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UNIDADE 1 - A IDADE MÉDIA
Você está agora frente a frente com uma nova forma de entender o mundo. Uma nova realidade
explicada a partir do pensamento teológico cristão.
Como entender a união do cristianismo, que é uma religião, com a filosofia grega, que havia
rompido com o pensamento mítico e religioso e se pautava na racionalidade?
Vamos dar uma olhadinha para entender como tudo começou e terminou.
O “período medieval” abrangeu em torno de 1000 anos, ficando entre a queda do Império
Romano em 476 e a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453.
Com a invasão dos “povos bárbaros” (séc. V) a estrutura da vida social foi modificada, e temos ai
o início da Idade Média.
Muitos problemas surgiram nessa época gerando graves crises econômicas e sociais, como por
exemplo, fenômenos naturais que devastaram plantações e animais, fome, rebeliões de servos,
guerras e pestes, tudo isso anunciou o final da época medieval.
A filosofia medieval foi bastante influenciada por povos de diferentes localidades e costumes:
judeus, europeus e árabes que estavam em Roma.
O Cristianismo surge no Oriente, chega à Grécia, segue para Roma se espalhando posteriormente
para outras localidades. Paulo de Tarso é o nome mais importante na divulgação da doutrina
cristã. Observe a passagem do texto bíblico que está em Atos dos Apóstolos, capítulo 17 -
versículos 16 a 23, que relata o encontro de São Paulo com os atenienses:
A palavra patrística vem de padre tem o sentido de “pai”, pois, foram eles que formularam os
primeiros conceitos da fé e da tradição católica. Alguns Padres, após a morte dos apóstolos Paulo
e João, elaboraram alguns problemas teológicos e tentaram conciliar religião e filosofia para
solucioná-los. Nascia, assim, a filosofia Patrística que era uma forma de engrandecer o
cristianismo, passando a ideia de uma religião com fundamentos racionais. Com a filosofia
patrística temos a difusão, consolidação e constituição do pensamento cristão.
O nome mais expressivo desse movimento é o de Santo Agostinho.
MAS, QUEM FOI MESMO SANTO AGOSTINHO?
Santo Agostinho
Mas...
Uma nova corrente o neoplatonismo chamou a atenção de Agostinho. Ela defendia a idéia de que, com
algumas alterações, poderia ajudar a fé cristã a elaborar e defender-se com argumentos racionais,
criando assim a teologia.
Fonte: (GOOGLE..., 2012)
Platão dizia que a verdade, como conhecimento eterno, deve ser buscada intelectualmente no
“mundo das idéias”, pela reflexão, e a escuridão representa a nossa ignorância.
A partir das ideias de Platão, Agostinho formula a doutrina da iluminação e explica como é
possível receber de Deus as verdades eternas. Conclui que todo conhecimento verdadeiro é
resultado de uma iluminação divina, que permite ao homem chegar à verdade.
Da mesma forma como o povo preso na caverna viu a verdade quando saiu de dentro dela, a luz
divina tem o poder de iluminar nosso pensamento. Agostinho dizia que para sermos iluminados
por Deus precisamos crer nas escrituras. Porém, apenas com o trabalho da razão a fé poderá ser
demonstrada, assim como ocorre na física, as coisas para serem conhecidas devem receber luz do
sol, situação semelhante acontece com relação a Deus que é o Sol que nos ilumina. Ele é o
Bem.
E quanto ao mal, quem é o responsável?
Como o mal pode existir no mundo, já que tudo foi criado por Deus, que é pura perfeição e
bondade?
Tendo o livre-arbítrio o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo.
Agostinho tinha a intenção de provar a existência de Deus. Veja os argumentos no
vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=llxYvkmopqQ&feature=related
O que achou? Ele pode provar a existência de Deus?
www.youtube.com/watch?v=16Xtsk8ZsgU
Agostinho formulou o problema das relações entre a fé e a razão, estudados no período da
escolástica.
1 - O Que foi a Escolástica?
Entre o século IX e XV, a igreja Romana, ampliava seu poder, dominava a Europa, preparava as
cruzadas e também abria as primeiras escolas. Este período do pensamento cristão é denominado
escolástica, porque era a filosofia ensinada nas escolas da época por mestres chamados
escolásticos. Diversamente da patrística, que queria elaboração a teologia católica, o interesse da
escolástica era a elaboração da filosofia cristã.
O auge da escolástica ocorre com S. Tomaz de Aquino, no séc. XIII.
A POSSIBILIDADE DE SE DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DE DEUS
Como pensador cristão, Santo Tomás serve-se da filosofia para que possa deduzir, racionalmente,
a existência de Deus, que ele não questiona; ao contrário, mostra como se pode inferir a Sua
existência através dos cinco caminhos que a razão pode percorrer para concluir, daí, a existência
de Deus.
AS CINCO VIAS PARA SE PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS
O argumento do primeiro motor: se tudo que existe é movido por alguma coisa, podemos
dizer que há um primeiro motor, que move todas as coisas, mas não precisa de nada para ser
movido, pois seria impossível remeter-se infinitamente a uma causa motriz; esse primeiro motor
só pode ser, portanto, Deus.
A causa eficiente - se tudo aquilo que existe tem a sua causa eficiente, isto é, aquilo que lhe
proporcionou existência imediata, necessariamente haverá uma causa eficiente que, em última
instância, seja responsável por tudo aquilo que existe; essa primeira causa eficiente só pode ser,
portanto, Deus.
Ser necessário e ser contingente - tudo aquilo que existe poderia ou não existir, uma vez
existindo significa que, então, necessariamente existe algo, pois, se não existisse esse Ser
Necessário, nada mais existiria; esse Ser Necessário, portanto, só pode ser, portanto, Deus.
Os graus de perfeição - se tudo aquilo que existe tem diferentes graus de ser, ou seja, alguns
seres são mais perenes, outros mais efêmeros, uns mais perfeitos e outros mais imperfeitos,
verifica-se que há uma escala ou uma hierarquia entre esses mesmos seres; assim, deve existir
um ser que esteja no topo de tal hierarquia, com o máximo de ser, de perfeição e de perenidade;
esse ser, portanto, só pode ser Deus.
A finalidade do ser - O argumento do governador supremo das coisas: se a totalidade dos seres
obedece a um governo, ou seja, a uma ordem, é preciso, pois, que haja um ser responsável por
ele; esse ser, portanto, só pode ser Deus.
Assista ao filme Cruzada e veja como a igreja estava envolvida com as relações de
poder da época.
TÍTULO DO FILME: CRUZADA (Kingdom of Heaven, EUA, 2005)
SITE: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/cruzada/ cruzada.asp
Viram o filme? O que acharam? Perceberam que objetivo era colocar a Terra Santa (nome pelo
qual os cristãos denominavam a Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a soberania dos cristãos?
Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob
controle dos turcos muçulmanos. Você sabia que os Cavaleiros Templários foram criados pelas
Cruzadas?
Mas será mesmo possível provar racionalmente a existência de Deus? A existência de
Deus será evidente para nos como a tradição de Agostinho? Por que Tomaz se separou
de Agostinho ao demonstrar a existência de Deus?
Você saberia identificar as características Patrística e da Escolástica? Qual a principal diferença
entre elas? E, então, pronto para o debate no fórum? Vamos lá?
Patrística é à filosofia cristã criada pelos padres da igreja, consiste na elaboração doutrinal das verdades de
fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias.
Escolástico foi um método de pensamento crítico e nasceu nas escolas monásticas cristãs, de modo a
conciliar a fé cristã com um sistema de pensamento racional, ensinada por mestres chamados escolásticos.
Surgida da necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a
guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade.
UNIDADE 2 - O PENSAMENTO MODERNO
TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE MODERNA
No sec. XIV, no final do período medieval, o pensamento muda novamente e surgem outras
formas de pensar, agora se defende a separação radical entre a razão e a fé, entre Filosofia e
Teologia.
O homem e seus atributos de liberdade e razão passam a ser importantes novamente, e não
apenas o mundo divino. Nas artes, predominam os temas pagãos, afastados da temática religiosa.
Valoriza-se o corpo e a dignidade humana.
Podemos localizar a Modernidade entre 1453 (séc. XV) - data da tomada de Constantinopla, até
1789 (séc. XVIII) - no início da Revolução Francesa.
Choque de mentalidades
O conjunto de atitudes do homem moderno contrapunha-se à mentalidade medieval influenciada
pelo pensamento contemplativo e submisso às verdades da fé. O homem moderno buscava não
somente conhecer a realidade, mas exercer controle sobre ela. Ele queria descobrir as leis que
regem os fenômenos naturais. O objetivo era prever para prover.
Ameaças à nova mentalidade
A transição para a mentalidade científica moderna não foi um processo súbito, tranquilo e sem
resistências. A Igreja não aceitava as transformações e por isso castigava pensadores da época
(Tribunal da Inquisição) e organizando listas de livros proibidos (o Index). A teoria
heliocêntrica: atingia a concepção cristã de que o homem é o ser supremo da criação e a terra
perderia o privilégio de ser o centro. A natureza e o universo passariam a ser concebidos a partir
de um novo paradigma baseado tanto na observação quanto na representação matemática. Essa
mudança passou a ser vista como uma ameaça aos dogmas da Igreja.
Tribunal da Inquisição
Fonte: (GOOGLE..., 2012)
Novos valores, novas ideias propostas pela burguesia
Observe a imagem. Veja como o homem afasta a mão da mão de Deus
Michelangelo, A criação de Adão, detalhe do teto da Capela Sistina, Vaticano 1483
Fonte: (CREATION..., 2012)
Este sentimento de auto-suficiência do ser humano foi um dos fatores que provocou o surgimento
do humanismo.
MAS O QUE É HUMANISMO?
Surge na Idade Média como uma corrente filosófica que foi marcada pela transição do
pensamento religioso e oposição ao mesmo. Alimentou o interesse pela investigação da natureza,
estimulou a admiração pela razão e pela beleza, características presentes na cultura grega e
romana, o que serviu de sustentação para o surgimento do Renascimento artístico e científico dos
séculos XV e XVI.
As três mudanças mais significativas da modernidade são: a descoberta da América, o
Renascimento e a Reforma.
3. O movimento da Reforma - Iniciada no século XVI, a Reforma Protestante foi um
movimento que visou reformar a Igreja Católica Romana, e que terminou por originar as
Igrejas protestantes. O monge alemão Martinho Lutero foi o iniciador desse processo histórico
e fundador do Luteranismo.
A credibilidade da Igreja Católica estava em queda desde a Idade Média. Havia muita
preocupação do clero com luxo e bens materiais. As regras religiosas estavam sendo
desrespeitadas, principalmente no que diz respeito ao celibato. A corrupção ficou
insustentável e além tudo havia padres que nem conheciam os ritos da igreja, não sabendo
nem mesmo rezar uma missa. Essas questões foram gerando insatisfação entre a população.
Os religiosos condenavam a burguesia comercial, de obter lucro e juros, típicos do comércio
emergente em plena expansão no século XVI, mas, o papa arrecadava dinheiro para a
construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do
perdão) e de simonias (venda de cargos eclesiásticos). Havia também um comércio de objetos
sagrados realizado padres e bispos, sendo que na maior parte das vezes vendiam peças
falsas.
Em reunião com o cardeal Caetano, é solicitado a Lutero que desminta suas teses, pedido a
que ele recusou.
Martinho Lutero e o Cardeal Caetano, em 1557
Fonte: (MARTINHO..., 2012)
Para ter uma ideia mais clara desse período veja o Filme: “Lutero”.
Lembre-se: o ponto de vista sob o qual o filme foi realizado é o dos luteranos, ou seja, daqueles
que concordam com tudo que o ex-monge alemão realizou. Se tivesse sido feito sob o ponto de
vista católico teríamos, outra visão de Lutero. Mas, no filme pode-se perceber intolerância
religiosa que se instaurou depois da Reforma Protestante.
DIREÇÃO: Eric Till
DURAÇÃO: 112 min
SITE: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/lutero/ lutero.asp
UMA NOVA CONCEPÇÃO DO HOMEM E DO MUNDO
Século XVII e o surgimento da ciência moderna
A partir do século XVII a ciência passou por grandes mudanças. A partir dos estudos de Descartes
e de Locke, o racionalismo e o empirismo passaram a serem considerados os pilares da ciência
moderna.
Racionalismo e razão têm alguma relação? Opa..., tem sim! O Racionalismo é a concepção que
afirma que a razão é a única faculdade capaz de propiciar conhecimento adequado da realidade.
Descartes pode ser considerado o representante ilustre do racionalismo. Recomendava que
desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos frequentes erros do
conhecimento.
QUEM FOI DESCARTES?
Veja o vídeo que trata de Descartes, filósofo, físico e matemático francês René Descartes,
considerado o fundador da Filosofia Moderna:
http://www.youtube.com/v/gFImsC0S2S4&fs=1&source=uds&autoplay=1
Dizia que se quisermos alcançar a verdade temos que colocar tudo o que sabemos em dúvida,
procurando analisar se é possível ter certeza de alguma coisa. Ele chega à seguinte consideração:
“meus pensamentos existem e a existência desses pensamentos se confunde com a essência da
minha própria existência como ser pensante. Daí surge a frase clássica de Descartes. Penso, logo
existo”. Para ele, o termo pensamento abrange tudo o que cremos, sonhamos, afirmamos,
negamos, sentimos.
Dessa forma, a pessoa era para ele, uma substancia essencialmente pensante. Sendo, o
pensamento é algo mais concreto do que o corpo da pessoa.
Da sua Obra: - Discurso do método; podemos destacar quatro regras básicas, capazes de
conduzir espírito na busca de verdade:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo
Os teóricos do empirismo consideravam que o homem não tem em si mesmo conhecimento
algum. Locke afirma que não há nada em nossa mente que não tenha passado antes pelos nossos
sentidos. Esta doutrina representava uma ruptura radical com a filosofia e a ciência medieval,
segundo as quais o homem possuía um conhecimento inato, infundido por Deus, e que se
desenvolvia por meio da fé nos princípios revelados por Ele. Locke foi crítico da doutrina das
ideias inatas de Descartes.
Para ele todo conhecimento humano deve vir direta ou indiretamente da experiência de mundo
adquirida por meio do uso exclusivo dos sentidos.
Referente à teoria de Kant, em minha opinião a única coisa que conhecemos é que não
conhecemos tudo, acredito que ninguém conhece tudo e também nunca vai conhecer, até
podemos ter um conhecimento muito grande referente a um assunto, mas nunca poderemos
domina-lo completamente. Por isso, sempre devemos juntar o nosso conhecimento com o do
próximo, e nos auto - questionar com as próprias perguntas de Kant: O que posso saber? Como
devo agir? O que posso esperar? O que é o ser humano? Para que possamos nos aprofundar
naquele assunto, e tentar esclarecer ao máximo o que queremos.