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Introdução à Análise de

Riscos Geológicos

Manual Simplificado de
Procedimentos e técnicas
SUMÁRIO
Introdução SLIDE 3

O Cenário de Desastres Brasileiro SLIDE 5

Conceitos Básicos SLIDE 6

Processos Analisados em Campo SLIDE 7

Setorização de Risco SLIDE 19

Fases de Trabalho SLIDE 22

Pré-Campo SLIDE 23

Campo SLIDE 27

Produção de Tratamento de Dados SLIDE 33

Publicação SLIDE 36

Referências Bibliográficas SLIDE 37


Introdução

Este manual foi desenvolvido com o objetivo de auxiliar novos profissionais a atuarem na análise e
mapeamento de riscos geológicos. Além disso, apresentar conceitos básicos, processos analisados e
elencar as etapas de trabalho. Por fim, compreender a metodologia de setorização de riscos
desenvolvida pelo CPRM e aplicá-la no pré e pós campo.

A fundamentação teórico-conceitual visa fornecer uma base para a atividade que se quer
desenvolver. Neste manual, foram escolhidos temas considerados como mais importantes para a
compreensão dos procedimentos e que melhor poderiam caracterizar as atividades.
Introdução
Abordar as discussões teóricas sobre movimentos de massa é fundamental para compreender os
agentes envolvidos, seus processos e embasar conceitualmente os resultados que serão obtidos nas
atividades práticas no local de estudo selecionado. A análise do comportamento do clima e da
hidrologia interferem na velocidade dos processos de formação de solo, por exemplo, e mesmo na
ocorrência de deslizamentos. A temperatura, índice pluviométrico, incidência de raios solares e o
papel da água nos solos fazem parte das transformações e reações dos solos.

A geologia e geomorfologia desempenham os papéis de como o material de origem pode interferir


nos processos do solo assim como o relevo e suas diferentes morfologias através da suscetibilidade
maior ou menor dos solos decorrente de características geológicas e geomorfológicas.

Destacando o papel antrópico, a relação sociedade x natureza é elencada posto que o homem
interfere nos processos de escorregamentos, muitos vezes acelerando sua deflagração através de
cortes em taludes, ocupação massiva de encostas e uso do solo, alterando redes de drenagem e
retirando sua cobertura vegetal.
O Cenário de Desastres Brasileiro
Tabela 1: Pessoas afetadas por desastres entre 2013 e 2022
De 2013 a 2022, os desastres naturais causaram R$ 341,3 bilhões de
prejuízos em todo o Brasil (CNM, 2022). Segundo o relatório, a
quantidade de pessoas afetadas por desastres nesse intervalo chegou a casa
de 347 milhões de pessoas, como é possível verificar na tabela ao lado,
posto que ao longo desse período, alguns municípios decretaram
emergência mais de uma vez. A CNM chama atenção que entre 01 de
janeiro a 05 de abril de 2022, os prejuízos causados por desastres já
somam mais de R$ 72,3 bilhões e acabou atingindo a primeira posição em
prejuízos, ou seja, os 04 primeiros meses de 2022 já ultrapassaram os
prejuízos do ano de 2021 inteiro, do qual apontou o montante de R$ 60,3
bilhões, acompanhado de 2020, que somou R$ 54,2 bilhões em prejuízos,
ou seja, dentro do recorte analisado, o ano de 2022 mal começou e já bateu
os recortes em prejuízos dos demais anos anteriores.
Fonte: S2ID/ MDR.
Conceitos Básicos

RISCO

Risco representa a probabilidade de algum evento, positivo ou negativo ocorrer, multiplicado pelas
consequências desse evento. Para este treinamento em específico, trata-se de eventos negativos, geralmente
causados pelos movimentos de massa. Em termos matemáticos, pode-se utilizar a seguinte expressão:

RISCO = PROBABILIDADE DE EVENTO OCORRER X CONSEQUÊNCIAS

● EVENTOS - MOVIMENTOS DE MASSA


● CONSEQUÊNCIAS - OS DANOS QUE ESTES EVENTOS PODEM CAUSAR

DANO: resultado das perdas humanas, materiais ou ambientais infligidas às pessoas, comunidades, instituições,
instalações e aos ecossistemas, como consequência de um desastre.

DESASTRE: resultado de eventos adversos, naturais, tecnológicos ou de origem antrópica, sobre um cenário
vulnerável exposto a ameaça, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos
econômicos.

PREJUÍZO: medida de perda relacionada com o valor econômico, social e patrimonial de um determinado bem,
em circunstâncias de desastre.
Processos Analisados em Campo

De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais Figura 1: Mortos por tipo de desastre no Brasil entre 1991 e 2012.
(UFSC CEPED, 2013), mais de 87% das mortes
provocadas por desastres, entre os anos de 1991 a 2012,
no Brasil, estão relacionadas a eventos de inundação,
enxurrada e movimentos de massa como mostra a
figura 1.

Portanto, com base nesse protagonismo, o CPRM


considera os processos descritos a seguir durante a
elaboração da setorização de áreas de risco geológico.

Fonte: CPRM, 2021.


Processos Analisados em Campo

MOVIMENTOS DE MASSA: Existem diversas classificações dos movimentos de massa (Varnes


1978, Guidicini e Nieble 1984,Hutchinson 1988, Selby 1993, Cruden & Varnes 1996). Entretanto,
nas setorizações de áreas de risco geológico é adotada a classificação proposta por Augusto Filho
(1992).

Em campo, a identificação desses processos não é trivial. Eles podem ser complexos, ou seja,
envolvem mais de um tipo de fenômeno. Por isso, é importante a discussão com a equipe para
chegar a um diagnóstico em consenso, assim como identificar possíveis fatores deflagradores,
extensão e direção.

Augusto Filho (1992) apresenta os principais movimentos de massa na dinâmica ambiental


brasileira, e suas características, como materiais, velocidade e geometria mobilizada. Os
movimentos são apresentados em quatro classes, sendo eles rastejos (creep), escorregamentos
(slides), quedas (falls) e corridas (flows).
RASTEJOS (CREEP)

Figura 2: Movimento de massa em rastejo ao longo da vertente.

• Vários planos de deslocamento


(internos)

• Velocidades muito baixas (cm/ano) a


baixas e decrescentes com a
profundidade

• Movimentos constantes, sazonais ou


intermitentes

• Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada

• Geometria indefinida

Fonte: Moura et al., 2018.


ESCORREGAMENTOS (SLIDES)

● Poucos planos de deslocamento (externos)


● Velocidades médias (m/h) a altas (m/s)
● Pequenos a grandes volumes de material.
● Geometria e materiais variáveis podendo ser PLANARES, ROTACIONAIS OU EM
CUNHA;
PLANARES Figura 3: Deslizamento planar

Solos pouco espessos, solo e rochas com um


plano de fraqueza

Fonte: Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998.


CIRCULARES Figura 4: Deslizamento Rotacional

Solos espessos homogêneos e rochas muito


fraturadas

Fonte: Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998.


EM CUNHA Figura 5: Deslizamento em cunha

Solos e rochas com dois planos de fraqueza

Fonte: Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998.


QUEDAS (FALLS)

• Sem planos de deslocamento • Pequenos a médios volumes


• Movimentos tipo queda livre ou em plano inclinado • Geometria variável: lascas, placas, blocos, etc.
• Velocidades muito altas (vários m/s) • Rolamento de matacão
• Material rochoso • Tombamento

Figura 6: Desplacamento Figura 7: Rolamento de blocos Figura 8: Tombamento Figura 9: Queda de blocos

Fonte: Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998.


CORRIDAS (FLOWS)

• Muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à Figura 10: Esquema de corridas


massa em movimentação)

• Movimento semelhante ao de um líquido viscoso

• Desenvolvimento ao longo das drenagens

• Velocidades médias a altas

• Mobilização de solo, rocha, detritos e água

• Grandes volumes de material

• Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas

Fonte: Nunes e Sayão, 2014.


PROCESSOS HIDROLÓGICOS
Tais processos integram a dinâmica fluvial natural e referem-se às enchentes, inundações e enxurradas, as quais são causadas durante
eventos pluviométricos episódicos ou contínuos causados pela elevação natural do volume de água nos cursos d’água, com eventual
aumento da energia de escoamento. Podem ser intensificadas por ações humanas inadequadas.

Exemplo: Eventos chuvosos em fevereiro de 2022 em Petrópolis. A estação pluviométrica São Sebastião - estação mais próxima do
CEMADEN Nacional em funcionamento no dia 15/02/2022 – foram registrados 259.6 mm de chuva concentrados em 3 horas e 30
minutos de acordo com a figura .
Figura 11: Índice pluviométrico do dia 15/02/2022 em Petrópolis

LIMA et al., 2022.


ENCHENTE
● Elevação gradativa e temporária do nível d’água em um canal de
drenagem, devido ao aumento da vazão ou descarga;
● O nível d’água se limita ao leito maior dos canais fluviais
Figura 12: Ilustração de enchentes e inundações
INUNDAÇÃO
● Elevação gradativa e temporária do nível d’água em um canal de
drenagem, devido ao aumento da vazão ou descarga;
● Ocorre o extravasamento das águas do canal fluvial principal;
● A água atinge a planície fluvial;
● Em geral, decorre da evolução da enchente;
● Em áreas litorâneas, tende a ocorrer sob influência regular de marés.

ALAGAMENTO *
● Acúmulo momentâneo de água em regiões topograficamente mais baixas
que as imediações;
● Pode não ter relação direta com os eventos de enchente, inundação e
enxurrada; Fonte: CEMADEN, 2016.
● Pode ser causado pelo afloramento do nível freático.
● Geralmente relacionadas com extrapolação da capacidade de escoamento
de sistemas de drenagem urbana e consequente acúmulo de água em
ruas, calçadas ou outras infraestruturas urbanas, em decorrência de
precipitações intensas.

*Alagamentos urbanos, provocados exclusivamente por ausência ou insuficiência de redes de drenagem pluvial, também não são considerados durante a elaboração das setorizações de áreas de risco
geológico, uma vez que sua ocorrência está intimamente relacionada a intervenções antrópicas inadequadas, não tendo relação direta com processos naturais do meio físico.
ENXURRADA, ENCHENTE OU INUNDAÇÃO brusca e de curta duração;
Figura 13: Enxurrada na Índia em julho de 2021.
● Caracteriza-se por alta energia de transporte e alto potencial
destrutivo;
● Frequentemente associada com o processo de erosão de margem
fluvial.
● escoamento superficial concentrado e com alta energia de
transporte, que pode estar ou não associado ao domínio fluvial (do
rio).
● Provocado por chuvas intensas e concentradas, normalmente em
pequenas bacias de relevo acidentado.
● Este processo apresenta grande poder destrutivo.
● Nas cidades, quando a chuva é muito forte e os bueiros e as
tubulações não tem capacidade para transportar toda a água, pode
ocorrer uma enxurrada em poucos minutos.
● A força das águas pode ainda provocar o rolamento de blocos de
pedras, arrancar árvores, destruir edificações e causar corrida de
massa. Fonte:
<https://www.tempo.com/noticias/actualidade/raios-enchentes-e-enxurradas-deixam-de
zenas-de-mortos-na-india-moncao.html>. Acesso em 04/10/22.
Setorização de Risco

A classificação proposta pelo Ministério das Cidades & IPT foi originalmente concebida para ser aplicada no mapeamento de
áreas de risco a movimentos de massa e processos hídricos. Todavia, apesar de apresentarem mecanismos de deflagração
diferentes, outros processos, como erosão, subsidência, solapamento ou colapso, movimentação de dunas, expansão e contração de
argilas, apresentam algumas características semelhantes àquelas associadas aos movimentos de massa. Dessa forma, na prática, o
mapeamento das áreas de risco geológico considera alguns atributos do meio físico que são comuns a diversos processos.
Portanto, a orientação proposta para a classificação dos graus de risco a movimentos de massa foi estendida para esses processos.
As setorizações de áreas de risco geológico desenvolvidas pelo Serviço Geológico do Brasil delimitam apenas as áreas de
risco alto e muito alto.

As áreas de risco baixo e médio, eventualmente avaliadas durante a elaboração do trabalho, são apontadas como áreas de
monitoramento, com o intuito de salientar a importância da aplicação de boas práticas de uso e ocupação do território, bem como
das atividades de fiscalização voltadas à inibição do surgimento de novas áreas de risco alto ou muito alto.
Setorização
de Risco

Figura 14: Tabela de orientações gerais de


classificação de graus de risco de movimentos
de massa e demais processos
geológico-geomorfológicos

Fonte: CPRM, 2021.


Setorização de Risco
Figura 15: Tabela de orientações gerais de classificação de graus de risco de processos hidrológicos

Fonte: CPRM, 2021.


Fases de Trabalho

De conhecimento das normas e instruções da Metodologia de Setorização de Riscos do CPRM, já é possível iniciar
o trabalho na prática. Para a realização da análise de risco em campo, temos 4 fases a serem seguidas em equipe.
Cada uma delas é muito importante para que o produto final esteja o mais coerente possível com a realidade e possa
de fato ajudar a comunidade a se proteger de eventos destrutivos em potencial.

A setorização de riscos, metodologia criada e aplicada pelo CPRM, se baseia nos procedimentos propostos pelo
Ministério das Cidades & IPT (2007), os quais empregam a abordagem heurística para o mapeamento e
classificação das áreas de risco. Tal método oferece grandes vantagens com relação aos baixos custos de execução e
larga aplicabilidade a nível nacional, uma vez que o enfoque qualitativo se mostra bastante conveniente quando se
trata de um método de ampla aplicação em regiões cujas características naturais e antrópicas podem variar
consideravelmente. O trabalho é desenvolvido em quatro fases que serão detalhadas a seguir.
PRÉ-CAMPO

Antes do campo, é importante possuirmos informações sobre a natureza e localidade onde a visita será realizada. A

fotointerpretação ajuda a identificar o local exato e possíveis feições já existentes, de modo a facilitar a análise de risco
previamente. Google Earth, Open Street Maps, Avenza são alguns dos aplicativos que podem auxiliar essa tarefa.
PRÉ-CAMPO

A Compilação Bibliográfica, fruto de Planos Municipais de Redução de Riscos (PMRR), Cartas de Suscetibilidade a
Movimentos de Massa e Inundação, Setorizações de Risco pretéritas dentre outros relatórios, auxilia na obtenção de informações para
o conhecimento prévio da região que se pretende analisar.

Sites de notícias, canais oficiais das defesas civis estaduais e municipais, websites da Agência Nacional de Águas (ANA), do Centro
Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
(Cenad), do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), nos acervos do SGB-CPRM, dentre outros, são alguns dos
canais indicados para obter essa compilação.
PRÉ-CAMPO

O Contato com a Defesa Civil Municipal é necessário pois, além da setorização de riscos ser elaborada em conjunto com o
órgão, eles possuem total familiaridade e conhecimento das áreas que serão visitadas. Soma-se a isso o fato de serem pessoas
conhecidas pela população local, que traz uma maior confiança para os moradores e favorece a acessibilidade de áreas de maior
vulnerabilidade social.
PRÉ-CAMPO

Organização e instrumentos necessários para o bom desenvolvimento do trabalho em campo. Cadernetas de campo e caneta
para anotação de dados importantes para elaboração dos relatórios pós-campo; celular ou tablet para geolocalização, anotações
diversas, consulta a materiais e obtenção de fotos da vistoria; hipsômetro para medições de vertentes, cicatrizes e suas inclinações;
além obviamente de vestimenta adequada ao ambiente que se pretende visitar, evitando exposição prolongada ao sol, mosquitos e
outros insetos.
CAMPO
O levantamento de campo consiste na identificação de condições potenciais para a deflagração futura dos processos analisados, bem
como de evidências que indicam processos em curso ou ocorrências pretéritas. Além disso, também são avaliadas as condições das
edificações e da urbanização local, as quais serão de fundamental importância para caracterizar a vulnerabilidade durante o processo
de classificação dos graus de risco.

Que condições e evidências são essas que estamos falando e devemos buscar em campo?
Essencialmente evidências de deflagração de movimentos de massa e processos hidrológicos.
CAMPO
Figura 16: Características e indícios naturais a serem observados durante a setorização de áreas de risco a
movimentos de massa.

Fonte: CPRM, 2021.


CAMPO

Figura 17: Características e indícios


antrópicos e evidências de movimentação a
serem observados durante a setorização de
áreas de risco a movimentos de massa.

Fonte: CPRM, 2021.


CAMPO
Figura 18: Características e indícios naturais a serem observados durante a setorização
de áreas de risco a processos hidrológicos fluviais.

Fonte: CPRM, 2021.


CAMPO Figura 19: Características e indícios antrópicos a serem observados durante a
setorização de áreas de risco a processos hidrológicos fluviais.

Fonte: CPRM, 2021.


CAMPO

Por fim, a coleta de informações históricas sobre a ocorrência dos eventos considerados no mapeamento, por meio de
buscas em arquivos da prefeitura municipal, da Defesa Civil e entrevista com moradores locais. Esta, inclusive, é uma das etapas
mais importantes, pois normalmente a vistoria envolve esses indivíduos. Lembre-se de conversar e explicar aos moradores todas
as questões envolvidas. Eles normalmente possuem informações que facilitam MUITO nosso trabalho pois indicam localização de
prováveis áreas de risco geológico e são parte interessada da Setorização. E muitas vezes, são pessoas em vulnerabilidade que
precisam de um esclarecimento sobre a situação de seus imóveis. Essa atenção é muito importante.
PRODUÇÃO E TRATAMENTO DE DADOS
Figura 20: Exemplo de mapeamento de setorização de risco.
Obtidos os dados em campo com a realização das
vistorias, já temos as informações para produção das
publicações de Setorização de Riscos. Em posse dos
mapas ou pontos marcados em campo, iniciaremos com
o mapeamento através da Delimitação e
Classificação das áreas de risco.
Usando uma ferramenta de ambiente SIG (ArcGis,
QGis, por exemplo) são traçados os polígonos de risco
correspondente às evidências e informações observadas
em campo. Utiliza-se como referência as imagens
orbitais Google. Não se delimitam áreas não
urbanizadas, ou seja, sem edificações utilizadas para
permanência humana.

Na imagem é possível identificar duas áreas setorizadas


como de risco alto (em amarelo) e de risco muito alto
(em vermelho).
PRODUÇÃO E TRATAMENTO DE DADOS

Somando-se ao mapeamento, será elaborado o respectivo relatório que descreverá as feições,


evidências e processos encontrados em campo durante a vistoria. Todas as discussões em equipe no
campo são muito valiosas nesse momento de produção de relatório, assim como a captação de
medições, imagens e demais informações obtidas. Normalmente são produzidos dois arquivos que
serão armazenados pela coordenação da equipe: os arquivos shapefile da setorização realizada e o
relatório em pdf. De posse desses produtos, pode-se criar um banco de dados em SIG com
informações espacializadas e uma tabela das informações geradas. Dessa maneira, teremos um
produto com essa formatação:
LEGENDA
1- Órgão responsável pelo
mapeamento;
2 - Fotos tiradas na vistoria,
referenciadas por legenda;
3 - Título, contendo breve
identificação de local e data;
4 - Mapa georreferenciado
com os polígonos de
setorização de risco;
5 - Legenda do mapa de
setorização de risco;
6 -Sistema de coordenada
utilizada no mapeamento;
7 - Relatório contendo as
descrições e explicações da
setorização de risco
executada.
PUBLICAÇÃO
Por fim, após elaboração das pranchas de setorização de risco, é preciso revisar os itens constituintes desse produto: se os arquivos
shapefile contendo os pontos visitados e polígonos de risco gerados estão corretos; se os arquivos não estão corrompidos; se os
relatórios não contêm erros de grafia, de nomenclaturas ou quaisquer outras inconsistências; se as imagens obtidas são adequadas e
ilustram os processos em campo.

Com as revisões realizadas, pode-se prosseguir para a etapa de publicação e liberação dos produtos de setorização para os órgãos
competentes.
Referências Bibliográficas
AUGUSTO FILHO, O. Caracterização geológico-geotécnica voltada à estabilização de encostas: uma proposta metodológica. In: CONFERÊNCIA
BRASILEIRA SOBRE ESTABILIDADE DE ENCOSTAS-COBRAE, 1., 1992. Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: ABMS, 1992. p. 721-733.

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<https://www.tempo.com/noticias/actualidade/raios-enchentes-e-enxurradas-deixam-dezenas-de-mortos-na-india-moncao.html>. Acesso em 04/10/22.

CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. Disponível em:


<http://www2.cemaden.gov.br/inundacao/>. Acesso em 06/10/22.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS-CNM. Danos E Prejuízos Causados Por Desastres No Brasil Entre 2013 A 2022 . Distrito Federal,
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emergenciais. Artigo submetido ao 17º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental. 2022.

MOURA, J.M.B.M. LOWEN, A.R. AUMOND, J. J. Obras de contenção de encostas em Blumenau-SC: olhares à luz da engenharia natural. Revista. Ra’e Ga,
Curitiba, v.45, n. 1. p. 27 -44 , Dez/2018.
NUNES, A.L.; SAYÃO, A. Debris flows e técnicas de mitigação e convivência. In: Congresso Nacional de Geotecnia, 14, Covilhã, 2014. Anais. Covilhã,
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SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (CPRM). GUIA DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL
VOLUME 3 – VERSÃO 1 SETORIZAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO Gestão Territorial / Organizado por Julio Cesar Lana et al.. Brasília :
CPRM, 2021.

SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES SOBRE DESASTRES. Disponível em <https://s2id.mi.gov.br/>. Acesso em 05/10/2022.

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