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Reanimação Cardiopulmonar (RCP) em Adultos - Medicina de Cuidados Críticos - Manuais MSD Edição para Profissionais
Reanimação Cardiopulmonar (RCP) em Adultos - Medicina de Cuidados Críticos - Manuais MSD Edição para Profissionais
Apresentado
SOBRE A MSD CARREIRAS NA MSD INVESTIGAÇÃO NO MUNDO TODO
a você pela
MANUAL MSD
Versão para Profissionais de Saúde
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15/08/2023, 16:36 Reanimação cardiopulmonar (RCP) em adultos - Medicina de cuidados críticos - Manuais MSD edição para profissionais
A reanimação cardiopulmonar (RCP) é uma resposta sequencial organizada à parada cardíaca, incluindo
Suporte vital cardíaco avançado (SACV) com controle definitivo das vias respiratórias e do ritmo
Cuidados pós-reanimação
(Ver também Reanimação neonatal e Reanimação cardiopulmonar em recém-nascidos e crianças.)
Início imediato da compressão torácica e desfibrilação precoce (quando indicada) são as chaves para o sucesso.
Velocidade, eficiência e aplicação adequada de RCP com o mínimo possível de interrupções determinam o sucesso do
resultado; a rara exceção é a hipotermia profunda causada por imersão em água gelada, na qual a reanimação pode ser
realizada com sucesso mesmo após uma parada prolongada (até 60 minutos).
São seguidas as diretrizes da American Heart Association para profissionais de saúde (ver figura Cuidado cardíaco emergencial
abrangente para adultos ). Se uma pessoa desmaiou com possível parada cardíaca, o socorrista primeiro estabelece a não
responsividade e confirma a ausência de respiração ou a presença somente de respiração ofegante. Então, o socorrista chama
ajuda. Quem responder ao chamado é instruído a ativar o sistema de resposta de emergência (ou pessoal adequado de
reanimação hospitalar) e, se possível, obter um desfibrilador. O suporte vital básico deve ser iniciado imediatamente.
Se ninguém responder ao pedido de ajuda, primeiro o socorrista ativa o sistema de resposta de emergência e então inicia o
suporte vital básico efetuando 30 compressões torácicas à frequência de 100 a 120/min e em uma profundidade de 5 a 6 cm,
deixando que a parede torácica retorne à altura máxima entre as compressões e então abrindo a via respiratória (elevando o
queixo e inclinando a testa para trás) e fazendo 2 respirações boca a boca. O ciclo de compressões e respirações é continuado
(ver tabela Técnicas de RCP para profissionais de saúde ) sem interrupção; preferivelmente, cada socorrista descansa a cada 2
minutos. É crucial que mesmo transeuntes não treinados comecem e mantenham as compressões torácicas contínuas até a
chegada de socorro especializado. Portanto, muitas operadoras de serviço de resposta a emergências agora dão instruções ao
autor da chamada antes da chegada, incluindo instruções por telefone sobre RCP utilizando apenas compressões.
Quando um desfibrilador (manual ou automático) é disponibilizado, a pessoa com fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia
ventricular (TV) sem pulso recebe um choque não sincronizado (Ver também Desfibrilação). Se a parada cardíaca é
testemunhada e há um desfibrilador no local, a pessoa em FV ou TV deve ser imediatamente desfibrilada, com as
compressões retomadas imediatamente após o choque ser aplicado; a desfibrilação precoce pode converter imediatamente a
FV ou TV sem pulso em um ritmo de perfusão. Se o ritmo inicial é a atividade elétrica sem pulso ou assistolia, deve-se
administrar uma dose inicial de 1 mg de adrenalina IV/IO (intravenosa/intraóssea) o mais rápido possível após o
reconhecimento da parada cardíaca.
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*Se um número adequado de pessoal treinado estiver disponível, avaliação do paciente, RCP e ativação do sistema de
resposta a emergências devem ocorrer simultaneamente.
Baseado em: the 2020 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care.
As técnicas usadas na RCP básica com 1 e 2 socorristas estão listadas na tabela Técnicas de RCP para profissionais de
saúde. O domínio é mais bem adquirido por meio de treinamento prático, tal como o oferecido nos Estados Unidos sob os
auspícios da American Heart Association (1-800-AHA-USA1) ou por organizações correspondentes em outros países.
Quando os profissionais de saúde realizam RCP, ventilação bolsa-válvula-máscara deve ser iniciada o mais cedo possível, mas
a ventilação bolsa-válvula-máscara não deve atrasar o início das compressões ou desfibrilação. Os socorristas leigos podem
realizar RCP somente com compressões ou, se treinados para isso, podem administrar respirações de resgate boca a boca
(para adultos, adolescentes e crianças) ou boca a boca e nariz combinados (para bebês). Se disponível, pode-se inserir uma
cânula orofaríngea para manter a permeabilidade das vias respiratórias durante a ventilação com ambu-máscara. Pressão
sobre a cartilagem cricoidea não é recomendada
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sobre a cartilagem cricoidea não é recomendada.
Para pacientes com suspeita de ter COVID-19, a American Heart Association divulgou as diretrizes provisórias para suporte
básico e avançado à vida (1, 2), que aconselha o seguinte:
Uso de equipamento de proteção individual (EPI) apropriado para procedimentos que produzem aerossol (proteção
respiratória contra partículas no ar e de gotículas, proteção para os olhos, luvas) para todas as pessoas presentes na
área de tratamento durante a RCP ou outros procedimentos avançados (p. ex., entubação, descompressão torácica)
Preferência por intubação endotraqueal ou colocação de via supraglótica acima da ventilação com bolsa-válvula-
máscara, se isso puder ser feito sem interromper as compressões
Uso de filtro viral HEPA (filtro de ar particulado de alta eficiência) em ambus ou circuitos de expiração do ventilador
2. Goodloe JM, Topjian A, Hsu A, et al: Interim Guidance for Emergency Medical
Services Management of Out-of-Hospital Cardiac Arrest During the COVID-19
Pandemic. Circ Cardiovasc Qual Outcomes 14(7):e007666, 2021.
doi:10.1161/CIRCOUTCOMES.120.007666
Circulação
Compressões torácicas
Imediatamente depois do reconhecimento da parada cardíaca, deve-se iniciar as
compressões torácicas, que devem ser realizadas com o mínimo de interrupções até
Como fazer reanimação
a desfibrilação estar disponível. Em paciente que não responde, cujo colapso não foi
cardiopulmonar (RCP) em adultos
testemunhado, o socorrista treinado deve iniciar imediatamente compressão
cardíaca externa (tórax fechado), seguida por respiração de resgate. As
compressões torácicas nunca devem ser interrompidas por > 10 segundos (p. ex., VÍDEO
para entubação, desfibrilação, análise do ritmo, colocação de catéter IV central ou
transporte). Um ciclo de compressão deve consistir em 50% de compressão e 50%
de liberação; durante a fase de liberação, é importante permitir o recuo completo
do tórax. A interpretação do ritmo e a desfibrilação (se apropriado) são feitas assim
que o desfibrilador estiver disponível.
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Dispositivos para compressão torácica mecânica estão disponíveis; esses dispositivos são tão eficazes quanto compressões
manuais adequadamente executadas e podem minimizar os efeitos do erro de desempenho e fadiga. Podem ser
especialmente úteis em algumas circunstâncias, como durante o transporte do paciente ou no laboratório de cateterismo
cardíaco. O uso desses aparelhos também foi recomendado em pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 (1).
A compressão cardíaca com tórax aberto via toracotomia pode ser eficaz, mas é usada somente em pacientes com lesões
torácicas penetrantes, logo após cirurgia cardíaca (isto é, dentro de 48 h), em casos de tamponamento cardíaco e, mais
especialmente, após parada cardíaca na sala de cirurgia, quando o tórax do paciente já está aberto. Todavia, a toracotomia
requer treinamento e experiência, sendo mais bem efetuada somente nessas indicações limitadas.
Frequentemente, separação costocondral e arcos costais fraturados não podem ser evitadas porque é importante comprimir o
peito de uma maneira suficientemente para produzir fluxo sanguíneo suficiente. Fraturas são muito raras em crianças, devido
à flexibilidade da parede do tórax. Embolia da medula óssea para os pulmões foi raramente relatada após compressão
cardíaca externa, mas não há evidências claras de que ela contribui para a taxa de mortalidade. Lesão pulmonar é rara, mas
pode ocorrer pneumotórax após uma fratura penetrante de arcos costais. Deve-se considerar um pneumotórax hipertensivo
em um paciente que alcançou retorno da circulação espontânea após RCP prolongada e que, posteriormente, tornou-se difícil
de ventilar, ou que está hipóxico e repentinamente tem uma nova parada. Lesão grave do miocárdio causada por compressão
é altamente improvável, com a possível exceção de lesão de um aneurisma ventricular preexistente. A preocupação com essas
lesões não deve impedir o socorrista de realizar a RCP.
Laceração do fígado é uma complicação rara, mas potencialmente grave (algumas vezes, fatal), sendo, geralmente, causada
por compressão do abdome abaixo do esterno. Ruptura do estômago (especialmente se o estômago está distendido com ar)
também é uma complicação rara. A ruptura tardia do baço é muito rara.
1. Atkins DL, Sasson C, Hsu A, et al: 2022 Interim Guidance to Health Care Providers for Basic and Advanced Cardiac Life
Support in Adults, Children, and Neonates With Suspected or Confirmed COVID-19: From the Emergency Cardiovascular Care
Committee and Get With The Guidelines-Resuscitation Adult and Pediatric Task Forces of the American Heart Association in
Collaboration With the American Academy of Pediatrics, American Association for Respiratory Care, the Society of Critical Care
Anesthesiologists, and American Society of Anesthesiologists. Circ Cardiovasc Qual Outcomes 2022;15(4):e008900.
doi:10.1161/CIRCOUTCOMES.122.008900
Desfibrilação
O ritmo mais comum em parada cardíaca testemunhada em adultos é fibrilação ventricular (FV); a conversão rápida a um
ritmo perfusor é essencial. Taquicardia ventricular (TV) sem pulso é tratada da mesma maneira que FV.
Monitor e acesso IV
O monitoramento do ECG é estabelecido para identificar o ritmo cardíaco subjacente. Um acesso IV pode ser iniciado; 2
acessos minimizam o risco de perder o acesso IV durante a RCP. Acessos periféricos de grande calibre, nas veias intermédias
dos cotovelos, são preferidos. Em adultos e crianças, se um acesso periférico não pode ser estabelecido rapidamente, um
acesso central subclávio ou femoral (ver Procedimento) pode ser colocado, desde que isso possa ser feito sem interromper a
compressão torácica (frequentemente difícil). Acessos intraósseos (ver Infusão intraóssea) são alternativas, sobretudo em
crianças, pois podem ser inseridas rapidamente para evitar atrasos na administração da primeira dose de adrenalina.
Catéteres venosos femorais (ver Procedimento), são uma opção porque a RCP não precisa ser interrompida e eles apresentam
menor potencial para complicações letais; eles podem, porém, ter uma menor taxa de sucesso na colocação, pois nenhuma
pulsação discreta da artéria femoral está disponível para guiar a inserção.
O tipo e o volume de líquidos ou fármacos administrados dependem das circunstâncias clínicas. Em geral, soro fisiológico a
0,9% IV é administrado lentamente (o suficiente apenas para manter o acesso IV aberto); reposição de volume significativa
(soluções de cristaloides e coloides, sangue) só é necessária quando a parada resulta de hipovolemia (ver Reanimação
volêmica intravenosa) ou como parte do tratamento do choque cardiogênico após o retorno da circulação espontânea.
Circunstâncias especiais
Em choque elétrico acidental, o socorrista precisa, para evitar choque em si mesmo, ter certeza de que o paciente não está
mais em contato com o suprimento de energia elétrica. O uso de ganchos ou hastes não metálicos e aterramento do
socorrista permitem a remoção segura do paciente antes de iniciar a RCP.
Em afogamento, a respiração de resgate pode ser iniciada em água rasa, embora a compressão torácica não tenha
probabilidade de ser efetuada eficazmente até o paciente ser colocado na horizontal sobre uma superfície firme.
Se ocorrer parada cardíaca após lesão traumática, as manobras de desobstrução das vias respiratórias e um breve período
de ventilação externa após a desobstrução das vias respiratórias têm prioridade máxima, porque a obstrução das vias
respiratórias é a mais provável causa tratável da parada. Se há suspeita de lesão medular cervical, recomenda-se protrusão da
mandíbula sem inclinação da cabeça nem elevação do queixo. Outras causas de parada cardíaca traumática que não impedem
a sobrevida incluem tamponamento cardíaco e pneumotórax tensional, cuja punção descompressiva imediata preserva a vida.
Entretanto, a maioria dos pacientes com parada cardíaca traumática tem hipovolemia pronunciada em razão de perda de
sangue (para a qual a compressão torácica pode ser ineficaz) ou lesões encefálicas fatais.
E i t IV ifé i d i i t ã d fá é id d b l lí id (IV “t t l t b t ”
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Em paciente com acesso IV periférico, a administração de fármacos é seguida de um bolo líquido (IV “totalmente aberto” em
adultos; 3 a 5 mL em crianças pequenas) para enviar toda o fármaco para a circulação central. Em paciente sem acesso IV ou
intraósseo, naloxone, atropina e adrenalina, quando indicadas, podem ser administradas pelo tubo endotraqueal, com 2 a 2,5
vezes a dose IV. A compressão deve ser brevemente suspensa durante a administração de um fármaco via tubo endotraqueal.
Adrenalina
Deve-se administrar adrenalina 1 mg IV/IO o mais rápido possível a pacientes com ritmo inicial não chocável, que pode ser
repetida a cada 3 a 5 minutos. Deve ser administrada precocemente em ritmos não chocáveis, porque evidências recentes
sugerem que a sobrevida aumenta quando ela é administrada nos primeiros 5 minutos de reanimação, ou para taquicardia
ventricular (TV) ou fibrilação ventricular (FV) refratária a dois choques. Tem efeitos alfa-adrenérgicos e beta-adrenérgicos
combinados. Os efeitos alfa-adrenérgicos podem ampliar a pressão diastólica coronariana, aumentando assim a perfusão
subendocárdica durante as compressões torácicas. A adrenalina também aumenta a probabilidade de desfibrilação bem-
sucedida. Entretanto, os efeitos beta-adrenérgicos podem ser danosos, pois aumentam a demanda de oxigênio
(especialmente do coração) e causam vasodilatação. Não se recomenda a injeção intracardíaca de adrenalina porque, além de
interromper a compressão precordial, podem ocorrer pneumotórax, laceração de artéria coronária e tamponamento cardíaco.
Uma dose de 300 mg de amiodarona pode ser administrada uma vez se uma terceira tentativa de desfibrilação não é bem-
sucedida após administração de adrenalina, seguida de 1 dose de 150 mg. Ela também tem valor potencial na recorrência de
TV ou FV após sucesso na desfibrilação; uma dose menor é administrada ao longo de 10 minutos e seguida por infusão
contínua. Não há prova persuasiva de que ela aumente a sobrevida até a alta hospitalar. A lidocaína é uma alternativa
antiarrítmica à amiodarona, com uma dose inicial de 1 a 1,5 mg/kg, seguida de uma segunda dose de 0,5 a 0,75 mg/kg.
A vasopressina não é mais eficaz que a adrenalina e, portanto, não é mais recomendada como um fármaco de primeira linha
pelas diretrizes da American Heart Association (1). Mas no caso improvável da falta de adrenalina durante RCP, pode-se
substituir com a vasopressina.
Outros fármacos
Uma gama de fármacos adicionais pode ser útil em cenários específicos.
O sulfato de atropina é um fármaco parassimpaticolítico que aumenta a frequência cardíaca e a condução através do nó
atrioventricular. É administrada para bradiarritmias sintomáticas e bloqueio de nó atrioventricular de alto grau. Não mais é
recomendada para assistolia ou atividade elétrica sem pulso.
Recomenda-secloreto de cálcio para pacientes com hiperpotassemia, hipermagnesemia, hipocalcemia ou toxicidade por
bloqueador de canal de cálcio. Nos outros pacientes, devido ao cálcio intracelular já estar mais elevado que o normal, cálcio
adicional tem probabilidade de ser danoso. Devido a parada cardíaca em pacientes de hemodiálise ser, frequentemente,
resultado de, ou acompanhada por, hiperpotassemia, esses pacientes podem se beneficiar de um teste de cálcio se a
determinação de potássio junto ao leito não estiver disponível. Cuidado é necessário, pois o cálcio exacerba a toxicidade dos
digitálicos e pode causar parada cardíaca.
Recomenda-se lidocaína como uma alternativa à amiodarona para FV ou TV que não responde à desfibrilação e terapia
vasopressora inicial com adrenalina. Também pode ser considerada após o retorno da circulação espontânea após a parada
por causa de FV ou TV (em adultos) para prevenir FV ou TV recorrente.
Estudos clínicos randomizados não demonstraram que o sulfato de magnésio melhore o resultado. Pode, porém, ser útil em
pacientes com torsades de pointes (do francês "torções das pontas") ou deficiência de magnésio conhecida ou suspeitada (isto
é, pacientes alcoólicos, pacientes com diarreia prolongada).
Procainamida é um fármaco de 2ª linha para tratamento de FV ou TV. Mas a procainamida não é recomendada para parada
cardíaca sem pulso em crianças e não é mais recomendada pelas diretrizes da American Heart Association para o tratamento
de arritmias ventriculares pós-parada. No entanto, o European Resuscitation Council o inclui como uma opção para tratar
pacientes hemodinamicamente estáveis com taquicardia com complexo QRS largo de acordo com as diretrizes de 2021, uma
vez que alguns estudos mostraram uma associação com menos eventos adversos maiores em comparação com a amiodarona
(2).
Em casos raros, pode-se usar fenitoína para tratar a TV, mas somente quando esta é decorrente de toxicidade digitálica e
refratária a outros fármacos. Administra-se uma dose de 50 a 100 mg/min o a cada 5 minutos até o ritmo melhorar ou a dose
total alcançar 20 mg/kg.
Bicarbonato de sódio não é mais recomendado, a menos que a parada cardíaca seja causada por hipercalcemia, acidose
metabólica grave ou superdosagem de antidepressivo tricíclico. Pode-se considerar bicarbonato de sódio quando a parada
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cardíaca é prolongada (> 10 minutos); é administrado somente se existe boa ventilação. Quando bicarbonato de sódio é
utilizado, deve-se monitorar a concentração sérica de bicarbonato ou o déficit básico antes da infusão e após cada dose de 50
mEq (1 a 2 mEq/kg em crianças).
2. Soar J, Böttiger BW, Carli P, et al: European Resuscitation Council Guidelines 2021: Adult advanced life support [published
correction appears in Resuscitation 2021 Oct;167:105-106]. Resuscitation 161:115-151, 2021.
doi:10.1016/j.resuscitation.2021.02.010
Tratamento de disritmia
Trata-se TV sem pulso ou FV com choque elétrico, preferivelmente com onda bifásica, assim que possível depois desses
ritmos serem identificados. Apesar de algumas evidências laboratoriais em contrário, não se recomenda adiar a desfibrilação
para administrar um período de compressões torácicas. Deve-se interromper as compressões o mínimo possível e por não
mais que 10 segundos no momento da desfibrilação. Os níveis de energia recomendados de desfibrilação variam:
Se a FV persistir, administram-se 300 mg IV de amiodarona. Então, se a FV/TV recorrer, administram-se 150 mg, seguidos por
infusão de 1 mg/minuto por 6 horas, então 0,5 mg/minuto.
As versões atuais dos desfibriladores externos automáticos (DEAs) incluem um cabo pediátrico que reduz eficazmente a
energia transmitida à criança. (Para os níveis de energia pediátricos, ver Desfibrilação; para as doses farmacológicas, ver tabela
Fármacos para reanimação .)
Assístole pode ser mimetizada por um eletrodo frouxo ou desconectado do monitor; assim, deve-se verificar as conexões do
monitor e observar o ritmo em um eletrodo alternativo. Se assistolia é confirmada, o paciente recebe adrenalina 1 mg IV
repetida a cada 3 a 5 min. A desfibrilação de uma aparente assistolia (porque “pode ser FV fina”) é desencorajada porque
choques elétricos podem lesionar o coração não perfundido.
Atividade elétrica sem pulso é colapso circulatório que ocorre apesar de complexos elétricos satisfatórios no ECG. Pacientes
com atividade elétrica sem pulso recebem infusão de adrenalina 1,0 IV a cada 3 a 5 minutos, seguida de infusão de 500 a 1.000
mL (20 mL/kg para crianças) de soro fisiológico a 0,9% se há suspeita de hipovolemia. Tamponamento cardíaco pode causar
atividade elétrica sem pulso, mas esse distúrbio costuma ocorrer em pacientes após toracotomia e em pacientes com efusão
pericárdica conhecida ou grande trauma torácico. Nesses cenários, efetua-se imediatamente pericardiocentese ou
toracotomia (ver figura Pericardiocentese). Tamponamento é raramente uma causa oculta de parada cardíaca, mas, se
suspeitado, pode ser confirmado por ultrassonografia ou, caso esta não esteja disponível, pericardiocentese.
Término da reanimação
A RCP deve ser continuada até o sistema cardiopulmonar ser estabilizado, o paciente ser declarado morto ou um socorrista
solitário ser fisicamente incapaz de continuar. Se houver suspeita de que a parada cardíaca é decorrente de hipotermia, a RCP
deve ser continuada até o corpo ser reaquecido até 34° C.
A decisão de terminar a reanimação é clínica; os médicos levam em consideração a duração da parada, a idade do paciente e o
prognóstico das condições médicas subjacentes. A decisão é tipicamente tomada quando a circulação espontânea não foi
estabelecida após RCP e medidas de suporte cardiovascular avançadas foram realizadas. Em pacientes entubados, o nível de
dióxido de carbono expirado final (ETCO2) < 10 mmHg após 20 minutos de RCP é um sinal de prognóstico reservado. Estudos
sobre os desfechos da parada cardíaca descobriram que a sobrevida com um quadro neurológico favorável é < 1% em
pacientes > 81 anos de idade (possivelmente ≥ 73 anos de idade — 1, 2) com parada cardíaca não testemunhada e ritmo inicial
não chocável.
2. Grunau B, Scheuermeyer F, Kawano T, et al: North American validation of the Bokutoh criteria for withholding professional
resuscitation in non-traumatic out-of-hospital cardiac arrest. Resuscitation 135:51–56, 2019.
doi:10.1016/j.resuscitation.2019.01.008
Cuidados pós-reanimação
A restauração da circulação espontânea (RCE) é apenas uma meta intermediária na reanimação. O objetivo final é a sobrevida
e alta hospitalar com boa função neurológica, que é alcançada somente por uma minoria de pacientes com RCE. Para
maximizar a probabilidade de um bom resultado, os médicos precisam prestar um bom atendimento de suporte (p. ex.,
controle da pressão arterial, temperatura e ritmo cardíaco) e tratar as doenças subjacentes, especialmente síndromes
coronarianas agudas.
O tratamento pós-reanimação inclui a mitigação da lesão por reperfusão que ocorre após o período de isquemia. Deve-se
iniciar o tratamento pós-reanimação imediatamente após a detecção de circulação espontânea. Deve-se ajustar a
administração de oxigênio de modo a obter uma SpO2 de 94% de modo a minimizar o dano hiperóxico aos pulmões. Deve-se
titular a velocidade e o volume de ventilação de modo a obter uma leitura de dióxido de carbono final expirado de 35 a 40
mmHg. Se tolerado, deve-se administrar um bolus de líquido, bem como infusão de vasopressores.
Os exames laboratoriais pós-reanimação incluem gasometria arterial, hemograma completo e exames bioquímicos do sangue,
como eletrólitos, glicose, BUN (nitrogênio da ureia sanguínea), creatinina e marcadores cardíacos. (Em geral, a creatinoquinase
está elevada em razão da lesão do músculo esquelético causada pela RCP; prefere-se analisar as troponinas, que têm pouca
probabilidade de serem afetadas pela RCP ou desfibrilação.) A pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2) arterial deve ser
mantida próxima de valores normais (80 a 100 mmHg). Deve-se manter hematócritos ≥ 30% (se houver suspeita de etiologia
cardíaca) e glicose em 140 a 180 mg/dL (7,7 a 9,9 mmol/L); eletrólitos, especialmente potássio, devem estar dentro da faixa
normal.
Angiografia coronariana
A decisão de fazer cateterismo cardíaco após reanimação de parada cardíaca deve ser individualizada, com base no
eletrocardiograma (ECG), na impressão clínica do cardiologista intervencionista e no prognóstico do paciente. As diretrizes
atuais sugerem fazer angiografia de emergência (em 2 a 6 horas) para pacientes adultos nos quais há suspeita de causa
cardíaca e que têm supradesnível do segmento ST (IMCST) no ECG.
Não está claro se o cateterismo cardíaco de emergência (em cerca de 2 horas) ou mais tardio (mediana de cerca de 120 horas
após a parada) em pacientes sem IMCST no ECG resulta em algum benefício clínico (1). Alguns pesquisadores defendem o uso
liberal do cateterismo cardíaco após RCE, fazendo o procedimento na maioria dos pacientes a menos que a etiologia seja
claramente improvável de ser cardíaca (p. ex., afogamento) ou houver contraindicações (p. ex., sangramento intracraniano).
Suporte neurológico
Somente cerca de 10% de todos os sobreviventes de parada cardíaca têm boa função do sistema nervoso central [índice de
desempenho cerebral (IDC) 1 ou 2 — ver tabela Escala de categorias de desempenho cerebral ] na alta hospitalar. Uma
pontuação de 1 no CPC é indicativa de bom desempenho cerebral (o paciente está consciente, alerta, capaz de trabalhar, mas
pode ter deficit neurológico ou psicológico leve). Uma pontuação de 2 no CPC é indicativa de desempenho cerebral moderado
(o paciente está consciente, consegue realizar atividades de vida diária, AVDs) e trabalhar em um ambiente simples. Lesão
encefálica hipóxica é resultado de lesão isquêmica e edema cerebral (ver Fisiopatologia da parada cardíaca). Lesão e
recuperação podem se desenvolver ao longo de 48 a 72 h após a reanimação.
A manutenção da oxigenação e da pressão de perfusão cerebral (evitando hiperventilação, hipóxia, hipóxia e hipotensão) pode
reduzir complicações cerebrais. Tanto hipoglicemia quanto hiperglicemia podem lesar o encéfalo pós-isquêmico e devem ser
tratadas.
Em adultos, recomenda-se o controle direcionado da temperatura para pacientes que permanecem irresponsivos após o
retorno da circulação espontânea (2, 3). As recomendações atuais incluem tentar manter a normotermia (< 37,5º C), embora
muitos pesquisadores e médicos continuem defendendo a hipotermia (temperatura corporal de 32 a 36° C).
Independentemente da temperatura alvo escolhida, o controle ativo da temperatura é iniciado assim que a circulação
espontânea retorna. As técnicas para induzir e manter hipotermia podem ser externas ou invasivas. Métodos de resfriamento
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externo são fáceis de aplicar e variam desde a utilização de bolsas de gelo externas até vários dispositivos de resfriamento
externo comercialmente disponíveis que circulam grandes volumes de água gelada sobre a pele. Para o resfriamento interno,
líquidos refrigerados IV (4° C) podem ser infundidos rapidamente para abaixar a temperatura do corpo, mas esse método
pode ser problemático em pacientes que não conseguem tolerar muito volume de líquido adicional. Também estão
disponíveis dispositivos externo de troca de calor que circulam soro fisiológico gelada para um catéter IV de permanência de
troca de calor, utilizando um circuito fechado no qual o soro fisiológico gelada circula através do catéter e volta ao dispositivo,
em vez de entrar no paciente. Outro método invasivo para resfriamento usa um dispositivo extracorpóreo que circula e resfria
o sangue externamente e depois o retorna à circulação central. Independentemente do método escolhido, o objetivo é resfriar
o paciente rapidamente e manter a temperatura central no alvo (< 37,5° C para normotermia ou entre 32° C e 36° C para
hipotermia) por 24 horas após a restauração da circulação espontânea. Atualmente, não há evidências de que qualquer
temperatura específica nessa faixa seja superior, mas é imperativo evitar a hipertermia (4, 5).
Numerosos tratamentos farmacológicos, incluindo eliminadores de radicais livres, antioxidantes, inibidores de glutamato e
bloqueadores de canal de cálcio, têm benefício teórico. Muitos foram bem-sucedidos em modelos animais, mas nenhum se
mostrou eficaz em ensaios com seres humanos.
Fármacos inotrópicos ou vasopressores com o objetivo de manter uma pressão arterial sistólica de pelo menos 90
mmHg e uma PAM de pelo menos 65 mmHg
Se essa terapia for ineficaz, o inotrópio e o vasoconstritor dopamina poderão ser considerados. Alternativas são adrenalina e
os vasoconstritores periféricos noradrenalina e fenilefrina (ver tabela Fármacos para reanimação ). Mas deve-se usar fármacos
vasoativos na dose mínima necessária para alcançar uma PAM normal-baixa porque esses fármacos podem aumentar a
resistência vascular e diminuir a perfusão orgânica, especialmente no leito mesentérico. Também aumentam a carga de
trabalho do coração em um momento em que sua capacidade é diminuída devido à disfunção miocárdica pós-reanimação.
Se a PAM permanecer < 70 mmHg em pacientes que possam ter sofrido infarto do miocárdio, deve-se considerar
contrapulsação por balão intra-aórtico. Pacientes com PAM normal e pressão venosa central alta ou VCI aumentada podem
melhorar com tratamento inotrópico ou redução da pós-carga com nitroprussiato ou nitroglicerina.
A contrapulsação por balão intra-aórtico pode auxiliar em estados de baixo débito circulatório decorrentes de insuficiência da
bomba ventricular esquerda refratária a fármacos. Um catéter com balão é introduzido pela artéria femoral, percutaneamente
ou por arteriotomia, de maneira retrógrada, até a aorta torácica imediatamente distal à artéria subclávia esquerda. O balão
infla durante cada diástole, aumentando a perfusão das artérias coronárias, e se esvazia durante a sístole, diminuindo a pós-
carga. Seu valor primário é como medida contemporizadora quando a causa do choque é potencialmente corrigível por
cirurgia ou intervenção percutânea (p. ex., infarto agudo do miocárdio com grande obstrução coronariana, insuficiência mitral
aguda, defeito do septo interventricular).
Taquicardias supraventriculares rápidas pós-reanimação ocorrem frequentemente devido a níveis elevados de catecolaminas
beta-adrenérgicas (endógenas e exógenas) durante a parada cardíaca e a reanimação. Esses ritmos devem ser tratados se
forem extremos, prolongados ou associados a hipotensão ou sinais de isquemia coronariana. Uma infusão IV de esmolol é
administrada, iniciando a 50 mcg/kg/min.
Pacientes que tiveram parada causada por FV ou TV não associada a infarto agudo do miocárdio são candidatos a um
cardioversor desfibrilador implantável (CDI). Os CDIs são implantados de maneira semelhante a marca-passos e têm contatos
intracardíacos e, às vezes, eletrodos subcutâneos. Eles podem detectar arritmias e funcionar como cardioversor ou marca-
passo, conforme a indicação.
2. Bernard SA, Gray TW, Buist MD, et al: Treatment of comatose survivors of out-of-hospital cardiac arrest with induced
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Informações adicionais
O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
American Heart Association 2020 CPR and ECC Guidelines: essas diretrizes para reanimação cardiopulmonar (RCP) e cuidados
cardiovasculares de emergência (CCE) baseiam-se nas revisões mais recentes da literatura científica, protocolos e instruções
sobre reanimação.
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https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-críticos/parada-cardíaca-e-rcp/reanimação-cardiopulmonar-rcp-em-adult… 11/11