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Protozoários GI

Filo PROTOZOA

Género Giardia

Espécies: G. duodenalis (syn. G. intestinalis, G. lamblia) - Parasita eurixeno

G. canis (cão)

G. felis/cati (gato)

Distribuição geográfica

Cosmopolita

Epidemiologia

Prevalência: 1-39% em cães e gatos domésticos e provenientes de canis/gatis ++


animais jovens e imunodeprimidos

Sintomatologia

Muitas das infecções são assintomáticas

• Diarreia (sinal mais comum em cães e gatos) - aguda e de curta duração -


intermitente - crónica - fezes descoradas, fétidas, esteatorreia - perda de peso
secundaria à diarreia

• Desidratação Vómito Anorexia Sinais de diarreia do intestino grosso (mucosa e com


sangue) causada por colite ulcerativa crónica (em alguns cães)

Diagnóstico

• Clínico

• Laboratorial: Coprológico (fezes frescas) - Esfregaço fecal: trofozoítos (fezes


diarreicas), quistos - Teste flutuação com sulfato de zinco ou sacarose: quistos

Quistos libertados intermitentemente nas fezes - possibilidade de falsos negativos  3


amostras de fezes frescas num período de 3 a 5 dias

• Serologia - ELISA, IFD (pesquisa de coproantigénios)

• PCR

Tratamento

Metronidazol(67% eficácia) Cães – 25mg/kg BID, 5 dias Gatos- 10-25 mg/kg BID , 5 dias

Albendazol(mais eficaz que o Metronidazol) Cães- 25mg/kg BID, 2 dias (90% eficácia)
Tb eficaz em gatos (5 dias - tóxico medula óssea)

Febendazol(50 mg/kg/dia)

Fluidoterapia

Vacina inativada - diminuição sintomas e o nº e duração de quistos eliminados


Profilaxia

• Desparasitação - Febendazol

• Prevenir a contaminação fecal dos alimentos e abastecimentos de água • Remoção


diária fezes dos canis, gatis

• Desinfecção do ambiente (hipoclorito de sódio 1%) - quistos resistentes meio


ambiente

• Vacinação (não disponível em Portugal)

Filo PROTOZOA

Subfilo SARCOMASTIGOPHORA

Classe MASTIGOPHORA (1 ou + flagelos)

Género Tritrichomonas

Espécie - T. foetus

Distribuição geográfica

cosmopolita

Maior prevalência em gatis/criadores

Via de transmissão – oral (fecal-oral)

Epidemiologia

• foi classificada como uma pandemia, sendo esperada uma distribuição mundial, no
entanto não existem registos de prevalências.

• Infeção subclínica - potenciais transmissores do parasita a outros gatos

Sintomatologia

Muitas das infecções são assintomáticas

Diarreia (sinal mais comum e frequente animais jovens e imunodeprimidos) - aguda e


de curta duração - crónica e intermitente - aumento volume e frequência de defecação
- fezes fétidas, esteatorreia, hematoquézia

Diagnóstico

• Coprológico (fezes frescas/Zaragatoa rectal)

• Esfregaço fecal: trofozoitos

• Cultura

• PCR - pesquisa de ADN de T. foetus tem uma maior sensibilidade que os meios de
cultura

Tratamento

• apenas está indicado nos animais que apresentem sinais clínicos e nos quais tenha
sido identificado o parasita.
• febendazol, furazolidona, metronidazol (não erradica a infeção por T. foetus),
nitazoxanida, paramomicina, tinidazol e ronidazol

• Ronidazol – fármaco de eleição – (apresenta um potencial carcinogénico) não está


licenciado para a utilização em gatos, em Portugal apenas está disponível para pombos
- 30 mg/kg, PO, q24h, 14 dias

• Tinidazol - pouco se conhece sobre a sua utilização na medicina veterinária; efeitos


adversos alterações gastrointestinais, administração com alimento minimiza os seus
potenciais efeitos adversos.

• 30 mg/kg, PO, q24h, 14 dias (ápsulas gastroresistentes)

Profilaxia

• Higienização instalações, bebedouros, areão

• Diagnóstico de portadores

Filo PROTOZOA

Género Cryptosporidium

É considerado uma coccídea atípica, diferencia dos restantes parasitas da classe:

• apresenta capacidade de autoinfeção

• associa-se de forma invulgar à célula do hospedeiro

• é relativamente inespecífico de um hospedeiro ou de um órgão

• é resistente aos fármacos antimicrobianos Espécies - são reconhecidas 26 espécies, a


maioria adaptada a um hospedeiro.

• Cão - C. canis (intestino delgado) C. parvum – bovinos ocasionalmente cães C.


parvum, C. muris e C. meleagridis - infeções ocasionais

Distribuição geográfica

Cosmopolita

Epidemiologia

Prevalência ++ animais jovens e imunodeprimidos Infecções concomitantes: rotavírus e


coronavírus.

Transmissão

Oocisto - é o estágio de resistência ambiental e de transmissão do parasita. É


eliminado nas fezes do hospedeiro e não necessita de período de maturação após
excreção- é imediatamente infetante para um hospedeiro.

• O hospedeiro infeta-se ao ingerir os oocistos - via fecal-oral ou indiretamente -


ingestão de água e alimentos contaminados e pelo contacto com superfícies
contaminadas

• Importância zoonótica- são importantes agentes causadores de diarreia e de


alterações nutricionais no Homem, com maior relevância em crianças, grávidas e
portadores de imunodeficiências. São parasitas estão inseridos na Neglected Diseases
Initiative e no grupo dos agentes causadores da diarreia dos viajantes (WHO)

Sintomatologia

Infeções maioritariamente assintomáticas.

Os parasitas se localizam à superfície das células e por isso são considerados pouco
invasivos. O mecanismo patogénico é multifatorial.

Animais imunocompetentes - doença geralmente auto-limitada

• diarreia intermitente

Animais imunocomprometidos - infeção crónica

• diarreia aquosa grave

• má absorção

• perda de peso

• anorexia

• desidratação

Diagnóstico

• Clínico

• Laboratorial

Coprológico (fezes frescas):

Esfregaço fecal - oocistos (pequenos, transparentes)

Esfregaço corado com Ziehl-Nielsen - oocistos esporozoítos vermelho-brilhante

Teste flutuação com solução de sulfato de zinco- oocistos

Serologia: ELISA, IFI

PCR

Tratamento

• Fluidoterapia

• Antibióticos (infecções secundárias)

• Sem tratamento específico

Profilaxia

Oocistos muito resistentes à maioria dos desinfetantes. Solução salina de formol,


amónio

Evitar contato entre animais portadores e animais sãos.


Filo PROTOZOA

Género Toxoplasma

Espécies: T. gondii

Distribuição geográfica

Cosmopolita

HD - felinos (gato doméstico + importante)

HI - mamíferos (Homem: grávidas, crianças, indivíduos imunodeprimidos), aves

Vias de infecção

• Oral (ingestão oocistos esporulados; taquizoítos ou bradizoítos);

• Transplacentária

Sintomatologia

Infeção assintomática (+++)

Sinais inespecíficos (anorexia, depressão e febre frequentemente >40º e que não


responde aos AB)

Gato (++ gatinhos, adultos imunodeprimidos) Enterite; linfoadenomegalia (gânglios


mesentéricos); pneumonia Alterações degenerativas do SNC, encefalite

Cão (++ animais imunodeprimidos, infecções concomitantes) Pirexia, anorexia,


diarreia; pneumonia, manifestações nervosas; linfoadenomegalia

Sinais Oculares:

Uveíte (+++) Retinite

Sinais Respiratórios:

Pneumonia necrotizante aguda (comum)

Sinais Neuromusculares:

Encefalomielite: convulsões, ataxia, tremores, paresia/paralise, défice dos nervos


craniais (dependem das lesões no SNC) Miosite: hiperestesia, rigidez no andar e atrofia
muscular

Sinais Cardíacos:

Miocardite: arritmias, insuficiência cardíaca

Sinais Digestivos:

Hepatite e colangiohepatite

Pancreatite

Enterocolite

Linfadenite mesentérica
Sinais Reprodutivos:

Aborto (30º ao 52º dia) - raro

Nados-mortos (++)

Toxoplasmose neo-natal (morte devido a lesões pulmonares, hepáticas e do SNC)

Sintomatologia Homem

Assintomática (“síndrome gripal”)

Pirexia; linfoadenomegalia (++ gânglios cervicais)

Miocardite, encefalite, retinocoroidite

Durante gestação: Aborto, nado-mortos, hidrocefalia, atraso mental, necrose cerebral,


retinocoroidite, convulsões, hepatomegalia, insuficiência hepática

Diagnóstico

• Clínico

• Laboratorial

Coprológico

Esfregaço fecal (gatos): oocistos Inoculação cultura de células ou de animais


laboratório (IP/intracerebral): esfregaço tecidos para pesquisa de bradizoitos e
taquizoitos

Biópsia -Histologia/ esfregaços por decalque corados

Serologia - ELISA (IgM: 1-3 s pi; IgG: 4 s), IFI, HI, AD

PCR (líquido amniótico, humor vítreo, placenta, sangue fetal, fluido cerebroespinal,
biópsias)

Tratamento

Gato/cão

Clindamicina (10-40 mg/kg cão; 25-50 mg/kg gato) 2-3 semanas

Pirimetamina (0.44 mg/kg) + sulfadiazina (15-25 mg/kg).

Fase aguda, não elimina infecção - Trimetroprim + sulfadiazina

Eliminação oocistos apenas durante 1-2 semanas - resistência à reinfecção

Profilaxia

• Limpeza diária do caixote com eliminação adequada das fezes

• Lavar mãos após contactar com gato

• Utilização luvas quando contactar com carne crua, fezes da gato ou durante
jardinagem

• Não ingerir carne mal cozinhada


• Não alimentar gato com carne crua

• Lavar bem e desinfectar fruta e vegetais que vão ser ingeridos crus

• Evitar que as crianças brinquem em parques de areia

Filo PROTOZOA

Género Neospora

Espécies: N. caninum

Responsável por:

• doença neurológica em cães

• infertilidade e abortos em bovinos

Vias de infecção:

Transplacentária (++);

Oral

Sintomatologia

Cachorros (+++) Primeiros sinais ocorrem do 1º ao 6º mês de vida

Paralisia ascendente progressiva com rigidez dos membros posteriores Adultos:


manifestações nervosas, dermatite nodular; pneumonia; incontinência urinária e fecal;
hepatite, miocardite, miosite

Bovino- aborto

Diagnóstico

Esfregaço fecal: oocistos (indistinguíveis dos T. gondii)

Serologia: ELISA , IFI

Biópsia - Histologia PCR

Tratamento

Idêntico à toxoplasmose

Profilaxia

Evitar que HI tenham acesso às fezes dos HD

Não alimentar HD com carne crua ou mal cozinhada

Filo PROTOZOA

Género Cystoisospora (sin. Isospora) spp.

Espécies: Cão - Cystoisospora canis, C. ohioensis e C. burrowsi Gato - Cystoisospora felis e C.


rivolta
Vias de infeção

fecal-oral, ingestão de oocistos esporulados

Ciclo monóxeno

ingestão de oocistos ou HP (roedores ou ruminantes - “dormozoitos” ou “hypnozoitos)

PPP – 5-10 dias

Sintomatologia

• Infeções assintomáticas (+++) - omnipresente

• Doença clínica associada a ingestão maciça de oocistos por animais recém-nascidos


ou em animais com doença concomitante – cães e gatos

• Diarreia (por vezes hemorrágica); vómito, letargia, perda de peso, desidratação.

• Geralmente associados a doenças virais, bacterianas, helmintoses e mudança de


alimentação.

Diagnóstico

Esfregaço fecal – oocistos

Técnica de Willis (flutuação) – oocistos

Tratamento

Toltrazuril (9–20 mg/kg) – um só tratamento

Diclazuril (2.5–5.0 mg/kg) - um só tratamento

Em cães com co-infeção com hemintes - toltrazuril/emodepside (9 mg/0.45 mg/kg)

Profilaxia

• Evitar que HD tenham acesso aos HP

• Limpeza com desinfetantes e uso de calor

• Remoção diária fezes dos canis, gatis....

Filo PROTOZOA

Género Sarcocystis

Espécies:

• Cães- são os HD para S. cruzi (S. bovicanis), S. miescheriana (S. suicanis), S. tenella (S.
ovicanis), S. arieticanis, S. capracanis e S. hircicanis.

• Gatos – são HD para S. hirsuta (S. bovifelis), S. porcifelis , S. moulei, S gigantea (S. ovifelis),
S. medusiformis, S. muris, S. leporuum, S. fusiformis, S. cymruensis e S. cuniculi. 
Ciclo biológico

indireto, alternando entre um hospedeiro definitivo e um hospedeiro intermediário.

• A infeção intestinal ocorre no hospedeiro definitivo

• A invasão dos tecidos ocorre no hospedeiro intermediário

HD – carnívoros (cão, gato), mamíferos silvestres, pássaros, répteis e humanos.

HI - ruminantes, equinos, coelho, roedores e suínos.

As espécies de Sarcocystis passam por um predador específico (HD) e suas presas. A


maioria das espécies possui um único hospedeiro intermediário; no entanto, S.
neurona é menos específico quanto ao hospedeiro.

O HD torna-se infetado quando ingere os parasitas enquistados na musculatura


(sarcocistos).

O HD elimina os oocistos ou esporocistos dentro de 7 a 14 dias e continua a excretá-los


nas fezes por vários meses.

Os hospedeiros intermediários não podem transmitir a infeção a menos que sejam


ingeridos e que seus tecidos contenham o estágio de bradizoíto. Este estágio
geralmente aparece 2 a 4 meses após a infecção.

Sinais clínicos

A maioria das infeções são assintomáticas principalmente nos HD

• HD - diarreia moderada

• É pouco provável que os sinais clínicos sejam observados nos gatos ou cães que
servem como hospedeiros definitivos. As infeções entéricas experimentais são
assintomáticas ou leves.

• Infeção por S. canis, foi associada a encefalite, hepatite e coccidiose generalizada em


cães jovens. Os sinais neurológicos incluíam depressão, fraqueza generalizada,
decúbito, nistagmo e convulsões.

• Sarcocistose pulmonar foi relatada em um cão em associação com a esgana canina.

• Meningoencefalite e encefalite associada a Sarcocystis foi relatada em dois gatos


domésticos e um lince.

• Sarcocistos também foram encontrados nos músculos de gatos na necropsia.

Diagnóstico

• Clínico

Manifestações nervosas

• Laboratorial:

Coprologia – oocistos e esporocistos nas fezes são sugestivos da doença, porém são
indistinguíveis morfologicamente e difíceis de serem observados na técnica de
flutuação.
Imunoblotting e teste de aglutinação direta - detetar anticorpos

Histologia - esquizontes nos vasos sanguíneos renais ou cardíacos quistos nos


músculos

PCR

Necropsia

Tratamento

Não efetivo

Pirimetamina + trimetroprim + sulfadiazina

Amprolium

Profilaxia

• Evitar que HI tenham acesso às fezes dos HD

• Não alimentar HD com carne crua ou mal cozinhada

Tripanosomatídeos
Família Trypanosomatidae

Leishmania e Trypanosoma

Importantes parasitas dos animais e Humanos.

• Nem todos os parasitas desta família possuem as 4 formas

Leishmania spp. – possui somente as formas amastigotas e promastigota

Trypanosoma brucei – possui somente epimastigota e trypomastigota

Trypanosoma cruzi – possui as quatro formas

Filo PROTOZOA

Subfilo MASTIGOPHORA

Ordem KINETOPLASTIDA

Família TRYPANOSOMATIDAE

Género Trypanosoma

Espécie: T. cruzi (cão, gato, Homem…)

Distribuição geográfica

América do Sul e Central, EUA (Texas, Califórnia), Europa (casos importados)

Patogenia
Multiplicação dos amastigotas nas células sistema reticuloendotelial, fibras
musculares, células neurais e da glia.

Cardiomegalia.

HI - Triatomíneos (Triatoma spp., Panstrongylus spp., Rhodnius spp.)

Vias de infecção

Percutânea (tripomastigotas metacíclicos)

Oral – ingestão de alimento contaminado, ingestão do triatomíneo, carne de caça

Transplacentária

Galactogénica

Sexual

Transfusão sanguínea.

Sinais clínicos (cão)

Fase aguda (animais com menos de 2 anos)

Diarreia

Febre, depressão, letargia Intolerância ao exercício, dificuldades de locomoção

Linfadenopatia

Taquicardia

Insuficiência cardíaca congestiva

Fase crónica

Fraqueza

Síncope

Taquicardia, insuficiência cardíaca congestiva

Diagnóstico

• Clínico

• Laboratorial

Esfregaço sanguíneo - presença de tripomastigotas

Hematologia - anemia com leucocitose - leucopenia; hipoalbuminemia

RX e ecocardiograma – cardiomegalia, hipertrofia miocárdio

Serologia: hemaglutinação; IFI; ELISA

PCR
Xenodiagnóstico (método diagnóstico usado para documentar a presença de um
patógeno causador de uma doença infecciosa pela exposição de material infectado a
um vetor e então examina-lo para a detecção do micro-organismo.)

Tratamento

Sem Tx específico

Profilaxia

• Insecticidas (organoclorados, organofosforados, carbamatos; piretróides ++) de


efeito residual nas paredes das casa, galinheiros, currais, estábulos. Deltametrina?

• Rastreio dadores de sangue

Filo PROTOZOA

Subfilo MASTIGOPHORA

Ordem KINETOPLASTIDA

Família TRYPANOSOMATIDAE

Género Leishmania

• 53 espécies (20 são responsáveis por doença clínica no Homem)

• pequena quantidade de espécies de Leishmania é considerada antroponótica, a maioria das


espécies são zoonóticas

Vetor

Phlebotomus spp. - Velho Mundo

Lutzomyia spp. - Novo Mundo

• insetos de pequenas dimensões (2 a 5 mm de comprimento), de antenas longas,


aspeto frágil e, quando em repouso, as suas asas apresentam uma posição
característica, em forma de V, num ângulo de 45º com o abdómen

• a atividade do vetor mais acentuada durante a fase crepuscular ou noturna

• Em Portugal, encontram-se atualmente conhecidas 5 espécies de flebótomos: P.


perniciosus, P. ariasi, P. papatasi, P. sergente e Sergentomya minuta, sendo P.
perniciosus e P. ariasi os principais responsáveis pela transmissão de L. infantum

• A época de transmissão ocorre entre março-abril e setembro-outubro em Portugal


continental

• Apenas as fêmeas se alimentam no hospedeiro através da formação de um


microhematoma no local da picada – “lago hemolinfático” (telmofagia).

Ciclo de vida e transmissão


Os protozoários do género Leishmania são parasitas heteroxenos, têm a capacidade de
parasitar dois hospedeiros e durante o seu desenvolvimento passam por duas formas
principais:

• Promastigota - extracelular e flagelado, que vive no trato intestinal do flebótomo

• Amastigota - não flagelado e intracelular, que parasita os macrófagos do hospedeiro


mamífero

Leishmanioses Humanas

Doença polimorfa da pele e das mucosas causada por vários protozoários pertencentes
a espécies do gênero Leishmania que são parasitas intracelulares nos seres humanos e
outros hospedeiros mamíferos.

Formas clínicas:

• Visceral (LV) ou “Kala-azar”

• Cutânea (LC)

• Mucocutânea (LMC)

Endémica em 98 países

Atingem 12 milhões de indivíduos 500 000 casos de leishmaniose visceral (LV)/ano

1-1,5 milhão casos de leishmaniose cutânea (LC)/ano

Leishmaniose Visceral

Leishmania donovani (antroponótica) - Velho Mundo

L. infantum (zoonótica) - Velho Mundo

L. chagasi (sin: L. infantum) (zoonótica) - Novo Mundo

90% dos casos de LV (forma mais grave)

Índia, Bangladesh >300 000 casos (1977-1990)

Nepal

Sudão 100 000 mortes (1989-1994)

Brasil ± 80% no Nordeste

Sintomatologia

• Febre

• Esplenomegalia

• Hepatomegalia

• Hipergamaglobulinémia

• Nas zonas endémicas de Leishmaniose visceral antroponótica, os seres humanos são


o único reservatório e a transmissão de pessoa a pessoa se produz pela picada do
flebótomo.
• Nas zonas endémicas de Leishmaniose visceral zoonótica, os cães constituem o
principal reservatório da doença.

Leishmaniose Cutânea

Leishmania major (zoonótica); L. aethiopica (antroponótica) - Velho Mundo

L. tropica (zoonótica?) - Velho Mundo

L. mexicana; L. amazonensis; L. peruviana; L. panamensis; L. guyanensis; L.


venezuelensis; L. pifanoi (antroponótica) - Novo Mundo

90% das Leishmanioses cutâneas

Afeganistão

Brasil

Irão

Peru

Arábia Saudita

Síria

As vítimas estão entre os mais pobres da comunidade.

Leishmaniose Mucocutânea

90% das Leishmanioses mucocutâneas

Bolívia

Brasil

Peru

Leishmaniose canina

Reservatório

• Raposa - Reservatório silvático

• Hospedeiros acidentais – equinos, lobo, gato (?)

• Manutenção do ciclo de vida do parasita

• Com / Sem sintomatologia

• Evolução lenta e progressiva

• Doença crónica

Sinais clínicos

A maioria dos sinais clínicos ocorrem devido à deposição de imunocomplexos nos


diferentes órgãos e tecidos e à elevada proliferação dos macrófagos infetados pelas
formas amastigotas.
No cão não se observa uma distinção muito nítida das manifestações clínicas;

• os animais tendem a apresentar uma síndroma viscerocutânea, apenas L. infantum


(L. chagasi na América) parece ser relevante como agente de doença no cão.

• O cão é o principal reservatório de L. infantum para as infeções humanas, relevando,


assim, a sua importância na saúde animal e humana

Alopécia

• Adenomegalia

• Anorexia

• Febre

• Onicogrifose

• Hiperqueratose

• Perda de peso

• Seborreia seca

• Epistáxis

• Anemia

• Diarreia

• Poliartrite

• Alterações oculares

• Caquexia

• Hepato-esplenomegalia

• Insuficiência renal

Diagnóstico

Os sinais clínicos são inespecíficos podendo ser confundidos com outras doenças; cães
com leishmaniose podem encontrar-se coinfetados com outras doenças. A realização
do exame físico e a recolha de uma anamnese completa são fundamentais para a
decisão e direcionamento das técnicas de diagnóstico.

Parasitológico

• Exame direto - citologia/histologia e imunohistoquímica

• Exame cultural

• PCR Serológico

• IFI - Imunofluorescência indirecta

• CIE – Contraimunoelectroforese

• Outras (ELISA, DAT, WB ...)


• Imunocromatografia (rK39 dipstick)

Diagnóstico

Exame direto - através da punção aspirativa de linfonodos, baço, medula óssea e/ou
do produto de raspagem de lesões dermatológicas após coloração com o corante
Giemsa ou Diff-Quick.

Cultura – observação de formas promastigotas após o cultivo in vitro

Serologia - é o mais utilizado, este permite a deteção de Ac-AntiLeish em cães 8 a 12


semanas após a infeção

ELISAe IFA - testes quantitativos, detetam respectivamente a densidade ótica e a


titulação limite da concentração de Ac . Ambos os métodos permitem afirmar a
presença de doença clínica quando são detetados elevados valores de Ac-AntiLeish na
presença de sinais clínicos compatíveis com a afeção e/ou alterações nos parâmetros
laboratoriais.

Os testes rápidos baseiam-se na técnica de imunocromatografia e apresentam como


vantagem a rápida e fácil leitura do resultado. No entanto, têm uma sensibilidade (61-
100%) e especificidade (30-70%) inferiores quando comparadas com as técnicas de
ELISA e IFA.

Tratamento

O tratamento da LCan não apresenta um consenso entre os diferentes autores, visto


ser uma doença que não tem cura e o cão permanece portador até ao fim da sua vida.
Trata-se de uma terapêutica dispendiosa, de longa duração e que nem sempre
apresenta os resultados pretendidos.

Na maioria dos casos, ocorre diminuição dos sinais clínicos, obtendo-se, por vezes,
cura clínica durante seis meses a um ano e findo esse período, existe a possibilidade de
reaparecimento dos sinais clínicos

De acordo com a OMS, os fármacos anti-Leishmania usados no tratamento da


leishmaniose humana devem ser usados exclusivamente em medicina humana e não
em medicina veterinária devido à suspeita de desenvolvimento de resistência (OMS,
2010).

• Terapêutica:

Tratamento da LCan - uso combinado de agentes leishmanicidas utilizados como


fármacos de segunda linha nos humanos, tais como a miltefosina, os antimoniais
pentavalentes e o alopurinol.

Prognóstico

• Monitorização com intervalos de 3-6 meses:

• Carga parasitária

• Função hepática e renal

• Proteinograma
• 80% Recaídas (> 1 ano) Profilaxia

• Inseticidas (coleiras, spot-on)

• Manter animais no interior das casas desde entardecer até amanhecer

• Rastreio anual antes da época de transmissão

• Analisar sangue dadores • Vacinação (Leishtec®, CaniLeish®)

Imunoprofilaxia

As vacinas são utilizadas em cães saudáveis fazendo com que ocorra uma resposta
imunitária eficaz quando o hospedeiro se infecta com o parasita, evitando a
progressão da doença e mantendo uma carga parasitária baixa. Através deste
mecanismo, limita a transmissão da doença dos cães para os Humanos e entre
canídeos.

Quatro vacinas de uso veterinário foram licenciadas e comercializadas: CaniLeish® e


Letifend® - Europa

CaniLeish® - 3 doses de administrações com o intervalo de 3 semanas

Letifend® - apenas uma única dose

Administrações anuais para ambas as vacinas

Leishmune®, Leish-Tec® - Brasil

Porém, a Leishmune® foi retirada do mercado por decisão das autoridades de saúde
brasileiras

Ectoparasitas
Ordem ACARINA

Família DEMODICIDAE

Género Demodex

Espécies: D. canis; - cães D. cati, D. gatoi e D. felis - gatos

Distribuição geográfica

Cosmopolita

Vias de infecção

contacto direto prolongado (parasitas alojados folículos pilosos e glândulas sebáceas)

• contacto directo da mãe com a ninhada durante os seus primeiros 2 a 3 dias de vida.

• face dos cachorros (folículos pilosos por volta das 16 horas de vida)

• não ocorre transmissão intra-uterina

Zonas mais afetadas:


• Região periorbitária, face, focinho, membros anteriores

Patogenia

Doença inflamatória da pele causada pela proliferação anormal de ácaros do género


Demodex

Opiniões divergentes quanto à natureza da relação entre o ácaro e o seu hospedeiro.

• relação comensal que devido a quebra da imunidade do hospedeiro, prolifera e


tornase parasitário, produzindo sinais clínicos no hospedeiro (Desch & Nutting, 1979)

• reação de hipersensibilidade induzida pelos ácaros que provocam uma resposta


inflamatória no folículo piloso (Beale, 2012). Normalmente a demodecose só é
sintomática quando está associada a uma causa imunossupressora subjacente
(Löwenstein et al., 2005).

Epidemiologia

• Depende do sistema imunitário do hospedeiro (50% cães portadores assintomáticos)

• D. canis - supressão resposta imunitária Infecção mais frequente:

• Primeiras semanas após nascimento

• Raças pêlo curto mais susceptíveis Sintomatologia

• Demodicose localizada/seca/escamosa

• Demodicose generalizada/supurada/pustular

• Pododemodicose

• Otodemodicose

Demodicose localizada

CÃO

• cães < 1 ano

• Manchas demodécicas -eritema visível zonas despigmentadas

• Hipertermia

• Localização geralmente na cabeça (face – lesões perioculares “óculos demodécicos”


e periorais) e extremidades, geralmente nos membros anteriores

• Eritema, descamação, hiperpigmentação, comedões, piodermite e prurido

• Alopécia completa (- frequente)

• Seborreia e queratose da pele

• Cura espontânea (animal bem nutrido)

• Evolução para infecção generalizada (em 10% dos cães)

Demodicose seca/escamosa
GATO

• Geralmente em gatos velhos

• Alopécia focal na face (confinada às comissuras labiais e região periocular) ou orelhas

• Alopécia, eritema, descamação, hiperpigmentação, comedões, e prurido;


piodermites raras

Demodicose generalizada

CÃO

• juvenil (< 1 ano) - comum a cura espontânea; prognóstico mais favorável

• adulto - prognóstico mais reservado

• grandes áreas de alopécia com descamação, crostas, eritema, comedões,


hiperpigmentação e piodermite

GATO

• grandes áreas de alopécia com graus variáveis de eritema, descamação, crostas e


hiperpigmentação; dermatite miliar

• piodermites secundárias são raras

Demodicose supurada/pustular

• Infecção bacteriana secundária (Staphylococcus; Pseudomonas)

• Pele inflamada, enrugada com pústulas pequenas com exsudado, pus e sangue
(sarna vermelha)

• Odor a ranço

• Linfadenopatia, septicemia

• Pode causar desfiguração

Pododemodicose

CÃO

• tratamento mais difícil; prognóstico mais reservado

• alopécia, eritema, grau variável de descamação e crostas

• infecções crónicas e graves – inflamação, pápulas, pústulas, vesículas, fístulas e


formação de tecido de cicatrização

GATO

• geralmente menos intensa que no cão

• alopécia, eritema variável, descamação, crostas e prurido

Otodemodicose
CÃO

• tratamento difícil; prognóstico reservado

• raramente ocorre isolada

• otite externa ceruminosa com eritema e inflamação

• evolução para otite purulenta e proliferativa

GATO

• otite externa ceruminosa (+++)

• pode ser a única manifestação da demodicose ou fazer parte duma infecção


generalizada

Diagnóstico

Clínico

Doenças predisponentes:

• Bioquímica sanguínea, urianálise

• FIV, FeLV

• Hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, diabetes

Laboratorial:

Raspagens profundas (presença de larvas e ninfas em elevado nº - infecção ativa) -


lactofenol de Amann ou sol. 10% KOH

Tratamento

Devido à sua localização ácaros não são facilmente acessíveis aos acaricidas tópicos -
tratamentos repetidos:

• Demodicose seca: 1-2 meses

• Demodicose supurada: > 3 meses)

• Tosquiar pêlo + champô antiseborreico

• Amitraz (solução aquosa – banhos )

• Benzoato de benzilo

• Ivermectina (300-600 μg/kg, PO, SID)

• Milbemicina (0.5-1 mg/kg, PO, SID)

• Moxidectina (400 μg/kg, PO, SID)

• Fazer diagnóstico de dirofilariose antes de iniciar tratamento

• Fazer tratamento duas raspagens mensais consecutivas até apresentarem-se


negativas
Tratamento

• AB (infecções bacterianas)

• Isolar animal infectado

• Tratar animais em contacto com animal infectado

• Remover/esterilizar progenitores portadores de infecções latentes

Ordem ACARINA

Família SARCOPTIDAE

Género Sarcoptes

Espécies: S. scabiei var. canis

Sarna sarcóptica ou sarcoptose

• Afeta primariamente cães mas também pode provocar doença em gatos, raposas,
porcos, coelhos, cobaios e humanos.

Distribuição geográfica

Cosmopolita

Vias de infecção:

• contacto direto (++ larvas na superfície da pele)

• fêmeas fertilizadas escavam galerias nas camadas superficiais da epiderme

Ciclo biológico - 17-21 dias

Zonas mais atingidas

Orelhas, focinho, face e cotovelos - disseminação por todo o corpo

Sintomatologia

• Afeta as zonas glabras da pele, como as axilas, virilhas, orelhas, região peri-ocular,
codilhos e zonas ventrais do peito, tórax e abdómen, dispersando-se em cerca de um
mês ao resto do corpo

• Prurido intenso, descamação, pápulas, escoriações e alopécia secundária e difusa


com eritema.

• Áreas afetadas desenvolvem-se crostas espessas e amareladas típicas; as lesões


podem generalizar rapidamente, mas o dorso é frequentemente poupado.

• Se ocorrer um auto-traumatismo severo, pode ainda desenvolver-se uma dermatite


pio-traumática.

• Forma crónica - lesões manifestam-se por hiperpigmentação, hiperqueratose e


liquenificação.
• Casos de sarna sarcóptica subclínica – quadro pruriginoso sem lesões cutâneas ou
apenas eritema moderado. Podem ocorrer animais portadores dos ácaros clinicamente
assintomáticos, podem transmitir a doença.

• Altamente contagiosa (raro casos isolados em animais mantidos em contato íntimo)

Diagnóstico

Clínico

• Anamnese (ex. história de possível contágio e/ou de prurido intenso súbito


localizado ou que se alastram com o tempo)

• Exame físico - sinais clínicos e lesões - dermatite intensamente pruriginosa

Laboratorial:

• Raspagens na periferia das lesões em diferentes locais (achado negativo não impede
diagnóstico terapêutico)

Diagnóstico diferencial

DAPP, Cheiletielose, demodicose, micoses

Diagnóstico diferencial

• Micoses causadas pelos fungos : Microsporum, Epidermophyton e Trichophyton

Antifúngicos - Griseofulvina, terbinafina, itraconazol e fluconazol.

Tratamento

• corte do pêlo para facilitar as ações de limpeza e o tratamento tópico +


queratolíticos ( amolecer crostas)

• Selamectina - 6-12 mg/kg, via tópica (unção punctiforme), cada duas semanas - três
administrações;

• Moxidectina – 0,2-0,25 mg/kg, PO ou SC, semanalmente durante três a seis semanas,


ou 0,2-0,4 mg/kg, via tópica (unção punctiforme), cada duas semanas – três
administrações;

• Ivermectina – 0,2-0,4 mg/kg, SC, cada 14 dias (2-3 administrações, ou PO, uma vez
por semana num total de três a seis administrações);

• organofosforados; carbamatos; benzoato de benzilo; amitraz (4 banhos com 4 dias


de intervalo);

• AB (infecções bacterianas)

• Corticosteróides, anti-histamínicos

• Isolar animal infectado e tratar animais em contacto


Ordem ACARINA

Família SARCOPTIDAE

Género Notoedres

Espécies: N. cati

• Sarna notoédrica

Distribuição geográfica

Cosmopolita

Vias de infecção

contacto direto

Zonas mais atingidas

Orelhas, focinho

Fêmeas fertilizadas vivem em grupo (“ninhos”)

Sintomatologia

• Lesões de distribuição frequentemente bilateral, na base da orelha e que se


estendem para o topo da orelha

• Alopécia, espessamento e enrugamento da pele posteriormente coberta de crostas


densas, cinzentas e muito aderentes

• Prurido intenso, escoriações secundárias

• Extensão das lesões para as patas e períneo

• Em caso de imunossupressão - lesões generalizadas

• Geralmente há muitos ácaros e são fáceis de visualizar (ao contrário da sarna canina)

Diagnóstico

Clínico

• Borda mediana do pavilhão auricular atingida em 1º lugar (estimulação reflexo


otopodal)

• Prurido intenso

• Altamente contagioso (rápida disseminação por toda a ninhada)

Laboratorial

• Raspagens na periferia das lesões (presença de várias fêmeas num “ninho”)

Diagnóstico diferencial:

• Demodicose Felina • Alergia alimentar • Dermatofitose • DAPP

Tratamento
• corte do pêlo para facilitar as ações de limpeza e o tratamento tópico +
queratolíticos ( amolecer crostas)

• Selamectina; ivermectina

• AB (infecções bacterianas)

• Corticosteróides, anti-histamínicos

• Isolar animal infectado e tratar animais em contacto

Ordem ACARINA

Família PSOROPTIDAE

Género Otodectes

Espécies - O. cynotis (infecta cães, gatos e outras espécies de carnívoros)

• Sarna otodéctica, otocariose ou otite parasitária

• O gato é o reservatório natural do ácaro e funciona como fonte de infecção para o


cão

• O ácaro sobreviver fora do hospedeiro durante 8-12 semanas, podendo assim haver
transmissão por via indireta

Distribuição geográfica

Cosmopolita (Ácaro muito frequente no cão e no gato)

Vias de infecção

Contacto direto

Zonas mais atingidas

Orelhas

Ciclo biológico

3 semanas

Sintomatologia

• Eritema, o prurido e produção de cerúmen espesso de cor castanha escura – (sinais


clínicos característicos) podendo ocorrer também formação de crostas.

• Infecções bacterianas secundárias - otite purulenta (estima-se que 10% das otites em
cães e mais de 50% em gatos são causadas por ácaros do canal auditivo)

• Oto hematomas - abanar exaustivo da cabeça (frequentes em cães de orelhas


pendentes)

• Abanar cabeça

• Cão - geralmente com prurido


• Gato - no adulto geralmente não há prurido (mesmo com infestações massivas)

• Reflexo oto podal

• Aparecimento de sinais vestibulares como torcicolos

• Infecções severas - otite média, otite interna ou até perfuração da membrana


timpânica. Na fase avançada da doença pode evoluir para otite purulenta por ação
fúngica ou bacteriana,

Diagnóstico

Clínico

• Estimulação reflexo oto-podal

• Prurido auricular

• Os ácaros podem ser observados na observação do canal auditivo com otoscópio

• Altamente contagioso (rápida disseminação por toda a ninhada)

Laboratorial

• Zaragatoa zaragatoa ou lavagem auricular- amostra do cerúmen colhida por com um


a dois ml de óleo mineral

Diagnóstico diferencial

• Outras causas de otite externa - bacterianas (Pseudomonas spp.), fúngicas


(Malassezia spp.) ou outros ácaros (Demodex spp.)

Tratamento

• Remover o cerúmen e os detritos epiteliais do canal auditivo externo através de uma


limpeza com um produto cerumenolítico

• tratamento tópico e/ou sistémico - dos animais doentes e dos que com estes
contactaram, assim como o tratamento do ambiente e dos objetos possivelmente
contaminados.

• Milbemicina oxima

• Amitraz (1 ml a 0,025% diluído em 33 ml de óleo mineral)

• Ivermectina (via tópica)

• O tratamento tópico deve ser efetuado diariamente durante 21 a 30 dias

• Produtos comercializados com acaricida, fungicida, AB, corticosteróides, analgésicos


locais (tx: 2-2 dias durante 15 dias)

• Isolar animal infectado e tratar animais em contacto


Ordem ACARINA

Família CHEYLETIDAE

Género Cheyletiella

Espécies: C. yasguri (cão) C. blakei (gato) C. parasitovorax (coelho)

• Queiletielose

• C. yasguri e C. blackei podem afetar os humanos (zoonose)

Distribuição geográfica

Cosmopolita.

Vias de infecção

contacto direto

Sintomatologia

• Ácaro de baixa patogenicidade (frequentemente achado cachorros e gatinhos em


boa condição corporal) - frequente portadores assintomáticos

• Prurido de grau variável e a descamação seca abundante ao longo da cabeça e


principalmente do dorso. O prurido pode ser responsável pela formação de uma
dermatite pio-traumática.

• Podem surgir outras lesões como pápulas, crostas, eritema, escoriações e alopécia.

• Dermatite miliar (gatos)

• Casos mais graves - crostas, alopécia na região periocular e face interna das coxas

Diagnóstico

Clínico

• Quadros clínicos muito variáveis - dificuldade de detectar o ácaro

• Baseia-se na história pregressa (ex. cão jovem, indícios de más condições de higiene)

• Colheita com pente - consiste em passar um pente de dentes finos pela pelagem do
animal nas áreas com descamação e proceder à recolha do material numa folha ou
tecido escuro ou numa placa de Petri - na observação das escamas no animal constata-
se que muitas se deslocam “caspa andante”

• Natureza e distribuição das lesões

Laboratorial

• Colheita com pente - amostras são visualizadas ao microscópio óptico- óleo mineral,
KOH a 10% ou de lactofenol de Amann - visualização dos parasitas.

• Colheita com fita adesiva transparente (fita-cola) - com o lado colante sobre a
superfície da lesão e seguidamente colada sobre uma lâmina de vidro

Tratamento
• Isolamento e tratamento dos animais infestados dos animais seus co-habitantes -
podem existir portadores assintomáticos, simultaneamente o ambiente e os objetos
suspeitos de contaminação

• Permetrina - cão: aplicação tópica- 1 tx/semana, 6-8 semanas mas não deve ser
utilizada em casos de cães que co-habitam com gatos.

• Fipronil - forma de spray ou unção punctiforme

• Amitraz (0,025%) - banhos semanais durante 6-8 semanas

• Milbemicina oxima – PO , 2 mg/kg cada sete dias (reservado para casos refractários a
outras substâncias, uma vez que é muito dispendioso e a duração da administração é
prolongada.

• Ivermectina - 0,2 a 0,3 mg/kg, quer por via oral a cada sete dias (total 6
administrações) ou subcutaneamente cada 14 dias por 3-4 administrações.

• Banho semanal com champô insecticida/ antiseborreico (retirar a descamação e as


crostas)

• Desinfectar instalações com diclorvos, isolar animal infectado e tratar animais em


contacto com animal infectado

Neotrombicula (Trombicula) autumnalis

• Adultos e ninfas: vida livre (verão-outono)

• Larvas alimentam-se em cães, gatos com acesso ao exterior (quando engorgitadas


soltam-se e caem no solo)

• Localização

cabeça, orelhas, patas e ventre

• Lesões por traumatismo

eritema, pápulas alopecia, escoriações, crostas

Diagnóstico

Clínico

Laboratorial

• Microscopia (raspagens)

Tratamento

• Fipronil, ivermectina, selamectina


Diagnóstico das sarnas

Ácaros escavadores:

• Colocar óleo mineral/glicerina no local de raspagem (periferia da lesão)

• Segurar firmemente prega de pele entre indicador e polegar (anestesia local)

• Raspar até fazer sangue

• Transferir detritos da lâmina de bisturi para lâmina de vidro

• Adicionar óleo mineral e lamela

• Observar ao microscópio (x40)

• Grande quantidade pêlo ou pele - digestão com KOH 10% durante 12-24 h

• Centrifugar - observação sedimento ao microscópio

• Fixar sedimento com solução de sacarose Otodectes spp:

• Zaragatoa colocar perto fonte de luz/observar ao microscópio

• Otoscópio Cheyletiella spp:

• Escovagem rigorosa do pêlo + observação microscópica

Ectoparasitas nos carnívoros domésticos (II)


(cabeça mais larga que tórax, parte anterior
Piolhos Mastigadores → Subordem MALLOPHAGA da cabeça relativamente achatada)
Piolhos Sugadores → Subordem: ANOPLURA (cabeça mais estreita que tórax, parte
anterior da cabeça afunilada)

Ordem: Phthiraptera
Subordem: Mallophaga
Espécies: Trichodectes canis (cão), Felicola subrostratus (gato)

• Distribuição: cosmopolita
• Vias de infecção: contacto direto (parasitas alojados nos pelos)

Epidemiologia

• Pediculose/ftiriose mais frequente em animais neglicenciados e subnutridos


• Animais mais susceptíveis:
→ Jovens, velhos, imunodeprimidos
→ Orelhas e pêlo compridos (Spaniel, Basset, galgo Afegão, Serra da
Estrela)
→ Gatos pêlo comprido (> dificuldade limpeza)
Sx

• Prurido intenso com auto-traumatismo (T. canis)


• Alopécias irregulares
• Escoriação da pele
• Dermatite
• Anemia (L. setosus)

Dx

• Clínico
• Lab → parasitas adultos, ninfas e ovos (lêndeas) facilmente visíveis a olho nu
▪ Trichodectes spp. pequenos e amarelos
▪ Linognathus spp. largos e azulados

Tx

• Organoclorados, organofosforados, carbamatos, ivermectina (pós, champôs, spray)


• Tx repetidos (7-14 dias após p/ destruir piolhos recém-eclodidos)
• Desparasitar internamente animais infectados (T. canis HI D. caninum)

Px

• Colocar coleiras, spray


• Desinfecção locais onde estiveram animais infectados

Ordem: Phthiraptera
Subordem: Anoplura
Família: Pediculidae
Espécies: Pediculus humanus capititis, P. humanus corporis, Phthirus pubis
Pediculus humanus capititis

• Piolho do couro cabeludo


• Muito comum em crianças em idade escolar (3-10 anos), não significa falta de higiene
• Hematófagos e produzem prurido intenso
• Crianças podem apresentar febrícula, poliadenopatias, cefalea, exantema na nuca e
irritabilidade.

Tx

• Eliminação mecânica dos piolhos (pente fino)


• Pediculicidas (champôs e loções – permetrina 1%, piretróides naturais)

Phthirus pubis

• Homem: pelos púbicos e região perianal, axilas, bigode, crianças (sobrancelhas)


• Cão e gato: hospedeiros acidentais
• Transmissão
→ Directa: contacto sexual
→ Indirecta: toalhas, roupas

Ordem: Siphonaptera
Género: Ctenocephalides
Espécies: C. felis, C. canis

• Distribuição cosmopolita

Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP)

• Reação de hipersensibilidade à saliva (hapteno) junta-se ao colagénio da pele do


hospedeiro – alergeno completo
• Regiões mais afectadas: dorso, abdómen ventral, face interna das coxas
• Lesões primárias
▪ Pápulas com crosta
▪ Prurido intenso
▪ Auto-mutilação
▪ Alopécia
▪ Dermatite húmida
• Cães velhos expostos durante muito tempo - pele espessada, enrugada, sem pêlos
• Gatos - dermatite miliar (pequenas pápulas (palpação) castanhas com crosta, prurido
intenso)

Dx

• Clínico
• Presença de adultos e fezes de pulga no hospedeiro

Tx

• Adulticidas e larvicidas (selamectina, piretrina, imidocloprid, fipronil, lufenuron): spot-


on, stray, champô, coleira, pós, per os
• AB (infecções bacterianas)
• Corticosteróides, anti-histamínicos, anti-sépticos
• Desparasitar endoparasitas (HI D. caninum)

Px

• Tratar animais em contacto com animal infectado


• Desinfectar locais em contacto com o animal (lavar, aspirar, insecticidas)
• Vazio sanitário

Família Ixodidae
Efeitos patogénicos directos:

• Acção espoliadora de sangue → anemia


• Acção tóxica (Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor variabilis) secreção de
neurotoxina → paralisia da carraça (se intensa é irreversível)
• Acção antigénica → rx de hipersensibilidade
• Favorecimento de infecções secundárias

Efeitos patogénicos indirectos → HI:

• Protozooses
→ Babesia vogeli, B. canis, B. felis (R. sanguineus) (transmissão transovárica e
transrstadial)
→ Hepatozoon canis (R. sanguineus)
→ Cytauxzoon felis (D.variabilis)

• Bactérias
→ Ehrlichia canis
→ Anaplasma spp.
→ Rickettsia rickettsi (D. variabilis), R. coronii (febre do botão) (R. sanguineus)
→ Coxiella burnetti (Febre Q) (R. sanguineus)
→ Borrelia burgdorferi (I. ricinus)

• Helmintoses
→ Acanthocheilonema spp., Cercopithifilaria spp. (R. sanguineus)

Tx
• Extracção manual (infestações fracas) (remoção do aparelho bucal (abcesso por CE))
• Acaricidas (amitraz, piretrina, fipronil) (spot on, stray, champô, coleira, per os)
• Anti-histamínicos, antissépticos
• Despiste infecções em que os ixodídeos actuem como HI
• Tetraciclinas (infecções bacterianas)
Px
• Acaricidas
• Inspecção animal após passeio pelo campo,jardins…
• Desinfecção das instalações

Ordem Diptera
Subordem: Nematocera → transmissão de doenças (malária,
• Psychodidae filarioses, leishmaniose, oncocercose
• Culicidae
• Simuliidae

Subordens: Brachycera + Cyclorrhapha → transmissão de doenças


• Tabanidae → hábitos sinantrópicos
• Muscidae
• Glossinidae → Algumas produtoras de miíases
(infestação de órgãos ou tecidos, de seres
humanos ou animais, por larvas de
dípteros que se alimentam do tecido vivo,
necrosado ou morto, ou de alimentos
ingeridos pelo hospedeiro)
• Calliphoridae
• Sarcophagidae
• Oestridae
• Fanidae
• Hippoboscidae

Ordem Diptera
Família Cuterebridae

• Hospedeiros: gato, cão, roedores, coelho, Homem


• Larva entra no hospedeiro pelos orifícios naturais (oral e nasal)
• Localização: tecido SC, cérebro (+ raro e fatal)
Tx
• Remoção da larva com anestésico local, AB (infecções secundárias)
Px
• Insecticidas utilizados para prevenção de pulgas e carraças

Parasitoses dos animais exóticos


Parte I – Mamíferos
COELHOS
→ Encefalitozoonose
→ Coccidiose
▪ Coccidiose hepática
▪ Coccidiose intestinal
→ Outras parasitoses gastro-intestinais
→ Ectoparasitoses

Encephalitozoon cuniculi (leporídeos, roedores, cão, raposa)

• Zoonose (doença emergente em imunodeprimidos (estirpes I e III)


• Fungo unicelular, intracelular obrigatório.
• Filo Microsporidia
• Afeta mamíferos, incluindo o homem mas o seu hospedeiro preferencial é o coelho.

Ciclo biológico

• Via de infecção - oral (esporos com filamento polar) → esquizogonia → esporogonia


nos macrófagos pulmão, rim e fígado (fase aguda), rins e cérebro → (fase crónica) →
urina e fezes (esporos)
• Infecção por ingestão/inalação de esporos ou vertical
Sx

• Nervosa - ataxia, paresia, paralisia, movimentação em círculo, nistagmus, torcicolo


(head-tilt), alterações de comportamento,, convulsões, tremores
• Renal - poliúria, polidipsia, polaquiúria ou polaciúria (aumento do número de micções
com diminuição do volume da urina)
• Ocular - uveíte, cataratas

Dx

• Serologia: IFI, ELISA, Imunoensaio de carbono


Anticorpos:
▪ Começam a ser detectados 2 semanas pós infecção
▪ Pico às 6 semanas

• Detecção de esporos (urina ou fezes)


▪ Colorações específicas (Gram-chromotrope, Calcoflúor)
▪ Imuno-histoquímica

• PCR (urina, LCR, humor vítreo)


• Histologia: pseudoquistos no cérebro e rins

DD

• meningoencefalite provocada por Pasteurella multocida


• Toxoplasma gondii
• Infeções virais
• Balisascaris - nematodiose cerebrospinal que pode provocar os mesmos sinais que o
Encephalitozoon

Tx
• Fenbendazol durante 4 semanas
• Dexametasona, diazepam, Antibióticos (tetraciclinas?)

Coccidioses (Eimeria spp.)

• Parasitose mais importante dos coelhos (++ explorações intensivas)


• Elevada mortalidade (++ jovens). Adultos desenvolvem imunidade
• Via de infecção: ingestão de oocistos esporulados

a) Coccidiose hepática

E. stiedae (fígado - ductos biliares)

Sx

• Diarreia/copróstase
• Ascite
• Poliúria
• Anorexia
• Icterícia

b) Coccidiose intestinal

E. perforans, E. flavescens, E. irresidua, E. magna, E. media, E. intestinalis

E. neoleporis (destruição criptas cecais)

Sx

• Desidratação
• Diarreia (hemorrágica = E. media)
• Esteatorreia
• Fezes região perineal
• Morte súbita com fenómenos convulsivos

Dx

• Necrópsia: hepatomegalia, manchas nodulares esbranquiçadas fígado, ID, IG


• Histologia: detecção de merozoítos e gametócitos em cortes de intestino ou fígado
• Coprologia (flutuação): oocistos

Tx

• Sulfadimetoxina (ração), Sulfamerazina, Amprolium (H2O), TMP+Sulfadimetoxina,


Toltrazuril

Px
• Manutenção boas condições higieno-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário,
quarentena (animais externos). Evitar humidade elevada
• Gaiolas com fundo em rede (não contacto com fezes)
• Ração - Coccidiostáticos incorporados na alimentação

Passarulus ambiguous (Ordem: Oxyurida)

• ceco, cólon ascendente


• Vias de infecção (E2): infecção oral
• ♀ elevado potencial biótico (milhares ovos/dia)
• Ovos muito resistentes (anos) temperatura, calor
Sx

• Perda de peso, pêlo baço


• diarreia/copróstase
Dx
• Necrópsia: parasitas adultos IG
• Coprologia: ovos
Tx
• Citrato de piperazina na H2O c/a 2 semanas
• Fenbendazol comida 5 dias
Estrongiloidoses gastrointestinais (Superfam. Trichostrongyloidea)

→ Obeliscoides cuniculi; Graphidium strigosum (Estômago)


→ Trichostrongylus retortaeformis; Nematodirus leporis (Intestino)

Distribuição - mais frequente animais silvestres, em extensivo

Sx

• Anemia
• Enterite
• Perda de peso
• Caquexia
• Morte

Dx → Coprologia (flutuação: ovos)

Tx

• Benzimidazóis
• Levamisol

Coenurus serialis (tecido conjuntivo)

HD - cão (Taenia serialis)


Cysticercus pisiformis (fígado, cavidade peritoneal)

HD - cão (T. pisiformis)

Linguatula serrata

HD - cão, gato, raposa (rinorreia, epistaxis, espirros, tosse)


HI - leporídeos, ovinos, bovinos (gânglios linfáticos, serosas)

Fasciola hepatica (+++ coelhos silvestres que habitam zonas húmidas, alagadas)

Psoroptes spp. (Família Psoroptidae)

→ P. cuniculi (otocariose)

• Distribuição: Cosmopolita, ++ explorações intensivas


• Vias de infecção: contacto direto

Sx

• Prurido, abanar orelhas, cabeça


• Obstrução canal auditivo com acumulação cerúmen, orelhas descaídas
• Otite média por perfuração do tímpano
• Encefalite acompanhada de anomalias de postura, torcicolos
• Alastramento ao resto do corpo: crostas, alopecias e escoriações (auto-mutilação)

Dx

• Sx: prurido intenso, altamente contagioso (raro casos isolados em animais mantidos
em contacto íntimo)
• Diagnóstico laboratorial
• Otoscópio

DD

• Encefalitozoose
• Abcessos pasteurélicos

Tx

• Tricotomia + amolecer crostas (H2O2)


• Ivermectina - 1 gota/ouvido 1x semana, 2-3 tratamentos
• Isolar animal infectado
• Tratar animais em contacto com animal infectado

Px

• Manutenção boas condições higieno-sanitárias - limpeza jaulas, vazio sanitário,


quarentena (animais externos)

Sarnas da cabeça (zoonose)


→ Sarcoptes scabiei cuniculi
→ Notoedres cati cuniculi

• Distribuição: não é comum, + frequente em explorações intensivas, difícil erradicação


• Vias de infecção - contacto directo

Sx

• Prurido muito intenso


• Abanar orelhas, cabeça
• Crostas, alopecias e escoriações (auto- mutilação)

Tx

• Tricotomia + amolecer crostas


• Ivermectina - SC, PO 1x semana, 3 tratamentos
• Isolar animal infectado
• Tratar animais em contacto com animal infectado

Cheyletiella spp.

→ C. parasitovorax (Homem = dermatite)

• Distribuição - Cosmopolita (baixa patogenicidade)


• Vias de infecção: contacto directo

Sx

• Dermatite
• Prurido intenso

Dx → escovar pêlo para papel escuro (visualização dos parasitas)

Tx

• Permetrina nas camas e desinfectar semanalmente jaulas


• Ivermectina SC/PO 1 x semana, 3 semanas
• Isolar animal infectado
• Tratar animais em contacto com animal infectado

Ácaros do pêlo

→ Listrophorus (Leporacarus) gibbus


• Assintomático excepto animais debilitados

Tx = Cheyletiella spp.

Pulgas

→ Ctenocephalides, Cediopsylla, Odontopsyllus, Spilopsyllus, Hoplopsylus


Tx

• Imidaclopride, Fipronil (animais > 2 meses de idade)

Piolhos

→ Haemodipsus ventricosus
Tx

• Ivermectina SC 1x semana, 2-3 tratamentos


• Carraças- Ivermectina 0,4 mg/kg SC

FURÕES
→ Dirofilariose
→ Bailisascariose
→ Ectoparasitoses

Dirofilaria spp.

→ Espécie: D. immitis

Vetores - mosquitos culicídeos

Epidemiologia

• Animais com vivam em zonas endémicas e com acesso ao exterior


• Transmissão e epidemiologia ≈ dirofilariose canina
• Apresentação clínica mais ≈ dirofilariose felina
• Período pré-patente = 6 meses

Sx

• Letargia, tosse, dispneia, ascite, morte súbita

Dx

• Esfregaço sanguíneo a fresco, corados, técnicas de concentração (Knott) falso


negativos - microfilaremia não é frequente
• Serologia - ELISA, Imunofluorescência, hemaglutinação, imunocromatografia
• Ecocardiografia falsos negativos devido ao baixo número de parasitas no ventrículo
direito
• Rx, ECG
Tx

• Larvicida - Ivermectina SC q30 dias até microfilarémia desaparecer


• Adulticida - Melarsomina IM profunda; 1 mês depois repetir (SID, 2X)
• De suporte
▪ Furosemida
▪ Abdominocentese/toracocentese
▪ Prednisona
▪ Repouso em gaiola 4-6 semanas
• Seguimento
▪ Repetir teste Ag 3 meses depois do tratamento

Px

• Selamectina, lactonas macrocíclicas (Ivermectina, Milbemicna)

Baylisascaris procyonis

HD - guaxinins, doninhas…
HI - roedores, furões, chinchilas, leporídeos) (Zoonose: encefalite, larva migrans visceral)
Elevada mortalidade

Sx

• Ataxia, paresia, incoordenação, paralisia, torcicolo, convulsões, tremores, coma

Dx

• Histologia: meningite, necrose multifocal, larvas no cérebro, cerebelo e medula


• Coprologia HD (flutuação)

DD → Toxoplasmose
Tx (pouco eficaz)

• Fenbendazol, ivermectina

Px

• Evitar contacto com fezes de guaxinins, doninhas (ovos embrionados com larvas
infectantes após 30 dias)
• Boas condições higio-sanitárias

Otodectes spp. → ácaro + frequente no furão!

→ Espécies: O. Cynotis

• Distribuição - Cosmopolita.
• Vias de infecção - contacto directo
• Zonas mais atingidas - orelhas
Sx

• Canal auditivo - hipersecreção de cerúmen acastanhado → crosta


• Infecções bacterianas secundárias → otite purulenta
• Abanar cabeça
• Reflexo oto-podal
• Massas cerosas fétidas

Dx

• Sx:
▪ Estimulação reflexo oto-podal
▪ Prurido auricular
▪ Altamente contagioso
• Zaragatoa ótica
▪ Esfregaço - estereoscópio/microscópio (fundo escuro)
• Otoscópio - Presença de ácaros brancos sobre cerúmen escuro

DD → micoses, otites não parasitárias; epiteliomas do canal auditivo

Tx

• Limpar canal auditivo com agentes que produzam lise do cerúmen


• Produtos comercializados com acaricida, fungicida, AB, corticosteróides, analgésicos
locais (tx: 2-2 dias durante 15 dias)
• Isolar animal infectado
• Tratar animais em contacto com animal infectado

Sarcoptes spp.

→ Espécies - S. scabiei (animais domésticos, Homem)

• Vias de infecção: contacto directo


• Zonas mais atingidas - Dedos, patas → disseminação por todo o corpo

Sx

• Eritema, prurido intenso, crostas de soro e sangue seco, escoriações por


automutilação, alopécias
• Casos mais graves - toda superfície cutânea comprometida → degradação estado geral
+ odor ácido desagradável (rancificação secreções sebáceas)

Dx

• Sx
• Lab: Raspagens na periferia das lesões em diferentes locais

DD → dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP), dermatite

Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP)

• Lesões primárias
▪ pápulas com crosta → prurido intenso
▪ Auto-mutilação → alopécia, dermatite húmida
▪ Dermatite miliar → pequenas pápulas (palpação) castanhas com crosta

Tx

• Lufenuron, selamectina, imidaclopride, fipronil (metade dose gato)

Px

• Tratar animais em contacto com animal infectado


• Desinfectar locais em contacto com o animal (lavar, aspirar, insecticidas)
• Vazio sanitário
• ↑ produção de sebo → Fipronil activo durante mais tempo do que no cão e gato

ROEDORES

→ Protozooses
▪ Protozooses intestinais
→ Helmintoses
→ Ectoparasitoses
▪ Pulgas
▪ Pediculose
▪ Demodecose
▪ Sarna
Protozoários

→ Giardia muris mesocricetus, G. caviae (cobaios), Spironucleus muris


→ Tritrichomonas muris
→ Eimeria caviae (Cobaios)

Sx

• Distensão abdominal, diarreia, diarreia em animais jovens e/ou debilitados, nanismo


• ++ jovens, animais imunodeprimidos

Dx

• Flutuação, Esfregaços fecais: oocistos, quistos e trofozoitos

Tx

• Metronidazol na H2O durante 14 dias


• Coccidiose (Tratamento + Profilaxia: TMP + Sulfadimetoxina 2 vezes/dia PO 7 dias)

Px

• Manutenção boas condições higieno-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário,


quarentena (animais externos)
• Gaiolas com fundo em rede (não contacto com fezes)

Criptospodiriose
→ Cobaios: Cryptosporidium wrairi
→ Outros roedores: C. muris

• Afecta sobretudo animais jovens ou imunodeprimidos

Sx

• Anorexia, depressão
• Diarreia aquosa, desidratação
• Perda de peso/atraso de crescimento

Dx

• Coprologia (oocistos, coloração Ziehl-Nielsen)


• IFI
• PCR

Tx

• Sem tratamento específico


• Fluidoterapia
• AB (infecções secundárias)
• Sulfametazina na água de bebida parece reduzir mortalidade

Px

• Oocistos muito resistentes à maioria dos desinfectantes


• Evitar contacto entre animais portadores e animais sãos

Nemátodes

→ Murganhos - Syphacia obvelata, Aspicularis tetraptera (depósito ovos no cólon)


→ Ratões - S. muris
→ Hamsters - S. mesocricetti (depósito ovos região perineal)

Sx

• Diarreia, prolapso rectal

Dx

• Fita adesiva da região perianal


• Coprologia (flutuação) - ovos
• Adultos no ceco e cólon

Tx

• Piperazina, ivermectina, fenbendazol

Px

• Manutenção boas condições higieno-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário,


• Quarentena (animais externos)

Céstodes
→ Hymenolepis nana (cb in/directo) zoonose
→ H. diminuta

HD - roedores, cão e homem → zoonose


HI (larva cisticercoide) - pulgas, besouros

Sx

• Assintomático
• Enterite, impactação, abcessos gânglios linfáticos mesentéricos

Dx → Exame fecal - ovos nas fezes

Tx

• Praziquantel, niclosamida

Pulgas

→ Xenopsylla cheopis, Leptosylla segnis, Nosopsyllus fasciatus, Ctenocephalides


felis (vetores de Yersinia pestis; Rickettsia typhus; H. nana)

• Maior incidência em animais mantidos no exterior, em grupo ou em más condições


higio-sanitárias

Sx

• Prurido, Auto-traumatismos

Dx → observação dos adultos ou seus excrementos na pelagem

Tx

• Piretrinas, selamectina, fipronil (tóxico para muitas espécies)

Piolhos (pediculose)

• Piolhos sugadores
→ Polyplax serrata (murganho), P. spinulosa (ratões)
→ Vetores - Eperythrozoon spp., Francisella tularensis, Haemobartonella muris,
Rickettsia typhi
• Piolhos mastigadores
→ Cobaios: Gliricola lindolphi, G. procelli, Gyropus ovalis
Sx

• Prurido, astenia, alopécia, descamação, autotraumatismos, anemia (Anoplura)

Dx → observação microscópica de ovos, ninfas e adultos no pêlo

Tx → Ivermectina

Px
• Manutenção boas condições higieno-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário,
quarentena (animais externos)

Ácaros

→ Cobaios - Trixacarus caviae, Chirodiscoides caviae


→ Ratos - Myocoptes musculinus, Myobia musculi, Radfordia affinis
→ Ratazanas: Radfordia ensífera, Psorergates spp. (folículos)

Sx

• Prurido, alopecia, dermatite, crostas, perda de peso


• Infecções bacterianas secundárias
• Corridas no interior da gaiola; convulsões, morte

Dx → observação microscópica de raspagens

Tx

• Ivermectina (2x intervalos 7-10 dias)


• AINES (maloxican)
• AB

Px

• Manutenção boas condições higio-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário,


quarentena (animais externos)

Demodicose

→ Demodex criceti, D. aurati

• ++ hamster dourado machos e animais idosos; adultos malnutridos ou com infecções


concomitantes

Sx

• Dermatite orelhas, face, patas e cauda

Dx → Raspagens da pele e observação microscópica

Tx

• Ivermectina
• Procurar causas de imunosupressão

Px

• Manutenção boas condições higieno-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário


• Quarentena (animais externos)
Parte II – Répteis e Aves
RÉPTEIS
Protozooses

→ Cryptosporidium serpentis
→ C. saurophilum

• Mais frequente em serpentes (zoonose?)

Sx

• Depressão, anorexia
• Gastrite hipertrófica crónica (regurgitação pós-prandial, distensão abdominal, perda
de peso) (serpentes)
• Enterite (lagartos)

Dx

• Massa palpável (nem sempre presente) na região gástrica


• RX de contraste, endoscopia (engrossamento mucosa gástrica)
• Coprologia fezes frescas/coloração ZN: oocistos
• IFI

Tx

• TMP+ sulfas
• Espiramicina
• Paramomicina

Entamoeba invadens (serpentes, lagartos)

Sx

• Anorexia, perda de peso, vómito, diarreia hemorrágica/mucóide, morte

Dx

• Necrópsia: abcessos hepáticos com trofozoítos, lesões (úlceras, edema, necrose) ao


longo do aparelho digestivo (estômago-cloaca)

Tx

• Metronidazol
• Tetraciclinas
• Paramomicina (ineficaz fase hepática)

Px

• Manutenção boas condições higieno-sanitárias e Quarentena (animais externos)

a) Coccidioses
→ Eimeria (vesícula biliar)
→ Isospora spp. (vesícula biliar + intestino)

• Podem afectar todas as espécies mas mais patogénicos em dragões-barbudos e juvenis

Sx

• Anorexia, diarreia, desidratação

Dx → Coprologia/ esfregaços: oocistos

Tx

• TMP + Sulfamidas
• Fluidoterapia
• Limpeza terrários, recipientes de comida e bebida

Nematodoses

→ Strongyloides sp.
Adultos - ID
Larvas - aparelho respiratório, granulomas cutâneos (larva migrans cutaneae)
Sx

• Gengivite, estomatite, perda de peso, pneumonia, morte

Dx

• Aspirados pulmonares, cavidade oral - ovos embrionados


• Coprologia - ovos embrionados, larvas
→ Physaloptera sp. , Kalicephalus sp. , Ophidascaris sp.
Adultos no ID
Larvas fazem migrações

Sx

• Úlceras gástricas
• Granulomas com obstrução gástrica (Kalicephalus sp.)
• Regurgitação pós-prandial de comida e parasitas adultos
• Anorexia

Tx

• Fenbendazol, Ivermectina (tóxico: paralisia, ataxia e morte)

Px

• Manutenção boas condições higio-sanitárias: limpeza jaulas, vazio sanitário,


quarentena (animais externos)
Cestodoses

→ Spirometra sp.
Sx

• Abcessos subcutâneos

Dx

• Proglotes ao redor da cloaca


• Coprologia: ovos

Tx

• Praziquantel
• Remoção cirúrgica das larvas no interior dos abcessos

Trematodoses

→ Cavidade oral - Dasymetra sp. (cobras e lagartos)


→ Pulmões - Lechiochis sp. (cobras e lagartos), Heronimus sp. (tartarugas)
→ Estômago - Zeugorchis sp. (cobras e lagartos), Dictyangium sp. (tartarugas)
→ Aparelho urinário - Styphylodora sp. (cobras e lagartos), Neopolystoma sp.
(tartarugas)

Dx

• Pesquisa de ovos nas fezes/urina


• Histopatologia

Tx → Praziquantel (não totalmente eficaz)

Acarioses

→ Ophionyssus natricis (pele) → transmissão mecânica dos


→ Ophiopneumicola sp. (pulmões) bacilos Aeromonas spp.
(septicémia hemorrágica)
Sx

• Astenia, prurido, lesões pregas de pele, pele áspera, anemia, infecções 2ias, morte

Dx

• Visíveis a olho nu (se em elevado nº) ao redor pálpebras, entre as escamas


• Raspagem superfície do corpo sobre uma folha + observação parasitas

Tx

• Difícil, taxa elevada de recidivas e reinfestações


• Ivermectina (tóxico para as tartarugas), piretrinas, fipronil (terrários)
• Re-hidratação
• Desinfestar terrários (eliminar troncos, aparas de madeira)
• Utilizar papel de jornal até terminar tratamento.
Carraças

→ Amblyomma sp., Hyalomma sp., Ixodes sp., Ornithodoros sp.

• Transmissão de hemoparasitas, bactérias e vírus

Sx

• Anemia, paralisia e degeneração muscular (Ornithodoros sp.)

Tx

• Remoção manual
• AB (infecções bacterianas nos locais de fixação das carraças)

Px

• Manutenção boas condições higio-sanitárias, quarentena (animais externos)

Aves
Aves de Falcoaria

→ Aves de rapina diurnas - Falconiformes e Accipitriformes


→ Aves de rapina noturnas – Strigiformes

Psitaciformes

Ordem: Psitaciformes
Família: Psittacidae
→ 82 géneros e 303 espécies
→ Animais de estimação
Protozoários

a) Hematozoários

→ Haemoproteus spp., Leucocytozoon spp. e Plasmodium spp

• Ampla distribuição em aves selvagens, > incidência em Passeriformes


• Transmitidos por insectos hematófagos, mais concretamente culicóides (família:
Ceratopogonidae; género: Culicoides) e moscas hipoboscídeas (família: Hippoboscidae;
género: Pseudolynchia)

Dx

• Detecção e identificação de hemoparasitas, baseia-se na observação de esfregaços


sanguíneos ao microscópio óptico.

b) Coccidiose

→ Atoxoplasma (Família: Eimeriidae)


• É considerada a coccídia das aves com + ampla distribuição geográfica, estando apenas
ausente na Antárctida e com > incidência em Passeriformes.
• Frequente em: Passeriformes, Psitaciformes, Falconiformes, Galiformes e
Columbiformes
• Associadas a células intestinais
• Ciclo de vida direto (indireto nas aves de rapina)

Sx → inespefícica

c) Giardiose → protozoário flagelado do género Giardia

• Aves de rapina, garças, tucanos, Anseriformes e Psitaciformes


• Ciclo de vida direto
• Muito importante em aves de cativeiro, sobretudo Psitacídeos

Sx → diarreia sinal mais comum

Helmintes

• Patogenicidade em aves selvagens ainda é um tema em debate, pois existem poucas


evidências de efeitos adversos nas aves parasitadas.
• Podem ocorrer múltiplas infecções parasitárias, sendo difícil afirmar qual o helminte
causal de eventuais efeitos.

a) Nemátodes

Ascaridose → Superfamília Heterakoidea


→ Família Ascaridiidae - género Ascaridia
• MB - Cavidade oral, esófago e proventrículo das aves
• Psitaciformes, Columbiformes, Galiformes e Falconiformes, comum em aves de rapina
• Ciclo de vida direto
• Ovos ovais, possuindo uma casca lisa
• Ovos embrionados (contendo L3) - forma infetante
• 3 géneros: Ascaridia spp., Porrocaecum spp. e Contracaecum spp.

Sx
• diarreia esverdeada, regurgitação, anemia, fraqueza, prostração, obstrução intestinal,
desidratação e morte.

Espiruridiose → Família Spiruridae

• MB - proventrículo e moela
• Incomuns nas aves de estimação
• Ciclo de vida indireto

Sx → diarreia com alimento mal digerido, perda de peso, podendo levar a morte

Capilariose → Género Capilaria

• Psitacídeos, Aves de Rapina, Columbiformes, Galiformes e Anseriformes


• Ovos bioperculados com forma semelhante a um barril
• Ciclo de vida geralmente direto

Sx → inespecifica

b) Cestodose (Filo Platyhelmintes)

→ Géneros Cladotaenia e Paruterina


• Parasitas de aves de rapina
• Afetam muitas espécies de aves, não sendo comuns em aves granívoras
• Ciclo de vida indireto
• HI - insetos, artrópodes moluscos, anelídeos ou roedores

Sx

• Aves assintomáticas
• Sx inespecífica

c) Trematodose (Filo Platyhelmintes)

• Mais frequente em aves aquáticas mas também descritos em psitaciformes,


passeriformes, galiformes e aves de rapina
• MB - Intestino delgado
• Ciclo de vida complexo com 1 ou mais HI

Sx

• Sinais clínicos gastrointestinais


• Infecção severa pode levar a morte

Dx
• Lab
▪ Pesquisa de formas parasitárias presente nas fezes (+ comum ovos )
▪ Recolha de fezes por zaragatoa cloacal ou recolha de fezes nas instalações
▪ Manter amostras refrigeradas
▪ Primeiro exame - exame macroscópico
▪ Métodos principais: exame direto, método de flutuação, método de
sedimentação, técnica de Baermann, PCR, ELISA, IFI
▪ Outros: McMaster, FLOTAC e cultura fecal

• Post-mortem → Necrópsia

Ectoparasitas

a) Piolhos

• Denominados malófagos, são considerados os ectoparasitas mais comuns neste grupo


de vertebrados
• Parasitas obrigatórios, com todo o ciclo de vida ocorre nas aves.

b) Carraças – Ixodídeos

c) Ácaros Subordem Mesostigmata


Famílias: Dermanyssidae e Macronyssidae
• Parasitas comuns das aves

Dermanyssus gallinae

• Ectoparasita cosmopolita, noturno e hematófago obrigatório


• Em aves silvestres e domésticas. Pode ocasionalmente parasitar mamíferos, incluindo
o Homem.
• É vetor de agentes patogénicos bacterianos e virais, alguns deles com potencial
zoonótico.

CB - Dermanyssus gallinae passa grande parte do seu ciclo biológico fora do hospedeiro,
recorrendo a este apenas durante a noite para se alimentar.

Sx

• ↓ da produção de ovos, perda de peso, anemia, depressão, prurido, dificuldade


respiratória, mortalidade elevada em crias e por vezes em fêmeas reprodutoras

Ornithonyssus spp.

→ O. bursa
→ O. sylviarum
CB - Ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto

• As fêmeas poem ovos nos hospedeiros e nos ninhos.


• Nos pássaros, a maior parte do ciclo ocorre nos ninhos. Apenas alguns ácaros são
encontrados em pássaros que voam.
• Nas galinhas, os ácaros preferem as penas macias e felpudas (e numerosas)
acumulando-se em algumas penas.
• Os Humanos podem ser infestados ao manipular aves parasitadas.

Sx → ≈ D. gallinae

Tx e Px
• Acaricidas sintéticos - piretrinas (permetrina), piretróides sintéticos, organofosfatos
(malatião, diclorvos, diazinião) e carbamatos (carbaril)
• Pós inertes (sílica)
• Utilização de armadilhas – captura dos ácaros

Ácaros produtores de sarna

Knemidocoptes spp. → são ácaros profundos da pele desprovida de penas nas aves.

• Ocorrem principalmente em galiformes (galinhas, perus), passeriformes (canários,


pardais) e aves psitacídeos (papagaios, araras, periquitos), mas também ocorrem em
piciformes (pica-paus, tucanos) e pássaros anseriformes (patos, gansos, cisnes), aves
de rapina e outros.
• Causam lesões desconfortáveis e potencialmente ameaçadoras à vida.
• Vias de infeção - por contato prolongado e estreito entre as aves, e entre mães e
jovens ainda sem penas.

Principais espécies de Knemidocoptes que afetam as aves:

→ K. mutans, K. gallinae e K. pilae (≠ sx)


→ K. pilae
▪ Predominantemente aves psitacídeas – periquitos (Melopsittacus undulatus) e
várias Aves da América do Sul, como araras-de-asa-verde (Arachloroptera spp)
e papagaios da Amazônia (Amazona spp.).
▪ É responsável pela sarna escamosa do bico dos periquitos e é causada quando
os ácaros penetram na pele que circunda o bico e nas áreas levemente
emplumadas.

→ Ácaros da pata escamosa - K. jamaicensis e K. intermedius


→ Ácaros deplumantes - Knemidocoptes gallinae, Knemidocoptes laevis e
Neocnemidocoptes gallinae (infestam principalmente as penas das aves)

Patogenia

• Os ácaros causam lesões escamosas, com crostas, acinzentadas ou bronzeadas na pele


sem penas, especialmente nas patas, pés e redor do bico, pálpebras e áreas
perioculares.
• Penetram diretamente nos folículos das penas, dobras da pele e na epiderme,
formando cavidades semelhantes a bolsas e produzindo bolsas secundárias,
resultando em uma lesão em favo de mel.
• Geralmente nos pássaros não são visivelmente pruriginosas. Em casos graves, o bico,
pés e dedos dos pés podem ficar deformados.
• Os ácaros também afetam passeriformes, aves e aves de rapina

Dx

• Com uma lâmina de bisturi ou uma espátula, obter uma pequena amostra de detritos,
escamas e crostas queratinizadas da área afetada.
• Em seguida, colocar amostra numa uma lâmina pré-humedecida com uma gota
lactofenol de Amman ou de óleo mineral.

Tx e Px

• Isolar e tratar todas as aves com lesões e todas as aves que tiveram contato direto
com aves sintomáticas.
• Ivermectina → droga de eleição, pode ser administrada PO, tópica ou injetável.
• Moxidectina - pou-on ou injetável
• Evitar o uso de ectoparasiticidas tópicos + antigos, (rotenona e lindano, tóxicos)
• A terapia adjuvante inclui amolecimento de crostas com emolientes não tóxicos e
solúveis em água, como o gel de aloe vera (cuidado para não entupir as narinas)
• Se as narinas estiverem obstruídas com crostas, remova-as cuidadosamente para
restaurar o fluxo de ar normal.
• A reprodução deve ser interrompida até que a infestação seja eliminada e alguns
indivíduos podem precisar ser abatidos.
• Desinfestar gaiolas, poleiros e poleiros para evitar a propagação para outras aves.
• Se possível, realizar uma avaliação clínica completa das condições subjacentes, porque
a infeção por Knemidocoptes geralmente é secundária a outros processos de doenças
imunossupressoras.

Tx e Px das Parasitoses

• Antiparasitários de acordo com o parasita em causa


• Atenção na administração de anti helmínticos

Px → Boa higiene diária, controlar iluminação, temperatura e ventilação, ↓ fatores de stress

Tx → Como tx/px geralmente é utilizada Ivermectina mas esta não abrange os todos os
parasitas (céstodes e tremátodes)

Coccidiose → Metronidazol
Giardia → Metronidazol
Helmintes → Ivermectina
Parasitoses dos Peixes

a
PEIXES
Presença de parasitas em pequenas quantidades poderá ser considerada normal

Se sistema imunitário do peixe estiver afectado ou ↑↑ carga parasitária → doença


parasitária.

PROTOZOARIOS FLAGELADOS

Amyloodinium ocellatum “Marine velvet disease”

AS Trofonte 50 a 350 micras

Biologia

Morre se temp < 17ºC.

x 23-25º.

Também infecta elasmobrânqueos

Patologia

 especificidade de espécie.

Dourada, robalo, tilapia

Brânquias e se exacerbado também pele, barbatanas e tubo digestivo.

Diagnóstico/Tratamento.

imersão prolongada em sulfato de cobre, cloroquina ou AD

Cryptobia sp. AD AS 10 a 20x3 a 6 micra

C. branchialis C. agitans C. iubilans – “Malawi bloat” em cíclideos

Biologia

Biflagelados

Ciclo biológico com vector ou directo(cerca de 40 com vector ).

Vector – sanguessuga

Patologia

Geralmente pouco patogénicos.

Menos aderentes que I. necator.

Afecta + branqueas e tracto digestivo. Por x pele.

Sinais:

anorexia e emagrecimento.

Lesões: granulomas por C. iubilans + no tracto digestivo


Trypanoplasma sp. AD AS

Ciclo biológico com vector.

Biologia

Classificação controversa: serão formas hemáticas de Cryptobia sp.

Patologia

Geralmente parasitas hemáticos. Sinais: anemia, exoftalmia, ascite, letargia e anorexia.

PROTOZOARIOS CILIADOS

Geralmente ectoparasitas e reprodução por fissão binária

Ciclo biológico directo.

Sinais

excesso de muco cutâneo, escurecimento cutâneo, barbatanas erodidas, prurido,


peixe á superfície, letargia, anorexia, dispneia e por vezes morte

Diagnóstico

ID do parasita nos exame a fresco em lâmina e lamelas dos tecidos lesados. Histologia.

Tratamento

formalina e/ou banhos de água doce ou salgada, permanganato de potássio e se


excepções está assinalado

Tetrahymena corlissi 60um x 30um AD

Sinais

pequenas manchas esbranquiçadas e erosões cutâneas,  vol. abdominal .

Tratamento

ineficientes se em fase avançada da infecção.

banho AS seguido de formalina Se infecção avançada tentar nitrofurazona ou azul de


metileno. Importância dos UV.

Uronema marinum 30um x 50um AS

Patologia

U.marinum: pele, branqueas e orgãos internos. Sinais: dispneia e por x morte.

Diagnostico Tratamento

Uronema: banho de AD seguido por imersão em formalina. Cloroquina.


Chilodonella hexasticha Chilodonella piscicola AD 30 a 80x20 a 60 micra

Biologia

Toleram largo espectro de temperatura. Chilodonella sp 30um x 70um Possibilidade de


quistos persistentes.

Patologia

patogenicidade. Sinais e lesões: necrose de células epiteliais cutâneas e branqueais.


Por x morte.

TT:

ácido acético na Chilodonella sp.. Formalina imersão prolongada, permanganato


potássio.

Brooklynella hostilis AS 56 a 86x32 a 50 micra

Biologia

B. hostilis 35um x 85um Grande motilidade

Patologia

patogenicidade.

Sinais e lesões

necrose de células epiteliais cutâneas e branqueais. Por x morte.

Tratamento

B. hostilis resistente ao cobre.

Tricodinas AD AS 30 a 90 micra Trichodina sp. Trichodinella sp.

Biologia

Espécies patogénicas geralmente especificas de AS ou AD

Patologia

Pele e brânquias e por vezes orgãos internos se imunosupressão.

Por x crónica → ↓ morbilidade e mortalidade .

Diagnostico

esfregaço a fresco TT: fácil; formalina;

Manipulação de salinidade.

Optimizar maneio e Q.A.

Ichthyophthirius multifiliis AD Trofonte até cerca de 1000 micra


Cryptocaryon irritans AS Trofonte 48 a 450x27 a 350 micra

Biologia

C.B. directo

(≈ 2 parasitas)

C.B.:

15 dias a 15ºC

10 dias a 20ºC

6 dias a 27ºC

Toleram largo espectro de temperatura.

Resistência á infecção varia com espécies.

Portadores assintomáticos(ex: peixe balão)

Patologia

Doença dos pontos brancos/”Ich”.

Trofonte subepitelial → hiperplasia epitelial e por x necrose.

Qd libertado → infecção bacteriana 2ª e alterações osmóticas.

Diagnostico/Tratamento

Se administrado na água só eficiente para forma livre infectante/teronte. Repetição do


tt/ para destruir terontes que se vão libertando dos tomontes.

Intervalos:

5 dias se >16ºC

7 dias se 10-16ºC

14 dias se <10ºC

Sulfato de cobre( + no C. irritans), formalina com ou sem verde malaquite, água


salgada ou hipossalinidade, etc.

Via oral: cloroquina - será eficiente contra trofonte. Tratar também bactérias
secundárias.

Profiláxia

quarentena adequada. Vacina no futuro

PROTOZOARIOS MICROSPORIDEOS

Intracelulares / C.B. directo.


Infestação por esporos muito resistentes veiculados pela água ou por vectores como
Daphnia sp..

esporos agrupam-se nos tecidos afectados em estruturas → xenomas // brânquias,


gónadas, músculos e….

Por x elevada patogenicidade e morte.

Dg

Visualização microscópica do parasita / fresco / coloração / histologia. Especiação por


M.E.

TT

Não há. Não há tratamento. Estudos com investigado fumagillin ( usado micrósporideo
Nosema sp. nas abelhas)

Optimizar medidas de prevenção.

Major pathogens

Pseudoloma neurophilia / Microsporidiosis

High prevalence (ZIRC - 30 a 70% positive facilities)

Parasites - brain, spinal cord, gonads and muscles. “Free spores” suspended in water/bottom
tanks

Subclinical or clinical infection // Stress → ↑infection evolution and intensity

↓↑ normal behavior / SPF zebrafish for in neuroscience research ?? / interference with


autofluorescence studies

Vertical transmission / embryo surface disinfection ?? (1%) / ≥ 3 mounths exposure of


sentinels

No treatment available / tank isolation / follow-up of related animals / secure progeny and or
culling (if positive tank - cull?!)

METAZOARIOS TREMATODES MONOGENEOS

Frequentes e geralmente bem tolerados em peixes no habitat natural.

Em cativeiro ↑ infecções importantes cohabitação de inúmeras espécies frequente


sobrepopulação maneio e Q.A. inadequados …..

↑ carga parasitária → ↑lesões + ↓ imunidade (stress) → ↑ morbilidade e


mortalidade

Por x monogéneos ↑ especificidade de hospedeiro.

Se ↓ especifidade → ↑ risco se ≠ espécies cohabitantes + ↑[ ] pxs

Adaptações para se fixar na pele ou nas brânquias


0,5 mm a 10 mm (máximo é 5 cm) de comprimento

Orgão de fixação pode ter ganchos, ventosas ou cola

Alimentam-se de muco e células da pele e por x sangue

C.B. directo e termo-dependente

Ovíparos (+) ou vivíparos (perigo e tt)

Sinais:

excesso de muco cutâneo, alterações focais de cor da pele, prurido, anorexia, dispneia,
edema corneano, letargia e morte

Lesões:

hemorrágicas, hipertorfia ou hiperplasia branquial, perda de células epiteliais ou da


função de barreira do epitélio com alterações do equilíbrio osmótico e infecções por
bactérias secundárias.

Dx

visualização macro e microscópicamente dos parasitas e ovos

Prevenção e atenuação:

controlar factores predisponentes e adjuvantes → maneio e qualidade de água


deficientes.

TT

tipo de ciclo biológico do parasita Formalina, água doce/salgada, hipossalinidae,


praziquantel ou em último caso os organofosforados como triclorfão

Importância da quarentena

Gyrodactylus sp. AD AS G. salaris Salmonídeos

Vivíparo. < 1mm. Infectam pele e barbatanas.

Baixa especificidade de hospedeiro.

G. Salaris : tt: solução acídica de alumínio, Rotenone

DDO

Dactylogyrus sp. AD

Ovíparo. < 1mm. Infectam brânquias.

Benedenia sp. AS

Ovíparo. 1-3 mm. Infectam pele.

Neobenedenia sp. AS

Ovíparo. 1-3 mm. Infectam pele.


Discocotyle sp. AD AS

Ovíparo. Infectam brânquias.

METAZOARIOS/TREMATODES DIGENEOS

C.B. complexo com 2 ou + hospedeiros intermédios, um deles um invertebrado (ex:


caracol)

Pxs no habitat natural ou em lagos AS AD

Achatados com 0,5 a 5 cm de comprimento em adultos

TGI, músculos e olhos Por x no sangue Sanguinicola sp em ciprinídios e salmonídeos

Lesões:

metacercárias nos músculos, brânquias, olhos, … (tb entrada, migração e saída do


parasita)

Sinais:

nódulos cutâneos de cor variável, alterações de comportamento/natação/alimentação,


exoftalmia uni ou bilateral, cegueira e magreza.

Rara a morte mas deformação cutânea ou cegueira provocam grandes prejuízos.

Dg:

observação dos parasitas / metacercárias nos músculos, pele, cristalino e outras


estruturas oculares, brânquias, sangue, ….

TT:

remoção cirúrgica dos quistos /metacercárias. Praziquantel destrói metacercárias


enquistadas e parasitas adultos

Prevenir / minimizar infecções

controlar presença de hospedeiros intermédios invertebrados e aves

Clinostomum sp. AD

Infectam a pele. Nódulos brancos ou amarelos.

Diplostomum sp. AD AS

Infectam os olhos/cristalino e a cavidade cerebral em “ minnow fish”

Neascus sp. AS

Infectam pele. Nódulos pretos. “Black spot”.

Posthodiplostomum sp. AD

Infectam pele. Nódulos pretos. “Black spot”.

Sanguinicola sp. AD
Infectam sangue, coração, rim e brânquias.

METAZOARIOS NEMATODES

+ no tgi, cor branca ou avermelhada até 3 cm

Formas larvares → cavidades corporais, fígado, músculos, brânquias, etc.

Grande parte c/ especificidade de hospedeiro elevada.

C.B. complexo com pelo menos 2 hospedeiros e não são hemafroditas.

Algumas espécies c/ C.B. directo → permite aumentar infestação rápidamente.

Dg:

observação dos parasitas ou dos seus ovos.

TT:

adultos → fenbendazole ou outros antihelminticos larvas enquistadas não têm


indicação terapêutica.

Evitar hospedeiros intermediários → ↓propagação da infecção.

Isolar pxs com nematodes de ciclo directo e destruir os parasitas que estão no tanque.

Camallanus sp. AD

Infectam o tubo digestivo. “Red worm”. Infecta vivíparos. Parasitas pendurados no anûs.

Capillaria sp. AD

Infectam o tubo digestivo. Grande parte com ciclo biológico directo. Frequente em ciclídios e
peixe anjo. Fezes + claras por aumento do muco.

Philometra sp. AD AS

Infectam pele, barbatanas e visceras. “Blood worm”.

Anisakis sp. AS

Infectam vísceras e músculos.

METAZOARIOS COPEPODES

Geralmente ectoparasitas.

Infectam pele, barbatanas e brânquias.

Lesões cutâneas provocadas pelo modo de alimentação dos parasitas.

Perturbação do equilíbrio osmótico.

Sinais:

prurido, agitação, excesso de muco, etc.


Dg:

visualização macroscópica e/ou microscópica dos parasitas na pele, brânquias ou boca.

Tratamento

Remoção manual se possível, manipulação salinidade, secagem, luta biológica

Químicos: inibidores da quitina (diflubenzuron, lufenuron e dimilin), avermectinas,


H2O2 , organofosforados / geralmente + de uma aplicação por tratamento

Caligiformes

Infectam a pele.

Caligus sp. AS

Caligus sp.: baixa especificidade de hospedeiro. “Sea lice”. Machos e fêmea são
parasitas.

Patologia

Hemorragias petequiais nos locais de fixação e infecções bacterianas secundárias.

Lepeophtheirus sp. AS < 1 cm

Lepeophtheirus sp.: ciclo biológico mais simples. Macho é parasita da fêmea

Patologia

Hemorragias petequiais nos locais de fixação e infecções bacterianas secundárias.

Branquíuras

Argulus sp. AD AS < 1cm e A. japonicus – em koi e peixe dourado

Hematófagos.

Mais frequentes em lagos do que em aquários.

Ciclo biológico directo com ovos no substracto.

Patologia

patogenicidade se infecção ligeira.

Sinais:

prurido, agitados e excesso de muco.

Lesões inflamatórias nos locais de alimentação. Transmissores de vírus (SCV) e


nematodes.

TT:

formalina, permanganato de potássio,. Para as formas larvares em água doce usar


imersão em sal 2%.
Isópodes

Flabelíferos < 6cm e Gnatídeos < 1cm Gnathia sp.

Biologia

Baixa especificidade de hospedeiro.

Flabelíferos: geralmente ectoparasitas e por vezes na boca.

Gnatídeos: infectam pele e brânquias. Geralmente só a forma larvar é parasítica.

Patologia

Podem ser obstáculo na alimentação causando emagrecimento e crescimento


retardado.

Gnatídeos podem provocar hemorragias focais e morte em pequenos peixes.

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