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A INFLUÊNCIA DO APADRINHAMENTO AFETIVO NA ADOÇÃO

TARDIA1

THE INFLUENCE OF AFFECTIVE SPONSORSHIP IN LATE


ADOPTION

Eduarda Cristina de Castro2


Mariana Moreira dos Santos3
Natália Cardoso Marra4

RESUMO: O presente artigo tem o objetivo de analisa questões relativas à adoção tardia e o
instituto do apadrinhamento, como forma de garantia de direito a convivência familiar e
comunitária. A pesquisa deu-se por meio de artigos e monografias acadêmicas,
documentários, reportagens referentes a adoção em sentido amplo. O estudo evidenciou, que
a adoção de adolescentes e crianças maiores de 2 anos ainda enfrenta grandes desafios e
preconceitos, mas tal cenário vem sendo modificado gradativamente com algumas iniciativas,
como o apadrinhamento afetivo, prática reconhecida por lei desde 2017. Desse modo, o
apadrinhamento afetivo constitui alternativa eficaz e praticável com programas de incentivo,
na busca e garantia de direitos fundamentais e vínculos afetivos que possibilitam o convívio
fora das instituições de acolhimento.

PALAVRAS – CHAVE: Adoção tardia. Apadrinhamento afetivo. Convivência Familiar.

ABSTRACT: This article aims to analyze issues related to late adoption and the sponsoring

1
CASTRO, Eduarda Cristina; SANTOS, Mariana Moreira dos; MARRA, Natália Cardoso. A influência do
apadrinhamento afetivo na adoção tardia. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito),
das duas primeiras autoras (alunas), sob orientação da terceira autora (Professora) – Centro Universitário Una
Contagem, Contagem/MG, 2022.
2
Graduanda do 10º período do Curso de Direito pelo Centro Universitário Una Contagem.
3
Graduanda do 10º período do Curso de Direito pelo Centro Universitário Una Contagem
4
Professora pelo Centro Universitário UNA, advogada, Mestre em Gestão Social e Doutora em Ciências Sociais.
institute, as a way of guaranteeing the right to family and community coexistence. The
research was conducted through academic articles and monographs, documentaries, reports
related to adoption in a broad sense. The study showed that the adoption of adolescents and
children older than 2 years still faces great challenges and prejudices but this scenario has been
gradually modified with someone with some initiatives, such as affective patronage, practice
recognized by law since 2017. Thus, affective patronage is an effective and feasible alternative
with incentive programs, in the search and guarantee of fundamental rights and affective bonds
that enable living outside the host institutions.

KEYWORDS: Late adoption. Affective patronage. Family Coexistence.

1. INTRODUÇÃO
Inúmeras crianças e adolescentes encontram-se confinadas em instituições de
acolhimento, distante do convívio familiar. É uma realidade árdua, visto que muitas crianças
acabam crescendo sem a oportunidade de serem adotadas, e ao completar a maioridade não
podem continuar nos abrigos de acolhimento.
Incontáveis são os casos em que os adotantes abandonam o processo de adoção, pois
já se passaram muitos anos e com isso, perdem o estímulo, a saúde física e mental para receber
e criar um filho. Nessa perspectiva, foi possível concluir que institutos alternativos como o
apadrinhamento, além de campanhas e projetos feitos por organizações governamentais ou
privadas, são essenciais para a garantia de uma vida digna aos jovens acolhidos, que não foram
adotados e garantir direitos elencados pela Constituição.
O instituto adoção é totalmente distinto do apadrinhamento, todavia existem casos em
que os padrinhos afetivos criam uma conexão tão forte com o apadrinhado que decidem adotá-
lo.
Dessa forma, é de suma importância a criação de projetos de incentivo a adoções
tardias e ao apadrinhamento, pois busca garantir os direitos elencados no artigo 227 da
Constituição Federal e consequentemente reforça o princípio do melhor interesse da criança.
Para trabalhar o seu objetivo, a presente pesquisa apresenta a evolução histórica, tanto
mundial quanto nacional, do instituto adoção, apresentando seu conceito, formas, desafios e
processo. Em seguida foi tratado sobre o direito à convivência comunitária e familiar, e as
formas que o poder público disponibiliza para a garantia desse direito, por exemplo, o
acolhimento institucional. Por fim, foi apresentado o projeto do apadrinhamento, suas
especificações e se é uma alternativa eficaz de garantia de direitos fundamentais para crianças
institucionalizadas.

2. ADOÇÃO
2.1. Evolução histórica no mundo
A adoção é um dos institutos mais antigos do direito de família. Mas, não se sabe
historicamente quando surgiu de fato, mas, é possível identificar suas manifestações na mais
remota antiguidade, como entre os egípcios, hebreus, gregos e romanos.
Na antiguidade, a adoção tinha uma perspectiva totalmente voltada para a religião,
onde as crenças primitivas impunham a necessidade de conceber filhos para impedir a
extinção do culto familiar doméstico, que era apontado como a base da família na época. E
para quem não tinha descendentes, a adoção, era a forma de dar continuidade ao culto
doméstico. Segundo Jason Albergaria (1996, p.29), “[...] o filho adotado continuava o culto
do pai adotivo. Posteriormente a adoção vai ter função de transmitir ao adotado o patrimônio
do adotante”.
Na época Pré-Romana, não se tem mais uma conspiração religiosa para o instituto e
sim de direito, onde os primeiros registros de regulamentação por lei do instituto foi pelo
Código de Hamurábi (1.728 – 1686 a.C.), na qual disciplinava, em onze dispositivos, na seção
XI, com título de “Adoção, ofensas aos pais, substituição de criança” (GHIDORSI, 2017).
Já na Roma Antiga, o direito romano institui a adoção, como um ato solene que se
admitia como filho outro que não era proveniente de sua prole natural (GHIDORSI, 2017).
Na Idade Média, com a grande expansão do catolicismo, a adoção volta a ter um viés
religioso e cai em desuso, pois afrontava os interesses da Igreja Católica. Então, aqueles que
não pudessem gerar filhos por meio de uma prole biológica, deixariam todo seu patrimônio
para a Igreja (GHIDORSI, 2017).
Na França, em 1804, é resgatado novamente o instituto da adoção pelo Código de Napoleão
que, pela primeira vez, as vontades e interesse do adotado estão em primeiro plano
(SANTIAGO, 2022).

2.1.1 Evolução histórica no brasil


No Brasil, a adoção se faz presente desde a época da colonização, que esteve vinculada
com a caridade cristã e a possibilidade de conseguir mão de obra barata dos chamados “Filhos
de Criação” (PEREIRA; SOTERO, 2020).
O Código Civil de 1916, garantia a adoção, mas os filhos adotados não tinham os
mesmos direitos que filhos biológicos na época. Tal cenário mudou em 1965, onde a Lei 4.655
permitiu que o filho adotivo pudesse gozar dos mesmos direitos dos filhos legítimos
(PEREIRA; SOTERO, 2020).
Já em 1979, a Lei 6.697 instituiu um novo Código de Menores, que dividia o processo
de adoção em simples (destinada a menores consideradas em situação de abandono e
vulnerabilidade social, com autorização dos pais biológicos e de um juiz) e plena (destinada
apenas para crianças de até 7 anos) (PEREIRA; SOTERO, 2020).
Na Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 227, estabelece que a
responsabilidade de garantir os direitos das crianças e adolescentes, inclusive o direito à
convivência familiar é compartilhado entre Estado, famílias e sociedade. Isso significa dizer
que todos são responsáveis por todas as crianças e adolescentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, criado em 1990, em seu art. 267, que revogou
expressamente o Código de Menores, trata dos direitos referentes à convivência familiar, à
guarda, à tutela, e sobretudo à adoção.
Já o Código Civil de 2002 , em seu art. 1.628, trouxe o consentimento dos pais ou do
representante legal e de quem será adotado, para haver a possibilidade de se concretizar a
adoção.

3. CONCEITO DE ADOÇÃO
Para Diniz (2011, p. 546), “A adoção vem a ser o ato jurídico solene pelo qual,
observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação
de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação”.
Segundo Gonçalves (2009, p. 341), a “Adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém
recebe em sua família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha” .
No ponto de vista de Souza (2001, p. 24) “A adoção envolve vocação, vontade interior
de desenvolver a maternidade e a paternidade instintiva, pelo real desejo de se ter um filho”.
Segundo a lição de Orlando Gomes (2001, p.369), "Adoção é o ato jurídico pelo qual
se estabelece, independentemente do fato natural da procriação, o vínculo da filiação".
Na legislação, o conceito de adoção está descrito no Estatuto da Criança e do
Adolescente, em seu artigo 41: “A adoção atribui a condição de filho ao adotando, com os
mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais
e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais”.
Diante dos conceitos apresentados, é possível perceber que a adoção é uma forma de
conceder filhos a quem almeja ser pai, e pais para quem deseja ser filho e pertencer a uma
família. Sendo mais que um mero instituto jurídico, respaldado no ordenamento jurídico, mas
uma forma de garantia do direito à dignidade da pessoa humana ao permitir estabelecer,
através da adoção, vínculos familiares.

4. O PROCESSO DE ADOÇÃO NO BRASIL


No Brasil, conforme a lei 12.010 de 2009, para adotar uma criança ou adolescente é
preciso que o indivíduo ou casal passe por algumas fases.
Primeiramente, deve procurar a Vara de Infância e Juventude do seu município e se
informar sobre os documentos necessários. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) elenca as
seguintes cópias autenticadas que serão juntadas e analisadas: certidão de nascimento ou
casamento, ou declaração relativa ao período de união estável; cópias da Cédula de identidade
e da Inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); comprovante de renda e de residência;
atestados de sanidade física e mental; certidão negativa de distribuição cível; certidão de
antecedentes criminais. Vale ressaltar que, a idade mínima para ingressar no processo de
adoção é 18 anos, casado ou não, respeitando o lapso temporal de 16 anos de diferença entre
a criança ou adolescente e quem deseja adotar (CNJ, 2020).
Em seguida, deve ser feito no cartório da Vara de Infância uma petição de inscrição
para adoção, elaborada por um defensor público ou advogado particular. Sendo aprovada, o
nome do interessado será autorizado a constar no cadastro local e nacional de candidatos à
adoção. Assim dispõe o artigo 19-A da lei 12.010 de 2009:

Art.19-A Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição


inicial na qual conste: I - Qualificação completa; II - dados familiares; III - cópias
autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao
período de união estável; IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas; V - comprovante de renda e domicílio; VI - atestados de sanidade
física e mental; VII - certidão de antecedentes criminais; VIII - certidão negativa de
distribuição cível.

Seguidamente, os candidatos devem realizar um curso de preparação psicossocial e


jurídica, com duração de 2 meses e aulas semanais. Comprovada a participação no curso, será
submetido à avaliação com entrevistas e visitas domiciliares feitas por profissionais da área.
Conforme o artigo 197-C em seu § 1º da lei 12.010 de 2009:

§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça


da Infância e da Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar,
que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos.

O resultado dessa avaliação será levado ao Ministério Público e ao juiz da Vara de


Infância. A partir do laudo e do parecer, o juiz dará sua sentença. Sendo concedido o pedido,
o nome dos candidatos será inserido no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), com validade
de 2 anos.
Havendo a existência de uma criança, , com o perfil compatível exigido pelos
candidatos, a Vara de Infância avisará e caso haja interesse, será apresentado o histórico de
vida e a criança para o adotante. Após esse encontro, a criança passará por uma entrevista e
manifestará sua vontade de continuar ou não com o processo de adoção, se ela concordar, dará
início ao estágio de convivência monitorado pela Justiça e pela equipe técnica. Em
conformidade com o §2º do artigo 197-E da lei 12.010 de 2009, § 2º “A recusa sistemática na
adoção das crianças ou adolescentes indicados importará na reavaliação da habilitação
concedida”.
Tendo um resultado positivo durante esse período, a ação de adoção é iniciada e será
concedida a guarda provisória, com validade até a conclusão do processo. Momento em que a
criança passa a morar com a família e recebe visitas periódicas da equipe técnica para
avaliação.
No final, o juiz profere uma sentença de adoção e estabelece a lavratura do novo
registro de nascimento, com o sobrenome da nova família e a criança passa a possuir todos os
direitos de um filho biológico (CNJ, 2020).

4.1 Os tipos de adoção realizados no Brasil


O processo de adoção é regulamentado pela Lei Nacional da Adoção (Lei nº 12.010,
de 3 de agosto de 2009) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 13 de julho
de 1990) que também estabelece os principais tipos de adoção no Brasil.
A adoção Unilateral, está prevista no artigo 41, §1º, do Estatuto da Criança e do
Adolescente, e ocorre quando o filho de outra relação do cônjuge ou companheiro é adotado.
Havendo o rompimento do vínculo de filiação com um dos pais, para ser criado um vínculo
familiar e jurídico.
A forma mais conhecida de adoção é a Legal, onde o indivíduo que deseja adotar, deve
comparecer à Vara de Infância e Juventude da comarca de sua residência para se tornar apito
ao processo de adoção.
No dia 5 de maio de 2011, Supremo Tribunal Federal, por meio da ADI nº 4277 e a
ADPF 132, reconheceram a união estável homoafetiva, como um núcleo familiar, igualando
os mesmos direitos dos casais heterossexuais. Entretanto, a adoção homo parental ocorre
quando um casal ou uma pessoa homossexual decide adotar (MIGALHAS, 2011).
Já na modalidade de adoção Bilateral ou conjunta, segundo o artigo 42 §2º do Estatuto
da Criança e do Adolescente, é indispensável que os adotantes sejam casados ou estejam em
regime de união estável, comprovando a estabilidade familiar. E os divorciados, judicialmente
separados, há a possibilidade de adotarem em conjunto, se o estágio de convivência tiver
iniciado antes da separação do casal. Evidenciada a existência de vínculos de afinidade e
afetividade.
Igualmente no Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 42, é definido que
a adoção Póstuma (ou pós- morte) é permitida desde que o interessado em adotar, ainda em
vida, tenha manifestado essa vontade, iniciando o processo de adoção.
No artigo 40 do ECA é permitida a adoção de maiores de 18 anos, estando eles sob
guarda ou tutela dos adotantes.
Esgotadas todas as possibilidades de adoção nacional, é excepcionalmente realizada a
adoção Internacional, no qual os adotantes são residentes e domiciliados no exterior. Sendo
sujeita a regulamentação e procedimentos específicos.
Conhecida como adoção à brasileira, caracterizada quando um recém-nascido é
entregue para que outras pessoas o registrem como filho. Acontecendo uma adoção irregular,
pois não seguiu o processo legal de adoção. De acordo com (ANDRADE, 2014, p. 44):

Esse tipo de adoção, também chamada de adoção simulada, é o registro realizado


pelo homem ou mulher que assume como seu, o filho de outrem, “tal fenômeno
ocorre quando uma pessoa voluntariamente reconhece a paternidade ou a
maternidade de outrem perante o Cartório de Registro das Pessoas Naturais,
independentemente de vínculo biológico.
Tal prática é tipificada como crime disposto nos artigos 242 do Código Penal vigente:

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem;
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil:Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se o crime é
praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos,
podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

5. OS DESAFIOS DA ADOÇÃO
Neste tópico, serão discutidos os desafios da adoção no Brasil. Inicialmente serão
apontados problemas que ocorrem no Poder Judiciário, como a morosidade do processo. Em
seguida, será discutido o perfil buscado pelos pretendentes a adotar.

5.1 A morosidade do poder judiciário


A Constituição Federal, impõe que todo processo é assegurado razoável duração, onde
será incorporado meios para tornar mais céleres e conclusos, vejamos:

Art. 5º, LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Na adoção, um dos principais desafios da adoção é a demora no término do processo e o


descumprimento dos prazos previstos em lei. Segundo a Lei nº 8.069/1990, dispõe em seu
inciso XX do artigo 47 que:

O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da
autoridade judiciária.

Conforme diagnóstico sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, realizada


pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2020, cerca de 43,5% (quarenta e três e meio por
cento) das ações de adoção feitas, foram realizadas em mais de 240 (duzentos e quarenta) dias.
Tal atraso, decorre da escassez de profissionais do poder judiciário e a grande demanda
nos processos de adoção. Com este descompasso, as Varas de Infância não disponibilizam
psicólogos, juízes e assistentes sociais necessários à demanda de cada região. Levando, muita
das vezes, a desistência dos pretendentes à adoção.
5.2 Perfil buscado pelos pretendentes

A base que orienta a legislação atual sobre o assunto, é o princípio do melhor interesse
do menor. A Lei nº 12.010 de 2009 alterou mais de 54 artigos no Estatuto da Criança e do
Adolescente, buscando incentivar e apoiar todos os grupos de crianças e adolescentes.
Conforme o artigo 197-C, § 1º:

É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da


Infância e da Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, que
inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos.

Ao entrarem na fila da adoção, a maioria dos pretendentes a adotar, já possuem um


perfil de criança em mente. Segundo uma simulação feita pelo jornal Estadão em 2019, o perfil
mais buscado pelos pretendentes, são meninas brancas, com menos de três anos e filha única.
Mas conforme o cadastro nacional de adoção do Conselho Nacional de Justiça, em 2021
concluiu-se que 65,93% das crianças são negras ou pardas (CNJ,2021).
Tal seletividade, afeta também crianças que possuem algum tipo de deficiência ou
doença crônica. Exemplo disso, no ano de 2020 o Tribunal de Justiça do Distrito Federal
identificou que das 65 adoções efetivadas, 6 somente foram de crianças deficientes. A Seção
de Colocação em Família Substituta da Vara da Infância e da Juventude, considera que apenas
cerca de 10% das famílias habilitadas são interessadas em crianças com deficiência e 90%
buscam crianças saudáveis (TJDFT,2020).
Outro grupo atingido com esse descompasso de perfil desejado, são as crianças que
possuem irmãos. Em 2018, o Cadastro Nacional de Adoção, concluiu que das 4.881 crianças
cadastradas para adoção no país, 65,68% têm irmãos. Sendo a maioria dos grupos de irmãos
envolvem crianças pré-adolescentes e adolescentes. E entre os 40.306 interessados em adotar,
65,89% não desejam crianças com irmãos (CNA,2018).
Diante disso, pode-se perceber que tais efeitos contribuem para a permanência das
crianças em abrigos, e com o passar do tempo, ficam sujeitos à adoção tardia. Pois, a maioria
não possui mais a idade inferior a 3 anos, dificultando a busca por pretendentes a adotá-los.
Diante do exposto, o senador Paulo Paim (PT-RS) presidente da Comissão de Direitos
Humanos (CDH), em 2020 avaliou que, o Estado possui uma parcela de culpa. Pois com a
perda do poder familiar, a burocracia do processo, a escassez de famílias que não possuem
preferência de crianças, liberação de documentos. Concluiu que 3 mil jovens egressos de
abrigos, atinjam a maioridade sem que encontrem uma família que os acolha. Sendo dever do
Estado ajudar na socialização desses indivíduos (AGÊNCIA SENADO,2020).

Figura –1: Idade das crianças e adolescentes em acolhimento. (AGÊNCIA SENADO,2020)

5.3 Da adoção tardia


A função da adoção tardia é possibilitar e garantir que crianças com mais de dois
anos e adolescentes sejam adotados, aceitos e acolhidos em uma nova família. A busca é
feita de maneira a encontrar uma família para a criança e não uma criança para a família
(FIGUEIREDO, 2005, p. 19).
O instituto adoção tardia, é identificado quando a criança ou adolescente, já tem um
desenvolvimento parcial em sua autonomia e interação com a sociedade, comumente após os
3 anos.
Conforme o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, em 2022, há
aproximadamente 4,1 mil crianças e adolescentes para serem adotadas. Dessas, 3.237 têm
mais de 6 anos e 282 com menos de 2 anos (CNJ 2022).

5.4 Direito à convivência familiar


O direito à convivência familiar, é o direito fundamental da criança e adolescente a
viver junto à sua família natural ou subsidiariamente à sua família extensa. (ISHIDA, 2004).
Tal direito, é elencado pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227 que é
dever de todos assegurar a convivência familiar as crianças e adolescentes.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão. (Constituição federal de 1988).

Diante disso, a família é identificada pela legislação brasileira atual, como um pilar
indispensável para o desenvolvimento integral da criança ou adolescente, proporcionando à
humanização e à socialização do indivíduo.
Na sociedade atual, a efetivação desse direito, por sua maioria, é dada maior atenção
às crianças que não são órfãs e que não estejam na fila da adoção. Segundo a lei 12.010/2009
que dispõe sobre a garantia do direito à convivência familiar, em seu artigo 1º, §2º defende
que não sendo possível convivência com a família natural, estão sujeitos a adoção, tutela ou
guarda. Uma solução para preservar tal direito.

§ 2º Na impossibilidade de permanência na família natural, a criança e o adolescente


serão colocados sob adoção, tutela ou guarda, observadas as regras e princípios
contidos na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e na Constituição Federal.

De maneira oposta, a situação de crianças que não possuem convívio com os pais, seja
por serem órfãos ou pelo motivo de seus pais perderem o poder familiar, não possuindo tutela
ou guarda de um representante legal. E que estão na fila de adoção, dentro de uma instituição
de acolhimento, quase sempre tem esse direito ignorado. A ausência de convívio familiar, gera
grandes consequências negativas no desenvolvimento, segundo a Psicóloga Patrícia Spada, às
crianças de zero a três anos desenvolvem doenças cognitivas, obesidade, desnutrição e
problemas afetivos relacionados a traumas. "A presença dos pais é primordial neste período,
pois, os traumas sofridos nela se estendem pela vida adulta e vão desde dificuldades de
aprendizagem até a falta de apetite ou a comilança excessiva" (Patrícia Spada,2009).
Já as crianças de quatro a doze anos e os adolescentes, sofrem com os efeitos negativos
comportamentais como depressão, ansiedade, insegurança, refletindo no comportamento na
vida amorosa e social.

6. DO APADRINHAMENTO:
Com o fim da ditadura militar e em meio ao processo de redemocratização no Brasil,
foram realizados inúmeros movimentos sociais para garantir o direito da criança e do
adolescente na Constituição. Surge então, em 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do
adolescente, lei 8.069, que foi um marco na garantia dos direitos na proteção de crianças e
adolescentes brasileiros. Em destaque, o direito à convivência familiar e comunitária.
As características almejadas de uma família para o bom desenvolvimento de uma
criança é que venha proporcionar afeto, compreensão, proteção e outros direitos, visando
sempre o bem-estar. Art. 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias entorpecentes.

Mas, em alguns casos, a família não consegue cumprir este papel, em decorrência, por
exemplo, de violência doméstica, uso de drogas, abandono e prática de atos imorais que geram
a perda do poder familiar. Nessas situações, como uma das formas de assegurar às crianças,
foi criado o programa de apadrinhamento.
Vale salientar que o apadrinhamento não se confunde com adoção, pois o primeiro visa
promover vínculos afetivos, seguros e duradouros entre as crianças e pessoas que se dispõem
a ser padrinhos e madrinhas, e o segundo instituto atribui a condição de filho para todos os
efeitos, havendo o desligamento do vínculo familiar biológico. Como defende o autor Luciano
Alves Rossato em 2019:

Inicialmente, é necessário frisar que apadrinhamento não é hipótese de família


substituta, adoção, tutela, guarda, mas sim é programa de atendimento e auxílio à
criança ou adolescente. O objetivo é oferecer ao menor que tem poucas chances de
ser adotado de ter uma forma de acolhimento externo, através dos padrinhos.
(ROSSATO, p. 259, 2019).

6.1 Tipos de apadrinhamento


Atualmente, existem três tipos de apadrinhamento: o financeiro, prestação de serviço
e o afetivo.
O financeiro, não há contato pessoal entre o padrinho e o apadrinhado. Há, apenas, a
contribuição financeira para serviços favoráveis como cursos, despesas escolares, etc.
Acompanhando a vida da criança através de relatórios periódicos que descrevem a situação da
criança. O provimento da corregedoria geral da justiça do estado de São Paulo n° 36/2014, em
seu artigo 3º, define:

Apadrinhamento financeiro consiste em contribuição econômica para atender as


necessidades de uma criança ou adolescente acolhidos institucionalmente, sem criar
necessariamente com ela vínculos afetivos.
Parágrafo único: O apadrinhamento financeiro não pressupõe contato direto entre
“padrinho” e “apadrinhado”, podendo, a critério do “padrinho” ser convertido em
apadrinhamento afetivo, com ou sem prejuízo do apadrinhamento financeiro.

Já na prestação de serviço, o padrinho desempenha atividades sociais na instituição de


acolhimento voltados ao desenvolvimento da criança, como leituras de história e atendimento
odontológico ou médico. Tal modalidade, pode ser prestada por pessoas físicas ou jurídicas.
Por fim, temos o apadrinhamento afetivo, que visa promover vínculos seguros e
duradouros entre o padrinho e o apadrinhado. Desenvolvendo a função de afeto e participando
do dia a dia da criança, proporcionando oportunidades externas de convivência e lazer.
Definindo o artigo 2º do provimento da Corregedoria Geral da Justiça do estado de São Paulo
n° 36/2014:

Apadrinhamento afetivo é um programa para crianças e adolescentes acolhidos


institucionalmente, com poucas possibilidades de serem adotados, que tem por
objetivo criar e estimular a manutenção de vínculos afetivos, ampliando, assim, as
oportunidades de convivência familiar e comunitária.

6.2 Quem pode ser padrinho e madrinha


As exigências vão depender de cada programa, mas é indispensável que o candidato a
padrinho tenha disponibilidade emocional e de tempo, para haver continuidade e estabilidade
na relação com o apadrinhado. O único requisito legal, previsto no artigo 19-B § 2º do Estatuto
da criança e adolescente é que o candidato seja maior de 18 anos e não esteja inscrito no
cadastro de adoção “§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito)
anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo
programa de apadrinhamento de que fazem parte”
Alguns programas, por exemplo, além dos requisitos legais, exigem avaliação social e
psicológica, participação em palestras e oficinas de formação e também residir no mesmo
município.
Além de pessoas físicas, pessoas jurídicas também podem apadrinhar conforme o §3º
do artigo 19-B do Estatuto da criança e adolescente “Pessoas jurídicas podem apadrinhar
crianças ou adolescentes a fim de colaborar para o seu desenvolvimento”.

6.3 Exemplos de programas de apadrinhamento no brasil


No Brasil, há inúmeros programas de apadrinhamento, patrocinados por órgãos
públicos ou privados. Veja alguns exemplos:
No Distrito Federal, no ano de 1997, nasceu o primeiro programa de apadrinhamento
no Brasil chamado de "Aconchego", coordenado pela psicóloga Maria da Penha Oliveira.
Segundo o site, o programa tem como missão:“Promover ações e tecnologias sociais
transformadoras em prol da convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em
acolhimento institucional” (http://aconchegodf.org.br/)
O Aconchego conta com a parceria de muitas instituições como o projeto da rede globo
em parceria com a UNESCO Criança Esperança e a Associação nacional de grupos de apoio
à adoção.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, em 2019, criou o programa “Adote um boa noite”
que visa incentivar a adoção de crianças e adolescentes, com idade igual ou superior a 7 anos
ou que dispõe determinada deficiência. Por meio de um site, o programa apresenta fotos e
frases das crianças relatando seus principais sonhos. O projeto teve a parceria de instituições
como o clube de futebol São Paulo e a empresa de transporte público Via Mobilidade. E teve
visibilidade na imprensa em canais de televisão Jornal Nacional, Globo Esporte e Encontro
com Fátima Bernardes.
Em Minas Gerais, no ano de 2018 foi lançado o projeto “Apadrinhar” pelo Tribunal de
Justiça do estado, que tem como objetivo o apadrinhamento de crianças que vivem em abrigos
ou famílias. Sem a intenção de adotar em tempo integral, mas de dar afeto ou recursos
materiais às crianças do projeto. O programa é coordenado pela desembargadora Valéria
Rodrigues Queiroz e com o amparo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte e
pela empresa de publicidade Vitória Comunicação Institucional.

6.4 Efeitos do apadrinhamento afetivo na adoção tardia


O apadrinhamento afetivo, surgiu através do Projeto de lei do Senado Federal nº
171/2013 e está especificado no Provimento nº 40/2015. Previsto no Estatuto da Criança e do
Adolescente em seu artigo 19-B. “A criança e o adolescente em programa de acolhimento
institucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)”
O apadrinhamento afetivo, surgiu com intuito de solucionar as problemáticas da
adoção tardia. Método pelo qual proporciona às crianças que vivem em abrigos e sem
oportunidades de serem adotadas, terem atenção, respeito, carinho, afeto, convivência além
dos muros da instituição e principalmente, ter acesso a uma estrutura familiar. Auxiliando no
crescimento e desenvolvimento da criança e adolescente, tanto físico quanto psicológico, o
padrinho e madrinha podem oferecer ajuda em tarefas, emitir opiniões, oferecer cursos
profissionalizantes, experimentar emoções, desenvolver autonomia, controlar impulsos, lidar
com frustrações e acompanhar sua vida de forma mais presente. Fazendo com que o indivíduo
saia preparado para a vida fora do abrigo. Situações que a administração do Estado, sob
responsabilidade da equipe técnica e da instituição de acolhimento não conseguem de forma
alguma proporcionar.
Em 2015, os cineastas Diego Garcia e Gui Mohallem dirigiram o filme
“Apadrinhamento Afetivo: uma experiência” (Nossa Infância,2015). O filme usa vários
depoimentos para contar a história do programa pioneiro do apadrinhamento afetivo, relatando
alguns medos e percepções do grupo (Dois pais,2016). O documentário começa com o
depoimento da juíza Mônica Gonzaga Arnoni, que expõe o contexto de crianças e
adolescentes que chegam aos 18 anos sem ter tido vínculos familiares:
Culturalmente, temos a ideia difundida de que a adoção só deveria englobar as
crianças em idade ainda tenra, por isso, nossos abrigos ainda estão muito cheios…
O que se busca são crianças de até certa idade, depois daquela idade elas acabam
sendo esquecidas. Querem aquelas com nenhum rebaixamento, nenhum tipo de
deficiência, o que se buscam são os filhos perfeitos. E os adolescentes acabam
esquecidos nos abrigos e acabam saindo de lá só quando alcançam a maioridade e,
nesse meio tempo, talvez não se tenha feito muito para que eles tenham um vínculo
afetivo para sair de lá. (Dois pais,2016 )

Já a psicanalista do projeto e Coordenadora do Grupo Acesso Márcia Porto Ferreira,


diz que:

Como psicanalista, entendemos que é um universo de muita delicadeza, que estamos


diante de todos os temas que o humano se depara, que é a questão do desamparo.
(Dois pais,2016)

E os Funcionários dos abrigos reconheceram a importância e amor ao trabalho, e


ressaltaram que um vínculo mais individual pode fazer muita diferença na vida dos
adolescentes, mesmo que eles custem a demonstrar. Vejamos o depoimento de uma
profissional:

Muitas vezes você não vai chegar aqui (padrinhos e madrinhas) e esperar que as
crianças vão abrir os abraços e dizer: que legal que você está aqui. De repente, você
vai chegar e elas vão dizer: que saco, você está aqui de novo. Mas, de verdade, o que
elas mais queriam é que vocês estivessem aqui mesmo. (Dois pais,2016)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo abordou as influências e consequências do apadrinhamento afetivo
enquanto alternativa eficaz no processo de adoção tardia. Conforme as disposições da Lei nº
13.509/2017, que instituiu, dentre outras coisas, o processo do apadrinhamento afetivo.
A pesquisa para a construção do presente artigo baseou-se na pergunta: se o
apadrinhamento afetivo pode ser uma alternativa eficaz de garantia de direitos a crianças e
adolescentes sujeitos à adoção tardia?
Conforme demonstrado, o Direito da Criança e do Adolescente foi implementado no
Brasil por meio de uma mobilização dos movimentos sociais que visavam o interesse das
crianças e adolescentes no Brasil. Nesse sentido, esclareceu-se a interdisciplinaridade desse
ramo do Direito e, conforme os anos passaram, foram implementados métodos de efetivação
desses direitos para a crianças.
A criação dos projetos de apadrinhamento tem o objetivo de dar a oportunidade das
crianças e adolescentes institucionalizados aproveitarem uma vida fora dos padrões em que
foram abrigados. Fazendo com que essas crianças tenham um futuro promissor, visto que a
convivência familiar é de suma importância para o desenvolvimento do caráter de uma pessoa,
sendo intimamente ligado ao modo de pensar e agir, refletindo nas atitudes e ações que irão
tomar durante a vida, seja pessoal ou profissional.
Por mais que os abrigos e instituições de acolhimento ofereçam suporte psicológico e
educacional, por muitas vezes não é o suficiente. Essas crianças ao atingirem a maioridade
não se sentem preparadas para enfrentar o mundo como realmente é, apresentando
dificuldades em inserido no local de trabalho, no contato com a sociedade, em relacionamento,
oferecem problemas de saúde, etc.
O apadrinhamento vem como solução a esta problemática, oferecendo apoio necessário
à criança. Em especial, O apadrinhamento afetivo, vem para suprir um pouco da falta de afeto
de crianças carentes e sujeitas a adoção tardia. Pois, os abrigos estão abarrotados, fazendo com
que as crianças não recebam atenção individual que necessitam. Muitas chegam aos abrigos
com uma carga emocional desafiadora, na maioria das vezes, e por isso se retraem, são
agressivas e não se desenvolvem de uma forma saudável tanto física quanto psicológica.
Infelizmente, o instituto do apadrinhamento é pouco utilizado pelas redes de apoio à
família, tanto municipal quanto estadual. Há uma falta de atenção do poder público em
incentivar e instalar esses projetos, fazendo com que as instituições privadas ganhem destaque
nesse sentido.
Portanto, o apadrinhamento é uma alternativa eficaz de garantia de direitos para
crianças e adolescentes sujeitos à adoção tardia.

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