UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA

BIONORTE - REDE DE BIODIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA DA AMAZÔNIA LEGAL
DISCIPLINA: Prospecção, conservação e uso de recursos genéticos

Tema: Caracterização, cultivo e conservação de plantas medicinais e aromáticas.

Palestrante: Osmar Lameira
Aluna: Lídia Dely Alves de Sousa
Data: 08/05/2023, Macapá/AP

Resenha:
A aula tratou sobre a caracterização, cultivo e conservação de plantas medicinais e
aromáticas. A palestrante contextualizou falando sobre o uso consciente da extração dos
bens naturais da Amazônia, diferenciando sobre a forma como o “homem amazônico”
precisa e faz uso desses recursos para os desastres catastróficos como as grandes
queimadas. Em seguida, ela apresentou um breve histórico da descoberta das plantas
medicinais e especificou sua importância social, econômica e ambiental. A importante da
conservação das plantas medicinais se baseia no fato do custo para desenvolver um
fitoterápico ser muito menor a partir dela. No entanto, as pesquisas são muito importantes
para comprovar o teor medicinal da planta, agregando valor a ela. Foram elencados
alguns exemplos de usos dessas plantas, entrando na lista xampus, cremes anticelulites e
até pomadas anti-inflamatórias, por exemplo. Foi conceituado alguns termos, dos quais, o
germoplasma, muito citado pela oradora, tem destaque, sendo ele a matéria onde se
encontra um princípio que pode crescer e se desenvolver. Existe bancos de
germoplasmas para conservar materiais genéticos que podem ser úteis para o futuro e
tem também coleções, na qual há descartes do material genético sem interesse,
armazenando apenas o de interesse. Em relação à conservação in situ (o germoplasma é
conservado no seu habitat), ex situ (conservação desse material genético em ambientes
artificiais) e on farm (conservação busca possibilidade de exploração junto aos
produtores). Todas têm vantagens e desvantagens. É importante citar a vantagem do
banco de dados porque ele evita a perda de espécies que são consumidas pelas
queimadas ou outros desastres de destruição em massa de espécie. Para que esse
armazenamento dure, é necessário ter um cuidado com a seleção e manuseio das
sementes e controlar o ambiente que estão em relação à umidade e temperatura, por
exemplo. Em relação ao cultivo, tem-se a farmácia viva (escolha empírica de plantas para
horta comunitária, instalada conforme normas definidas por um projeto), farmácia caseira
(parte de um vegetal identificado sob secagem e armazenamento caseiro) e farmácia
nativa (horta de planta medicinal formada por espécies nativas da região). Exemplificou-
se esses tipos de cultivo com diferentes com métodos empregados conhecidos pela
oradora. Em seguida, ela explanou sobre os fatores que se deve considerar na colheita,
secagem e armazenagem. Naquela, as características gerais da planta devem ser
avaliadas (floração, fase vegetativa etc.), nessa é preciso atentar para a resistência ao
calor que a planta possui e o tipo de secador e nesta é necessário avaliar a embalagem,
local e possibilidade de pragas. Por fim, ao trabalhar a caracterização, foi primeiramente
diferenciado ela de avaliação: a caracterização é considera aspectos simples e mais
descritivos, sendo a coleta de dados, sobretudo qualitativos, para descrever, e, com isso,
diferenciar acessos de uma mesma espécie; a avaliação já é realizada em comparação
com parâmetros conhecidos, ou seja, já há uma perspectiva de desempenho para definir
a utilidade potencial da planta medicinal. O descritor é um fator importante na
caracterização do germoplasma, ele é a característica morfológica, anatômica, fisiológica,
bioquímica ou molecular que é herdada geneticamente, utilizada na identificação do
cultivar. De todos esses tipos de descritores, o morfológico é mais importante, segundo a
especialista, devido ao custo e à praticidade dele. Ao final da aula, foram citados estudos
para definição dos descritores. Foi falado sobre o acesso (qualquer registro individual
constante de uma população de germoplasma) e sua importância por poder ser usado
como amostra de patrimônio genético para a execução de atividade de pesquisa ou
desenvolvimento. Por fim, foi falado sobre o poder da inclusão social que as plantas
medicinais possuem a partir da apresentação de projetos como o de comunidades rurais
em que jovens aprenderam a cultivar e extrair de plantas medicinais produtos como
xampus.

Lídia Dely Alves de Sousa, BIONORTE – AP, 2023. RESENHA 1.