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Fronteiras do Moderno no Plano Urbanístico de Boa Vista/RR

Claudia Helena Campos Nascimento

RESUMO

O presente texto visa investigar sobre as contribuições do Plano Urbanístico de para a cidade de Boa
Vista/RR, de autoria do engenheiro Darcy Aleixo Derenusson (1916-2002) para a constituição de uma
estrutura periurbana ao traçado radial, sobre o qual se concentram os principais esforços acadêmicos.
Partindo da principal referência iconográfica deste projeto – a foto da maquete do Plano Urbanístico
–, buscamos identificar as permanências, em especial rotatórias e vias indutoras, do desenho urbano
que estabeleceram marcos urbanísticos, muitas vezes invisíveis nos tempos atuais. Este ensaio se
articula com a pesquisa de doutoramento no PROARQ/DINTER-TFN intitulada “Arquitetura do
Desenvolvimento: o moderno em Roraima entre as décadas de 1960 a 1980” indicando as
intencionalidades dessa capital amazônica e de que forma se inserem as primeiras manifestações da
Arquitetura Moderna na trama urbanística original. Como método, buscou-se localizar através de um
percurso de deriva e pela sobreposição de imagens do traçado urbano, a fim de caracterizar nesse
território, essas fronteiras entre a modernidade urbana e arquitetônica, que corresponde à década de
1960.

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia; Roraima; Modernidade; Arquitetura Moderna na Amazônia.

INTRODUÇÃO

Celma Chaves, em seu artigo “Belém e os sentidos da modernidade na


Amazônia” (2017) problematiza os estudos sobre a modernidade, com atenção para
os discursos homogeneizadores de um processo que é, per si, cultural, portanto,
necessitam de uma perspectiva endógena, a qual os pesquisadores amazônicos têm
se debruçado e buscado garantir autoridade. Desta forma, a compreensão dos vários
contextos, no cenário amazônico, vem promovendo aumento do campo de
conhecimento, em paralelo a uma dinâmica de diálogos com pesquisadores das
várias amazônias e, por conseguinte, maior produção e reconhecimento das
características de cada lugar, com atenção neste trabalho, à cidade de Boa Vista.

O artigo se compõe a partir da experiência vivencial na capital roraimense,


atentando para a deificação de seu traçado urbanístico, tanto como lugar de memória
(RAMALHO, 2012), que contém, em si, o desejo da modernidade, quanto como
signo, comumente utilizado para vários fins como Representamen1 de uma cidade
planejada e diferente no cenário amazônico: a conformação em leque, a partir da
Praça do Centro Cívico. Portanto, a fim de que esse trabalho busque contribuições
efetivas para a compreensão dessa Amazônia diferente2 é necessário apresentar
esse território, em seus aspectos que o caracterizam como único.

Após essa apresentação dos aspectos gerais, o artigo vai se constituir com
certo grau de digressão em relação à conformação de uma imagem do Plano
Urbanístico de Boa Vista, projetado pelo engenheiro Darcy Aleixo Derenusson (Rio
de Janeiro, 2016 – 2002), na década de 1940 e sua implementação. Traremos para
o texto a análise da porção do Plano que não é vista, que está além dos limites da
seção circular, para buscar compreender o processo de produção do espaço da
cidade – onde se inserirão as obras modernistas entre as décadas de 1960 e 1980,
objeto da pesquisa de doutoramento – partindo da conformação de suas vias e
rotatórias, elementos característicos da paisagem urbana boa-vistense.

Pretendemos com o trabalho uma visão panorâmica, sem objetivar apontar


respostas, além da provocação do olhar para a cidade e incentivo a pesquisas
futuras mais profundas.

UMA CAPITAL AMAZÔNICA DIFERENTE

Devemos iniciar esse trabalho trazendo algumas contribuições necessárias


para a compreensão da proposta de análise do Plano Urbanístico de Boa Vista, de

1
Para a teoria semiótica de Charles Saunders Peirce, o Representamen é o signo em sua condição de
representar alguma coisa a alguém, isso é, constrói uma imagem de algo, real ou mais bem desenvolvido que
o próprio signo.
2
Essa expressão vem sendo utilizada com frequência pela autora deste artigo, com a finalidade de reafirmar
a necessidade de compreensão da diversidade amazônica e, em especial, de Roraima, cujos processos e
contextos serão discutidos nesta Introdução.
autoria de engenheiro Darcy Aleixo Derenusson, projetado entre 1944 e 1946, e da
leitura que se faz desse Plano. Também se torna necessário um preâmbulo, para a
leitura daqueles que não conhecem a realidade ambiental, histórica e urbana da
capital roraimense, a fim de que seja possível compreender as especificidades deste
lugar.

“A dimensão do bioma Amazônia e sua grande heterogeneidade


ambiental, com 25 diferentes fitofisionomias, incluindo quatro tipos de
florestas – ombrófilas densa e aberta e estacionais decidual e semidecidual
– são fatores determinantes para a existência de uma expressiva
diversidade” (CAPOBIANCO, 2021, p. 32, grifo nosso).

Essa fitofisionomia diversificada é, contudo, tratada com uma imagem única –


a hinterland rain forest –, desprezando a savana estépica que caracteriza os Campos
de Roraima. Portanto, para além do fato de se tratar da única capital moderna
planejada na Região Amazônica, Boa Vista se insere em uma condição natural ímpar
em relação ao bioma amazônico, que busca sua própria identidade: o lavrado
(NASCIMENTO e LINS, 2018).

“A Savana (Cerrado) é conceituada como uma vegetação xeromorfa, que


ocorre sob distintos tipos de clima. Reveste solos lixiviados aluminizados,
apresentando sinúsias de hemicriptófitos, geófitos, caméfitos e fanerófitos
oligotróficos de pequeno porte, com ocorrência em toda a Zona Neotropical
e, prioritariamente, no Brasil Central. Em outras partes do País, recebe
nomes locais, como: “Tabuleiro”, “Agreste” e “Chapada”, na Região
Nordeste; “Campina” ou “Gerais” no norte dos Estados de Minas Gerais,
Tocantins e Bahia; e “Lavrado” no Estado de Roraima, entre outras
denominações” (IBGE, 2012, p. 109, grifo nosso).

Assim como a condição natural desse cenário amazônico é diverso, o


surgimento da capital roraimense ocorreu de forma singular: a partir de uma precária
ocupação humana, a intenção de promover esse núcleo à capital territorial gerou a
necessidade de introduzir uma concepção de cidade que abrigasse as funções
inerentes à uma urbe. No lavrado de poucas árvores surge o traçado de uma cidade
moderna, tirando proveito da topografia de pouco relevo (Figura 1).

Figura 1: Vista aérea do núcleo inicial de Boa Vista.

Fotografias: Hamilton Rice, 1924.

Podemos compreender o Plano Urbanístico de Boa Vista como um primeiro


marco de modernidade no atual Estado de Roraima. Na década de 1940, ainda como
Território Federal do Rio Branco3, Darcy Aleixo Derenusson foi incumbido de projetar
uma cidade moderna, implantada entre 1944 e 1950, em um sítio cujas primeiras
ocupações estabelecidas através de ações da Corte portuguesa remontam o final do
século XVIII. Anteriormente, a ocupação da região se fez através dos aldeamentos

3O Território Federal do Rio Branco foi criado em 1943 e posteriormente, em 1962, passando a se
chamar Território Federal de Roraima.
que surgiram em consequência da ereção do forte São Joaquim do Rio Branco, na
confluência dos rios Tacutu e Uiraricoera. Destas a de Nossa Senhora do Carmo deu
origem à atual capital roraimense.

O estudo do espaço urbano vem sendo, comumente, campo da Geografia e,


portanto, esse diálogo teórico se faz necessário. O processo de investimento
institucional e político para o desenvolvimento de alguns lugares, nem sempre se
estabelece de forma orgânica.

“O sentido da urbanização – a razão de ser do urbano, sua dinâmica, tua


territorialização, a contraprodutividade da vida urbana, a não -
obrigatoriedade da ‘forma cidade’, a estagnação/declínio das cidades – tem
evidentemente muitas respostas possíveis, de acordo com o tipo de
abordagem” (MACHADO, 1993, p. 83).

Podemos afirmar que esses incrementos da gestão territorial marcam a


história roraimense, em vários momentos, em torno de planos para a ocupação e
desenvolvimento da região. No final do século XVIII, com a implantação do Forte São
Joaquim do Rio Branco, no limiar dos séculos XIX e XX com o incremento econômico
de algumas pequenas fábricas de transformação e, por fim, pela consolidação de
certa autonomia político-administrativa, com a criação do Território Federal do Rio
Branco, momento em que ocorre a concorrência para o projeto da capital, Boa Vista.

Com o início da atuação técnica da empresa de Darcy Aleixo Derenusson,


produzem-se importantes documentos, que servem de aporte para a compreensão
da ocupação de Boa Vista. Um documento técnico minucioso – o levantamento
topográfico, com locação do sistema viário existente, edificações, entre outros
(Figura 2) – indica quadras e edifícios, além de uma pista de pouso, concentrados
no núcleo fundante da cidade.
Figura 2: Levantamento planialtimétrico de Boa Vista, década de 1940.

Acervo Darcy Romero Derenusson.


Fonte: RAMALHO, 2012.

É sobre esta provocação entre a discursividade e o testemunho na cidade em


que se fundamenta este trabalho. É tido que o projetista de Boa Vista visou preservar
todos os edifícios preexistentes ao seu Plano, portanto uma cidade se configurou a
partir desse núcleo inicial. Há uma construção teórica sobre Boa Vista como duas
cidades: a de gênese espontânea e a de gênese induzida (SILVA, 2009). Esse
mesmo autor, que descreve o Plano Urbanístico como “radial concêntrica, em que,
na praça circular, reunissem os três poderes (...) e de onde partissem as radiais, em
direção ao norte, sul e oeste”, e segue na sua definição geográfica como

“três espaços distintos: primeiro o arruamento histórico do núcleo


embrionário, segundo, o espaço intercalado entre as avenidas Terêncio
Lima e Major Williams e o rio Branco, que é o projeto urbanístico, e
terceiro, a mancha urbana que surge, após esses limites do projeto”
(SILVA, 2009, p. 63, grifo nosso).

Equívocos crassos de análise do Plano, conforme concebido são difundidos,


tornando-se lendas urbanas sobre a própria cidade, como a influência do urbanismo
parisiense no traçado ou que

“o próprio plano urbanístico de 1944-1947 que trazia elementos essenciais


como a largura das vias principais com quatro pistas, mais acostamentos:
como a Mário Homem de Melo, a General Ataíde Teive e a Brigadeiro
Eduardo Gomes e Êne Garcêz dos Reis (sic), mas que não prosseguiu com
o gabarito na continuação pós-plano” (SOUZA, 2015, p. 59).

Por sua vez, Paulina Ramalho (2012) vai constituir esse limite do Plano
Urbanístico e, em especial, o Centro Cívico, como Lugar de Memória (NORA, 1993),
assim como um sentido de modernidade como algo constituinte da cultura local, com
grande contribuição para a discussão consistente sobre o tema. Machado (1993)
propõe ao estudo da dinâmica de sistemas urbanos os conceitos de instabilidade e
contingência, além da noção de sistemas abertos e complexos. Assim, podemos
aferir que o Plano Urbanístico visou um comportamento regulador do espaço, sem
considerar a complexidade inerente à cidade, a qual o projetista acreditava ter
domado.

A condição de formação e desenvolvimento de Roraima é historicamente


condicionada pelos planos propostos para a região amazônica, portanto sujeitos a
interferências durante os processos de urbanização, de forma mais incisiva e menos
orgânica do que propõe Machado (1993) e Becker (2008). Essa condição de indução
do processo urbano por meios institucionalizados – no qual se insere a implantação
do projeto de Derenusson – poucos períodos permitiram que a dinâmica social
assumisse papel protagonista na conformação urbana. Contudo, esse espaço-tempo
entre o Plano Urbanístico (décadas de 1940-50) e a nova investida institucional do
período militar (especialmente décadas de 1970 e 1980), surgem condições de
interferência social na produção do espaço.

“A perspectiva do cotidiano urbano revela um espaço constituído por um


mosaico de territórios, mais ou menos articulados entre si e com o todo
urbano, conferindo sentido a uma escala própria e significativa do acontecer
social e da sua mediação espacial” (CASTRO, 1993, p. 91).

Desta forma, o presente artigo visa o documento iconográfico – a maquete do


Plano Urbanístico – icônico sobre o tema, para vislumbrar o que existe além desses
“limites do projeto” que, contudo, se apresentam também como parte do Plano
Urbanístico, entendendo que há uma fronteira fluida onde as intenções sobre a
produção do espaço urbano se sobrepõem, contudo que se tornaram importantes
para indução do crescimento e constituíram-se como palcos socialmente construídos
para a modernidade que se inaugurava.

Portanto o trabalho se detém sobre as representações da cidade de Boa Vista,


sendo as mais técnicas possíveis, de forma a fugir ao máximo de subjetividades, ou
mesmo tentando pô-las à prova, a partir da interpretação de suas linhas,
questionando os documentos, como nos propõe Jacques Le Goff (1992), ou mesmo
de desvelamento de outras reflexões sobre o “projeto de interpretação e
transformação do território” (BESSE, 2014, p. 142) que Derenusson almejava.

CARTOGRAFANDO IMAGENS E EQUÍVOCOS

Entre as gêneses espontânea e a induzida, entre o existente e o planejado,


entre o plano e o que fica, restam testemunhos dessas várias camadas. A fragilidade
desses processos marca a cidade de Boa Vista. Existem zonas cinzentas que
necessitam ser trazidas à luz para melhor entendermos a dinâmica da cidade, assim
como discursos recorrentes que necessitam ser postos em verificação e análise.
Boa Vista difere-se da maioria das capitais da região norte por ter sido objeto
de um plano urbanístico, um traçado definidor de um processo de desenvolvimento
previsto, mas que, em poucas décadas, foi superado, como é dito. Contudo, ao
percebermos que outros elementos foram previstos para a definição, ou
estruturação, do entorno do traçado radial, torna-se perceptível que vários discursos
não subsistem ao fato, quer documental, quer urbano.

Por conseguinte, um volume expressivo de imagens sobre a cidade de Boa


Vista, não referenciados ou com identificação equivocada (Figura 3), não permitem
à consolidação de uma leitura efetiva do processo de produção e ocupação do
espaço urbano4, o que exige um tratamento mais rigoroso na compreensão da
dinâmica, para fugirmos do senso-comum.

Figura 3: Fotografias aéreas de Boa Vista, atribuídas às décadas de 1940 e 1950.

Fonte: Facebook.

Desta maneira, buscamos questionar as fontes fotográficas a partir do


reconhecimento das datações históricas e tendo a cartografia (mapas, plantas,
diagramas, ortofotos) como substrato para a análise formal do processo de produção

4
Através da comparação das imagens, ambas correspondem ao mesmo período, e se diferenciam do
levantamento planialtimétrico (Figura 2), portanto não se prestam para uma avaliação cronológica do
processo de urbanização, mas fortalecem retóricas sobre a morosidade da instalação do Plano.
do espaço, associando ao reconhecimento in loco dos testemunhos remanescentes
da intenção projetual de Derenusson.

“O mapa veicula certo número de intenções, políticas especialmente, e é


destinado a produzir efeitos de poder na sociedade e na cultura. De forma
mais geral, a cartografia (e muito antes de ela ter tonado a aparência
‘científica’ que lhe atribuem) é hoje considerada como parte interessada
nesses processos sociais que a geografia cultural chama de processos de
territorialização, para nomear justamente esses conjuntos de operações
técnicas e simbólicas por intermédio das quais as sociedades humanas
marcam seu espaço de vida, apropriam-se dele, dando-lhes sentido e
identidade” (BESSE, 2013, p. 144).

Assim sendo, temos como elemento marcador as intervenções urbanas no


século XX5, e em especial o traçado radial do Plano Urbanístico e a datação de
construção de algumas edificações, para nortear a compreensão do processo de
urbanização da capital roraimense. A obra, posta em prática a partir de 1946, foi
promovida pela empresa Riobras, de propriedade do engenheiro Darcy Aleixo
Derenusson, a partir de proposta aprovada pela Divisão de obras do Ministério da
Justiça e Negócios Interiores em dezembro de 1944.

Ramalho (2012) regista ainda que o contingente de operários, cerca de 2.500)


vindos para a execução do Plano era superior à população nativa, em torno de 1.800
pessoas, e que, para dar conta do abastecimento de materiais, a empresa Riobras
Industrial Ltda. instalou uma olaria para produção de tijolos e manilhas cerâmicas,
atuante entre 1947 e 1950.

5Ramalho (2012) destaca que intervenções físicas se constituem como marcadores do processo de
afirmação de poder sobre o território roraimense, enumerando a primeira a edificação do Forte São
Joaquim, a segunda a implantação do Plano Urbanístico de Boa Vista e a terceira a construção da
BR-210, conhecida como Perimetral Norte. No caso do Plano, esse se insere no contexto do
período do Estado Novo e na Constituição Federal de 1937.
Outros elementos importantes fazem parte dessa faixa circundante ao traçado
radial concêntrico do Plano. Constituindo-se como um cinturão institucional, a
narrativa de uma morfologia urbana que fosse geradora de eixos irradiadores, como
propõe Silva (2009) não encontra substância no plano original.

FRONTEIRAS E INTERSTÍCIOS

De acordo com Clóvis Nova da Costa (1949, apud RAMALHO, 2012) havia a
previsão de construção de vários equipamentos públicos como, por exemplo,
escolas rurais, das quais registra-se a Escola Primária Rural em Mecejana, edificada
nesse período. Importante observar que o bairro Mecejana encontra-se nesta faixa
perimetral do traçado radial e inserida no Plano Urbanístico, conforme a imagem de
sua maquete (Figura 4).

Figura 4: Fotografia da maquete do Plano Urbanístico de Boa Vista, com indicação dos bairros.

Mecejana

Porto da Olaria
São Francisco
Centro

Caxangá

Praça da Bandeira

Rói Couro

Acervo Darcy Romero Derenusson, adaptado.


Contudo, havemos de considerar, que nenhum projeto é destino (ARGAN,
2001), mas o traço de uma intencionalidade, sujeita a interveniências e
intercorrências, ademais se obra pública. Nesse espírito, Ramalho (2012) traz relatos
de 1953 sobre problemas que prejudicaram a execução do Plano e a consequente
insatisfação da população. O que temos como fato documental é a ortofoto de 1962
(Figura 5) onde expressiva porção do Plano Urbanístico, especialmente quanto ao
core do desenho urbano, já havia sido implantado, incluindo as vias do entorno e a
nova pista de pouso.

Figura 5: Ortofoto de Boa Vista, 1962.

Acervo Luiz Mário Severo Ávila


Surge a necessidade de comparar as duas iconografias – o Plano e a ortofoto
– para avaliarmos a implantação efetiva que ocorreu até o início da década de 1960.
Ao sobrepormos as duas imagens (Figura 6) percebemos que muitas destas vias
para além do traçado radial estavam previstas no projeto original.

Figura 6: Sobreposição à ortofoto de Boa Vista (1962) da maquete do Plano (déc.1940).

Fontes: Acervos Luiz Mário Severo Ávila e Darcy Romero Derenusson, adaptado pela autora.

Cabe, portanto, observar as permanências e mudanças que sofreu o Plano,


que se expressa, claramente, no território circundante. Pela reificação da imagem do
Plano como o núcleo central, passam-se despercebidos elementos remanescentes
do traçado original que, contudo, são legíveis em suas características.
TRILHAS DE INVESTIGAÇÃO

Quando nos debruçamos sobre a imagem da maquete do Plano de Darcy


Aleixo Derenusson, observamos que há o desenvolvimento do Plano com
preservação da malha original da cidade e a estruturação do núcleo central a partir
de uma praça cívica, com articulação viária por rotatórias e a proposição de um anel
viário circundante a um cinturão de serviços (Figura 7).

Figura 7: Análise do Plano Urbanístico: morfologia, usos propostos e novos usos

A Anel viário
o
B 1
Cinturão de
o o
3 serviços
2 C
o o
4 o
o
Conexão viária
por rotatórias
D
t Estruturação
radial, a partir de
uma praça cívica
E
t F Preservação do
t núcleo urbano
inicial

1 Vila Militar
A Pista de pouso D Lago do Cajueiro 2 6º BEC – Clubes Militares
B Represa E Portos 3 Clube de Oficiais
C Hipódromo F Estádio João Mineiro 4 Vilas de Policiais Militares e Soldados

Fonte: adaptado pela autora.

Em princípio identificamos alguns elementos que se mantiveram (grafados em


letras) por alguns anos, como o Lago do Cajueiro e o Estádio João Mineiro, ambos
no bairro São Francisco. As demais estruturas não se encontram em registros
memoriais ou fotográficos. Contudo, novos usos foram sendo incorporados,
especialmente para instituições militares (grafados em números).

Ao sobrepormos o levantamento planialtimétrico de 1940 à maquete de


Derenusson, e comparamos com a fotografia que mostra a cabeceira da pista de
pouso, que se situava próximo à esquina da atual avenida Benjamim Constant com
rua Alfredo Cruz (Figura 8).

Figura 8: Mosaico: Pista de Pouso/aeroporto existente e proposto no Plano.

Imagens: Acervo Darcy Romero Derenusson; Fotografias: Instituto Aimberê Freitas (acima) e Antônio
José Teixeira Guerra (abaixo). Adaptado pela autora.

O mosaico nos permite a compreensão da cidade de Boa Vista sob vários


aspectos, nesse período, importantes na presente análise: [1] há uma congruência
e precisão indiscutíveis entre o trabalho topográfico (1940) e a construção da
maquete do Plano, o que torna as informações confiáveis; [2] a sobreposição com
fotografias de época reafirmam os dados técnicos, indicando que uma das
cabeceiras da pista se apresenta em real representação; [3] a opção pelo
deslocamento da pista/aeroporto, considerando a mesma angulação 6, para a área
perimetral ao traçado radial se fez porque havia a sobreposição desta com o desenho
proposto para o Plano; [4] a posição original da pista de pouso também era periférica
ao núcleo urbano (o que existia de cidade de Boa Vista em 1940); [5] embora haja
essa conformação técnica em relação à implantação da pista de pouso, na década
de 1960 podemos identificar a presença da pista de pouso nas proximidades de
onde, atualmente se localizam a Base Aérea e o Aeroporto Atlas Castanhede, no
final da avenida Ene Garcêz, através da ortofoto.

Podemos afirmar que essa área circundante para além do anel viário era
tratada como rural, de acordo com o registro da instalação da escola rural no
Mecejana (RAMALHO, 2012). Área expressiva desse cinturão institucional foi
incorporada para estruturas e serviços de instâncias de segurança (Exército e Polícia
Militar, especialmente). Sabemos, que aeroportos7, cemitérios8 e outros usos do
espaço público se configuram como marcadores dos limites da cidade 9, e isso fica
claro no desenho de Derenusson. Atualmente, o aeroporto localiza-se ainda com

6
A angulação corresponde à direção do vento dominante em Boa Vista (NE), com paralelismo na pista do
atual aeroporto de Boa Vista, o que denota rigor técnico.
7
A escolha da localização de um aeroporto leva em consideração aspectos importantes de ordem urbanística,
com a restrição de crescimento vertical e impactos econômicos, advindos de suas atividades e emissão de
ruídos.
8
Historicamente relacionados à difusão de miasmas, a partir do século XVIII, os espaços cemiteriais passaram
a ser locados nas periferias dos núcleos urbanos. A existência desses espaços integrados à malha urbana são
indício de crescimento da cidade ao ponto de integrá-los, se caracterizando como importantes marcadores
do crescimento de um núcleo urbano.
9
Boa Vista possuía seu primeiro cemitério onde, hoje, localiza-se a Catedral Cristo Redentor, no Centro
Cívico, passando à localização aproximada proposta por Derenusson e, atualmente, um terceiro localiza-se na
Zona Oeste, já integrado à estruturação da malha urbana.
certa centralidade na capital roraimense, logo após o anel viário proposto no Plano,
no final da avenida Ene Garcêz. O deslocamento do cemitério, originalmente
localizado na área do Centro Cívico proposto, não está definido de forma identificável
na maquete, mas supor que se trata de uma das frações destacadas na imagem da
maquete, no quadrante SO, área circundante, próxima ao posicionamento projetado
para a pista de pouso (Figura 9).

Figura 9: Posição do cemitério e aeroporto; e conjuntos do BNH da década de 1970.


AEROPORTO

CONJUNTO
MECEJANA

CONJUNTO
SÃO VICENTE AEROPORTO

CEMITERIO

Acervos Luiz Mário Severo Ávila e Darcy Romero Derenusson, adaptado pela autora.

Morfologicamente, o projeto para a cidade de Boa Vista se constituía de um


core que articulava o núcleo embrionário e o Centro Cívico, contando com uma
estrutura viária que seria contida por um cinturão de serviços e um anel viário
perimetral. Para além, se constituiria zona rural. Esse modelo dialoga com os
princípios da Cidade Jardim, de Ebenezer Howard10, além da concepção de
Ildefonso Cerdá, pela manutenção e continuidade da trama do núcleo inicial
(TREVISAN et all, 2018).

Assim, percebemos na análise das imagens que a opção projetual de


Derenusson não propunha um espraiamento a partir do centro radiador, como muitas
vezes se defende, mas um condicionamento a partir da estruturação viária,
estabelecendo um vetor composto por uma série de avenidas paralelas, que
interceptam o Centro Cívico em sentido NE-SO (Figura 10).

Figura 10: Estruturação viária do Plano: principais vias e rotatórias

Bittencourt
R. Agnelo

R. Alferes Paulo Saldanha

Fonte: adaptado pela autora.

10
Ainda há necessidade de uma avaliação mais acurada dessa contribuição teórica, compreendendo o Plano
de Derenusson nessa perspectiva ampliada, que é apresentada nesse ensaio.
Uma outra avenida, atualmente denominada como Júlio Bezerra, segue rumo
Norte. A avenida Glaycon de Paiva seria o eixo de expansão sentido Oeste, e a Ene
Garcês rumo NO. A importância dessas avenidas pela conexão que fazem com o
anel viário projetado é notória e se constitui, em parte, a avenida Santos Dumont,
rua Agnelo Bittencourt e um trecho que limita, atualmente, as áreas de ocupação
militares com o Conjunto Habitacional Mecejana, produzido na década de 1970,

Registros da imprensa das décadas de 1950-1960 apontam para as dificuldades


na conclusão das obras do Plano (RAMALHO, 2012), o que pode ser indício tanto
de uma descontinuidade das premissas, de que uma revisão durante o processo de
execução tenha levado à não execução do todo como proposto, ou mesmo de um
processo orgânico de gestão e ocupação do espaço. Fato, contudo, é que parte do
sistema viário circundante foi efetivamente executado, deixando marcos importantes,
às vezes imperceptíveis, mas característicos de Boa Vista: as rotatórias e as largas
vias.

LUGARES DE MEMÓRIA E TRADIÇÕES CONSTRUÍDAS

Existem alguns discursos sobre o Plano Urbanístico que se repetem


insistentemente, por uma falha de abordagem. Uma delas – a mais comum –, é
considerar como limites do projeto de Derenusson a via que circunscreve a malha
radial atualmente denominadas avenidas Terêncio Lima e Major Williams.

“Com o novo projeto, esse núcleo original foi estendido com a sobreposição
e acréscimo de um traçado parcialmente rádio concêntrico, que combina
doze vias irradiadas a partir de uma grande praça e cinco avenidas
envoltórias com uma série de ruas que seguem um padrão em xadrez.
Circundado esse arcabouço, foi previsto um cinturão verde de modo a
controlar e conter o crescimento da cidade e acomodar grandes
equipamentos, como o aeroporto, o hipódromo e o estádio desportivo”
(TREVISAN et all, 2018, p.2, grifo nosso).
Temos, agora a nítida percepção de que o Plano se dispunha a uma
concepção de morfologia urbana diferente do adensamento e continuidade com uma
única centralidade, a do Centro Cívico. Na concepção projetual, um recurso foi
amplamente utilizado pelo projetista: as rotatórias no cruzamento das grandes vias.
Algumas destas resistem e dão testemunho da proposição do Plano e foram
multiplicadas, com importante presença, como a rotatória do trevo, que articula as
rodovias de ligação a Manaus e às fronteiras da Venezuela e Guiana (Figura 11).

Figura 11: Projeção do Plano Urbanístico sobre a malha urbana atual.

Zona Oeste
área de expansão
Aeroporto
LEGENDA

Via original do
Plano Urbanístico

Via adaptada do
Plano Urbanístico

Via estruturante
posterior ao Plano

Rotatória
remanescente

Rotatória do trevo

Fonte: Google Earth, adaptado pela autora.

Portanto, embora haja certo fascínio sobre o traçado radial do Plano


Urbanístico, a ponto de ser tratado como ícone da cidade, por conta de suas várias
referências e simbolismos para a população, especialmente como signo de
modernidade, outras referências subsistem, invisíveis, que indicam possibilidades de
interpretação da paisagem da cidade.

A intencionalidade do projeto de Derenusson se manifesta claramente no


sentido de expansão, a partir de suas grandes e largas avenidas. A solução de
conexão por rotatórias se tornou característico de Boa Vista, contudo vem sendo
paulatinamente substituídas por cruzamentos com controle semafórico. Algumas
dessas rotatórias foram adaptadas também com novas funções, como a que conecta
a rua Penha Brasil e a rua Agnelo Bittencourt (Figura 12).

Figura 12: Limite NE do Plano: Limite institucional e rotatória do Parque Anauá.

Fonte: Google Earth, adaptado pela autora.

A avaliação dos limites a noroeste do Plano nos indica duas situações


relevantes: [1] a configuração da fronteira institucional, de uso militar, da porção
originalmente tratada como rural; [2] a conexão com novos projetos modernizadores
para a cidade, como o aeroporto e o Parque Anauá11, em área com presença
consistente de outros órgãos públicos, instalados a partir da década de 1980.
Observa-se que há uma intencionalidade em dotar ao limite entre a área institucional
e a residencial um aspecto de integração ao Plano, com a alteração do traçado
original, promovendo um encurvamento no grid original, gerando o traçado da rua
Edmundo Amorim e demais vias paralelas a esta, como que a dar alguma
continuidade à essência formal do Plano Urbanístico. Por sua vez, a integração que
o projeto do Parque Anauá promove com o traçado original é de articulação e
continuidade com a via preexistente.

“Considerado como o maior parque urbano da região norte do Brasil,


o Parque Anauá situa-se na área pericentral de Boa Vista, com
superfície de 106 hectares. Anteriormente conhecida como Fazenda
dos Americanos, a área atraía a população boa-vistense para o lazer,
principalmente devido à existência de lagos perenes. Este espaço
não foi previsto no plano original da cidade, traçado por Darcy Aleixo
Derenusson, na década de 1940. Contudo foi incorporado a partir de
sua primeira extensão, devido à dinâmica social que o próprio espaço
assumiu para Boa Vista.” (NASCIMENTO et all, 2019, p. 105-106)

No limite SO do Plano, temos uma situação mais complexa, inclusive quanto


à topografia e a rede de lagos e igarapés. Some-se a isso certa imprecisão no
traçado topográfico da orla, das ruas e na definição dos equipamentos e serviços, o
que gerou uma estruturação urbana menos ordenada e em descompasso com o
Plano original. O grande potencial morfológico do traçado nesse setor parece ser –
o que de fato o é – a criação de uma rede de vias de conexão que voltassem para a

11
De autoria do arquiteto cearense Otacílio Teixeira Lima Neto, foi resultado de concurso nacional de
projetos, promovido em 1980.
interligação com novas propostas de integração, seguindo paralelo ao rio Branco,
para esse propósito. A partir dessas avenidas – Ville Roy, Benjamim Constant e
Sebastião Diniz – a expansão da cidade seria promovida, inserindo nesse trecho os
já citados cemitério e aeroporto, caracteristicamente estruturas que se implantam na
periferia dos núcleos urbanos.

Podemos observar a indefinição dos elementos e propostas – a exceção, a


pista de pouso – e uma grande incongruência do traçado das vias. Some-se as
mudanças que foram incorporadas à área (Figura 13) a adoção das quadras finais
do traçado radiocêntrico para várias funções militares, fortalecendo o conceito de
cinturão institucional.

Figura 13: Limite SO do Plano: Limite de expansão da cidade.

1
2
A
3

4
B

LEGENDA
ESTRUTURAS PROPOSTAS ROTATÓRIA DO TREVO [1]
[A] PISTA DE POUSO RODOVIÁRIA INTERNACIONAL [2]
[B] CEMITÉRIO CONJUNTO SÃO VICENTE (BNH) [3]
[C] INDETERMINADO CEMITÉRIO N. SRA DA CONCEIÇÃO [4]

Fonte: Google Earth, adaptado pela autora.

É relevante destacar que ambos os conjuntos habitacionais citados, assim


como a Rodoviária Internacional de Boa Vista e mais cerca de uma dezena de
projetos e obras públicas na capital roraimense foram elaborados no escritório do
arquiteto Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto (Uberlândia/MG, 1930 –
Niterói/RJ, 2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esses vastos campos naturais, entremeados de igarapés e veredas de


buritizais, com topografia de baixa amplitude, se torna uma condição propícia para a
implantação de um desenho urbano de moldes modernos, sem a necessidade de
atenção a aspectos pontuais ou grandes custos de terraplanagem. Desta forma, o
lavrado roraimense permitiu que o compasso de Derenusson fosse utilizado,
garantindo a liberdade formal que caracteriza o setor central do Plano Urbanístico de
Boa Vista. Mas a atenção ao entorno imediato desse desenho nos fala mais das
intenções do projetista.

Muito embora a nova capital tenha recepcionado importantes fluxos


migratórios nas últimas décadas, o Plano de Derenusson não foi capaz de conter o
crescimento de Boa Vista até o fim da década de 1980, devido a outros planos que
incidiram sobre a Região Amazônica e, consequentemente, com reflexos em Boa
Vista. Sua lógica modernista, que aponta para predeterminações a partir do projeto
(ARGAN, 2001), mesmo com a grande sensibilidade de manutenção do núcleo
original, não soube avaliar a potência da dinâmica das sociedades urbanas
(MACHADO, 1993; BESSE, 2013) que, humanas em essência, estabelecem seus
territórios em diálogo com o lugar.

É importante atentarmos que existem modernidades que, por fases, vão se


inserindo, No caso de Roraima e, em especial, Boa Vista, temos a presença do
Estado como elemento indutor desses fluxos de modernidades, característicos da
região amazônica (CHAVES, 201) foi o principal agente desses processos de
apropriação e determinação funcional dos espaços na cidade. Assim, a estruturação
de uma capital, como lócus civilizatório, induziu à instalação de edifícios institucionais
e de serviços públicos, que, em seus interstícios, foram constituindo territórios
marcantes, como o cinturão institucional e militar. Contudo percebemos a
intencionalidade do projetista ao estabelecer uma clara opção de estratificação
espacial – invisível quando consideramos o Plano apenas como o setor central
exclusivamente – com a opção pelo posicionamento de determinadas funções no
espaço.

Na faixa N-E temos um conjunto de equipamentos com grande potencial para


o lazer – estádio, lago, porto fluvial e vias de expansão em vários rumos – enquanto
no trecho S-O, com grande impacto da própria hidrografia, há a previsão de
avizinhamento do cemitério e do aeroporto, com vias paralelas ao rio Branco.
Morfologicamente já é perceptível a complexidade de implantação, devido à
topografia, a qual sequer o traçado radial conseguiu superar, tendo os limites a SO
se adaptado ao curso do igarapé Caxangá.

Como o ensaio compõe a pesquisa “Arquitetura do Desenvolvimento: o


moderno em Roraima entre as décadas de 1960 e 1980”, devemos avaliar de que
forma essa intencionalidade projetual de Darcy Derenusson, impactou na
consolidação e a criação de espacialidades para a recepção da modernidade
arquitetônica. Desta forma, percebemos que a implantação do Parque Anauá se
torna icônico como elemento qualificador do espaço, assim como outros projetos de
Severiano Porto, no setor N-E dessa faixa do Plano: escolas, Conjunto dos
Executivos, entre outras. No setor S-O vamos identificar, da lavra do escritório do
Severiano os conjuntos habitacionais do BHN (São Vicente e Mecejana) e a
rodoviária, o que traduz clara intencionalidade de exclusão, que vai se refletir da
compreensão da estruturação urbana.
Essa rápida avaliação, a que se propõe este artigo, contribui com a percepção
do espaço urbano da capital roraimense, interpondo essa camada de sobreposição
à leitura do Plano Urbanístico de Boa Vista, estabelecendo nexos temporais e
conceituais sobre a ideia de modernidade que se insere na Amazônia, mormente em
Roraima, até a década de 1980.

REFERÊNCIAS
ARGAN, Giulio Carlo. Projeto e Destino. São Paulo: Ática, 2001
BECKER, B. Manaus, cidade mundial numa floresta urbanizada. In: Becker, B.; Stenner,
C. Um futuro para a Amazônia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008, p. 103-118

BESSE, Jean-Marc. Cartografar, construir, inventar – notas para uma epistemologia do


encaminhamento do projeto. In O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro:
Ed UERJ, 2014.
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