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Poder Judiciario RESOLUGAO £33 ,p—E 13 DE JULHO DE 2016 Dispée sobre a criagéio de cadastro de profissionais e 6rgaos técnicos ou cientificos no ambito da Justica de primeiro e segundo graus. © PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIGA (CNJ), no uso de suas atribuigées legais e regimentais, CONSIDERANDO 0 disposto nos artigos 156 e seguintes do Cédigo de Proceso Civil, que determina seja o juiz assistide por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou cientifico; CONSIDERANDO a necessidade de formagao de cadastro, pelos tribunais, de profissionais e de orgaos técnicos e cientificos aptos 4 nomeagao pelo juizo; CONSIDERANDO a importancia de regulamentar o procedimento referente a criacdo e 4 manutengao do cadastro de peritos no ambito da Justiga de primeiro e segundo graus; CONSIDERANDO a conveniéncia de implementagao de sistema pelos tribunais visando a agilidade operacional, 4 padronizagao e ao melhor controle das informagdes pertinentes as atividades de contratacdo de profissionais e de drgdos prestadores de servigos técnico/periciais CONSIDERANDO a deliberagdo do Plenario do CNJ no Ato Normativo 0002844-88.2016.2.00.0000, na 16* SessAo Virtual, realizada em 5 de julho de 2016; Poder Judiciario Conselhe Necional de Jaslipa RESOLVE: Art. 1° Os tribunais brasileiros instituiréo Cadastro Eletrénico de Peritos e Orgéos Técnicos ou Cientificos (CPTEC), destinado ao gerenciamento e a escolha de interessados em prestar servicos de pericia ou de exame técnico nos processos judiciais, nos termos do art. 156, § 1°, do Cédigo de Processo Civil. § 1° O CPTEC conterd a lista de profissionais e érgéos aptos a serem nomeados para prestar servigo nos processos a que se refere 0 caput deste artigo, que poderd ser dividida por area de especialidade e por comarca de atuagao. § 2° Para formagao do cadastro, os tribunais deverdo realizar consulta publica, por meio de divulgagao na rede mundial de computadores ou em jomais de grande circulago, além de consulta direta a universidades, a entidades, érgdos € conselhos de classe, ao Ministério Public, A Defensoria Publica e A Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicacdo de profissionais ou de érgdos técnicos interessados. Art. 2° Cada tribunal publicara edital fixando os requisitos a serem cumpridos @ os documentos a serem apresentados pelos profissionais e pelos 619408 interessados, nos termos desta Resolucdo. Art. 3° Os tribunais manterao disponiveis, em seus sitios eletrénicos, a relagdo dos profissionais e érgaos cujos cadastros tenham sido validados. Pardgrafo Unico. As informagées pessoais e 0 curriculo dos profissionais seréo disponibilizados, por meio do CPTEC, aos interessados, conforme § 2° do art. 157 do CPC, e aos magistrados e servidores do respectivo tribunal. Art. 4° © profissional ou 0 érgao interessado em prestar servigo nos processos deverd apresentar a documentagao indicada no edital. Poder Jugicirio Cemsclh, Nevionalde Jastiza § 1° O cadastramento 6 de responsabilidade do préprio profissional ou do érgao interessado € serd realizado exclusivamente por meio do sistema disponivel no sitio de cada tribunal. § 2° A documentacao apresentada e as informagées registradas no CPTEC sdo de inteira responsabilidade do profissional ou do 6rgéo interessado, que é garantidor de sua autenticidade e veracidade, sob penas da lei. § 3° O cadastramento ou a efetiva atuagao do profissional, nas hipéteses de que trata esta Resolugo, néo gera vinculo empregaticio ou estatutario, nem obrigagao de natureza previdenciaria, § 4° Ficam mantidos os cadastros existentes na data da publicagao desta Resolucdo, previstos em atos normativos que nao conflitem com as disposigées deste artigo. Art. 5° Cabe a cada tribunal validar o cadastramento e a documentagéo apresentada pelo profissional ou pelo drgao interessado em prestar os servicos de que trata esta Resolucao. § 1° Os tribunais poderdo criar comissées provisérias para andlise € validagéo da documentacéo apresentada pelos peritos. § 2° Os tribunais realizarao avaliagdes e reavaliagées periddicas, para manutengéo do cadastro, relativas a formagdo profissional, ao conhecimento e a experiéncia dos peritos e drgaos cadastrados Art. 6° E vedada a nomeagao de profissional ou de érgao que nao esteja regularmente cadastrado, com excecao do disposto no art. 156, § 5°, do Cédigo de Processo Civil. Pardgrafo Unico. O perito consensual, indicado pelas partes, na forma do art. 471 do CPC, fica sujeito As mesmas normas e deve reunir as mesmas qualificagées exigidas do perito judicial. Art. 7° O profissional ou o érgao podera ter seu nome suspenso ‘ou excluido do CPTEC, por até 5 (cinco) anos, pelo tribunal, a pedido ou por Conall Nissmal tb, Jt representacéo de magistrado, observados 0 direito A ampla defesa e ao contraditério. § 1° A representagao de que trata 0 caput dar-se-4 por ocasiao do descumprimento desta Resolucdo ou por outro motivo relevante. § 2 A excluséio ou a suspensao do CPTEC nao desonera o profissional ou o drgao de seus deveres nos processos ou nos procedimentos para os quais tenha sido nomeado, salvo determinacéo expressa do magistrado. Art. 8° A permanéncia do profissional ou do érgéo no CPTEC fica condicionada a auséncia de impedimentos ou de restriges a0 exercicio profissional. § 1° As entidades, os conselhos e os drgaos de fiscalizacéo profissional deverao informar aos tribunais sobre suspensdes e outras situagdes que importem empecilho ao exercicio da atividade profissional, mensalmente ou em prazo inferior e, ainda, sempre que Ihes for requisitado. § 2° Informagdes comunicadas pelos magistrados acerca do desempenho dos profissionais e dos 6rgaos credenciados serdo anotadas no CPTEC. § 8° Para inscrigdo e atualizagdo do cadastro, os peritos/érgéos deverdo informar a ocorréncia de prestagao de servigos na condigao de assistente técnico, apontando sua especialidade, a unidade jurisdicional em que tenha atuado, o nlimero do proceso, o periodo de trabalho e o nome do contratante, Art. 9° Cabe ao magistrado, nos feitos de sua competéncia, escolher e nomear profissional para os fins do disposto nesta Resolugao. § 1° A escolha se dara entre os peritos cadastrados, por nomeagao direta do profissional ou por sorteio eletrénico, a critério do magistrado. § 2° O juiz podera selecionar profissionais de sua confianca, entre aqueles que estejam regularmente cadastrados no CPTEC, para atuagéo em Conlle Neanal tl Joti sua unidade jurisdicional, devendo, entre os selecionados, observar o critério equitativo de nomeagao em se tratando de profissionais da mesma especialidade. § 3° E vedada, em qualquer hipotese, a nomeacao de profissional que seja cénjuge, companheiro ou parente, em linha colateral até o terceiro grau de magistrado, de advogado com atuagao no processo ou de servidor do juizo em que tramita a causa, para a prestagdo dos servigos de que trata esta Resolugdo, devendo declarar, se for 0 caso, o seu impedimento ou suspeigao. § 4° Nao podera atuar como perito judicial o profissional que tenha servido como assistente técnico de qualquer das partes, nos 3 (trés) anos anteriores. § 5° O CPTEC disponibilizara lista dos peritos/6rgaos nomeados em cada unidade jurisdicional, permitindo a identificagao dos processos em que ela ocorreu, a data correspondente e o valor fixado de honorarios profissionais. Art. 10. Para prestagéo dos servigos de que trata esta Resolucao, sera nomeado profissional ou érgéo detentor de conhecimento necessario & realizagao da pericia regularmente cadastrado e habilitado, nos termos do art. 8° desta Resolucao. § 1° Na hipétese de ndo existir profissional ou 6rgao detentor da especialidade necesséria cadastrado ou quando indicado conjuntamente pelas partes, 0 magistrado poderd nomear profissional ou orgao nao cadastrado. § 2° Para fins do disposto no § 1° deste artigo, 0 profissional ou 0 Orgao sera notificado, no mesmo ato que Ihe der ciéncia da nomeacao, para proceder ao seu cadastramento, conforme disposto nesta Resolugao, no prazo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da notificagao, sob pena de nao processamento do pagamento pelos servicos prestados. Art. 11, O magistrado podera substituir 0 perito no curso do processo, mediante decisao fundamentada, Art. 12, Sao deveres dos profissionais e dos érgaos cadastrados Nos termos desta Resolugao: Conselhe Mewional de, Jastipa |= atuar com diligéncia; II - cumprir os deveres previstos em lei; Ill = observar 0 sigilo devido nos processos em segredo de justiga; IV — observar, rigorosamente, a data e os horarios designados para a realizagdo das pericias e dos atos técnicos ou cientificos; \V — apresentar os laudos periciais e/ou complementares no prazo legal ou em outro fixado pelo magistrado; VI - manter seus dados cadastrais e informagées correlatas anualmente atualizados; Vil — providenciar a imediata devolugéo dos autos judiciais quando determinado pelo magistrado; Vill — cumprir as determinagdes do magistrado quanto ao trabalho a ser desenvolvido; IX nas pericias: a) responder fielmente aos quesitos, bem como prestar os esclarecimentos complementares que se fizerem necessérios; b) identificar-se ao periciando ou & pessoa que acompanharé a pericia, informando os procedimentos técnicos que seréo adotados na atividade pericial; c) devolver ao periciando ou & pessoa que acompanhard a pericia toda a documentacdo utilizada. Art. 13. Os profissionais ou os érgéos nomeados nos termos desta Resolugao deveréo dar cumprimento aos encargos que Ihes forem atribuides, salvo justo motivo previsto em lei ou no caso de forca maior, justificado pelo perito, a critério do magistrado, sob pena de sangao, nos termos da lei e dos regulamentos proprios. Art. 14. Ao detentor de cargo pliblico no ambito do Poder Judiciério 6 vedado 0 exercicio do encargo de perito, exceto nas hipdteses do art. 95, § 8°, I, do Cédigo de Processo Civil Coma Mearal ee Laie Art. 15. O disposto nesta Resolucdo nao se aplica as nomeagées de pericias realizadas até sua entrada em vigor. Art. 16. Esta Resolucdo entra em vigor 90 (noventa) dias apés a data de sua publicagao. Ministro Ri Ara Tpwandowsk

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