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Os Mecanismos da Evolução

Muitas espécies de cucos e chupins põem seus ovos nos lução. Quando você compreender esses processos, entenderá os meca?
ninhos de unhas espécies de pássaros, Esse comporta— nismos da evolução.
mento é conhecido como parasitismo de ninho; os passar
ros hospedeiros ireqtientemente incubam os ovos e criam os filhotes
parasitas. Pássaros hospedeiros que aceitam ovos parasitas e os criam Charles Darwin e a Adaptação
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menosª ª doque“ & '
O termo , " possui dois '
em biologia evolutiva. O
que reconhecem os ovos parasitas e os destroem empurrando-os para primeiro refereVse a caracfeástiras que aumentam a sobrevivência e o
fora dos ninhos. sucesso reprodutivo dos indivíduos que as possuem. Por exemplo,
Para investigar a evolução desse comportammto de defesa, biólo- auedita—se que as asas são adaptações para o vão, a teia de uma aranha
b cucoseseus' , ' rr-áreasondeÍ * é uma adaptação para a captura de insetos voadores & assim por dian-
ninho ocorre em diferentes periodos. Em um vale localizado no su— te, 0 segundo significado refere-se ao processo pelo qual essas caracte-
doeste da Espanha, cucos e pegas“ têm convivido por vários séculos. risticas são adquiridas — ou seja, os mecanismos evolun'vos que as pro-
Nesse ambiente, 78% das pegas foram capazes de ranover ovos artifi- duzem '

ciais de cuco colocados experimentalmente em seus ninhos. No entan- Os biólogos consideram um organismo bemradaptado a um deter—
to, em um outro vale da Espanha, no qual os cucos estão presentes ape- minado ambiente quando é possível imaginar (ou, ainda melhor, me
nas desde o inicio da década de 1960, somente 14% das pegas remove— dir a performance) um organismo minimamente diferente do anterior
ram os ovos artificiais de seus ninhos. que se reproduz ou sobrevive com uma menor eficiência do que esse
O comportamento de remoção dos ovos parasitas evoluiu rapida- no mesmo ambiente. Ou seja, adaptação e' um conceito relativo; para
mente no Japão, onde os territórios ocupados por cucos e pegas—de— compreender a adaptação, os biólogos devem comparar a perfomance
asas-azuladas recentemente ocuparam o mesmo espaço. Em uma re- de indivíduos (da mesma espécie ou de espécies diferentes) que dile-
gião onde os micos já parasitavam ninhos de pegas há 10 anos, nenhu— rem entre si em determinadas características. Por exemplo, para inves-
ma pega removia ovos de cuco, no entanto, em áreas onde () parasitisf tigar a natureza adaptativa de teias de aranha, podemos tentar deter-
mo ocorria ta' mais de 20 anos, 42% das pegas os removiam. minar a eficiência de captura de insetos comparando teias feitas por in-
O que pode explicar essas diferenças no comportamento das pe- divíduos de uma mesma espécie mas que possuam pequenas diferen-
gas? A principal contribuição de Charles Darwin para a biologia foi ças em suas conformações. Podemos também medir modificações exis—
propor uma hipótese plausível e passível de ser testada de um meca- tentes nas teias dessa espécie em diferentes situações. A partir desses
nismo de modilicação evolutiva que poderia resultar na adaptação de dados será possível compreender como alterações na estrutura da teia
organismos a seus ambientes. É preciso sempre considerar que 0 am- podem influenciar a sobrevivência e o sucesso reprodutivo dos indiví-
biente de um organismo inclui ambiente físico, indivíduos de outras duos que a teceram.
espécies e indivíduos da espécie em questão. Todos esses componentes
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a ' ' _Zaeosucesso ” ' dos ª"”
Neste capítulo revisaremos como Darwin desenvolveu suas idéias
e as modificações e os avanços que dai ocorreram na compreensão dos
processos evolutivos, Vamos discutir as bases genéticas da evolução,
mostrar como a diversidade genética interpopulacional É medida,
descrever os fatores evolutivos e mostrar como os biólogos desenvol-
vem estudos para investiga-los. Finalmente, vamos discutir as restri-
ções existentes e que bloqueiam ou interferem nos caminhos da ao

Urna Pega e um Filhote de Cuco. ,

Em certas regiões do Japão apenas recentemente a pega—de—asas-azulada's te-


ve contato com o parasitismo de ninho do cuco. Essa pega adulta tomará con—
ta do ªlhote de rum mesmo incorrendo em prejuízo para sua própria prole.

'N. de r. Pega: m européia da família dos corvos.


412 CAPÍTULO - 21
to das mutaçõespode ser ignorado e a seleção natural não está agindo so- >Grande parte da diversidade genética existente em uma determinada
bre ela. espécle e mantida em subpopulaçoes distintas. Rever rigura 11.17.
>Em uma população que se encontra no equilibrio de Hardereinberg, >A diversidade genética existente dentro de uma populaçao pode ser
cias alélicas permanecem constantes ao longo das gerações. mantida por seleção dependente das frequências. Rever Figura 21.18.
Além disso, as frequências genotipiças permanecem nas proporções da-
das por pz + ZW +q1:1. Rever Figura 21.7. Como os Genotipos Determinam os Fenótipos?
>0slriologos podem detemunar se algum fator evolutivo esta atuando >Os genótipos não são os únicos fatores na detemunação dos fenótipos.
sobre uma população pela comparação entre as frequências genotiprças Um determinado fenótipo pode ser produzido por mais de um genótipo.
observadas nessa população e as frequências esperadas para o equilíbrio >0 fenótipo de um organismo e o resultado de uma sequência de preces
de Hardy-Weinberg. sos de desenvolvimento que sofrem a influência tanto de fatores ambiene
tais quanto de genes. Rever Figuras 11.19 e 2110.
Microevolução: Mudanças na Estrutura Genética
das Populações Limites da Evolução
>Mudanças nas heqúências alelieas e genotipreas dentro das populações >Aseleção natural atua pela modificação de frequências de algo que já
são causadas pela ação de diversos fatores evolutivos: mutação, fluxo gê- existe. Uma populaçao nao pode temporariamente ficar metros adaptada
nico, deriva genética e seleção natural. com o objetivo de obter, a longo prazo, alguma vantagem.
>Amutação é a origem da diversidade genética, Aruaiorra das mutações
e' neutra ou deletéria para os organismos nos quais elas ocorrem, mas al- Evolução Rápida (Short-Term) ou Lenta (Long—Term)
gumas podem ser vantajosas, principalmente se ocorrerem modificações >Os padrões de mudanças macroevolutivas podem ser fortemente inr
ambientais. fluenciados por eventos que ocorrem esporadicamente ou a velocidades
>A migração de individuos de uma população para outra seguida de tao baixas que são negligenciados em estudos rrticroevolutivos.Mais evi-
eruzamento no novo local caracteriza o fluxo gênica. Os imigrantes po dências devem ser acumuladas para que possamos compreender os ru-
dem adicionar alelos novos a população ou modificar as frequências de mos tomados pela evolução a longo prazo,
alelos já presentes.
>A deriva genetica altera as frequencias aléijcas de todas as populações,
mas só pode competir com a seleção natural em populações de tamanho Para Discussão
reduzido. Organismos que normalmente se encontram em populações
'
grandespodern d um,, g' A i. “ A dos ultimos 50 anos, mais de 200 espécies de insetos que
'
f—
fa populadonal. Como resultado, apenas uma pequena parcela da popu- atacam plantas cultivadas desenvolveram resistenua ao DDT e a ou-
lação sobrevive. Rever Figura 21.8. tros pesticidas. Fazendo uso dos conhecimentos adquiridos neste car
>Novas populações estabelecidas a partir de um pequeno número de in pirulo,explique como pode ter ocorrido essa rapida e ampla aquisie
dividuos fundadores apresentarão frequendas gêrucas diferentes daque- çao de resistência, Com base em sua aplicação, e possivel propor
las existentes na população parental. Rever Figura 21.10. uma forma de utilização de pesticidas que diminua a rapidez e o al
>Se individuos cruzam mais frequentemente com outros mdividuos por- cance da resistência? Explique. Atualmente, o uso do DUT foi proi -
tadores de um determinado genótipo do que seria de esperar com base do nos Estados Unidos, assim, o que se pode esperar com relação aos
em um padrão de aleatoriedade, ou seja, quando os auzamentos não niveis de resistencia ao DDT em populações de insetos nesse país?
ocorrem ao acaso, as aequmeias dos genótipos homozigotos e heterozíe justifique sua resposm.
gotos serao diferentes daquelas esperadas para o equilíbrio de Hardys No que a seleção artificial promovida pelos seres humanos difere da
.“

Weinberg. Rever Figura 21.11. seleção natural? Considerando as diferenças existentes entre seleçao
>Aauiotecundação, uma toi-rna extrema de cruzamento nãoaleatório, artificiªl e seleção natural, podasse considerar que Darwin foi coeren-
reduz as frequências de individuos hetemzigotus abaixo do que seria es- te ao basear sua teoria de seleção natural em exemplos fornecidos pe»
perado para o equilíbrio de Hardy-Weinberg sem modificar as frequen- la seleção artificial?
cias alélicas. Na natureza, o cruzamento entre individuos nunra acontece de for
>Aseleção natural é o único tato! evolutivo que adapta as popular;“
E“

ma totalmente aleatória: imigração e errugrdçãu são cumulo, (: a sele-


aos seus ambientes, Aseleção natural pode manter as frequências alélicas ção natural raramente está ausente. Por que, eur-ao, podese conside—
ou provocar mudanças dessas ao longo do tempo. rar útil o modelo de equilibrio de Hardy-Weinberg que, sabemos, está
>As seleções estabilizadora, diredonal & dismpu'va modificam as distri- baseado em pressupostos praticamente impossiveis de serem aplicar
buições de fenóh'pos governados por mais de um locus. Rever Figuras dos? Você pode Citar outras situações ou conceitos cientl'licos que es-
,
2112, 21.13 e 11,14. tejam baseados em pressupostos falsos? Como esses modelos são uti-
lizados?
Estudando a Microevoluçâo . Considerando tudo o que sabemos, e' possivel dizer que a seleção na
>Os biólogos estudam a rnrcroevolução por medições da seleção natural

rural não é capaz de adaptar organismos com vista a eventos futuros.


a campo, experimentos de alteração de organismos e construção de mo- Mesmo assim, muitos organismos parecem antecipar certas situações,
delos computacionais. Rever Figuras 21.15 e 21.16. Por exemplo, muitos mamíferos começam o periodo de liberação
enquanto o China ainda está quente e muitas aves iniciam sua migra-
Mantendo a Diversidade Genética ção para as zonas quentes bem antes da chegada do inverno, Como
podem este comportamentos "previdentes" terem evoluído?
>Tanto a deriva genética quanto a seleção estabilizadora e aseleção dire
cional tendem a provocar reduções da diversidade genética, no entanto, a 5. Algumas pessoas acreditam que espécies, assim como organismos inr
maioria das populações apresenta alto grau de diversidade gmetiaa, dividuais, possuem um ciclo de vida. Acreditam que as esperies surr
>Areproduçãq sexual gera uma variação enorme por meio de combinar gem como resultado dos processos de especiação, crescem, apan-
dernrse &, inevitavelmente, morrem como resultado de um ”envelhe-
çõa genoo'picas que aumentam o potencial evolutivo das populações. A '
cimento da espetie". Poderia algum fator evolutivo produrir t ci-
reprodução sexual não influi na treqiiência dos alelos mas gera novas com
elos de vida nas espécies? Se não, como podemos implicar a EJCÍS
binações do material genetieo sobre as quais a seleção natural poderá agir. da de tão altos niveis de extinção de espécies na nªtureza?

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