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Unid 2
Unid 2
Unidade II
3 Balanço patrimonial: Introdução
Uma das partes mais fundamentais das demonstrações contábeis, é por meio do balanço patrimonial
que podemos apurar (atestar) a situação patrimonial e financeira de uma entidade em certo momento.
Nessa demonstração, estão nitidamente demonstrados o ativo, o passivo e o patrimônio líquido da entidade.
Assim sendo, baseado na legislação atual, o balanço patrimonial possui a estrutura a seguir.
Quadro 9
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
3.1.1 Ativo
No ativo, encontramos as contas que representam os bens e direitos que a empresa possui, contas
estas que deverão estar dispostas em ordem decrescente de liquidez.
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Unidade II
Observação
O ativo subdivide‑se em dois grandes grupos: ativo circulante e ativo não circulante.
Ativo circulante: mostra as disponibilidades imediatas da empresa, tais como saldo em caixa ou
conta‑corrente bancária; os direitos de recebimento, como as duplicatas a receber, e os bens, como os
estoques, que sejam realizáveis no decorrer do exercício social seguinte, ou seja, no prazo de até 365
dias.
Esse grupo reunirá as contas representativas dos bens e dos direitos cujo prazo de realização ocorra
no curso do exercício social seguinte, isto é, até doze meses da data do balanço patrimonial.
As contas que normalmente se destacam nesse grupo são duplicatas a receber e estoques, pois elas
estão diretamente relacionadas ao ciclo operacional e financeiro da empresa.
Disponibilidades
São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da empresa, tais como caixa,
bancos, aplicações financeiras.
Créditos
São os direitos provenientes de vendas a prazo, tais como clientes, duplicatas a receber, contas a
receber. Neste item, também encontramos contas redutoras, como provisão para devedores duvidosos,
duplicatas descontadas.
Estoques
São compostos por contas que representam a produção, tais como matérias‑primas, a venda, como
mercadorias ou produtos acabados ou o consumo, como materiais de limpeza, materiais de expediente.
Como conta redutora que encontramos neste grupo, destacamos a provisão para ajustes a valores de
mercado dos estoques.
Esta conta representa, normalmente, um volume apreciável de recursos investidos em função das
necessidades de produção e de comercialização da empresa. Existe, pois, uma relação direta entre o
volume de recursos e o período de estocagem dos produtos, sendo este tanto maior quanto maior for o
período em que os bens permaneçam estocados.
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Contabilidade
Despesas antecipadas
São aplicações de recursos em gastos que serão apropriados no curso do período subsequente à data
do balanço.
Segundo o estabelecido pela legislação atual, é dividido em ativo realizável em longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.
São classificadas neste grupo as contas que representam bens e direitos cujos prazos de realização
situam‑se após o término do exercício social subsequente à data do balanço patrimonial. Neste
grupo, poderemos encontrar todas as contas componentes do ativo circulante, com exceção das
disponibilidades.
Investimentos
São classificadas neste grupo as participações societárias de caráter permanente, além dos bens
e direitos que não se destinem à manutenção das atividades fins da empresa, tais como imóveis para
venda, obras de arte etc.
Indicará as participações da empresa no capital de outras empresas, assim como os imóveis que
possui para venda e aplicações com incentivo fiscal.
Imobilizado
Indica as aplicações de recursos em bens destinados a dar suporte físico às atividades da empresa,
como terreno, edifícios, máquinas, móveis e veículos. Ao analisar o volume de tais investimentos
efetuados pela empresa, é importante que você conheça as características do setor em que esta
atua, pois o nível dos investimentos varia de setor para setor. Em uma empresa de setor industrial,
por exemplo, o nível de tais investimentos é normalmente superior se comparado a uma empresa de
prestação de serviço.
São classificadas neste grupo as contas representativas dos bens corpóreos destinados à manutenção
das atividades da empresa. Podem ser subdivididos em:
• Tangível: veículos, máquinas, imóveis, móveis e utensílios, tendo a conta depreciação acumulada
como redutora.
• Recursos naturais: que podem ser minerais ou florestais de exploração da empresa: pedreiras,
porto de areia, minas de carvão, tendo como conta redutora a exaustão acumulada.
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Unidade II
• Objeto de arrendamento mercantil: são bens utilizados pela empresa, mas que não são de sua
propriedade. São bens alugados de terceiros que poderão ser comprados pela empresa no prazo
final do contrato de aluguel.
Intangível
São recursos aplicados em itens imateriais, como marcas, patentes, direitos autorais, tendo como
conta redutora a amortização acumulada.
3.1.2 Passivo
No passivo, encontramos as contas que representam as obrigações da empresa para com terceiros
em geral (bancos, fornecedores, funcionários). Aqui, as contas são dispostas observando‑se o grau
decrescente de exigibilidades. Observamos que o grau de exigibilidade representa o maior ou menor
prazo em que a obrigação deve ser paga pela empresa. O passivo subdivide‑se em dois grandes grupos:
passivo circulante e passivo não circulante.
Indica as obrigações da empresa para com terceiros a serem cumpridas no decorrer do exercício
seguinte, ou seja, aquelas com prazo de vencimento de até 365 dias.
Este grupo reunirá as contas representativas das obrigações cujo prazo de vencimento aconteça no
curso do exercício social seguinte, isto é, até doze meses da data do balanço patrimonial.
Neste grupo, encontramos contas como fornecedores, duplicatas a pagar, empréstimos, impostos a
pagar, impostos a recolher, salários a pagar, dividendos a pagar, financiamentos.
São classificadas neste grupo as contas que representam obrigações cujos prazos de vencimentos
situam‑se após o término do exercício social subsequente à data do balanço patrimonial. Podemos
encontrar todas as contas do passivo circulante, vencíveis após o exercício social seguinte.
Araújo (2009) menciona que o patrimônio líquido corresponde à quantia do patrimônio que cabe
ao proprietário do negócio. Os dados do patrimônio líquido são formados pelo capital, representado
pelo conjunto de investimentos realizados pelo proprietário, pelos sócios, pelas reservas de capital e de
lucros, entre outros. Significa, na equação patrimonial, a diferença entre o ativo e o passivo. Logo, as
fontes do patrimônio líquido são os investimentos dos donos do negócio e os lucros obtidos.
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Contabilidade
Observação
Saiba mais
Capital social
Composto pela conta capital social, conta esta que representa o investimento feito pelos proprietários
na empresa e pela conta capital a integralizar, que corresponde ao capital social subscrito pelos
proprietários, mas ainda não integralizado, sendo esta última conta redutora da conta capital social.
Reservas de capital
São contas representativas de ganhos obtidos pela empresa que não transitam pelo resultado, tais
como ágio recebido na emissão de ações, alienação de partes beneficiárias, alienação de bônus de
subscrição.
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Unidade II
Reservas de lucros
Conforme legislação em vigor, serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas
pela apropriação de lucros da companhia, que pode ter essa apropriação em função da lei (reserva legal)
ou da vontade dos sócios (reservas estatutárias, reserva para contingências, reserva para expansão,
reserva de lucros a realizar).
Prejuízos acumulados
Ações em tesouraria
Surgem quando a empresa adquire suas próprias ações, objetivando reduzir o capital social. Deve‑se
destacar no balanço patrimonial como dedução da conta do patrimônio líquido que registra a origem
de recursos aplicados na sua aquisição. É uma conta redutora do patrimônio líquido.
A DRE surge em função da dinâmica das atividades desenvolvidas pelas empresas entre a data de
um balanço patrimonial e a de outro. Durante esse período, a empresa realiza diversas operações que
alteram o seu patrimônio (compras, vendas, pagamentos, recebimentos).
Essas operações praticadas pelas empresas, quer sejam operacionais ou não operacionais, alteram
para mais ou para menos o patrimônio líquido da empresa e contêm os elementos indispensáveis para
a elaboração da DRE, que são as receitas – que aumentam o patrimônio líquido – e as despesas, que
diminuem o patrimônio líquido.
3.2.1 Conceito
Lembrete
DRE
Receitas 100
Despesas (80)
= Resultado do exercício 20
A seção V da Lei nº 11.638/07, no seu único artigo, o artigo 187, que a seguir transcreveremos,
determina a estrutura da DRE (BRASIL, 1976).
Seção V
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Unidade II
= Receita líquida
= Lucro bruto
= Resultado operacional
= Resultado do exercício
Para melhor compreensão da DRE, passaremos a discorrer sobre o significado das contas que dela
participam.
Receita bruta
É o valor das vendas originadas pelo desenvolvimento das atividades previstas no estatuto ou no
contrato social da empresa. Na empresa comercial, essa receita é composta pela venda de mercadorias;
na empresa industrial, pela venda de produtos; e nas empresas prestadoras de serviços, pela venda de
prestação de serviços.
Observação
Partindo‑se da receita bruta, dela subtraímos as chamadas deduções de vendas, para chegarmos à
receita líquida. As deduções de vendas são compostas por:
• Devolução: surge quando, vamos supor, a empresa vende uma mercadoria ou um produto e o
cliente não aceita a mercadoria entregue, pois ela está em desacordo com o pedido, por exemplo,
no que diz respeito à qualidade ou à quantidade. Neste momento, o cliente pode devolver a
mercadoria no todo ou em parte, ou ficar com a mercadoria entregue em desacordo com o pedido
e negociar um abatimento.
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Unidade II
• Abatimento: surge quando o cliente, em vez de devolver a mercadoria ou o produto que está
em desacordo com o pedido, ficar com a mercadoria ou o produto e negociar uma redução
de preço.
Receita líquida
É a denominação de uma conta que demonstra o valor da receita bruta, deduzido das chamadas
“deduções de vendas”.
Constitui‑se das vendas efetuadas pela empresa depois de deduzidos os impostos, as devoluções e
os abatimentos. Permite a você avaliar o nível de atividade de uma empresa, pois o desempenho irá se
refletir diretamente nos resultados obtidos.
CMV/CPV/CSV
O custo das mercadorias vendidas (CMV), o custo dos produtos vendidos (CPV) e o custo dos serviços
prestados (CSV) correspondem ao custo das vendas e mostram o quanto custou para a empresa tudo o
que foi entregue ao cliente sob a forma de mercadoria, produto ou prestação de serviço.
Lucro bruto
O lucro bruto é obtido pela diferença entre a receita líquida e o custo das vendas. No caso de uma
empresa industrial, mostra a eficiência em suas atividades de vendas e de produção, ou de vendas e de
compras, no caso de uma empresa comercial.
São aquelas despesas incorridas para que a empresa possa vender suas mercadorias, seus produtos
ou serviços, tais como frete sobre vendas, salários e encargos sociais de vendedores, manutenção de sites
na internet, propaganda.
Receitas financeiras
Juros e correção monetária obtidos nas aplicações financeiras, juros no recebimento de duplicatas
em atraso.
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Contabilidade
Despesas financeiras
Despesas gerais/administrativas
Compreendem as despesas incorridas com, por exemplo, contabilidade, auditoria, energia elétrica,
telefone, água, segurança, assistência médica a funcionários.
Compreendem as receitas e as despesas operacionais que não se classificam nos grupos de receitas e
despesas anteriores. Por exemplo, o resultado de equivalência patrimonial, que pode ser positivo (receita)
ou negativo (despesa).
Referem‑se àquelas despesas relacionadas ao suporte, à produção dos bens e serviços e à sua
comercialização, abrangendo as despesas de vendas, despesas administrativas e os encargos financeiros.
Pode‑se acompanhar o impacto de tais despesas sobre o resultado da empresa por meio da análise
de sua evolução com relação às vendas. As despesas de vendas e administrativas estão diretamente
relacionadas ao nível de atividades da empresa, expresso por suas vendas.
Resultado operacional
São geradas, por exemplo, pela venda de itens do ativo imobilizado, pelo recebimento de indenização
de seguradoras.
São geradas pelo custo do item do ativo imobilizado vendido, pela baixa de bens sinistrados.
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Unidade II
É o ponto de partida para se chegar ao lucro que será tributado pelo Imposto de Renda.
Após a apuração do lucro tributável e a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, aplicam‑se
os percentuais cabíveis e se obtém o valor do Imposto de Renda e da contribuição social.
Corresponde ao lucro antes do Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro, deduzido da
provisão para Imposto de Renda e da provisão para contribuição social.
Mostra o resultado final alcançado pela empresa em suas atividades, o qual será distribuído aos
acionistas e/ou incorporado ao patrimônio líquido.
O lucro líquido é a meta principal a ser alcançada pela empresa em suas atividades. A sua geração
visa remunerar seus sócios pelos investimentos efetuados, além de constituir‑se em importante fonte
de recursos, com o qual a empresa poderá financiar seus ativos e cumprir as obrigações assumidas para
com terceiros.
É também uma despesa, pois representa uma participação paga aos possuidores desses títulos
negociáveis e nominativos emitidos por sociedades anônimas, que não integram o capital social.
• Resultado do exercício: pode ser lucro ou prejuízo e representa o resultado de todas as operações
que a empresa realizou em determinado período. Representa o quanto o patrimônio da empresa
cresceu, no caso de lucro, ou quanto diminuiu, no caso de prejuízo.
• Lucro por ação: representa o quociente da divisão do lucro da empresa pelo número de ações
que compõe o capital social.
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Contabilidade
Por exemplo:
Uma empresa possui um capital social de $ 5.000.000, composto por 10.000.000 de ações (ordinárias e
preferenciais), com valor nominal de $ 0,5 cada. Caso essa empresa apresente, ao final do período, um lucro
líquido de $ 50.000.000, seu lucro por ação será de $ 5 (50.000.000 ÷ 10.000.000).
4.1 Introdução
Tal qual o balanço patrimonial e a DRE, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (Doar)
é um demonstrativo contábil. O objetivo da Doar é demonstrar a variação do capital circulante líquido
de uma empresa, ocorrida entre um e outro período contábil.
O Capital Circulante Líquido (CCL) é obtido pela diferença entre o total do ativo circulante e o total
do passivo circulante, ou seja:
CCL = AC – PC
Galvão (2008, p.81) destaca que o estudo da liquidez de uma empresa concentra‑se nas contas de
curto prazo, ou seja, ativo e passivo circulante. A liquidez é definida como a capacidade de a empresa
pagar as contas de curto prazo.
O primeiro indicador para medir a liquidez é o CCL, que é a expressão primeira da mensuração da
capacidade de pagamento da empresa. Todo desenvolvimento da mensuração do risco de liquidez de
atividade empresarial tem a sua base de fundamentação no dimensionamento e análise do CCL.
O capital circulante líquido engloba tudo o que a empresa tem aplicado no curto prazo (AC)
confrontado com os compromissos a pagar (PC) nesse período. O CCL é dado por: CCL = AC‑PC.
Observação
Com a vigência da Lei 11.638/07, a elaboração da Doar passou a ser
facultativa, mas, pela sua importância gerencial, é importante conhecer
sua estrutura e sua elaboração.
Saiba mais
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Unidade II
A variação do capital circulante líquido de um período para outro pode ser obtida conforme a seguir:
Ativo X0 X1 Passivo X0 X1
Disponibilidades 100 125 Fornecedores 50 75
Estoques 10 35
Imóveis 200 200 Empréstimos LP 10 35
Patrimônio líquido
Capital 250 250
Cálculo do CCL
X0 X1
AC 110 160
PC (50) (75)
= CCL 60 85
Variação do CCL = 85 – 60 = 25
Analisando o balanço patrimonial exemplificado, podemos observar, do ano de X0 para o ano de X1,
duas operações:
Seria esta operação a causa que explicaria a variação do CCL? Não, pois provocou um aumento no
ativo circulante de 25 e outro aumento no passivo circulante de 25.
50
Contabilidade
Seria esta operação a causa que explicaria a variação do CCL? Sim, pois provocou um aumento no
ativo circulante de 25 (disponibilidade) e outro aumento no passivo não circulante, empréstimo a longo
prazo de 25.
Por esses exemplos, podemos afirmar que só alteram o CCL as operações do tipo “circulante x não
circulante”.
Operações do tipo “circulante x circulante” e “não circulante x não circulante” não afetam o CCL e,
consequentemente, não afetam a Doar.
Para a elaboração da Doar, consideraremos como “origens” de recursos qualquer aumento do CCL
e como “aplicações” de recursos qualquer diminuição do CCL. Assim sendo, com os dados do nosso
exemplo inicial, de uma forma simples, podemos elaborar a seguinte Doar:
Doar
1. Origens de recursos
Obtenção de empréstimos a LP 25
2. Aplicação de recursos 0
3. Variação do CCL 25
O lucro líquido do exercício é a principal origem do CCL. Ele, porém, para ser assim considerado,
necessita de alguns “ajustes”.
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Unidade II
DRE
Receita de vendas 40
CMV (15)
= Lucro bruto 25
Despesa depreciação (10)
Despesa aluguel (5)
= Lucro líquido 10
Ativo X1 X2 Passivo X1 X2
Disponibilidades 125 160
Estoques 35 20 Fornecedores 75 75
Imóveis 200 200
Depreciação acumulada ‑ (10) Empréstimos LP 35 35
Patrimônio líquido
Capital 250 250
Lucros acumulados ‑ 10
Total 360 370 Total 360 370
X1 X2
AC 160 180
PC (75) (75)
= CCL 85 105
Observa‑se que o CCL aumentou em 20, enquanto o lucro foi de apenas 10. Isso decorre do fato de
que a despesa de depreciação afetou o valor do lucro líquido, reduzindo‑o, mas não afetou o CCL, pois
a contrapartida dessa despesa é uma conta do “não circulante”, ou seja, depreciação acumulada.
Lembrete
Lucro líquido 10
+ Depreciação 10
= Lucro líquido ajustado 20
52
Contabilidade
Outros fatos, além da depreciação, devem ser considerados no ajuste do lucro líquido.
São eles:
• amortização, exaustão;
Tais fatos, se tiverem natureza de receita, devem ser subtraídos do lucro líquido para obtenção do
lucro líquido ajustado.
Por outro lado, se tiverem a natureza de despesa, devem ser somados ao lucro líquido para a
obtenção do lucro líquido ajustado.
O lucro líquido pode ser considerado como a principal origem do CCL; entretanto, não é a única.
Outras operações que envolvem contas “circulante x não circulante” também fazem variar para mais o
CCL. Essas operações são divididas em dois grupos:
• dos acionistas;
• de terceiros.
Como exemplo de origem de recursos provenientes dos acionistas, podemos mencionar a integralização
do capital pelos acionistas em dinheiro. E como exemplo de origem de recursos provenientes de terceiros,
podemos mencionar:
Para melhor entendermos este item, vamos partir do exemplo anterior em X1 e dar continuidade nas
operações da empresa em X3, considerando apenas o fato de ter sido vendido à vista um imóvel cujo
saldo contábil era de 50 por 75.
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Unidade II
DRE X3
Receita de vendas 40
CMV (15)
= Lucro bruto 25
Despesa de depreciação (10)
Despesa de aluguel (5)
= Resultado operacional 10
(+) Resultado não operacional (75 – 50) 25
= Lucro líquido do exercício 35
Ativo X1 X3 Passivo X1 X3
Disponibilidades 125 235 Fornecedores 75 75
Estoques 35 20
Imóveis 200 150 Empréstimos LP 35 35
Depreciação acumulada ‑ (10)
Patrimônio líquido
Capital 250 250
Lucros acumulados ‑ 35
X1 X3
AC 160 255
PC (75) (75)
= CCL 85 180
Percebemos que a diferença entre a variação do CCL (95) e o lucro líquido (45) é de 50, que corresponde
exatamente ao saldo contábil do imóvel vendido.
54
Contabilidade
A Doar seria:
Doar
1. Origens de recursos
Lucro líquido 35
Depreciação 10
= Lucro líquido ajustado 45
De terceiros
Venda itens do imobilizado 50
Total das origens 95
2. Aplicações 0
3. Variação do CCL 95
4.1.7 Aplicações
As aplicações de recursos originam‑se de operações entre “circulante x não circulante”, que reduzem
o CCL. Como exemplo, podemos mencionar:
1. Origens
Das operações
+ Depreciação/Amortização/Exaustão
= Lucro ajustado
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Unidade II
Dos acionistas
De terceiros
Novos empréstimos
2. Aplicações de recursos
• Pagamento de financiamentos.
• Distribuição de dividendos.
3. Aumento/Redução do CCL
Introdução
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a partir de 01/01/2008, passou a ser uma demonstração
obrigatória, conforme estabeleceu a lei 11.638/07, que alterou a lei 6.404/76. Essa alteração formalizou
uma tendência internacional no sentido de que a Doar fosse substituída pela DFC, pelo fato de ser a
Doar um demonstrativo contábil de difícil interpretação pelos não contadores, apesar de sua inegável
utilidade na análise da situação econômica e financeira das empresas.
Observação
Assim, ao se tornar a DFC uma demonstração contábil obrigatória, o Brasil passou a seguir a orientação
do International Accounting Standards Board (Iasb), órgão que estabelece as normas internacionais
de contabilidade, e do Financial Accounting Standards Board (Fasb), órgão normatizador das práticas
contábeis americanas, engajando‑se nas práticas dos principais mercados financeiros internacionais.
Durante a elaboração desta unidade, a proposta de normatização da DFC, que estava em audiência
pública colocada pelo CPC, acabara de ser aprovada. Assim sendo, será aplicado o CPC‑3, que trata da
elaboração da DFC que desenvolve o conteúdo sobre esse demonstrativo contábil.
Saiba mais
4.2.1 Conceito
A demonstração dos fluxos de caixa é um demonstrativo contábil que explica as modificações ocorridas
no saldo das disponibilidades da empresa em um determinado período, por meio da exposição dos fluxos de
recebimentos, registrados a débito (aumentos), e de pagamentos, registrados a crédito (reduções) da conta caixa.
Apesar do nome, devemos considerar, no saldo da conta caixa, as chamadas disponibilidades, ou seja,
os equivalentes de caixa, assim constituídos por:
Considerando‑se a estrutura como forma de apresentação, a DFC deve ser estruturada conforme as
atividades, operações que provocam aumentos ou reduções de caixa, em três tipos, a saber:
• atividades operacionais;
• atividades de investimentos;
• atividades de financiamentos.
57
Unidade II
Entradas
Saídas
Entradas
Saídas
58
Contabilidade
Entradas
Saídas
• pagamentos de dividendos;
Saiba mais
Observemos agora algumas transações que não afetam o caixa da empresa, em virtude de não haver
pagamento nem recebimento:
• Provisão para devedores duvidosos: uma estimativa de eventuais perdas com clientes que não
representam desembolso para a empresa.
59
Unidade II
Existem dois métodos para a elaboração da DFC: método direto e método indireto.
As diferenças entre ambos estão exatamente nos fluxos das atividades operacionais. Os
fluxos das atividades de investimentos e financiamentos são demonstrados de forma idêntica
nos dois métodos.
Observação
Essa metodologia divulga informações mais complexas para o usuário da contabilidade. A estrutura
da DFC pelo método direto pode ser assim exemplificada:
DFC
60
Contabilidade
Vejamos agora os ajustes mencionados na estrutura da DFC como meios alternativos para a
mensuração de alguns itens das atividades operacionais e de investimentos.
61
Unidade II
A obtenção do valor dessa atividade operacional pode ser obtida pela seguinte soma algébrica:
Exemplo
Vendas 100
62
Contabilidade
Se os clientes da empresa não pagaram seus compromissos, a perda com esses clientes deve ser
deduzida da soma algébrica indicada no item anterior para que se obtenha o valor correto recebido
pelas vendas, uma vez que esse recurso não ingressou no disponível da empresa. Assim, teremos:
Vendas do exercício
Por outro lado, se a empresa, prevendo o não pagamento, constituiu uma provisão para devedores
duvidosos (PDD) e lançou a perda a débito de PDD, o ajuste deverá ser feito diminuindo‑se da PDD que
não foi revertida no exercício do valor das vendas.
Exemplo
A perda com clientes foi no exercício de setembro, correspondente à perda da PDD que não foi
revertida. O valor recebido de clientes será assim calculado:
Compras do exercício
O valor das compras em empresas comerciais pode ser obtido pela fórmula:
C = CMV – EI + EF
Exemplo
64
Contabilidade
C = CMV – EI + EF
O valor das compras em empresas industriais pode ser obtido utilizando‑se a fórmula seguinte para
obtenção do custo dos produtos vendidos (CPV):
Lembrete
• os valores de despesas que foram incorridas no período, mas que não representam saídas de caixa
(depreciação/exaustão/amortização/saldo devedor de equivalência patrimonial).
Supondo‑se que todas as despesas operacionais transitaram pelo contas a pagar, o pagamento de
despesas do exercício pode ser obtido da seguinte forma:
66
Contabilidade
Exemplo
A empresa Beta S.A. apresentou os seguintes dados referentes a despesas operacionais e despesas
antecipadas:
Quadro 13
• o saldo inicial de despesas antecipadas era de 60 e o final, de 70; como houve no exercício uma
transferência de 40 de despesas antecipadas para resultado (fato que não afetou o saldo de caixa),
concluiu‑se que a empresa pagou 50 de despesas antecipadas;
• como havia um saldo final de 280 em contas a pagar e as despesas operacionais incorridas e
pagas no exercício somam 410 (690 – 280), no razonete as disponibilidades seriam:
Disponibilidades
300 (a)
50 (b)
410 (d)
760
67
Unidade II
Quadro 14
Consiste em estender à análise dos itens não circulantes – própria daquele relatório – as alterações
ocorridas nos itens circulantes (passivo e ativo circulante), excluindo, logicamente, as disponibilidades,
cuja variação estamos buscando demonstrar.
Assim, são efetuados ajustes ao lucro líquido pelo valor das operações consideradas como receitas
ou despesas, mas que, então, não afetaram as disponibilidades, de forma que se possa demonstrar sua
variação no período. Enfocando o caixa, consideramos como aplicações (saídas) do caixa o aumento
nas contas do ativo circulante e as diminuições no passivo circulante. Por outro lado, as diminuições
de ativo circulante e aumentos nas contas do passivo circulante correspondem às origens (entradas)
de caixa.
Apesar de evidenciar a variação ocorrida nas disponibilidades, o fluxo estruturado, dessa maneira,
não demonstra as diversas entradas e saídas de dinheiro do caixa por seus valores efetivos, mas fornece
uma simplificação com base em uma diferença de saldos ou inclusão de alguns itens que não afetam as
disponibilidades como despesas antecipadas, provisão para Imposto de Renda etc.
Esse modelo é muitas vezes preferido por aqueles que elaboram o fluxo de caixa, justamente pelas
semelhanças existentes em relação ao método de montagem da demonstração de origens e aplicações
de recursos, com o qual estão mais habituados. Entretanto, deixa lacunas importantes na evidenciação
das informações.
68
Contabilidade
Por esse método, também conhecido como “método da reconciliação”, a DFC é elaborada a partir do
resultado de exercício, efetuando‑se ajustes para:
• excluir do lucro a parcela que foi aplicada no aumento de outros bens e direitos do AC (exceto
disponível) ou na diminuição das obrigações do PC e somar a ele os recursos advindos da
diminuição do AC (exceto disponível) e do aumento do PC.
(+) Depreciação/amortização/exaustão
4. Variação do disponível (1 + 2 + 3)
Resumo
Exercícios
Ativo Passivo
2007 2006 2007 2006
Ativo circulante Passivo circulante
Disponível 800 500 Fornecedores 5.000 2.000
Duplicatas a receber 6.200 4.500 Salários a pagar 6.000 4.000
Estoques 10.000 8.000 Impostos a pagar 2.000 5.000
Total circulante 17.000 13.000 Encargos a pagar 1.000 1.000
Empréstimos bancários a pagar 2.800 1.000
Ativo não circulante
Contas a pagar 200 1.000
Realizável a longo Total do passivo circulante 17.000 14.000
11.000 5.000
prazo
Investimentos 10.000 6.000 Passivo não circulante
70
Contabilidade
B) Houve reforço de capital por parte dos sócios entre os anos de 2006 e 2007.
C) O dinheiro disponível, em caixa ou em bancos, entre os anos 2006 e 2007, aumentou 60%.
Resolução do exercício
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa correta.
Justificativa: o capital da empresa, que era de R$ 10.000 em 2006, sobe para R$ 20.000 em 2007,
representando o emprego de mais recursos dos proprietários na empresa.
C) Alternativa correta.
Justificativa: o saldo em caixa, ou em bancos, pode ser verificado pela conta disponível, no ativo
circulante. No ano de 2006, o valor do disponível era de R$ 500 e, no ano de 2007, passa a ser R$ 800.
Dividindo, então, R$ 800 por R$ 500, temos 1,60. Subtraindo 1 e multiplicando por 100, chegamos a
60%. Algebricamente: [(800,00 / 500,00) – 1] x 100 = 60%.
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Unidade II
D) Alternativa correta.
Justificativa: os bens incorpóreos, na maioria das vezes representados por marcas e patentes,
aparecem na conta intangível, ativo não circulante. É possível perceber que, no ano de 2007, seu valor
é de R$ 7.000 em comparação ao valor de R$ 4.000 no ano de 2006.
E) Alternativa correta.
Questão 2. Conforme José Carlos Marion em Contabilidade básica (São Paulo, Editora Atlas, 2009,
10.ed. p.98), “a demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas
da empresa em determinado período, normalmente 12 meses”. Acerca da demonstração de resultados,
avalie as proposições e responda ao solicitado.
II – A receita bruta (disponível na DRE) representa o total bruto vendido num determinado período,
inclusos aqueles impostos incidente sobre a venda que, via de regra, fazem parte do preço final de venda.
III – Todas as deduções que aparecem na DRE são consideradas como despesas, pois são abatidas da
receita bruta para que seja conhecida a receita líquida.
A) I e II.
B) I, II e III.
C) II e IV.
D) I, II e IV.
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