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Contabilidade básica – 1º Sem.

- JUNÇÃO
Profº: Es. Mário Rizzatto Filho - 1º Sem. 2.023 - Apostila nº 05

BALANÇO PATRIMONIAL – Uma Introdução


➢ IDENTIFICAÇÃO

O Balanço Patrimonial é o mais importante relatório gerado pela contabilidade.


Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano
ou em qualquer data prefixada.
O Balanço Patrimonial é dividido em duas colunas: a do lado esquerdo é
denominado Ativo, a do lado direito, Passivo. O ideal seria denominar a segunda coluna
Passivo e Patrimônio Líquido. Entretanto, a Lei das Sociedades por Ações apresenta
apenas o termo passivo.
Denominar a coluna da esquerda Ativo e do direito Passivo é mera convenção.
Como ressaltamos anteriormente, há países em que ocorre justamente o contrário:
coloca-se o passivo no lado esquerdo e o ativo no lado direito.
O termo Ativo pressupõe algo positivo, dinâmico, que produz, que gera riqueza.
O termo Passivo, ao contrário, dá uma ideia de negativo, dívidas, obrigações.

➢ ATIVO

É conjunto de bens e direitos controlado pela empresa. São os itens positivos do


patrimônio; trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa.
Estoque significa bens de propriedade da empresa; pertence, consequentemente, ao
ativo. Empregado, por sua vez, é um bem na empresa, porém não pode ser classificado
no ativo porque não é sua propriedade. Os escravos, antes da Abolição, eram
contabilizados como ativo em razão de pertencerem à fazenda. O gado de uma
atividade agropecuária, como parte do patrimônio da fazenda que é, deve ser
relacionado no ativo.
Uma máquina é um bem de propriedade da empresa e, portanto, faz parte do ativo. Se
a máquina, todavia, for alugada ou arrendada (leasing), deverá também ser
relacionada no ativo, pois a empresa tem benefícios, riscos e controle (leasing é um
financiamento disfarçado). É diferente quando a empresa está estabelecida num
prédio alugado: esse imóvel não deve ser considerado ativo, pois não é propriedade
da empresa (neste caso a empresa não tem riscos, não tem controle, não é uma forma
de financiamento como o leasing.
As duplicatas a receber, títulos a receber... são direitos de propriedade da empresa;
por isso, pertencem ao ativo.
De maneira geral o Ativo é registrado pelo preço de aquisição ou fabricação, ou seja,
pelo CUSTO HISTÓRICO ou VALOR ORIGINAL.
• De acordo com a Lei nº 11.638/07 devem ser classificados no Ativo Imobilizado os direitos que
tenham por objeto bens corpóreos (tangíveis) destinados à manutenção das atividades da
companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações
que transfiram a companhia os benefícios, riscos e controle desses bens (leasing).

➢ PASSIVO
Significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão
cobradas, reclamadas a partir da data de seu vencimento. É denominado também
passivo exigível, procurando-se neste caso dar mais ênfase ao aspecto
exigibilidade.
O passivo exigível é conhecido no mercado financeiro como dívidas com
terceiros, ou recursos (dinheiro) de terceiros, ou capital de terceiros. A palavra
terceiro abrange o conjunto de pessoas físicas e jurídicas com quem a empresa tem
dívidas: fornecedores (de mercadorias), funcionários (salários), governo
(impostos), bancos (empréstimos bancários), encargos sociais (FGTS, Previdência
Social, encargos financeiros (financiamentos) etc.
O passivo exigível evidencia o endividamento da empresa; seu crescimento
de forma desmedida pode levar a empresa à concordata (recuperação judicial) ou até à
falência.
➢ PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Representa o total das aplicações dos proprietários na empresa.


Toda empresa necessita de uma quantia inicial de recursos (normalmente
dinheiro) para efetuar suas primeiras aquisições, seus primeiros pagamentos etc. Os
proprietários, então, concedem suas poupanças com o objetivo de proporcionar à
empresa os meios necessários ao início do negócio. Essa quantia inicial concedida
pelos proprietários denomina-se, capital social, que poderá ser aumentado a qualquer
momento.
Em termos didáticos, a empresa, pessoa jurídica, fica devendo (obrigação) para
seus proprietários, que, por lei, não podem exigir (para não extinguir a empresa) seu
dinheiro de volta, enquanto a empresa estiver em funcionamento (continuidade). Por
isso, o patrimônio líquido é conhecido como obrigação não exigível (que não se pode
reclamar, cobrar, exigir de volta). Se os proprietários quiserem retirar-se da
sociedade, devem vender sua participação no capital para outras pessoas, sem
envolverem a empresa.
Pelo fato de os proprietários não terem direito de reclamar seu dinheiro aplicado
na empresa, enquanto esta estiver em processo de continuidade, no mundo financeiro,
o patrimônio líquido é denominado recurso próprio ou capital próprio, ou seja,
recursos que pertencem à própria empresa até sua extinção. No encerramento da
empresa os recursos seriam devolvidos aos proprietários.
Matematicamente, o patrimônio líquido é obtido através da equação
contábil: Ativo – Passivo Exigível.
PL = Ativo (bens + direitos) – Passivo Exigível (obrigações exigíveis)
➢ O TERMO “CAPITAL” EM CONTABILIDADE
De maneira geral o termo capital significa recursos. Capital próprio,
portanto, denota recursos (financeiros ou materiais) dos proprietários (sócios ou
acionistas) aplicados na empresa. Capital de terceiros, por seu lado, significa
recursos de outras pessoas (físicas ou jurídicas) aplicados na empresa.
A importância que os proprietários investem inicialmente na empresa,
contabilmente, é denominada capital ou capital nominal. O valor inicial do capital
nominal será modificado, normalmente aumentado com o passar do tempo.
Em caso de os sócios (ou acionistas) se comprometerem a investir na
empresa certa quantia, esse capital será denominado capital subscrito (assinado,
comprometido). Este compromisso surge no papel, no contrato social assinado
pelos sócios.
Ao cumprirem o contrato firmado, fornecendo dinheiro ou outros bens à
empresa, os proprietários integralizam capital (realização do capital). Capital a
integralizar é, portanto, a parte do capital comprometido (subscrito) ainda não
realizada.

➢ ORIGENS X APLICAÇÕES
Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo passivo e patrimônio
líquido. Os recursos (financeiros ou materiais) são originados dos proprietários (PL),
governo, bancos, financeiras etc. que representam origens de recursos. Através do
passivo e do patrimônio líquido, portanto, identificam-se as origens de recursos.
O ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa,
em estoque, em máquinas, em imóveis etc.
A empresa, na verdade, só pode aplicar (ativo) aquilo que tem origem (passivo e
PL). Evidentemente, havendo origem de $ 2,96 milhões, a aplicação deve ser de $ 2,96
milhões. Dessa forma, fica bastante simples entender por que o Ativo será sempre igual
ao Passivo + PL.
Se o total do Passivo + Patrimônio Líquido for $ 294.321, qual o total do ativo? O
total é $ 294.321. Por quê? Porque, havendo origem de $ 294.321, só pode aplicar a
quantia de $ 294.321, nem um centavo a mais, nem um centavo a menos.

➢ PRINCIPAL ORIGEM DE RECURSOS


Sem dúvida nenhuma, a principal origem de recurso para as empresas é o lucro
obtido no negócio.
É importante ficar bem claro que o lucro obtido pela empresa não pertence a ela,
mas a seus proprietários (sócios ou acionistas), pois são eles que correm o risco do
negócio. Se a empresa tiver prejuízo, quem perde são os proprietários e não a empresa,
que é um ente abstrato. Por isso, o investimento feito pelos proprietários também é
chamado de Capital de Risco.
O lucro é a remuneração ao capital investido na empresa pelos proprietários.
Quando se aplica em caderneta de poupança, os juros também pertencem ao
investidor, e não à sociedade de poupança. Na empresa ocorre o mesmo: todo lucro é
adicionado à conta do proprietário, ou seja, ao patrimônio líquido. Ressalte-se que
apenas o lucro retido (não distribuído em dinheiro aos proprietários) se acumula no
patrimônio líquido, aumentando, portanto, o investimento dos proprietários. Neste
caso, há o reinvestimento para a expansão do próprio negócio.
FATOS CADERNETA DE EMPRESA
POUPANÇA
O investidor aplica $ 10.000 $ 15.000
Rendimentos após um período + $ 5.000 Juros $ 7.000 Lucro empresa
Valor acumulado do investimento = $ 15.000 $ 22.000
O lucro distribuído aos proprietários (remuneração ao capital próprio) é chamado de dividendos.

➢ EXPLICAÇÃO DA EXPRESSÃO “BALANÇO PATRIMONIAL”

A palavra decorre do equilíbrio: Ativo – Passivo + PL, ou da igualdade: Aplicações = Origens.


Parte-se da ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Mas em
vez de se denominar balança (como balança comercial...) denomina-se balanço.
Juntando-se ambas as palavras, obtém-se balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade
patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em
determinada data.

Palavras-chaves

Ativo: conjunto de bens e direitos controlados pela empresa; é parte positiva do


patrimônio.
Capital: poupança aplicada nas empresas; recursos (materiais ou financeiros) investidos
pelos proprietários em suas empresas.
Capital próprio: recursos dos proprietários aplicados na empresa que não podem ser
resgatados; por isso, são considerados como se fossem da própria empresa; conhecidos também
como patrimônio líquido; não exigível.
Capital de terceiros: dívidas exigíveis; dívidas com diversas pessoas ou entidades:
governo, fornecedores, funcionários, bancos, financeiras etc.
Continuidade: princípio, regra contábil que significa o funcionamento de uma empresa ou de
algo em andamento.
Equação contábil: Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido
Falência: quebra da empresa provocada por falta de recursos para pagar suas dívidas;
liquidação da empresa. Atualmente, há uma lei para essa finalidade chamada “Lei de
Recuperação de Empresas (ou Judicial)”.
Leasing: arrendamento mercantil; aluguel de bens móveis; a sociedade de leasing concede um
bem à empresa, e essa lhe paga um aluguel mensal. Pela Lei nº 11.638/07, deverá ser
contabilizado como Ativo. A dívida do leasing será contabilizada como Passivo.
Obrigações exigíveis: obrigações reclamáveis; no momento em que a dívida vence, sua
liquidação é exigida; patrimônio exigível.
Recuperação judicial: tem o intuito de sanear a crise econômico-financeira a fim de manter
a produção e emprego, realizando assim a função social da empresa.
Risco de negócio: perigo de perder o dinheiro aplicado.

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