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ACTAS COMPLETAS DO CICLO IBERO-AMERICANO


DE DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS: PATRIMÓNIO,
MEMÓRIA E TURISMO
Editora Cravo
Comité Científico

Jorge Chinea
(Wayne State University - EUA)

Keila Grinberg
(Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Brasil)

Leonardo Rosa Ramos


(Università Pontificia Salesiana - Itália)

Marcia Calainho
(Instituto Jurídico Luso Brasileiro - Portugal)

Márcia Maria Menendes Motta


(Universidade Federal Fluminense - Brasil)

Monique Montenegro
(Instituto Ensinar Brasil - Brasil)

Thiago de Souza dos Reis


(Universidade Estácio de Sá/Universidade Veiga de Almeida - Brasil)

Yanina Benitez
(Instituto de Filosofía Ezequiel de Olaso/Centro de Investigaciones Filosoficas - Argentina)
Elis Regina Barbosa Angelo
Maria Ferreira
(Org)

Actas Completas do Ciclo Ibero-Americano


de Diálogos Contemporâneos: Património,
Memória e Turismo
Copyright © 2023 Editora Cravo

Título: Actas Completas do Ciclo Ibero-Americano de Diálogos Contemporâneos:


Património, Memória e Turismo

Direção Editorial: Lou Calainho

Edição e Diagramação: Equipa Editora Cravo

Projeto gráfico e capa: Cida Santos

Grafismo: Sofia Ferreira

ISBN 978-989-9037-44-1

Conselho Editorial
Lou Calainho
Magno F. Borges
Maria Auxiliadora B. dos Santos

Dados para Catalogação da Obra


Ciclo Ibero-Americano de Diálogos Contemporâneos
(2022 : Porto, Portugal).

Actas Completas do Ciclo Ibero-Americano de Diálogos Contemporâneos:


Património, Memória e Turismo [recurso eletrónico] / Elis Regina Barbosa
Angelo, Maria Ferreira (org.). – Porto : Editora Cravo, 2023.

E-book (pdf): 9.5Mb

ISBN 978-989-9037-44-1

1. Educação - Congressos. 2. Ensino Superior. 3. Investigação


Científica. 4. Encontro Científico. I. Angelo, Elis Regina Barbosa. II.
Ferreira, Maria. III. Centro Português de Apoio à Pesquisa Científica e à
Cultura. IV. Título.

CDD: 370
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desse livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização
por escrito dos editores e autores.
Ciclo Ibero-Americano de Diálogos Contemporâneos:
Património, Memória e Turismo

Comissão de Organização

Elis Regina Barbosa Angelo


Isabela de Fátima Fogaça
Otair Fernandes de Oliveira
Thiago de Souza dos Reis

Comité Científico

Alejandra Gabriela Panozzo Zenere


Irene Díaz
Luiz Nilton Corrêa
Magno Fonseca Borges
Manuela Chagas Manhães
María Esperanza Rock Núñez
Maria Ferreira
Rubén Vega García
-

CALÇADAS DE COPACABANA: PAISAGEM CULTURAL E O


TURISMO NO RIO DE JANEIRO

Giselle Aparecida de Sousa Araujo1

Introdução

Este artigo propõe-se a elencar alguns dos documentos patrimoniais, cuja suas diretrizes
estão diretamente ligadas à preservação do patrimônio cultural natural - paisagem cultural,
traçando a evolução dessa categoria do patrimônio. Além de discutir algumas considerações
sobre o turismo no Rio de Janeiro mediante sua inclusão na Lista de Patrimônio da cultural
da Humanidade, Sitio onde as Calçadas de
Copacabana também estão inseridas.
As calçadas de Copacabana, no Rio de
Janeiro, possuem cerca de 4,2 km de
comprimento, ao longo da Av. Atlântica,
entre a Praça do Leme e a Rua Francisco
Otaviano. Apesar do título deste trabalho se
referir as calçadas, será considerado aqui todo
o conjunto urbano-paisagístico (calçadas
centrais e laterais, canteiro central e espécies
arbóreas) da orla de Copacabana, de autoria
de Roberto Burle Marx, projeto de 1970,
(Figura 1) tombado (provisório) a nível 117
estadual em 25.01.1991, Processo E-
18/000.030/91 do Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural - INEPAC e municipal,
Decreto Municipal n.º 30.936, de 04 de
agosto de 2009. Esse decreto determinou o
tombamento provisório de 72 obras
paisagísticas de autoria de Roberto Burle
Marx na Cidade do Rio de Janeiro, incluindo
o Paisagismo referente à orla da Praia de
Copacabana.
Figura 1 - Vista aérea do conjunto urbano-
paisagístico da orla de Copacabana - Avenida
Atlântica no Rio de Janeiro.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/79266 9/
roberto-burle-marx-ummestre-muito-alem-do-
paisagista-modernista?ad_medium=wid get&ad_
name=navigation-next Imagem de Burle Marx &
Cia. Ltda. Acesso em: 20 de nov. 2020.

1Docente do Departamento de Desenho do Colégio Pedro II – CPII, Duque de Caxias – RJ, Brasil. Especialista
em Técnicas de Representação Gráfica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil. Mestranda
no Programa de Pós-Graduação Patrimônio, Cultura e Sociedade – PPGACS da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro, UFRRJ, Brasil. Emails: giselle.araujo.1@cp2.edu.br; gisarte.ufrj@gmail.com.

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As calçadas desse “símbolo carioca” foram


projetadas por Burle Marx em pedras
portuguesas brancas, pretas e vermelhas, “esta
pintura de pedra com seu abstracionismo
geométrico deixa marcado o traço moderno do
artista”. Ele integrou a sua obra moderna ao
padrão de ondas, considerado hoje como marca
registrada de Copacabana, esse grande tapete
ondulado evoluiu desde anos 20 até sua
intervenção. Devido ao alargamento da Avenida
Atlântica, (Figura 2) em 19702 Burle Marx além
de criar as novas calçadas, ampliou o padrão de
ondas, deixando mais proporcional ao novo
espaço. “O calçadão de Copacabana não é
apenas uma pavimentação da Avenida Atlântica,
mas uma intervenção com acentuado valor
patrimonial paisagístico contemporâneo”
(PÉREZ, 2010, p.106). É “o maior exemplo de
obra de arte aplicada existente no mundo”
(INEPAC, 1991). Esse grande painel em “escala
urbana” proporciona aos pedestres, não apenas
o deleitar-se ao caminhar sobre a obra, mas
também participar dela como parte viva e Figura 2 - Aterro da Avenida Atlântica /
integrante da composição. Para El-Dahdah ampliação faixa de areia da praia de 118
(2009), a visão dos moradores nos apartamentos Copacabana.
da orla é de um quadro vivo, onde quem Fonte: http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.
com/2017/08/avenida-atlantica.html Acesso
caminha faz parte da obra. Pérez (2010, p.108) em: 20 de nov. 2020.
observa que:

O aterro urbano que se desenvolveu na Avenida Atlântica tornou possível estender a orla
da cidade e inserir a intervenção de Burle Marx. Isso proporciona uma melhoria na
qualidade espacial do conjunto, dando ao indivíduo um espaço público importante para
a apreciação de um olhar mais contemporâneo, em sintonia com as necessidades atuais
da população e permite recuperar um lugar mítico da história do Rio de Janeiro (PÉREZ,
2010, p.108).

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é a instituição Brasileira


responsável pela identificação e preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Tendo o
dever de assegurar a integridade dos bens culturais para as futuras gerações o IPHAN
gerencia o instrumento jurídico responsável por essa proteção - o tombamento - instituindo

2 Na década de 1970, foi realizado o aterro urbano pela SURSAN para a ampliação faixa de areia da praia, seus
objetivos principais eram: o alargamento das pistas da Av. Atlântica, a passagem da tubulação que transporta
todo o esgoto da Zona Sul até o emissário de Ipanema e evitar problemas relacionados às ressacas. Disponível
em: http://www.temporadaselmario.com.br/site/index.php?option=com_content
&view=article&id=219&Itemid=1090 Acesso em: 20 de nov. 2020

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uma proteção especial a esse bem. Como já mencionado, as Calçadas de Copacabana


possuem essa proteção desde 1991.
Em 2009, o IPHAN apresentou a candidatura do Rio de Janeiro na categoria de Paisagem
Cultural como sítio da lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) com o titulo: "Rio de Janeiro: Paisagens Cariocas
entre a Montanha e o Mar". Em 1º de Julho de 2012, durante a 36ª sessão UNESCO,
realizada em São Petersburgo na Rússia, o Rio de Janeiro tornou-se Patrimônio Mundial na
categoria “paisagem natural urbana” (GRAYLEY, 2012). De acordo com comitê técnico da
candidatura do Rio a Patrimônio Mundial ([2012?], p.03) sua candidatura baseou-se na
relação entre o homem e a natureza – ação do homem x belezas naturais da cidade. Esse
grande conjunto foi dividido em quatro setores localizados desde a Zona Sul do Rio de
Janeiro até a porção oeste da cidade de Niterói:

Setores Floresta da Tijuca, Pretos Forros e Covanca do Parque Nacional da


Tijuca;
Setor Pedra Bonita e Pedra da Gávea do Parque Nacional da Tijuca;
Setor Serra da Carioca do Parque Nacional da Tijuca e Jardim Botânico do Rio de
Janeiro; e
Entrada da Baía de Guanabara e suas bordas d'água desenhadas: Passeio Público,
Parque do Flamengo, Fortes Históricos de Niterói e Rio de Janeiro, Pão de Açúcar
e Praia de Copacabana (IPHAN, [2012?], p.03, grifo nosso).

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) é a


instituição a nível mundial responsável pelas regulamentações e definições de procedimentos
de identificação e proteção do patrimônio cultural. É nessa instituição que os especialistas
internacionais debatem sobre diversos assuntos relacionados ao patrimônio cultural até
119
chegarem a acordos que serão traduzidos em documentos patrimoniais – Cartas patrimoniais.
Além de definirem conceitos relacionados ao Patrimônio Cultural, também consideram
valores sociais, estéticos, econômicos e funcionais.
Em Paris, durante a Convenção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural em 1972, adotada
pela 17ª sessão da Conferência Geral da UNESCO, iniciou-se as discursões que geraram as
primeiras considerações sobre a salvaguarda do patrimônio mundial, cultural e natural - a
carta patrimonial que define e reconhece o patrimônio cultural e natural, além de indicar a
proteção deste por meio da criação de um órgão de proteção que assegure a conservação e a
valorização do patrimônio cultural e natural de forma efetiva. Propõe ainda a criação de um
comitê intergovernamental, de um "Fundo do Patrimônio Mundial” e da “Lista do
Patrimônio Mundial”. Mas, esse foi apenas o ponto de partida, essa discussão ainda é pauta
no universo do patrimônio cultural e tem gerado muitos desdobramentos.
A metodologia utilizada para esse trabalho foi a pesquisa documental para discussão de
aspectos relacionados à inserção do Rio de Janeiro e do conjunto urbano-paisagístico de
Copacabana como patrimônio natural e/ou paisagem cultural e a importância dessa inclusão
para o turismo. Entre os documentos analisados foram elencados as Cartas Patrimoniais
como uma das principais fontes de pesquisa.
A seguir, será discutida a importância das Cartas Patrimoniais, considerando-as como
instrumentos de preservação da paisagem cultural e a evolução dessa categoria de patrimônio
de “valor excepcional” para a humanidade. Será feita uma breve analise de como calçadas de
Copacabana e seu conjunto urbano-paisagístico se encaixam na categoria de Paisagem

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Cultural, apreciando o trabalho desenvolvido por Julia Rey Pérez. E na sequência


considerações sobre o turismo no Rio de Janeiro após sua inclusão na Lista de Patrimônio
da Humanidade, na categoria Paisagem Cultural e como exemplo destaco alguns eventos que
ocorrem na Praia de Copacabana.

Cartas Patrimoniais – Patrimônio e Paisagem Cultural

As cartas patrimoniais são documentos elaborados por especialistas relacionados ao


patrimônio cultural a partir dos resultados de encontros internacionais, cujo objetivo é
orientar e normatizar procedimentos e métodos de preservação. São produzidas por
instituições como: UNESCO, ICOMOS3, IPHAN, entre outras. (GRANATO et al, 2018,
p.202). As diretrizes determinadas nesses documentos são imprescindíveis na evolução do
conceito do patrimônio Cultural desde a elaboração da primeira Carta Patrimonial, a Carta de
Atenas4. E pensando no conceito de patrimônio natural ela também pode ser citada - mesmo
antes da definição do termo anos mais tarde - no item Valorização dos Monumentos, que
indica: respeitar a fisionomia das cidades, as ornamentações vegetais e a preservação de
conjuntos com características pitorescas. Como ainda não se pensava em patrimônio natural,
essas indicações eram direcionadas a monumentos e suas proximidades. Mas, já pode-se ver
essas indicações como um pequeno vislumbre de um pensamento futuro. Magalhães, (2013,
p.8 - 9) corrobora essa ideia quando afirma:

O par natureza e cultura, ou, para usar um termo mais recente, a paisagem cultural
apresenta-se como um dos desafios da preservação patrimonial do século XXI.
Nas cidades coexistem, muitas vezes, em ambientes distintos, os espaços
reservados às estruturas arquitetônicas e aqueles destinados às praças, parques e 120
jardins. Em lugares como museus, centros de memória, galerias de arte, conventos
e monastérios, os jardins postam-se como o entorno imediato dessas edificações.
Nestes casos, os jardins ocupam o seu lugar e função, criando um parâmetro
artístico e estético, preparando o espírito dos visitantes que chegam, antes de
entrar na edificação, e, após sair dela, mantendo a aura artística do lugar
(MAGALHÃES, 2013, p.8 - 9, itálico do autor).

De acordo com Fowler (2003, apud CASTRIOTA, 2017, p.18) a Convenção do Patrimônio
Mundial de 1972, já citada, classificava separadamente o patrimônio cultural e o natural, e só
após 20 anos, em 1992, na 16ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Santa
Fé, no Novo México, que a categoria de paisagem cultural passou a existir definitivamente.
Em 1995, foi elaborada pelo Conselho da Europa a Recomendação R (95) 9 sobre a
conservação integrada das áreas de paisagens culturais como integrantes das políticas
paisagísticas, trazendo algumas definições e recomendações sobre o tema. Em 2000, na
Convenção Europeia da Paisagem, o Conselho da Europa regulamentou a proteção das
paisagens na Europa, trazendo ao campo do patrimônio cultural um “novo instrumento
dedicado exclusivamente à proteção, gestão e ordenamento de todas as paisagens europeias”.
Segundo Fowler (2003, apud CASTRIOTA, 2017, p.18) a Convenção pode ser considerada

3Conselho Internacional de Monumentos e Sítios


4Carta de Atenas - Em 1931, na Grécia, durante o I Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos em
Monumentos Históricos, organizado pelo Escritório Internacional de Museus da Sociedade das Nações.

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o primeiro documento internacional a reconhecer e proteger esse patrimônio tão complexo,


que liga a natureza e a cultura.
Diante da complexidade do universo do patrimônio cultural fez-se necessário o
entendimento dos conceitos e definições relacionados: ao Patrimônio natural, à Paisagem e
a Paisagem cultural, as próprias cartas patrimoniais elucidam esses significados no contexto
do patrimônio cultural:
Na Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, considera-se como Patrimônio Natural:
monumentos naturais, formações geológicas e fisiografias, zonas de beleza natural ou que
constituem habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas, de notável valor para a ciência
ou a conservação.
Na Recomendação da Europa de 1995, Paisagem é definida como um espaço territorial que
se relaciona com o passado e o presente de uma sociedade, resultado de uma combinação de
fatores naturais e humanos. E áreas de Paisagem cultural é uma parte territorial especifica da
Paisagem que “ilustra a evolução da sociedade humana, seu estabelecimento e seu caráter
através do tempo e do espaço”. Para Scifoni (2016):

[...] do ponto de vista da preservação, o que identifica as paisagens culturais a


serem protegidas é o caráter peculiar dessa relação tecida ao longo do tempo e
que se revela a partir das formas específicas de uso e apropriação da natureza pelo
trabalho humano. Essas relações podem tanto materializar-se na sua morfologia,
como podem ser explicitadas por meio de valores que lhe são atribuídos
socialmente (SCIFONI, 2016, online).

Scifoni (2016) ainda ressalta, que a criação da categoria paisagem cultural permitiu unificar o
conjunto, patrimônio natural e cultural e o patrimônio material e imaterial, entendendo essa 121
união como “um todo vivo e dinâmico”.
Segundo Pérez (2010, p.107- 113) a valorização do homem como produto e produtor de
cultura, o inclui como parte integrante de um espaço territorial que ao longo do tempo
reafirma uma história dentro desse ambiente cultural. Pensando nessa inserção social
territorial, as calçadas de Copacabana e seu conjunto urbano-paisagístico se encaixam nessa
categoria de Paisagem Cultural. Em seu trabalho a autora elenca valores que permite inclui-
lo nessa categoria: Valor de testemunho histórico e valor paisagístico – a praia com
exuberante paisagem natural; Valor de recuperação de um espaço público para apoio dos
testemunhos sociais e culturais e o valor de modificar a paisagem existente – aterro urbano
que tornou possível estender a orla da cidade; Valor da qualidade do conceito original do
trabalho, valor metodológico original e valor como obra de testemunho moderno e
profissional – o trabalho em si, no momento da concepção e da elaboração; Valor da
reincorporação do passado – o uso da pedra portuguesa e o emprego da técnica
correspondente aos calceteiros; Valor da árvore como uma forma de arte e valor da
identificação individual com a árvore – a espécie vegetal com a função escultural, plástica e
estética e também com a função de conectar as pessoa e a cidade, além de levar vida à obra;
Valor para a geração da sequência de espaços diferentes – articulação harmoniosa dos
elementos; Valor de identificação de arte para o público carioca - a interação entre o cidadão
e a obra de arte; E Valor da originalidade e autenticidade da obra - a praia de Copacabana e
o seu conjunto urbano-paisagístico atualmente é um lugar com características históricas,
paisagísticas e sociais únicas. Além de todos os valores elencados pela autora destaca-se o

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valor de símbolo brasileiro, sendo este alcançado ao longo dos 50 anos após a intervenção
de Burle Marx na orla na praia carioca que é hoje um dos cartões postais da cidade e do país.
“Desde a década de 1990, mais de setenta sítios em todo o mundo foram inscritos na Lista
como paisagens culturais, sendo o Rio de Janeiro o mais recente deles” (RIBEIRO, 2017,
p.30). Influenciado pelas diretrizes e recomendações da UNESCO, o Brasil cria o mais novo
instrumento de preservação da paisagem cultural nacional, a chancela da Paisagem Cultural,
conforme a Portaria Iphan nº 127/2009, que regulamenta essa chancela. Esse novo
mecanismo aborda a paisagem do ponto de vista da interação do homem com a natureza.
Apesar de ter a mesma denominação, não deve se confundir a chancela da paisagem cultural
do Brasil, com a criada pela Unesco, pois os critérios da organização precisam ser muito
rígidos e excepcionalidade do patrimônio considerado deve transcender as fronteiras
nacionais. Sobre o papel da Lista de patrimônio cultural da humanidade Ribeiro (2017, p.33)
comenta:

[...] o papel da Lista é representar determinado valor por meio de um sítio,


preferencialmente o mais significativo. [...] É nesse sentido que a ideia de
excepcional deve ser interpretada, como o melhor e/ou mais representativo
exemplo de um determinado patrimônio (RIBEIRO, 2017, p.33).

Rio de Janeiro - Paisagem Cultural e o Turismo

Rio de Janeiro tornou-se, em 1º julho de 2012, a primeira cidade do mundo a receber o título
de Patrimônio Cultural da Humanidade por sua paisagem cultural. A categoria paisagem
cultural nunca havia sido utilizada por uma grande cidade para a candidatura a lista de
Patrimônio Mundial, sendo a primeira área urbana do mundo a receber esse título. 122
Segundo o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade – IRPH, as características apresentadas
à UNESCO que conferiu o titulo de Paisagem Cultural a Cidade do Rio de Janeiro foram
fundamentadas nos critérios I, II e VI estabelecidos nas Diretrizes Operacionais para a
Aplicação da Convenção do Patrimônio Mundial:
I) “Representar uma obra-prima de um gênio criativo humano” – intervenções
paisagísticas significativas. Destacam-se alguns dos gênios: O mestre e escultor Valentim da
Fonseca, o botânico francês Auguste Glaziou, o arquiteto Affonso Eduardo Reidy e o
paisagista Roberto Burle Marx;
II) “Ser testemunho de um intercâmbio de influência considerável, durante um dado
período ou numa determinada área cultural, sobre o desenvolvimento da arquitetura ou da
tecnologia, das artes monumentais, do planejamento urbano ou da criação de paisagens” –
complexa paisagem cultural, apropriação da natureza por parte dos colonizadores, desastres
ambientais e o reflorestamento;
VI) “Estar direta ou materialmente associado a acontecimentos ou tradições vivas,
ideias, crenças ou obras artísticas e literárias de significado universal excepcional” – Desde a
fundação a cidade tem inspirado inúmeras manifestações: na música, na literatura, no cinema
e na fotografia, além de inúmeras tradições vivas destacam-se: o carnaval de rua, o samba, a
bossa nova, o futebol e as tradicionais festas religiosas.
Segundo Ribeiro (2017, p.31) a Lista do Patrimônio Mundial foi criada a partir de uma
demanda internacional para a proteção de sítios considerados importantes além dos seus
territórios nacionais. Ao longo dos anos, a Convenção tornou-se um grande sucesso na área

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do patrimônio cultura e meio ambiente, despertando muito interesse internacional na


inserção de bens nessa tão disputada Lista. Produto de uma ação internacionalista, com o
proposito de classificar bens de interesse mundial, a Lista do Patrimônio Mundial vem se
tornando alvo de vários setores, desde os relacionados à área da preservação até aos setores
econômicos, como o comércio e o turismo.

A inclusão de um bem na Lista do Patrimônio Mundial significa a produção de


determinada imagem sobre ele com alcance mundial e com a legitimação
conferida por um organismo internacional como a Unesco. Além disso,
representa um forte instrumento na legitimação de produção de imagens do
nacional, uma das principais razões de construção do discurso patrimonial.
(RIBEIRO, 2017, p.31).

Considera-se o que essa chancela mundial contribui significativamente para o aumento do


turismo, sendo utilizada, não só como meio de salvaguarda da Paisagem cultural, mas
também como markenting e estratégia política com alcance no mercado global. No contexto
da “Cidade Maravilhosa” das últimas décadas, os espaços antigos tornam-se novos e
modernos, onde a prioridade é a exposição e o lucro. Para Arruda ([2007?, p.12]):

A salvaguarda dos patrimônios materiais das cidades sempre esteve atrelada aos
políticos, que negam, contudo, sua dimensão política, pois as políticas do
patrimônio se transformaram em artefatos essenciais das atuais estratégias de
intervenção nas imagens de certos espaços essenciais da cidade, na forma de
marketing urbano (ARRUDA, [2007?, p.12]).

Do ponto de vista administrativo e politico, o desenvolvimento e o potencial econômico 123


gerado pela indústria do turismo são essenciais, não só para gerar lucros, mas também para
preservar e administrar o patrimônio. No entanto, essa relação não é muito sólida e o foco
se perde, deixando de priorizar os elementos e relações que estão intrínsecas ao patrimônio.
De acordo com Barbosa, et al (2006, p. 2) “o turismo internacional pode ser considerado
uma exportação invisível, uma vez que é um grande gerador de divisas para o Brasil sem
enviar bens ao exterior, e sim comercializando paisagens, cultura e serviços turísticos”.
Segundo o Dossiê da candidatura da cidade do Rio de Janeiro a paisagem cultural brasileira,
a atividade turística vai além do entretenimento, fortalece de forma consciente a utilização
dos espaços naturais (verdes e orla do mar), considerando a apreciação da paisagem como
fatores importantes para a educação ambiental e social. Diante dessas afirmações temos um
contraponto destacado no mesmo documento, os “megaeventos” que acontecem na orla
carioca, mais especificamente na praia de Copacabana:

A Praia de Copacabana mantém uma grande tradição de festas ao ar livre. Se no


circuito internacional é comum que shows sejam realizados em estádios e ginásios,
no Rio tais espetáculos ocorrem frequentemente em espaços abertos. Não é rara
a grande concentração de público na Praia de Copacabana, como por exemplo a
turnê mundial dos Rolling Stones em 2005 ou o Live Earth em 2007. Destaque
no calendário da cidade é a noite de Ano Novo, considerada a maior festa ao ar
livre de todo o planeta, com shows musicais e lançamento de fogos de artifício,
reunindo cerca de um milhão de pessoas na praia de Copacabana e
estendendo-se a outras praias da orla. (IPHAN, 2009, p.84, grifo nosso).

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A atividade econômica que gira entorno do mercado do turístico é muito grande e o clima tropical
brasileiro favorece o turismo no litoral do país. No verão esses índices aumentam
significativamente, essa movimentação vai desde o turismo doméstico até o internacional. A beleza
natural e os espaços voltados ao lazer e a apreciação da paisagem também são pontos que definem
a escolha do turista pelo litoral. Ou seja, o turismo no litoral não precisa de eventos “mirabolantes”,
mas sim de um turismo consciente que deve ser estimulado por ações de planejamento e gestão
adequada. Não se pretende aqui tirar o mérito dos ganhos que envolvem o turismo, mas sim
pontuar o exagero e o efeito indesejado (ambiental e sociocultural) que o desequilíbrio turístico traz
quando se excede o suporte das praias e infraestrutura turística do litoral.

Considerações finais

As cartas patrimoniais podem ser consideradas instrumentos imprescindíveis de preservação


e evolução do patrimônio cultural. Ao longo de vários anos desde a elaboração da primeira
carta – carta de Atenas – esse universo repleto de desdobramentos vem se reencontrando e
reinventando. No contexto das paisagens naturais, preservar em benefício das gerações
futuras, considera-se imprescindível.
Entre todos os recortes da realidade que pode ser concretizado esse é o essencial para a vida,
a natureza ou paisagem natural. Um enorme ganho para a área da preservação é pensar em
paisagem, em um recorte territorial, e associa-lo com vida que participou dessa evolução.
Esse conjunto material e imaterial, como algo único e singular é um novo conceito dentro
do campo preservacionista.
O povo brasileiro e nesse caso o carioca, está diretamente conectado com sua terra, “o
carioca da gema”, povo alegre e festeiro, “o jeitinho brasileiro”. Pensar em Copacabana sem 124
o carioca é como estar em Nova York. E sem o carioca o Rio é Paris. Mesmo diante da
diversidade cultural mundial relacionada ao turismo em Copacabana, o anfitrião está lá. E a
legitimidade garante o reconhecimento de todos.
Rio de Janeiro - Praia de Copacabana, paisagem cultural da humanidade, esse bem de valor
“excepcional” para o mundo e de grande importância para a identidade do povo carioca,
deve ser preservado. E como moradores ou pessoas que usufruem desse espaço
emblemático, devemos cuidar para que as futuras gerações possam desfrutar com
consciência, trazendo assim, além da preservação da natureza, uma belíssima continuidade
histórica, artística e social para esse bem.

Referências:

ARRUDA, Phrygia. Patrimônio e paisagem cultural do jeito carioca às areias de


Copacabana. [2007?] Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/42052
39/4101475/palestra_phrygia.pdf Acesso em: 29 nov. 2020

BARBOSA, Luiz Gustavo M; MARTELOTTE, Marcela Cohen; ZOUAIN, Deborah


Moraes. Os impactos econômicos do turismo no município do Rio de Janeiro e suas
implicações no desenvolvimento local. Observatório de Inovação do Turismo – Revista
Acadêmica, Volume I – Número 2 – 2006. Disponível em: http://ead2.fgv.br
/ls5/centro_rec/docs/ os_impactos_economicos_turismo.pdf Acesso em: 29 nov. 2020

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CASTRIOTA, Leonardo Barci. Paisagem cultural e patrimônio: desafios e


perspectivas. Colóquio Ibero-americano Paisagem Cultural, Patrimônio e Projeto (1. : 2010
: Belo Horizonte, BH) [Anais do …] / 1º Colóquio Ibero-americano Paisagem Cultural,
Patrimônio e Projeto ; coordenação editorial Leonardo Barci Castriota, Mônica de Medeiros
Mongelli. – Brasília, DF: IPHAN; Belo Horizonte, MG: IEDS, 2017.
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