aos textos “Saúde, ambiente e desenvolvimento econômico na Amazônia”, “Saúde ambiental e desenvolvimento na Amazônia legal: indicadores socioeconômicos, ambientais e sanitários, desafios e perspectivas”, “território e territorialização: incorporando as relações produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde” e “Saúde na Amazônia: um modelo conceitual para a análise de paisagens e doenças” apresentados na disciplina de Saúde e Diversidade Sociocultural na Amazônia em Saúde do Curso de Mestrado Profissional em Ciências da Saúde, da Universidade Federal de Roraima - UFRR, para complementação da avaliação do semestre.
Professor: Prof.ª Dr.ª Marcos Antonio
Pellegrini
BOA VISTA, RR 2023
RESUMO
A saúde na Amazônia é um tema complexo, abordado em diversos
estudos e pesquisas. Nos textos sugeridos, podemos identificar pontos de convergência e divergência entre os autores no que diz respeito à territorialidade e sua relação com a saúde na região.
Confalonieri propõe um modelo conceitual enfatizando a importância de
compreender as interações entre os fatores ambientais, sociais e biológicos. O autor destaca a necessidade de uma abordagem integrada, que considere não apenas as características geográficas e ecológicas, mas também as dimensões socioculturais presentes no território. Essa visão ampliada permite identificar as relações de causa e efeito entre os aspectos ambientais e as doenças prevalentes na região.
Vicentin e Minayo, por sua vez, abordam a relação entre saúde,
ambiente e desenvolvimento econômico na Amazônia, com um estudo de caso de Porto Trombetas, alertando para os riscos do crescimento econômico sem o manejo adequado dos impactos da presença econômica do homem no ambiente amazônico. O impacto da presença humana em maior escala, o contato com vetores, e a modificação do ambiente natural são desafios para a prevenção de agravos de saúde, sendo fundamental a compreensão dos impactos socioambientais para a implementação de políticas que promovam o desenvolvimento sustentável.
Santos e Rigotto ressaltam a importância de tentar compreender o
território, incorporando as relações de produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde na Amazônia. As dinâmicas sociais e ambientais, além dos fatores geográficos, em um conceito de espacialidade humana, definem o território, influenciando diretamente a saúde das comunidades locais. Nesse contexto surge o Programa Saúde da Família, que deve funcionar com base nessa territorialidade expandida e priorizar os vínculos com as comunidades locais em toda sua abrangência. Viana, Freitas e Giatti discutem os desafios e as perspectivas relacionados à saúde ambiental e ao desenvolvimento na Amazônia Legal. Os autores destacam a importância de indicadores socioeconômicos, ambientais e sanitários para avaliar a situação de saúde na região.
Os autores concordam quanto à relevância da territorialidade na
compreensão dos desafios relacionados à saúde na Amazônia considerando as relações de causa e efeito entre os elementos presentes no território, sendo que cada um apresenta ênfase em diferentes variáveis. Enquanto Confalonieri enfatiza a importância da análise da relação entre as características das paisagens amazônicas e as doenças, Vicentin e Minayo alertam para os riscos do desenvolvimento econômico sem planejamento adequado de impactos, Santos e Rigotto destacam a relação entre trabalho, produção e ambiente, e Viana, Freitas e Giatti ressaltam a persistência de desigualdades socioeconômicas e dificuldades inerentes ao ambiente amazônico refletida nos índices de saúde.
A territorialidade é, portanto, um conceito fundamental para
compreender a complexidade dos desafios enfrentados na Amazônia. Ao considerar as interações entre os diferentes elementos presentes no território, é possível traçar estratégias mais eficazes para promover a saúde e o desenvolvimento sustentável na região. A análise integrada das dimensões territorial, ambiental, social e econômica é essencial para enfrentar os desafios específicos da Amazônia e permitir a construção de um futuro mais saudável e sustentável.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CONFALONIERI, U. E. C.. Saúde na Amazônia: um modelo conceitual para a análise
de paisagens e doenças. Estudos Avançados, v. 19, n. 53, p. 221–236, jan. 2005.
SANTOS, A. L.; RIGOTTO, R. M.. Território e territorialização: incorporando as
relações produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde. Trabalho, Educação e Saúde, v. 8, n. 3, p. 387–406, nov. 2010.
VICENTIN, G.; MINAYO, C. G.. Saúde, ambiente e desenvolvimento econômico na
Amazônia. Ciência & Saúde Coletiva, v. 8, n. 4, p. 1069–1085, 2003.
VIANA, R. L.; FREITAS, C. M. DE .; GIATTI, L. L.. Saúde ambiental e
desenvolvimento na Amazônia legal: indicadores socioeconômicos, ambientais e sanitários, desafios e perspectivas. Saúde e Sociedade, v. 25, n. 1, p. 233– 246, jan. 2016.
QUESTÕES:
1. As dificuldades geográficas inerentes à região amazônica seriam o
principal fator na definição de politicas públicas? 2. De que maneira poderíamos minimizar o impacto da atividade econômica na região, de forma a permitir a exploração da região com oferta de saúdem bem estar e qualidade de vida às populações locais, utilizando o conceito de territorialidade?