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N.° 287 — 10-12-1993 MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAGOES Decreto-Lei n.° 405/93 de 10 de Dezembro Com o Decreto-Lei n.° 235/86, de 18 de Agosto, iniciou-se 0 processo tendente a dotar o sector das, obras piblicas de um enquadramento juridico conforme & nova realidade decorrente da adesdo de Portugal & Comunidade Europeia, nomeadamente face & necessi- dade de iniciar a transposicao para a ordem jur interna de duas directivas comunitérias: a 71/304/CEE, € a 71/305/CEE, do Conselho, ambas de 26 de Julho, Desde a entrada em vigor daquele diploma tém-se ve- rificado sensiveis transformagdes econdmicas € sociais, no Ambito da actividade da construcao, a que acresce © desenvolvimento do processo de integrasdo europeia, ‘© que se traduz em evidentes repercussdes naquela ac- tividade, em especial as inerentes a edificacao do mer- cado interno a partir de 1993. ‘Acompanhando esta evolucdo, a Comunidade Euro- peia adoptou a Directiva n.° 89/440/CEE, do Conse- Iho, de 18 de Julho, que consagra novas medidas rela- tivas ao processo de adjudicacao de empreitadas de obras puiblicas, alterando a jé referida Directiva n° 71/305/CEE. Em consequéncia, impde-se adequar o regime nor- mativo nacional As novas realidades econdmicas € 50- ciais, bem como as novas disposigdes derivadas do di- reito comunitério, tendo presente que nos processos de formagdo e celebracdo de contratos de obras publicas deve imperar os principios da equidade, da transpa- réncia e da modernidade, com especial incidéncia no equilibrio das obrigacdes e deveres das partes, salva- guardando a natureza de contratos de direito publico. De entre as alteracdes introduzidas ao actual regime juridico das empreitadas de obras publicas, instituido pelo Decreto-Lei n.° 235/86, de 18 de Agosto, e aten- dendo aos prineipios objectivos identificados, ressal- tam algumas que importa registar: Embora 0 Ambito de aplicagéo deste diploma as empresas puiblicas ¢ as sociedades andnimas de capitais maioritariamente puiblicos dependa de portaria do ministro competente, consagrou-se a obrigatoriedade da sua aplicagao as concessiond- rias de servigos piiblicos, sempre que o valor da ‘empreitada seja igual ou superior ao estabelecido para efeitos de aplicagdo das directivas das Co- munidades Europeias relativas & coordenacéo dos processos de adjudicagdo de empreitadas de obras puiblicas; Os diferentes tipos de concurso, atentas as dispo- siges comunitérias em vigor, s40 redefinidos € é-Ihes conferido um novo enquadramento legal; © conceito e 0 regime dos trabalhos a mais é cla- rificado, conferindo-Ihes 0 rigor que os mesmos justificam; A fixagdo de novos pregos & objecto de nova re- gulamentagdo, no sentido de Ihe atribuir uma disciplina mais rigorosa ¢ clara; © proceso de concurso piiblico foi reformulado, com intuito de autonomizar as diversas fases que © integram; DIARIO DA REPUBLICA —I SERIE-A 6845 E consagrada a obrigatoriedade de celebragdo de contrato de seguro, em condicdes a definir por Portaria, nos casos em que os concorrentes apre- sentem projecto base; © prazo de garantia de boa execucdo da emprei- tada é alargado para cinco anos; A restituigdo dos depésitos, de garantia e quan- tias retidas durante a execucao da empreitada, bem como o regime de extingdo da caugio, so objecto de nova regulamentasao. Por outro lado, foi igualmente entendido dever consagrar-se, no presente diploma, e sempre que as si- ‘tuagdes assim o justificassem, os principios orientado- res e disposigdes fundamentais definidos pelo Cédigo do Procedimento Administrativo, em especial no que se refere & contagem de prazos. Foram ouvidas as associagSes representativas do sec- tor da construcdo civil e obras piiblicas, a Associacao Nacional de Municipios Portugueses e os drgdos de go- verno proprio das Regides Aut6nomas dos Acores ¢ da Madeira. ‘Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigdo, 0 Governo decreta o seguinte: TITULO I Dos regimes de empreitadas de obras piblicas CAPITULO I Disposigdes fundamentais Artigo 1.° Anmbito de aplicagto da tei 1 — O presente diploma aplica-se as empreitadas de obras piiblicas promovidas pela administragao estadual, directa e indirecta, administragao regional e adminis- tragdo local. 2 — Entende-se por administracdo estadual directa 0 conjunto de drgdos ¢ servigos do Estado e por admi- nistragdo estadual indirecta 0 conjunto de pessoas co- lectivas piiblicas, com excepedo das empresas piblicas, que prosseguem em nome préprio fins do Estado, 3 — O regime do presente diploma é igualmente apli- vel, com as necessirias adaptagdes, as concessdes de obras piiblicas e aos fornecimentos de obras publicas promovidos pelas entidades referidas no nimero ante- Tior. 4 — Entende-se por empreitada de obras publicas 0 contrato administrativo destinado, mediante o paga- mento de um preco, a realizagdo de trabalhos de cons- trugdo, reconstrugao, restauro, reparagdo, conservago ou adaptacdo de bens iméveis. 5 — Entende-se por concessio de obras piblicas 0 contrato administrativo pelo qual alguém se encarrega de executar e explorar uma obra publica cobrando aos utentes as taxas que forem devidas. 6 — Entende-se por fornecimento de obras piiblicas © contrato administrative pelo qual alguém se obriga, 6846 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A N.® 287 — 10-12-1993 durante certo periodo, a entregar certos bens que se destinam a ser incorporados ou a complementar uma obra piiblica, mediante o pagamento de um prego. Artigo 2.° Partes do comtrato 1 — As partes do contrato de empreitada de obras Piiblicas sio 0 dono da obra e o empreiteiro. 2 — O dono da obra é a pessoa colectiva que manda executé-la ou, no caso de obras executadas em com- participagdo, aquela a quem pertencam os bens ou que ficard a administré-los. 3 — Sempre que no presente diploma se faga refe- réncia a decisées e deliberacdes do dono da obra, entender-se-4 que serio tomadas pelo érgao que, se- gundo as leis ou estatutos por que a pessoa colectiva se rege, for competente para 0 efeito ou, no caso de omissao da lei ou de estatutos, pelo Srgdo superior de administragio. Artigo 3.° Impedimentos E aplicavel a0 contrato de empreitada regido pelo presente diploma, com as necessdrias adaptacdes, 0 dis- posto na lei geral sobre impedimentos, escusa'e sus- peicdo de titulares de érgdos piblicos, bem como de funcionarios ¢ agentes administrativos. Artigo 4.° Concorrtncia 1 — Sao proibidos todos os actos ou acordos sus- ceptiveis de falsear as condigdes normais de concorrén- cia, devendo ser rejeitadas as propostas e candidatu- Tas apresentadas como sua consequéncia. 2 — Se de um acto ou acordo lesivos da concorrén- cia tiver resultado a adjudicacdo de uma empreitada, deve ser suspensa a sua execugdo, salvo se a autori- dade competente decidir fundamentadamente de outro modo, seguindo-se 0 procedimento previsto no ar- tigo 216.° 3 — A ocorréncia de qualquer dos factos previstos no n.° 1 deverd ser comunicada, pelo dono da obra, entidade que comprova a inscric4o ou a sua equiva éncia no registo profissional nas condigdes do Estado membro onde estd estabelecido, bem como & Direccdo- -Geral de Concorréncia e Precos. Artigo 5.° Flscalzagho 1—O dono da obra designard, por si ou com acordo das entidades comparticipantes, um fiscal da obra para fiscalizar a execugdo dos trabalhos. 2 — O empreiteiro ou um seu representante perma- neceré no local da obra durante a sua execugdo, de- vendo estar habilitado com 0s poderes necessérios para responder, perante fiscal da obra, pela marcha dos trabalhos. 3 —O fiscal da obra deverd dispor de poderes bas- tantes ¢ estar habilitado com os elementos indispensé- veis a resolver todas as questdes que Ihe sejam postas pelo empreiteiro para o efeito da normal prossecucdo dos trabalhos. 4 — Das decisdes do fiscal da obra proferidas sobre reclamacdes do empreiteiro ou seu representante caberd sempre recurso hierarquico, sem efeito suspensivo, para © drgao de que ele depender. Artigo 6.° ‘Tipos de empreitada 1 — De acordo com 0 modo de retribuigdo do em- preiteiro, as empreitadas de obras puiblicas podem ser: @) Por prego global; b) Por série de preos; ©) Por percentagem. 2—E licito adoptar, na mesma empreitada, diver- sos modos de retribuicao para distintas partes da obra ou diferentes tipos de trabalhos. 3 — A empreitada pode ser de partes ou da totali- dade da obra e, salvo convencdo em contrario, implica a subministracao pelo empreiteiro dos materiais a em- pregar. CAPITULO II Da empreitada por prego global Artigo 7.° Conceito Entende-se por preco global a empreitada cujo mon- tante da remuneracdo correspondente a realizagdo de todos os trabalhos necessérios para a execugdo da obra ou parte da obra objecto do contrato é previamente fixado. Artigo 8.° ‘Obras que podem ser felts por prego global 'S6 poderdo ser contratadas por prego global as obras, cujos projectos permitam determinar a natureza ¢ as quantidades dos trabalhos a executar, bem como os custos dos materiais ¢ da mdo-de-obra a empregar. Artigo 9.° Odjecto de empretads © dono da obra definird, com a maior preciso, nos elementos escritos € desenhados do projecto e no ca- derno de encargos, as caracteristicas da obra ¢ as con- dig6es técnicas da sua execugao, bem como a qualidade dos materiais a aplicar, ¢ apresentaré mapa de medi- ges de trabalhos, no qual assentaré a andlise e 0 or- denamento por custos globais das propostas dos con- correntes & empreitada. Astigo 10.° Apresentasto de projecto base pelos concorrentes 1 — Quando se trate de obras cuja grande comple- xidade técnica ou elevada especializa¢do 0 justifiquem, N° 287 ~ 10-12-1993 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 6847 ‘© dono da obra posta a concurso deve definir, com su- ficiente precisio, em documento pelo menos com 0 grau equivalente ao de programa base, os objectivos que deseje atingir, especificando os aspectos que con- sidere vinculativos, deixando aos concorrentes a apre- sentagdo do projecto base. 2 — Escolhido no concurso um projecto base, ser- vird este para a elaboragdo do projecto de execugio que, depois de aprovado, ficard a obrigar as duas partes. 3 — Nos cadernos de encargos relativos a este tipo de concurso estipular-se-A a obrigatoriedade de 0 con- trato ficar subordinado & existéncia de contrato de se- guro, cujas condigSes serdo definidas por portaria con- junta dos Ministros das Finangas e das Obras Pablicas, Transportes e Comunicagées, que garanta a cobertura dos riscos ¢ danos, directa ou indirectamente, emergen- tes de deficiente concep¢ao do projecto. ‘4 — Nos casos do presente artigo, 0 dono da obra fixara, obrigatoriamente, no programa do concurso ou no caderno de encargos, 0 critério para atribuigéo dos prémios a pagar aos concorrentes, cujos projectos base tenham sido classificados para efeitos de adjudicagao, exceptuando-se aquele que venha a ser escolhido como adjudicatério. Artigo 11.° Variantes 20 projecto 1 — 0 dono da obra posta a concurso pode autori zar, mediante declaracao expressa constante do respec- tivo programa, que os concorrentes apresentem varian- tes a0 projecto ou a parte dele, e com o mesmo grau de desenvolvimento, conjuntamente com a proposta para a execucdo da empreitada tal como posta a con- curso. 2— A variante aprovada substitui, para todos os efeitos, 0 projecto do dono da obra na parte respectiva. Artigo 12.° Blementos ¢ método de eflculo dos projectos base ¢ variantes Os projectos base ¢ as variantes da autoria do con- corrente devem conter todos os elementos necessérios para a sua perfeita apreciagdo e para a justificagao do método de céleulo utilizado, podendo sempre o dono da obra exigir quaisquer esclarecimentos, pormenores, planos e desenhos explicativos. Artigo 13.° Reclamagées quanto 4 erros ¢ ombssées do projecto 1 — No prazo de 66 dias, ou no que for para o efeito estabelecido no caderno de encargos, mas ndo inferior a 11 dias, contados da data da consignacao, © empreiteiro podera reclamar: 4) Contra erros ou omissdes do projecto, relati- vos a natureza ou volume dos trabalhos, por se verificarem diferencas entre as condigdes lo- cais existentes ¢ as previstas ou entre os dados ‘em que © projecto se baseia ¢ a realidade; b) Contra erros de célculo, erros materiais ¢ ou- tros erros ou omissées do mapa de medisdes, or se verificarem divergéncias entre este ¢ 0 que resulta das restantes pecas do projecto. 2 — Findo o prazo estabelecido no mimero anterior, admitir-se-o ainda reclamagdes com fundamento em erros ou omissdes do projecto, desde que, arguindo 0 erro ou omissio nos 11 dias subsequentes ao da veri ca¢do, o empreiteiro demonstre que Ihe era impossivel descobri-lo mais cedo, 3 — Na reclamacdo prevista nos dois nimeros ante- riores, 0 empreiteiro indicard 0 valor que atribui aos trabalhadores a mais ou a menos, resultantes da rect ficagdo dos erros ou omissdes arguidos. ‘4 — O dono da obra deverd, no prazo maximo de 44 dias contados da data da respectiva apresentacdo, notificar 0 empreiteiro da sua deciséo sobre as recl mages referidas no presente artigo, as quais sao act tes se a expedigdo da notificagao nao tiver lugar nesse prazo. 5 —Se 0 dono da obra verificar, em qualquer al- tura da execugdo, a existéncia de erros ou omiss6es no projecto, devidos a causas cuja previsio ou descoberta fosse impossivel mais cedo, deve notificar dos mesmos © empreiteiro, indicando o valor que Ihes atribui 6 — Sobre a interpretaco e 0 valor dados pelo dono da obra aos erros ou omissdes a que alude o mimero anterior pode o empreiteiro reclamar no prazo de 11 dias. 7 — Na falta de acordo quanto aos valores a que se referem os ntimeros anteriores, poderdo as partes, de comum acordo, recorrer a uma comissao conciliatéria constituida por trés peritos, sendo um designado pelo dono da obra, outro pelo empreiteiro e 0 terceiro es- colhido por ambas as partes. Artigo 14.° Rectiflasdes de erros ou omissdes do projecto 1 — Rectificado qualquer erro ou omissdo do pro- jecto, o respectivo valor sera acrescido ou deduzido ao reco da adjudicarao. 2 — No caso de 0 projecto base ou variante ter sido da sua autoria, o empreiteiro suportara os danos re- sultantes de erros ou omissdes desse projecto ou va- riante ou dos correspondentes mapas de medicGes, ex- cepto se 0s erros ou omissdes resultarem de deficiéncias dos dados fornecidos pelo dono da obra. Artigo 15.° Valor das alterapes do projecto A importancia dos trabalhos a mais ou a menos que resultar de alteragdes ao projecto ser respectivamente adicionada ou diminuida & importdncia primitiva da ‘empreitada. Artigo 16.° ments 1 —O pagamento do preco da empreitada poderé efectuar-se em prestagdes periédicas fixas ou em pres- tages varidveis, em qualquer dos casos sempre em fun- do das quantidades de trabalho periodicamente exe- cutadas. 2 — Quando o pagamento haja de fazer-se em pres- tages fixas, o contrato fixard os seus valores, as da- tas dos seus vencimentos ¢ a sua compatibilizaco com © plano de trabalhos aprovado. 6848 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 287 — 10-12-1993 3 — Nos casos do mimero anterior, a correc¢ao que © preco sofrer, por virtude de rectificagdes ou altera- 8e8 a0 projecto, serd dividida pelas prestagdes que se vencerem posteriormente ao respectivo apuramento, salvo estipulagao em contrario. 4 — Se 0 pagamento houver de fazer-se de acordo com as quantidades de trabalho periodicamente exe- ‘cutadas, realizar-se-d por medigdes e com base nos pre- 608 unitérios contratuais, mas apenas até & concorrén- cia do prego da empreitada, 5 — Se, realizados todos os trabalhos, subsistir ainda um saldo'a favor do empreiteiro, ser-lhe-4 pago com a tltima liquidacdo. CAPITULO III Da empreitada por série de presos Artigo 17.° Concelto ‘A empreitada ¢ estipulada por série de pregos quando a remuneragdo do empreiteiro resulta da aplicagdo dos resos unitdrios previstos no contrato para cada espé- cie de trabalho a realizar as quantidades desses traba- Thos realmente executadas. Artigo 18.° Objecto de empreiiada 1 — O contrato terd sempre por base a previsio das espécies ¢ das quantidades dos trabalhos necessrios para a execugdo da obra relativa ao projecto paten- teado, obrigando-se o empreiteiro a executar pelo res- pectivo preso unitério do contrato todos os trabalhos de cada espécie. 2 — Se nos elementos do projecto ou no caderno de encargos existirem omissdes quanto & qualidade dos ‘materiais, o empreiteiro ndo poder empregar materiais que ndo correspondam as caracteristicas da obra ou que sejam de qualidade inferior aos usualmente empregues em obras que se destinem a idéntica utilizacdo. 3 — No caso de diivida quanto aos materiais a em- regar nos termos do niimero anterior, devem observar- se as normas portuguesas em vigor ou, na falta des- tas, as normas utilizadas na Comunidade Europeia. Artigo 19.° Projecto ou variante do empreiteiro 1 — Quando a adjudicacdo de uma empreitada re- sulte de projecto base apresentado pelo empreiteiro, compete a este a elaboragio do projecto de execucio, ‘nos mesmos termos dos estabelecidos para a emprei- tada por prego global. 2 —O projecto de execugéo de uma empreitada po- deré ser alterado de acordo com as variantes propos- tas pelo empreiteiro, nos mesmos termos estabelecidos para a empreitada por preco global. 3 — O empreiteiro apresentard com o projecto base ou variante a previséo das espécies e quantidades dos trabalhos necessarios para a execugdo da obra e a res- pectiva lista de precos unitérios. 4 — Os trabalhos correspondentes 20 projecto ou va- riantes serao executados em regime de preco global, se © empreiteiro 0 propuser e 0 dono da obra aceitar, apresentando o empreiteiro, em tal hipétese, um plano de pagamentos do preco global e calculando-se este pela aplicagdo dos presos unitarios as quantidades previstas. Artigo 20.° Cite Periodicamente, proceder-se-4 a medi thos executados de cada espécie para o efeito de paga- mento das quantidades apuradas, is quais sero apli- cados os precos unitarios, CAPITULO IV Disposigdes comuns as empreitadas por preco global € por série de precos Artigo 21.° Especificagdes técnicas 1 — As especificagdes técnicas referidas no anexo | devem constar dos documentos gerais ou dos documen- tos especiais relativos a cada contrato, 2 — Sem prejuizo das regras técnicas nacionais obri- ‘gatérias, desde que sejam compativeis com o direito co- munitério, para as obras cujo valor seja igual ou su- perior ao estabelecido para os efeitos de aplicacdo das directivas da Comunidade Europeia relativas & coorde- nagio dos processos de adjudicacao de empreitadas de obras puiblicas, as especificagdes técnicas serao defini- das no caderno de encargos por referéncia a normas nacionais que transponham normas curopeias ou por referéncia a condigées de homologacao técnicas euro- peias ou a especificacdes técnicas comuns. 3 —O disposto no mimero anterior nao sera apli- cdvel desde que o dono da obra justifique devidamente no caderno de encargos e se verifique uma das seguin- tes situagdes: @) As normas, as condigdes de homologacao tée- nica europeias ou as especificagdes técnicas co- muns nao incluam qualquer disposicao relativa verificagao da conformidade, ou ndo existam meios técnicos que permitam determinar, de modo satisfatério, a conformidade de um pro- duto com essas normas ou com esas condigdes de homologag&o técnica europeias ou com es- Sas especificagdes técnicas comuns; ») As normas, as condigdes de homologacao téc- nica europeias ou as especificagdes técnicas co- muns obriguem a utilizar produtos ou materiais incompativeis com instalagdes j4 utilizadas pelo dono da obra, ou envolvam custos ou dificul- dades técnicas desproporcionadas, mas unica- mente no ambito de uma estratégia claramente definida ¢ destinada a transico, num prazo de- terminado, para normas europeias, para con- digdes de homologagao técnica europeias ou para especificagdes técnicas comuns; ©) O projecto em causa seja verdadeiramente ino- vador ¢ nao seja adequado o recurso as nor- N.° 287 — 10-12-1993 mas, as condi¢des de homologagao técnica eu- ropeias ou as especificagdes técnicas comuns existentes, 4 —Na sequeéncia de normas, condigdes de homo- logacdo técnica europeias ou especificagdes técnicas co- muns, as especificagdes técnicas podem ser definidas por referéncia: a) As especificacdes técnicas nacionais reconheci- das como sendo conformes aos requisitos essen- ciais enunciados nas directivas comunitérias re- Tativas & harmonizacao técnica, nos termos dos rocessos relativos aos produtos de construgao € a maquinas; b) As especificagdes técnicas nacionais em maté- ria de concepcao, de cdlculo, de realizagao de obras e de aplicacdo dos produtos; ©) A outros documentos, designadamente, e por ordem de preferéncia, as normas nacionais que transpéem normas internacionais jé aceites, ou- tras normas ¢ condicdes internas de homologa- cdo técnica nacionais, ou qualquer outra norma. 5. — Salvo em casos excepcionais justificados pelo objecto da empreitada, nao € permitida a introdusio, no caderno de encargos, de especificagdes técnicas que mencionem produtos de fabrico ou proveniéncia deter- minada ou de processos especiais que tenham por efeito favorecet ou eliminar determinadas empresas. 6—E, designadamente, proibida a indicagdo de marcas comerciais ou industriais, de patentes ou mo- delos, ou de uma origem ou produgao determinadas, sendo, no entanto, autorizadas tais indicagdes quando acompanhadas da menc4o «Ou equivalenten, sempre ue ndo seja possivel formular uma descrigao do ob- jecto da empreitada com recurso a especificagdes sufi- cientemente precisas ¢ inteligiveis por todos os interes- sados. 7 — Para efeitos do presente diploma, considera-se especificacdes técnicas 0 conjunto das prescrigdes téc- nicas constantes, nomeadamente, dos cadernos de en- cargos, que definem as caracteristicas exigidas de um trabalho, material, produto ou fornecimento e que per- mitem a sua caracterizacdo objectiva de modo que cor- respondam a utilizagdo a que a entidade adjudicante os destina. Artigo 22.° Lista de pregos unitérios Os concorrentes apresentardo com as suas propos- tas as listas de pregos unitérios que !hes hajam servido de base. Artigo 23.° Bneargos do empreiteira Constitui encargo do empreiteiro, salvo estipulacdo em contrario, 0 fornecimento dos aparelhos, instrumen- tos, ferramentas, utensilios ¢ andaimes indispensaveis & boa execudo da obra. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 6849 Artigo 24.° ‘Trabathos preparatérios ou acessérios 1 — O empreiteiro tem obrigagdo, salvo estipulagaio em contrério, de realizar & sua custa todos os traba- Ihos que, por natureza ou segundo o uso corrente, a execugao da obra implique como preparatérios ou sérios. 2—Constitui, em especial, obrigacdo do emprei- teiro, salvo estipulago em contrario, a execuyo dos seguintes trabalhos: @) O fornecimento, construgao ¢ manutengao do estaleiro; ‘) Os necessdrios para garantir a seguranca das pessoas empregadas na obra e do publico em geral, para evitar danos nos prédios vizinhos para satisfazer os regulamentos de seguranca € de policia das vias piblicas; ©) O restabelecimento, por meio de obras provi- Sorias, de todas as serviddes e serventias que seja indispensdvel alterar ou destruir para a exe. cucdo dos trabalhos e para evitar a estagnacao de guas que os mesmos trabalhos possam ori ginar; @) A construgo dos acessos ao estaleiro e das ser- ventias internas deste. 3 — 0s encargos relativos 4 montagem e desmonta- gem do estaleiro séo da responsabilidade do dono da obra ¢ constituirao um preco contratual unitario 4 — Quando se trate de obras de complexidade tée- nica ou especializagao elevadas, os trabalhos acessérios devem estar claramente definidos nas pecas que com- pdem o projecto. Artigo 25.° Servidses e ocupasio de prédios particulares 1 — Ser de conta do empreiteiro, salvo estipulacao ‘em contrério, 0 pagamento das indemnizacdes devidas pela constituicéo de serviddes, ou pela ocupagao tem- pordria de prédios particulares, necessarias & execugdo dos trabathos adjudicados, e efectuadas nos termos da lei 2 — Sempre que possivel, 0 dono da obra especifi- card, no caderno de encargos, os locais passiveis de ins- talagao do estaleiro. Artigo 26.° Execusio de trabalhos # mais 1 — Sao considerados trabalhos a mais aqueles cuja espécie ou quantidade nao houverem sido incluidos no contrato; se destinem & realizagdo da mesma emprei- tada ¢ se tenham tornado necessarios na sequéncia de uma circunsténcia imprevista & execucdo da obra: 4) Quando esses trabalhos nao possam ser técnica ou economicamente separados do contrato da empreitada principal, sem inconveniente grave para as entidades adjudicantes; +) Quando esses trabalhos, ainda que separdveis de execugdo do contrato inicial, sejam estrita- mente necessdrios a0 seu acabamento. 6850 2. — Estes trabalhos sio realizados pelo adjudicata- rio, ndo podendo o seu montante exceder 50% do va- or da adjudicagdo, devendo, neste caso, 0 dono da obra proceder a abertura de novo concurso nas moda- lidades e termos previstos no presente diploma. 3 — O empreiteiro ¢ obrigado a executar os traba- thos previstos no n.° 1 caso lhe sejam ordenados por escrito pelo dono da obra ¢ o fiscal da obra Ihe for- rneca os planos, desenhos, perfis, mapa da natureza € volume dos trabalhos e demais elementos técnicos in- dispensdveis para a sua perfeita execugdo e para a rea- lizagdo das medigdes. 4— A obrigagdo cessa quando o empreiteiro opte por exercer 0 direito de rescisio ou quando, sendo os trabalhos a mais de espécie diferente dos previstos no contrato, o empreiteiro alegue, dentro de oito dias apés a recepgdo.da ordem, e a fiscalizagao verifique, que ndo possui nem o equipamento nem os meios huma- nos indispensdveis para a sua execugdo. 5—O projecto de alteracdo deve ser entregue a0 empreiteiro com a ordem escrita de execucdo. 6 — Do projecto de alterago ndo poderao constar, a no ser que outra coisa haja sido anteriormente esti- pulada, precos diferentes dos contratuais ou dos jé acordados para trabalhos da mesma espécie € a exe- cutar nas mesmas condigdes. 7 — Quando, em virtude do reduzido valor da alte- racdo ou por outro motivo justificado, néo exista ou ndo se faga projecto, deverd a ordem de execugao con- ter a espécie ¢ a quantidade dos trabalhos a executar, devendo © empreiteiro apresentar os precos unitarios para 0s quais nao existam ainda precos contratuais ou acordados por escrito, 8—A ordem de execucdo deverd ser averbada ao contrato como suplemento deste, oficiosamente ou a requerimento do empreiteiro. Artigo 27.2 Supressto de trabalhos O empreiteiro s6 deixaré de executar quaisquer tra- balhos incluidos no contrato desde que, para 0 efeito, © fiscal da obra Ihe dé ordem por escrito ¢ dela cons- tem especificamente os trabalhos suprimidos. Artigo 28.° Inutiizagio de trabsthos Jé executados Se das alteragSes impostas resultar inutilizagao de tra- balhos jd feitos de harmonia com o contrato ou com ordens recebidas, ndo sera o seu valor deduzido do montante da empreitada, e o empreiteiro terd ainda di- reito & importancia despendida com as demoligdes a que houver procedido. Artigo 29.° Fixaglo de novos presos 1 — O empreiteiro apresentard a sua lista de pregos no prazo de 15 dias a contar da data de recepcao do projecto de alteragao ou da data da ordem de execucao de trabalhos. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 287 — 10-12-1993 2 — Quando a complexidade do projecto de altera- ¢a0 0 justifique, poderd o empreiteiro pedir a protto- gagdo do prazo referido no mimero anterior por pe- iodo que, salvo casos excepcionais devidamente justificados, ndo poder ser superior a 15 dias 3 — O fiscal da obra decidira em 15 dias, implicando a falta de decisdo a aceitacdo dos precos da lista do empreiteiro, salvo se, dentro do referido prazo, 0 fis- cal da obra the comunicar fundamentadamente que ca- rece de mais prazo para se pronunciar e para 0 que dispord, nesse caso, de mais 15 dias. 4 — Seo fiscal nao aceitar 0s precos propostos pelo empreiteiro deverd, nos prazos previstos no mimero an- terior, indicar aqueles que considera aplicdveis. 5 — Enquanto nao houver acordo sobre todos ow al- guns precos, ou estes ndo se encontrarem fixados por arbitragem nos termos do n.° 7, ou judicialmente, os trabalhos respectivos liquidar-se-do, logo que medidos, com base nos precos indicados pelo dono da obra. 6 — Logo que, por acordo, por arbitragem ou judi- cialmente, ficarem determinados os precos definitivos, haverd lugar A correcgdo ¢ a0 pagamento das diferen- gas porventura existentes relativas aos trabalhos ja rea- lizados, bem como ao pagamento do respectivo juro, a que houver lugar, taxa definida no n.° 1 do ar- tigo 194.° "7 — Nos casos a que se refere este artigo, ndo ha- vendo acordo sobre quaisquer pregos, poderao as par- tes recorrer a arbitragem por trés peritos, sendo um de- signado pelo dono da obra, outro pelo empreiteiro © terceiro escolhido por ambas as partes e em caso de desacordo pelo Conselho Superior de Obras Publicas € Transportes. Artigo 30.° ‘Alteragdes propostas pelo empreltero 1 — Em qualquer momento dos trabalhos, 0 emprei- teiro poderd propor ao dono da obra variantes ou al- teragdes a0 projecto relativamente a parte ou partes dele ainda nao executadas. 2-— Tais variantes ou alterades obedecerao ao dis- posto no presente diploma sobre os projectos ou va- riantes apresentados pelo empreiteiro, mas 0 dono da obra poderd ordenar a sua execucdo desde que aceite © prego global ou os precos unitérios propostos pelo empreiteiro ou com este chegue a acordo sobre os ‘mesmos. 3 — Se da variante ou alteragdo aprovada resultar economia, sem decréscimo da utilidade, duracdo € so- lidez da obra, 0 empreiteiro tera direito a metade do respectivo valor. Artigo 31.° Direito de rescisio por parte do emprelteiro 1 — Quando o valor acumulado dos trabalhos a mais ou a menos, resultantes de ordem dada pelo dono da obra para execugdo de outros, da supressao parcial de alguns, da rectificagdo de erros ¢ omissdes do projecto ou de’alteragdes neste introduzidas, atingir 20% do prego da adjudicacao, teré o empreiteito o direito de rescindir 0 contrato. 2—O empreiteiro tem também o direito de resci- sdo sempre que da variante ou alteracdo a0 projecto N.° 287 — 10-12-1993 provinda do dono da obra resulte substituicdo de tra- balhos incluidos no contrato por outros de espécie di- ferente, embora destinados ao mesmo fim, desde que © valor dos trabalhos substituidos represente 25% do valor total da empreitada. 3—O facto de o empreiteiro nao exercer o direito de rescisdo com base em qualquer alterac4o, ordem ou rectificacdo nao o impede de exercer tal direito a pro- pésito de alteragdes, ordens ou rectificagdes subse- quentes. 4 — Para os efeitos do disposto no n.° 1, conside- ram-se compensados os trabalhos a menos com traba- Thos a mais, salvo se estes Ultimos ndo se destinarem a realizagdo da empreitada que é objecto do contrato. Artigo 32.° Prazo do exercilo do direito de resciséo O direito de rescisio deverd ser exercido no prazo improrrogavel de 22 dias, contados: @) Da data em que 0 empreiteiro seja notificado da decisio do dono da obra sobre a reclama- ‘go quanto a erros e omissdes do projecto ou do 44.° dia posterior ao da apresentagdo dessa reclamacdo, no caso de o dono da obra nao se ter, entretanto, pronunciado sobre ela; b) Da data da recepcdo da ordem escrita para a execucdo ou supressdo de trabalhos, desde que essa ordem seja acompanhada do projecto, se for caso disso, ou da discriminacao dos traba- Thos a executar ou a suprimir; ©) Da data da recepedo do projecto ou da discri minagao dos trabalhos a executar ou a supri mir, quando tal data nao coincidir com a da ordem; 4d) Da data da recepe4o da comunicagao escrita em que 0 dono da obra se pronuncie sobre a lista de pregos apresentada pelo empreiteiro. Artigo 33.° Chleulo do valor dos trabalbos para efelto de rescisio — Para 0 cdlculo do valor dos trabalhos a mais ou a menos considerar-se-4o os pregos fixados no con- trato, 05 posteriormente alcangados por acordo, con- ciliagdo ou arbitragem ¢ os resultantes das cominagdes estatuidas no artigo 29.°, conforme os que forem apli- cfiveis. 2— Se, quanto a alguns precos ainda nao fixados, existir desacordo, aplicar-se-do os seguintes: 4) Nos casos dos n.% 1 e 2 do artigo 13.°, os in dicados pelo empreiteiro, seo dono da obra ndo se pronunciar sobre a reclamacdo no prazo de 22 dias, e os indicados pelo dono da obra se, na hipétese contréria, este os fixar; 1) Nos casos do n.° 5 do artigo 13.°, nao havendo reclamac4o do empreiteiro, os indicados pelo dono da obra; ©) Os indicados pelo dono da obra em caso de projecto de alteracéo; @) Os indicados pelo dono da obra nos casos do 1n.° 4 do artigo 29.° para o caso da ordem pre- vista no n.° 7 do artigo 26.° DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A_ 6851 3 — O empreiteiro podera também, para cAlculo do valor dos trabalhos, basear-se nos pregos que propés, quando sobre eles exista desacordo. Artigo 34.° Exereiclo do dlreto de rescsio 1 — Verificando-se todas as condigées de que de- pende a existéncia do dircito de rescisao, este exercer- se-d mediante requerimento do empreiteiro, acompa- nhado de estimativa do valor dos trabalhos em causa, ‘com exacta discriminagdo dos pregos unitérios que Ihe serviram de base. 2 — Recebido o requerimento, o dono da obra pro- cede a imediata medigio dos trabalhos efectuados e to- mard em seguida posse da obra. Artigo 35.° Correcsio de presos 1 — Quando, por causa que nao Ihe seja imputavel, a assinatura do contrato tenha lugar decorridos mais, de 132 dias sobre a data da apresentacdo da proposta, pode 0 adjudicatério, antes de assinar 0 contrato, re- querer, devidamente fundamentado, que se proceda & correc¢io do preco ou dos precos respectivos, cujo va- lor, na falta de acordo, ser determinado por aplica- cdo da férmula de reviséo de precos consignada nas condiedes da adjudicacdo ou, no caso de eventual omis- so, da férmula-tipo prevista na legislacao especial so- bre revisdo de precos, aplicando-se uma ¢ outra sem parcela néo revisivel, ‘que ser4 distribuida proporcio- nalmente pelos coeficientes das restantes parcelas 2 — No caso de no ser admitida a correccao, 0 ad- judicatdrio poderd desistir da empreitada. Artigo 36.° Indemnlzagio por redupio do valor total dos trabathos 1 — Sempre que, em consequéncia de alteracao ao Projecto ou de rectificagdo de erros de previsao, ou, ainda, de supressdo de trabalhos nos termos do ar tigo 27.°, o empreiteiro execute um volume total de tra- balhos de valor inferior aos que foram objecto do con- trato, terd direito & indemnizacdo correspondente a 10% do valor da diferenga verificada, se outra mais elevada nao for estabelecida no caderno de encargos ‘uno contrato. 2—A indemnizagdo serd ti dada na conta final. Artigo 37.° Espotos ¢ demoligdes Quaisquer esgotos ou demoligdes de obras, que hou- ver necessidade de fazer € que nao tenham sido pre- vistos no contrato, serdo executados pelo empreiteiro em regime de série de precos unitarios, se outro ndo for acordado. Artigo 38.° Responsabilidade por erros de execugto 1 — O empreiteiro é responsavel por todas as defi- ciéncias e erros relativos a execugao dos trabalhos ou 6852 & qualidade, forma e dimensdes dos materiais uplica- dos, quer nos casos em que o projecto nao fixe as nor- mas a observar, quer nos casos em que sejam diferen- tes dos aprovados 2 — A responsabilidade do empreiteiro cessa quando 05 erros e vicios de execugao hajam resultado de obe- digncia a ordens ou instrugdes escritas transmitidas pelo fiscal da obra, ou que tenham obtido a concordancia expressa deste, através de inscri¢éo no livro de obra. Artigo 39.° Responssbilidade por erros de concepsto do projecto 1 — Pelas deficiéncias técnicas ¢ erros de concepcao dos projectos e dos restantes elementos patenteados no concurso ou em que posteriormente se definam os tra- balhos a executar, responder&o 0 dono da obra ou 0 empreiteiro, conforme aquelas pegas sejam apresenta- das pelo primeiro ou pelo segundo. 2 — Quando o projecto ou variante for da autoria do empreiteiro, mas estiver baseado em dados de campo, estudos ou previsdes fornecidos, sem reservas, pelo dono da obra, serd este responsavel pelas deficién- cias e erros do projecto ou variante que derivem da inexactidao dos referidos dados, estudos ou previsdes. Artigo 40.° Efeitos da responsabilidade A responsabilidade estabelecida nos dois artigos an- teriores traduz-se em serem de conta do responsével as obras, alteragdes e reparagdes necessdrias & adequada supresso das consequéncias da deficiéncia ou erro ve- rificado, bem como a indemnizacao pelos prejuizos so- fridos pela outra parte ou por terceiros CAPITULO V Da empreitada por percentagem Artigo 41.° Conceito 1 — Diz-se empreitada por percentagem o contrato pelo qual o empreiteiro assume a obrigagao de executar a obra por prego correspondente a0 seu custo, acres- cido de uma percentagem destinada a cobrir os encar- gos de administracdo e a remuneragéo normal da em- presa. 2 — O recurso & modalidade prevista no niimero an- terior dependerd, em todos 0s casos, de prévio despa- cho de autorizagdo, devidamente fundamentada, do mi- nistro respectivo. Artigo 42.° Custo dos trabathos 1 —0 custo dos trabalhos seré 0 que resultar da soma dos dispéndios correspondentes a materiais, pes- soal, direcgdo técnica, estaleiros, transportes, seguros, encargos inerentes a0 pessoal, depreciagdo e reparaco. de instalagdes, de utensilios ¢ de maquinas, e a tudo DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 287 — 10-12-1993 (© mais necessério para a execucdo dos trabalhos, desde que tais dispéndios sejam feitos de acordo com 0 dono da obra, nos termos estabelecidos no caderno de en- cargos. 2 — Nao se inclui no custo qualquer encargo pura- mente administrativo. Artigo 43.° Encargos administratives e lucros A percentagem para cobertura dos encargos admi- nistrativos ¢ remuneracdo do empreiteiro serd a que, para cada caso, se fixar no contrato de empreitada Artigo 44.° ‘Trabathos 2 mals ou s menos Aplicar-se-A a este contrato 0 disposto nos arti- gos 27.° a 31.° e 34.° a 36.°, mas nos casos do n.° 1 do artigo 31.° 0 empreiteiro 36 terd direito a rescisao quando o valor acumulado dos trabalhos a mais ou ‘menos atingir 25% do valor dos que foram objecto do contrato. Artigo 45.° Pagamentos 1 — Salvo estipulacdo em contrério, 0s pagamentos serdo feitos mensalmente, com base em factura apre sentada pelo empreiteiro, correspondente ao custo dos trabalhos executados durante o més anterior, acrescido da percentagem a que se refere 0 artigo 43.° 2— A factura discriminard todas as parcelas que se incluem no custo dos trabalhos ¢ sera acompanhada dos documentos justificativos necessdrios. 3 — Os pagamentos sofrerdo 0 desconto para garan- tia nos termos gerais. Artigo 46.° Regime subsidlério Serdo aplicdveis subsidiariamente a este contrato, ¢ em particular & responsabilidade pela concepcdo e exe- cugdo da obra, as disposigdes respeitantes as outras mo- dalidades de empreitada que ndo forem incompativeis com a sua natureza especifica. TITULO IL Da formago do contrato CAPITULO 1 Disposicdes gerais Artigo 47.° Forma 1—A celebragio do contrato de empr obras publicas sera precedida de concurso piiblico, de concurso limitado ou de concurso por negociagio, salvo N.° 287 — 10-12-1993 nos casos em que a lei permita o ajuste directo ou a dispensa de concurso ¢ esta seja decidida pela entidade competente. 2—O contrato sera sempre reduzido a escrito, entendendo-se, quando a lei dispense todas as forma: lidades na sua celebracdo, que pode ser provado por documentos particulares. Artigo 48.° Concurso piibico 1 — O concurso diz-se ptiblico quando todas as en- tidades que se encontrem nas condigdes gerais estabe- lecidas por lei podem apresentar proposta. 2 —O processo de concurso piiblico compreende as fases de abertura do concurso, apresentacio da documentacao, habilitacdo dos concorrentes, verifica- 80 dos requisitos das propostas ¢ adjudicagao. Artigo 49.° Concurso tmitado Diz-se limitado 0 concurso em que s6 podem apre- sentar proposta as entidades para 0 efeito convidadas pelo dono da obra, nao podendo o niimero destas ser inferior a cinco. Artigo 50.° Modalidsdes de concurso limitsdo 1 —O concurso limitado pode ser realizado com ou sem apresentagao de candidaturas 2—No concurso limitado sem apresentacdo de ca didaturas, as entidades a convidar para a apresentacao da proposta nos termos do artigo anterior serdo esco- Ihidas pelo dono da obra, de acordo com o conheci- mento e experiéncia que delas tenha 3 — No concurso limitado com apresentagio de can- didaturas, todas as entidades que preencham as condi- Ges técnicas, econémicas, financeiras ¢ outras defini- das no aniincio a que se refere 0 n.° 1 do artigo 115.° podem solicitar a sua participagdo, convidando o dono da obra os candidatos seleccionados com base nas in- formagSes fornecidas nos termos da alinea c) do n.° 1 do artigo 115.° a apresentar proposta destinada a exe- cugio da obra. 4— Quando se trate de concurso limitado, com apresentagao de candidaturas, deve indicar-se, no anin- cio a que se refere 0 artigo'115.°, 0 mimero de enti- dades a convidar. ‘5 — No concurso limitado com apresentagdo de can- didaturas, quando o niimero de entidades concorren- tes for menor que cinco, o nimero de entidades a con. vidar poderd ser as que se apresentaram ao concurso, 6 — A modalidade de concurso limitado prevista no n° 2 deste artigo sé pode ser aplicada a obras cujo valor seja inferior ao que se encontra estabelecido para efeitos de aplicagao das directivas das Comunidades Eu- ropeias relativas coordenagao de processos de adju- dicagdo de empreitadas de obras piiblicas, © nao ex- ceda’o limite estipulado na legislagio sobre a realizagao de despesas com obras piiblicas, até ao qual seja licito a0 dono da obra optar pelo concurso limitado inde- pendentemente de autorizacdo especial. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 6853 Artigo 51.° Concurso por negociasio 1—0 concurso diz-se por negociagéo quando 0 dono da obra negoceia directamente as condigdes do contrato com pelo menos trés entidades, seleccionadas pelo processo estabelecido no artigo 119.° 2 — Sem prejuizo do que se determine para contra- tos de menor valor na legislagdo especial sobre reali- zacao de despesas com obras piblicas, 0 concurso por negociagéo nas empreitadas de valor igual ou superior ao referido no n.° 3 do artigo 58.° s6 sera admitido nos seguintes caso: @) Quando as propostas apresentadas em concurso piiblico ou limitado sejam irregulares ou ina- ceitaveis e 0 concurso por negociacdo se d tine & execugao da mesma obra, em condicdes substancialmente idénticas; }) Quando se trate de obras a realizar para fins de investigagao, de ensaio ou de aperfeicoa- mento e nao com 0 objectivo de rentabilizar operagdes de investigagao e desenvolvimento ou de cobrir os respectivos custos; Excepcionalmente, quando se trate de obras cuja natureza ou condicionalismos nao permi- tam uma fixa¢do prévia e global dos precos; d) Quando, nos termos do n.° 2 do artigo se- guinte, for igualmente admitido o ajuste di- recto. °) 3 — Nos casos da alinea a) do mimero anterior, nao serdo obrigatérias as publicagées previstas no ar- tigo 58.° se no concurso por negociacao forem admi- tidos todos os empreiteiros que satisfacam as condigdes exigiveis para a sua participagao no concurso puiblico ou limitado que anteriormente se realizou e neste te- nham apresentado propostas preenchendo os requisi- tos formais e acompanhadas de todos os documentos necessarios para a sua admissao. Artigo $2.° Ajuste directo 1 —A empreitada € celebrada por ajuste directo quando a entidade € escolhida independentemente de coneurso. 2 — Sem prejuizo do que se determine para contra- tos de menor valor na legislacao especial sobre reali- zagao de despesas com obras piiblicas, a celebragio do contrato por ajuste directo, nas empreitadas de valor igual ou superior ao referido no n.° 3 do artigo $8.°, 56 poderé ocorrer nos seguintes casos: ) Quando em concurso ptblico ou_limitado aberto para a adjudicagéo da obra néo houver sido apresentada nenhuma proposta ou qual- quer proposta adequada e 0 contrato se cele- bre em condi¢des substancialmente idénticas as estabelecidas para efeitos do concurso; +b) Quando se trate de obras cuja execugdo, por motivos técnicos, artisticos ou relacionados com a protecgao de direitos exclusivos, s6 possa ser confiada a uma entidade determinada; DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 287 — 10-12-1993 ©) Quando a urgéncia da execucdo da obra resulte de acontecimentos néo previsiveis pelo dono da obra ¢ nao imputdveis a este ¢ seja incompati- vel com 0s prazos exigidos pelos concursos pii- blico, limitado ou por negociacdo; 4) Quando se trate de obras novas que consistam na repeticdo de obras similares contratadas pelo mesmo dono da obra com a mesma entidade, desde que essas obras estejam em conformi- dade com 0 projecto base comum, quer 0 an- terior haja sido adjudicado mediante concurso piiblico, ou mediante concurso limitado com apresentacdo de candidaturas, no tenham de- corrido mais de trés anos sobre a data da cele- bragao do contrato inicial 3 — Nos casos da alinea d) do n.° 2, a possibilidade de ajuste directo para a contratacdo das obras novas que ali se referem deve ser indicada aquando da aber- tura do concurso para celebracao do contrato inicial € 0 montante total previsto para essas obras tomado em consideracao para efeitos de determinacao do va- lor a que alude 0 n.° 3 do artigo $8.° Artigo 53.° Reclamacio por pretericio de formalidades do concurso 1 — Hé lugar a reclamagao necesséria, com funda- mento em preteri¢ao ou irregular cumprimento das for- malidades do concurso ou em outra invalidade, no prazo de oito dias contado da data em que o interes- sado do facto teve conhecimento. 2—A reclamagao ndo goza de efeito suspensivo € apresentada A autoridade a quem competiria prati- car a formalidade ou fazer observar a sua pratica no proceso. 3 — A reclamagao deve ser decidida, e a decisio no- lificada ao reclamante, no prazo de 15 dias a contar da data da sua apresentacdo, sendo indeferida se a no- tificagdo nao for expedida nesse prazo. 4 — Deferida a reclamagio, a autoridade sanaré 0 Vicio arguido, devendo anular as formalidades subse- quentes que ja hajam tido lugar, quando tal se torne necessario. Artigo $4.° Recurso hierérquico 1 — Se a reclamagdo a que o artigo anterior se re- fere for indeferida e a autoridade estiver subordinada a superior hierdrquico, cabe recurso hierérquico do in- deferimento no prazo de oito dias a contar da notifi- cagdo da decisdo ao reclamamte, ou do indeferimento tacito 2 — E indeferido 0 recurso se a notificagao da deci- so ao recorrente nao for expedida nos 22 dias seguin- tes a sua interposigdo. 3 — 0 recurso hierdrquico nao tem efeito suspensivo, Artigo 55.° Recurso contencioso 1 — Do acto que resolva a final 0 concurso cabe re- ‘curso contencioso para o tribunal competente, nos ter- mos gerais de direito. 2.— No recurso contencioso poderdo ser discutidos 08 vicios contra os quais se haja reclamado e recor- rido hierarquicamente sem éxito, desde que a sua veri- ficagdo fosse susceptivel de influir na decisio do con- curso. Artigo 56.° Prova da entrega de requerimentos 1 — Os requerimentos em que sejam formuladas re- clamagdes ou interpostos recursos hierérquicos serao apresentados com uma c6pia ou fotocdpia 2—A cépia ou a fotocdpia sera devolvida ao re- presentante depois de nela exarado recibo com a data da apresentagdo e rubrica autenticada por carimbo ou selo branco da entidade ou servico a que haja sido apresentada. 3 — Equivale & apresentaco prevista nos numeros anteriores 0 envio do requerimento pelo correio, sob registo com aviso de recep, efectuado até ao ultimo dia til imediatamente anterior a0 do termo do respec- tivo prazo. Artigo $7.° Notificacoes 1 — As notificagées no proceso do concurso serdo sempre feitas pelo correio, sob registo com aviso de re- cepsao. 2'— Da notificagao constard, com suficiente preci- so, 0 acto ou resolugdo a que respeita, de modo que © notificado fique ciente da respectiva natureza ¢ con- teido. Artigo 58.° Publicagio dos actos 1 — Sempre que a lei exija a publicacdo de algum acto, a mesma serd feita na 3." série do Didrio da Re- publica, bem como num dos jornais mais lidos da re- gido onde deva ser executada a obra. 2 — Proceder-se-4 ainda as publicagdes exigidas por acordos internacionais em que Portugal seja parte, no- meadamente & publicagdo do aviso de abertura do con- curso no Jornal Oficial das Comunidades Europeias, sempre que o valor das obras seja igual ou superior a0 estabelecido para efeito de aplicacdo das directivas das Comunidades Europeias relativas & coordenaao dos processos de adjudicacdo de empreitadas de obras piiblicas. CAPITULO II Do concurso piiblico SECCAO I Do projecto, do cadero de encargos « do programa do concurso Artigo 59.° Elementos que servem de base ao concurso 1 — 0 concurso tera por base um projecto, um ca- derno de encargos e um programa de concurso, elabo- rados pelo dono da obra. N.° 287 — 10-12-1993 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 6855 2.—O projecto, o caderno de encargos ¢ o programa do concurso devem estar patentes nos servicos respec- tivos, para consulta dos interessados, desde 0 dia da publicagdo do aniincio até ao dia e hora do acto pu blico do concurso. 3 — Os elementos que servem de base a0 concurso devem estar redigidos em lingua portuguesa ou, quando noutra lingua, ser acompanhados de traducdo legali- zada, que prevalecerd sobre o original para todos os efeitos do concurso. ‘4 — Os interessados poderdo solicitar que thes sejam fornecidas, pelo dono da obra, a pregos de custo, c6- pias devidamente autenticadas dos elementos referidos, no n° 2. 5 — Quando 0 projecto base deva ser elaborado pelo empreiteiro, o projecto de execugdo ¢ 0 caderno de en- cargos serdo substituidos pelos elementos escritos ¢ de- senhados necessdrios para definir com exactidao o fim € as caracteristicas fundamentais da obra posta a con- curso. Artigo 60.° Peas do projecto 1 — As pegas do projecto a exibir no concurso se- ro as suficientes para definir a obra, incluindo a sua localizagao, a natureza e o volume dos trabalhos, 0 va- lor para efeito do concurso, a caracterizagao do ter- reno, 0 tracado geral e os pormenores construtivos. 2 ~ Das pecas escritas devem constar, além de ou- tros elementos reputados necessérios, os seguintes: @) Meméria ou nota descritiva, bem como os ¢ culos justificativos; b) Mapa de medigdes contendo, com o grau de de- composi¢ao adequado, a quantidade e quali- dade dos trabalhos necessarios para a execugdo da obra; ©) Programa de trabalhos, quando tiver caracter vinculativo. 3 — Das pegas desenhadas devem constar, além de outros elementos reputados necessérios, a planta de lo- calizaco, as plantas, alcados, cortes e pormenores in- dispensdveis para uma exacta e pormenorizada defini- a0 da obra e, ainda, quando existirem, os estudos geoldgico ou geotécnico. 4 — Se nao forem exibidos os estudos referidos no nuimero anterior, serdo obrigatoriamente definidas pelo dono da obra as caracteristicas geolégicas do terreno previstas para efeitos do concurso. 5 — As pecas do projecto patenteadas no concurso serdo expressamente enumeradas no caderno de en- cargos. 6 — De acordo com o tipo da empreitada, o valor para efeitos de concurs é: a) Nas empreitadas por prego global, o preco base do concurso; 'b) Nos restantes tipos de empreitada, 0 custo pro- vavel dos trabalhos estimado sobre as medigdes do projecto Artigo 61.° Caderno de encargos 1 — O caderno de encargos ¢ 0 documento que con- tém, ordenadas por artigos numerados, as cléusulas ju- icas ¢ as técnicas gerais ¢ especiais a incluir no con- trato a celebrar. 2— Havendo cadernos de encargos tipo, devida- mente aprovados para a categoria do contrato posto a concurso, deverd o caderno de encargos conformar- -se com 0 tipo legal, apenas com as cléusulas especiais indicadas para o caso e com as alteragGes nas cldusu- las gerais permitidas pela propria formula ou que se- jam aprovadas pela autoridade que haja firmado ou referendado 0 acto pelo qual se tornou obrigatoria a férmula tipica. 3 — Em casos especiais, podera 0 caderno de encar- gos prever a concesso ‘ao empreiteiro de prémios pecunidrios pela qualidade invulgar de execugao da obra ou por antecipacao dos prazos estabelecidos para execugo dos trabalhos, contanto que, em conjunto, ndo excedam 20% do valor da obra. Artigo 62.° Programs do concurso 1 — O programa do concurso destina-se a definir os termos a que obedece o respectivo processo e especi card: 4) As condigdes estabelecidas neste diploma para admissdo dos concorrentes e apresentacao das propostas; 1b) Os requisitos a que eventualmente tenham de ‘obedecer os projectos ou variantes apresenta: dos pelos concorrentes ¢ as pecas de que de- vem ser acompanhados; ©) Se € admitida a apresentacdo de propostas com condigdes divergentes das do caderno de encar: gos e quais as cldusulas deste que nao podem ser alteradas; @) As prescrigdes a que o programa de trabalhos deve obedecer; ©) Os critérios de apreciacdo das propostas para adjudicagao da empreitada, com indicagao, por ordem decrescente, da importancia que se Ihes atribui; A) Quaisquer disposigdes especiais ndo previstas neste diploma nem contrarias ao que nele se preceitua relativas ao acto do concurso; 8) A entidade que preside ao concurso, a quem devem ser apresentadas reclamagées, ¢ seja competente para esclarecer qualquer diivida sur- gida na interpretacdo das pecas patenteadas em Concurso, nos termos do artigo 64.° 2—Na falta de qualquer das especificagdes a que se refere a alinea c) do numero anterior, concluir-se-4 pela ndo admissibilidade da apresentacdo de propostas com condigdes divergentes das do caderno de encargos. SECCAO IT Do anincio do concurso Artigo 63.° Aninelo do concurso 1 —A obra sera posta a concurso mediante a pu- blicagéo de amincio. 6856 20 amincio do concurso deve indicar: @) A identificagdo da entidade que pe a obra a coneursi ‘A designagéo da empreitada, 0 local de exe- cugao da obra, a natureza e extensio dos tra- balhos e as caracteristicas gerais da obra, bem. como, se a empreitada estiver dividida em par- tes, a ordem da grandeza de cada uma e a pos- sibilidade de concorrer a uma, a varias ou a0 conjunto delas, e, no caso de, além da execugdo da obra, 0 concurso incluir a apresentacdo de projecto pelos concorrentes, as indicagdes ne- cessdrias ¢ suficientes para que estes compreen- dam 0 objecto da empreitada ¢ possam apre- sentar propostas adequadas @ sua realizacdo; ©) O preco base do concurso, quando declarado, com exclusdo do imposto sobre o valor acres” centado; 4) O endereco do servigo € 0 local € horas em que poderdo ser examinados 0 projecto, 0 caderno de encargos, 0 programa de concurso e documentos complementares, ou os elementos patenteados para efeitos de apresentacdo de rojecto base, e obtidas cépias autenticadas des- sas pecas, bem como a data limite para solici- tar tais cépias eo montante e modalidade de pagamento das importancias eventualmente de- vidas pelo seu fornecimento; e) A natureza ¢ classificagio das autorizages constantes do alvard ou alvaras de empreiteiro de obras piblicas, ou, no caso de concorrente cuja sede se situe noutro Estado membro da ‘Comunidade Europeia e que nao possua aquele ou aqueles alvards, a prova da sua inscrigo como empreiteiro nesse pais, devendo a equi- valéncia a inscrigao € classificagdo portuguesas exigidas para 0 concurso ser requerida & Ci misséo de Alvaras de Empresas de Obras Pi blicas ¢ Particulares tendo em consideracdo 0 disposto no artigo 69.°; J) As especificagdes relativas a caugdes ou quais- quer outras garantias eventualmente exigidas, qualquer que seja a respectiva forma; A data ¢ hora limites de apresentacao das pro- postas, 0 enderego do servigo a que deve ser dirigidas a lingua ou linguas em que tanto elas, como os documentos que as acompanham de- vem redigir-se, nos termos dos artigos 72.°, n° 2, e 73.9, n° 2; h) O prazo de validade das propostas; i) A modalidade juridica de associagao que deva adoptar qualquer agrupamento de empresas a que venha eventualmente a ser adjudicada a empreitada; As modalidades essenciais de financiamento ¢ de pagamento e, bem assim, as eventuais dis- posigdes legais ou regulamentares que as esta- belegam ou somente estas; © local, dia e hora em que tera lugar 0 acto Piiblico do concurso e quais as pessoas admiti- das a intervir no mesmo; ‘m) O tipo de empreitada, nos termos do ar 1) O prazo de execucao da obra; 5) 2 J D 6°; DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A N.® 287 — 10-12-1993 ©) Os critérios de apreciacao das propostas para adjudicacao da empreitada; ) Se for 0 caso, a data de envio do aniincio para ublicagdo, em cumprimento de acordos inter- nacionais, nomeadamente quando decorrente das directivas das Comunidades Europeias re- lativas a coordenagdo dos processos de adjudi- cacdo de empreitadas de obras publicas. Artigo 64.° Esclarecimento de dividas surgidas ‘dos elementos palentesdos interpretagio 1 — Os esclarecimentos necessérios & boa compreen- sdo ¢ interpretagdo dos elementos patenteados sero so- licitados pelos concorrentes no primeiro tergo do prazo fixado para a apresentacdo das propostas ¢ prestados, Por esctito, pela entidade para o efeito indicada no pro- grama de concurso, até a0 fim do tergo imediato do mesmo prazo. 2—A falta de prestacdo dos esclarecimentos pela entidade referida no niimero anterior dentro do prazo estabelecido poder justificar a prorrogacao, por pe- iodo correspondente, do prazo para apresentacdo das propostas, desde que requerida por qualquer interes- sado, 3 — Dos esclarecimentos prestados juntar-se-d cépia as pegas patentes em concurso e publicar-se-4 imedia- tamente aviso advertindo os interessados da sua exis- téncia e dessa juncdo. Sec¢ao IIL Dos prazes de concurs ¢ do modo de apresentacdo dos documentos. @ da proposta Artigo 65.° Apresentacio das proposias As propostas dos concorrentes devem ser apresenta- das no prazo fixado no aniincio do concurso, sob pena de nao serem admitidas. Artigo 66.° Prazo de apresentasio 1 —0 prazo a que se refere artigo anterior deve ser fixado de harmonia com o volume € a complexi- dade da obra. 2 — Havendo preco base, aquele prazo nao poderd ser inferior a 30 dias nas empreitadas de valor inferior a0 estabelecido para efeitos de aplicacdo das directi ‘vas comunitérias relativas & coordenagdo dos proces- sos de adjudicagdo de empreitadas de obras piblicas € a 52 dias nas de valor igual ou superior, podendo em qualquer dos casos o referido prazo ir até 88 dias. 3 — Tratando-se de obras de valor igual ou superior a0 limiar referido no mimero anterior, 0 prazo fixado naquele nimero poderd ser reduzido para 36 dias quando 0 concurso respeite a contrato de empreitada de obras piblicas cujas caracteristicas essenciais tenham es ICM. N.° 287 ~ 10-12-1993 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 6857 sido objecto de publicagao prévia do Jornal Oficial da ‘Comunidade Europeia e no banco de dados TED, de acordo com as disposicdes aplicaveis das directivas co- munitérias em vigor. 4 — Quando nao existir prego base, o dono da obra atenderd ao valor provavel dos trabalhos a adjudicar para 0 efeito de cumprimento do disposto nos niime os anteriores. 5 — O limite superior previsto na parte final do n.° 2 do presente artigo nao se aplicara aos concursos em que a apresentagao do projecto base seja da responsa- bilidade dos concorrentes. 6 — Os prazos referidos nos niimeros anteriores se- rao contados a partir do dia seguinte ao da publica 80 do respectivo aniincio do concurso no Didrio da Repuiblica, quando se refiram a concurso cujo prego base seja inferior ao valor estabelecido para efeito de aplicagdo das directivas comunitdrias relativas & coor- denagdo dos processos de adjudicagio das empreitadas de obras piiblicas, ¢ a contar da data do envio do mesmo aniincio para publicagdo no Jornal Oficial da Comunidade Europeia, quando se trate de obras de va- lor igual ou superior aquele limiar. Artigo 67.° Modo de apresentagto dos documentos e dx proposta 1 — Os documentos referidos no artigo 70.° devem. ser encerrados em invdlucro opaco, fechado e lacrado, no rosto do qual deve ser escrita a palavra «Documen- tos», indicando-se 0 nome ou denominacdo social do concorrente ¢ a designago da empreitada. 2 — Em invélucro com as caracteristicas indicadas no ntimero anterior, devem ser encerrados a proposta © os documentos que a instruam enunciados no n.° 1 do artigo 73.°, no rosto do qual deve ser escrita a pa- lavra «Proposta», indicando-se 0 nome ou a denomi- nago social do concorrente ¢ a designagdo da emprei- tada. 3 — 0s invélucros a que se referem os nimeros an- teriores so encerrados num terceiro, igualmente opaco, fechado ¢ lacrado, que se denominard «Invélucro ex- terior», indicando-se 0 nome ou denominagao social do concorrente, a designacao da empreitada ¢ a entidade que a pds a concurso, para ser remetido sob registo, © com aviso de recepgio, ou entregue contra recibo, a entidade competente. 4 — 0 disposto nos nimeros anteriores é aplicado & proposta com projecto base do concorrente, com va- riantes ao projecto e aos restantes documentos que a acompanham, os quais tém de ser devidamente identi- ficados. Artigo 68.° ‘Acto pblico do concurso 1 — 0 acto publico do concurso deverd, em regra, ser fixado para o primeiro dia util seguinte ao termo, do prazo para a apresentacdo das propostas. 2 — Se, por motivo que deve justificar, nao the for possivel realizar 0 acto pablico do concurso na data fixada no antincio, 0 dono da obra publicard aviso a fixar nova data para esse acto, a qual nao deverd, con- tudo, ultrapassar em mais de 30 dias a data inicialmente estabelecida. Secgao IV Dos concorrntes Artigo 69.° Atvards 6 sdo admitidas como concorrente: @) As entidades titulares de alvard de empreiteiro de obras piblicas contendo as autorizades de natureza indicada no antincio € no programa do concurso ¢ da classe correspondente a0 va- lor da proposta, quando o valor da empreitada for inferior ao limiar estabelecido nas directi- vas na Comunidade Europeia relativas & coor- denacdo dos processos de adjudicacdo de em- preitadas de obras piblicas; 4) As entidades titulares de alvaré de empreiteiro de obras piblicas contendo as autorizagdes da natureza indicada no anincio e no programa do concurso € da classe correspondente a0 va- lor da proposta, ou, no caso de concorrente cuja sede se situe noutro Estado membro da Comunidade Europeia e que ndo possua esse alvard, desde que faga prova da sua inscri¢do como empreiteiro no pais de estabelecimento, com equivaléncia & inscrigdo ¢ classificagao por- tuguesas exigidas no concurso, ou, se aquela inscrigao nao existir ou nao tiver a equivalén- cia mencionada, comprovem documentalmente a sua idoneidade, experiéncia e capacidade téc- nica ¢ econdémica para a execucdo de trabalhos daquela natureza, quando o valor da emprei- tada for igual ou superior ao limiar estabele- jo nas directivas na Comunidade Europeia relativas a coordenagéo dos processos de adju- dicagdo de empreitadas de obras publicas. Artigo 70.° Documentos de habilitesio dos concorrentes 1 — Sem prejuizo de outros exigidos no programa de concurso, os concorrentes tém de apresentar os se- guintes documentos: 4@) Declaragdo, subscrita pelo concorrente, de ti- tularidade do alvard ou alvards eficazes ¢ res- Pectivas eépias, ou de documentos equivalen- tes, exigidos no programa de concurso; b) Declaracao, subscrita pela pessoa ou pessoas que subscrevem a prevista na alinea anterior, de que nao esté em divida a Fazenda Nacional por contribuigdes e impostos liquidados nos til- timos trés ano: ©) Cépia autenticada da ultima declaragdo perié- dica de rendimentos para efeitos de IRS ou IRC, na qual se contenha o carimbo de «Re- cibo», ou para as entidades que nao estejam su- jeitas’a obrigagdo declarativa, certidao dessa inexisténcia passada pelos competentes servicos da administragao fiscal; 4) Documento comprovativo de se encontrar re- gularizada a sua situagdo contributiva para com a segurana social portuguesa, passado pelo Instituto de Gestao Financeira da Seguranca So- 6858 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N° 287 — 10-12-1993 cial, ou, quando se trate de concorrentes cuja sede se situe noutro Estado membro da Comu- nidade Europeia que nunca tenham exercido a sua actividade profissional em Portugal, documento idéntico, passado pelo organismo competente do pais de origem. 2—Os documentos referidos no niimero anterior sdo obrigatoriamente redigidos na lingua portuguesa, porém, quando, pela sua prépria natureza ou origem, estiverem redigidos noutra lingua, deve 0 concorrente fazé-los acompanhar de tradugo devidamente legali- zada, ou em relagdo A qual declare aceitar a sua pre- valencia, para todos e quaisquer efeitos, sobre os res- pectivos’ originais. ‘3. —O programa de concurso pode estabelecer que os documentos, quando formados por mais de uma fo- Tha, devam constituir fasciculo ou fasciculos indecom- poniveis com todas as paginas numeradas, criados por rocesso que impega a separacdo ou acréscimo de fo- Ihas, devendo a primeira pagina escrita de cada fasci- culo’ mencionar o nimero total de folhas. 4 — A falsidade das declaragdes sujeita os responsé- veis as sangdes cominadas para o crime de falsificacao de documentos ¢ 0 concorrente serd excluido do concurso ‘ou, se a obra ja Ihe houver sido adjudicada, a adjudica- 40 caducard, Artigo 71.° ‘Concorreates estrangeiros 1 — Quando as caracteristicas da obra o justifiquem, podem ser admitidas ao concurso, mediante despacho conjunto do ministro competente e do Ministro das Obras Puiblicas, Transportes ¢ Comunicagdes, empre- sas especializadas estrangeiras cuja sede n&o se’situe em qualquer Estado membro da Comunidade Europeia. 2— Os concorrentes referidos no niimero anterior deverdo apresentar no concurso, além dos documentos exigidos no respectivo programa de que nao sejam dis- pensados, 0s seguintes: 4) Declaragio em que mencionem especificamente © equipamento de que dispdem para a execuco da obra € 0 pessoal especializado que contam empregar; 5) Documentos comprovativos da sua experiéncia para executar a obra posta a concurso, nomea- damente relacdes de obras piiblicas e particula- res do mesmo tipo, executadas ou em curso, acompanhadas de certificados de execugdo emi- tidos pelas entidades adjudicantes; ©) Documentos comprovativos da sua capacidade econémica e financeir 4) Declaracéo, feita por forma auténtica no pais onde residam ou tenham sede, de que se sub- metem a legislagdo portuguesa e ao foro do tri- bunal portugués que for competente, com re- nincia'@ qualquer outro. SeccAO V Da proposta Artigo 72.° Conceto € redacgio da proposta 1 — A proposta ¢ o documento pelo qual 0 concor- rente manifesta ao dono da obra a vontade de contra- tar e indica as condigdes em que se dispde a faz8-lo. 2.— A proposta deve ser sempre redigida na lingua portuguesa. Artigo 73.° Documentos que instruem a proposta 1 — Sem prejuizo de outros exigidos no programa de concurso, a proposta é instruida com os seguintes documentos: a) Nota justificativa do prego proposto; 5) Lista dos precos unitarios; ©) Programa de trabalhos e plano de pagamentos; 4d) Meméria justificativa e descritiva do modo de execucao da obra; €) Meios humanos e materiais a afectar a execuco da obra, de acordo com as prescrigées do pro- grama de concurso sobre o modo da sua apre- sentagao; A) Outros elementos definidos peto dono da obra no programa de concurso que permitam ates- tar da capacidade técnica do concorrente em obras similares. 2 — Os documentos devem ser redigidos nos termos do n.° 2 do artigo 70.° 3.—O programa de concurso pode estabelecer que os documentos, quando formados por mais de uma fo- Iha, devam constituir fasciculo ou fasciculos indecom- poniveis com todas as paginas numeradas, criadas por proceso que impega a separacdo ou acréscimo de fo- has, devendo a primeira pagina escrita de cada fasci- culo’ mencionar o mimero total de folhas. — A falsidade das declaracdes € aplicavel 0 dis- posto no n.° 4 do artigo 70.° 5 —No documento a que se refere a alinea d) do 1n.° 1, 0 concorrente especificard os aspectos técnicos ‘que considere essenciais na sua proposta € cuja rejei- ¢40 implicaria, por conseguinte, a sua ineficécia. Artigo 74.° Esclarecimento ds proposta, s concorrentes poderao, dentro do prazo do con- curso, apresentar, em volume lacrado, quaisquer ele- mentos técnicos que julguem titeis para o esclareci- mento das suas propostas e nao se destinem a publicidade, ndo devendo, em caso algum, esses ele- ‘mentos contrariar 0 que conste dos documentos entre- gues com a proposta, nem ser invocados para o efeito de interpretacao destes siltimos. Artigo 75.° Proposta simples na empreitada por prego global Na empreitada por preco global a proposta serd ela- borada em conformidade com 0 modelo n.° 1 constante do anexo 1! ao presente diploma. Artigo 76.° Proposta simples na empreliada por sérle de presos 1 — Na proposta de empreitada por série de precos, 08 concorrentes utilizarao 0 modelo n.° 2 constante do anexo II ao presente diploma. N.° 287 — 10-12-1993 2 — Na proposta, atendendo & apresentacdo da lista de precos unitérios, o prego total seré 0 que resultar da soma dos produtos dos precos unitdrios pelas res- pectivas quantidades de trabalho constantes do mapa de medigdes, € nesse sentido se consideraré corrigido © preco total apresentado pelo empreiteiro, quando di- verso do que os referidos célculos produzam. Artigo 77.° Proposta condicionada 1 — Diz-se condicionada a proposta que envolva al- teragdes de cldusulas do caderno de encargos. 2 — Sem prejuizo da apresentacao da proposta base, sempre que, de acordo com o programa do concurso, © concorrente pretenda apresentar proposta condicio- nada, adoptaré 0 modelo n.° 3 constante do anexo 11 ao presente diploma, devendo indicar o valor que atri- bui a cada uma das condigdes especiais na mesma in- cluidas e que sejam diversas das previstas no caderno de encargos. Artigo 78.° Proposta com projecto ou variante 1 — As propostas relativas a projecto ou variante da autoria do concorrente serdo elaboradas de acordo com ‘© modelo que for aplicavel, segundo o disposto nos ar- tigos anteriores e 0 que for estipulado no programa do concurs ¢ no caderno de encargos. 2.— As propostas relativas a variante ao projecto posto a concurso deverdo ser elaboradas obedecendo a sistematizagdo idéntica A da proposta base € em ter- mos que permitam a sua facil comparacéo com esta, nomeadamente no que respeita & natureza ¢ volume dos trabalhos previstos, a0 programa, aos meios e proces- sos de execugdo adoptados, aos pregos unitérios e to- tais oferecidos e as condicdes que divirjam das do ca- derno de encargos ou de outros documentos do proceso de concurso. Artigo 79.° Indleagto do prego total 1 —O prego total da proposta, que nao incluiré 0 imposto sobre o valor acrescentado, deve ser sempre indicado por extenso, sendo a este que se atende em caso de divergéncia com 0 expresso em algarismos. 2— A proposta mencionard, expressamente, a no incluso do imposto sobre o valor acrescentado e ainda que a0 prego total acresce aquele imposto & taxa legal em vigor. Seccao VI Do acto piles do concurse Artigo 80.° Da comissio € da acta do concurso 1 —0 ato piiblico do concurso decorre _perante uma comissio composta por, pelo menos, trés mem- bros, designados pelo dono da obra e dos quais um serve de presidente. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 6859 2—Os Ministros da Justiga ¢ das Obras Piblicas, Transportes e Comunicagdes fixarao, por portaria, 0 valor das empreitadas acima do qual é necesséria a as- sisténcia ao acto ptiblico do concurso do Procurador- -Geral da Republica ou de um seu representante. 3 — De tudo o que ocorrer no acto do concurso é lavrada acta por um funciondrio designado para servir de secretario da comissao, a qual € subscrita por este e assinada pelo presidente. Artigo 81.° Detiberasies da comissio 1 — As deliberagdes da comissao sao tomadas por maioria de votos, prevalecendo, em caso de empate, © voto do presidente. 2 — A comissao pode, quando considere necessério, reunir em sessao secreta, para deliberar sobre qualquer reclamagao deduzida, interrompendo para esse efeito © acto piiblico 3 — As deliberagdes sobre reclamacdes sio sempre fundamentadas e registadas na acta com expressa men- do da votacdo, admitindo-se voto de vencido, com 0 registo da respectiva declaragao. Artigo 82.° Leitara do anincio do concurso ¢ dos esclarecimentos publicedos ‘lista de concorrent 1 — 0 acto inicia-se pela leitura do anincio do con- curso, bem como da stimula dos esclarecimentos pres- tados pelo dono da obra sobre a interpretagdo do pro- grama do concurso, do projecto ¢ do cademno de encargos, declarando-se as datas em que foram publi- cados. 2 — Em seguida, elabora-se, pela ordem de entrada das propostas, a lista dos concorrentes, fazendo-se a sua leitura em voz. alta. 3.—O documento referido no numero anterior é obrigatoriamente anexo & acta, dela fazendo parte in- tegrante. Artigo 83.° Reclamasio ¢ Interrupg#o do acto do concurso 1 — Finda a leitura, os concorrentes podem reclamar sempre que: 4) Se verifiquem divergéncias entre o programa do concurso, 0 antincio ou os esclarecimentos li- dos ¢ a cOpia que dos respectivos documentos hes haja sido entregue, ou 0 constante das res- pectivas publicagd b) Nao haja sido publicado aviso sobre qualquer esclarecimento de que se tenha feito leitura ou mengao; ©) Nao tena sido tornado piiblico ¢ junto as pe- cas patenteadas qualquer esclarecimento pres- tado por escrito a outro ou a outros concor- rentes; 4) Nao tenham sido incluidos na lista dos concor- rentes, desde que apresentem recibo ou aviso postal de recepgdo comprovativos da oportuna entrega das suas propostas; 6860 @) Se haja cometido qualquer infraccdo dos pre- ceitos imperativos do presente diploma. 2 — Se for formulada reclamacdo por nao inclusio do interessado na lista dos concorrentes, procede-se do seguinte modo: 4) O presidente da comissio interrompe a sesso para averiguar do destino que teve o invélucro contendo a proposta ¢ documentos do recla- mante, podendo, se o julgar conveniente, adiar © acto do concurso para outro dia e hora a xar oportunamente; Se se apurar que 0 invélucro foi tempestiva- mente entregue no local indicado no aniincio do concurso, mas ndo houver sido encontrado, a comissio fixa ao reclamante, no préprio acto, ‘um prazo para apresentar 2.* via da sua pro- posta ¢ documentos exigidos, avisando todos os concorrentes da data e hora em que deve ter lugar a continuasdo do acto piiblico do con- curso; ©) Se antes da reabertura do concurso for encon- trado 0 invéluero do reclamante, junta-se a0 Proceso para ser aberto na sessio publica, dando-se imediato conhecimento do facto ao in- teressado; 4) Se vier a apurar-se que houve reclamagao sem fundamento, com mero propésito dilatério, ou que a 2." via da sua proposta no reproduz a inicialmente entregue, 0 concorrente ¢ excluido € € feita participacdo, para os devidos efeitos, A entidade que comprova a inscri¢do, ou a sua equivaléncia, no registo profissional, nas con- digdes previstas pela legislacao do Estado mem- bro onde esta estabelecido. » Artigo 84.° Da sessdo do acto piibico 1 — A sessio do acto piblico ¢ continua, compreen- dendo 0 nimero de reunides necessdrias 20 cumpri- mento de todas as suas formalidades. 2— A sesso pode ser interrompida nos casos em que a comissdo retina em sesso secreta. Artigo 85.° [Abertura dos invSlucros 1 — A abertura dos invélucros exteriores ¢ feita, pela ordem da sua entrada nos servigos do dono da obra, extraindo, de cada um, os dois invélucros que devem conter. 2 — Pela mesma ordem se faz a abertura dos invé- lucros que contenham exteriormente a indicagéo «Documentos». Artigo 86.° Rubriea dot documentos 1 — Os documentos contidos no invélucro «Documentos» séo rubricados, pelo menos, por dois membros da comisséo, sendo uma das rubricas obri- gatoriamente a do presidente. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N° 287 — 10-12-1993 2 — No caso previsto no n.° 3 do artigo 70.°, as ru- bricas so apostas somente na primeira pagina escrita de cada fasciculo. 3 — A rubrica pode ser sempre subsituida por chan- cela. Artigo 87.° Deliberagto sobre « habiliagho dos concorrenes 1 — Cumprido 0 disposto nos artigos 85.° ¢ 86.°, a comissdo, em sesso secreta, delibera sobre a habili- tagdo dos concorrentes apés verificagdo dos elementos Por eles apresentados no invélucro «Documentos», reabrindo-se em seguida a sesso para se indicarem os concorrentes admitidos ¢ os excluidos, bem como as razBes da sua exclusdo. 2 — Sao excluidos, nesta fase, os concorrentes: @) Que nao tenham apresentado todos os documentos de habilitagio de apresentagio obrigatéria ou que apresentem qualquer deles depois do termo do prazo fixado para a apre- sentagdo das propostas; b) Que ndo apresentem os documentos redigidos em lingua portuguesa ou acompanhados de tra- dugdo devidamente legalizada ou, nao o sendo, com declaracéo por parte do concorrente de que aceita a sua prevaléncia nos termos do n° 2 do artigo 70.°; ©) Cujos documentos carecam de algum elemento essencial cuja falta ndo possa ser suprida nos termos do n.° 3. 3 — A comisséo admite, condicionalmente, os con- correntes cujos documentos sejam apresentados com preterigdo de formalidades ndo essenciais, devendo, po- rém, tais irregularidades ser sanadas no prazo de dois dias, sob pena de ficar sem efeito a admissdo e serem excluidos do concurso. 4— A comissao fixa um prazo durante o qual os concorrentes ou os seus representantes podem exami nar os documentos apresentados, exclusivamente para efeitos de fundamentacdo de eventuais reclamagdes con- tra as deliberagdes de exclusdo ¢ as de admissao. Artigo 88.° Reclamasio das deliberagies sobre » hablitasdo dos concorrentes Quando das deliberagdes referidas no artigo anterior for apresentada reclamagao, a comiss4o decide-a ime- diatamente. Artigo 89.° Abertura dos invdlucros das propostas 1 — Procede-se, em seguida, & abertura dos invélu- ros que contém as propostas dos concorrentes admi- tidos ¢ pela ordem por que estes se encontram men- cionados na respectiva lista. 2 — Aplica-se 0 disposto nos n.°* 1 e 3 do artigo 86.° @ rubrica da proposta e dos documentos que a ins- truem, 3 — No caso previsto no n.° 3 do artigo 73.°, as ru- bricas sdo apostas somente na primeira pagina escrita de cada fasciculo, com excepeao dos documentos a que se referem as alineas a) e 6) do n.° 1 do mesmo at tigo, que devem ser rubricadas cm todas as folhas.

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