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Centro Universitário do Rio Grande do Norte – UNI-RN

Curso de Especialização em Avaliação Psicológica

TESTE DO DESENHO DA CASA-ÁRVORE-


PESSOA - HTP

Jordana Celli Bulhões Campos

Docente ministrante

jordanacellipsi@gmail.com

Natal (RN)

2018
CURSO - TESTE DO DESENHO DA CASA-ÁRVORE-PESSOA – HTP
Material de Apoio

As técnicas projetivas e a Psicologia


As técnicas projetivas, enquanto instrumento de investigação sistemática da personalidade,
são de uso exclusivo do psicólogo. O domínio de seu manejo oportuniza a esse profissional
inúmeras possibilidades de trabalho e contribui de modo significativo para o aprofundamento
dos conhecimentos em avaliação psicológica, uma vez que, para a sua interpretação, essas
técnicas nos convidam a criar laços entre os conteúdos de psicanálise, gestalt, psicopatologia,
personalidade e outros, ampliando nossa visão dos fenômenos psíquicos.

As técnicas projetivas constituem uma forma de linguagem e, por isso mesmo, viabilizam
um meio de conhecimento do ser humano (personalidade). Além disso, abordam as
representações construídas pela pessoa a respeito de si mesma, de seu mundo circundante e
do acervo de experiências formadoras de sua história de vida.

CONCEITO:

Técnicas projetivas são provas ou tarefas não estruturadas que permitem


ao examinando, diante de estímulos vagos ou ambíguos, revelar aspectos
fundamentais de sua personalidade e projetar seu mundo psíquico através
do modo como percebe e interpreta a situação apresentada pelo teste.

CARACTERÍSTICAS:

o Os estímulos – material apresentado ao sujeito – são vagos ou ambíguos;


o A tarefa é não estruturada;
o Oferecem liberdade de resposta e de tempo para a execução;
o Visam a avaliar a personalidade de uma forma global e não somente traços isolados;
o O objetivo geral é um tanto disfarçado;
o A observação e o registro devem ser objetivos e fáceis;

O HTP é considerado uma técnica projetiva gráfica (de desenho) que visa a penetrar na
personalidade do indivíduo. Hammer (1991) ampliou o conceito de projeção de Freud, no qual o
projetado é sempre recalcado, e a define como a “colocação de uma experiência interna ou de uma
imagem interna, no mundo exterior. (...) a projeção é o processo psicológico de se atribuir
qualidades, sentimentos, atitudes e anseios próprios, aos objetivos do ambiente (pessoas, outros
organismos ou coisas). O conteúdo da projeção pode ou não ser conhecido pelo sujeito como parte
de si próprio”.

Trabalhando com as técnicas projetivas, o psicólogo deve cuidar de alguns aspectos que
envolvem desde a própria competência técnica até a ambientação correta para a aplicação do teste,
o bom estado do material, a sua disponibilidade interna e a disponibilidade objetiva. Sobre esta
última referimo-nos ao tempo que se reserva para fazer o bom atendimento. Observar as condições
do cliente também é fundamental. Dentre essas condições, o cliente deve estar bem alimentado, ter

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dormido um período satisfatório e, salvo algumas exceções, livre dos efeitos de medicamentos que
interferem e modificam o comportamento, porque atuam sobre o Sistema Nervoso Central – SNC.

RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS:


Por vezes, ocorre que o profissional abre mão desses cuidados e põe em risco não só a
obtenção do material, mas também o resultado final da avaliação, o que traz consequências
inequívocas para o cliente. No entanto, os prejuízos não atingem somente aquele que, através do
teste, foi objeto de estudo. Abrir mão de condições adequadas para o trabalho da avaliação
psicológica com as técnicas projetivas é desmerecê-las e desacreditá-las. A atitude displicente e
irresponsável por parte do psicólogo fala da fragilidade da identidade profissional. Preocupados com
esse aspecto, a seguir apresentar-se-ão informações relevantes para estabelecimento do rapport na
sessão de aplicação da técnica projetiva bem como algumas questões esclarecedoras a serem
abordadas com o examinando.

o Antes da aplicação
1-Estudar bem o teste e familiarizar-se com o manual de instruções.

2- Estar seguro do objetivo visado pela aplicação.

3-Verificar se o local da aplicação tem boas condições de arejamento, iluminação e acomodação


para o sujeito e o aplicador.

4-Providenciar para que a sala não contenha elementos de distração. Por exemplo: cartazes,
quadros, enfeites e outros, assim como não esteja sujeita a muito ruído e outros fatores de
perturbação exterior. Enfim, procurar trabalhar em sala isolada, silenciosa e arrumada com
simplicidade e discrição.

5-Providenciar para que a aplicação não seja interrompida por avisos, visitas, chamadas etc.

6-Preparar previamente todo o material a ser utilizado: folhas de protocolo, folhas avulsas de papel
em branco, lápis, manual de instruções e o manual dos testes propriamente dito.

7-Escolher hora conveniente, de acordo com a idade do sujeito e outros aspectos práticos.

o Durante a aplicação
1-Acolher o sujeito com afabilidade e naturalidade.

2-Ficar a sós com o sujeito, a não ser que se trate de criança muito pequena. Neste caso, a mãe ou
quem cuida da criança pode estar presente.

3-No caso anterior, o responsável deverá receber algumas instruções: que não se espera da criança
a solução de todas as tarefas apresentadas e que ele (responsável) não deve interferir no exame,
encorajando ou auxiliando o filho, a não ser quando especialmente solicitado.

4-A atitude do examinador, em geral, deve ser: atenciosa, afável; não seco e impessoal, mas
também, não muito demonstrativo ou “esparramado” afetivamente.

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5-A ordem em que os desenhos devem ser administrados, em geral, é especificada no manual.

6-A anotação das respostas deve ser feita cuidadosamente na folha de protocolo.

7-Em grande número de situações é necessário dominar bem o conteúdo e a fundamentação do


teste para saber avaliar a resposta apresentada pelo sujeito e anotar os aspectos mais significativos
na folha de protocolo ou em papel avulso.

o Depois da aplicação:

Anotar tudo que parece interessante quanto ao comportamento do sujeito, completar as anotações
das respostas colhidas e dos dados informativos do sujeito; enfim, deixar em ordem o protocolo da
aplicação feita.

Teste do Desenho da Casa-Árvore-Pessoa (HTP)


Dados de identifição:

Nome: Teste da Casa-Árvore-Pessoa (HTP)


Autor: John N. Buck
Data de divulgação: 1948

A escolha da CASA, ÁRVORE e PESSOA como conceitos gráficos:


o São itens familiares a todos, até mesmo à criança bastante nova;

o São mais facilmente aceitos como objetos a serem desenhados por sujeitos de todas as idades;

o Estimulam verbalizações mais livres e espontâneas do que qualquer outro desenho;

o Tais conceitos são simbolicamente férteis em termos de significado inconsciente.

Simbolismo da CASA, ÁRVORE e PESSOA:

CASA: a casa, como local de moradia, provoca no sujeito associações referentes à vida doméstica e a
relações intrafamiliares (tanto na época atual, como na infância).
Há uma tendência para as crianças expressarem suas relações com pais e irmãos, enquanto as pessoas
adultas comumente vão além, podendo projetar no desenho suas relações com cônjuge, filhos, etc. Quanto mais
comprometido estiver o sujeito, maior a probabilidade de projeção de relações mais regressivas.
De uma maneira geral, o desenho da casa reflete a percepção da família, seja numa ótica atual, passada,
ou ainda, num futuro idealizado.
O desenho da casa pode representar ainda, a projeção de um auto-retrato, expressando as fantasias, o
ego, a realidade, os contatos, a acessibilidade, etc.

ÁRVORE: parece refletir os sentimentos relativamente mais profundos e inconscientes que o sujeito tem
a respeito de si mesmo. Abrange sentimentos mais básicos e duradouros.

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Os sentimentos mais profundos ou mais proibidos podem ser projetados mais prontamente na árvore do
que na pessoa, com menos medo de se auto-revelarem e menos necessidade de manobras de defesa do Ego.
O desenho da árvore é o menos suscetível a ser alterado na retestagem, sendo também o último a
modificar-se em função de processo terapêutico.
Há ainda uma hipótese de que o desenho da árvore seria uma projeção da relação com a figura paterna.

PESSOA: o desenho da pessoa é o veículo de expressão da visão de si mesmo mais próxima da


consciência, e sua relação com seu ambiente. Revela o grau de ajustamento num nível psicossocial.
É o conceito mais carregado das experiências emocionais associadas ao desenvolvimento do indivíduo.
Também pode conter elementos de um self ideal, embora possa resultar da percepção de outras pessoas
significativas. Desse modo, há representação das características pessoais, físicas e psicológicas, como são na
realidade, como são percebidas e sentidas, imaginadas e projetadas nos demais.

Objetivo do teste: como técnica projetiva, o HTP tem por objetivo a avaliação da personalidade e de suas
interações com o ambiente, sendo considerado, no entanto, um instrumento coadjuvante no psicodiagnóstico.

Público-alvo: sujeitos a partir de 8 anos de idade.

Materiais para aplicação: folhas de papel ofício ou A4; lápis grafite n° 2; borracha macia; relógio ou
cronômetro; protocolo de interpretação para cada conjunto de desenhos; mesa e cadeira confortáveis para o
examinando; caixa de lápis de cor com 8 cores (vermelho, verde, amarelo, azul, marrom, preto, violeta e laranja),
caso os desenhos coloridos sejam pedidos.

Condições de aplicação:

 Ambiente
-Sala com boa iluminação e onde não haja barulhos e interrupções.

-Evitar que o examinando fique em frente a quadros, figuras ou imagens que lhe oportunizem copiar o
desenho a ser feito.

-Mesa apropriada (de superfície lisa).

 Atitudes do psicólogo
-Colocar o examinando em situação “ótima”;

-Estabelecer o rapport ;

-Manter a expressão facial neutra, para evitar influenciar o examinando;

-O psicólogo se absterá de fazer, durante a realização do teste, qualquer crítica ou sugestão, coletiva ou
individual, por mais grosseiros que sejam os traçados produzidos nos desenhos.

Tempo de administração: livre (geralmente requer de 30 a 90 minutos).

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Etapas de aplicação do HTP


1a FASE: GRÁFICA

1. Preencher as informações de identificação na primeira página do protocolo;


2. Apresentar a primeira folha de papel com o nome da figura “CASA” escrita no topo;
3. Entregar o lápis ao examinando (deixar borracha disponível sobre a mesa) e dizer as
instruções.

INSTRUÇÕES
“Eu quero que você desenhe uma CASA. Você pode desenhar o tipo de casa que quiser. Faça o
melhor que puder. Você pode apagar o quanto quiser e pode levar o tempo que precisar. Apenas
faça o melhor possível”.

 OBSERVAÇÃO 1: E assim proceder-se-á em relação aos demais desenhos (= apresentar as folhas de


papel relativas à ÁRVORE e à PESSOA da mesma maneira que você apresentou a da casa, com o nome
da figura no topo da folha de papel) .

Não há limite de tempo, mas o psicólogo deve observar e anotar a ordem dos detalhes
desenhados, comentários feitos pelo indivíduo, suas atitudes bem como eventos incomuns na
sequência dos desenhos na primeira página do “protocolo de interpretação”.

A ordem de solicitação dos desenhos deve ser sempre a mesma: primeiro a CASA, depois a ÁRVORE,
depois a PESSOA, e, por fim, a PESSOA DO SEXO OPOSTO a que desenhou (opcional). Esta ordem de
apresentação de estímulos permite uma introdução bem gradual na tarefa gráfica. Uma vez que ela leva a
entidades que são psicologicamente mais difíceis de ser desenhadas.

 OBSERVAÇÃO 2: no desenho da CASA, a folha deve ser apresentada ao examinando com o eixo na
HORIZONTAL; nos demais desenhos (ÁRVORE e PESSOA), com o eixo na VERTICAL.

4. Cronometrar assim que ver que a pessoa compreendeu bem a tarefa. Enquanto o desenho
estiver sendo feito, anotar no espaço “Observações gerais” na primeira página do protocolo:

a) latência;
b) ordem dos detalhes dos desenhos;
c) duração das pausas;
d) qualquer verbalização espontânea que surgir ou demonstração de emoção;
e) o tempo total gasto para completar o desenho.

5. Apresentar as páginas (folhas de A4 em branco) relativas ao desenho da ÁRVORE e da


PESSOA da mesma maneira (ambas com o eixo na vertical) e fazer os mesmos registros.

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 OBSERVAÇÃO 3:

a)Não se trata de um teste de habilidade artística;

b)Uso da régua ou de qualquer auxílio mecânico;

c)Perguntas relacionadas com o tipo de desenho;

d)Quando o examinando desenha uma pessoa incompleta;

2a FASE: INQUÉRITO
Costumeiramente, a fase gráfica é seguida por uma fase verbal. Nesta, o psicólogo dá ao
examinado a oportunidade de definir e descrever cada desenho, expresssando seus pensamentos, ideias,
sentimentos ou memórias associados aos mesmos. (procedimento estruturado) – “Inquérito posterior ao
desenho” (VER MANUAL DO TESTE HTP - Buck, 2003).

 “Inquérito posterior ao desenho”: Depois que o examinando terminar os desenhos,


proceder-se-á ao inquérito relativo a cada um dos mesmos.
 Em se tratando de pessoa alfabetizada, capaz de expressar-se por escrito, pode-se entregar o
questionário relativo aos desenhos.

As instruções para o questionário são as seguintes:

"Para responder ao questionário que se segue, basta você deixar a sua imaginação o mais
livre que puder. Olhando para cada um dos desenhos que você fez, responda sucintamente”.

DESENHOS COLORIDOS

Na fase cromática do HTP, solicita-se ao examinando que realize mais uma série de desenhos.
Considera-se que os desenhos coloridos feitos após os acromáticos e o Inquérito posterior ao desenho
evoquem um nível mais profundo de experiência do que os desenhos sem cor. Se eles forem ser feitos,
pedir primeiro para o examinando nomear as cores dos crayons disponíveis, para averiguar
possibilidade (e a devida anotação) de daltonismo.
Na aplicação da bateria de desenhos cromáticos, retira-se o lápis grafite no 2 para evitar que o
examinando faça o contorno com este e depois colorir.
As instruções são : “Eu quero que você desenhe uma CASA COLORIDA. Você pode desenhar
o tipo de casa que quiser. Faça o melhor que puder. Você pode apagar o quanto quiser e pode levar o
tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”; depois pede-se ÁRVORE COLORIDA e a PESSOA
COLORIDA.

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Quanto ao “Protocolo de Interpretação”, marque no detalhe "COR" no protocolo (1a página).


Para abreviar a aplicação, no Inquérito posterior, somente as questões com asterístico(*) devem ser
perguntadas. No manual (Buck, 2003) existe uma lista de USOS GERAIS DE CORES para observar as
características de cores específicas ao desenho.

 AVALIAÇÃO DA BATERIA CROMÁTICA deve levar em consideração: escolha da cor e seu


significado; adequação da cor.

Significado das cores

Azul:
•Se mais escuro concentra o significado de introversão, controle e adaptação;
•Ainda que utilizado na média deve haver predominância dos tons escuros para que os mecanismos
de controle e adaptação se sobressaiam sobre os aspectos mais impulsivos;
•Se aumentado indica possível constrição dos afetos ou ainda sentimentos de inferioridade;
•Elevado, ainda, pode apontar para formalismo excessivo;
•Contudo se só houver tons claros junto de muitas outras cores quentes, pode sugerir descontrole.

Verde:
•Cor mais comumente empregada;
•Relacionada à esfera dos contatos afetivos e sociais;
•Tende a compreender as situações integrando aspectos intelectuais e emocionais;
•Tons mais escuros tendem a características mais repressoras;
•Tons claros apontam para labilidade.
•Seu índice aumentado pode indicar sobrecarga de estimulação;
•Se rebaixado pode sugerir retraimento social, dificuldades em relacionar-se e instabilidade
emocional;
•Costuma aparecer rebaixado em adolescentes.

Vermelho:
•Relacionado à extroversão, irritabilidade, impulsividade e a agressividade;
•Raramente esta cor aparece rebaixada;
•Baixos índices de vermelho podem indicar, labilidade estrutural, fuga do mundo exterior,
dificuldades em se colocar ou em trabalhar os sentimentos.
•Quando usada com muita ênfase por adultos sugere alta excitabilidade, infantilidade ou falta de
autocrítica.

Amarelo:
•Estimulação melhor adaptada;
•Extroversão comedida e bem canalizada ao ambiente;
•Aumentada pode indicar necessidade de exteriorizar o afeto, ainda que de forma estilizada ou
superficial;
•Se diminuído ou ausente pode apontar para dificuldades de expressar as emoções de forma
adaptada.

Laranja:
•Ambição e produtividade;
•Aumentado pode indicar excitabilidade ou desejo de domínio e até mesmo a onipotência;
•Se baixo, aponta para inibição, submissão ou passividade.

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Marrom:
•Extroversão mais primitiva;
•Relacionado à analidade e suas patologias inerentes tais como as obsessões e compulsões;
•Dificuldade de adaptação, apego excessivo a padrões e normas ou costumes, estão presente nos
índices elevados;
•Se dentro do esperado, pode traduzir perseverança, tenacidade e a determinação da
produtividade.

Violeta ou roxo:
•Cor relacionada à tensão e à ansiedade;
•Tem significado diferente quanto à tonalidade, sendo a mais clara ligada as ansiedades difusas,
tais como sentir-se indefeso;
•Já a tonalidade mais escura reflete ansiedades ligadas a conflitos específicos e pode até levar a
criatividade;

Preto:
•De uso pouco frequente;
•Não pode ser diretamente ligado a depressão, tratando-se mais de repressões;
•Esta ligado ao medo do impulso ou medo ao desequilíbrio emocional;
•Estando na média representa tentativa de estabilização e adaptação.

Cinza:
•Carência afetiva e sentimentos de vazio, além de ansiedade e insegurança ou repressão dos
afetos;
•Se elevado sugere possível timidez, cautela e restrição aos contatos emocionais;
•Insatisfação constante em decorrente dos pobres contatos afetivos e com prevalência de
comportamentos de dissimulação e pouco conhecimento sobre os próprios sentimentos.

3a FASE: nessa etapa realiza-se a interpretação dos desenhos que, por sua vez, examinará a
localização, o tamanho, a orientação e a qualidade geral dos mesmos, bem como, os
desvios nas áreas gerais apresentadas na lista de características dos desenhos. O tempo e
a latência também são considerados

 Impressão Geral:

Na análise do desenho, em primeiro lugar, é essencial identificar a impressão geral que causa.
Pressupondo-se que a CASA, a ÁRVORE e a PESSOA tenham sido selecionadas por terem uma significação
simbólica para o sujeito, como temas importantes de sua vida passada, ou por se associarem com aspectos
mais profundos de sua personalidade, algo de muito pessoal se comunica pela impressão geral transmitida
pelos conteúdos projetados.

Alguns desenhos transmitem uma impressão global de vazio, outros se caracterizam por harmonia, outros
por inquietude...

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NOTE que ao final de cada sequência sugerida na seção do “inquérito


posterior ao desenho” é requerido ao sujeito que desenhe um SOL e
uma LINHA DE SOLO nos desenhos que não possuem esse detalhe.

 Interpretação:

As observações contidas no Protocolo de interpretação têm a pretensão de auxiliar ao(à)


psicótogo(a) no desenvolvimento de hipóteses interpretativas clínicas acerca de cada cliente, o que vai
variar segundo os aspectos intrapessoais, interpessoais e ambientais, de um lado e, de outro, do
projeto, da experiência e conhecimentos teóricos do avaliador, bem como dos conhecimentos anteriores
sobre o examinando. A avaliação é ampla e plena de potencial elucidativo sobre a personalidade do
examinando. O avaliador deverá averiguar minuciosamente o Manual para dimensionar a vasta gama de
possibilidades de interpretação )que o teste proporciona, tanto nos aspectos gerais dos desenhos, os
critérios de avaliação para comportamentos e aspectos específicos de desenhos quanto o material
oriundo do inquérito posterior ao desenho. Alguns aspectos a considerar:

 1. OBSERVAÇÕES GERAIS (aspectos comportamentais e adaptativos) - Buck, 2003, p. 22

Reações corporais enquanto desenha: faz careta; permanece em silêncio; balança partes do
corpo; fica escondendo do aplicador o que está fazendo; levanta da cadeira; sai da mesa de
aplicação; outros.

1.1) ATITUDE : atitudes de acolhimento do trabalho.

A atitude do examinando para com o HTP fornece uma idéia grosseira sobre sua
disposição global para rejeitar uma tarefa nova e, talvez, difícil aos seus olhos. A atitude
comum é a de uma aceitação razoável. Raramente os sentimentos de impotência da pessoa que
se depara com uma tarefa que exige criatividade levarão a mesma a rejeitar completamente o
HTP. Do mesmo modo, dificilmente um indivíduo hostil irá recusar de maneira direta a
realização dos desenhos, ainda que possa refugar outras tentativas de exame psicológico
formal. Normalmente a figura mais rejeitada é a da pessoa, pois (a) muitas pessoas
“desajustadas” têm suas maiores dificuldades nas relações interpessoais, (b) o desenho da
figura humana parece despertar mais associações ao nível consciente, ou próximo da
consciência, do que os desenhos da casa ou da arvore, e (c) a consciência corporal acentuada
torna os indivíduos “desajustados” pouco à vontade.

1.1.1- Aceita com pronta disponibilidade.

1.1.2 - Aceita com crítica ao trabalho.

1.1.3 - Aceita com curiosidade sobre o trabalho.

1.1.4 - Rejeita, negando-se a desenhar, necessitando de incentivo por parte do aplicador: indica
autocrítica.

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1.1.5 - Rejeita totalmente: indica autocrítica acentuada.

1.1.6 - Fica indiferente, fazendo sem motivação, normalmente muito rápido para ficar livre do
trabalho.

1.1.7- Faz o trabalho incompleto (omissão de partes).

1.2) CAPACIDADE CRÍTICA E RASURAS: são os comportamentos indicativos de autocrítica.

1.2.1- Abandono de um objeto não completado, recomeçando o desenho em outro lugar da página,
sem apagar o primeiro.

1.2.2- Apagar sem tentar redesenhar (ex.: fazer um detalhe uma só vez).

1.2.3-Apagar e redesenhar: se o novo desenho resultar em melhora é sinal favorável. No entanto, se


representar meticulosidade exagerada ou uma tentativa inútil de perfeição ou se a rasura for seguida de
uma deterioração da qualidade da forma, é indicativo de patologia. Se houver empobrecimento da forma,
implica numa reação emocional exacerbada em relação ao objeto desenhado, a seu significado simbólico
ou à presença de deterioração orgânica (ou até ambos). Apagar e redesenhar persistentemente
qualquer parte do desenho sugere fortemente conflito em relação ao detalhe ou ao que ele representa.

1.3) SIMETRIA: trata-se da apresentação do desenho de forma proporcionalmente


equilibrada em relação ao que ele apresenta dos dois lados do sei eixo central.

1.3.1 - Simetria ausente

1.3.2 – Simetria natural ou moderada

1.3.3 – Simetria excessiva ou bilateral

1.4) COMENTÁRIOS: fala espontânea do sujeito enquanto desenha.

Se forem escritos durante a fase do desenho (como por exemplo, nomes de pessoas ou
ruas, números, rabiscos ou figuras geométricas), parecem representar uma necessidade
compulsiva para estruturar a situação o mais completamente possível, indicando insegurança.
Pode também configurar uma necessidade compulsiva para compensar uma ideia ou
sentimento obsessivo ativado por alguma coisa no desenho. Sobre comentários verbais, a partir
da bizarrice, da frequência ou superficíalídade/írrelevância dos mesmos, deverá o examinador
ir atualizando suas informações acerca das suas avaliações clínicas. É relativamente comum a
pessoa ficar ansiosa ou emocionar-se enquanto estão desenhando ou sendo questionados sobre
os desenhos, presumivelmente por causa da sua expressão do material reprimido até então. No
entanto, expressões emocionais persistentes de menor ou maior intensidade ou repressão da

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expressão sempre indicam desequilíbrio da personalidade, desajustamento ou problema


orgânico.

1.4.1- Faz comentários escritos durante a fase do desenho (nomes de pessoas, ruas,
árvores etc.)

1.4.2- Faz observações supérfluas.

1.4.3- Faz comentários excessivos, irrelevantes ou bizarros sobre o que desenha.

Ex: Faz comentários depreciativos sobre seu próprio desenho de forma geral.

Ex: Faz comentários depreciativos durante desenho do sexo oposto.

1.4.4 - Só responde o que é perguntado.

1.4.5 - Acrescenta comentários espontâneos.

1.4.6 - Crítica as perguntas.

1.4.7 - Reclama que já está cansado de responder às perguntas.

1.5) TEMPO - DURAÇÃO

Tempo Total Adequado: entre 2 e 30 minutos para os três desenhos

Tempo Total Longo: maior que 30 minutos nos três primeiros desenhos. Pode indicar a relutância
em produzir algo por causa do significado emocional do símbolo envolvido, que é intenso.

Tempo Total Curto: menor que 2 minutos, para os três primeiros desenhos. o indivíduo quer
realizara tarefa para ficar livre. pode ocorrer em função da má estimulação que teve para o teste ou
para reduzir sua ansiedade.

Tempo de Latência Longo: o potencial para psicopatologia está presente se demorar mais que 30
segundos para começar a desenhar. Sugere conflito que já pode ser observado desde o inquérito.

Tempo de Latência Esperado: de 1 a 29 segundos.

Pausa: se o indivíduo fizer uma pausa maior que 5 segundos em cada desenho, é fortemente
sugerido um conflito.

 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DESENHOS (Buck, 2003, p.34)

- Expressão gráfica: aspectos estruturais e estilísticos.

- Constitui- se das qualidades propriamente gráficas: estilo, organização.

- São qualidades que correspondem a uma de expressão motora.

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- Compreende: nível de forma; tamanho ou dimensão do desenho; tipo, qualidade e pressão da


linha; localização e posição do desenho na folha; perspectiva do desenho; margens da página;
sequência da produção do conjunto dos desenhos; detalhes; movimento; simetria; estereotipia;
sombreamento e borradura; correção, retoque e uso da borracha; e transparência.

- Especificamente, a proporção, a perspectiva e os detalhes de um desenho podem fornecer


informação relevante sobre o funcionamento da pessoa no seu contexto esperado. O uso apropriado de
detalhes e sua adequação fornecem um índice das capacidades da pessoa para reconhecer, interessar-se
e reagir aos elementos da sua vida diária e emprega-los convencionalmente; em outras palavras,
expressam a capacidade de avaliar criticamente os elementos da realidade em geral. As relações de
proporção expressas pela pessoa revelam os valores por ela atribuídos aos objetos, situações e pessoas.
Proporcionalidade nos desenhos revela um índice grosseiro da capacidade da pessoa para atribuir valores
objetivos aos elementos da realidade e realizar julgamentos com facilidade e flexibilidade. Sobre a
perspectiva, um planejamento das relações espaciais nos desenhos indica a capacidade da pessoa para
compreender e reagir com sucesso a aspectos mais complexos, abstratos e mais exigentes da vida, e
também uma medida de sua capacidade de compreensão.

2.1) TAMANHO OU PROPORÇÃO

2.1.1- Muito grande, ocupando todo ou quase todo o espaço disponível ou ultrapassando o limite da
folha.

2.1.2. - Grande : de 2/3 a ½ da folha.

2.1.3 - Médio: entre 1/3 e 1/16 da folha

2.1.4 - Pequeno: abaixo de 1/16 a 1/64 da folha

2.1.5 - Muito pequeno ou minúsculo: de 1/64 a 1/128 da folha

2.1.6 - Exagero de partes em relação ao todo

2.1.7 - Diminuição de partes em relação ao todo

2.1.8 - Negligência ou omissão de partes menos importantes

2.1.9 - Mudança de símbolos para partes significativas

2.2) LOCALIZAÇÃO OU PERSPECTIVA

2.2.1- 1° quadrante (canto superior direito)

2.2.2 – 2° quadrante (canto inferior direito)

2.2.3 – 3° quadrante (canto inferior esquerdo)

2.2.4 – 4° quadrante (canto superior esquerdo)

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2.2.5 – Metade superior ( faixa abrangendo parte do 4° e 1° quadrantes)

2.2.6 – Metade inferior ( faixa compreendendo parte 2° e 3° quadrantes)

2.2.7 – Metade direita (faixa compreendendo parte 1° e 2° quadrantes)

2.2.8 – Metade esquerda ( parte do 3° e 4° quadrantes)

2.2.9 – Centro ou área média ( área em torno da intersecção das retas que demarcam os
quadrantes)

2.2.10 - Desenho ocupado toda a página

2.2.11- Desenho preso à margem inferior

2.2.12– Desenho preso à margem superior

2.2.13- Desenho preso à margem esquerda ou direita

2.2.14 – Desenho cortado na margem inferior

2.2.15 – Desenho cortado na margem esquerda

2.2.16 – Desenho cortado na margem direita

2.2.17 – Desenho dependurado na margem do papel ou cortado na parte superior

2.3) MOVIMENTOS

2.3.1- Ausência de movimentos.

2.3.2 – Movimento presente

2.3.3 – Movimento presente em grande quantidade

2.3.4 – Extrema rigidez

2.3.5 – Movimento na casa

2.3.6 – Movimento no desenho da árvore

2.3.7 – Movimento da figura humana

2.3.8- Movimento com prazer.

2.3.9 - Movimento com desprazer.

2.3.10 – Movimento com violência.

2.3.11 – Movimento de queda.

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2.3.12 - Movimento de elementos da natureza.

2.3.13 – Movimento de objetos inanimados.

2.4) DETALHES

2.4.1- Presença de detalhes essenciais

2.4.2– Ausência ou uso mínimo de detalhes essenciais

2.4.3– Uso excessivo de detalhes essenciais

2.4.4– Ausência ou uso limitado de detalhes não essenciais

2.4.5– Uso excessivo de detalhes não essenciais

2.4.6 – Uso limitado de detalhes irrelevantes

2.4.7- Uso excessivo de detalhes irrelevantes

2.4.8 – Detalhes bizarros

2.5) TRANSPARÊNCIA: simboliza o juízo crítico. Em adultos implica numa falha da percepção
e da crítica frente à realidade, indicando presença de desorganização da personalidade ou
uma ruptura com o meio.

2.5.1 – Delineamento de partes do corpo através da roupa

2.5.2 – Desenho de órgãos internos

 Síntese interpretativa:

Integração dinâmica dos dados mais significativos (os que mais incidência apresentaram ou se
manifestam de forma mais marcante em todo o teste). Os dados levantados deverão ser compreendidos com base
nas informações obtidas nas entrevistas.

São analisados a partir de dois referenciais:

1) Através do tratamento que o examinando dá à folha em branco como um representante simbólico


do espaço externo, nos revela como o examinando percebe a realidade.

2) Através das características estruturais de cada desenho realizado: as características de sua


estruturação intrapsíquica (personalidade).

Estes dois aspectos estão inter-relacionados e apontam o problema de delimitação e


estruturação da personalidade. A possibilidade de integrar em forma adequada as diferentes partes
do grafismo (cabeça-tronco-extremidades; folhas-ramos-tronco; corpo da casa-teto-aberturas) nos

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informa sobre o estado das funções de percepção e juízo de realidade e sobre a capacidade, ou
fracasso, para integrar pensamento, sentimento e ação.

Traços psicopatológicos no HTP


Os pacientes que apresentam algum transtorno mostram padrões inflexíveis e mal
ajustados de relacionamento e de percepção do ambiente e de si mesmos. Esse padrão persistente
abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais e provoca sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da
vida do indivíduo.

o Os juízos emitidos pelo psicólogo sobre o funcionamento da personalidade não podem


deixar de considerar a bagagem étnica, cultural e social do indivíduo.

o Outro aspecto importante é que a avaliação de um transtorno deve ser baseada em outras
fontes tantas quantas forem possíveis: além do HTP, o psicólogo deve analisar as
entrevistas que, por sua vez, podem ser realizadas, inclusive, com os familiares do
paciente.
o Na avaliação de crianças, o mais correto é o psicólogo buscar com muita cautela, perceber
as “tendências” infantis daquele momento de vida. Alguns traços que têm sido identificados
na infância podem estar associados com transtornos de personalidade na vida adulta.

o Alguns transtornos de personalidade surgem devido a um desajuste familiar. As culturas


que encorajam a agressividade podem, involuntariamente, reforçar e, portanto, contribuir
para o transtorno de personalidade antissocial. O ambiente físico também pode exercer seu
papel.

o Ao terminar esta seção, considero apropriado também fazer um alerta: nem sempre é
possível ter-se certeza, a partir exclusivamente do desenho, qual dos possíveis significados
é o correto na identificação de psicopatologias para caso em particular. Alguns significados
são sempre corretos em uma formulação geral; outros devem ser provisoriamente
encarados como indicações, sendo seu significado mais preciso descoberto em um
psicodiagnóstico mais completo. Não basta “rotular” as defesas, mas sim, “compreender o
processo dinâmico de que fazem parte, o que envolve identificar a modalidade defensiva,
por que o ego optou por ela, com que finalidade optou por ela a que nível evolutivo
corresponde a modalidade defensiva e que características tem essa configuração
defensiva (plasticidade, rigidez etc.). A partir dos indicadores levantados, Grassano
caracteriza as produções neuróticas, psicóticas e psicopáticas” (Silva, 2011, p.252).

INDICADORES PARA INVESTIGAÇÃO DAS DEFESAS NAS TÉCNICAS GRÁFICAS

É importante observar as seguintes áreas:

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1. Caráter geral do gráfico. Tratamento da folha em branco (= como o sujeito usa esse espaço);
2. Localização (= representante da localização do ego com relação ao mundo externo em
termos de segurança, insegurança, megalomania).
3. Tamanho (idem item 2);
4. Movimento expresso (expansivo ou impedido);
5. Tipo de traços;
6. Distorções, omissões, adições, ênfases.

Indicadores diagnósticos de traços psicóticos

Nas produções correspondentes ao funcionamento psicótico podemos, com maior clareza e


dramaticidade, observar o fracasso do examinando em obter produções com algum grau de sentido
e integração, pois se caracterizam pela fragmentação e dispersão de elementos. A desorganização
também é observada nos objetos gráficos individuais; têm uma aparência estranha e parcial. O
produto projetivo (a história, o desenho) adquire características de objeto quebrado, desintegrado,
desarticulado e desvinculado.

O prejuízo das funções de percepção, discriminação, juízo e teste de realidade impedem o


ajuste perceptual ou a possibilidade de retificação.

São frequentes as produções bizarras, com distorções importantes, que resultam no


aparecimento de figuras ilógicas e irrealísticas. Pacientes esquizofrênicos são os que apresentam o
HTP mais comprometido.

CASA

a) Ausência de partes essenciais (portas, janelas): inacessibilidade ou mau contato com o


ambiente;
b) Representação ilógica, pela presença de transparências;
c) O telhado substitui a casa total, refletindo a exacerbação da fantasia;
d) Problema na perspectiva da casa: representação simultânea de 3 lados da casa, ou com a
parede extrema desproporcionalmente maior que a parede principal, mesmo em casos com
bom nível intelectual;
e) Parede com a extremidade fendida, denunciando quebra dos laços com a realidade.

ÁRVORE

a) Tronco fendido, compatível com a desintegração da personalidade;


b) Copa com tamanho mínimo, revelando mau contato ou tendências de se afastar do meio
ambiente;

PESSOA

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a) Ausência de partes essenciais (olhos, mãos, braços, tórax, cabeça etc.), sugerindo falta de
percepção do corpo como totalidade ou “incapacidade para lidar com os problemas da
vida”.
b) Representação ilógica, com transparências, observando-se órgãos internos através do
vestuário;
c) Ambivalência no perfil, com corpo e cabeça em direções opostas;
d) Omissão da roupa ou ênfase nos órgãos sexuais, como desconsideração de normas
sociais ou, ainda, sugerindo aspectos agressivos;
e) Super acentuação de olhos ou orelhas, denunciando hipervigilância paranoide ou
subentendendo componentes alucinatórios;
f) Perfil típico esquizofrênico: “sem cabelo, um rosto parecido com máscara e um físico
magro, rígido, desvirilizado”.

Indicadores diagnósticos de traços neuróticos

Nas produções com qualidade neurótica estão mantidas de forma adequada a percepção e
o juízo de realidade, e a atribuição de sentido à realidade percebida. Desse modo, caracterizem-se
pela preservação da Gestalt e das qualidades centrais que caracterizam os objetos na realidade.
Os elementos patológicos se manifestam em pequenas áreas e se expressam por ênfase
exagerada, omissão ou zonas confusas que não comprometem a organização da totalidade.

Neurose Obsessiva

a) Casa super detalhada, preocupação pelos detalhes do teto, cercas etc., Estereotipias;
b) Árvore com remendos, estereotipada e com formas nítidas e angulosas;
c) Figura humana super elaborada; figuras rígidas, vestidas, formais; não conseguem dar por
terminado o trabalho; uso de borracha.

Indicadores diagnósticos de traços psicopáticos

Geralmente há produções de objetos grandes, expressão da necessidade de difundir a


imagem corporal, o corpo, no continente do objeto externo. A ênfase é colocada na musculatura de
braços, pernas e tórax. As dificuldades de se adequar ao inquérito indicam as falhas reparatórias.
As produções gráficas que impedem o controle intelectual evidenciam claramente as falhas de
simbolização.

a) Casa grande, castelos, construções com colunas e ornamentação; localização central no


papel; tamanho grande; aspecto grandioso, mas pouco acolhedor frio;
b) Árvore com copa bem marcada; localização central; copa com formas impróprias (trevo,
coração); copa emaranhada, confusa; tronco cortado na altura das raízes;
c) Figura humana geralmente grande, ocupando um lugar central, tem atitude geral de
onipotência e força centrada no corpo (musculatura). Tem movimento, mas não é gracioso,
mas movimento de força muscular. A atitude é ameaçadora e triunfal. Pouca ênfase na
vestimenta (botões, gravata).

Indicadores Diagnósticos de Disfunção Cerebral

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a) Muitas rasuras e muita piora no desempenho a cada nova tentativa de representar o


conceito;
b) As figuras são simples, concretas. A qualidade da linha é comprometida, desenho com
linhas quebradas, esboçadas, irregulares;
c) Dificuldade de simetria nos desenhos;
d) Em todos os desenhos, há problemas de organização, especialmente considerando as
relações da parte com o todo.

Indicadores Diagnósticos de Traços Depressivos

a) Casa simples, vazia, pobre, com portas abertas; tamanho pequeno;


b) Árvore desprotegida, tênue, desvitalizada, podendo apresentar nódulos, sombreamentos,
ramos frágeis e copa pequena;
c) Figura humana frágil, mas organizada, sugerindo impotência; ênfase na cabeça e no
tronco; semblante triste; figura simétrica relacionada com controle obsessivo.
d) De modo geral, os desenhos apresentam um tamanho pequeno, sem sugestão de
movimento, com traçado débil, trêmulo, cortado, inibido;
e) A localização pode variar, mas costumam ser desenhados soltos “no ar”.
f)
Referências Bibliográficas
Este material didático foi elaborado pela docente Jordana Celli com base no seguinte material
bibliográfico:

Buck, J. N. (2003). H-T-P: casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São
Paulo: Vetor.

Cunha, J. A. (1993). Psicodiagnóstíco V. Porto Alegre, Artes Médicas.

Grassano, E. (2012). Indicadores psicopatológicos nas técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes.

Hammer, E. F. (1981). Aplicações clínicas dos desenhos projetivos. Rio de Janeiro: Interamericana.

Ocampo, M.L.S, Arzeno, M.E.G., Picolo, E.C. et ali. (2009). O processo psicodiagnóstico e as técnicas
projetivas. São Paulo: Martins Fontes.

Resolução CFP no 010/05 – Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Villemor-Amaral, A. E., Werlang, B.S.G. (2011). Atualizações em métodos projetivos para avaliação
psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo.

PARA NAVEGAR...

www.cfp.org.br

www.vetoreditora.com.br

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