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OLSON EV TTL Ch imagens via satélite, mas nao pode subtrair a presenya dos corpos no convivio. Ao conceito de convivio, opomos a noo de tecnovivio, isto é aculturs viven- te desterritorializada por intermediagao tecnolégica, Podem-se distinguir duas Brandes formas de tecnovivio: 0 tecnovivio interativo (telefone, chat. mensagens de texto, jogos em rede, Skype etc). no qual se dé a conexéo entre duas ou mais pessoas: &0 tecnovivio monoativo, no qual nao se estabelece um didlogo de mse ‘dupla entre duas pessoas, mas a relagZo de uma pessoa com uma maquina ou ©om 0 objeto ou dispositive produzido por essa maquina cujo seracon Bung, se ausentou no espaco e/ou no tempo. 0 tecnovivio interativo sitetia ¥ ME ‘elagao bidirectional: homem 1- maquina ~ homem 2; 0 ‘monoativo sintetiza-se £m: homem 1~ maquina {homens} Terominones dios rio nteratvermonol6S © ee Esse segundo tipo de teenovivio & o proposto pelas tecnoloeis ier a livro. do cinema, da televisdo e do rédio. Vejaros um exemple: No Boece E 5 téenicos eo pablico se retinem convivialmente 08 encruzilbada tert aie temporal do presente por melo da presenca de seus compet Bo STANT ST 5 peta eer ec serte to corpo an ator evezusente LER po TEATRO DOs MonTOs . 129 { projero: nose rata de ura area postca, mas ista” o técnico que se limita a operar. minar “técnicorart No teatro. 0s corposdo aor, do técnico edo espectador participaridia mesm, zonade experiencia. Com sett riso, seu silencio ou suas] com tos. oespectadorinflui no trabalhodo ator teatral, constroia pe Ean rene ee ee na de experiéneia; e mais: 0 espectador sabe que 0 ator nao. onde ele realmente esta ou 0 que pode estar fazendo naqi aan ‘teatro é espaco e tempo compartilhados em uma mesma zona de afetacao, S tinica que éertada uma tinica vez ede forma dieenieentaScmege admite tecnovivialmente a multiplicagao de enlatados € apresentagdes, aspect: que faz que ele se entenda muito bem como mercado, mas que rompeo vineuly convivial ancestral. O espectador pode gritar para o ator de cit que vena tela, mas este nao esta alte, serene en See : ho mesmo espaco. ’ ‘0 =e ea sengadoreal nos corpos viventes, voltar ao Babel, Uma subjetividade arcaica, ¢m que se daa irmanacio de artistas, © expectodores, Uma subjetividade cada vez mais percebida, na medida em que seaumenta a experiéncia da tecnoyivialidade. essa regiao de inffncia anterior alinguagem, e que € fundamento da lingua- gem, que Morales vé expressa no choro universal dos bebés, e Molina, na vide ré-natal,e que perdura no homem durante toda sua existencia, justamente na ‘materialidade do corpo vivente, proxima a materialiciade territorial do universo. ‘Aexperiénaia do teatro permite que se perceba essa regiéo de infancia na vida adulta, cotidiana,na forga vital que é condigao de possibllidade da cultura vivente. Seo convivio faz repressar a in:fancia anterior a Babel e recorda a0 ater, 20 *éenico eao espectador que ainda sio in,fantes.otecnovivie Go esquerimento da ‘nfincta sua oculiagao, depas da apologia (de mercado) da explosdo linguistics ‘te Babel. Nem bem nem mal: dois paradigmas existenciais distintos. Para lustrar a opasigao entre convivioe tecnovivio, cto uma experiencia Pet Soil. iajanco de aviio dos Estados Unidos a Buenos Aires eu veje. multo de Pesto "mito pequena na telinna presa ao encosto da pltronaa mints frente 887276 ‘agele Smith, em um filme de cujo nome nao me recordo, Estou fascinado pelo ‘abatno dessa grande atiz que ja vjem devenas de fies, em papéls principal _ BE MRinca eel ao teatro, as noeiernbro d= seUONIS che | 246 Dos trowras.. 154 i diferente daquela que teria se atuasse apenas no teatro. "Apareco 24 Jogo existo’: « cultura da mediaticidade cresceu de forme income NS televisig litimos vinte anos. Paradoxalmente, 0 tecnovivio torna os corpos mais de oy reais maispregnantes eorganizadores do oar dos oUt. Anda que felnga te, isso néo valha para todo o mundo. Zen. 4)Para muitos espectadores, devido aos habitos tecnoviviaisinstalados pely nema, pea televisio, pelos megashows e pela visto de mercado, presenc, 4. tecnologia é associada ao poder de producao, e sua auséncla.a pobreza, fait, caréncia, ¢ nao a uma decisao poética ou politica. Um espectador, depois dee, istir a De mal en peor, de Ricardo Bartis, espetaculo de 0, pare vinte espectadores, observou: “Que vergonha um diretor tao importante, com . trajetdria de Barts, ter que trabalhar em uma sala to pequena e praticamente sem recursos tecnolégicos. Seré que ele nao pode arranjar um | pectador nao via no espetaculo a opeao daliberada de Burts por um espaco e uma linguagem nao tecnoldgicos, mas interpretava pottica resultava de caréncias econdmicas. A cultura de positivizacio do’ em alguns espectadores a ilusdo de que, quanto mais recu1 teatro ostentar, tanto melhor ele sera, Assim, leemno teatro nao poraquilo quecle €e queoconstitui em sua singularidade, mas por aquilo que ele deveria sere ; megashows. qi q | sebastian Roascio Goldar, Rafael Sucheras, Agus- o ‘instrumentos: vé-se a presenga deles transparentada_ ‘tamanho real, diferentemente do rosto e docorpo ‘continua ou fluxo de midia), efeito multimidia que na rede de computadores. Uma surpresa final revela -vivida por Mariana Bellati, estava mais perto do que ‘aatriz, em convivio com os espectadores, receberm o> no fim do espeticulo. hi pc tdsulotentarnes mostrarcomoo teatro pode entrarnosistems Vs) para que superer si PrO- a tatido cada um de seus signos ¢ estimulando-os ‘os cendries se quintupli- * Honteiras. Em Distancia. o espaco da sala se amplia¢

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