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Dimensionamento de frota

Características físicas
Diversas características para minério e estéril precisam ser
conhecidas com o objetivo de selecionar de maneira apropriada
os equipamentos de escavação e transporte.

Os fatores mais importantes são:

(i) escavabilidade (excavability);

(ii) volume;

(iii) densidade;

(iv) empolamento (swell factor);

(v) resistência ao rolamento (rolling resistance).


Escavabilidade (excavability)
É uma medida do esforço necessário para remover o minério ou
o estéril da sua posição in situ original.

Diferentes materiais têm diferentes características e, portanto,


vão requerer quantidades variáveis de energia e tempo para
desagregá-los durante a escavação.

Para determinar a performance dos equipamentos é necessário


avaliar as características de escavação do material a ser
movimentado.
Diferentes tipos de material são graduados em 5 categorias de
escavação:

Classe 1: pouca resistência à fragmentação e alto grau de preenchimento


da concha (bucket filling), isso é, alta performance do equipamento.

Classe 5: alta resistência à fragmentação e baixo grau de preenchimento de


concha, isto é, baixa performance do equipamento. Normalmente o material
precisa ser pré desmontado antes da fragmentação.
Volume
Na indústria de mineração ou em qualquer atividade onde ocorra
a movimentação de material natural, o volume pode ser
expresso de diferentes maneiras, dependendo do estágio da
escavação.
Volume in situ (bank volume, bm3, BCY) é o material não
perturbado, ainda no maciço, antes da escavação.

Volume desagregado (loose volume, lm3, LCY) é o volume


de material que é carregado no equipamento de transporte. O
volume desagregado é muito maior que o volume in situ, visto
que o material se expande quando escavado. Esta diferença é
chamada de empolamento (swell).

Volume compactado (compacted volume, cm3, CCY) é o


volume do material após a terraplanagem ou nivelamento e
compactação. Este volume é menor que o volume desagregado e
pode ser maior ou menor que o volume in situ, dependendo das
propriedades do material.
O gráfico abaixo apresenta um exemplo de como o volume de
material pode variar durante a escavação e transporte.
Densidade
A relação da massa de um material pelo seu volume é chamada
de densidade.

Densidade = massa
volume

A densidade de um mesmo material pode ser diferente,


dependendo se o material está na forma in situ, desagregada ou
compactada. A diferença aparece na notação, utilizando a
mesma abreviação empregada para volumes.

Por exemplo: 1700 kg/lm3 significa que um metro cúbico de


material desagregado vai pesar 1700 kg.
O gráfico abaixo apresenta um exemplo de como a densidade de
um material pode variar durante as etapas de escavação e
transporte.
Empolamento (swell)
Quando solo ou materiais rochosos são movimentados, o volume
aumenta em função de uma expansão do material.

Este incremento é chamado de empolamento (swell),


usualmente expresso como uma fator de empolamento que é
obtido pela divisão do volume desagregado pelo volume in situ.

Empolamento = volume desagregado


volume in situ
Para conversão entre as formas de volume in situ e
desagregado, as seguintes fórmulas são utilizadas:

Mudanças em volume:

volume desagregado = volume in situ x empolamento

volume in situ = volume desagregado


empolamento

Mudanças em densidade:

densidade desagregada = densidade in situ


empolamento

densidade in situ = densidade desagregada x empolamento


Argila seca tem uma densidade de 1700 kg/bm3 e um fator de
empolamento de 1,3 (que significa um empolamento de 30%).

1) Qual o peso de 1 lm3?


2) Qual é o peso de uma carga de 15 m3?
3) Se 75000 bm3 devem ser escavados, quantos lm3 deverão ser
transportados?
Resistência ao rolamento
(rolling resistance)
Em condições operacionais de transporte uma certa quantidade
de energia é absorvida pela deformação de pneus e resistência
ao atrito do solo. Isto provoca uma frenagem que é chamada de
resistência ao rolamento.

A resistência ao rolamento é afetada por diversos fatores, tais


como:

(i) tipo de solo; (iv) pressão nos pneus;

(ii) condições do maciço; (v) diâmetro e largura


das rodas.
(iii) conteúdo de umidade;
Exemplo de valores de resistência ao rolamento para caminhões
articulados Volvo.
Gradientes
A resistência de um gradiente é causada pelo fato de que na
medida em que uma máquina ou equipamento se move para
um nível mais elevado, o esforço de tração também será mais
elevado.
É necessário atentar para o fato de que os valores de gradiente
variam de acordo com as condições de aclive ou declive.

A resistência total vai ser igual à soma da resistência ao


rolamento e do valor de gradiente.

São construídos gráficos que apresentam os tempos de viagem


para diferentes distâncias, com distintas condições de
resistência total e levando em conta se o equipamento está
carregado ou descarregado.
O gradiente é: (+) positivo em aclives ou subidas
(-) negativo em declives ou descidas

Resistência de gradiente = 2% -2%


Resistência ao rolamento = 8% 8%
Resistência total = 10% 6%
Ciclos de equipamentos de transporte

É possível dividir um ciclo de trabalho de um equipamento de


transporte que é continuamente repetido durante o dia nos
seguintes estágios:

(i) carregamento; (v) viagem descarregada;

(ii) viagem carregada; (vi) manobra para carregamento.

(iii) manobra para descarga;

(iv) descarregamento;
Exemplo:
Um caminhão (Volvo BM A25C) completamente carregado tem
que percorrer um trecho de 200 m (656 pés) em aclive com um
gradiente de 2%. Se a resistência ao rolamento for de 8%,
quanto tempo ele vai levar neste trecho? E para o retorno,
descarregado, para o mesmo trecho?
A partir do ponto de 200 m no gráfico, seguir uma linha vertical
até interceptar a linha de 10% de resistência total. Deste ponto,
siga com uma linha horizontal até o eixo vertical e registre o
tempo de viagem de 0,90 min.
A partir do ponto de 200 m no gráfico, seguir uma linha vertical
até interceptar a linha de 6% de resistência total. Deste ponto,
siga com uma linha horizontal até o eixo vertical e registre o
tempo de viagem de 0,25 min.
Curvas
Trechos em curva podem ser efetuados a diferentes velocidades,
dependendo do raio das mesmas. Quando fazendo uma curva, a
velocidade do equipamento não pode ser maior do que permite a
resistência de fricção exercida pela material que constitui a pista.

Para determinar o tempo de viagem em uma determinada curva é


necessário conhecer o seu raio e o comprimento do arco. Com
estes dados, a partir de gráficos, é possível definir o tempo
necessário para percorrer trechos de curvas.

Arco de curva a ser


Raio de curva percorrido
Qual o tempo necessário para percorrer um arco de curva de 50
m (164 pés), que tem um raio de 20m?

Tempo necessário: 0,18 min.

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