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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

GRUPO: Bárbara Ribeiro, Claudio Herbert, Luana Araújo, Natália Valente.

Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno

1- Pressupostos e princípios:

● Dignidade, ética e solidariedade devem ser âncoras da política para que o grupo
materno-infantil alcance elevado padrão de saúde.
● Devem haver alimentos seguros e nutritivos para crianças, além de informações para
gestantes e nutrizes.
● A intersetorialidade e a integração de estratégias são essenciais a todos que se
interessarem por aleitamento materno.
● Os grupos mais vulneráveis não devem ser excluídos da política que oferta a
integralidade, cada indivíduo recebe atenção personalizada à sua condição.

2- Diretrizes gerais

● O trabalho deve ser intersetorial articulado, promovido pelo setor Saúde, com estratégias
integradas.
● No primeiro contato é importante observar aspectos físicos, biológicos e sociais do
beneficiado com acompanhamento contínuo.
● No primeiro contato, que ocorre na atenção primária, é importante incentivar a adesão ao
aleitamento materno.
● Às vezes, para garantir a integralidade, a atenção secundária pode ser acionada. Para
melhor organização, é essencial obedecer a hierarquização e a regionalização nas
atenções secundária e terciária.
● A política também trabalha promovendo a Segurança Alimentar e Nutricional.
3- Objetivos

Geral: Aumentar a prevalência do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nos primeiros 6 meses
de vida e do Aleitamento Materno (AM) por 2 anos de vida ou mais no Brasil.

Específicos: Desenvolver e induzir uma política efetiva e eficiente, integrando e otimizando


atividades relacionadas ao incentivo ao AM. Garantir, por meio de legislação, o direito da mulher
de amamentar seu filho e proteger a amamentação quanto ao marketing não ético de produtos
que competem com essa prática. Fomentar ações de promoção, proteção e apoio ao AM no
âmbito da atenção primária. Garantir leite de banco de leite humano de qualidade a crianças
impossibilitadas de sugar todo o leite materno de que necessitam.

4- Responsabilidades institucionais

As responsabilidades institucionais das três esferas de governo foram definidas em observância


aos princípios do SUS, devendo os gestores articular ações, no âmbito de suas competências e
em conjunto com os demais gestores e a sociedade, de modo a viabilizar a implementação da
Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno no País.
Assim sendo, é de responsabilidade das três esferas em conjunto: Elaborar as normas e diretrizes,
assim como, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar a Política. Promover, na esfera
inserida em suas competências, articulação com os diversos setores e instituições envolvidos
com a promoção, a proteção e o apoio ao AM, governamentais e não governamentais, em busca
de parcerias que favoreçam a implementação dessa Política. Prestar cooperação técnica, dentro
de suas competências, visando à implantação e implementação dessa Política. Selecionar,
acompanhar e analisar indicadores que possam subsidiar os gestores na redefinição de estratégias
e atividades que se fizerem necessárias.

5- Componentes da política
A organização da atenção à saúde em linhas de cuidado, apresenta-se como alternativa frente às
dificuldades de acesso oportuno, à desarticulação entre serviços, à insuficiente coordenação da
atenção e estabelecimento de vínculo, à baixa responsabilização com o cuidado e à continuidade
da atenção.
A linha do cuidado com vistas à atenção integral envolve o acolhimento às necessidades das
mulheres e suas famílias, com escuta qualificada, independente do local onde as ações são
desenvolvidas, desde a visita domiciliar até as unidades terciárias.
O modelo-síntese desta política compreende os seguintes componentes: Gestão e Articulação
Política (componente tem como objetivo desenvolver e induzir uma política efetiva e eficiente,
integrando e otimizando atividades relacionadas ao incentivo ao AM); Proteção Legal à
Amamentação (busca garantir o direito da gestante e da mãe como trabalhadora em sua plena
capacidade de exercer seu direito produtivo e reprodutivo); Estratégia Amamenta e Alimenta
Brasil (busca fortalecer as equipes de saúde no desenvolvimento das ações de promoção,
proteção e apoio ao AM e alimentação complementar saudável); Iniciativa Hospital Amigo da
Criança, Método Canguru, Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (estes três últimos,
contemplando o âmbito hospitalar, associam e potencializam ações voltadas para o êxito da
política nesse nível de atenção); Educação, Comunicação e Mobilização Social (objetiva
desenvolver competências, difundir conhecimento, incentivar e induzir à mobilização social em
torno do AM); Monitoramento e Avaliação (direcionado a acompanhar a situação dos
indicadores do AM no País e as intervenções relacionadas à Política, além de incentivar e apoiar
pesquisa sobre o tema).

6 - Legislação Vigente

A Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno é


resguardada por ampla legislação com atribuições nas três esferas do poder público. Embora
esteja em permanente construção, as leis e portarias que visam viabilizar o aleitamento materno
regulamentam a prática em ambiente de trabalho, falam sobre ações educativas no âmbito da
atenção primária à saúde e ancoram-se nos direitos das mulheres gestantes, parturientes,
puérperas e família para estabelecer seus pareceres.

O Brasil instituiu a garantia de licença maternidade em 1966, com duração de 12


semanas. Em 1983, o Ministério da Saúde estabeleceu normas tornando obrigatória a
permanência do bebê ao lado da mãe nas primeiras 24 horas após o parto; Em seguida, em 1988,
o Banco de Leite Humano é criado no país, uma iniciativa reconhecida de grande impacto na
viabilização técnica da prática incentivada; A iniciativa Hospital Amigo da Criança certifica as
instituições hospitalares que observam as normas de conduta favoráveis ao aleitamento sob
registro da portaria 1113 do Ministério da saúde em 1994; Em 2005 a lei federal 11.108 garante o
direito a um acompanhante na sala de parto; Um ano mais tarde ocorre a regulamentação sob a
comercialização dos produtos para lactentes e crianças de primeira infância.
Em 2016 a legislação sofreu alterações repentinas com pouco debate público sobre os
temas envolvendo um amplo leque de políticas públicas para a infância, além de mudanças
trabalhistas relevantes que asseguravam o direito à amamentação. Por fim, em 2017,
acompanhando calendário internacional da Organização das Nações Unidas, o país formalizou o
mês de Agosto como “mês do aleitamento materno”.

7-Monitoramento e Avaliação da política

O processo de monitoramento e avaliação deve ser entendido como uma forma de consolidar,
revisar, atualizar e contribuir para a tomada de decisão quanto às necessidades no âmbito da
saúde da criança e seus primeiros 1000 dias. Trata-se de um processo crítico reflexivo que
utiliza-se de indicadores e padrões qualitativos e quantitativos para realização e avaliação do
panorama geral da situação do AM no país e regiões. É considerado predominantemente uma
atividade relacionada à gestão, mas que requer avaliações externas para subsídio do
planejamento.
É necessário não somente conhecer informações sobre os resultados do impacto da
implementação da política, como também compreender a estrutura disponível, os processos de
trabalho para obter real clareza sobre o cenário existente e as desigualdades que precisam ser
atendidas. Para tal, é utilizado informações de subcomponentes da política, como ja citado
anteriormente.
Para estimar alguns indicadores que permitem avaliação e planejamento de ações, pode ser
necessário a coleta de dados primários nos estados federativos e no DF, sendo realizada de forma
periódica, preferencialmente quinzenalmente, a exemplo da Pesquisa Nacional da Prevalência do
Aleitamento Materno. Outros indicadores principais utilizados para monitorar e avaliar a
situação diagnóstica do Aleitamento Materno são: Prevalência de Crianças amamentadas nas
primeiras horas de vida; Prevalência de AME em menores de 6 meses; Duração mediana do AM;
Proporção de crianças com menos de 1,5Kg que nasceram em hospital com banco de leite
humano; Proporção de crianças abaixo de 2Kg que nasceram em maternidade com Método
Canguru implantado; Proporção de crianças que nasceram em Hospital Amigo da criança e
Proporção de UBS credenciadas na Estratégia Amamenta Alimenta Brasil.

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