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TRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA

CONSTRUÇÃO HUMANA DA ESCOLA

Vanessa FUECHTENBUSCH[1]

RESUMO: A sociedade hoje exige homens pensantes, solidários, justos,


criativos, capazes de enfrentar as situações da vida, exercendo sua verdadeira
cidadania e conscientes da necessidade de um mundo melhor. Com isso o papel
do orientador educacional é de grande importância na escola, orientando pais e
alunos, para a formação de indivíduos mais éticos e capazes de conviver em
harmonia, auxiliando nas mudanças da escola. A educação tem a finalidade de
conduzir à construção de uma sociedade com valores, sendo o propósito
essencial o desenvolvimento integral do homem. Portanto o orientador
educacional precisa ser competente para exercer o seu papel, com isso nesse
artigo apresenta-se o trabalho do orientador educacional e as suas implicações
no cotidiano escolar, visando o trabalho relevante na construção da consciência,
identidade do aluno e compreensão de seu relacionamento consigo e com o
mundo.

PALAVRAS-CHAVE: Orientador educacional; Atribuições; Formação humana.

1 Introdução
Por acreditar que seja possível a construção de um mundo melhor e que
tudo inicia na educação com nossas crianças e jovens que a presente pesquisa
tem como finalidade apresentar as atribuições de uma orientação educacional
que se torna tão importante. Nesse processo precisamos de profissionais
competentes, voltados à uma prática social ampla, a serviço da escola, que é
sempre repleta de desafios.
O orientador com seu papel mediador na escola possibilita auxiliar nas
transformações da escola e com isso da sociedade. Na atualidade se torna
imprescindível a atuação desse profissional numa perspectiva
crítica, conscientizadora e com ética no auxílio a pais e alunos e também na
melhora moral, desenvolvendo valores na formação humana.
O trabalho do orientador é conduzir o aluno em situações de caráter
didático-pedagógico, socioculturais, relações interpessoais construídas no
cotidiano escolar. Conscientizando pais, alunos e comunidade escolar sobre a
grande necessidade de mudança que a sociedade precisa, trabalhando em
conjunto na formação de cidadãos mais justos, solidários e interessados por um
mundo melhor.
Ainda existem escolas onde os educadores estão preocupados somente
em desenvolver o cognitivo, esquecendo do emocional que se torna relevante
para um aprendizado sadio, impossibilitando a formação de indivíduos
preparados para enfrentar a vida fora da escola.
A cada dia se torna visível a dificuldade que alguns pais encontram em
educar seus filhos, por falta de tempo, paciência e muitas vezes por realmente
não saber como agir. Com isso a responsabilidade da escola na vida de seus
alunos vem aumentando. Somente profissionais capacitados, com inteligência
emocional, que sabem dialogar é que vão conseguir auxiliar esses pais e alunos,
e quem vai realizar essa tarefa na maioria dos casos é o orientador educacional.
A escolha da metodologia dessa pesquisa deu-se por meio de estudos
bibliográficos, nascendo então a profunda vontade de conhecer a função desse
profissional no ambiente educacional e seu papel frente às diversas dificuldades
encontradas na formação integral dos alunos no cotidiano escolar.
Para tanto, justifica-se este trabalho, com respaldo de que a orientação
educacional tem sido considerada como uma das principais e simbólicas funções
exercidas no ambiente escolar, pois é entendida como um resgate dos valores
humanos, psicossociais e culturais do aluno em seu processo de formação.
O objetivo geral da pesquisa foi estudar o papel do orientador educacional
na escola atual, assim como estabelecer o elo entre família, aluno e escola. E de
forma específica, apontar a função do orientador no ambiente escolar. Dessa
forma, o problema que deu origem ao artigo foi como o orientador educacional
pode desenvolver ações para auxiliar na formação humana dos alunos.

2 Competências e atribuições do orientador educacional

Ser orientador é uma opção, mas atuar como orientador significa enfrentar constantes desafios,
buscando desenvolver atitudes cotidianas que promovam a união e integração. O orientador atua
promovendo uma prática que inclui, combatendo a discriminação, compreendendo e auxiliando
o aluno em seu desenvolvimento pleno, sem preconceitos, com muito respeito, independente de
sua condição econômica, da aparência física ou opção sexual de todos os sujeitos da educação.
Ser orientador é uma função na qual a intenção de solidariedade é o maior valor. (NOAL, 2004,
p. 14).

Competência na atualidade se torna indispensável na ordem da educação


moderna. Segundo Perrenoud (1994, p. 7), é a "capacidade de agir eficazmente
em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem
limitar-se a eles". Isso significa dizer que os profissionais da educação
necessitam aprender a direcionar os alunos na escola, parar e pensar na
construção de saberes para o enfrentamento das situações diárias. Com os
problemas que enfrentamos na sociedade de hoje não basta apenas o
desenvolvimento dos conteúdos, o que não significa que adquiriram
competência. Para formar cidadãos é preciso ensinar a enfrentar a vida, saber
se virar fora da escola com um bom trabalho e dignidade.
Os saberes são necessários para tudo isso e todas essas capacidades
precisam ser trabalhadas com tempo, paciência e boa didática.
Um dos maiores desafios é o de levar os educadores, que muitas vezes
são resistentes, à fazer uma reflexão sobre sua metodologia e atuação, que pode
estar entregue a uma rotina, sendo que para a construção dessas competências
é preciso rever a didática e proporcionar atividades que atraem os alunos,
gerando a vontade de se envolver, e propiciem aprendizagens necessárias.
A preocupação com humanizar os saberes remete a criticidade, a percepção de que nem todo
saber é humanizador. O exercício da crítica que é preconizado na formação dos educandos
dever ser assumido pelo educador, a fim de desenvolver um novo olhar sobre sua prática
(VASCONCELLOS, 2007, p. 13).

Conforme Frison (2002) percebem-se como competências do orientador


educacional as relações interpessoais, o trabalho coletivo entre todos os
elementos da comunidade escolar, com a integração dos recursos cognitivos,
afetivos, inter-relacionais, que são a base para o enfrentamento das situações
que vão surgindo. O orientador vai unir a comunidade e a escola, integrando a
bagagem de conhecimento de cada um, trazendo o contexto sociocultural para
o planejamento pedagógico. Inserir na escola a importância da formação
humana, desenvolvendo seres pensantes, críticos, com saberes e capazes de
viver fora da escola. Usar de meios que se torne mais fácil a compreensão da
proposta pedagógica da instituição.
Para Grinspun (2013a), hoje o campo da orientação tomou maiores
proporções, possui nova cara e se depara com múltiplas extensões que enfoca
desde a questão sobre o objeto de conhecimento da orientação até a questão
do trabalho social. O papel atual vai além de ajudar os alunos a resolverem os
seus problemas, pessoais ou sociais. O trabalho deve ser voltado ao aluno, como
um todo, auxiliando no desenvolvimento da igualdade, solidariedade, formação
humana no verdadeiro sentido de cidadão e mostrando seus deveres e direitos
como sujeitos.
Existe a necessidade de uma orientação educacional de qualidade nas
escolas, voltada para um mundo que está sempre em mudança, em tempos pós-
modernos, marcados pela globalização e novas tecnologias, o que aumenta a
responsabilidade de um orientador. Para no futuro termos indivíduos conscientes
em sua participação no mundo, o trabalho precisa se manter no presente.
A orientação hoje, deve estar atenta a discutir, refletir e analisar os problemas atuais e a “orientar”
o aluno a viver o presente, respeitando o passado, e, ter acesso a um conhecimento que o
prepare para o futuro, não numa visão mágica, mas sim entendendo o real e o “mágico” que
preenchem o mundo que vivemos. O futuro se pode nos surpreender, também pode ser
construído pelo que vivemos, aprendemos e desenvolvemos no tempo presente (GRINSPUN,
2007, p.19).

Frison (2002) conclui que no cotidiano escolar é de competência do


orientador educacional estar envolvido com a busca pelo conhecimento, com os
processos de aprendizagem, com a realidade de cada aluno, no
comprometimento de auxiliar na formação da cidadania, encorajando educandos
e educadores na prática de pensar, criar, proceder e falar, desenvolvendo
estratégias que facilitem as práticas sociais, a diversidade cultural e concretize
os valores pessoais.
Mas para que seja possível é necessário trabalhar junto aos alunos,
estimulando o desenvolvimento da criatividade, criticidade e participação do
educando.
"Quando nos propomos a fazer educação, devemos ter em mente que
estamos contribuindo para a formação acadêmica de uma parcela da sociedade,
da qual, no futuro, sairão os líderes e dirigentes do mundo." (SANTANA, 2007,
p. 50).
Atuando junto ao educador discutindo a construção, execução e avaliação
dos planejamentos, intervenção saudável no trabalho necessário ao
desenvolvimento integral do aluno, inclusive participando dos conselhos de
classe.
"Planejar difere da simples imaginação, à medida que nesta não há
compromisso com a colocação em prática. Difere do sonho, do desejo difuso, da
mera intenção, uma vez que prevê passos, sequência determinada de ação,
utilização de recursos, etc." (VASCONCELLOS, 1995, p. 43).
Estimulando pais a participar na construção do projeto político-
pedagógico da escola e trazendo a reflexão de assuntos da atualidade e
decorrentes de conflitos escolares e familiares.
A escola e a família são importantes na formação do sujeito e os principais agentes da
socialização e da educação deste. Por isso, escola e família necessitam intermediar ações
conjuntas, tanto para prevenir, quanto para desenvolver modelos e valores éticos. A
intermediação do orientador educacional com a comunidade escolar e a família dos alunos se
estabelece pela intermediação dos atores. (MARRA, 2007, p. 190).

Trabalhando ao lado da direção, contribuindo nas decisões e na solução


de problemas que vão surgindo, e também auxiliando na organização dos
funcionários.

Há no ensino, na função de ensinar, em gérmen, sempre ação administrativa. Seja a lição, seja
a classe, envolve tomada de decisões, envolve administração, ou seja, plano, organização,
execução, obediente a meios e técnicas. De modo geral, o professor administra a lição ou a
classe, ensina, ou seja, transmite, comunica o conhecimento, função antes artística do que
técnica, e oriente ou aconselha o aluno, função antes moral, envolvendo sabedoria, intuição,
empatia humana (TEIXEIRA, 1968, p. 17).

Grinspun (2013b) afirma que pode haver dois tipos de orientação,


enfatizando o vocacional e profissional. A orientação vocacional refere-se as
características da pessoa, que juntas mostram a vocação para atuar nessa área.
Já na orientação profissional relaciona-se a escolha de um emprego, a
interesses pessoais econômicos e a partir de conhecimentos.
Mas para que a trajetória da orientação educacional ocorra com
qualidade, é preciso equilíbrio entre os dois eixos, entender que esse trabalho é
atividade social constante, que auxilie os alunos em escolhas corretas e no
processo de construção crítica e de consciência. Com isso a importância de
analisar essa profissão em todas as dimensões, como o mundo e suas
transformações, educação, trabalho, valores, desafios e as mudanças que vão
surgindo, exigindo atualização.
Giacaglia e Penteado afirmam:

No que se refere à orientação vocacional, não há um consenso, entre os especialistas, quanto


aos termos utilizados nessa área, empregando-se, às vezes, expressões como orientação
profissional, orientação ocupacional, informação profissional. A partir das contribuições das
teorias desenvolvimentistas, a expressão “orientação vocacional” passou a ter a preferência de
profissionais nesse campo, embora sofra algumas restrições pelo fato de sugerir uma relação
com o termo “vocação” que, por sua vez, poderia transmitir a noção de um determinismo, de
algum tipo, isto é, que a pessoa nasceria com vocação para determinado trabalho e que caberia
a quem orientasse descobrir qual seria ele. Por outro lado, a expressão “orientação vocacional”
é mais inclusiva que as demais, porque denota que, na verdade, cada indivíduo se define por um
projeto de vida, o que, certamente, representa mais que a escolha ou o exercício de uma
profissão, embora esta seja um aspecto importante deste projeto (2006, p. 126).

Há uma legislação bem específica em relação à profissão de orientador


educacional através do decreto 72.846/1973 "que determina as atribuições do
orientador educacional e assistência ao educando individualmente ou em grupo,
visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade,
ordenando e integrando os elementos que exercem influências em sua
formação, preparando-o para o exercício das opções básicas".
Na lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB nº 9394/1996), o
artigo 64 faz referência clara à orientação educacional. O orientador educacional
vai além de um especialista, que trabalha abrangendo todo o sistema escolar.
Sendo que além de auxiliar na formação de profissionais que conseguem
resolver sobre seu trabalho e também aprender sobre a profissão que escolheu,
trabalham intensamente para que a escola se torne um ambiente cada vez mais
educativo. Mas o orientador não trabalha sozinho. Todos que fazem parte da
escola vão construir os processos de organização e de estrutura, como os
diretores, supervisores, educadores, funcionários, educandos, pais e
comunidade escolar.

Toda instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente prevista
no regimento escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O termo estrutura tem
aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que asseguram o funcionamento de
um todo, no caso, a escola (LIBÂNEO, 2004, p. 127).

Dessa forma, o orientador educacional vai dividir a responsabilidade com


todos os eixos da escola. Com essa união, parceria nesse trabalho cotidiano, se
torna possível a construção de uma sociedade mais humana, justa, junto a
democracia superando o individualismo na instituição de educação,
proporcionando mais chances de formar alunos com uma nova visão e com
condições de seguir nessa futura sociedade consciente.
De acordo com Luck (2007, p. 96):
A democratização dos processos de gestão da escola, estabelecida na constituição nacional, na
lei de diretrizes e bases da educação nacional (lei nº 9394/96) e no plano nacional de educação,
acentua a necessidade de ação coletiva compartilhada. A descentralização dos processos de
organização e tomada de decisões em educação e a consequente construção da autonomia da
escola demandam o desenvolvimento de espírito de equipe e noção de gestão compartilhada
nas instituições de ensino, em todos os níveis.

O trabalho do orientador vai ser o ponto de partida na reflexão sobre o


que representa a escola na atualidade, percebendo quais os pontos a serem
mudados, as práticas que estão dando certo, para que a escola tenham mais
qualidade, e mesmo que essa melhora aconteça aos poucos, mas que ocorra
num todo, um crescimento coletivo. Dessa maneira, para Vasconcellos (2007),
"as finalidades da escola devem estar relacionadas às finalidades maiores da
formação humana como um todo" (p. 13).
Conforme Escott (1998, p. 129):
Assumir uma nova identidade no fazer da orientação educacional implica em assumir novos
princípios e ainda mais fazer do cotidiano da escola um constante exercício de ação-reflexão-
ação. Na concepção dialética da educação, o conhecimento é transitório, nenhuma verdade á
absoluta. Assim também é a prática e a construção da identidade do orientador educacional.
Podemos afirmar que, nesse momento histórico, o orientador educacional assume-se como
educador, pesquisador, articulador, desafiador, coletivo, participante, crítico, criativo, dinâmico,
político, competente e transformador. A identidade do orientador educacional continuará sendo
construída ao longo de sua ação, do estar e intervir no mundo e na escola, do pensar a sua
práxis, construindo e reconstruindo sua história.

De acordo com o que foi colocado, se torna evidente que no momento


atual o aluno não está sendo preparado apenas para a escola, e sim esta se
pretendendo desenvolver indivíduos com uma contribuição mais consciente para
sua vida em sociedade. A orientação para sua vida em sociedade. A orientação
está empenhada na formação de cidadãos mais preocupados com seu presente
e com as pessoas ao seu redor, comprometidos com a mudança que o mundo
necessita, sendo que uma dessas mudanças é a de uma sociedade mais
humana.

3 A contribuição da orientação educacional na transformação da escola


Segundo o Referencial Político Pedagógico da Associação dos
Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul (2004, p. 7) "queremos
construir uma orientação educacional como prática social ampla, a serviço de
uma escola pública, laica, gratuita e de qualidade para todos". Sendo que na
atualidade a sociedade vive momentos de dificuldade, precisando de ajuda para
se reestabelecer, mesmo estando em tempos de globalização, mas a nossa
verdade é uma boa parte da humanidade que vive na miséria, no Brasil e no
mundo ainda existem muitas pessoas passando fome, com doenças, crianças
desamparadas, um número incalculável de pessoas perdidas nas drogas,
prostituição, analfabetismo, crimes de todas as espécies, e um declínio moral.
Vasconcellos (2007, p. 14) reforça a ideia de que o ser humano, a pessoa
é o ponto de partida (o sonho de fazer algo diferente parte sempre de uma
pessoa, ou de um conjunto de pessoas, mas pessoas), o caminho (quem realiza
são as pessoas) e o horizonte, a finalidade (queremos formar pessoas –
conscientes, críticas, felizes). Só que isto não se faz no vazio, mas através de
estruturas concretas pautadas por um projeto assumido coletivamente.
Nas escolas públicas existem muitos desafios e a falta de recursos
financeiros físicos e de professores. Sendo que entre esses desafios, a
dificuldade de união da comunidade escolar, os baixos salários dos professores
e a formação precária que implica na falta de subsídios no momento de
transformação pelo qual estamos passando na educação.
E nesse processo entra a orientação educacional, com a proposta de
auxiliar e junto as outras esferas da escola buscar a superação dessa crise que
a sociedade se encontra.
De acordo com Grinspun (2007, p. 18)

Os problemas apresentados na sociedade, como a questão dos valores, da violência, das


normas, dos critérios sociais, das discriminações, etc., devem ser trabalhados no interior da
escola, pela orientação educacional, procurando também, identificar e compreender os próprios
mecanismos da instituição/escola. Numa visão bem abrangente, mais plena, o que queremos
oferecer e analisar as condições que promovam a formação da cidadania.

Como educadores, precisamos trabalhar em conjunto para inverter a


realidade da sociedade, falando claramente sobre contradições existentes. E
como a história nos mostra, tudo se modifica, e para uma escola e sociedade
melhor é necessário recriar, transformar, com a esperança de um futuro mais
civilizado (AOERGS, 2004).
Para vivermos em uma sociedade igualitária e justa, o movimento em
rumo à mudança precisa iniciar no presente, e por mais difícil que possa parecer
a evolução humana, não se pode desistir na luta rumo ao crescimento, e isso
começa na escola.
Grinspun (2007, p.20) destaca:
Inúmeros pontos, no momento atual, dentro da escola, estão a merecer uma análise mais
profunda para implantação ou implementação de novas ideias que atendam a novas
necessidades e interesses que estamos vivenciando. A orientação poderá fazer uma parceria
com todos os protagonistas da escola para que seus objetivos sejam efetivados, de acordo com
o projeto político pedagógico existente.

O diálogo se apresenta como o básico para iniciar essa


transformação, superando a postura autoritária que ainda se instala em muitas
instituições e deixando claro que as diferenças não vão deixar de existir, que o
que acontece é a necessidade do respeito à diversidade. Para a escola mudar,
primeiro os indivíduos precisam querer mudar, ampliando seu conhecimento,
entendendo os direitos humanos e alcançando uma nova visão de mundo.
Nesta perspectiva Balestro (2002) afirma que:

As instituições educacionais que se comprometem em contribuir para a melhora da sociedade e


da educação precisam ter consciência da realidade educacional no Brasil e visão de futuro.
Nesse contexto, abordar a questão da cidadania é, sobretudo, enfatizar a igualdade de
oportunidades entre as pessoas, convivendo com as diferenças na perspectiva de buscar o bem
estar coletivo. A partir disso, fazem-se necessárias transformações profundas na sociedade, já
que acreditamos que educar é transformar “pessoas” para ajudarem a melhorar as realidades
menos favorecidas (p. 272).

Ayub (2001, p. 4) mostra alguns conceitos importantes para a contribuição


de uma orientação eficiente e competente:

Eleger a educação como valor maior optando, preferencialmente, pela criança e pelo jovem ser
em desenvolvimento. Investir na formação humana acreditando que o ser humano busca, de
modo inerente, o conhecimento e uma compreensão do mundo. Fundamentar a ação
educacional numa ótica transformadora, crítica e criativa (buscar um referencial). Subsidiar a
prática pedagógica trazendo o trabalho com trabalho como fio condutor do currículo (trabalho
como categoria social básica).

O orientador educacional precisa estar sempre ampliando seus saberes,


buscando o que é de mais atual para a educação, pesquisando sobre as
constantes mudanças no mundo que acabam implicando na escola. E no seu
cotidiano de pesquisas e comprometimento com as mudanças, amparar o
coletivo da escola nos caminhos novos que vão surgindo, trazendo ideias,
metodologias, materiais que possam suprir essas dúvidas e medo do novo.
Trabalhando ao lado dos professores, usando o currículo que interage professor
e aluno, facilitando esse trabalho coletivo.
Rangel (2003, p. 142) destaca:

Ensinar a aprender e aprender a ensinar são conceitos que se associam à reconstrução ou


reelaboração do conhecimento, enquanto processos que se realizam com a parceria de alunos,
professores e setores, no cotidiano escolar. Ensinar não é só instruir ou informar, mas reconstruir
conteúdos e processos de aprendizagem. Essa reconstrução se dá no movimento e nas relações
entre professores, alunos, conteúdos, avaliação, recuperação e contexto da aprendizagem.
Pesquisar é indagar, investir, aproximar-se dos fatos, com base teórica e metodológica pertinente
à construção dos objetos de pesquisa, com especial atenção aos sujeitos que vivenciam o
cotidiano.

Participando sempre, ao lado de todas as seções da escola, inclusive na


construção do projeto político pedagógico, o orientador encontra um momento
propício para planejamentos conjuntos, resolução de conflitos, no intuito de
construir uma escola cidadã com objetivos em comum na busca pela
transformação da sociedade.
Ayub (2007, p. 44) traz a seguinte reflexão: “articular-se aos demais
segmentos da escola, da comunidade e movimentos sociais sem deixar de lado
sua especificidade”.
Os problemas da escola precisam ser discutidos, por isso a
orientação educacional junto aos outros segmentos da escola devem articular
meios para esse amparo. Além disso, na construção do currículo, imprimir
sempre a realidade do aluno, trazendo compreensão nessa mediação, para que
o papel social da escola seja cumprido e se torne possível conquistar a qualidade
necessária da educação na atualidade. Na situação em que a sociedade se
encontra, não se pode mais formar pessoas apenas para o trabalho, mas para
todas as situações que o mundo reserva, trazendo a grande importância do
trabalho de um orientador, mediando todas as estâncias, auxiliando a superar os
grandes desafios do nosso tempo.
Um agente de mudanças, facilitador, mediador e interlocutor, um profissional capaz de fazer a
articulação entre equipe diretiva, educadores, educandos e demais integrantes da comunidade
escolar no sentido de colaborar no desenvolvimento individual, social, político e econômico e,
principalmente, na construção de uma cidadania ética e solidária (LIBÂNEO, 2002, p. 35).

Como em muitas situações da vida, a mudança não é fácil para todos os


indivíduos. Contudo, na escola não é diferente. Muitos não conseguem
acompanhar, por isso o orientador pode ajudar com conselhos. Segundo Jones
(1977), essa maneira de orientação já contribuiu muito ao longo da história da
nossa humanidade, mas pouco é usada na orientação escolar, sendo importante
rever esse tipo de auxílio, que pode facilitar a compreensão de valores
importantes da vida, não sendo necessário mostrar o que o indivíduo vai fazer,
e sim ampliando sua visão sobre as situações diferentes, deixando que ele possa
ver o que é o melhor. Mas para que esse tipo de trabalho aconteça com
qualidade, o orientador, professor e os pais precisam conhecer bem o aluno,
mantendo sempre o diálogo e atuação presente na vida do indivíduo.
Para Beck (1977), a mudança também acontece na orientação, que seria
um instrumento de experimento, sendo que os homens que mudam e não
exatamente o mundo. Ao longo dos tempos os pensamentos, vivências e valores
se modificaram. Nessa constante transformação o orientador também precisa
estar apto em aceitar as mudanças.
Em cada civilização sobrevêm um período em que os velhos instintos e costumes se mostram
inadequados ante o novo, e as antigas instituições e as velhas morais rebentam como cascos
submetidos à teimosia turgescência de vida. Ora numa esfera, ora noutra, hoje que trocamos o
campo e a casa campestre pela fábrica, pelo escritório e pelo mundo, os modos naturais e
espontâneos fenecem; á ancestral simplicidade de impulsos substituem-se caóticas
experimentações intelectuais (BECKER, p. 6).

Sendo assim, é preciso coragem e humildade para a escola enfrentar a si


mesma, e rever quais os pontos que necessitam de transformação, primando
sempre pela qualidade, o direito à igualdade, ao respeito, ao trabalho coletivo
com mais visões, mais olhares, mais riqueza de conhecimentos, unidos na
construção de uma instituição mais digna e solidária.

4 O trabalho do orientador junto aos alunos, professores, pais e


comunidade escolar
Conforme Pimenta (1995), o orientador vai assessorar o aluno para que
ele saiba fazer escolhas, tendo a consciência que são as mais adequadas.
Indivíduos integrados a sociedade e com personalidade voltada a boa conduta.
Sendo importante o conhecimento sobre psicologia, para que possa abranger o
desenvolvimento num todo, sendo emocional, social, afetivo e moral. Esse
conhecimento vai ser o alicerce para o trabalho individual e coletivo. Para essa
atividade é preciso ter material, a coleta de dados sobre a vida do aluno é muito
importante, podendo acontecer conversas com o aluno, com os pais e através
dos professores, colaborando com suas observações.

O sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser igualmente preservado.
Assim, questionários preenchidos com dados mais íntimos sobre o aluno e seus familiares;
resultados de entrevistas e de testes de opiniões de professores sobre determinado aluno devem
ser mantidos fora do alcance de pessoas que, propositada ou casualmente, possam chegar a
eles. Por esse motivo, tais dados devem ser arquivados no serviço do orientador educacional em
local seguro, com chave, ao qual apenas o orientador educacional tenha acesso (GIACAGLIA;
PENTEADO, 2006, p. 12).

Pimenta (1995) reforça que o orientador vai se fundamentar nos


conhecimentos da psicologia, coletar dados sobre os alunos e realizar o trabalho
de aconselhamento individual e orientação grupal.
Grinspun (2001, p. 22) considera: conta-se que a orientação educacional
teve sua sucessão de crescimento ligada à da psicologia, que vem desde o
século XVI e por meio de atividades psicotécnicas para traçar suas capacidades
relacionadas a atividades específicas. Entretanto, o seu aperfeiçoamento no
contexto educacional dá-se sob o prisma do retrocesso da psicologia. Sendo
neste caso preciso que seja considerado que a noção é proposta pela educação
como necessária, propondo assim a orientação do indivíduo.
Atualmente, a orientação vem buscando o trabalho pela totalidade do
aluno, na sua ampla concepção como ser, se preocupando em construir uma
personalidade, com relevante consciência sobre sua história que ele escolheu
para si, com isso, sua realidade está sendo valorizada (GRINSPUN, 2001).
Nas escolas existem muitos alunos com problemas, de todos os tipos, e
que acabam mostrando isso em suas atitudes, com dificuldades de aprendizado,
na convivência com outros alunos e professores, com seu emocional totalmente
abalado, e muitas vezes se isolando, professores que não sabem lidar com essa
realidade. Diante disso, o orientador entra, para que possa interpor todos
os meios que estão abalados.
Grinspun (2003, p. 73) expõe: [...] na atualidade, o papel da orientação
educacional está além do estudo com alunos problemáticos, passando a refletir,
analisar, e interferir sobre esses problemas em tempos de globalização. É
preciso trabalhar, desenvolvendo o sentido da singularidade, da autonomia, da
dimensão da solidariedade, no verdadeiro significado do humano. No entanto,
para que o orientador possa entender o problema do educando, é preciso que
faça uma reflexão oriunda da realidade vivenciada pelo aluno em seu cotidiano,
assim como exprimir a responsabilidade de cada educador em sua função de
transmissão de conhecimentos, seja formal ou sistematizada.
Podemos colocar o orientador educacional como especialista nas
relações interpessoais e agente de mudanças nas atitudes de todos que
participam do processo educativo, inclusive os professores. Para Pimenta
(1995), ao se formar um clima agradável na escola, seria mais fácil uma
mudança em relação às atitudes dos professores que ainda se preocupam
apenas em transmitir os conteúdos, e com isso não conseguem entender o
trabalho educativo dos orientadores de formação integral do aluno, pois se fosse
possível desenvolver os conteúdos com aprendizagem mais significativa, iriam
diminuir os casos de desinteresse, falta de atenção e indisciplina, que são
problemas que dificultam a aprendizagem dos alunos.

O estabelecimento de relações interpessoais significativas é condição essencial ao envolvimento


da equipe escolar numa ação integral com vistas à mudança. Assim, será objetivo do orientador
educacional favorecer as relações interpessoais, não apenas a sua com alunos e professores,
mas a de todos os agentes educativos entre si. Se cada um desses agentes educativos alcançar
progresso individual, estará também apto a oferecer uma relação de ajuda construtiva,
facilitadora do progresso educativo, no sentido de proporcionar ao aluno experiências
significativas dentro de um clima sadio e mobilizador de suas capacidades (VIEIRA, 1977, p.
142).

Para Grinspun (1998), um dos motivos pelo qual uma parte dos alunos
não concluem o ensino fundamental se dá pela distância que a escola mantém
da comunidade onde está inserida, sendo que para um melhor aprendizado e
realização de projetos já foi comprovada a importância de valorizar a cultura do
grupo. Para Bonow (1959), "os alunos, ao ingressarem na escola, são
portadores da cultura que adquirem na comunidade", sendo assim, que há
"necessidade do conhecimento da comunidade e o entrosamento da escola com
as demais instituições para que a ação educativa se realize eficientemente" (p.
16).
No trabalho do orientador vai ser feito uma observação, análise, reflexão
para estimular o processo educacional da turma na escola e comunidade,
integrando os fatores psicológicos e sociais, que envolvem o aluno com base na
pessoa (GRINSPUN, 1998). Com a tarefa de aproximar escola e comunidade, a
orientação abrange outras instituições mostrando possibilidades de trabalho
conjunto. É nesse caminho que o orientador educacional vai realizar seu trabalho
com o compromisso de desenvolvimento de uma sociedade mais justa.
Para incorporar essas medidas e levantar uma reflexão sobre situações
da vida contemporânea e na resolução de problemas que Kindel (2012)
acrescenta: são fazeres de alunos e professores que buscam, na comunidade
em que vivem, a motivação e o apoio para tornar a sua participação relevante e
possível. São fazeres de pessoas que compreendem que todos podem aprender
e que, para isso, é necessário engajar-se nessa meta (p. 15).
Ayub (2001, p. 4) acrescenta:
Organizar os saberes rompendo com a fragmentação, a pretensa neutralidade, a ditadura do
pensamento único, construindo uma nova relação com o conhecimento. Articular com todos os
segmentos da comunidade escolar o processo de trocas e discussão permanente. Politizar as
relações organizando instâncias de participação e representatividade. Realizar análises de
conjuntura, proclamando a utopia da sociedade justa. Denunciar o conformismo, a competição,
o preconceito, a exclusão, o analfabetismo, o privilégio, as relações de poder. Anunciar a
cooperação, as ações coletivas, a solidariedade, a postura critica, o direito à educação, a
criatividade, a ética.
Segundo Giacaglia e Penteado (2006), a família tem o dever de
proporcionar para a criança meios necessários à seu sustento e proporcionar um
alicerce afetivo, amparo na saúde e proporcionar os primeiros ensinamentos. Já
a escola é responsável por ministrar a educação formal das crianças e jovens.
Cada família tem perspectivas diferentes do que espera da escola, o mesmo
acontece com as escolas sobre a família. Destacando que ambas tem
particularidades que as diferem, mostrando a importância de tanto a escola
quanto a família se conhecer para dividir as expectativas e realizar a integração
entre as duas instituições.
Sendo que a orientação educacional tem no decreto que regulamenta sua
profissão a relevante atribuição de orientação familiar, onde será realizada a
assistência necessária à família e cooperação na integração escola-família-
comunidade. E para que a ligação entre a escola e a família aconteça precisa
haver comunicação constante, valorizando seus princípios e buscando sua
cooperação, em vista que as duas partes tem a mesma intenção de manter o
bem-estar, desenvolvimento e formação do aluno (GIACAGLIA; PENTEADO,
2006).
Nessa perspectiva, a família não é o único agente de socialização da
criança, a escola também cumpre um papel importante nessa situação, através
dos educadores e de todos que fazem parte da instituição. Tanto a escola,
quanto os pais e comunidade precisam montar uma parceria e adquirir valores
propícios à boa convivência, para que essa união reflita nos alunos, aumentando
a probabilidade de se formar cidadãos mais participativos, democráticos nas
decisões, dispostos a cooperar pelo bem de todos, com princípios voltados ao
respeito e justiça.

5 O auxílio do orientador na formação ética de valores e educação na


escola
A escola tem responsabilidades que implicam em possibilitar a
participação dos alunos na sociedade e na formação de uma vida democrática,
tornando necessário iniciar uma reflexão sobre os princípios da escola,
abrangendo todos os educadores da instituição. Grinspun diz que:

Como a orientação educacional ocorre basicamente, no interior da escola e cada uma de suas
atividades. Devemos considerar que tudo que acontece no interior da escola não é meramente
técnico administrativo ou meramente pedagógico e sim, antes de tudo, uma integração de todas
as áreas dentro de uma dimensão político pedagógico (2007, p. 18).

Para educadores o dever e as responsabilidades são grandes, nos


mantendo atentos em oferecer uma educação baseada na ética, sendo a nossa
conduta um exemplo para os alunos, formando indivíduos conscientes, que
possam buscar uma harmonia coletiva. A escola é um local privilegiado para a
socialização, onde o aluno vai permanecer por um tempo, mas o que ele
aprender vai ser usado no seu modo de vida e nas relações sociais ao longo de
sua vida (CAMPOS, 2012).
Freire enfatiza:

Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar
longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. É por isso que
transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de
fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador (1996, p. 33).

Para o orientador educacional ajudar a escola, precisa auxiliar na


construção do projeto político-pedagógico, mostrando a importância da ética e
dos valores na educação dos alunos. O trabalho desse profissional não é fácil,
mas satisfatório, sendo que contribui para uma nova educação,
para Grinspun (2014).

Que pretende não apenas ser informativa, voltada para o processo ensino/aprendizagem; uma
educação comprometida com os valores, com a ética, com a construção da subjetividade, com
a construção da cidadania" (p. 69). O trabalho do orientador é focado basicamente com valores,
por isso a importância da reflexão sobre a ética e a ligação desses valores com a educação. "A
virtude intelectual hoje passa, necessariamente, por uma formação ética de aplicação mundial,
capaz de tornar a convivência humana aberta às diferenças e de estabelecer canais de
comunicação que sustentam a justiça e a paz que o mundo precisa (ALMEIDA, 2002, p. 11).

Nesse sentido, pensando sobre a ética, moral e educação, buscamos


entender os princípios da conduta do indivíduo, procurando os recursos
necessários para o desenvolvimento e para sua cidadania. No momento em que
percebemos a extensão do espaço desse indivíduo em termos de ação e
decisão, falar sobre essa situações se torna um compromisso imprescindível no
método educacional (GRINSPUN, 2014).
Sucupira estabelece que:
O conceito de educação é inevitavelmente teleológico, valorativo e normativo, pressupondo
alguma concepção ideal do ser humano... Toda a educação se move na tensão polar das
categorias: natureza e liberdade, facticidade e sentido, ser e dever ser (1980, p. 29).

A educação engloba os valores que se manifestam na sociedade e os que


acontecem a partir da proposta do educador. É através da educação que o aluno
será conduzido a partilhar tudo que acontece na sociedade. Na nossa educação
podemos nos focar no conhecimento do âmbito sociocultural que intervém na
ação educativa.
A ética na educação vai auxiliar e proporcionar que decisões devem ser
tomadas, posições usadas na conduta e atitude social. Com a exposição dos
valores importantes à uma sociedade, reflexão sobre os princípios éticos,
tomando proporções para a estrutura que o aluno precisa, obtendo melhores
condições para pensar e falar sobre os valores da verdade, liberdade e
responsabilidade (GRINSPUN, 2014).
Para Barcellos (2007): "Assim, é preciso agir. Quanto mais cedo as
noções de ética e de respeito forem trabalhadas em casa e na escola por
modelos adultos comprometidos com essa causa, maior será a certeza de que
estamos formando uma nova humanidade."
Se a escola se comprometer com uma formação plena, vai significar a
recuperação de dimensões perdidas e deixadas em segundo plano por muitos
educadores. Como a formação do ser humano como sujeito de cultura por meio
da educação, a formação ética, os limites na sua vivência, uma moral que leve
à boa conduta e a humanização dos alunos.

6 Conclusão
Mediante as considerações apresentadas, chega-se a conclusão que o
orientador educacional é um profissional de extrema importância para o ensino,
sendo um dos agentes responsáveis pela edificação do aluno como cidadão
consciente do mundo em que vive.
Ressaltando que o orientador educacional necessita da ajuda de todos
que pertencem ao âmbito escolar, inclusive a família e a comunidade escolar.
Sendo trabalhada a ética, os valores na educação dos alunos, formando novos
princípios de moral que vão refletir na vida em sociedade.
Entendendo o cargo que exerce o orientador educacional, estabelecendo
o contato direto com o trabalho docente, e mediando todos os segmentos da
escola, o que lhe cabe trazer assuntos da atualidade que vão contribuir na
transformação que a escola necessita. O que se espera, portanto, é que os
educadores façam parte dessa transformação, abrindo o caminho para uma
nova forma de ser da escola. Sendo que o maior desafio é rever a maneira de
pensar, agir, de modo à planejar e praticar o que foi resolvido pelos agentes da
educação.
Se todos assumirem a educação com ânimo, esperança, conhecimento e
com sensibilidade, as futuras gerações vão contribuir mais para a transformação
da sociedade e continuar com os trabalhos sociais, de ações cidadãs. Contudo,
o mundo que precisa ser reconstruído aumenta o nosso compromisso como
educadores preocupados em educar para humanizar os indivíduos.
Somente um profissional esclarecido sobre suas funções de trabalho e
competente vai possibilitar as mudanças que a sociedade precisa, e um novo
rumo para a educação. Nos dias de hoje é visível como muitos valores foram
perdidos e o orientador educacional vai ser a ponte para direcionar os alunos a
uma vivência de valores, afeto, conscientização e humanização.

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