HIDRÁULICA

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA DE HIDRÁULICA

1. MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA DE HIDRÁULICA

1.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Este projecto executivo é referente ao abastecimento de água ao Instituto

de Aperfeiçoamento de Professores (IAP) a ser construído em
Marracuene.

Procedeu-se aos levantamentos necessários e após estudo e análise de

alternativas de solução desenvolveu-se o projecto executivo para o
abastecimento de água ao Instituto de Aperfeiçoamento de Professores.

1.a.1. Concepção do sistema

1.a.1.1. Generalidades

O sistema de abastecimento de água e esgotos ao IAP compreenderá

uma captação de água subterrânea, através da execução de um furo no
mesmo recinto, da instalação de uma electrobomba e conduta de adução
de água para um reservatório elevado em betão e posterior distribuição
aos edifícios.

1.a.1.2. Dimensionamento

No dimensionamento do sistema, foram utilizadas as fontes e os critérios

que se expõem na Memória de Cálculo.

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A rede de distribuição foi dimensionada para alimentar os edifícios,

ligações de torneiras para jardins /lavagem de pátios e ainda considerou-
se alguma folga de forma a permitir um acréscimo de ligações futuras.

1.a.2. Captação

A captação de água consistirá em um furo a ser feito no recinto do IAP.

A localização do furo deverá ser favorecida pela existência de um ponto
de energia eléctrica que poderá ser utilizada na alimentação da
electrobomba submersível a instalar no furo.

Antes de iniciar a perfuração, o Empreiteiro, deverá proceder ao estudo

geofísico por forma a minimizar o risco de um furo negativo.

Apesar da localização do furo só ficar determinada após as conclusões

do estudo a desenvolver na fase de projecto executivo, estimou-se para
efeitos de cálculo eléctrico que o mesmo se situaria junto ao edifício
onde funcionará a repartição de gestão de informação e tecnologia.

Para efeitos de análise prévia, adoptou-se o mesmo perfil dos furos

executados naquela zona. Em função das alturas desses mesmos furos
estimou-se que a altura máxima do furo a executar será cerca de 50 m.
Quanto ao caudal, espera-se que o furo a ser executado tenha um caudal
mínimo de 3 m3/h para efeitos de abastecimento do sistema projectado.
Com base nestes dois valores deverá ser dimensionada a electrobomba a
instalar no furo.

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O furo deverá ter um diâmetro de perfuração de 8”. O furo deverá ser

revestido com tubagem PVC até 40m de profundidade, colocando-se
centralizadores cada 3 m de altura. O filtro, também em PVC deverá ser
colocado até à profundidade de 50 m, tendo no fundo o tubo saco.
Deverá ser executado um envoltório de areão com granulometria de 3
mm, desde o fundo do furo até pelo menos 5 m acima do filtro. Após o
revestimento e preenchimento do envoltório, o furo deverá ser limpo
através de air lift durante pelo menos 1 hora. Seguidamente, o envoltório
deverá ser selado através de um selo sanitário de argila ou bentonite e o
resto do espaço anular ser preenchido pelo material da perfuração
(backfilling) até cerca de 0,5 m antes do topo. Este último espaço, por
sua vez, será preenchido por um selo de cimento.

A fase seguinte consiste na introdução de uma bomba submersível e

posterior bombagem da água com o intuito de assentar e desenvolver o
material do envoltório que se encontra ao longo dos filtros e ao mesmo
tempo remover as partículas finas e o fluído de perfuração usado a fim
de garantir uma boa permeabilidade do envoltório e permitir que a
transição de água do aquífero para o furo seja feita normalmente, sem
turbulência. Durante o desenvolvimento do furo, deverão ser colhidos os
dados referentes aos raios gama e potencial Log e resistividade, medidas
de 0,4 m a 1,6 m, até à profundidade de 50 m. Deverão ser feitos ensaios
de caudal para a caracterização dos caudais e níveis hidrostático e
dinâmico dos furos. Durante os ensaios, deverão ser colhidas amostras
de água para análises físico-química e bacteriológica da água. No total
serão colhidas amostras de água necessárias para 3 análises físico-

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químicas e 3 análises bactereológicas, a fim de garantir a fiabilidade dos

resultados obtidos. As colheitas efectuar-se-ão em dias diferentes.

Deverão ser efectuadas as respectivas análises de água para se

determinarem as características físico-químicas e bacteriológicas da
água e o respectivo tratamento a ser introduzido se necessário.

Nas Especificações Técnicas de Execução do Furo encontram-se todos

os pormenores necessários à boa execução do furo e seu controlo.

1.a.3. Armazenamento

A reserva para o IAP-Marracuene foi estimada em 35 m3, o que

representa uma autonomia de 1 dia de consumo em casos de avaria do
sistema de bombagem. Nestes pressupostos o sistema será munido de
uma torre elevada com 35 m3 de volume útil e com 15 m de altura
implantada segundo o desenho geral da rede de águas. Este reservatório
em betão armado, terá as dimensões e pormenores construtivos
indicados no desenho estrutural.

No depósito existirá ainda uma bóia eléctrica que estará ligada à bomba
do furo e que a desligará automaticamente sempre que o reservatório
atingir o nível máximo.

1.a.4. Rede de distribuição

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A rede de distribuição será do tipo fechada (malhada) e a água chegará

por gravidade, a partir do reservatório elevado, a todos os pontos por
onde se pretende distribuir.

As condutas de distribuição externa serão de tubagem plástica de alta

densidade PN4 e as de distribuição interna serão de ferro galvanizado. A
rede será munida de válvulas de cunha que permitirão manobrá-la e
proceder à sua manutenção, sempre que necessário, interrompendo
apenas parte do sistema. Os vários nós da rede encontram-se detalhados
nos desenhos em anexo.

Na entrada de cada edifício, os ramais deverão estar munidos de

válvulas de seccionamento.

Nos desenhos da rede de águas em anexo, pode ser observado o traçado

da tubagem, seus diâmetros bem como a localização de alguns
acessórios de controlo e ramais de abastecimento a cada um dos
edifícios.

Toda a tubagem instalada deverá ser submetida a ensaios de pressão de

água de acordo com o especificado no Regulamento de Águas e
Esgotos, antes do fecho de roços ou valas. O sistema será ensaiado num
todo após a sua construção assim como será desinfectado de acordo com
os procedimentos regulamentares em vigor em Moçambique.

1.2. ESGOTOS

1.2.1. Geral

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Para o Projecto do Instituto de Aperfeiçoamento de Professores

desenhou-se um sistema de esgotos do tipo separativo, com canalização
para águas negras, canalização para águas brancas.

Previram-se sistemas independentes de tratamento e drenagem servindo

um grupo de edifícios, por forma a evitar a construção de fossas sépticas
com profundidade elevada .

Assim, serão construídas três fossas sépticas, sendo duas com

capacidade para 30 pessoas e uma para 50 pessoas cuja localização pode
ser vista no desenho geral da rede de esgotos.

1.2.2. Tubagens

Nos desenhos em anexo indicam-se os percursos da tubagem tanto

internas como externas, bem como os respectivos diâmetros e ligações.
Na sua instalação devem ser observadas as regras de montagem
estabelecidas, nomeadamente no que respeita aos acessórios a utilizar, às
alturas de escavação mínimas e às ligações a executar.

O material a aplicar será tubagem uPVC. No interior aplicar-se-á

tubagem de 50 mm, 75 mm e 110 mmm e no exterior, para ligação entre
as caixas será apenas utilizada tubagem de 110 mm. A tubagem deverá
ter uma inclinação mínima regulamentar.

1.2.3. Caixas

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As caixas de inspecção e gordura serão executadas de acordo com os

desenhos de pormenor. Todas elas serão em alvenaria, rebocadas e com
tampas de saneamento apropriadas em ferro fundido, com dimensões
internas de 60x60 cm. Todas as tampas deverão ficar bem visíveis à
superfície, ao nível do pavimento subjacente, a fim de facilitar a sua
inspecção e manutenção periódica.

1.2.4. Fossas

As fossas serão construídas no sistema convencional e de acordo com o

desenho de pormenor apropriado para a dimensão da fossa requerida. As
tampas da fossa serão em ferro fundido e deverão ser levadas á
superfície para facilidade de inspecção e manutenção.

Serão construídas 3 fossas sépticas sendo duas para 30 pessoas e uma

para 50 pessoas.

1.3. REDE DE INCÊNDIOS

Dada a configuração do Instituto e os materiais de que é constituído, os

edifícios serão dotados de uma rede de incêndios à base de extintores
portáteis de neve carbónica colocados em locais apropriados e de
serventia comum.

A colocação dos extintores deverá obedecer às seguintes regras:

 a distância entre a base destes e o solo deve ser de 1,20 m;

 assinalar-se com a sigla S.I. (Serviço de Incêndio) pintada a branco

dentro de um rectângulo pintado a vermelho;

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 colocar-se um balde com areia seca por baixo de cada extintor.

1.4. DISPOSIÇÕES FINAIS

Feitas as verificações conclui-se que estão respeitados os seguintes

regulamentos:

 RCAE – Regulamento das Canalizações de Água e de Esgoto

No geral verifica-se que foram seguidas as técnicas regulamentadas,

bem como usados os melhores materiais e os procedimentos habituais e
normados na República de Moçambique.

Maputo, aos 26 de Julho de 2002

….………………….….….…
engenheiro hidráulico
EDURADO NAENE

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