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finalistas | qual categoria | 1 & 1

iniciativas QUE
FAZEM A DIFERENÇA
Saiba quem são os finalistas e os vencedores
do 5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade
finalistas | qual categoria | 2 & 3

iniciativas QUE
FAZEM A DIFERENÇA
Saiba quem são os finalistas e os vencedores
do 5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
finalistas | qual categoria | 4 & 5

Projetos para
um mundo melhor
É obrigação apoiar iniciativas inovadoras que
propiciem a construção de um futuro mais sustentável

no ano em que completou 70 anos, em 2008, a Federação do Comércio de Bens,


Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) instituiu o Prêmio Fe-
comercio de Sustentabilidade. À frente da iniciativa, desde aquela época, está
o professor José Goldemberg, ex-secretário de Meio Ambiente do Estado de São
Paulo e presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP. O profes-
sor Goldemberg é uma das maiores autoridades do mundo na área e lidera a co-
missão que seleciona os projetos que serão premiados, juntamente com outros
especialistas e a coordenadoria técnica da prestigiada Fundação Dom Cabral.
Em 2008, temas como sustentabilidade e preservação do meio ambiente ain-
da não sensibilizavam os brasileiros e os governos estaduais e federal. A econo-
mia brasileira ia de vento em popa, milhões de pessoas passaram a ter acesso ao
consumo, e o governo incentivava as compras de automóveis e eletroeletrônicos.
Hoje a situação é completamente diferente. Além de haver uma reversão nas
expectativas econômicas atuais, vivemos uma crise hídrica que já perdura por
quase três anos e poucos duvidam que isso seja reflexo das mudanças climá-
ticas ocasionadas pela emissão de gases de efeito estufa e da degradação do
meio ambiente, não somente no Brasil, mas no mundo todo. Estamos apren-
dendo a ser sustentáveis na prática, deixando de lavar o carro na rua, tirando os
aparelhos eletrônicos das tomadas, tomando banhos mais curtos e adotando
outras iniciativas simples, mas que, somadas, fazem uma enorme diferença.
A FecomercioSP é uma entidade cuja trajetória sempre foi marcada por um pa-
pel ativo nos cenários econômico e social. Por isso, temos a obrigação de apoiar ini-
ciativas inovadoras que propiciem a construção de um futuro mais sustentável.
Nas próximas páginas, o leitor irá conhecer detalhes de projetos inspirado-
res, finalistas da 5ª edição do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, todos
de enorme valor para as comunidades em que estão inseridos e que poderão
ser replicados por todo o País. Reconhecer essas iniciativas e divulgá-las é a
nossa principal missão.

Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), entidade gestora do Sesc-SP e do Senac-SP
finalistas | qual categoria | 6 & 7

08 um olhar para o futuro


10 Prêmio mantém cultura de inovação
12 banca julgadora
14 comitê de premiação
18 microempresa
22 pequena e média empresa
26 grande empresa
30 indústria
34 entidade empresarial
38 órgão público
42 professor
46 estudante
50 reportagem impressa
54 reportagem rádio/tv
58 reportagem online
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Um olhar para o futuro


Há esforços de empresas, órgãos públicos,
professores, estudantes e formadores de opinião
em busca de soluções para o meio ambiente
um olhar para o futuro | 8 & 9

esta publicação tem como objetivo mostrar a real capacidade empreendedora


de um país que ainda está muito longe de exaurir seus recursos naturais e suas
fontes renováveis de energia. Ao contrário, revela-se capaz de inovar sua postura
diante de um mercado transformador e ávido por ações sustentáveis que garan-
tam a sua constante evolução em harmonia com o crescimento da sociedade.
Existem muitos exemplos de pessoas, empresas e entidades que viram na
prática da sustentabilidade soluções rentáveis e, ao mesmo tempo, socialmente
justas e ecologicamente corretas. Frequentemente são ideias simples, porém, com
grande magnitude. Ações, hoje pouco conhecidas, mas que podem ser as alter-
nativas de que tanto precisamos a fim de contribuir para o que talvez seja consi-
derada, atualmente, a maior missão do homem: manter sua riqueza ambiental.
Sob essa perspectiva, idealizamos, em 2008, o Prêmio Fecomercio de Sus-
tentabilidade. A iniciativa nos mostrou, ao longo de cinco edições, o quanto é
possível (e viável) a aplicação de medidas que fazem toda a diferença na for-
mação de uma cultura mais consciente e voltada aos valores que devem per-
mear as relações humanas.
Desde que o Prêmio foi lançado, o interesse por ele cresceu expressivamen-
te, a começar pelo volume de inscrições. Naquele ano, participaram apenas 26
instituições e uma entidade empresarial, do Estado de São Paulo, o que signi-
ficou um bom resultado, já que se tratava da primeira edição. Em 2015, foram
recebidos 249 projetos de várias regiões do País.
A melhora na qualidade dos trabalhos também foi observada durante esse
período. Mas, independentemente de terem ou não chegado à etapa final, os
participantes foram agentes empreendedores que ousaram ao dar esse primei-
ro passo e demonstrar seu interesse pelo problema central: o desenvolvimento
sustentável. Alguns candidatos, que não foram premiados nas primeiras edições
do Prêmio, apresentaram novos projetos e propostas aperfeiçoadas.
Essa persistência de tantos agentes em busca de inovação para a susten-
tabilidade é estimulante e revigorante para os que estão nessa empreitada.
Observamos um esforço conjunto de empresas, órgãos públicos, professores,
estudantes e formadores de opinião em busca de transformações que nos tra-
gam resultados tangíveis. Atitudes que precisam ser levadas ao mercado e co-
locadas em prática na cadeia de negócios.
Fabricação de produtos com componentes biodegradáveis, utilização de lixo
como fonte energética, soluções para a mobilidade urbana, reúso de mate-
riais recicláveis, essas e outras iniciativas socioambientais, aqui descritas, de-
vem servir como referência e inspiração para novas ideias e, assim, novos em-
preendimentos na área de sustentabilidade.
Não nos deixemos seguir pelo mesmo destino da Ilha de Páscoa, na Costa
Chilena. Há séculos, a ilha abrigava uma população em torno de 30 mil pes-
soas. A civilização desapareceu completamente após as florestas serem des-
truídas e, em razão do empobrecimento da terra, a agricultura tornou-se in-
capaz de produzir alimentos em quantidade suficiente para suprir as neces-
sidades daquele povo. Da antiga civilização, só restaram gigantescas estátuas
(os moais), algumas pesando 50 toneladas e medindo sete metros de altura.
Ainda estamos longe de uma evolução cataclísmica como essa. Ainda temos a
oportunidade de inovar e de extrair do meio ambiente seus recursos e mantê-lo
em equilíbrio saudável, garantindo, assim, a continuidade do desenvolvimento.
Mas as futuras gerações esperam de nós o que há séculos a população da Ilha
de Páscoa também teria esperado de seus ancestrais. Um olhar para o futuro!

José Goldemberg
Professor e presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Prêmio mantém
cultura de inovação
prêmio mantém cultura de inovação | 10 & 11

o prêmio fecomercio de sustentabilidade chega à sua quinta edição e reúne


um acervo de trabalhos importantes, que versa sobre o tema da sustentabili-
dade orientada para as atividades do varejo e sua cadeia de valor. Ao levar em
conta as edições anteriores, neste ano foi alcançada a marca acumulada de
986 trabalhos analisados, 118 finalistas e 37 vencedores em suas respectivas
categorias, com ampla divulgação em todo o território nacional.
Além de se consolidar como referência nacional, a edição deste ano trouxe
três grandes novidades:

1. A produção de uma síntese de todos os trabalhos finalistas das edições an-


teriores e a inclusão no site do Prêmio (http://sustentabilidade.fecomercio.
com.br/) para consulta dos interessados, como forma de inovar a socialização
do conhecimento;
2. O desenvolvimento de uma plataforma web para avaliação dos trabalhos;
3. A formação de um time de 56 profissionais de mercado e das academias
para integrar a Banca Julgadora do Prêmio, todos habilitados por videoconfe-
rência para se apropriarem dos procedimentos da plataforma e demais recur-
sos disponíveis para a avaliação, como o regulamento do Prêmio e o manual
do julgador.

A Banca Julgadora avaliou e escolheu 33 finalistas, em 11 subcategorias.


Concluído esse processo, o Comitê de Premiação apresentou suas avalições e
definiu os 11 vencedores, que receberam seus prêmios em concorrido evento,
especialmente promovido pela FecomercioSP para essa finalidade.
Mais uma vez, a exemplo do que ocorreu nas edições anteriores, os traba-
lhos trouxeram elementos significativos de progresso, entre eles os princípios
da simplicidade, da utilidade e da multiplicação. Os projetos apresentados
têm, em sua constituição, elementos que podem permitir a sua replicação por
outros interessados. Podemos também considerar esse fator como indicador
de maturidade do Prêmio na medida em que a sociedade também avança em
aspectos importantes da sustentabilidade, a ponto de apresentar casos práti-
cos e não apenas propostas ainda em elaboração.
É perceptível a evolução do entendimento das organizações (públicas, pri-
vadas ou acadêmicas) sobre a urgência e a importância do investimento nas
múltiplas dimensões da sustentabilidade, de forma a garantir um processo de
estabilidade dos seus principais vetores, somar esforços com outras práticas
nacionais e mundiais, e resgatar uma das principais recomendações nascidas
na Rio + 20, em 2012: agir com base no local, no território, pensar simples e
adotar posturas que na aparência da sua simplicidade guardam viabilidade
de execução e resultados práticos pela soma dos pequenos esforços.
Além de grandes movimentos coletivos, sujeitos a interesses políticos que
muitas vezes vão atrasar ou estancar o avanço, devemos mobilizar nossos es-
forços pessoais e buscar, como sociedade organizada, as soluções que precisa-
mos para satisfazer as exigências de sustentabilidade, que poderão garantir
um futuro melhor para nós e para as futuras gerações.

Benedito Nunes Rosa e Cláudio Bruzzi Boechat


Professores da Fundação Dom Cabral
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Banca Julgadora
O Comitê Organizador do Prêmio Fecomercio de
Sustentabilidade agradece a valiosa colaboração dos 56 julgadores
que participaram desta edição. Eles foram os responsáveis
pela escolha dos 33 trabalhos finalistas, em 11 subcategorias.
Conheça o júri de especialistas e as subcategorias de que participaram
banca julgadora | 12 & 13

Afonso Otávio Cozzi Elizabeth Barbieri Maria Teresa


Professor Entidade/Sindicato Goulart Paradis
Microempresa
Ana Elisa Oliveira Henrique de Almeida
Jornalismo Online Pequena e Média Empresa Mariana Coelho
Jornalismo Rádio /TV Jornalismo Impresso
Ivani Becker Jornalismo Online
Ana Franco Estudante Jornalismo Rádio/TV
Grande Empresa
João Henrique Bueno
Marianne Von
Anderson de Souza Estudante
Lachmann
Professor
Joel Gadelha Entidade/Sindicato
Armindo dos Indústria
Marília Carneiro
Santos Teodósio
Microempresa
Órgão Público José Roberto Cosmo
Indústria
Mário Cesar Ralise
Arthur Costa
Pequena e Média Empresa
Indústria Josefa Garzillo
Microempresa Marta Demattos
Ássima Maria Ferreira Pequena e Média Empresa
Professor Juarez Campos
Grande Empresa Maurício Born
Beat Grueninger Microempresa
Grande Empresa Julia Padovezi
Miranda Paulo Angelo
Brener Seixas Entidade Carvalho de Souza
Pequena e Média Empresa Pequena e Média Empresa
José Roberto Cosmo
Cassia Brosque Indústria Paulo Renato
Grande Empresa de Souza
Juarez Campos
Professor
Cintia Nolasco Magno Grande Empresa
Jornalismo Impresso Paulo Vodianitska
Leonardo Coelho
Microempresa
Cláudio Bruzzi Entidade/Sindicato
Boechat Petrina Teixeira Santos
Órgão Público Lígia Pimenta
Microempresa
Microempresa
Cristina Abranches Rafael Augusto
Microempresa Liliane Lana
Oliveira Tello
Liberato
Estudante
Cristina Fedato Pequena e Média Empresa
Pequena e Média Empresa Regi Magalhães
Luciana de
Grande Empresa
Cynthia Molina Castro Brum
Entidade/Sindicato Jornalismo Impresso Rita de Cássia
Fontanez
Cyntia Luciana Stocco Jornalismo Online
Watanabe Rosa Betiol Jornalismo Rádio/TV
Estudante Professor
Robson Melo
Danielle Ramalho Luiz Carlos Ferreira Pequena e Média Empresa
Soares de Carvalho
Jornalismo Impresso Professor Roseane Braga
Microempresa
Dora Amidem Luiz Marcio
Estudante Haddad Santos Samir Lótfi Vaz
Grande Empresa Estudante
Eduardo Mauro
Fernandes de Barros Marcia Bellotti Will Montenegro
Jornalismo Impresso Pequena e Média Empresa Jornalismo Impresso
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Comitê de Premiação
Após a Banca Julgadora avaliar todos os trabalhos inscritos, os 33
finalistas foram submetidos à avaliação do Comitê de Premiação, que,
após análise dos projetos, definiu os vencedores em cada subcategoria.
Esse comitê é formado por especialistas, reconhecidos pela luta
em favor da disseminação de práticas sustentáveis na sociedade
comitê de premiação | 14 & 15

JOSÉ GOLDEMBERG
Presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP. Doutor em Ciências
Físicas, foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; presi-
dente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp); reitor da Universidade de
São Paulo (USP); secretário de Ciência e Tecnologia; secretário do Meio Ambiente
da Presidência da República; ministro de Estado da Educação do governo federal;
e secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Em 2008, recebeu os prê-
mios Blue Planet Prize, da Asahi Glass Foundation (Japão); em 2010, o Trieste Scien-
ce Prize, da Academia de Ciências do Terceiro Mundo; e em 2013, o Prêmio Zayed
de Energia do Futuro (Zayed Future Energy Prize) na categoria Life Achievement.

FÁTIMA CRISTINA CARDOSO


Country manager da Fundação Solidaridad no Brasil, responsável pela atua-
ção da organização no País. A Fundação Solidaridad, de origem holandesa,
atua no desenvolvimento de cadeias de produção sustentáveis em 55 países.
Jornalista com mestrado em Ciência Ambiental, é especialista em gestão so-
cioambiental, desenvolvimento rural e responsabilidade social corporativa.
Possui extensa carreira na mídia brasileira, foi repórter e editora no jornal
Folha de S.Paulo e no Grupo Estado. É pesquisadora do Núcleo de Economia So-
cioambiental da Universidade de São Paulo (USP).

EMERSON KAPAZ
Foi um dos fundadores e presidente da Abrinq e da Fundação Abrinq, criada
para defender os direitos da criança e do adolescente. Secretário de Ciência, Tec-
nologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo de 1994 até 1998, e deputa-
do federal em 1998, quando criou e foi relator da nova Lei das Sociedades Anôni-
mas e da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Foi presidente-executivo
do Instituto Brasileiro de Ética Concorrêncial (ETCO) e diretor-executivo do IDV
– Instituto para o Desenvolvimento do Varejo. Sócio e presidente do Conselho de
Administração da Elka, empresa do ramo de brinquedos, criou e dirige a Alek –
Consultoria Empresarial que aconselha CEOs de empresas nacionais e multina-
cionais. É head of public affairs da Kreab, empresa de comunicação com sede em
Estocolmo e escritórios em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

CRISTIANA PEREIRA
Diretora Comercial e de Desenvolvimento de Empresas da BM&F Bovespa.
Nesta função, lidera as atividades de prospecção de empresas para listagem
em bolsa e relacionamento e desenvolvimento de serviços voltados a compa-
nhias abertas. Anteriormente, liderou a Diretoria de Relações com Empresas,
quando, além das atuais funções, foi responsável pela supervisão e regulação
de emissores. Após a fusão da BM&F e da Bovespa, em maio de 2008, liderou
a equipe que conduziu os trabalhos para integração administrativa e opera-
cional das duas empresas. De 2004 a 2008, foi diretora de Relações Internacio-
nais da Bovespa, responsável pela elaboração e implementação da estratégia
internacional da companhia. De 1995 a 2002, atuou em diversas funções na
Bovespa. Cristiana Pereira possui MBA pela Harvard Business School e mestra-
do em Economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ela é economista forma-
da pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
finalistas | qual categoria | 16 & 17

premiação
Conheça os projetos finalistas
e os ganhadores
microempresa
Companhias de comércio
de bens, serviços e turismo
vencedor | microempresa | 17 & 19

Embalagens que são


amigas da natureza
Empresa paulista desenvolve copos e bandejas biodegradáveis
à base de bagaço de cana-de-açúcar e prevê quintuplicar produção

um dos pontos mais relevantes – e comumente esquecido – da cadeia do


consumo ambientalmente adequado é a escolha dos produtos feitos com
base em materiais que apresentam rápida decomposição na natureza. Pen-
sando nisso, a Bio&Green criou embala-
gens biodegradáveis, utilizando o conceito
de produção das espumas de celulose do
bagaço de cana-de-açúcar por extrusão.
Entre as propostas contempladas com a
iniciativa, está a de substituir as embala-
gens convencionais, como as de isopor.
A empresa fabrica copos e bandejas de
alimentos de diferentes tamanhos, total-
mente biodegradáveis e compostáveis. Ao
mês, são produzidas cerca de 150 mil pe-
ças, segundo a química responsável pelo
projeto, Patrícia Ponce. Apesar da crise da
economia nacional, a empresa tem uma
perspectiva de produção cinco vezes maior
para 2016. Quando descartados adequada-
mente, os itens se degradam em apenas
60 dias. Se fossem feitos de isopor, seriam
completamente absorvidos pela natureza
só depois de 400 anos.
Assim, as bandejas e copos criados pela corporação reduzem drastica- Patrícia
mente os impactos ambientais, pois reaproveitam elementos da nature- Ponce: quando
za, além da alta resistência mecânica, que os mantêm intactos por todo o descartadas
período de utilização até seu descarte. A mesma tecnologia foi vencedora do adequadamente,
3º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade na categoria Microempresa com essas embalagens
os vasos biodegradáveis. se degradam em
As embalagens também atuam como uma barreira contra a ação microbia- apenas 60 dias
na, a oxidação e a umidade do meio. Com isso, é possível manter a firmeza e
o frescor do produto embalado, conservando nutrientes e aromas, de modo a foto:divulgação

ampliar a margem de comercialização. Não à toa, a empresa da Vila Mariana,


na zona sul de São Paulo, está pronta para atender ao País e se planeja para
ganhar o mercado internacional em 2017. “Como pesquisadora, faço parte de
um grupo que tem, sim, sem falsa modéstia, a pretensão de mudar o mundo,
e esses prêmios são estímulos que nos ajudam a lutar cada vez mais pelo nos-
so objetivo”, destaca Patrícia. [rachel cardoso]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Carrinhos elétricos
otimizam trabalho
“Cavalo de Lata” substitui animais na tarefa de puxar carroças que
percorrem centros urbanos em busca de materiais para reciclagem

o que começou como ativismo ganhou proporções muito maiores do que Ja-
son Vargas poderia esperar. O projeto, batizado de “Cavalo de Lata”, nasceu em
Santa Cruz do Sul (RS), na região do Vale do Rio Pardo, para tirar das ruas os
animais que puxavam as carroças dos catadores de material reciclado. “Quan-
do visitamos as cooperativas e as prefeituras para apresentar a iniciativa, des-
cobrimos que não eram só os animais que
precisavam de ajuda”, diz o idealizador do
que é hoje instrumento de trabalho dos re-
cicladores cooperativados.
Trata-se de um carrinho elétrico, cujo sis-
tema está conectado a um kit de baterias de
48 volts, capaz de durar até 40 quilômetros.
As peças utilizadas na montagem foram re-
tiradas de motocicletas, encontradas em
oficinas. As luzes são de LED, com pilhas in-
ternas. O Cavalo de Lata funciona de forma
híbrida: no pedal ou a motor elétrico. A ve-
locidade máxima do protótipo pode chegar
a 25 quilômetros por hora. “Um carrinho oti-
miza o trabalho em até dez vezes e isso gera
mais renda e maior riqueza para as famílias
que vivem da coleta”, explica Vargas.
Pela amplitude da ação, que além de
Jason Vargas: apoiar uma das categorias mais vulneráveis também protege o meio ambien-
um carrinho te ao retirar o lixo das ruas e lhe dar o destino correto, o projeto já foi replicado.
otimiza o A ideia de Vargas virou um empreendimento e o próprio, um empreendedor.
trabalho em Há três anos, ele testa protótipos de veículos elétricos em parceria com o
até dez vezes Movimento Nacional de Catadores, em cidades como Fortaleza, Curitiba, Belo
e gera mais Horizonte, Rio de Janeiro e outras do Rio Grande do Sul. Ano passado, o Cava-
renda para lo de Lata marcou presença na Copa do Mundo no Estádio Beira Rio, em Porto
as famílias Alegre, em parceria com a cooperativa de catadores Catapoa e a Coca-Cola.
que vivem da A abertura de uma empresa é resultado do sucesso do Cavalo de Lata, assim
coletas como a indicação para o Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, acredita o fi-
nalista, que já sonha com um novo projeto – criar um abrigo para cavalos e mu-
foto:divulgação las que deixaram de ser utilizados. [rachel cardoso]
finalistas | microempresa | 20 & 21

Morar com o melhor


da tecnologia
A Casa EcoUrbana foi desenvolvida com base
nos conceitos mais modernos de sustentabilidade

foi por meio de uma parceria com a rede de


varejo de materiais de construção Leroy Mer-
lin que as arquitetas Patrícia Miranda e So-
raia Vitiello, sócias desde 2008 na Gaia Pro-
jetos Sustentáveis, tiraram do papel a Casa
EcoUrbana. Com atuação na área de recupe-
ração de áreas degradadas e compensação
ambiental, feng shui, permacultura e paisa-
gismo, havia um sonho comum.
Assim, o projeto consistiu em planejar e
construir uma obra de modo a não agredir o
meio ambiente, inclusive com todos os recur-
sos possíveis para economizar nas contas de
água e luz, com a captação de água da chuva
e a utilização de energia solar.
De acordo com Patrícia, o objetivo princi-
pal é ensinar a sociedade sobre quais os pro-
cedimentos para idealização e construção de
uma residência e quais as vantagens socioe-
conômicas agregadas, por meio da exposição de produtos, serviços e tecnolo- Patrícia
gias, promovendo dessa forma a sustentabilidade do setor de construção civil. Miranda e Soraia
Por isso, a casa está aberta ao público no estacionamento da Leroy Merlin Vitiello: Caixa
na Marginal Tietê, em São Paulo. “Trata-se de um trabalho pedagógico e mul- Econômica abriu
tiplicador para que faça a real diferença na vida de pessoas”, afirma Patricia, crédito para
que comemora o fato de a Caixa Econômica Federal ter aberto uma linha de construções
crédito específica para construções sustentáveis a partir da Casa EcoUrbana. sustentáveis a
Para a composição da obra, foram escolhidos pelas arquitetas alguns produtos partir da Casa
que são comercializados em lojas tradicionais do varejo, como placas de cimento EcoUrbana
com isolamentos térmico e acústico, cisternas para aproveitamento da água da
chuva, itens de aquecimento solar, revestimentos ecológicos e luminárias e lâm- foto:divulgação

padas econômicas. Assim, o consumidor tem mais informações na hora de esco-


lher entre os modelos tradicionais e os sustentáveis. “Ser finalista do Prêmio Feco-
mercio de Sustentabilidade é mais uma confirmação de que, se cada um fizer sua
parte, poderemos ter um mundo melhor para viver.” [rachel cardoso]
pequena e
média empresa
Companhias de comércio
de bens, serviços e turismo
vencedor | pequena e média empresa | 21 & 23

Shopping sustentável,
da obra à operação
Estabelecimento na cidade pernambucana de Camaragibe cria
identidade verde socialmente correta e lucra antes de abrir as portas

desde a construção, o Camará Shopping, em Camaragibe (PE), tem a sus-


tentabilidade no DNA, o que norteou a criação de um plano diretor nesta
área. Com previsão de funcionamento em 2016, o Camará foi construído para
ser ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. “O
Plano Diretor da Sustentabilidade é um documento que vem ratificar o con-
ceito e o compromisso com a sustentabilidade”, diz o diretor-presidente do
empreendimento, Serapião Bispo Ferreira Neto.
O projeto mostra resultados expressivos, com economia de R$ 1,1 milhão,
redução de 88 toneladas de CO2 que seriam emitidas na atmosfera, reaprovei-
tamento de 15 mil toneladas de resíduos e reúso de 5 milhões de litros de água
nas obras. Ainda foram enviadas mais de três toneladas de recicláveis para co- Camará
operativas de catadores da região. Shopping:
O shopping faz parte de um projeto maior, a Reserva Camará, que reúne economia de
na mesma área edifícios residenciais e empresariais, flats, centro educacional, R$ 1,1 milhão e
praças, parques e museu. redução de 88
Quando estiver em funcionamento, terá todo o efluente tratado e apto ao re- toneladas de CO2
úso, além de programa de reflorestamento. Os sistemas de iluminação e climati-
zação serão limpos, contribuindo para a redução dos custos operacionais. Ainda foto:divulgação

haverá ações de cunho social, como capacita-


ção da mão de obra local e estímulo ao consu-
mo consciente.
“Esperamos criar um grande banco de da-
dos, com todos os resultados positivos regis-
trados ao longo dos anos, de forma concreta,
e criar modelos de práticas de gestão em sus-
tentabilidade para serem replicados nos dife-
rentes setores da sociedade. Esperamos con-
tribuir para o verdadeiro desenvolvimento
sustentável, garantindo preservação dos re-
cursos naturais, inclusão da sociedade como
um todo no processo e qualidade de vida das
pessoas”, diz Ferreira Neto. [raíza dias]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Inovação que resgata


boa ideia do lixo
Resíduo orgânico doméstico coletado em sacola compostável
se transforma em adubo de alta qualidade

o brasil é um dos dez países que mais desperdiçam comida em todo o mundo,
segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agri-
cultura (FAO). Para auxiliar a mudança desse cenário, o Grupo Visafértil, de Mogi
Mirim (SP), desenvolveu um projeto para reaproveitar resíduos de restaurantes.
A tecnologia está alinhada com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
Lei nº 12.305/10, que prevê menor geração de resíduos e estimula a reciclagem.
Ulisses Girardi, do O projeto da Visafértil enfatiza a compostagem, que é o processo de trans-
grupo Visafértil: formar matéria orgânica em adubo natural. A solução é cíclica: o que antes
transformação de seria lixo se torna fertilizante para novos alimentos de qualidade.
matéria orgânica A inovação foi propor o uso de sacolinhas de plástico compostáveis para re-
em adubo natural ceberem os resíduos. “É a primeira vez que um projeto desenvolvido na Amé-
rica do Sul demonstrou o uso desses plásticos certificados e sua eficiência no
foto:divulgação ciclo de decomposição como contribuição para os resíduos de restaurantes”,
diz o diretor do grupo, Ulisses Girardi.
A técnica está em fase experimental e o
adubo resultante foi usado em lavouras de ca-
na-de-açúcar, em parceria com a Universidade
Federal de São Carlos (Ufscar). Mas já desperta
o interesse de organizações em Mogi Mirim e
Socorro (ambos no Estado de São Paulo).
Girardi afirma que a ideia não é nova,
mas seu resgate é revolucionário. “A propos-
ta é inovadora pelo fato de tornar viável a
coleta seletiva dos resíduos domésticos em
sacolas compostáveis e transformá-los em
bom adubo orgânicos.”
Para os idealizadores, o projeto tem po-
tencial para ganhar escala e se tornar uma
solução definitiva para o lixo de restauran-
tes e residências. “Ao mesmo tempo, é pos-
sível produzir um adubo de boa qualidade,
que pode, inclusive, melhorar os solos de-
gradados, já que é reconhecido o benefício
da utilização da matéria orgânica na recu-
peração dessas terras.” [raíza dias]
finalistas | pequena empresa e média empresa | 24 & 25

Hospitalidade e
lazer sustentáveis
Práticas ecológicas e socialmente adequadas rendem alta
de 20% nos resultados obtidos por hotel e parque em Socorro

mais do que conforto e opções de la-


zer, o Hotel Fazenda Campo dos Sonhos
e o Parque dos Sonhos, em Socorro (SP),
oferecem serviços baseados em uma
gestão ambiental e socialmente ade-
quada. Para José Fernandes Franco, pro-
prietário dos empreendimentos que
estão há mais de 20 anos no mercado,
os resultados da opção pelo verde são
gratificantes. “As ações de sustentabi-
lidade que implantamos trouxeram re-
dução de custos e reconhecimento dos
clientes, que se tornaram mais fiéis e
recomendam nosso hotel para amigos
e parentes. Cada iniciativa resulta em
um aumento de mais de 20% em nossa
lucratividade”, destaca ele.
Para atrair cada vez mais turistas, os espaços utilizam energia solar para José Fernandes
aquecer a água dos banheiros, da cozinha e das piscinas. Todas as lâmpadas são Franco: ações de
de baixo consumo. As saunas e o fogão são alimentados com energia de biomas- sustentabilidade
sa. As áreas das plantações e dos animais seguem práticas de conservação do implantadas
solo. E todos os alimentos produzidos são orgânicos e abastecem o restaurante. trouxeram
Responsabilidade social é outro destaque. “A maior inovação foi o projeto redução de custos
de acessibilidade, que disponibilizou vários equipamentos para pessoas com e reconhecimento
deficiência e mobilidade reduzida”, diz Franco, que criou aparelhos especiais dos clientes
que viabilizam a prática do turismo de aventura por esse público.
As iniciativas verdes incluem ainda programa de reflorestamento, contra- foto:divulgação

tação de mão de obra local, tratamento de efluentes, compostagem, minhocá-


rio para produção de húmus, triagem e reutilização de resíduos sólidos.
Por tudo isso, os empreendimentos se tornaram referência. “Nestes últi-
mos anos, fizemos mais de 50 palestras, recebemos mais de 30 visitas técni-
cas e conquistamos premiações no Brasil e uma no exterior. Temos certeza
de que investir na gestão com sustentabilidade foi a melhor decisão para o
fortalecimento das empresas. Daqui para frente nada será feito sem pensar
nesse quesito”, conclui Franco. [raíza dias]
grande
empresa
Companhias de comércio
de bens, serviços e turismo
vencedor | grande empresa | 25 & 27

Telhado verde
beneficia a todos
Shopping produz hortaliças em iniciativa pioneira no Brasil que
inclui compostagem das sobras vindas das praças de alimentação

são 3 mil metros quadrados de canteiros verdes, lotados de pés de alface, rú-
cula, couve e almeirão, além de ervas como pimenta, orégano, tomilho e man-
jericão. Não se trata de uma propriedade rural. Essa grande horta está locali- Thiago Morais:
zada no terraço do Shopping Eldorado, às margens do Rio Pinheiros, em plena 3 mil metros
zona oeste de São Paulo. quadrados
A ideia surgiu em 2011, quando foi lançado o programa de sustentabilidade de canteiros
Recicla Mundo, que contempla diversas ações e medidas para reduzir o impac- verdes no
to das atividades do shopping na natureza. A iniciativa mais marcante do pro- telhado do
grama foi a compostagem, que destinou todas as sobras de comida recolhidas Shopping
nas praças de alimentação para um sistema de adubação. Eldorado,
Segundo a administração do shopping, restaurantes e lanchonetes servem em São Paulo
em média 10 mil refeições diárias, gerando 400 quilos de resíduo/dia. Esse ma-
terial vira adubo para a horta do terraço e a colheita é distribuída aos 430 co- foto:divulgação

laboradores do centro comercial.


Ao longo dos anos, o “Telhado Verde”, como foi ba-
tizado, já produziu 3 mil pés de alface, 300 quilos de
berinjela, 100 quilos de pimentão, 200 quilos de abo-
brinha, 5 quilos de pimenta, 3 quilos de morango, tem-
peros, chás e flores. Além de doar alimentos saudáveis,
a horta emprega três funcionários exclusivamente
dedicados aos cuidados com os processos de compos-
tagem, plantio, colheita e manutenção dos canteiros,
supervisionados por um gerente de operações.
Segundo o coordenador de operações do Shopping
Eldorado, Thiago Morais, o bem ecológico proporciona-
do compensa o investimento mensal de R$ 12 mil. “Se
avaliarmos apenas o que é reciclado por dia, a ação
pode parecer pequena. Mas, por ano, deixamos de
mandar para aterros sanitários cerca de 360 toneladas
de resíduos”, aponta. Ainda de acordo com ele, a meta
do shopping é reciclar 100% do lixo gerado pelo estabe-
lecimento. “No futuro, pretendemos melhorar a sepa-
ração dos resíduos e aumentar a produção da horta. A
intenção é doar os alimentos a instituições de caridade
ou órgãos da prefeitura.” [filipe lopes]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Acompanhamento do
campo ao consumidor
Empresa de aplicativos desenvolve sistema que rastreia mercadoria
agrícola, desde a plantação até a distribuição no ponto de venda

quando se tem o controle sobre a produção de alimen-


tos e o uso de agrotóxicos, transportes e descartes dos
resíduos sólidos, a prática da sustentabilidade nas ati-
vidades agrícolas e do varejo se torna mais assertiva.
Pensando nessa cadeia, a desenvolvedora de aplicativos
PariPassu criou o Programa de Alimento Sustentável
(PAS) para atuar na rastreabilidade dos alimentos vin-
dos do campo, acompanhando todo o manejo, o trans-
porte e a distribuição até o consumidor final.
A ferramenta, presente em 15 redes supermerca-
distas engajadas no processo, envolvendo 85 lojas em
Santa Catarina, utiliza mecanismos de registro de da-
dos e comunicação entre produtor, distribuidor, varejo
e consumidor. O sistema possibilita ações colaborati-
vas de boas práticas para fomentar o desenvolvimen-
to da cadeia de abastecimento.
Giampaolo Segundo a empresa, a ferramenta atende aos Princípios Fundamentais do
Buso: Varejo Responsável, que compreendem: ética nos negócios, procedência das
ferramenta mercadorias, logística, marketing e consumo consciente. Criado em 2012, ao
permite o longo de três anos, o PAS ganha escala velozmente: saltou de duas redes de
rastreabilidade supermercados para 15 em 2015, elevando também o número de fornecedores
dos alimentos no mesmo período (de 87 para 232).
vindos do O diretor comercial da PariPassu, Giampaolo Buso, acredita que a partici-
campo até o pação no 5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade irá ajudar na divulgação
consumidor do trabalho realizado pela empresa, que tem um propósito forte de cresci-
final mento estruturado e ecologicamente correto. “Nossa criação tem um modelo
inclusivo, que atua como facilitador da comunicação entre o produtor, o dis-
foto:divulgação tribuidor e o varejo. E procura integrar também o setor privado e as entidades
públicas”, afirma. A empresa atua para consolidar a credibilidade dos partici-
pantes do processo, reforçando o caminho do desenvolvimento colaborativo e
dos princípios das boas práticas. [filipe lopes]
finalistas | grande empresa | 28 & 29

Atenção cuidadosa
de ponta a ponta
Programa do Grupo Carrefour garante a procedência de mais
de 180 produtos e 160 fornecedores do Brasil e do exterior

preocupado com o manejo dos recursos naturais,


consumo consciente, relações de trabalho no cam-
po e com o avanço socioeconômico, há 23 anos o
Grupo Carrefour desenvolveu na França o Programa
Garantia de Origem, que chegou ao Brasil em 1999.
Trata-se de um selo que certifica qualidade, proce-
dência e processos de produção (do campo à gôndo-
la) dentro de conceitos de responsabilidade socio-
ambiental. Para conquistar o selo, os fornecedores
devem atender a mais de 80 critérios, que atestam
o cumprimento dos requisitos básicos, que são: de-
senvolvimento sustentável (mínimo impacto para o
meio ambiente e socialmente justo), sabor, autenti-
cidade (melhores produtos de cada região do País),
segurança alimentar (contribuir para saúde, bem-
-estar e proteção do consumidor) e preço justo.
Em contrapartida, as empresas que conquistam a Garantia de Origem ga-
nham espaços exclusivos nas lojas do Carrefour para expor seus artigos, com
comunicação destacada apresentando seus atributos, além de indicar produ-
tor e origem. O grupo investe também na conscientização dos clientes sobre
a importância de consumir itens sustentáveis e organiza visitas às fazendas
parceiras para que conheçam as práticas mais de perto. As mercadorias tam- Paulo Pianez:
bém recebem etiquetas QR Code que, fotografadas por smartphones ou ta- programa
blets, permitem ao consumidor acessar informações como a localização da conta com
fazenda, a data de colheita ou abate e o prazo de validade. mais de 180
O programa conta com mais de 180 produtos e 160 fornecedores registra- produtos e 160
dos no Brasil e no exterior. Segundo o diretor de Sustentabilidade do Grupo fornecedores
Carrefour, Paulo Pianez, quanto maior a visibilidade dada ao projeto, mais pes- registrados
soas serão sensibilizadas, passando a entender a importância do cuidado com no Brasil e
a origem e a forma de produção do que consomem. “Queremos mostrar me- no exterior
diante um case prático que as escolhas do dia a dia estão diretamente ligadas
com a manutenção da floresta Amazônica, por exemplo.” [filipe lopes] foto:divulgação
indústria
Companhias de manufatura
de qualquer porte
vencedor | indústria | 29 & 31

Gado monitorado
por satélite
Procedimento é parte das medidas adotadas pela Marfrig para garantir
transparência da atividade agropecuária no bioma Amazônia

em 2009, a marfrig assumiu dois compromis-


sos que implicavam em incorporação de práticas
de responsabilidade socioambiental na atividade
agropecuária. Um foi a assinatura de um Termo
de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministé-
rio Público Federal do Mato Grosso. O outro foi a
adesão aos Critérios Mínimos para Operações com
Gado e Produtos Bovinos em Escala Industrial no
Bioma Amazônia, ação promovida pela ONG Gre-
enpeace, aos moldes do que a entidade já havia
firmado com a indústria da soja, que se compro-
meteu a não comprar o grão de áreas desmatadas.
“O acordo foi assumido pelos três maiores fri-
goríficos do País, mas as iniciativas foram indivi-
duais”, explica Mathias Almeida, gerente de Sus-
tentabilidade da Marfrig.
A partir de então, o grupo iniciou um comple-
xo trabalho em parceria com a empresa de monitoramento geoespacial Agro- Mathias
tools, para blindagem, via satélite de todas as aquisições de gado na Amazô- Almeida:
nia. O objetivo era garantir segurança e responsabilidades nas compras de monitoramento
produtos com a marca Marfrig a todos os seus clientes. geoespacial via
O primeiro passo foi não comprar mais nenhuma cabeça de gado de área des- satélite para
matada. Foi criado um novo cadastro, apontando a situação fundiária de cada for- blindagem
necedor, o que permitiu a estruturação de programas de monitoramento de ma- de todas as
téria-prima, agregando ciência, tecnologia, eficácia e transparência nos processos. aquisições
Esse esforço culminou com a atenção a uma série de aspectos prioritários de gado na
de sustentabilidade, que envolvem terras indígenas, unidades de conservação, Amazônia
desmatamento recente (Prodes/Deter), áreas embargadas pelo Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e rejeição foto:divulgação

ao trabalho análogo ao escravo. “Graças a isso, conquistamos uma reputação


que nos abriu mercado na Europa e nos colocou na dianteira de muitos con-
correntes”, diz Almeida.
Como parte do processo de evolução, foi criado o Programa Marfrig Club,
que visa aliar boas práticas agropecuárias com tendências mundiais de pro-
dução e consumo de alimentos. [rachel cardoso]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Madeira que não


vem das árvores
Fabricada à partir da reciclagem de resíduos industriais,
versão plástica substitui com vantagens a tradicional

no mercado de recicláveis plásticos e vegetais desde 2012, a


Ecomax desenvolveu como seu carro-chefe a madeira plástica
Renova, uma forma de dar um destino final aos resíduos sólidos
industriais que captava. Segundo Sabrina de Paula, responsável
pelo projeto, o produto tem o aspecto semelhante ao natural e
pode substituí-lo com êxito em um amplo leque de aplicações.
“Do ponto de vista do consumo, podemos dizer que a versão
plástica é a solução do futuro”, afirma. Sua afirmação se baseia
no fato de que cada vez mais a sociedade se conscientiza da im-
portância do uso de itens alternativos que causem menos im-
pacto à natureza. Uma tendência que dá impulso a um nicho de
varejo relativamente recente, ditado pela disseminação do con-
ceito de consumo responsável que impulsiona a criação de uma
variedade de serviços e produtos ilimitada.
A Renova, também conhecida como “madeira ecológica ou
sintética”, é um produto fabricado com base em fibras e resí-
duos plásticos industriais, como embalagens de salgadinhos e
biscoitos e sacolas plásticas. Entre as muitas vantagens que ofe-
Sabrina de Paula: rece, não exige manutenção e tem maior durabilidade.
importância “Ficamos muito felizes em participar do Prêmio Fecomercio de Sustentabili-
do uso de itens dade 2015, pois é um evento que ressalta a importância de projetos que, como
alternativos que o nosso, colocam no mercado novos produtos com a preocupação de contri-
causem menos buir para a preservação do meio ambiente”, diz Sabrina.
impacto à natureza Para ela, o fato de estar entre os finalistas da premiação já representa uma
vitória e um reconhecimento, principalmente para os colaboradores da Ecomax,
foto:divulgação que sempre acreditaram na proposta e “vestem a camisa” do projeto. “Nossa em-
presa tem uma política bem transparente, que procura sempre estimular o sen-
timento de equipe, de forma que, juntos, formemos um só time.” [rachel cardoso]
finalistas | indústria | 32 & 33

Construção com
soluções ecoeficientes
Reforma em centro logístico de montadora de automóveis
reduz tráfego de veículos pesados e emissão de poluentes

o constante crescimento de produção faz sur-


gir soluções inovadoras no segmento de constru-
ção civil industrial. Foi nesse cenário que a General
Motors do Brasil tomou a decisão de renovar suas
instalações do Centro de Montagem e Sequencia-
mento de Materiais, uma central logística responsá-
vel pelo suprimento de peças automotivas do com-
plexo, em São Caetano do Sul, no Grande ABC (SP).
O projeto consistia na desconstrução das edifi-
cações de aproximados 80 anos de idade para ce-
der espaço a um moderno centro logístico. Para au-
mentar o desafio, tudo deveria ser executado em
conjunto, sem prejudicar as atividades da planta,
que, na época, recebia 1,1 mil caminhões de peças
produtivas diariamente, ao longo de três turnos.
O novo galpão tem 39 mil metros quadrados, pé-
-direito variando entre 11 e 14 metros e vãos-livres
de 24 metros. Com 2 mil metros quadrados a menos que as antigas instala- Paulo Eduardo
ções, a área remodelada tem uma capacidade de armazenamento 120% maior. A. Souza:
“O projeto foi construído com grande foco na sustentabilidade, desde a ga- desconstrução
rantia da reciclagem de 30 mil toneladas de materiais até a concepção e cons- das edificações
trução do edifício”, conta o responsável, Paulo Eduardo A. Souza, gerente de antigas para
engenharia de facilities da General Motors da América do Sul. erguer um
A nova construção também trouxe vantagens em relação à logística de mo- moderno
vimentação das peças realizadas dentro e fora da planta. Com a implantação centro logístico
do novo espaço logístico, o duplo manuseio dos materiais foi totalmente eli-
minado, reduzindo consideravelmente o tráfego de veículos pesados na re- foto:divulgação

gião de São Caetano do Sul e, consequentemente, a emissão de poluentes.


“A indicação para o Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade reforça a nossa
certeza de que estamos trabalhando alinhados com as expectativas de desen-
volvimento sustentável da nossa sociedade”, afirma Souza. [rachel cardoso]
entidade
empresarial
Organização de classe representativa
de uma determinada atividade econômica
vencedor | entidade empresarial | 33 & 35

Cadeia de boas
práticas no varejo
Entidade setorial paulista divulga e estimula ações ecológicas
exemplares, aliando preservação ambiental a redução de custos

a associação paulista de supermercados (apas)


tem investido na promoção de melhores práti-
cas entre os seus associados de todos os por-
tes, especialmente no tocante a logística rever-
sa e plano de gerenciamento de resíduos das
lojas. A entidade elabora guias, checklists per-
sonalizados de soluções verdes e orientações
em feiras e estabelecimentos para conscien-
tizar os supermercadistas a reduzir desperdí-
cios e destinar corretamente seus resíduos.
Dentro do projeto, mais de 1,2 mil empresas
receberam guias práticos para supermerca-
dos mais sustentáveis e 1.092 pessoas foram
orientadas no Espaço Apas Unilever em 2015.
Durante a Feira Apas foram elaborados mais
de 300 checklists personalizados com suges-
tões customizadas e 201 empresas buscaram
se aprofundar no tema ao participar dos workshops. Houve 19 atendimentos Thiago
personalizados na Consultoria de Gestão e foram publicadas 11 reportagens, Augusto
de janeiro até outubro, além de efetivadas outras dezenas de ações com Poder Ortega
Público, associações e entidades de responsabilidade social. Pietrobon:
Segundo o integrante do Comitê de Sustentabilidade da Apas, Thiago Au- Apas tem
gusto Ortega Pietrobon, a instituição espera com o 5º Prêmio Fecomercio de investido
Sustentabilidade chancelar, com associados e mercado, seu papel como disse- na promoção
minadora de práticas ecológicas no segmento. “O reconhecimento pelo tra- de melhores
balho, além de indicar que estamos no caminho certo, garantirá ampla di- práticas
vulgação e intercâmbio de informações com interessados que, certamente, entre os seus
acessarão o conteúdo dos projetos.” associados
Pietrobon conta que a Apas trabalha na definição de metas e objetivos para os de todos
próximos três anos. Além de atuar na manutenção dos trabalhos em economia os portes.
de energia, água e resíduos, ampliará as ações para outros temas, como o levan-
tamento e a redução de emissões de gases de efeito estufa do setor. [filipe lopes] foto:divulgação
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Negócio e responsabilidade
socioambiental
Sebrae-PE adota ações sustentáveis na organização
de feira de empreendedorismo

todo evento de grande porte, mesmo realizado em curto período, exige empre-
go de recursos naturais de valor considerável, além de gerar grande quantidade
de resíduos sólidos. Para minimizar esse impacto, a equipe do Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco (Sebrae-PE)
implementou iniciativas ambientalmente adequadas para organizar a Feira do
Empreendedor, realizada entre os dias 8 e 11 de outubro de 2014, em Olinda (PE).
Para tanto, uma equipe cuidou do projeto de responsabilidade socioam-
biental que incluíam escolha de um local com fácil acesso a transporte públi-
co; implantação de bicicletários na feira; planejamento para minimizar gastos
com água, luz e materiais impressos; ações de
bem-estar (como massagem e lanches sau-
dáveis) para o público; e até biblioteca digital
com venda de livros em pen-drives.
Gabriela Vieira Segundo Gabriela Vieira de Melo, gestora
de Melo: Sebrae- da Feira do Empreendedor 2014, o Sebrae-PE
PE tem a missão tem a “missão de difundir questões de respon-
de difundir sabilidade ambiental, e esse evento é a grande
questões de vitrine para tratar do tema com seus clientes”.
responsabilidade As ações de responsabilidade socioam-
ambiental biental já são inerentes ao porte da feira que,
além de estimular práticas sustentáveis, têm
foto:divulgação como objetivos principais oferecer capacita-
ções, palestras e orientação empresarial, e
movimentar a economia local.
“Trata-se de uma ocasião ímpar, com um
conceito diferenciado de proporcionar chan-
ces de negócios e geração de emprego e ren-
da. Ele foi criado para estimular a capacitação
de empreendedores e disseminar a cultura
empreendedora local”, diz Gabriela. Atual-
mente, o segmento de micros e pequenos ne-
gócios representa 98% das empresas de Per-
nambuco e movimenta 20% do PIB estadual.
Com um público visitante de aproxima-
damente 20 mil pessoas, a Feira do Empre-
endedor gerou 60 tendências de oportuni-
dades para o segmento e uma expectativa
de negócios de quase R$ 5,1 milhões (durante
e após o evento). [sheila calgaro]
finalistas | entidade empresarial | 36 & 37

Sustentabilidade
na palma da mão
Aplicativo para celular mapeia empresas e práticas sustentáveis
mais próximas e inclui vantagens como descontos em compras

aproximar empresas com práticas ambien-


talmente adequadas e consumidores foi a
motivação que deu origem ao aplicativo para
smartphone do Instituto Ingages – Rede de In-
centivo ao Engajamento Sustentável. A novi-
dade, em fase de teste e também disponível
em website, utiliza tecnologia de geolocaliza-
ção para mapear uma rede verde: desde em-
presas que comercializam produtos ou servi-
ços ecológicos até entidades que promovam
atividades física, mental e intelectual. Ainda
inclui estações de transporte público e com-
panhias de tratamento de água e esgoto afi-
nadas com essa perspectiva sustentável.
A ferramenta trabalha com quatro catego-
rias: atividades, consumo, descarte e serviços.
Para participar do aplicativo, o interessa-
do precisa se cadastrar no guia Ingages com
e-mail e senha e permitir que o sistema acesse sua localização por GPS. Serão Gabriel
exibidos todos os endereços próximos que ofereçam soluções ambientalmente Sorrentino, João
adequadas – como o consumo consciente e colaborativo de produtos. Paulo Gagliardi
No aplicativo, é possível visualizar o perfil do usuário, ranking (que sobe e Frederico
toda vez que utiliza algum serviço sustentável), agenda de eventos, atividades Winkler de
sustentáveis realizadas, entre outras informações. Figueiredo,
Para o sócio-diretor da Ingages, Frederico Winkler de Figueiredo, a ideia é do Instituto
gerar interação entre empresas e estabelecimentos que protagonizam inicia- Ingages – Rede
tivas sustentáveis para a população. “A ferramenta ainda está em versão de de Incentivo
teste. Mas esperamos atrair investidores e mentorias para torná-la completa, ao Engajamento
com feed de notícias que mostra os passos dos usuários no aplicativo, possibi- Sustentável
litando o compartilhamento de informações nas redes sociais. A ação poderá
associar-se com empresas e dividiremos o valor do compartilhamento (algo foto:divulgação

em torno de R$ 0,50 por compartilhamento) entre a companhia e o aplicativo”,


diz Figueiredo. A ferramenta trará ainda um Clube de Vantagens, em que os
pontos acumulados pelo usuário poderão ser trocados por descontos em ser-
viços que respeitem o meio ambiente. [filipe lopes]
órgão
público
Organizações integrantes da administração
direta ou indireta, nos Três Poderes, nas
esferas federal, estadual ou municipal, que
exerçam atividades ligadas aos interesses
do varejo, de sua cadeia de valor ou do
consumidor de produtos ou serviços
vencedor | órgão público | 37 & 39

A boa gestão do lixo


Cidade de Ibirarema regulariza aterro sanitário
e otimiza destinação sustentável dos resíduos locais

a gestão e a destinação corretas de resíduos se


tornaram bandeira sustentável da cidade de Ibi-
rarema, no interior de São Paulo. Com o programa
Ibirarema Lixo Mínimo – Adote essa ideia, o muni-
cípio vem desenvolvendo ações em prol do meio
ambiente, respeitando a Política Nacional de Resí-
duos Sólidos (PNRS), definida pela Lei nº 12.305/10.
Para direcionar as ações nesse sentido, a ci-
dade criou um Código Municipal de Meio Am-
biente, com planos de gerenciamento para co-
leta seletiva e destinação correta de itens como
eletrônicos, óleo de cozinha e resíduos de cons-
trução civil, além de adotar uma política de com-
pras e licitações sustentáveis.
“O objetivo era regularizar o funcionamento
do Aterro Sanitário Municipal pelas normas estabelecidas pela Companhia Por mês, 200
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com implementação de uma po- toneladas de
lítica de médio e longo prazos, visando reduzir a geração e definindo a des- resíduos da
tinação adequada de todo resíduo sólido gerado pela Administração Pública construção civil
Municipal e da comunidade como um todo”, explica o assessor de gabinete da têm destinação
Prefeitura de Ibirarema, Allan Oliveira Tácito. correta
Com as estratégias colocadas em prática, a cidade já contabiliza números
relevantes: coleta de 500 litros de óleo de cozinha usado por ano; 200 tonela- foto:divulgação

das de resíduos da construção civil por mês; 10 toneladas mensais de coleta


seletiva; 20 toneladas anuais de eletrônico; 20 toneladas de pneus; e 2 tonela-
das anuais de resíduos do serviço de saúde.
O maior desafio de Ibirarema, hoje, é convencer a população a ter hábitos
mais sustentáveis. “Vivemos numa sociedade capitalista de consumo e esta-
mos impregnados com a cultura do descarte. Todo viés contrário a essa ideo-
logia causa impacto de resistência, cujo trabalho de conscientização será al-
cançado a médio e longo prazos”, indica Tácito.
A iniciativa vem sendo divulgada pelo Programa Município Verdeazul, da Se-
cretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e pelo Programa Agenda Am-
biental na Administração Pública, do Ministério do Meio Ambiente. [raíza dias]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Saneamento
básico exemplar
Penápolis é a única cidade brasileira com certificação internacional
em captação e tratamentos de água, esgoto e resíduo sólido

o município paulista de penápolis é exem-


plo em captação, tratamento e distribui-
ção de água; coleta, afastamento e trata-
mento de esgotos; e coleta, tratamento e
destinação adequada de resíduos sólidos.
O município é o único do País a contar, em
todo seu escopo de trabalho, com o certi-
ficado NBR ISO 9001, conjunto de normas
que padroniza serviços ou produtos. A
prestação de serviços de saneamento bá-
sico é feita pelo Departamento de Água e
Esgoto de Penápolis (Daep). “A certificação
garante a evolução contínua de nossos
processos. Essa prática tem como conse-
quência a melhoria dos serviços prestados
a toda população”, indica a diretora-presi-
Departamento dente do departamento, Silvia M. Shinkai de Oliveira.
de Água e Isso tudo se deve ao projeto Aplicação dos Princípios Fundamentais do Vare-
Esgoto de jo na Prestação dos Serviços de Saneamento Ambiental do Município de Pená-
Penápolis: polis-SP. Ele representa a missão do departamento com objetivos e metas para
certificado melhoria contínua, visando o bem-estar da sociedade por meio de serviços de
NBR ISO 9001 qualidade e com preço justo, não abrindo mão da transparência na gestão.
garante bom Segundo Silvia, um dos benefícios dessa prática é que, apesar do cenário de cri-
atendimento se hídrica atual, a cidade tem enfrentado o período sem sofrer com a falta d’água.
à população “Esta situação é consequência do planejamento dos investimentos na recupera-
ção e preservação da mata ciliar da bacia hidrográfica do rio que abastece o muni-
foto:divulgação cípio, bem como investimentos na reserva de água potável. O principal resultado é
a prestação de serviços de saneamento de forma eficiente e sustentável”, explica.
A prática tem sido bem vista por outros órgãos públicos que, segundo o
Daep, visitam a cidade com frequência para tentar replicar a prática de ges-
tão. Entre as ações desenvolvidas no município estão um rigoroso controle de
qualidade da água, conscientização da população com atividades no Centro
de Educação Ambiental (CEA), busca por fornecedores compromissados com a
sustentabilidade e participação popular na gestão. [raíza dias]
finalistas | órgão público | 40 & 41

Centro de
conscientização ambiental
Cidade mineira cria espaço para desenvolver ações
educativas e fomentar a sustentabilidade local

para fortalecer políticas públicas, projetos e programas com viés ecológico,


a cidade de Itabirito (MG) montou um Centro de Educação Ambiental (CEA)
destinado a fortalecer a sustentabilidade local, vinculado à Secretaria Muni-
cipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Seman). As ações de-
senvolvidas no espaço fazem jus ao nome, como explica a assessora de gestão
e planejamento da Seman, Fádua Gisele Silva. “O Centro de Educação Ambien-
tal atua como espaço gerador de conhecimento, experimentação pedagógi-
ca, disseminação e divulgação de saberes relativos às questões ambientais. O
espaço desenvolve ações de educação ambiental para estimular não somente Centro de
crianças, mas também jovens e adultos, a experimentar novas abordagens, Educação
que chamamos de sustentabilidade.” Ambiental de
Em atividade há sete anos, o centro já mostrou resultados positivos para a Itabirito: espaço
cidade. A coleta seletiva e a destinação adequada dos resíduos aumentaram desenvolve
de 3% para 41%. Além de a conscientização ambiental ter sido disseminada, ações de
ainda há exercícios dos escoteiros no Parque Ecológico da cidade, apoio técnico educação
às associações de catadores, círculo de palestras, cineminha ambiental, férias ambiental
no parque, oficinas de compostagem e demais atividades que envolvam em-
presas e sociedade. Outra ação representativa adotada pelo centro foi o Berçá- foto:divulgação

rio Verde, programa que doa uma muda nativa para cada bebê recém-nascido,
incentivando os pais a plantar e acompa-
nhar o crescimento do filho e da árvore. Já
foram mais de 40 mil mudas distribuídas.
“A meta do CEA é expandir cada vez mais
os conhecimentos multidisciplinares, usando
tecnologias de baixo impacto ambiental. Mas
o mais importante é a participação popular de
maneira efetiva, que transformou Itabirito em
uma cidade arborizada, com destino correto
dos seus resíduos sólidos, tratamento de esgo-
tos, juventude educada para ser sustentável e
responsável, afastando-a da criminalidade e
com redução também dos atendimentos mé-
dicos emergenciais”, aponta Fádua. [raíza dias]
Professor
Professores universitários que atuem
em escolas de nível superior
vencedor | professor | 41 & 43

Selo agrega valor


à cadeia de calçados
Certificação é concedida às empresas alinhadas com os quatro pilares
da sustentabilidade: ambiental, econômico, social e cultural

para fazer frente à concorrência global, principalmente a chinesa, a in-


dústria de calçados nacional procura agregar valor ao seu produto por meio
da inovação e da sustentabilidade. É nesse último quesito que entra o Progra-
ma Origem Sustentável, um selo desenvolvido pela Escola Po-
litécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).
Desde 2013, a certificação é concedida a corporações do se-
tor de calçados e seus componentes que estejam alinhadas
com os quatro pilares da sustentabilidade: ambiental, eco-
nômico, social e cultural, por meio de selos, nas categorias
Branco, Prata, Ouro e Diamante. “Cerca de cem empresas já
aderiram ao programa, que nasceu para fortalecer a cadeia
produtiva calçadista e ampliar a competitividade do Brasil”,
diz a professora Tereza Cristina Carvalho, responsável pelo
projeto e coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade
em Tecnologia da Informação e Comunicação (Lassu) da USP.
O programa promoveu maior engajamento das companhias
nacionais do segmento com a questão, o que resultou na am-
pliação das oportunidades no mercado de exportação.
Outro benefício do selo é a garantia de vinculação das em-
presas brasileiras com iniciativas internacionais de sustenta-
bilidade, como Sustainable Apparel Coalition (SAC), Biocalce,
Dow Jones Sustainability Index e ISE-BM&FBovespa, entre outras. Adicional- Tereza Cristina
mente, foi desenvolvido software para autodiagnóstico, que permite à com- Carvalho:
panhia verificar se atende às exigências do selo e que também serve de apoio selo garante
no processo de auditoria para obtê-lo. a vinculação
As principais contribuições desse trabalho são ganhos socioambientais, as- de empresas
sociados aos processos de certificação, desenvolvimento de indicadores ade- brasileiras
quados às necessidades da indústria de calçados no Brasil e apresentação de com iniciativas
método para o desenvolvimento de sistemas semelhantes para outros setores. internacionais de
A iniciativa é fruto de parceria entre a Associação das Indústrias de Calça- sustentabilidade
dos (Abicalçados), a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para
Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal), o Departamento de Engenharia de foto:divulgação

Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP e o Massachu-


setts Institute of Technology (MIT). [rachel cardoso]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Reciclagem que
gera alimento e renda
Projeto em Mossoró (RN) capacita catadores de lixo para reaproveitar
resíduo orgânico no cultivo de horta em canteiro comunitário

reaproveitar resíduos orgâ-


nicos e complementar a ren-
da de catadores de lixo. Esse é
o propósito do projeto Agri-
cultura urbana ecológica e
segurança alimentar, desen-
volvido em Mossoró (RN) pelo
professor da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido
(Ufersa), Nildo da Silva Dias.
Com capacitação sobre
compostagem de lixo e agri-
cultura urbana, o programa
permitiu que catadores da
Associação Comunitária Re-
Professor ciclando para Vida (Acrevi) transformassem os resíduos em húmus, utilizado
Nildo da para adubação orgânica de hortaliças produzidas em canteiros comunitários
Silva Dias, na instituição. “Percebemos a felicidade e a satisfação estampada no rosto
da Ufersa: dos participantes quando começaram a colher os frutos com a venda de ver-
compostagem duras, mudas e composto orgânico”, destaca o professor finalista.
de lixo e Resíduos sólidos, como garrafas PET, pneus e baldes plásticos, também ga-
agricultura nharam utilidade nesse projeto, servindo para cultivar plantas medicinais,
urbana frutíferas, tomate e outras culturas. “Essa ação tem um impacto muito gran-
de na construção de uma proposta sustentável de produção de alimentos sau-
foto:divulgação dáveis em áreas urbanas e periurbanas dos municípios”, afirma Dias.
A iniciativa investiu na conscientização sobre segurança alimentar e nutri-
cional e planeja dar novos passos. “Estamos ampliando a proposta com a criação
de um local para cultivar plantas ornamentais e o desenvolvimento de um pro-
jeto paisagístico. Além de valorizar e dar vida à associação, será uma forma de
impedir que espaços vazios se tornem depósitos de lixo”, explica o idealizador.
As ações de agricultura urbana com os catadores de Mossoró têm desper-
tado o interesse de outras instituições, que se mostraram interessadas em se-
guir o exemplo e tornar útil o resíduo orgânico que iria para o lixo. “Pretende-
mos conseguir outras parcerias que possam ampliar e replicar nossa ideia”,
conclui Dias [raíza dias].
finalistas | professor | 44 & 45

Lixo pode ser


reaproveitado e lucrativo
Escola Politécnica da USP capacita catadores para reciclar eletroeletrônicos
e multiplica por 15 o rendimento médio de cada um

voltado à capacitação de catadores de Brasília,


Salvador, São Paulo e Recife, o projeto Lixo eletrô-
nico e responsabilidade socioambiental foi de-
senvolvido pelo Laboratório de Sustentabilidade
(Lassu), da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (Poli-USP), em parceria com o Instituto
GEA – Ética e Meio Ambiente.
Coordenada por Tereza Cristina Carvalho, a ini-
ciativa leva aos trabalhadores o treinamento téc-
nico para a reciclagem de resíduos eletroeletrôni-
cos (REE), ensinando como deve ser feita a coleta
segura e o processamento adequado dos compo-
nentes. A intenção é evitar a contaminação dos
indivíduos e do meio ambiente, além de aumen-
tar a renda das cooperativas com essa atividade.
Durante a capacitação, os participantes recebem noções básicas sobre mi- O descarte
croinformática e reciclagem do material recebido, que inclui desde aparelhos correto de
de TV a computadores, impressoras, celulares e baterias. Com o curso, eles materiais
têm uma visão geral sobre o funcionamento dos equipamentos, aprendendo tóxicos
a realizar testes para diagnosticar se ainda podem ser postos em funciona- evita graves
mento. Em caso de inoperância, os coletores são orientados a desmontá-los problemas de
com segurança, além de separar e classificar seus componentes adequada- saúde pública
mente e, assim, permitir a reciclagem.
foto:marcos
O descarte correto de materiais tóxicos permite evitar graves problemas santos/usp
de saúde pública. Além desse benefício coletivo, o projeto levou aos catado- imagens

res uma rotina de trabalho mais saudável e ampliou os seus ganhos, multi-
plicando por 15 o rendimento médio de cada um.
“No Brasil, pouco ainda se olha para essas questões, o que é bastante compli-
cado, uma vez que os recicladores não estão num nível homogêneo de aprendi-
zado”, destaca Tereza Cristina. “Por outro lado, esse trabalho é muito gratifican-
te, porque eles também têm muito a nos ensinar.” [rachel cardoso]
estudante
Alunos regularmente matriculados
em cursos de graduação, pós-graduação
e outros; lato sensu ou stricto sensu,
em qualquer fase
vencedor | estudante | 45 & 47

Verde que brota e


se espalha na cidade
Projeto reúne alunos de dois centros universitários e propõe ampliação
da produção e venda de alimentos orgânicos em São Paulo

a agricultura urbana (au) está


presente majoritariamente em
duas regiões da cidade de São
Paulo: nos extremos das zonas
leste e sul, em propriedades ru-
rais que abastecem feiras livres e
outros comércios. A proposta de
seis alunos do Grupo de Estudos
em Agricultura Urbana (GEAU),
que conta com integrantes das
Faculdades de Administração da
Fundação Getulio Vargas (FGV),
Medicina, Saúde Pública, Geo-
grafia e Ciências Ambientais da
Universidade de São Paulo (USP),
é expandir essa prática para ou-
tras regiões e ampliar as opções
de produtos mais saudáveis.
Estudos demonstram os benefícios da AU para a economia local, meio am- Grupo de
biente e saúde da população, pois os alimentos não sofrem a ação dos agro- Estudos em
tóxicos. Entre os argumentos expostos pelo grupo no projeto está a possibi- Agricultura
lidade de a Agricultura Urbana utilizar parte do lixo orgânico da cidade para Urbana:
adubação, evitando atrair vetores de doenças. Outro ganho seria a facilitação Guilherme Reis
da distribuição dos produtos, pela proximidade das áreas de consumo, redu- Ranieri, Giulia
zindo o custo com transportes e a emissão de poluentes. Giacché, Lya
Segundo Lya Cynthia Porto de Oliveira, que integra o grupo, a expectativa Cinthia Porto
é que a participação no Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade traga mais de Oliveira,
evidência para o tema. “Acreditamos que nosso projeto ajuda a entender a Gustavo Nagib,
importância da agricultura na cidade e que ela pode trazer impactos posi- Luís Fernando
tivos na economia, no meio ambiente, na sociedade, na educação e até no Amato-Lourenço
paisagismo, além de mostrar que é possível uma nova relação dos alimentos e Angélica
com o espaço urbano. A Agricultura Urbana está acontecendo em São Paulo, Campos
mas muita gente ainda não sabe, e essa é uma atividade que pode tornar o Nakamura
município mais verde e sustentável, além de possibilitar a geração de renda,
tanto na produção como na comercialização”, diz, ressaltando que a proposta foto:divulgação

não é substituir a agricultura tradicional de alta produção, mas tornar possí-


vel uma segunda opção. [filipe lopes]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Transporte público
modificado e ágil
Estudo propõe integração e ampliação de malha viária, calçadas
e ciclovias para reduzir em 40% o tempo gasto na viagem de ônibus

assim como outras metrópoles, São Paulo sofre com problemas de


trânsito, poluição do ar, insuficiência de transporte público e ciclo-
vias, além de calçadas esburacadas. Com o objetivo de propor saídas
para a mobilidade urbana na capital paulista, a aluna da Universida-
de de São Paulo (USP), Melissa Belato Fortes, mostra em seu estudo a
viabilidade de sistemas viários e outras alterações na infraestrutura
que não poluem o meio ambiente e melhoram o cotidiano dos ha-
bitantes. Para aplicar os modelos ideais, que podem atender outras
regiões do município, Melissa utilizou o bairro da Barra Funda, na
zona oeste.
Após análise das características da região, que conta com mais de
14 mil habitantes e densidade populacional de 25,68 hab/ha, ficou
evidente que o espaço destinado aos veículos particulares era muito
maior do que o do transporte público. Outra constatação foi a de que
as vias não atendiam aos pedestres.
A proposta de Melissa aumentaria a acessibilidade da região, com
Melissa Belato prioridade para os coletivos, implantação de ciclovias, calçadas, além de recu-
Fortes: proposta perar córregos e integrações com o Rio Tietê. O levantamento propõe expan-
aumentaria a dir em 15 vezes a malha de ciclovias e em 42% os caminhos para pedestres. Em
acessibilidade relação ao ônibus, a criação de faixas de ultrapassagem e aumento da baia de
da região, com parada reduziria em 40% o tempo médio do trajeto. A velocidade média dos
prioridade coletivos passaria dos atuais 15 km/h para 25 km/h.
para os A intenção, segundo a autora, é demonstrar a importância de se conside-
coletivos, rar planos de integração modal para áreas de grande densidade populacional,
implantação o que proporcionaria maior convívio social e melhoria da qualidade de vida.
de ciclovias e “Creio que a participação no Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade ajudará
calçadas. na visibilidade do estudo e na disseminação dos conceitos, o que pode promo-
ver o aprofundamento das análises e viabilizar a aplicação das ideias em no-
foto:divulgação vos projetos urbanos”, afirma. [filipe lopes]
finalistas | estudante | 48 & 49

Destino ecológico
para óleo de cozinha
Projeto de estudantes cria reator portátil e de baixo
custo que consegue acelerar a produção de sabão

um litro de óleo de cozinha usado


tem a capacidade de poluir um mi-
lhão de litros de água, segundo a Fun-
dação SOS Mata Atlântica, o que pro-
voca um dano ambiental indiscutível.
Mas, para um grupo de estudantes de
Engenharia Química, da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM),
o problema gerou uma oportunidade
de negócio, baseada em ação susten-
tável, já que o óleo sujo é a matéria-
-prima para a fabricação do sabão.
Os pesquisadores decidiram, en-
tão, otimizar esse processo, criando um reator portátil e de baixo custo, batiza- Reator portátil
do de Projeto Sabão. A estimativa dos estudantes é que o equipamento tenha desenvolvido
valor médio de R$ 150 para ser adquirido por terceiros. “Há um agitador em seu por estudantes
interior, que faz com que a mistura fique homogênea. As paredes são de aço da Universidade
inox, suportando uma grande gama de reagentes químicos sem oxidar. Pode- Federal do
-se controlar a temperatura caso necessário, além de ser possível variar a altu- Triângulo
ra do agitador”, explica um dos acadêmicos pesquisadores, Rubens Abdanur. Mineiro
Antes de construir a tecnologia, a produção era mais lenta. Segundo a equi- transforma
pe, era possível misturar pouco mais de 1 litro de reagentes ao mesmo tempo. óleo de cozinha
Com o equipamento, o volume saltou para 30 litros. usado em sabão
O Projeto Sabão procura, hoje, parceiros que forneçam a matéria-prima
para fabricar o produto. “Buscamos lanchonetes, restaurantes e estabeleci- foto:divulgação

mentos que sirvam fast food, ou seja, lugares nos quais se consome grande
volume de óleo de cozinha. E assim pretendemos contribuir com o meio am-
biente, recolher esse resíduo em potenciais contaminadores e transformando-
-o em sabão”, indica Abdanur.
Os planos do Projeto Sabão estão bem desenhados. “A intenção é capacitar
os alunos do curso da UFTM, com algo prático fora da sala de aula para que
continuem o projeto. Também queremos conscientizar a comunidade do en-
torno e, claro, vender o sabão produzido”. [raíza dias]
reportagem
impressa
Trabalhos jornalísticos de autoria de
um ou mais jornalistas, apresentados
em língua portuguesa e publicados
em veículo impresso
vencedor | reportagem impressa | 49 & 51

Na pauta, avanços e
desafios do orgânico
Série de reportagens publicada no Diário do Nordeste mostrou
o crescimento do mercado e fraudes na certificação

em 2013, o repórter melquíades júnior publicou,


no Diário do Nordeste (CE), uma série de reporta-
gens intitulada “Viúvas do Veneno”, sobre espo-
sas de trabalhadores rurais mortos por contato
direto com agrotóxicos. A denúncia teve forte re-
percussão nacional e motivou o jornalista a mos-
trar o outro lado desse cenário, aquele da agricul-
tura orgânica e agroecológica. Nesse contexto,
nasceu a série investigativa “Orgânicos na Mesa”.
Foram três reportagens, publicadas em maio
deste ano, que abordaram o crescimento desse
mercado no País e a relação com saúde e susten-
tabilidade, além das fraudes na certificação.
“O que mais me espantou foi ver uma empre-
sa falsificar a certificação e vender, há anos, para
três grandes redes de supermercados, sendo
dois de abrangência nacional”, diz Melquíades, que fez uma profunda investi- Melquíades
gação sobre a ausência de fiscalização no segmento. Júnior: o
Na primeira reportagem, foram divulgados dados e informações gerais so- que mais me
bre o crescimento do consumo e da produção verde no Brasil, e um levanta- espantou foi ver
mento sobre a venda sem certificação. A segunda abordou a reconstrução da uma empresa
terra: mulheres que se tornaram protagonistas das lavouras, escolas agroeco- falsificar a
lógicas e a história de regiões antes secas e hoje produtivas. A última edição certificação
trouxe maneiras de driblar os desafios da colheita, a relação orgânicos/saúde e vender, há
e a distância entre realidade e projetos do governo. anos, para três
O repórter recebeu elogios de órgãos como FioCruz e dos ministérios do De- grandes redes de
senvolvimento Agrário e da Agricultura, além de ter sido um dos finalistas do supermercados
5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade. Para Melquíades, “a indicação para
a disputa ajuda a legitimar o esforço dos jornalistas em busca de boas repor- foto:divulgação

tagens. Ao trazer sustentabilidade em seu nome, a iniciativa dá conta da im-


portância de tratarmos, desde as redações, de trabalhos que busquem a res-
significação do meio ambiente em seu conceito mais amplo”. [sheila calgaro]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Em busca de um cotidiano
menos poluído
Jornal de Brasília aborda danos da emissão de gases pelos veículos
automotores e mostra a necessidade de repensar sua utilização

“para reinventar a roda” faz parte de uma série


de reportagens publicadas em agosto deste ano
pelo jornal Correio Braziliense. O material aborda
as várias formas de amenizar o efeito da poluição
dos carros e enfatiza os interesses econômicos da
indústria automobilística, a satisfação dos passa-
geiros e consumidores, além da saúde ambiental.
Em um mundo no qual o transporte rodovi-
ário responde por mais de 70% da emissão de
poluentes da última década, o homem precisa
reinventar seu cotidiano. “Foi bem difícil definir
o recorte que pudesse resumir um tema tão com-
plexo e amplo. Poluição urbana é problema anti-
go, e que afeta, invariavelmente, a vida de todos.
Certamente, não acreditamos que o nosso conte-
údo finaliza a questão, mas esperamos que sirva
de incentivo para um debate que não deve se en-
Da esquerda cerrar tão cedo”, explica a jornalista Vilhena Soares Alves, que produziu a repor-
para a direita, tagem junto com Roberta Machado e Isabela Vieira.
Isabela Vieira, Repleta de informações, dados e infográficos, a série está dividida em três
Roberta partes. A primeira traz pesquisas que comprovam que o segmento do trans-
Machado e porte é o grande responsável pela emissão de bilhões de toneladas dos gases
Vilhena Soares, causadores do efeito estufa no mundo. Na segunda, são abordadas as evolu-
autoras da série ções tecnológicas implementadas pela indústria automobilística, que produz
“Para reinventar modelos cada vez menos poluentes, e os avanços da legislação, entre os quais
a roda” o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve),
coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
foto:divulgação rais Renováveis (Ibama). A última mostra como pesquisadores brasileiros se
destacam na busca por combustíveis menos danosos.
“A iniciativa da FecomercioSP pode trazer credibilidade e reconhecimento
para a imprensa que foca o tema. Ao falar de sustentabilidade e de questões
urbanas, unimos a realidade do público com a análise científica, que acredita-
mos ser valiosa para a solução”, diz Vilhena sobre a importância do 5º Prêmio
Fecomercio de Sustentabilidade. [sheila calgaro]
finalistas | reportagem impressa | 52 & 53

Alicerce para os
avanços ecológicos
Reportagem de revista de Santa Catarina resgata a história da
terra, discute a valorização e as melhores práticas para uso do solo

quando o assunto é meio ambiente, são raras as reportagens que abordam a


importância do solo, base para a produção de alimentos. Foi com essa motiva-
ção que a jornalista Greici Audibert, repórter da Revista Flash VIP, distribuída
em Santa Catarina, escreveu no fim do ano passado “Terra Viva – A relação do
homem com o solo e um retorno às origens da humanidade”.
O tema não poderia ser melhor, em razão da forte influência que ela e os Greici Audibert:
demais moradores da cidade de Chapecó (SC), no interior do Estado, têm da conservar e
cultura agrícola. “Sempre tive a ideia de que a terra é algo maior. A começar valorizar são
pelo fato de que a natureza e os alimentos surgem do chão, que ganha um sig- fundamentais
nificado ainda mais amplo quando relacionado com a ideia de cultura, povos para a preservação
e território. É uma espécie de alicerce da vida terrestre”, diz. do meio ambiente
Por meio de entrevistas com pesquisadores de todo o Brasil e informações e sustentabilidade
de estudos e artigos, Greici constrói uma retrospectiva do tema, que remon- do planeta
ta à origem dos primeiros seres vivos. O trabalho inclui ainda a relevância
do tema para as crenças dos povos ancestrais e alcança o uso indiscrimina- foto:divulgação

do durante a Revolução Verde. E finaliza com os


debates atuais sobre os movimentos de susten-
tabilidade e slow food. Cita também coletivos
que disseminam seu valor, como o Pitanga Rosa
(formado por mulheres camponesas que divul-
gam a importância do consumo dos alimentos
do solo e de ervas medicinais) e o Carpindo um
Lote (grupo de amigos da área urbana que tem a
intenção de se reconectar ao elemento).
Terra Viva foi publicada em um momento
oportuno: a Organização das Nações Unidas
(ONU) declarou 2015 o Ano Internacional do
Solo. Além disso, a sociedade vive um cenário
intenso de debates e movimentos em torno do
assunto. “Conservar e valorizar são fundamen-
tais para a preservação do meio ambiente e sus-
tentabilidade do planeta”, conclui Greici, que
também vê a reportagem como fonte de discus-
são em escolas e universidades. [sheila calgaro]
reportagem
rádio/tv
Trabalhos jornalísticos de autoria de
um ou mais jornalistas, apresentados
em língua portuguesa e publicados
em emissoras de rádio ou TV
vencedor | reportagem rádio/tv | 53 & 55

Energia produzida
com o lixo
Série de reportagens da BandNews FM Brasília detalha o imenso
potencial do biogás para a geração de eletricidade

já parou para pensar que o lixo pode ser uma das


soluções para a crise energética no Brasil? A cha-
ve está na decomposição de resíduos sólidos, que
gera o chamado biogás. Esse é o assunto abordado
pelos repórteres Isabel Mega Araújo e Leandro Ais-
lan, da BandNews FM Brasília, na série de repor-
tagem intitulada “Energia que vem do lixo”, veicu-
lada em abril deste ano. “Descobrir o tamanho do
potencial de algo que é descartado pelos brasilei-
ros todos os dias foi o mais surpreendente. É como
fazer do problema uma solução, justamente por
meio do biogás”, conta Isabel.
Com três episódios, a reportagem traz entrevis-
tas com especialistas de diferentes partes do Brasil.
O objetivo foi mostrar exemplos rentáveis do uso do
biogás como fonte de energia, apresentar modelos
que poderiam ser replicados em várias cidades bra-
sileiras e discutir a necessidade de diversificação da
matriz energética do País.
Na primeira matéria, os repórteres comparam o
problema do maior lixão a céu aberto da América
Latina, localizado a 15 quilômetros de Brasília, com o
exemplo de Guatapará, no interior de São Paulo. Nes-
te último, todos os resíduos gerados pelo município
são transformados em energia elétrica.
As soluções de países da Europa e da Ásia para aproveitar o biogás na matriz Leandro Aislan,
energética e as projeções do modelo para os próximos anos foram abordadas Rafael Santo (de
na segunda parte. E, no último episódio, foram discutidos os entraves para a pé), Isabel Mega
expansão da alternativa de produção de energia pelo biogás. Araújo e Rodrigo
O trabalho mostrou ainda que a solução representa menos de 1% da matriz Orengo (sentados):
energética no País, mas seu uso poderia evitar que 29 milhões de toneladas de potencial
gases de efeito estufa fossem liberados na natureza nos próximos 30 anos. “Não energético
há outra forma de garantir uma exploração consciente sem pensar em opções do biogás
que contemplem o benefício econômico e o ambiental. O País vive uma crise
energética, cujos sintomas poderiam ser amenizados com a aposta em alterna- foto:divulgação

tivas como o biogás”, diz Isabel. [sheila calgaro]


5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Nada se perde, tudo


se transforma
Reportagem mostra soluções inovadoras para a produção de óculos e
brinquedos com o aproveitamento de materiais que iriam para o lixo

quando a criatividade do design e a consciência ambien-


tal se encontram, o resultado pode ser uma solução inova-
dora. O jornalista André Trigueiro, repórter e editor-chefe
do programa Cidades e Soluções, da GloboNews, apresen-
tou na matéria Ecodesign na prática, em julho deste ano,
duas propostas em que a reutilização de materiais resulta
em produtos úteis, arrojados e até divertidos.
Na reportagem, Trigueiro mostrou um grupo de jovens
designers que produzem óculos com madeira de demoli-
ção. Tudo é feito artesanalmente, de forma personalizada
e com produtos 100% naturais. “Eu fiquei surpreso com a
proposta desses jovens, muito bem posicionados no mer-
cado com uma ideia criativa. Apresentam um produto não
só com apuro estético, mas que responde aos apelos de
um mundo que não quer mais pagar o preço da destrui-
ção ambiental”, lembra. A pequena fábrica já vendeu 1.500
unidades, e fabrica 200 óculos por mês.
Com uma dose de criatividade e outra de diversão, a
ideia de um empreendedor brasileiro que transformou
tampinhas de garrafas em brinquedos montáveis tam-
bém é abordada na mesma reportagem. Os pequenos
objetos podem se encaixar a peças de Lego e viram por-
André Trigueiro: ta-lápis, carrinhos, lustres e o que mais a imaginação permitir. A empresa,
reportagem mostrou premiada internacionalmente, é uma alternativa aos 350 bilhões de tampi-
a produção de nhas fabricadas por ano em todo o mundo. “O projeto das tampinhas é um
óculos com madeira case internacional, mas pouco conhecido aqui. A gente foi fiel à história de
de demolição um empreendedor, que teve uma ideia simples; mas na tecnologia as ideias
e brinquedos simples são as mais geniais”, conclui Trigueiro.
montáveis O trabalho repercutiu não somente entre os telespectadores do programa,
com tampinhas mas entre os consumidores: a venda dos óculos com madeira de demolição,
de garrafa por exemplo, multiplicou após a divulgação da reportagem. Além disso, essas
são iniciativas que podem ser desenvolvidas no mundo inteiro, em busca de
foto:divulgação um consumo mais sustentável. [sheila calgaro]
finalistas | reportagem rádio/tv | 56 & 57

Os prejuízos causados
pelas sacolinhas
Enquanto na Europa a meta é não ultrapassar o uso de 40 unidades
ao ano, em São Paulo, cada morador consome 700 nesse período

em abril deste ano, a Prefeitura de São Paulo sancionou uma lei para o uso
de sacolas plásticas, que passaram a ter 51% de sua composição derivada de
matéria-prima renovável, além de apresentarem cores diferentes para esti-
mular a reciclagem. A lei restringiu o uso do produto pelo consumidor, já
que muitos estabelecimentos comerciais começaram a cobrar por unidade.
A decisão gerou polêmica, mas se considerarmos que alguns países, como a
Alemanha, já possuem uma leia mais rígida, na qual é proibida a distribuição
gratuita, como fica a situação de São Paulo?
Foi dessa indagação que surgiu a reportagem Sacolas plásticas: compara-
mos Berlim e São Paulo, exibida em junho deste ano no programa Cidades e Sacolas plásticas:
Soluções, da GloboNews. “Normalmente a sacola é descartada no lugar erra- a repórter
do e da forma errada, e quem paga a conta somos nós. Quando é precificada, Cristiane Ramalho
você demanda do consumidor uma atenção que antes não havia. Você leva so- mostrou como a
mente o que precisa, ou pode reutilizar”, diz André Trigueiro, editor-chefe do Alemanha tenta
programa Cidades e Soluções. cumprir a meta de
A repórter em Berlim, Cristiane Ramalho, mostrou como a Alemanha tenta cortar o consumo
cumprir uma meta da União Europeia: cortar o consumo em 80% nos próximos em 80% nos
10 anos. Há exemplos de pessoas que trazem suas bolsas de casa, de estabele- próximos 10 anos
cimentos que não vendem produtos nem mesmo dentro de embalagens e até
da própria repórter, que faz compras de bicicleta com as do tipo reutilizáveis. foto:divulgação

Enquanto na Europa a meta é não ul-


trapassar o uso de 40 unidades ao ano,
em São Paulo, cada morador consome
700 nesse período. Para André Triguei-
ro, o uso desses itens não deve ser con-
siderado um direito individual, pois afe-
ta todo o meio ambiente. “No programa,
tentamos promover uma visão sistêmi-
ca: no caso, mostramos que esse não é
só um problema do varejo, é de todos. A
ideia foi disseminar a ética do cuidado, e
de um olhar mais generoso e mais atento
para a realidade que extrapola o indivi-
dual”, explica ele. [sheila calgaro]
reportagem
online
Trabalhos jornalísticos de autoria de um ou
mais jornalistas, apresentados em língua
portuguesa e publicados em veículo digital
vencedor | reportagem online | 57 & 59

Congestionamento
na periferia
Reportagem online mostra os desafios da mobilidade em bairros
carentes da Grande Recife, cheios de carros e sem infraestrutura

a jornalista roberta soares percorreu bairros da pe-


riferia da Grande Recife (PE) para trazer histórias, cená-
rios e diversos problemas de um tema que literalmente
“para” a região: a mobilidade urbana. A periferia trava-
da é uma reportagem multimídia com textos, fotos, ví-
deos, games e infográficos, que mostra a falta de infra-
estrutura dos subúrbios, potencializada pela ocupação
desordenada do espaço pelos automóveis. O trabalho foi
publicado pelo JCOnline e o NE10, portais de notícias do
Sistema de Comunicação Jornal do Commercio.
A reportagem mostrou que se a mobilidade é ruim
em bairros nobres, no subúrbio, frequentemente es-
quecido pelos gestores públicos, é ainda pior. A motiva-
ção para escolher o assunto surgiu do interesse pessoal.
“Sou setorista de mobilidade há mais de 12 anos e come-
cei a reparar que a imobilidade vinha aumentando nos
bairros da periferia, alimentada tanto pelo estímulo do
governo federal à compra de veículos, como pela ausên-
cia do poder público”, aponta Roberta.
O material traz relatos de motoristas de ônibus que
contam o estresse sofrido e as dificuldades ao locomo-
verem-se pelas ruas que se transformaram em terras
sem lei. Divulga histórias de moradores que se tornam
agentes de trânsito voluntariamente para minimizarem os problemas dos Roberta Soares:
congestionamentos, além dos fanáticos por carros – pessoas que possuem até reportagem
três automóveis na garagem por status. mostrou o caos
A reportagem também chama o leitor para interagir. Além de enquetes e info- no trânsito
gráficos (entre os quais, mostra-se o gasto mensal de um automóvel, que ultrapas- da periferia
sa R$ 800), há vários games, como o que convida o público a montar o bairro com pela falta de
a infraestrutura ideal; outro simula a quantidade de carbono que o carro libera infraestrutura
Com o trabalho, Roberta espera promover “uma mudança de hábitos. Tanto do
poder público, percebendo que a periferia precisa de atenção, quanto dos morado- foto:divulgação

res desses bairros ao exigir seus direitos; e dos moradores das áreas nobres para
que também cobrem ações para os locais mais carentes”. [sheila calgaro]
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

Por um país sem fome


No portal da Unesp, cinco especialistas detalham panorama
geral sobre segurança alimentar e nutricional

em julho e agosto deste ano, o portal do Instituto de Po-


líticas Públicas e Relações Internacionais da Universidade
Estadual Paulista (IPPRI/Unesp) publicou uma série de cin-
co entrevistas com especialistas em Segurança Alimentar
e Nutricional (SAN), que detalharam os esforços, em dife-
rentes frentes de atuação, para erradicar a fome no País.
A série foi idealizada, produzida e executada por Genira
Chagas Correia, que desenvolveu a pauta ao conviver com
a atuação intensa da Unesp quando o assunto é SAN.
Além de cursos de pós-graduação que incentivam pes-
quisas sobre o tema, a instituição também faz parte do
Programa de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricio-
nal da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). “Temos
muitos pesquisadores que trabalham com agroecologia e
segurança alimentar. É importante que a sociedade tome
conhecimento de que existe um imenso esforço de gover-
nos e sociedades científicas para que se acabe com a fome
no País”, justifica Genira.
As entrevistas abordam o panorama geral das políticas
Genira Chagas de SAN – que se baseiam no direito de todos ao acesso regular a alimentos de
Correia: existe qualidade, saudável, sustentável e que respeitem a cultura. Os pesquisadores
um imenso entrevistados alertam, por exemplo, sobre o perigo do desaparecimento de es-
esforço de pécies orgânicas, a importância sobre o uso de sementes crioulas (usadas na
governos e agricultura familiar, sem mudanças tecnológicas ou genéticas) que carregam
sociedades uma herança cultural e as mudanças que o agronegócio deverá passar frente o
científicas para crescimento da agricultura camponesa (ou familiar).
que se acabe A reportagem teve grande repercussão entre a comunidade científica e leiga,
com a fome com replicações em outros portais de notícias, principalmente acadêmicos. O
no País trabalho divulga políticas bem articuladas e pouco comentadas pela mídia.
São projetos e ações que, segundo Genira, defendem que toda a comida
foto:divulgação produzida, comercializada e consumida seja nutritiva. “Por isso, há o esforço da
preservação da variedade alimentar em contraposição à monocultura”, comple-
menta. [sheila calgaro]
finalistas | reportagem online | 60 & 61

Ganhos para o
bolso e a saúde
Reportagem de site sobre finanças pessoais mostra que viagens
de bicicletas são seis vezes mais baratas que as de automóvel

criado pelas jornalistas isaura daniel e isabela bar-


ros, o site As Poupadoras (www.aspoupadoras.com.br)
tem como objetivo, como o nome sugere, compartilhar
experiências entre leitores e ajudá-los na organização
das finanças pessoais. Na pauta, entram temas como o
da reportagem digital “Quem vai de bike gasta menos”.
Em tempos de discussão sobre mobilidade urbana
em São Paulo (SP), nada melhor que falar sobre este as-
sunto. “Estávamos em busca de uma pauta que unis-
se o tema do uso da bicicleta com o enfoque do nosso
site, que são as finanças. Então, resolvemos mostrar
que adotar a bike pode ser uma forma de economi-
zar, além dos benefícios vindos do fato de este ser um
meio de transporte sustentável”, explica Isaura.
Dados abordados na reportagem comprovam que
viagens de bicicleta são seis vezes mais baratas que as
de automóvel. Para exemplificar essas informações na
prática, as jornalistas contam a história de três pes-
soas que abandonaram o carro, e até mesmo o trans-
porte público, em nome de um estilo de vida que tem
a bike como protagonista. São cidadãos que optaram
por esse meio de transporte por diferentes motivos: seja economia financei- Isaura Daniel
ra ou de tempo, ideologia, saúde e qualidade de vida. Independentemente de e Isabela
objetivos particulares, todos eles, sem exceção, sentiram no bolso a despesa Barros: site
com locomoção ficar mais leve. As Poupadoras
Apesar de o site As Poupadoras não abordar exclusivamente o tema meio mostrou as
ambiente, Isaura e Isabela viram o potencial dessa matéria para concorrer ao vantagens de
5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade. “É uma oportunidade única, não usar a bicicleta
apenas por reconhecer o trabalho jornalístico, mas também por incentivar a no dia a dia
difusão de práticas sustentáveis que contribuam para que as pessoas vivam
mais e de forma melhor”, conclui Isaura, que recebeu vários comentários dos foto:divulgação

leitores agradecendo as dicas da reportagem [sheila calgaro]


5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

presidente 
Abram Szajman

superintendente 
Antonio Carlos Borges

coordenação geral
Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP

coordenação técnica
Fundação Dom Cabral

S U STE NTA B I L I DA D E
conselho•fecomercio-sp

Rua Dr. Plínio Barreto, 285


Bela Vista • São Paulo
11 3254-1700 • Fax: 11 3254-1650
www.fecomercio.com.br

editora | projeto gráfico   diretor de conteúdo André Rocha  •  editor Carlos  


Ossamu  •  repórteres Filipe Lopes, Rachel Cardoso, Raíza Dias e Sheila Calgaro •  revisão Flávia  
Marques, Luisa Soler e Paulo Teixeira  •  diretores de arte Maria Clara Voegeli e Demian Russo 
editora de arte Carolina Lusser  •  designers Renata Lauletta, Laís Brevilheri e Maria Fernanda Gama 
assistentes de arte Paula Seco, Cíntia Funchal e Vitória Bernardes  •  estagiário Yuri Miyoshi 
atendimento@agenciatutu.com.br  •  www.agenciatutu.com.br
finalistas | qual categoria | 62 & 63
5º prêmio fecomercio-sp de sustentabilidade

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