agentes
Todavia, ainda que Vossa Excelência reste confusa quanto a incidência da causa, deve-se se
aparar pelo princípio do In Dubio Pro Reo, o qual orienta que nos casos de dúvida decide-se a favor do
réu.
Isso porque, ao ser interrogado em juízo o réu afirmou inicialmente que o menor Gilberto
não estaria lhe acompanhando com o intuito de praticar o crime (arquivo de áudio - 01’:42’’ – 02’:01’’).
Posteriormente, tentou explicar que o menor sabia de suas intenções em praticar delitos,
porém apresentou respostas confusas quanto a participação ou não do adolescente.
Em ultimo momento está defensora tentou deixar mais clara a pergunta que já havia antes
sido feita por ambas as autoridades, Juíza e Promotor, tendo nesse momento o réu afirmado que o
adolescente não sabia que ele ia praticar o roubo naquele momento, ou seja já haviam conversado
sobre praticar em outro lugar menor.
Questionado mais uma vez sobre a finalidade da presença de Gilberto, o réu apresentou
resposta confusa tendo dito nesse momento que Gilberto sabia da prática (07’46’’ – 08’33’’).
Em que pese a confusão de afirmações vindo do acusado, sabe-se que não se pode levar em
consideração nenhuma das declarações, nem a positiva, nem a negativa, uma vez que não restou
comprovada tal situação.
Ainda, o genitor do adolescente que foi abordado junto com o acusado, explicou que seu
seu filho possuí algumas deficiências mentais, sendo que não tereia capacidade para auxiliar tal
empreitada criminosa.
Ressalta-se que o concurso de agentes apenas majora a pena para fins de facilitação na
prática, porém o caso dos autos comporta muitas dúvidas quanto a presença do menor, nãom
podendo ser criado um juízo de certeza quanto a participação ou não do adolescente.
Desta forma, aplica-se o corolário princípio do In Dubio Pro Reo, que na dúvida deve-se
decidir a favor do réu.
Assim, havendo dúvida quanto a participação do menor na prática delitiva deve-se afastar
a presente causa de aumento.
IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
Termos em que,
Pede deferimento.
Morgana Jenovêncio
OAB/SC 45. 468