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RESUMO DA UNIDADE

A nutrição desempenha um papel importante na manutenção da saúde geral de um


indivíduo. Os sistemas biológicos requerem vários nutrientes para diferentes
funções, e o desequilíbrio nutricional pode levar a doenças. A fisiologia da nutrição
lida com o estudo de nutrientes e seu papel no crescimento, saúde e doença de uma
pessoa. O estudo inclui consumo de alimentos, absorção e metabolismo. O corpo
humano é feito de compostos químicos, como carboidratos, proteínas, lipídios e
ácidos nucléicos. Todos os compostos químicos ocorrem em diferentes formas, tais
como hormônios, vitaminas, minerais, fosfolipídios, etc. Esses componentes
químicos estão sendo constantemente usados e devem ser regularmente fornecidos
na forma de nutrientes, para o crescimento contínuo e a sobrevivência de um ser
humano. Todos os nutrientes se enquadram em duas grandes classes:
macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são necessários em gran des
quantidades e os micronutrientes são necessários em quantidades mínimas.
Minerais e vitaminas são classificados como micronutrientes, enquanto o resto do
que comemos é classificado em macronutrientes. Todos os nutrientes são
importantes para o funcionamento ótimo do corpo e desempenham papel
fundamental durante a prática de atividade física. O exercício provoca mudanças em
diferentes sistemas, que realizam suas funções, de forma orquestrada, graças a
uma nutrição adequada e diversificada.

Palavras-chave: Fisiologia do Exercício; Fisiologia da Nutrição; Macronutrientes;


Micronutrientes; Nutrição Esportiva.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4


CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO .....................................................................6
1.1 Camadas do trato gastrointestinal ..........................................................................7
1.2 Regulação do trato gastrointestinal ........................................................................8
1.3 Boca.............................................................................................................................9
1.4 Esôfago.................................................................................................................... 10
1.5 Estômago................................................................................................................. 10
1.6 Intestino delgado .................................................................................................... 12
1.7 Intestino grosso ...................................................................................................... 15
1.8 Órgãos acessórios – Sistema Digestivo............................................................. 16
1.9 Controle Hormonal ................................................................................................. 20
CAPÍTULO 2 - MACRONUTRIENTES ............................................................................. 23
2.1 Carboidratos............................................................................................................ 23
2.1.1 Fibras........................................................................................................................ 27
2.1.2 Índice glicêmico ...................................................................................................... 28
2.1.3 Digestão dos carboidratos .................................................................................... 29
2.2 Lipídeos ................................................................................................................... 29
2.2.1 Ácidos graxos saturados....................................................................................... 30
2.2.2 Ácidos graxos insaturados.................................................................................... 30
2.2.3 Digestão dos lipídeos ............................................................................................ 31
2.3 Proteínas ................................................................................................................. 35
2.3.1 Digestão e absorção de proteínas....................................................................... 36
CAPÍTULO 3 - MICRONUTRIENTES ............................................................................... 40
3.1 Vitaminas ................................................................................................................. 40
3.1.1 Vitamina A ............................................................................................................... 41
3.1.2 Vitaminas do complexo B ..................................................................................... 41
3.1.3 Vitamina C ............................................................................................................... 45
3.1.4 Vitamina D ............................................................................................................... 45
3.1.5 Vitamina E ............................................................................................................... 46
3.1.6 Vitamina K ............................................................................................................... 46

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3.1.7 Digestão e absorção de vitaminas ...................................................................... 47
3.2 Minerais.................................................................................................................... 48
3.2.1 Cálcio........................................................................................................................ 48
3.2.2 Magnésio ................................................................................................................. 49
3.2.3 Potássio, Sódio e Cloro......................................................................................... 50
3.2.4 Ferro ......................................................................................................................... 50
3.2.5 Zinco......................................................................................................................... 52
3.2.6 Selênio ..................................................................................................................... 52
3.2.7 Cobre........................................................................................................................ 53
3.2.8 Boro .......................................................................................................................... 54
3.2.9 Manganês................................................................................................................ 54
CAPÍTULO 4 - FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO................................................................. 56
4.1 Sistema cardiovascular e respiratório ................................................................. 58
4.2 Sistema musculoesquelético ................................................................................ 61
4.3 Sistema endócrino ................................................................................................. 63
4.4 Composição corporal ............................................................................................. 68
4.5 Tríade da Mulher atleta ......................................................................................... 69
REFERENCIAS..................................................................................................................... 73

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

A nutrição exerce um papel chave no desempenho físico. Favorece o


catabolismo e anabolismo, sendo responsável pela restituição ou extração da
energia armazenada nas células, para o trabalho fisiológico, através de reações
químicas.
A nutrição também é a fonte de elementos essenciais e de blocos construtores,
para preservar a massa corporal magra, sintetizar novos tecidos, otimizar a estrutura
esquelética, reparar as células existentes, maximizar o transporte e a utilização de
oxigênio, manter um equilíbrio hidroeletrolítico ótimo é necessário para regular todos
os processos metabólicos. A boa nutrição engloba muito mais que simples
prevenção ou cura de deficiências nutricionais. O reconhecimento das necessidades
individuais e das tolerâncias de nutrientes específicos também está incluído, assim
como o papel da herança genética sobre esses fatores. As deficiências limítrofes de
nutrientes (isto é, menos que a quantidade necessária para causar manifestações
clínicas de doença) podem exercer um impacto significativo sobre a estrutura e a
função orgânicas. Outrossim, os nutrientes provenientes dos alimentos
proporcionam energia e regulam os processos fisiológicos associados ao exercício.
Assim sendo, não é de surpreender que, desde a época das antigas Olimpíadas até
a atualidade, quase todas as práticas dietéticas concebíveis tenham sido utilizadas
para aprimorar o desempenho nos exercícios.
Atualmente, grande atenção tem se dado aos exercícios físicos. O mundo
como um todo está envelhecendo, como resultado, há uma pandemia de doenças
associadas aos processos naturais do envelhecimento, especialmente no que se
refere às funções cardiovascular e metabólica. Altos níveis de atividade física
habitual e exercícios físicos são notavelmente protetores. Nos últimos 10 anos, uma
ideia importante que surgiu é que contrair músculos esqueléticos liberam
substâncias (miocinas) que têm uma série de efeitos positivos nas funções
metabólica e cardiovascular. Grande parte das descobertas atuais evidenciam o
papel do exercício físico, operando a partir do nível de expressão gênica e de vias
de sinalização.

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O Brasil apresenta grande número de profissionais atuantes na área esportista,


muitas pesquisas vêm sendo realizadas, mas ainda há muitos questionamentos qu e
precisam ser elucidados. Apesar do grande interesse por parte dos profissionais de
saúde, a nutrição esportiva ainda apresenta algumas limitações e cada vez mais tem
se tornado o foco de diversos profissionais.
Nesta unidade abordaremos inicialmente aspectos da fisiologia da n utrição, de
que forma o corpo digere e absorve os nutrientes; aspectos relacionados à
composição química dos macronutrientes e micronutrientes; e, por fim, discutiremos
sobre fisiologia do exercício e as mudanças provocadas pela prática da atividade
física sobre o corpo.

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CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO

A fisiologia da nutrição aborda o equilíbrio alimentar e o valor energético dos


alimentos, bem como a importância nutricional de cada nutriente. O foco do estudo
dessa área envolve o sistema digestivo, a digestão e a absorção de nutrientes e o
controle endócrino e neural.
No interior do lúmen do trato gastrintestinal, grandes moléculas alimentares são
hidrolisadas em seus monômeros (subunidades). Esses monômeros passam através
da camada interna (ou mucosa) do intestino delgado, para entrar no sangue ou na
linfa, num processo denominado absorção. A digestão e a absorção são auxiliadas
por especializações da mucosa e por movimentos característicos causados por
contrações das camadas musculares do trato gastrintestinal.
O sistema digestivo é uma série de órgãos ocos unidos em um longo tubo de
torção da boca até o ânus. Dentro deste tubo é um revestimento de membrana fina e
macia do tecido epitelial chamado mucosa. Na boca, estômago e intestino delgado,
a mucosa contém pequenas glândulas que produzem sucos para ajudar a digerir os
alimentos. Há também dois órgãos digestivos sólidos, o fígado e o pâncreas, que
produzem sucos que chegam ao intestino através de pequenos tubos. Além disso,
partes de outros sistemas de órgãos (nervos e sangue) desempenham um papel
importante no sistema digestivo.
A digestão envolve a mistura de alimentos, o seu movimento através do trato
digestivo e a quebra química das grandes moléculas de alimentos em moléculas
menores. A digestão começa na boca, quando mastigamos e engolimos, e é
completada no intestino delgado. O processo químico varia um pouco para
diferentes tipos de alimentos, e vamos abordar sobre cada um desses componentes
no próximo capítulo.
Os grandes órgãos ocos do sistema digestivo contêm músculos que permitem
que suas paredes se movam. O movimento das paredes dos órgãos pode
impulsionar alimentos e líquidos e também pode misturar o conteúdo dentro de cada
órgão. Movimento típico do esôfago, estômago e intestino é chamado peristaltismo.
A ação do peristaltismo parece uma onda do oceano se movendo através do
músculo. O músculo do órgão produz um estreitamento e, então, impulsiona a

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porção estreita até o comprimento do órgão. Essas ondas de estreitamento


empurram a comida e o fluido na frente deles através de cada órgão oco.

1.1 Camadas do trato gastrointestinal

O trato gastrointestinal (GI), do esôfago ao canal anal, é composto por quatro


camadas (ou túnicas). Cada túnica contém um tipo de tecido dominante que
desempenha funções específicas no processo digestivo. As quatro túnicas do trato
GI, da interna para a externa, são a mucosa, a submucosa, a muscular e a serosa
(MARIEB, HOEHN, 2007).
Mucosa
A mucosa, que reveste o lúmen do trato GI, é a principal camada secretora e
de absorção. Ela consiste em um epitélio simples colunar suportado pela lâmina
própria, uma camada fina de tecido conjuntivo areolar contendo numerosos
linfonodos, que são importantes na proteção contra doença. Externa à lâmina
própria existe uma camada fina de músculo liso, denominada muscular da mucosa.
Ela é a camada muscular responsável pelas numerosas pequenas pregas em
determinadas porções do trato GI. Essas pregas aumentam enormemente a área
superficial. Células caliciformes especializadas da mucosa secretam muco ao longo
da maior parte do trato GI.
Submucosa
A relativamente espessa submucosa é uma camada de tecido conjuntivo
altamente vascularizado que está a serviço da mucosa. Moléculas absorvidas que
passam através das células epiteliais colunares da mucosa entram nos vasos
sanguíneos e linfáticos da submucosa. Além dos vasos sanguíneos, a submucosa
contém glândulas e plexos nervosos. O plexo submucoso (plexo de Meissner) provê
um suprimento nervoso autônomo à muscular da mucosa.
Muscular
A muscular (também denominada muscular externa) é responsável pelas
contrações segmentares e pelo movimento peristáltico ao longo do trato GI. A
muscular possui uma camada circular interna e uma camada longitudinal extern a de
músculo liso. Contrações dessas camadas movem o alimento ao longo do trato, e

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pulverizam e misturam o alimento com enzimas digestivas. O plexo mioentérico


(plexo de Auerbach), localizado entre as duas camadas musculares, provê o
principal suprimento nervoso ao trato GI. Ele inclui fibras e gânglios, tanto da divisão
simpática, como da parassimpática do sistema nervoso autônomo.
Serosa
A serosa, camada mais externa, completa a parede do trato GI. Ela é uma
camada de união e de proteção constituída por tecido conjuntivo areolar recoberto
por uma camada de epitélio simples pavimentoso.

1.2 Regulação do trato gastrointestinal

O trato gastrointestinal é inervado pelas divisões simpática e parassimpática do


sistema nervoso autônomo. Os nervos parassimpáticos geralmente estimulam a
motilidade e as secreções do trato gastrintestinal. O nervo vago é a fonte da
atividade parassimpática do esôfago, do estômago, do pâncreas, da vesícula biliar,
do intestino delgado e da porção superior do intestino grosso. A porção inferior do
intestino grosso recebe inervação parassimpática de nervos espinais da região
sacral. Os plexos submucosos e miontérico são os locais onde fibras
parassimpáticas pré-ganglionares formam sinapses com neurônios pós-ganglionares
que inervam o músculo liso do trato GI (MARIEB, HOEHN, 2007).
Fibras simpáticas pós-ganglionares passam através dos plexos submucoso e
mioentérico e inervam o trato GI. Os efeitos dos nervos simpáticos reduzem o
peristaltismo e a atividade secretora e estimulam a contração dos músculos
esfincterianos ao longo do trato GI. Por essa razão, eles são antagônicos aos efeitos
da estimulação nervosa parassimpática (MARIEB, HOEHN, 2007).
A regulação autônoma, que é “extrínseca” ao trato gastrointestinal, é
superposta aos modos “intrínsecos” de regulação. O trato gastrintestinal contém
neurônios sensitivos intrínsecos, que possuem seus próprios corpos celulares n o
interior da parede intestinal e não fazem parte do sistema autônomo. Eles auxiliam
na regulação local do trato digestório, através de uma rede neural complexa,
localizada na parede intestinal, denominada sistema nervoso entérico, ou céfalo-
entérico. A regulação pelo sistema nervoso entérico complementa a regulação

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parácrina por moléculas que atuam localmente nos tecidos do trato GI, assim como
a regulação hormonal por hormônios secretados pela mucosa (MARIEB, HOEHN,
2007).
Em resumo, o sistema digestório é regulado extrinsecamente pelo sistema
nervoso autônomo e pelo sistema endócrino e, intrinsecamente, pelo sistema
nervoso entérico e vários reguladores parácrinos. Os detalhes dessa regulação
serão descritos nas seções subsequentes.

1.3 Boca

A boca é o começo do sistema digestivo e, de fato, a digestão começa na


cavidade bucal antes mesmo de ocorrer a primeira mordida de uma refeição. O
cheiro da comida ativa as glândulas salivares (sublingual, submaxilar e parótida),
que são órgãos produtores de saliva, causando água na boca (MARIEB, HOEHN,
2007).
Uma vez que o processo de mastigação é iniciado, a quebra da comida se
inicia e outros mecanismos entram em jogo. Mas saliva é produzida. A saliva contém
uma enzima do tipo amilase, chamada ptialina, que age sobre o amido e o
transforma em maltose, uma variedade de açúcar formada pela união de duas
moléculas de glicose. A ptialina age no pH neutro da boca, mas é inibida ao chegar
no estômago, por causa da acidez do suco gástrico (PEDERSEN et al., 2018).
A saliva tem como função lubrificar e diluir o alimento (facilitando a mastigação,
a gustação e a deglutição), além de proteger contra bactérias e umedecer a boca. A
saliva é composta por ar (por isso o aspecto espumoso), água (99,5%), ptialina,
nitrogênio, enxofre, potássio, sódio, cloro, cálcio, magnésio, ácido úrico e ácido
cítrico. Possui também proteínas enzimáticas, estruturais e imunológicas. A saliva
contém uma substância chamada de imunoglobulina secretória A (IgA), que tem a
função de proteger o organismo contra vírus que invadem o trato respiratório e
digestivo. A saliva também possui um efeito microbiano, que controla o crescimento
de bactérias, por isso, quando não há saliva, há maiores chances de aparecerem
cáries dentárias (KAGAMI, WANG, HAI, 2008)

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1.4 Esôfago

O esôfago é o órgão no qual o alimento ingerido é empurrado. Em sua parede


superior, ele se comunica com a faringe; em sua parte inferior, comunica-se com o
estômago. O esôfago é um tubo muscular que se estende desde a faringe e atrás da
traqueia até o estômago. A comida é empurrada através do esôfago e para o
estômago por meio de uma série de contrações chamada peristaltismo (MARIEB,
HOEHN, 2007).
Na junção do esôfago e estômago há uma válvula em forma de anel, que fecha
a passagem entre os dois órgãos, chamado esfíncter esofágico inferior (EEI). Este
esfíncter se abre para permitir que o alimento passe para o estômago e se fecha
para mantê-lo ali. Se o EEI não funcionar corretamente, o indivíduo pode sofrer de
uma condição chamada de refluxo, que causa azia e regurgitação (a sensação de
que os alimentos voltam) (MARIEB, HOEHN, 2007).

FIQUE LIGADO
MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS
A deglutição é um movimento voluntário, isto é, executamos conscientemente o ato
de engolir. A partir daí, os movimentos peristálticos conduzem o bolo alimentar pelo
tubo digestório. Esses movimentos são involuntários, isto é, independem da nossa
vontade. São contrações dos músculos situados no esôfago, no estômago e nos
intestinos, onde são mais intensos. Além de empurrar o alimento ao longo do tubo
digestório, promovem a sua mistura. Os movimentos peristálticos participam
da digestão mecânica, fazendo com que o bolo alimentar seja empurrado do
esôfago para o estômago.

1.5 Estômago

O estômago é um órgão parecido com um saco, com paredes musculares


fortes. O estômago apresenta diferentes funções mecânicas: além de armazenar
alimentos, serve como misturador e moedor de alimentos.

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Primeiro, o estômago deve armazenar o alimento e o líqu ido engolidos. Isso


requer que o músculo da parte superior do estômago relaxe e aceite grandes
volumes de material ingerido. O volume do estômago é em média de
aproximadamente 1,5 l; entretanto, pode conter um volume que varia de 50 ml
quando está quase “vazio” a aproximadamente 6,0 l quando plenamente distendido,
após uma refeição excessivamente abundante (MARIEB, HOEHN, 2007).
O segundo trabalho é misturar o alimento, líquido e suco digestivo produzido
pelo estômago. As células parietais das glândulas gástricas secretam ácido
clorídrico e os poderosos sucos digestivos que contêm enzimas e degradam
continuamente os nutrientes. O muco, secretado pelas células mucosas do colo,
protege o revestimento mucoso do tecido gástrico. As células principais produzem
pepsinogênio, a forma inativa da enzima pepsina, responsável pela digestão das
proteínas. Os açúcares simples são os nutrientes mais fáceis de digerir, seguidos
por proteínas e lipídeos (RAMSAY, CARR, 2011).
A terceira tarefa do estômago é esvaziar seu conteúdo lentamente no intestino
delgado. Após uma refeição, o estômago leva habitualmente de 1 a 4 horas para se
esvaziar, dependendo da concentração relativa de cada nutriente e do volume –
uma maior quantidade de alimentos leva mais tempo para deixar o estômago, que
uma refeição menor. Além disso, o alimento em uma forma mais liquefeita e os
líquidos deixam o estômago mais rapidamente, enquanto os sólidos sofrem uma
fase de liquefação. O sistema nervoso, através da regulação hormonal, controla em
grande parte o ritmo e o tempo de esvaziamento gástrico, através da ação das
ondas peristálticas, que se dirigem do estômago à abertura do intestino delgado.
Ocorre também um controle por feedback autorregulador entre o estômago e o
intestino delgado, através do esfíncter pilórico. Esta válvula presente no fim do
estômago e na entrada intestinal controla a passagem do quimo; quando o
estômago fica excessivamente distendido, em virtude de sobrecarga volêmica, são
enviados sinais que promovem a abertura do esfíncter; inversamente, a distensão da
primeira porção do intestino delgado ou a presença de quantidades excessivas de
proteínas, lipídeos ou soluções altamente concentradas ou ácidas retarda
reflexamente o esvaziamento gástrico (MARIEB, HOEHN, 2007; RAMSAY, CARR,
2011; HSU, LUI, 2018).

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A superfície interna do estômago possui longas dobras denominadas pregas,


que podem ser vistas a olho nu. O exame microscópico da mucosa gástrica mostra
que ela também é pregueada. As aberturas dessas pregas para o lúmen gástrico
são denominadas ossetas gástricas. As células que revestem as pregas mais
profundas da mucosa secretam vários produtos para o interior do estômago. Essas
células formam as glândulas gástricas exócrinas.
As glândulas gástricas contém vários tipos de células que secretam diferentes
produtos:
• Células caliciformes, que secretam muco;
• Células parietais, que secretam ácido clorídrico (HCl);
• Células principais (ou zimogênicas), que secretam pepsinogênio, uma
forma inativa da enzima digestiva de proteínas pepsina;
• Células similares às enterocromafins, encontradas no estômago e no
intestino, que secretam histamina e 5- hidroxitriptamina (também
denominada serotonina) como reguladores parácrinos do trato GI;
• Células G, que secretam o hormônio gastrina para a corrente sanguínea;
e
• Células D, que secretam o hormônio somatostatina.
Além desses produtos, a mucosa gástrica (provavelmente as células parietais)
secreta um polipeptídio necessário para a absorção intestinal de vitamina B12
denominado fator intrínseco.

1.6 Intestino delgado

Composto de três segmentos - o duodeno, jejuno e íleo. Tem uma média de


aproximadamente 6m de comprimento, estendendo-se desde o esfíncter pilórico do
estômago até a válvula ileocecal que separa o íleo do ceco. O intestino delgado é
comprimido em numerosas dobras e ocupa uma grande proporção da cavidade
abdominal. O duodeno age com a função de mistura, pois, combina as secreções
digestivas do pâncreas e do fígado com os conteúdos expelidos do estômago. O
início do jejuno é marcado por uma curva acentuada, a flexura duodeno jejunal. É no
jejuno onde ocorre a maior parte da digestão e absorção. A porção final, o íleo, é o

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segmento mais longo e deságua no ceco na junção ileocecal (MARIEB, HOEHN,


2007).
O intestino delgado é o "cavalo de trabalho" da digestão, pois, é onde ocorre a
maior parte da digestão dos nutrientes, bem como a sua absorção, ou seja, a
assimilação das substâncias nutritivas. O alimento parcialmente digerido do
estômago é posteriormente decomposto por enzimas do pâncreas e sais biliares do
fígado e da vesícula biliar, através do peristaltismo, que realiza o processo de
movimentação e mistura da comida as secreções. Depois de mais digestão, os
constituintes dos alimentos, como proteínas, gorduras e carboidratos, são
decompostos em pequenos blocos de construção e absorvidos pela corrente
sanguínea do corpo (VOLK, LACY, 2017).
A absorção ocorre através de milhões de estruturas proeminentes
especializadas da mucosa intestinal. Essas protrusões são denominadas vilosidades
(dobras de mucosa) e cada vilo é coberto por epitélio com microvilosidades
projetadas (borda em escova). Essas vilosidades aumentam a superfície absortiva
do intestino em até 600 vezes, em comparação com um tubo de superfície plana
com as mesmas dimensões. Além disso, a mucosa do intestino delgado contém
várias células especializadas; algumas células como os enterócitos são
responsáveis pela absorção dos nutrientes, enquanto outras como as células
enteroendócrinas e calciformes secretam enzimas digestivas e mucosas para
proteger o revestimento intestinal das ações digestivas (MARIEB, HOEHN, 2007;
VOLK, LACY, 2017).
Em geral, para o trato gastrointestinal eliminar o alimento ingerido leva de 1 a 3
dias. O movimento do quimo através do intestino delgado leva de 3 a 10 horas. A
contração e o relaxamento oscilantes e intermitentes do músculo liso circular da
parede intestinal, aprimoram a mistura mecânica do quimo intestinal com a bile, o
suco pancreático e o suco intestinal. Dessa forma, em vez de impulsionar o alimen to
diretamente para a frente, como ocorre na peristalse, em verdade o alimento se
desloca ligeiramente para trás antes de avançar. Os sucos digestivos dispõem de
mais tempo para se misturarem com a massa alimentar antes desta alcançar o
intestino grosso. Os movimentos propulsivos das contrações de segmentação

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continuam amassando e misturando o quimo antes de passar pela válvula ileocecal


e penetrar no intestino grosso (VOLK, LACY, 2017).
Vilosidades e Microvilosidades
Cada vilosidade é uma prega de mucosa digitiforme, que se projeta em direção
ao lúmen intestinal. As vilosidades são cobertas por células epiteliais colunares,
entre as quais se encontram dispersas células caliciformes que secretam muco. A
lâmina própria, que forma o núcleo de tecido conjuntivo de cada vilosidade, contém
numerosos linfócitos, capilares sanguíneos e um vaso linfático denominado lácteo
central. Os monossacarídeos e os aminoácidos absorvidos são secretados para a
corrente sanguínea. A gordura absorvida entra nos lácteos centrais.
As células epiteliais das pontas das vilosidades são continuamente esfoliadas
(despregadas) e são substituídas por células que são empurradas das bases das
vilosidades. Em vários pontos, o epitélio da base das vilosidades invagina para
baixo, para formar bolsas estreitas que, através de poros, se abrem para o lúmen
intestinal. Essas estruturas são denominadas criptas intestinais ou criptas de
Lieberkühn.
As microvilosidades são formadas por pregueamentos da superfície apical de
cada membrana celular epitelial. Essas projeções minúsculas podem ser claramen te
observadas apenas ao microscópio eletrônico. Num microscópio ótico, as
microvilosidades produzem uma borda em escova um pouco vaga sobre as bordas
das células epiteliais colunares. Os termos borda em escova e microvilosidade são
por essa razão utilizados de forma intercambiável na descrição do intestino delgado.
Enzimas intestinais
Além de prover uma grande área superficial de absorção, as membranas
(verificar) celulares das microvilosidades contêm enzimas digestivas, que hidrolisam
dissacarídeos, polipeptídios e outros substratos. Essas enzimas da borda em escova
não são secretadas para o interior do lúmen, mas em vez disso, permanecem
ligadas à membrana celular com seus sítios ativos expostos ao quimo. Uma enzima
da borda em escova, a enterocinase, é necessária para a ativação da enzima
digestiva de proteínas tripsina, que entra no intestino delgado no suco pancreático.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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1.7 Intestino grosso

Após a digestão no intestino delgado, o que resta do quimo chega ao intestino


grosso. Este absorve a água e os sais minerais ainda presentes nos resíduos
alimentares, levando-os então, à circulação sanguínea (MARIEB, HOEHN, 2007).
O intestino grosso (cólon) é um tubo muscular de aproximadamente 1,5 me
uma largura de 7,5 cm de comprimento. É constituído pelo ceco, o cólon
ascendente (direito), o cólon transverso (transversal), o cólon descendente
(esquerdo) e o cólon sigmoide, que se conecta ao reto. O apêndice é um pequeno
tubo ligado ao cólon ascendente. O intestino grosso é um órgão altamente
especializado, que é responsável pelo processamento de resíduos, de modo que a
defecação (excreção de resíduos) é fácil e conveniente. As fezes, ou resíduos que
sobraram do processo digestivo, passam através do cólon por meio do peristaltismo,
primeiro em estado líquido e, por fim, em forma sólida. Como as fezes passam
através do cólon, qualquer água restante é absorvida. As fezes são armazenadas no
cólon sigmoide (em forma de S) até que um "movimento de massa" o esvazie no
reto, geralmente uma ou duas vezes ao dia (AZZOUZ, SHARMA, 2018).
Normalmente, leva cerca de 36 horas para as fezes passarem pelo cólon. As
fezes em si são principalmente restos de comida e bactérias. Essas bactérias
desempenham várias funções úteis, como sintetizar várias vitaminas, processar
produtos residuais e partículas de alimentos e proteger contra bactérias nocivas.
Quando o cólon descendente fica cheio de fezes, esvazia seu conteúdo no reto para
iniciar o processo de eliminação (AZZOUZ, SHARMA, 2018).
A mucosa do intestino grosso não apresenta vilosidades no intestino delgado.
A superfície da mucosa é plana com várias glândulas intesti nais profundas.
Numerosas células caliciformes revestem as glândulas que secretam muco para
lubrificar a matéria fecal à medida que esta se solidifica. As funções do intestino
grosso podem ser resumidas como: a) acumulação de material não absorvido para
formar fezes; b) alguma digestão por bactérias - as bactérias são responsáveis pela
formação do gás intestinal; c) reabsorção de água, sais, açúcar e vitaminas
(MARIEB, HOEHN, 2007; SOMMER et al., 2017; AZZOUZ, SHARMA, 2018).

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Concluídas todas as etapas da digestão, os nutrientes que chegam à


circulação sanguínea são distribuídos a todas as células e, assim, são utilizados
pelo organismo.

SAIBA MAIS
Microbioma intestinal
Várias colônias de bactérias prosperam nas condições adversas do intestino e estão
fortemente envolvidas na manutenção de uma nutrição saudável, metabolismo
normal e função imunológica adequada. Estas bactérias comensais ajudam: 1) na
digestão de carboidratos não digeríveis, 2) a metabolizar ácidos biliares e drogas, e
3) sintetizam aminoácidos e muitas vitaminas. Além de contribuir na digestão, esses
micróbios também protegem contra bactérias patogênicas, secretando substâncias
antimicrobianas que impedem a proliferação de bactérias prejudiciais no intestino.
Cada pessoa tem uma composição única da flora intestinal e alterações na sua
composição têm sido associadas ao desenvolvimento de doenças gastrointestinais e
metabólicas.
Para saber mais acesse: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28626231

1.8 Órgãos acessórios – Sistema Digestivo

A digestão química no intestino delgado depende das atividades de três órgãos


digestivos acessórios: fígado, pâncreas e vesícula biliar. O papel digestivo do fígado
é produzir bile e exportá-lo para o duodeno. A vesícula biliar basicamente armazena,
concentra e libera bile. O pâncreas produz suco pancreático, que contém enzimas
digestivas e íons de bicarbonato, e o entrega no duodeno.
Fígado
O fígado é um grande órgão marrom avermelhado situado no quadrante
superior direito do abdômen. É dividido em quatro lobos: os lobos direito, esquerdo,
caudado e quadrado (MARIEB, HOEHN, 2007). Embora o fígado seja o maior órgão
interno, ele possui, num sentido, uma espessura de apenas duas células. Isso se
deve ao fato de as células hepáticas (ou hepatócitos) formarem placas hepáticas

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que possuem uma espessura de duas células. As placas são separadas entre si por
grandes espaços capilares denominados sinusóides.
Os sinusóides possuem poros extremamente grandes (denominados fenestras)
e, ao contrário dos outros capilares, não possuem uma lâmina basal. Isso faz com
que eles sejam muito mais permeáveis que os outros capilares, permitindo mesmo a
passagem de proteínas plasmáticas com moléculas não polares ligadas a proteínas
(como gorduras e colesterol). Os sinusóides também possuem células de Kupffer
fagocitarias, que fazem parte do sistema reticulo endotelial. As fenestras, a ausência
de lâmina basal e a estrutura em placa do fígado provem um contato íntimo entre os
hepatócitos e o conteúdo do sangue.
Sistema Porta Hepático
Os produtos da digestão que são absorvidos pelos capilares sanguíneos do
intestino não entram diretamente na circulação geral. Em vez disso, esse sangue é
liberado primeiramente ao fígado. Os capilares do sistema digestório drenam na veia
porta do fígado que transporta o sangue, aos capilares hepáticos. Somente após o
sangue ter passado através desse leito capilar secundário é que ele entra na
circulação geral, através da veia hepática que drena o fígado. O termo sistema porta
é utilizado para descrever esse padrão único de circulação: capilares ⇒ veia ⇒
capilares ⇒ veia. Além de receber sangue venoso do intestino, o fígado recebe
sangue arterial através da artéria hepática própria.
O fígado tem várias funções importantes, ele atua como um filtro mecânico,
filtrando o sangue que viaja do sistema intestinal; desintoxica vários metabólitos,
incluindo a quebra de bilirrubina e estrogênio. Além disso, o fígado tem funções
sintéticas, produzindo albumina e fatores de coagulação sanguínea. No entanto,
seus principais papéis na digestão são a produção da bile e o metabolismo de
nutrientes. Todos os nutrientes absorvidos pelos intestinos passam pelo fígado e são
processados antes de viajar para o resto do corpo. A bile produzida pelas células do
fígado, entra no duodeno. Aqui, os sais biliares quebram os lipídios em partículas
menores, de modo que há uma área de superfície maior para que as enzimas
digestivas atuem (OGOBUIRO, TUMA, 2018).
Vesícula biliar

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A vesícula biliar é um órgão oco em forma de pera, que fica em depressão na


superfície posterior do lobo direito do fígado. Consiste em um fundo, corpo e
pescoço (MARIEB, HOEHN, 2007). Ela esvazia através do ducto cístico no sistema
de ductos biliares. As principais funções da vesícula biliar são o armazenamento e a
concentração da bile. A bile é um fluido espesso que contém enzimas para ajudar a
dissolver a gordura nos intestinos. A bile é produzida pelo fígado, mas armazenada
na vesícula biliar até que seja necessária. A bile é liberada da vesícula biliar pela
contração de suas paredes musculares em resposta a sinais hormonais do duoden o
na presença de alimentos (OGOBUIRO, TUMA, 2018).
Durante a digestão, a bile, aprimora a solubilidade e a digestibilidade das
gotículas lipídicas através da emulsificação. O conteúdo lipídico do quimo intestinal
estimula a liberação pulsátil pela vesícula biliar da bile para dentro do duodeno. De
uma maneira semelhante à ação de muitos detergentes caseiros, os sais biliares
fracionam a gordura em numerosas gotículas menores que não coalescem. Isso
torna os produtos terminais dos ácidos graxos insolúveis na água, para que o
intestino delgado possa absorvê-los. Apesar dos componentes da bile serem
excretados nas fezes, a mucosa intestinal reabsorve a maior parte dos sais biliares.
Eles retornam no sangue hepatoportal e chegam o fígado, onde passam a ser
componentes da ressíntese de uma nova bile (MARIEB, HOEHN, 2007;
OGOBUIRO, TUMA, 2018).
Pâncreas
Finalmente, o pâncreas é um órgão lobular cinza rosado, que fica atrás do
estômago. Sua cabeça se comunica com o duodeno e sua cauda se estende ao
baço. O órgão tem aproximadamente 15 cm de comprimento e um corpo longo e
delgado conectando os segmentos da cabeça e da cauda (MARIEB, HOEHN, 2007).
O pâncreas tem funções exócrinas e endócrinas. Endócrino refere-se à produção de
hormônios que ocorre nas ilhotas de Langerhans. As ilhotas produzem insulina,
glucagon e outras substâncias e estas são as áreas danificadas no diabetes mellitus.
A porção exócrina (secretor) constitui 80-85% do pâncreas e é a área relevante para
o trato gastrointestinal.
É composto de numerosos ácinos (pequenas glândulas) que secretam
conteúdos em ductos que eventualmente levam ao duodeno. O pâncreas secreta

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fluido rico em carboidratos e enzimas inativas. A secreção é desencadeada pelos


hormônios liberados pelo duodeno na presença de alimentos. As enzimas
pancreáticas incluem carboidrases, lipases, nucleases e enzimas proteolíticas que
podem degradar diferentes componentes dos alimentos. Estes são secretados em
uma forma inativa para impedir a digestão do próprio pâncreas. As enzimas ficam
ativas quando atingem o duodeno (OGOBUIRO, TUMA, 2018).
O pâncreas secreta entre 1,2 e 1,6 l de suco de conteúdo alcalino (enzimas
digestivas em uma forma inativa mais bicarbonato de sódio) para ajudar a tamponar
o ácido clorídrico do estômago que permanece no quimo intestinal. Com um pH mais
alto, as enzimas pancreáticas, liberadas por mecanismos neurais e hormonais,
degradam os nutrientes maiores das proteínas, dos carboidratos e dos lipídeos e os
transformam em subunidades menores para digestão e absorção adicionais. O
revestimento intestinal não consegue suportar os sucos gástricos altamente ácidos
proeminentes do estomago. Consequentemente, a neutralização desse ácido
proporciona uma proteção crucial contra o dano duodenal, que na forma extrema
desencadeia a ulceração tecidual ou as chamadas úlceras (MARIEB, HOEHN, 2007;
OGOBUIRO, TUMA, 2018).
A tabela a seguir, serve para fixar a ação das principais enzimas e as etapas
de digestão.

Tabela 1: Enzimas, locais de produção e principais ações


Enzima Local de Substância-alvo Ação
digestória produção
Ptialina Glândulas Amido Decompõe amido em
salivares maltoses.
Pepsina Estômago Proteínas Decompõe proteínas em
fragmentos menores.
Sacarase Intestino Sacarose Decompõe a sacarose em
delgado glicose e frutose.
Lactase Intestino Lactose Decompõe a lactose em
delgado glicose e galactose.
Lipase Pâncreas Lipídios Decompões lipídios em

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ácidos graxos e gliceróis.


Tripsina Pâncreas Proteínas Decompõe proteínas em
fragmentos menores
Amilase Pâncreas Amido Decompõe amido em
pancreática maltoses.
Maltase Intestino Maltoses Decompõe maltose em
delgado glicoses livres.
Peptidase Intestino Fragmentos de Decompõe os fragmentos
delgado proteínas proteicos em aminoácidos.

1.9 Controle Hormonal


Uma característica fascinante do sistema digestivo é que ele contém seus
próprios reguladores. Os principais hormônios que controlam as funções do sistema
digestivo são produzidos e liberados pelas células da mucosa do estômago e do
intestino delgado. Esses hormônios são liberados no sangue do trato digestivo,
viajam de volta ao coração e pelas artérias e retornam ao sistema digestivo, onde
estimulam os sucos digestivos e causam o movimento dos órgãos (PARIKH,
THEVENIN, 2018). Os hormônios que controlam a digestão são gastrina, secretina e
colecistocinina (CCK).
Gastrina
A gastrina é um hormônio produzido pelas células "G" no revestimento do
estômago e do intestino delgado superior. Durante u ma refeição, a gastrina estimu la
o estômago a liberar ácido gástrico. Isso permite que o estômago destrua proteínas
ingeridas como alimento e absorva certas vitaminas. Este hormônio também age
como um desinfetante e mata a maioria das bactérias que entram no estômago com
alimentos, minimizando o risco de infecção no intestino. Além disso, a gastrin a pode
estimular a vesícula biliar a esvaziar a reserva de bile e o pâncreas a secretar
enzimas. As enzimas biliares e pancreáticas ajudam a absorver os alimentos no
intestino delgado. A gastrina também estimula o crescimento do revestimento do
estômago e aumenta as contrações musculares do intestino para ajudar na digestão
(PARIKH, THEVENIN, 2018).

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Antes de uma refeição, a antecipação de comer estimula os nervos dentro do


cérebro, que sinaliza para o estômago e estimula a liberação de gastrina. A
liberação da gastrina também é estimulada pelo alongamento das paredes do
estômago durante uma refeição, pela a presença de certos alimentos
(particularmente proteínas) dentro da cavidade do estômago e por um aumento nos
níveis de pH do estômago (PARIKH, THEVENIN, 2018).
Secretina
A secretina é sintetizada como um pré-hormônio, depois processada
proteoliticamente para produzir um único peptídeo de 27 aminoácidos. A secretina é
secretada em resposta a um estímulo conhecido como acidificação do duodeno, que
ocorre mais comumente quando o conteúdo liquefeito do estômago é liberado no
intestino delgado (PARIKH, THEVENIN, 2018).
O principal alvo da secretina é o pâncreas, que responde pela secreção de um
fluido rico em bicarbonato, que flui para a primeira parte do intestino através do
ducto pancreático. O íon bicarbonato é uma base e serve para neutralizar o ácido,
evitando queimaduras ácidas e estabelecendo um pH propício à ação de outras
enzimas digestivas. Uma resposta similar, mas quantitativamente menos importante
da secretina é desencadeada pelas células do ducto biliar, resultando na liberação
de bicarbonato adicional no intestino delgado (PARIKH, THEVENIN, 2018).
Colescitocina (CCK)
A colecistocinina (CCK) é produzida pelas células I no revestimento do
duodeno e também é liberada por alguns neurônios no cérebro. Atua em dois tipos
de receptores encontrados em todo o intestino e no sistema nervoso central
(MARIEB, HOEHN, 2007).
As funções mais reconhecidas desse hormônio são a digestão e o apetite.
Melhora a digestão retardando o esvaziamento de alimentos do estômago e
estimulando a produção de bile no fígado, bem como a sua libertação da vesícula
biliar. A bile age como um detergente, tornando as gotículas de gordura menores, de
modo que as enzimas podem quebrá-las mais facilmente. A CCK também aumenta
a liberação de líquidos e enzimas do pâncreas para quebrar gorduras, proteínas e
carboidratos (PARIKH, THEVENIN, 2018).

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A CCK parece estar envolvida no apetite, aumentando a sensação de


saciedade a curto prazo, ou seja, durante uma refeição e não entre as refeições.
Isso pode afetar os centros de apetite no cérebro, além de retardar o esvaziamento
do estômago. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar este
achado.
Gordura e proteína no estômago causam a liberação de CCK. Níveis
sanguíneos aumentados de CCK podem ser encontrados 15 minutos após o início
de uma refeição e os níveis permanecem elevados por três horas depois (MARIEB,
HOEHN, 2007).
É importante lembrar que a digestão ocorre quase inteiramente sob controle
involuntário, em harmonia com uma magistral regulação neural e hormonal, para
ajudar a manter uma constância relativa no ambiente interno do corpo. O sistema
nervoso autônomo controla todo o trato gastrointestinal: o sistema parassimpático
em geral exacerba a atividade intestinal, enquanto o sistema simpático exerce um
efeito inibitório.
Os nervos extrínsecos (externos) chegam aos órgãos digestivos a partir da
parte inconsciente do cérebro ou da medula espinhal. Eles liberam uma substância
química chamada acetilcolina e outra chamada adrenalina. A acetilcolina faz com
que o músculo dos órgãos digestivos se contraia com mais força e aumenta o
"empurrão" de comida e suco pelo trato digestivo. A acetilcolina também faz com
que o estômago e o pâncreas produzam mais suco digestivo. A adrenalina relaxa o
músculo do estômago e do intestino e diminui o fluxo de sangue para esses órgãos
(MARIEB, HOEHN, 2007).
Ainda mais importante, porém, são os nervos intrínsecos (internos), que
formam uma rede muito densa, embutida nas paredes do esôfago, estômago,
intestino delgado e cólon. Os nervos intrínsecos são acionados para agir quando as
paredes dos órgãos ocos são esticadas pela comida. Eles liberam muitas
substâncias diferentes que aceleram ou atrasam o movimento de alimentos e a
produção de sucos pelos órgãos digestivos (MARIEB, HOEHN, 2007; PARIKH,
THEVENIN, 2018).

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CAPÍTULO 2 - MACRONUTRIENTES

Os macronutrientes são necessários em maiores quantidades (em gramas).


Eles normalmente incluem água, carboidratos, gordura e proteína. Os
macronutrientes (exceto água) têm seus próprios papéis e funções específicas no
corpo e também são chamados de nutrientes que fornecem energia. A energia é
medida em calorias e é essencial para o corpo crescer, reparar e desenvolver novos
tecidos, conduzir impulsos nervosos e regular o processo vital (PALERMO, 2014).
Os alimentos que ingerimos geralmente são formados por uma mistura de
carboidratos, lipídeos e proteínas. Iremos abordar nesse capítulo, a função e o
processo de digestão de cada um dos macronutrientes.

2.1 Carboidratos

Os carboidratos são alimentos que em geral têm função energética no


organismo, isto é, atuam como “combustíveis”, fornecendo a energia necessária às
atividades das células. No corpo humano, os carboidratos são armazenados na
forma de glicogênio. O cérebro trabalha inteiramente apenas com glicose
(PALERMO, 2014).
A estrutura básica dos carboidratos é uma molécula de açúcar, e eles são
classificados por quantas moléculas de açúcar contêm. Existem quatro categorias de
carboidratos: monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos
(HORECKER, MEHLER, 1955).
Um monossacarídeo é a forma mais básica de carboidrato. Os
monossacarídeos podem ser combinados através de ligações glicosídicas para
formar carboidratos maiores, conhecidos como oligossacarídeos ou polissacarídeos.
Monossacarídeos com quatro, cinco, seis e sete átomos de carbono em seus
esqueletos são chamados, respectivamente, de trioses, pentoses, hexoses e
heptoses. Os açúcares tipo hexoses são os mais nutricionalmente importantes:
glicose, frutose e galactose (NELSON, COX, 2011c; PALERMO, 2014).
A glicose é um monossacarídeo importante na medida em que fornece energia
e estrutura a muitos organismos. As moléculas de glicose podem ser quebradas na

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glicólise, fornecendo energia e precursores para a respiração celular. Se uma célula


não precisar de mais energia no momento, a glicose pode ser armazenada
combinando-a com outros monossacarídeos. As plantas armazenam essas longas
cadeias como amido, que podem ser desmontadas e usadas como energia mais
tarde. Animais armazenam cadeias de glicose no glicogênio polissacarídeo, que
pode armazenar muita energia (NELSON, COX, 2011c; PALERMO, 2014).
A frutose, é o mais doce dos açúcares e pode ser encontrada nas frutas e no
mol. Pode ser combinada com outros monossacarídeos para formar
oligossacarídeos. Um dissacarídeo muito comum produzido pelas plantas é a
sacarose. A sacarose é uma molécula de frutose ligada a uma molécula de glicose
através de uma ligação glicosídica (NELSON, COX, 2011c; PALERMO, 2014).
A galactose é um monossacarídeo produzido em muitos organismos,
especialmente mamíferos. Mamíferos usam galactose no leite, para dar energia aos
seus descendentes. Galactose é combinada com glicose para formar a lactose
dissacarídeo (NELSON, COX, 2011c; PALERMO, 2014).
Dissacarídeos são quaisquer substâncias compostas de duas moléculas de
açúcares simples (monossacarídeos) ligados uns aos outros. Os dissacarídeos são
compostos solúveis em água cristalinos. Os monossacarídeos dentro deles são
ligados por uma ligação glicosídica (ou ligação glicosídica), cuja posição pode ser
designada α- ou β- ou uma combinação dos dois (α-, β-). As ligações glicosídicas
são clivadas por enzimas conhecidas como glicosidases. Os três principais
dissacarídeos são sacarose, lactose e maltose. A sacarose, que é formada após a
fotossíntese em plantas verdes, consiste de uma molécula de glicose e uma de
frutos. A lactose (açúcar do leite), encontrada no leite de todos os mamíferos,
consiste de glicose e galactose. A maltose, um produto da quebra de amidos
durante a digestão, consiste em duas moléculas de glicose conectadas (NELSON,
COX, 2011c).
Quando mais de 20 monossacarídeos são combinados com ligações
glicosídicas, um oligossacarídeo se torna um polissacarídeo. Alguns
polissacarídeos, como a celulose, contêm milhares de monossacarídeos. O modo
como as moléculas de glicose se ligam faz com que sejam digeríveis (amido) ou não
digeríveis (fibras) (NELSON, COX, 2011c). Polissacarídeos incluem o seguinte:

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• O amido é uma série de longas cadeias de moléculas de glicose ligadas.


É a forma de armazenamento de glicose para grãos, tubérculos e
legumes e é usada durante o crescimento e a reprodução da planta.
• As fibras também são longas cadeias de moléculas de glicose, mas estão
ligadas de uma maneira que não podemos digerir.
A absorção dos carboidratos é bastante rápida, sendo que a energia é
colocada à disposição do corpo imediatamente após a ingestão. De cada uma
dessas fontes e outras, os carboidratos fornecem 4 kcal/grama. A função dos
carboidratos no corpo humano são várias e incluem principalmente sua utilização
como combustível. A glicose é o principal combustível para a maioria de suas
células e é a energia preferida para o cérebro e sistema nervoso, os glóbulos
vermelhos, a placenta e o feto. Uma vez que a glicose entra na célula, uma série de
reações metabólicas a converte em dióxido de carbono, água e ATP (adenosina tri -
fosfato), a moeda de energia da célula. Se o indivíduo tem mais glicose disponível
do que o corpo precisa para energia, o organismo armazenará glicose como
glicogênio (glicogênese) no fígado e músculo esquelético. Quando a glicose no
sangue cai, como acontece quando se está dormindo ou em jejum, o fígado quebra
o glicogênio (glicogenólise) e libera glicose no sangue. O glicogênio muscular
alimenta a prática de atividade. O corpo pode armazenar apenas uma quantidade
limitada de glicose, então, quando os estoques de glicogênio estão cheios, a glicose
extra é armazenada como gordura e pode ser usada como energia quando
necessário (HORECKER, MEHLER, 1955; PALERMO, 2014).
As unidades de monossacarídeos, glicose, galactose e frutose são
transportadas através da parede do intestino delgado para a veia porta, que então
as leva diretamente ao fígado. O modo de transporte varia entre os três
monossacarídeos e é descrito em breve abaixo. Tanto a glicose, quanto a frutose
são absorvidas de forma relativamente rápida, dependendo de quais outros
nutrientes são ingeridos ao mesmo tempo. Por exemplo, uma refeição ou alimento
contendo proteína e gordura faz com que os açúcares sejam absorvidos mais
lentamente do que quando consumidos por conta própria (NELSON, COX, 2011c).
A glicose, em baixas concentrações, é transportada através do revestimento
mucoso para as células epiteliais do intestino por transporte ativo, via um

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transportador dependente de sódio. Em concentrações mais altas, um segundo


transportador facilitador é envolvido. A partir das células epiteliais, a glicose é
movida para os capilares circunvizinhos, facilitando a difusão. A galactose é
transportada da mesma forma que a glicose, utilizando os mesmos transportadores.
Como a galactose não é encontrada como um monossacarídeo na natureza, a
galactose absorvida vem principalmente da quebra da lactose. Frutose move-se
inteiramente via difusão facilitada. O processo utiliza u m transportador diferente da
glicose ao entrar nos enterócitos, no entanto, tanto a frutose, quanto a glicose
utilizam o mesmo transportador para sair do enterócito para os capilares. A absorção
de frutose é muito mais lenta que a da glicose, e é quantitativamente limitada. O
consumo de grandes quantidades de frutose foi mostrado para produzir um nível de
mal absorção de frutose em quase todos os casos. A coingestão de glicose com
frutose mostrou facilitar a absorção de frutose. Os mecanismos exatos para isso
ainda são desconhecidos (NELSON, COX, 2011c).
Uma vez no fígado, a galactose e a frutose são removidas do sangue e
convertidas em outros metabólitos. Quando ingerida em quantidades moderadas, a
maior parte da frutose é absorvida pelo fígado e convertida em glicose, glicogênio e
lactato. Uma fração também pode ser oxidada ou convertida em ácidos graxos e
ácido úrico. Apenas uma pequena quantidade de frutose atinge a corrente
sanguínea, portanto, as concentrações de frutose no sangue são sempre baixas. A
galactose é primeiramente convertida em glicose e armazenada como glicogênio
(PALERMO, 2014).
Por outro lado, a maior parte da glicose derivada dos alimentos é transportada
pela corrente sanguínea para os tecidos periféricos, onde em circunstâncias
normais, o hormônio insulina permite que seja absorvido pelas células e usado como
fonte de energia através da via da glicólise. Como a glicose é a fonte de combustível
mais importante para o corpo e, em particular, para o cérebro, o corpo tenta manter
uma glicose no sangue basal em torno de 4-5mmol/l. Esse mecanismo de
homeostase é predominantemente controlado pelas ações do glicogênio e da
insulina (NELSON, COX, 2011c).
O excesso de glicose é inicialmente armazenado como glicogênio no fígado ou
nos músculos. O fígado pode armazenar aproximadamente 100g de glicogênio, que

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é usado para manter os níveis basais de glicose no sangue entre as refeições,


enquanto os músculos normalmente armazenam 400-500g, frequentemente u sados
durante o movimento. Uma vez que essas reservas estejam saturadas, o excesso de
glicose é convertido em gordura para armazenamento a longo prazo (PALERMO,
2014).
O corpo humano precisa de energia de carboidratos, gorduras e proteínas para
o funcionamento normal. Consumir mais energia do que se precisa de qualquer uma
dessas fontes resulta no armazenamento de energia em excesso como gordura
corporal. Por isso, é importante considerar a energia que se obtém de todas as
fontes para alcançar uma dieta equilibrada.

2.1.1 Fibras
Evitar todos tipos de carboidratos ou restringir seriamente a ingestão deste
macronutriente; é impossível atender às nossas necessidades de fibras. Todos os
alimentos ricos em fibras naturais também são ricos em carboidratos. A ingestão
recomendada de fibras é de 38 g por dia para homens e 25 g por dia para mulheres
(TRUMBO et al., 2002). Talvez mais conhecida por seu papel em manter a
regulação da digestão, a fibra tem mais funções do que se imagina. Indivíduos com
altas ingestões de fibras parecem ter menos riscos de doença coronariana, acidente
vascular cerebral, hipertensão, diabetes e obesidade. Alimentos ricos em fibras são
protetores contra o câncer colorretal, e o aumento da ingestão de fibras melhora a
doença do refluxo gastroesofágico e hemorroidas, colesterol no sangue e níveis de
glicose (KACZMARCZYK, MILLER, FREUND, 2012). Além disso, as fibras são
alimentos para as bactérias normais (saudáveis) que residem no seu intestino e
fornecem nutrientes e outros benefícios para a saúde. Para aumentar o consumo de
fibras, coma frutas, verduras, grãos integrais e feijões com frequência.
Existem 2 tipos diferentes de fibras solúveis e insolúveis. Ambos são
importantes para a saúde, a digestão e a prevenção de doenças. Fibra solúvel atrai
água e transforma-se em gel durante a digestão. Isso retarda a digestão. Fibra
solúvel é encontrada em farelo de aveia, cevada, nozes, sementes, feijões, lentilhas,
ervilhas e algumas frutas e legumes. A fibra insolúvel é encontrada em alimentos
como farelo de trigo, vegetais e grãos integrais. Adiciona volume às fezes e parece

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ajudar os alimentos a passar mais rapidamente pelo estômago e pelos intestinos


(ANDERSON et al., 2009).

2.1.2 Índice glicêmico

Às vezes, as pessoas olham para o índice glicêmico (IG) para avaliar a saúde
dos alimentos ricos em carboidratos, mas isso também simplifica demais a boa
nutrição. O IG classifica os alimentos contendo carboidratos de 0 a 100. Essa
pontuação indica o aumento da glicose no sangue de um único alimento contendo
50 gramas de carboidrato em comparação com 50 gramas de glicose pura, que tem
um escore gastrintestinal de 100. Alimentos digeridos lentamente e absorvidos -
como maçãs e alguns cereais de farelo - goteja glicose na corrente sanguínea e um
baixo escore IG. Alimentos de alto IG, como pão branco e flocos de milho, são
rapidamente digeridos e absorvidos, inundando o san gue com glicose. Pesquisa
sobre o IG é mista, alguns estudos sugerem que as dietas baseadas em alimentos
com baixo IG estão associadas a menores riscos de diabetes, obesidade e doenças
cardíacas, mas outros estudos não mostram tal relação (ESFAHANI et al., 2009).
Muitos fatores influenciam a pontuação IG de um alimento, incluindo:
• O grau de maturação de uma fruta (quanto mais madura a fruta, maior a
pontuação);
• A quantidade e o tipo de processamento a que um alimento foi submetido;
• Se o alimento é comida na forma crua ou cozida;
• A presença de gordura, vinagre ou outros ácidos.
Todos esses fatores complicam a utilidade do IG. Além disso, muitos alimentos
com alto teor calórico e baixo teor de nutrientes, como algumas barras de chocolate
e sorvetes, têm escores gastrointestinais desejáveis, enquanto alimentos mais
nutritivos, como tâmaras e batatas assadas, têm pontuações mais altas. É
importante reconhecer que a saúde de um alimento depende em grande parte de
sua densidade nutricional, não de seu tipo de carboidrato ou de seu índice
gastrintestinal (ESFAHANI et al., 2009).

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2.1.3 Digestão dos carboidratos


A digestão dos carboidratos começa logo que o alimento penetra na boca. A
enzima amilase salivar (ptialina) ataca o amido e o reduz a moléculas menores de
glicose e à forma mais simples de dissacarídeo representada pela maltose. Quando
a mistura alimento + saliva penetra no estomago mais ácido, ocorre algum
fracionamento adicional do amigo, porém, isso cessa rapidamente devido a
característica de ação da amilase salivar, em pH mais altos (HALL, MERTENS,
2017).
O alimento que adentra no ambiente alcalino do intestino desligado, encontra a
amilase pancreática, uma poderosa enzima liberada pelo pâncreas. Essa enzima,
em conjunto com outras enzimas, completa a hidrólise do amido para cadeias
menores de moléculas de glicose. A ação enzimática na superfície das células da
borda em escova da luz intestinal, completa o estágio final da digestão dos
carboidratos para monossacarídeos.
Os monossacarídeos são absorvidos do intestino delgado e são lançados na
corrente sanguínea e, a seguir, são transportados por capilares até a veia
hepatoportal, que se dirige diretamente ao fígado. Este remove a maior porção de
glicose e quase toda a frutose e galactose absorvidas. Qualquer glicose sanguínea
residua será absorvida (sob influência da insulina) pelos tecidos periféricos (HALL,
MERTENS, 2017).

2.2 Lipídeos

Os lipídeos mais conhecidos são representados pelos óleos e pelas gorduras e


têm como principais funções: a fabricação de esteroides e hormônios, servem como
solventes para hormônios e vitaminas lipossolúveis, têm função estrutural
(participam da constituição das membranas celulares) e desempenham papel
energético, da mesma forma que os carboidratos. As gorduras têm o maior conteúdo
calórico e fornecem a maior quantidade de energia quando queimadas. Os lipídeos
fornecem cerca de 9 kcal/g, tornando-as duas vezes mais ricas em energia do que
os carboidratos. Essa densidade calórica é um salva-vidas quando a comida é
escassa e é importante para qualquer pessoa que não consiga consumir grandes

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quantidades de comida. Os idosos, os doentes e outros indivíduos com muito pouco


apetite podem se beneficiar de alimentos ricos em gordura (NELSON, COX, 2011b).
Os lipídeos podem ser classificados em três grandes grupos: lipídeos simples,
complexos ou derivados de lipídeos.
Um lipídio simples é um éster de ácido graxo de diferentes álcoois e não
contém outra substância. Os ácidos graxos consistem em cadeiras retas de
hidrocarbonetos com apenas 4 átomos de carbono ou mais de 20 em sua cadeia. A
presença ou ausência de ligações duplas entre os átomos de carbono constitui a
principal diferença entre os ácidos graxos saturados e insaturados. Todos os
alimentos que contêm lipídeos con sistem em uma mistura de proporções diferentes
de ácidos graxos saturados e insaturados (PALERMO, 2014).

2.2.1 Ácidos graxos saturados


São ácidos graxos no qual todos os átomos de carbono na cadeia de
hidrocarbonetos são unidos por ligações simples (NELSON, COX, 2011b). Eles
existem principalmente como componentes de gorduras (triglicérides) ou outros
lipídios de origem animal. Alimentos ricos em ácidos graxos saturados incluem as
carnes bovina, suína, vísceras, produtos lácteos integrais, manteiga, a maioria dos
queijos e alguns produtos vegetais, como manteiga de cacau, óleo de coco e óleo de
palma (PALERMO, 2014).

2.2.2 Ácidos graxos insaturados


Ácidos graxos insaturados são aqueles que contêm uma ou mais ligações
duplas, indicando que podem absorver átomos de hidrogênio adicionais. Ácidos
graxos insaturados podem ocorrer na configuração cis ou trans. Os ácidos graxos
insaturados são ainda classificados como ácidos graxos monoinsaturados (MUFAs),
porque eles têm apenas uma ligação dupla (por exemplo, gorduras ômega-7 e -9),
ou ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs), porque eles têm mais de uma ligação
dupla (por exemplo, gorduras ômega-3 e -6). A nomenclatura de cada ácido graxo
utiliza o número de ligações duplas, a posição da primeira ligação dupla e o número
de átomos de carbono na cadeia. Por exemplo, o ácido alfa-linolênico (ALA), uma
gordura ômega 3, é identificado como 18: 3, n -3. O 18 refere-se ao número de

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átomos de carbono; o 3 refere-se a três ligações duplas; e n -3 identifica a


localização da primeira ligação dupla na cadeia de carbono (NELSON, COX, 2011b).
O comprimento da cadeia de carbono, o grau de saturação e a posição das
ligações duplas afetam o papel que os ácidos graxos desempenham no corpo. As
gorduras alimentares podem ser oxidadas como energia ou armazenadas como
triglicerídeos. Além disso, as gorduras dietéticas regulam a expressão gênica,
modulam os canais iônicos, são incorporadas às membranas celulares onde afetam
a fluidez da membrana e muito mais (NELSON, COX, 2011b).
Sem especificar uma preferência por MUFAs ou PUFAs, o Guia Alimentar para
a População Brasileira recomenda a substituição de algumas gorduras saturadas por
gorduras insaturadas para reduzir os fatores de risco para doenças
cardiovasculares.
Os lipídeos compostos são ésteres de ácidos graxos, glicerol e possuem
grupos adicionais que envolvem a presença de uma outra substância. Os mais
importantes são os fosfolipídios, componentes das membranas celulares que, além
do álcool e do ácido graxo, apresentam o radical fosfato na sua estrutura. Esses
lipídeos são formados em todas as células, porém, o fígado sintetiza a maioria deles.
Os fosfolipídios são responsáveis por manter a integridade estrutural da célula,
desempenham um importante papel na coagulação sanguínea e garantem a
integridade estrutural da bainha isolante ao redor das fibras nervosas. Outros
lipídeos compostos incluem os glicolipídios e as lipoproteínas hidrossolúveis (HDL,
LDL e VLDL) (PALERMO, 2014).
Lipídeos derivados são substâncias derivadas de lipídios simples e compostos.
Eles apresentam em sua composição anéis de hidrocarbonetos, ao invés de longas
cadeias de hidrocarbonetos. Nesta classe, se destacam os esteroides, dos quais o
mais importante é o colesterol, que é componente da membrana plasmática das
células animais e precursor dos hormônios corticoides das glândulas suprarrenais e
sexuais, como a testosterona e a progesterona (PALERMO, 2014).

2.2.3 Digestão dos lipídeos


A digestão dos lipídeos começa na boca e no estômago pela ação da lípase
lingual ácido estável, uma enzima secretada na boca. Essa enzima que funciona

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efetivamente no ambiente ácido do estômago, difere principalmente os ácidos


graxos saturados de cadeia curta (4 a 6 carbonos), e de cadeia media (8 a 10
carbonos). A mastigação do alimento mistura a lípase e o alimento até o tamanho de
particular, a fim de aumentar a superfície de contato exposta para facilitar a ação
dos sucos digestivos (CAREY, SMALL, BLISS, 1983).
O estômago secreta a lípase gástrica, sua própria enzima responsável pela
digestão de lipídeos, que trabalha com a lípase lingual para con tinuar hidrolisando
uma pequena quantidade de ácidos graxos de cadeiras curtas e médias que con têm
triglicerídeos. O maior fracionamento dos lipídeos ocorre no intestino delgado,
particularmente dos triglicerídeos que contêm ácidos graxos de cadeias longas (12 a
18 carbonos). Quando o quimo deixa o estômago e penetra no intestino delgado, a
mistura mecânica e a bile atuam sobre os triglicerídeos existentes nos alimentos e
os emulsificam em uma imersão delicada de gotículas oleosas em suspensão
aquosa. Apesar de a bile não conter enzimas digestivas, a emulsificação reduz a
tração entre as moléculas de triglicerídeos, aumentando assim, a superfície de
contato entre as moléculas lipídicas e a enzima hidrossolúvel lípase pancreática, a
fim de facilitar o fracionamento lipídico. A lípase pancreática exerce um efeito
poderoso sobre a superfície da gordura, para degradar ainda mais moléculas de
triglicerídeos para monoglicerideos e ácidos graxos (CAREY, SMALL, BLISS, 1983;
NELSON, COX, 2011b).
O hormônio CCK, liberado pela parede do duodeno, controla a liberação de
enzimas para o estômago e o intestino. A CCK regula as funções gastrintestinais,
incluindo a motilidade a secreção do estômago, a contração, o fluxo e bile na
vesícula biliar, e a secreção de enzimas pelo pâncreas. Em adição, o hormônio
secretina liberado em resposto ao alto conteúdo de lipídeos no estômago, reduz a
motilidade gástrica. Isso retém o quimo no estômago e explica porque uma refeição
rica em gorduras prolonga a digestão e dá uma sensação de plenitude em
comparação com uma dieta de menor conteúdo lipídico (PALERMO, 2014).
Quando o conteúdo do estômago entra no in testino delgado, o sistema
digestivo se propõe a administrar um pequeno obstáculo, a saber, combinar as
gorduras separadas com seus próprios fluidos aquosos. A solução para esse
obstáculo é a bile. A bile contém sais biliares, lecitina e substâncias derivadas do

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colesterol, por isso, atua como um emulsificante. Atrai e retém a gordura, enquanto é
simultaneamente atraída e retida pela água. A emulsificação aumenta a área de
superfície dos lipídeos mais de mil vezes, tornando-os mais acessíveis às enzimas
digestivas.
Uma vez que o conteúdo estomacal tenha sido emulsificado, as enzimas de
quebra de gordura atuam nas triglicérides e diglicerídeos para separar os ácidos
graxos de suas bases de glicerol. À medida que a lípase pancreática entra no
intestino delgado, ela decompõe as gorduras em ácidos graxos livres e
monoglicerideos. Mais uma vez, outro obstáculo se apresenta. Como as gorduras
passarão pela camada aquosa de muco que reveste o revestimento absorvente do
trato digestivo? Como antes, a resposta é bile. Os sais biliares envolvem os ácidos
graxos e monoglicerideos para formar micelas. Micelas têm um núcleo de ácido
graxo com um exterior solúvel em água. Isso permite um transporte eficiente para o
microvilo intestinal. Aqui, os componentes de gordura são liberados e disseminados
nas células do revestimento do trato digestivo (CAREY, SMALL, BLISS, 1983;
PALERMO, 2014).
Assim como os lipídios exigem manuseio especial no trato digestivo para se
mover dentro de um ambiente à base de água, eles exigem um tratamento similar
para viajar na corrente sanguínea. Dentro das células intestinais, os monoglicerideos
e os ácidos graxos se reagrupam em triglicérides. Triglicerídeos, colesterol e
fosfolipídios formam lipoproteínas quando associados a um transportador proteico.
As lipoproteínas têm um núcleo interno composto principalmente de triglicérides e
ésteres de colesterol (um éster de colesterol é um colesterol ligado a um ácido
graxo). O envelope externo é feito de fosfolipídios intercalados com proteínas e
colesterol. Juntos, eles formam um quilomícron, que é uma grande lipoproteína que
agora entra no sistema linfático e logo será liberada na corrente sanguínea, através
da veia jugular no pescoço. Os quilomícrons transportam gorduras alimentares
perfeitamente através do ambiente à base de água do corpo para destinos
específicos, como o fígado e outros tecidos do corpo (CAREY, SMALL, BLISS,
1983).
Os colesteróis são pouco absorvidos quando comparados aos fosfolipídios e
triglicérides. A absorção de colesterol é auxiliada por um aumento nos componentes

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de gordura da dieta e é prejudicada pelo alto conteúdo de fibras. Esta é a razão pela
qual uma alta ingestão de fibras é recomendada para diminuir o colesterol no
sangue. Alimentos ricos em fibras, como frutas frescas, vegetais e aveia, podem se
ligar aos sais biliares e ao colesterol, impedindo sua absorção e levando-os para
fora do cólon (CAREY, SMALL, BLISS, 1983).
Se as gorduras não forem absorvidas adequadamente, como é visto em
algumas condições médicas, as fezes de uma pessoa conterão grandes quantidades
de gordura. Se a má absorção de gordura persistir, a condição é conhecida como
esteatorréia. A esteatorréia pode resultar de doenças que afetam a absorção, como
a doença de Crohn e a fibrose cística.
Grande parte dos triglicerídeos que o corpo recebe da comida é transportada
para depósitos de gordura dentro do corpo, se não for usada para produzir energia.
Os quilomícrons são responsáveis por transportar os triglicérides para vários locais,
como músculos, seios, camadas externas sob a pele e camadas internas de gordura
do abdômen, coxas e nádegas, onde são armazenadas pelo corpo no tecido adiposo
para uso futuro. Como isso é feito? Lembre-se de que os quilomícrons são grandes
lipoproteínas que contêm um triglicerídeo e um núcleo de ácido graxo. Paredes
capilares contêm uma enzima chamada lipoproteína lípase que desmantela os
triglicerídeos nas lipoproteínas em ácidos graxos e glicerol, permitindo assim que
estes entrem nas células adiposas. Uma vez dentro das células adiposas, os ácidos
graxos e o glicerol são reagrupados em triglicérides e armazenados para uso
posterior. As células musculares também podem absorver os ácidos graxos e usá-
los para trabalho muscular e geração de energia. Quando as necessidades
energéticas de um indivíduo excedem a quantidade de combustível disponível,
apresentada a partir de uma refeição recente ou atividade física prolongada, se
esgota as reservas de energia de glicogênio, as reservas de gordura são
recuperadas para a utilização de energia (NELSON, COX, 2011b; PALERMO, 2014).
Como o corpo exige energia adicional, o tecido adiposo responde
desmantelando seus triglicerídeos e distribuindo glicerol e ácidos graxos diretamente
no sangue. Após o recebimento dessas substâncias, as células sedentas de energia
as dividem em pequenos fragmentos. Esses fragmentos passam por uma série de
reações químicas que geram energia, dióxido de carbono e água.

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2.3 Proteínas

As proteínas compõem a maior parte da estrutura celular, incluindo a


membrana celular (NELSON, COX, 2011a). Em casos de extrema fome, os
músculos do corpo, que são compostos de proteínas, são usados para fornecer
energia. Isso é chamado de perda muscular. Igual aos carboidratos, as proteínas
também fornecem 4 kcal/g. Estruturalmente as proteínas se assemelham aos
carboidratos e os lipídeos, pois, contêm átomos de carbono, oxigênio e hidrogên io.
As moléculas de proteínas também contêm nitrogênio, juntamente com enxofre e
algumas vezes, fósforo, cobalto e ferro. A molécula de proteína é formada a partir de
blocos contendo os aminoácidos. Existem 20 aminoácidos diferentes, e todos eles
devem estar presentes para que o corpo possa construir, manter e reparar a si
mesmo. Nove destes 20 aminoácidos são considerados essenciais, porque não
podem ser fabricados pelo corpo; eles devem vir da comida que comemos.
Proteínas que contêm todos os 20 aminoácidos são chamadas proteínas de alto
valor biológico (NELSON, COX, 2011a).
As proteínas podem ser encontradas em fontes animais: carne (aves, peixe e
outras carnes) e laticínios (ovos e laticínios). Proteínas que vêm de fontes vegetais
são consideradas de baixo valor biológico, porque não contêm todos os 20
aminoácidos. Por isso, as proteínas de origem animal são as mais recomendadas e
estão nas carnes, ovos, leite e seus derivados (PALERMO, 2014).
Embora a proteína forneça calorias ao corpo, o seu papel principal não é a
produção de energia. Pelo contrário, tem muitas outras coisas acontecendo. Na
verdade, o corpo contém milhares de proteínas diferentes, cada uma com uma
função única.
Algumas proteínas são enzimas. As enzimas aceleram as reações químicas,
como a digestão dos carboidratos ou a síntese do colesterol pelo fígado. As enzimas
aumentam tanto a taxa de reações qu ímicas que qualquer defeito genético na
síntese ou produção de algumas enzimas pode ser catastrófico. Outras proteínas
são hormônios. Hormônios são substâncias químicas que são criadas em uma parte
do corpo e transmitem mensagens para outro órgão ou parte do corpo. Por exemplo,
tanto o glucagon, quanto a insulina, são hormônios produzidos no pâncreas e viajam

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pelo corpo para regular a glicose no sangue. Algumas proteínas fornecem estrutura.
A proteína colágeno dá estrutura aos ossos, dentes e pele. O cabelo e as unhas
dependem da queratina. Outras proteínas são anticorpos. Sem proteína adequada, o
sistema imunológico não pode defendê-lo adequadamente contra bactérias, vírus e
outros invasores. Anticorpos são as proteínas do sangue que atacam e neutralizam
esses invasores. As proteínas mantêm o equilíbrio de fluidos. O fluido está presente
em muitos compartimentos do seu corpo. Está dentro das células (líquido
intracelular), no sangue (líquido intravascular) e entre as células (líquido intersticial).
Os fluidos também fluem entre esses espaços. São as proteínas e minerais que os
mantêm em equilíbrio. As proteínas são muito grandes para passar livremente pelas
membranas que separam os compartimentos, mas como as proteínas atraem a
água, elas agem para manter o equilíbrio de fluidos adequado. Se a sua ingestão de
proteína é muito baixa para manter os níveis normais de proteína no sangue, o
líquido irá vazar para os tecidos circundantes e causar inchaço chamado edema.
Proteínas transportam nutrientes e outros compostos. Algumas proteínas ficam
dentro das membranas celulares, bombeando os compostos para dentro e para fora
da célula. Outros se ligam a nutrientes ou outras moléculas para transportá-los para
partes distantes do corpo. A hemoglobina, que transporta oxigênio, é uma dessas
proteínas (NELSON, COX, 2011a; PALERMO, 2014).

2.3.1 Digestão e absorção de proteínas


A eficiência digestiva para a proteína normalmente continua sendo alta, com
menos de 1% desse macronutriente ingerido aparecendo nas fezes. Em essência, a
digestão das proteínas libera os blocos estruturais das proteínas ingeridas para
produzir os produtos terminais – aminoácidos simples e dipeptídeos e tripeptídeos –
para a absorção através da mucosa intestinal. Enzimas específicas dentro do
estômago e do intestino delgado promovem a hidrolise das proteínas (ERICKSON,
KIM, 1990).
A pepsina inicia a digestão das proteínas no estômago. A seguir, a gastrina
estimula a secreção do ácido clorídrico gástrico, um ácido adstringente que abaixa o
pH do conteúdo gástrico para aproximadamente 1,0. A acidificação do alimento
inferido proporciona a ativação a pepsina, mata os organismos patogênicos, acelera

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a absorção de ferro e cálcio, inativa os hormônios de origem vegetal e animal e


desnatura as proteínas alimentares, torna-as mais vulneráveis à ação enzimática. A
pepsina, particularmente efetiva no meio gástrico ácido, degrada facilmente as fibras
colagenosas dos tecidos conjuntivos das carnes. Depois que essas fibras são
desorganizadas outras enzimas diferem efetivamente a proteína animal restante
(ERICKSON, KIM, 1990).
As enzimas e os ácidos do estômago atacamos longos complexos filamentos
proteicos, hidrolisando cerca de 15% das proteínas ingeridas. A desnaturação o
formato tridimensional da proteína para poder dividi-la em unidades polipeptídicas e
peptídicas menores. A pepsina é inativada no pH relativamente alto do duodeno
quando o quimo penetra o intestino delgado (ERICKSON, KIM, 1990).
As etapas finais da digestão proteica ocorrem no intestino delgado. Os
fragmentos peptídicos são desmantelados ainda mais pela ação de enzimas
provenientes do pâncreas, especialmente a tripsina, em tripeptídeos, dipeptídeos e
aminoácidos simples. Todos esses fragmentos proteicos menores são absorvidos
por transporte ativo e levados ao fígado através da veia hepatoportal. Durante a
absorção intestinal, o epitélio intestinal hidrolisa os dipeptídeos e tripeptídeos em
seus componentes aminoácidos (ERICKSON, KIM, 1990).
Enzimas proteolíticas estão ausentes nas secreções salivares, portanto, não há
digestão de proteínas na boca. A proteólise ocorre no trato gastrointestinal (isto é,
estômago e intestino). Quando as proteínas entram no estômago, estimulam a
secreção do hormônio chamado gastrina, que por sua vez estimula a secreção de
HCl pelas células parietais do estômago e pepsinogênio das células principais
(ERICKSON, KIM, 1990).
O suco gástrico é ácido, o pH é de 1,5 a 2,5. O pH ácido do estômago tem uma
ação antisséptica que mata as bactérias e outros microrganismos. Neste pH, as
proteínas da dieta também são desnaturadas. Na presença de HCl, o pepsinogênio
é convertido em pepsina por autocatálise, resultando na remoção de alguns dos
aminoácidos da extremidade amino-terminal (ERICKSON, KIM, 1990).
À medida que a comida passa do estômago para o intestino delgado, o baixo
pH do alimento desencadeia a secreção do hormônio "secretina" no sangue.
Estimula o pâncreas a secretar HCO3 no intestino delgado para neutralizar o HCl. A

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secreção de HCO3 no intestino eleva abruptamente o pH de 2,5 para 7,0. A entrada


de aminoácidos no duodeno libera o hormônio CCK, que por sua vez desencadeia a
liberação de suco pancreático (que contém muitas enzimas pancreáticas como
tripsinogênio, quimotripsinogênio, procarboxipeptidases) pelas células exócrinas do
pâncreas (ecológicas e hidroláticas). A maioria dessas enzimas é produzida como
zimogênios (enzimas inativas) pelo pâncreas, a fim de proteger as células exócrinas
de serem digeridas (ERICKSON, KIM, 1990).
Após a entrada do tripsinogênio no intestino delgado, ele é ativado pela enzima
enteroquinase secretada pelas células intestinais. A tripsina é formada a partir do
tripsinogênio pela remoção do hexapéptido da extremidade da porção terminal. A
tripsina recém-formada ativa o tripsinogênio remanescente. A tripsina é uma enzima
endopeptidase, específica para (age sobre) as ligações peptídicas formadas pelos
aminoácidos básicos, como arginina, histidina e lisina. A quimotripsina é secretada
em um inativo chamado quimotripsinogênio, que é ativado pela tripsina. A
quimotripsina é uma endopeptidase específica para aminoácidos aromáticos, como
por exemplo fenilalanina, tirosina, triptofano. Outra enzima secretada para auxiliar no
processo de digestão é chamada de carboxipeptidase, liberada pelo pâncreas como
pró-carboxipeptidase, sendo ativada novamente pela tripsina. É uma enzima que
cliva os aminoácidos na extremidade carboxila. A amino peptidase secretada como
pró-aminopeptidase é novamente ativada pela tripsina. É uma enzima do tipo
exopeptidase que cliva os aminoácidos na extremidade que contém um grupamento
amino livre. Dipeptidases atuam sobre dipeptídeos e hidrolisa-os em dois
aminoácidos (ERICKSON, KIM, 1990).
Os aminoácidos são absorvidos pelos capilares sanguíneos da mucosa e são
transportados no plasma para o fígado. Algumas quantidades de aminoácidos
também são absorvidas através da linfa. O glucagon estimula a absorção de
aminoácidos através do sistema "A" mediado pelo AMPc. A insulina estimula o
transporte transcelular de aminoácidos para minimizar a perda na urina. As células
do túbulo proximal reabsorvem e devolvem à corrente sanguínea. Isso é feito pela
glutationa, um tripeptídeo. Três ATPs são utilizados para a absorção de cada
aminoácido (ERICKSON, KIM, 1990).

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SAIBA MAIS
Vegetarianos e Proteína
Uma dieta vegetariana pode facilmente atender aos requisitos de proteína da dieta
humana, desde que as necessidades de energia sejam satisfeitas e uma variedade
de alimentos sejam consumidos. Os vegetarianos devem obter proteínas de fontes
vegetais, incluindo leguminosas, produtos de soja, grãos, nozes e sementes. Ovos e
laticínios também fornecem proteína àqueles que seguem uma dieta
ovo/lacto/vegetariana. Não há necessidade de combinar conscientemente proteínas
vegetais diferentes em cada refeição, desde que uma variedade de alimentos seja
consumida dia a dia, porque o corpo humano mantém um conjunto de aminoácidos,
que podem ser usados para complementar a proteína da dieta. O consumo de
proteínas vegetais, em vez de proteínas animais, por vegetarianos, pode contribuir
para a redução do risco de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas.
Para saber mais visite :https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19562864 (Position of
the American Dietetic Association: vegetarian diets.)

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CAPÍTULO 3 - MICRONUTRIENTES

Os micronutrientes incluem minerais e vitaminas. Ao contrário dos


macronutrientes, estes são necessários em quantidades muito pequenas. Juntos
eles são extremamente importantes para o funcionamento normal do corpo. Sua
principal função é habilitar as muitas reações químicas que ocorrem no corpo. Os
micronutrientes não funcionam para o fornecimento de energia (PALERMO, 2014).

3.1 Vitaminas

São essenciais para o metabolismo normal, crescimento e desenvolvimento, e


regulação da função celular. Eles trabalham juntamente com enzimas e outras
substâncias que são necessárias para uma vida saudável. As vitaminas são
lipossolúveis ou solúveis em águ a. As vitaminas lipossolúveis podem ser
armazenadas nos tecidos adiposos do corpo quando em excesso. Água vitaminas
solúveis são excretadas na urina quando em excesso e, por isso, precisam ser
tomadas diariamente. Vitaminas solúveis em água incluem Vitamin a B e C. Vegetais
de folhas verdes são ricos em vitamina B, enquanto a vitamina C é encontrada
abundantemente em frutas cítricas. As vitaminas lipossolúveis são a vitamina A, D, E
e K. Vegetais de folhas verdes, leite e laticínios e óleos vegetais são fonte destas
vitaminas (KRAEMER et al., 2012).
As vitaminas desempenham diversas funções no desenvolvimento e no
metabolismo orgânico. No entanto, não são usadas nem como energia, nem como
material de reposição celular. Funcionam como aditivos - são indispensáveis ao
mecanismo de produção de energia e outros, mas em quantidades pequenas. A falta
delas, porém, pode causar várias doenças, como o raquitismo (enfraquecimento dos
ossos pela falta da vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C), que matou
tripulações inteiras até dois séculos atrás, quando os marinheiros enfrentavam
viagens longas comendo apenas pães e conservas (KRAEMER et al., 2012).

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3.1.1 Vitamina A
A vitamina A ajuda a formar e manter dentes saudáveis, tecidos esqueléticos e
moles, membranas mucosas e pele. É também conhecido como retinol porque
produz os pigmentos na retina do olho. O retinol é uma forma ativa de vitamina A. É
encontrado no fígado animal, no leite integral e em alguns alimentos fortificados
(DAWSON, 2000).
Os carotenoides são corantes escuros (pigmentos) encontrados em alimentos
vegetais que podem se transformar em uma forma de vitamina A. Existem mais de
500 carotenoides conhecidos. Um desses carotenoides é o betacaroteno (DAWSON,
2000).
O betacaroteno é um antioxidante. Antioxidantes protegem as células dos
danos causados por substâncias chamadas radicais livres. Acredita-se que os
radicais livres contribuam para certas doenças crônicas e desempenhem um papel
nos processos de envelhecimento. Alimentos fontes de carotenoides, como o
betacaroteno, podem reduzir o risco de câncer (DAWSON, 2000).
A vitamina A é encontrada em vegetais verdes e amarelos escuros e fru tas
amarelas, como espinafre de brócolis, nabo, cenoura, abóbora, batata doce,
abóbora, melão e damasco, e em fontes animais como fígado, leite, manteiga e
queijo.

3.1.2 Vitaminas do complexo B


Formam um conjunto de vitaminas que têm, entre si, propriedades
semelhantes. Estes incluem tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), niacina
(vitamina B3), ácido pantotênico (vitamina B5), piridoxina (vitamina B6), biotina,
ácido fólico e as cobalaminas (vitamina B12).
Cada membro do complexo B tem uma estrutura ú nica e desempenha funções
únicas no corpo humano. As vitaminas B1, B2, B3 e biotina participam em diferentes
aspectos da produção de energia, a vitamina B6 é essencial para o metabolismo de
aminoácidos e a vitamina B12 e o ácido fólico facilitam os passos necessários para a
divisão celular.
Cada uma dessas vitaminas tem muitas funções adicionais, embora nenhuma
que exija todas as vitaminas do complexo B, simultaneamente. As necessidades

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humanas para cada vitamina B variam consideravelmente - de 3 mcg por dia para
vitamina B12 a 18 mg por dia para vitamina B3 em homens adultos, por exemplo.
Portanto, tomar quantidades iguais de cada uma delas - conforme fornecido em
muitos suplementos do complexo B - faz pouco sentido. Megadoses de vitaminas do
complexo B, às vezes tomadas para combater o estresse diário, aumentar a energia
ou controlar os desejos de comida, não parecem oferecer benefícios a menos que
uma pessoa seja deficiente em um ou mais deles.
Vitamina B1 (Tiamina)
A tiamina é essencial para a liberação de energia, o metabolismo de
carboidratos e para o sistema nervoso, o coração e o cérebro, também para as
funções e músculos gastrointestinais. Quando há uma deficiência de vitamina B1,
causa enfraquecimento, depressão, atordoamento e formigamento das mãos e pés.
Também pode causar dores de cabeça, perda de memória e problemas de sono
(MARTEL, FRANKLIN, 2018).
A tiamina é um ingrediente típico do arroz integral que não sofre
processamento, assim como os cereais leguminosas como feijão e lentilhas, farinha,
fermento, nozes, batatas e carne de porco. Arroz branco e farinha branca são
suplementados com fontes de tiamina para evitar deficiências em pessoas cuja dieta
é baseada nesses alimentos (MARTEL, FRANKLIN, 2018).
Vitamina B2 (Riboflavina)
Componente de várias coenzimas que desempenham um papel importante nas
reações de oxidação e redução em inúmeras vias metabólicas, como as de
gorduras, proteínas e carboidratos. Promove padrões regulares de crescimento e
desenvolvimento. Auxilia a liberação de energia dos alimentos e faz parte da cadeia
de transporte de elétrons, que é central para a produção de energia. Desempenha
um papel fundamental na manutenção da membrana mucosa, na fertilidade e na
manutenção da saúde dos olhos, pele e sistema nervoso. Quando ocorre deficiência
de riboflavina, sintomas como pele seca, vermelha e escamosa, lábios rachados, dor
de garganta e língua, rachaduras e feridas nos lábios, olhos irritados, sensibilidade à
luz, baixa concentração, perda de memória e sensação de queimação pés são
comuns. Além disso, os níveis de glóbulos vermelhos podem diminuir
(PEECHAKARA, GUPTA, 2018a).

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A riboflavina pode ser encontrada em carne bovina, fígado de carneiro, arroz


selvagem, macarrão, leite de soja, cereais integrais, levedura, leguminosas
sementes e produtos lácteos. Quando a comida é deixada sob luz solar direta, a
riboflavina pode ser destruída. Farinha branca e pão são enriquecidos com
riboflavina.
Vitamina B3 (Niacina)
A vitamina B3 também chamada de niacina, tem como função auxiliar a quebra
gradual da glicose para produzir energia. Esta vitamina também é essencial para a
pele saudável, funções normais do trato gastrointestinal e manutenção do sistema
nervoso (PEECHAKARA, GUPTA, 2018b).
O grupo de carne, especialmente carnes de órgãos e aves, é a principal fonte
de niacina pré-formada. Vegetais folhosos verde-escuros, grãos integrais, pães e
cereais enriquecidos são fontes justas. Outras fontes de vitamina B3 incluem
abacate, espinafre, tomate, cogumelos e cenoura (PEECHAKARA, GUPTA, 2018b).
Vitamina B6 (Pirorredoxina)
A vitamina B6 desempenha um papel fundamental em manter o cérebro e o
sistema nervoso funcionando corretamente. Ela ajuda o corpo a produzir os
hormônios serotonina (que regula o humor) e norepinefrina (que ajuda seu corpo a
lidar com o estresse). A vitamina B6 também ajuda o corpo a produzir melatonina,
que é importante para ajudar a regular o relógio interno e o sono (PARRA, STAHL,
HELLMANN, 2018).
A banana contém vitamina B6. Outras fontes incluem os cereais integrais,
leguminosas (feijão, soja, grão-de-bico, lentilha, ervilha, etc.), alho, cebola, miúdos
(moela, coração, etc.), peixes, crustáceos, ovos e leite.
Vitamina B7 (Biotina)
É necessária para a função de várias enzimas conhecidas como carboxilases.
Essas enzimas contendo biotina participam de importantes vias metabólicas, como a
produção de glicose e ácidos graxos. Uma ingestão comumente recomendada é de
5 mcg (microgramas) por dia em bebês e 30 mcg em adultos. Isso vai até 35 mcg
por dia em mulheres que amamentam (ZEMPLENI, WIJERATNE, HASSAN, 2009).

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Alimentos que são particularmente boas fontes incluem: carnes, como fígado e
rim, gema de ovo, queijo, soja, amendoim, folhas verdes, couve-flor, cogumelos,
nozes e manteiga.
Vitamina B9 (Ácido fólico)
O ácido fólico é necessário para o funcionamento cerebral ideal e tem um papel
importante na produção de RNA e DNA. Ele desempenha um papel importante no
desenvolvimento do cérebro do feto durante a gravidez. As mães grávidas recebem
doses suplementares de ácido fólico para que haja desenvolvimento adequado do
feto e também para prevenir defeitos do tubo neural (defeitos congênitos). O ácido
fólico também é essencial para o rápido crescimento das células durante a gravidez,
a infância e a adolescência (IYER, TOMAR, 2009).
As fontes de vitamina B9 incluem: vegetais de folhas verdes escuras como
espinafre, nabo, beterraba, soja, bife de fígado, salmão, grãos integrais, trigo, feijão
e abacate.
Vitamina B12 (Colabamina)
A vitamina B-12 é crucial para o funcionamento normal do cérebro e do sistema
nervoso. Também está envolvido na formação de glóbulos vermelhos e aju da a criar
e regular o DNA (O'LEARY, SAMMAN, 2010).
O metabolismo de todas as células do corpo depende da vitamina B12, pois,
desempenha um papel na síntese de ácidos graxos e na produção de energia. A
vitamina B12 permite a liberação de energia, ajudando o corpo humano a absorver o
ácido fólico. O corpo humano produz milhões de glóbulos vermelhos a cada minuto.
Essas células não podem se multiplicar adequadamente sem a vitamina B12. A
produção de glóbulos vermelhos reduz se os níveis de vitamina B12 forem muito
baixos. Anemia pode ocorrer se a contagem de glóbulos vermelhos cair, essa
anemia recebe o nome de perniciosa (O'LEARY, SAMMAN, 2010).
A vitamina B12, só é encontrada em alimentos de origem animal. Os
vegetarianos precisam, portanto, de suplementação desta vitamina.

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3.1.3 Vitamina C
A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é uma vitamina
essencial em humanos. A vitamina C desempenha um papel importante em muitos
processos fisiológicos em humanos. É necessário para o reparo de tecidos em todas
as partes do corpo. As funções importantes da vitamina C incluem a formação de
proteína usada para fazer pele, tendões, ligamentos e vasos sanguíneos, para curar
feridas e formar tecido cicatricial, para reparar e manter cartilagem, ossos e dentes e
ajuda na absorção de ferro (LYKKESFELDT, MICHELS, FREI, 2014).
A falta de vitamina C pode causar alguns distúrbios, tais como: anemia,
inflamação das mucosas, enfraquecimento dos vasos capilares sanguíneos,
podendo ocorrer sangramento em diversas partes do corpo. Todos esses são
sintomas de uma doença que é denominada escorbuto (LYKKESFELDT, MICHELS,
FREI, 2014).
Tomate, laranja, acerola, limão e goiaba são ricos em vitamina C. O ideal é
comer esses alimentos crus. Outras fontes de vitamina C: abacaxi, caju, mamão,
manga, couve-flor e espinafre.

3.1.4 Vitamina D
Vitamina D2 ou ergocalciferol está presente em alimentos vegetais, e vitamina
D3 ou colecalciferol é encontrada em alimentos de origem animal e pele humana,
são ambas formas inativas da vitamina D. Elas são convertidas em calcidiol
(25OHD) no fígado e, finalmente, principalmente nos rins, em calcitriol (1- 25OHD),
que é a única forma ativa de vitamina D no corpo humano (NAIR, MASEEH, 2012).
Entre as funções de vitamina D, podemos citar a sua participação na absorção
de cálcio e fosfato no intestino. Quando os níveis de cálcio no sangue são baixos, a
vitamina D, estimulada pelo paratormônio (PTH), promove a absorção de cálcio e
fosfato do intestino delgado e dos ossos. Quando os níveis de cálcio no sangue são
altos, a vitamina D estimula a incorporação de cálcio nos ossos e dentes,
fortalecendo-os. A deficiência de vitamina D pode resultar em raquitismo,
osteomalácia ou osteoporose. Além disso, a vitamina D também ajuda a manter a
força muscular e os níveis normais de glicose e a manter a imunidade (NAIR,
MASEEH, 2012).

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As vitaminas também estão presentes nos alimentos de origem animal,


como leite e ovos, ricos em vitamina D (sintetizada pelo próprio organismo, mas que
depende do sol para se tornar vitamina D) (NAIR, MASEEH, 2012).

3.1.5 Vitamina E
A vitamina E constitui o nome coletivo para moléculas que exibem atividade
biológica do α-tocoferol, incluindo todos os derivados do grupo tocol e tocotrienóis.
O α-tocoferol é o que apresenta maior atividade biológica e é encontrado em
abundância nos alimentos, porém, sua absorção é ineficiente. O aumento na
absorção dessa vitamina pode ser observada com uma maior ingestão de gordura
na dieta (RIZVI et al., 2014).
A vitamina E atua como um antioxidante interruptor de cadeia que previne a
auto-oxidação subsequente de lipídeos. Assim, apresenta propriedades
antioxidantes, particularmente em tecidos que contem níveis elevados de ácidos
graxos PUFA, existentes nas membranas celulares; os PUFAs são suscetíveis à
oxidação mediada por radicais livres, sendo assim, a vitamina E age bloqueando as
reações que ocorrem durante o processo de oxidação lipídica, preservando a
membrana celular(RIZVI et al., 2014).
A vitamina E aparece nos alimentos predominantemente como α-tocoferol.
Tocoferóis tem poder antioxidante, ajudando a proteger as células do organismo.
Entre as fontes alimentares que oferecem este tipo de vitamina, temos óleos
vegetais (milho, oliva e algodão), nozes, amêndoa, avelã, gérmen de trigo, abacate,
aveia, batata doce, vegetais verdes e frutas (RIZVI et al., 2014).

3.1.6 Vitamina K
A vitamina K é constituída por um grupo de substâncias com propriedades anti -
hemorrágicas. Para conhecer melhor o papel da vitamina K, é importante conhecer o
processo de coagulação sanguínea. Primeiro é necessário haver a transformação de
fibrinogênio em fibrina insolúvel, com a ação de uma enzima proteolítica, a trombin a.
Esta, por sua vez, se origina da protrombina, por meio de vários fatores, sendo três
deles dependentes da vitamina K: a pró-convertina, o fator anti-hemofílico e o fator
Stuart. A vitamina K influi ainda na síntese de proteínas; é conhecida por influ enciar

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no metabolismo ósseo, facilitando a síntese ostecalcina (DINICOLANTONIO,


BHUTANI, O'KEEFE, 2015).
A ingestão de vitamina K em humanos é alcançada pela combinação dietética
e com a biossíntese microbiológica no intestino. Entre os alimentos fontes de
vitamina K, podemos citar: fígado, óleo de fígado de bacalhau, frutas e verduras
como acelga, repolho, couve e alface. Algumas bactérias intestinais também são
capazes de sintetizar a vitamina K (DINICOLANTONIO, BHUTANI, O'KEEFE, 2015).

3.1.7 Digestão e absorção de vitaminas


A absorção das vitaminas ocorre principalmente pelo processo passivo de
difusão nas porções correspondentes ao jejuno e ao íleo do intestino delgado. A
absorção e o armazenamento pelo corpo constituem uma diferença básica entre as
lipossolúveis e hidrossolúveis (PALERMO, 2014).
Vitaminas Lipossolúveis: As vitaminas lipossolúveis A, D, E e K são absorvidas
pelo lúmen intestinal, utilizando os mesmos mecanismos usados para a absorção de
outros lipídios. Em suma, eles são incorporados em micelas mistas com outros
lipídios e ácidos biliares no lúmen do intestino delgado e entram no enterócito em
grande parte por difusão. Dentro da enterocitose, eles são incorporados em
quilomícrons e exportados via exocitose para a linfa (PALERMO, 2014).
Vitaminas Hidrossolúveis: A maioria das vitaminas solúveis em água está
disponível para absorção intestinal a partir de duas fontes: 1) a dieta e 2) a síntese
por microrganismos no intestino grosso. Todas as vitaminas são absorvidas por
difusão com exceção da vitamina B12. Esta vitamina combina com um fator
intrínseco produzido pelo estomago, que o intestino delgado absorve por endocitose.
Em geral, as vitaminas hidrossolúveis não permanecem nos tecidos em qualquer
grau significativo. Pelo contrário, elas são eliminadas na urina quando sua
concentração no plasma ultrapassa a capacidade renal de reabsorção. Assim sendo,
as vitaminas hidrossolúveis devem ser reabastecidas regularmente pela ingestão
diária de alimentos (PALERMO, 2014).

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3.2 Minerais

Minerais representam uma classe de substâncias inorgânicas encontradas


naturalmente em uma variedade de alimentos. O corpo humano precisa de cerca de
vinte minerais diferentes para funcionar adequadamente. As duas principais classes
de minerais são os macrominerais e os oligoelementos. Os macrominerais incluem
Cálcio (Ca), Fósforo (P), Potássio (K), Sódio (Na) e Magnésio (Mg). Microminerais
ou elementos traços incluem Cobre (Cu), Zinco (Zn), Selênio (Se) e Manganês (Mn ).
Macrominerais são necessários em mais quantidades, em comparação com
microminerais (PALERMO, 2014).

3.2.1 Cálcio
O cálcio é o mineral mais abundante no corpo. Isso representa cerca de 2% do
peso total do corpo. O cálcio mantém os ossos e dentes fortes e saudáveis. De fato,
o corpo usa 99% do cálcio para manter o sistema esquelético forte. E ste
macromineral é necessário para a coagulação normal do sangue, além de promover
o funcionamento do sistema nervoso (BRONNER, 2003a).
O cálcio desempenha um papel crítico na sinalização celular e na contração
muscular. Este mineral principal é crítico para a saúde geral, pois, executa muitas
funções. Além disso, o cálcio também facilita a absorção de outros nutrientes
essenciais. É importante ressaltar que o metabolismo do cálcio é um esforço
colaborativo. O cálcio compreende uma complexa dependência interativa das ações
de outros nutrientes, como fósforo, vitamina D e proteína. Assim, como uma
orquestra musical, todos esses nutrientes são necessários para criar o produto final,
uma perfeita matriz óssea (BRONNER, 2003a).
É muito importante incluir alimentos ricos em cálcio na dieta. Os principais
alimentos ricos em cálcio são os produtos lácteos, como leite, queijo e iogurte. No
entanto, muitas fontes não lácteas também são altas neste mineral. Estes incluem
frutos do mar, verduras, legumes, frutas secas, tofu e vários alimentos que são
enriquecidos com cálcio.

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O cálcio é absorvido do lúmen intestinal por dois mecanismos distintos, e sua


magnitude relativa de importância é determinada pela quantidade de cálcio livre
disponível para absorção (BRONNER, 2003b):
1) A absorção ativa e transcelular ocorre apenas no duodeno quando a
ingestão de cálcio é baixa. Este processo envolve a importação de cálcio para o
enterócito, transporte através da célula e exportação para o líquido extracelular e
sangue. O cálcio entra nas células epiteliais do intestino por meio de canais
insensíveis à voltagem (TRP) e é bombeado para fora da célula por meio de uma
ATPase de cálcio. A etapa de limitação de taxa na absorção de cálcio transcelular é
o transporte através da célula epitelial, que é grandemente aumentada pela proteína
transportadora calbindina, cuja síntese é totalmente dependente da vitamina D.
2) A absorção paracelular passiva ocorre no jejuno e no íleo e, em menor grau,
no cólon quando os níveis de cálcio na dieta são moderados ou altos. Nesse caso, o
cálcio ionizado se difunde através de junções apertadas para os espaços
basolaterais ao redor dos enterócitos e, portanto, para o sangue. Quando a
disponibilidade de cálcio é alta, esta via é responsável pela maior parte da absorção
de cálcio, devido ao tempo muito curto disponível para o transporte ativo no
duodeno.

3.2.2 Magnésio
O magnésio é necessário para mais de 300 reações bioquímicas no corpo.
Ajuda a manter a função normal dos nervos e dos músculos, apoia um sistema
imunitário saudável, mantém o coração estável e ajuda a manter os ossos fortes.
Também ajuda a regular os níveis de glicose no sangue e auxilia na produção de
energia e proteína (VORMANN, 2003).
A absorção intestinal de magnésio é inversamente proporcional à quantidade
ingerida. Em condições normais de dieta em indivíduos saudáveis,
aproximadamente 30% a 50% do magnésio ingerido é absorvido. O magnésio é
absorvido ao longo de todo o trato intestinal, incluindo o intestino grosso e delgado,
mas os locais de máxima absorção de magnésio parecem ser o jejuno distal e o íleo.
O cólon absorve apenas pequenas quantidades de magnésio, o que pode ser
importante no contexto de restrição alimentar ou comprometimento da absorção de

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magnésio no intestino delgado. Quando a ingestão alimentar é restrita, a absorção


fracionada de magnésio pode aumentar até 80%. Por outro lado, pode ser reduzido
para 20% em dietas com alto teor de magnésio (VORMANN, 2016).
As principais fontes alimentares de magnésio são cereais integrais, legumes,
nozes e chocolate. Outros vegetais, frutas, carnes e peixes têm teor de magnésio
intermediário, enquanto os produtos lácteos e bebidas têm baixo teor de magnésio.

3.2.3 Potássio, Sódio e Cloro


Os minerais sódio, potássio e cloro, denominados coletivamente de eletrólitos,
permanecem dissolvidos no corpo, como partículas carregadas eletricamente
denominadas íons. Sódio e cloro representam os principais minerais contidos no
plasma sanguíneo e no liquido extracelular. Os eletrólitos modulam a permuta de
líquidos dentro dos vários compartimentos líquidos do corpo, tornando possível uma
troca constante e bem regulada de nutrientes e dos produtos de desgaste entre a
célula e o ambiente líquido externo. O potássio é o principal mineral intracelular
(MOHAMMADIFARD et al., 2018)
A função mais importante dos íons sódio e potássio se relaciona com seu papel
no estabelecimento de um gradiente elétrico apropriado, através das membranas
celulares. Essa diferença no equilíbrio entre o interior e o exterior das células torna
possível a transmissão de impulsos nervosos, a estimulação e a ação do músculo e
o funcionamento glandular apropriado. Os eletrólitos também preservam a
permeabilidade das membranas plasmáticas e regulam as quantidades ácidas e
básicas dos líquidos corporais, particularmente do sangue (WEAVER, 2013;
FARQUHAR et al., 2015).

3.2.4 Ferro
O ferro é importante por conta de seu papel na constituição da hemoglobina,
mioglobina, desidrogenases, citocromos e algumas enzimas mitocondriais. Todas
essas proteínas são essenciais para o transporte de oxigênio no organismo e para
produção de energia (WALDVOGEL-ABRAMOWSKI et al., 2014).
A homeostase do ferro é regulada ao nível da absorção intestinal, e é
importante que quantidades adequadas, mas não excessivas, de ferro, sejam

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absorvidas da dieta. Absorção inadequada pode levar a distúrbios de deficiência de


ferro, como anemia. Por outro lado, o excesso de ferro é tóxico, porque os humanos
não possuem um caminho fisiológico para sua eliminação (WALLACE, 2016).
Existem duas formas de ferro encontradas na natureza: o ferro heme é
encontrado em carnes, aves, frutos do mar e peixes, de modo que o ferro heme é o
tipo de ferro que provém de proteínas animais da dieta. Este tipo de ferro possui
absorção facilitada pela mucosa intestinal e não sofre tanto a interferência de fatores
químicos ou alimentares. O ferro não heme, por outro lado, é encontrado em
alimentos à base de plantas, como grãos, feijões, vegetais, frutas, nozes e
sementes. O ferro não heme também é encontrado em produtos de origem animal,
como ovos ou leite/laticínios, e também é composto por mais da metade do ferro
contido na carne animal (WALDVOGEL-ABRAMOWSKI et al., 2014).
O ferro é absorvido pelos enterócitos das vilosidades no duodeno proximal. A
absorção eficiente requer um ambiente ácido e os antiácidos ou outras condições
que interferem na secreção ácida gástrica podem interferir na absorção de ferro
(WALLACE, 2016).O ferro a ser absorvido está na sua forma férrica (Fe+++), e sofre
no lúmen duodenal um processo de redução à sua forma ferrosa (Fe++) através da
ação de uma enzima presente na borda em escova. O ferro ferroso é funcional e
pode então ser cotransportado para o enterócito através do transportador de metal
divalente (DMT-1). Este transportador não é específico para ferro e também
transporta muitos íons metálicos divalentes. Uma vez dentro do enterócito, o ferro
segue uma das duas principais vias (WALLACE, 2016). Qual caminho é tomado
depende de uma programação complexa da célula com base em cargas de ferro
dietéticas e sistêmicas:
1) Estados de abundância de ferro: o ferro dentro do enterócito é capturado
pela incorporação na ferritina e, portanto, não transportado para o sangue. Quando o
enterócito morre e é eliminado, esse ferro é perdido.
2) Estados limitantes de ferro: o ferro é exportado para fora do enterócito
através de um transportador (ferroportina) localizado na membrana basolateral. Em
seguida, liga-se à transferrina transportadora de ferro para transporte por todo o
corpo.

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3.2.5 Zinco
O zinco está envolvido em processos bioquímicos essenciais à manutenção da
vida. Atua na respiração celular, na replicação do DNA, na manutenção da
integridade da membrana celular e no combate aos radicais livres. O zinco pode
participar diretamente na catalise enzimática em reações metabólicas ou manter a
estabilidade e a estrutura de proteínas. É necessário também para estabilização e
função de numerosas metaloenzimas envolvidas na síntese e catabolismo proteico,
metabolismo energético e na síntese de DNA e RNA, bem como na manutenção dos
níveis normais de algumas proteínas transportadoras. No plasma, está
predominantemente ligado à albumina, porém, outras proteínas se ligam à
significativas quantidades de zinco (KING, 2011; ROOHANI et al., 2013).
A absorção de elementos-traços geralmente é favorecida por condições que
aumentam a solubilidade e a absorção pela superfície apical das células absortivas
do trato gastrintestinal. Sendo assim, é a maior parte da absorção de zinco ocorre no
intestino delgado. Estudos de localização e expressão de transportadores de zinco
estabeleceram que algumas dessas proteínas são produzidas no epitélio que
reveste todo o trato gastrointestinal. Portanto, é provável que alguma absorção de
zinco ocorra em todo o trato (KREBS, 2000).
A homeostase do zinco é amplamente regulada pela sua absorção e perda
pelo intestino delgado. Diferentes fatores nutricionais foram identificados que
modulam a absorção de zinco. Certas proteínas animais na dieta aumentam a
absorção de zinco. Fitatos de material vegetal (incluindo grãos de cereais, milho,
arroz) quelato de zinco e inibem a sua absorção. Acredita-se que a subsistência de
dietas ricas em fitatos é responsável por uma fração considerável das deficiências
humanas de zinco (HAMBIDGE et al., 2010).
Alimentos conhecidos por apresentarem altos teores de zinco incluem os frutos
do mar, carne bovina, frango, fígado de boi, gérmen de trigo, grãos integrais,
castanhas, cereais, legumes e tubérculos (MA, BETTS, 2000).

3.2.6 Selênio
O selênio protege o organismo contra a toxicidade do mercúrio, cádmio e prata.
Também apresenta um papel importante na defesa do organismo contra metais

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pesados e radicais livres, por ser constituinte essencial de grande número de


enzimas relacionados aos mecanismos antioxidantes do organismo, das quais
destaca-se a glutationa peroxidase (SCHOMBURG, 2016).
O selênio é geralmente ingerido sob diversas formas: selenometionina (das
fontes vegetais), selenocisteína (das fontes animais) e como selênio inorgânico. As
duas primeiras formas são geralmen te bem absorvidas, enquanto a forma inorgânica
desse mineral é influenciada por fatores luminais. A maior parte da absorção do
selênio ocorre no duodeno, seguida em quantidades decrescentes pelo jejuno e íleo,
essencialmente sem absorção no estômago (SCHOMBURG, 2016).
O Brasil é um país que apresenta uma das principais fontes de selênio
conhecida em alimentos, a castanha-do-pará contém altos valores deste mineral.
Outros alimentos também apresentam selênio em sua composição, mas em valores
consideravelmente mais baixos, como cogumelos, frutos do mar, especialmente
ostras e atum, feijões, sementes de girassol, carne, fígado, ovos e aveia.

3.2.7 Cobre
O cobre é um mineral fundamental para o organismo, pois, participa do
metabolismo proteico, da oxidação orgânica da vitamina C, da formação da
hemoglobina e facilita a absorção do ferro. É necessário para a síntese de RNA,
para o aproveitamento adequado do oxigênio pela célula e é essencial para a
mielinização das células nervosas. É um poderoso antioxidante do organismo capaz
de regenerar a enzima citocromo-oxidase da cadeia transportadora de elétrons, mas
seu maior papel como antioxidante é pela enzima cobre-zinco-superóxido dismutase
(Cu-Zn-SOD) (URIU-ADAMS, KEEN, 2005).
Várias enzimas essenciais do organismo são compostas por cobre. Podemos
citar as aminas oxidase, ferroxidase, citocromo oxidase, dopamina β-hidroxilase,
superóxido dismutase, tirosinase, metalotionina, albumina entre outros (GUPTA,
LUTSENKO, 2009).
Diversos fatores dietéticos demonstraram influenciar a absorção de cobre. O
cobre pode interagir com outros nutrientes. Grandes quantidades de ferro, zinco,
molibdênio, vitamina C e carboidratos afetam a biodisponibilidade do cobre, que em

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alta ou baixa quantidade, também pode afetar o metabolismo desses minerais


(GAETKE, CHOW-JOHNSON, CHOW, 2014).
Parece haver dois processos responsáveis pela absorção de cobre - um
sistema rápido de baixa capacidade e um sistema mais lento e de alta capacidade,
que pode ser similar aos dois processos observados com a absorção de cálcio.
O cobre é absorvido pela mucosa intestinal, transportado via veia porta para o
fígado e então é incorporado à estrutura da ceruloplasmina, uma proteína plasmática
que transporta o cobre a todos os tecidos do organismo. A maior parte do cobre
endógeno é secretada no trato gastrointestinal, sendo combinado à porção não
absorvida da dieta e eliminado. Pequena parte do cobre é perdida por outras vias de
excreção (GAETKE, CHOW-JOHNSON, CHOW, 2014).
A principal fonte de cobre são as nozes, amendoim, feijão, ervilha, farelo e
gérmen de trigo, fígado e frutos do mar. Em menores concentrações este mineral
também pode ser encontrado no chocolate, tomate, banana, uva, batata, frutas
secas e cogumelos. (MA, BETTS, 2000).

3.2.8 Boro
O boro e um micronutriente fundamental para o metabolismo de hormônios da
tireoide e tem a característica de regular a permeabilidade da membrana celular.
Sua deficiência pode levar a comprometimento no crescimento e a transtornos
nutricionais, como hiperparatireoidismo secundário (PIZZORNO, 2015).
O boro pode ser ingerido a partir de verduras, frutas, nozes e leguminosas.
Carnes e laticínios são pobres neste mineral.

3.2.9 Manganês
O manganês é um mineral necessário para várias ativações enzimáticas, pois,
atua como cofator ou diretamente na composição de determinadas enzimas.
Participa da formação do colágeno, da síntese de ureia e do metabolismo de
carboidratos e lipídeos. Está envolvido na síntese de colesterol e dos hormônios
sexuais e na capacidade reprodutiva do organismo. Atua no pâncreas e age
melhorando a ação da insulina no corpo humano (ASCHNER, ASCHNER, 2005).

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Este mineral é absorvido por um mecanismo similar ao do ferro, e no plasma, é


encontrado em maior parte ligado a transferrina. A taxa de absorção do manganês é
baixa. A maior parte do manganês corporal está presente no pâncreas, ossos,
fígado e rins. Nas células se encontra presente dentro das mitocôndrias. O conteúdo
corporal de manganês é regulado pela concentração deste excretado na bile.
Normalmente, as perdas urinarias são baixas.
As fontes mais ricas de manganês incluem as nozes, amêndoas, sementes,
cereais integrais, café e chá.

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CAPÍTULO 4 - FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

A fisiologia é o estudo acadêmico dos vários processos, sistemas e funções do


corpo humano, influenciados pelo desempenho da atividade física. Exercício é um
termo que tem uma variedade de significados possíveis, cada um ditado pelas
circunstâncias. Em um contexto esportivo, o exercício é o desempenho,
condicionamento ou treinamento realizado em relação a um determinado objetivo
desportivo ou atlético. O exercício também pode ser direcionado para a melhoria da
saúde geral, da aptidão física ou como fisioterapia de uma pessoa, para aumentar
um tratamento existente para remediar ou amenizar os efeitos de uma doença sobre
o corpo. A fisiologia do exercício é um conceito amplo que aborda as respostas do
corpo à atividade física. Essas respostas incluem mudanças no metabolismo e na
fisiologia de diferentes áreas do corpo, como coração, pulmões e músculos, e
mudanças estruturais nas células (RIVERA-BROWN, FRONTERA, 2012).
O exercício tem sido considerado importante para a saúde humana há milhares
de anos, começando com culturas antigas. O médico grego Hipócrates é um dos
primeiros defensores de práticas esportivas registradas e mais conhecidos. Ele
recomendou exercícios moderados para se manter saudável e até melhorar a saúde.
Outros eruditos antigos proeminentes ao longo da história seguiram o exemplo,
incluindo Platão, Aristóteles e o médico romano Galeno, que acreditavam que o a
prática de exercício melhorava a saúde geral, o metabolismo e o tônus muscular, e
até levava a melhores movimentos intestinais (TIPTON, 2014).
No século 16, por volta do início da Revolução Científica, os médicos
começaram a escrever livros sobre exercícios. Um dos primeiros livros conhecidos
foi o Livro do Exercício Corporal, escrito pelo médico espanhol Cristobal Mendez.
Em seu livro, Mendez discutiu benefícios, tipos e valores de exercício, juntamente
com as práticas mais comuns e por que eles eram importantes para executar. No
século 19, alguns livros médicos começaram a incluir capítulos sobre exercício. Os
efeitos negativos da falta deles, incluindo má circulação, fraqueza e aumento da
probabilidade de doença, tornaram-se mais conhecidos. Como a importância da
atividade física tornou-se cada vez mais importante, as escolas também começaram
a oferecer aulas de educação física, o que exigia que os alunos realizassem

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exercícios por um determinado período de tempo todos os dias (BERRYMAN,


PARK, 1993).
O primeiro livro didático de fisiologia do exercício verdadeiro, Exercício em
Educação e Medicina pelo Dr. R. TaitMcKenzie, foi publicado em 1910. Laboratórios
dedicados ao estudo da fisiologia do exercício também foram estabelecidos no
século XX. Estes incluíram o Laboratório de Fadiga de Harvard, inaugurado em
1927, e o Laboratório de Pesquisa de Aptidão Física da Universidade de Illinois,
inaugurado em 1944. Essas escolas conduziram numerosos tópicos como fadiga,
alterações cardiovasculares durante a prática de atividades físicas exercício,
consumo de oxigênio pelo corpo e os efeitos. de treinamento. Em 1948, o Journal of
Applied Physiology começou a ser publicado. Esta revista publica pesquisa revisada
por pares em fisiologia do exercício e ainda existe hoje. Embora contribuindo muito
para a nossa compreensão dos efeitos da atividade física exercício, os laboratórios
também treinaram numerosos cientistas que iriam fundar seus próprios laboratórios
de fisiologia do exercício em universidades e escolas de medicina em todo o mundo
(BERRYMAN, PARK, 1993)
Comparado ao estado de repouso, o exercício representa um aumento
substancial na demanda energética do corpo. Em repouso, o sistema nervoso
mantém um tom parassimpático que afeta a frequência respiratória, o débito
cardíaco e vários processos metabólicos. O movimento voluntário estimula o sistema
nervoso simpático e induz uma resposta integrada no organismo; essa resposta
funciona para manter um nível adequado de homeostase para o aumento da
demanda em esforços físicos, metabólicos, respiratórios e cardiovasculares.
O esporte tende a aumentar o poder do corpo para se adaptar ao treinamento,
à competição ou a outras circunstâncias, já que o exercício físico costuma ser o
estresse mais profundo experimentado pelo corpo. Por exemplo, quando o
organismo é submetido a uma febre, onde a temperatura do indivíduo se eleva
significativamente acima da sua faixa usual, centrada em 37,5 °C, o metabolismo do
corpo (a taxa geral de atividade nos processos do corpo) aumenta; a corrida de uma
maratona pode aumentar as taxas metabólicas para muitas vezes acima do seu
nível normal (RIVERA-BROWN, FRONTERA, 2012).

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Praticamente todo processo e órgão é afetado pelo exercício. Como exemplo, a


pele, o maior órgão humano, sofre alterações físicas quando exposta aos fatores
ambientais encontrados no esporte, como os aumentos e diminuições das
temperaturas externas. A fisiologia do exercício tende a se concentrar nos sistemas
físicos mais importantes para o desempenho atlético: cardiovascular,
cardiorrespiratório, termorregu lador, musculoesquelético e a composição corporal.
São esses aspectos da função humana que tendem a ter maior impacto sobre a
capacidade de um atleta de manter ou melhorar seu nível de desempenho em
qualquer esporte.

4.1 Sistema cardiovascular e respiratório

O sistema cardiovascular é a rede física composta do coração e suas artérias,


veias e capilares conectados. É o veículo através do qual o oxigênio e os
combustíveis exigidos pelas células dentro do corpo são fornecidos; o qual remove
todos os produtos residuais das células e órgãos para descarte. Quando o corpo é
submetido a exercícios, e suas demandas físicas aumentam, o sistema
cardiovascular é forçado a trabalhar com mais rapidez e eficiência para atender às
necessidades corporais. Várias mudanças fisiológicas ocorrem com o passar do
tempo por meio da prática de atividades físicas.
O sistema cardiovascular desempenha um papel crítico na manutenção da
homeostase durante o exercício. Para acomodar o aumento da atividade metabólica
no músculo esquelético, o sistema cardiovascular deve controlar adequadamente o
transporte de oxigênio e dióxido de carbono, bem como ajudar a tamponar o nível de
pH dos tecidos ativos. Isto é obtido através do aumento do débito cardíaco (aumento
da frequência cardíaca e do volume sistólico) e da modulação da circulação
microvascular. Além disso, a ação de agentes vasodilatadores locais, como o óxido
nítrico das células endoteliais, ajuda a garantir o fluxo sanguíneo adequado
(LAUGHLIN, 1999).
A primeira e mais fundamental mudança no sistema cardiovascular é no que
diz respeito à função do coração. O músculo cardíaco ficará mais forte com o tempo,
à medida que o coração se adapta a trabalhar mais durante o exercício. Um órgão

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mais forte e mais eficiente reduz o pulso em repouso do sujeito; à medida que o
coração se fortalece, ele não precisa bater com a mesma frequência que o repouso
para obter o mesmo efeito no bombeamento de sangue pelo sistema cardiovascular.
O maior fluxo de sangue disponível para uma pessoa que se exercita regularmente
tende a reduzir a quantidade de LDL dentro dos vasos sanguíneos que podem
formar um bloqueio prejudicial conhecido como placa, uma condição que tende a
estreitar a passagem dentro de cada artéria. O exercício não aumenta as artérias,
mas esses vasos tornam-se mais elásticos através do exercício, permitindo um fluxo
de sangue maior e mais benéfico através do corpo (NYSTORIAK, BHATNAGAR,
2018).
A segunda alteração fisiológica importante experimentada pelo sistema
cardiovascular devido ao exercício é a redução da pressão arterial. A pressão
arterial é definida como a força do sangue sendo empurrado contra as paredes das
artérias do sistema cardiovascular. A hipertensão arterial tem dois componentes;
pressão sistólica é aquela medida durante um batimento cardíaco, e pressão
diastólica é aquela presente entre os batimentos cardíacos. A pressão arterial é
medida como a relação entre os níveis sistólico e diastólico. A pressão arterial
elevada, expressa como uma medida superior a 140/90 mmHg (milímetros de
mercúrio, uma unidade de pressão atmosférica), é uma condição em que o coração
é forçado a trabalhar mais do que foi projetado para direcionar o sangue por todo o
sistema. A hipertensão arterial aumenta o risco de ataque cardíaco e derrame.
Sujeito a outros fatores genéticos ou impactos ambientais, como o fumo, o exercício
tenderá a reduzir a pressão arterial. Atletas quase sempre possuir uma leitura da
pressão arterial significativamente menor do que a normalmente encontrada na
população regular (NYSTORIAK, BHATNAGAR, 2018).
O impacto mais profundo do exercício sobre o sistema cardiorrespiratório
também afeta a função do sistema cardiovascular. O volume máximo de oxigênio
que um atleta pode consumir durante o exercício é conhecido pela expressão
VO2max. Particularmente nos esportes de resistência, onde o atleta está
alimentando seu corpo através do sistema de energia aeróbica, o treinamento de
resistência aumentará o VO2 do atleta. A capacidade dos atletas de aumentar sua
capacidade máxima de oxigênio é universal; atletas do sexo feminino geralmente

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possuem um VO2max variando entre 60% e 75% do de um macho com


condicionamento semelhante, devido à maior massa muscular presente em um
atleta masculino, que deve ser atendida através da entrega de oxigênio à célula
produtora de energia. Atletas do sexo feminino são tão fortes quanto uma
contraparte masculina, quando a força muscular é medida por unidade, como por
polegada cúbica de músculo (cm3) (LAUGHLIN, 1999).
O exercício melhora a capacidade do sistema cardiorrespiratório de injetar
oxigênio no ar inalado nos pulmões e, em seguida, carregá-lo e transportá-lo com
mais eficiência. Maior eficiência no movimento do sangue através do sistema
cardiovascular permite que maiores quantidades de oxigênio sejam transferidas do
sistema respiratório; tamanho do pulmão não aumenta devido ao exercício por
qualquer grau apreciável (LAUGHLIN, 1999; FORSTER, HAOUZI, DEMPSEY,
2012).

PARA FIXAR
VO₂ max, ou volume de oxigênio máximo é a capacidade máxima do corpo de um
indivíduo de transportar e metabolizar oxigênio durante um exercício físico.

De maneira orquestrada, tanto o sistema cardiovascular, quanto o sistema


respiratório também sofrem mudanças em relação ao controle da tempera corporal.
Termorregulação é a capacidade do corpo de manter os níveis ótimos de
temperatura interna para a função de todos os órgãos em diferentes condições
ambientais externas. Quando o atleta não está acostumado ao exercício de clima
quente, o corpo se adaptará ao processo de aclimatação às novas condições.
Dentro de um período de aproximadamente 14 dias, as mudanças fisiológicas
positivas tipicamente observadas através da aclimatação ao calor incluem volume
sanguíneo expandido (maior capacidade sanguínea correspondente), frequência
cardíaca reduzida (tornando o coração mais eficiente), direção aumentada do
sangue para a superfície da pele e os capilares (maior efeito de resfriamento no
sangue através do direcionamento do sangue para a superfície da pele mais fria) e
um aumento na conservação de sódio para promover hidratação mais efetiva (para
preservar a proporção ideal de sódio em água, uma parte do sistema

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osmorregulatório do corpo) (LAUGHLIN, 1999; FORSTER, HAOUZI, DEMPSEY,


2012).

4.2 Sistema musculoesquelético

O sistema musculoesquelético sofre uma série de mudanças fisiológicas, além


do músculo adicional produzido através de determinados tipos de treinamento.
Exercícios de alongamento e flexibilidade tendem a criar uma maior amplitude de
movimento em todas as articulações que são submetidas a essas tensões. Onde as
articulações do corpo são capazes de se mover mais dinamicamente, a estrutura
relacionada geralmente será capaz de movimentos mais rápidos, mais poderosos e
mais estáveis. Uma articulação com uma amplitude de movimento melhorada é
menos provável de se tornar sobrecarregada e sofrer lesão (PANUSH, LANE, 1994).
Os ossos do sistema musculoesquelético também sofrem alterações estruturais
que resultam do exercício. A resistência, seja através do treinamento com pesos, ou
em atividades que requerem corrida ou outras forças para serem direcionadas ao
corpo, geralmente tende a aumentar a densidade óssea.
Além de criar uma massa muscular maior, o exercício terá um efeito sobre as
estruturas musculares existentes. Todos os seres humanos possuem tipos
específicos de fibras musculares, cada uma das quais é distribuída de forma
relativamente uniforme em todos os músculos do corpo, de acordo com a
composição genética do indivíduo. Os dois tipos gerais de fibras musculares são de
contração lenta (tipo I) e fibras de contração rápida (tipo II). As fibras de contração
rápida podem ser ainda categorizadas em fibras do tipo IIa e do tipo IIb. A
designação entre rápido e lento é determinada pela frequência com que o neurônio
governa os impulsos que controlam a contração da fibra específica (ZIERATH,
HAWLEY, 2004).
As fibras musculares de contração lenta (tipo I) são mais eficientes no uso de
oxigênio para gerar mais combustível de trifosfato de adenosina (ATP) para
contrações musculares contínuas e prolongadas por um longo período de tempo.
Elas (as fibras de contração tipo I) disparam mais lentamente que as fibras de
contração rápida e podem ir por um longo tempo antes de se cansarem. Portanto,

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fibras do tipo I são ótimas para ajudar os atletas a correr maratonas e bicicletas por
horas. Os neurônios de contração rápida disparam a uma frequência
aproximadamente 10 vezes maior do que um neurônio de contração lenta. A fun ção
efetiva das fibras de contração rápida é essencial para esportes anaeróbicos, como
correr e saltar. Como as fibras de contração rápida usam o metabolismo anaeróbico
para criar combustível, elas são melhores em gerar rajadas curtas de força ou
velocidade do que os músculos lentos. No entanto, eles se cansam mais
rapidamente. As fibras de contração rápida geralmente produzem a mesma
quantidade de força por contração que os músculos lentos, mas recebem seu nome
porque são capazes de disparar mais rapidamen te. Ter fibras de contração mais
rápidas pode ser uma vantagem para um velocista, já que ela precisa gerar
rapidamente muita força (ZIERATH, HAWLEY, 2004).
Fibras Musculares de Contração Rápida (Tipo IIa)
Essas fibras musculares de contração rápida também são conhecidas como
fibras intermediárias de contração rápida. Eles podem usar o metabolismo aeróbico
e anaeróbico quase igualmente para criar energia. Desta forma, eles são uma
combinação de fibras musculares tipo I e tipo II.
Fibras Musculares de Contração Rápida (Tipo IIb)
Essas fibras de contração rápida usam o metabolismo anaeróbico para criar
energia e são as fibras musculares de contração rápida "clássicas" que se destacam
em produzir rápidos e poderosos surtos de velocidade. Esta fibra muscular tem a
maior taxa de contração (disparo rápido) de todos os tipos de fibras musculares,
mas também tem uma taxa mais rápida de fadiga e não pode durar tanto tempo
antes de precisar de descanso.
Mecanismo
Para os músculos se contraírem, o corpo deve hidrolisar o ATP para produzir
energia. As formas como os músculos mantêm os níveis de ATP dependem das
condições do corpo. Os músculos podem utilizar glicose ou glicogênio em maneiras
aeróbicas ou anaeróbicas. O sistema de energia glicolítica tende a levar ao acúmulo
de lactato e subsequente diminuição do pH no tecido muscular, especialmente no
ambiente anaeróbico (BAKER, MCCORMICK, ROBERGS, 2010).

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O metabolismo aeróbico é normalmente utilizado em exercícios como a


caminhada, enquanto o metabolismo anaeróbico é utilizado em atividades de alta
intensidade, como o levantamento de peso. A principal fonte de ATP para as células
é através da via de fosforilação oxidativa. Isso faz parte da via aeróbica que ocorre
na membrana mitocondrial interna e produz muito mais ATP do que outras vias
metabólicas. Durante exercícios de alta intensidade, como HIIT (Treinamento de
Intervalo de Alta Intensidade) ou treinamento intenso com pesos, os músculos
passam por um ciclo rápido de ATP e ficam com um pool de ADP como resultado. A
fosfocreatina pode doar um grupo fosfato ao ADP para regenerar o ATP adicional,
que proporciona energia aos músculos. A creatina quinase catalisa essa reação.
Durante o descanso e exercício de baixa intensidade, os músculos podem utilizar
ácidos graxos como substratos para a produção de energia. Ácidos graxos de
cadeia média sofrem betaoxidação na matriz mitocondrial. Ácidos graxos de cadeia
longa precisam ser transportados do citosol para a mitocôndria com a ajuda da
carnitina (BAKER, MCCORMICK, ROBERGS, 2010).

4.3 Sistema endócrino

O sistema endócrino regula a produção de hormônios, que são substâncias


químicas que controlam as funções celulares. Estas substâncias podem afetar várias
células diferentes; no entanto, eles só influenciam aqueles com sítios receptores
específicos. Os hormônios controlam várias reações fisiológicas no corpo, incluindo
metabolismo energético, processos reprodutivos, crescimento de tecido, níveis de
hidratação, síntese e degradação de proteína muscular e humor. Eles são
responsáveis por construir novos músculos e ajudar a queimar gordura, por isso é
importante ter uma compreensão de quais são liberados em relação ao exercício,
bem como compreender as funções fisiológicas que eles influenciam (HACKNEY,
WALZ, 2013).
Existem três classificações principais de hormônios: esteroide, peptídeo e
aminas. Cada classe tem uma estrutura química única que determina como ela
interage com receptores específicos. Os hormônios esteróides interagem com os
receptores no núcleo de uma célula, os peptídicos são compostos de aminoácidos e

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funcionam com sítios receptores específicos na membrana celular, e as aminas


contêm nitrogênio e influenciam o sistema nervoso simpático (PALERMO, 2014).
Os hormônios podem ser anabólicos, o que significa que ajudam a construir
novos tecidos, ou catabólicos, porque desempenham um papel na quebra do tecido.
O termo "esteroides anabolizantes" é frequentemente mencionado como um método
de trapaça usado por atletas que querem melhorar o desempenho; no entanto, os
esteroides anabolizantes são substâncias químicas naturais produzidas pelo corpo
que são responsáveis por promover o crescimento do tecido (PALERMO, 2014).
Abaixo estão listados alguns exercícios e hormônios importantes, juntamente
com as funções fisiológicas que eles controlam.
Adrenalina e noradrenalina
A adrenalina e a noradrenalina são dois neurotransmissores que também
servem como hormônios e pertencem a uma classe de compostos conhecidos como
catecolaminas. Como hormônios, eles influenciam diferentes partes do corpo e
estimulam o sistema nervoso central.
Quimicamente, a adrenalina e a noradrenalina são muito semelhantes. No
entanto, a adrenalina funciona em ambos os receptores alfa e beta, enquanto a
noradrenalina só funciona em receptores alfa. Receptores alfa só são encontrados
nas artérias. Os receptores betas estão no coração, nos pulmões e nas artérias dos
músculos esqueléticos. É essa distinção que faz com que a adrenalina e a
noradrenalina tenham funções ligeiramente diferentes.
Adrenalina
A adrenalina, também chamada de epinefrina, tem efeitos poderosos no corpo
durante o exercício físico. Esses efeitos incluem: aumento dos níveis de açúcar no
sangue, aumento da frequência cardíaca, aumento da contratilidade (o quanto o
coração aperta), relaxamento do músculo liso nas vias aéreas para melhorar a
respiração. A adrenalina também é responsável por inibir a secreção da insulina e
estimular a liberação do glucagon, tudo isso com o objetivo de garantir suprimento
energético para o corpo durante os períodos de atividade física.
Estas alterações também são vistas em situações de estresse ou de medo, na
chamada resposta de “luta ou fuga”.
Noradrenalina

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A noradrenalina, também chamada norepinefrina, tem efeitos semelhantes aos


da adrenalina, tais como: aumento dos níveis de açúcar no sangue, aumento da
frequência cardíaca, aumento da contratilidade. A noradrenalina também pode
estreitar os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial.
Tanto a adrenalina quanto a norepinefrina podem afetar o coração, os níveis de
açúcar no sangue e os vasos sanguíneos. No entanto, a principal diferença entre
esses dois hormônios, é que a norepinefrina também pode tornar os vasos
sanguíneos mais estreitos, aumentando a pressão arterial.
Insulina
A insulina é um hormônio peptídeo produzido pelas células betas do pân creas,
e principal regulador do metabolismo de carboidratos e gorduras. Quando o açúcar
no sangue é elevado, a insulina é liberada para promover a absorção e
armazenamento de glicose e glicogênio, respectivamente. A insulina ajuda a redu zir
os níveis de glicose no sangue, promovendo sua absorção da corrente sanguínea
para os músculos esqueléticos ou tecidos adiposos.
Em repouso, a ingestão de carboidratos resulta na liberação de insulina do
pâncreas, e o aumento subsequente nas concentrações plasmáticas de insulina tem
uma cascata de efeitos metabólicos. Um efeito importante da insulina é promover o
transporte de glicose para o músculo esquelético. A insulina também suprime a
liberação de ácidos graxos do tecido adiposo, enquanto aumenta o armazenamento
de gordura pela ativação da lípase lipoprotéica. Durante o período de exercício, o
sistema nervoso simpático suprime a liberação de insulina; o objetivo é garantir a
resposta glicogenolítica durante todo período do exercício, fazendo com que a
glicose e os triglicerídeos armazenados sejam transformados em energia para
realização de toda a atividade física (MAGKOS, WANG, MITTENDORFER, 2010).
Glucagon
Liberado em resposta a baixos níveis de açúcar no sangue, o glucagon é
produzido pelas células alfa do pâncreas e é um potente estimulador da
glicogenólise, gliconeogênese e cetogênese. Essas ações do glucagon e os
aumentos nos níveis plasmáticos são observados durante o período de jejum e no
exercício, fornecendo evidencias consideráveis que o glucagon é fundamental para
manutenção da glicemia nos momentos em que há maior demanda de energia e

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quando o organismo deve contar com a mobilização de substrato endógeno. Sob


essas condições, quando a principal ação do glucagon seria neutralizar as ações da
insulina no armazenamento de glicose e outros combustíveis para estimular a
liberação de ácidos graxos livres (AGL) do tecido adiposo e aumentar os níveis de
glicose no sangue, ambos importantes para alimentar a atividade física (JIANG,
ZHANG, 2003).
Durante o exercício físico, com o aumento da demanda de energia, o glucagon
atua sobre os estoques de glicogênio hepático e muscular, fazendo com que haja
liberação de glicose para produção de mais combustível. O glucagon também
exerce efeito sobre os triglicérides armazenados no tecido adiposo, também
contribuindo para oxidação de gorduras e mais produção de energia.
Cortisol
O cortisol é um hormônio esteroide catabólico produzido pela glândula adrenal
em resposta ao estresse, baixo nível de açúcar no sangue e exercício. Suporta o
metabolismo energético durante longos períodos de atividade, facilitando a quebra
de triglicerídeos e proteínas para criar a glicose necessária para ajudar no exercício
do combustível. O cortisol é liberado quando o corpo experimenta muito estresse
físico ou não é suficientemente recuperado de um treino anterior. Enquanto o cortisol
ajuda a promover o metabolismo da gordura, o exercício por muito tempo pode
elevar os níveis de cortisol para catabolizar a proteína muscular como combustível,
em vez de conservá-la para ser usada para reparar tecidos danificados(LOVALLO et
al., 2006).
Testosterona
A testosterona é um hormônio esteroide produzido pelas células de Leydig dos
testículos dos homens e nos ovários das mulheres, com pequenas quantidades
produzidas pelas glândulas suprarrenais de ambos os sexos. A testosterona é
responsável pela ressíntese de proteínas musculares e pelo reparo de proteínas
danificadas pelo exercício, e desempenha um papel importante no crescimento do
músculo esquelético. Testosterona trabalha com receptores específicos e é
produzida em resposta ao exercício que danifica as proteínas musculares (BAIN,
2007).
Hormônio de crescimento humano

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O hormônio do crescimento humano (GH) é um hormônio peptídeo


anabolizante secretado pela glândula pituitária anterior que estimula o crescimento
celular. Como todos os hormônios, o GH trabalha com sítios receptores específicos
e pode produzir uma resposta, incluindo o aumento da síntese de proteína muscular
responsável pelo crescimento muscular, aumentando a mineralização óssea,
apoiando a função do sistema imunológico e promovendo a lipólise, ou o
metabolismo da gordura. O corpo produz GH durante os ciclos do sono e é
estimulado por exercícios de alta intensidade, como treinamento pesado de força,
treinamento de força explosiva ou exercício cardiorrespiratório no início ou acima do
início do lactato sanguíneo (ROEMMICH, ROGOL, 1997)
Entender como o exercício influencia os hormônios que controlam as funções
fisiológicas pode ajudá-lo a desenvolver programas de exercícios eficazes para seu s
clientes. Os hormônios têm respostas de curto e longo prazo ao exercício. Na fase
aguda imediatamente após o exercício, testosterona (T), HGH e IGF são produzidos
para reparar o tecido danificado. A longo prazo, há um aumento nos sítios
receptores e proteínas de ligação, que permitem que T, HGH e IGF sejam usados
mais efetivamente para o reparo tecidual e crescimento muscular. Para clientes que
querem crescimento muscular, os níveis de T, HGH e IGF são produzidos em
resposta à quantidade de estresse mecânico criado durante os exercícios de
treinamento de resistência. Cargas moderadas a pesadas realizadas até a fadiga
momentânea geram altos níveis de força mecânica, o que cria mais danos à
proteína muscular, que sinaliza a produção de T, HGH e IGF para reparar proteínas,
o que resulta no crescimento muscular.
Embora haja uma miríade de hormônios responsáveis por um número quase
infinito de funções fisiológicas, os hormônios listados acima são diretamente
influenciados pela atividade física e desempenham papéis importantes para ajudar o
corpo a se adaptar às exigências físicas impostas pelo exercício. Muitos
profissionais de fitness entendem que os sistemas nervosos e muscular
desempenham papéis importantes na determinação dos resultados de um programa
de exercícios. No entanto, a realidade é que os hormônios influenciam muitas das
adaptações fisiológicas à atividade física. Isso significa que “todos os hormônios

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hoje em dia” seja a resposta apropriada para muitas perguntas sobre como o corpo
humano responde ao exercício.

4.4 Composição corporal

A composição corporal é a mais visível das alterações fisiológicas observadas


com frequência durante o exercício. O corpo é construído a partir de gordura
corporal, massa muscular magra, e os órgãos e ossos esqueléticos, cujas
dimensões não são alteradas através do exercício. A composição corporal é afetada
por dois mecanismos distintos de exercícios - por meio de uma redução na
porcentagem de gordura corporal em um indivíduo e pelo aumento da massa
muscular magra desenvolvida por meio de exercícios especializados. A gordura
corporal é a forma de armazenamento dos triglicerídeos que são processados pelo
corpo a partir das gorduras consumidas através da dieta. Essas gorduras podem ser
armazenadas por períodos indefinidos nos tecidos adiposos localizados na região do
abdome, pelve, nádegas e tórax. Exercício, quando combinado com a devida
atenção à dieta, resultará em uma perda de peso em qualquer indivíduo, onde a
quantidade de energia calórica necessária para satisfazer as necessidades do
corpo, incluindo exercício, excede a quantidade de fontes de energia calórica
ingerida como alimento. Um quilo de gordura corporal (0,4 kg) representa
aproximadamente 3.500 calorias disponíveis de energia (FORBES, 1991;
WESTERTERP, 2018).
O desenvolvimento muscular por meio de programas de exercícios geralmente
ocorre em conjunto com a redução da gordura corporal, que resulta da diferença
entre a ingestão de energia e a produção. Nos estágios iniciais de redução de peso
em que o indivíduos está participando do exercício de resistência e de fortalecimento
muscular, é comum que o sujeito experimente a frustração em termos da perda de
peso desejada, já que a gordura corporal disponível para o corpo como combustível
é substituída pelo ganho de tecido muscular, que é mais denso (WESTERTERP,
2018).

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Em geral, a compreensão e a aplicação da fisiologia do exercício aliadas à


nutrição, podem ajudar a melhorar o desempenho, obter melhores resultados
finalmente, melhorar a qualidade de vida dos pacientes/clientes.

4.5 Tríade da Mulher atleta

Atletas do sexo feminino muitas vezes se queixam de baixa disponibilidade de


energia, para o exercício. Uma baixa ingestão energética, pode resultar (se
intencionalmente ou não) de mais gasto, menos nutrição oral, ou ambos. O déficit
energético crônico pode ocorrer no atleta feminino com disfunção
musculoesquelética e reprodutiva. A baixa de energia (com ou sem um distúrbio
alimentar) em combinação com um distúrbio menstrual e densidade óssea mineral
alterada é conhecida como a tríade atleta feminina. A identificação precoce de baixa
disponibilidade energética na atleta feminina e a compreensão completa da
síndrome e sua progressão são importantes para evitar consequências a curto e
longo prazos (NATTIV et al., 2007).
Atletas do sexo feminino, em qualquer esporte, independentemente do nível de
competição, podem potencialmente desenvolver a tríade. Entretanto, as mulheres
que participam de esportes de resistência, como atletismo, natação e remo, ou
aquelas que exigem julgamento subjetivo, como ginástica e patinação artística,
correm maior risco. Quando as mulheres criam intencionalmente esse déficit de
energia, isso é descrito como um distúrbio alimentar. Atletas do sexo feminino são 5
a 10 vezes mais propensas do que atletas do sexo masculino a ter um transtorno
alimentar. A prevalência de transtornos alimentares clínicos, como anorexia nervosa
ou bulimia nervosa, entre atletas de elite feminina, varia de 16% a 47%. Uma
porcentagem substancial de mulheres com distúrbios alimentares também têm um
transtorno de personalidade concomitante, abuso de substâncias ou transtorno
obsessivo-compulsivo, e as taxas de suicídio são maiores para essas mulheres, do
que para mulheres saudáveis da mesma idade (NAZEM, ACKERMAN, 2012).
Disponibilidade de baixa energia
A disponibilidade de energia, seja por aumento de gastos ou diminuição da
ingestão oral, é o principal fator na tríade. Comer desordenado pode ser intencional

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ou não intencional. Transtornos alimentares como anorexia nervosa ou bulimia


nervosa são causas intencionais. No entanto, muitas atletas do sexo feminino sem o
diagnóstico de um transtorno alimentar podem apresentar hábitos alimentares
desordenados. Na maioria das vezes, isso ocorrerá sem saber e a atleta não
absorverá energia suficiente. O extenso contínuo de uma alimentação
desequilibrada varia de dieta saudável a jejum, pular refeições, u so de pílulas
dietéticas ou laxantes, e compulsão e purgação. Existe uma correlação direta entre a
disponibilidade de carboidratos e a saúde reprodutiva e esquelética. A baixa
disponibilidade de energia secundária à alimentação desordenada resulta em
disfunção menstrual e baixa densidade mineral (NAZEM, ACKERMAN, 2012).
Densidade Mineral Óssea Alterada
O tecido ósseo é dinâmico e constantemente remodelado por osteoclastos (que
reabsorvem osso antigo) e osteoblastos (que formam um osso novo). Isso é feito
sob o controle de polipeptídeos, hormônios esteroides, hormônios tireoidianos,
citocinas e fatores de crescimento. Secundária à disfunção hipotalâmica, as atletas
femininas atuam em um baixo nível de estrogênio. O papel principal do estrogênio
no osso é atuar diretamente nos osteoblastos, e tem um efeito indireto sobre os
osteoclastos para prevenir a reabsorção óssea. Os atletas devem ter uma densidade
mineral óssea 5% a 15% maior do que a não atleta de mesma idade. A densidade
mineral óssea alterada aumentará a fragilidade óssea e aumentará o risco de
fraturas. A incidência de fraturas por estresse é maior em atletas amenorreicos, e a
densidade óssea tem se mostrado negativamente correlacionada com o número de
ciclos menstruais perdidos desde a menarca (NAZEM, ACKERMAN, 2012).
Disfunção Menstrual (amenorreia ou oligomenorreia)
Anormalidades menstruais resultam de alteração da função hipotalâmica. A
disfunção menstrual na atleta correlaciona-se diretamente com a diminuição do
estrogênio. Pode ser amenorreia primária ou secundária. A amenorreia primária é
definida como ausência de menstruação aos 14 anos de idade sem o
desenvolvimento de características sexuais secundárias ou por 16 anos, mesmo que
a mulher tenha sofrido outras alterações normais que ocorrem durante a puberdade.
A ausência persistente de ciclos menstruais que começam depois da menarca é
denominada amenorreia secundária (NAZEM, ACKERMAN, 2012).

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Todas as atletas do sexo feminino precisam de uma história completa, al ém do


histórico de rotina, com foco nos componentes do histórico nutricional,
musculoesquelético, menstrual, endócrino/metabólico, psicossocial, de desempen h o
e medicação do atleta.
História nutricional - Ingestão nutricional e padrões alimentares, quantid ade de
proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais consumidos.
História Menstrual - A idade da menarca, a duração média da menstruação, o
tempo médio entre os períodos menstruais, as mudanças menstruais com o
aumento do treinamento e o número de ciclos por ano. A gravidez deve ser excluída
no caso de amenorreia.
História endócrina/metabólica - Qualquer história pessoal e familiar de
distúrbios da tireoide, da hipófise e diabetes deve ser procurada. Obter sinais e
sintomas da síndrome do ovário policístico.
História psicossocial - Discuta os padrões alimentares. O questionário de
transtorno alimentar pode ser usado. Documente qualquer uso de álcool, tabaco ou
drogas. Pergunte sobre apoio social, depressão, ansiedade e qualquer história de
abuso físico, emocional ou sexual.
Histórico de desempenho - Pergunte sobre mudanças na força ou no
desempenho.
Histórico de medicação - Revise todos os medicamentos, suplementos
dietéticos e agentes fitoterápicos. Obter informações sobre contraceptivos orais
separadamente, pois, os pacientes muitas vezes não consideram isso um
medicamento. Pergunte sobre qualquer uso de esteroides anabolizantes. Determin e
se o paciente usa eméticos, pílulas dietéticas, amaciantes de fezes ou laxantes.
Uma declaração de consenso de 2014 publicada no British Journal of Sports
Medicine afirmou que o tratamento bem-sucedido de atletas e mulheres em
exercício depende de uma abordagem multidisciplinar para a recuperação da tríade,
incluindo um médico de medicina esportiva, um nutricionista esportivo e praticante
de saúde mental. O tratamento inicial envolve correção da causa subjacente. Na
maioria das vezes, esse é um estado de baixa energia, seja por meio do aumento da
ingestão calórica, diminuição da atividade física ou ambos. Consu ltar um
nutricionista ou nutricionista esportivo é importante. Para disfunção menstrual, a

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atleta feminina deve ser encaminhada a um ginecologista que possa avaliar e tratar
o paciente. Os tratamentos para disfunção menstrual na atleta feminina são
inicialmente limitados à terapia de reposição hormonal com estrogênio cíclico e
progesterona. Atletas do sexo feminino com osteopenia ou osteoporose podem ser
tratadas com vitamina D oral e cálcio ou bifosfonatos, dependendo da gravidade da
perda de densidade mineral óssea e dos fatores de risco para fraturas. As mulheres
com diagnóstico de transtorno mental, como depressão, ansiedade ou transtorno
alimentar, devem ser encaminhadas a um psiquiatra e/ou psicólogo para avaliação e
tratamento (DE SOUZA et al., 2014).

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