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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA_____

CÍVEL DO FORO _________________ DA COMARCA DE


________________.

AUTOR, nacionalidade, profissão, estado civil, portador da cédula de


identidade RG n.º ________- ____, inscrito no CPF n.º ____________,
residente a rua _______________, n.º ____, Bairro, Cidade, Estado, CEP, e-
mail, por seu Advogado e Procurador Dr. _______________  que esta
subscreve, com instrumento de mandato em anexo (doc. 1), onde consta o
endereço para notificações e intimações, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, propor a presente, 

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL,

com fulcro no artigo 5º, V da Constituição Federal e artigo 927, parágrafo único,
do Código Civil, em face de,
  

1º - RÉU, inscrito no CNPJ n.º __________________, com endereço comercial


a rua _______________, n.º ____, Bairro, Cidade, Estado, CEP, e-mail  e,
2º - RÉU, inscrito no CNPJ n.º __________________, com endereço comercial
a rua _______________, n.º ____, Bairro, Cidade, Estado, CEP, e-mail.

Pelos motivos de fato e direito que a seguir passam a expor:

1 - OS FATOS
O autor, em _____ de _______ de 20__, foi surpreendido com uma restrição
em seu nome derivada de um contrato de financiamento n.º
__________________, no valor de R$ _________________, realizado pela
financeira _________________., vinculada ao Grupo __________________.
Observa-se que houve fraude contratual, visto o fato de que o autor
desconhece qualquer vínculo contratual com a financeira.
No dia ______ de _______ de 20___, o autor realizou um boletim de
ocorrência onde relatou o ocorrido, apontando a fraude contratual.
Diante disso, o autor pretende que os réus sejam obrigados a trazer o contrato
de financiamento a este processo, de forma que, a mera recusa, seja
interpretada como favorável ao seu direito de indenização por danos morais. 
Ademais, caso seja apresentado algum documento de contrato, reserva-se no
direito de exigir a perícia, por ausência de qualquer vínculo com os réus.

2 - O MÉRITO

Conforme descrito acima, o autor desconhece o vínculo contratual com os réus,


por esta razão passamos a defesa dos seus direitos.  
2.1 - A ILICITUDE E A RESPONSABILIDADE CIVIL – Os réus realizaram um
contrato de financiamento sem observar os devidos procedimentos legais,
ensejando a fraude contratual. Por se tratar a financeira de atividade
econômica, os réus encontram-se obrigados a responsabilidade civil objetiva,
com dever de reparação dos danos, diante da negligência, nos termos do artigo
186 e artigo 927, parágrafo único, do Código Civil e artigo 14 do Código de
Defesa do Consumidor e súmula 479 do STJ. 

2.2 - A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – Como evidenciado pelas provas,


os réus fazem parte do mesmo Grupo. Ambos têm o dever de trocar
informações corretas a respeito das negociações conjuntamente levadas a
efeito, respondendo por eventuais deficiências de comunicação, que não
podem prejudicar os consumidores. 
E ainda, as concessionárias e a financeira respondem de forma solidárias pelos
danos causados ao consumidor, conforme artigo 7º, parágrafo único, Código
de Defesa do Consumidor e súmula 479 do STJ. 
Nesse sentido, temos a seguinte jurisprudência,

“E M E N T A APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER C/C DANO MORAL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO.
AUSÊNCIA DE REGULARIZAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA CONCESSIONÁRIA E DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DANO MORAL CONFIGURADO.
REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. I - Comprovado nos
autos que a instituição financeira concedeu crédito sem a devida
cautela quanto à regularidade da documentação do veículo, deve
esta ser responsabilizada solidariamente com a concessionária
pelos danos causados ao autor. II - Na fixação dos danos morais
devem ser adotados os critérios de moderação e razoabilidade
diante do caso concreto, com a avaliação do grau de culpa, a
capacidade socioeconômica das partes e as circunstâncias em que
ocorreu o evento.
(TJ-MA - APL: 0243422014 MA 0000243-02.2012.8.10.0120,
Relator: JORGE RACHID MUBÁRACK MALUF, Data de
Julgamento: 13/11/2014, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 16/12/2014). ”

2.3 - O DANO MORAL - A situação derivada de contrato fraudulento, não é


considerada mero aborrecimento, visto que as instituições financeiras têm o
dever de cautela nas relações contratuais, não sendo admitido falhas em sua
segurança de dados pessoais. 

Nos termos da súmula 479 do STJ, nas relações de consumo evidenciada a


fraude contratual, a fraude, gera, por si só o dever de indenização na espécie
de danos morais. 

As jurisprudências corroboram nesse entendimento, vejamos,


APELAÇÃO CÍVEL – Ação de indenização por danos materiais e
morais – Sentença de parcial procedência – Inconformismo do réu –
1. Denunciação da lide. Não cabimento. Impossibilidade de
ampliação dos limites subjetivos da lide, sob pena de ineficiência do
processo. Alegação que configura, ademais, indevida inovação
recursal. Recurso não conhecido neste ponto – 2. Contratação de
financiamento de veículo em nome do autor mediante fraude –
Falha na prestação dos serviços – 3. Dano moral caracterizado.
Indenização arbitrada no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) em
atenção aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade –
Sentença mantida. Majoração dos honorários advocatícios, nos
termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil - Recurso
não provido na parte conhecida.
(TJ-SP - AC: 10217213720198260224 SP 1021721-
37.2019.8.26.0224, Relator: Daniela Menegatti Milano, Data de
Julgamento: 06/07/2020, 19ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 06/07/2020)
E ainda,
APELAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO E INDENIZATÓRIA POR DANO MORAL. PRESCRIÇÃO.
DANOS MORAIS. FINANCIAMENTO DE MOTOCICLETA.
FRAUDE. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. I - O termo
inicial do prazo prescricional para a pretensão da reparação moral,
art. 206, § 3º, inc. V, do CC, é a data em que o apelado-autor teve
ciência do ato ilícito que afirma ter violado os seus direitos de
personalidade. Rejeitada a prejudicial. II - A conduta do Banco-réu,
ao permitir a celebração do contrato, mediante utilização indevida
dos dados pessoais do apelado-autor, representa falha na
prestação do serviço, e a responsabilidade objetiva daí decorrente
não é elidida pela atuação de terceiro fraudador por ocasião da
contratação. Art. 14, caput, e § 1º, inc. II, do CDC e Súmula 479 do
e. STJ. III - A valoração da compensação moral deve observar os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, a gravidade e a
repercussão dos fatos, a intensidade e os efeitos da lesão. A
sanção, por sua vez, deve observar a finalidade didático-
pedagógica, evitar valor excessivo ou ínfimo, e objetivar sempre o
desestímulo à conduta lesiva. Mantido o valor fixado pela r.
sentença. IV - Apelação desprovida.
(TJ-DF 07016252420178070014 DF 0701625-24.2017.8.07.0014,
Relator: VERA ANDRIGHI, Data de Julgamento: 01/07/2020, 6ª
Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 17/07/2020.
Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Desta forma, nos termos do artigo 5º, V da Constituição Federal, artigo 186,
artigo 927, parágrafo único, do Código Civil e artigo 6º, incisos VI, VII, VIII do
Código de Defesa do Consumidor, resta demonstrado o dano moral passível de
indenização a qual requer o valor de R$ ___________ (valor por extenso).
2.4-    A IMPORTÂNCIA EM SE MAJORAR UM VALOR REPRESSIVO PARA
A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL – Vossa Excelência, em que pese a
observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade por todos os
respeitosos magistrados do nosso país, nota-se em breve pesquisa que é
crescente o número de ações contra financeiras por fraude contratual.
Inclusive, devido as evoluções tecnológicas o Brasil se viu obrigado a
providenciar uma lei específica para a proteção de dados pessoais, a lei
13.709/18 que fortalece diversos princípios constitucionais e consumeristas,
além de ressaltar a responsabilidade das atividades econômicas na utilização
de dados pessoais. 
Mas, não obstante os efeitos da lei, estamos amparados pelos entendimentos
dos nossos tribunais que, visando a melhor forma de justiça, ao proferirem uma
decisão, exercem um papel fundamental na proteção dos nossos direitos. 
Desta forma, em atenção justa aos princípios supracitados e ao nosso
ordenamento jurídico, requer que o valor da indenização por danos morais seja
majorado de forma a ser efetivamente repressivo, pois do contrário, se irrisório,
torna-se desprezível frente a posição econômica dos réus, não surtindo efeitos,
nos termos artigo 944 do Código Civil.
Ressalta-se, tal forma de repressão é fundamental para os réus optem por uma
política eficaz de proteção de dados pessoais e evitem que casos como estes,
de fraude contratual, se repitam causando transtornos a sociedade e
abarrotando a máquina do judiciário.
Por esta razão apuramos o valor de indenização por dano moral em R$ _____
(valor por extenso).

2.5-    A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - AUSÊNCIA DO CONTRATO DE


FINANCIAMENTO – O autor desconhece qualquer vínculo com os réus e
desconhece também o bem financiado. 
Assim, amparado pelo artigo 2º do CDC, tem direito a inversão do ônus da
prova, nos termos artigo 6º, VIII do CDC e 52 do CDC. Desta forma, requer que
os réus exibam neste processo o contrato de financiamento, devidamente
assinado, e demais informações sobre o objeto, razão do contrato de
financiamento.

2.6-    HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAS – Ao patrono vencedor é devido a


fixação de honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do artigo 85, §
2º, do Código de Processo Civil, arbitrados entre 10% a 20% sobre o valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.

2.4-    CUSTAS PROCESSUAIS - Para evitar qualquer diminuição financeira a


parte lesada, nos termos do artigo 21, do Código de Processo Civil é devido o
reembolso no valor equivalente as custas processuais.

2.5-    AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO - O Requerente manifesta-se favorável


à audiência de conciliação, nos termos do artigo 319, VII, combinado com o
artigo 334, do Código de Processo Civil, requerendo desde já a designação de
data para o ato conciliatório.
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

I-    O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, nos


termos dos artigos 319 e 320, do Código de Processo Civil;

II-    Que julgue procedente a presente Ação, nos termos do artigo 487, I,
do Código de Processo Civil; 

III-    A citação dos Réus para contestar a presente ação, sob pena de
revelia, nos termos dos artigos 335 e 344, do Código de Processo Civil;

IV-    O reconhecimento da responsabilidade solidária, nos termos do


artigo 7º, parágrafo único, Código de Defesa do Consumidor e súmula
479 do STJ;

V-    Que uma vez julgado procedente a presente ação, sejam os réus
intimados a realizar a baixa do vínculo contratual e qualquer restrição que
constar, sob pena de multa a ser fixada por este juízo, nos termos do
artigo 537, do Código de Processo Civil;

VI-     A condenação dos réus ao pagamento de indenização a título de


dano moral, nos termos do artigo 5º, V da Constituição Federal, artigo
927, parágrafo único, do Código Civil e artigo 6º, incisos VI, VII, VIII do
Código de Defesa do Consumidor, no Valor de R$ ______ (valor por
extenso), ou majorado a critério deste juízo, observado as razões
expostas no mérito (2.4 A IMPORTÂNCIA EM SE MAJORAR UM VALOR
REPRESSIVO PARA A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL);

VII-    A condenação dos réus às custas, nos termos do artigo 21, do Código de
Processo Civil;

VIII-    A condenação dos réus aos honorários de sucumbências, nos termos do


artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil, arbitrados entre 10% a 20% sobre
o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa;

IX-    Que seja deferida a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 373,
II, parágrafo 1º, do Código de Processo Civil e artigo 6º, VIII, do Código de
Defesa do Consumidor;

X-    Sejam produzidas todas as provas em Direito admitidas, em especial, que


os réus sejam intimados a apresentação do contrato de financiamento n.º
_____________________, devidamente assinado, e demais informações sobre
o objeto, razão do contrato de financiamento, nos termos do artigo 373, II,
parágrafo 1º, do Código de Processo Civil e artigo 6º, VIII, do Código de Defesa
do Consumidor;
XI-    A designação de audiência de conciliação, nos termos do artigo 319, VII,
combinado com o artigo 334, do Código de Processo Civil.

Requer, outrossim, que os atos processuais sejam publicados em nome do


Dr.__________, OAB/____ sob o n° _________, sob pena de nulidade
processual.

Dá-se o valor da causa em R$ __________(valor por extenso).

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, ________ de _________ 20_______.

Dr._________________

OAB/UF sob o n° ______________


Contatos:
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