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Manual para

Bibliotecas
Escolares
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Governador
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Jorginho Mello
DIRETORIA DE ENSINO
GERÊNCIA DO ENSINO FUNDAMENTAL Vice-governadora
Marilisa Boehm

Secretário de Educação
Aristides Cimadon

Secretária Adjunta
Patrícia Lueders

Diretoria de Ensino
Sônia Regina Victorino Fachini

Gerência do Ensino Fundamental


Simone Citadin Benedet

Comissão de Manual e Regulamento: Colaboradores:


Aldanei Tavares - CRB 14/599 Ana Claudia Philippi Pizzorno CRB 14/525
Barbara Lipinski - CRB 14/1289 Andréia Sousa da Silva CRB 14/1314
Caroline S. de Cisne - CRB 14/1109 Juliana Fachin CRB CRB 14/1747
Gyance Carpes - CRB 14/843 Marcela G. Custódio CRB 14/1684
Kim Menestrino - CRB 14/1804 Janssen V. de Souza CRB 14/1761
Marchelly P. Porto - CRB 14/1177 Luís Fernando Vanin CRB 14/1694
Marizete de Siqueira - CRB 14/1607 Laura Brandolt CRB 14/1767
Rogério Carvalho - CRB 14/393 Daniela Kanno Vieira CRB 14/1803
Tatyanne dos Santos Araújo - CRB 14/1808 Celina Jong – Design Gráfico
Vanessa Aline Schveitzer Souza - CRB 14/1283
Projeto gráfico e diagramação:
Eliane Otani - Otani Editorial

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


Rua Antônio Luz, 111 - Centro
88.010-410 - Florianópolis - SC
Telefone: (48) 3664-0000

S231 Santa Catarina. Secretaria de Estado de Educação.


  Manual para Bibliotecas Escolares: Rede Pública Estadual de Ensino de
Santa Catarina / Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina; elaborado
por Aldanei Tavares, Barbara Lipinski, Caroline Santos de Cisne, Gyance Carpes,
Kim Menestrino, Marchelly Pereira Porto, Marizete de Siqueira, Rogério Carvalho,
Tatyanne dos Santos Araújo, Vanessa Aline Schveitzer Souza. – Florianópolis : SED
2023.  71 p.

  1. Biblioteca Escolar - Normas. I. Tavares, Aldanei. II. Lipinski, Barbara. III.


Cisne, Caroline Santos de. IV. Carpes, Gyance. V. Menestrino, Kim. VI. Porto, Marchelly
Pereira. VII. Siqueira, Marizete de. VIII. Carvalho, Rogério. IX. Araújo, Tatyanne dos
Santos. X. Souza, Vanessa Aline Schveitzer. XI. Título.

CDD 027.8

Ficha catalográfica elaborada pelos Bibliotecários da Comissão de Manual e Regulamento

Florianópolis
2023
APRESENTAÇÃO

3
APRESENTAÇÃO A biblioteca escolar, que é parte integrante do processo
educativo, se constitui em um espaço que facilita o acesso à
informação e valoriza a leitura literária.
De acordo com a Federação Internacional de Associações e
Instituições Bibliotecárias (IFLA):

[...] a biblioteca escolar promove serviços de apoio à


aprendizagem e livros aos membros da comunidade escolar,
oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores
críticos e efetivos usuários da informação, em todos os
formatos e meios. (1999, p. 1)

Além disso, a Secretaria de Estado da Educação de Santa


Catarina atesta que

o uso adequado dos espaços da biblioteca na escola [...]


ensina o uso coletivo de bens públicos, contribuindo para o
desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a
solidariedade e a cooperação. (SANTA CATARINA, 2021, p. 3)

Entendendo a biblioteca como um espaço de convivência


M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

democrática, de troca de saberes, leituras e produção de


conhecimento, visamos, por meio deste Manual Básico, a
auxiliar na estruturação das Bibliotecas Escolares da Rede
Pública Estadual de Ensino de Santa Catarina.
Mesmo que essa ação não seja a ideal, por não poder
ser aplicada in loco por um bibliotecário, ainda assim,
consideramos que este material poderá contribuir no processo
de organização do acervo, do espaço, dos materiais e dos
projetos e serviços aplicados nas bibliotecas escolares.
Para cumprir seu papel, a biblioteca escolar precisa de um
lugar adequado, estar organizada e ser atrativa para receber a
comunidade escolar, dando suporte e apoio no processo de
ensino e aprendizagem nas escolas.

Bibliotecárias da Coordenadoria Regional


de Educação de Florianópolis
4
Figura 1. Leiaute para biblioteca escolar com 96 m².
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 2. Leiaute para biblioteca escolar com 64, 40 e 57 m².

Figura 3. Leiaute para biblioteca escolar de 48 m².

Figura 4. Leiaute em 3D para biblioteca escolar de 48 m².

Figura 5. Leiaute para biblioteca em sala de 48 m².

Figura 6. Leiaute em 3D para biblioteca em sala de 48 m².

Figura 7. Disposição do mobiliário da Biblioteca da EEB Prof.


Henrique Stodieck (Florianópolis).

Figura 8. Disposição do mobiliário da Biblioteca da EEB Edith


Gama Ramos (Florianópolis).

Figura 9. Disposição do mobiliário da Biblioteca da EEB


Governador Ivo Silveira (Brusque).

Figura 10. Uso de expositores na Biblioteca da EEB Profa. Maria da


Glória Viríssimo de Faria (Biguaçu).
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Figura 11. Organização de gibis na Biblioteca da EEB De Muquém


(Florianópolis).

Figura 12. Organização de livros infantis na Biblioteca da EEB Edith


Gama Ramos (Florianópolis).

Figura 13. Organização de livros infantis na Biblioteca da EEB


Intendente José Fernandes (Florianópolis).

Quadro 1. Modelo de registro de acervo.

Quadro 2. Entrada por autor.

Quadro 3. Classificação e entrada por autor.

Figura 14. Exemplo de carimbo de registro.

Figura 15. Exemplo de carimbo de identificação.

5
Figura 16. Folha de rosto.
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 17. Exemplo de folha de rosto com carimbo.

Figura 18. Exemplo de carimbo de descarte.

Figura 19. Exemplo de etiqueta para a lombada de livro.

Figura 20. Exemplo de etiqueta para títulos diferentes do mesmo


autor e classificação.

Figura 21. Exemplo de livro etiquetado com classificação


representada por código e cor.

Figura 22. Disposição dos livros na estante.

Figura 23. Exemplo de etiqueta de prateleira de estante da EEB de


Muquém (Florianópolis).

Figura 24. Exemplos de etiqueta de prateleira de estante das EEB


Porto do Rio Tavares (Florianópolis) e Profa. Emérita
Duarte Silva e Souza (Biguaçu).

Figura 25. Exemplo de cartaz de boas-vindas da Biblioteca da EEB


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Edith Gama Ramos (Florianópolis).

Quadro 4. Modelo de planilha para empréstimo.

Quadro 5. Exemplos de classificação.

Quadro 6. Apresentação geral da classificação.

Quadro 7. Gênero literário – literatura infantil.

Quadro 8. Gênero literário – literatura juvenil.

Figura 26. Principais gêneros literários para uso na literatura infantil


e juvenil.

6
SUMÁRIO

7
APRESENTAÇÃO......................................................................3
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS E QUADROS.................................................................................... 5

BIBLIOTECA ESCOLAR...........................................................9
OBJETIVOS DA BIBLIOTECA ESCOLAR .................................................................... 10
ATRIBUIÇÕES DOS BIBLIOTECÁRIOS E ATENDENTES DAS BIBLIOTECAS
NA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE ENSINO DE SANTA CATARINA........................ 11

ESPAÇO FÍSICO...................................................................... 13
PLANEJAMENTO........................................................................................................... 14
LEIAUTE DA BIBLIOTECA ESCOLAR........................................................................... 17
ORIENTAÇÕES ACERCA DA DISPOSIÇÃO DO MOBILIÁRIO.................................. 21

ACERVO...................................................................................26
INTRODUÇÃO ACERCA DA ORGANIZAÇÃO DO ACERVO ................................... 27
REGISTRO....................................................................................................................... 28
CLASSIFICAÇÃO............................................................................................................ 29
ORDENAÇÃO POR AUTOR.......................................................................................... 30
CARIMBOS...................................................................................................................... 33
IDENTIFICAÇÃO NO ACERVO..................................................................................... 35
ORGANIZAÇÃO DO ACERVO NAS ESTANTES ........................................................ 38
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

IDENTIFICAÇÃO DAS ESTANTES E SINALIZAÇÃO................................................... 39

SERVIÇOS................................................................................42
CIRCULAÇÃO DE MATERIAIS...................................................................................... 43
SERVIÇOS QUE PODEM SER DESENVOLVIDOS PELA BIBLIOTECA ESCOLAR.... 44

DOCUMENTOS DA BIBLIOTECA........................................48
DOCUMENTOS.............................................................................................................. 49

PLANO DE CONTINGÊNCIA................................................50
PLANO DE CONTINGÊNCIA........................................................................................ 51

REFERÊNCIAS........................................................................53

APÊNDICE A – CLASSIFICAÇÃO ADAPTADA PARA AS


BIBLIOTECAS ESCOLARES.................................................. 57

8
BIBLIOTECA
ESCOLAR

9
A biblioteca escolar é entendida
como um espaço de aprendizagem e
tem por objetivo fomentar a leitura a
todos os educandos, possibilitando o
acesso, tornando-se uma alternativa
de inclusão social. De acordo com
Andrade (2005), todos os recursos devem ser mobilizados, a fim
de que este local seja considerado o coração da escola, sendo o
espaço em que o aluno e o professor ampliam seus horizontes de
pesquisa, no qual o cidadão é formado. Portanto, a biblioteca deve
ser um espaço dinâmico, acolhedor e indispensável no ambiente
escolar. Segundo o Manifesto da Biblioteca Escolar elaborado pela
IFLA/Unesco, sua definição é:

A biblioteca escolar proporciona informação e ideias fundamentais


para sermos bem-sucedidos na sociedade atual, baseada na
informação e no conhecimento. A biblioteca escolar desenvolve
nos estudantes competências para a aprendizagem ao longo da
vida e desenvolve a imaginação, permitindo-lhes tornarem-se
cidadãos responsáveis. (Unesco/IFLA, 1999)
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

A biblioteca escolar atua com os estudantes, professores/


equipe técnica e demais funcionários da unidade escolar. O
espaço da biblioteca na escola deve ser utilizado por toda a
comunidade escolar, tornando-se aliado do fazer pedagógico
levando em consideração o Currículo Base da Educação Infantil
e do Ensino Fundamental do Território Catarinense e o Currículo
Base do Ensino Médio do Território Catarinense.

OBJETIVOS DA BIBLIOTECA ESCOLAR


Objetivo Geral
Promover apoio ao ensino-aprendizagem e oferecer serviços
que contribuam para o desenvolvimento, o incentivo e o acesso
à leitura.
10
Objetivos Específicos
 Atender a unidade escolar e disseminar a leitura.
 Oferecer oportunidades de vivências destinadas à produção e
ao uso da informação, voltados ao conhecimento, à compreen-
são, à imaginação e ao entretenimento.
 Ampliação de vocabulário dos usuários.
 Oferecer o melhoramento de argumentação, crítica e racionali-
dade entre os estudantes e a comunidade escolar.
 Destacar a importância da leitura para as formações intelectual
e social dos estudantes.
 Proporcionar o prazer da palavra literária por meio de Projetos
de Leitura.
 Incentivar a pesquisa bibliográfica mediante a leitura das obras
do acervo.
 Contribuir para a melhoria do ambiente das bibliotecas escola-
res por meio da reorganização do seu leiaute, do cantinho da
leitura, bem como das demais atividades extracurriculares.
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 Inserir a biblioteca escolar no Projeto Político Pedagógico (PPP)


da escola como espaço de aprendizagem, lazer e cultura.
 Trabalhar em conjunto com estudantes, professores, adminis-
tradores e pais, para o alcance final da missão e dos objetivos
da escola.

ATRIBUIÇÕES DOS BIBLIOTECÁRIOS


E ATENDENTES DAS BIBLIOTECAS
NA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE
ENSINO DE SANTA CATARINA
O cargo de bibliotecário é amparado pela Lei n. 9.674, de 25
de junho de 1998, que dispõe sobre o exercício da profissão de
Bibliotecário e determina que a “designação ‘Bibliotecário’ [...]
é privativa dos bacharéis em biblioteconomia” (BRASIL, 1998).

11
Ressalta-se que todo bibliotecário deve ter o registro no Conselho
Regional de Biblioteconomia para atuar nas bibliotecas.
As competências do bibliotecário na Rede Pública Estadual
de Ensino de Santa Catarina estão articuladas às funções
dos bibliotecários que irão atuar no Órgão Central, nas
Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) e no Instituto
Estadual de Educação (IEE), conforme a Portaria n. 2.759, de 03
de novembro de 2022, e dos profissionais que irão atuar nas
bibliotecas das unidades escolares. Dessa forma, faz-se a seguinte
distinção das atribuições, de modo geral:

 Bibliotecários do Órgão Central: suas funções estão relaciona-


das à gestão, estabelecendo uma relação estreita com os bi-
bliotecários das CREs e do IEE, e também com as gerências da
diretoria de ensino da Secretaria de Estado da Educação (SED).
A realização de formações para os bibliotecários da Rede tam-
bém faz parte das atribuições.
 Bibliotecários das CREs e do IEE: esses profissionais estão dis-
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

tribuídos nas 36 CREs e no IEE. Sua função está relacionada à


orientação dos profissionais que atuam nas bibliotecas escola-
res, no que diz respeito a tratamento técnico do acervo, atendi-
mento à comunidade escolar, projetos de incentivo à leitura e
sustentabilidade da biblioteca escolar.
 Atendentes das bibliotecas escolares: profissional que atua di-
retamente na biblioteca escolar, responsável pelo empréstimo,
devolução e renovação de livros, atendimento à comunidade
escolar, organização do espaço físico e do acervo, e elabora-
ção de projetos de incentivo à leitura.

12
ESPAÇO FÍSICO

13
PLANEJAMENTO
Para planejar o espaço físico da biblioteca escolar, você
deve levar em consideração a organização de três ambientes:
espaço do acervo (armazenamento dos materiais), espaço do
atendimento (circulação de materiais) e espaço das atividades
(espaço infantil e espaço de pesquisa/leitura).
Por mais que a realidade da escola não seja a ideal, é
imperativo que essa unidade de ensino tenha uma biblioteca, um
espaço para acolher os estudantes e toda a comunidade escolar,
a fim de promover a leitura, a pesquisa, a integração, o lazer e o
aprendizado, usufruindo das diversas possibilidades que esse
ambiente propicia.

A organização do espaço físico deve


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atender à demanda de uso da biblioteca.

14
A biblioteca precisa estar em um lugar adequado, que seja
compatível com a quantidade de móveis e materiais. Para um bom
atendimento à comunidade, é necessário observar as seguintes
recomendações:

 Planejar em que local a estante ficará, para que o acervo não


receba luz solar direta. Caso não possa alterar o local, use corti-
nas para evitar a incidência de luz solar nos livros.
 Garantir que as paredes não tenham umidade ou apresente in-
filtrações.
 Se possível, deixar um espaço entre a estante e a parede, para
proporcionar melhor ventilação ao acervo. Caso as prateleiras
sejam fixadas na parede, não encostar os livros no fundo.
 Verificar se há um metro de distância entre o último livro da es-
tante e o teto.
 Caso estejam enfileiradas, as estantes devem ter um corredor
de, no mínimo, 90 cm entre uma e outra para viabilizar acessi-
bilidade (ABNT/NBR 9050/2015).
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

 Assegurar que o local seja bem iluminado, ventilado, limpo e


agradável.
 Para o mobiliário, usar estantes de metal para comportar os li-
vros, mesas quadradas que possibilitem a leitura e os estudos,
cadeiras comuns e mesa com gavetas para o atendimento, ca-
so não seja possível ter um balcão para atendimento. A altura
das estantes deve ser proporcional à altura dos estudantes, pa-
ra que todos os livros fiquem ao seu alcance. Recomenda-se a
altura de 1,20 m (ABNT, 2004; UFMG, 2005; IMS, 2020).

15
Conforme a Resolução do Conselho Federal de Biblioteconomia
(CFB) n. 220/2020:

Art. 1º
§ 2º As bibliotecas escolares devem:
a) contar com espaço físico exclusivo, suficiente e adequado para
o acervo, o atendimento e a oferta de serviços, bem como para a
realização dos serviços técnicos e administrativos;
Art. 2º As bibliotecas escolares assegurarão a observância das
referências legais e pedagógicas de qualidade e acessibilidade
nos seguintes termos:
I – área mínima de cinquenta metros quadrados, com mobiliário
e equipamentos adequados para o atendimento satisfatório da
comunidade escolar.
II – acervo que atenda os seguintes quesitos:
a) um título por aluno matriculado, no mínimo, contemplando a
diversidade de gêneros e estilos literários, com autores nacionais
e estrangeiros.
b) catalogação adequada.
c) acesso irrestrito a toda a comunidade escolar.
III – oferta de serviços adequados e de qualidade, em particular:
a) consulta local ao acervo;
b) empréstimo domiciliar de itens do acervo;
c) atividades de incentivo à leitura;
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d) orientação à pesquisa escolar;


(CFB, 2020)

Destacamos que esses requisitos


PARA são os ideais, no entanto, uma
SABER
biblioteca pode funcionar de
forma autônoma e proativa
se houver esforço e dedicação
para ter uma organização
mínima e oferecer atendimento à
comunidade escolar.
16
LEIAUTE DA BIBLIOTECA ESCOLAR
Nas Figuras 1 e 2, apresentamos alguns exemplos de leiaute
de como distribuir o acervo, os móveis e os equipamentos em
uma biblioteca escolar.

Figura 1. Leiaute para biblioteca escolar com 96 m².

Fonte: Mato Grosso, 2012.

Figura 2. Leiaute para biblioteca escolar com 64, 40 e 57 m².


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Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2016.

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Pensando na situação atual das escolas da Rede, em que a
maioria das bibliotecas ocupa um espaço físico de uma sala de
aula de 48 m² e que tem mobiliários similares, apresentamos, a
seguir, dois exemplos:

Exemplo 1, Figuras 3 e 4
 Sala com 48 m², padrão de sala de aula no Estado.
 12 estantes com face simples, encostadas na parede, destina-
das ao Acervo Geral.
 6 estantes com face simples e baixa, destinadas à Literatura In-
fantil.
 3 mesas redondas com 4 cadeiras cada uma, para uso coletivo.
 Espaço para mapas.
 Espaço para leitura com pufes coloridos.
 Mesa e balcão para atendimento.
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Figura 3. Leiaute para biblioteca escolar de 48 m².

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

18
Figura 4. Leiaute em 3D para biblioteca escolar de 48 m².

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

Exemplo 2, Figuras 5 e 6
 Sala com 48 m², padrão de sala de aula no Estado.
 23 estantes com face simples, encostadas na parede, destina-
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das ao Acervo Geral.


 4 estantes com face simples e baixa, destinadas à Literatura In-
fantil.
 2 mesas redondas com 4 cadeiras cada uma, para uso coletivo.
 Espaço para mapas.
 Mesa e balcão para atendimento.

As Figuras 5 e 6 apresentam um exemplo de leiaute com mais


estantes e com a disposição um pouco diferente do exemplo 1; é
possível ver na Figura 6 como fica o espaço em 3D, vislumbrando
a organização do acervo e a mobília atual.

19
Figura 5. Leiaute para biblioteca em sala de 48 m².

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.


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Figura 6. Leiaute em 3D para biblioteca em sala de 48 m².

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

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ORIENTAÇÕES ACERCA DA
DISPOSIÇÃO DO MOBILIÁRIO
Caso precise posicionar as estantes enfileiradas, procure
deixar os corredores voltados para a mesa do atendente; assim,
ele poderá visualizar a movimentação dos usuários. Observe as
Figuras 7, 8 e 9.

Figura 7. Disposição do mobiliário da Biblioteca da EEB Prof. Henrique


Stodieck (Florianópolis).
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Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

21
Figura 8. Disposição do mobiliário da Biblioteca da EEB Edith Gama
Ramos (Florianópolis).

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

Figura 9. Disposição do mobiliário da Biblioteca da EEB Governador


Ivo Silveira (Brusque).
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Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

Uma maneira de aproveitar o espaço e organizar os livros em


pé nas estantes é utilizar bibliocantos; caso não tenha, utilizar
pilhas de livros deitados. Procure sempre deixar um espaço
em cada estante para manuseio dos livros e previsibilidade de
crescimento do acervo.

22
O uso de expositores (Figura 10) é uma boa ideia para se
comunicar com os usuários, destacando os livros novos, de um
tema ou coleção específica.
Use a criatividade para organizar os materiais. Soluções simples
podem apresentar bons resultados. Veja os exemplos nas Figuras
11 e 12 para a organização de gibis e livros infantis.
As estantes expositoras são uma boa opção para os livros
infantis, pois, além de ficarem ao alcance dos usuários menores,
privilegiam a apresentação das capas (Figura 13).

Figura 10. Uso de expositores na Biblioteca da EEB Profa. Maria da


Glória Viríssimo de Faria (Biguaçu).
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Fonte: Acervo pessoal dos autores (2022).

23
Figura 11. Organização de gibis na Biblioteca da EEB De Muquém
(Florianópolis).

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

Figura 12. Organização de livros infantis na Biblioteca da EEB Edith


Gama Ramos (Florianópolis).
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

Figura 13. Organização de livros infantis na Biblioteca da EEB


Intendente José Fernandes (Florianópolis).

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

24
IMPORTANTE

Uma biblioteca, mesmo pequena, pode


atender aos requisitos do nível básico,
desde que o espaço seja organizado com
criatividade e que tenha uma ambiência
mínima.
Uma coleção atualizada potencializa o
espaço. Material defasado ou em desuso,
livros em mau estado de conservação e
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presença de livros didáticos entulham


a biblioteca, desperdiçando um espaço
valioso que poderia abrigar uma coleção
apropriada e atrair usuários assíduos
(UFMG, 2005).

25
ACERVO

26
INTRODUÇÃO ACERCA DA ORGANIZAÇÃO
DO ACERVO
A organização do acervo de uma
biblioteca escolar pode ser feita de
diversas formas. Sugerimos dividir
fisicamente o acervo pelas áreas
principais listadas a seguir, podendo,
ainda, ser organizado de acordo com
a classificação por assunto, conforme
apresentaremos posteriormente.

 Literatura infantil: organizar por grupo de leitores/anos escola-


res e gênero literário.
 Literatura juvenil: classificar por gênero literário.
 Acervo geral: separar de acordo com as áreas de conhecimen-
to. Na área de literatura, deve-se classificar em brasileira ou es-
trangeira, podendo também ser separado por gênero literário:
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ficção, teatro, poesia, contos, crônicas, entre outros.


 Referências: dicionários (organizar por idioma: português, es-
panhol, inglês, etc.), enciclopédias, atlas, manuais e guias.
 Materiais especiais: mapas, globos, banners, reproduções
de partes do corpo humano, audiovisuais (CD, DVD e audio-
books), materiais pedagógicos (jogos e brinquedos educativos
e/ou pedagógicos), etc.
 Periódicos: revistas educativas e recreativas, gibis e publica-
ções seriadas em geral.

O arranjo é única e exclusivamente para organizar os materiais


nas estantes de forma sistemática, a fim de localizá-los de forma
rápida, o que otimiza o trabalho do atendente, mantém tudo em
seu devido lugar e facilita o acesso e a utilização do acervo.

27
REGISTRO
O primeiro passo para a organização do acervo é o registro
do material. É como o CPF das pessoas; cada exemplar receberá
um número próprio que não se repete para outro material, nem
mesmo quando existem vários exemplares do mesmo título.
O número de registro é crescente (00001 a 99.999) e deverá
ser inserido em um dos seguintes suportes:

 Livro de registro.
 Planilha eletrônica (preferencialmente com garantia de
backup).
 Software específico para gerenciamento da biblioteca1.

No Quadro 1, há um modelo de planilha de registro para


controle de todos os materiais do acervo. Poderão constar também
informações da classificação e ordenação por autor, assunto
e observações a respeito do material, como descarte, perda ou
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

qualquer avaria que faça com que o material deixe de compor o


acervo. Essa planilha pode ser impressa e colada ou copiada em
um livro de registro (livro de atas, pautado e numerado).

Quadro 1. Modelo de registro de acervo.

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

1 Consulte o bibliotecário da Coordenadora de sua Regional.

28
O mesmo documento pode ser utilizado no formato de planilha
eletrônica, que possibilita ampliar a descrição dos materiais, a
situação do acervo, assim como facilita localizar um título caso seja
necessário dar baixa ou inserir alguma orientação referente ao
material, pois pode ser usada no computador ou em nuvem.
Pode ser feita uma cópia dessa planilha em formato Planilhas
Google, Excel ou Calc. Sugerimos copiar em formato Google,
pois assim ficará no email @sed2, terá backup em nuvem e o link
poderá ser compartilhado (somente como leitura) para consulta.
No verso da folha de rosto do documento, carimbe o modelo
de carimbo (ver Figura 14, mais adiante) e escreva o número de
registro, data e tipo de aquisição (doação, compra, PNLD Literário)
no campo específico.
O registro de materiais é indispensável para conhecimento
do acervo, planejamento de espaço, aquisição, organização e
descarte. Além disso, é fundamental para o controle da biblioteca,
para saber se alguma obra não compõe mais o acervo, seja por
estar danificada, por perda ou outras eventualidades. Neste caso,
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

siga as orientações da Política de Desenvolvimento de Coleções.

CLASSIFICAÇÃO
Com base na Classificação Decimal de Dewey (CDD)3, nas
indicações de leitura do PNLD Literário, em literaturas da área de
biblioteconomia e no material elaborado por Azevedo (2021),
formulamos uma adaptação de classificação para ser usada nas
bibliotecas escolares da Rede. A Classificação Adaptada para BE
e exemplos de aplicação podem ser consultados no Apêndice A.

2 Consulte com a direção da escola a possibilidade de criar uma conta institucional para a bi-
blioteca, assim você terá todos os recursos Google Workspace. Caso não seja possível, pode-
-se criar uma conta pessoal própria para a biblioteca no Google.
3 CDD é um sistema de classificação documentária comumente utilizado em bibliotecas públi-
cas e escolares ao redor do mundo.

29
OBSERVAÇÃO

A classificação, principalmente do acervo


de literatura infantil e juvenil, serve para
a organização nas estantes, e não como
forma de engessar ou restringir o uso dos
livros por faixa etária ou ano. O leitor deve
ter liberdade para escolher e se adaptar à
leitura de acordo com seu amadurecimento
(CHAGAS, 2010).
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

ORDENAÇÃO POR AUTOR


É comum, dentro de um mesmo assunto, existirem vários títulos
diferentes; portanto, indica-se organizar os livros pelo sobrenome
do autor.
A entrada por autor visa a agrupar e localizar facilmente os
materiais na estante. Para isso, usa-se a Tabela Cutter-Sunborn4. A
entrada é sempre feita pelo sobrenome do autor, mas, na tabela,
deve-se digitar o nome completo do autor para que a notação
fique o mais específica possível, conforme pode ser visualizado no
Quadro 2.

4 Disponível em: https://www.tabelacutter.com/.

30
Para que não haja dúvidas quanto à entrada do nome/
sobrenome do autor, deve-se utilizar a Tabela de Autoridades da
Biblioteca Nacional (BN)5; assim, as entradas serão padronizadas
e feitas corretamente.

Quadro 2. Entrada por autor.


NOME DO AUTOR IDENTIFICAÇÃO
José Abreu A162
João Alencar A368
Maria Almeida A447
Elisa Alvarenga A473
Margaret Arnold A752
Camilo Castelo Branco 6
C349
Gabriel García Márquez3 G216
Sinclair Lewis L673
Fernanda Cristina de Souza Lima L732
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Antoine Saint-Exupéry 3
S157
Anna Alice dos Santos S237
José Renato da Silva Neto7 S586
Solomon Stoddard S868
Ziraldo Z81
Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

5 Disponível em: https://acervo.bn.gov.br/sophia_web.


6 Em sobrenomes de origem de língua espanhola ou sobrenomes compostos, a entrada é fei-
ta pelo penúltimo sobrenome.
7 Em nomes com grau de parentesco (Júnior, Neto, Filho), a entrada deve ser feita pelo último
sobrenome.

31
Isso significa que as obras que estão na mesma classificação,
como literatura brasileira, o primeiro material que irá para a
estante é aquele que inicia a ordem alfabética, com entrada pelo
sobrenome do autor, e os próximos seguem essa ordem (a, b, c,
d, e). Assim será feito em todas as classes de assunto, iniciando
cada uma na letra “a” até “z”.
Caso o material não tenha autoria, deve-se digitar na Tabela
Cutter-Sunborn a primeira palavra do título, excluindo-se os
artigos definidos e indefinidos (o, a, os, as, um, uma, uns e umas).
Para completar a chamada de autor, inclui-se a primeira letra do
título, também excluindo os artigos. Veja o exemplo no Quadro 3.

Quadro 3. Classificação e entrada por autor.


TÍTULO AUTOR CLASSIFICAÇÃO
+ AUTOR
Cinco minutos José de Alencar B869.3
A368c
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A cartomante e outros contos Machado de Assis B869.301


A848c
Dom Casmurro Machado de Assis B869.3
A848d
História do Brasil Boris Fausto 981
F268h
1822: como um homem sábio, Laurentino Gomes 981
uma princesa triste [...] G633m
História do Brasil Sem autor 981
contemporâneo H673
Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

32
Na classificação dos livros
ATENÇÃO infantis, não adotaremos
a numeração da Tabela
Cutter-Sanborn.

CARIMBOS
Em seguida, é realizada a carimbagem dos materiais. Na
Figura 14, há um modelo de carimbo de registro para o acervo da
biblioteca. Para as bibliotecas que têm patrono, sugere-se utilizar
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este nome nos carimbos de registro e de identificação. O carimbo


deve ficar no verso da folha de rosto; caso não seja possível, orienta-
se a carimbar na folha de rosto ou no verso da capa do livro.

Figura 14. Exemplo de carimbo de registro.

BIBLIOTECA DA EEB SENADOR RENATO RAMOS

Nº registro:___________________
Data: ____/____/____
Nº chamada:________________
Aquisição:__________________

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

33
A Figura 15 apresenta o modelo de carimbo de identificação
do acervo que pertence à biblioteca. Esse carimbo deve ser
colocado na “página segredo” (utilizar a página 7) e, para livros
volumosos, na lateral maior.
Se o livro tiver poucas páginas e não for possível carimbar em
sua lateral, deve-se realizar a identificação da biblioteca na folha
de rosto. A folha de rosto, localizada após a primeira folha do livro,
contém os dados que caracterizam a edição: nome do autor, título
da obra, nome do tradutor, editora e ano (Figuras 16 e 17).

Figura 15. Exemplo de carimbo de identificação.

BIBLIOTECA EEB
SENADOR RENATO RAMOS

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.


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Figura 16. Folha de rosto. Figura 17. Exemplo de folha de


rosto com carimbo.

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022 Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022

34
Quando uma obra é descartada e já tem a identificação da
biblioteca, deve-se carimbar na folha de rosto que esse material
não pertence mais à biblioteca (Figura 18). Lembrando que o
descarte deve ser feito baseado na Política de Desenvolvimento
de Coleções da Rede.

Figura 18. Exemplo de carimbo de descarte.

BIBLIOTECA DA EEB SENADOR RENATO RAMOS


MATERIAL DESCARTADO
Data:____/____/______
Responsável:___________________

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

IDENTIFICAÇÃO NO ACERVO
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Cada item do acervo deve receber uma etiqueta, sinalizando


a que grupo pertence, assim como a posição que ocupa na
estante, como um endereço. Na Figura 19, estão detalhadas as
informações contidas em uma etiqueta de lombada de livro.

Figura 19. Exemplo de etiqueta para a lombada de livro.

INF2 = L  iteratura Infantil


3° e 4° anos iniciais
Tarja amarela: Literatura Infantil
– leitor autônomo

Fonte: Elaboração dos autores, 2022; adaptado de Pinheiro, 2021.

35
A Figura 20 apresenta a classificação do assunto em uma
etiqueta de lombada; demonstra vários títulos diferentes de um
mesmo autor.

Figura 20. Exemplo de etiqueta para títulos diferentes do mesmo autor


e classificação.
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Menino Poti – O menino que espiava


Ana Maria Machado. para dentro – Ana Maria
Classificação (geral) + Machado. Classificação
Autor = INF1 IND. (geral) + Autor = INF2 FAN.

O menino Pedro e seu boi O menino que virou A menina que vivia perdendo
voador – Ana Maria Machado. escritor – Ana Maria – Ana Maria Machado.
Classificação (geral) + Autor = Machado. Classificação Classificação (geral) + Autor
INF1 FAN. (geral) + Autor = INF2 AVE. = INF3 VAL.

Fonte: Elaboração dos autores, 2022; adaptado de Pinheiro, 2021.

A etiquetagem pode ser feita de diversas formas:

 Copiar o modelo de etiqueta em editor de texto, preencher


por unidade e imprimir em papel sulfite para recorte.

36
 Copiar o modelo de etiqueta em editor de texto, preencher
por unidade e imprimir em folha de etiqueta inteira autoade-
siva para recorte.
 Utilizar um software de modelo de etiqueta, preencher por uni-
dade e imprimir na folha de etiqueta autoadesiva correspon-
dente.
 Gerar em software específico de gerenciamento de bibliotecas
e imprimir em papel ou etiqueta.

Para a classificação representada por cor, pode ser usado:

 Papel adesivo colorido.


 Fita adesiva colorida.
 Papel/cartolina colorido com papel adesivo transparente por
cima.

A etiqueta deve ser colada na borda inferior do livro, sempre


com a identificação alinhada na margem, como na Figura 21.
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Procure deixá-las na mesma altura.

Figura 21. Exemplo de livro etiquetado com classificação representada


por código e cor.

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

37
ORGANIZAÇÃO DO ACERVO NAS ESTANTES
Os materiais devem ser organizados na estante da esquerda
para a direita, de cima para baixo. Entre um assunto e outro,
deixar espaço para a inclusão de novos materiais que porventura
cheguem e para o manuseio dos livros, conforme Figura 22.
Sugerimos deixar o espaço de um palmo na prateleira.

A organização segue uma ordem antecipadamente definida


que, no caso das bibliotecas escolares, é por assunto. A disposição
do acervo nas estantes segue a ordem alfabética pelo sobrenome
do autor, assim como a abreviação do sobrenome, conforme já
explicado em Classificação.

Figura 22. Disposição dos livros na estante.


M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Fonte: Universidade de São Paulo (USP), 2005.

38
IDENTIFICAÇÃO DAS ESTANTES
E SINALIZAÇÃO
A sinalização tem como finalidade permitir que a comunidade
escolar encontre a informação necessária por meio de sinais e
mensagens. As principais sinalizações de uma biblioteca são para
o acervo, os setores e os serviços.
Para sinalizar a localização dos materiais, sugerimos fixar
etiquetas ou cartazes com a descrição do assunto ou cores nas
prateleiras das estantes, como nos exemplos das Figuras 23 e 24.

Figura 23. Exemplo de etiqueta de prateleira de estante da EEB de


Muquém (Florianópolis).
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

39
Figura 24. Exemplos de etiqueta de prateleira de estante das EEB
Porto do Rio Tavares (Florianópolis) e Profa. Emérita Duarte Silva e Souza
(Biguaçu).
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

As etiquetas ou cartazes podem ser organizados/digitados


em editor de texto com formato e tamanho de letra escolhidos
pela biblioteca. Para fixar, use papel adesivo transparente ou fita
dupla face. Use cartolinas e papel colorido para criar um ambiente
atrativo e criativo, mas sem exageros. Procure adotar uma
linguagem respeitosa e convidativa para que o aluno se sinta
acolhido.

40
Figura 25. Exemplo de cartaz de boas-vindas da Biblioteca da EEB
Edith Gama Ramos (Florianópolis).

BOA
IDEIA!
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Fonte: Acervo pessoal dos autores, 2022.

Para a sinalização geral, como a indicação dos serviços e dos


setores da biblioteca, utilize a mesma forma de organização e
material de sinalização. Você pode criar espaços com cartazes
dos setores (Espaço de Leitura, Atendimento, Mural, etc.), de
recomendações (como !Após utilizar, deixe o livro sobre a mesa”,
“Não guarde o livro nas estantes”, etc.), dos serviços ou, até
mesmo, temáticos, com frases literárias, musicais ou trabalhos
artísticos dos estudantes. Use a criatividade para dar vida à
biblioteca!

41
SERVIÇOS

42
CIRCULAÇÃO DE MATERIAIS
A circulação é o setor responsável pela movimentação do
acervo, como empréstimo, devolução, renovação e reserva de
materiais. O empréstimo de materiais deve ser controlado pelo
atendente da biblioteca, isto é, todo material emprestado precisa
ser registrado em planilha ou software (caso a biblioteca os utilize).
Elaboramos um modelo de planilha para o controle da circulação
do acervo (Quadro 4).
Essa planilha pode ser impressa e colada ou copiada em um
livro de registro (livro de atas, pautado e numerado).
É possível também utilizar a planilha em formato eletrônico. Dessa
forma, possibilita a verificação da situação do acervo de maneira
mais rápida e fácil: se está emprestado, renovado ou atrasado.
Sugere-se copiar em formato Google, visto que ficará no e-mail
@sed, terá backup em nuvem, bem como facilitará a consulta. Pode
ser usada no computador ou em nuvem em formato planilhas
Google, Excel ou Calc.
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Quadro 4. Modelo de planilha para empréstimo.

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

43
O controle de materiais é indispensável para o conhecimento
do acervo e o planejamento de aquisição e de descarte. Além
disso, ele é importante para a estatística de uso de materiais e a
identificação da quantidade de livros emprestados, dos leitores
mais ou menos assíduos, etc. Para formalizar a circulação, pode-se
elaborar um Relatório (semanal, quinzenal, mensal ou anual) que
demonstre a quantidade de livros emprestados, renovados, bem
como o número de leitores.
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A finalidade dos serviços é aproximar a


comunidade escolar da biblioteca

SERVIÇOS QUE PODEM SER DESENVOLVIDOS


PELA BIBLIOTECA ESCOLAR
Conforme as sugestões contidas no material da UFMG (2005),
são descritas opções de serviços que podem ser desenvolvidos
pela biblioteca escolar.

44
 Empréstimos domiciliares: serviço de empréstimo, renovação
e reserva de materiais para a comunidade escolar. Ver o item
“Regulamento”, no capítulo “Documentos” deste manual.
 Orientação à pesquisa: orientar os usuários quanto ao uso de
fontes de informação e à elaboração de trabalhos acadêmicos.
O professor poderá comunicar o tema da pesquisa antecipa-
damente ao atendente para que ele verifique se há disponibi-
lidade do assunto na biblioteca e selecione os materiais indi-
cados.
 Atividades escolares: a biblioteca poderá ser utilizada para ati-
vidades didáticas, como aulas e pesquisas, com uma agenda
predefinida, para que todos os professores e turmas possam
utilizar o espaço.

A biblioteca poderá criar seu


DICA calendário de atividades de
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

acordo com o planejamento


pedagógico da escola.

 Contação de histórias: essa é uma atividade que pode ser de-


senvolvida pelo atendente. Precisa ser programada e ter uma
regularidade. O livro a ser lido para as crianças precisa ser ade-
quado à idade e ao contexto no qual a escola/comunidade es-
tá inserida.
 Sugestão de aquisição: o usuário poderá sugerir materiais pa-
ra serem adquiridos pela biblioteca, a qual adquirirá de acordo
com as verbas disponíveis.

45
 Educação de usuário: as atividades de educação de usuário
(estudantes, professores/equipe técnica e funcionários) visam
justamente a habilitar os usuários para o bom uso dos recur-
sos informacionais. Deverá ser realizado um treinamento com
os usuários para explicar o funcionamento da biblioteca, ob-
servando-se as características de cada escola (CREs). O trei-
namento poderá ser feito por meio de visitas orientadas à bi-
blioteca, agendamentos e/ou exposição pelo bibliotecário ou
atendente em sala de aula, orientação para a elaboração de
trabalhos escolares, instruções para o uso de fontes de infor-
mação (livros, bases de dados, etc.), entre outras atividades.
 Atividades culturais: a biblioteca pode promover atividades,
como: concursos de redação, teatros, bailes, saraus, palco pa-
ra canto, oficinas culturais, etc. Esses tipo des atividade têm o
intuito de promover a integração cultural e social da comuni-
dade.
 Bate-papo com o autor: pro-
mover o encontro de autores
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com leitores para fomentar a


leitura e a escrita, para conver-
sar e debater acerca das obras,
para tirar dúvidas sobre a pro-
fissão de escritor e do processo
de construção de um livro, etc.
 Contação de casos: realizar
troca cultural entre a tercei-
ra idade (melhor idade) da re-
gião e a comunidade escolar,
utilizando o espaço da biblio-
teca para a contação de estó-
rias e casos da vida dos parti-
cipantes.

46
 Promoção de cursos e oficinas: a biblioteca pode buscar par-
cerias para oferecer cursos, como: conserto de livros, contação
de histórias, oficina de teatro, de máscaras, de escrita, de arte-
sanatos, etc.
 Saraus: organizar saraus com poetas, músicos e membros da
comunidade escolar para apresentação na escola/biblioteca.
 Concursos: organizar e realizar concursos de poesia, conto, de-
senho, pintura e artes em geral.
 Gincanas do livro: fomentar gincanas educativas junto à comu-
nidade e à escola, cuja finalidade principal seja a obtenção de
obras para o acervo das bibliotecas, integrando a comunidade
escolar.

Não se deve usar o espaço


ATENÇÃO da biblioteca para deixar os
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

estudantes de castigo! A biblioteca


deverá ser usada para atividades
agradáveis que promovam o
interesse e o prazer pela leitura.

47
DOCUMENTOS
DA BIBLIOTECA

48
DOCUMENTOS
Para que a biblioteca escolar possa desempenhar sua função
promovendo acesso à informação igualitária a toda comunidade
escolar, apresentamos a seguir alguns documentos que ajudarão
a fortalecer o seu papel.

Portaria n° 2.759 de 03 de novembro de 2022:


Regulamenta as atribuições do profissional
bibliotecário no Órgão Central, nas Coordenadorias
Regionais de Educação (CREs) e no Instituto Estadual
de Educação (IEE).

Regulamento: tem a finalidade de disciplinar situações


específicas da biblioteca, que interferem no dia a dia
de seu funcionamento.

Política de Desenvolvimento de Coleções: tem por


finalidade nortear a tomada de decisões referente à
escolha, à aquisição e ao descarte de materiais que
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compõem ou irão compor o acervo da biblioteca.

Diretrizes para descarte de material: é o processo


de retirada permanente de itens do acervo que estão
desatualizados ou sem condições físicas. Verificar
Portaria em vigor.

Modelo de etiquetas: modelo de etiqueta para


imprimir a classificação dos materiais.

Modelo de planilha eletrônica de registro: organizamos


um modelo de planilha eletrônica para registro dos
materiais da biblioteca.

Modelo de planilha eletrônica de empréstimo: criamos


um modelo de planilha eletrônica para empréstimo dos
materiais da biblioteca.

49
PLANO DE
CONTINGÊNCIA

50
PLANO DE CONTINGÊNCIA
O Plano de Contingência das
Bibliotecas da Rede Pública Estadual de
Ensino de Santa Catarina foi desenvolvido
para direcionar as ações das unidades
integrantes em casos especiais.
O objetivo é definir os procedimentos que deverão ser
seguidos no caso de contingência, de modo a impedir a
descontinuidade dos acessos e serviços em casos emergenciais.
Foram definidas estratégias e planos de ação com o intuito de
agir preventivamente e conhecer o procedimento adequado
em situações que não são comuns ao funcionamento normal da
biblioteca, visando a garantir que os serviços e acessos essenciais
sejam preservados da melhor forma possível após a ocorrência de
um imprevisto.
O Plano de Contingência prevê ações que duram até o retorno
à situação normal de funcionamento das bibliotecas.
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Queda de energia, sistema, servidores ou internet


Nas situações de queda de energia, sistema, servidores
ou internet, os procedimentos de empréstimo de materiais e
funcionamento das bibliotecas são:

 Funcionamento das bibliotecas: as bibliotecas funcionarão


normalmente durante o dia. Durante a noite, serão seguidas
as orientações da gestão de cada escola para a suspensão do
atendimento.
 Empréstimo de materiais: o empréstimo de materiais será fei-
to normalmente mediante guia de empréstimo manual. O em-
préstimo de materiais reservados será suspenso até que a si-
tuação seja normalizada.

51
 Devolução de materiais: os materiais a serem devolvidos se-
rão recebidos pelos atendentes e ficarão separados até que a
energia, o sistema ou a internet sejam restabelecidos, a fim de
dar baixa no sistema.
 Pesquisa no acervo: a pesquisa no acervo será feita com o au-
xílio das plaquetas de assuntos fixadas nas estantes.

Horário de funcionamento
 Greves do transporte coletivo: em caso de greve no transporte
coletivo ou outra que comprometa o funcionamento dos servi-
ços da escola, o atendimento será mantido no horário defini-
do pela gestão da escola. O atendimento será realizado com
equipe suficiente para a execução dos serviços à comunidade
escolar.
 Desastres naturais: em caso de desastres naturais, o atendi-
mento será realizado no horário definido pela gestão da esco-
la. Somente será suspenso o atendimento em caso de impossi-
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

bilidade de acesso à escola.

Emergências
Em casos de emergências, como acidentes de trabalho,
incêndio, assalto, etc., deve-se comunicar a gestão escolar.

Casos omissos
Os casos omissos no presente Plano serão resolvidos pelo
bibliotecário lotado na CRE e pelo responsável da biblioteca, em
comum acordo com a Gestão ou a Coordenação Pedagógica da
Unidade Escolar, respeitando o Projeto Político Pedagógico.

52
REFERÊNCIAS

53
ANDRADE, Maria Eugênia Alvino. A biblioteca faz a diferença. In:
CAMPELLO, B. S. A biblioteca escolar: temas para uma prática
pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050:


acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

AZEVEDO, Lilieudi. Classificação do acervo literário


infantojuvenil por assunto. Palhoça, 2021. YouTube:
Lilieudi Azevedo. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=nXof3S_H1to. Acesso em: 30 set. 2022.

BRASIL. Lei n. 9.674, de 25 de junho de 1998. Dispõe sobre


o exercício da profissão de Bibliotecário e determina outras
providências. Brasília, DF, 25 jun. 1998. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9674.htm. Acesso em: 24 nov.
2022.
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

CHAGAS, Magda Teixeira. Organização de bibliotecas escolares.


Florianópolis: CIN/CED/UFSC, 2010.

CFB – Conselho Federal de Biblioteconomia. Resolução CFB n.


220/2020, de 13 de maio de 2020. Dispõe sobre os parâmetros
a serem adotados para a estruturação e o funcionamento das
bibliotecas escolares. Brasília, DF: CFB, 2020. Disponível em:
http://repositorio.cfb.org.br/handle/123456789/1349. Acesso
em: 30 mar. 2022.

54
IMS – Instituto Moreira Salles. Biblioteca de Fotografia do IMS
Paulista. Dando jeito nos livros. Instituto Moreira Salles, 11
mai. 2020. Disponível em: https://ims.com.br/2020/05/11/para-
arrumar-a-biblioteca-dicas-da-biblioteca-de-fotografia-do-ims/.
Acesso em: 28 abr. 2022.

MATO GROSSO. Secretaria do Estado de Educação. Caderno


orientativo para uso da biblioteca escolar. Cuiabá: Secretaria
do Estado de Educação, 2012.

PINHEIRO, Mariza Inês da Silva. Guia prático sobre classificação


em cores para bibliotecas escolares e infantis. 2. ed.
Rondonópolis: [s. n.], 2021. Disponível em: https://biblioteca.ufr.
edu.br/pergamumweb/vinculos/000039/00003901.pdf. Acesso
em: 10 mai. 2022.

SANTA CATARINA. Secretaria de Estado de Educação. Aquisição


de mobiliário para biblioteca. Florianópolis: Secretaria do
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Estado de Educação, 2021.

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de


Letras. Folheto para a criação de bibliotecas comunitárias
autogeridas. Programa a Tela e o Texto, 2005. Disponível em:
http://www.letras.ufmg.br/atelaeotexto/folheto_biblioteca.pdf.
Acesso em: 8 mar. 2022.

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. Biblioteca escolar


como espaço de produção do conhecimento: parâmetros para
bibliotecas escolares. Belo Horizonte: UFMG, 2010. Disponível
em: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/biblioteca_
escolar/cartilha_biblioteca_escolar.pdf. Acesso em: 24 mar. 2022.

55
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. Biblioteca escolar
como espaço de produção do conhecimento: parâmetros para
bibliotecas escolares: documento complementar 1: espaço físico.
Belo Horizonte: UFMG, 2016. Disponível em: https://files.cercomp.
ufg.br/weby/up/366/o/padroesparabibliotecasescolares.pdf.
Acesso em: 24 mar. 2022.

UNESCO/IFLA – Organização das Nações Unidas para a Educação,


a Ciência e a Cultura /Federação Internacional de Associações
e Instituições Bibliotecárias. Manifesto IFLA/UNESCO para
biblioteca escolar. Brasil: São Paulo, 1999 (Edição em língua
portuguesa). Disponível em:
https://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdf.
Acesso em: 02 abr. 2022.

USP – Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e


Artes. Como localizar o livro na estante. Blog da Biblioteca da
ECA, 2022. Disponível em: https://bibliotecadaeca.wordpress.
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

com/2010/03/08/como-localizar-o-livro-na-estante/. Acesso em: 8


mar. 2022.

56
APÊNDICE A

CLASSIFICAÇÃO
ADAPTADA PARA
AS BIBLIOTECAS
ESCOLARES

57
Com base na Classificação Decimal de Dewey (CDD)1, nas
indicações de leitura do PNLD Literário, em literaturas da área de
biblioteconomia e no material elaborado por Azevedo (2021),
formulamos uma adaptação de classificação para ser usada nas
bibliotecas escolares da Rede. A listagem apresenta um sistema de
cores e códigos alfanuméricos, conforme apresenta o Quadro 5.

Quadro 5. Exemplos de classificação.

OBRA DESCRIÇÃO COM CLASSIFI- CLASSIFI-


CORES CAÇÃO CAÇÃO +
CUTTER
A pequena Livro infantil VERDE INF1 INF1 FAN2
bruxa, de Pedro indicado para
Bandeira 1º e 2º anos
do ensino
fundamental
O retrato de Literatura ___ ES890 ES890
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Dorian Gray, de Inglesa W671r


Oscar Wilde

Laços de Contos ___ B869.301 B869.301


família: contos Brasileiros L771l
de Clarice
Lispector

Contos Contos e ___ 390 390


tradicionais Folclore C336c
do Brasil para
jovens, de Luís
da Câmara
Cascudo
Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

1 CDD é um sistema de classificação documentária comumente utilizado em bibliotecas públi-


cas e escolares ao redor do mundo.
2 Não adotaremos a numeração da Tabela Cutter-Sunborn na classificação da literatura infantil.

58
O Quadro 6 mostra as classes e seus respectivos assuntos de
modo geral.

Quadro 6. Apresentação geral da classificação.

CLASSE ASSUNTOS
000 Referências (Enciclopédias, Dicionários; Atlas; Manuais;
Guias)
000 Obras Gerais, Ciência da Computação e Informação
100 Filosofia e Psicologia
200 Religião
300 Ciências Sociais
400 Linguagem e Línguas
500 Ciências Naturais e Matemática
600 Tecnologia (Ciências Aplicadas)
700 Artes
800 Literatura e Retórica
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

INF Literatura infantil (1° ao 5° – anos iniciais)


JUV Literatura juvenil (6° ao 9° – anos finais)
900 Geografia, Biografia, História: Santa Catarina, Brasil, Geral e
Antiga
Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

A seguir, apresenta-se a classificação padrão a ser utilizada


na Rede. Caso alguma obra não se encaixe em nenhum assunto
abaixo, contate o bibliotecário da sua Regional (CRE).

59
000 Referências (Enciclopédias, Dicionários; Atlas; Manuais;
Guias)3
R010 Manuais, guias, bibliografias
R030 Enciclopédias gerais
R423 Dicionário de inglês
R423.69 Dicionário de inglês/português
R433 Dicionário de alemão
R433.69 Dicionário de alemão/português
R443 Dicionário de francês
R443.69 Dicionário de francês/português
R453 Dicionário de italiano
R453.69 Dicionário de italiano/português
R463 Dicionário de espanhol
R463.69 Dicionário de espanhol/português
R469.3 Dicionário de português
R912 Atlas, mapas, cartas, plantas
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

000 Obras Gerais, Ciência da Computação e Informação


000 Generalidades
004 Ciência da computação
005 Informática
020 Biblioteconomia e Ciência da informação
028 Leitura
069 Museologia

3 Use a letra “R” na frente da classificação dos materiais de referência, como enciclopédias,
dicionários, atlas, etc.

60
100 Filosofia e Psicologia
100 Filosofia
120 Epistemologia
150 Psicologia
 158.1 Autoajuda/aperfeiçoamento pessoal
160 Lógica
170 Ética
180 Filosofia antiga
190 Filosofia moderna

200 Religião
200 Religião Cristã
220 Bíblia
230 Cristianismo. Teologia cristã
270 História do cristianismo
290 Outras religiões
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

300 Ciências Sociais


300 Ciências sociais
301 Sociologia e Antropologia
305 Grupos sociais
306 Cultura
310 Estatística geral
320 Ciências políticas
330 Economia
340 Direito

61
350 Administração pública
360 Serviço social
370 Educação
 370.15 Psicologia educacional
 370.19 Sociologia educacional
 370.1931 Educação comunitária
 370.19346 Educação do campo
371 Administração escolar
 371.1 Professores – Pessoas da educação
 371.26 Avaliação educacional
 371.3 Didática
 371.35 Ensino a distância
 371.4 Orientação educacional
 371.8 Estudantes
 371.9 Educação especial
372 Ensino fundamental
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

372.357 Educação ambiental


373 Ensino médio
374 Educação de adultos (EJA)
375 Currículos
378 Educação superior
379 Política pública
380 Comércio. Comunicação. Transporte
390 Costumes. Etiquetas.
398 Folclore

62
400 Linguagem e Línguas
400 Línguas
410 Linguística
420 Inglês
430 Alemão
440 Francês
450 Italiano
460 Espanhol
469 Português
470 Latim
480 Grego
490 Outras línguas
491 Línguas asiáticas
496 Línguas africanas
498 Línguas indígenas
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

500 Ciências Naturais e Matemática


500 Ciências naturais e Matemáticas
507 Ciências
510 Matemática
520 Astronomia e Ciências afins
530 Física
540 Química
550 Ciências da Terra
551 (Geologia, hidrologia, meteorologia)
560 Paleontologia. Paleozoologia
570 Biologia
577 Ecologia/Meio ambiente/Biodiversidade
580 Botânica
590 Zoologia
63
600 Tecnologia (Ciências Aplicadas)
600 Tecnologia. Ciências aplicadas
610 Ciências médicas
613.2 Nutrição
616.8522 Transtorno de ansiedade
616.8527 Transtorno de depressão
620 Engenharias e Operações afins
 620.5 Informática e Processamento de dados
(nanotecnologia)
630 Agricultura
640 Economia doméstica e Vida familiar
641 Gastronomia. Bebidas. Culinária
650 Administração e Serviços auxiliares
658 Administração
 658.8 Marketing
660 Engenharia química
670 Engenharia de produção. Manufatura
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

690 Construção civil

700 Artes
700 Artes
710 Paisagismo
720 Arquitetura
730 Artes plásticas
740 Desenhos e Artes decorativas
750 Pinturas
760 Artes gráficas
770 Fotografia
780 Música

64
790 Artes recreativas e de representar. (Teatro. Cinema.
Danças. Lazer. Recreação)
794.17 Xadrez
794.81526 Jogos eletrônicos
795 Jogos de sorte. Jogos de carta
796 Esportes. Educação física

800 Literatura e Retórica4


800 Literatura. Retórica. Crítica Literária
B869 Literatura brasileira5
 B869.1 Literatura brasileira poesia. Poema
 B869.2 Literatura brasileira teatro (peças teatrais)
 B869.3 Literatura brasileira romance, ficção
 B869.301 Literatura brasileira contos
 B869.7 Literatura brasileira sátira, humor
 B869.8 Literatura brasileira crônica
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

SC869 Literatura catarinense6


ES890 Literatura estrangeira
896 Literatura africana
898 Literatura indígena

4 A classificação é definida pela nacionalidade do autor. Verifique se há informações na ficha


catalográfica ou no livro.
5 Incluir a letra “B” na frente da numeração para classificá-la como literatura brasileira.
6 Incluir as letras “SC” na frente da numeração para classificá-la como literatura catarinense.

65
INF LITERATURA INFANTIL
(1° AO 5° – ANOS INICIAIS)
INF + número + sigla do gênero (ver Quadro 7)
Exemplo: INF3 HQ

INF1
Leitor iniciante.
Recomendação: 1° e 2° anos iniciais.
Etiqueta cor  VERDE 
Predomínio de imagem. Sem texto ou pouco texto. Letras em caixa alta.

INF2
Leitor autônomo.
Recomendação: 3° e 4° anos iniciais.
Etiqueta cor  AMARELO 
Desenhos e textos maiores, parágrafos ocupando até meia folha.
Textos em várias páginas com desenhos, em média 50 páginas ou
mais.

INF3
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Leitor fluente.
Recomendação: 5° ano inicial.
Etiqueta cor  AZUL 
Textos de página inteira e desenhos.

66
Quadro 7. Gênero literário – literatura infantil.

SIGLA GÊNERO
AFRO Lendas e histórias africanas
AVE Aventura
CAN Cantigas e parlendas
Lendas e contos de outras culturas (grega, chinesa, japonesa,
CUL
judaica, etc.)
DIA Diário
EDU Educativo e informativo
FAB Fábula e fantasia
FOL Folclore, lendas e cultura popular brasileira
HQ História em quadrinhos e gibis
HUM Humor (comédia)
IND Lendas e histórias indígenas
POE Poesia, poema, rima e cordel
REC Receitas
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

REL Religioso
TER Terror (bruxas, fantasmas, monstros assustadores)
VAL Valores (ética e relações familiares)
Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

67
JUV LITERATURA JUVENIL
(6° AO 9° – ANOS FINAIS)
JUV + sigla do gênero (ver Quadro 8)
Exemplo: JUV AVE

Na etiqueta, incluir o número correspondente da Tabela


Cutter-Sanborn + letra inicial do título:

JUV AVE
P853a

Quadro 8. Gênero literário – literatura juvenil.

SIGLA GÊNERO
AFRO Lendas e histórias africanas
AVE Aventura
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

BIO Biografia
CAR Carta
CON Contos
CRO Crônicas
CUL Lendas e contos de outras culturas (grega, chinesa, japonesa,
judaica, etc.)
DIA Diário
DRA Drama
ENS Ensaio
FAB Fábula e fantasia
FIC Ficção
FOL Folclore, lendas e cultura popular brasileira
HQ História em quadrinhos e gibis
HUM Humor (comédia)

68
IND Lendas e histórias indígenas
MEM Memória
POE Poesia, poema, rima e cordel
REC Receitas
REL Religioso
ROM Romance
SUS Suspense (mistério)
TEA Teatro
TER Terror (bruxas, fantasmas, monstros assustadores)
Fonte: Elaboração dos autores, 2022.

900 Geografia, Biografia, História: Santa Catarina, Brasil,


Geral e Antiga
901 História
910 Geografia/Viagens
912 Mapas. Atlas. Plantas
918 Geografia da América do Sul
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

 918.1 Geografia do Brasil


 918.164 Geografia de Santa Catarina
920 Biografia
930 História do Mundo Antigo
 900.54 1a e 2a Guerras Mundiais
940 História Geral da Europa
950 História Geral da Ásia e Extremo Oriente
960 História Geral da África
970 História Geral da América do Norte
980 História Geral da América do Sul
981 História Geral do Brasil
 981.64 História Geral de Santa Catarina
 981.00498 História Indígena
990 História Geral de Outras Regiões
69
Para melhor compreensão, a Figura 26 apresenta os gêneros
textuais utilizados para a classificação da literatura infantil e juvenil.

Figura 26. Principais gêneros literários para uso na literatura infantil e


juvenil.
M A N U A L PA R A B I B L I OT E C A S E S C O L A R E S DA R E D E P Ú B L I C A E S TA D U A L D E E N S I N O D E S A N TA C ATA R I N A

Fonte: Elaboração dos autores, 2022.


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