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Aula 04

Direito Administrativo p/ PC-SP


(Delegado) - Com videoaulas - 2020

Autor:
Wagner Damazio
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2 de Março de 2020

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Sumário
Introdução ......................................................................................................................................... 3

1. Considerações Iniciais ...................................................................................................................... 5

2. Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil - MROSC ........................................................ 8

2.1. Vigência do MROSC ............................................................................................................................... 10

2.2. Definições .............................................................................................................................................. 14

2.3. Não Aplicação do MROSC ..................................................................................................................... 21

2.4. Regime Jurídico do MROSC ................................................................................................................... 25

3. Celebração de Parcerias: Acordo de Cooperação, Termo de Colaboração e de Fomento ...................... 28

3.1. OSC Impedidas de Celebrar Parceria ..................................................................................................... 32

3.2. Procedimento de Manifestação de Interesse Social ............................................................................. 35

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3.3. Chamamento Público ............................................................................................................................ 36

3.4. Formalização da Parceria ...................................................................................................................... 47

3.5. Parceria em Rede .................................................................................................................................. 52

4. Governança quanto à Execução das Parcerias .................................................................................. 55

4.1. Gestor da Parceria ................................................................................................................................. 55

4.2. Monitoramento e Avaliação da Parceria .............................................................................................. 58

4.3. Capacitação das Partes Interessadas .................................................................................................... 60

4.4. Transparência e Controle ...................................................................................................................... 61

4.5. Participação Social ................................................................................................................................ 64

4.6. Compras e Contratações pela OSC ........................................................................................................ 64

4.7. Fluxo Financeiro .................................................................................................................................... 65

4.8. Prestação de Contas .............................................................................................................................. 68

5. Penalidades .................................................................................................................................. 75

6. Jurisprudência .............................................................................................................................. 79

7. Questões de Concursos Anteriores ................................................................................................. 82

7.1. Lista de Questões sem Comentários ..................................................................................................... 82

7.2. Gabarito sem Comentários ................................................................................................................... 94

7.3. Questões Resolvidas e Comentadas ...................................................................................................... 95

8. Resumo ...................................................................................................................................... 120

9. Considerações Finais ................................................................................................................... 141

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INTRODUÇÃO

Caríssimo(a)! Vamos dar continuidade, aqui no Estratégia Concursos, ao Curso de Direito Administrativo
com teoria e exercícios resolvidos e comentados para o concurso de ingresso à carreira de Delegado da Polícia Civil de
São Paulo.
Na aula passada, nós estudamos o Terceiro Setor, em especial:

 as Organizações Sociais - OS, conforme Lei nº 9.637, de 1998;


 o Contrato de Gestão;
 as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, conforme Lei nº 9.790,
de 1999;
 o Termo de Parceria;
 as Entidades de Apoio;
 os Serviços Sociais Autônomos; e
 jurisprudência.

Hoje, nós continuaremos estudando o Terceiro Setor, mas focando em um tema ainda recente no
ordenamento jurídico que é o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil – MROSC,
introduzido pela Lei Federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014.

Havendo dificuldade na compreensão da teoria ou na resolução dos exercícios expostos nesta aula ou em
qualquer outra, não deixe de entrar em contato comigo pelo fórum de dúvidas!
Repito que estou sempre atento ao fórum de dúvidas para, de forma célere, buscar uma maneira de
reescrever o conteúdo ou aclarar a explicação anteriormente oferecida para que você alcance a sua
meta de aprendizagem.
Frise-se que o nosso objetivo precípuo é a sua aprovação e para isso me dedicarei ao máximo para atendê-
lo e auxiliá-lo nessa caminhada.
Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que você siga
o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! Você também poderá
seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir notícias de eventos do Estratégia
e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar questões comentadas de
concursos específicos que o ajudará em sua preparação!
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Que Deus o ilumine nos estudos!

Sem mais delongas, vamos ao trabalho!

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Como de praxe, inicio esta nossa aula 4 com as seguintes questões:

PROVOCAÇÕES INTRODUTÓRIAS PARA A AULA DE HOJE:


1) A Lei nº 13.019, de 2014, estabeleceu o marco regulatório da OS e OSCIP?

2) A Lei nº 13.019, de 2014, entrou em vigor para a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios a partir de 1º de janeiro de 2017?

3) As parcerias existentes quando da entrada em vigor da Lei nº 13.019, de 2014, tiveram que
ser substituídas no prazo de 1 ano?

4) Organizações Religiosas e Sociedades Cooperativas podem ser OSC?

5) A OSC poderá receber doação de empresas até o limite de quantos por cento da receita
bruta destas? E bens apreendidos pela Receita Federal?

6) Qual a diferença entre Acordo de Cooperação, Termo de Colaboração e Termo de


Fomento?

7) Qual a diferença, no âmbito das parcerias, entre o papel do administrador público, do


dirigente e do gestor?

8) Qual a competência do Conselho de Política Pública? E da Comissão de Seleção? E da


Comissão de Monitoramento e Avaliação?

9) É assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou


emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública em qual Comissão
ou Conselho?

10) O que é e quando é cabível o Chamamento Público?

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11) O MROSC se aplica à transferência de recursos homologados pelo congresso ou pelo


senado? Sobre o sistema S?

12) Após a vigência da Lei nº 13.109, de 2014, quais convênios podem ser celebrados?

13) Quais princípios integram o Regime Jurídico do MROSC? Quais são suas diretrizes e
finalidades?

14) Pode ser celebrada parceria que envolva delegação de atividades exclusivas do Estado, tais
como, regulação, fiscalização ou poder de polícia?

15) Quais as OSC estão impedidas de celebrar parceria?

16) O que é o procedimento de manifestação de interesse social?

17) Quais os casos de dispensa e de inexigibilidade de Chamamento Público?

18) Qual o prazo para impugnação da dispensa ou inexigibilidade do Chamamento Público? E


o prazo da autoridade julgadora?

19) Autoriza-se a celebração de parceria sem a realização do Chamamento Público quando


estes decorram de emendas parlamentares à LOA?

20) Os acordos de cooperação são celebrados, em regra, sem Chamamento Público, exceto em
que casos?

21) O edital do Chamamento Público deve ser divulgado onde e com que antecedência mínima?

22) Qual o prazo mínimo de cadastro ativo da OSC para celebração de parceria com o
Município, com o DF, com os Estados e com a União?

23) Qual o ato a partir do qual o termo de fomento, o termo de colaboração e o acordo de
cooperação produzem efeito?

24) Que bens da OSC serão gravados com cláusula de inalienabilidade?

25) O que é a Parceria em REDE? Ela é permitida? Se sim, em que casos?

26) A Administração deve divulgar as parcerias celebradas e os respectivos planos de trabalho


até que prazo após o respectivo encerramento?

27) A OSC parceira está sujeita à licitação?

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28) Qual o prazo para: prestação de contas, correção de irregularidade ou omissão, devolução
de saldo financeiro em caso de conclusão, denúncia, rescisão ou extinção da parceria e de
manutenção dos documentos originais?

29) Qual o prazo para a Administração apreciar a prestação de contas?

30) Quais as sanções aplicáveis à OSC? Qual o prazo para defesa e para prescrição da pretensão
punitiva? E para a OSC requerer a reabilitação?

Se você não tem certeza de uma ou algumas das respostas a esses questionamentos, fique atento
que elas estarão ao longo da aula de hoje!

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2. MARCO REGULATÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES DA


SOCIEDADE CIVIL - MROSC

Como dito inicialmente, o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil – MROSC foi
introduzido no ordenamento jurídico por meio da Lei Federal nº 13.019, de 2014.

Esta Lei:

estabeleceu o regime jurídico das parcerias entre a administração


pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos
previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de
cooperação;

definiu diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de


cooperação com organizações da sociedade civil; e

alterou a Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429,


de 1992) e a Lei Federal nº 9.790, de 1999, que disciplina as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP

Antes de adentrarmos nas minúcias da Lei nº 13.019, de 2014, do ponto de vista didático, creio
ser importante apresentar a você a estrutura desta lei que foi alcunhada como o Marco Regulatório
das Organizações da Sociedade Civil – MROSC:

CAPÍTULO I Disposições Preliminares(art. 2º ao art. 4º)

CAPÍTULO II – Seção I – Normas Gerais(art. 5º ao art. 6º)

Da Celebração do Seção II – Da Capacitação de Gestores, Conselheiros e Sociedade Civil

Termo de Organizada(art. 7º ao art. 8º)

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Colaboração ou de Seção III – Da Transparência e do Controle (art. 9º ao art. 12)

Fomento Seção IV – Do Fortalecimento da Participação Social e da Divulgação

das Ações(art. 13 ao art. 15)

Seção V – Dos Termos de Colaboração e de Fomento (art. 16 ao art. 17)

Seção VI – Do Procedimento de Manifestação de Interesse Social(art. 18

ao art. 21)

Seção VII – Do Plano de Trabalho(art. 22)

Seção VIII – Do Chamamento Público(art. 23 ao art. 32)

Seção IX – Dos Requisitos para Celebração do Termo de Colaboração e

do Termo de Fomento(art. 33 ao art. 38)

Seção X – Das Vedações(art. 39 ao art. 41)

Seção I – Disposições Preliminares (art. 42)

Seção II – Das Contratações Realizadas pelas Organizações da

Sociedade Civil (Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)

CAPÍTULO III – Seção III – Das Despesas(art. 45 ao art. 47)


Da Formalização e Seção IV – Da Liberação dos Recursos(art. 48 ao art. 50)
da Execução Seção V – Da Movimentação e Aplicação Financeira dos Recursos(art. 51

ao art. 54)

Seção VI – Das Alterações (art. 55 ao art. 57)

Seção VII – Do Monitoramento e Avaliação (art. 58 ao art. 60)

Seção VIII – Das Obrigações do Gestor (art. 61 ao art. 62)

CAPÍTULO IV – Seção I – Normas Gerais(art. 63 ao art. 68)

Da Prestação de Seção II – Dos Prazos(art. 69 ao art. 72)

Contas

CAPÍTULO V – Seção I - Das Sanções Administrativas à Entidade(art. 73)

Seção II - Da Responsabilidade pela Execução e pela Emissão de

Pareceres Técnicos (Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)

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Da Seção III – Dos Atos de Improbidade Administrativa(art. 77 ao art. 78-A)

Responsabilidade e

das Sanções

CAPÍTULO VI Disposições Finais (art. 79 ao art. 88)

Mas, em que pese ser de 2014, a produção dos efeitos da Lei nº 13.019 só se deu por completo
em 1º de janeiro de 2017 em função de algumas alterações do texto originário, sempre
postergando a obrigatoriedade de seus dispositivos para os entes da federação. Vejamos esses
aspectos relativos à vigência.

2.1. VIGÊNCIA DO MROSC

A Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, foi publicada no Diário Oficial da União1em 01 de agosto
de 2014 e em seu artigo 88 previu que ela entraria em vigor após decorridos 90 dias de sua
publicação oficial.
Assim, considerando que a Lei Complementar nº 95, de 1998, estabelece que a contagem de
prazo de leis que estabeleçam vacatio legis se faz incluindo a data da publicação e do último dia
do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral, então a Lei nº 13.019
entraria em vigor, inicialmente, em 30 de outubro de 2014.
Esta previsão de vigência após 90 dias afastou a regra geral constante no art. 1º da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB:

Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=01/08/2014&totalArquivos=12
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Além disso, o prazo de 90 dias buscou cumprir a determinação da Lei Complementar nº 95, de
1998, quanto à obrigatoriedade de indicação expressa da vigência da lei contemplando prazo
razoável para que dela se dê amplo conhecimento:

Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em
vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.

§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de
vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo,
entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.

§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei
entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’

Ocorre que a Medida Provisória - MP nº 658, de 29 de outubro de 2014, ou seja, no último dia do
prazo de 90 dias iniciais, alterou o art. 88 da Lei do MROSC fixando que ela passaria a vigorar
somente após decorridos 360 dias de sua publicação. Isto é, em 27 de julho de 2015.

E a exposição de motivos da aludida MP2 é bastante clara quanto aos fundamentos para a dilatação
do prazo de vacatio legis:

o prazo de 90 (noventa) dias, previsto em lei, é insuficiente para que os entes se


adaptem as novas regras tem fulcro no tamanho do impacto e na necessidade de
adaptação às novas normas, o que exige mudanças nas legislações próprias, nas
estruturas administrativas dos governos, além da forma de gestão e registro dos atos e
informações, que terão que ser em plataforma eletrônica. (...)

Importante, ainda, colocar que a Lei no 13.019, de 2014 exige adequações estruturantes
também para as organizações da sociedade civil, as quais deverão, além de se apropriar

2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Mpv/mpv658.htm
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das novas regras, promover alterações em seus estatutos sociais. (grifos não constantes
no original)

A MP nº 658, de 29 de outubro de 2014, foi convertida na Lei nº 13.102, de 26 de fevereiro de


2015.

Ocorre que, em 21 de julho de 2015, foi editada nova Medida Provisória, a de nº 684. Essa MP nº
684, de 21 de julho de 2015, expedida na última semana do segundo prazo de vacatio legis,
alterou novamente o art. 88 da Lei do MROSC para prever que a entrada em vigor da Lei nº 13.019,
de 2014, seria somente após decorridos 540 dias de sua publicação. Isto é, adicional de mais 180
dias, o que acarretaria a vigência a partir de 23 de janeiro de 2016.

A questão do tempo insuficiente para que as partes envolvidas se adaptassem às novas regras foi
novamente o fundamento para a nova prorrogação, veja um excerto da exposição de motivos da
MP nº 684, de 2015:

No texto legal sancionado, o prazo de vacatio legis previsto, de apenas 90 dias, foi
considerado na prática bastante curto, o que ensejou a mobilização de diversos órgãos
e entidades públicas e representantes da sociedade civil que, por meio de ofícios
encaminhados ao Governo Federal, manifestaram formalmente o pleito pela extensão
do prazo para a entrada em vigor do novo marco regulatório, culminando com a edição
da Medida Provisória nº 658, de 29 de outubro de 2014, convertida na Lei nº 13.102,
de 26 de fevereiro de 2015, que dilatou o prazo para 360 dias a contar da publicação
da Lei 13.019, de 31 de julho de 2014.

Ainda assim, revelou-se insuficiente o prazo fixado, tendo em vista a necessidade de


adequações estruturais complexas, tanto por parte da administração pública, nas
esferas federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, quanto pelas organizações da
sociedade civil. (grifos não constantes no original)

Por fim, a MP nº 684, de 2015, foi convertida na Lei nº 13.204, de 14 de dezembro de 2015, que
alterou substancialmente inúmeros pontos da Lei nº 13.019, de 2014, inclusive o art. 88 para
constar que:

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“Art. 88. Esta Lei entra em vigor após decorridos quinhentos e quarenta dias de sua
publicação oficial, observado o disposto nos §§ 1o e 2o deste artigo.

§ 1o Para os Municípios, esta Lei entra em vigor a partir de 1o de janeiro de 2017.

§ 2o Por ato administrativo local, o disposto nesta Lei poderá ser implantado nos
Municípios a partir da data decorrente do disposto no caput.” ((grifos não constantes
no original)

Portanto, em que pese ter mantido a vigência da Lei nº 13.019, de 2014, em 540 dias após sua
publicação, houve uma postergação ainda maior para os Municípios, para os quais o MROSC só
passou a produzir efeitos a partir de 1º de janeiro de 2017.

Frise-se que, entre a data de 23 de janeiro de 2016 e 1º de janeiro de 2017, caso algum Município
julgasse já ter condições para a aplicação do MROSC, poderia, por ato administrativo local,
implantar o seu cumprimento.

Ou seja, em resumo, para os Municípios em geral, a Lei nº 13.019, de 2014, está produzindo efeitos
desde 1º de janeiro de 2017, enquanto que para a União, para os Estados e para o Distrito Federal,
desde 23 de janeiro de 2016.

Antes de passarmos ao próximo tema, é importante ressaltar a aplicação intertemporal da


legislação vigente no momento da celebração de parcerias que estavam vigentes no momento da
entrada em vigor da Lei nº 13.019, de 2014.

Isto é, de forma expressa, a Lei do MROSC previu que as parcerias existentes no momento de sua
entrada em vigor permaneceriam regidas pela legislação vigente ao tempo de sua celebração,
sem prejuízo da aplicação subsidiária da Lei do MROSC, naquilo em que for cabível, desde que
em benefício do alcance do objeto da parceria.

Além disso, a Lei nº 13.019, de 2014, autorizou que as parcerias existentes fossem prorrogadas de
ofício no caso de atraso na liberação de recursos por parte da Administração Pública, por período
equivalente ao atraso.

No que tange às parcerias existentes com prazo indeterminado ou prorrogáveis por período
superior ao inicialmente estabelecido, a Lei nº 13.019, de 2014, fixou alternativamente uma das
medidas a seguir a serem adotadas no prazo de 1 ano após a sua entrada em vigor:

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Substituição pelo termo de colaboração ou Objeto de rescisão unilateral pela


termo de fomento Administração Pública

2.2. DEFINIÇÕES

É muito rico em detalhes e, portanto, um “prato cheio” para o examinador explorar, o extenso rol
de definições constantes no art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014.

Vejamos cada uma dessas definições, agrupando-os em quatro blocos:

 1º) as instituições interessadas: Administração Pública e OSC;


 2º) os tipos de instrumentos jurídicos para a formalização da parceria entre as instituições
interessadas: acordo de cooperação, termo de colaboração e termo de fomento;
 3º)intervenientes individuais ou coletivos das instituições interessadas: administrador
público,dirigente, gestor, conselho de política pública, comissão de seleção e comissão de
monitoramento e avaliação.
 4º)elementos afetos à parceria: chamamento público, atividade, parceria, projeto, bens
remanescentes e prestação de contas.

1º) Instituições interessadas: OSC – Organização da Sociedade Civil e Administração Pública.

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entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores
ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais,
brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o
exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na
consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por
meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva

as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de


novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco
ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e
OSC -
ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as
Organização da
voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores
Sociedade Civil
rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão
rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de
interesse público e de cunho social

as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos


de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins
exclusivamente religiosos

CAI NA PROVA
O concurso para Promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, aplicado
por banca própria em 2016, apresentou a seguinte assertiva na prova: “De acordo com a
Lei n. 13.019/14 (Terceiro Setor), a entidade privada sem fins lucrativos, que distribua ou
não, entre os seus sócios ou associados, eventuais resultados, sobras, excedentes
operacionais, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício
de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto
social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de
reserva, é considerada organização da sociedade civil.”

Comentários: errada. De acordo com o inciso I, alínea “a”, do art. 2º da Lei nº 13.019, de
2014, OSC é: a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios
ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais
resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de
qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o
exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo
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objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou


fundo de reserva; b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de
novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade
pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de
geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e
as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho
social; c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de
interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente
religiosos.

Frise-se, desde já, que a OSC, desde que não participe de campanhas de interesse político-
partidário ou eleitoral, fará jus aos seguintes benefícios, independentemente de certificação:

receber doações de empresas, até o limite de 2% de sua receita bruta

receber bens móveis considerados irrecuperáveis, apreendidos,


abandonados ou disponíveis, administrados pela Secretaria da Receita
Federal

distribuir ou prometer distribuir prêmios, mediante sorteios, vale-


brindes, concursos ou operações assemelhadas, com o intuito de
arrecadar recursos adicionais destinados à sua manutenção ou
custeio

Os aludidos benefícios serão concedidos à OSC que apresente uma das seguintes finalidades
entre os seus objetivos sociais:

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OBJETIVOS SOCIAIS DA OSC PARA FAZER JUS AOS BENEFÍCIOS PREVISTOS NA LEI Nº 13.019, DE 2014:
promoção da assistência social
promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico
promoção da educação
promoção da saúde
promoção da segurança alimentar e nutricional
defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável
promoção do voluntariado
promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza
experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos
de produção, comércio, emprego e crédito
promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita
de interesse suplementar
promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros
valores universais
organizações religiosas que se dediquem a atividades de interesse público e de cunho social
distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos
estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos de qualquer das atividades citadas nesta
tabela

Administração Pública: foi definida pela Lei nº 13.019, de 2014, com seu sentido subjetivo, formal
ou orgânico, apenas elencando as pessoas que a ela integram.

Administração Pública

União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias que recebem
recursos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral

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2º) os tipos de atos jurídicos para a formalização da parceria entre as instituições interessadas:
acordo de cooperação, termo de colaboração e termo de fomento.

Acordo de Cooperação: instrumento por meio do qual são


formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública
com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco que NÃO envolvam a transferência
de recursos financeiros

Termo de Colaboração: instrumento por meio do qual são


formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública
com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela
administração pública que envolvam a transferência de recursos
financeiros

Termo de Fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas


as parcerias estabelecidas pela administração pública com
organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pelas organizações da
sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros

3º) intervenientes individuais ou coletivos das instituições interessadas: administrador público,


dirigente, gestor, conselho de política pública, comissão de seleção e comissão de
monitoramento e avaliação.

DEFINIÇÕES DOS INTERVENIENTES INDIVIDUAIS OU COLETIVOS DAS INSTITUIÇÕES INTERESSADAS:


agente público revestido de competência para assinar termo de
Administrador colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação com OSC para
Público: a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, ainda que
delegue essa competência a terceiros
pessoa que detenha poderes de administração, gestão ou controle da
Dirigente: OSC, habilitada a assinar termo de colaboração, termo de fomento ou
acordo de cooperação com a administração pública para a consecução

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de finalidades de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa


competência a terceiros
agente público responsável pela gestão de parceria celebrada por meio
de termo de colaboração ou termo de fomento, designado por ato
publicado em meio oficial de comunicação, com poderes de controle e
fiscalização
Gestor:

Atenção: não foi incluído o acordo de


cooperação!

órgão criado pelo poder público para atuar como instância consultiva, na
respectiva área de atuação, na formulação, implementação,
acompanhamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas
Conselho de Política
Pública:
Atenção:os conselhos de políticas públicas podem apresentar propostas
à administração pública para celebração de termo de colaboração com
OSC.
órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos,
constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação,
Comissão de
assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo
Seleção:
efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração
pública
órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar as parcerias celebradas
com OSC mediante termo de colaboração ou termo de fomento,
constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação,
assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo
Comissão de efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração
Monitoramento e pública
Avaliação:

Atenção: não foi incluído o acordo de


cooperação!

4º) elementos afetos à parceria: chamamento público, atividade, parceria, projeto, bens
remanescentes e prestação de contas.

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•procedimento destinado a selecionar OSC para firmar parceria por


meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a
observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da
Chamamento Público:
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos

•conjunto de operações que se realizam de modo contínuo ou


permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à
Atividade
satisfação de interesses compartilhados pela administração pública e
pela OSC

•conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes


de relação jurídica estabelecida formalmente entre a administração
pública e OSC, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em
Parceria:
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de
cooperação
•deve respeitar, em todos os seus aspectos, as normas específicas
das políticas públicas setoriais relativas ao objeto da parceria e as
respectivas instâncias de pactuação e deliberação

•conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um


Projeto: produto destinado à satisfação de interesses compartilhados pela
administração pública e pela OSC

•os de natureza permanente adquiridos com recursos financeiros


Bens Remanescentes: envolvidos na parceria, necessários à consecução do objeto, mas que
a ele não se incorporam

• procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria,


pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da
parceria e o alcance das metas e dos resultados previstos,
Prestação de Contas: compreendendo duas fases: 1) apresentação das contas, de
responsabilidade da OSC; e 2) análise e manifestação conclusiva das
contas, de responsabilidade da administração pública, sem prejuízo
da atuação dos órgãos de controle

Reitero a riqueza de detalhes em apenas um artigo da Lei nº 13.019, de 2014.

Assim, não tenha dúvidas de que ele poderá ser explorado em sua prova!

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2.3. NÃO APLICAÇÃO DO MROSC

A Lei nº 13.019, de 2014, prevê expressamente que suas disposições não se aplicam aos seguintes
temas:

A LEI Nº 13.019, DE 2014, NÃO SE APLICA AOS SEGUINTES TEMAS:


às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções
internacionais conflitarem com a Lei nº 13.019, de 2014
aos contratos de gestão celebrados com Organizações Sociais - OS, desde que cumpridos os
requisitos previstos na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998
aos termos de parceria celebrados com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público -
OSCIP, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999
às parcerias entre a Administração Pública e os serviços sociais autônomos
aos convênios e contratos celebrados pelo Sistema Único de Saúde - SUS com entidades
filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal

§ 1º do art. 199 da CRFB: As instituições privadas poderão participar de forma


complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos.
aos termos de compromisso cultural de que trata a Política Nacional de Cultura Viva referidos
no § 1º do art. 9º da Lei nº 13.018, de 22 de julho de 2014
às transferências do Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado
às Pessoas Portadoras de Deficiência – PAED, do Programa Nacional de Alimentação Escolar –
PNAE e do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, no âmbito do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE, referidas no art. 2º da Lei nº 10.845, de 5 de março de
2004, e nos arts. 5º e 22 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009
aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor
de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:

a) membros de Poder ou do Ministério Público;

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b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública;

c) pessoas jurídicas de direito público interno;

d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública.

CAI NA PROVA
O concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, aplicado pela banca
VUNESP em 2016, apresentou a seguinte alternativa em uma de suas questões: “essa lei
se aplica também aos convênios celebrados com entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos, que podem participar de forma complementar do sistema único de saúde,
segundo diretrizes deste.”

Comentários: alternativa incorreta. Incorreta a alternativa já que, de acordo com o inciso


IV do art. 3º da Lei do MROSC, as suas disposições não se aplicam aos convênios e
contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos do § 1º
do art. 199 da Constituição Federal, que trata do SUS – Sistema Único de Saúde.

CAI NA PROVA
O concurso para Promotor de Justiça do Ministério Público do Paraná, aplicado pela banca
própria em 2016, apresentou a seguinte questão na prova:

Assinale a alternativa incorreta:

Não se aplicam as exigências da Lei n. 13.019/2014 (dispõe sobre Organização da


Sociedade Civil e Marco Regulatório do Terceiro Setor):

a) Às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas


pelo Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e
convenções internacionais conflitarem com a Lei n. 13.019/2014;

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b) Aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os
requisitos previstos na lei específica das organizações sociais;

c) Aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em


favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas
por membros de Poder ou do Ministério Público;

d) Aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas


em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente
constituídas por: dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública e/ou
pessoas jurídicas de direito público e de direito privado interno;

e) Às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.

Comentários: alternativa “d”. O art. 3º da Lei nº 13.019, de 2014, prevê os casos em que
as disposições da aludida lei não são aplicáveis. Incorreta apenas a alternativa “d” por sua
parte final ter incluído pessoa jurídica de direito privado interno. A excludente de aplicação
da Lei do MROSC se dá aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições
ou taxas associativas em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam
obrigatoriamente constituídas por: a) membros de Poder ou do Ministério Público; b)
dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública; c) pessoas jurídicas de
direito público interno; d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública. Correta
a alternativa “a” que apresenta caso constante no inciso I do aludido artigo. A “b”, no
inciso III. A “c”, no inciso IX, alínea “a”. E a “e”, no inciso X.

Dessa forma, fique atento quanto à não aplicação da Lei do MROSC, por exemplo, aos contratos
de gestão com OS, termos de parceria com OSCIP e parcerias com os Serviços Sociais Autônomos.

Lembre-se que, como externado na aula anterior, no texto originário da Lei nº 13.019, de 2014,
especificamente em seu art. 4º, havia a fixação expressa de que ela se aplicava às relações entre
a Administração Pública e as entidades qualificadas como OSCIP, nos termos da Lei nº 9.790, de
1999.

Porém, a Lei nº 13.204, de 2015, revogou o citado artigo 4º e incluiu as OSCIP no rol de entidades
sobre as quais a Lei nº 13.019, de 2014, não se aplica.

Outro ponto importante a ressaltar é que exceto quanto aos casos constantes na tabela anterior
e aos convênios a seguir indicados, que são regulados pelo art. 116 da Lei nº 8.666, de 1993,

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todas as demais parcerias entre a Administração Pública e as OSC devem ser realizadas com base
na Lei nº 13.019, de 2014.

nos casos constantes na tabela anterior, na qual


expressamente não se aplica a Lei nº 13.019, de 2014

Parcerias entre a
Administração Pública e nos convênios entre entes da federação ou pessoas jurídicas a
OSC que não seguem a eles vinculados que segue o art. 116 da Lei nº 8.666, de 1993
Lei nº 13.019, de 2014:

nos convênios celebrados pelo Sistema Único de Saúde - SUS


com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos
do § 1º do art. 199 da Constituição Federal que segue o art.
116 da Lei nº 8.666, de 1993

#ficadica

A partir da vigência da Lei nº 13.019, de 2014, somente serão celebrados convênios


entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas, bem como os
celebrados no âmbito do SUS com entidades filantrópicas (art. 199 da Constituição).

CAI NA PROVA
O concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, aplicado pela banca
VUNESP em 2016, apresentou a seguinte alternativa em uma de suas questões: “a partir
da sua vigência, somente serão celebrados convênios entre entes federados ou pessoas
jurídicas a eles vinculadas, não se aplicando a essas parcerias o disposto na Lei no
8.666/93.”

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Comentários: alternativa incorreta. Incorreta a alternativa porque, de acordo com o art. 84-
A da Lei nº 13.019, de 2014, a partir de sua vigência, somente serão celebrados convênios
entre entes federados (ou pessoas jurídicas a eles vinculados) ou decorrentes de
participação no SUS (Sistema Único de Saúde), nos termos do art. 199 da Constituição.

2.4. REGIME JURÍDICO DO MROSC

De acordo com a Lei nº 13.019, de 2014, o regime jurídico do MROSC se fundamenta:

Gestão
Pública
Democrática
eficácia participação
social

fortalecimento
eficiência da sociedade
civil

transparência
Regime Jurídico na aplicação
economicidade
do MROSC dos recursos
públicos

legalidad
publicidade e

moralidade legitimidade

impessoalidade

Todo esse conjunto de princípios e regras tem por finalidade assegurar:

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 o reconhecimento da participação social como direito do cidadão;

 a solidariedade, a cooperação e o respeito à diversidade para a construção de valores de

cidadania e de inclusão social e produtiva;

 a promoção do desenvolvimento local, regional e nacional, inclusivo e sustentável;

 o direito à informação, à transparência e ao controle social das ações públicas;

 a integração e a transversalidade dos procedimentos, mecanismos e instâncias de

participação social;

 a valorização da diversidade cultural e da educação para a cidadania ativa;

 a promoção e a defesa dos direitos humanos;

 a preservação, a conservação e a proteção dos recursos hídricos e do meio ambiente;

 a valorização dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais; e

 a preservação e a valorização do patrimônio cultural brasileiro, em suas dimensões material

e imaterial.

Dessa forma, é amplíssima a finalidade de realização de parcerias por parte da Administração


Pública, que sempre deverá estar calcada nos princípios republicanos e no interesse público.

A Lei nº 13.019, de 2014, ainda elenca um rol de diretrizes fundamentais do regime jurídico afeto
às parcerias entre a Administração Pública e as OSC, são elas:

DIRETRIZES FUNDAMENTAIS DO REGIME JURÍDICO DO MROSC:


a promoção, o fortalecimento institucional, a capacitação e o incentivo à OSC para a
cooperação com o poder público
a priorização do controle de resultados
o incentivo ao uso de recursos atualizados de tecnologias de informação e comunicação - TIC
o fortalecimento das ações de cooperação institucional entre os entes federados nas relações
com as OSC

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o estabelecimento de mecanismos que ampliem a gestão de informação, transparência e


publicidade
a ação integrada, complementar e descentralizada, de recursos e ações, entre os entes da
Federação, evitando sobreposição de iniciativas e fragmentação de recursos
a sensibilização, a capacitação, o aprofundamento e o aperfeiçoamento do trabalho de
gestores públicos, na implementação de atividades e projetos de interesse público e
relevância social com OSC
a adoção de práticas de gestão administrativa necessárias e suficientes para coibir a obtenção,
individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens indevidas
a promoção de soluções derivadas da aplicação de conhecimentos, da ciência e tecnologia e
da inovação para atender necessidades e demandas de maior qualidade de vida da população
em situação de desigualdade social

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3. CELEBRAÇÃO DE PARCERIAS: ACORDO DE COOPERAÇÃO,


TERMO DE COLABORAÇÃO E DE FOMENTO

Como visto na apresentação das definições, termo de colaboração e termo de fomento são
instrumentos por meio dos quais são formalizadas as parcerias estabelecidas pela Administração
Pública com organizações da sociedade civil - OSC para a consecução de finalidades de interesse
público e recíproco, que envolvam a transferência de recursos financeiros ($$$).

A diferença entre esses dois instrumentos, contudo, é que no termo de colaboração a proposta
de parceria é realizada pela Administração Pública e no termo de fomento a proposta de parceria
é realizada pela OSC.

Por oportuno, cabe dizer também que a diferença entre esses dois citados instrumentos e o acordo
de cooperação é que neste não há envolvimento de recursos financeiros ($$$)!!!

Vamos diagramar esses três instrumentos:

Termo de Colaboração Termo de Fomento Acordo de Cooperação

instrumento de parceria instrumento de parceria instrumento de parceria

formalizado entre a formalizado entre a formalizado entre a


Administração Pública e a Administração Pública e a Administração Pública e a
OSC OSC OSC

finalidade de interesse finalidade de interesse finalidade de interesse


público e recíproco público e recíproco público e recíproco

envolve $ (transferência de envolve $ (transferência de NÃO envolve $ (transferência


recurso) recurso) de recurso)

proposto pela Administração


proposto pela OSC Indiferente
Pública

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O concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, aplicado pela banca
VUNESP em 2016, apresentou a seguinte alternativa em uma de suas questões: “o termo de
colaboração deve ser adotado pela Administração Pública para consecução de planos de
trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade civil
que envolvam a transferência de recursos financeiros.”

Comentários: alternativa correta. Correta a alternativa já que, de acordo com o inciso VII do
art. 2º da Lei do MROSC, termo de colaboração é o instrumento por meio do qual são
formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas
pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros.

Portanto, as parcerias entre a Administração Pública e as OSC são celebradas por meio de Acordo
de Cooperação, Termo de Colaboração ou Termo de Fomento.

Frise-se que no termo de colaboração a proposta de parceria com a OSC para a consecução de
planos de trabalho é da iniciativa da Administração Pública e envolve transferência de recursos,
enquanto no termo de fomento a proposta de parceria para consecução de planos de trabalho
com a Administração Pública é realizada pela OSC, também envolvendo transferência de recursos
financeiros.

#ficadica

É vedada a celebração de parcerias que tenham por objeto, envolvam ou incluam,


direta ou indiretamente, delegação:

a) das funções de regulação;

b) das funções de fiscalização;

c) do exercício do poder de polícia; ou

d) de outras atividades exclusivas de Estado.

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CAI NA PROVA
O concurso para Promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, aplicado
por banca própria em 2016, apresentou a seguinte assertiva em uma de suas questões:
“De acordo com a Lei n. 13.019/14, que estabelece o regime jurídico das parcerias entre
a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, é vedada
a celebração de parcerias previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam ou incluam,
direta ou indiretamente, delegação das funções de regulação, de fiscalização, de exercício
do poder de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado.”

Comentários: assertiva correta. Correta a alternativa já que, de acordo com o art. 40 da Lei
nº 13.019, de 2014, é vedada a celebração de parcerias previstas nesta Lei que tenham por
objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções de
regulação, de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades
exclusivas de Estado.

Para a celebração e formalização do termo de colaboração e do termo de fomento devem ser


adotadas as seguintes providências pela Administração Pública:

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realização de chamamento público,


ressalvadas as hipóteses previstas em lei

indicação expressa da existência de


prévia dotação orçamentária para
execução da parceria
do mérito da proposta, em
demonstração de que os objetivos e
conformidade com a
finalidades institucionais e a capacidade
modalidade de parceria
técnica e operacional da OSC foram
Rito para adotada
avaliados e são compatíveis com o
celebração de
objeto
termo de da identidade e da
colaboração reciprocidade de interesse
ou de aprovação do plano de trabalho, a ser das partes na realização,
fomento: apresentado nos termos da lei em mútua cooperação, da
parceria prevista em lei

emissão de parecer jurídico do órgão da viabilidade de sua


de assessoria ou consultoria jurídica da execução
Administração Pública acerca da
possibilidade de celebração da parceria da verificação do
cronograma de
desembolso
emissão de parecer de órgão técnico da
Administração Pública, que deve da designação do gestor da
pronunciar-se, de forma expressa, a parceria
respeito:
da designação da
comissão de
monitoramento e avaliação
da parceria
da descrição de quais
serão os meios disponíveis
a serem utilizados para a
fiscalização da execução
da parceria, assim como
dos procedimentos que
deverão ser adotados
para avaliação da
execução física e
financeira, no
cumprimento das metas e
objetivos

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Portanto, há todo um procedimento para se chegar ao momento de celebração da parceria.

Antes de avaliarmos todo o fluxo de seleção de OSC e celebração de parceria, vamos identificar
quais Organizações da Sociedade Civil estão impedidas de celebrar parceria.

3.1. OSC IMPEDIDAS DE CELEBRAR PARCERIA

De forma expressa a Lei nº 13.019, de 2014, fixa que as seguintes OSC estão vedadas de celebrar
qualquer parceria tratada pela aludida lei:

OSC VEDADAS A CELEBRAR PARCERIA:

não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no

território nacional

esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada

tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou

entidade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o

termo de colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou

companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 2º grau

Atenção 1:não são considerados membros de Poder os integrantes de conselhos de direitos e

de políticas públicas.

Atenção2:não se aplica à celebração de parcerias com entidades que, pela sua própria natureza,

sejam constituídas pelas autoridades citadas sendo vedado que a mesma pessoa figure no termo

de colaboração, no termo de fomento ou no acordo de cooperação simultaneamente como

dirigente e administrador público.

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tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de

Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 anos

enquanto não houver o ressarcimento do dano ao erário, pelo qual seja responsável a OSC ou

seu dirigente

Atenção:não serão considerados débitos que decorram de atrasos na liberação de repasses pela

administração pública ou que tenham sido objeto de parcelamento, se a OSC estiver em

situação regular no parcelamento

for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os

débitos eventualmente imputados

tenha tido as contas


Atenção:não serão considerados débitos que decorram de atrasos na
rejeitadas pela
liberação de repasses pela administração pública ou que tenham sido
administração pública
objeto de parcelamento, se a OSC estiver em situação regular no
nos últimos 5 anos,
parcelamento
exceto se:
for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição

a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso

com efeito suspensivo

suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar

com a administração

declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a


tenha sido punida com
administração pública
uma das seguintes
suspensão temporária da participação em chamamento público e
sanções, pelo período
impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades
que durar a
da esfera de governo da administração pública sancionadora, por
penalidade:
prazo não superior a 2 anos

declaração de inidoneidade para participar de chamamento público

ou celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as

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esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes

da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria

autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que

a OSC ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e

após decorrido o prazo da suspensão

cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou

rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da

Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 anos

julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de


tenha entre seus
cargo em comissão ou função de confiança, enquanto durar a
dirigentes pessoa:
inabilitação

considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem

os prazos estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429,

de 2 de junho de 1992.

#ficadica

Em qualquer hipótese da tabela anterior, também é vedada a transferência de novos


recursos no âmbito de parcerias em execução.

Atenção:excetuam-se os casos de serviços essenciais que não podem ser adiados sob pena
de prejuízo ao erário ou à população, desde que precedida de expressa e fundamentada
autorização do dirigente máximo do órgão ou entidade da administração pública, sob pena
de responsabilidade solidária.

Assim, perceba que há um extenso rol de vedações a impedir a celebração de parceria entre a
Administração Pública e a OSC, bem como o repasse de novos recursos quando a parceria estiver
em execução e ocorra algum dos fatos impeditivos.

Vejamos, então, a partir de agora, o rito ordinário para a celebração de parceria.

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3.2. PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Procedimento de Manifestação de Interesse Social:é o instrumento por meio do qual as OSC,


movimentos sociais e cidadãos podem apresentar propostas ao poder público para que avalie a
possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de parceria.

identificação do subscritor da proposta

São requisitos para o


encaminhamento de indicação do interesse público envolvido
proposta à Administração
Pública para avaliar a
realização de chamamento
público com o objetivo de diagnóstico da realidade que se quer modificar,
celebrar parceria: aprimorar ou desenvolver

quando possível, indicação da viabilidade, dos custos,


dos benefícios e dos prazos de execução da ação
pretendida

Quando a OSC, os movimentos sociais e os cidadãos apresentarem propostas que cumpram os


requisitos indicados, a Administração Pública deve torná-la pública em seu sítio eletrônico e
verificar a conveniência e oportunidade para realização do Procedimento de Manifestação de
Interesse Social.

Caso seja conveniente e oportuno, instaurará o Procedimento para oitiva da sociedade sobre o
tema, seguindo procedimento e prazo que devem ser previstos em regulamento próprio de cada
ente federado.

Cabe esclarecer que a realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não


implica necessariamente em execução do chamamento público, que somente ocorrerá se alinhado
com os interesses da Administração Pública.
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Além disso, fixe que é vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração
de parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.

#ficadica

A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não dispensa a


convocação por meio de chamamento público para a celebração de parceria.

Atenção:a proposição ou a participação no Procedimento de Manifestação de Interesse


Social não impede a OSC de participar em eventual chamamento público subsequente.

3.3. CHAMAMENTO PÚBLICO

Chamamento Público:é o procedimento destinado a selecionar OSC para firmar parceria por meio
de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da
isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e
dos que lhes são correlatos.

CAI NA PROVA
O concurso para Procurador do Estado do Maranhão, aplicado pela banca FCC em 2016,
apresentou a seguinte questão: Conhecida como “Marco Regulatório do Terceiro Setor”,
a Lei Federal no 13.019/2014, estabelece normas gerais para as parcerias entre a
Administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação,
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução
de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos
em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.
Ressalvadas as exceções previstas na mencionada legislação, é obrigatória a adoção do
seguinte procedimento prévio para a celebração dos instrumentos de parceria nela
disciplinados.

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a) Registro de preços.

b) Chamamento público.

c) Licitação, na modalidade pregão.

d) Licitação, na modalidade concurso.

e) Pré-qualificação das entidades.

Comentários: alternativa “b”. De acordo com o inciso XII do art. 2º da Lei nº 13.019, de
2014, chamamento público é o procedimento destinado a selecionar organização da
sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no
qual se garanta a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos
que lhes são correlatos. Além disso, de acordo com os arts. 29, 30 e 31 da Lei do MROSC,
há casos de dispensa, inexigibilidade e celebração de parceria sem chamamento público.

#ficadica

A celebração de termo de colaboração ou de fomento deve ser precedida de


chamamento público voltado a selecionar OSC que tornem mais eficaz a execução do
objeto, exceto nos casos previstos em lei (hipóteses de dispensa ou inexigibilidade, bem
como decorrente de emenda parlamentar) conforme diagramas a seguir.

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no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência


de paralisação de atividades de relevante interesse público,
pelo prazo de até 180 dias

nos casos de guerra, calamidade pública, grave


perturbação da ordem pública ou ameaça à paz social
Casos em que a
Administração Pública pode
DISPENSAR o Chamamento
Público: quando se tratar da realização de programa de proteção a
pessoas ameaçadas ou em situação que possa
comprometer a sua segurança

no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de


educação, saúde e assistência social, desde que executadas
por OSC previamente credenciadas pelo órgão gestor da
respectiva política

Além dos casos de dispensa de realização de chamamento público indicado no diagrama anterior,
há também a previsão de inexigibilidade de realização deste procedimento.

E os conceitos de “dispensa” e “inexigibilidade” aqui na Lei nº 13.019, de 2014, são análogos aos
que vimos da Lei nº 13.303, de 2016, e também constantes na Lei nº 8.666, de 1993.

Na inexigibilidade não há a possibilidade de competitividade. Diferentemente do que ocorre na


dispensa.

Na dispensa, é sim possível haver mais de um interessado capaz de atender ao objeto da parceria
a que se pretende, entretanto, a lei autoriza que seja realizada sem a realização do Chamamento
Público, dispensando-o.

Na inexigibilidade, por seu turno, ainda que se pretendesse realizar o Chamamento Público, não
haveria competidores, em função de não existir para o objeto a que se pretende mais de um
interessado hábil ou capaz, consequência das peculiaridades do objeto.
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Uma outra diferença importante entre dispensa e inexigibilidade é que a listagem de dispensa é
numerus clausus (lista taxativa vista acima), enquanto a da inexigibilidade é numerus apertus (lista
exemplificativa abaixo indicada).

Considera-se INEXIGÍVEL o Chamamento Público na hipótese de inviabilidade de competição entre as


OSC, em razão da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser
atingidas por uma entidade específica, especialmente quando:

o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso


internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos

a parceria decorrer de transferência para OSC que esteja autorizada em lei na qual seja
identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive quando se tratar da subvenção
social (inciso I do § 3º do art. 12 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), observadas as
regras de destinação de recursos públicos ao setor privado (art. 26 da LRF)

Importante ressaltar que o administrador público deve justificar tanto a dispensa quanto a
inexigibilidade de realização do Chamamento Público.

Inclusive, sob pena de nulidade do ato de formalização do termo de colaboração ou do termo de


fomento, deve-se publicar no site oficial do órgão na internet o extrato da justificativa no mesmo
dia em que efetivar a parceria.

Além disso, a critério do administrador público, o aludido extrato de justificativa da dispensa ou


inexigibilidade poderá também ser publicado no meio oficial do órgão, como o Diário Oficial, por
exemplo.

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#ficadica

A justificativa para a dispensa ou inexigibilidade pode ser impugnada no prazo de 5 dias a


contar de sua publicação e o administrador público responsável deve analisá-lo também em
até 5 dias da data do respectivo protocolo.

Atenção: se deferida a impugnação, o ato que declarou a dispensa ou considerou inexigível


o Chamamento Público deve ser revogado e imediatamente iniciado o procedimento para a
realização do chamamento público, conforme o caso.

O último caso previsto na Lei nº 13.019, de 2014, em que se autoriza a celebração de termo de
colaboração ou de fomento sem a realização do Chamamento Público é quando estes decorram
de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais – LOA.

Provavelmente você já deve ter estudado com seu professor de Administração Financeira e
Orçamentária ou Finanças Públicas as figuras do PPA (Plano Plurianual), LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual) tratadas nos artigos 165 e seguintes da
Constituição.

No que tange à LOA, houve inclusive alterações recentes no plano constitucional, em especial pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015, para tratar das emendas individuais.

As emendas individuais são aquelas propostas de alterações do Projeto de Lei Orçamentária Anual
enviado à casa legislativa pelo Poder Executivo. É muito comum, inclusive, que o Projeto de LOA
encaminhado pelo Executivo ao Legislativo seja bastante emendado (alterado) por propostas
individuais dos parlamentares ou de órgãos da casa, como algumas comissões, que também
possuem prerrogativa para tal.

A Emenda Constitucional nº 86, de 2015, previu, por exemplo:

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite


de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no
projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será
destinada a ações e serviços públicos de saúde.

Portanto, atualmente, 1,2% da receita corrente líquida é destinado a emendas parlamentares.

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Nessa linha, a Lei nº 13.019, de 2014, com a alteração da Lei nº 13.204, de 2015, previu que os
termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas
parlamentares às leis orçamentárias anuais serão celebrados sem Chamamento Público.

Importante ressaltar que, mesmo nos casos de dispensa, inexigibilidade ou de autorização de


celebração de parceria sem a realização de chamamento público, aplica-se os demais regramentos
da Lei do MROSC.

#ficadica

Os acordos de cooperação são celebrados, em regra, sem Chamamento


Público, exceto quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação
de bens ou outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial,
hipóteses em que o respectivo Chamamento Público deve ser realizado e
observar a disciplina legal.

CAI NA PROVA
O concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, aplicado pela banca
VUNESP em 2016, apresentou a seguinte alternativa em uma de suas questões: “a
celebração de termo de colaboração ou de fomento deverá ser sempre precedida de
chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais
eficaz a execução do objeto.”

Comentários: alternativa incorreta. Incorreta a alternativa porque, de acordo com os arts.


29, 30 e 31 da Lei do MROSC, há casos de dispensa, inexigibilidade e celebração de
parcerias sem chamamento público.

Portanto, exceto nos casos de não realização de chamamento público previstos em lei, para a
seleção de OSC com o intuito de celebração de parceria a Administração Pública deve adotar
procedimentos claros, objetivos e simplificados, de forma a orientar os interessados e facilitar o
acesso direto aos órgãos públicos e suas instâncias decisórias, independentemente da modalidade
de parceria adotada.

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Assim, o edital do Chamamento Público, que deve ser amplamente divulgado na página eletrônica
do site oficial da Administração Pública na internet, com antecedência mínima de 30 dias, precisa
especificar, no mínimo:

 a programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria;

 o objeto da parceria;

 as datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das propostas;

 as datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se refere à

metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios estabelecidos, se

for o caso;

 o valor previsto para a realização do objeto

 as condições para interposição de recurso administrativo;

 a minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria;

 de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para

pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

Ressalte-se que o Chamamento Público deve observar os seguintes princípios:

isonomia

legalidade

impessoalidade

moralidade
Princípios a serem
observados pelo igualdade
Chamemento Público:
publicidade

probidade administrativa

vinculação ao instrumento convocatório

julgamento objetivo

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Ou seja, sendo possível, a Administração Pública deve fixar critérios objetivos acerca do objeto,
metas, custos e indicadores de avaliação de resultados, quantitativos e qualitativos, de modo que
a seleção por meio do Chamamento Público seja transparente e afaste valorações subjetivas.

Inclusive, é proibido que se admita, preveja, inclua ou tolere, nos atos de convocação, cláusulas
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo em decorrência
de qualquer circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto da parceria.

De todo modo, a Lei nº 13.019, de 2014, expressamente admite:

a) a seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou com


representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da
parceria;

b) o estabelecimento de cláusula que delimite o território ou a abrangência da prestação de


atividades ou da execução de projetos, conforme estabelecido nas políticas setoriais.

Isto é, admite-se a priorização de parceiros sediados ou que atuem no território do ente público,
bem como que se limite espacialmente a área de atuação.

No que tange ao julgamento das propostas, a Lei do MROSC fixa que o grau de adequação da
proposta aos objetivos específicos do programa ou da ação em que se insere o objeto da parceria
e, quando for o caso, ao valor de referência constante do chamamento constitui critério
obrigatório de julgamento.

Fixa-se também que deve ser obrigatoriamente justificada a seleção de proposta que não seja a
mais adequada ao valor de referência constante do chamamento público.

Frise-se que as propostas são julgadas pela Comissão de Seleção que é previamente designada
ou constituída pelo respectivo conselho gestor, em caso de o projeto ser financiado com recursos
de fundos específicos.

Rememore a definição da Comissão de Seleção:

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Comissão de Seleção: é o órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos,


constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo
menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da
administração pública.

Atenção: é impedida de participar de comissão de seleção pessoa que, nos últimos 5 anos, tenha
mantido relação jurídica com, ao menos, uma das entidades participantes do chamamento público,
situação em que deve ser designado membro substituto com qualificação técnica equivalente.

Ressalte-se que a administração pública deve proceder à verificação dos documentos que
comprovem o atendimento dos requisitos pela OSC somente depois de encerrada a etapa
competitiva e ordenadas as propostas selecionadas.

São os seguintes os documentos necessários a serem apresentados pela OSC para celebração de
parcerias:

DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS A SEREM APRESENTADOS PELA OSC PARA CELEBRAR PARCERIA:

certidões de regularidade fiscal, previdenciária, tributária, de contribuições e de dívida ativa, de

acordo com a legislação aplicável de cada ente federado

certidão de existência jurídica expedida pelo cartório de registro civil ou cópia do estatuto

registrado e de eventuais alterações ou, tratando-se de sociedade cooperativa, certidão

simplificada emitida por junta comercial

cópia da ata de eleição do quadro dirigente atual

relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com endereço, número e órgão

expedidor da carteira de identidade e número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF

da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB de cada um deles

comprovação de que a organização da sociedade civil funciona no endereço por ela declarado

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Além dos documentos anteriormente indicados, a OSC deve ser regida por normas de
organização interna(regimento interno, estatuto social, ...) que prevejam expressamente:

a) objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social;

#ficadica

Na celebração de acordo de cooperação, exige-se somente a previsão do item “a”, ou seja,


que a OSC tenha objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância
pública e social.

b) que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a

outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos do MROSC e cujo objeto

social seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;

#ficadica

As previsões dos itens “a” e “b” são dispensadas para as Organizações Religiosas e para as
Cooperativas.

c) escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas

Brasileiras de Contabilidade;

d) possuir:

d.1) cadastro ativo comprovado por meio de documentação emitida pela Receita Federal, com

base no CNPJ:

 há 1 ano, no mínimo, se a parceria for celebrada em âmbito Municipal;


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 há 2 anos, no mínimo, se a parceria for celebrada em âmbito Estadual ou do

Distrito Federal;

 há 3 anos, no mínimo, se a parceria for celebrada no âmbito da União.

Atenção: é admitida a redução do prazo por ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma
OSC o atingir.

d.2) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza

semelhante;

d.3) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o

desenvolvimento das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento das metas

estabelecidas.

Atenção: não é necessário demonstrar capacidade instalada prévia.

No caso de a OSC selecionada não apresentar todos os documentos necessários ou não atender
aos requisitos exigidos para sua norma de organização interna (regimento, estatuto, ...), a
Comissão de Seleção poderá convidar aquela imediatamente mais bem classificada a aceitar a
celebração da parceria.

Sendo aceito o convite pela segunda colocada ou assim sucessivamente, a Comissão de Seleção
deve proceder à verificação do cumprimento dos requisitos necessários e a checagem dos
documentos.

Estando tudo conforme, a Administração Pública deve proceder a homologação do Chamamento


Público e divulgar o resultado do julgamento no site oficial do órgão na internet.

#ficadica

A homologação não gera direito para a OSC à celebração da parceria.

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3.4. FORMALIZAÇÃO DA PARCERIA

Superada a fase do Chamamento Público, quando a lei o exige, há ainda um ciclo a ser cumprido
até a celebração formal da parceria.

Deve haver ainda a indicação de prévia dotação orçamentária para os casos de transferências de
recursos, a aprovação do plano de trabalho e a emissão de pareceres jurídico e técnico quanto à
viabilidade de celebração.

No que tange à prévia dotação orçamentária, deve-se seguir as diretrizes dos normativos
específicos acerca do tema, tais como a Lei nº 4.320, de 1964 (Lei do Orçamento Público), e a Lei
Complementar nº 101, de 2001 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

O plano de trabalho para celebração de termo de colaboração ou termo de fomento deve conter:

 a descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser demonstrado o nexo

entre essa realidade e as atividades ou projetos e metas a serem atingidas;

 descrição de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos a serem executados;

 previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou dos

projetos abrangidos pela parceria;

 forma de execução das atividades ou dos projetos e de cumprimento das metas a eles

atreladas; e

 definição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas.

No que tange aos pareceres técnico e jurídico, a Lei nº 13.019, de 2014, fixa que se eles concluírem
pela possibilidade de celebração da parceria, mas com ressalva, o administrador público deve:

a) sanar os aspectos ressalvados; ou

b) mediante ato formal, justificar a preservação desses aspectos ou sua exclusão.

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Superado o procedimento em sua integralidade e sendo conveniente e oportuno para a


Administração Pública, será formalizada a parceria.

Ressalte-se que o administrador público, ao decidir pela celebração de parceria, deve:

considerar, obrigatoriamente, a capacidade operacional da


administração pública para celebrar a parceria, cumprir as
obrigações dela decorrentes e assumir as respectivas
responsabilidades

avaliar as propostas de parceria com o rigor técnico necessário

designar gestores habilitados a controlar e fiscalizar a execução


em tempo hábil e de modo eficaz

apreciar as prestações de contas na forma e nos prazos


determinados em lei e na legislação específica

Mas frise-se que o termo de fomento, o termo de colaboração e o acordo de cooperação somente
produzem efeitos jurídicos após a publicação dos respectivos extratos no meio oficial de
publicidade da administração pública.

São as seguintes as cláusulas essenciais das parcerias entre Administração Pública e as OSC:

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CLÁUSULAS ESSENCIAIS DAS PARCERIAS ENTRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AS OSC FORMALIZADAS,

CONFORME O CASO, PELA CELEBRAÇÃO DE ACORDO DE COOPERAÇÃO, DE TERMO DE COLABORAÇÃO OU

DE TERMO DE FOMENTO:

a descrição do objeto pactuado

as obrigações das partes

quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso

a contrapartida, quando for o caso

Atenção:não será exigida contrapartida financeira como requisito para celebração de parceria,

facultada a exigência de contrapartida em bens e serviços cuja expressão monetária será

obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de fomento

a vigência e as hipóteses de prorrogação

Atenção 1:a vigência da parceria poderá ser alterada mediante solicitação da OSC,

devidamente formalizada e justificada, a ser apresentada à Administração Pública em, no

mínimo, 30 dias antes do termo inicialmente previsto.

Atenção 2:a prorrogação de ofício da vigência do termo de colaboração ou de fomento deve

ser feita pela Administração Pública quando ela der causa a atraso na liberação de recursos

financeiros, limitada ao exato período do atraso verificado.

a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos

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a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos

que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio

técnico de terceiros

Atenção: a Administração Pública deve promover o monitoramento e a avaliação do

cumprimento do objeto da parceria, podendo, para atingir essa finalidade, valer-se do apoio

técnico de terceiros, delegar competência ou firmar parcerias com órgãos ou entidades que se

situem próximos ao local de aplicação dos recursos.

a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos em lei

a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da

conclusão ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos,

produzidos ou transformados com recursos repassados pela administração pública

Atenção 1: caso a OSC adquira equipamentos e materiais permanentes com recursos

provenientes da celebração da parceria, os bens serão gravados com cláusula de

inalienabilidade, e ela deve formalizar promessa de transferência da propriedade à

administração pública, na hipótese de sua extinção.

Atenção 2: é obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes da

parceria, sendo que aqueles adquiridos com recursos transferidos podem, a critério do

administrador público, ser doados quando, após a consecução do objeto, não forem necessários

para assegurar a continuidade do objeto pactuado, observado o disposto no respectivo termo

e na legislação vigente.

a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade

pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade

quando for o caso, a obrigação de a OSC manter e movimentar os recursos em conta bancária

específica

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Atenção: os recursos recebidos em decorrência da parceria serão depositados em conta

corrente específica isenta de tarifa bancária na instituição financeira pública determinada pela

administração pública, sendo que os rendimentos deverão ser aplicados no objeto da parceria

e estarão sujeitos às mesmas condições de prestação de contas exigidas para os recursos

transferidos

o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de Contas

correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos de

colaboração ou a termos defomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto

a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas

condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo

mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60dias

a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabelecendo

a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de órgão

encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública

a responsabilidade exclusiva da OSC pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos

recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, de investimento e de

pessoal

a responsabilidade exclusiva da OSC pelo pagamento dos encargos trabalhistas,

previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de

colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da

Administração Pública a inadimplência da OSC em relação ao referido pagamento, os ônus

incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução

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#ficadica

Além as cláusulas indicadas, o plano de trabalho deve constar como anexo do


termo de colaboração, do termo de fomento ou do acordo de cooperação, que
deles será parte integrante e indissociável.

Atenção:o plano de trabalho da parceria poderá ser revisto para alteração de valores ou de metas,
mediante termo aditivo ou por apostila ao plano de trabalho original.

3.5. PARCERIA EM REDE

A Lei do MROSC permite a atuação em rede, por duas ou mais OSC, desde que:

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manutenção da
integral
responsabilidade
para a OSC que
celebrou o termo
de fomento ou de
colaboração com a
Administração
Pública
Condições para possua mais de 5 anos
atuação em de inscrição no CNPJ
Rede:

possua capacidade
que a OSC técnica e operacional a verificar, nos termos
signatária da para supervisionar e do regulamento, a
parceria com a orientar diretamente a regularidade jurídica e
Administração atuação da organização fiscal da organização
Pública: que com ela estiver executante e não
atuando em rede celebrante do termo de
colaboração ou do
termo de fomento,
celebre termo de devendo comprovar tal
atuação em rede para verificação na prestação
repasse de recursos às de contas
não celebrantes,
obrigando-se: a comunicar à
Administração Pública
em até 60 dias a
assinatura do termo de
atuação em rede

Portanto, a Lei nº 13.019, de 2014, autoriza que a OSC parceira da Administração Pública celebre
termo de atuação em rede com outra organização não celebrante da parceria para que esta
execute o objeto.

Para isso, exige-se que a OSC que tenha celebrado o termo com a Administração Pública, além
de se manter responsável integralmente pelo cumprimento do objeto, tenha existência jurídica há
mais de 5 anos, tenha capacidade técnica e operacional para supervisionar a OSC executora e
celebre com esta termo de atuação em rede.

O aludido termo de atuação em rede celebrado entre as OSC deve ser comunicado à
Administração Pública no prazo máximo de 60 dias.

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Frise-se que a OSC parceira formal da Administração Pública, ao firmar termo de atuação em rede
com outra OSC, deve verificar se esta está regular do ponto de vista jurídico e fiscal, comprovando
a verificação quando da apresentação da prestação de contas.

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4. GOVERNANÇA QUANTO À EXECUÇÃO DAS PARCERIAS

Veremos neste título alguns regramentos e disposições de suma importância para a consecução
do objetivo da parceria, que é o adimplemento do seu objeto com fruição para a coletividade em
serviços públicos diversos.

Iremos abordar aqui os seguintes temas relativos à governança:

 gestor da parceria;
 monitoramento e avaliação da parceria;
 capacitação das partes interessadas;
 transparência e controle;
 participação social;
 compras e contratações pela OSC;
 fluxo financeiro; e
 prestação de contas.

Ou seja, como governança estudaremos um conjunto de práticas cujo objetivo visa a uma
execução saudável e sustentável da parceria entre as OSC e o Poder Público.

4.1. GESTOR DA PARCERIA

Rememore a definição do gestor da parceria:

Gestor:é o agente público responsável pela gestão de parceria celebrada por meio de termo de
colaboração ou termo de fomento, designado por ato publicado em meio oficial de comunicação,
com poderes de controle e fiscalização.

Fazendo um paralelo com a Lei nº 8.666, de 1993, a figura do gestor da parceria assemelha-se à
do fiscal do contrato constante no art. 67 daquele diploma.

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Ou seja, é o agente público formalmente designado para, em resumo, acompanhar e fiscalizar a


correta execução da avença, tomando, tempestivamente, as ações cabíveis ou comunicando às
autoridades competentes aquelas que saiam de sua esfera de atuação ou competência.

#ficadica

É impedido de participar como gestor da parceria pessoa que, nos últimos 5 anos, tenha
mantido relação jurídica com, ao menos, uma das OSC partícipes.

Atenção: em caso de impedimento, deve ser designado gestor substituto que possua
qualificação técnica equivalente à do substituído.

São as seguintes as obrigações formais do gestor da parceria:

OBRIGAÇÕES DO GESTOR DA PARCERIA:

acompanhar e fiscalizar a execução da parceria

informar ao seu superior hierárquico a existência de fatos que comprometam ou possam

comprometer as atividades ou metas da parceria e de indícios de irregularidades na gestão

dos recursos, bem como as providências adotadas ou que serão adotadas para sanar os

problemas detectados

emitir parecer técnico conclusivo de análise da prestação de contas final, levando em

consideração o conteúdo do relatório técnico de monitoramento e avaliação

disponibilizar materiais e equipamentos tecnológicos necessários às atividades de

monitoramento e avaliação

comunicar ao administrador público a inexecução do objeto por culpa exclusiva da OSC

Atenção: no caso de inexecução por culpa exclusiva da OSC, a Administração Pública pode,

exclusivamente para assegurar o atendimento de serviços essenciais à população, por ato

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próprio e independentemente de autorização judicial, a fim de realizar ou manter a execução

das metas ou atividades pactuadas:

a) retomar os bens públicos em poder da OSC parceira, qualquer que tenha sido a modalidade

ou título que concedeu direitos de uso de tais bens; e

b) assumir a responsabilidade pela execução do restante do objeto previsto no plano de

trabalho, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade, devendo ser

considerado na prestação de contas o que foi executado pela OSC até o momento em que a

administração assumiu essas responsabilidades.

Frise-se que, na hipótese de o gestor da parceria deixar de ser agente público ou passar a ser
lotado em outro órgão ou entidade, o administrador público deverá designar novo gestor,
assumindo ele próprio, o administrador público, todas as obrigações do gestor, com as respectivas
responsabilidades, enquanto não designado o substituto.

Lembre-se que:

Administrador Público:é o agente público revestido de competência para assinar termo de


colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação com organização da sociedade civil
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa
competência a terceiros.

Portanto, a autoridade pública que possui competência para assinar o termo de parceria é a
mesma que tem a alçada para designar o gestor da parceria, podendo ainda delegar essa
atividade.

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4.2. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA PARCERIA

É dever da Administração Pública promover o monitoramento e a avaliação do cumprimento do


objeto da parceria.

#ficadica

O monitoramento e a avaliação devem ser realizados pelos respectivos conselhos gestores,


respeitadas as exigências da Lei do MROSC, quando a parceria for financiada com recursos
de fundos específicos.

Além disso, fixa a Lei do MROSC que nas parcerias com vigência superior a 1 ano, a Administração
Pública deve realizar, sempre que possível, pesquisa de satisfação com os beneficiários do plano
de trabalho e utilizar os resultados como subsídio na avaliação da parceria celebrada e do
cumprimento dos objetivos pactuados, bem como na reorientação e no ajuste das metas e
atividades definidas.

Para o monitoramento, avaliação e pesquisa de satisfação, a Administração Pública pode:

firmar parcerias com


órgãos ou entidades que
valer-se do apoio
delegar competência se situem próximos ao
técnico de terceiros
local de aplicação dos
recursos

De todo modo, a Administração está incumbida de emitir relatório técnico de monitoramento e


avaliação de parceria celebrada mediante termo de colaboração ou termo de fomento e o
submeterá à Comissão de Monitoramento e Avaliação designada, que o homologará,
independentemente da obrigatoriedade de apresentação da prestação de contas devida pela
OSC.

Lembre-se da definição de Comissão de Monitoramento e Avaliação:

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Comissão de Monitoramento e Avaliação:é o órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar as


parcerias celebradas com organizações da sociedade civil mediante termo de colaboração ou
termo de fomento, constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a
participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do
quadro de pessoal da administração pública.

#ficadica

É impedido de participar como membro da Comissão de Monitoramento e Avaliação pessoa


que, nos últimos 5 anos, tenha mantido relação jurídica com, ao menos, uma das OSC
partícipes.

Atenção: em caso de impedimento, deve ser designado membro substituto que possua
qualificação técnica equivalente à do substituído.

Importante ressaltar que o relatório técnico de monitoramento e avaliação a ser produzido pela
Administração Pública, que não se confunde com a prestação de contas da OSC, deve conter os
elementos a seguir indicados, sem prejuízo quanto a outros julgados pertinentes:

ELEMENTOS QUE DEVEM CONSTAR NO RELATÓRIO TÉCNICO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO:

descrição sumária das atividades e metas estabelecidas

análise das atividades realizadas, do cumprimento das metas e do impacto do benefício social

obtido em razão da execução do objeto até o período, com base nos indicadores

estabelecidos e aprovados no plano de trabalho

valores efetivamente transferidos pela Administração Pública

análise dos documentos comprobatórios das despesas apresentados pela OSC na prestação

de contas, quando não for comprovado o alcance das metas e resultados estabelecidos no

respectivo termo de colaboração ou de fomento

análise de eventuais auditorias realizadas pelos controles interno e externo, no âmbito da

fiscalização preventiva, bem como de suas conclusões e das medidas que tomaram em

decorrência dessas auditorias

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Ademais, cabe dizer que, sem prejuízo quanto à fiscalização pela Administração Pública, a parceria
também deve acompanhada e fiscalizada:

pelos Conselhos de
Políticas Públicas das
pelos órgãos de
áreas correspondentes
controle interno e pelo controle social
de atuação existentes
externo
em cada esfera de
governo

Lembre-se que:

Conselho de Política Pública:é o órgão criado pelo poder público para atuar como instância
consultiva, na respectiva área de atuação, na formulação, implementação, acompanhamento,
monitoramento e avaliação de políticas públicas.

4.3. CAPACITAÇÃO DAS PARTES INTERESSADAS

Considerando que a Administração Pública deve adotar medidas necessárias à capacitação de


pessoal e o importante papel a ser exercido pelos administradores públicos, gestores da parceria,
pelos conselheiros de políticas públicas, pelos membros da comissão de monitoramento e
avaliação e da sociedade civil organizada, a Lei nº 13.019, de 2014, prevê diretrizes aos Entes da
Federação para a capacitação e qualificação desses atores.

É certo que, com a qualificação técnica, teórica e prática daqueles que atuam no acompanhamento
das atividades de cada uma das partes interessadas na parceria, seja por acordo de cooperação,
termo de colaboração ou termo de fomento, a coletividade só tem a ganhar.A ganhar com a
melhor prestação do serviço público em concreto e quanto à eficiência e à adequação dos
eventuais custos financeiros empregados.

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Assim, fixou a Lei do MROSC que a União, em coordenação com os Estados, o DF, os Municípios
e as OSC, pode instituir programas de capacitação voltados a:

administradores públicos, dirigentes e gestores

representantes de organizações da sociedade civil

membros de conselhos de políticas públicas

Capacitação:
membros de comissões de seleção

membros de comissões de monitoramento e avaliação

demais agentes públicos e privados envolvidos na celebração e


execução das parcerias

Mas frise-se que a participação nos programas de capacitação não é condição para o exercício da
função envolvida na materialização da parceria, ou seja, não cabe ao particular ou ao agene público
se escusar de exercer a atividade sob a alegação de que não foi capacitado.

Tal justificativa, se aceita, abriria margem para que o agente apenas se negasse a se capacitar e,
deste modo, eximir-se-ia de assumir responsabilidades e comprometimento com a coisa pública.

4.4. TRANSPARÊNCIA E CONTROLE

Como já externado, sem prejuízo quanto à fiscalização pela Administração Pública e dos órgãos
de controle, a parceria também deve acompanhada e fiscalizada pelos Conselhos de Políticas
Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes em cada esfera de governo e pelo
controle social.

Nesse sentido, a Lei do MROSC dispôs sobre algumas medidas de transparência e para a atuação
do controle interno, externo e social.

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Deste modo, foi fixado que a Administração Pública deve manter, em seu sítio oficial na internet,
a relação das parcerias celebradas e dos respectivos planos de trabalho, até 180 dias após o
respectivo encerramento.

Além disso, a Administração também deve divulgar na internet os meios de representação sobre
a aplicação irregular dos recursos envolvidos na parceria, ou seja, o e-mail, o telefone, o endereço,
a identificação da autoridade ou do órgão responsável por recepcionar qualquer notícia, denúncia
ou comunicação de irregularidade ou ilegalidade, para que as medidas cabíveis sejam
providenciadas de forma célere e pelos meios adequados.

Por outro lado, a OSC também deve divulgar na internet e em locais visíveis de suas sedes sociais
e dos estabelecimentos em que exerça suas ações todas as parcerias celebradas com a
administração pública.

Assim, tanto a Administração Pública quanto a OSC devem dar amplo conhecimento acerca da
parceria, sendo que as informações divulgadas devem contemplar, no mínimo:

 data de assinatura e identificação do instrumento de parceria e do órgão da administração

pública responsável;

 nome da OSC e seu número de inscrição no CNPJ;

 descrição do objeto da parceria;

 valor total da parceria e valores liberados, quando for o caso;

 situação da prestação de contas da parceria, que deverá informar a data prevista para a sua

apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para a sua análise e o resultado

conclusivo; e

 quando vinculados à execução do objeto e pagos com recursos da parceria, o valor total

da remuneração da equipe de trabalho, as funções que seus integrantes desempenham e

a remuneração prevista para o respectivo exercício.

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#ficadica

As medidas de transparência e publicidade em todas as etapas que envolvam a parceria,


desde a fase preparatória até o fim da prestação de contas devem ser excepcionadas,
naquilo que for necessário, quando se tratar de programa de proteção a pessoas ameaçadas
ou em situação que possa comprometer a sua segurança, na forma do regulamento.

Frise-se que compete à Administração Pública adotar as medidas necessárias ao provimento dos
recursos materiais e tecnológicos necessários, para assegurar a capacidade técnica e operacional
das parcerias.

Nessa linha, inclusive, a Lei nº 13.019, de 2014, previu que, mediante autorização da União, os
Estados, os Municípios e o Distrito Federal podem aderir ao Sistema de Gestão de Convênios e
Contratos de Repasse - SICONV3 para utilizar suas funcionalidades no cumprimento e suas
disposições.

De todo modo, enquanto não viabilizada a adaptação do SICONV para a utilização dos demais
entes da federação ou a adaptação de sistemas próprios dos Estados, DF e Município para a
gestão das parcerias com a OSC:

1) devem ser utilizadas as rotinas então existentes para repasse de recursos a OSC; e

2) os Municípios de até 100 mil habitantes estão autorizados a efetivar a prestação de contas e os
atos dela decorrentes sem utilização da plataforma eletrônica.

3
http://portal.convenios.gov.br/
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4.5. PARTICIPAÇÃO SOCIAL

De modo a promover o conhecimento e partilhar os resultados alcançados para a sociedade civil,


a administração pública deve divulgar, na forma de regulamento, nos meios públicos de
comunicação por radiodifusão de sons e de sons e imagens, campanhas publicitárias e
programações desenvolvidas por OSC, no âmbito das parcerias, mediante o emprego de recursos
tecnológicos e de linguagem adequados à garantia de acessibilidade por pessoas com deficiência.

Ademais, com a finalidade de divulgar boas práticas e de propor e apoiar políticas e ações voltadas
ao fortalecimento das relações de fomento e de colaboração, a Lei nº 13.019, de 2014, autorizou
a criação:

 no âmbito do Poder Executivo federal, do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração,


de composição paritária entre representantes governamentais e OSC, bem como
funcionamento disciplinado nos termos do regulamento; e

Atenção: os conselhos setoriais de políticas públicas e a Administração Pública devem ser


consultados quanto às políticas e ações voltadas ao fortalecimento das relações de fomento e de
colaboração propostas pelo Conselho Nacional de Fomento e Colaboração.

 órgãos de instância participativa para os demais entes da federação.

4.6. COMPRAS E CONTRATAÇÕES PELA OSC

De acordo com a Lei nº 13.019, de 2014, o processamento das compras e contratações que
envolvam recursos financeiros provenientes de parceria pode ser efetuado por meio de sistema
eletrônico disponibilizado pela Administração Pública às OSC, aberto ao público via internet, que
permita aos interessados formular propostas.

Perceba que não se está aqui falando que as entidades parceiras precisam realizar licitação, não é
o caso! As OSC não se submetem ao regime licitatório.

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#ficadica

Não se aplica as disposições da lei geral de licitações e contrato (Lei nº 8.666, de 1993) às
parcerias tratadas na Lei do MROSC.

Atenção: como vimos anteriormente, são regidos pelo art. 116 da Lei nº 8.666, de 1993, os
convênios entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas, bem como os
celebrados no âmbito do SUS com entidades filantrópicas (art. 199 da Constituição).

Apenas a lei autorizou que a OSC utilize o sistema eletrônico de compras e contratações de que
a Administração Pública faz uso para as compras e contratações dela.

Nessa linha, inclusive, o Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF4, mantido


pela União, foi disponibilizado para a OSC e para os demais entes federados, sem prejuízo do uso
de seus próprios sistemas.

4.7. FLUXO FINANCEIRO

De acordo com a Lei do MROSC, as parcelas dos recursos transferidos no âmbito da parceria
devem ser liberadas em estrita conformidade com o respectivo cronograma de desembolso,
devendo a Administração Pública viabilizar o acompanhamento pela internet dos processos de
liberação de recursos.

Ademais, em regra, a transferência deve ser realizada de forma eletrônica, obrigatoriamente


depositada em conta bancária, e estar sujeita à identificação do beneficiário final. De igual modo,
os pagamentos dos fornecedores e prestadores de serviços devem ser realizados mediante crédito
na conta bancária de titularidade.

4
https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/sicaf

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Contudo, sendo demonstrada a impossibilidade física de pagamento mediante transferência


eletrônica, o termo de colaboração ou de fomento poderá admitir a realização de pagamentos
em espécie.

Frise-se que a lei autoriza a retenção nos casos a seguir indicados até o saneamento das
impropriedades:

quando houver evidências de irregularidade na aplicação de parcela


anteriormente recebida

quando constatado desvio de finalidade na aplicação dos recursos


ou o inadimplemento da OSC em relação a obrigações
estabelecidas no termo de colaboração ou de fomento

quando a OSC deixar de adotar sem justificativa suficiente as


medidas saneadoras apontadas pela Administração Pública ou pelos
órgãos de controle interno ou externo

Portanto, sendo caracterizado um dos 3 casos indicados, quais sejam evidência de irregularidade,
desvio de finalidade ou inércia para adoção de correção apontada, a Administração Pública
poderá reter os recursos a serem transferidos, até que haja a solução da irregularidade.

Ressalte-se que os recursos transferidos em decorrência de parceria devem ser depositados em


conta corrente específica isenta de tarifa bancária na instituição financeira pública determinada
pela Administração.

Além disso, eventuais rendimentos financeiros oriundos dos aludidos depósitos devem ser
aplicados no objeto da parceria e estão sujeitos à prestação de contas nos mesmos moldes que o
recurso principal.

Fixe também que a eventual inadimplência da Administração Pública não transfere à OSCIP a
responsabilidade pelo pagamento de obrigações vinculadas à parceria com recursos próprios.

E mais, a eventual inadimplência da OSC decorrente de atrasos na liberação de repasses


relacionados à parceria por parte da Administração Pública não pode acarretar restrições à
liberação de parcelas subsequentes.
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#ficadica

É de responsabilidade exclusiva da OSC:

a) o gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz


respeito às despesas de custeio, de investimento e de pessoal; e

b) o pagamento dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados


à execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, NÃO implicando responsabilidade
solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da OSC em relação ao referido
pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua
execução.

Importante ressaltar que é vedado à OSC:

utilizar recursos transferidos pelo ente público para finalidade alheia ao objeto da parceria;

pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público com recursos vinculados à parceria,
salvo nas hipóteses previstas em lei específica e na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.

Por outro lado, podem ser pagas com recursos vinculados à parceria, entre outras, as seguintes
despesas:

a) remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho, inclusive de pessoal


próprio da OSC, durante a vigência da parceria, compreendendo as despesas com pagamentos
de impostos, contribuições sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, férias, décimo
terceiro salário, salários proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos sociais e trabalhistas;

Atenção: o pagamento de remuneração da equipe contratada pela OSC com recursos da parceria
NÃO gera vínculo trabalhista com o Poder Público.

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b) diárias referentes a deslocamento, hospedagem e alimentação nos casos em que a execução


do objeto da parceria assim o exija;

c) custos indiretos necessários à execução do objeto, seja qual for a proporção em relação ao valor
total da parceria;

d) aquisição de equipamentos e materiais permanentes essenciais à consecução do objeto e


serviços de adequação de espaço físico, desde que necessários à instalação dos referidos
equipamentos e materiais.

#ficadica

Havendo a conclusão, denúncia, rescisão ou extinção da parceria, os saldos financeiros


remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras
realizadas, devem ser devolvidos à Administração Pública no prazo improrrogável de 30 dias,
sob pena de imediata instauração de tomada de contas especial do responsável,
providenciada pela autoridade competente da Administração Pública.

4.8. PRESTAÇÃO DE CONTAS

Cabe dizer que as regras, condições e prazo para a prestação de contas devem constar no próprio
instrumento de parceria e no plano de trabalho, sem prejuízo quanto às disposições diretamente
fixadas pela própria Lei nº 13.019, de 2014.

Nessa linha, a Lei do MROSC fixou a obrigatoriedade de que a Administração Pública forneça,
quando da celebração de parcerias, manuais específicos às OSC tendo como premissas a
simplificação e a racionalização dos procedimentos para a prestação de contas, devendo informar
à OSC previamente a eventuais alterações nos manuais e publicá-las nos meios oficiais de
comunicação.

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A Lei nº 13.019, de 2014, também autorizou haver previsão de regras específicas de acordo com
o montante de recursos públicos envolvidose que o regulamento (Decreto do Poder Executivo)
estabeleça procedimento simplificado para prestação de contas.

Frise-se que compete à OSC realizar a sua prestação de contas, devendo esta conter os elementos
que permitam ao gestor da parceria avaliar o andamento ou concluir que o seu objeto foi
executado conforme pactuado, com a descrição pormenorizada das atividades realizadas e a
comprovação do alcance das metas e dos resultados esperados, até o período de que trata a
prestação de contas.

#ficadica

A OSC deve prestar contas da boa e regular aplicação dos recursos recebidos no prazo de
até 90 dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de cada exercício, se a
duração da parceria exceder 1 ano, podendo ser prorrogado por até 30 dias, desde que
devidamente justificado.

Atenção 1: o prazo para a prestação final de contas deve ser estabelecido em função da
complexidade do objeto da parceria.

Atenção 2:havendo evidências de irregularidades na execução do objeto, a Administração Pública pode,


a qualquer tempo, instaurar procedimento de tomada de contas especial, devendo a OSC prestar todas as
informações a partir do momento em que houve liberação de recurso do ente público na parceria.

Lembre-se que o gestor da parceria deve emitir parecer técnico de análise de prestação de contas
da parceria celebrada, sendo este parecer conclusivo no caso de a prestação de contas ser única.

O aludido parecer técnico a ser expedido pelo gestor da parceria deve mencionar,
obrigatoriamente:

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os resultados já alcançados e seus benefícios

os impactos econômicos ou sociais

Parecer Técnico deve


mencionar:

o grau de satisfação do público-alvo

a possibilidade de sustentabilidade das ações após a


conclusão do objeto pactuado

Importante ressaltar que a Lei do MROSC determinou que a prestação de contas e todos os atos
que dela decorrerem devem ser realizados em plataforma eletrônica, permitindo a visualização
por qualquer interessado. Inclusive, os documentos incluídos pela entidade na plataforma
eletrônica, desde que possuam garantia da origem e de seu signatário por certificação digital,
serão considerados originais para os efeitos de prestação de contas.

#ficadica

A entidade deve manter em seu arquivo durante o prazo de 10 anos os documentos


originais que compuseram a prestação de contas, contado do dia útil subsequente ao da
prestação de contas.

Frise-se que a análise da prestação de contas deve levar em consideração a verdade real e os
resultados alcançados, devendo ser glosados (descontados) valores relacionados a metas e
resultados descumpridos sem justificativa suficiente.

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Ademais, os dados financeiros devem ser avaliados com o objetivo de estabelecer o nexo de
causalidade entre a receita e a despesa realizada, a sua conformidade e o cumprimento das
normas pertinentes.

Quando relacionado ao termo de colaboração ou termo de fomento, a prestação de contas por


parte da Administração Pública quanto à execução da parceria deve levar em consideração:

a) a análise dos documentos do plano de trabalho;

b) o relatório de execução do objeto, elaborado pela OSC, contendo as atividades ou projetos


desenvolvidos para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas propostas com os
resultados alcançados;

c) relatório de execução financeira do termo de colaboração ou do termo de fomento, com a


descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas e sua vinculação com a execução do
objeto, na hipótese de descumprimento de metas e resultados estabelecidos no plano de
trabalho5;

d) relatório de visita técnica in loco eventualmente realizada pela Administração Pública durante
a execução da parceria;

e) relatório técnico de monitoramento e avaliação, homologado pela comissão de monitoramento


e avaliação designada, sobre a conformidade do cumprimento do objeto e os resultados
alcançados durante a execução do termo de colaboração ou de fomento.

5
No acórdão 722/2018 do TCU, de relatoria do Ministro Benjamin Zymler, ainda que a título obter dictum (dito
durante o julgamento, mas sem referência ao caso concreto), foi externada a posição de que o relatório de execução
financeira do termo de colaboração ou do termo de fomento, com a descrição das despesas e receitas efetivamente
realizadas e sua vinculação com a execução do objeto, deve ser apresentado independentemente da hipótese de
descumprimentode metas e resultados estabelecidos no plano de trabalho.

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#ficadica

Vindo a ser constada irregularidade ou omissão na prestação de contas, será concedido à


OSC prazo de 45 dias por notificação, prorrogável, no máximo, por mais 45 dias, para
saneamento da irregularidade ou cumprimento da obrigação, desde que dentro do prazo
que a Administração Pública possui para analisar e decidir sobre a prestação de contas e
comprovação de resultados.

Atenção:não havendo o saneamento da irregularidade ou omissão no prazo, a autoridade administrativa


competente, sob pena de responsabilidade solidária, deve adotar as providências para apuração dos fatos,
identificação dos responsáveis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, nos termos da
legislação vigente.

Levando em consideração todo este arcabouço de relatórios e pareceres, a Administração Pública


deve se manifestar conclusivamente sobre a prestação de contas, devendo concluir,
alternativamente, pela:

aprovação da prestação de contas

aprovação da prestação de contas com ressalvas

rejeição da prestação de contas e determinação de imediata instauração de tomada de


contas especial

A prestação de contas será:

 aprovada quando for regular e expressar de forma clara e objetiva o cumprimento dos
objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;

 aprovada com ressalvas quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de


natureza formal que não resulte em dano ao erário;

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 rejeitada ou considerada irregular quando comprovada qualquer das seguintes


circunstâncias:

omissão no dever de prestar contas

descumprimento injustificado dos objetivos e metas estabelecidos


no plano de trabalho

dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou


antieconômico
==9e9ee==

desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos

No caso de rejeição da prestação de contas, tal registro deve ser realizado em plataforma
eletrônica de acesso ao público, devendo ser considerado em eventual assinatura de futura
parceria, conforme definido em regulamento.

Além disso, exaurida a fase recursal com a manutenção da decisão quanto à rejeição ou
irregularidade, a OSC pode solicitar autorização para que o ressarcimento ao erário seja
promovido por meio de ações compensatórias de interesse público, mediante a apresentação de
novo plano de trabalho, conforme o objeto descrito no termo de colaboração ou de fomento e a
área de atuação da organização, cuja mensuração econômica será feita a partir do plano de
trabalho original, desde que não tenha havido dolo ou fraude e não seja o caso de restituição
integral dos recursos.

#ficadica

A Administração Pública tem prazo de até 150 dias, contado da data de seu recebimento ou
do cumprimento de diligência por ela determinada, prorrogável justificadamente por até
150 dias, para apreciação da prestação final de constas.

Atenção: a não apreciação no prazo:

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a)não significa impossibilidade de apreciação em data posterior ou vedação a que se adotem medidas
saneadoras, punitivas ou destinadas a ressarcir danos eventualmente causados aos cofres públicos; e
b) impede a incidência de juros de mora sobre débitos eventualmente apurados, no período entre o final
do prazo e a data em que for ultimada a apreciação pela Administração Pública, desde que não configurado
dolo e sem prejuízo da atualização monetária.

Por fim, cabe ainda dizer que o administrador público, que pode delegar à autoridade diretamente
a ele subordinada, vedada a subdelegação, responde pela decisão acerca da aprovação da
prestação de contas ou pela omissão em relação à sua análise.

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5. PENALIDADES

A Administração Pública, em casos de irregularidade na execução do plano de trabalho ou de


afronta a dispositivos legais, pode aplicar à OSC, desde que garanta a prévia defesa do
interessado, que pode ser realizada no prazo de 10 dias da abertura de vista do processo ao
interessado, as sanções a seguir indicadas:

advertência

suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento


Sanções à
de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo
OSC:
da administração pública sancionadora, por prazo não superior a 2 anos

declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou


celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de
governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até
que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade civil
ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o
prazo da sanção da suspensão temporária ou impedimento

CAI NA PROVA
O concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, aplicado pela banca
VUNESP em 2016, apresentou a seguinte alternativa em uma de suas questões: “descabe
a aplicação de sanções aos parceiros, pois os interesses envolvidos nos planos de trabalho
são comuns, não contrapostos.”

Comentários: alternativa incorreta. Incorreta a alternativa porque, em que pese, de fato os


interesses envolvidos nos planos de trabalho serem comuns e não contrapostos, o art. 73
da Lei do MROSC prevê que pela execução da parceria em desacordo com o plano de
trabalho e com as normas da Lei e da legislação específica, a administração pública poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar à organização da sociedade civil sanções nela previstas
(advertência; suspensão temporária da participação em chamamento público e

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impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de


governo da administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos; e
declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria
ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem
os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a
própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a
organização da sociedade civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes
e após decorrido o prazo da sanção aplicada pela suspensão).

Frise-se que a autoridade com competência exclusiva para aplicar sanções que acarretem a
declaração de inidoneidade e a suspensão temporária da participação em chamamento público e
impedimento de celebrar parceria ou contrato é o Ministro de Estado ou o Secretário Estadual,
Distrital ou Municipal, dentro de suas respectivas esferas de governo.

Portanto, exceto quanto à advertência, cuja autoridade poderá ser fixada pelo Regimento Interno
do órgão, as sanções mais gravosas precisam ser aplicadas exclusivamente por um Ministro ou
Secretário.

#ficadica

A Lei nº 13.019, de 2014:

a) fixa o prazo de 5 anos, a contar da apresentação da prestação de contas, para a prescrição


da pretensão punitiva por infração relacionada à execução da parceria; e

b) garante à OSC a possibilidade de requerer a reabilitação após 2 anos da aplicação da penalidade.

Atenção: interrompe-se o prazo prescricional com a edição de ato administrativo voltado à apuração da
infração.

Desta forma, podemos assim resumir os prazos indicados:

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Prazo para Requerer


Prazo para Defesa: Prazo de Prescrição
Reabilitação

10 dias Após 2 anos 5 anos

Além das sanções indicadas, a Lei nº 13.019, de 2014, ainda alterou a Lei de Improbidade
Administrativa - LIA, Lei nº 8.429, de 1992, para:

a) incluir no rol do art. 10 da LIA, que trata de atos de improbidade administrativa que causam
prejuízo ao erário, as seguintes ações ou omissões:

 frustrar a licitude do processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

 facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de


pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

 permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela Administração Pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

 celebrar parcerias da Administração Pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

 agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de


parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades privadas; e

 liberar recursos de parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.

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b) incluir no rol do art. 11 da LIA, que trata de atos de improbidade administrativa que atentam
contra princípios da Administração Pública, a seguinte ação:

 descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de


parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades privadas.

c) incluir no rol do art. 23 da LIA, que trata da fixação do prazo prescricional da pretensão punitiva,
o seguinte prazo:

 até cinco anos da data da apresentação à Administração Pública da prestação de contas


final pelas entidades referidas em seu art. 1º, parágrafo único.

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6. JURISPRUDÊNCIA

Como a vigência da Lei nº 13.019 é de 2014, é bem recente. São raras as jurisprudências nos
tribunais superiores. De todo modo, selecionei algumas correlatas, bem como jurisprudência do
TCU já sobre o tema objeto do nosso estudo.

Norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de secretários de Estado


à aprovação da Assembleia Legislativa: inconstitucionalidade, porque ofensiva ao
princípio da independência e harmonia dos Poderes.[ADI 676, rel. min. Carlos Velloso,
j. 1º-7-1996, P, DJ de 29-11-1996.]= ADI 770, rel. min. Ellen Gracie, j. 1º-7-2002, P, DJ
de 20-9-2002= ADI 165, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 7-8-1997, P, DJ de 26-9-1997.
Dispositivo que, ao submeter à Câmara Legislativa distrital a autorização ou aprovação
de convênios, acordos ou contratos de que resultem encargos não previstos na lei
orçamentária, contraria a separação de poderes, inscrita no art. 2º da CF.[ADI 1.166,
rel. min. Ilmar Galvão, j. 5-9-2002, P, DJ de 25-10-2002.].

O STF tem reconhecido a ocorrência de conflito federativo em situações nas quais a


União, valendo-se de registros de supostas inadimplências dos Estados no Siafi e no
Cadastro de Créditos não quitados do setor público federal (Cadin), impossibilita
sejam firmados acordos de cooperação, convênios e operações de crédito entre Estados e
entidades federais. O registro da entidade federada por suposta inadimplência nesses cadastros
federais pode sujeitá-la a efeitos gravosos, com desdobramentos para a transferência de
recursos.[AC 2.200 MC-REF, rel. min. Cármen Lúcia, j. 2-2-2009, P, DJE de 27-2-2009.]Vide ACO
1.062 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-8-2014, P, DJE de 25-8-2014.
Advogado público. Responsabilidade. (...) Prevendo o art. 38 da Lei 8.666/1993 que
a manifestação da assessoria jurídica quanto a editais de licitação, contratos, acordos,
convênios e ajustes não se limita a simples opinião, alcançando a aprovação, ou não,
descabe a recusa à convocação do TCU para serem prestados esclarecimentos.[MS 24.584, rel.
min. Marco Aurélio, j. 9-8-2007, P, DJE de 20-6-2008.]
O cerne da questão dirige-se à parte final do inciso II do art. 66 da
mencionada norma, a seguir transcrito: “Art. 66. A prestação de contas
relativa à execução do termo de colaboração ou de fomento dar-se-á
mediante a análise dos documentos previstos no plano de trabalho, nos
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termos do inciso IX do art. 22, além dos seguintes relatórios: (...) II - relatório de execução
financeira do termo de colaboração ou do termo de fomento, com a descrição das despesas e
receitas efetivamente realizadas e sua vinculação com a execução do objeto, na hipótese de
descumprimento de metas e resultados estabelecidos no plano de trabalho”. Em síntese, o
Parquet manifestou-se no sentido de que a novel legislação não se aplica ao convênio ora em
apreciação. Isso porque os prazos de execução e de prestação de contas expiraram há mais de
seis anos antes da entrada em vigor da Lei 13.019/2014. No tocante ao segundo
questionamento, ao fazer uma interpretação sistemática do novo marco regulatório, de modo a
compatibilizá-lo com a disciplina constitucional, entendeu que a Lei 13.019/2014 exige da
administração pública o exame do relatório de execução financeira da parceria também na
hipótese de descumprimento de metas e resultados estabelecidos, mas não apenas nessa
hipótese. (...) Quanto ao segundo questionamento feito ao Ministério Público junto ao TCU
(possibilidade de dispensa da análise da execução financeira das parcerias firmadas com
fundamento na Lei 13.019/2014, nas hipóteses de aprovação das metas e dos resultados
previstos no plano de trabalho) , o exame da questão não se faz necessária no deslinde deste
processo. Todavia, gostaria de fazer algumas reflexões a título de obter dictum, até porque o
Tribunal em breve terá de decidir sobre o tema.Manifesto-me de acordo com as conclusões do
MPTCU, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir, sem prejuízo das considerações
adicionais que passo a fazer. (Acórdão 722/2018, Relator Benjamin Zymler). (Vide também
Acórdão 1957/2017 – Relator Benjamin Zymler)
Na consecução de finalidades de interesse público e recíproco, a partir de
1/1/2017, a Administração Pública deve celebrar Termos de Parceria com
as organizações da sociedade civil. Ademais, é vedado a celebração de
convênios com essas entidades. Esse marco regulatório foi introduzido
pela Lei 13.019/2014. O art. 88, § 1º, da Lei 13.019/2014, dispõe que, para os Municípios, a
referida lei entrará em vigor a partir de 1/1/2017. Por sua vez, as parcerias existentes no momento
da entrada em vigor da Lei 13.019/2014 permanecerão regidas pela legislação vigente ao tempo
de sua celebração, sem prejuízo da aplicação subsidiária desta Lei, naquilo em que for cabível,
desde que em benefício do alcance do objeto da parceria (art. 83, da Lei 13.019/2014). Ademais,
as parcerias firmadas por prazo indeterminado antes da data de entrada em vigor da Lei
13.019/2014, ou prorrogáveis por período superior ao inicialmente estabelecido, no prazo de
até um ano após a data da entrada em vigor da Lei 13.019/2014, serão, alternativamente,
substituídas por Termos de Colaboração ou Termos de Fomento, conforme o caso (art. 83, § 2º)
. Ainda, somente serão celebrados convênios entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles
vinculadas ou quando se tratarem de entidades filantrópicas e sem fins lucrativos que participam

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de forma complementar do sistema único de saúde (arts. 84, 84-A e 3º, inciso IV). (...) determinar
à Prefeitura de João Pessoa e à Prefeitura de Goiânia que na consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, a partir de 1º de janeiro de 2017, deve celebrar obrigatoriamente
Termos de Parceria (colaboração, parceria ou cooperação) com as organizações da sociedade
civil, nos termos da Lei 13.019/2014(...)Também foi constatado que as prefeituras de João Pessoa
e de Goiânia não aderiram ao novo marco regulatório estabelecido pela Lei 13.019/2014.
Segundo o art. 88, § 1º, da Lei 13.019/2014, a partir de 1/1/2017, a cooperação entre os entes
públicos e as organizações da sociedade civil deve ser feita mediante termos de colaboração,
termos de fomento ou por termos de colaboração. Contrariando esse dispositivo legal, aquelas
prefeituras continuam celebrando convênios com as entidades parceiras. (Acórdão 428/2018 –
Relator André Carvalho)

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7. QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES

7.1. LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (2019/ CEBRASPE/DP-DF/Defensor Público) Parcerias entre a administração pública e


organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, celebradas por meio de execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalhos, podem ocorrer mediante termos de colaboração, termos
de fomento ou acordos de cooperação.
( ) Verdadeiro ( ) Falso

2. (2019/CESPE/TCE-RO/Procurador do Ministério Público de Contas) A administração pública


pretende celebrar, com base na Lei n.º 13.019/2014, parceria com determinada organização da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco relacionadas à
educação. A proposta de parceria foi formulada pela organização da sociedade civil e envolve a
transferência de recursos financeiros.
Nessa situação, de acordo com a referida lei, o instrumento adequado ao caso é o:
a) convênio.
b) acordo de cooperação.
c) termo de fomento.
d) termo de colaboração.
e) contrato administrativo de concessão patrocinada.

3. (2019/FCC/TJ-AL/Juiz Substituto) De acordo com as disposições da Lei Federal n° 13.019/2014, o


estabelecimento de parcerias entre o poder público e entidades da sociedade civil sem fins
lucrativos, para a execução de planos de trabalho por estas propostos,
a) se dá mediante termo de fomento, se envolver transferência de recursos públicos, vedada a
celebração de convênio para tal finalidade.
b) não pode envolver, direta ou indiretamente, a transferência de recursos públicos à entidade.
c) deve ser precedido de procedimento licitatório, na modalidade convite, salvo em se tratando
de entidades de assistência social.
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d) deve ser feito mediante contrato de gestão, apenas com entidades pré-qualificadas.
e) deve ser precedido de chamamento público, obrigando-se o poder público a celebrar termo de
parceria com a entidade melhor classificada.

4. (2018/FCC/TRT-6ª REGIÃO-PE/ Analista Judiciário) De acordo com a Lei n° 13.019/2014,

a) qualquer organização da sociedade civil pode celebrar parceria com a Administração pública,
podendo se materializar mediante convênio ou contrato.
b)as entidades da sociedade civil devem ser qualificadas como organizações sociais para
celebrarem parcerias regidas por esse diploma legal com os entes públicos quando envolverem o
repasse de recursos financeiros.
c) as parcerias firmadas entre poder público e entidades da sociedade civil regidas por esse
diploma legal dependem da previsão de repasse de recursos financeiros para realização das
atividades.
d) os instrumentos de parceria previstos nesse diploma legal se destinam a disciplinar a realização
de atividades de interesse público e recíproco, nem todos envolvendo o repasse de recursos
financeiros em favor da organização da sociedade civil.
e) a celebração de acordos ou termos de cooperação com entidades da sociedade civil configura
hipótese expressa de dispensa de licitação, diferentemente do termo de fomento, que exige a
realização de um chamamento para escolha da organização que melhor desempenhará as
atividades de interesse público.

5. (2018/FGV/SEFIN-RO/Técnico Tributário) Determinada organização da sociedade civil, que jamais


recebera qualquer qualificação do Poder Público, celebrou um ajuste com o Estado Beta, sem
repasse de recursos financeiros, com o objetivo de aprimorar certa atividade de interesse social
há anos desenvolvida, paralelamente, por ambos.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 13.019/14, esse ajuste é denominado.
a) termo de fomento
b) acordo de cooperação
c) termo de colaboração
d) convênio
e) termo de gestão

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6. (2018/FGV/SEFIN-RO/Contador) O Estado Ômega, após o cumprimento dos trâmites regulares,


celebrou dois convênios com a entidade filantrópica Delta: o primeiro tinha por objetivo
estabelecer gestão compartilhada de algumas unidades de saúde; o segundo, por sua vez,
celebrado a partir de proposta de Delta, visava a estabelecer parceria na consecução de finalidade
de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de programas de atletismo a
adolescentes carentes. Em ambos os casos, foi previsto o repasse de recursos pelo Estado Ômega.
À luz da sistemática constitucional e infraconstitucional, com especial ênfase para a Lei nº
13.019/14, sob o prisma da regularidade formal do instrumento jurídico utilizado, é correto afirmar
que
a) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
colaboração.
b) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
fomento.
c) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o contrato de
gestão.
d) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
parceria.
e) ambos os convênios são ilegais, pois os instrumentos deveriam ser, respectivamente, o termo
de parceria e o acordo de cooperação.

7. (2018/CESPE/SEFAZ-RS/Auditor) Com base na Lei n.º 13.019/2014, a organização da sociedade


civil estará impedida de celebrar parceria com a administração pública se
a) seu dirigente for cônjuge de pessoa condenada por ato de improbidade.
b) seu dirigente for cônjuge de membro do Ministério Público da mesma esfera governamental
em que será celebrado o termo de fomento.
c) for uma entidade estrangeira, ainda que tenha autorização para funcionar no território nacional.
d) suas contas tiverem sido rejeitadas nos últimos cinco anos, mesmo que haja recurso com efeito
suspensivo pendente de decisão.
e) tiver realizado a prestação de contas fora do prazo em parcerias anteriores.

8. (2017/VUNESP/ CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES-SP/Procurador Jurídico) Nos termos da Lei no


13.019, de 31 de julho de 2014, que institui normas gerais para as parcerias entre a Administração
Pública e organizações da sociedade civil, é correto afirmar que

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a) os Municípios poderão aderir ao Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse –


SICONV, independentemente de autorização da União, para utilizar suas funcionalidades.
b) a legislação para os Municípios entrará em vigor somente a partir de 1o de janeiro de 2017.
c) a inadimplência da Administração Pública transfere à organização da sociedade civil a
responsabilidade pelo pagamento de obrigações vinculadas à parceria com recursos próprios.
d) a remuneração da equipe contratada pela organização da sociedade civil com recursos da
parceria gera vínculo trabalhista com o poder público.
e) os Municípios, mediante autorização dos Estados, poderão aderir ao Sistema de Gestão de
Convênios e Contratos de Repasse – SICONV para utilizar suas funcionalidades.

9. (2017/FCC/TRF-5ª REGIÃO/Analista Judiciário) A União, por meio do Ministério da Educação,


formalizou termo de colaboração, regido pela Lei n° 13.019 de 2014, com organização da
sociedade civil, firmado após seleção por meio de chamamento público, com vista à
implementação de projeto voltado à formação e qualificação de multiplicadores de conhecimento
na área de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes. Estabeleceu-se
que a remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho, durante a vigência
da parceria, seria paga com recursos públicos vinculados à parceria. O Tribunal de Contas da
União solicitou esclarecimentos ao Poder Público sob a alegação de que os recursos públicos não
poderiam ser empregados na remuneração de pessoal próprio da Organização da Sociedade Civil
parceira. O apontamento do TCU

a) procede, porquanto os recursos públicos repassados à entidade parceira somente podem


remunerar equipe de trabalho contratada, jamais própria, cujo custo deve ser suportado pela
entidade privada a título de contrapartida.
b) improcede, pois a Lei n° 13.019 de 2014 permite expressamente que a remuneração da equipe
de trabalho, tanto contratada como própria da entidade parceria, possa ser feita com recursos
públicos vinculados à parceria.
c) procede, pois a Lei n° 13.019 de 2014 veda expressamente o pagamento da equipe
encarregada da execução do plano de trabalho, seja pessoal próprio da organização, seja
contratado para execução da parceria.
d) improcede, porque a lei não dispõe quanto à natureza das despesas que podem ou não ser
custeadas com recursos vinculados à parceria, cabendo aos instrumentos jurídicos disciplinar a
questão livremente, em razão do controle de resultados introduzido pelo novo marco regulatório.
e) procede, pois a lei veda expressamente o pagamento com recursos da parceria da equipe de
trabalho e de todos os custos indiretos necessários à execução do objeto, qualquer que seja sua
proporção em relação à parceria.

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10. (2017/FCC/TRF-5ª REGIÃO/Analista Judiciário) Objetivando consecução de finalidade de


interesse público, autarquia federal lançou chamamento público para selecionar organização da
sociedade civil sem fins lucrativos interessada em firmar parceria para execução, em regime de
mútua cooperação, de projeto, cujo plano de trabalho foi desenvolvido e ofertado pela
Administração, com a previsão de repasse de recursos financeiros e ausência de contrapartida.
Levando em consideração o regime jurídico das parcerias estabelecido pela Lei n° 13.019 de 2014,
o futuro ajuste será instrumentalizado por
a) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros, desde que não
haja previsão de contrapartida.
b) termo de fomento, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros, estabeleçam
ou não contrapartida.
c) acordo de cooperação, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros e previsão de
contrapartida, que se constitui requisito para celebração da avença.
d) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros, com ou sem
previsão de contrapartida.
e) termo de fomento ou termo de colaboração, que são instrumentos hábeis, nos termos da lei,
para formalização de parcerias que envolvam transferência de recursos, independentemente da
origem da proposta.

11. (2017/FAFIPA/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-PR/Advogado) Segundo a literalidade do caput do


artigo 69 da Lei 13.019/2014, que versa sobre os prazos da prestação de contas, a organização
da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos recebidos no prazo de
até determinada quantidade de dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano. Desse modo, marque a alternativa
CORRETA
a) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até trinta dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.
b) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até sessenta dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.
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c) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até noventa dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.
d) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até cento e vinte dias a partir do término da vigência da parceria ou no final
de cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.

12. (2017/FGV/SEPOG-RO/Analista de Planejamento) O Chefe do Poder Executivo de determinado


Estado federativo informou à sua assessoria que desejava propor uma parceria às organizações
da sociedade civil que atuassem com atividades esportivas para crianças portadoras de
deficiência, transferindo-lhes recursos financeiros para a consecução dessa atividade, cuja
finalidade é de interesse público e recíproco.
À luz da narrativa acima e da sistemática estabelecida pela Lei nº 13.019/2014, que norteará o
ajuste, o instrumento a ser utilizado na celebração da parceria é o

a) termo de colaboração.
b) termo de parceria.
c) termo de fomento.
d) contrato de gestão.
e) acordo de cooperação.

13. (2017/FAFIPA/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-PR/Advogado) Estabelece a lei federal 13.019/2014 o


regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil,
em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em
planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos
de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com
organizações da sociedade civil; e altera as Leis nos 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23
de março de 1999. Nessa toada, com fulcro no artigo 2º, para os fins dessa Lei, considera-se
administrador público.
a) Agente público revestido de competência para assinar termo de colaboração, termo de fomento
ou acordo de cooperação com organização da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa competência a terceiros.

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b) Agente público responsável pela gestão de parceria celebrada por meio de termo de
colaboração ou termo de fomento, designado por ato publicado em meio oficial de comunicação,
com poderes de controle e fiscalização.
c) Órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos, constituído por ato
publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor
ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração
pública.
d) Órgão criado pelo poder público para atuar como instância consultiva, na respectiva área de
atuação, na formulação, implementação, acompanhamento, monitoramento e avaliação de
políticas públicas.

14. (2016/VUNESP/TJM-SP/Juiz de Direito) Há um novo marco regulatório que disciplina a


celebração de convênios e acordos de cooperação pela Administração Pública. Extrai-se da Lei
no 13.019, de 31 de julho de 2014, que
a) descabe a aplicação de sanções aos parceiros, pois os interesses envolvidos nos planos de
trabalho são comuns, não contrapostos.
b) o termo de colaboração deve ser adotado pela Administração Pública para consecução de
planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade
civil que envolvam a transferência de recursos financeiros.
c) essa lei se aplica também aos convênios celebrados com entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos, que podem participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo
diretrizes deste.
d) a celebração de termo de colaboração ou de fomento deverá ser sempre precedida de
chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz
a execução do objeto.
e) a partir da sua vigência, somente serão celebrados convênios entre entes federados ou pessoas
jurídicas a eles vinculadas, não se aplicando a essas parcerias o disposto na Lei no 8.666/93.

15. (2016/MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça) De acordo com a Lei n. 13.019/14, que estabelece


o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil,
em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, é vedada a celebração de parcerias previstas nesta Lei que tenham por objeto,
envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções de regulação, de
fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado .

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( ) Certo ( ) Errado

16. (2016/MPE-PR/MPE-PR/Promotor de Justiça) Assinale a alternativa incorreta:


Não se aplicam as exigências da Lei n. 13.019/2014 (dispõe sobre Organização da Sociedade Civil
e Marco Regulatório do Terceiro Setor):
a) Às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções
internacionais conflitarem com a Lei n. 13.019/2014;
b) Aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os
requisitos previstos na lei específica das organizações sociais;
c) Aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor
de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por membros
de Poder ou do Ministério Público;
d) Aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor
de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:
dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública e/ou pessoas jurídicas de direito
público e de direito privado interno;
e) Às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.

17. (2016/IESES/TJ-PA/Titular de Serviços de Notas e Registros) A Lei 13.019 de 2014 estabelece o


regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil,
em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco. Referida lei prevê que o edital do chamamento público especificará, no mínimo.
a) O tipo de parceria a ser celebrada; objeto da parceria; as datas, os prazos, as condições, o local
e a forma de apresentação das propostas; as datas e os critérios objetivos de seleção e julgamento
das propostas, inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada
um dos critérios estabelecidos, se for o caso; o valor previsto para a realização do objeto; as
condições para interposição de recurso administrativo; a minuta do instrumento por meio do qual
será celebrada a parceria; de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de
acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

b) A programação orçamentária que autoriza e fundamenta a celebração da parceria; o tipo de


parceria a ser celebrada; as datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das
propostas; as datas e os critérios objetivos de seleção e julgamento das propostas, inclusive no
que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios
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estabelecidos, se for o caso; as condições para interposição de recurso administrativo; a minuta


do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria; de acordo com as características do
objeto da parceria, medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida e idosos.

c) A programação orçamentária que autoriza e fundamenta a celebração da parceria; o tipo de


parceria a ser celebrada; objeto da parceria; as datas, os prazos, as condições, o local e a forma
de apresentação das propostas; as datas e os critérios objetivos de seleção e julgamento das
propostas, inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um
dos critérios estabelecidos, se for o caso; o valor previsto para a realização do objeto; as condições
para interposição de recurso administrativo; a minuta do instrumento por meio do qual será
celebrada a parceria; de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de
acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

d) A programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria; o tipo de parceria


a ser celebrada; objeto da parceria; as datas, os prazos, as condições, o local e a forma de
apresentação das propostas; as datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas,
inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios
estabelecidos, se for o caso; o valor previsto para a realização do objeto; as condições para
interposição de recurso administrativo; a minuta do instrumento por meio do qual será celebrada
a parceria; de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

18. (2016/FCC/SEGEP-MA/Procurador do Estado) Conhecida como “Marco Regulatório do Terceiro


Setor”, a Lei Federal no 13.019/2014, estabelece normas gerais para as parcerias entre a
Administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades
ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de
colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação. Ressalvadas as exceções
previstas na mencionada legislação, é obrigatória a adoção do seguinte procedimento prévio para
a celebração dos instrumentos de parceria nela disciplinados.
a) Registro de preços.
b) Chamamento público.
c) Licitação, na modalidade pregão.
d) Licitação, na modalidade concurso.
e) Pré-qualificação das entidades.

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19. (2016/ESAF/ANAC/Analista Administrativo) Assinale a opção correta.


a) O termo de colaboração é o instrumento que a Administração Pública deverá adotar em caso
de transferências voluntárias de recursos para a consecução de planos de trabalho propostos pelas
organizações da sociedade civil.
b) A organização da sociedade civil indicará ao menos um dirigente que se responsabilizará de
forma subsidiária pela execução das atividades e pelo cumprimento das metas pactuadas na
parceria.
c) A eventual inadimplência da organização da sociedade civil no pagamento dos encargos
trabalhistas relativos ao cumprimento do termo de colaboração ou de fomento é de sua
responsabilidade, havendo apenas a responsabilidade subsidiária da administração pública
parceira.
d) Como regra, a Administração Pública, para poder celebrar as parcerias previstas na Lei n.
13.019/2014, está obrigada a realizar o chamamento público, ressalvadas as hipóteses de dispensa
e inexigibilidade de tal procedimento.
e) Nas contratações de bens e serviços que efetuem com o uso de recursos transferidos pela
Administração Pública, as organizações da sociedade civil estão obrigadas a realizar licitação nos
termos da Lei n. 8.666/93.

20. (2016/VUNESP/PREFEITURA DE MOGI DAS CRUZES-SP /Procurador Jurídico) A Lei Federal nº


13.019/14 institui um instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
pela Administração Pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, sendo que tais parcerias decorrem de planos de trabalho
propostos pelas organizações da sociedade civil e envolvem a transferência de recursos
financeiros.
A referida lei define esse instrumento como termo de
a) fomento.
b) colaboração.
c) parceria.
d) chamamento público.
e) gestão

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21. (2016/MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça) De acordo com a Lei n. 13.019/14 (Terceiro Setor),


a entidade privada sem fins lucrativos, que distribua ou não, entre os seus sócios ou associados,
eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, participações ou parcelas do seu
patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na
consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo
patrimonial ou fundo de reserva, é considerada organização da sociedade civil.

( ) Certo ( ) Errado

22. (2016/FCC/PGE-MT/Analista) Município mato-grossense pretende celebrar ajuste com o Estado


do Mato Grosso, por meio do qual lhe transfira os encargos de regulação e prestação dos serviços
públicos municipais de coleta e destinação final ambientalmente adequada de resíduos sólidos
urbanos, sem qualquer criação de pessoa jurídica para tal fim. Para tanto, os instrumentos jurídicos
adequados são o
a) termo de fomento e o termo de colaboração, tal como disciplinados pela Lei nº 13.019/2014.
b) convênio de cooperação e o contrato de programa, tal como disciplinados pela Lei nº
11.107/2005, e pela legislação específica sobre os serviços públicos em questão.
c) consórcio público de direito público e o contrato de programa, tal como disciplinados pela Lei
nº 11.107/2005, e pela legislação específica sobre os serviços públicos em questão.
d) convênio administrativo e o contrato de repasse, tal como disciplinados pela Lei nº 8.666/1993,
e pelo Decreto nº 6.170/2007.
e) contrato de empreitada de obra pública e o contrato de prestação de serviços, tal como
disciplinados pela Lei nº 8.666/1993.

23. (2015/COPESE/Prefeitura de Bom Jesus-PI/Procurador do Município (adaptada) A Lei nº 13.019,


de 31 de julho de 2014, estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não
transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da
sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse
público, sendo considerado exigível o chamamento público mesmo na hipótese de inviabilidade
de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto
do plano de trabalho ou quando as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade
específica.
( ) Certo ( ) Errado

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7.2. GABARITO SEM COMENTÁRIOS

1. VERDADEIRO 9. B 17. D
2. C 10. D 18. B
3. A 11. C 19. D
4. D 12. A 20. A
5. B 13. A 21. ERRADO
6. B 14. B 22. B
7. B 15. CERTO 23. ERRADO
8. B 16. D

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7.3. QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS

1. (2019/CEBRASPE/DP-DF/Defensor Público) Parcerias entre a administração pública e


organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
celebradas por meio de execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em
planos de trabalhos, podem ocorrer mediante termos de colaboração, termos de fomento ou
acordos de cooperação.
( ) Verdadeiro ( ) Falso

Comentários:

De acordo com o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil – MROSC (Lei nº 13.019,
de 2014), em especial seu art. 1º, tem-se que:

Art. 1º. Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou
de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de
colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

Gabarito: Verdadeiro.

2. (2019/CESPE/TCE-RO/Procurador do Ministério Público de Contas) A administração pública


pretende celebrar, com base na Lei n.º 13.019/2014, parceria com determinada organização da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco relacionadas à
educação. A proposta de parceria foi formulada pela organização da sociedade civil e envolve a
transferência de recursos financeiros.
Nessa situação, de acordo com a referida lei, o instrumento adequado ao caso é o:
a) convênio.
b) acordo de cooperação.
c) termo de fomento.
d) termo de colaboração.
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e) contrato administrativo de concessão patrocinada.

Comentários

Incorreta a alternativa “a”. Conforme art. 1º, § 1º, inciso I, do Decreto nº 6.170/07, o convênio é:

Acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos


financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública
federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública
estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins
lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de
projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em
regime de mútua cooperação.

Por outro lado, é importante ressaltar que a Lei Federal nº 13.019/14 não prevê a celebração de
convênios junto às entidades do terceiro setor, conforme os artigos abaixo transcritos:

Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei nº 8.666, de 21
de junho de 1993.
Parágrafo único. São regidos pelo art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
convênios:
I - entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas;
II - decorrentes da aplicação do disposto no inciso IV do art. 3º.
Art. 84-A. A partir da vigência desta Lei, somente serão celebrados convênios nas
hipóteses do parágrafo único do art. 84.

Incorreta a alternativa “b”. Conforme art. 2º, inciso VIII-A da Lei Federal nº 13.019/14, acordo de
cooperação é o “instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros”.

Correta a alternativa “c”. De acordo com o art. 2º, inciso VIII, da Lei Federal nº 13.019/14, termo
de fomento é o “instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a
transferência de recursos financeiros”.

Incorreta a alternativa “d”. De acordo com o art. 2º, inciso VII, da Lei Federal nº 13.019/14, termo
de colaboração é o “instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas

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pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a
transferência de recursos financeiros”.

Incorreta a alternativa “e”. Conforme dispõe o art. 2º, § 1º, da lei nº 11.079/04, o contrato
administrativo de concessão se firma quando há parceria público-privada, podendo ser na
modalidade patrocinada ou administrativa. A concessão patrocinada é a concessão de serviços
públicos ou de obras públicas quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Não é o caso aventado pelo
enunciado, pois busca-se celebrar parceria com entidade do terceiro setor, o que afasta a
incidência da Lei das PPPs.

Resposta: alternativa “c”.

3. (2019/FCC/TJ-AL/Juiz Substituto) De acordo com as disposições da Lei Federal n°


13.019/2014, o estabelecimento de parcerias entre o poder público e entidades da
sociedade civil sem fins lucrativos, para a execução de planos de trabalho por estas
propostos,
a) se dá mediante termo de fomento, se envolver transferência de recursos públicos, vedada a
celebração de convênio para tal finalidade.
b) não pode envolver, direta ou indiretamente, a transferência de recursos públicos à entidade.
c) deve ser precedido de procedimento licitatório, na modalidade convite, salvo em se tratando
de entidades de assistência social.
d) deve ser feito mediante contrato de gestão, apenas com entidades pré-qualificadas.
e) deve ser precedido de chamamento público, obrigando-se o poder público a celebrar termo de
parceria com a entidade melhor classificada.

Comentários

Correta a alternativa “a”. Conforme previsão no art. 2º, VIII, da Lei Federal nº 13.019/14: “termo
de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a
transferência de recursos financeiros”.

Incorreta a alternativa “b”. Pode haver transferência de recursos, conforme previsão no art. 2º,
VIII da Lei Federal nº 13.019/14: “termo de fomento: instrumento por meio do qual são
formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas
organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros”.
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Incorreta a alternativa “c”. Conforme Lei Federal nº 13.019/14, art. 2º, XII, as entidades são
selecionadas por chamamento público, sempre observando os princípios da isonomia, da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório. No art. 30 da mesma lei, possibilita-se
à Administração Pública a dispensa do chamamento público no caso de atividades voltadas ou
vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por
organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva
política.

Incorreta a alternativa “d”. O contrato de gestão é instrumento previsto na Lei Federal nº 9.637/98.
A questão usa como parâmetro a Lei Federal nº 13.019/14, que expressamente prevê, em seu art.
3º, inciso III, sua inaplicabilidade aos contratos de gestão.

Incorreta a alternativa “e”. Conforme art. 26, §6º, da Lei Federal nº 13.019/14, a homologação não
gera direito para a organização da sociedade civil à celebração da parceria.

Resposta: alternativa “a”.

4. (2018/FCC/TRT-6ª REGIÃO-PE/ Analista Judiciário) De acordo com a Lei n° 13.019/2014,

a) qualquer organização da sociedade civil pode celebrar parceria com a Administração pública,
podendo se materializar mediante convênio ou contrato.
b)as entidades da sociedade civil devem ser qualificadas como organizações sociais para
celebrarem parcerias regidas por esse diploma legal com os entes públicos quando envolverem o
repasse de recursos financeiros.
c) as parcerias firmadas entre poder público e entidades da sociedade civil regidas por esse
diploma legal dependem da previsão de repasse de recursos financeiros para realização das
atividades.
d) os instrumentos de parceria previstos nesse diploma legal se destinam a disciplinar a realização
de atividades de interesse público e recíproco, nem todos envolvendo o repasse de recursos
financeiros em favor da organização da sociedade civil.
e) a celebração de acordos ou termos de cooperação com entidades da sociedade civil configura
hipótese expressa de dispensa de licitação, diferentemente do termo de fomento, que exige a
realização de um chamamento para escolha da organização que melhor desempenhará as
atividades de interesse público.

Comentários

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Resposta: alternativa “d”.

Correta a alternativa “d” porque, de fato, nem todos os instrumentos de formalização de parceria
entre o Poder Público e a OSC, previstos na Lei nº 13.019, de 2014, exigem transferência de
recursos. É o caso do acordo de cooperação que é: instrumento por meio do qual são formalizadas
as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de
recursos financeiros.

Incorreta a alternativa “a” porque em desacordo com a Lei nº 13.019, em especial com os artigos
33 a 38, que fixam requisitos para a celebração, por exemplo, de termo de colaboração e termo
de fomento. O art. 33, por exemplo, exige que a OSC seja regida por normas de organizações
internas que prevejam, expressamente, entre outros: objetivos voltados à promoção de atividades
e finalidades de relevância pública e social; que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo
patrimônio líquido seja transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os
requisitos desta Lei e cujo objeto social seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;
escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas
Brasileiras de Contabilidade; possuir no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro
ativo, comprovados por meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme, respectivamente, a
parceria seja celebrada no âmbito dos Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da União,
admitida a redução desses prazos por ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma
organização atingi-los; possuir experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da
parceria ou de natureza semelhante; e possuir instalações, condições materiais e capacidade
técnica e operacional para o desenvolvimento das atividades ou projetos previstos na parceria e
o cumprimento das metas estabelecidas.

Incorreta a alternativa “b” porque não se pode confundir OSC com OS. Organizações Sociais –
OS são as pessoas jurídicas privadas, sem fins lucrativos, qualificadas nos termos da Lei nº 9.637,
de 1998. Já as Organizações da Sociedade Civil – OSC estão definidas no inciso I, do art. 3º da Lei
nº 13.019, de 2014: a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios
ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados,
sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e
que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou
por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; b) as sociedades cooperativas
previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de
risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à
pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as
capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social; e

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c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e


de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos .

Incorreta a alternativa “c” porque nem todos os instrumentos de formalização de parceria entre o
Poder Público e a OSC exige transferência de recursos. É o caso do acordo de cooperação que é:
instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração
pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros.

Incorreta a alternativa “e” porque não há na Lei nº 8.666, de 1993, dispensa expressa de licitação
para formalização de parceria. O que a Lei nº 13.019, de 2014, introduziu no ordenamento,
afastando a aplicação da Lei nº 8.666, de 1993, foi a figura do chamamento público que é
procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio
de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da
isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e
dos que lhes são correlatos. Além disso, também há previsão de casos de dispensa e
inexigibilidade de realização do aludido chamamento, nos termos dos artigos 29, 30 e 31 da lei.
Por fim, frise-se que é exigida a realização de chamamento público para acordo de cooperação
quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de
compartilhamento de recurso patrimonial.

5. (2018/FGV/SEFIN-RO/Técnico Tributário) Determinada organização da sociedade civil, que


jamais recebera qualquer qualificação do Poder Público, celebrou um ajuste com o Estado
Beta, sem repasse de recursos financeiros, com o objetivo de aprimorar certa atividade de
interesse social há anos desenvolvida, paralelamente, por ambos.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 13.019/14, esse ajuste é denominado.
a) termo de fomento
b) acordo de cooperação
c) termo de colaboração
d) convênio
e) termo de gestão

Comentários

Resposta: alternativa “b”. De acordo com o art. 2º, inciso VIII-A, da Lei nº 13.019, de 2014, acordo
de cooperação é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela

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administração pública com organizações da sociedade civil - OSC para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros.

Incorretas as alternativas “a” e “c” porque termo de fomento e termo de colaboração envolvem
transferência de recurso financeiro, sendo o termo de colaboração proposto pela Administração
e o termo de fomento pela OSC.

Incorreta a alternativa “d” porque, de acordo com o art. 84 da Lei nº 13.019, de 2014, é vedada a
celebração de convênio a partir de sua vigência, exceto entre entes da federação ou de atividades
do SUS nos termos do art. 199 da CRFB.

Incorreta a alternativa “e” porque não há o instrumento jurídico denominado termo de gestão. A
Lei nº 13.019, de 2014, prevê acordo de cooperação, termo de colaboração e termo de fomento.
A Lei nº 9.637, de 1998, que trata das OS prevê a figura do contrato de gestão, que também não
é o caso da questão.

6. (2018/FGV/SEFIN-RO/Contador) O Estado Ômega, após o cumprimento dos trâmites


regulares, celebrou dois convênios com a entidade filantrópica Delta: o primeiro tinha por
objetivo estabelecer gestão compartilhada de algumas unidades de saúde; o segundo, por
sua vez, celebrado a partir de proposta de Delta, visava a estabelecer parceria na
consecução de finalidade de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de
programas de atletismo a adolescentes carentes. Em ambos os casos, foi previsto o repasse
de recursos pelo Estado Ômega.
À luz da sistemática constitucional e infraconstitucional, com especial ênfase para a Lei nº
13.019/14, sob o prisma da regularidade formal do instrumento jurídico utilizado, é correto afirmar
que
a) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
colaboração.
b) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
fomento.
c) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o contrato de
gestão.
d) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
parceria.
e) ambos os convênios são ilegais, pois os instrumentos deveriam ser, respectivamente, o termo
de parceria e o acordo de cooperação.

Comentários
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Resposta: alternativa “b”. De acordo com o art. 84-A da Lei nº 13.019, de 2014 (Lei do MROSC –
Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil), a partir de sua vigência, somente serão
celebrados convênios entre entes federados (ou pessoas jurídicas e eles vinculados) ou decorrente
de participação no SUS (Sistema Único de Saúde). Assim, o Estado Ômega, ao celebrar convênio
com a entidade filantrópica Delta quanto à gestão compartilhada de Saúde, ainda que haja repasse
de valores, enquadra-se na autorização do aludido artigo e, portanto, é legal. Por outro lado, o
Estado Ômega ao celebrar convênio com a Delta, por proposta desta, para estabelecer parceria
na consecução de finalidade de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de
programas de atletismo a adolescentes carentes com repasses de recursos comete ilegalidade já
que o instrumento adequado para tal, a partir da Lei do MROSC é o termo de fomento.

Incorretas a “a” e a “c” porque o 1º convênio é legal.

Incorreta a “d” porque o 2º convênio deveria ser termo de fomento e não termo de parceria, que
é instrumento formalizado com OSCIP nos termos da Lei nº 9.790, de 1999.

Incorreta a “e” porque o 1º convênio é legal e o segundo deveria ser termo de fomento. Lembre-
se: acordo de cooperação não envolve recurso financeiro. Termo de colaboração e termo de
fomento envolvem recurso financeiro, sendo o primeiro proposto pela Administração e o segundo
pela OSC.

7. (2018/CESPE/SEFAZ-RS/Auditor) Com base na Lei n.º 13.019/2014, a organização da


sociedade civil estará impedida de celebrar parceria com a administração pública se
a) seu dirigente for cônjuge de pessoa condenada por ato de improbidade.
b) seu dirigente for cônjuge de membro do Ministério Público da mesma esfera governamental
em que será celebrado o termo de fomento.
c) for uma entidade estrangeira, ainda que tenha autorização para funcionar no território nacional.
d) suas contas tiverem sido rejeitadas nos últimos cinco anos, mesmo que haja recurso com efeito
suspensivo pendente de decisão.
e) tiver realizado a prestação de contas fora do prazo em parcerias anteriores.

Comentários

Resposta: alternativa “b”.

Correta a alternativa “b” porque veda-se a celebração de parceria com OSC que tenha como
dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou entidade da
administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o termo de

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colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros,


bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau. De acordo com
o art. 39 da Lei nº 13.019, de 2014, ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria
prevista nesta Lei a organização da sociedade civil que: I - não esteja regularmente constituída ou,
se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no território nacional; II - esteja omissa no dever
de prestar contas de parceria anteriormente celebrada; III - tenha como dirigente membro de
Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou entidade da administração pública da
mesma esfera governamental na qual será celebrado o termo de colaboração ou de fomento,
estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros, bem como parentes em
linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau; IV - tenha tido as contas rejeitadas pela
administração pública nos últimos cinco anos, exceto se: a) for sanada a irregularidade que
motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente imputados; b) for reconsiderada ou revista
a decisão pela rejeição; c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com
efeito suspensivo; V - tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar
a penalidade: a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração; b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração
pública; c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei; d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei;
VI - tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de
Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos; VII -
tenha entre seus dirigentes pessoa: a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas
irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação,
em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos; b) julgada responsável por falta grave e
inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, enquanto durar a
inabilitação; c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos
estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992.

Incorreta a alternativa “a” porque o impedimento neste caso depende de o próprio dirigente ter
praticado e ter sido condenado por ato de improbidade.

Incorreta a “c” porque, desde que autorizada a funcionar no Brasil, a organização estrangeira
poderá celebrar parceria.

Incorreta a alternativa “d” porque, havendo recurso com efeito suspensivo não se aplica a
vedação.

Por fim, incorreta a alternativa “e” porque a vedação ocorre se as contas forem julgadas irregulares
ou rejeitadas, ou, ainda, se a OSC estiver omissa no dever de prestar contas de parcerias
anteriores.

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8. (2017/VUNESP/ CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES-SP/Procurador Jurídico) Nos termos da


Lei no 13.019, de 31 de julho de 2014, que institui normas gerais para as parcerias entre a
Administração Pública e organizações da sociedade civil, é correto afirmar que
a) os Municípios poderão aderir ao Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse –
SICONV, independentemente de autorização da União, para utilizar suas funcionalidades.
b) a legislação para os Municípios entrará em vigor somente a partir de 1o de janeiro de 2017.
c) a inadimplência da Administração Pública transfere à organização da sociedade civil a
responsabilidade pelo pagamento de obrigações vinculadas à parceria com recursos próprios.
d) a remuneração da equipe contratada pela organização da sociedade civil com recursos da
parceria gera vínculo trabalhista com o poder público.
e) os Municípios, mediante autorização dos Estados, poderão aderir ao Sistema de Gestão de
Convênios e Contratos de Repasse – SICONV para utilizar suas funcionalidades.

Comentários

Resposta: alternativa “b”.

Correta a alternativa “b” porque, de acordo com o §1º do art. 88 da Lei do MROSC, para os
Municípios, esta Lei entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2017.

Incorretas as alternativas “a” e “e” porque, de acordo com o art. 81 da Lei do MROSC, mediante
autorização da União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal poderão aderir ao Sistema de
Gestão de Convênios e Contratos de Repasse - SICONV para utilizar suas funcionalidades.

Incorreta a alternativa “c” porque, de acordo com o §1º do art. 46, a inadimplência da
administração pública não transfere à organização da sociedade civil a responsabilidade pelo
pagamento de obrigações vinculadas à parceria com recursos próprios.

Incorreta a alternativa “d” porque, de acordo com o §3º do art. 46, o pagamento de remuneração
da equipe contratada pela organização da sociedade civil com recursos da parceria não gera
vínculo trabalhista com o poder público.

9. (2017/FCC/TRF-5ª REGIÃO/Analista Judiciário) A União, por meio do Ministério da


Educação, formalizou termo de colaboração, regido pela Lei n° 13.019 de 2014, com
organização da sociedade civil, firmado após seleção por meio de chamamento público,
com vista à implementação de projeto voltado à formação e qualificação de multiplicadores
de conhecimento na área de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em
adolescentes. Estabeleceu-se que a remuneração da equipe encarregada da execução do

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plano de trabalho, durante a vigência da parceria, seria paga com recursos públicos
vinculados à parceria. O Tribunal de Contas da União solicitou esclarecimentos ao Poder
Público sob a alegação de que os recursos públicos não poderiam ser empregados na
remuneração de pessoal próprio da Organização da Sociedade Civil parceira. O
apontamento do TCU

a) procede, porquanto os recursos públicos repassados à entidade parceira somente podem


remunerar equipe de trabalho contratada, jamais própria, cujo custo deve ser suportado pela
entidade privada a título de contrapartida.
b) improcede, pois a Lei n° 13.019 de 2014 permite expressamente que a remuneração da equipe
de trabalho, tanto contratada como própria da entidade parceria, possa ser feita com recursos
públicos vinculados à parceria.
c) procede, pois a Lei n° 13.019 de 2014 veda expressamente o pagamento da equipe
encarregada da execução do plano de trabalho, seja pessoal próprio da organização, seja
contratado para execução da parceria.
d) improcede, porque a lei não dispõe quanto à natureza das despesas que podem ou não ser
custeadas com recursos vinculados à parceria, cabendo aos instrumentos jurídicos disciplinar a
questão livremente, em razão do controle de resultados introduzido pelo novo marco regulatório.
e) procede, pois a lei veda expressamente o pagamento com recursos da parceria da equipe de
trabalho e de todos os custos indiretos necessários à execução do objeto, qualquer que seja sua
proporção em relação à parceria.

Comentários

Resposta: alternativa “b”. De acordo com o art. 46 da Lei nº 13.019, de 2014, poderão ser pagas,
entre outras despesas, com recursos vinculados à parceria a remuneração da equipe encarregada
da execução do plano de trabalho, inclusive de pessoal próprio da organização da sociedade civil,
durante a vigência da parceria, compreendendo as despesas com pagamentos de impostos,
contribuições sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, férias, décimo terceiro
salário, salários proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos sociais e trabalhistas.

10. (2017/FCC/TRF-5ª REGIÃO/Analista Judiciário) Objetivando consecução de finalidade de


interesse público, autarquia federal lançou chamamento público para selecionar
organização da sociedade civil sem fins lucrativos interessada em firmar parceria para
execução, em regime de mútua cooperação, de projeto, cujo plano de trabalho foi
desenvolvido e ofertado pela Administração, com a previsão de repasse de recursos
financeiros e ausência de contrapartida. Levando em consideração o regime jurídico das

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parcerias estabelecido pela Lei n° 13.019 de 2014, o futuro ajuste será instrumentalizado
por
a) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros, desde que não
haja previsão de contrapartida.
b) termo de fomento, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros, estabeleçam
ou não contrapartida.
c) acordo de cooperação, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros e previsão de
contrapartida, que se constitui requisito para celebração da avença.
d) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de parcerias
propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros, com ou sem
previsão de contrapartida.
e) termo de fomento ou termo de colaboração, que são instrumentos hábeis, nos termos da lei,
para formalização de parcerias que envolvam transferência de recursos, independentemente da
origem da proposta.

Comentários

Resposta: alternativa “d”. De acordo com o inciso VII do art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014, termo
de colaboração é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência
de recursos financeiros. Portanto, não é fixada a necessidade de contrapartida, podendo ela
ocorrer ou não. Lembre-se que, conforme inciso VIII do aludido artigo, termo de fomento é o
instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração
pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de
recursos financeiros. Por fim, conforme inciso VIII-A do aludido artigo, acordo de cooperação é o
instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração
pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros.

11. (2017/FAFIPA/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-PR/Advogado) Segundo a literalidade do caput


do artigo 69 da Lei 13.019/2014, que versa sobre os prazos da prestação de contas, a
organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até determinada quantidade de dias a partir do término da vigência
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da parceria ou no final de cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano. Desse


modo, marque a alternativa CORRETA
a) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até trinta dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.
b) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até sessenta dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.
c) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até noventa dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de
cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.
d) A organização da sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos no prazo de até cento e vinte dias a partir do término da vigência da parceria ou no final
de cada exercício, se a duração da parceria exceder um ano.

Comentários

Resposta: alternativa “c”. De acordo com o art. 69 da Lei nº 13.019, de 2014, a organização da
sociedade civil prestará contas da boa e regular aplicação dos recursos recebidos no prazo de até
noventa dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de cada exercício, se a duração
da parceria exceder um ano.

12. (2017/FGV/SEPOG-RO/Analista de Planejamento) O Chefe do Poder Executivo de


determinado Estado federativo informou à sua assessoria que desejava propor uma parceria
às organizações da sociedade civil que atuassem com atividades esportivas para crianças
portadoras de deficiência, transferindo-lhes recursos financeiros para a consecução dessa
atividade, cuja finalidade é de interesse público e recíproco.
À luz da narrativa acima e da sistemática estabelecida pela Lei nº 13.019/2014, que norteará o
ajuste, o instrumento a ser utilizado na celebração da parceria é o

a) termo de colaboração.
b) termo de parceria.
c) termo de fomento.
d) contrato de gestão.
e) acordo de cooperação.

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Comentários

Resposta: alternativa “a”. De acordo com o inciso VII do art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014, termo
de colaboração é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência
de recursos financeiros. Lembre-se que, conforme inciso VIII do aludido artigo, termo de fomento
é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração
pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de
recursos financeiros. Por fim, conforme inciso VIII-A do aludido artigo, acordo de cooperação é o
instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração
pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros.

13. (2017/FAFIPA/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-PR/Advogado) Estabelece a lei federal


13.019/2014 o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de
projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de
colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para
a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade
civil; e altera as Leis nos 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999.
Nessa toada, com fulcro no artigo 2º, para os fins dessa Lei, considera-se administrador
público.
a) Agente público revestido de competência para assinar termo de colaboração, termo de fomento
ou acordo de cooperação com organização da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa competência a terceiros.
b) Agente público responsável pela gestão de parceria celebrada por meio de termo de
colaboração ou termo de fomento, designado por ato publicado em meio oficial de comunicação,
com poderes de controle e fiscalização.
c) Órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos, constituído por ato
publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor
ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração
pública.
d) Órgão criado pelo poder público para atuar como instância consultiva, na respectiva área de
atuação, na formulação, implementação, acompanhamento, monitoramento e avaliação de
políticas públicas.
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Comentários

Resposta: alternativa “a”. De acordo com o inciso V do art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014,
administrador público é o agente público revestido de competência para assinar termo de
colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação com organização da sociedade civil
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa
competência a terceiros.

A alternativa “b” apresenta a definição de gestor da parceria constante no inciso VI do aludido


artigo.

A alternativa “c” apresenta a definição da Comissão de Seleção, constante no inciso X do art. 2º.

Por fim, a alternativa “d” apresenta a definição do Conselho de Política Pública, constante no
inciso IX do citado artigo.

14. (2016/VUNESP/TJM-SP/Juiz de Direito) Há um novo marco regulatório que disciplina a


celebração de convênios e acordos de cooperação pela Administração Pública. Extrai-se da
Lei no 13.019, de 31 de julho de 2014, que
a) descabe a aplicação de sanções aos parceiros, pois os interesses envolvidos nos planos de
trabalho são comuns, não contrapostos.
b) o termo de colaboração deve ser adotado pela Administração Pública para consecução de
planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade
civil que envolvam a transferência de recursos financeiros.
c) essa lei se aplica também aos convênios celebrados com entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos, que podem participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo
diretrizes deste.
d) a celebração de termo de colaboração ou de fomento deverá ser sempre precedida de
chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz
a execução do objeto.
e) a partir da sua vigência, somente serão celebrados convênios entre entes federados ou pessoas
jurídicas a eles vinculadas, não se aplicando a essas parcerias o disposto na Lei no 8.666/93.

Comentários

Resposta: alternativa “b”.

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Correta a alternativa “b” já que, de acordo com o inciso VII do art. 2º da Lei do MROSC, termo de
colaboração é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência
de recursos financeiros.

Incorreta a alternativa “a” porque, em que pese, de fato os interesses envolvidos nos planos de
trabalho serem comuns e não contrapostos, o art. 73 da Lei do MROSC prevê que pela execução
da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas da Lei e da legislação
específica, a administração pública poderá, garantida a prévia defesa, aplicar à organização da
sociedade civil sanções nela previstas (advertência; suspensão temporária da participação em
chamamento público e impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da
esfera de governo da administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos; e
declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria ou
contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade
civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada pela suspensão).

Incorreta a alternativa “c” já que, de acordo com o inciso IV do art. 3º da Lei do MROSC, as suas
disposições não se aplicam aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e
sem fins lucrativos nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal, que trata do SUS –
Sistema Único de Saúde.

Incorreta a alternativa “d” porque, de acordo com os arts. 29, 30 e 31 da Lei do MROSC, há casos
de dispensa, inexigibilidade e celebração de parceria sem chamamento público.

Incorreta a alternativa “e” porque, de acordo com o art. 84-A da Lei nº 13.019, de 2014, a partir
de sua vigência, somente serão celebrados convênios entre entes federados (ou pessoas jurídicas
e eles vinculados) ou decorrentes de participação no SUS (Sistema Único de Saúde), nos termos
do art. 199 da Constituição.

15. (2016/MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça) De acordo com a Lei n. 13.019/14, que


estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, é vedada a celebração de parcerias previstas nesta Lei que
tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, delegação das funções
de regulação, de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades
exclusivas de Estado.
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( ) Certo ( ) Errado

Comentários

Resposta: certo. De acordo com o art. 40 da Lei nº 13.019, de 2014, é vedada a celebração de
parcerias previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou
indiretamente, delegação das funções de regulação, de fiscalização, de exercício do poder de
polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado.

16. (2016/MPE-PR/MPE-PR/Promotor de Justiça) Assinale a alternativa incorreta:


Não se aplicam as exigências da Lei n. 13.019/2014 (dispõe sobre Organização da Sociedade Civil
e Marco Regulatório do Terceiro Setor):
a) Às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções
internacionais conflitarem com a Lei n. 13.019/2014;
b) Aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os
requisitos previstos na lei específica das organizações sociais;
c) Aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor
de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por membros
de Poder ou do Ministério Público;
d) Aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor
de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:
dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública e/ou pessoas jurídicas de direito
público e de direito privado interno;
e) Às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.

Comentários

Resposta: alternativa “d”. O art. 3º da Lei nº 13.019, de 2014, prevê os casos em que as disposições
da aludida lei não são aplicáveis.

Incorreta apenas a alternativa “d” por sua parte final ter incluído pessoa jurídica de direito privado
interno. A excludente de aplicação da Lei do MROSC se dá aos pagamentos realizados a título de
anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor de organismos internacionais ou entidades
que sejam obrigatoriamente constituídas por: a) membros de Poder ou do Ministério Público; b)

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dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública; c) pessoas jurídicas de direito


público interno; d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública.

Correta a alternativa “a”, que apresenta caso constante no inciso I do aludido artigo. A “b”, no
inciso III. A “c”, no inciso IX, alínea “a”. E a “e”, no inciso X.

17. (2016/IESES/TJ-PA/Titular de Serviços de Notas e Registros) A Lei 13.019 de 2014


estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco. Referida lei prevê que o edital do chamamento público
especificará, no mínimo.
a) O tipo de parceria a ser celebrada; objeto da parceria; as datas, os prazos, as condições, o local
e a forma de apresentação das propostas; as datas e os critérios objetivos de seleção e julgamento
das propostas, inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada
um dos critérios estabelecidos, se for o caso; o valor previsto para a realização do objeto; as
condições para interposição de recurso administrativo; a minuta do instrumento por meio do qual
será celebrada a parceria; de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de
acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

b) A programação orçamentária que autoriza e fundamenta a celebração da parceria; o tipo de


parceria a ser celebrada; as datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das
propostas; as datas e os critérios objetivos de seleção e julgamento das propostas, inclusive no
que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios
estabelecidos, se for o caso; as condições para interposição de recurso administrativo; a minuta
do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria; de acordo com as características do
objeto da parceria, medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida e idosos.

c) A programação orçamentária que autoriza e fundamenta a celebração da parceria; o tipo de


parceria a ser celebrada; objeto da parceria; as datas, os prazos, as condições, o local e a forma
de apresentação das propostas; as datas e os critérios objetivos de seleção e julgamento das
propostas, inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um
dos critérios estabelecidos, se for o caso; o valor previsto para a realização do objeto; as condições
para interposição de recurso administrativo; a minuta do instrumento por meio do qual será
celebrada a parceria; de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de
acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

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d) A programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria; o tipo de parceria


a ser celebrada; objeto da parceria; as datas, os prazos, as condições, o local e a forma de
apresentação das propostas; as datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas,
inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios
estabelecidos, se for o caso; o valor previsto para a realização do objeto; as condições para
interposição de recurso administrativo; a minuta do instrumento por meio do qual será celebrada
a parceria; de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

Comentários

Resposta: alternativa “d”. De acordo com o §1º do art. 24 da Lei nº 13.109, de 2014, o edital do
chamamento público especificará, no mínimo: I - a programação orçamentária que autoriza e
viabiliza a celebração da parceria; II – revogado; III - o objeto da parceria; IV - as datas, os prazos,
as condições, o local e a forma de apresentação das propostas; V - as datas e os critérios de
seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao
peso atribuído a cada um dos critérios estabelecidos, se for o caso; VI - o valor previsto para a
realização do objeto; VII – Revogado; VIII - as condições para interposição de recurso
administrativo; IX - a minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria; X - de
acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida e idosos. Na literalidade, nenhuma alternativa responde à
questão já que o inciso II que previa o tipo de parceria a ser celebrado foi revogado. Contudo,
analisando sistematicamente, o tipo seria obtido na minuta do instrumento por meio do qual será
celebrada a parceria.

18. (2016/FCC/SEGEP-MA/Procurador do Estado) Conhecida como “Marco Regulatório do


Terceiro Setor”, a Lei Federal no 13.019/2014, estabelece normas gerais para as parcerias
entre a Administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante
a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho
inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de
cooperação. Ressalvadas as exceções previstas na mencionada legislação, é obrigatória a
adoção do seguinte procedimento prévio para a celebração dos instrumentos de parceria
nela disciplinados.
a) Registro de preços.

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b) Chamamento público.
c) Licitação, na modalidade pregão.
d) Licitação, na modalidade concurso.
e) Pré-qualificação das entidades.

Comentários

Resposta: alternativa “b”. De acordo com o inciso XII do art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014,
chamamento público é o procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para
firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância
dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Além disso, de acordo com os arts. 29, 30 e 31
da Lei do MROSC, há casos de dispensa, inexigibilidade e celebração de parceria sem
chamamento público.

19. (2016/ESAF/ANAC/Analista Administrativo) Assinale a opção correta.


a) O termo de colaboração é o instrumento que a Administração Pública deverá adotar em caso
de transferências voluntárias de recursos para a consecução de planos de trabalho propostos pelas
organizações da sociedade civil.
b) A organização da sociedade civil indicará ao menos um dirigente que se responsabilizará de
forma subsidiária pela execução das atividades e pelo cumprimento das metas pactuadas na
parceria.
c) A eventual inadimplência da organização da sociedade civil no pagamento dos encargos
trabalhistas relativos ao cumprimento do termo de colaboração ou de fomento é de sua
responsabilidade, havendo apenas a responsabilidade subsidiária da administração pública
parceira.
d) Como regra, a Administração Pública, para poder celebrar as parcerias previstas na Lei n.
13.019/2014, está obrigada a realizar o chamamento público, ressalvadas as hipóteses de dispensa
e inexigibilidade de tal procedimento.
e) Nas contratações de bens e serviços que efetuem com o uso de recursos transferidos pela
Administração Pública, as organizações da sociedade civil estão obrigadas a realizar licitação nos
termos da Lei n. 8.666/93.

Comentários

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Resposta: alternativa “d”. De acordo o art. 24 da Lei nº 13.019, de 2014, exceto nas hipóteses
previstas, a celebração de termo de colaboração ou de fomento será precedida de chamamento
público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução
do objeto. Frise-se que os arts. 29, 30 e 31 da Lei do MROSC, estabelecem casos de dispensa,
inexigibilidade e celebração de parceria sem chamamento público.

Incorreta a alternativa “a” porque, de acordo com o inciso VII do art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014,
termo de colaboração é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que
envolvam a transferência de recursos financeiros. Lembre-se que, conforme inciso VIII do aludido
artigo, termo de fomento é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil,
que envolvam a transferência de recursos financeiros. Por fim, conforme inciso VIII-A do aludido
artigo, acordo de cooperação é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros.

Incorreta a alternativa “b” porque foi revogada a previsão do art. 37 da Lei nº 13.019, de 2014,
que previa que a organização da sociedade civil indicaria ao menos 1 (um) dirigente para se
responsabilizar, de forma solidária, pela execução das atividades e cumprimento das metas
pactuadas na parceria, devendo essa indicação constar do instrumento da parceria.

Incorreta a alternativa “c” porque, de acordo com o inciso XX do art. 42, a responsabilidade
exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de
colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da
administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido
pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição
à sua execução.

Incorreta a alternativa “e” porque a OSC não está sujeita à Lei nº 8.666, de 1993. Inclusive, o art.
84 da Lei nº 13.019, de 2014, estabelece que não se aplica às parcerias o disposto na Lei nº 8.666,
de 21 de junho de 1993.

20. (2016/VUNESP/PREFEITURA DE MOGI DAS CRUZES-SP /Procurador Jurídico) A Lei


Federal nº 13.019/14 institui um instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela Administração Pública com organizações da sociedade civil para a
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consecução de finalidades de interesse público e recíproco, sendo que tais parcerias


decorrem de planos de trabalho propostos pelas organizações da sociedade civil e
envolvem a transferência de recursos financeiros.
A referida lei define esse instrumento como termo de
a) fomento.
b) colaboração.
c) parceria.
d) chamamento público.
e) gestão

Comentários

Resposta: alternativa “a”. De acordo com o inciso VIII do artigo 2º da Lei nº 13.019, de 2014, termo
de fomento é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a
transferência de recursos financeiros.

Incorreta a alternativa “b” porque, conforme inciso VII do mesmo art. 2º, termo de colaboração é
o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração
pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos
financeiros.

Incorreta a alternativa “c” porque, de acordo com o inciso III do aludido artigo, parceria é o
conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica estabelecida
formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a
execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

Incorreta a “d” porque, conforme inciso XII, Chamamento Público é o procedimento destinado a
selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração
ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
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Por fim, incorreta a “e”, porque a Lei do MROSC define a figura do gestor da parceria e não
genericamente “gestão”, que é um conjunto amplo de instrumentos, fluxos e procedimentos da
concepção à conclusão da parceria.

21. (2016/MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça) De acordo com a Lei n. 13.019/14 (Terceiro


Setor), a entidade privada sem fins lucrativos, que distribua ou não, entre os seus sócios ou
associados, eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os
aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por
meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva, é considerada organização
da sociedade civil.

( ) Certo ( ) Errado

Comentários

Resposta: errado. De acordo com o inciso I, alínea “a”, do art. 2º da Lei nº 13.019, de 2014, OSC
é: a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras,
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e
que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou
por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; b) as sociedades cooperativas
previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de
risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à
pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as
capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social; c)
as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de
cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos.

22. (2016/FCC/PGE-MT/Analista) Município mato-grossense pretende celebrar ajuste com o


Estado do Mato Grosso, por meio do qual lhe transfira os encargos de regulação e
prestação dos serviços públicos municipais de coleta e destinação final ambientalmente
adequada de resíduos sólidos urbanos, sem qualquer criação de pessoa jurídica para tal
fim. Para tanto, os instrumentos jurídicos adequados são o
a) termo de fomento e o termo de colaboração, tal como disciplinados pela Lei nº 13.019/2014.
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b) convênio de cooperação e o contrato de programa, tal como disciplinados pela Lei nº


11.107/2005, e pela legislação específica sobre os serviços públicos em questão.
c) consórcio público de direito público e o contrato de programa, tal como disciplinados pela Lei
nº 11.107/2005, e pela legislação específica sobre os serviços públicos em questão.
d) convênio administrativo e o contrato de repasse, tal como disciplinados pela Lei nº 8.666/1993,
e pelo Decreto nº 6.170/2007.
e) contrato de empreitada de obra pública e o contrato de prestação de serviços, tal como
disciplinados pela Lei nº 8.666/1993.

Comentários

Resposta: alternativa “b”. De acordo com o art. 84-A da Lei nº 13.109, de 2014, após sua vigência
somente serão celebrados convênios regidos pelo art. 116 da Lei nº 8.666, de 1993, entre entes
federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas ou, ainda, decorrente de parceria para atividade
do Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do art. 199 da CRFB. Portanto, o instrumento hábil
a que o Município mato-grossense celebre com o Estado do Mato Grosso, sem criação de pessoa
jurídica, é o convênio de cooperação entre os entes. Se fosse com criação de pessoa jurídica,
poderia ser utilizado o consórcio público de que trata a Lei nº 11.107, de 2005. Também poderá
ser lançado mão do contrato de programa de que trata o art. 13 da Lei nº 11.107, de 2005.

Incorreta a alternativa “a” porque termos de fomento e de colaboração são firmados entre o Poder
Público e OSC.

Incorreta a “c” porque consórcio público é uma pessoa jurídica, condição afastada pelo enunciado.
Lembre-se que o consórcio público pode ser constituído como associação pública (pessoa jurídica
de direito público) ou como pessoa jurídica de direito privado.

Incorreta a alternativa “d” porque o contrato de repasse de que trata o Decreto nº 6.170, de 2007,
é celebrado entre entidades da administração pública federal com órgãos ou entidades públicas
ou privadas sem fins lucrativos, para a execução de programas, projetos e atividades que envolvam
a transferência de recursos ou a descentralização de créditos oriundos dos Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social da União.

Por fim, incorreta a alternativa “e” porque, o que se busca entre o Município mato-grossense e o
Estado do Mato Grosso, não se trata de contratação comum regida pela Lei nº 8.666, de 1993.

23. (2015/COPESE/Prefeitura de Bom Jesus-PI/Procurador do Município (adaptada) A Lei nº


13.019, de 31 de julho de 2014, estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias,
envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as
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organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de


finalidades de interesse público, sendo considerado exigível o chamamento público mesmo na
hipótese de inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da
natureza singular do objeto do plano de trabalho ou quando as metas somente puderem ser
atingidas por uma entidade específica.
( ) Certo ( ) Errado

Comentários

Resposta: errado. De acordo com o art. 31 da Lei nº 13.109, de 2014, será considerado inexigível
o chamamento público na hipótese de inviabilidade de competição entre as organizações da
sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente
puderem ser atingidas por uma entidade específica, especialmente quando: I - o objeto da
parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso internacional, no qual
sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos; II - a parceria decorrer de transferência
para organização da sociedade civil que esteja autorizada em lei na qual seja identificada
expressamente a entidade beneficiária, inclusive quando se tratar da subvenção prevista no inciso
I do § 3o do art. 12 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, observado o disposto no art. 26 da
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

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8. RESUMO

1. A Lei nº 13.019, de 2014, introduziu no ordenamento o Marco Regulatório das Organizações


da Sociedade Civil – MROSC que:

estabeleceu o regime jurídico das parcerias entre a administração


pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos
previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em
termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de
cooperação;

definiu diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de


cooperação com organizações da sociedade civil; e

alterou a Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429,


de 1992) e a Lei Federal nº 9.790, de 1999, que disciplina as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP

2. Após duas prorrogações, a Lei nº 13.019, de 2014, passou a produzir efeitos para os Municípios
em geral, a partir de 1º de janeiro de 2017, enquanto que para a União, para os Estados e para
o Distrito Federal, desde 23 de janeiro de 2016.

3. Definições:

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entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou
terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos
ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas
atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo
objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo
patrimonial ou fundo de reserva

as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de


novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou
vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações
OSC - Organização de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas
da Sociedade Civil para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou
capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as
capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social

as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de


interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins
exclusivamente religiosos

Acordo de Cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas


as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações
da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco que NÃO envolvam a transferência de recursos financeiros

Termo de Colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas


as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações
da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a
transferência de recursos financeiros

Termo de Fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações
da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que
envolvam a transferência de recursos financeiros

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•procedimento destinado a selecionar OSC para firmar parceria por meio


de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância
Chamamento dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da
Público: moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos
que lhes são correlatos

•conjunto de operações que se realizam de modo contínuo ou


permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à
Atividade
satisfação de interesses compartilhados pela administração pública e pela
OSC

•conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de


relação jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e
OSC, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividade ou de
Parceria: projeto expressos em termos de colaboração, em termos de fomento ou
em acordos de cooperação
•deve respeitar, em todos os seus aspectos, as normas específicas das
políticas públicas setoriais relativas ao objeto da parceria e as respectivas
instâncias de pactuação e deliberação

•conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto


Projeto: destinado à satisfação de interesses compartilhados pela administração
pública e pela OSC

•os de natureza permanente adquiridos com recursos financeiros envolvidos


Bens
na parceria, necessários à consecução do objeto, mas que a ele não se
Remanescentes:
incorporam

• procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria, pelo


qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o
Prestação de alcance das metas e dos resultados previstos, compreendendo duas fases:
Contas: 1) apresentação das contas, de responsabilidade da OSC; e 2) análise e
manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração
pública, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle

Administrador agente público revestido de competência para assinar termo de colaboração,


Público: termo de fomento ou acordo de cooperação com OSC para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa
competência a terceiros

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Dirigente: pessoa que detenha poderes de administração, gestão ou controle da OSC,


habilitada a assinar termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de
cooperação com a administração pública para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, ainda que delegue essa competência a terceiros
Gestor: agente público responsável pela gestão de parceria celebrada por meio de
termo de colaboração ou termo de fomento, designado por ato publicado em
meio oficial de comunicação, com poderes de controle e fiscalização
Conselho de órgão criado pelo poder público para atuar como instância consultiva, na
Política respectiva área de atuação, na formulação, implementação,
Pública: acompanhamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas

Atenção: os conselhos de políticas públicas podem apresentar propostas à


administração pública para celebração de termo de colaboração com OSC.
Comissão de órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos,
Seleção: constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a
participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou
emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública
Comissão de órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar as parcerias celebradas com
Monitoramento OSC mediante termo de colaboração ou termo de fomento, constituído por
e Avaliação: ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de
pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente
do quadro de pessoal da administração pública

4. Não aplicação do MROSC:

às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo Senado Federal
naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções internacionais conflitarem
com a Lei nº 13.019, de 2014
aos contratos de gestão celebrados com Organizações Sociais - OS, desde que cumpridos os requisitos
previstos na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998
aos termos de parceria celebrados com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP,
desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999
às parcerias entre a Administração Pública e os serviços sociais autônomos
aos convênios e contratos celebrados pelo Sistema Único de Saúde - SUS com entidades filantrópicas e
sem fins lucrativos nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal

§ 1º do art. 199 da CRFB: As instituições privadas poderão participar de forma


complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos.

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aos termos de compromisso cultural de que trata a Política Nacional de Cultura Viva referidos no § 1º do
art. 9º da Lei nº 13.018, de 22 de julho de 2014
às transferências do Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas
Portadoras de Deficiência – PAED, do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e do Programa
Dinheiro Direto na Escola - PDDE, no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE,
referidas no art. 2º da Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004, e nos arts. 5º e 22 da Lei nº 11.947, de 16 de
junho de 2009
aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em favor de
organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:

a) membros de Poder ou do Ministério Público;

b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública;

c) pessoas jurídicas de direito público interno;

d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública.

5. Parcerias em que não se aplica o MROSC:

nos casos constantes na tabela anterior, na qual expressamente


não se aplica a Lei nº 13.019, de 2014

Parcerias entre a
Administração Pública e nos convênios entre entes da federação ou pessoas jurídicas a
OSC que não seguem a eles vinculados que segue o art. 116 da Lei nº 8.666, de 1993
Lei nº 13.019, de 2014:

nos convênios celebrados pelo Sistema Único de Saúde - SUS


com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos do §
1º do art. 199 da Constituição Federal que segue o art. 116 da
Lei nº 8.666, de 1993

6. A partir da vigência da Lei nº 13.019, de 2014, somente serão celebrados convênios entre entes
federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas, bem como os celebrados no âmbito do SUS
com entidades filantrópicas (art. 199 da Constituição).

7. Regime Jurídico: tem como fundamentos a gestão pública democrática, a participação social,
o fortalecimento da sociedade civil, a transparência na aplicação dos recursos públicos, os
princípios da legalidade, da legitimidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
da economicidade, da eficiência e da eficácia.
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8. Parcerias:

Termo de Colaboração Termo de Fomento Acordo de Cooperação

instrumento de parceria instrumento de parceria instrumento de parceria

formalizado entre a formalizado entre a formalizado entre a


Administração Pública e a Administração Pública e a Administração Pública e a
OSC OSC OSC

finalidade de interesse finalidade de interesse finalidade de interesse


público e recíproco público e recíproco público e recíproco

envolve $ (transferência de envolve $ (transferência de NÃO envolve $


recurso) recurso) (transferência de recurso)

proposto pela Administração


proposto pela OSC Indiferente
Pública

9. É vedada a celebração de parcerias que tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou
indiretamente, delegação: a) das funções de regulação; b) das funções de fiscalização; c) do
exercício do poder de polícia; ou d) de outras atividades exclusivas de Estado.

10. Rito para celebração de parceria:

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realização de chamamento público,


ressalvadas as hipóteses previstas em lei

indicação expressa da existência de


prévia dotação orçamentária para
execução da parceria
do mérito da proposta, em
conformidade com a
demonstração de que os objetivos e
modalidade de parceria
finalidades institucionais e a capacidade
adotada
técnica e operacional da OSC foram
Rito para avaliados e são compatíveis com o objeto
celebração de da identidade e da
termo de reciprocidade de interesse
colaboração ou aprovação do plano de trabalho, a ser das partes na realização, em
de fomento: apresentado nos termos da lei mútua cooperação, da
parceria prevista em lei

emissão de parecer jurídico do órgão de da viabilidade de sua


assessoria ou consultoria jurídica da execução
Administração Pública acerca da
possibilidade de celebração da parceria
da verificação do
cronograma de desembolso
emissão de parecer de órgão técnico da
Administração Pública, que deve
da designação do gestor da
pronunciar-se, de forma expressa, a
parceria
respeito:

da designação da comissão
de monitoramento e
avaliação da parceria

da descrição de quais serão


os meios disponíveis a
serem utilizados para a
fiscalização da execução da
parceria, assim como dos
procedimentos que
deverão ser adotados para
avaliação da execução
física e financeira, no
cumprimento das metas e
objetivos

11. OSC impedidas de celebrar parceria ou de receber novos recursos em parcerias em execução
(para estas últimas, exceto em casos de serviços essenciais que não podem ser adiados sob
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pena de prejuízo ao erário ou à população, desde que precedida de expressa e fundamentada


autorização do dirigente máximo do órgão ou entidade da administração pública, sob pena
de responsabilidade solidária):

não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no
território nacional
esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada
tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou
entidade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o
termo de colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou
companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 2º grau

Atenção 1: não são considerados membros de Poder os integrantes de conselhos de direitos e


de políticas públicas.

Atenção 2: não se aplica à celebração de parcerias com entidades que, pela sua própria
natureza, sejam constituídas pelas autoridades citadas sendo vedado que a mesma pessoa figure
no termo de colaboração, no termo de fomento ou no acordo de cooperação simultaneamente
como dirigente e administrador público.
tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de
Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 anos
enquanto não houver o ressarcimento do dano ao erário, pelo qual seja responsável a OSC ou
seu dirigente

Atenção: não serão considerados débitos que decorram de atrasos na liberação de repasses
pela administração pública ou que tenham sido objeto de parcelamento, se a OSC estiver em
situação regular no parcelamento
tenha tido as contas for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os
rejeitadas pela débitos eventualmente imputados
administração pública
nos últimos 5 anos, Atenção: não serão considerados débitos que decorram de atrasos na
exceto se: liberação de repasses pela administração pública ou que tenham sido
objeto de parcelamento, se a OSC estiver em situação regular no
parcelamento
for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição
a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso
com efeito suspensivo
tenha sido punida com suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar
uma das seguintes com a administração
sanções, pelo período declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública
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que durar a suspensão temporária da participação em chamamento público e


penalidade: impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades
da esfera de governo da administração pública sancionadora, por
prazo não superior a 2 anos
declaração de inidoneidade para participar de chamamento público
ou celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as
esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes
da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que
a OSC ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e
após decorrido o prazo da suspensão
tenha entre seus cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou
dirigentes pessoa: rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da
Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 anos
julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de
cargo em comissão ou função de confiança, enquanto durar a
inabilitação
considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem
os prazos estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429,
de 2 de junho de 1992.

12. Requisitos para encaminhamento de proposta para realização de chamamento público com
objetivo de celebrar parceria:

identificação do subscritor da proposta

indicação do interesse público envolvido


São requisitos para o encaminhamento
de proposta à Administração Pública diagnóstico da realidade que se quer modificar,
para avaliar a realização de aprimorar ou desenvolver
chamamento público com o objetivo
de celebrar parceria:
quando possível, indicação da viabilidade, dos custos,
dos benefícios e dos prazos de execução da ação
pretendida

13. A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não implica


necessariamente em execução do chamamento público.

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14. É vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria à


prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.

15. A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não dispensa a convocação


por meio de chamamento público para a celebração de parceria.

16. A celebração de termo de colaboração ou de fomento deve ser precedida de chamamento


público voltado a selecionar OSC que tornem mais eficaz a execução do objeto, exceto nos
casos previstos em lei (hipóteses de dispensa ou inexigibilidade, bem como decorrente de
emenda parlamentar) conforme diagramas a seguir:

no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de


paralisação de atividades de relevante interesse público, pelo
prazo de até 180 dias

nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da


ordem pública ou ameaça à paz social
Casos em que a
Administração Pública
pode DISPENSAR o
Chamamento Público: quando se tratar da realização de programa de proteção a
pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a
sua segurança

no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de


educação, saúde e assistência social, desde que executadas por
OSC previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva
política

Considera-se INEXIGÍVEL o Chamamento Público na hipótese de inviabilidade de competição entre as


OSC, em razão da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser
atingidas por uma entidade específica, especialmente quando:

o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso internacional,


no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos

a parceria decorrer de transferência para OSC que esteja autorizada em lei na qual seja
identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive quando se tratar da subvenção social
(inciso I do § 3º do art. 12 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), observadas as regras de
destinação de recursos públicos ao setor privado (art. 26 da LRF)

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17. A justificativa para a dispensa ou inexigibilidade pode ser impugnação no prazo de 5 dias a
contar de sua publicação e o administrador público responsável deve analisá-lo também em
até 5 dias da data do respectivo protocolo. Se deferida a impugnação, o ato que declarou a
dispensa ou considerou inexigível o Chamamento Público deve ser revogado e imediatamente
iniciado o procedimento para a realização do chamamento público, conforme o caso.

18. Autoriza-se a celebração de termo de colaboração ou de fomento sem a realização do


Chamamento Público quando estes decorram de emendas parlamentares às leis orçamentárias
anuais – LOA.

19. Os acordos de cooperação são celebrados, em regra, sem Chamamento Público, exceto
quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de
compartilhamento de recurso patrimonial, hipóteses em que o respectivo Chamamento
Público deve ser realizado e observar a disciplina legal.

20. O edital do Chamamento Público deve ser amplamente divulgado na página eletrônica do site
oficial da Administração Pública na internet, com antecedência mínima de 30 dias.

isonomia

legalidade

impessoalidade

moralidade
Princípios a serem observados
igualdade
pelo Chamemento Público:
publicidade

probidade administrativa

vinculação ao instrumento convocatório

julgamento objetivo

21. A Lei nº 13.019, de 2014, expressamente admite: a) a seleção de propostas apresentadas


exclusivamente por concorrentes sediados ou com representação atuante e reconhecida na
unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria; b) o estabelecimento de
cláusula que delimite o território ou a abrangência da prestação de atividades ou da execução
de projetos, conforme estabelecido nas políticas setoriais.

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22. É impedida de participar de comissão de seleção pessoa que, nos últimos 5 anos, tenha
mantido relação jurídica com, ao menos, uma das entidades participantes do chamamento
público, situação em que deve ser designado membro substituto com qualificação técnica
equivalente.

23. A OSC deve ser regida por normas de organização interna (regimento interno, estatuto social,
...) que prevejam expressamente:

a) objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social;

b) que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a


outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos do MROSC e cujo objeto
social seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;

c) escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas


Brasileiras de Contabilidade;

d) possuir:

d.1) cadastro ativo comprovado por meio de documentação emitida pela Receita Federal,
com base no CNPJ:

✓ há 1 ano, no mínimo, se a parceria for celebrada em âmbito Municipal;


✓ há 2 anos, no mínimo, se a parceria for celebrada em âmbito Estadual ou do Distrito
Federal;
✓ há 3 anos, no mínimo, se a parceria for celebrada no âmbito da União.

d.2) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza


semelhante;
d.3) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o
desenvolvimento das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento das metas
estabelecidas.

24. A homologação do chamamento público não gera direito para a OSC à celebração da parceria.

25. O administrador público, ao decidir pela celebração de parceria, deve:

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considerar, obrigatoriamente, a capacidade operacional da


administração pública para celebrar a parceria, cumprir as
obrigações dela decorrentes e assumir as respectivas
responsabilidades

avaliar as propostas de parceria com o rigor técnico necessário

designar gestores habilitados a controlar e fiscalizar a execução em


tempo hábil e de modo eficaz

apreciar as prestações de contas na forma e nos prazos


determinados em lei e na legislação específica

26. O termo de fomento, o termo de colaboração e o acordo de cooperação somente produzem


efeitos jurídicos após a publicação dos respectivos extratos no meio oficial de publicidade da
administração pública.

27. Cláusulas essenciais das parcerias:

a descrição do objeto pactuado


as obrigações das partes
quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso
a contrapartida, quando for o caso

Atenção: não será exigida contrapartida financeira como requisito para celebração de parceria,
facultada a exigência de contrapartida em bens e serviços cuja expressão monetária será
obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de fomento
a vigência e as hipóteses de prorrogação

Atenção 1: a vigência da parceria poderá ser alterada mediante solicitação da OSC,


devidamente formalizada e justificada, a ser apresentada à Administração Pública em, no
mínimo, 30 dias antes do termo inicialmente previsto.

Atenção 2: a prorrogação de ofício da vigência do termo de colaboração ou de fomento deve


ser feita pela Administração Pública quando ela der causa a atraso na liberação de recursos
financeiros, limitada ao exato período do atraso verificado.

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a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos


a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos
que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio
técnico de terceiros

Atenção: a Administração Pública deve promover o monitoramento e a avaliação do


cumprimento do objeto da parceria, podendo, para atingir essa finalidade, valer-se do apoio
técnico de terceiros, delegar competência ou firmar parcerias com órgãos ou entidades que se
situem próximos ao local de aplicação dos recursos.
a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos em lei
a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da
conclusão ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos,
produzidos ou transformados com recursos repassados pela administração pública

Atenção 1: caso a OSC adquira equipamentos e materiais permanentes com recursos


provenientes da celebração da parceria, os bens serão gravados com cláusula de
inalienabilidade, e ela deve formalizar promessa de transferência da propriedade à
administração pública, na hipótese de sua extinção.

Atenção 2: é obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes da


parceria, sendo que aqueles adquiridos com recursos transferidos podem, a critério do
administrador público, ser doados quando, após a consecução do objeto, não forem necessários
para assegurar a continuidade do objeto pactuado, observado o disposto no respectivo termo
e na legislação vigente.
a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade
pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade
quando for o caso, a obrigação de a OSC manter e movimentar os recursos em conta bancária
específica

Atenção: os recursos recebidos em decorrência da parceria serão depositados em conta


corrente específica isenta de tarifa bancária na instituição financeira pública determinada pela
administração pública, sendo que os rendimentos deverão ser aplicados no objeto da parceria
e estarão sujeitos às mesmas condições de prestação de contas exigidas para os recursos
transferidos
o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de Contas
correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos de
colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto
a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas
condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo
mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60
dias
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a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabelecendo


a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de órgão
encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública
a responsabilidade exclusiva da OSC pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos
recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, de investimento e de
pessoal
a responsabilidade exclusiva da OSC pelo pagamento dos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de
colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da
Administração Pública a inadimplência da OSC em relação ao referido pagamento, os ônus
incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução

28. O plano de trabalho deve constar como anexo do termo de colaboração, do termo de fomento
ou do acordo de cooperação, que deles será parte integrante e indissociável.

29. É impedido de participar como gestor da parceria pessoa que, nos últimos 5 anos, tenha
mantido relação jurídica com, ao menos, uma das OSC partícipes.

30. Na hipótese de o gestor da parceria deixar de ser agente público ou passar a ser lotado em
outro órgão ou entidade, o administrador público deverá designar novo gestor, assumindo ele
próprio, o administrador público, todas as obrigações do gestor, com as respectivas
responsabilidades, enquanto não designador o substituto.

31. São obrigações do Gestor da Parceria:

acompanhar e fiscalizar a execução da parceria


informar ao seu superior hierárquico a existência de fatos que comprometam ou possam
comprometer as atividades ou metas da parceria e de indícios de irregularidades na gestão
dos recursos, bem como as providências adotadas ou que serão adotadas para sanar os
problemas detectados
emitir parecer técnico conclusivo de análise da prestação de contas final, levando em
consideração o conteúdo do relatório técnico de monitoramento e avaliação
disponibilizar materiais e equipamentos tecnológicos necessários às atividades de
monitoramento e avaliação
comunicar ao administrador público a inexecução do objeto por culpa exclusiva da OSC

Atenção: no caso de inexecução por culpa exclusiva da OSC, a Administração Pública pode,
exclusivamente para assegurar o atendimento de serviços essenciais à população, por ato

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próprio e independentemente de autorização judicial, a fim de realizar ou manter a execução


das metas ou atividades pactuadas:

a) retomar os bens públicos em poder da OSC parceira, qualquer que tenha sido a modalidade
ou título que concedeu direitos de uso de tais bens; e

b) assumir a responsabilidade pela execução do restante do objeto previsto no plano de


trabalho, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade, devendo ser
considerado na prestação de contas o que foi executado pela OSC até o momento em que a
administração assumiu essas responsabilidades.

32. Parceria em rede: condições para sua atuação:

manutenção da
integral
responsabilidade
para a OSC que
celebrou o termo
de fomento ou
de colaboração
com a
Condições Administração possua mais de 5 anos
para atuação Pública de inscrição no CNPJ
em Rede:
a verificar, nos termos
possua capacidade
do regulamento, a
técnica e operacional
que a OSC regularidade jurídica e
para supervisionar e
signatária da fiscal da organização
orientar diretamente a
parceria com a executante e não
atuação da
Administração celebrante do termo
organização que com
Pública: de colaboração ou do
ela estiver atuando em
termo de fomento,
rede
devendo comprovar
celebre termo de tal verificação na
atuação em rede para prestação de contas
repasse de recursos às
não celebrantes,
a comunicar à
obrigando-se:
Administração Pública
em até 60 dias a
assinatura do termo
de atuação em rede

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33. Nas parcerias com vigência superior a 1 ano, a Administração Pública deve realizar, sempre
que possível, pesquisa de satisfação com os beneficiários do plano de trabalho e utilizar os
resultados como subsídio na avaliação da parceria celebrada e do cumprimento dos objetivos
pactuados, bem como na reorientação e no ajuste das metas e atividades definidas.

34. A Administração está incumbida de emitir relatório técnico de monitoramento e avaliação de


parceria celebrada mediante termo de colaboração ou termo de fomento e o submeterá à
Comissão de Monitoramento e Avaliação designada, que o homologará, independentemente
da obrigatoriedade de apresentação da prestação de contas devida pela OSC.

35. É impedido de participar como membro da Comissão de Monitoramento e Avaliação pessoa


que, nos últimos 5 anos, tenha mantido relação jurídica com, ao menos, uma das OSC
partícipes.

36. A Administração Pública deve manter, em seu sítio oficial na internet, a relação das parcerias
celebradas e dos respectivos planos de trabalho, até 180 dias após o respectivo encerramento.

37. As medidas de transparência e publicidade em todas as etapas que envolvam a parceria, desde
a fase preparatória até o fim da prestação de contas, devem ser excepcionadas, naquilo que
for necessário, quando se tratar de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em
situação que possa comprometer a sua segurança, na forma do regulamento.

38. Não se aplica as disposições da lei geral de licitações e contrato (Lei nº 8.666, de 1993) às
parcerias tratadas na Lei do MROSC.

39. O processamento das compras e contratações que envolvam recursos financeiros


provenientes de parceria pode ser efetuado por meio de sistema eletrônico disponibilizado
pela Administração Pública às OSC, aberto ao público via internet, que permita aos
interessados formular propostas.

40. A lei autoriza a retenção nos casos a seguir indicados até o saneamento das impropriedades:

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quando houver evidências de irregularidade na aplicação de parcela


anteriormente recebida

quando constatado desvio de finalidade na aplicação dos recursos ou


o inadimplemento da OSC em relação a obrigações estabelecidas no
termo de colaboração ou de fomento

quando a OSC deixar de adotar sem justificativa suficiente as medidas


saneadoras apontadas pela Administração Pública ou pelos órgãos de
controle interno ou externo

41. A eventual inadimplência da Administração Pública não transfere à OSCIP a responsabilidade


pelo pagamento de obrigações vinculadas à parceria com recursos próprios.

42. É de responsabilidade exclusiva da OSC: a) o gerenciamento administrativo e financeiro dos


recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, de investimento e de
pessoal; e b) o pagamento dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
relacionados à execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, NÃO
implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência
da OSC em relação ao referido pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou
os danos decorrentes de restrição à sua execução.

43. É vedado à OSC: utilizar recursos transferidos pelo ente público para finalidade alheia ao
objeto da parceria; ou pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público com recursos
vinculados à parceria, salvo nas hipóteses previstas em lei específica e na Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO.

44. Podem ser pagas com recursos vinculados à parceria, entre outras, as seguintes despesas: a)
remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho, inclusive de pessoal
próprio da OSC, durante a vigência da parceria, compreendendo as despesas com
pagamentos de impostos, contribuições sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -
FGTS, férias, décimo terceiro salário, salários proporcionais, verbas rescisórias e demais
encargos sociais e trabalhistas;b) diárias referentes a deslocamento, hospedagem e
alimentação nos casos em que a execução do objeto da parceria assim o exija;c) custos
indiretos necessários à execução do objeto, seja qual for a proporção em relação ao valor total
da parceria;d) aquisição de equipamentos e materiais permanentes essenciais à consecução
do objeto e serviços de adequação de espaço físico, desde que necessários à instalação dos
referidos equipamentos e materiais.

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45. Havendo a conclusão, denúncia, rescisão ou extinção da parceria, os saldos financeiros


remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras
realizadas, devem ser devolvidos à Administração Pública no prazo improrrogável de 30 dias,
sob pena de imediata instauração de tomada de contas especial do responsável,
providenciada pela autoridade competente da Administração Pública.

46. A OSC deve prestar contas da boa e regular aplicação dos recursos recebidos no prazo de até
90 dias a partir do término da vigência da parceria ou no final de cada exercício, se a duração
da parceria exceder 1 ano, podendo ser prorrogado por até 30 dias, desde que devidamente
justificado.

47. Havendo evidências de irregularidades na execução do objeto, a Administração Pública pode,


a qualquer tempo, instaurar procedimento de tomada de contas especial, devendo a OSC
prestar todas as informações a partir do momento em que houve liberação de recurso do ente
público na parceria.

48. A prestação de contas e todos os atos que dela decorrerem devem ser realizados em
plataforma eletrônica, permitindo a visualização por qualquer interessado.

49. A análise da prestação de contas deve levar em consideração a verdade real e os resultados
alcançados, devendo ser glosados (descontados) valores relacionados a metas e resultados
descumpridos sem justificativa suficiente.

50. A entidade deve manter em seu arquivo durante o prazo de 10 anos os documentos originais
que compuseram a prestação de contas, contado do dia útil subsequente ao da prestação de
contas.

51. Vindo a ser constada irregularidade ou omissão na prestação de contas, será concedido à OSC
prazo de 45 dias por notificação, prorrogável, no máximo, por mais 45 dias, para saneamento
da irregularidade ou cumprimento da obrigação, desde que dentro do prazo que a
Administração Pública possui para analisar e decidir sobre a prestação de contas e
comprovação de resultados.

52. A Administração Pública tem prazo de até 150 dias, contado da data de seu recebimento ou
do cumprimento de diligência por ela determinada, prorrogável justificadamente por até 150
dias,para apreciação da prestação final de contas.

53. A prestação de contas será:

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✓ aprovada quando for regular e expressar de forma clara e objetiva o cumprimento dos
objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;
✓ aprovada com ressalvas quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta
de natureza formal que não resulte em dano ao erário;
✓ rejeitada ou considerada irregular quando comprovada qualquer das seguintes
circunstâncias:omissão no dever de prestar contas;descumprimento injustificado dos
objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;dano ao erário decorrente de ato
de gestão ilegítimo ou antieconômico; desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores
públicos.

54. O administrador público, que pode delegar à autoridade diretamente a ele subordinada,
vedada a subdelegação, responde pela decisão acerca da aprovação da prestação de contas
ou pela omissão em relação à sua análise.

55. A OSC pode solicitar autorização para que o ressarcimento ao erário seja promovido por meio
de ações compensatórias de interesse público, mediante a apresentação de novo plano de
trabalho, conforme o objeto descrito no termo de colaboração ou de fomento e a área de
atuação da organização, cuja mensuração econômica será feita a partir do plano de trabalho
original, desde que não tenha havido dolo ou fraude e não seja o caso de restituição integral
dos recursos.

56. A Administração Pública, em casos de irregularidade na execução do plano de trabalho ou de


afronta a dispositivos legais, pode aplicar à OSC, desde que garanta a prévia defesa do
interessado que pode ser realizada no prazo de 10 dias da abertura de vista do processo ao
interessado, as sanções a seguir indicadas:

advertência

suspensão temporária da participação em chamamento público e


Sanções à impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da
OSC: esfera de governo da administração pública sancionadora, por prazo não
superior a 2 anos

declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou


celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas
de governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da
sociedade civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes
e após decorrido o prazo da sanção da suspensão temporária ou
impedimento

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57. A autoridade com competência exclusiva para aplicar sanções que acarretem a declaração de
inidoneidade e a suspensão temporária da participação em chamamento público e
impedimento de celebrar parceria ou contrato é o Ministro de Estado ou o Secretário Estadual,
Distrital ou Municipal, dentro de suas respectivas esferas de governo.

58. Os prazos relativos às penalidades são:

Prazo para Requerer


Prazo para Defesa: Prazo de Prescrição
Reabilitação

10 dias Após 2 anos 5 anos

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caríssimo(a), finalizamos aqui essa nossa aula de hoje.

Sei que é um tema denso e que apresenta muitos detalhes a serem explorados pelo examinador,

por isso não podemos negligenciar o seu estudo.

Ademais, por ser um tema novo, as bancas sempre gostam e estão começando a explorar.

Ou seja, tenha atenção no estudo desta aula porque você pode garantir alguns pontos que farão

a diferença em sua aprovação.

Qualquer dúvida, seja na teoria ou na resolução dos exercícios entre em contato por meio do
Fórum de Dúvidas.
Estou à sua disposição para aclarar ou aprofundar qualquer tema.
Deixe lá também suas sugestões, críticas e comentários.
Conte comigo como um parceiro em sua caminhada.
Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que
você siga o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais!
Você também poderá seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir
notícias de eventos do Estratégia e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também
compartilhar questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação!

Que DEUS o abençoe com muita saúde e paz!

Cordial abraço
Wagner Damazio

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