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a2 uv ae PGTAZIANO DA Sinva S$. ¢ SToLexe, V. Sobre a teoria dos sistemas econémicos nao capitalistas Na moderna teoria da econ: todas 05, sua aplicagdo Nio corsoguizemos jee unlcamente com as eatsgorias vasta da vida esontmica ( progredir no pensamento ect capitalistas, pois uma érea muito ALEXANDER V. CHAYANOV da esiera de producto sta unidade tem motivagdes muito lade econémica, bem como uma concepgio bas- Wvidade. Sabemos que a maioria das explora- sees camponesas da Russia, China, India, a maior parte dos Estados io europeus, desconhecem as categorias trabalho assalariado e salé- Mesmo uma anélise tebrica superficial de suas estruturas econd- micas mostra que seus fendmenos econémicos espectficos nem sempre ica ¢ da teoria da economia ‘arco conceitual da economia nacional, se quisermos re tebrica de nosso passado econtmic: Os recentes Rissia ¢ escravidao nos Es- tados Unidos colocam a questao da aplicabilidade do pensamento eco- nOmico contemporaneo (capital, juros, renda econiémica, salérios), Os salfcios, como categoria econdmica no sentido modemno da pelavre, esto claramente ausentes dos sistemas acima mencionados; e 0 con. teido tebrico costumeiro de outras categorias de nossos sistemas eco. émicos desaparece juntamente com esta categoria, porque renda e trugBes teGricas, esto i Encontramo-nos numa posigio jcil no que diz Fespeito aos sistemas econdmicos dos povos primitivos. Nestes: luma categoria bésiea como o prego de mercado (fundames ico) freqilentemente no existe. Aq ‘colonato romano, bem como a da economia natural te fora do marco da teoria Mesmo em relacdo a Idade Média, teriamos dificul We de analisar a formac2o dos pregos com nossos’ conhecimentos ige como pagamento em espécie, e que exporta para ididos em mercados remotos? terstica nto entiver explicit, a explores is eamponesa ou aftest que ndo empreaa trabalhsdotes pages, mas batho de sexs patios memos, AQUESTAO AGRARIA 138 A escola historica alem& tem sem vida o enorme mérito'de ter escrito a respeito do passado econdmico (sobretudo o romano-germ’- nico ¢ 0 da Antighidade) ¢ de ter revelado detathadamente sua mori. logia; mas mesmo uma descrig#o 30 completa © exata como essa incapaz de nos proporcionar uma teoria dos fates tconémicos deseri tos. No entanto, a ciéncia econtmica neéessita urgentemente de uma anilise tebrica de nosso pasado econémico; para cada um dos tipos ‘econdmicos que em parte deserevemos deve ser construfdo uri sistema ‘econémico correspondente a suas caracteristicas peculiares. Creio que a a neste sentido, ainda que parega uma coleta amadoristica de + poderia conseguir muito, Ainda que apenas como paleontologia econdmica, ela ndo sb favoreceria a andlise comparativa ‘das formages econdmicas existentes como também seria bastante para os objetivos puramente praticos da politice econémica, Pois s6 0 tipo de unidade econémica de trabalho fami mais adiante de maneira detalhada), mas tam cos, ainda, abundam atualmente, nos paises ¢ rica com categorias realmente adequadas as suas caracte buiria mais para a politica colonial do que, por exemplo, forgar @ entrada da economia do Zambeze no leite de Procusto das eategorias econbmicas da moderna escola de Manchester. Lamentamos que nem AristOteles nem 0 tenham nos deixado uma teoria ccondmic: hoje essa palavra, sobre a realidade econt: tocavam em seus tratados nos problemas econ bemos, dedicaram toda a sua atengdo ao aspecto mica, A literatura econémica russe de fins do‘steulo XVILe pri do XVIII, representada por Sylvester, Pososhkor e Volynskii, tratcu principalmente dos assuntos econdmicos privados ou de problemas da administracdo estatal, Nem a economia da ese Unidos, nem a economia do petiodo servil na Ri uma doutrina econSmica completa, correspondente a suas estrufurss especifieas. Como temos pouco conhecimento acerca da litera ponesa ¢ chinesa, no podemos julgar o estado de suas tei te6ricas de explicar formas passadas da vida econtmice. Dado que as, épocas passadas ndo desenvolveram teorias acerca de seus sistemes econdmices vemo-nos compelidos a tentar construf-los, retrosp mente. e » orgamento éem grande medida 4: Mm ALEXANDER Y, CHAYANOV. Categorias econdmicas e economia natural 105 que a chave para entender a vida econémica na socie- ist 6 a seguinte f6rmuia, alcvlar a lucratividade : uma empresa & considera iva se sua receita brute RB, apbs deduzir-se o capital circulente adiantedo (ou seja, as despe- ses anuais com materiais DM, e as despesas com salérios DS), propor- ciona uma soma S, igual ou maior que todo o capital C (constante ¢ ‘irculante) da empresa, a juros, calculada segundo a taxa (uj, predo- minante no pafs nesse momento, RB—(0M+Ds)>c. @ 100 ‘Todos 0s céleulos da economia teérica partem, explicita ou taci- tamente, desta formula. Os elementos dessa formula — o valor de troca (prego de mercado) da receita bruta e da despesa material, os salarios, 05 ures sobre o capital — no sto neste caso quaisquer magnitudes acideatals de uma economia privada, mas feadmencs fundamentals de tés fendmenos fundamentais, a da sociedade capitalista moderna € um com- plexo sistema de categorias econémicas inseparavelmente vinculadas entre si: prego, jependentes. Se um elemento deste desaba, Na auséncia de qualquer destas categorias econSmicas, todas as demais perdem seu carter espectfico e seu contéudo conceitual, ¢ nem sequer podem ser definidas quantitativamente. » Por exemplo, no se pode eplicar em seu significado ha- bitual qualquer das categorias econdmicas acima mencionadas a uma estrutura econdmica que ndo possua a categoria prega (todo sistema de uunidades bascadas na economia natural que serve exclusivamente para fazer as necessidade das familias ov grupos trabalhadores). Numa natural, a atividade econdmica humana 6 dominada pela de satisfazer as necessidades de cada unidade de producdo, que € 20 mesmo. tempo uma unidade de consumo. Por isso aqui para cada necessidade fa- liar € necessario prover, em cada unidade econémica, © produto in sis) Natura qualitativamente correspondente. Seige RRR TTR i TA Aguis6 se pode calcular (me extensilo de'cada necessidade inle: inguficiente, falta tal ou qual quantidade; & este o: shleulo due fe faz aqui, Devido 3 flexi. bilidade das préprias necessidades, esté célculo nao. Récessita ser muito see sieertamo nto se coloce a quéstio da lueratvidade compan, 0s alersos dispéndios: por exemplo, se seré aais lucrative on ane ‘eo cultivar ctnhamo ou pastagem, Pots ests produtos vegetate a, sitiecumtivels © nlo podem substituir um 20 outro: nto se pate apticar uma norma comum a eles, Assim, toda a cléncia econémica da economia natural,» lucrativo, assim como as estra valor abstrato de ser independente da ado especifica para dadas nevessidades. A importancia e, juntamente com outras cate. Eerias, $e estiverem presentes, compde 0 sistema econdmico que ¢ 9 Unico levado em considerarao pela ciéncia econtimica, ‘Um destino semelhante ameaca a economia tebtica, se qualquer Sard categoria é retirada do sistema — por exemplo, a dos sellsion Mesmo se, dentre todos os sistemas econdmicos: possivets Possuem esta categoria, escolhermos um no qual 2 trove e o-e7 SPEER 8 categorisspresoe capital) estejam presentes (por exer Caugtema de unidades de trabalho familiar camponesa e artesencl Saremes que a estrutura de tal economia ainda se encontra fore a Sistemas conccitudis de uma ciéncia econdmica acaptada a sociedsee capitalista. Na exploragdo agricola famil de produgdo, emprega sua forga ni Fecebe como resultado de um ano de trabalho bens. Uma simples observagio de estrutura intern: 'miliar € suficiente para compreender que 138 ‘ALEXANDER V, CHAYANOV © lista dapalavra. : Com efcito, o camponts ou artesto que dirige sua empresa sem trabalho pago recebe, quantidade de produtes que, depois de trocada no mercado, representa © produto bruto de sua unidade econdmica. Deste produto bruto devemos deduzir uma soma correspondente 20 dis material anecessério no transcurso do ano; resta-nos entio 0 act dos bons materia adquiriu com seu trabalho durante 0 anc ou, para di © produto de seu trabalho. Este produto do trabalho fami ica categoria de renda possivel, para uma unidade de trabalho fami nao existe maneira de decompé-l familiares, Variard segundo a situagdo do mercado, a localizagdo da unidade relativamente acs mercados, a disponibitidade dos meios de produsdo, o tamanho e a composiciio da familia, a qualidade de terra e ‘outras condigtes de produgio da unidade econémica. Mas, como vere- mos, oexcedente qu idade econdmica obtém pela melhor locali- zagio ou por uma disponibitidade relativamente melhor de meios de produgdo, nao é por sua natureza ou quantidade idéntico & renda da terra ou ao juro sobre o capital da economia capitalist ‘A quantidade do produto do trabalho € determinada principal- mente pelo tamanho e a composigao da familia trabalhadora, o niémero de seus membros capazes de trabalhar, e, além disso, pela produtivi- dade da unidade de trabalho e — isto ¢ especialmente importante — pelo grau de esforgo do trabalho, 0 grau de auto-exploracdo através do ‘qual os membros trabalhaidores realjzam certa quantidade de unidades de trabalho durante oano, Grau de exploragio e equitibrio interno Exaustivos estudes emplticos das exploragdes camponesas na _ Paissia e outros patses nos permitem estabelecer a seguinte tesc: © grau iit AQUESTAO AGRARIA 139 de auto-exploragio € determinado por um peculiar equilfbrio entre @ satisfagdo da demanda familiar © a propria penosidade do trabalho, Cada rublo adicional do crescente produto do trabalho familiar pode ser considerado de duas maneiras: em priméiro lugar, do ponto de vista de sua importancis para o consumo, para satisfazer as neces- sidades da familia; em segundo lugar, do ponto de vista da penosidade com que foi obtido. evidente que com 0 aumento de produgao abtido ara ganhd- Jo, que exigiré uma quantidade cada vez maior de auto-exploracao, aumentard, Enquanto nao se atingir 0 equilfbrio entre os dois elemen, tos que esto sendo avaliados (ou seja, enquanto a penos trabalho for subjetivamente estimada c necessidades que o trabalho suportado sati izar trabalho pago tem todo tipo de mi idade econémica. Quando atinge ¢ orém, ndo teré interesse em continuar trabalhando, jé péndio adicional de trabalho torna-se mais suportar, pelo ‘camponés ou artesto, do que a rendincia a seus efeitos econdmicos. Nossa obra, assim como os abundantes estudos de A. N. Ch sev, N. P. Makarov e B. D. Brutskus, demonstrou que este ponto de equilibrio ¢ bastante variével, E alcangado da seguinte maneira: de um las condigbes especificas reais de produgdo da unidade, sua de mercado, ¢ pela localizacdo da unidade em relagao acs ‘ercados (que determing o grau de fadiga do trabalho); de outro, pelo tamanho e composicao da familia e a preméncia de suas necessidades, que determinam a avaliagdo do consumo. Assim, por exemplo, eads acréscimo de produtividade do trabalho tem como conseqineia a cb. ‘tengdo da mesma quantidade de produtos com menos trabalho. Isto permite & unidade econtmica aumentar sua produgto e satisfazer plenamente a demanda familiar. Por outro lado, numa economia fami. liar ofierada por membros incapazes de trabalhar aumenta a impor. ‘Gneia de cada rublo de renda bruta para o consumo. Isto faz com que ‘aumente a auto-exploracio da mio-de-obra familiar, de modo que o nivel de vida da familia, ameagado pela maior demanda, mantenha-se de certa maneira igual. Partindo de natureza da consideragio fundamental acima des. crita, a exploragdo familiar tem que utilizar a situagto de mercado e as condigSes naturais, de maneira tal que Ihe permitam proporcionar um tbrio interno para a familia, juntamente com o mais elevado nivel F possive, Isto.se conse, “0 ALEXANDER V. CHAYANOV «-Fendimento possivel por unidade de trabalho. “ee » © ebleuld atitmético objetivo do mfximo Iuero liquide posstvel numa dada situacdo de mercado nfo determina se se aceitard ou no uma ago econdmice, nem a atividade total da unidade econ’. ‘mica familiar; isso se realiza através da comparagdo econémica interna de avaliagdes subjetivas. E verdade que se concede uma certa atencdo as condigbes objetivas particulares da unidade econdmics Uma unidade econdmica que opera com os princfpics esbogados acima ndo é necessariamente extravagante em sua conduta econdmica, pois geralmente os objetivos que proporcionam o mais elevado rendi mento do trabalho por unidade de trabalho aplicada, e os que garan- fem 0 méximo lucro liquido possivel ¢ uma unidede capitalista, sto aproximadamente os mesmos. Mas alguns estudos empiricas demons- ram que, em indimeros casos, as peculi ragio famil Estas diferengas podem ser observadas com muita clareza, por exemplo, nas éveas densamente povoadas, onde a escassez de terra nt0 permnite a familia camponesa desenvolver sua plena capacidade de tra- balho sob formas 6timas'de organizapto, ou seja, aquelas que propor- vionem 0 maior rendimento ée trabatho possivel, Para a unidade econdmica cay s formas étimas de orgenizagto econdmica (0 1064 agio dos negécios expressa-se nela) sto uma norma absolu tensificagto adicional, o resultado da apli- , segundo a lei dos rendimentos decrescentes da terra; por conseguinte, 0 lucro liquido também diminui, Nas exploragbes agricolas onde a terra & muito ‘escassa, por outro lado, a preocupacdo em satistazer as neces anuais obriga a familie a uma intensificagdo com menor rendimento, Dla tem de pagar o aumento do produto anual total do trabalho com ‘uma diminuigio do rendimento por unidade de trabalho. professor E. Laur, por exempl gm pouca terra. Estas granjas tri vm grande prejutzo do tendimento por unidade de 0, mas tinham a oportunidade-de utilizar plenamente sua capacidade de tra- balho, mesmo nas parcelas menores, ¢ de sustentar suas familias. Do mesmo modo, as pequenas granjas do Norte ¢ do Oeste da Réssia aumentavam 0 cultivo de batata e de canhamo, que costumain ser menos rendoses que a aveia, mas so mais intensivos em trabalho ¢ ‘aumentam assim 0 produto bruto da familia exploradora. nho da familia ser. destavoraveimenté'p cultivada. As earacterfsticas peculiares da unidade cq balho familiar, acima mencionadas, se fazem sentir inert todo © sistema econdmico, se este estiver baseado exch economia familiar e portanto no possuir a categoria saléios, Esta peculiaridade & especialmente clara quando analisamos 0 nas condieBes de unidade familiar de tra, joria objetiva de rendimento egont do rendimento bruto os custos m: 40 da renda, como solo © uma melhor localizagdé-em relagao 20 mercado, certamente também existem para as unidades econémicas de que produzem artigos para o mercado, Seu aumento da producto ¢ da quantidade de rendimento por unidade de trabalho, ‘Umea anilise mais profunda indica o seguinte: o produto ¢o trae vel de uma familia, e por conseguinte a prosperidade de , Ndo aumentam de manei rendimento de uma unidade econdmica caj ‘mesmos fatores, poi batho, ¢ re: Gur assim a intensidade téenice do conjunto de sua atividads scent. mica, Segundo os professores A. N. Chelintsev e N. P. Mekaror, este {ator renda, que se expressa como um nivel de prosperidade um pours mais elevado, no pode perdurar muito, pois as regives com esse nivel slevado de prosperidade inevitavelmente atrairio populacao das ve ‘sides menos favorecidas. Isto diminuir4 as terras possuidas pelos explo, ‘agbes individuais, obrigando-as a intensificar os cultivos, e reduri Prosperidade a0 nivel tradicional eostumeiro, Cea pEpeines a ALEXANDER V. CHAYANOY Opreco da terra Se 0 arrendamento de terra ¢ um mercado Livre de terra se desonvalverem sob tas circunstncias, naturalmente a capitalizagto da onda ndo pode determinar os precos da terra, j& que @ propria cate- goria de renda (tal como a entendemes atvalmente) no existe. Nio Sostante, num mercado monetério de terra as propriedades no mu- dam de mio: sem pagamento. Assim, deparamo-nos com'o problems fondamental da Economia da unidade familiar de trabalho: 0 que determina 0 preco da terra? Quanto granja camponesa pode pagar pela tera? Por quanto a venders? ‘Podemos responder estas questdes se as enfocarmos com @ noyd0 do conceito especifico de lucratividade, conforme o definimmos para a te mostra que © arrendamento ou 25 vantajosos para a fa puder atingir 0 eq: J de vida superior, seja com um menor dispén ergia de trabalho. "As exploragtes camponesas que possuem ma considerivel quantidade de terra, e por isso estdo em condigdes de utilizar toda & forge de trabalho familier num grav timo de intensidade de cultivo, nao necessitam arrendar nem comprar terra. Qualquer despesa em S parece irracional, j& que nio aumenta a prosperidade da ‘mas diminui seus recursos, Se uma familia s6 pode dispor de ‘uma pequena pareela, que Ihe permite utilizar apenas parte da eapaci- Gade de trabalho existente, a aquisicao de uma mova pareela para tho nao empregada ¢ extremamente impor- tante, porgve Ihe permite aproximar do 6timo a intensidade da uni- ‘ar as horas de trabatho anteriormente perdidas na inati- Vidade forgada. Em ambos os casos, o aumento do rendimento por Unidade de trabalho, com a conseqtente elevagdo do nivel de prospe ridade, pode ser #20 importante que'leve a unidade familiar a pager o ‘rendamento, ou compra, com uma boa parcels do produto brute ido na rea recém-adquirida. ‘Podemos mesmo afirmar, a despeito do aparente paradoxo, que quanto mais a granja camponesa estiver disposta a pagar pela terra, sends ela j& possul e, portanto, mais pobre &. Concluindo, devemes r que 0 proce da terra, como categoria objetiva, depends da iente no mefcado de terra, ou seja, da extensio ¢ urgénci vnsnda por tertas entre camponeses com pouca terra, © 60 m%- tas de terras dispeniveis por uma outra razto. a forga de tr AQUESTAO AGRARIA “ arr) No sistema de exploragao familiar, o nivel do a tere cee aa ect ns xt Hp Oe ete cata tuaior grau do aumento de dersidade Ga populagto,rural local. Os ex tudos sobre movimento dos pregosearrendamentos de terra ne RGssia, evades a eabo pelo professor V. Kesinski,e oc dados corespondentes, dos estudos do professor Laur sobre as granjas camponesas da Suiga, confirmaram que os camponeses com pouca terra pagam pela terra pref qe excedem mistancaimete «rede capitalizada, Por iss, sses dados podem servir como substantivagdo empirica de n. : ces Sten ragdo empfrica de nossa pro- A taxa de juros na unidade de trabalho familiar £ extromamente interessante que outras eategorias ccon®: mutuamente dependentes, como a taxa de juros de mercadi ‘se comportem de mancira andloga, no sistema de eco: brio entre penesidade do trabalho esatistagdo da demands. Em todos 05 casos em que 0 novo dispéndio prospectivo de ca promete realizar este aumento de prosperidade, sja pela mai tividade de trabalho, seja pela expansdo da super pagar um jaro desmesuradamente elevado pelo em bstante, este juro no deve sor alto « ponts de anvlar todos os pro- ‘ites obtidos com o novo investimento de capital. Por um lado, « necessidade no momento em.que esta sitiag20 ocorte e, por outro, a Oferta de capital entio disponivel, determinam o prego de mercado sob 4 forma dojuro normal do empréstimo, nesse momento, de acordo com isto devemos tupor que a “circulagh Sisse ae Catan taut nae provém de um fen a AUEXANOER V. CHAYANOV apenas pela situacdo de mercado, da demanda e oferta, sobre a parcela do capital da nagZono sistema de erédito. ‘A circulagto interna de capi peculiar para a unidude de trabalho familiar, um crédito de emprésti sa, tera sempre que considerar nlo $6 que cada dispéndio de c: vantajoso para a unidade econdmica, devido & formagio de cari jonal e renovagdo de capital existente, i mas, além disso, que a familia ever ser-capaz de obter © montente j necessério para essa despesa a partir dos rendimentos de seu trabalho, |. efsto, naturalmente, a expensas de seu consumo imediato. B claro que iss0 56 serd possivel se © valor, em termos de consumo, do montante destinado & produgdo, resultar aos olhos da familia menor que seu valor para a produgio. ? Evidentemente, quanto maior seu prod fécil é, pa- is, quago desvants dificil para a familia extrair de seu pequeno rendimento uma parcela destinada 20 consumo, para empregi-la na formagio de novo capital, ‘ou simplesmente para a mera substituigdo docapital circulante. istos Estrutura econdmica dos ‘Assim, podem ser dofinidas as seguintes eategorias para o sis- tema econdmico da unidade de trabalho familiar ou, dito de outra maneire, para a estrutura econémica de uma sociedade na qual a pro- dugdo reveste a forma de unidades camponesas e de artesanato, ¢ onde ndoexiste a instituigdo de trabalho assalariado: 1) 0 rendimento do trabalho familia reage frenté aos fatores formadores de renda; * eo € indivisivel, que (2) A comparasio entre as avaliagdessubjetivas do valor 8e producto ¢ consumo frase ente os problemas mais ‘bra Die Letre von der bouerlchen Winscheft (Berio, P. Pare, ‘anise, tomamar como medida do valor da profugto © grau de pencsidade do lho, que s¢ deve suportar se a enésima unidade dc rendimento nto for uitizada para demands, 2 densidade pop darends. “iggy memes, sane ‘A QUESTROAGRARIA 16 7 05 pregos das mercadorias; Spe é 4 reprodtig4o dos meios de producto (formag¥o de eapital,no smais amplo sentido da palavra); I eee 4) 0s prosas do capital na circulacdo de crédito; 5) os pregos da terra, cI Obtemos um quadro ainda mais peculiar se compli " forma da unidade econtmica familiar aqui examinada, wepondo gue nio existe a categoria prego de mercado, ou sea, que nko existe 0 fator i: A primeira vista, parece que a exploregio puramente natural nfo apresentaria quaisquer fendmenos de nmnico. Mas uma observagio mais Parece possivel encontrar toda uma micas no bloco social e econdmico composto de varias agradas de trabalho que satisfazem in natura a suas necessidades. lam a organizagao de cada uma das distintas naturaise padronizam sua estrutura de produgao. Na realidade, a estrutura econémica privada interna de cada uma das exploragbes familiares naturais 6 a mesma que a das explo: ragbes com troca mercantil, com excego de algumas peculiasidades no céleulo da tucratividade, que indicamos no inicio deste artigo, A pr pria nogdo de lucratividade 60 fator determinante; torna-se ainda mais claro que & imposstvel ep re satisfagto da de- 10 também é determinado desta ma- Outro tanto se pode dizer sobre a formacho ¢ repasig’o dos meios de produgto, Mesmo se estiver ausente aqui o fetor formador da renda, localizagdo do mercado, as distintas condigdes cl solo sem dvida intoduzem no sistema da unidade econ algo sem ra da exploragio natural € que a nizativas dependem er dissima medida da extensto de terra uti trabalhadora, ¢ da extensio de suas nec internos (temanho e composigio da familia proporci tensio de terra cultivada). A densidade populaci 0 nivel de préspetidade e, assim, o sempre vatidvel mont _ mulag%o de capital e capacidade tributéria da populagdo; esta ll dtui a base para a organizagto do Estado ¢ cultura nacionais. Independentemente dos fatores demogréticos, salieatar-se-do renda — qualidade superior do_ sok efetivos. Estudos empiricos de pai que a coergio ndo econémica — na ‘Assim, mesmo num pais com uma estrutura econ6mica inteira- ‘mente natural, podemos encontrar as seguintes categorias econdmicas, que determinam a estrutura das unidades econdmicas 3) as medidas econ8micas e vés da coer¢io nao econdmica cont «4 migragio do povo. ‘Sistema escravista ‘omparamos as ¢struturas dessas duas unidades econtmicas no que diz -+ Fespeitod sua morfologia econémica privada. O camponts € o artesto ria para matter sua cap ta, a manutencéo de escravos s6 produto excedente ap6s deduzir as 0 gasto com a manutengo dos escrav: ‘do trabalho humano 4 til ponto que se podia obter este produto excet custo de manter escravos & determinado por gicase pelas lo as scravidio mug - novo tipo de rendimento nto retribuido, escravidio. eee Esse rendimento, que no mais Ui como por exemplo 0 custo de manuteneto dos es¢r por uma complexa estrutura de toda tims série de vista, que © proprietério recebe em virtude de seu dade. Se a unidade econdmica escravista for agricola,.o rendimento nao retribuido, decorrente da posse de escravos, aumentard & medida que se progride de condigdes menos a) , mas deve ser atributdo a terra, resul- tando de sua melhor qualidade ou melhor localizagao quanto aos mer- cados, ¢ temos de considerS-Io uma renda diferencial comum. Na medi- da etn que é possivel obter os mesmos resultados técnicos com base balho pago, esta renda econdmice ponderd: amente, & da agri tbalho payo. A io dos escraves ¢ seu valor ca erave como fenémeno objetivo de vo da renda escravista ¢ determinado pela 0 dos escravos, semelhante a determinagio sands em seus sistemas. A determinagao iva do preco de mercado de um escravo € mais complicada. Ja observamos que ele tende a ser um montante semelhante a renda capi- final. De certa maneira, este € 0 prego da 10 por outro lado 0 custo primario da “produgio ‘© preco da oferta. Dentro deste contexto, devernos 1) um sistema no qual a oferta de material escravo ocorre pela captura, nia guerra com povos estrangeiros, de escravos j4 adultos. A exploracdo do seu trabalho € completa ¢ leva a seu rapido esgota- “mento; isto evita o custo de criar os filhos (reprodugo), bem como ‘amanutengio prolongada dos adulios; custo da eaptura; no segundo, ocusto de criar e educar, que em geral é muito maior, Nos ‘perfodas.hist6ricos que favoreciam a captura de material hamano em guerra — como em Roma antiga, nos Estados do mite Médio da Antiguidade, ¢ mesmo durante as primeires décadas baixo, ea renda eseravista usual capi vvezes. Uma boa evidéncia disto € 0 eseravistas ds coroa espanhola, que conce importaglo de eseravos durante o primeiro perfodo di nnegros para a América. (© material humano era barato, ¢ isto perm tensto da propriedade e fazia com que se empregassem no traba escravos com uma produtividade cxda vez mencr, até 0 ponto, natui mente, em que a renda dos escravos, continuamente decrescente, 3° tornava idéntica ao custo primario de sua aqui - rminava 0 prego de mercado do excravo ¢ a a eseravista. A medida que as fontes de captu esgotavam-se pelos freqientes ataques, 0 custo de escravos aumentava; seu prego de mercado su (os usos de escravos, geradores de uma peque j4 no eram remunerativos ¢ foram gradualmente abandonad conseqiéncia, dimimuiu a extensdo da economia bascada na escre- vidio. sto podemos coneluir que um importante fator de declinio do antigo sistema escrav fato de que, para garantir a oferta de fescraves, a guerra ¢ a capture tiveram de ser abandonadas em favor da producdo pacifica através da reproducdo natural. A unidade econd- ‘mica antiga depiaraya-se agui com custos primfrios to clevados que comecaramaalcangar a renda escravistacapitalizada, ‘De qualquer modo, o prego dos eseraves, fenémeno suj de mercado, € uma categoria objetiva que determine a produglo ée elo célculo econtmico privado. E evidente que a unidede escrava, do ponto de vista econdmico privado, s6 pode parecer vantajosa na medida em que a produgo de escravos propor ciona um produto liquide nto inferior & renda eseravista nesse m0- 19 ‘KiBxanper v. cHAYANOV tS ‘mento, como fator econtmico objetivo, e que através do meréado se realiza no prego dos escraves. se Devemos ressaltar também que a escravidto, ou para dizé-lo de ‘am modo mais geral, a servidto humana, enquanto fen6meno econt- inico, apresenta indmeras variedades muito diferentes umas das ou- tras. Assim, por exemplo, 0 censo da servidio russa difere muito do sistema acima deserito,* A forma censo, peculiar combinagzo de explo- ragHo agricola familiar e exploragio escrava, apresenta extraordindrio interesse tebrico, Diferencas entre escravidio e serviddo ja de um camponés de censo se organizava na forma usual deunidade de eabalhe familar. A fare eabahadora dedicava toa 1 sua capacidade de trabalho apenas a sua propria atividade agricole ou outra atividade econdmica. Mas uma coergio n&o econdmica obri- jgava essa unidade a entregar ao senhor da familia trabalhadora uma determinada parcela da produgao obtida através de seu tral Esta quantidade se chamava censo (obrok), e representava 2 renda 43 servidio, “Apesar das semelhancas na posigto legal do escravo ¢ do servo, as estruturas econémicas da unidade econémica escrava, por um lado, € , por outro, sfo de cariter totalmente fe qualitativa nem quantitativamente com arenda escravista, 7 Em sua estrutura econdmica privada interna, a granja de um camponts servo de censo no difere de modo da unidade de tra- eee batho familiar que j4 conhecemos. Nest dirige a granja so : .de e tem a sua disposigio a produgio obtida. As necessidades da familia estimulam-na a elevar sua capacidade de (6) Aterussa de servidto distngus tts ties dierent deserves: D poiam ser residentes(dvorovye), ou sls, cestinados 2 satstzer as necessidades da cass sevigo doméstico pessoal, on serem ue UUVELUTASSHL AT AQUESTAO AGRARIA ssi batho, ¢ & quantidade de produto &.determinada pelo eqlilistio, "Peculiar & granja de trabalho familiar, entre o montante de esforgos “familia co grau de satistagdo de suas necessidadrs. Mas no sion de ‘censo. familia se vé forgada, por fatores nao econdmicos, a atingir este” equilibrio de maneira que 0 produto obtido cubra nio somente suas PrOprias necessidades, mas também 0 censo que paga a0 senhor. As exigncias matetiais, portanto, so muito mais elevadas do ‘que na exploragdo camponesa livre. Conseqlentemente, 0 equilibrio entre o esforgo no trabalho ¢ a satisfacdo das necessidades € atingido com um grau muito maior de auto-exploragao do trabalho do que na sgranja camponesa livre. Entretanto, a maior aplicagao de trabalho aqui mencionada nto renderé um produto adicional tao grande quanto ‘ocenso requer 6 uma parte deste tem de ser coberia inevitavelmente 2s. custas da satisfecdo das necessidades familiares. Por conseguinte, a que paga censo tem um nivel de bem-estar inferior 20 da {familia camponesa livre, Pagando © censo ao senhor, em parte as custas de um maior esforgo no trabalho, em parte as custas de um mer das necessidades, a granja servil eria outra econdmico: rendimento nfo retribuido decorr servos, a renda da servidto, Afora este pagamento de renda, a granja que page censo 6, sob todos os demais aspectos, uma uni balho familiar comum, com todas as caracteristicas organizati liares acima mencionadas. Se quisermos examinar 0 fator que determina o moniante do censo, temos que partir de sua natureza particular. O montante do censo obtido através da coergdo nfo econdmica é determinado pela vontade do senhor. Seu interesse € maximizé-la, e Gnica barreira natural € 0 perigo de que a granja servil possa arruinar-se e fique privada de sua capacidade de pagar. © montante do censo pode ser considerado normal enquanto for ago as custas de maior aplicacio de trabalho por parte do servo, ¢ de uma reducto de seu consumo, mas nto as custas da menutengdo ou da necessiria renovagao do ea comeca a destruir suas préprias raizes. As exploragdes submetidas ao pagamento de censo que estio condigées relativamente melhores para con: ‘pldxasoenv.cxnvwrov ‘trabalho humano, mas ao solo, ¢ constitui uma renda diferencial comum. ‘Num miercado livre ce terra e de servos, a parte do censo atri- bulda ao solo « constituigto de renda decorrente do solo sto capita- lizadas e determinam 0 prego da terra; o restante, atribuido ao tra- balho servil, que constitui a renda de servidio, 6 capitalizado e cons- titulo prego de mercado do serv, Parece desnecessirio demonstrar que a renda de servidao ¢ determinada pela capacidade do camponés marginal, que produz cm condicdes desfavordveis, pagar censo, 6h quantoa renda diferencial € determinada, sob tals circunstancias, pela ‘diferenga entre a capacidade de pagamento do camponts marginal ¢ a ‘de qualquer outra exploracio camponesa, Considerando a grande dife- “enga qualitativa no modo pelo qual o censo ¢ a renda escravista so Constituidos e pagos, bem como a diferenga entre a organizagdo da pro- ‘dugio na unidade econdmica escrava de grande escala © ¢ unidade serva de pequena escala, ndo podemos esperar que a renda de servidio 4 renda escravista sejam quantitativamente iguais. ‘As diferengas so ainda maiores no processo de formagio de prego dos servos, de um lado, e dos eseravos, de outro. 34 mencionamos ‘custo primério de aquisiglo de escravos desempenha um papel ative na formagao do preco dos escravos. Mas, na unidade eeondmica serva de censo, 0 proprietirio no tem custes econémicos para reprodugdo do material humano. Por isso, o nGmero de servos no Pdeterminado pelo equilibrio entre o produto marginal dos servas € © ‘custo primfrio marginal, como ocorre na unidade econ@miea escrava; © aumento através da procriagio, ¢ assim o nimero de servos, € pro blema destes. Por conseguinte a capacidade de pagamento, e portanto o rendimento, do servo marginal ¢ determinada pelo nimero real de servos existentes em determinada regio num certo momento: (© que dissemos acima ¢ suficiente para uma deseri¢do morio- Lbgica da exploragdo agricola de censo, Comparando este sistema com 0 tipo econémico de exploracdo agricola escrava podemos nos conven: cer, através da ilustragdo, de que ambos os sistemas diferem comple tamente e que em suas relagbes econdmicas sic delimitados por ele rentos objetivos muito distintos, apesar de algumas semelhangas juri- dicas externas, Esta comparagao torna claras as diferengas fundamentals nos dois pos de economia, E de se notar que ambos os sistemas sz0 «também {otalmente diferentes em sua concepedo de lucratividade ¢ ‘edenilo econSmico. , SHASDLLULULLOLLENE AVVEN A Spe Rt opninne og wn soe aia esa mn, nme ee : ividade capitalista, oe he cena Merete en oe € fisiologicamente determinado de manutencio: dos ¢ rete! livide seu produto Hquido em trés aie renda e renda escravista, ‘Na unidade econémica sery: statin es Tod cepa ads anja eae ei de hea artes: juto sobre 0 capi CATEGORIAS ECONOMIC | ICAS NOS SISTEMAS ESCHAVISTAE DEGENSO | Sistema econémicoeseravo Sistema econémi seni de censo’ | 1 Pregos das mereadorias | 2, Capital, adiantade pelo propre: trio 6e eseravos, que cieula no rocessode produgio soba forma ‘capitalists (D—M—D +4), Parte ‘este capital representa o custo de smanulenglo dor ecreves, (Costa de manutengto dos esrt- ves no € uma categoria exons. Pe egos ks rica, mas ms estegoria pure | seatenatural) i 4. Lucrodocapits! VURO). 4, Toros sobre capital I. Juros ste capital tomado em - shes Pristine, . Renda eseravists, S. Renda seni de ceso 5. Pregodoeserav, 6, Presod 7. Rendinesto vlan ends, | ‘eo proprittrio de eras enebe Aevido 20 efit dos ftoes wet ores de rends tebe 0 won doesn. 8. Prego ds tes 17, Renda derencisl, sical se ALEXANDER V. CHAYANOV, unidade de trabalho fa , ocaleulo daquele que possui serves e terra é 0 de um .€ exprime a busea de um inves (imento de capital tdo iucrativo quanto possivel. A diferenga entre a natureza das unidades econdmicas de censoe 2, apontada acima, nos leva a conseqiiéncias econdmicas bastante peculiares. O senhor de camponeses que pagam censo tem direitos de Propriedade e de exigir renda, mas ao mesmo tempo, diversamente do ‘empresirio da unidade econdtnica escrava, no possui unidade de pro- dugio propria. Este fato se torna claro na maneira interessante e pecu~ Fiar pela qual o censo esti, em grande medida, submetido & influéncia de fatores demografices, enquanto a renda na unidade econémica eserava é independente dos mesmos. Além disso, na organizacdo da unidade econdmica escrava, 0 riimero de escraves pode ser, e €, adaptado a necessidade étima de milo-de-obra de unidade, ou seja, o grau timo de mete a méxina ronda escravista. A relugdo entre forga de trabalho disponivel e quantidade de terre ciltivada, entretanto, ndo ¢ tho facil de ser levada a um étimo pelo dono da terra e o camponés, na unidade seondmica serva, porque, afora raras excegtes, o movimento demo- aréfico neste regime & de cardter puramente natural ¢ clementar. Por isso, temos aqui a possibilidade de uma superpopulagto relativa que, va.a.intensificacto mais além do étimo e rebaixa da populagzo, bem como sua capacidade de pagar ae En Corseqhéncs,tmos o peculiar fendmeno da renda negativa or superpopulagZo, que consome uma boa parte do censo. A dni tlds dest ado does 6 taster parte du poplgte serve da {erra superpovoada ¢ utilizi-la para colonizar freas pouco povoadas, Neste caso, obviamente, obtemos um erescimento significative na renda de servidio proporcionada pela populagdo transferida, que atin- siu agora uma proporgdo étima com a terra, O prego do servo, resi ‘ante da capitalizacdo dos acréscimos de renda, eleva-se juntamente “com esta. Isto torna todo movimento de povoamento e colonizagio bastante vantajoso, tanto para o proprietério de uma frea econfmica de censo, como para os camponeses envolvidos, Concluindo nossa comparagao entre as unidddes econémicas es- sostariamos de enfatizar que, dadas a mesma situago de mesmas condigdes naturais ¢hist6ricas, as rendas obtidas ‘emt ambos os casos (a de eseravos © a de servos) nem sempre sto da mesma magnitude; pelo contrario, o nivel das mesmas pode diferir VALEUR ELLE iat AQUESTKO AGRARIA Iss. ferenga, que na antiga Russia da época servil podemos identificar regi8es com uma forma econdmiies predominan- temente de censo e outras onde predominava a renda em trabalho, que cconomicamente significava certa tendéncia a organizagio escraviste de economia, Com o tempo, essas regides mudaram sua configuragao 4 lversos fatores. Ora-aqui, ora acoli, a iente acima ou abaixo do censo dos jethrios transferiam seus camponeses, segundo a “situagHo do mercado", da ronda em tra- batho para o censo, ¢ vice-versa. ‘A imposigdo de um sistema de feudos a uma regido de economia |, caso freqiente na hist6ria, & de grande interesse para a acordo com essa renda eseravista ficava respec servos; adaptando-se a estas modificagBes, os pro; estrato Basico de produtores primérios — os eampar continua numa economia totalmente natural e pa fo senhor feudal, enquanto os recebedores dos condes, mosteiros, etc. — realizam em mercades longingues, sob a forma de mercadorias, a renda econdmica © a renda de serviddo extrai- dasem esptcie. [Neste sistema, que acabamos de investigar, com ume estrutura ‘econtmiea geral correspondente ao tipo de economia servil de censo, $ formasio do prego para os produtos recebidos pelo senhor feudal, sob a forma de pagamento em expécie, e realizados em mercados longfn- Gquos, € especialmente interessante. Evidentemente, elemento custo de produgo nfo pode desempenhar aqui neahumm papel; a menos que consideremos com um custo primério a manuteagdo de um aparato de coercao (extra-econémica), para recolher os tributes ¢ reprimir as rebelibes. Sabemos que 0 dono de um servo que paga censo e de uma propriedade feudal intervém muito pouco na organizagdo real da pro- dugao. O montante da produgdo que constitui sua renda feudal & para cle uma determinada quantidade em espécie, imitada pela eapacidade ‘butiria da populace dependents do dominio, ¢ esta nfo pode ser punemente, Entretanto, o senhor feudal pode, aié cerio rmodificages na composigio dos produtes recolhides éa wutfria como pagamento em espécie, e tontari adapté-la dade das tesque se ALEXANDER V. CHAYANOV forma das atividades econdmicas do senhor feudal. Por- lades econdmicas do senhor feu quase sempre condenadas a p: seus bens nie tém selagio com sua produgio, ¢ sdo interamente deter- ‘inados pela receptividade de certas mercadorias, Dada esta particular orientagio monetéria ¢ para a trova, a renda que o senhor feudal recebe em virtude de sua propriedade feudal depende nto apenas do montante de pagamento em espécie, mas também da situago de mereado para a venda dos produtos rece As flutuagbes na sitagdo de mercado podem, a despeito de uma quan- fidade constante de pagamento em espécie, influenciar favordvel ou desfavoravelmente a renda e, assim, o prego da propriedade. A wi atividade econdmiea possive! de um senhor feudal, portanto, deve limi- tents a ceris medids do carter econfmico polite que paream apropriadas para ele aumentar sua prosperidade dominial ¢, capacidededethe pagarem tributes Alm dsss cinco pineipis pos de economia organizados de maneira nto capitalists, existiram em nosso passado econdmico, ¢ ainda existem, iniimeras outras formas, tano transis quant independents. Asim, no ample conn da a exploragto agricola trabalho pago, além mas nfo em extensdo tal que dé & exploragio um cariter capitalista. O estudo tebrico deste caso mostra ‘quéa presenca da categoria salérios moditica um pouco.o conteddo das categorias usuais da exploragdo fa as no chega a substtuf-tas Pelas categorias de uma exploracao capitalista Indubitavelmente, devemes tanibém reconhecer que o trabalho a época servil, na R icou eseravidio no sentido da eseravidio negra da América, nem tampouco a do mundo antigo, tmuito embora possa ter-se assemelhado a ela, © apesar de as Ie econtniicas cue regulam a renda em trabalho no mais coincidirent com as que assinalamos para a granja servl de censo, N3o podemos fambém enquadrar a economia doméstice da Antiqhidade (cikos) na moidura de qualquer dos tipos cconémicos puros que estuda mos. A trustifieagdo da indsstria ce desenvolve, bem como as formes de capitalismo estatal e municipal observiveis no inicio do século XX, quase certamente nto se adaptarto 40 esquema tebrico classico da economia, exigindo uma revisio de doutrinas. O sistema de cooperativas agricelas, que se esti desenvol- vendo rapidamente ante nossos olhos, ters camo conseqiéncia compli- , que agora avanga € se AQUESTAO AGRARIA caches muito interessantes para a teoria econdmica. Mas pr nos limitar ao que j4 dissemos; a anilise dos cinco diferentes econtmicos & suficiente para esclarecer a inaplicabitidade das catego- rias usuais da Economia a todos os casos da vida econémica. A tarefa deste breve ertigo nfo pode ser 0 fornecimento de uma teoria completa das formas econémicas nao capitalistas. ‘Temos que fazer uma excegio para um sistema econdmico que ainda no encontrou sua plena realizagio mas tem, em grande medida, atraido a ateng&o de nossos tebricos contemporaneos. Falamos do sistema de coletivisme estatal ou comunismo, no que toca a maneira pela qual seus fundamentos tém evoluido nos tratados de sous teori- adores, e das tentativas de realizé-lo, que ocorreram em varias épocas, no curso da hist6ria humana. ° izmente, em sua critica da sociedade capitalista Marx e os (0s mais importantes no desenvolveram integralmente, em parte alguma, o$ fundamentos positives da estrutura organizacional de luma economia socialista. Por isso, nés mesmos devemos tentar cons- truir uma teoria dessa estrutura, tomando como ponto de partida igumas das observagtes de Marx em A Miséria da Filosofia, bem mo alguns estudes de N. Bukharine B. Varga e, sobretudo, as idéias, que tm sido efetivas nas tentativas praticas de criar uma sociedade ‘comunista em varios Estados europeus, durante 0 periodo 1918-1920. ‘Segundo essas tentativas, o comunismo é um sistema econdmico zo qual todos os fundamentos econdmicos da sociedade capitaliste — capital, juros sobre © capital, salérios, renda — sio inteiramente eliminados, enquanto todo o aparato tecnolégico da economia atual € preservado e mesmo aperfeigoado. Na ordem econ@mica comunista que deve desempenhar essa tarefa, a economia nacional 6 concebida como uma Gnica ¢ enorme troea © 0 prego enquanto fenémenos sociais objetivos esto fore do 8 ALEXANDER V, CHAVANOV sistema® Os produtos mi dos deixar dose valores significa. tives num sentido mor Sigenad de troca; permanecem apens en- ribuides de cord om um plano estat de consumo. lade econdmica deste regime se reduz a trasar planos cstatsis para 0 consumo e a produglo, e a esta iri cetasis par Produglo, ea estabelecer um equilibrio Aqui, obviaments, a aplicagto da for , » & aplicagto da forga de trabalho social, tal compas nace ada até 0 ponto onde oe & pencsidade do trabalho e a satisfagdo de demanda spon eto da demanda s boram os pianos estataisd rn sestatais de producdo e consumo e tem que manter os dois em harmonia. Como o padrao de vida de cada operitio, determi ado pelo Estado, nko tem em si relagdo com 0 rendimento de seu {fbalho(o montante de produeao que ele obtém), ele tem de ser indu- a trabalhar através de sua conscifncia social e das sangdes do Punado.¢ tlven, além dese, por um sistems de prémios ou reson , uma. eee! ‘social continua ¢, némicas. Assim, n&io temos no: ‘sistema do comunismo estatal nenhuma. as categorias econdmicas expostas na andlise dos sistemas econdmicos Produgao ¢ reprodugao dos meios de producdo constit la excerdo, Nossa apresentagao, que revela a morfologia do sistema, pouco ibui para a compreens&o de sua dinamica, mas provavelmente isto antes de observar o regime e ver como. funciona, ¢ antes ae teor adores fornegam uma teoria da organizagao (3) Osin ‘cis peiprias, G Perce me que drome on expert qua er da raised a pa 4s us guess sensnes, cos touyer podem tar hae cates aa Sere domestme conan 1) Com; on 'otloe no sBo preys, na sentido de wm fen@meno econdmicasueio a ‘A QUESTAO AGRARIA 89 apresentados, conclusbes tebricas. Para uma teoria econémica universal? Em primeiro lugar, temos como fato inquestiondvel que nossa forma capitalista atual de economia representa apenas um caso parti- cular de vida econémica, ¢ que a validade da disciplina cientifica de Economia, como a entendemos hoje, fundamentada na forma capita- lista e destinada a investigacio cientifica desta, nio pode nem dever ser estendida a outras formas de organizacto da generalizagio da teoria econdmica moder praticada por alguns cardter das formagbes no capitalistas ¢ da vida ecor ‘Alguns circulos cientificos obviamente se conscientizarsm desses fatos, ¢ ultimamente se tem dito com freqiiéneis que & necessario esta- ¢ leis abare todas as possiveis formas de vida econ®mica humana, Tentaremios ‘esclarecer a questo de se & possivel construir tal teoria universal e se la é necesséria enquanto instrumento para a compreensio cientifica. Primeiro, vamos comparar 0s diversos tipos de formago econd- mica que investigamos anteriormente, e extrairemos os princfpios ¢ fendmenos comuns a todos. Obteremos cinco: 1) a necessidade de equipar diversos meios de produco, com afi idade de organizer # producto, e de destinar uma parte do produto anual pera formagio'e reposigo dos meios de produgio; do considere um esforgo 8 aplicasto deprodusie,erealmentea execute a privica? i? ‘Sem a resolu dssas questes, o regime da economis sozalnta xb pode ser esbogadocem sua morfologia mals gral. 10 ALEXANDER ¥. CHAYANOV 7 A QUESTAO AGRARA 161 rT se 2) a possibitidade de aumentar consideravelmente 2 produt dade do trabaiho, pela aplicagio do principio de diyisto do trabalho, tanto no que diz respeito a tecnica de producto quanto no sentido 3) 2 possibilidade de exercer a agricultura com diferentes graus de aplicagdo de trabalho ¢ com diferentes graus de concentragio de sneios de produedo por unidade de &rea de terreno, de aumentar, pela intensificagdo de atividade agricola, o mantante produzido por unidade ide Area de terreno e por unidade de trabalho. Deve-se levar em consi deragdo que o produto no aumenta tt rapidamente quanto os insu- mos de trabalho e de meios de produce “4 0 aumento da produtividade do trabatho, ¢ do montante produzido por unidade de area de terreno, decorrents da melhor 4 da configuragtio de superficie ¢ condigtes climat worave ‘oportunidade, propiciada por um nivel produtividade do trabalho humano, de um tral Bho de trabalho ume quantidade de produtos maior que @ neces pata manter sua capacidade de trabalho ¢ assegurar & sua fx Sportunidade de viver e se reproduzir. Esta circunstincia é 0 pressw fo para a possibilidade de qualquer desenvolvimento social ¢ esta: Observando com atengdo esses cinco principios universais dx atividade econémica humana, percebemos sem dificuldade que S40, todos, fentSmenos de ordem natural ¢ téonica. E a Economia das coisas it | em espécie in naturt). i t Tacos endmencs, embora freqdentemente ignorados pelos te6ri i it cos econbinicos ¢ considerados interessantes apenas do ponto dé vista i 4 fe da técnica de produgio, sto extremamente importantes, Agora, no 4 al HE Gaoe do perfodo pbs guerra, seu completo significado revela-se de ma- i Held iy teira especialmente distinta, na medida em que a complexe estrutura j ‘ BE do aparato econémico da sociedade capitalista fot destuida ¢ o di BE 3 HE\E| Es tornar-se-iam valores, ¢ 0 processo de produsto tra, uma nova express&o in valor ‘$6 entdo sur i acima, Blas se agrup: 162 ALEXANDER V. CHAYANOV. ficulares sistemas econdmices de valor que

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