Laudo Moacir Maia - R01

TELINO CABRAL PINHEIRO
Engenheiro Civil - Engenheiro de Segurança - Especialista Engenharia de Instalações Prediais – Especialista em

Energias Renováveis – Perito Judicial, membro do IBAPE- RN Nº 464 - CREA/RN 210.248.669 - 9
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 16ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE NATAL/RN.
PROCESSO Nº: 0831735-86.2021.8.20.5001

DEMANDANTE: EDF. MOACYR MAIA
DEMANDADO: FELIPPE GURGEL DE CARVALHO
Telino Cabral Pinheiro , Eng.º Civil, devidamente

registrado no CREA RN sob o nº. 210.248.669 - 9,
intimado através de despacho nos autos, Num.
79104987 - Pág. 2, com o objetivo de atuar como Perito
Judicial no Processo de Ação de Sentença nº.
0831735-86.2021.8.20.5001, tendo como autor
EDF. MOACYR MAIA, movido em face de FELIPPE
GURGEL DE CARVALHO, tendo procedido aos
estudos pesquisas e diligência que se fizeram
necessários, vem apresentar a Vossa Excelência suas
conclusões consubstanciadas no seguinte laudo
pericial.
Aproveito a oportunidade para solicitar a transferência
dos honorários para seguinte conta:
AG BANCO DO BRASIL: 1246-7
CC: 5375-9
CPF 51269252453
LAUDO PERICIAL
Julho/2022
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Rua Minas Nova, nº 100, Cond. Porto Milano, Bl.B, Apto. 101, Neópolis – Natal/RN – CEP. 59.088-725 Fone:
(84) 99108-2088
Email: telinocpinheiro@gmail.com
SUMÁRIO
1.0- PRELIMINARES...........................................................................................................3
2.0- INTERESSADO...........................................................................................................3
3.0- OBJETO:......................................................................................................................3
4.0- CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO....................................................................3
5.0- OBEJETIVO.....................................................................................................................4
6.0- VISTORIA REALIZADA..................................................................................................4
7.0 – DOCUMENTAÇÃO ANALISADA...................................................................................5
8.0- METODOLOGIA................................................................................................................5
9.0-CONCEITOS.......................................................................................................................5
10.0- LEVANTAMENTO DE DADOS........................................................................................6
11.0- QUESITOS....................................................................................................................21
12.0- CONCLUSÃO................................................................................................................29
13.0- CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................29
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1.0- PRELIMINARES
Segundo a inicial, a parte autora alega que aos 13 de maio de 2021 o elevador serviço
do Edifício Residencial Moacyr Maia, autor desta ação, parou de funcionar. Diante da
constatação a Administração do condomínio abriu uma chamada junto a Atlas Schindler, para
que houvesse a identificação técnica do problema. Ao comparecer a Empresa Atlas detectou
que o problema foi a queima do inversor de frequência causado por água, que após vistoria
havendo percorrido todos os pavimentos, identificou a origem do vazamento de água que
ocasionou a queima do inversor. Assim emitiu um laudo constatando que o vazamento se deu
no pavimento do 12º andar, mais precisamente vindo da parede do apto 1201, o qual é
moradia do réu.
2.0- INTERESSADO
Doutor Juízo da 16º Vara Civil da Comarca de Natal/RN , Autores e Réu ao final
concluir.
3.0- OBJETO:
Objeto deste trabalho pericial consiste na vistoria ao elevador de serviço do
Condomínio Moacir Maia e o apartamento do réu o Sr. Felippe Gurgel de Carvalho, sito a
rua Apodi, nº 500, Tirol, Natal/RN, CEP 59020- 130, Natal/RN.
4.0- CARACTERÍSTICAS APARTAMENTO:

O apartamento é abastecido de forma indireta, por coluna de alimentação, com
válvulas redutoras de pressão, instaladas conforme disposição de andares para atender as
pressões de projeto. O shaft se localiza na circulação de acesso aos apartamentos e
elevadores.
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O apartamento tem área de 130,0m², com a seguinte arquitetura: 02 suítes; 02

quartos, sala, cozinha, varanda, banheiro social e dependência empregada.
5.0- OBEJETIVO
O presente trabalho tem por finalidade verificar e analisar o nexo causal entre o
vazamento ocorrido no apartamento 1201, purificador de água, com o problema da queima
do circuito elétrico do elevador de serviço.
Em seguida responde os quesitos das partes, a fim de embasar a decisão do Juízo da
16ª Vara Cível da Comarca de Natal/RN.
6.0- VISTORIA REALIZADA
No dia 22 de junho de 2022, às 10:00 horas, estiveram presentes no local da perícia o

Perito do Juízo Engº Civil Telino Cabral Pinheiro, o assistente técnico, representante do
autor o Engenheiro Mecânico André Quinteiro Soares – Crea/RN 211048204-4, o
demandado, o Sr. Felippe Gurgel Carvalho, Engenheiro Civil Cpf.: 011.714.344-80 e sua
representante legal a advogada a Sra. Luana Dantas Emerenciano - OAB/RN 8990, como
também oi entrevistada a secretária do Sr. Felippe, presente a diligência a Sra. Ivoneide
Duarte de Souza – RG 1638545 ITEP/RN. Desta feita se procedeu as entrevistas as partes
presentes, os quais narraram suas versões em relação aos fatos.
A ré em sua narrativa, nos falou dos históricos acometidos pelo elevador devido a
problemas de água, sendo algumas identificadas como origem advindas de apartamentos e
outras não identificadas, podendo ser devido as águas pluviais, através de janelas externas,
situadas no hall, ou pela cobertura, área de resgate.
Quanto ao representante do autor, este sendo Engenheiro da Atlas, não trabalhava na
empresa no período do sinistro, ficando limitado as respostas técnicas e abertura dos
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acessos (casa de máquinas, área de resgate, fosso elevador), de forma que parou o
elevador de serviço para observamos o interior do fosso, na altura da parede do
apartamento 1201 parede em tela onde ocorreu o sinistro.
A Sra. Ivoneide, secretária no apt. 1201, narrou que percebeu o vazamento quando
chegou pela manhã no apartamento, por volta das 7:30hrs. E segundo esta a água não saiu
por nenhuma das portas de acesso ao hall e tendo estas (água) tomado o sentido da sala
em direção hall de acesso aos quartos.
7.0 – DOCUMENTAÇÃO ANALISADA

A documentação utilizada na elaboração desse trabalho técnico, parte desta retirada
dos autos do processo em epígrafe, documentação apresentada pelas partes e pesquisa de
consumo na concessionária.
8.0- METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesta perícia consiste em analisar a documentação, projetos
apresentados, pelas partes, levantamento de informações, vistoria aos ambientes
pertinentes ao assunto em tela: shaft de instalações hidráulicas; local de sinistro no
apartamento 1201; fosso do elevador; casa de máquinas; área de resgate, e demais hall’s
circulação dos elevadores, no intuito de observar todas as aberturas possíveis ao acesso de
águas externas em períodos de chuvas, investigando sobre sinistros anteriores.
9.0- CONCEITOS PERTINENTES AO ASSUNTO EM TELA:
Conforme ABNT – NBR 5626 – Projetos de Instalações de Água e fria e Quente:

3.41 PRESSÃO DINÂMICA: carga de pressão ou carga piezométrica (energia de pressão
por unidade de peso de água) atuante em determinada seção de tubulação sob escoamento,
considerada em sua linha de eixo
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3.43 PRESSÃO ESTÁTICA: carga de pressão ou carga piezométrica (energia de pressão

por unidade de peso de água) atuante em determinada seção de tubulação sob carga,
porém sem escoamento, considerada em sua linha de eixo;
3.44 PRESSÃO MANOMÉTRICA: valor de pressão estática ou dinâmica indicada em
manômetro;
3.49 RAMAL: tubulação derivada da coluna de distribuição ou diretamente de barrilete,
destinada a alimentar sub-ramais;
3.78 VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO: equipamento que reduz a pressão dinâmica da
água a jusante de determinado trecho do SPAFAQ (procedimentos de água fria e água
quente) e que impede a transmissão da pressão estática de montante para jusante na
ausência de escoamento;
3.80 VAZÃO DE PROJETO: valor de vazão de referência para o dimensionamento do
sistema;
3.81 VAZÃO MÁXIMA: maior valor admissível de vazão, na saída de um aparelho ou
componente;
3.82 VAZÃO MÍNIMA: menor valor admissível de vazão, na saída de um aparelho sanitário
ou componente.
10.0- LEVANTAMENTO DE DADOS E ESCLARECIMENTO DOS FATOS:

10.1- Da vistoria nas Instalações:
Para melhor esclarecimento os fatos, foi investigado as instalações físicas no
contexto do elevador de serviço, observando possíveis infiltrações, conforme
questionado pela parte ré o Sr. Felippe, causadores de sinistros anteriores.
10.1.1- Casa de Máquina:
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Na diligência foi evidenciado infiltração de águas pluviais pela esquadria existente próxima
ao fosso do elevador, estando chovendo foi evidenciado in loco, como também pela porta de
acesso a área de resgate pela casa de máquinas.
➢ Água pluvial escorrendo pela parede devido abertura da esquadria, água empossando
no piso junto a soleira da porta do elevador de serviço do 12º pavimento, fotos 1 e 3;
➢ Detalhe de mancha de água no peitoril da esquadria corroborando para existência de
infiltração já antiga pela passagem de água pluvial, foto 2;
➢ Água pluvial entrando pela porta de acesso área de resgate casa de máquina,
molhando o piso foto 4 e 5;
Foto 1
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Foto 2 Foto 3
Foto 4 Foto 5
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10.1.2- Poço elevador:

Na diligência foi evidenciado infiltração de água pluvial, por percolação, pela parede divisória
do poço do elevador de serviço e área de resgate.
➢ Parede úmida fosso elevador de serviço, foto 6;
➢ Devido a umidade pela percolação da água o tijolo está deteriorando, completamente
encharcado, o que denota existência de infiltração com existência de algum tempo
foto 7; 8; 9;
➢ Evidência de manchas deixadas pela água que percolou pela parede e escorreu pela
viga, lado interno do poço, foto 10;
➢ Laje cobertura fosso elevador de serviço, não apresenta manifestações patológicas
(infiltração), foto 11.
Foto 6 Foto 7
9
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Foto 8 Foto 9
Foto 10
10
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Foto 11
10.1.3- Local do sinistro Apt. 1201:

Em seguida registro do ambiente, área de ser
viço, onde se encontra instalado o purificador de água no apt. 1201, fotos 12; 12ª; 13; 14.
Foto 12 Foto 12ª
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Foto 13
Foto 14
12
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Conforme informação colhida na diligência, não houve reclamação do proprietário do

apartamento imediatamente abaixo (1101), em relação ao vazamento de água, o que podemos
confirmar que a área é impermeabilizada, ou seja, não houve percolação sob a laje de piso.
10.1.4- Área de resgate:

Foi evidenciado fissura na ancoragem da manta de impermeabilização, na parede externa, na
área de resgate, parede elevador de serviço, abrindo passagem das águas pluviais para área
interna do fosso elevador de serviço, foto 15;
Foto 15
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10.1.5- Elevador de Serviço:

Distância da parede do fosso elevador de serviço a cabine, foto 16;
Posição das peças danificadas, sobre a cabine do elevador de serviço e porta de acesso,
foto 17.
Foto 16
Foto 17
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10.2- Projeto de Instalações Hidráulicas:

No projeto de instalações hidráulicas do Condomínio Moacir Maia, é indicado a
pressão de trabalho que deve ser mantida na rede (tubulação, ramal de abastecimento dos
apartamentos).
Essa pressão é determinada pela NBR 5626 (Sistemas Prediais de Água Fria e Água
Quente), para que o sistema seja conservado, ou seja, para não haja pressões acima da
capacidade da tubulação, de modo que resistam a pressão estática e dinâmica da água.
A altura em que se encontra o reservatório (montante) em relação aos pontos de uso
nos apartamentos (jusante), sendo o prédio com 27 pavimentos, à altura causa uma carga
estática (pressão) muito grande na tubulação, devendo esta ser regulada através das VRP
(válvula Reguladora de Pressão).
As VRP conforme projeto de instalações hidráulicas do condomínio, foram instaladas
a partir do 18º pavimento, atendendo sempre 3 pavimentos: o andar em que está instalada e
demais andares imediatamente abaixo 17º e 16º, na sequência são instaladas de forma a
atender demais pavimentos, sempre na mesma proporção 1/3 pavimentos.
Desta feita foram distribuídas nos pavimentos inferiores de forma a atender as
exigências da norma garantindo as vazões e pressões.
Para o apartamento 1201, a VRP que atende está localizada no 12º pavimento, a qual
foi conferida in loco, para verificar sua conformidade em relação ao projeto. Caso estando
desregulada pode gera pressão acima ou abaixo, prejudicando o sistema, podendo
ocasionar sinistro na rede, por falta ou excesso de pressão na rede.
Detalhe retirado do projeto, com indicação da pressão a ser atendida.
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10.2.1- Em relação ao projeto de instalações hidráulica, sobre a VRP que atende o APT.
1201:
Foi constatado in loco, conforme destaque foto do manômetro, a leitura da pressão diferente
da indicada em projeto, o que gera pressão acima da estabelecida, podendo causar ruptura
do sistema, ou seja, danificar as tubulações
O manômetro deveria estar registrando, conforme projeto, as seguintes leituras 20MCA =
2Kgf/cm² = 1,42PSI, ao invés disto conforme evidenciado: 48MCA = 4,8Kg/cm² = 68PSI.
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Para melhor entendimento da conversão de unidades:
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10.2.2- Sobre o Purificador de água Apt. 1201:

Conforme manual do purificador de água, este informa as pressões que o equipamento
suporta:
Mínima pra bom funcionamento 3,0MCA = 0,3 Kgf/Cm²;
Máxima 40mca = 4Kgf/cm²
Pressão de trabalho- estática 20MCA = 2,0 Kgf/cm².
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10.3. Consumo de água no mês do sinistro apt. 1201

Para compararmos o volume de água derramado no dia do sinistro, foi verificado os
consumos do mês anterior e posterior. Nos autos o sinistro ocorreu em maio/2021, como
pode ser visto no relatório de consumo em relação ao mês de sinistro, praticamente não
houve alteração no consumo, visto em abril 21m³, em maio 19m³ e junho 18m³.
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10.4- Dos esclarecimentos dos fatos:

Diante das evidências, conforme explanados nos itens 10.1 a 10.3, foram constatados
vários outros focos de infiltração, possíveis e mais prováveis de terem acometido o sinistro
no elevador de serviço, vejamos a seguir:
➢ Infiltração pela esquadria (janela) pavimento 12º próxima a porta elevador de serviço;
➢ Infiltração pela esquadria (porta) acesso casa de máquinas área de resgate;
➢ Infiltração parede fosso elevador área de resgate;
➢ Infiltração esquadria (janela) casa de máquinas próxima porta elevador;
Todas essas infiltrações acumulam água no piso, podendo ser possível, devido o volume
das chuvas escorrem pela porta do elevador.
Também diante das evidências podemos concluir, que pelo volume de água que
vazou no dia do sinistro no Apt. 1201, conforme relatório de água deste apartamento (Item
10.3), esta não seria suficiente, pelo tempo de acumulação, para percolar a parede com
velocidade suficiente e vencer a distância entre a parede e a cabine aproximadamente 20cm
e chegar as peças danificadas.
Sendo a parede revestida e integra, a passagem de água é lenta, sendo este
fenômeno chamado de infiltração por percolação: passagem de água de um ambiente para
outro através de fissuras, aberturas ou dos poros capilares da matéria.
Pelo histórico levantado a água que vazou não chegou a descer ao apartamento
imediatamente abaixo 1101, como também não chegou à circulação, o que comprova ter
sido pequeno o volume perdido.
Com ralo instalado imediatamente abaixo do local de sinistro (foto 13), também
contribuiu para escoar as águas que chegaram ao piso.
Conforme fotos acostadas nos autos do laudo feito pela Atlas Elevadores, no dia do
sinistro mostra uma parede úmida, e água sobre as peças danificadas que se encontram do
outro lado desta, próximas a porta de acesso.
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Quanto ao problema de o rompimento da mangueira que abastece o purificador, um

dos fatores que contribuiu foi a desregulagem da VRP, desconforme em relação ao projeto
explanado no item 10.2, como dista o manual do fabricante do purificado item 10.2.2, sobre
a pressão.
11.0- QUESITOS:
11.1-Quesitos parte Autora:
1.Qual a origem do vazamento de água no dia do ocorrido?
Sinistro ocorrido na mangueira que abastece o purificador de água do Apto. 1201
2.Qual a vazão da mangueira do filtro instalado na cozinha do Réu? Onde está localizado o
filtro instalado na cozinha, em qual parede?
Segundo a NBR 5626 – TABELA 2: 0,10 L/s
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3.Qual seria o volume total de água decorrente do vazamento desta mangueira pelo tempo
estimado de 02h, 04h, 06 e 08 horas seguidas?
Conforme Norma:
2 Hrs = 720 L
4 Hrs = 1420 L
6 Hrs = 2160 L
8 Hrs = 2880 L
4.Durante um vazamento de água na cozinha do RÉU, para onde corre a água? Como está
o declive no piso daquele ambiente?
Conforme relato da secretária do Sr. Felippe, a Sra. Ivoneide Duarte de Souza – presente a
diligência, esta narrou que a água escorreu para a sala em direção aos quartos.
5.Como se dá um processo de infiltração na parede tanto de origem externa de vazamento
como de origem interna?
A infiltração acontece pelo processo de percolação, através de aberturas, fissuras ou pelos
polos da matéria.
6.O vazamento desta mangueira, pelo tempo estimado, seria capaz de transpor as paredes
do apartamento e atingir o fosso do elevador, a ponto de respingar água nos equipamentos?
Não, conforme explanado nos itens 10.1 a 10.4 do laudo. Sendo a barreira (parede) o
caminho percorrido pela água a percolar, no caso em tela, sendo esta revestida com piso
impermeabilizado (não passou para o andar inferior), a água não teria velocidade de vencer
a barreira da parede e transpor uma distância aproximada de 20cm para chegar a cabine,
tendo ainda que vencer mais 0,90m para chegar as peças danificadas.
Conforme relatório de consumo de água do apartamento 1201no mês do sinistro, não houve
alteração considerada no acréscimo de água:
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7.O Sr. tem conhecimento sobre a capacidade de estanqueidade da laje superior que
recepciona as águas pluviais? Existe sistema de escoamento para a laje superior? Qual a
vazão desse sistema?
Se a pergunta for sobre a área de resgate, esta é impermeabilizada e contém ralos para
escoamento das águas pluviais, estando em conformidade com as normas, conforme projeto
apresentado das instalações de águas pluviais do condomínio.
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8.O Sr. sabe dizer qual é o volume de chuva esperado para o mês do ocorrido?
Conforme SITE, reportagem em destaque, o volume estimado para o mês de Maio/2021 era
de 204mm.
https://portal.inmet.gov.br/uploads/notastecnicas/BALAN%C3%87O-CAPITAIS-
NORDESTE_maio_2021-1.pdf#page=1&zoom=auto,-99,842
9.O Sr. sabe dizer qual foi o volume de chuva naquele dia e hora específicos.
Não há como precisar o volume pluviométrico por hora específica do dia, sem informação de
estação pluviométrica nas proximidades. Mas segundo a reportagem do site no mês de
maio/2021 o índice pluviométrico chegou a 91,5mm, e em determinadas reportagens da
época, conforme consta nos autos e conferidas por este expert em visita ao site, no dia 12
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para o dia 13 de maio do corrente mês, ocorreu pontos de alagamento em Natal, devido a
fortes chuvas.
10.O Sr. sabe dizer em quanto tempo essa chuva precipitou em nossa região?
Não
11.Foi uma chuva rápida ou lenta?
Não sei precisar.
12.O referido volume de chuva identificado naquele dia relacionado a velocidade da
precipitação é capaz de vencer o sistema de escoamento contido no Edf.?
Favor ver os itens 10.1 a 10.4 do laudo em resposta a este quesito.
13.Existe conselho profissional para atestar o laudo apresentado pela empresa de elevador?
SE sim, qual seria?
Sim todo laudo deve ser atestado por profissional habilitado com registro no seu conselho de
classe. CREA/RN
E qual seria a habilitação necessária para emissão do referido laudo?
Como dito anteriormente deve ser atestado por profissional qualificado, podendo este ser:
Engenheiro Civil ou Engenheiro Mecânico.
13.A empresa de elevador tem capacidade técnica para emitir laudo atestando as condições
de uso dos elevadores localizados no EDF. Moacyr Maia?
Quem deve executar o laudo é o profissional que assina, devendo este ser qualificado e com
registro em seu órgão de classe.
14.O laudo emitido pela empresa de elevadores é válido?
Como dito, todo laudo deve ser assinado por profissional qualificado, com registro na ordem
de classe.
15.1O laudo emitido pela empresa de elevadores condiz com a realidade dos fatos ocorridos
naquele dia?
Não, o laudo é superficial, não incluiu demais áreas potenciais em relação as infiltrações
existentes no prédio, atendo-se ao sinistro ocorrido no apartamento 1201.
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16.A existência ou não de saída externa na casa de máquinas influência no resultado

alcançado pelo evento danoso em questão?
Sim, conforme explanado no laudo itens 10.1 a 10.15
A distância do pé direito da casa de máquinas e o pé direito da última parada tem relevância
ou ligação com o evento danoso? Se sim, qual?
Não.
17.De quem é a responsabilidade de qualquer vazamento de cozinha que venha invadir o
fosso de elevador ou este local?
A responsabilidade por sinistros dentro do apartamento, em tese, é de responsabilidade do
proprietário, no entanto, o vazamento ocorrido devido sinistro na mangueira que abastece o
purificador de água do apartamento 1201, ao investigarmos a leitura do manômetro de
pressão da VRP (Válvula Reguladora de Pressão), constatou-se uma desconformidade em
relação ao projeto, podendo ser um dos fatores que corroboraram para o rompimento da
mangueira. O que leva a outra responsabilidade, sendo área comum o shaft de instalações
hidráulicas, é de responsabilidade do condomínio manter a manutenção da VRP.
Conforme explanado no item 10.2 desta epígrafe.
18.Quando há um vazamento líquido originado na unidade habitacional, de quem é a
responsabilidade sobre todos os danos dalí causados?
A responsabilidade é do proprietário da unidade, caso o vazamento tenha sido provocado
por fatores inerentes à unidade habitacional. Entretanto, se a causa for externa, como por
exemplo a pressão na coluna de água superior ao indicado em projeto, esta
responsabilidade é do condomínio.
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11.2-Quesitos parte Ré:

1) Um vazamento de uma mangueira de um filtro na cozinha seria capaz de transpor as
paredes do apartamento e atingir o fosso do elevador, a ponto de respingar água nos
equipamentos e danificá-los?
Diante da análise do local onde ocorreu o vazamento e das evidências levantadas, a
possibilidade de a água transpor as paredes e atingir o equipamento é mínima.
2) O condomínio tem histórico de problemas relacionados à água no fosso dos
elevadores?
Sim, conforme documentos acostados nos autos, manutenção corretiva da Atlas.
3) Esses problemas de água no fosso dos elevadores recorrentes são devido a água
proveniente de onde? De algum apartamento ou de chuva?
Conforme documento acostados nos autos, registros de manutenção corretiva da Atlas,
foram 9 ocorrências. Destas 8 ocorrências foram manifestações de água, e 1 por outro
motivo. Das manifestações ocorridas pela água, 02 são indicam vazamentos em
apartamentos e demais (06) não relatam a origem da água.
4) É possível que um grande volume de água proveniente de chuva pudesse ter atingido o
elevador no dia que ele parou de funcionar?
Sim, conforme evidências constatadas na diligência e explanadas no item 10 desta epígrafe.
5) O fato de ter chovido o equivalente a 2/3 (dois terços) do esperado para o mês inteiro, de
acordo com a média histórica registrada, influenciou no dano causado ao elevador?
Sim, possível, conforme evidenciado na análise do item 10.1.1. diligência por focos de
infiltração.
6) O laudo apresentado pela empresa de elevador foi atestado por engenheiro habilitado
com capacidade comprovada por meio de inscrição junto ao conselho profissional
competente?
Não
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7) Há saída externa na casa de máquinas?

Sim
Qual a distância do pé direito da casa de máquinas e o pé direito da última parada?
1,70m
8) É normal qualquer vazamento de cozinha invadir o fosso de elevador ou este local deveria
ter tratamento de impermeabilização e ter dispositivo de proteção contra respingos de água?
De acordo com a NBR 15575 – Norma de Desempenho:
Área Molhada- Locais que acumulam água - São áreas que devem ser estanques, devendo
ser informada no manual de uso do proprietário e do Síndico;
Área Molhável: Locais possíveis de serem molhados devendo ser informada no manual de
uso do proprietário e do Síndico.
Para melhor entendimento, trago essa imagem do simpósio brasileiro de impermeabilização,
ilustrando as áreas molhadas e molháveis de um apartamento:
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12.0- CONCLUSÃO
Portanto por todo o exposto nos itens anteriores, das evidências, levantamentos e
esclarecimentos dos fatos, concluímos que não dá fechar o nexo causal do vazamento
ocorrido no apartamento 1201 com o sinistro no Elevador de Serviço do Condomínio Moacir
Maia.
Diante dos fatos:

Cabe ao magistrado, após o depoimento das partes, oitiva das testemunhas e análise
dos documentos juntados nos autos, com fundamento na legislação, na doutrina e na
jurisprudência, prolatar sentença segundo suas convicções.
13.0- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nada mais havendo a esclarecer, o signatário dá por encerrado o presente trabalho

pericial que consta de 29 (vinte e nove) folhas digitadas, e a última datada e assinada.
Natal/RN, 11 de Julho de 2022.
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Engenheiro Civil – Engenheiro de Segurança
CREA Nº. 210.248.669 –9
29
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(84) 99108-2088

Laudo Moacir Maia - R01

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TELINO CABRAL PINHEIRO

Engenheiro Civil - Engenheiro de Segurança - Especialista Engenharia de Instalações Prediais – Especialista em

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 16ª VARA CÍVEL DA

PROCESSO Nº: 0831735-86.2021.8.20.5001

Telino Cabral Pinheiro , Eng.º Civil, devidamente

4.0- CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO....................................................................3

6.0- VISTORIA REALIZADA..................................................................................................4

7.0 – DOCUMENTAÇÃO ANALISADA...................................................................................5

10.0- LEVANTAMENTO DE DADOS........................................................................................6

13.0- CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................29

4.0- CARACTERÍSTICAS APARTAMENTO:

O apartamento tem área de 130,0m², com a seguinte arquitetura: 02 suítes; 02

6.0- VISTORIA REALIZADA

No dia 22 de junho de 2022, às 10:00 horas, estiveram presentes no local da perícia o

7.0 – DOCUMENTAÇÃO ANALISADA

9.0- CONCEITOS PERTINENTES AO ASSUNTO EM TELA:

Conforme ABNT – NBR 5626 – Projetos de Instalações de Água e fria e Quente:

3.43 PRESSÃO ESTÁTICA: carga de pressão ou carga piezométrica (energia de pressão

10.0- LEVANTAMENTO DE DADOS E ESCLARECIMENTO DOS FATOS:

10.1.1- Casa de Máquina:

10.1.2- Poço elevador:

10.1.3- Local do sinistro Apt. 1201:

Foto 12 Foto 12ª

Conforme informação colhida na diligência, não houve reclamação do proprietário do

10.1.4- Área de resgate:

10.1.5- Elevador de Serviço:

10.2- Projeto de Instalações Hidráulicas:

Para melhor entendimento da conversão de unidades:

10.2.2- Sobre o Purificador de água Apt. 1201:

10.3. Consumo de água no mês do sinistro apt. 1201

10.4- Dos esclarecimentos dos fatos:

Quanto ao problema de o rompimento da mangueira que abastece o purificador, um

16.A existência ou não de saída externa na casa de máquinas influência no resultado

11.2-Quesitos parte Ré:

7) Há saída externa na casa de máquinas?

Diante dos fatos:

13.0- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nada mais havendo a esclarecer, o signatário dá por encerrado o presente trabalho

Natal/RN, 11 de Julho de 2022.

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