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(Entregue) 20 de Setembro - Paper - Filosofia, Tecnologia e Sociedade
(Entregue) 20 de Setembro - Paper - Filosofia, Tecnologia e Sociedade
Introdução
Antes de tudo, para efeitos de melhor compreensão, vejo serem necessários alguns
esclarecimentos quantos aos termos utilizados pelo autor. Me valho aqui da diferenciação
apresentada por Alberto Cupani:
Para o autor, a “civilização” teve desde sua origem, o caráter de uma grande
máquina (megamachine), que dependendo do aspecto que assume pode ser
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Acadêmico do primeiro ano do curso de Filosofia da UNICENTRO.
denominada de “máquina invisível”, “máquina de trabalhar”, “máquina militar”,
“máquina burocrática”. [...]. O equipamento técnico derivado desta
megamáquina o autor denomina com o termo megatécnica, que se diferencia dos
modos de tecnologia diversificada e modesta (politécnica) a serviço das variadas
formas de tarefas humanas. (LENZI, 2013, p. 108-109)
Por fim, é resultado desse processo aquilo que Mumford denomina ‘Mito da
Máquina’, que se refere, segundo Lenzi:
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Essa virada na orientação do processo tecnológico dá-se, diz Mumford, por causa do nascimento da
civilização.
também levando em conta elementos como as influências da técnica na sociedade e no
pensamento.
Primeiramente, quanto à “eotécnica”: se estenderia dos anos 1000 até 1750 d.C.,
sendo caracterizada, principalmente, pela paulatina diminuição do uso de seres humanos
como motores, sendo substituídos pela força animal e natural (amplia-se a utilização de
cavalos, graças ao invento do arreio de peito e da ferradura, e se difunde, na Europa, o uso
de moinhos de vento). Se estabelece como um período em que o processo produtivo tendeu
para a impessoalidade. Congregam-se nesse período o desenvolvimento dos inventos
mecânicos e do método científico.
Por fim, fica clara a importância dos estudos de tal caráter, principalmente quando
se tem por objeto algo tão plural e volátil, tão sujeito a ser modificado e a modificar o seu
contexto. Ao que parece, é sob uma perspectiva histórica que certas características da
tecnologia se apresentam mais claramente, isso devido, talvez, as particularidades deste, já
mencionadas. Deve-se atentar, porém, ao que, ao meu ver, representa uma certa
dificuldade na utilização do sistema de Mumford para a compreensão do fenômeno
tecnológico como um todo: o autor descreve um processo unicamente europeu, quanto à
eotécnica, e, posteriormente, quanto à paleotécnica e a neotécnica, quase exclusivamente
restrito aos países ditos desenvolvidos. É evidente a impossibilidade de aplicar essa
caracterização em quase qualquer contexto que não pertença ao eixo norte-americano-
europeu, isso sem destorce-lo. Porém, ao meu ver o mesmo não pode se dizer, ao que
parece, d’O Mito da Máquina propriamente. Ao contrário, esse se apresenta como um
modo adequado de interpretar o fenómeno tecnológico.
REFERÊNCIAS