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Resumo Da Aula - Desenvolvimento de Roteiro Parte 1
Resumo Da Aula - Desenvolvimento de Roteiro Parte 1
DA IDEIA AO ARGUMENTO
Curso Online de Cinema - AULA 014
INTRODUÇÃO
Para que a ideia do roteirista se transforme em um roteiro finalizado, existem alguns passos
que podem ser seguidos.
Embora grande parte dos teóricos defenda a importância dos elementos do processo de
desenvolvimento, como storyline, argumento e escaleta, não existe uma regra exata sobre
quais passos o roteirista deve seguir,
Pode-se dizer que, no geral, os roteiristas trabalham de acordo com uma ordem conhecida.
Mas também, dependendo do processo de cada um, existem algumas especificidades que
podem ou não ser executadas.
A IDEIA
Em Sem Teto, Nem Lei (1985), Agnès Varda pensou no roteiro quando lia uma notícia no
jornal. A notícia contava a história de uma andarilha que caminhava sozinha pela França e
morreu congelada no inverno. A cineasta escreveu o roteiro inspirada livremente nesse fato.
Um roteirista nunca deve parar de consumir arte. Situações em filmes, livros, séries, até
mesmo em uma música ou pintura, podem dar uma ideia. Não que você irá plagiar a obra,
mas um pequeno detalhe de uma obra de arte pode disparar um insight criativo.
LOGLINE E STORYLINE
A storyline é uma descrição um pouco mais longa, de cinco linhas. Não existe uma ordem
correta entre o desenvolvimento da logline e da storyline.
LOGLINE
A logline é a frase que encabeça o projeto do roteiro. Quando o roteirista vai apresentá-lo,
por exemplo, a um produtor, a logline é a primeira frase que se lê, logo na página de
apresentação. Grandes produtoras não leem o roteiro todo para decidirem se gostam do
projeto, então pela logline o descartam ou se interessam.
A logline não pode ser confundida com a tagline. A tagline é uma espécie de frase
promocional do filme. Ela não descreve muito bem a premissa, mas promove o filme de
maneira provocativa e misteriosa. Geralmente é uma frase usada em peças de marketing,
como cartazes.
STORYLINE
A storyline é a premissa do roteiro descrita em cinco linhas. Ele pode, em alguns casos,
descrever a resolução do roteiro ou descrever apenas a premissa da história.
SINOPSE LONGA
SCRIPT OUTLINE
No script outline, a intenção é contar a história inteira por passos. O roteirista deve
organizar as principais sequências do filme em blocos, na ordem em que acontecem.
Nesses blocos, deve ser feita uma descrição objetiva do que acontece naquele momento
específico do filme. O script outline pode ou não ser dividido em atos (começo, meio e fim).
Alguns roteiristas fazem cartões com as principais sequências e colocam esses cartões em
uma parede, para se ter uma visão mais ampla da história do início ao fim. O objetivo é que
se organize um esqueleto geral do roteiro.
ARGUMENTO
O argumento é o roteiro escrito inteiramente em prosa. Tudo o que acontece deve ser
descrito como se fosse um conto literário. As cenas e os diálogos não são propriamente
desenvolvidas, apenas indicadas.
Nos diálogos, indica-se sobre o que os personagens falam. Alguma fala ou diálogo
importante pode ser escrito quando é essencial para se entender a história. Porém, no
geral, são feitas apenas indicações sobre as intenções dos diálogos e dos personagens.
A história inteira do filme deve ser contada no argumento. Os interessados no seu filme
podem ler o argumento antes do roteiro. Alguns argumentos ficam longos, de 30 a 40
páginas, dependendo do tamanho do filme ou do quão detalhista o roteirista é.
Normalmente, o argumento de um longa-metragem tem mais ou menos 15 páginas.
O argumento é uma das partes mais difíceis no desenvolvimento do projeto porque nesse
momento a história inteira precisa estar bem construída. Se a história não estiver
desenvolvida e o roteirista alterar muitos elementos enquanto desenvolve o roteiro, corre o
risco de se perder na história.
SCRIPTMENT
Existe ainda outro passo que alguns roteiristas seguem, que chama-se scriptment. O
scriptment é uma mistura do roteiro com o argumento. É como um argumento ainda mais
detalhado e já com alguns diálogos inseridos, uma espécie de “pré-roteiro”.
CONCLUSÃO
Todos os passos citados (e outros que serão ensinados nas próximas aulas) dependem
sempre do roteirista. Nem todos fazem todas as fases. Alguns misturam elementos dessas
fases. O importante é conhecer os passos e seus nomes, mas na hora de escrever o
roteirista descobrirá o que funciona melhor para ele.
Na minha opinião, e no que eu observo entre os roteiristas que conheço, é essencial ter
pelo menos uma sinopse, um argumento e uma escaleta antes de começar a escrever o
roteiro propriamente.