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DIREITO E

SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO
O I MPAC TO DO US O DAS
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DI RE I TOS FUNDAME NTAI S NA
ATUALI DADE

DIREITO VIRTUAL
Prof. Thais de Faro
INTRODUÇÃO

• os impactos do desenvolvimento tecnológico na


atualidade;

• a tecnologia como ponto de apoio importante para a


tomada de decisões diversas no dia a dia das pessoas;

• a tecnologia como ponto de apoio importante para a


tomada de decisões diversas no dia a dia das pessoas;

• o surgimento de riscos a partir do uso intensificado da


tecnologia:

- o perigo da vigilância
constante;
- grande volume de compartilhamento de dados
pessoais;
- a mitigação da
privacidade;
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INTRODUÇÃO

No fim de novembro de 2021, a Unesco divulgou a versão


final de um estudo intitulado Recomendação sobre a Ética
da Inteligência Artificial.

“A inviolável e inerente dignidade de cada ser humano constitui a


base para o sistema de direitos humanos e liberdades fundamentais,
que é universal, indivisível, inalienável, interdependente e inter-
relacionado. Portanto, respeito, proteção e promoção da dignidade e
dos direitos humanos, conforme estabelecido pelo direito
internacional, incluindo as leis internacionais relativas aos direitos
humanos, é essencial ao longo do ciclo de vida dos sistemas de IA.”
Recomendação ética sobre inteligência artificial da UNESCO
(novembro, 2021)

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SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO
O que é?

A sociedade da informação é constituída em tecnologias de


informação e comunicação que envolve a aquisição, o
armazenamento, o processamento e a distribuição da
informação por meios eletrônicos, como rádio, televisão,
telefone, computadores, entre outros. Essas tecnologias não
transformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas
pessoas em seus contextos sociais, econômicos e políticos,
criando uma nova estrutura social, que tem reflexos na
sociedade local e global. (SIQUEIRA JUNIOR, 2009, p. 214)

• o impacto nas relações sociais e nas relações


jurídicas.

• como as ciências jurídicas podem responder às


questões relacionadas a isso?
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SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

• a pós-modernidade e os direitos transindividuais de


terceira geração:
- direito do consumidor;
- e direito ao meio ambiente.

• direitos da quarta geração (Paulo Bonavides):


- direitos resultantes da globalização

• a sensação de segurança e de liberdade versus a


vigilância constante a partir das "pegadas digitais";

• o desejo de privacidade do indivíduo é substituído por


uma necessidade de exposição da sua própria
intimidade.

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SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

QUAL É, NO DIAS DE HOJE, O ATIVO


MAIS VALIOSO DO MUNDO ?

Os capitalistas de vigilância descobriram que os dados


comportamentais mais preditivos provêm da intervenção no jogo de
modo a incentivar, persuadir, sintonizar e arrebanhar
comportamento em busca de resultados lucrativos. Pressões de
natureza competitiva provocaram a mudança, na qual processos de
máquina automatizados não só conhecem nosso comportamento,
como também moldam nosso comportamento em escala. Com tal
reorientação transformando conhecimento em poder, não basta
mais automatizar o fluxo de informação sobre nós; a meta agora é
nos automatizar (ZUBOFF, 2020 p. 24).

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SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

• Maior potencial de ameaças aos direitos


fundamentais
- necessidade de maior regulamentação específica;
- imposição de limites aos impactos da tecnologia;
- adequação da legislação à realidade atual.

• Surgimento do interesse de promover maior proteção:


- aos dados pessoais;
- à propriedade intelectual;
- aos direitos autorais;
- à autodeterminação informativa;
- à privacidade;
- à imagem, dentre outros.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

No Brasil, a segurança e a privacidade de dados pessoais


têm sido favorecidas aos poucos desde de 1988 com os
direitos fundamentais positivados na Carta Magna, em
1990 com o Direito do Consumidor e a proteção de
dados pessoais do consumidor positivada no artigo 43
do CDC, em 2014 com advento do Marco Civil da
Internet, e mais recentemente, com a Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrou em vigor
em setembro de 2020.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

No Brasil, o embrião da discussão sobre a necessidade de uma


maior proteção à privacidade no Brasil diante da internet foi o caso
Carolina Dieckmann.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

CASO CAROLINA DIECKMANN

A atriz teve seu computador “hackeado” e suas fotos


íntimas “vazadas” pela internet, o que fomentou o
debate sobre a segurança da informação e
criminalização das condutas invasivas.

A situação foi o mote para a criação a da Lei n.


12.737/2012, a Lei Carolina Dieckmann.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

MARCO CIVIL DA INTERNET


(Lei nº 12.965/2014)

• importante passo para a regulamentação do uso de


plataformas e sites no país;
• estabelece as diretrizes sobre como o Estado pode
atuar no contexto da internet;

• busca a defesa da privacidade, liberdade de


expressão e neutralidade dentro do ambiente virtual;

• estabelece normas sobre como a internet deve ser


usada no Brasil.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

MARCO CIVIL DA INTERNET


(Lei nº 12.965/2014)

Art. 2º A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento o


respeito à liberdade de expressão, bem como:

II - os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da


cidadania em meios digitais;
(...)

Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios:


I - garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de
pensamento, nos termos da Constituição Federal;
II - proteção da privacidade; III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei;
(...)

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

MARCO CIVIL DA INTERNET


(Lei nº 12.965/2014)

Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário


são assegurados os seguintes direitos:

I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização


pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo


por ordem judicial, na forma da lei;

III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas,


salvo por ordem judicial;

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

MARCO CIVIL DA INTERNET


(Lei nº 12.965/2014)

Atualmente, quatro ações no STF discutem a regulação das redes


sociais: duas delas tratam do artigo 19 do Marco Civil da Internet,
que estabelece que as big techs só podem ser responsabilizadas
por conteúdos de terceiros se não tomarem providências após
ordem judicial; as demais questionam se aplicativos de mensagens
podem ser suspensos caso não cumpram uma decisão da Justiça.

O adiamento do julgamento pelo STF, que estava previsto para


17/05/2023, dá tempo à Câmara de Deputados para discutir o
Projeto de Lei n. 2630/2020, o PL das Fake News, que propõe
mudanças.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

MARCO CIVIL DA INTERNET


(Lei nº 12.965/2014)

A proposta, no novo texto, é de obrigar as plataformas a


aumentarem sua transparência e adotarem mecanismos de
combate a conteúdos ilegais, especificamente em sete temas:
atentado ao Estado democrático de Direito e eleições; contra
crianças e adolescentes; saúde pública e os que configuram
violência contra a mulher, racismo, terrorismo e incitação ao
suicídio e à automutilação. Isso se aplicaria às plataformas de
redes sociais, de busca ou de mensagens instantâneas que
tenham mais de 10 milhões de usuários mensais no Brasil,
como Telegram e Google.

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS


(Lei nº 13.709/2018)

- entrou em vigor em 2020;


- regulamenta as relações jurídicas quanto aos
dados pessoais;
- proteção do sujeito em face da possibilidade de
compartilhamento ilegal de dados;
- promove visão mais centrada no ser humano e na
proteção da sua dignidade.

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Condenação teve fundamento no art. 48 da LGPD

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CONTEXTO JURÍDICO BRASILEIRO

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS


(Lei nº 13.709/2018)

Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha


em uma das fases do tratamento obriga-se a garantir a segurança da
informação prevista nesta Lei em relação aos dados pessoais, mesmo após o
seu término.

O agente de tratamento é o responsável pela segurança da


informação e está sujeito a sanções, no entanto, é possível
ajuizar ação regressiva contra o causador do dano.

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NOVOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Art. 5º (...)
(...)
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

De interpretações do direito fundamental à privacidade e


do princípio da dignidade da pessoa humana podem surgir
direitos fundamentais autônomos:

• Direito fundamental à autodeterminação informativa

• Direito fundamental à proteção de dados pessoais (art.


5º, LXXIX)

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CONSIDERAÇÕE S FINAIS

Assim como existe uma carência de regulamentação das


relações jurídicas no âmbito virtual, o surgimento de novos
direitos fundamentais também é importante para a maior
efetividade da proteção individual e coletiva no âmbito da
internet.

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ATIVIDADE PARA A PRÓXIMA AULA

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