You are on page 1of 43

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ALINE ANNE OLIVEIRA DA SILVA

EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ENFERMAGEM: UMA ESTRATÉGIA NA


PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014
i

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ALINE ANNE OLIVEIRA DA SILVA

EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ENFERMAGEM: UMA ESTRATÉGIA NA


PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização


em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças
Crônicas Não Transmissíveis do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito parcial para a obtenção do
título de Especialista.

Profa. Orientadora: Ana Rosete Maia

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

FOLHA DE APROVAÇÃO
ii

O trabalho intitulado EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ENFERMAGEM: UMA


ESTRATÉGIA NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO de autoria do
aluno ALINE ANNE OLIVEIRA DA SILVA foi examinado e avaliado pela banca avaliadora,
sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em
Enfermagem – Área Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

_____________________________________
Profa. Dra. Ana Rosete Maia
Orientadora da Monografia

_____________________________________
Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes
Coordenadora do Curso

_____________________________________
Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos
Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
iii

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que serão beneficiados com o seu conteúdo.

AGRADECIMENTOS
iv

Agradeço, inicialmente a Deus, por me dá forças no momento em que queria desistir. E


posteriormente, à minha orientadora Ana Rosete Maia que segurou na minha mão e me deu
forças para não desistir, mesmo distante.
Ao Cetam, por disponibilizar espaço para nossos encontros e à Universidade Federal de Santa
Catarina pela oportunidade de nos conceder esse curso de qualidade.

SUMÁRIO
v

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................9

Objetivos.....................................................................................................................................11

Geral........................................................................................................................................11

Específico................................................................................................................................11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................................12

2.1. Educação Permanente em Saúde (EPS)...............................................................................12

2.1.1. Educação Permanente na Enfermagem.........................................................................13

2.2. Modelos de Práticas Educativas em Enfermagem...............................................................14

2.3. Panorama Mundial, Nacional e Local do Câncer de Colo do Útero....................................15

2.3.1. A Doença.......................................................................................................................16

2.3.2. Prevenção......................................................................................................................17

2.3.3. Tratamento....................................................................................................................18

2.3.4. Promoção da Saúde.......................................................................................................19

2.4. Políticas Públicas de Atenção à Saúde da Mulher na Prevenção e no Tratamento do Câncer


de Colo de Útero na Atuação de Enfermagem...........................................................................19

2.5. Experiências de Práticas Educativas de Prevenção, Tratamento e Promoção da Saúde no


Câncer de Colo do Útero............................................................................................................20

3. MÉTODO...................................................................................................................................23

3.1. Tipo de Estudo.....................................................................................................................23

3.2. Descritores...........................................................................................................................23

3.3. Levantamento de Dados.......................................................................................................23


vi

3.4. Critérios de Inclusão............................................................................................................24

3.5. Análise e Discussão dos Resultados....................................................................................24

3.6. Considerações Éticas...........................................................................................................24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................25

4.1. Conceituação de Educação Permanente em Saúde..............................................................27

4.2. Práticas Educativas na Prevenção do Câncer de Colo do Útero..........................................30

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................33

6. REFERÊNCIAS.........................................................................................................................34
vii

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Nomenclaturas citopatológica e histopatológica utilizadas desde o início da


realização do exame citopatológico para o diagnóstico das lesões cervicais escamosas e
suas equivalências....................................................................................................... 17

Quadro 2. Distribuição do conteúdo dos artigos para Conceito de Educação Permanente


em Saúde...................................................................................................................... 25

Quadro 3. Distribuição do conteúdo dos artigos para Conceito de Práticas Educativas em


Enfermagem.................................................................................................................. 25
viii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Relação dos resumos avaliados do período de 2009 a 2014.............................. 26


viii

RESUMO
A educação é uma atividade humana necessária à existência e ao funcionamento de toda a
sociedade, para isso, é preciso de cuidados para a formação dos indivíduos. A partir dessa
concepção, o MS implementou a Educação Permanente em Saúde (EPS) com a finalidade de
qualificar a formação do profissional, para haver um fortalecimento do SUS. Na enfermagem, as
realizações de práticas educativas são de grande relevância no cuidado, pois quando o plano é
bem elaborado, há a qualidade dos serviços oferecidos à população, com maior independência e
redução dos custos na saúde. Portanto, o objetivo do estudo é realizar revisão de literatura
narrativa sobre os temas educação permanente em saúde e as práticas de enfermagem
relacionadas à prevenção do câncer de colo do útero. Trata-se de uma revisão narrativa
(levantamento bibliográfico de dados), nas bases de dados como BVS, Scielo. Biblioteca Virtual
de Saúde Enfermagem e Google acadêmico, todos em português de 2009 a 2014. A partir dessa
busca, encontrou-se 70 artigos, dos quais 17 foram utilizados no estudo, por estarem equivalentes
aos critérios de inclusão, 11 para EPS e 6 para práticas educativas em enfermagem. Dessa forma,
essas ações desenvolvidas pela enfermagem, estabelece aos serviços uma melhor assistência às
atividades do cotidiano de forma mais dinâmica.

Palavas-chave: Educação Permanente, Práticas Educativas, Enfermagem na prevenção e Câncer


de colo do útero.
9

1. INTRODUÇÃO

A educação permanente em saúde, segundo o Ministério da Saúde (2001), é caracterizada


como uma ação estratégica com o intuito de transformar e qualificar a atenção à saúde, às práticas
de saúde e pedagógicas, além de incentivar a organização das ações e dos serviços.
Para Sarreta (2009), a contribuição dessa temática está relacionada à formação pessoal,
profissional, com isso, melhorar o desempenho do trabalho nos serviços de saúde. E Davini
(1995) e Ricaldoni e Sena, (2006), acrescentam, que a união do aprendizado influencia na
organização do trabalho, exigindo desenvolturas para a progressão no ambiente de trabalho.
Para a equipe de enfermagem, a prática requer um cuidado técnico-científico e coloca o
profissional para atuar no processo educativo. Pois, a formação dos profissionais de saúde,
principalmente da enfermagem, mostram que a educação permanente tem condição para seu
exercício pleno e qualificado, atuando nas reais necessidades de saúde (JESUS et al 2011).
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) se tornaram a principal prioridade na
área da saúde no Brasil, pois 72% das mortes ocorridas em 2007 foram atribuídas a elas, em
2008, foram de 63,0% óbitos. Portanto, o Ministério da Saúde criou o Plano de Ações
Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT, para que em 2022, haja uma redução das mortes
prematuras em 2% ao ano. No Entanto, nas últimas décadas, o câncer vem ganhando espaço,
evidenciando o problema de Saúde Pública, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares
(BANKOFF E ZAMAI, 2013).
O câncer de colo do útero, conhecido por câncer cervical, é caracterizado por possuir
progressão lenta, demorando muitos anos para se desenvolver. A principal alteração está na
infecção pelo papilomavírus humano, (HPV), sua descoberta, se dá facilmente pela realização do
exame preventivo (Papanicolau) (INCA, 2014).
Essa neoplasia é considerada um problema de Saúde Pública mundial, pois a cada ano
novos casos surgem, e chega a aproximadamente 530 mil mulheres, com isso contribui para a
morte de 275 mil mulheres a cada ano (OMS, 2008).
No Brasil, esse índice ganha relevância por seu perfil epidemiológico, pois vem sendo
caracterizado como o segundo mais incidente na população feminina brasileira e o terceiro entre
os mais acometidos por elas. Devido aos problemas, esse tema ganhou destaque em todas as
esferas de governo, tanto regional, quanto nacional e principalmente, internacional (OMS, 2008).
10

Na região norte, destaca-se como o primeiro mais incidente , sendo 24 casos a cada 100
mil mulheres. Sendo que em 2014, estima-se que 15.590 novos casos sejam notificados (INCA
2011).

Justificativa

Para a cultura brasileira, assim, como em outras culturas, a palavra câncer é considerada
um tabu, com isso, as superstições são numerosas, até mesmo entre aqueles com nível
educacional mais elevado. Isso envolve a falta de informação da maioria das mulheres na hora de
realizarem o exame de prevenção. E devido a essas dificuldades, o país enfrenta a cada ano um
aumento do número de casos entre a população feminina, com aproximadamente, 10 mil novos
casos a cada ano.
De acordo com as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (2012), o Amazonas
encontra-se no primeiro lugar do ranking brasileiro em números de casos de cancer de útero.
Pois, para o restante do País a taxa de incidência a cada 100 mil habitants chega a 17,49 casos,
para o Estado esse número quase duplica o valor nacional, chegando a 35,15 casos.
No município de Manaus, esses números são ainda mais assustadores, pois alcançam a
media de 52,03 casos para cada 100 mil mulheres. Em 2011, a Fundação Centro de Controle de
Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), atendeu 226 novos casos da doença. Levando a
um percentual de mortalidade ainda elevado, pois em 2010, foram registrados 432 óbitos. No ano
seguinte, 448 óbitos e em 2012, esse número teve uma redução para 249 (INCA, 2012).
Dessa Forma, podemos constatar que as mulheres do Estado do Amazonas, assim, como
no restante do Brasil, passam por problemas de acesso às unidades de saúde, e quando
conseguem esse atendimento encontram dificuldades de se submeterem ao exame ginecológico,
seja ele por vergonha de expor sua genitália ao profissional de saúde, ou por falta de
conhecimento.
E com base nesse histórico entende-se a importância da realização da educação em saúde
por parte da equipe de enfermagem, para a detecção precoce do câncer de colo do útero, pois se
tornam fatores de bom prognóstico, quando são diagnosticados precocemente.
Dessa forma, acredita-se que para a enfermagem realizar uma intervenção com qualidade,
há a necessidade de se conhecer as experiências relatadas sobre educação permanente e de
11

práticas educativas com o intuito de mobilizar para prevenir o câncer de colo do útero. Para tanto,
deve-se buscar o aprofundamento teórico na literatura científica para o conhecimento atual sobre
a temática e as formas de intervenções de práticas educativas que demonstraram ser efetivas na
prática.
Logo, partimos da seguinte pergunta:
 Quais são as práticas educativas de enfermagem que promovem a prevenção do Câncer de
colo do útero presentes na literatura e nas bases de dados de saúde?

Objetivos

Geral

Realizar revisão de literatura narrativa sobre os temas educação permanente em saúde e as


práticas de enfermagem relacionadas à prevenção do câncer de colo do útero.

Específico

 Buscar na literatura e nas bases de dados, estudos que conceituem educação permanente
em saúde.

 Detectar na literatura e nas bases de dados estudos sobre experiências educativas de


enfermagem na prevenção do câncer de colo do útero.

 Sistematizar e analisar as experiências de práticas educativas de enfermagem na


prevenção do câncer de colo do útero.
12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Educação Permanente em Saúde (EPS)

A educação é um acontecimento social, e universal considerada uma ferramenta para


mudar e transformar uma sociedade, na qual repercute em diferentes campos do saber, portanto,
esta precisa zelar pela formação de seus indivíduos, dando auxílio no desenvolvimento de suas
capacidades físicas e espirituais no intuito de prepará-los para a participação ativa e
transformadora da vida social (RICALDONI E SENA, 2006; PASCHOAL et al, 2007; MORIN,
2002).
No cenário da educação e da saúde, a acumulação do saber, tem influenciado a
organização do trabalho, que exige dos profissionais habilidades dinâmica (DAVINI, 1995;
HADDAD et al, 1994). Com isso, é compreendido que a educação se caracteriza como uma
estratégia para que o profissional tenha maior capacitação e possibilidade de evoluir no seu
ambiente de trabalho (RICALDONI E SENA, 2006).
A educação permanente é um processo contínuo de ações de trabalho-aprendizagem, e
surge como uma exigência na formação do sujeito, direcionando ao auto-aprimoramento, e
direcionado à busca da competência pessoal, profissional e social (PASCHOAL, 2004).
A proposta da EPS é atuar sobre as práticas profissionais com a finalidade de “formar
para transformar” (BAHIA, 2014), caracteriza-se como uma proposta político-pedagógica que
coloca o cotidiano do trabalho em constante análise, levando a uma orientação para a melhoria da
qualidade da atenção à saúde, ou seja, são as necessidades de conhecimentos e a organização de
demandas educativas que são produzidas a partir do processo de trabalho, dando um
direcionamento à capacitação desse profissional (RICALDONI E SENA, 2006; HADDAD et al,
1994; BAHIA, 2014; MOTTA E RIBEIRO, 2002; MANCIA et al, 2004).
Outro aspecto a ser considerado é a Educação Continuada, que é caracterizada como toda
ação desenvolvida após a profissionalização com propósito de atualização de conhecimento e
aquisição de novas informações, ou seja, a atualização é útil, mas não necessariamente possui o
potencial de transformar as práticas nos serviços (PASCHOAL, 2004; PASCHOAL, et al, 2007,
MOTTA E RIBEIRO, 2002; MANCIA, et al, 2004).
13

Com o surgimento da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde na década de


90, foi implantado estratégias para contribuir na qualificação das práticas de saúde, na
organização das ações dos serviços e no desenvolvimento dos trabalhadores da saúde (BATISTA
E GONÇALVES, 2011). Por ser criada pelo Ministério da Saúde (MS), a Política Nacional de
Educação Permanente (PNEP), é considerada uma estratégia que estabelece novos
direcionamentos para sua implementação. Com isso, vai valorizar o trabalho do profissional
(BRASIL, 2007; SENA et al, 2012).
Segundo o MS, a implantação dessa política sugere que os trabalhos entre os sistemas de
saúde e as instituições de ensino sejam colocados em evidências à formação e desenvolvimento
pra o SUS, pois além de possibilitar a atualização técnica dos profissionais, faz com que os
profissionais reflitam sobre seus processos de trabalho, com isso, identificando os problemas e
elaborando estratégias para a superação dos mesmos (BRASIL, 2010).
A finalidade da EPS é possibilitar a melhoria dos serviços dos profissionais da equipe de
saúde, levando-os a serem mais interessados, envolvidos, participativos e aumentando as
oportunidades de aprendizado (CECCIM E FEUERWERKER, 2004; LUZ E AGUIAR, 2010).
Com isso, a estratégia é induzir os profissionais a repensarem nas suas práticas de serviço e assim
modificá-las (RIBEIRO E MOTTA, 1996; LUZ E AGUIAR, 2010).

2.1.1. Educação Permanente na Enfermagem

A história das políticas de educação profissional no Brasil era voltada para a formação de
técnicos para atuarem em vários ramos da indústria. Essa orientação repercutiu também para a
formação de técnicos em diversas áreas da saúde, principalmente na enfermagem. Para os
profissionais de nível superior era marcado por um modelo hospitalocêntrico em que os
profissionais possuíam com carga horária excessiva, e sem consonância da teoria com a prática
entre os ciclos básico e clínico (FEUERWERKER, 2001; TAVARES, 2006).
Com isso, há a necessidade de desenvolver processos de capacitação de trabalhadores de
enfermagem, visto que o trabalho realizado pelos enfermeiros é de cunho central, com isso,
quando o profissional a possui, há uma melhoria do seu desempenho e da atenção prestada nos
serviços de saúde (TAVARES, 2006).
14

Para o profissional de enfermagem em que o cuidado está presente no seu dia a dia,
corresponde a uma interdependência baseada nas responsabilidades, no planejamento e
gerenciamento do cuidar (ALMEIDA E ROCHA, 1997; PASCHOAL et al, 2006).
Com a complexidade do trabalho de enfermagem, o compromisso do enfermeiro se
resume nas ações gerenciais, assistenciais e educativas. Essas ações que envolvem a assistência
aumentam à medida que há a compreensão da importância do seu trabalho nas ações educativa,
social, cultural e política (KIRCHOF, 2003; PASCHOAL et al, 2006).
Logo, como a prática profissional da enfermagem é demonstrada pelo cuidado requer
profunda e permanente percepção dos acontecimentos. Isto é, entender o cuidado e como ele está
inserido na enfermagem leva preocupação aos profissionais na tentativa de compreender a
abrangência da larga amplitude do mesmo (RIBEIRO E MOTA, 1996; LACERDA, 2000).
Entretanto a educação transforma a prática social de forma indireta e desenvolve no
sujeito a mudança no meio em que vive, pois a profissão de enfermagem é considerada como a
“arte de cuidar e de ensinar a cuidarem” (CARVALHO, 2004).
Com isso é de grande importância esse processo de ensino-aprendizagem, em que a
prática se relacione com a teoria, confirmando-a e não a contradizendo (DUARTE, 2001;
PASCHOAL et al, 2006).

2.2. Modelos de Práticas Educativas em Enfermagem

A educação em saúde compõe um tema que cada vez mais vem ocupando espaço nas
discussões e reflexões entre os profissionais de saúde, especialmente, os que atuam na área de
saúde pública, como o enfermeiro. Trata-se de uma interação entre educador e educando, com o
objetivo não apenas de informar, mas principalmente de trocar experiências e conhecimentos que
favoreçam a promoção de hábitos saudáveis de vida (CARVALHO, 2009).
Freire (1997) relata que o ensino é algo profundo e dinâmico no qual é indispensável à
sociedade e para que esse ensino seja autêntico, é preciso que os profissionais respeitem a
autonomia, a dignidade e a identidade da população.
Para Carvalho (2009), a utilização de práticas educativas como estratégia de promoção da
saúde e prevenção de doença, é de grande relevância para população de referência ter
15

conhecimento sobre esse assunto. Para tal, é necessário que haja palestras, oficinas, rodas de
discussões e formação de grupos de interesse dentro das comunidades.
As práticas educativas possuem relevância no cuidado de enfermagem, visto que um
plano de ensino bem elaborado, preenche as necessidades de aprendizado da população e a partir
daí proporciona maior autonomia dos mesmos, levando a uma diminuição dos custos em saúde
(MARZIALE, 2009).

2.3. Panorama Mundial, Nacional e Local do Câncer de Colo do Útero.

O câncer de colo do útero é um dos mais importantes com incidência mundial, e estima-
se aproximadamente que 500 mil mulheres sejam acometidas com essa doença por ano, além de
260 mil mortes em todo o mundo no ano de 2005, desses, 80% ocorreram nos países em
desenvolvimento. Já nos países desenvolvidos ele ocupa a sexta posição. As maiores taxas são
encontradas na América Latina, Caribe, África e no sul e sudeste da Ásia (PARKIN et al, 2005;
KAMANGAR et al, 2006; FONSECA et al, 2010).
A maior incidência desse tipo de câncer foi reportada na América Latina,
correspondendo até 25% de todos os tipos que acometem as mulheres. No Brasil, ele contribui
mais para anos de vida perdidos do que a tuberculose, condições maternas ou AIDS. (BOSSETI
et al, 2005; GUERRA et al, 2005).
O carcinoma de colo do útero constitui a neoplasia mais frequente no aparelho genital,
entre as brasileiras, ele é classificado como o segundo mais frequente, com a ocorrência de 28 mil
casos em 1999. A maioria, 2/3 delas, é diagnosticada com carcinoma invasor (NOVAES, s/d).
O número de casos de neoplasias de colo de útero no ano de 2006 foi de 19.260,
havendo uma queda de 68,78% quando comparado com o ano de 1999, com um risco estimado
de 20 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2006).
Ainda nesse mesmo ano, essa neoplasia foi priorizada no Pacto pela Saúde do Governo
Federal, passando a ingressar na agenda pública de Atenção Integral à Saúde da Mulher, da
Política Nacional de DST/AIDS e na Política Nacional de Atenção Básica, para com isso atuar
nas ações de controle do câncer (BRASIL, 1999, 2004, 2006; DIAS et al 2010).
Em 2007, ela representou a quarta causa de morte, com taxa de mortalidade mundial de
4,71/100 mil mulheres (BRASIL, 2010; DIAS et al, 2010).
16

No ano de 2010, foram estimados 18.430 casos novos com uma taxa de incidência de 19
casos por 100 mil mulheres (BRASIL, 2009; DIAS et al, 2010).
Em 2011, o Amazonas registrou cerca de 870 novos casos, entre câncer uterino e de
mama, correspondendo ao equivalente 32% de um total de 2.590 novos casos que submeteram as
mulheres (INCA, 2012).

2.3.1. A Doença

O câncer do colo do útero está relacionado à infecção persistente por subtipos


oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), especialmente o HPV-16 e o HPV-18,
responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais. Assim, a prevenção primária do câncer do
colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV. O uso de
preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração é uma forma de proteção
(BRASIL, 2011).
É caracterizado pela replicação desordenada do epitélio que reveste o órgão,
comprometendo o tecido subjacente, estroma (tecido de conexão, de sustentação, não funcional
de sustentação de uma célula, tecido ou órgão), estando associada a invadir outros órgãos
(BRASIL, 2010).
É antecedido por um longo período na fase da doença pré-invasiva conhecida como
neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e possui 3 categorias, graus I, II e III, isso vai depender da
dimensão da espessura do epitélio que apresenta células modificadas (BRASIL, 2011).
Os que apresentam as formas mais graves são NIC II e III, com maior proporção da
espessura do epitélio (SELLORS E SANKARANARAYANAB, 2003; BRASIL, 2011), a
maioria das NIC I regride em períodos entre 12 a 24 meses, ou evolui para as formas graves
(MELNIKO et al., 1998; BRASIL, 2011).
A lesão precursora que se origina do epitélio colunar, possuindo denominação de
adenocarcinoma in situ (AIS), estando associada à NIC em um a dois terços dos casos
(SELLORS & SANKARANARAYANAN, 2003; BRASIL, 2011).
Tem a característica de ser uma doença de desenvolvimento lento, podendo ter um curso
assintomático na fase inicial, ou uma evolução, tais como Brasil (2011) relata:
 Sangramento vaginal intermitente,
 Sangramento após a relação sexual,
17

 Secreção vaginal anormal,


 Dor abdominal*
 Queixas urinárias*
 Queixas intestinais*

*Ocorrendo nos casos mais avançados.

Segue abaixo as nomenclaturas citopatológicas e histopatológicas do Instituto Nacional


do Câncer (Quadro 1) (BRASIL, 2011).

Quadro 1. Nomenclaturas citopatológica e histopatológica utilizadas desde o início da realização do exame


citopatológico para o diagnóstico das lesões cervicais escamosas e suas equivalências.

Classificação Classificação Classificação Classificação


citológica de histológica da OMS histológica de citológica Brasileira
Papanicolau (1941) (1952) Richart (1967)
Classe I - - -
Classe II - - Alterações benignas
- - - Atipias de significado
indeterminado
Classe III Displasia Leve NIC I Lesão intraepitelial
escamosa de baixo
grau (LSIL)
Displasia Moderada NIC II Lesão intraepitelial
Displasia Acentuada NIC III escamosa de alto grau
(HSIL)
Classe IV Carcinoma in situ NIC III HSIL
AIS
Classe V Carcinoma invasor Carcinoma invasor Carcinoma invasor

2.3.2. Prevenção

A estratégia utilizada para o rastreamento das mulheres com câncer de colo de útero,
ainda continua sendo por meio do exame citopatológico a partir da faixa etária de 25 a 64 anos,
conforme recomenda o Ministério da Saúde, sendo estas, apreciadas por maior risco. Logo,
orienta-se que todas as mulheres, independente da faixa etária, com vida sexual ativa, realizem o
18

exame num período de 3 anos após os dois resultados anteriores (consecutivos) serem normais,
com um intervalo de 1 ano apenas (BRASIL, 2003; DIAS et al, 2010, BRASIL, 2014).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2008), com a população-alvo
estando coberta em torno de 80 a 100% pelo exame, é possível que haja redução em média de 60
a 90% do câncer invasivo na população. Para isso, em todo o Brasil, foi implantado no ano de
1999 o programa SISCOLO, que atende a portaria SAS 408/1999, que tem a finalidade de
identificar e acompanhar mulheres com algum tipo de lesão precursora e até mesmo o câncer de
colo do útero.

2.3.3. Tratamento

As opções para o tratamento, segundo INCA (2014), vão depender do estágio e grau da
doença, com isso a mulher pode passar por 3 opções e muitas vezes mais de uma delas pode ser
usada:
 Cirurgia
Podendo ser parcial (apenas na lesão) ou total (com a remoção do útero – histerectomia).
 Quimioterapia
É o uso de medicamentos através da corrente sanguínea e que atinge todo o organismo.
 Radioterapia
É um tipo de tratamento que utiliza raios de alta energia com a finalidade de matar as
células cancerosas, e pode ser externa ou interna, a chamada braquiterapia, em que o material
radioativo é inserido diretamente no colo do útero.

Para se saber a dimensão do câncer os especialistas utilizam um sistema que verifica a


extensão e disseminação do tumor, o estadiamento, no qual classifica a doença em estágios de 0 a
IV (INCA, 2014).
 Estágio 0 (zero): o tumor é “in situ”, superficial, encontrado nas células de revestimento e
não há a invasão das mesmas para os tecidos mais profundos.
 Estágio I: o tumor invadiu o colo do útero, porém não conseguiu se disseminar para
outros órgãos.
19

 Estágio II: Encontra-se mais restrito ao colo do útero, contudo se limita a região pélvica.
 Estágio III: Já pode ser encontrado na parte inferior da vagina ou na parede pélvica e pode
chegar a bloquear os canais que ligam os rins à bexiga (ureteres).
 Estágio IV: É o mais avançado de todos, em que o tumor pode atingir outros órgãos
próximos ou não.

2.3.4. Promoção da Saúde

A promoção da saúde consiste em políticas, planos e programas de saúde pública com


ações voltadas a evitar a exposição das pessoas aos fatores condicionantes e determinantes da
doença e incentiva a realização de condutas adequadas à melhoria da qualidade de vida
(RABELO, 2010).
Com essas ações, os profissionais vão atuar sobre os determinantes sociais que
estabelecem o processo saúde-doença. Sendo fundamentais para a melhoria da saúde e o controle
das doenças. Logo, quando se fala em câncer de colo do útero, o acesso à informação e a
dificuldade de acesso às unidades de saúde apresentam-se como questões primordiais (BRASIL,
2006).
Por conseguinte, o acesso da população à informação vai depender das ações dos gestores
do município e principalmente, dos serviços de saúde (BRASIL, 2006).

2.4. Políticas Públicas de Atenção à Saúde da Mulher na Prevenção e no Tratamento do


Câncer de Colo de Útero na Atuação de Enfermagem

No ano de 1984, foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, que
estabeleceu cuidados para a atenção que atua em todos os ciclos da vida da mulher e tem como
base principalmente a prevenção dos cânceres que afetam as mulheres, como o de útero e o de
mana (BRASIL, 1984).
Com o passar dos anos, o Programa de Oncologia do Instituto Nacional de Câncer/
Ministério da Saúde (Pro-Onco), que posteriormente foi transferido para o Instituto Nacional do
Câncer (INCA), no qual se transformou na coordenação de programas de controle de câncer,
20

tendo como base de trabalho a informação e a educação, envolvendo os quatro tipos de câncer
mais incidentes no Brasil, entre eles o de colo do útero, de mama (ABREU, 1997).
Em 1995, o Ministério da Saúde percebeu a necessidade de criar um programa com
âmbito nacional para o controle do câncer do colo de útero. Em 1997, o Viva Mulher veio à tona,
e teve duração de 1 ano, contemplando aos Estados de Curitiba, Brasília, Recife, Rio de Janeiro,
Belém e Sergipe, no qual atendeu 124.440 mulheres entre 35 a 49 anos que nunca haviam
realizado o preventivo, ou que estavam sem fazê-lo a mais de 3 anos, e depois foi expandido aos
27 Estados da Federação (INCA, 2005).
Como essas ações pela oferta de serviços foram ampliadas, resultaram na realização de 8
milhões de exames citopatológicos por ano. Logo, a primeira fase de intensificação ocorreu em
1998, com uma adoção de estratégias para a rede assistencial, com a implantação de um sistema
de informação e de monitoramento das ações com a função de mobilização e captação de
mulheres, conhecido como Sistema de Informação do Câncer do Colo de Útero (SISCOLO), em
que esse controle passa a compor os planos de saúde dos estados e municípios (BRASIL, 2006).
Já em 2002, a qualificação da rede de atenção básica e a ampliação de centros de
referências proporcionou uma segunda fase de intensificação. A partir dessa data, a importância
de uma detecção precoce de neoplasias foi destacada no Pacto pela Saúde, do Ministério da
Saúde, em 2006, através da inclusão de indicadores e metas a serem atingidos por todas as esferas
de governo (BRASIL, 2006).
Em 2011 foi lançado, pela atual presidente da República Dilma Roussef, um plano
nacional de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, pois a
detecção precoce é a perspectiva em que há garantia para a confirmação diagnóstica e o
tratamento de lesões que antecedem ao surgimento neoplasias. Com a finalidade de atribuir a
qualidade dos exames de citopatologia, a qualificação de profissionais de saúde, a comunicação e
a mobilização social através de campanhas e o rastreamento de mulheres entre 25 a 60 anos que
tem ou já tiveram vida sexual ativa (BRASIL, 2010 e 2011).

2.5. Experiências de Práticas Educativas de Prevenção, Tratamento e Promoção da Saúde


no Câncer de Colo do Útero.
21

Conforme Tsunechiro (2002) foi realizado a criação de um projeto intitulado “Cuidando e


Aprendendo com Gestantes”, desenvolvido por uma instituição filantrópica em que realiza
assistência a gestantes com consultas de pré-natal voltadas para a prevenção e detecção do
câncer. Com isso, verificou-se que a maior parte nunca passou por uma consulta ginecológica de
prevenção.
A finalidade desse projeto é constatar que o não conhecimento a respeito do exame de
prevenção. Esse jogo educativo conhecido como “Prevenção do Câncer do Colo do Útero”,
consiste em um jogo de cartas com mensagens afirmativas sobre saúde ginecológica, citologia
oncológica e os fatores de risco para o câncer (TSUNECHIRO, 2002).
Segundo Severino et al (s/d), em uma Campanha de Extensão da Liga de Oncologia
(LONCO) de Goiás, foi realizado uma dinâmica com questionários de perguntas e respostas,
divididos em duas etapas, em que a primeira parte é a abordagem dos participantes-alvo e
posteriormente, a entrega dos questionários para avaliar os conhecimentos prévios sobre a
temática adscrita. Com essa técnica, após as dúvidas informadas, puderam realizar a educação em
saúde individualmente às participantes. A segunda parte foi realizada palestra expositiva
referente ao tema.
Para Heringer et al (2007), em um trabalho realizado em 2004 no Programa de Saúde da
Família do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão com enfermeiros, no qual foram incluídos no
estudo 12 de 14 enfermeiros. Foi realizado uma entrevista semi-estruturada das práticas
educativas nas visitas de campo. Optou-se por essa opção devido à possibilidade ser maior
liberdade para o participante em responder essas perguntas e acrescentar o que lhe convém.
Ainda nesse mesmo estudo, observou-se que na prática dos enfermeiros a descrição dos
fatos determinava a realidade. Para eles as atividades de grupo, possibilita um ambiente de
aprendizado e proporciona vínculo entre o profissional e a comunidade, por meio das atividades
lúdicas.
Cruz e Loureiro (2008) basearam suas estratégias no “Programa Viva Mulher” na
Campanha de 2002, que consistia em reduzir a mortalidade e as repercussões que eles causam na
vida da mulher, através da prevenção, detecção e reabilitação, além de identificar na campanha as
mulheres na faixa etária priorizada. Para isso, as ações executadas envolveram a produção de
materiais de divulgação (folhetos, cartazes, textos expostos aos meios de comunicação) para a
sensibilização da mulher. Pois, a escolha de um tipo de serviço pode ser influenciada pela ação
22

do profissional, logo, ele educa e informa a comunidade. Para isso, é preciso que se utilizem
estratégias que envolvam diálogo (baseado na vivência da mulher), sensibilidade e empatia.
Ainda baseada na ideia das autoras, uma boa estratégia de ações preventivas é aquela que
envolva mulheres ainda não alcançadas nas campanhas, para isso, deveriam ficar mais próximos
da realidade dessas mulheres, envolvendo suas crenças e valores culturais, respeitando assim sua
individualidade.
Ribeiro et al (2003) propuseram em seu trabalho a criação de uma cartilha educativa sobre
o vírus o Papiloma Vírus Humano (HPV) e a sua relação com o câncer, com o intuito de informar
a população e aprimorar os conhecimentos do profissional de saúde, pois esse vírus causa lesões
na pele e mucosas.
Ainda na proposta do autor supracitado, essa cartilha foi aplicada a 200 pessoas leigas
(ambos os sexos) de 15 a 55 anos em um teste piloto. Após esse teste, eles responderam a um
questionário para a avaliação da cartilha, questionando sua importância e o seu nível de
informação. Dos participantes, 64% tinham desconhecimento sobre o assunto e da relação com o
câncer. Portanto, essa proposta atendeu as expectativas dos pesquisadores, pois o material foi
criado em uma linguagem de fácil entendimento, com ilustrações para chamar a atenção do leitor.
Com isso, os autores reforçam que é necessário que haja campanhas de conscientização da
população em geral sobre o HPV e a relação com as neoplasias.
Essas experiências de práticas educativas faz com que haja uma melhor integração dessas
mulheres aos serviços de saúde, aumenta o número de adesão na realização do exame preventivo,
além de fortalecer o vínculo entre a equipe de saúde. Logo, promovendo acompanhamento e
monitoramento do indicador desses exames na população-alvo/ano (CARVALHO, 2009).
23

3. MÉTODO

3.1. Tipo de Estudo

O modelo do estudo é uma revisão narrativa, caracterizado como um problema de


temática aberta, não partindo de uma questão específica bem definida (CORDEIRO et al, 2007).
Nesse modelo, ocorre a explicação de um problema a partir de referências teóricas, publicadas
em documentos e busca ter a informação e analisar os subsídios culturais ou científicos do
passado, existentes sobre determinado tema ou problema (SOUZA, 2011).
A partir do conceito de revisão narrativa, definiram-se as etapas do estudo, como a
questão-problema, os objetivos da pesquisa, os descritores, os critérios de inclusão e exclusão das
publicações, a definição das bases de dados, a seleção dos estudos, a extração das informações, a
formação do banco de dados, a avaliação dos estudos incluídos na revisão, a aplicação da análise
temática, a interpretação e a discussão dos resultados encontrados.

3.2. Descritores

Os selecionados para o estudo são aqueles correspondentes ao tema proposto e de acordo


com plataforma dos Descritores das Ciências da Saúde (DeCS).

3.3. Levantamento de Dados

O trabalho foi realizado através de levantamento bibliográfico dos dados, na busca de


artigos nas bases de dados de saúde como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library
(SCIELO), Biblioteca Virtual de Saúde Enfermagem e Google Acadêmico. Todos os textos
utilizados devem encontrar-se no idioma português.
Na primeira busca, foram encontrados 30 artigos e após a realização de uma leitura
cuidadosa do conteúdo foram selecionados 10 artigos com as características de conceituar a
educação permanente em saúde. Na segunda busca, formam encontrados 40 artigos 7 deles foram
24

escolhidos. Após essa análise, os resultados obtidos foram dispostos nas seguintes categorias:
Conceito de Educação Permanente em Saúde e Práticas Educativas na Prevenção do Câncer de
Colo do Útero.

3.4. Critérios de Inclusão

Envolve as buscas aos periódicos no período de 2009 a 2014 por meio dos descritores
“Educação Permanente, Práticas Educativas, Enfermagem na prevenção e Câncer de colo do
útero”, encontrados na forma de artigos, dissertações ou teses nas bases de dados citadas
anteriormente.

3.5. Análise e Discussão dos Resultados

Os dados foram dispostos em tabelas e quadros para melhor visualização e entendimento,


facilitando assim a análise dos resultados encontrados. A interpretação dos dados foi baseada
numa síntese qualitativa, onde se captou as principais ideias dos autores sobre o tema.

3.6. Considerações Éticas

Por se tratar de uma pesquisa do tipo revisão narrativa, o projeto não foi submetido ao
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), portanto, não foram utilizados dados relativos aos sujeitos
ou até mesmo descrições sobre as situações assistenciais.
25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados 70 artigos, dos quais 17 foram utilizados para o estudo, desses 11
sobre Educação Permanente em Saúde e 6 sobre Práticas Educativas de Enfermagem os outros 53
foram excluídos por não estarem condizentes aos critérios de inclusão e objetivos do estudo.

Quadro 2: Distribuição do conteúdo dos artigos para Conceito de Educação Permanente em


Saúde.
Local
Autor/ Ano
Tipo de encontrado
de Objetivo
Material (Base de
Publicação
Dados)
01 Araújo, RRM Analisar o processo de educação permanente Artigo BVS
et al (2103) dos Enfermeiros na Estratégia Saúde da
Família e sua relação com a qualidade da
assistência prestada.
02 Marandola, Identificar os equívocos mais comuns em Artigo Google
TR et al relação à definição de Educação Permanente acadêmico
(2009) em Saúde (EPS) encontrados nos resumos
apresentados no VII Congresso Nacional da
Rede UNIDA realizado em Curitiba-PR em
julho de 2006.
03 Murofuse, Realizar levantamento da situação dos Artigo Google
NT et al profissionais de saúde que atuam na rede de Acadêmico
(2009) serviços públicos dos municípios de
abrangência da 10ª RS e identificar as
atividades de formação frequentadas entre
2004 e 2006.
04 Montanha, D Analisar o levantamento de necessidades para Artigo Scielo/ BVS
e Peduzzi, M a implantação de atividades educativas de
(2010) trabalhadores de enfermagem e os resultados
esperados com a realização dessas atividades,
segundo as concepções dos trabalhadores de
enfermagem (enfermeiros assistenciais,
enfermeiros gerentes e trabalhadores de
enfermagem de nível médio).
05 Sarreta, FO Analisar essa realidade enfocando um dos Scielo/ BVS
(2009) atores do SUS, os trabalhadores da saúde,
sem desconsiderar a importância dos
usuários, gestores e formadores para a
compreensão do processo em pauta.
06 Silva, CMT Identificar os fatores que limitam a TCC/ Pós- Google
et al (2010) participação dos trabalhadores do HGPV nas Graduação acadêmico
26

atividades de Educação Permanente em


Saúde.
07 Silva, LAA et Estimular os leitores a repensar o papel da Artigo BVS
al (2010) educação permanente dos sujeitos-
trabalhadores da saúde e de enfermagem na
perspectiva do desenvolvimento individual e
coletivo por meio da práxis transformadora.
08 Jesus, MCP Identificar demandas e expectativas, fatores Artigo Scielo
et al (2011) que interferem na qualificação de
trabalhadores de enfermagem de um hospital
universitário e propor práticas de capacitação
na perspectiva da educação permanente.
09 Barth, PO e Realizar uma reflexão teórica sobre as Artigo Google
Germani, praticas desenvolvidas pelos profissionais da Acadêmico
ARM (2009) saúde e de que forma a educação permanente
juntamente com os princípios e diretrizes do
SUS estão favorecendo para a qualidade
dessas praticas, conhecimento e serviços
prestados à população.
10 Cavalcante, Analisar as evidências disponíveis na Artigo BVS
EFO et al literatura sobre a implementação da educação
(2013) permanente em enfermagem nos serviços de
saúde.
11 Silva, CT et Conhecer a percepção dos profissionais Artigo BVS
al (2013) integrantes de uma residência
multiprofissional sobre a Educação
Permanente em Saúde.

Quadro 3: Distribuição do conteúdo dos artigos para Práticas Educativas de Enfermagem


Local
Autor/ Ano
Tipo de encontrado
de Objetivo
Material (Base de
Publicação
Dados)
01 Souza, GG Realizar uma síntese da produção científica Tese/ Google
(2011) acerca do tema prevenção do câncer do colo Doutorado acadêmico
uterino, com ênfase nas ações educativas e na
assistência de enfermagem.
02 Silva, SR et Relatar práticas educativas realizadas com Artigo BVS
al (2012) mulheres, que envolveram ações de incentivo
ao autocuidado em relação à prevenção e
diagnóstico do câncer de mama e de colo de
útero.
03 Carvalho, Contribuir para melhor adesão das mulheres TCC/ Pós- Google
LS (2009) nos distritos de São Jerônimo e Dourado no Graduação Acadêmico
Município de Guaiúba-Ceará ao exame
27

preventivo do câncer de colo uterino


04 Cesarin, MR Promover educação em saúde sexual e Artigo BVS
e Picolli, conhecer o perfil da saúde sexual de
JCE (2011) mulheres de Santo Ânge- lo/RS.

05 Silva, AS et Descrever a importância do enfermeiro na Artigo BVS


al (2012) prevenção e diagnóstico precoce do HPV, por
meio de estratégias de educação em saúde,
através da realização de uma revisão de
literatura.
06 Cestari, Analisar o impacto das questões de gênero Artigo BVS
MEW e nos comportamentos de prevenção do câncer
Zago, MMF nas mulheres e sua relação com as ações de
(2012) cuidado de enfermagem. Foram entrevistadas
nove mulheres usuárias de uma Unidade de
Saúde do Paraná em 2004.

Gráfico 1. Relação dos resumos avaliados do período de 2009 a 2014.

4.1. Conceituação de Educação Permanente em Saúde

Para Araújo (2013) o conceito de educação permanente em saúde está relacionado como
uma estratégia que é voltada para a reflexão dos trabalhadores através dos problemas que
aparecem no local de trabalho. Com isso, tem o objetivo de estabelecer mudanças na realidade e
associa-las a um novo modelo de atendimento à saúde estabelecido pelo sistema.
Em contrapartida, ainda Araújo (2013), ratifica o modelo educacional alicerçado pelo
tecnicismo, com práticas institucionalizadas e pré-estabelecidas, em que os profissionais de saúde
não refletem criticamente. Entretanto, a EPS, dá oportunidades para o profissional aproximar-se
28

do conhecimento, sendo notória a importância do trabalho da enfermagem com o intuito de


fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
Marandola et al (2009) estabelece em seu estudo que a educação permanente é uma
política do Ministério da Saúde como uma estratégia para fortalecer o SUS, enfatizando as
propostas de Araújo (2013) em que visa trabalhar, transformar e qualificar as práticas de saúde.
Por isso, é considerada uma das ferramentas que buscam superar limites envolvendo a teoria e a
prática. Para o MS essa proposta possibilita tanto o desenvolvimento dos profissionais e das
instituições.
Uma das particularidades da EPS é ser formada por um quadrilátero que guiam as ações
como a atenção, o ensino, a gestão e o controle social. Com isso, leva ao profissional a refletir
sobre suas práticas de saúde (MARANDOLA et al, 2009).
Murofuse et al (2009), afirmam, assim como Marandola et al (2009), que essa proposta da
educação permanente em saúde do MS foi criada para o fortalecimento do SUS. Em seu estudo,
realizou um diagnóstico de situação com os trabalhadores em saúde e o processo de criação do
Polo Regional de EPS. Nessa perspectiva, a educação permanente mantém uma relação entre o
processo de formação e o de trabalho em saúde, com o uso de novas metodologias de
ensino/aprendizagem.
Montanha e Peduzzi (2010), na finalidade de seu estudo, analisam o levantamento das
necessidades das atividades educativas da enfermagem, juntamente com os resultados esperados
das mesmas e desde os anos 80 a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) vem
trabalhando no conceito de EPS, que envolve os processos educativos de trabalhadores a partir
das necessidades de saúde da população, do serviço e dos trabalhadores.
Essa política implementada pelo MS pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação
em Saúde em 2003, conforme os autores acima, corroboram com as ideias de Murofuse et al
(2009) e Marandola et al (2009) que só através da EPS pode melhorar os serviços de saúde que é
oferecido pelo país. Com isso, visa contribuir, transformar e qualificar a atenção à saúde.
Portanto, se faz necessário um trabalho articulado entre os sistemas de saúde e as instituições de
ensino para a formação e o desenvolvimento dos profissionais.
Sarreta (2009) conceitua EPS como uma política em desenvolvimento idealizada como
uma estratégia para a formação e o desenvolvimento dos trabalhadores, refirmando os princípios
29

do SUS com referências nas características locais e regionais, valorizando a autonomia e a


atuação dos envolvidos nos processos de produção da saúde.
Ainda para Sarreta (2009), a EPS busca explicar como a educação pode contribuir com os
problemas da comunidade e levar a outro direcionamento a compreensão da política pública de
saúde. Nesse estudo foram entrevistados alguns sujeitos trabalhadores do SUS, e foi podido
observar que há um reconhecimento na implementação da EPS para a formação e o
desenvolvimento dos profissionais, assim como, aprimorarem o processo de trabalho.
As ideias de Silva et al (2010), conceituam EPS como uma nova forma de transformar os
serviços de saúde, envolvendo todos os que participam, oferecendo recursos para que eles
consigam resolver os problemas ou amenizar as necessidades de saúde da comunidade.
Para eles, a EPS veio para melhorar o método e educar os profissionais de saúde, visando
alcançar a igualdade no cuidado, tornando-os mais qualificados. Dessa forma, concordando com
o MS em que o ato de aprender a ensinar deve ser incluído no cotidiano do trabalho, com a
finalidade de transformar as práticas profissionais.
Silva et al (2010), relata que os princípios da EPS refletem na realidade do dia a dia dos
trabalhadores, com a finalidade de transformar a realidade, fazendo uma interação da teórico-
prática. Ela estabelece questionamentos da realidade e suas metas de pactos e acordos diversos.
Ele propõe que trabalhar em equipe é mais favorável do que com trabalhadores
corporativamente organizados, baseando-se na multiciplinaridade e na interdisciplinaridade.
Ainda conforme Silva et al (2010) a EPS transcende ao aperfeiçoamento técnico, fazendo com
que os profissionais busquem sua autonomia. Dessa forma, o processo educativo é caracterizado
como um cuidado das instituições para seus trabalhadores, proporcionando aos sujeitos melhor
atendimento.
Para De Jesus et al (2011), o conceito de EPS refere-se a uma estratégia de construção do
conhecimento nas áreas sociocultural, ética e técnico-científica, na qual envolve as questões do
cotidiano do local de trabalho. Em conformidade com as ideias de Silva et al (2010) utilizam-se
as diretrizes da política de saúde com intuito de formar profissionais capacitados para a área de
saúde, com métodos que levem a autonomia.
A partir do conhecimento produzido nesse estudo, foi possível contribuir para a melhoria
e compreensão dos fatos abordados, estimulando a reflexão de mudanças nas práticas de
formação dos profissionais de saúde e de enfermagem. Ainda em conformidade com Silva et al
30

(2010) essas ações refletem na melhoria da assistência, possibilitando aos participantes novas
pesquisas na área.
Bart e Germani (2009), em uma breve reflexão bibliográfica, mostrou que na década de
20 os profissionais da saúde já possuíam a concepção de se aprimorar e se qualificar. Pois, com o
passar do tempo a educação continuada foi ganhando força, principalmente no SUS. Com isso,
entende-se por EPS como quaisquer práticas que levam a mudanças, caracterizando como um
processo de qualificação dos profissionais e aprimorando os serviços prestados aos usuários.
Para isso, a EPS estabelece aos profissionais um pensamento crítico, reflexivo e
compromissado com o cuidado. E para que isso aconteça, ela deve ser interdisciplinar e
descentralizada. Por se tratar de um processo que é compreendido como sendo uma educação
contínua, que revitaliza e estabelece uma superação pessoal e profissional.
Cavalcante (2013) em seu estudo analisou evidências na literatura sobre a implementação
da educação permanente na enfermagem e estabelece que a EPS se dar por meio das atividades
educativas com medidas para a reorganização do SUS, na qual realiza a junção entre o
aprendizado e a promoção da saúde coletiva. Por isso, as possibilidades de mudanças pelas ações
podem ultrapassar os modelos tradicionais de ensino.
Segundo Silva et al (2013), vêm ratificar as ideias dos autores citados nesse trabalho, em
que mostram que a EPS surgiu para o fortalecimento dos serviços de saúde oferecidos pelo SUS,
qualificando profissionais. Portanto, esse estudo se justifica na possibilidade de descobrir o
espaço de formação que a residência propõe para a qualificação de profissionais para o SUS.

4.2. Práticas Educativas na Prevenção do Câncer de Colo do Útero

Souza (2011) em seu trabalho de conclusão do curso, em que abordou a importância das
ações educativas para a prevenção do câncer de colo uterino no contexto da estratégia saúde da
família. No qual, buscou evidências na literatura sobre a assistência de enfermagem na prevenção
do câncer de colo uterino.
Nesse estudo foi observado o desconhecimento das mulheres sobre os fatores de risco
para o câncer de colo uterino, sua forma de tratamento, e principalmente na realização do exame
de prevenção, pois na maioria sentiam-se constrangidas e por isso não seguiam a periodicidade
31

estabelecida pelo MS. Em contrapartida, muitas delas sabiam da existência desse método de
prevenção, isso retrata a falta de informação adequada, recebida por elas. Para isso, é preciso a
realização de ações educativas que resultem num impacto sobre o entendimento e compreensão
das mulheres quanto à necessidade da prevenção.
Para Silva (2012), em um relato de experiência sobre as atividades educativas na área da
saúde da mulher. Nesse estudo, as participantes demonstraram grande interesse sobre a temática,
na qual foi manifestada através de interação com os palestrantes. As atividades educativas
desenvolvidas consistiam em palestras, manequins, panfletos e instrumentos da coleta do
preventivo, com isso facilitaria o entendimento das participantes.
Nesse período, as atividades educativas estavam relacionadas ao autocuidado e
direcionadas para a prevenção do câncer uterino, com isso, surgiram vários questionamentos
sobre a realização do exame por todas as mulheres, inclusive as virgens, sobre os fatores de risco
do câncer, a associação com o HPV entre outros. Foi constatado que as participantes
desconheciam essa relação do HPV com o câncer de colo do útero.
Segundo Carvalho (2009), em seu estudo sobre a utilização das práticas educativas para
melhorar a adesão das mulheres ao exame ginecológico no município de Guaiúba no Ceará,
buscou-se fortalecer o vínculo e a confiança das mulheres ao realizarem o exame preventivo do
CA de útero, assim como, desenvolver ações de educação em saúde em vários locais da
comunidade. Essas atividades foram realizadas com mulheres de 25 a 59 anos, residentes no
distrito de São Jerônimo e Dourado no Ceará.
A finalidade do estudo é que haja uma melhora na integração das mulheres com os
profissionais, assim como na adesão ao exame de prevenção, para com isso visar uma melhoria
da qualidade da assistência às pacientes
Cestari e Zago (2012) em seu estudo de fazer uma analise do impacto das questões dos
comportamentos de prevenção do câncer nas mulheres e sua relação com as ações de cuidado de
enfermagem, no qual em 2004, foram entrevistadas 9 mulheres de uma Unidade Básica de Saúde
do Paraná. E como resultado foi encontrado que quando o profissional executor do exame
ginecológico ser homem ou mulher, causa interferência na adesão ao mesmo, em que muitas
relatam o sentimento de vergonha, como visto em estudos anteriores. Algumas mulheres acham
que os enfermeiros fazem papel “mais profissional”.
32

Esse estudo teve curso de orientação teórico-metodológica da antropologia interpretativa,


em que a cultura não é uma unidade de valores, crenças e normas, mas uma expressão humana
em face da realidade. Pois, para os autores o comportamento preventivo de saúde é um sistema
cultural e de significados, que resulta no modo próprio de o indivíduo explicar e buscar a
resolução de seus problemas de saúde.
Já Silva et al (2012), em seu trabalho de conclusão de curso, em que se baseou na
abordagem reflexiva sobre a importância das estratégias de educação em saúde por enfermeiros
com o intuito de prevenir e diagnosticar precocemente o HPV. Foi podido mostrar o papel do
enfermeiro nas ações de promoção e prevenção por HPV, através de leituras e pesquisa de artigos
sobre o assunto no período de 2006 a 2012.
Em consonância, Cesarin e Picolli (2011) realizaram um estudo com mulheres de Santo
Ângelo, Rio Grande do Sul, de caráter prático de promover educação em saúde sexual, por meio
de palestras e questionário estruturado, em que abordaram as formas de prevenção e identificação
de possíveis sintomas da doença.
Nele participaram 140 mulheres de 15 a 60 anos participantes de “grupos de mulheres”,
na qual eram realizadas uma reflexão crítica sobre o CA de útero para as diferentes faixas etárias.
Com isso, verificou-se que, mesmo com difildades e principalmente o medo, a maioria delas
realizavam o exame de prevenção
33

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, a educação permanente em saúde é uma estratégia eficaz proposta pelo Ministério
da Saúde em que envolve a qualificação dos profissionais, considerado de grande importância
para um bom atendimento da população, possibilitando o progresso nos serviços dos profissionais
envolvidos.
Os modelos de práticas educativas de enfermagem partem do modelo de educação
problematizadora de Paulo Freire que possuem grande valor para o cuidado de enfermagem,
visando à autonomia e à liberdade na participação ou não das ações do cuidado e autocuidado,
para com isso, estabelecer a promoção, prevenção, tratamento e reabilitação das pacientes
portadoras do câncer de colo do útero.
Essas estratégias de atividades educativas fazem com que os serviços, principalmente, da
atenção primária, onde prevalece a ação de prevenção de doenças e promoção da saúde, vêm
somar com a assistência prestada de uma forma dinâmica, não excluindo o lado científico dos
temas trabalhados. É quando os profissionais da saúde executam-nas com seriedade e dinamismo,
quebrando barreiras e mitos que acompanham as gerações, com isso, acaba estabelecendo um
vínculo de confiança e maior adesão aos serviços ofertados.
Ao longo do curso DCNT foi podido perceber a grande importância que os enfermeiros
possuem em fazer parte de uma equipe multidisciplinar e de trabalhar com a
interdisciplinaridade, pois, essas participações só trazem benefícios aos pacientes, nos quais
devem ser tratados de modo independente, para estabelecer a qualidade de vida dos mesmos,
visto que o câncer interfere nas atividades diárias, no autocuidado, na motivação e na manutenção
do bem-estar. Com isso, com as experiências abordadas pelos autores, como palestras, oficinas,
dinâmicas de interação com a comunidade, engrandece a prática de enfermagem e proporciona
vínculos com o paciente oncológico.
34

6. REFERÊNCIAS

ABREU, E. de. Pró-Onco 10 anos. Rev. Bras. de Cancerologia. Vol. 43. N. 4. Out-Dez. 1997.

ALMEIDA, M.C.P.; ROCHA, S.M.M. O trabalho de enfermagem. Cortez. São Paulo. 1997.

ARAÚJO,R.R M.de. et al. Educação Permanente em enfermagem na estratégia saúde da família.


Journal of Research Fundamental Gare On line. 2013.

BAHIA. SESAB. Secretaria de Saúde da Bahia. Educação Permanente em Saúde. Conselho


Estadual de saúde. 2014.

BANKOFF, A.D.P.; ZAMAI, C.A. Doenças crônicas não transmissíveis. In: BANKOFF,
A.D.P.; JURADO, S.R.; SOUSA, M.A.B. de. Saúde e meio ambiente. UFMS. 2013.

BARTH, P.O.; GERMANI, A.R.M. A educação permanente em saúde: uma breve reflexão
bibliográfica. Revista de Enfermagem Frederico Westphalen. Vol. 4 e 5. N.4 e 5. Pág. 107-
118. 2008-2009.

BATISTA, K.B.C.; GONÇALVES, O.S.J. Formação dos Profissionais de Saúde para o SUS:
significado e cuidado. Saúde Soc. São Paulo. Vol.20. N.4, p.884-899. 2011.

BOSETTI, C. et al. Trends in cancer mortality in the Americas, 1970-2000. Ann. Oncol. Vol. 16.
N. 3. Pág. 489-511. 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: incidência do


câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2009.

_______. Ministério da Saúde. Assistência Integral à saúde da mulher: bases de ação


programática. Brasília. Ministério da Saúde. Pág. 27. 1984.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação Nacional de DST e


AIDS. Política Nacional de DST/AIDS: Princípios, Diretrizes e Estratégias. Brasília: Ministério
da Saúde. 1999.
35

_______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Normas e recomendações do INCA:


prevenção do colo do útero. Revista brasileira de cancerologia. Vol. 49. N. 4. Pág. 205. 2003.

_______. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde, Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção integral à saúde mulher: princípios e
diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde. 2004.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à


Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 60p. 2006.

_______. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.996/GM, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as


diretrizes para a implementação da política nacional de educação permanente em saúde e dá
outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Ministério da Saúde.
Ago. 2007.

_______. Ministério da Saúde. Ações de Enfermagem para o Controle do Câncer. Uma Proposta
de Integração Ensino-serviço. Manual de Ações de Enfermagem para Controle do Câncer. 3ª ed.
DF. Ministério da Saúde. 2008. Página inicial: 184 e página final: 185. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acoes_enfermagem_controle_cancer.pdf > Acesso
em: 01 de jan de 2014.

_______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativas 2010: incidência do


câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA. 2009.

CARVALHO, V. Cuidando, pesquisando e ensinando: acerca de significados e implicações para


a prática da enfermagem. Rev. Latino-am de Enferm. Vol. 12. N. 5. Pág: 806-15. 2004.

CARVALHO, L.S. Utilização de práticas educativas para a melhoria da adesão de mulheres


ao exame ginecológico no município de Guaiúba-CE. 2009. 20f. Especialização (TCC).
Especialização em práticas clínicas em saúde da família. Escola de Saúde Pública do Ceará.
Fortaleza. 2009.

CARVALHO, P.M.G de. Práticas educativas em saúde: ações dos enfermeiros na estratégia
saúde da família. Ministério da Educação. Universidade Federal do Piauí. Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação. Programa de Pós-Graduação. Mestrado (Dissertação). 2009

CAVALCANTE, E.F.de et al. Prática da educação permanente pela enfermagem nos serviços de
saúde. Rev enferm UFPE. Recife. Vol. 7. N. 2. Pág. 598-607. Fev. 2013.
36

CASARIN, M.R.; PICCOLI, J.da C.E. Educação em Saúde para Prevenção do Câncer de Colo do
Útero em Mulheres do Município de Santo Ângelo/RS. Ciência & Saúde Coletiva. Vol, 16. N.
9. Pág. 3925-32. 2011.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde:


ensino, gestão, atenção e controle social. Physis, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 41-65, 2004.

CESTARI, M.E.W.; ZAGO, M.M.F. A prevenção do câncer e a promoção da saúde: um desafio


para o Século XXI. Rev Bras Enferm. Vol.58. N. 2. Pág. 218-21. Mar-Abr. 2005.

CORDEIRO, A.M. et al. Grupo de Estudo de Revisão Sistemática do Rio de Janeiro (GERS-
Rio). Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Rev. Col. Bras. Cir. Vol. 34 - Nº 6, Nov. /
Dez. 2007.

CRUZ, L.M.B. da.; LOUREIRO, R.P. A Comunicação na Abordagem Preventiva do Câncer do


Colo do Útero: importância das influências histórico-culturais e da sexualidade feminina na
adesão às campanhas. Saúde Soc. São Paulo. Vol.17. N.2. Pág.120-131. 2008.

DAVINI, M.C. Educación permanente em salud. Washington: Organização Panmericana de La


Salud; 1995.

DIAS, M.B.K.; TOMAZELLI, J.G.; ASSIS, M.de. Rastreamento do câncer de colo do útero no
Brasil: análise de dados do Siscolo no período de 2002 a 2006. Epidemiol. Serv. Saúde. Brasília.
Vol. 19. N.3. Pág. 293-306; Jul-Set. 2010.

DUARTE, M.J.R.S. O compromisso social e o espaço profissional do enfermeiro. In:


SANTOS, I. Enfermagem fundamental, realidade, questões, soluções. Atheneu. Pág. 111-22.
2001.

FEUERWERKER, L. Estratégias para a mudança da formação dos profissionais de saúde.


Cadernos CE. Vol. 2. N. 4. Pág. 11-23. Dez. 2001.

FONSECA, A.J. da. et al. Epidemiologia e impacto económico do câncer de colo de útero no
Estado de Roraima: a perspectiva do SUS. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. Vol. 32. N. 8. Pág. 186-
92. 2010.
37

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:


Paz e Terra, 1997. 165 p.

GUERRA, M.R.; GALLO, C.V.M.; MENDONÇA, G.A.S. Risco de câncer no Brasil: tendências
e estudos epidemiológicos mais recentes. Rev. Bras. Cancerol. Vol. 51. N. 3. Pág. 227-34. 2005.

HADDAD, Q.J.; ROSCHKE, M.A.C.; DAVINI, M.C. Educacion Permanente de Personal de


Salud. Washington: Organização Panmericana de La Salud. 1994.

HERINGER, A; FERREIRA, V.A.; ACIOLI, S. BARROS, A.L.S. Práticas educativas


desenvolvidas por enfermeiros do Programa Saúde da Família no Rio de Janeiro. Rev. Gaúcha
Enferm. Porto Alegre – RS. Vol. 28. N. 4. Pág. 542-8. Dez. 2007.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Portaria 2439. Política Nacional de Atenção


Oncológica. Brasil. INCA. 2005.

___________________. Brasil. Estimativa 2012. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro:


INCA. 2011.

___________________. Brasil. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura Brasileira


para Laudos Cervicais e Condutas Preconizadas - Recomendações para profissionais de saúde.
Revista Brasileira de Cancerologia. Vol. 52. N. 3. Pág. 213-236. 2006.

___________________. José Alencar Gomes da Silva. Brasil. Plano de ação para redução da
incidência e mortalidade por câncer do colo do útero: sumário executivo/ Instituto Nacional de
Câncer. Rio de Janeiro. INCA. 2010.

___________________. José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância.


Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro. INCA. 2014.

_________________. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2012. Incidência de Câncer no


Brasil. Rio de Janeiro, RJ. INCA. 2012. Disponível em:
<http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/index.asp?ID=5>. Acesso em 12 de Mai de 2012.

JESUS, M.C.P de, et al. Educação permanente em enfermagem em um hospital universitário.


Rev. esc. enferm. USP. Vol. 45. N. 5. São Paulo. Out. 2011.
38

KAMANGAR, F.; DORES, G.M.; ANDERSON, W.F. Patterns of cáncer incidence, mortality,
and prevalence across five continents: defining priorities to reduce cáncer disparities in different
geografic regions of the world. J. Clin. Oncol. Vol. 24. N. 14. Pág. 2137-50. 2006.
KIRCHHOF, A.L.C. O trabalho da enfermagem: análise e perspectivas. Rev. Bras. de Enferm.
Vol. 56. N. 6. Pág: 669-73. 2003.

LACERDA, M.R. Tornando-se profissional no contexto domiciliar: vivência de cuidado da


enfermeira. 222f. Doutorado (Tese). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
2000.

LEITE, M.T.S., et al. Perspectivas de educação Permanente em Saúde no Norte de Minas Gerais.
Rev. Min. Enferm. (REME). Vol. 16. N. 4. Pág. 594-600. Out-Dez. 2012.

LUZ, F.M. da. Educação Permanente em Saúde (EPS): Uma estratégia que possibilita
transformações no processo de trabalho. Universidade Federal de Minas Gerais. Pós-
Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família. Especialista (TCC). Varginha-MG. 2010.

MANCIA, J.R; CABRAL, L.C, KOERICH, M.S. Educação permanente no contexto da


Enfermagem e na Saúde. Rev. Bras. Enferm. Vol. 57. N. 5. Pág. 605-10. Brasília. Set- Out.
2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n5/a18v57n5.pdf. Acesso em:
28/02/2014.

MANDAROLA, T.da R. et al. Educação Permanente em saúde: Conhecer para compreender.


Revista Espaço para a Saúde, Londrina. Vol. 10. N. 2. Pág. 53-60. Jun. 2009.

MARZIALE, M.H.P. As práticas educativas e o cuidado de enfermagem. Rev. Latino-Am.


Enfermagem. Vol.9. N.1. Pág. 1-5. 2001.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do programa


de saúde da família. Brasília – DF. Ministério da Saúde. 2001.

MONTANHA, D.; PEDUZZI, M. Educação permanente em enfermagem: levantamento de


necessidades e resultados esperados segundo a concepção dos trabalhadores. Rev Esc Enferm
USP. Vol. 44. N. 3. Pág. 597-604. 2010.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez/UNESCO;


2002.
39

MOTTA, J.I.J. et al. Educação Permanente em Saúde. Rede Unida. Olho Mágico: Londrina –
PR. Vol. 9. N. 1. Pág 67-78. Abr-Jun. 2002.
MUROFUSE, N.T.; et al. Diagnóstico da situação dos trabalhadores em saúde e o processo de
formação no Polo Regional de educação permanente em saúde. Rev Latino-am Enfermagem.
Vol. 17. N.3. Maio-Junho. 2009.

NOVAES, P.E.R.S. Câncer de Colo Uterino. Epidemiologia, etiopatogenia, diagnóstico e


estadiamento clínico. s/d. s/l. s/e.

PARKIN, D.M. et al. Cancer incidence in five continents. Lyon: IARC Press. 2005.

PASCHOAL, A.S. O discurso do enfermeiro sobre educação permanente no grupo focal.


Dissertação [Mestrado]. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. 2004.

PASCHOAL, A.S; MANTOVANI, M.F; MÉIER, M.J. Percepção da educação permanente,


continuada e em serviço para enfermeiros de um hospital de ensino. Rev. Esc. Enferm. USP.
Vol. 41. N. 3. Pág. 478-84. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v41n3/19.pdf.
Acesso em: 27/02/2014.

PASCHOAL, A.S.; MANTOVANI, M.F.; LACERDA, M.R. A educação permanente em


enfermagem: subsídios para a prática profissional. Rev. Gaúcha Enferm. Vol. 27. N.3. Pág.
336-43. Set. Porto Alegre – RS. 2006.

RABELLO, L.S. Promoção da Saúde, a construção de um conceito em perspectiva comparada.


Rio de Janeiro. FIOCRUZ. 2010.

RIBEIRO, E.C.O.; MOTTA, J.I.J. Educação permanente como estratégia na reorganização dos
serviços de saúde. Divulgação em saúde para Debate. N. 12. Pág 1-12. 1996.

RIBEIRO, A.S.B.B.; REIS, A.A.S.; CRUZ, A.D. da. Proposta de uma cartilha educativa sobre o
vírus HPV e sua relação com o câncer. Resumo do 4ª congresso brasileiro de genética. 2003.

RICALDONI, C.A.C.; SENA, R.R de. Educação Permanente: Uma ferramenta para pensar e agir
no trabalho de enfermagem. Rev. Latino-am. Enfermagem. Vol. 14. N. 6. Nov-Dez. 2006.

SARRETA, F.O. Educação Permanente em saúde para os trabalhadores do SUS. São Paulo.
Cultura Acadêmica. 2009.
40

SELLORS, J.W. SANKARANARAYANAN, R. Colposcopy and treatment of cervical


intraepithelial neoplasia: a beginners’ manual. World Health Organization - International
Agency for Research on Cancer (IARC). World Health Organization Regional Office for Africa
(AFRO). Program for Appropriate Technology in Health (PATH) International Union Against
Cancer (UICC). 2003.

SEVERINO, A.C.V. et al. Campanha de Prevenção de Câncer de Colo do Útero da Liga de


Oncologia: Relato de Experiência e Análise do Conhecimento prévio da população atendida
em uma cidade do interior do Estado de Goiás. s/d. s/l. s/e.

SILVA, C.M.T.da.; VASCONCELOS, G.B.; MATOS FILHO, S.A. Educação Permanente em


Saúde: Fatores que limitam a participação dos trabalhadores. Trabalho de Conclusão de
Curso. Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração da Universidade
Federal da Bahia. Salvador. Pós-Graduação (TCC). 2010.

SILVA, L.A.A. et al. Educação per manente em saúde e no trabalho de enfermagem: perspectiva
de uma práxis transformadora. Rev Gaúcha Enferm. Porto Alegre – RS. Vol. 31. N. 3. Pág. 557-
61. Set. 2010.

SILVA, S.R.da. et al. Atividades Educativas na área da saúde da mulher: um relato de


experiência. Revista de enfermagem e atenção à saúde (REAS). 2012.

SILVA, A.de S.; SOUZA, C.A.de; SILVA, K.R.da. Papilomavírus Humano: Reflexões sobre a
importância das estratégias de educação em saúde realizadas pelo enfermeiro. Centro
Universitário Metodista Izabela Hendrix. Bacharel em Enfermagem (TCC). Belo Horizonte-MG.
Vol. 02. N.04. Dez. 2012.

SILVA, C.T.da et al. Educação permanente em saúde: percepção de profissionais de uma


residência multidisciplinar. Rev Enferm UFSM. Vol. 3. Esp. Pág. 627-635. 2013.

SOUZA, G.G. A importância de ações educativas para a prevenção do câncer de colo


uterino no contexto da Estratégia Saúde da Família. Universidade Federal de Minas Gerais –
UFMG. Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família. Especialização
(TCC). Teófilo Otoni – MG. 2011.

TAVARES, C.M. de M. A educação permanente da equipe de enfermagem para o cuidado nos


serviços de saúde mental. Texto Contexto Enferm. Florianópolis. Vol. 15. N. 2. Pág. 287-95.
Abr-Jun. 2006.
41

TSUNECHIRO, M.A. et al. O jogo educativo como recurso para prevenção do câncer de colo do
útero. An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. Maio. 2002.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. International Agency for Resaarch on Cancer. World


Cancer Report. 2008.

You might also like