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GESTÃO DA QUALIDADE

E DE PROCESSOS

Esp. Carlos Henrique de Blasi

INICIAR

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introdução
Introdução

Em um mercado altamente competitivo e globalizado, a qualidade total torna-


se uma peça fundamental para sobrevivência das empresas. Para que se
tenha êxito na qualidade total, é necessário que a empresa atue no
gerenciamento e controle de seus processos. Nesse sentido, foram
desenvolvidas várias ferramentas para o gerenciamento dos processos e da
qualidade total.

Assim, nesta unidade, estaremos abordando os métodos e ferramentas


utilizados para o gerenciamento e controle da qualidade, focado nas sete
ferramentas da qualidade. Trataremos não só os conceitos, mas a
aplicabilidade desses métodos como melhoria e controle dos processos,
objetivando a qualidade total.

Após os estudos desta unidade, você conhecerá os métodos de melhoria e


controle da qualidade e poderá aplicá-los nas diversas situações que forem
pertinentes à sua utilização, bem como irá entender os conceitos iniciais
sobre processos.

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Métodos de Qualidade

O gerenciamento e controle dos processos é extremamente importante para


que a empresa consiga a qualidade desejada. Ao longo do tempo, foram
desenvolvidas várias ferramentas, sistemas e conceitos para que os gestores
possam gerenciar e controlar os processos de forma mais eficiente e eficaz.
Nesse sentido, serão apresentadas, em seguida, as principais metodologias
de gestão da qualidade e melhoria de processos.

É importante destacar que, conforme Campos (2004), o controle de processos


consta de três ações fundamentais: planejamento, manutenção de padrões e
melhoria de padrões. E que tais metodologias de gestão da qualidade estarão
permeando essas três ações fundamentais, seja no todo, seja em parte delas.

Ressalta-se que método são os procedimentos (meios) necessários para se


atingir a meta e, portanto, as metodologias da qualidade são a aplicação de
diferentes métodos para se chegar à qualidade.  

PDCA

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O PDCA é o ponto de inspiração de todas as metodologias de


aperfeiçoamento de processos. Foi criado por Walter Shewhart na década de
1920, mas disseminado por Deming para o mundo na década de 1950. Tal
metodologia é amparada no planejamento e nas ações padronizadas e serve
para melhorar processos internos continuamente contribuindo para a
tomada de decisão. O PDCA caracteriza-se por ser um ciclo de análise e
melhoria composta por etapas que obedecem a uma sequência apresentada
na Figura 2.1.

Figura 2.1 - Ciclo PDCA

Fonte: Campos (2004, p. 34).

O Ciclo PDCA deve ser usado por todos nas organizações e em todas as
atividades. É utilizado tanto para manutenção da qualidade quanto para a
melhoria de processos. No entanto, sua simplicidade e flexibilidade permite
utilizá-lo também na gestão das operações e na gestão estratégica, conforme
a ISO 9001:2008. Um dos destaques do ciclo PDCA é o fato de ele contribuir
para o constante desenvolvimento da aprendizagem na organização.

Ao longo do tempo, o PDCA foi se modernizando e surgem novos


complementos a seu entendimento, como no caso do PDCL, que o considera
também como uma metodologia de aprendizado. Guaragnas, em seu artigo
no site da Associação Brasileira da Qualidade (2016, on-line), destaca:

[...] O PDSA onde o Control é substituído pelo Study ou o PDCL onde


o Action é substituído pelo Learn, dão uma versão mais

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sóbria/moderna para o aprendizado. Este ciclo é um instrumento de


aprendizado na medida em que não apenas checa se o executado
está de acordo com o planejado, mas incentiva que seja refletido se
novas ações são necessárias à luz das mudanças de contexto que
surgem após a definição do plano original. Nesse caso o PDCL pode
ser mais bem entendido como método de aprendizado.

MASP
O método MASP (Metodologia e Análise de Solução de Problemas) é uma
ferramenta utilizada para a detecção e tratamento de não conformidades nas
empresas, além de avaliar os níveis de qualidade e melhorar a gestão.

Conforme Campos (2004, p. 238), o MASP é o método japonês da JUSE (Union


of Japanese Scientists and Engineers) chamado ‘QC-Story’, que foi derivado do
PDCA. Campos ainda afirma que as principais vantagens do uso do MASP são:

a possibilidade de que as pessoas envolvidas no processo entendam


a importância da qualidade através da solução dos problemas;
a geração de benefícios em termos de qualidade, custo, segurança,
entrega, moral, vendas;
a identificação das habilidades de liderança;
e o gerenciamento das pessoas.

Como todo método que tem uma sequência lógica para se atingir um
objetivo, o MASP também tem o seu, formado por oito etapas e alguns passos
conforme a figura a seguir. É importante observarmos a relação muito
próxima entre o PDCA e o MASP, com destaque para o número maior de
etapas do MASP e seus desdobramentos.

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Quadro 2.1 - Relação MASP e o Ciclo PDCA

Fonte: Campos (2004, p. 239).

É importante destacarmos que, do ponto de vista prático, o PDCA está mais


próximo do planejamento, padronização e monitoramento rotineiro dos
resultados. O MASP é mais estruturado, detalhista e sistematizado na busca
para a solução da não conformidade, planejamento e melhoria dos resultados
da empresa.

Seis Sigma – 6
Em meados da década de 1980, a Motorola enfrentava um grande desafio:
seus concorrentes fabricavam produtos de melhor qualidade e menor preço.
Nesse cenário, a Motorola implanta o Seis Sigma e é reconhecida logo em
seguida, em 1988, com o prêmio Nacional de Qualidade Malcolm Baldrige. O
sistema Seis Sigma é destacado como responsável por tal sucesso da
Motorola.

No Brasil, a empresa pioneira na implantação do Seis Sigma com tecnologia


nacional foi o Grupo Brasmotor (Multibrás e Embraco), que, em 1999, obteve
mais de 20 milhões de reais de retorno, a partir dos primeiros projetos Seis
Sigma concluídos (WERKEMA, 2002).

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O Seis Sigma é uma estratégia gerencial disciplinada e altamente quantitativa,


cujo foco está no alcance de metas estratégicas determinadas pela alta
administração. Tem como objetivos aumentar expressivamente a
performance e a lucratividade das empresas, por meio da melhoria da
qualidade de produtos e processos, redução de custos e do aumento da
satisfação de clientes e consumidores. Sua meta é conseguir excelência na
competitividade pela melhoria contínua dos processos.

Carpinetti indica que o nome Seis Sigma faz referência à capabilidade do


processo.

[...] um processo seis sigma é aquele cuja variabilidade do resultado,


medida em unidade de desvio-padrão, sigma, corresponde a um
duodécimo da variação máxima aceitável, definida na especificação
de projeto do produto para variação do resultado em torno do valor
nominal (CARPINETTI, 2016, p. 138).

Para exemplificar e de maneira resumida, é como em um processo de


enchimento de pacote de sabão em pó. Após calcular o desvio-padrão
baseado nas especificações, chegamos a uma variação máxima aceitável, que
corresponde a Seis Sigma do processo. Assim, a redução do desperdício
decorre da redução da variabilidade do processo.

Carpinetti ainda sugere outros processos com o mesmo raciocínio que podem
usar tal metodologia como o de despacho de bagagem. “[...] um processo Seis
Sigma é aquele cuja parcela de erros (bagagens que não chegarem junto com
o passageiro) corresponde a uma fração de dois passageiros que tiverem sua
bagagem extraviada a cada bilhão de passageiros atendidos” (CARPINETTI,
2016, p. 138).

O Seis Sigma, segundo Carpinetti, é um programa de melhoria constituído de


uma estrutura organizacional, um método de melhoria e  técnicas estatísticas
e não estatísticas, que serão apresentadas a seguir:

Estrutura organizacional: a estrutura organizacional do Seis Sigma


acompanha a estrutura tradicional de uma empresa conforme a

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figura a seguir:

Champion: é o líder do processo. Ligado à alta gerência da empresa,


faz a ponte entre a direção e os executivos e coordenadores de
projeto Seis Sigma, viabilizando os recursos necessários para a
implantação e manutenção do projeto, além de atuar na definição
dos objetivos estratégicos relacionados ao programa Seis Sigma.
Master Black-belt / Black-belt: é responsável por coordenar o
projeto tecnicamente e por analisar os potenciais benefícios de
possíveis projetos. Sua característica marcante é o seu alto
conhecimento técnico.
Green-Belts: funcionário de nível médio para baixo, é responsável
por projetos de Seis Sigma, mas, dentro de sua área de atuação, por
ter recebido menos treinamentos de técnicas de estatísticas. Dedica-
se parcialmente ao projeto e mais à sua rotina de trabalho.
White-belts: são os funcionários de nível operacional que dão
suporte à equipe do programa Seis Sigma na implantação do projeto.

Técnicas aplicadas ao Seis Sigma:

As técnicas ou ferramentas mais utilizadas nas etapas do DMAIC são


apresentadas na figura a seguir.

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Figura 2.3 - Técnicas aplicadas ao Seis Sigma

Fonte: Carpinetti (2016, p. 140).

Método de melhoria DMAIC


Considerado como um dos pilares da metodologia Seis Sigma, o DMAIC é um
modelo de melhoria de processos que se baseia na precisa identificação,
análise, melhoria e controle dos fatores de influência que contribuem para a
variabilidade do processo. A Figura 2.4 representa o Ciclo DMAIC.

Segundo Carpinetti (2016), as fases da metodologia podem ser definidas da


seguinte forma:

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Define (definir): envolve a definição do escopo do projeto, os


requisitos explicitados pelos clientes e suas expectativas.
Measure (medir): essa etapa inclui a determinação dos fatores do
processo a serem melhorados e também estruturas para
acompanhamento da performance da situação atual.
Analyze (analisar): são aplicadas técnicas que visam determinar a
causa raiz do problema e entender os efeitos advindos;
Improve (melhorar): está focado no uso de técnicas estatísticas para
gerar possibilidades de redução dos efeitos do problema ou redução
de problemas de qualidade e defeitos;
Control (controlar): nessa etapa, são encontradas formas de realizar
o processo de sustentabilidade das melhorias que foram obtidas na
fase anterior.

Conforme aponta Carpinetti (2016), algumas variações do DMAIC foram


propostas posteriormente como a adaptação do DMAIC para o
desenvolvimento do produto, o DMADV:

Definir: definir os objetivos e requisitos dos clientes.


Medir: medir e determinar as necessidades e expectativas dos
consumidores.
Analisar: analisar as opções de processo.
Planejar: planejar detalhadamente o processo.
Verificar: verificar o desempenho do projeto.

E uma variação do DMADV para o DMADOV (Define, Measure, Analyse, Design,


Optimize and Verify).

Várias empresas em todo o mundo, nas últimas décadas, têm implantado


essa filosofia DMAIC. Segundo Werkema (2004), na Asea Brown Boveri,
empresa multinacional nas áreas de energia e tecnologia de automação, foi
obtido um ganho médio de US$ 898 milhões/ano em um período de dois
anos, com redução de 68% nos níveis de defeitos e de 30% nos custos.

Assim, o Seis Sigma pode propiciar à organização aumentar drasticamente


sua lucratividade, com:

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redução do percentual de fabricação de produtos  defeituosos;


aumento do nível de satisfação de clientes;
redução do tempo exigido no desenvolvimento de novos produtos;
redução de estoques, do percentual de entregas com atraso e de
custos;
aumento do rendimento dos processos e do volume de vendas.

É importante destacar que, em alguns casos em que a redução de custos e


desperdícios não fizer parte de objetivos estratégicos, não há razão de se
realizar fortes investimentos em um programa Seis Sigma.

Áreas com características de grande volume de produção e processos


altamente repetitivos em que a redução de custos da não qualidade
interferem muito nos resultados da empresa são altamente convenientes
para o programa Seis Sigma, como indústrias automotivas, de informática,
alimentícias. Mas, em áreas nas quais a não qualidade e insatisfação do
cliente têm peso menor, não há razão para a implantação, como pequenas
produções job shop.

Relação entre o PDCA e MASP, DMAIC


Assim como o MASP é o método utilizado pelo PDCA para melhorias, o DMAIC
é uma ferramenta utilizada pelo Seis Sigma. As diferenças estão nos métodos
e suas abordagens tratadas em algum quesito ou outro. No quadro a seguir, é
apresentado um comparativo entre eles:

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Quadro 2.2 - Comparativo PDCA, MASP e DMAIC

Fonte: Adaptado de Werkema (2002).

O mais importante nesse processo de escolha de metodologias na busca para


a qualidade é selecionar corretamente o método e saber utilizá-lo. Além disso,
deve-se identificar corretamente as ferramentas adequadas para uma melhor
performance nesse processo. Na próxima unidade, trataremos dessas
ferramentas da qualidade.

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praticar
Vamos Praticar
A sigla PDCA vem do inglês e quer dizer plan, do, check e action, o que significa que
tudo deve ser planejado (plan), executado (do), verificado (check) e, quando for
necessário, corrigido ou melhorado (action). É a sua simplicidade que faz dele um
instrumento muito flexível e que nos permite utilizá-lo e aplicá-lo tanto na gerência
da empresa como em cada um dos processos existentes em uma organização
(BALLESTERO-ALVAREZ, 2019).

Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir.

i. A primeira etapa do ciclo PDCA exige o estabelecimento de metas e


procedimentos técnicos aptos a alcançar os resultados propostos.
ii. O ciclo PDCA visa à melhoria contínua dos processos e à normalização dos
procedimentos mais eficientes.
iii. As auditorias para a identificação das conformidades e não conformidades
no Ciclo PDCA devem ser realizadas na fase de implementação e operação
desse sistema, com posterior adoção de medidas corretivas.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e II, apenas.

d) I e III apenas.

e) II e III apenas.

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As 7 Ferramentas Básicas da
Qualidade (parte 1)

Para o sucesso na gestão da qualidade total, é extremamente importante o


controle dos processos. Nesse sentido, as ferramentas da qualidade oferecem
métodos e técnicas para a identificação de oportunidades e também de
possíveis problemas. Além disso, apresentam as causas dos problemas e suas
soluções, através de técnicas estatísticas e dados numéricos. Tais ferramentas
também podem ser utilizadas na gestão estratégica e de processos.

Segundo Ishikawa, cerca de 95% dos problemas em uma companhia podem


ser solucionados por meio das ferramentas do controle da qualidade. Assim,
ele reuniu pela primeira vez, as 7 ferramentas da qualidade que serão
abordadas adiante, conforme Carpinetti (2016)

Coleta de dados / estratificação


Coletas de dados.

A lista de verificação também é conhecida como Folha de Coleta de dados.


São tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e análise de dados. É

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utilizada para responder à pergunta: “Com que frequência certos eventos


ocorrem?”. A folha de coleta apresenta-se na forma de quadro no qual se
registram dados baseados em observações amostrais com o objetivo de
definir um modelo. Ela é utilizada no início da maioria dos ciclos de solução de
problemas.

Exemplo:

Quadro 2.3 - Folha de verificação

Fonte: Marshall et al. (2006).

A lista de verificação tem como principais vantagens:

Fácil preenchimento.
Interpretação visual.
O fato de o registro ser feito no momento, o que facilita a
identificação da causa junto ao problema.

Como desvantagens, destacam-se a morosidade do processo e a necessidade


de demanda de recursos de acordo com a amplitude da amostra.

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Estratificação.

Muito útil na fase de análise e observação de dados, a estratificação consiste


na divisão de um grupo em diversos subgrupos com base em características
distintas com o objetivo de identificar como a variação de cada um desses
fatores interfere no resultado do processo ou problema, conforme Carpinetti
(2016).

São exemplos de fatores de estratificação a matéria-prima, o operador e


turnos de produção.

Fluxograma
Considerado como uma representação gráfica que mostra todos os passos de
um processo utilizando símbolos padronizados, hoje em dia é muito mais
utilizado como “instrumento poderoso na gestão de processos, na medida em
que é capaz de apresentar o fluxo da informação destacando quem e quais
unidades estão envolvidas no processo e quais as atividades são pertinentes
ao mesmo” (ARAÚJO, 2017, p. 9).

No fluxograma, cada figura tem sua representação. Veja o exemplo a seguir:

Figura 2.5 - Simbologia do fluxograma vertical

Fonte: Oliveira (2013, p. 271).

Segue exemplo de um fluxograma que apresenta o projeto de um jogo em 3D


para entendermos melhor a lógica desse processo.

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Figura 2.6 - Exemplo de um fluxograma

Fonte: Projeto…(2010 apud ARAÚJO, 2017, p. 11).

Seguem outros exemplos de fluxograma:

Fluxograma vertical: segundo Chiavenato (2014), enfatiza a sequência da


rotina e é extremamente útil para a montagem de uma rotina ou
procedimento, para ajudar no treinamento do pessoal e para racionalizar o
trabalho.

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Figura 2.7 - Fluxograma vertical

Fonte: Chiavenato (2014, p. 205).

Fluxograma de blocos: “Baseia-se em uma sequência de blocos, cada um com


um significado próprio, encadeados entre si. Apresenta uma simbologia mais
rica e não se restringe apenas a linhas e colunas” (CHIAVENATO, 2014, p. 205).

É utilizado principalmente por analistas de sistemas para representar


sequência das atividades de um sistema.

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Diagrama de Causa e Efeito (diagrama de


Ishikawa)
Também conhecido como diagrama de espinha de peixe, é uma ferramenta
visual utilizada para apresentar a relação existente entre o resultado de um
processo (efeitos) com seus fatores (causas). É utilizado para identificar,
classificar, explorar, ressaltar e analisar, de forma visual, as possíveis causas
de um problema.

Ressalta-se que o diagrama não identifica as causas do problema, mas


organiza de forma eficaz e de fácil visualização tanto as causas principais
quanto as secundárias.

Para a utilização inicial do diagrama espinha de peixe, lista-se o problema


indesejado, representado na figura a seguir como efeito. Posteriormente,
para cada um dos 6Ms (Método, Mão de obra, Material, Meio Ambiente,
Medida e Máquina), levanta-se um rol de possíveis causas que levaram ao
efeito indesejado. A partir daí, trabalha-se um plano de ação para cada causa
levantada. Destaca-se como ferramentas de apoio o brainstorming e a técnica
dos cinco porquês (busca aprofundar a causa dos problemas, questionando-o
cinco vezes até encontrar a verdadeira causa  raiz).

Exemplo de diagrama de causa e efeito:

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Figura 2.9 - Diagrama de causa e efeito

Fonte: Campos (2004, p. 20).

No diagrama acima, percebe-se que os fornecedores – dentro da Matéria-


Prima – podem estar influenciando as características da qualidade e, sendo
necessário, deve-se atuar no sentido de resolver o problema detectado.
 Nesse caso, a relação causa-efeito estaria configurada entre Fornecedor
(causa) e a Qualidade (efeito).

Brainstorming
Literalmente, “tempestade cerebral” em inglês ou tempestade de ideias foi
uma expressão inventada por Alex F. Osborn em 1939, quando ele presidia, à
época, uma importante agência de propaganda. Mais que uma técnica de
dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a
potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo – criatividade em
equipe –, colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados. Dentre
diversos outros métodos, a técnica de brainstorming propõe que um grupo de
pessoas se reúna e se utilize das diferenças em seus pensamentos e ideias
para que possam chegar a um denominador comum eficaz e com qualidade,
gerando, assim, ideias inovadoras que levem o projeto adiante.

Histograma

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O histograma é um gráfico de distribuição de frequência, ou seja, ele mostra a


frequência com que certos eventos ocorrem. Envolve a forma da distribuição,
a localização do valor central e a dispersão dos dados em torno desse valor
central. Você tem tanto os limites Inferiores como os limites superiores de
especificação, em relação à maior frequência central. É muito utilizado para
comparar os resultados de um processo e verificar o número de não
conformidades.

Carpinetti (2016) sugere alguns passos para a construção do histograma:

1. Colete n dados referentes à variável cuja distribuição será analisada.


2. Escolha o número de intervalos de classe (k).
3. Calcule a amplitude total dos dados (r): diferença entre o maior e o
menor valor da amostra.
4. Calcule o cumprimento de cada intervalo: h = r/k.
5. Calcule os limites do intervalo: limite inferior do primeiro intervalo é
igual ao menor valor da amostra; o limite inferior do segundo
intervalo é igual ao menor valor da amostra + h (largura do intervalo),
e assim sucessivamente.
6. Construa uma tabela de distribuição de frequência e,
posteriormente, o gráfico, conforme exemplo a seguir.

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praticar
Vamos Praticar
A trecho a seguir refere-se à necessidade de um dono de uma empresa: buscar uma
ferramenta auxiliar para detectar oportunidades de melhorias. Essa ferramenta irá
diagramar, sequencialmente, as etapas de um processo, detalhando as atividades e
tendo uma visão global do fluxo, de suas falhas e de seus gargalos.

Essa ferramenta refere-se:

a) à estratificação.

b) ao fluxograma.

c) ao histograma.

d) ao diagrama de causa e efeito.

e) à coleta de dados.

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As 7 Ferramentas Básicas da
Qualidade (parte 2)

Serão apresentadas agora as ferramentas da qualidade diagrama de Pareto,


gráficos e cartas de controle e os gráficos de dispersão, ferramentas que
fazem grande uso da matemática.

Diagrama de Pareto
O diagrama de Pareto é um gráfico que permite determinar os problemas a
resolver e qual a prioridade de resolução. Foi desenvolvido no final do século
XIX por Vilfredo Pareto e implementado por J. W. Juran como ferramenta de
qualidade. O princípio de Pareto estabelece que, para todo problema, existem
poucos itens (ou causas) vitais e muitos triviais. As principais e maiores causas
dos problemas estão concentradas nos poucos itens vitais. Assim, considera
que 20% dos problemas representam 80% dos custos de desperdícios.

O diagrama identifica as ocorrências de maior significado ou importância


relativa na amostra estudada e é elaborado com base em uma fonte de coleta
de dados (folha de verificação).

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São etapas da elaboração do diagrama:

Determinar o período de tempo da análise.


Contar as ocorrências, agrupando-as por similaridade.
Classificá-las por categoria ou tipo, organizando os dados por
categorias de acordo com a similaridade definida anteriormente.
Calcular as frequências relativas, as frequências acumuladas e as
frequências relativas acumuladas.
Alocar os números em gráfico de coluna/linha.

É importante destacar que seu objetivo não é descobrir as causas de um


problema, mas priorizar os itens a serem trabalhados.

Exemplo do diagrama de Pareto:

Figura 2.11 - Gráfico de Pareto da produção de lixo hospitalar produzido por


setor

Fonte: Macêdo et al. (2011, p. 7).

Vamos usar o exemplo da Figura 2.11 para explicar como construir o gráfico
de Pareto:

Após o levantamento do número de ocorrências dos setores pesquisados de


A a H, eles são colocados em ordem decrescente conforme eixo horizontal do
gráfico. É feito o cálculo do percentual que cada setor representa em relação
ao todo. Como exemplo, o setor A representa, aproximadamente pelo gráfico,
45% (eixo vertical) de todas as ocorrências. Após ter feito o cálculo percentual

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e colocado em ordem decrescente, é feito o percentual acumulado, somando


os valores de percentual de cada setor. No nosso exemplo, esse percentual
acumulado é representado no gráfico pela reta identificada como
“Acumulada” na legenda do próprio gráfico.

Assim, os setores Cozinha, Enfermaria e Outros representam quase 80% da


produção do lixo hospitalar. Portanto, considerando apenas o gráfico de
Pareto, tais setores devem ter prioridade nas ações para a solução do
problema.

Baseando-se no princípio de Pareto, foi desenvolvida a curva ABC, muito


utilizada como ferramenta de qualidade, quando se precisa ressaltar a
importância relativa de vários elementos de uma lista, como, por exemplo, os
itens mais impactantes no custo do estoque, produtos mais lucrativos para
uma empresa ou componentes mais importantes de um processo.

Carvalho (2002) aponta que, na curva ABC, os itens são classificados como:

de Classe A: de maior importância, valor ou quantidade,


correspondendo a 20% do total (podem ser itens do estoque com
uma demanda de 65% num dado período);
de Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário,
correspondendo a 30% do total (podem ser itens do estoque com
uma demanda de 25% num dado período);
de Classe C: de menor importância, valor ou quantidade,
correspondendo a 50% do total (podem ser itens do estoque com
uma demanda de 10% num dado período).

Ressalta-se que, dentro do critério ABC, podem-se estabelecer níveis de


serviços diferenciados para as diversas classes diminuindo o investimento e
esforço para os itens da classe C, por exemplo classe menos importante.
 Outro destaque da curva ABC é que os percentuais das três classes podem
variar de acordo com o que se deseja analisar, a forma de agrupar, a
estrutura da análise e a forma de atuar no problema, podendo, por exemplo,
a classe A representar 70%, a classe B, 20%, e a classe C, 10%, conforme o
gráfico a seguir.

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Figura 2.12 - Gráfico da Curva ABC

Fonte: Pozo (2015, p. 86).

Gráficos de Dispersão
O gráfico de dispersão é um tipo de gráfico que mostra a possível relação de
causa e efeito entre duas variáveis. Ele mostra o que acontece com uma
variável quando a outra variável se altera e observa se as duas estão
relacionadas. Ao estudar a correlação, você tem uma variável dependente Y
(efeito), que se relaciona a variáveis independentes X (causas).

As principais relações dos tipos de diagramas de dispersão são:

Correlação positiva: se uma variável aumenta, a outra também


cresce.
Correlação negativa: se uma variável aumenta, a outra diminui.
Nula: não há correlação aparente entre as duas variáveis.

Seguem correlações de diagramas de dispersão:

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Outras ferramentas da qualidade muito utilizadas serão abordadas ao longo


do curso.

Gráficos de Controle
Desenvolvidos por Shewhart na década de 1920, os gráficos de controle
(também chamados de cartas de controle) são gráficos de tendência com os
limites de controle superior e inferior em cada lado da linha média do
processo, estatisticamente determinados. Assim, observando a tendência dos
pontos ou dados em um intervalo de tempo, podemos verificar se o processo
está dentro de suas condições ideais e se suas alterações estão na média
esperada. Os limites de controle superior e inferior devem ser
estatisticamente calculados. Ao se interpretar a carta de controle, pode-se
concluir que o processo analisado precisa ou não de ajustes.

Considerações importantes sobre as cartas de controle:

Os limites de controle não são, necessariamente, iguais aos limites


das especificações que são baseadas em requisitos do produto.
As amostras da carta de controle podem ser expressas em unidades
quantitativas – como peso e comprimento – e qualitativas – como
defeito/não defeito e conformidade/não conformidade.
O gráfico de controle não identifica a causa das distorções, nem
sugere como eliminá-las, apenas aponta que há distorções.

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Para entendermos melhor como funciona o gráfico de controle, veremos um


exemplo na Tabela 2.1, a seguir, que apresenta a medição da dimensão do
diâmetro externo de um conjunto de cinco eixos fabricados
consecutivamente para três amostras colhidas. As comparações das médias
de amostra para amostra e das amplitudes (diferença entre máximo e
mínimo) de amostra para amostra indicam como o processo está variando.
Quando um processo está em controle estatístico, ou seja, quando apenas
causas crônicas de variabilidade estão presentes, o resultado do processo,
conforme ele evolui no tempo, deve se distribuir aleatoriamente segundo um
padrão de distribuição normal, variando dentro de limites previsíveis em
torno de um ponto central. Assim, quando registramos a média e a amplitude
das amostras em gráficos cujos limites e linha central correspondam ao
modelo estatístico de variabilidade da média e da amplitude da amostra, os
pontos no gráfico devem se distribuir aleatoriamente em torno da linha
central e dentro dos limites definidos, como ilustrado na Figura 15a. De outro
modo, quando o processo não se encontra em controle estatístico, ou seja,
quando causas esporádicas, além das causas crônicas, estão interferindo na
estabilidade do processo, a distribuição dos pontos no gráfico apresentará
pontos fora dos limites do gráfico ou com uma distribuição não aleatória,
como ilustrado na Figura 2.14b, indicando que algum problema presente está
causando uma piora da qualidade do resultado do processo.

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AMOSTRA 1 AMOSTRA 2 AMOSTRA 3

0,63 0,66 0,64

0,63 0,64 0,63

0,64 0.65 0,65

0,62 0,65 0,64

0,67 0,67 0,64

_ X = 0,64 _ X = 0,654 _ X = 0,64

R = 0,05 R = 0,03 R = 0,02

Tabela 2.1 - Amostras do resultado de um processo

Fonte: Carpinetti (2016, p. 92).

Figura 2.14 - Ilustração dos gráficos da média e amplitude

Fonte: Carpinetti (2016, p. 92).

i
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praticar
Vamos Praticar
As decisões no TQC são tomadas com base na análise de fatos e dados.
Algumas técnicas e ferramentas são utilizadas com o objetivo de
identificar os maiores problemas existentes por meio de uma minuciosa
análise e, assim, buscar a melhor solução possível. Ter conhecimento e
domínio estatístico das variações se torna fundamental em um mundo
que obedece a uma distribuição estatística, em todos os setores e
segmentos (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019).

Baseando-se no texto anterior e considerando as ferramentas de qualidade


diagrama de Pareto, gráficos e cartas de controle e os gráficos de dispersão, analise
as afirmativas a seguir.

i. Uma importante característica das ferramentas de qualidade diagrama de


Pareto, de gráficos de controle e dos gráficos de dispersão é a forte relação
com as regras matemáticas e estatísticas.
ii. Uma das grandes vantagens do gráfico de Pareto e do gráfico de controle é
o fato de você poder eliminar as causas de um problema.
iii. Ao estudar a correlação entre uma variável dependente Y (efeito) e as
variáveis independente X (causa), no diagrama de dispersão, pode-se
destacar que existem três tipos: correlação positiva – se uma variável
aumenta a outra diminui; a correlação negativa – se uma variável aumenta
a outra aumenta também; a relação nula – não há relação aparente entre
as duas variáveis.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e II, apenas.

d) I e III, apenas.

e) II e III apenas.

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Gestão por Processos

O sucesso da qualidade de um produto ou serviço está diretamente


relacionado ao gerenciamento de todos os processos da empresa de forma
que se tenha excelência em todas as atividades, como visto anteriormente.
Nesse sentido, Padrella (2016, p. 5) aponta que:

A adoção da prática de gestão de processos  tem sido vista por


alguns autores como uma forma de apoio ao progresso gerencial na
busca por melhores resultados...as informações que quiserem
prosperar na era da informação devem utilizar de metodologias de
análise e redesenho de processos [...] essas metodologias devem
traduzir e representar os objetivos estratégicos em metas
mensuráveis por meio de processos consistentes para que se possa
agregar maior valor ao cliente final e aos agentes do progresso.

Portanto, neste conteúdo sobre a gestão por processos, iremos abordar,


inicialmente, o histórico da gestão por processos e a relação entre a gestão
por processo e a gestão da qualidade.

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A evolução histórica
Se a Administração Clássica departamental, acrescida de vários enfoques,
atendeu bem às expectativas das empresas até o final do século XX, com um
mundo dos negócios globalizado e em constantes mudanças, essa visão de
gestão não mais se mostrava suficiente. Hammer (1988 apud ARAÚJO, 2017)
aponta que a organização orientada para processos está surgindo como a
forma organizacional dominante do século XXI.

Oliveira (2011) destaca as evoluções estratégicas e organizacionais das


empresas: as novas estruturas organizacionais cada vez mais enxutas; a
qualidade total como premissa e não mais como diferencial; a rápida
evolução tecnológica; e o curto ciclo de vida dos produtos, entre outras.

Uma das consequências dessas evoluções é o surgimento da reengenharia.


Tal termo surge pela primeira vez com Hammer e James Champy (1988 apud
ARAÚJO, 2017, p. 21), que afirmam que “reengenharia é o repensar
fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam
alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de
desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade”.

Destaca-se que essa reestruturação radical dos processos provocados pela


reengenharia foi alvo de muitas críticas e resistências da liderança pelo alto
custo de sua aplicação como as demissões em massa.

Hammer (1988 apud ARAÚJO, 2017) ainda aponta que, apesar de as áreas
funcionais não desaparecerem, muda-se a forma de trabalho nas
organizações para uma comunicação multidepartamental, trabalho em
equipe, visão holística das tarefas e objetivos compartilhados.

Visto que o cenário competitivo provocou nas organizações a necessidade de


voltarem a sua abordagem para processos, os processos passaram a ser
analisados não mais somente como fluxos de produtos e de trabalho, mas
como gestão. Não mais avaliados em uma visão estreita e isolada, mas como
parte de um todo, em uma visão holística. Portanto, os estudos sobre a
gestão de processos proporcionaram o incremento de novas técnicas de

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análises, mapeamentos, modelagens e desenvolvimentos de tecnologias


modernas que vieram a contribuir com a eficiência e eficácia dos processos e,
consequentemente, melhores resultados organizacionais.

Destaca-se que “O papel da Gestão por Processos é servir de instrumento de


ligação entre tudo o que se faz na organização. Visa facilitar a comunicação e
a cooperação, servindo de elo entre entre as estratégias e competências
organizacionais e as atividades diárias” (VALLE, OLIVEIRA; 2012, apresentação).

Gestão da qualidade X gestão por


processos
É importante ressaltar que há uma estreita relação da gestão da qualidade
com a gestão por processos.

A gestão da qualidade total, vinda do Japão na década de 1970, tinha como


filosofia o defeito zero, e o fato de que a qualidade estava em todos as etapas
do processo e não apenas na produção reforça a importância dos processos
para a gestão da qualidade total. Ressalta-se ainda que ambos têm o foco no
cliente e na melhoria contínua.

Ao mesmo tempo que a administração de processos pode recomendar


projetos de qualidade em processos com problemas, o sistema de qualidade
também pode encadear processos administrativos em áreas críticas que
apresentam problemas a serem solucionados em curto prazo (OLIVEIRA,
2011).

Oliveira (2011) aponta também que, ao ser considerado que o propósito da


gestão da qualidade está em maximizar a qualidade em cada um dos
processos da organização, envolvendo todos os funcionários e visando
atender às expectativas do cliente, percebe-se que há uma sinergia com a
gestão por processos.

Portanto, para que tenha uma ótima gestão da qualidade, é necessário que se
tenha uma ótima gestão dos processos.

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Para avançarmos em nossos estudos sobre a gestão por processos, é


importante definirmos o conceito de processos. Nesse sentido, dentre várias
definições, são destacadas: “[...] ordenação específica de atividades de
trabalho no tempo e no espaço; portanto, [os processos] devem ter começo,
fim, insumos e resultados claramente identificados” (DAVENPORT, 1994, p. 6
apud OLIVEIRA, 2011, p. 9).

reflita
Reflita
“[...] uma organização é um processo, sendo que dentro dela existem vários processos,
tanto de manufatura quanto de serviços. O controle de processos é a essência do
gerenciamento em todos os níveis hierárquicos da empresa, desde o presidente até os
operadores” (CAMPOS, 1992, p. 17 apud PRADELLA, 2016, p. 10).

“[...] processo é um conjunto de atividades com uma ou mais


espécies de entrada e que cria uma saída de valor para o cliente”
(HAMMER; CHAMPY, 1994, p. 24 apud PRADELLA, 2016, p. 10).

A figura a seguir representa um modelo básico de um processo:

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Figura 2.15 - Modelo básico de um processo

Fonte: Pradella (2016, p. 10).

Segue um guia prático de como utilizar as ferramentas e no momento


oportuno.

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  ETAPAS FERRAMENTAS

Brainstorming,
Qual é o
Análise de Dados
IDENTIFICAÇÃO problema?

1 Históricos, Pareto,
DO PROBLEMA Qual a
Histogramas,
importância?
Estratificação.

Lista de
verificação,
Qual a frequência Diagrama de
2 OBSERVAÇÃO do problema? Causa e Efeito,
Como ocorre? Pareto,
Estratificação,
5W2H.
P

Lista de
verificação,
Causas mais Diagrama de
3 ANÁLISE prováveis. Causa Causa e Efeito, 5
fundamental porquês, Pareto,
Histograma,
Estratificação.

Pode ser mais de


5W2H,
PLANO DE uma ação para
4 Cronograma de
AÇÃO bloquear a causa
ação, PDCA.
fundamental

Comunicação,
execução e Utilização do plano
D 5 EXECUÇÃO acompanhamento. de ação proposto
Bloquear a causa anteriormente.
fundamental

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C 6 VERIFICAÇÃO Comparação dos Análise de dados e


resultados com a gráficos, pesquisa
meta estabelecida. de satisfação,
identificação dos indicadores,
efeitos inspeção,
secundários.
Diagrama de
O bloqueio foi Pareto.
efetivo?

Elaboração ou
alteração de
documentos.
Formulários,
Treinamento.
procedimentos,
Registro e
vídeos, tutoriais,
comunicação.
7 PADRONIZAÇÃO fluxogramas,
Acompanhamento
palestras,
A dos resultados do
treinamento e
padrão. Previnir
5W2H.
contra o
reaparecimento
do problema.

Balanço do
8 CONCLUSÃO  
aprendizado.

Figura 2.16 - Relação PDCA x MASP x ferramentas da qualidade

Fonte: Elaborada pelo autor.

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saiba mais
Saiba mais
Consulte a Academia Brasileira da Qualidade e tenha mais informações sobre os
como anda o desenvolvimento dos processos da qualidade no Brasil e outras
informações como eventos. Ver mais no site ABQ – Academia Brasileira da
Qualidade.

ACESSAR

praticar
Vamos Praticar
A gestão de processos visa à melhoria contínua dos processos com o intuito de
agregar maior valor ao cliente (PRADELLA et al., 2016).

Em relação à gestão de processos, conceitos e ligação da gestão de processos com


gestão da qualidade, analise as afirmativas a seguir.

i. Apesar do sucesso das organizações voltadas para a Administração


Clássica departamental até hoje, o desenvolvimento das organizações
voltadas para processos se dá pelos investimentos em inovações nas
empresas.
ii. Pode-se afirmar que tanto a gestão da qualidade como a gestão por
processos têm como foco o cliente e a melhoria contínua.

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iii. Duas características importantes da gestão por processos são a


verticalização da comunicação e a geração de valor para o cliente.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) II e III, apenas.

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in dica ções
Material Complementar

LIVRO

Gestão de mudança e cultura


organizacional
Johann, Sílvio Luiz, Leite De Oliveira, Alexandre Alberto
e Mara Beckert

Editora: FGV

ISBN: 9788522517947

Comentário: Livro atual, de 2015, que aborda de forma


interessante as necessidades de adaptação e mudança
das empresas, independente do porte delas. Vale a
pena a leitura!

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con clusã o
Conclusão

Vimos nesta unidade várias ferramentas e metodologias para aplicação na


gestão da qualidade.

Ainda que o ponto crucial para a solução de um problema seja a identificação


da causa, cada método tem sua própria abordagem. E, apesar de não
podermos garantir o alcance do resultado, é importante a utilização certa de
cada ferramenta no momento certo.

referên cias
Referências Bibliográficas

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IMPRIMIR

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