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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


Informativo no 1 - Referencial Geodésico 3

Apresentação

Este instrumento destina-se a apresentar na


íntegra o documento intitulado “ Resolução de
São Paulo”, desenvolvido pelo Grupo de
Trabalho 2 (GT2) – Definição e Estratégias para
Materialização do Sistema de Referência
Geodésico do Projeto Mudança do Referencial
Geodésico – PMRG. O documento tem por
objetivo esclarecer os motivos que
fundamentaram a escolha do SIRGAS2000
como o novo sistema de referência a ser
adotado no Brasil.

O teor deste Informativo refere-se apenas ao


documento “ Resolução de São Paulo”. Sendo
assim, quaisquer dúvidas e sugestões poderão
ser encaminhadas para o seguinte endereço:
sepmrg@ibge.gov.br.
Informativo no 1 - Referencial Geodésico 3

UERJ), Prof. Dr. Leonardo Castro de


Resolução de São Paulo Oliveira (Instituto Militar de Engenharia –
IME), Engª Kátia Duarte Pereira (IBGE),
Este documento tem a finalidade de Dr. Luiz Paulo Souto Fortes (IBGE), Téc.
divulgar as resoluções emanadas por ocasião Écio Silva (IBGE). Participaram através de
de duas reuniões do GT2 – Grupo de correspondência eletrônica: Eng. Nilo Cesar
Trabalho Definição e Estratégias para Coelho da Silva (IBGE), Prof. Dr. Sílvio
Materialização do Sistema de Referência Rogério C. de Freitas (Universidade Federal
Geodésico do Projeto Mudança do do Paraná – UFPR), Prof. Dr. Marcelo
Referencial Geodésico. A primeira reunião Carvalho dos Santos (University New
foi realizada na Escola Politécnica da Brunswick – UNB/Canadá); Drª Sonia
Universidade de São Paulo/Departamento de Maria Alves Costa (IBGE); Eng. Marco
Engenharia de Transportes (EPUSP-PTR), Aurélio de Almeida Lima (IBGE). A
na cidade de São Paulo, no período de 12 a segunda reunião contou com a participação
13 de novembro de 2002. A segunda reunião do Prof. Dr. Edvaldo Simões da Fonseca
foi realizada no Instituto Brasileiro de Junior (EPUSP/PTR) – coordenador do GT
Geografia e Estatística - Centro de 2, Eng. Marco Aurélio de Almeida Lima
Documentação e Disseminação de (IBGE); Eng. Jardel Aparecido Fazan
Informações (IBGE/CDDI), na cidade do (IBGE); Eng. Jayme Augusto Nunes de
Rio de Janeiro, no período de 10 a 11 de Paiva (IBGE); Prof. Dr. João Francisco
fevereiro de 2003. Galera Monico (UNESP), Eng. Kátia Duarte
Pereira (IBGE), Prof. Dr. Leonardo Castro
Os integrantes da primeira reunião de Oliveira (IME), Dr. Luiz Paulo Souto
foram: Prof. Dr. Edvaldo Simões da Fonseca Fortes (IBGE) e Eng. Nilo Cesar Coelho da
Junior (EPUSP-PTR) – coordenador do GT Silva (IBGE); por correspondência
2, Prof. Dr. João Francisco Galera Monico eletrônica participou o Prof. Dr. Marcelo
(Universidade Estadual Paulista – UNESP), Carvalho dos Santos (UNB/Canadá) e o
Prof. José Carlos Penna de Vasconcellos Prof. José Carlos Penna Vasconcellos
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro – (UERJ).

30
WGS84 (DOPPLER)
Dif. Geoc. (cm)

20

10
WGS84 (G730)

WGS84 (G873)
0
WGS84 (G1150)

-10
1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1996

1997

2000

ITRF
Evolução ITRF
Evolução WGS84

Figura 1: Evolução do WGS84 aproximando-se do ITRF ao longo do tempo.


Informativo no 1 - Referencial Geodésico 4

O objetivo maior das reuniões era identificadas pela semana GPS a


finalizar as discussões iniciadas no encontro partir da qual foram
ocorrido em julho de 2001, nas implementadas; no caso da Figura
dependências do Departamento de 1, G730, G830 e G1150;
Cartografia da UNESP, campus de − WGS84 (G1150) essencialmente
Presidente Prudente. Naquele encontro foi idêntico ao ITRF2000, ao nível de
elaborado o Protocolo de Presidente precisão de 1 centímetro.
Prudente, documento empregado para
subsidiar as decisões apresentadas a seguir. • ITRF2000: ≈ 800 estações utilizadas
nesta realização;
De modo a poder concretizar o
objetivo, foram deliberadas as seguintes • WGS84 (G1150): ≈ 26 estações
decisões: utilizadas nesta realização;
1) Terminologia
• Soluções ITRF incluem estimativa de
Considerando a diversidade no velocidades;
entendimento da terminologia utilizada por
diferentes profissionais da área, houve a • Velocidades WGS84 não estão
necessidade de uniformização dos termos disponíveis até o presente momento,
"Sistema de Referência Terrestre", inviabilizando seu uso em aplicações
"Realização", "Materialização" e "Estrutura científicas;
Básica". Encontra-se, no Anexo 1, descrição
destes termos compatibilizados com seus • ITRF desenvolvido pelo IERS
equivalentes na literatura internacional. (International Earth Rotation Service, um
Assim sendo, esta resolução faz uso dos serviço da IAG – International
termos citados anteriormente, segundo os Association of Geodesy), com
conceitos constantes do Anexo 1. participação internacional, incluindo a do
Brasil;
2) Referencial Geocêntrico a ser adotado
• WGS84 é desenvolvido por uma
O referencial geocêntrico a ser adotado será agência militar americana (NIMA);
o SIRGAS (Sistema de Referência
Geocêntrico para as Américas). • Atende a todos os requisitos
elencados pelo GT2 no Protocolo de
Justificativas: Presidente Prudente;

• As realizações SIRGAS • Recomendado pela 7th United Nations


correspondem às densificações do ITRF Regional Cartographic Conference for
(International Terrestrial Reference the Americas, patrocinada pela ONU
Frame) no continente americano; (Organização das Nações Unidas),
realizada em Nova York, no período de
• ITRF é mais preciso e serve de 22 a 26 de janeiro de 2001;
modelo para o refinamento do WGS84
(World Geodetic System 1984) pela • A realização do SIRGAS2000 tem
NIMA (National Imagery and Mapping um número maior de estações no
Agency), conforme esquematizado pela
Figura 1. território nacional (21) do que a última
− Coordenadas ITRF de 49 estações realização do International Terrestrial
IGS (International GPS Service) Reference System – ITRS, ou seja,
injuncionadas na última ITRF2000 (9), apesar do seu ajustamento
atualização do WGS84 (G1150). conter menor quantidade de observações.
As realizações do WGS84 são
Informativo no 1 - Referencial Geodésico 5

Realização a adotar para o Sistema referência da campanha SIRGAS2000


(campanha realizada de 10 a 19 de maio
A realização a ser adotada será de 2000, ou seja, 2000,4), que é a
SIRGAS2000. recomendada pelo Comitê SIRGAS, ou
adotar uma época futura;
Justificativa:
• As discussões podem ser sintetizadas nas
• A realização SIRGAS2000 vantagens e desvantagens levantadas
corresponde a uma densificação da pelos componentes do GT2, que são:
realização ITRF2000, no continente
americano; a) Época de referência da campanha GPS
• A realização SIRGAS2000 é mais SIRGAS2000
completa e recente do que a SIRGAS95,
compreendendo 182 estações nas Vantagens
Américas do Sul, Central e do Norte e no − recomendada pelo Comitê
Caribe; SIRGAS;
− as coordenadas oficiais
• Por ocasião da realização da reunião corresponderiam à posição real de
do Comitê SIRGAS, ocorrida em cada estação na época de referência
Santiago do Chile, no período de 21 a 25 (2000,4), isto é, não seria
de outubro de 2002, a solução final da necessário empregar velocidades na
campanha SIRGAS2000 foi discutida e geração do conjunto das referidas
oficialmente aceita. Esta solução coordenadas;
(coordenadas e respectivas estimativas de − compatibilização em termos
precisão), será divulgada no período de internacionais com os demais
janeiro-fevereiro de 2003; países participantes do Projeto
SIRGAS.
• Antecipa-se uma precisão (desvio-
padrão) sub-centimétrica – da ordem de 5 Desvantagens
milímetros em cada componente − os posicionamentos efetuados por
horizontal, e 7,5 milímetros na ponto absoluto preciso (melhor que
componente vertical; 10 cm) em uma época no futuro
necessitariam de cálculos
• No que se refere às velocidades, adicionais para ter suas
necessárias à completa realização do coordenadas compatíveis com o
sistema, as mesmas estão previstas para sistema adotado. Por exemplo:
divulgação oficial para a América do Sul considerando uma determinação em
até 28 de março de 2003. Ressalta-se que 2015,4 e velocidades iguais para as
a determinação se restringe à América do coordenadas cartesianas
Sul, conseqüência de somente esta região geocêntricas (X, Y, Z) de +2
possuir duas realizações SIRGAS. cm/ano, as componentes das
coordenadas deveriam ser
subtraídas de 30 cm cada uma, para
Época a ser adotada para as serem referenciadas à época
coordenadas SIRGAS2000 2000,4.

A época a ser adotada será 2000,4.


b) Época futura
Justificativa:
Vantagens
• Os integrantes reunidos analisaram duas expectativa de uma vida útil mais
possibilidades: adotar a época de prolongada antes da necessidade de
nova realização.
Informativo no 1 - Referencial Geodésico 6

O nome a ser adotado deverá ser


Desvantagens
a adoção de uma época futura SIRGAS2000
implicaria na necessidade de
emprego de velocidades na geração Justificativa:
do conjunto oficial de coordenadas;
− o esperado refinamento das • Contrariamente à proposta apresentada
velocidades não servirá para a no Protocolo de Presidente Prudente, a
determinação das coordenadas adoção do nome SIRGAS2000 deve-se
oficiais; ao fato de eliminar diferentes
− as coordenadas oficiais não interpretações que os usuários poderiam
necessariamente corresponderiam dar em relação ao referencial adotado;
às posições efetivas das estações • A indicação tem o propósito de
na época de referência. evidenciar que não existe diferença entre
Considerando as vantagens e o sistema adotado no Brasil e o sistema
desvantagens expostas anteriormente, os SIRGAS como um todo;
integrantes do GT2 decidiram pela adoção • Outro fato a ressaltar é o significado que
da época de referência 2000,4. o termo SIRGAS representa nacional e
Destaca-se que, no caso do Brasil, pela internacionalmente;
sua particular situação na placa tectônica • A inclusão do ano de realização deve ser
(litosférica), os resultados de encarada como uma ratificação de que
posicionamento relativo ou posicionamento novas realizações feitas no âmbito do
diferencial são pouco sensíveis à época do Projeto SIRGAS não serão motivo de
levantamento. atualização imediata e subsequente para a
Rede Geodésica Brasileira. Tal
4) Nome a ser adotado para a realização atualização só ocorrerá quando for
(materialização da Rede Geodésica) devidamente necessária.
brasileira

Anexo 1
Terminologia
Sistema de Referência Terrestre
Define-se um Sistema de Referência Terrestre a partir do conjunto de parâmetros e constantes que
caracteriza, conceitualmente, de uma forma abstrata e ideal, um objeto matemático no qual posições de
pontos serão expressas.
Realização ou Materialização
A realização de um sistema geodésico traduz de uma forma prática a definição desse sistema com vistas a
permitir seu uso. Desta forma usa-se o termo REALIZAÇÃO OU MATERIALIZAÇÃO, na Resolução
de São Paulo, para denominar um conjunto de estações geodésicas e suas respectivas coordenadas de
referência e velocidades.
Estrutura Básica
Conjunto de estações, suas coordenadas e velocidades, e respectivas estimativas de precisão,
correspondente à realização.
Termos equivalentes em diferentes idiomas encontrados na literatura técnica:

– Reference System (inglês), Sistema de Referencia (espanhol): para "Sistema de Referência";


– Realization (inglês), Realización (espanhol): para "realização";
– Frame (inglês), Marco (espanhol): para "estrutura básica".
Consideram-se termos equivalentes Realização, Materialização e Estrutura Básica.

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