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FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
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FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
FOLHA DE APROVAÇÃO
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_____________________________________
Profa. Dra. Ana Rosete Maia
Orientadora da Monografia
_____________________________________
Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes
Coordenadora do Curso
_____________________________________
Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos
Coordenadora de Monografia
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos aqueles que serão beneficiados com o seu conteúdo.
AGRADECIMENTOS
iv
SUMÁRIO
v
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................9
Objetivos.....................................................................................................................................11
Geral........................................................................................................................................11
Específico................................................................................................................................11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................................12
2.3.1. A Doença.......................................................................................................................16
2.3.2. Prevenção......................................................................................................................17
2.3.3. Tratamento....................................................................................................................18
3. MÉTODO...................................................................................................................................23
3.2. Descritores...........................................................................................................................23
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................25
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................33
6. REFERÊNCIAS.........................................................................................................................34
vii
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
RESUMO
A educação é uma atividade humana necessária à existência e ao funcionamento de toda a
sociedade, para isso, é preciso de cuidados para a formação dos indivíduos. A partir dessa
concepção, o MS implementou a Educação Permanente em Saúde (EPS) com a finalidade de
qualificar a formação do profissional, para haver um fortalecimento do SUS. Na enfermagem, as
realizações de práticas educativas são de grande relevância no cuidado, pois quando o plano é
bem elaborado, há a qualidade dos serviços oferecidos à população, com maior independência e
redução dos custos na saúde. Portanto, o objetivo do estudo é realizar revisão de literatura
narrativa sobre os temas educação permanente em saúde e as práticas de enfermagem
relacionadas à prevenção do câncer de colo do útero. Trata-se de uma revisão narrativa
(levantamento bibliográfico de dados), nas bases de dados como BVS, Scielo. Biblioteca Virtual
de Saúde Enfermagem e Google acadêmico, todos em português de 2009 a 2014. A partir dessa
busca, encontrou-se 70 artigos, dos quais 17 foram utilizados no estudo, por estarem equivalentes
aos critérios de inclusão, 11 para EPS e 6 para práticas educativas em enfermagem. Dessa forma,
essas ações desenvolvidas pela enfermagem, estabelece aos serviços uma melhor assistência às
atividades do cotidiano de forma mais dinâmica.
1. INTRODUÇÃO
Na região norte, destaca-se como o primeiro mais incidente , sendo 24 casos a cada 100
mil mulheres. Sendo que em 2014, estima-se que 15.590 novos casos sejam notificados (INCA
2011).
Justificativa
Para a cultura brasileira, assim, como em outras culturas, a palavra câncer é considerada
um tabu, com isso, as superstições são numerosas, até mesmo entre aqueles com nível
educacional mais elevado. Isso envolve a falta de informação da maioria das mulheres na hora de
realizarem o exame de prevenção. E devido a essas dificuldades, o país enfrenta a cada ano um
aumento do número de casos entre a população feminina, com aproximadamente, 10 mil novos
casos a cada ano.
De acordo com as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (2012), o Amazonas
encontra-se no primeiro lugar do ranking brasileiro em números de casos de cancer de útero.
Pois, para o restante do País a taxa de incidência a cada 100 mil habitants chega a 17,49 casos,
para o Estado esse número quase duplica o valor nacional, chegando a 35,15 casos.
No município de Manaus, esses números são ainda mais assustadores, pois alcançam a
media de 52,03 casos para cada 100 mil mulheres. Em 2011, a Fundação Centro de Controle de
Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), atendeu 226 novos casos da doença. Levando a
um percentual de mortalidade ainda elevado, pois em 2010, foram registrados 432 óbitos. No ano
seguinte, 448 óbitos e em 2012, esse número teve uma redução para 249 (INCA, 2012).
Dessa Forma, podemos constatar que as mulheres do Estado do Amazonas, assim, como
no restante do Brasil, passam por problemas de acesso às unidades de saúde, e quando
conseguem esse atendimento encontram dificuldades de se submeterem ao exame ginecológico,
seja ele por vergonha de expor sua genitália ao profissional de saúde, ou por falta de
conhecimento.
E com base nesse histórico entende-se a importância da realização da educação em saúde
por parte da equipe de enfermagem, para a detecção precoce do câncer de colo do útero, pois se
tornam fatores de bom prognóstico, quando são diagnosticados precocemente.
Dessa forma, acredita-se que para a enfermagem realizar uma intervenção com qualidade,
há a necessidade de se conhecer as experiências relatadas sobre educação permanente e de
11
práticas educativas com o intuito de mobilizar para prevenir o câncer de colo do útero. Para tanto,
deve-se buscar o aprofundamento teórico na literatura científica para o conhecimento atual sobre
a temática e as formas de intervenções de práticas educativas que demonstraram ser efetivas na
prática.
Logo, partimos da seguinte pergunta:
Quais são as práticas educativas de enfermagem que promovem a prevenção do Câncer de
colo do útero presentes na literatura e nas bases de dados de saúde?
Objetivos
Geral
Específico
Buscar na literatura e nas bases de dados, estudos que conceituem educação permanente
em saúde.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A história das políticas de educação profissional no Brasil era voltada para a formação de
técnicos para atuarem em vários ramos da indústria. Essa orientação repercutiu também para a
formação de técnicos em diversas áreas da saúde, principalmente na enfermagem. Para os
profissionais de nível superior era marcado por um modelo hospitalocêntrico em que os
profissionais possuíam com carga horária excessiva, e sem consonância da teoria com a prática
entre os ciclos básico e clínico (FEUERWERKER, 2001; TAVARES, 2006).
Com isso, há a necessidade de desenvolver processos de capacitação de trabalhadores de
enfermagem, visto que o trabalho realizado pelos enfermeiros é de cunho central, com isso,
quando o profissional a possui, há uma melhoria do seu desempenho e da atenção prestada nos
serviços de saúde (TAVARES, 2006).
14
Para o profissional de enfermagem em que o cuidado está presente no seu dia a dia,
corresponde a uma interdependência baseada nas responsabilidades, no planejamento e
gerenciamento do cuidar (ALMEIDA E ROCHA, 1997; PASCHOAL et al, 2006).
Com a complexidade do trabalho de enfermagem, o compromisso do enfermeiro se
resume nas ações gerenciais, assistenciais e educativas. Essas ações que envolvem a assistência
aumentam à medida que há a compreensão da importância do seu trabalho nas ações educativa,
social, cultural e política (KIRCHOF, 2003; PASCHOAL et al, 2006).
Logo, como a prática profissional da enfermagem é demonstrada pelo cuidado requer
profunda e permanente percepção dos acontecimentos. Isto é, entender o cuidado e como ele está
inserido na enfermagem leva preocupação aos profissionais na tentativa de compreender a
abrangência da larga amplitude do mesmo (RIBEIRO E MOTA, 1996; LACERDA, 2000).
Entretanto a educação transforma a prática social de forma indireta e desenvolve no
sujeito a mudança no meio em que vive, pois a profissão de enfermagem é considerada como a
“arte de cuidar e de ensinar a cuidarem” (CARVALHO, 2004).
Com isso é de grande importância esse processo de ensino-aprendizagem, em que a
prática se relacione com a teoria, confirmando-a e não a contradizendo (DUARTE, 2001;
PASCHOAL et al, 2006).
A educação em saúde compõe um tema que cada vez mais vem ocupando espaço nas
discussões e reflexões entre os profissionais de saúde, especialmente, os que atuam na área de
saúde pública, como o enfermeiro. Trata-se de uma interação entre educador e educando, com o
objetivo não apenas de informar, mas principalmente de trocar experiências e conhecimentos que
favoreçam a promoção de hábitos saudáveis de vida (CARVALHO, 2009).
Freire (1997) relata que o ensino é algo profundo e dinâmico no qual é indispensável à
sociedade e para que esse ensino seja autêntico, é preciso que os profissionais respeitem a
autonomia, a dignidade e a identidade da população.
Para Carvalho (2009), a utilização de práticas educativas como estratégia de promoção da
saúde e prevenção de doença, é de grande relevância para população de referência ter
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conhecimento sobre esse assunto. Para tal, é necessário que haja palestras, oficinas, rodas de
discussões e formação de grupos de interesse dentro das comunidades.
As práticas educativas possuem relevância no cuidado de enfermagem, visto que um
plano de ensino bem elaborado, preenche as necessidades de aprendizado da população e a partir
daí proporciona maior autonomia dos mesmos, levando a uma diminuição dos custos em saúde
(MARZIALE, 2009).
O câncer de colo do útero é um dos mais importantes com incidência mundial, e estima-
se aproximadamente que 500 mil mulheres sejam acometidas com essa doença por ano, além de
260 mil mortes em todo o mundo no ano de 2005, desses, 80% ocorreram nos países em
desenvolvimento. Já nos países desenvolvidos ele ocupa a sexta posição. As maiores taxas são
encontradas na América Latina, Caribe, África e no sul e sudeste da Ásia (PARKIN et al, 2005;
KAMANGAR et al, 2006; FONSECA et al, 2010).
A maior incidência desse tipo de câncer foi reportada na América Latina,
correspondendo até 25% de todos os tipos que acometem as mulheres. No Brasil, ele contribui
mais para anos de vida perdidos do que a tuberculose, condições maternas ou AIDS. (BOSSETI
et al, 2005; GUERRA et al, 2005).
O carcinoma de colo do útero constitui a neoplasia mais frequente no aparelho genital,
entre as brasileiras, ele é classificado como o segundo mais frequente, com a ocorrência de 28 mil
casos em 1999. A maioria, 2/3 delas, é diagnosticada com carcinoma invasor (NOVAES, s/d).
O número de casos de neoplasias de colo de útero no ano de 2006 foi de 19.260,
havendo uma queda de 68,78% quando comparado com o ano de 1999, com um risco estimado
de 20 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2006).
Ainda nesse mesmo ano, essa neoplasia foi priorizada no Pacto pela Saúde do Governo
Federal, passando a ingressar na agenda pública de Atenção Integral à Saúde da Mulher, da
Política Nacional de DST/AIDS e na Política Nacional de Atenção Básica, para com isso atuar
nas ações de controle do câncer (BRASIL, 1999, 2004, 2006; DIAS et al 2010).
Em 2007, ela representou a quarta causa de morte, com taxa de mortalidade mundial de
4,71/100 mil mulheres (BRASIL, 2010; DIAS et al, 2010).
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No ano de 2010, foram estimados 18.430 casos novos com uma taxa de incidência de 19
casos por 100 mil mulheres (BRASIL, 2009; DIAS et al, 2010).
Em 2011, o Amazonas registrou cerca de 870 novos casos, entre câncer uterino e de
mama, correspondendo ao equivalente 32% de um total de 2.590 novos casos que submeteram as
mulheres (INCA, 2012).
2.3.1. A Doença
2.3.2. Prevenção
A estratégia utilizada para o rastreamento das mulheres com câncer de colo de útero,
ainda continua sendo por meio do exame citopatológico a partir da faixa etária de 25 a 64 anos,
conforme recomenda o Ministério da Saúde, sendo estas, apreciadas por maior risco. Logo,
orienta-se que todas as mulheres, independente da faixa etária, com vida sexual ativa, realizem o
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exame num período de 3 anos após os dois resultados anteriores (consecutivos) serem normais,
com um intervalo de 1 ano apenas (BRASIL, 2003; DIAS et al, 2010, BRASIL, 2014).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2008), com a população-alvo
estando coberta em torno de 80 a 100% pelo exame, é possível que haja redução em média de 60
a 90% do câncer invasivo na população. Para isso, em todo o Brasil, foi implantado no ano de
1999 o programa SISCOLO, que atende a portaria SAS 408/1999, que tem a finalidade de
identificar e acompanhar mulheres com algum tipo de lesão precursora e até mesmo o câncer de
colo do útero.
2.3.3. Tratamento
As opções para o tratamento, segundo INCA (2014), vão depender do estágio e grau da
doença, com isso a mulher pode passar por 3 opções e muitas vezes mais de uma delas pode ser
usada:
Cirurgia
Podendo ser parcial (apenas na lesão) ou total (com a remoção do útero – histerectomia).
Quimioterapia
É o uso de medicamentos através da corrente sanguínea e que atinge todo o organismo.
Radioterapia
É um tipo de tratamento que utiliza raios de alta energia com a finalidade de matar as
células cancerosas, e pode ser externa ou interna, a chamada braquiterapia, em que o material
radioativo é inserido diretamente no colo do útero.
Estágio II: Encontra-se mais restrito ao colo do útero, contudo se limita a região pélvica.
Estágio III: Já pode ser encontrado na parte inferior da vagina ou na parede pélvica e pode
chegar a bloquear os canais que ligam os rins à bexiga (ureteres).
Estágio IV: É o mais avançado de todos, em que o tumor pode atingir outros órgãos
próximos ou não.
No ano de 1984, foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, que
estabeleceu cuidados para a atenção que atua em todos os ciclos da vida da mulher e tem como
base principalmente a prevenção dos cânceres que afetam as mulheres, como o de útero e o de
mana (BRASIL, 1984).
Com o passar dos anos, o Programa de Oncologia do Instituto Nacional de Câncer/
Ministério da Saúde (Pro-Onco), que posteriormente foi transferido para o Instituto Nacional do
Câncer (INCA), no qual se transformou na coordenação de programas de controle de câncer,
20
tendo como base de trabalho a informação e a educação, envolvendo os quatro tipos de câncer
mais incidentes no Brasil, entre eles o de colo do útero, de mama (ABREU, 1997).
Em 1995, o Ministério da Saúde percebeu a necessidade de criar um programa com
âmbito nacional para o controle do câncer do colo de útero. Em 1997, o Viva Mulher veio à tona,
e teve duração de 1 ano, contemplando aos Estados de Curitiba, Brasília, Recife, Rio de Janeiro,
Belém e Sergipe, no qual atendeu 124.440 mulheres entre 35 a 49 anos que nunca haviam
realizado o preventivo, ou que estavam sem fazê-lo a mais de 3 anos, e depois foi expandido aos
27 Estados da Federação (INCA, 2005).
Como essas ações pela oferta de serviços foram ampliadas, resultaram na realização de 8
milhões de exames citopatológicos por ano. Logo, a primeira fase de intensificação ocorreu em
1998, com uma adoção de estratégias para a rede assistencial, com a implantação de um sistema
de informação e de monitoramento das ações com a função de mobilização e captação de
mulheres, conhecido como Sistema de Informação do Câncer do Colo de Útero (SISCOLO), em
que esse controle passa a compor os planos de saúde dos estados e municípios (BRASIL, 2006).
Já em 2002, a qualificação da rede de atenção básica e a ampliação de centros de
referências proporcionou uma segunda fase de intensificação. A partir dessa data, a importância
de uma detecção precoce de neoplasias foi destacada no Pacto pela Saúde, do Ministério da
Saúde, em 2006, através da inclusão de indicadores e metas a serem atingidos por todas as esferas
de governo (BRASIL, 2006).
Em 2011 foi lançado, pela atual presidente da República Dilma Roussef, um plano
nacional de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, pois a
detecção precoce é a perspectiva em que há garantia para a confirmação diagnóstica e o
tratamento de lesões que antecedem ao surgimento neoplasias. Com a finalidade de atribuir a
qualidade dos exames de citopatologia, a qualificação de profissionais de saúde, a comunicação e
a mobilização social através de campanhas e o rastreamento de mulheres entre 25 a 60 anos que
tem ou já tiveram vida sexual ativa (BRASIL, 2010 e 2011).
do profissional, logo, ele educa e informa a comunidade. Para isso, é preciso que se utilizem
estratégias que envolvam diálogo (baseado na vivência da mulher), sensibilidade e empatia.
Ainda baseada na ideia das autoras, uma boa estratégia de ações preventivas é aquela que
envolva mulheres ainda não alcançadas nas campanhas, para isso, deveriam ficar mais próximos
da realidade dessas mulheres, envolvendo suas crenças e valores culturais, respeitando assim sua
individualidade.
Ribeiro et al (2003) propuseram em seu trabalho a criação de uma cartilha educativa sobre
o vírus o Papiloma Vírus Humano (HPV) e a sua relação com o câncer, com o intuito de informar
a população e aprimorar os conhecimentos do profissional de saúde, pois esse vírus causa lesões
na pele e mucosas.
Ainda na proposta do autor supracitado, essa cartilha foi aplicada a 200 pessoas leigas
(ambos os sexos) de 15 a 55 anos em um teste piloto. Após esse teste, eles responderam a um
questionário para a avaliação da cartilha, questionando sua importância e o seu nível de
informação. Dos participantes, 64% tinham desconhecimento sobre o assunto e da relação com o
câncer. Portanto, essa proposta atendeu as expectativas dos pesquisadores, pois o material foi
criado em uma linguagem de fácil entendimento, com ilustrações para chamar a atenção do leitor.
Com isso, os autores reforçam que é necessário que haja campanhas de conscientização da
população em geral sobre o HPV e a relação com as neoplasias.
Essas experiências de práticas educativas faz com que haja uma melhor integração dessas
mulheres aos serviços de saúde, aumenta o número de adesão na realização do exame preventivo,
além de fortalecer o vínculo entre a equipe de saúde. Logo, promovendo acompanhamento e
monitoramento do indicador desses exames na população-alvo/ano (CARVALHO, 2009).
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3. MÉTODO
3.2. Descritores
escolhidos. Após essa análise, os resultados obtidos foram dispostos nas seguintes categorias:
Conceito de Educação Permanente em Saúde e Práticas Educativas na Prevenção do Câncer de
Colo do Útero.
Envolve as buscas aos periódicos no período de 2009 a 2014 por meio dos descritores
“Educação Permanente, Práticas Educativas, Enfermagem na prevenção e Câncer de colo do
útero”, encontrados na forma de artigos, dissertações ou teses nas bases de dados citadas
anteriormente.
Por se tratar de uma pesquisa do tipo revisão narrativa, o projeto não foi submetido ao
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), portanto, não foram utilizados dados relativos aos sujeitos
ou até mesmo descrições sobre as situações assistenciais.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontrados 70 artigos, dos quais 17 foram utilizados para o estudo, desses 11
sobre Educação Permanente em Saúde e 6 sobre Práticas Educativas de Enfermagem os outros 53
foram excluídos por não estarem condizentes aos critérios de inclusão e objetivos do estudo.
Para Araújo (2013) o conceito de educação permanente em saúde está relacionado como
uma estratégia que é voltada para a reflexão dos trabalhadores através dos problemas que
aparecem no local de trabalho. Com isso, tem o objetivo de estabelecer mudanças na realidade e
associa-las a um novo modelo de atendimento à saúde estabelecido pelo sistema.
Em contrapartida, ainda Araújo (2013), ratifica o modelo educacional alicerçado pelo
tecnicismo, com práticas institucionalizadas e pré-estabelecidas, em que os profissionais de saúde
não refletem criticamente. Entretanto, a EPS, dá oportunidades para o profissional aproximar-se
28
(2010) essas ações refletem na melhoria da assistência, possibilitando aos participantes novas
pesquisas na área.
Bart e Germani (2009), em uma breve reflexão bibliográfica, mostrou que na década de
20 os profissionais da saúde já possuíam a concepção de se aprimorar e se qualificar. Pois, com o
passar do tempo a educação continuada foi ganhando força, principalmente no SUS. Com isso,
entende-se por EPS como quaisquer práticas que levam a mudanças, caracterizando como um
processo de qualificação dos profissionais e aprimorando os serviços prestados aos usuários.
Para isso, a EPS estabelece aos profissionais um pensamento crítico, reflexivo e
compromissado com o cuidado. E para que isso aconteça, ela deve ser interdisciplinar e
descentralizada. Por se tratar de um processo que é compreendido como sendo uma educação
contínua, que revitaliza e estabelece uma superação pessoal e profissional.
Cavalcante (2013) em seu estudo analisou evidências na literatura sobre a implementação
da educação permanente na enfermagem e estabelece que a EPS se dar por meio das atividades
educativas com medidas para a reorganização do SUS, na qual realiza a junção entre o
aprendizado e a promoção da saúde coletiva. Por isso, as possibilidades de mudanças pelas ações
podem ultrapassar os modelos tradicionais de ensino.
Segundo Silva et al (2013), vêm ratificar as ideias dos autores citados nesse trabalho, em
que mostram que a EPS surgiu para o fortalecimento dos serviços de saúde oferecidos pelo SUS,
qualificando profissionais. Portanto, esse estudo se justifica na possibilidade de descobrir o
espaço de formação que a residência propõe para a qualificação de profissionais para o SUS.
Souza (2011) em seu trabalho de conclusão do curso, em que abordou a importância das
ações educativas para a prevenção do câncer de colo uterino no contexto da estratégia saúde da
família. No qual, buscou evidências na literatura sobre a assistência de enfermagem na prevenção
do câncer de colo uterino.
Nesse estudo foi observado o desconhecimento das mulheres sobre os fatores de risco
para o câncer de colo uterino, sua forma de tratamento, e principalmente na realização do exame
de prevenção, pois na maioria sentiam-se constrangidas e por isso não seguiam a periodicidade
31
estabelecida pelo MS. Em contrapartida, muitas delas sabiam da existência desse método de
prevenção, isso retrata a falta de informação adequada, recebida por elas. Para isso, é preciso a
realização de ações educativas que resultem num impacto sobre o entendimento e compreensão
das mulheres quanto à necessidade da prevenção.
Para Silva (2012), em um relato de experiência sobre as atividades educativas na área da
saúde da mulher. Nesse estudo, as participantes demonstraram grande interesse sobre a temática,
na qual foi manifestada através de interação com os palestrantes. As atividades educativas
desenvolvidas consistiam em palestras, manequins, panfletos e instrumentos da coleta do
preventivo, com isso facilitaria o entendimento das participantes.
Nesse período, as atividades educativas estavam relacionadas ao autocuidado e
direcionadas para a prevenção do câncer uterino, com isso, surgiram vários questionamentos
sobre a realização do exame por todas as mulheres, inclusive as virgens, sobre os fatores de risco
do câncer, a associação com o HPV entre outros. Foi constatado que as participantes
desconheciam essa relação do HPV com o câncer de colo do útero.
Segundo Carvalho (2009), em seu estudo sobre a utilização das práticas educativas para
melhorar a adesão das mulheres ao exame ginecológico no município de Guaiúba no Ceará,
buscou-se fortalecer o vínculo e a confiança das mulheres ao realizarem o exame preventivo do
CA de útero, assim como, desenvolver ações de educação em saúde em vários locais da
comunidade. Essas atividades foram realizadas com mulheres de 25 a 59 anos, residentes no
distrito de São Jerônimo e Dourado no Ceará.
A finalidade do estudo é que haja uma melhora na integração das mulheres com os
profissionais, assim como na adesão ao exame de prevenção, para com isso visar uma melhoria
da qualidade da assistência às pacientes
Cestari e Zago (2012) em seu estudo de fazer uma analise do impacto das questões dos
comportamentos de prevenção do câncer nas mulheres e sua relação com as ações de cuidado de
enfermagem, no qual em 2004, foram entrevistadas 9 mulheres de uma Unidade Básica de Saúde
do Paraná. E como resultado foi encontrado que quando o profissional executor do exame
ginecológico ser homem ou mulher, causa interferência na adesão ao mesmo, em que muitas
relatam o sentimento de vergonha, como visto em estudos anteriores. Algumas mulheres acham
que os enfermeiros fazem papel “mais profissional”.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, a educação permanente em saúde é uma estratégia eficaz proposta pelo Ministério
da Saúde em que envolve a qualificação dos profissionais, considerado de grande importância
para um bom atendimento da população, possibilitando o progresso nos serviços dos profissionais
envolvidos.
Os modelos de práticas educativas de enfermagem partem do modelo de educação
problematizadora de Paulo Freire que possuem grande valor para o cuidado de enfermagem,
visando à autonomia e à liberdade na participação ou não das ações do cuidado e autocuidado,
para com isso, estabelecer a promoção, prevenção, tratamento e reabilitação das pacientes
portadoras do câncer de colo do útero.
Essas estratégias de atividades educativas fazem com que os serviços, principalmente, da
atenção primária, onde prevalece a ação de prevenção de doenças e promoção da saúde, vêm
somar com a assistência prestada de uma forma dinâmica, não excluindo o lado científico dos
temas trabalhados. É quando os profissionais da saúde executam-nas com seriedade e dinamismo,
quebrando barreiras e mitos que acompanham as gerações, com isso, acaba estabelecendo um
vínculo de confiança e maior adesão aos serviços ofertados.
Ao longo do curso DCNT foi podido perceber a grande importância que os enfermeiros
possuem em fazer parte de uma equipe multidisciplinar e de trabalhar com a
interdisciplinaridade, pois, essas participações só trazem benefícios aos pacientes, nos quais
devem ser tratados de modo independente, para estabelecer a qualidade de vida dos mesmos,
visto que o câncer interfere nas atividades diárias, no autocuidado, na motivação e na manutenção
do bem-estar. Com isso, com as experiências abordadas pelos autores, como palestras, oficinas,
dinâmicas de interação com a comunidade, engrandece a prática de enfermagem e proporciona
vínculos com o paciente oncológico.
34
6. REFERÊNCIAS
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