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14/06/2021 Ead.

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AUDITORIA

DA QUALIDADE

Me. Nathália Junca Nogueira

INICIAR

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introdução
Introdução

Nesta unidade, serão estudados, de forma detalhada, os aspectos iniciais e


essenciais para a execução de auditorias de sistemas de gestão, entre eles os
de auditoria de qualidade. Veremos a importância da delimitação do escopo e
dos objetivos, de modo a buscar auditorias eficazes, assim como em que
estes conceitos se diferenciam. Também veremos quais são as atividades que
compõem o plano de auditoria e as diferentes responsabilidades inerentes a
cada um dos membros da equipe de auditoria (auditor líder, equipe de
auditores e equipe que compõe a gerência da organização auditada). Por fim,
vamos examinar os fatores que devem ser considerados para que se garanta
a melhor composição para a equipe auditora, durante a fase de seleção dos
auditores.

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Escopo e Objetivo da Auditoria

Iniciamos, apresentando o conceito presente na ISO 19011:2018 sobre como


podemos definir escopo de auditoria. Segunda a norma citada, escopo refere-
se à “abrangência e limites da auditoria”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2018, p. 2)

Neste sentido, uma das primeiras decisões a serem tomadas é sobre qual é a
extensão, os limites e os locais de atuação da auditoria, de modo que se
estabeleça os parâmetros para a sua realização. Por causa da delimitação do
escopo, é realizada a identificação da organização (incluindo a análise de
quais são as suas funções), assim como quais processos serão submetidos à
auditoria (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

O escopo é necessário para a equipe de auditoria englobar os produtos,


processos, normas, documentos, contratos, locais, departamentos e
identificar quem serão as pessoas inseridas, no contexto da auditoria
(O’HANLON, 2009).

A definição de escopo deve considerar o tempo de duração da auditoria,


assim como quais funções serão desempenhadas, quais métodos serão

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realizados, quais unidades organizacionais serão analisadas e também quais


processos e atividades serão auditados (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Os métodos de auditoria que podem ser realizados são condução de


entrevistas, observação do trabalho realizado, condução de visita no local,
preenchimento de listas de verificação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2018).

Sobre a forma de execução da auditoria, importante fator para a definição do


escopo é se o local a ser auditado terá o serviço executado de maneira
presencial ou remota. Uma organização que fornece um serviço ou executa
um trabalho por meio de um espaço on-line, de maneira independente de
instalações físicas, é considerada como sendo um local virtual de trabalho e,
neste caso, a auditoria poderá ser remota. Já para as organizações que
necessitam da avaliação in loco dos auditores, demanda que a forma seja
presencial (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

É importante observar a convergência entre as delimitações presentes, no


escopo, nos objetivos e no programa de auditoria. A partir da harmonia entre
eles, será possível a execução adequada das auditorias de qualidade.

Além do escopo da auditoria, faz-se necessário que a equipe defina o escopo


do sistema de gestão que será auditado, uma vez que é primordial informar
se toda a organização estará incluída, ou se funções e seções específicas da
instituição fazem parte do sistema de gestão. Um sistema de gestão pode ser
formado por uma única área ou mais de uma, sendo elas, por exemplo,
gestão da qualidade, gestão de responsabilidade social ou gestão ambiental
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

O(s) objetivo(s) de uma auditoria é (são) o(s) motivo(s) pelo(s) qual(is) ela está
sendo realizada. Antes de se definir os objetivos da auditoria, a equipe deve
considerar as seguintes premissas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2018):

prioridades e perspectivas de partes interessadas;

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atributos e exigências dos processos, produtos, serviços e projetos, e


quaisquer mudanças neles;
requisitos de sistema de gestão;
necessidade para auditorias de fornecedores externos;
nível de desempenho e nível de maturidade do(s) sistema(s) de
gestão do auditado;
riscos e oportunidades identificados para a organização que será
avaliada;
conclusões de auditorias anteriores.

São vários os objetivos possíveis que podem ser definidos por uma
organização para que ela tome a decisão de ser auditada. Dentre eles,
podemos citar os seguintes exemplos (RAMOS, 1991; ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018):

avaliar a conformidade dos procedimentos com as normas


estabelecidas, assim como com todos os requisitos pertinentes;
avaliar a aderência dos métodos empregados com os procedimentos
estabelecidos, assim como a adequação aos objetivos estratégicos do
sistemas de gestão;
avaliar o processo de tomada de decisão da empresa;
avaliar a conformidade das especificações dos produtos/serviços com
base no que foi produzido;
verificar e melhorar a eficácia do sistema de gestão, assim como a
capacidade de implementar oportunidades de melhoria;
detectar possibilidades de ocorrência de problemas, na qualidade de
produtos/serviços;
permitir que a gestão tenha um conhecimento mais profundo da
organização e avalie melhor a sua capacidade de conhecer o
contexto no qual está inserida.

Neste sentido, vimos que o escopo contém a abrangência que terá a auditoria
e o objetivo é o motivo pelo qual ela está sendo realizada. São conceitos
diferentes que se aproximam, quando observada a importância que ambos
têm no processo de realização de auditorias.

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A definição do escopo e dos objetivos são os passos iniciais do planejamento


de um programa de auditoria. Estas informações devem estar registradas, no
plano de auditoria, de modo a permitir que ela seja realizada de maneira
eficaz e eficiente, cumprindo os prazos delimitados (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

praticar
Vamos Praticar
O escopo compreende-se como sendo a definição da abrangência e dos limites do
programa de auditoria a ser realizada. Neste sentido, podemos afirmar que se trata
de uma etapa basilar para o planejamento. Sobre o escopo de auditoria, é correto
afirmar que:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 19011:


Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou
ambiental. Rio de Janeiro, 2018.

a) Nesta etapa, define-se o tempo de duração da auditoria.

b) O escopo deve ser definido, na etapa de execução da auditoria.

c) A definição do escopo tem a ver com o devido cuidado do profissional.

d) Um exemplo de escopo pode ser “Avaliar o processo de tomada de decisão da empresa”.


e) Devem ser considerados riscos e oportunidades identificados para a organização que será
avaliada para a definição do escopo.

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Plano de Auditoria

O plano de auditoria é o documento no qual são descritas as atividades e os


arranjos para uma auditoria (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2018). No plano, devem constar informações essenciais acerca dos objetivos,
critérios, escopo, data, local, duração e sequência das atividades que serão
realizadas pela auditoria (SOUZA et al., 2012).

De acordo com o organismo certificador, o plano de auditoria (nomenclatura


definida pela norma ISO), também pode ser chamado de agenda ou
cronograma de auditoria.

Para entender o contexto do auditado, o plano de auditoria deve considerar


os aspectos organizacionais, tais como questões internas e externas à
organização e o grau de sigilo e confiança que devem ser adotados para as
informações produzidas. Além destes aspectos, é, igualmente, importante que
o líder da auditoria avalie os riscos, no planejamento da auditoria.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018)

Quando os riscos são apresentados, no planejamento da auditoria, o auditor


líder define como será o tratamento dos riscos de modo a facilitar a condução

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da auditoria. Desta forma, serão discutidas as situações que podem ocorrer


de maneira inesperada e como elas podem ser corrigidas (caso seja possível a
alteração do cenário), de modo a evitar as chances de interrupção da
auditoria (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Cabe, aqui, detalhar a figura do auditor líder que, resumidamente, é o


responsável pela equipe de auditores e é definido pelo gestor do programa
de auditorias da empresa. Veremos as principais funções deste profissional e
o detalhamento de suas funções, no tópico 2.3, desta unidade.

Um exemplo de risco a ser identificado pelo auditor líder é o mapeamento


das possibilidades de não atingimento dos objetivos da auditoria. Tal
delimitação deve constar em relatório próprio (plano de contingência), a ser
apresentado para os gestores que serão auditados, na reunião de abertura da
auditoria, de modo a buscar a adoção de medidas que previnam os riscos.

Questões a Serem Observadas no


Planejamento da Auditoria
A equipe de auditoria deve observar a inclusão de diversos detalhes, para
garantir que o plano de auditoria reflita o serviço a ser executado, assim
como esclareça as possíveis dúvidas por parte dos gestores que serão
auditados.

Assim, o plano de auditoria deve observar (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS, 2018):

estrutura da equipe de auditoria e a competência de seus membros;


quais serão as técnicas de amostragem adequadas para o objeto a
ser auditado (são exemplos de técnicas de amostragem estatística e
a baseada em julgamentos);
as possibilidades de melhoria, na eficácia e eficiência da auditoria;
mapear os riscos que podem influenciar, no alcance dos objetivos
definidos, para a auditoria, devido às falhas do plano. Também

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devem ser discutidas as ações necessárias, para reverter (ou


minimizar) os riscos;
identificar os riscos gerados para os gestores auditados decorrentes
da auditoria (exemplo deste tipo de risco: interrupção temporária da
produção);
indicar quem será(ão) o(s) representante(s) da organização auditada
que vai(ão) se relacionar com a equipe de auditores;
estabelecer o idioma que será adotado para a execução das tarefas e
que constará, no relatório, em caso de existência de diferenças de
comunicação entre o auditor e o auditado;
definir os tópicos que farão parte do relatório de auditoria;
definir como se darão a logística e as comunicações entre a equipe,
incluindo especificidades para o local a ser auditado;
resgatar as possíveis informações sobre as auditorias anteriores
realizadas, tais como: lições aprendidas ou análises críticas
realizadas;
definir as atividades de acompanhamento da auditoria a ser
realizada;
definir os critérios de confidencialidade e segurança das informações
produzidas;
no caso de auditorias conjuntas (quando equipes diferentes
conduzem auditorias no mesmo auditado), deve-se detalhar as
atividades de acompanhamento das auditorias.

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saiba mais
Saiba mais
Você sabe a diferença entre eficiência e eficácia no ambiente corporativo?
Segundo o autor Chiavenato (1994, p. 70), eficiência “é uma medida normativa da
utilização dos recursos”, relaciona-se com a medida de custos e benefícios e o
melhor modo de se fazer o que é feito, utilizando-se os recursos de maneira mais
racional. Já a eficácia “é uma medida normativa do alcance dos resultados”, tem a
ver com cumprir as metas (independentemente da forma como isso ocorreu).

Fonte: Chiavenato (1994, p. 70).

Conteúdo do Plano de Auditoria


Já vimos o conceito de plano de auditoria e algumas diretrizes que devem ser
consideradas para a sua elaboração. Mas, quais são os itens que devem estar
presentes neste documento?

Segundo O’Hanlon (2009, p. 42), as formalidades administrativas básicas que


devem fazer parte do plano de auditoria são a informação da data, hora,
duração da auditoria, quantidade de auditores que formará a equipe, local(is)
de execução da auditoria, arranjos dos turnos de trabalho, além da segurança
e locais de estacionamento.

Além dos requisitos básicos, a NBR ISO 19011 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS, 2018) orienta que o plano da auditoria deve ter os
seguintes referenciais de conteúdo:

objetivos da auditoria;
escopo da auditoria;
critérios definidos para a auditoria e os documentos de referência;

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realização de reuniões, de abertura e encerramento, com a direção


da organização e ambientação da equipe de auditoria com as
instalações e processos. Recomenda-se que, no plano, conste a
possibilidade de haver reuniões intermediárias entre a equipe de
auditoria, caso estas sejam necessárias;
definição dos métodos de auditoria que serão utilizados, de modo
que a amostragem definida seja capaz de atingir evidências
suficientes;
definição dos papéis e responsabilidades concernentes a cada um
dos membros da equipe de auditoria;
aplicação dos recursos adequados, levando-se em consideração os
riscos e oportunidades do objeto da auditoria.

Após a elaboração do plano de auditoria, recomenda-se que o líder da


auditoria divulgue o documento para toda a equipe de gestão que será
auditada. Os questionamentos devem ser tratados e as possíveis dúvidas
devem ser dissolvidas. Caso seja necessário, os demais membros da equipe
de auditoria também podem participar desta reunião (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Como verificamos, o plano de auditoria deve apresentar quantidade


suficientes de detalhes, de modo a incluir a abrangência do escopo e a
complexidade da auditoria a ser realizada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2018).

As informações, para compor e aprimorar a realização do plano de auditoria,


podem ser obtidas por diferentes fontes, tais como relatórios de inspeções,
contratos com os clientes, documentação técnica, relatórios de não
conformidades, além dos relatórios de auditorias anteriores (como dito
anteriormente). (RAMOS, 1991)

Durante o monitoramento da auditoria, o(s) profissional(is) responsável(is)


pelo gerenciamento do programa de auditoria deve(m) avaliar a capacidade
de execução do plano por parte da equipe de auditoria, de modo a corrigir
ações não previstas, no plano, ou que possam dificultar a sua efetivação.

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praticar
Vamos Praticar
O plano de auditoria é um documento fundamental para a etapa inicial das
atividades. A equipe de auditoria deve observar uma série de requisitos, que são
obrigatórios para a confecção do plano. Marque a opção que apresenta os itens os
quais são referenciais para o plano de auditoria:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 19011: Diretrizes para


auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro, 2018.

a) Os papéis e responsabilidades da equipe de auditoria são apresentados para os gestores


auditados, na reunião de encerramento.
b) Os métodos a serem realizados na auditoria podem ser definidos pela equipe de auditoria,
durante a realização dos trabalhos.

c) A identificação dos riscos não deve compor o plano da auditoria.

d) Objetivos e escopo da auditoria (incluindo locais, datas e duração estimada).

e) Relatório de auditoria

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Responsabilidades de Cada
Membro da Equipe

O serviço de auditoria é realizado por uma equipe que executará as atividades


definidas pelo plano de auditoria. Mas, quem são os membros desta equipe?
Como eles dividem as responsabilidades inerentes a cada um?

A auditoria é formada por três grupos de profissionais: o auditor líder, a


equipe de auditores e a equipe que representa a instituição cujos processos
serão auditados  (O’HANLON, 2009).

Vamos entender, agora, qual é o papel de cada um na condução da auditoria,


de modo a fazer com que os objetivos sejam atendidos e os serviços serem
executados em atendimento às expectativas de todas as partes.

Papel do Auditor Líder


O auditor líder é o responsável por todas as etapas da auditoria. Ainda que
ele tenha a responsabilidade, em alguns casos, pela execução direta da
atividade, cabe a ele o monitoramento e a revisão dos documentos e ações
inerentes à auditoria (O’HANLON, 2009).

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Dentre as muitas funções desempenhadas por este profissional, podemos


destacar algumas que estão, essencialmente, sob a responsabilidade direta
do auditor líder (O’HANLON, 2009, p. 43):

planejamento e preparação da auditoria;


condução da reunião de abertura e de encerramento;
coordenação e participação na auditoria;
auxiliar na classificação das não conformidades verificadas, durante a
execução da auditoria;
preparação do relatório de auditoria;
garantir que ocorra um acompanhamento para a finalização da
auditoria.

Assim como os demais membros, um auditor líder precisa demonstrar a sua


competência (conjunto de suas habilidades e conhecimentos), para exercer
este papel. Estas competências podem ser definidas de acordo com o sistema
de gestão que está sendo auditado, de acordo com as recomendações
presentes, nas normas implementadas, e também de acordo com as
necessidades da organização.

No campo das habilidades, deverá demonstrar a sua aptidão para o exercício


da função ao se relacionar com a alta administração, mas também com os
demais funcionários de todos os níveis da organização. A forma de se
relacionar com a equipe que irá liderar também é essencial, sendo
recomendável, inclusive, que ele faça parte da seleção dos demais membros
da equipe, para buscar coesão entre eles (O’HANLON, 2009).

Já no que se refere às competências técnicas, a atuação do auditor líder é a


que permitirá o esclarecimento do escopo e objetivos da auditoria, assegura
que as listas de verificação sejam confeccionadas de forma abrangente,
gerenciará a melhor forma de utilização dos recursos disponíveis para a
equipe, envolve o programa de entrevistas e recolhe as informações
necessárias e os documentos disponibilizadas pela área a ser auditada
(O’HANLON, 2009).

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Além destas, o auditor líder deve ter sólidos conhecimentos acerca dos
princípios de auditoria, métodos e processos; normas de sistema de gestão;
informação relativa ao auditado e seu contexto; e requisitos estatutários e
regulamentares aplicáveis (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2018, p. 12).

Papel da Equipe de Auditores


No que se refere às responsabilidades inerentes aos demais membros da
equipe de auditoria, frisa-se o padrão técnico necessário para a função, assim
como questões referentes ao lado humano da profissão, especialmente,
aqueles voltados para padrões éticos e morais necessários, profissionalismo e
a capacidade de comunicação necessária.

Quando possível, os auditores participam de cada etapa da auditoria e a


comunicação entre a equipe é fator decisivo para o bom andamento dela.
Ainda que a equipe esteja alocada, em locais de auditoria distante um do
outro, as observações realizadas pelos membros devem ser compartilhadas
com os demais (O’HANLON, 2009).

Ressalte-se, aqui, que o auditor líder é mais um membro que compõe a


equipe, apesar de ter responsabilidades adicionais (O’HANLON, 2009).  Porém,
se a auditoria contar com apenas um profissional, este auditor deve ficar
responsável também pelas atividades inerentes à liderança da atividade
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

O líder da auditoria atribui à equipe de auditores quais são os requisitos de


auditoria que devem ser cumpridos por cada integrante. Estes requisitos
podem ser específicos, processos de trabalho ou as “regras do jogo”
(O’HANLON, 2009).

Espera-se que os auditores superem uma dificuldade comumente encontrada


que é o registro inadequado das suas atividades. Questões como o número
dos produtos, o nome dos profissionais que se relacionou, os locais e os
números de referência devem ser documentados de forma apropriada. Estas

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questões são importantes para o esclarecimento de dúvidas futuras por parte


da organização auditada (O’HANLON, 2009).

Todas as informações produzidas, individualmente, ou pela equipe de


auditoria, devem ser protegidas de forma a atender os critérios de
confidencialidade estabelecidos. Neste contexto, estão as informações
privilegiadas e as documentações produzidas/fornecidas. Os auditores devem
conhecer e respeitar as necessidades e expectativas geradas no que tange ao
sigilo das informações inerentes à sua atividade profissional (O’HANLON,
2009).

Por fim, salientamos que os auditores (particularmente os externos) não


devem atuar como conselheiros da organização auditada. As suas atividades
devem ficar restritas aos critérios estabelecidos e às evidências objetivas
produzidas (O’HANLON, 2009).

Papel da Equipe de Gerência dos Auditados


Para que uma equipe de auditoria possa realizar o seu trabalho, faz-se
necessário que uma organização esteja submetida ao processo de avaliação.
Nesta parte do conteúdo, veremos como a equipe de gestores da organização
auditoria deve agir, de modo a contribuir para o atingimento dos objetivos
propostos à auditoria.

Antes de mais nada, o auditor líder precisa garantir que a equipe de gestores
que representa a organização auditada conheça o escopo, os objetivos e qual
papel cada membro interessado desempenhará. Além disso, deve deixar claro
que as dúvidas devem ser esclarecidas (em qualquer tempo) e que cada um
tem um papel com responsabilidades diferentes (O’HANLON, 2009).

A equipe de gerência dos auditados têm um papel decisivo para o processo


de auditoria, atuando como facilitadores da equipe de auditores. O(s)
funcionário(s) designado(s) como guia(s) dos auditores deve(m) ser definido(s)
de maneira muito adequada para que não haja reflexo, no
comprometimento, e prosseguimento da auditoria (O’HANLON, 2009).

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São exemplos de atuação da equipe de gestores: compromisso com o horário


de início das reuniões, disponibilização de vagas, no estacionamento, para os
auditores, garantir a presença das pessoas convocadas pelos auditores,
disponibilização de telefone e infraestrutura para a equipe de auditores,
fornecimento dos documentos solicitados. Além destas questões
operacionais sob sua responsabilidade, há de se registrar que caberá a esta
equipe de gerência a identificação e realização das ações corretivas que forem
apontadas no relatório de auditoria (O’HANLON, 2009).

praticar
Vamos Praticar
Para que uma auditoria obtenha êxito, deve-se ter claro que cada membro possui
atribuições e responsabilidades diferentes. Sobre o papel desempenhado pelo
auditor líder, equipe de auditores e equipe de gerência dos auditados, correlacione
as atribuições e marque a opção correta.

O'HANLON, Tim. Auditoria de qualidade. 2. ed. São Paulo: Saraiva,


2009.

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Profissional Papel desempenhado

(    ) A eles são atribuídos os


( 1 ) Auditor líder requisitos de auditoria que devem
ser cumpridos por cada integrante.

(    ) Cabe a ele o monitoramento e


( 2 ) Equipe de auditoria a revisão dos documentos e ações
inerentes à auditoria.

( 3 ) Equipe de gerência dos (    ) Atuam como facilitadores da


auditados equipe de auditoria.

a) 1, 2, 3.

b) 1, 3, 2.

c) 2, 1, 3.

d) 3, 1, 2.

e) 2, 3, 1.

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Seleção da Equipe Auditora

Como visto, ao longo desta unidade, a equipe de auditoria deve combinar as


habilidades certas e os conhecimentos adequados para a função. A seleção
desta equipe de auditoria deve levar em conta as competências necessárias
para o cumprimento dos objetivos da auditoria (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Para Campos (1992), somente o conhecimento baseado na experiência


permitirá a condução adequada da função do auditor e não somente a soma
de fórmulas e checklists.

Os desafios são cada vez maiores para a seleção dos auditores, pois estes
profissionais estão sendo cada vez mais exigidos para não apenas atuarem
com a conhecida abordagem de avaliação de conformidades, mas sim
contribuírem com a melhoria dos resultados da organização auditada, a partir
do relatório por eles apresentados (ALMEIDA, 2012).

A seleção deve buscar profissionais que apresentem as características


necessárias para a execução do seu trabalho com independência, assim como
com disponibilidade de carga horária (O’HANLON, 2009).

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Para efetivar a seleção da equipe, é fundamental o estabelecimento do


tamanho e do tipo de composição necessário para o atendimento ao
programa de auditoria. Após estas delimitações, a seleção deverá considerar
as seguintes questões gerais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2018):

a competência global da equipe;


complexidade das atividades e dos processos que serão auditados;
se será um auditoria individual, combinada ou em conjunto;
quais serão os métodos de auditoria a serem adotados;
o perfil dos membros deve garantir a objetividade e imparcialidade,
de modo a evitar possibilidades de conflitos de interesse;
habilidade dos membros, para trabalhar em equipe e relacionar-se
com os funcionários e interessados da organização a ser auditada no
processo de auditoria;
questões gerais concernentes à auditoria (exemplo: idioma, cultura,
aspectos sociais da organização a ser auditada).

Na etapa de seleção, o líder da auditoria deve observar se todas as


competências necessárias para o atendimento dos objetivos da auditoria
estão contempladas por meio dos auditores selecionados. Caso alguma
competência não possa ser atendida pela equipe de auditores, pode-se
definir pela alocação de um profissional com habilitação específica, na
necessidade exigida para auxiliar a equipe (exemplo: intérprete de um idioma
não falado pela equipe de auditores) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2018).

Um outra questão a ser observada é se haverá autorização para a


participação de auditores em treinamento. Esta possibilidade deve considerar
que os profissionais sem experiência necessitam de supervisão e orientação
de um outro auditor (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Por fim, é importante esclarecer que é possível a alteração na composição da


equipe, porém, esta opção deve ser evitada, visando evitar atrasos nas
atividades desempenhadas. Antes da substituição, é importante que o líder da
auditoria, os membros da equipe que gerenciam o programa e o(s)

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representante(s) da organização auditada resolvam como deverá ser


conduzida esta situação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2018). A organização auditada também tem o direito de reprovar a
participação de algum membro da equipe auditada. Entretanto, deve
apresentar as justificativas para a rejeição (O’HANLON, 2009).

Suspensão de Uma Auditoria


Suspender uma auditoria é a mais desagradável e inesperada das situações.
Contraria todo o planejamento e expectativas almejadas.

Apesar de raro, a suspensão de uma auditoria é justificada, quando as


seguintes situações acontecem (O’HANLON, 2009):

I. a consecução dos objetivos está prejudicada;

II. não existe sistema de gestão implementado, de modo a permitir a


avaliação (talvez só a documentação do sistema exista, mas o sistema não
está efetivado);

III. existência de um número muito elevado de não-conformidades.

Não há parâmetros quantitativos objetivamente definidos para a suspensão


da auditoria com base na opção III. Porém, a equipe de auditoria deve avaliar
a progressão das etapas já realizadas e compará-las com o número de não-
conformidades já verificadas (O’HANLON, 2009).

A decisão pela suspensão, dada a proporção do seu impacto, obriga que o


caso seja avisado, discutido e autorizado pela pessoa envolvida ou a
instituição credenciada para a certificação. Se a concordância for manifestada,
haverá motivo suficiente para a suspensão da auditoria. Na sequência, o
auditor líder irá antecipar a reunião de encerramento da auditoria,
comunicando à organização auditada as circunstâncias e próximas etapas
após a suspensão (O’HANLON, 2009).

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reflita
Reflita
Vimos que a substituição de membros da equipe da auditoria é uma situação de
excepcionalidade e que frustra as expectativas iniciais da auditoria. Existe alguma
medida que pode minimizar as chances de tal situação indesejada acontecer? Na etapa
de realização do plano de auditoria, devem ser mapeados os riscos inerentes à
auditoria e o auditor líder e a sua equipe podem (e devem) identificar potenciais riscos,
visando evitar esta situação.

Fonte: O’Hanloin (2009).

praticar
Vamos Praticar
Raras são as vezes que são permitidas suspensões de auditoria, dado o seu critério
de exceção e impacto negativo para o planejamento da avaliação da organização.
Neste sentido, é correto afirmar que:

a) O atingimento dos objetos é um fator suficiente para a interrupção da auditoria.


b) Existe sistema de gestão implementado, porém, a organização está insegura com o resultado
da auditoria.

c) Inconformidades forem verificadas.

d) O sistema de gestão não está efetivado.

e) A auditoria pode ser suspensa por decisão do auditor líder em qualquer momento.

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in dica ções
Material Complementar

LIVRO

Manual Prático do Auditor. Guias de Gestão.


Luiz Fernando Joly Assumpção

Editora: Juruá

ISBN: 978-85-362-4340-5

Comentário: O livro indicado apresenta sugestões,


para preparar o profissional interessado em exercer as
funções de auditoria, de modo a prepará-lo para o
desempenho das suas atribuições e responsabilidades
inerentes ao cargo.

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FILME

Os Estagiários
Ano: 2013

Comentário: O filme apresenta o contexto de seleção


de profissionais, gestão de pessoas e perfis de
liderança em uma empresa. Tem como pano de fundo
as dificuldades destas atividades e as vantagens que as
diferenças entre as pessoas trazem para a equipe.
Evidencia também a importância dos profissionais que
não possuem tanta experiência (neste caso, o
estagiário) e que todos têm algo para contribuir.

TRAILER

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con clusã o
Conclusão

Concluímos a nossa unidade, explorando as questões essenciais para as fases


iniciais de uma auditoria: definição do escopo e objetivo, como o plano de
auditoria deve ser composto e as principais observações que devem ser
feitas, quando ele estiver sendo realizado. Além destas abordagens,
exploramos o papel de cada um dos membros necessários para a realização
de auditorias mais eficientes e eficazes, sendo eles: auditor líder, equipe de
auditores e equipe de gerência dos auditores (sendo estes os representantes
da organização auditada). Finalizamos o capítulo, destacando quais são os
requisitos obrigatórios e básicos para a seleção dos auditores, assim como as
circunstâncias que podem resultar, na suspensão da auditoria (apesar de esta
medida ter caráter de exceção).

referên cias
Referências Bibliográficas

ALMEIDA, P. A. de O. Análise crítica ao processo de auditoria da qualidade.


2012. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto Superior de Contabilidade,
Matosinhos, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 19011: Diretrizes


para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de

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Janeiro: 2018.

CAMPOS, V. F. TQC - Controle da qualidade total (no estilo japonês). Belo


Horizonte: Fundação Christiano Ottoni: Bloch Editores, 1992.

CHIAVENATO, I. Recursos humanos na empresa: pessoas, organizações e


sistemas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

O'HANLON, T. Auditoria de qualidade. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

RAMOS, A. W. Auditorias da qualidade. Produção, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p.


87-95, mar. 1991.

SOUZA, L. P. de; FARIA NETO, A.; MUNIZ JUNIOR, J. Análise crítica do processo
de auditoria de sistema de gestão da qualidade no setor aeroespacial. Gestão
& Produção, São Carlos, v. 19,  n. 1, p. 31-41, 2012.

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